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MP-SP

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Gramática
Crase e Pontuação

Pós-edital

Livro Eletrônico
© 07/2019

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR(A): Priscila Oliveira da Luz

DIAGRAMADOR: Weverton Carvalho

CAPA: Washington Nunes Chaves

Gran Cursos Online


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autorais e do editor.
BRUNO PILASTRE

Doutor em Linguística (teoria e análise grama-


tical) pela Universidade de Brasília. Atua na
área de Concursos Públicos desde 2009, prin-
cipalmente na elaboração de materiais didáti-
cos. É autor das obras “Guia Prático de Língua
Portuguesa” e “Guia de Redação Discursiva
para Concursos”, ambas editadas pela editora
Gran Cursos.
GRAMÁTICA
Crase e Pontuação
Prof. Bruno Pilastre

Introdução.................................................................................................5
1. Emprego do Sinal Indicativo de Crase.........................................................5
2. Pontuação............................................................................................. 11
Questões de Concurso................................................................................ 15
Gabarito................................................................................................... 27

Gabarito Comentado.................................................................................. 28
Bibliografia............................................................................................... 48

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Introdução
Olá! Pronto, estamos em nosso último encontro do curso de Língua Portuguesa –

Gramática. Encerraremos o conteúdo trabalhando dois tópicos: crase e pontuação.

O modo de conduzir a aula teórica será o mesmo: eu apresentarei o conteúdo

de maneira bem objetiva e prática por meio de exemplos bem simples. O impor-

tante mesmo é você trabalhar com atenção as questões (estudando, com dedica-

ção extra, o GABARITO COMENTADO). Já na parte teórica, apresentarei o modo

como a banca aborda o emprego do sinal indicativo de crase e o emprego dos sinais

de pontuação.

Dada a característica mais objetiva desta aula, não teremos as seções Resumo

e Glossário.

À aula, então!

1. Emprego do Sinal Indicativo de Crase


Vamos começar pela leitura dos títulos das capas a seguir:

Capa 1: Veja Capa 2: Veja

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Você consegue perceber a diferença de sentido entre os títulos da Capa 1 e da

Capa 2, não é? Essa diferença pode ser traduzida da seguinte maneira:

• Capa 1: alguém está sob a sombra do Papa (ou seja, abaixo da sombra).

É como se alguém estivesse à sombra de uma árvore. A imagem na capa

ajuda a traduzir essa ideia.

• Capa 2: alguém é a sobra do presidente. A capa, então, nomeia alguém,

e esse alguém funciona como a sombra do presidente.

Tanto na Capa 1 quanto na Capa 2, é possível tirar ou inserir o sinal grave (`):

À sombra do Papa – A sombra do Papa.

A sombra do Presidente – À sombra do Presidente.

Novamente, é preciso fazer uma leitura atenta para perceber os diferentes sen-

tidos. O que estamos vendo, então, é que a presença/ausência do sinal indicativo

de crase pode modificar os sentidos da construção. Olhe como a banca examinado-

ra faz esse exercício de análise na questão a seguir.

Questão 1    (CESPE/FUNPRESP-JUD/SUPERIOR/2016)

16| Sua preocupação reduzia-se a tomar cuidado na hora

perigosa da tarde, quando a casa estava vazia sem precisar mais

dela, o sol alto, cada membro da família distribuído nas suas

19| funções. Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava

um pouco em espanto. Mas na sua vida não havia lugar para

que sentisse ternura pelo seu espanto – ela o abafava com a

22| mesma habilidade que as lides em casa lhe haviam transmitido.

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Saía então para fazer compras ou levar objetos para consertar,

cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse

25| era o fim da tarde e as crianças vindas do colégio exigiam-na.

Assim chegaria a noite, com sua tranquila vibração. De manhã

acordaria aureolada pelos calmos deveres. Encontrava os

28| móveis de novo empoeirados e sujos, como se voltassem

arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia obscuramente parte

das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava

31| anonimamente a vida. Estava bom assim. Assim ela o quisera

e escolhera.

A introdução do sinal grave indicativo de crase em a noite (l. 26) manteria a cor-

reção gramatical do texto, mas prejudicaria seu sentido original.

Certo.

Essa questão é bem legal. Vamos ao trecho:

“Assim chegaria a noite, com sua tranquila vibração”.

O termo a noite, na frase, é sujeito da forma verbal chegaria: “A noite chegaria

assim”. O sentido equivale a: anoiteceria.

Caso houvesse a introdução do sinal indicativo de crase, o trecho teria a seguinte

configuração:

“Assim [ele] chegaria à noite, com sua tranquila vibração”.

Agora o termo à noite não é mais sujeito da forma verbal chegaria, mas adjunto

adverbial. O sujeito da forma chegaria é oculto/elíptico/desinencial.

Ambas as construções estão gramaticalmente corretas. No entanto, como vi-

mos, o sentido do segundo trecho (com a inserção da crase) difere totalmente

do sentido original.

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Certo. Agora que eu introduzi a ideia de que o sinal indicativo de crase está vin-

culado à produção de sentidos no texto, vamos à descrição desse fenômeno.

A crase é simplesmente a fusão (junção, soma) de dois sons semelhantes. Essa

fusão de sons semelhantes é indicada na escrita pelo sinal grave (`):

1. Ele finalmente chegou à cidade de sua infância.

2. Ele foi àquele restaurante chique.

Na frase em (1), o sinal grave no à está indicando que houve a junção de duas

vogais semelhantes: a + a. Na frase em (2), o sinal grave em àquele indica que

houve a fusão de a + aquele (a vogal que inicia o pronome).

Até que não há complicação nessa ideia de indicar a crase com o sinal grave.

O importante nisso tudo é saber quando se pode juntar a + a. Também é impor-

tante saber a que classe pertence cada um desses as. Vamos às regras gerais:

a + a(s)

preposição artigo determinado feminino (singu-


Regida pelo termo anterior (nome ou verbo) lar ou plural)
ou introdutora de locução. Faz parte do sintagma nominal e concorda
em gênero e número com o núcleo subs-
tantivo.

aquele
a + aquela
aqueles
aquelas
preposição Pronome demonstrativo
Regida pelo termo anterior (nome ou verbo).

Com isso, temos as seguintes impossibilidades de ocorrência do fenômeno

de crase (e, por consequência, do emprego do acento grave, indicativo de crase).

• Não ocorre crase diante de palavras masculinas, pronomes* e verbos.

