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MP-SP

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Gramática
A SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO – PARTE II

Pós-edital

Livro Eletrônico
© 07/2019

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR: Isabel Lopes

DIAGRAMADOR: Antonio Jr.

CAPA: Washington Nunes Chaves

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autorais e do editor.
BRUNO PILASTRE

Doutor em Linguística (teoria e análise grama-


tical) pela Universidade de Brasília. Atua na
área de Concursos Públicos desde 2009, prin-
cipalmente na elaboração de materiais didáti-
cos. É autor das obras “Guia Prático de Língua
Portuguesa” e “Guia de Redação Discursiva
para Concursos”, ambas editadas pela editora
Gran Cursos.
GRAMÁTICA
Sintaxe do Período Composto – Parte II
Prof. Bruno Pilastre

Orações subordinadas..................................................................................5
Introdução.................................................................................................5
Orações Subordinadas Substantivas............................................................. 12
Orações Subordinadas Adjetivas.................................................................. 19
Orações Subordinadas Adverbiais................................................................ 32
Resumo.................................................................................................... 36
Glossário.................................................................................................. 37
Referências............................................................................................... 40
Questões de Concurso................................................................................ 41
Gabarito................................................................................................... 56
Gabarito Comentado.................................................................................. 57

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ORAÇÕES SUBORDINADAS
Introdução
Chegamos à aula sobre o período composto por subordinação. Nesta aula, usa-

remos muito os conhecimentos adquiridos nas aulas sobre o período simples. Então

vamos ao direto ao ponto, certo?

Diferentemente do período simples, o período composto é formado por duas ou

mais orações. Isso significa que há dois ou mais núcleos oracionais, os quais podem

se relacionar por parataxe ou por hipotaxe. Precisamos diferenciar esses dois

modos de relação entre orações.

Na aula anterior, observamos que a coordenação envolve uma relação de pa-

rataxe: uma oração está em mesmo nível hierárquico em relação à(s) outra(s)

oração(ões). Se pensarmos as orações como denotações de eventos/estados (do

tipo João chegou, entrou e se apresentou), temos a seguinte representação da

relação entre eventos/estados denotados pelas orações coordenadas:

“chegar”, “entrar” e “se apresentar”

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A representação acima tenta mostrar visualmente o modo como uma oração

se relaciona com as outras. O professor Evanildo Bechara propõe a seguinte re-

presentação:

PARATAXE

________________ + ________________ + ________________ ...

Nela, as sublinhas representam as orações.

Com as orações subordinadas ocorre algo diferente – e é preciso ter muita aten-

ção para compreender a noção denominada hipotaxe.

Na subordinação, há um “rebaixamento” de uma oração a um nível estrutural

(da língua) inferior. Os níveis estruturais foram apresentados em nossa sexta aula

e são reformulados a seguir:

O que esses níveis representam?

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Bom, temos que ler a representação da seguinte maneira: o nível oracional é o

de maior complexidade sintática; o nível de membro de oração é de menor com-

plexidade sintática; e o nível lexical é de menor complexidade sintática em relação

ao nível de membro da oração.

Vamos ao exemplo:

1) O Antônio disse bobagem.

Na oração em (1), temos um sujeito (O Antônio) e um predicado (disse boba-

gem). Assim, bobagem é um termo da oração – na classificação tradicional, um

objeto direto. Esse objeto direto faz parte da classe morfológica dos substantivos.

Tudo bem até aqui?

Agora, vamos substituir um membro da oração (um objeto direto) por uma ora-

ção.

O resultado está em (2):

2) O Antônio disse que o chefe pediu o relatório.

bobagem

Em (2), no lugar de um substantivo (que exerce a função sintática de objeto

direto), temos uma oração: o chefe pediu o relatório. Essa oração agora exerce

a função sintática de um membro da oração. É como se a oração o chefe pediu

o relatório, mais importante, fosse rebaixada ao nível de membro de oração.

A seta ao lado dos níveis representa esse rebaixamento.