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Por que é impossível ocorrer crase diante de palavra masculina? A razão é sim-

ples: a palavra de gênero masculino não seleciona artigo feminino. Verbos também

são refratários (isto é, não aceitam) a artigos. E os pronomes, de maneira geral,

também não aceitam a presença de um artigo feminino:

3. A computador está estragado. [substantivo masculino]

4. A caminhar faz bem para a saúde. [verbo no infinitivo]

5. A ele chegou bem de viagem. [pronome pessoal]

 Obs.: há um caso em que pronomes aceitam a presença de artigo definido femi-

nino: são os pronomes possessivos, os quais funcionam como formas adje-

tivas (ligando-se ao núcleo substantivo):

 6. A sua casa é bonita.

Então é possível haver o fenômeno de crase diante de pronomes possessivos

(quando funcionam como adjunto de núcleo de sintagma nominal).

Agora vamos voltar a nossa atenção à preposição. Há dois tipos de estrutura

sintática que são introduzidas por preposições:

(I) Complemento indireto (verbal ou nominal);

(II) Locução (adverbial, prepositiva ou conjuntiva).

Nos complementos indiretos, é preciso que o verbo ou o nome selecione a pre-

posição a e que o sintagma nominal seja introduzido pelo artigo definido feminino.

No caso das locuções (adverbiais, prepositivas ou conjuntivas), a preposição a

deve ser seguida de termo nominal definido feminino. Nesse caso, a preposição dos

adjuntos não é regida por termo externo.

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• Locuções adverbiais: à vontade, às claras, à míngua, à direita.

• Locuções prepositivas: à custa de, à espera de, à altura de, à beira de,

à frente de.

• Locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que.

Nos três tipos de locuções, o padrão a + a se repete. Fique atento(a), então!

Para saber se há preposição, você deve conhecer as regências dos verbos e dos

nomes (nossa décima primeira aula). Para saber se o substantivo aceita artigo de-

finido feminino (singular ou plural), use a seguinte estratégia: preencha a lacuna

a seguir com o substantivo. Se a sentença funcionar, o substantivo aceita artigo

definido feminino.

A ________________ é legal.

Eu pergunto: quais nomes de cidades podem ocorrer nesse espaço?

7. A Alemanha é legal. [pode]

8. A França é legal. [pode]

9. A Brasília é legal. [não pode]

Se não pode, não existe a possibilidade de ocorrer crase.

O mesmo vale para nomes masculinos:

10. A cachorro é legal. [não pode]

11. A feriado é legal. [não pode]

Espero que essas noções fundamentais ajudem você a responder melhor as

questões de sua prova.

Vamos para o outro assunto desta aula: o emprego dos sinais de pontuação.

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2. Pontuação
O conhecimento do emprego dos sinais de pontuação envolve muita leitura.

A pontuação de um texto é a expressão de diversos recursos discursivos, muitos

oriundos da oralidade. Por exemplo, a pontuação é capaz de dar destaque a certos

itens da frase:

12. Fabiano caminhava com extrema dificuldade.

13. Com extrema dificuldade, Fabiano caminhava.

Na frase em (13), o adjunto adverbial com extrema dificuldade foi deslocado

de sua posição final (canônica) para o início do período. A  posição inicial é mais

privilegiada em termos informacionais (o leitor presta mais atenção nesse comeci-

nho), por isso o deslocamento é um recurso de destaque. Ficou claro?

Vou apresentar os principais sinais de pontuação e comentarei seus usos mais

recorrentes (e efeitos discursivos).

Ponto final (.)

É o sinal de pontuação com que se encerra uma frase ou um período. O período

é caracterizado por encerrar uma proposição, a qual possui valor de verdade (vi-

mos isso na aula sobre frase, oração e período).

Ponto de interrogação (?)

É utilizado no fim da oração, a qual é enunciada com entonação interrogativa

ou de incerteza.

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Ponto de exclamação (!)

É utilizado no fim da oração enunciada com entonação exclamativa. Também se

usa o ponto de exclamação depois de interjeição.

O ponto de exclamação possui alta expressividade e é recorrente em textos

narrativos de caráter mais subjetivo.

Reticências (...)

Denotam interrupção ou incompletude do pensamento ou hesitação em enunciá-lo.

Também possuem alto valor expressivo, sendo empregadas em diversos textos

narrativos.

Dois-pontos (:)

O sinal de pontuação dois-pontos corresponde, na escrita, a uma pausa breve

da linguagem oral e a uma entoação geralmente descendente. A sua função é pre-

ceder uma fala direta, uma citação, uma enumeração, um esclarecimento ou uma

síntese do que foi dito antes.

Sintaticamente, tipicamente introduz aposto (ou subordinada substantiva

apositiva).

Ponto e vírgula (;)

Assinala pausa mais forte que a da vírgula e menos acentuada que a do ponto.

Emprega-se, por exemplo, em enumerações, para distinguir frases ou sintagmas

de mesma função sintática, na separação entre orações coordenadas não unidas

por conjunção (coordenativa) e para indicar suspensão maior que a da vírgula no

interior de uma oração.

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O ponto e vírgula está situado entre o ponto final e a vírgula. Com isso quero di-

zer que as orações separadas por ponto e vírgula são relativamente independentes,

mas ainda há certo grau de dependência (referencial, principalmente) entre elas.

Parênteses ((parênteses))

Os parênteses indicam um isolamento sintático e semântico mais completo

dentro do enunciado. Podem isolar uma explicação, um esclarecimento, uma res-

salva etc.

Aspas (“aspas”)

Delimitam uma citação, título etc. São usadas para realçar certas palavras ou

expressões, podendo ter efeitos discursivos como ironia, descrença etc.

Vírgula (,)

A vírgula indica pausa ligeira e é usada para separar frases encadeadas entre

si ou elementos dentro de uma frase.

O emprego da vírgula deve respeitar certas relações sintáticas, tais como:

• não se separa com vírgula o sujeito de seu predicado;

• não se separa com vírgula o verbo de seus complementos;

• não se separa com vírgula o nome de seus complementos.

Quando algum termo da frase não está na ordem canônica (vista em nossa sex-

ta aula), a inversão é marcada por vírgula.

14. Ao porteiro, ele entregou a encomenda.

Objeto Indireto Deslocado

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Na frase (14), o termo Ao porteiro é objeto indireto do verbo entregar. Por

estar em posição não canônica, deve ser marcado por vírgula.

Na ordem direta, esse termo não é marcado por vírgula:

Ele entregou a encomenda ao porteiro.

A vírgula marca o deslocamento de adjuntos adverbiais (principalmente os de

grande extensão), termos explicativos e estruturas subordinadas. A vírgula tam-

bém marca séries coordenadas.

Nas provas de concursos, como você verá na seção GABARITO COMENTADO,

a avaliação do conteúdo de pontuação está vinculada à interpretação de texto.

Vamos passar à prática, então!

Questão 2    (CESPE/PC-MA/ESCRIVÃO/2018)

1| O ano de 2017 foi o mais seguro da história da

aviação comercial [...]

A pontuação empregada no texto acima permaneceria correta se, na linha 1,

fosse inserida vírgula logo após 2017.

Errado.

O termo O ano de 2017 é sujeito do predicado foi o mais seguro [...]. Por isso,

NUNCA poderá ser separado de seu predicado por vírgula.

É isso! Terminamos o nosso curso. Desejo muito sucesso em sua prova, viu?!

Parabéns pelo empenho.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CESPE/STJ/TÉCNICO/2018)

13| Embora a

perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si,

eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de

16| situações de justiça social e têm hipóteses concretas para

se chegar a esse estado de coisas.

A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indica-

tivo de crase no vocábulo a em a esse estado de coisas (l. 17).

Questão 2    (CESPE/ABIN/AGENTE/2018)

13| Se praticada por autoridade superior, a espionagem

pode configurar, além de infração penal, crime de

responsabilidade, que, a despeito do nome, não tem natureza de

16| crime em sentido técnico, mas, sim, de infração política sujeita

a cassação de mandato e suspensão de direitos políticos.

O paralelismo sintático do último parágrafo do texto seria prejudicado se fosse in-

serido sinal indicativo de crase em “a cassação” (l. 17).

Questão 3    (CESPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/TÉCNICO/2018) No trecho “Diga

não às ‘corrupções’ do dia a dia”, seria correto o emprego do sinal indicativo de

crase no vocábulo a em dia a dia.

Questão 4    (CESPE/TRT-TO/MÉDIO/2017) No trecho “em uma época anterior à dos

dinossauros”, o emprego do sinal indicativo de crase decorre da regência do adjeti-

vo anterior e presença do artigo feminino antes do termo elíptico época.

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Questão 5    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/SUPERIOR/2017)

1| No direito brasileiro convencional, a relação entre a

espécie humana e as demais espécies animais limita-se à tutela

dos animais pelo poder público em função da sua utilidade

4| enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente

equilibrado. Alguns doutrinadores brasileiros inovadores

defendem a existência de um direito animal, ou seja, de direitos

7| garantidos aos animais não humanos como sujeitos.

O emprego do sinal indicativo de crase em à tutela dos animais (l. 2 e 3) é fa-

cultativo.

Questão 6    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017)

A preocupação de Sócrates era levar as pessoas, por

7| meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.

Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de

ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua

10| cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar

sua inteligência e sua consciência.

Na linha 7, o emprego do sinal indicativo de crase em à sabedoria e em à prática

do bem justifica-se por serem termos regidos pela forma verbal levar (l. 6) e por

estarem precedidos por artigo definido feminino.

Questão 7    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017) O emprego de sinal indicativo

de crase em “a demandas legítimas” – à demandas legítimas – não prejudicaria

a correção gramatical do texto.

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Questão 8    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017)

1| A classificação indicativa dos programas da televisão

aberta brasileira reflete a defesa da Constituição Federal de

1988 contra os conteúdos televisivos considerados nocivos às

4| crianças.

A supressão do sinal indicativo de crase em às crianças (l. 3 e 4) comprometeria

a correção gramatical do texto.

Questão 9    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017) Seriam preservados o sentido

e a correção gramatical do texto caso se empregasse o sinal de crase no trecho “se

ateve a questões processuais”

Questão 10    (CESPE/SEDF/SUPERIOR/2017) A correção gramatical do texto seria

prejudicada caso se empregasse o sinal grave indicativo de crase no a em “fuja a

determinações”.

Questão 11    (CESPE/FUB/AUXILIAR/2016) No trecho “O arquiteto Oscar Niemeyer

transformou as ideias em prédios” (l. 9 e 10), o emprego do sinal indicativo de cra-

se em as ideias é opcional.

Questão 12    (CESPE/FUNPRESP-JUD/SUPERIOR/2016)

1| Minha tia, Mary Beton, devo dizer-lhes, morreu de

uma queda de cavalo, quando estava em Bombaim. A notícia

da herança chegou certa noite quase simultaneamente com a da

4| aprovação do decreto que deu o voto às mulheres.

O sinal indicativo de crase em às mulheres (l. 4) é facultativo.

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Questão 13    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016)

25| O verdadeiro

problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas

despesas às receitas em queda por causa da crise.

O emprego do acento grave em às receitas (l. 27) decorre da regência do ver-

bo adaptar (l. 26) e da presença do artigo definido feminino determinando o

substantivo receitas.

Questão 14    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016)

Uma segunda ofensiva seria a anexação da chamada

28| Banda Oriental do Rio da Prata, atual território do Uruguai,

em represália à aliança da Espanha com a França napoleônica.

Ocorre crase em represália à aliança (l. 29) porque represália exige comple-

mento regido pela preposição a e aliança está antecedido do artigo a.

Questão 15    (CESPE/IRBR/SUPERIOR/2015) Na expressão de paratifo a tuber-

culose, o uso do sinal indicativo de crase no termo a não prejudicaria a correção

gramatical do texto, pois, nesse caso, tal uso tem caráter facultativo.

Questão 16    (CESPE/MPOG/SUPERIOR/2015)

28| Para levar a cabo o novo modelo de gestão pública,

será preciso [...]

Na linha 28, a correção gramatical do trecho seria mantida, caso se inserisse acen-

to indicativo de crase no vocábulo a que compõe a locução a cabo.

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Questão 17    (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)

Logo após a detecção de focos positivos do mosquito

19| em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a

aplicação de controle, as quais não foram suficientes para

eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi

22| definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue.

A inserção de uma vírgula imediatamente após o vocábulo Logo (l. 18) alteraria

os sentidos do texto, apesar de manter sua correção gramatical.