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É realmente um fenômeno complexo, mas eu sei que você compreenderá o que

estou explicando.

Em síntese, uma oração subordinada é uma oração que foi “rebaixada” para o

nível de membro da oração. Pense nos níveis hierárquicos de uma empresa ou do

Exército. Se compararmos a subordinação com o exército, seria o equivalente a di-

zer que um general passaria a exercer funções de um tenente. Ou seja, alguém de

maior nível hierárquico (general – oração) passa a exercer função de menor nível

hierárquico (tenente – membro da oração).

Na oração em (2), fica claro que a oração o chefe pediu o relatório é membro

de uma oração principal: O Antônio disse. Então a oração que seleciona (subor-

dina) a outra oração e a torna membro de oração é chamada de oração principal.

A oração que se subordina à outra, tornando-se membro de oração, é chamada de

subordinada. A forma que é um mero conectivo.

O nome desse relacionamento sintático (representado no gráfico anterior, em

que há uma pirâmide invertida e uma seta) é hipotaxe ou subordinação. Visual-

mente, a relação entre as orações não é semelhante à representação das orações

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coordenadas. A representação das orações coordenadas é “bidimensional”. A re-

presentação das orações subordinadas, diferentemente, é “tridimensional”:

A representação acima ilustra o modo como os eventos/estados denotados pela

oração principal e pela oração subordinada se relacionam. Se pensarmos na sen-

tença em (2), O Antônio disse que o chefe pediu o relatório, temos à frente o

evento “Antônio dizer”; ao fundo, temos o evento “chefe pedir relatório”.

“Professor, por que preciso visualizar essas relações?”

A resposta é simples: visualizando, a  compreensão fica mais simples. Assim,

você poderá perspectivar os eventos/estados denotados pela oração principal e

pela subordinada, facilitando a identificação do tipo de subordinada.

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Com essas noções em mente, podemos seguir com a aula, agora falando sobre

os tipos de orações subordinadas.

As orações podem desempenhar três funções sintáticas (ou seja, as orações

podem “se rebaixar” a três classes de membros de frase):

• membros que desempenham funções substantivas;

• membros que desempenham funções adjetivas; e

• membros que desempenham funções adverbiais.

Observe as frases a seguir. Para explicar as relações entre os membros de frases

e as orações, vamos usar a mesma representação dos eixos das possibilidades e

das combinações.

3)
o mar.
Eu vi
as ondas tocarem a areia da praia

EIXO DA COMBINAÇÃO

EIXO DAS POSSIBILIDADES

Na representação em (3), a oração as ondas tocarem a areia da praia de-

sempenha a mesma função do substantivo mar. É por isso que será denominada

oração subordinada substantiva. Simples, não é? Agora veja a representação

em (4):

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4)
estudiosa não se dá bem com as colegas.
A menina
que estuda muito não se dá bem com as colegas.

EIXO DA COMBINAÇÃO

EIXO DAS POSSIBILIDADES

O que há de diferente entre (3) e (4)?

A oração que estuda muito desempenha a função de um adjetivo (estudiosa).

Assim, não estamos mais diante de uma oração subordinada substantiva, mas de

uma oração subordinada adjetiva. Isso porque a oração que estuda muito exer-

ce a função de um adjetivo (estudiosa).

O mesmo princípio vale para uma oração que desempenha a função de um ad-

vérbio. Só lembrando: quando falo de “função de substantivo/adjetivo/advérbio”,

estou me referindo a membro de oração. Assim, como veremos, um substantivo

(classe morfológica) pode exercer a função de sujeito, de objeto direto, de aposto

etc. (membros de oração); um adjetivo exerce função de adjunto adnominal; um

advérbio (classe morfológica) exerce função de adjunto adverbial (membro de ora-

ção).