Questão 18    (CESPE/EBSERH/MÉDIO/2018)

1| O Brasil, durante a maior parte da sua história,

manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de

450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado

4| em função da prevalência de altas taxas de mortalidade,

dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da

ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.

A substituição do ponto empregado logo após pró-natalista (l. 2) por vírgula,

com a devida alteração da letra inicial maiúscula para minúscula, manteria a

correção do texto.

Questão 19    (CESPE/EBSERH/MÉDIO/2018)

Essa mudança drástica não deixou o organismo

humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar

16| alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser

o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o

câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar

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19| pode causar, ainda, problemas metabólicos, como diabetes,

hipertensão e aumento do colesterol ruim.

A colocação de uma vírgula logo após a forma verbal mostram (l. 15) prejudi-

caria a correção gramatical do texto.

Questão 20    (CESPE/STJ/ANALISTA/2018)

1| No pensamento filosófico da Antiguidade, a dignidade

(dignitas) da pessoa humana era alcançada pela posição social

ocupada pelo indivíduo, bem como pelo grau de

4| reconhecimento dos demais membros da comunidade. A partir

disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da

dignidade, o que permitia admitir a existência de pessoas mais

7| dignas ou menos dignas.

No primeiro parágrafo, os parênteses foram empregados para isolar palavras

cuja função é explicar o sentido do elemento que imediatamente lhes antecede.

Questão 21    (CESPE/STJ/ANALISTA/2018)

1| O conceito de direitos humanos assenta em um bem

conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente

ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser

4| conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente

diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui

uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida

7| da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que

a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como

soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses

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10| pressupostos são claramente ocidentais e facilmente

distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em

outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão

13| da universalidade dos direitos humanos se tornou tão

acesamente debatida.

Os dois-pontos empregados logo após ocidentais (l. 3) introduzem uma explica-

ção sobre o porquê de os pressupostos serem considerados tipicamente ocidentais.

Questão 22    (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018)

1| Se a competência dos professores fosse medida pelo

número de cursos frequentados, a qualificação dos professores

seria extraordinária. Se a qualidade das escolas pudesse ser

4| medida pelo peso dos certificados de ações de formação

frequentadas pelos seus professores, aconteceria uma revolução

em cada escola. Os professores fazem cursos, acumulam

7| certificados, sem que isso corresponda a mudança ou responda

aos desafios que encaram na sala de aula.

Esta preocupante realidade brasileira não difere de

10| outras realidades. Em Portugal, após o incremento da formação

continuada de professores, decorrente da institucionalização de

um subsistema de formação e do investimento de milhões de

13| euros, os resultados foram decepcionantes. Na prática, pouco

ou nada se alterou na atitude dos professores, pouco ou nada

terá mudado nas suas práticas.

16| Por que falharam os programas de formação? Talvez

porque se tenha insistido na crença da transferibilidade linear

de saberes pretensamente adquiridos. Talvez porque se tenha

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19| esquecido que o modo como o professor aprende é o modo

como o professor ensina. Que o modelo predominante da

formação universitária é, por vezes, a negação do que se

22| pretende transmitir e que a universidade é... a matriz. Talvez

porque se descurasse a necessidade de criar dispositivos de

autoformação cooperativa, que rompessem com a cultura do

25| isolamento e autossuficiência que ainda prevalecem nas nossas

escolas. Talvez...

Não será difícil caracterizar os programas de formação

28| que serviram a intuitos “reformadores”: o seu objetivo

primordial é o de adaptar os professores a “novas” técnicas ou

processos.

31| A avaliar pela situação que se vive nas escolas, talvez

esta prática de formação não tenha servido ao que se propôs. E

não se poderá imputar a responsabilidade à incipiente

34| concepção, à escassez de recursos, à falta de financiamento dos

programas ou ao tradicional individualismo dos professores.

Estes programas mantêm grande número de professores como

37| simples consumidores de formação.

Acredito que a formação acontece quando um

professor se decifra através de um diálogo entre o eu que age

40| e o eu que se interroga, quando o professor participa de um

efetivo projeto, identifica as suas fragilidades e compreende

que é obra imperfeita de imperfeitos professores.

O emprego das aspas em reformadores (l. 28) e novas (l. 29) indica que o

autor faz referência a esses conceitos de um modo crítico.

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Questão 23    (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018)

Leitor, se não tens desprezo

De vir descer às senzalas,

Trocar tapetes e salas

Por um alcouce cruel,

Vem comigo, mas... cuidado...

Que o teu vestido bordado

Não fique no chão manchado,

No chão do imundo bordel.

Não venhas tu que achas triste

Às vezes a própria festa.

Tu, grande, que nunca ouviste

Senão gemidos da orquestra

Por que despertar tu’alma,

Em sedas adormecida,

Esta excrescência da vida

Que ocultas com tanto esmero?

E o coração – tredo lodo,

Fezes d’ânfora doirada

Negra serpe, que enraivada,

Morde a cauda, morde o dorso

E sangra às vezes piedade,

E sangra às vezes remorso?...

Não venham esses que negam

A esmola ao leproso, ao pobre.

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A luva branca do nobre

Oh! senhores, não mancheis...

Os pés lá pisam em lama,

Porém as frontes são puras

Mas vós nas faces impuras

Tendes lodo, e pus nos pés.

Castro Alves. Tragédia no lar.

O uso de vocativo e de pontuação expressiva constitui recurso textual que colabora

para atribuir ao texto tom característico da oratória.

Questão 24    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2018)

3| Há também quem caracterize a história

como uma ciência da mudança do tempo [...]

A correção gramatical e os sentidos do trecho acima seriam mantidos caso se

inserisse uma vírgula logo após o termo também (l. 3).

Questão 25    (CESPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/TÉCNICO/2018)

3| A corrupção e uma doença que

deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação.

Os dois-pontos empregados na linha 4 introduzem um aposto.

Questão 26    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA/2017)

1| O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer

as operações de circulação, compra e venda de mercadorias; e,

ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade

4| de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicas que

são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil.

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Na linha 2, o emprego de ponto e vírgula justifica-se porque a segunda oração

do período apresenta elementos em série.

Questão 27    (CESPE/TRE-PE/ANALISTA/2017) Seriam mantidas a correção grama-

tical e o sentido original do trecho

“Como lembra Marilena Chaui, a cidadania se define pelos princípios da demo-

cracia, significando necessariamente conquista e consolidação social e política”.

Caso fosse suprimida a vírgula empregada logo após “Chaui”.

Questão 28    (CESPE/FUB/MÉDIO/2017)

1| Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir

com satisfação que haviam desvendado a maioria dos mistérios

do mundo físico: eletricidade, magnetismo, gases, óptica,

4| acústica, cinética e mecânica estatística, para citar alguns

campos, foram submetidos à ordem. Eles haviam descoberto os

raios X, o raio catódico, o elétron e a radioatividade, e

7| inventado o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o

pequeno erg.

O emprego do sinal de dois-pontos logo após “físico” (l. 3) introduz a síntese de

uma informação dada anteriormente no texto.

Questão 29    (CESPE/FUB/MÉDIO/2017) As vírgulas empregadas nos trechos

“haviam descoberto os raios X, o raio catódico, o elétron e a radioatividade” (l. 5 e 6)

“inventado o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg” (l. 7 e 8)

separam termos que exercem funções sintáticas distintas.

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Questão 30    (CESPE/FUB/AUXILIAR/2016)

8| Os cursos estão divididos em quatro campi espalhados pelo

Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina,

10| Ceilândia e Gama.

Os dois-pontos empregados imediatamente após Distrito Federal (l. 9) introdu-

zem itens de uma enumeração.

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GABARITO
1. E 25. C

2. C 26. E

3. E 27. E

4. C 28. E

5. E 29. E

6. C 30. C

7. E

8. C

9. E

10. C

11. E

12. E

13. C

14. C

15. E

16. E

17. C

18. E

19. C

20. E

21. E

22. C

23. C

24. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/STJ/TÉCNICO/2018)

13| Embora a

perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si,

eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de

16| situações de justiça social e têm hipóteses concretas para

se chegar a esse estado de coisas.

A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indica-

tivo de crase no vocábulo a em a esse estado de coisas (l. 17).

Errado.

Vimos que apenas os pronomes possessivos femininos (singular ou plural) aceitam

ser precedidos de acento indicativo de crase. O pronome esse não pode ser pre-

cedido por artigo feminino singular (não se pode falar “A essa carta chegou”). Não

havendo artigo, não pode haver crase. O a presente no trecho é uma preposição

(regida pelo verbo chegar).

Questão 2    (CESPE/ABIN/AGENTE/2018)

13| Se praticada por autoridade superior, a espionagem

pode configurar, além de infração penal, crime de

responsabilidade, que, a despeito do nome, não tem natureza de

16| crime em sentido técnico, mas, sim, de infração política sujeita

a cassação de mandato e suspensão de direitos políticos.

O paralelismo sintático do último parágrafo do texto seria prejudicado se fosse in-

serido sinal indicativo de crase em “a cassação” (l. 17).

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Certo.
De fato, haveria prejuízo ao paralelismo sintático. Quando se fala de paralelismo,
fala-se de “sequência de frases com estruturas gramaticais idênticas”. Os itens que
devem receber (ou não) o artigo determinado são os seguintes:

de infração política sujeita a cassação de mandato


suspensão de direitos políticos

Nessa representação, os termos cassação de mandato e suspensão de direitos


políticos não são precedidos por artigo. Por isso não há crase no primeiro a.
Na representação a seguir, diferentemente, os termos destacados são precedidos
por artigo – e é por isso que o primeiro a deve receber o acento indicativo de crase
(pois nesse caso há a soma a + a).

de infração política sujeita a a cassação de mandato


a suspensão de direitos políticos

Por paralelismo, então, o segundo termo deve ser precedido por artigo.

Questão 3    (CESPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/TÉCNICO/2018) No trecho “Diga


não às ‘corrupções’ do dia a dia”, seria correto o emprego do sinal indicativo de
crase no vocábulo a em dia a dia.

Errado.
Aqui você deve aplicar aquela pergunta: qual é o gênero gramatical da palavra dia?
Essa palavra SEMPRE será masculina, por isso não pode ser precedida por artigo

definido feminino (e, consequentemente, não pode ser precedida de crase).

Questão 4    (CESPE/TRT-TO/MÉDIO/2017) No trecho “em uma época anterior à dos

dinossauros”, o emprego do sinal indicativo de crase decorre da regência do adjeti-

vo anterior e presença do artigo feminino antes do termo elíptico época.

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Certo.

A leitura do trecho deve ser esta: “em uma época anterior à época dos dinossauros”.

Como há um termo que rege a preposição a (o nome adjetivo anterior) e um

nome (elíptico) precedido de artigo feminino definido, o sinal indicativo de crase

é aplicado.

Questão 5    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/SUPERIOR/2017)

1| No direito brasileiro convencional, a relação entre a

espécie humana e as demais espécies animais limita-se à tutela

dos animais pelo poder público em função da sua utilidade

4| enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente

equilibrado. Alguns doutrinadores brasileiros inovadores

defendem a existência de um direito animal, ou seja, de direitos

7| garantidos aos animais não humanos como sujeitos.

O emprego do sinal indicativo de crase em à tutela dos animais (l. 2 e 3) é

facultativo.

Errado.

Quando um nome (como tutela) é especificado por um adjunto (dos animais),

a presença do artigo determinado é exigida. Temos, então, a primeira condição

para haver crase: existência de artigo definido (feminino, dado que o nome tutela

possui este gênero gramatical).

A segunda condição para haver crase é a presença de uma preposição. No trecho

em análise, a preposição é exigida pelo verbo pronominal limitar-se.

Como há preposição obrigatória e artigo definido feminino também obrigatório,

a crase não é facultativa.

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Questão 6    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017)

A preocupação de Sócrates era levar as pessoas, por

7| meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.

Para o filósofo grego, o papel do educador é, portanto, o de

ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua

10| cooperação para que ele consiga, por si próprio, iluminar

sua inteligência e sua consciência.

Na linha 7, o emprego do sinal indicativo de crase em à sabedoria e em à prática

do bem justifica-se por serem termos regidos pela forma verbal levar (l. 6) e por

estarem precedidos por artigo definido feminino.

Certo.

O item é quase uma explicação sobre o porquê de haver crase no trecho. O verbo

levar, transitivo direto e indireto, seleciona os objetos indiretos a sabedoria e a

prática do bem. Como esses termos são precedidos por artigo definido singular,

a crase é obrigatória.

Questão 7    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017) O emprego de sinal indicativo

de crase em “a demandas legítimas” – à demandas legítimas - não prejudicaria

a correção gramatical do texto.

Errado.