Vamos, agora, à classificação de cada uma das orações subordinadas. Adotarei

a seguinte metodologia de exposição:

• apresentarei as funções sintáticas que cada tipo de subordinada (substanti-

va, adjetiva e adverbial);

• identificarei o modo como a oração subordinada se conecta à principal (com

o sem conectivo);

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• abordarei as formas sintáticas que as subordinadas podem assumir (desen-

volvida ou reduzida);

• discutirei as especificidades de cada subordinada, destacando o que é mais

avaliado em processos seletivos (em especial, pela banca Cespe/Cebraspe).

Orações Subordinadas Substantivas

Para falar sobre as orações subordinadas substantivas, adotarei os ensinamen-

tos de Kury e Hauy. Também seguirei a Nomenclatura Gramatical Brasileira, que

lista esses tipos de subordinada substantiva:

• subjetiva;

• objetiva direta;

• objetiva indireta;

• completiva nominal;

• predicativa;

• apositiva.

Cada uma dessas orações exerce a função sintática de um membro de oração

nucleado por substantivo. A relação entre a função sintática e a oração subordinada

substantiva é a seguinte:

Função sintática Oração subordinada substantiva


Sujeito Subjetiva
Objeto direto Objetiva direta
Objeto indireto Objetiva indireta
Complemento nominal Completiva nominal
Predicativo Predicativa
Aposto Apositiva

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Sabemos que uma subordinada se relaciona com uma oração principal. Nessa

relação, a subordinada pode ser introduzida por uma conjunção (que ou se, de-

nominadas integrantes), a qual não exerce função sintática na oração. Vamos à

sequência de orações subordinadas substantivas (destacadas).

Oração Subordinada Substantiva SUBJETIVA

“É claro que não tenho medo.”

[desenvolvida com conectivo]

“Quem canta seus males espanta.”

[desenvolvida sem conectivo]

“Não me agrada lembrar do passado.”

[reduzida de infinitivo]

Nas subordinadas substantivas subjetivas, a oração subordinada tipicamente

ocorre após o verbo. Na frase acima, a ordem canônica seria “Que não tenho

medo é claro” – e o termo em negrito é sujeito do verbo ser.

Além da conjunção integrante que, o se pode figurar nesse contexto de conjun-

ção integrante de subordinada substantiva subjetiva.

Os seguintes verbos habitualmente têm por sujeito uma oração subordinada:

convir, cumprir, importar, urgir, ocorrer, acontecer, suceder, parecer, constar, admi-

rar, espantar.

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As seguintes expressões também podem ter por sujeito uma oração subordinada:

sabe-se, soube-se, conta-se, diz-se, é sabido, foi anunciado, estava decidido, ficou

provado; é bom, é conveniente, é claro, ficou claro, parece certo.

Oração Subordinada Substantiva OBJETIVA DIRETA

“Que ela andou por aqui, tudo proclama.”

[desenvolvida com conectivo]

“Não sejam indiscretos; não perguntem quando foi isso.”

[desenvolvida sem conectivo]

“Ele fingia prestar atenção.”

[reduzida de infinitivo]

Para identificar se a oração é substantiva OBJETIVA DIRETA, sugiro usar a ex-

pressão de identificação do objeto direto “quem [verbo], [verbo] algo”. Por exem-

plo: quem proclama, proclama algo. O algo é o objeto direto.

Oração Subordinada Substantiva OBJETIVA INDIRETA

“Lembrou-se de que a classe estava atrasada.”

[desenvolvida com conectivo]

“Obedece a quantos te são superiores.”

[desenvolvida sem conectivo]

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“Anuiu a libertarem os presos.”

[reduzida de infinitivo]

Veja que, diferentemente da objetiva direta, na subordinada substantiva objeti-

va indireta ocorre a preposição.

Oração Subordinada Substantiva COMPLETIVA NOMINAL

“Tenho a sensação de que me furam os tímpanos.”

[desenvolvida com conectivo]

“Tinha remorso de quanto fizera.”

[desenvolvida sem conectivo]

“Fora desrespeitada a recomendação de se preservar a pessoa do réu.”

[reduzida de infinitivo]

Nessas subordinadas substantivas completivas nominais, duas características

devem ser lembradas: primeiramente, a subordinada completiva nominal relacio-

na-se com um nome (sensação; remorso); em segundo lugar, entre o nome e

essa subordinada SEMPRE HÁ preposição (exigida pelo nome). Isso não acontece,

por exemplo, com a subordinada adjetiva.

Oração Subordinada Substantiva PREDICATIVA

“A conclusão que tiro é que a vida e a morte são heterogêneas.”

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[desenvolvida com conectivo]

“Quem mais reclama é quem menos sabe.”

[desenvolvida sem conectivo]

“Sua resposta foi compelir-me fortemente” a olhar para baixo.

[reduzida de infinitivo]

Oração Subordinada Substantiva APOSITIVA

“Não é impossível que descobrisse a verdade, a saber: que estava ali o pai da crian-

ça.”

[desenvolvida com conectivo]

“Ela me disse apenas isto: não me aborreça.”

[desenvolvida sem conectivo]

“Uma coisa me assombrava: terem eles mentido.”

[reduzida de infinitivo]

Propriedades gerais observadas nas substantivas:

• vimos que a forma nominal reduzida típica das subordinadas substantivas é o

infinitivo. Isso porque o infinitivo é a forma nominal do verbo equivalente ao

substantivo;

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• para reconhecer as subordinadas substantivas, um recurso de substituição

pode ser utilizado: as subordinadas substantivas (menos a apositiva) podem

ser substituídas por um dos pronomes isto, isso, aquilo, este, esse, aque-

le, todos;

• a conjunção integrante que NÃO pode ser permutada pelas formas de prono-

me relativo (o qual, a qual, os quais, as quais). Essa é outra estratégia para

diferenciar as subordinadas substantivas das subordinadas adjetivas.

Questão 1    (CESPE/PC-PE/SUPERIOR/2016)

1 O crime organizado não é um fenômeno recente.

Encontramos indícios dele nos grandes grupos contrabandistas

do antigo regime na Europa, nas atividades dos piratas e

4 corsários e nas grandes redes de receptação da Inglaterra do

século XVIII. A diferença dos nossos dias é que as

organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais

7 profissionais.

Um erro na análise do fenômeno é a suposição de que

tudo é crime organizado. Mesmo quando se trata de uma

10 pequena apreensão de crack em um local remoto, alguns

órgãos da imprensa falam em crime organizado. Em muitos

casos, o varejo do tráfico é um dos crimes mais desorganizados

13 que existe. É praticado por um usuário que compra de alguém

umas poucas pedras de crack e fuma a metade. Ele não tem

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chefe, parceiros, nem capital de giro. Possui apenas a

16 necessidade de suprir o vício. No outro extremo, fica o grande

traficante, muitas vezes um indivíduo que nem mesmo vê a

droga. Só utiliza seu dinheiro para financiar o tráfico ou seus

19 contatos para facilitar as transações. A organização criminosa

envolvida com o tráfico de drogas fica, na maior parte das

vezes, entre esses dois extremos. É constituída de pequenos e

22 médios traficantes e uns poucos traficantes de grande porte.

Nas outras atividades criminosas, a situação é a

mesma. O crime pode ser praticado por um indivíduo, uma

25 quadrilha ou uma organização. Portanto, não é a modalidade do

crime que identifica a existência de crime organizado.

No texto, funciona como complemento nominal a oração:

a) “que identifica a existência de crime organizado” (l. 26).

b) “que as organizações criminosas se tornaram mais precisas, mais profissionais”

(l. 5 a 7).

c) “de que tudo é crime organizado” (l. 8 e 9).

d) “para facilitar as transações” (l. 19).

e) “que compra de alguém umas poucas pedras de crack” (l. 13 e 14).

Letra c.

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Em grande parte das questões sobre as subordinadas substantivas, a banca exige

que você domine a classificação do tipo de subordinada (se subjetiva, objetiva di-

reta, apositiva etc.). Outra possibilidade é a banca exigir a sua capacidade de dife-

renciar a subordinada substantiva de uma subordinada adjetiva.