A crase não pode ser aplicada pelo simples fato de não haver, no trecho, artigo

definido feminino. Se houvesse, esse artigo deveria ter a forma plural (as), pois

concordaria com o nome demandas (as demandas). Assim, a crase teria a forma

às (“às demandas legítimas”), e não à (*à demandas legítimas).

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Questão 8    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017)

1| A classificação indicativa dos programas da televisão

aberta brasileira reflete a defesa da Constituição Federal de

1988 contra os conteúdos televisivos considerados nocivos às

4| crianças.

A supressão do sinal indicativo de crase em às crianças (l. 3 e 4) comprometeria

a correção gramatical do texto.

Certo.

Por que comprometeria a correção gramatical? Primeiramente, o termo as crian-

ças está precedido de artigo definido feminino. Em segundo lugar, esse termo as

crianças é complemento do nome adjetivo nocivos. Temos, então, o seguinte:

nocivo [a]Preposição [algo]Complemento Nominal

nocivo a + as crianças = nocivo às crianças

Não indicar o fenômeno de crase no trecho seria equivalente a não considerar a exis-

tência da preposição (obrigatória) e do artigo definido feminino (também obrigatório).

Questão 9    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/TÉCNICO/2017) Seriam preservados o sentido

e a correção gramatical do texto caso se empregasse o sinal de crase no trecho “se

ateve a questões processuais”

Errado.

A crase não pode ser aplicada pelo simples fato de não haver, no trecho, artigo

definido feminino. Se houvesse, esse artigo deveria ter a forma plural (as), pois

concordaria com o nome questões (as questões). Assim, a crase teria a forma às

(“se ateve às questões”), e não à (*se ateve à questões).

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Questão 10    (CESPE/SEDF/SUPERIOR/2017) A correção gramatical do texto seria

prejudicada caso se empregasse o sinal grave indicativo de crase no a em “fuja a

determinações”.

Certo.

Questão semelhante à anterior, mas agora o item faz uma afirmação certa: a corre-

ção gramatical do trecho é prejudicada, pois o emprego do sinal indicativo de crase

não pode ser aplicado: não há, no trecho, artigo definido feminino. Se houvesse,

esse artigo deveria ter a forma plural (as), pois concordaria com o nome determi-

nações (as determinações). Assim, a crase teria a forma às (“fuja às determina-

ções”), e não à (*fuja à determinações).

Questão 11    (CESPE/FUB/AUXILIAR/2016) No trecho “O arquiteto Oscar Niemeyer

transformou as ideias em prédios” (l. 9 e 10), o emprego do sinal indicativo de cra-

se em as ideias é opcional.

Errado.

O emprego do sinal indicativo de crase não é opcional. No trecho, a forma verbal

transformou seleciona o objeto direto as ideias. Por ser objeto direto, não há a

presença de uma preposição (e ela não é opcional), apenas do artigo definido femi-

nino (plural). Isso impossibilita a existência do fenômeno de crase.

Questão 12    (CESPE/FUNPRESP-JUD/SUPERIOR/2016)

1| Minha tia, Mary Beton, devo dizer-lhes, morreu de

uma queda de cavalo, quando estava em Bombaim. A notícia

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da herança chegou certa noite quase simultaneamente com a da

4| aprovação do decreto que deu o voto às mulheres.

O sinal indicativo de crase em às mulheres (l. 4) é facultativo.

Errado.

O substantivo mulheres é precedido por artigo definido feminino (plural). Primeira

condição para haver crase: OK!

O termo as mulheres é objeto indireto do verbo dar (quem dá, dá algo a alguém).

Então, temos a segunda condição para haver crase: a presença de uma preposição a:

deu [voto] [a + as mulheres] = deu voto às mulheres

v.t.d.i. O.D. O.I.

Por isso o sinal indicativo de crase não é facultativo.

Questão 13    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016)

25| O verdadeiro

problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas

despesas às receitas em queda por causa da crise.

O emprego do acento grave em às receitas (l. 27) decorre da regência do ver-

bo adaptar (l. 26) e da presença do artigo definido feminino determinando o

substantivo receitas.

Certo.

Este item é quase uma explicação sobre o porquê de haver crase no trecho. O ver-

bo adaptar, transitivo direto e indireto, seleciona o objeto direto suas despesas

e o objeto indireto as receitas. Como o verbo exige complemento indireto intro-

duzido pela preposição a e o substantivo receitas é precedido de artigo definido

feminino (plural), a crase é obrigatória.

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Questão 14    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016)

Uma segunda ofensiva seria a anexação da chamada

28| Banda Oriental do Rio da Prata, atual território do Uruguai,

em represália à aliança da Espanha com a França napoleônica.

Ocorre crase em represália à aliança (l. 29) porque represália exige comple-

mento regido pela preposição a e aliança está antecedido do artigo a.

Certo.

Estamos diante de uma complementação nominal. O nome represália exige com-

plemento introduzido (regido) pela preposição a e o nome substantivo aliança está

precedido por artigo definido feminino (singular) a.

Questão 15    (CESPE/IRBR/SUPERIOR/2015) Na expressão de paratifo a tuber-

culose, o uso do sinal indicativo de crase no termo a não prejudicaria a correção

gramatical do texto, pois, nesse caso, tal uso tem caráter facultativo.

Errado.

O uso do sinal indicativo de crase APENAS diante de tuberculose prejudicaria o

paralelismo sintático do trecho. Isso porque a presença do artigo determinando o

nome tuberculose obriga o outro nome a também ser determinado pelo artigo.

Teríamos, então, a seguinte forma gramaticalmente correta:

“do paratifo à tuberculose”

Observe que o nome paratifo também está precedido de artigo (determinado mas-

culino singular).

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Questão 16    (CESPE/MPOG/SUPERIOR/2015)

28| Para levar a cabo o novo modelo de gestão pública,

será preciso [...]

Na linha 28, a correção gramatical do trecho seria mantida, caso se inserisse acen-

to indicativo de crase no vocábulo a que compõe a locução a cabo.

Errado.

A correção não seria mantida, pois o nome cabo não admite a presença de um

artigo feminino (e, por isso, não pode haver crase). Cabo SEMPRE será um nome

masculino, sendo precedido por artigo masculino.

Questão 17    (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)

Logo após a detecção de focos positivos do mosquito

19| em São José do Rio Preto, realizaram-se as delimitações e a

aplicação de controle, as quais não foram suficientes para

eliminar o vetor. Diante da situação, em 1985, o município foi

22| definido como área de infestação domiciliar e risco de dengue.