Na questão acima, a banca pede o reconhecimento de uma completiva nominal.

Como vimos, para ser completiva nominal, a subordinada deve estar relacionada

a um nome. Esse nome deve exigir um complemento preposicionado. Além disso,

a subordinada completiva nominal, por ser substantiva, pode ser substituída por

uma forma pronominal (como isso, este etc.).

As opções “a”, “b” e “e” podem ser descartadas pelo fato de não serem introduzi-

das por preposição. A oração presente na opção em “d” não se relaciona com um

nome, mas com um núcleo verbal (utilizar). Resta, então a opção em “c”, a qual é

uma oração subordinada substantiva que se relaciona (complementa) com o nome

suposição. O nome suposição exige a preposição de, a qual introduz a subordinada.

Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são aquelas que desempenham a função

sintática de adjuntos adnominais. Assim, são orações que se relacionam com

substantivos e pronomes. Para perceber o modo como essa oração se relaciona

a substantivos (e pronomes), vamos analisar a seguinte chamada de notícia (Rede

CBN, 15 de junho de 2018):

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Você consegue identificar as orações subordinadas?

Vou ajudar: primeiramente, temos que encontrar os núcleos oracionais de cada

período. Vou destacá-los em negrito:

1º período:

STF pode julgar ação que questiona proibição às piadas na eleição.

2º período:

A Abert alega que isso é censura prévia.

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3º período:

O Congresso, que aprovou a lei, alega que é apenas uma regulação para ga-

rantir o equilíbrio da disputa pelo voto.

Beleza, tudo certo até agora. Já que estudamos as subordinadas substantivas,

podemos identificar uma oração subordinada substantiva objetiva direta no

2º período, pois “que isso é censura prévia” é complemento direto do verbo ale-

ga (podemos trocar toda a oração subordinada pelo pronome isso). Nesse caso,

a oração subordinada substantiva relaciona-se com um verbo.

Agora eu quero analisar mais detalhadamente as duas outras orações introdu-

zidas pela forma “que”.1 Destacarei a forma QUE em maiúscula.

STF pode julgar ação QUE questiona proibição às piadas na eleição

O Congresso, QUE aprovou a lei, alega que é apenas uma regulação

A diferença importante dessas duas orações subordinadas (QUE questiona proi-

bição às piadas na eleição e QUE aprovou a lei) é que, diferentemente da subordi-

nada substantiva analisada anteriormente (que isso é censura prévia, relacionada

ao verbo alega), essas duas subordinadas relacionam-se com SUBSTANTIVOS:

STF pode julgar ação [QUE questiona proibição às piadas na eleição]

1
Vou desconsiderar a última oração, para garantir o equilíbrio da disputa pelo voto, porque ela não nos inte-
ressa neste momento da aula.

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O Congresso, [QUE aprovou a lei],

Então temos o seguinte até agora: as orações subordinadas substantivas de-

sempenham função de membros de frase com núcleos substantivos (sujeito, objeto

direto, objeto indireto etc.). Com isso, as orações subordinadas substantivas não

estarão relacionadas com substantivos/pronomes (porque já possuem natureza

substantiva!).

Mostrei, agora há pouco, que as orações [QUE questiona proibição às piadas

na eleição] e [QUE aprovou a lei] relacionam-se com substantivos. É por isso que,

à semelhança dos adjetivos (que se relacionam com substantivos), as orações des-

tacadas em vermelho são chamadas de orações subordinadas adjetivas.

O nome da forma “que” nessas orações é pronome relativo. A razão é sim-

ples: esse pronome retoma (é relativo a) o substantivo modificado pela oração

subordinada adjetiva. Se perguntarmos ao verbo da subordinada “quem é quê?”,

teremos como resposta a mesma entidade designada pelo substantivo modificado

pela oração subordinada:

• quem é que questiona a proibição às piadas na eleição? A AÇÃO.

• quem é que aprovou a lei? O CONGRESSO

Esse pronome relativo, como vemos, exerce uma função sintática na oração su-

bordinada adjetiva. Nas orações que estamos analisando, cada pronome relativo é

sujeito da oração subordinada.

QUE questiona

Sujeito Predicado

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QUE aprovou

Sujeito Predicado

Uma propriedade lexical dos pronomes relativos é a possibilidade de serem

substituídos pelas formas o qual, a qual, os quais e as quais. Veja que, nessas

formas pronominais, há a especificação de gênero e número:

• o qual: masculino singular;

• a qual: feminino singular;

• os quais: masculino plural;

• as quais: feminino plural.

O que determina esses traços de gênero e número?

Ora, é simples: o substantivo ao qual o pronome se refere (é relativo a). Ima-

gine as variações das construções que estamos analisando:

O Congresso, [O QUAL aprovou a lei]

O QUAL é masculino singular, como o substantivo O Congresso.

A juíza, [A QUAL aplicou a lei]

A QUAL é feminino singular, como o substantivo A juíza.

E assim por diante...

Bom, até agora temos as seguintes informações: as orações subordinadas ad-

jetivas relacionam-se com substantivos/pronomes; as formas “que” são pronomes

relativos e podem manifestar os traços de gênero (masculino e feminino) e de

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número (singular e plural) do substantivo a que se referem (são relativos a); essa

forma “que”, um pronome relativo, exerce função sintática na oração subordinada.

As diferenças entre as orações subordinadas substantivas e as orações subordi-

nadas adjetivas vistas por nós são estas:

Oração subordinada substantiva Oração subordinada adjetiva


Exercem função de elemento substan-
Exercem função de elemento adjetivo.
tivo.
A forma “que”, quando presente, é sim- A forma “que” é pronome relativo (ao
ples conector (conjunção integrante), substantivo a que se refere) e exerce
não exercendo função sintática). função sintática na oração subordinada.
Forma “que”, pronome relativo, pode
Forma “que” não pode ser substituída ser substituída por forma equivalente,
por formas variantes. a qual manifestará os traços de gênero e
número.

Ainda temos o que falar sobre as orações subordinadas adjetivas. Vamos conti-

nuar com a atenção, certo?

Você se lembra do fato de que os pronomes relativos presentes nas orações

subordinadas adjetivas desempenham funções sintáticas. Além da função de sujei-

to, como nas frases analisadas até aqui, o pronome relativo pode desempenhar a

função de complemento direto ou de complemento indireto do verbo. Observe as

orações a seguir:

a) A menina de que eu gosto não veio para a aula.

b) O filme a que assisti é excelente.

Vamos separar as orações: a destacada em negrito é a subordinada adjetiva.

a) A menina [de que gosto] não veio para a aula.

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b) O filme [a que assisti] é excelente.

Se observarmos, é possível identificar a oração principal (a) como “A menina não

veio para a aula” e (b) como “O filme é excelente”. A oração subordinada adjetiva

modifica, respectivamente, menina e filme. Tudo bem até aqui? Espero que sim.

Agora temos que olhar a oração subordinada. Primeiramente, vemos que o nú-

cleo verbal é gosto e assisti.

Vamos perguntar:

Quem é que gosta de?

Quem é que assiste a?

A resposta é o sujeito da subordinada, não é?

Bom, esse sujeito é de primeira pessoa do singular: eu. Assim, os pronomes

relativos “de que” e “a que” não podem ser sujeitos.2 Então surge a pergunta: qual

é a função sintática desempenhada pelos pronomes relativos “de que” e “a que”?

A resposta é simples: são complementos verbais. Se colocarmos a subordinada

adjetiva em ordem direta, teremos o seguinte:

• (Eu) gosto de que

• (Eu) assisti a que

Como os pronomes são relativos ao substantivo que modificam, temos algo como:

• (Eu) gosto de a menina (da menina).

• (Eu) assisti a o filme (ao filme).