A inserção de uma vírgula imediatamente após o vocábulo Logo (l. 18) alteraria

os sentidos do texto, apesar de manter sua correção gramatical.

Certo.

É interessante como somos sensíveis às diferentes interpretações (sem vírgula –

com vírgula). Compare os dois trechos:

Logo após a detecção de focos positivos do mosquito [sem vírgula]

Logo, após a detecção de focos positivos do mosquito [com vírgula]

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Sem a vírgula, o sentido é de sequenciação temporal de eventos. Com a vírgu-

la, o sentido é de conclusão de uma argumentação.

Ambas as opções são gramaticalmente corretas, mas com sentidos distintos – e é

exatamente isso que o item afirma.

Questão 18    (CESPE/EBSERH/MÉDIO/2018)

1| O Brasil, durante a maior parte da sua história,

manteve uma cultura familista e pró-natalista. Por cerca de

450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado

4| em função da prevalência de altas taxas de mortalidade,

dos interesses da colonização portuguesa, da expansão da

ocupação territorial e do crescimento do mercado interno.

A substituição do ponto empregado logo após pró-natalista (l. 2) por vírgula,

com a devida alteração da letra inicial maiúscula para minúscula, manteria a cor-

reção do texto.

Errado.

A substituição proposta pelo item geraria um período malformado:

O Brasil, durante a maior parte da sua história, manteve uma cultura familista e pró-na-

talista, por cerca de 450 anos, o incentivo à fecundidade elevada era justificado [...]

A expressão “por cerca de 450 anos” agora é capaz de modificar o evento anterior

(manter uma cultura...), alterando o sentido original do texto. Isso não acontecia

antes, quando havia o ponto final.

Além disso, o período seguinte perderia a informação (por cerca de 450 anos) ago-

ra vinculada ao primeiro período.

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Questão 19    (CESPE/EBSERH/MÉDIO/2018)

Essa mudança drástica não deixou o organismo

humano ileso. Estudos mostram que o açúcar, por alterar

16| alguns tecidos humanos durante a fase de crescimento, pode ser

o responsável por problemas que vão de miopia e acne até o

câncer. Segundo a Associação Americana do Coração, o açúcar

19| pode causar, ainda, problemas metabólicos, como diabetes,

hipertensão e aumento do colesterol ruim.

A colocação de uma vírgula logo após a forma verbal mostram (l. 15) prejudi-

caria a correção gramatical do texto.

Certo.

A forma verbal mostram exige o complemento direto que o açúcar [...]. Como vi-

mos, não pode haver separação por pontuação entre o verbo e seus complementos.

Questão 20    (CESPE/STJ/ANALISTA/2018)

1| No pensamento filosófico da Antiguidade, a dignidade

(dignitas) da pessoa humana era alcançada pela posição social

ocupada pelo indivíduo, bem como pelo grau de

4| reconhecimento dos demais membros da comunidade. A partir

disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da

dignidade, o que permitia admitir a existência de pessoas mais

7| dignas ou menos dignas.

No primeiro parágrafo, os parênteses foram empregados para isolar palavras

cuja função é explicar o sentido do elemento que imediatamente lhes antecede.

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Errado.

O primeiro termo separado por parênteses não é uma explicação, mas um tipo de

informação adicional (relacionada à etimologia da palavra).

Questão 21    (CESPE/STJ/ANALISTA/2018)

1| O conceito de direitos humanos assenta em um bem

conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente

ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser

4| conhecida racionalmente; a natureza humana é essencialmente

diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui

uma dignidade absoluta e irredutível que tem de ser defendida

7| da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que

a sociedade esteja organizada de forma não hierárquica, como

soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses

10| pressupostos são claramente ocidentais e facilmente

distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em

outras culturas, teremos de perguntar por que motivo a questão

13| da universalidade dos direitos humanos se tornou tão

acesamente debatida.

Os dois-pontos empregados logo após ocidentais (l. 3) introduzem uma explica-

ção sobre o porquê de os pressupostos serem considerados tipicamente ocidentais.

Errado.

Os termos que seguem os dois-pontos não são classificados como explicativos,

mas enumerativos (que compõem o conjunto de pressupostos).

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Questão 22    (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018)

1| Se a competência dos professores fosse medida pelo

número de cursos frequentados, a qualificação dos professores

seria extraordinária. Se a qualidade das escolas pudesse ser

4| medida pelo peso dos certificados de ações de formação

frequentadas pelos seus professores, aconteceria uma revolução

em cada escola. Os professores fazem cursos, acumulam

7| certificados, sem que isso corresponda a mudança ou responda

aos desafios que encaram na sala de aula.

Esta preocupante realidade brasileira não difere de

10| outras realidades. Em Portugal, após o incremento da formação

continuada de professores, decorrente da institucionalização de

um subsistema de formação e do investimento de milhões de

13| euros, os resultados foram decepcionantes. Na prática, pouco

ou nada se alterou na atitude dos professores, pouco ou nada

terá mudado nas suas práticas.

16| Por que falharam os programas de formação? Talvez

porque se tenha insistido na crença da transferibilidade linear

de saberes pretensamente adquiridos. Talvez porque se tenha

19| esquecido que o modo como o professor aprende é o modo

como o professor ensina. Que o modelo predominante da

formação universitária é, por vezes, a negação do que se

22| pretende transmitir e que a universidade é... a matriz. Talvez

porque se descurasse a necessidade de criar dispositivos de

autoformação cooperativa, que rompessem com a cultura do

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25| isolamento e autossuficiência que ainda prevalecem nas nossas

escolas. Talvez...

Não será difícil caracterizar os programas de formação

28| que serviram a intuitos “reformadores”: o seu objetivo

primordial é o de adaptar os professores a “novas” técnicas ou

processos.

31| A avaliar pela situação que se vive nas escolas, talvez

esta prática de formação não tenha servido ao que se propôs. E

não se poderá imputar a responsabilidade à incipiente

34| concepção, à escassez de recursos, à falta de financiamento dos

programas ou ao tradicional individualismo dos professores.

Estes programas mantêm grande número de professores como

37| simples consumidores de formação.

Acredito que a formação acontece quando um

professor se decifra através de um diálogo entre o eu que age

40| e o eu que se interroga, quando o professor participa de um

efetivo projeto, identifica as suas fragilidades e compreende

que é obra imperfeita de imperfeitos professores.

O emprego das aspas em reformadores (l. 28) e novas (l. 29) indica que o

autor faz referência a esses conceitos de um modo crítico.

Certo.

A resolução desta questão exige certa interpretação do conjunto do texto. Na cons-

trução da argumentação do autor, há uma crítica aos conceitos destacados entre

aspas – e essas aspas possuem essa função de marcador discursivo.

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Questão 23    (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018)

Leitor, se não tens desprezo

De vir descer às senzalas,

Trocar tapetes e salas

Por um alcouce cruel,

Vem comigo, mas... cuidado...

Que o teu vestido bordado

Não fique no chão manchado,

No chão do imundo bordel.

Não venhas tu que achas triste

Às vezes a própria festa.

Tu, grande, que nunca ouviste

Senão gemidos da orquestra

Por que despertar tu’alma,

Em sedas adormecida,

Esta excrescência da vida

Que ocultas com tanto esmero?

E o coração – tredo lodo,

Fezes d’ânfora doirada

Negra serpe, que enraivada,

Morde a cauda, morde o dorso

E sangra às vezes piedade,

E sangra às vezes remorso?...

Não venham esses que negam

A esmola ao leproso, ao pobre.

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A luva branca do nobre

Oh! senhores, não mancheis...

Os pés lá pisam em lama,

Porém as frontes são puras

Mas vós nas faces impuras

Tendes lodo, e pus nos pés.

Castro Alves. Tragédia no lar.

O uso de vocativo e de pontuação expressiva constitui recurso textual que colabora

para atribuir ao texto tom característico da oratória.

Certo.

Como vimos em nossa aula, a pontuação pode ser utilizada como recurso ex-

pressivo. O poema citado, de Castro Alves, é um ótimo exemplo dessa utilização.

Observe o uso das reticências, da interrogação. Essas marcas retóricas servem à

expressividade do poema, traduzindo marcas de oralidade.

Questão 24    (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2018)

3| Há também quem caracterize a história

como uma ciência da mudança do tempo [...]

A correção gramatical e os sentidos do trecho acima seriam mantidos caso se

inserisse uma vírgula logo após o termo também (l. 3).

Errado.

Atenção! O item fala de inserir UMA vírgula logo após o termo também. Isso torna

a pontuação da construção gramaticalmente incorreta, pois separa o verbo impes-

soal haver e o seu complemento quem caracterize [...]:

Há também, quem caracterize.

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Se o item sugerisse que o termo também fosse isolado por DUAS vírgulas, a cons-

trução estaria gramaticalmente correta:

Há, também, quem caracterize [...].

No entanto, não é isso o que o item propõe.

Questão 25    (CESPE/CGM DE JOÃO PESSOA-PB/TÉCNICO/2018)

3| A corrupção e uma doença que

deve ser combatida por meio de uma vacina: a educação.

Os dois-pontos empregados na linha 4 introduzem um aposto.

Certo.

Uma das funções do sinal de dois-pontos é a introdução de aposto. No trecho ana-

lisado pelo item, o aposto a educação é de natureza substantiva e equivale ao

termo anterior (uma vacina).

Questão 26    (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/ANALISTA/2017)

1| O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer

as operações de circulação, compra e venda de mercadorias; e,

ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade

4| de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicas que

são de diferentes modos incorporadas à dinâmica mercantil.

Na linha 2, o emprego de ponto e vírgula justifica-se porque a segunda oração

do período apresenta elementos em série.

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Errado.

O ponto e vírgula está sendo utilizado para indicar suspensão maior que a da vír-

gula no interior de uma oração. Essa suspensão indica o início de uma nova pro-

posição, a qual estabelece íntima relação com a primeira (a forma nele retoma o

sujeito da primeira proposição: O espaço).

Questão 27    (CESPE/TRE-PE/ANALISTA/2017) Seriam mantidas a correção grama-

tical e o sentido original do trecho

“Como lembra Marilena Chaui, a cidadania se define pelos princípios da democra-

cia, significando necessariamente conquista e consolidação social e política”

caso fosse suprimida a vírgula empregada logo após “Chaui”.

Errado.

A expressão Como lembra Marilena Chauí está deslocada e, por isso, deve ser

isolada por vírgula (esse é o registro gramaticalmente correto). Em relação ao sen-

tido original, a vírgula traz destaque à expressão deslocada, dando evidência a ela.

Assim, essa expressão passa a ter importância na apresentação dos fatos na frase,

funcionando como um recurso argumentativo.

Questão 28    (CESPE/FUB/MÉDIO/2017)

1| Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir

com satisfação que haviam desvendado a maioria dos mistérios

do mundo físico: eletricidade, magnetismo, gases, óptica,

4| acústica, cinética e mecânica estatística, para citar alguns

campos, foram submetidos à ordem. Eles haviam descoberto os

raios X, o raio catódico, o elétron e a radioatividade, e

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7| inventado o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o

pequeno erg.

O emprego do sinal de dois-pontos logo após “físico” (l. 3) introduz a síntese de

uma informação dada anteriormente no texto.

Errado.

O sinal de dois-pontos não introduz uma síntese, mas uma enumeração dos ele-

mentos que compõem “os mistérios do mundo físico”.

Questão 29    (CESPE/FUB/MÉDIO/2017) As vírgulas empregadas nos trechos

“haviam descoberto os raios X, o raio catódico, o elétron e a radioatividade” (l. 5 e 6)

“inventado o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg” (l. 7 e 8)

separam termos que exercem funções sintáticas distintas.

Errado.

Os termos separados pelas vírgulas exercem A MESMA função sintática: são obje-

tos diretos.

haviam descoberto [algo]O.D.


os raios x, o raio catódico, o elétron e a radioatividade

haviam inventado [algo]O.D.

o ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg

Questão 30    (CESPE/FUB/AUXILIAR/2016)

8| Os cursos estão divididos em quatro campi espalhados pelo

Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Planaltina,

10| Ceilândia e Gama.

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Os dois-pontos empregados imediatamente após Distrito Federal (l. 9) introdu-

zem itens de uma enumeração.

Certo.

Exatamente: os dois-pontos introduzem uma enumeração. Os itens que compõem

essa enumeração são os campi da universidade de Brasília.

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BIBLIOGRAFIA

BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo: Pa-

drão, 1988.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed.

Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:

Objetiva, 2009.

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