2
Considerando também o fato adicional de estarem preposicionadas, o que impossibilita serem sujeito de
qualquer oração.

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A dificuldade de análise aqui é a seguinte: na oração “A menina [de que gosto]

não veio para a aula”, a subordinada está dentro de uma oração (dificuldade 1).

Em seguida, temos que perceber que essa oração subordinada é adjetiva (modifica

o substantivo a menina) (dificuldade 2). Depois, é  preciso ver que o sujeito do

verbo gostar, núcleo da oração subordinada adjetiva, tem como sujeito a primeira

pessoa do singular (eu). Por fim, é necessário identificar que o pronome relativo de

que é objeto indireto do verbo gostar (dificuldade 3).

Essa terceira dificuldade é gerada porque o complemento indireto está antes

do verbo. Há, então, um movimento do pronome relativo (e da preposição):

• (eu) gosto de que [ordem canônica: Suj. Verbo Obj.]

• de que eu gosto [ordem da subordinada adjetiva: Obj. Suj. Verbo]

Com isso vemos o porquê de a análise dessa construção ser mais complexa.

É preciso realizar uma série de raciocínios, separando parte por parte os membros

da oração.

É importante destacar que o pronome relativo deslocado leva consigo o prono-

me exigido pelo verbo. As bancas examinadoras avaliam muito a sua capacidade

de identificar se o pronome relativo deslocado (complemento do verbo) é regido ou

não por preposição. Por isso, é importante conhecer as regências dos verbos mais

recorrentes (conferir aula 11).

Vamos fazer outra transição agora. Passando dessas formas de pronome relativo

e de suas características sintáticas, chegamos à caracterização do pronome cujo.

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Sintaticamente, o pronome relativo cujo relaciona dois substantivos. Nessa re-

lação, temos um substantivo antecedente e outro substantivo, o consequente.

a) A mulher cuja beleza todos admiram chegou.

b) A árvore cujos frutos são ricos em vitamina C é cultivada no Nordeste.

Qual é a relação semântica estabelecida entre mulher e beleza? Você consegue

traduzir a ideia, não é?

Basicamente, a mulher é possuidora da beleza. O mesmo vale para (b), em

que a árvore é possuidora de frutos. A noção semântica vinculada pela forma pro-

nominal cujo é, então, de posse: o substantivo X possui as propriedades designa-

das pelo substantivo Y.

Morfossintaticamente, o pronome cujo flexiona-se em gênero e número, con-

cordando com o termo substantivo consequente:

− cuja beleza [feminino singular, concordando com beleza];

− cujas qualidades [feminino plural, concordando com qualidades];

− cujo dom [masculino singular, concordando com dom];

− cujos frutos [masculino plural, concordando com frutos].

Outra propriedade morfossintática do pronome cujo é a impossibilidade de se

inserir um artigo entre o pronome e o substantivo consequente:

− cuja a beleza [inadequado segundo a gramática normativa];

− cujas as qualidades [inadequado segundo a gramática normativa];

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− cujo o dom [inadequado segundo a gramática normativa];

− cujos os frutos [inadequado segundo a gramática normativa].

O pronome cujo pode ser substituído pelas formas de que, de quem, do qual,

da qual, dos quais, das quais.

Por fim, o pronome cujo é classificado como um adjunto adnominal do substan-

tivo consequente (por isso deve haver a concordância com o termo que o segue,

isto é, o substantivo consequente).

Chegamos ao último tópico sobre as orações subordinadas adjetivas. Vou reto-

mar alguns primeiros períodos analisados anteriormente:

a) STF pode julgar ação que questiona proibição às piadas na eleição.

b) O Congresso, que aprovou a lei, alega que [...]

O contraste entre (a) e (b) acima mostra que as orações subordinadas adjetivas

podem ou não ser separadas por vírgulas. Em (a), não há vírgula entre a subordi-

nada adjetiva que questiona proibição e o substantivo ação. Em (b), diferente-

mente, há uma vírgula isolando a subordinada adjetiva que aprovou a lei.

Qual é a diferença de interpretação?

A sua intuição é capaz de captar essa diferença, mas ela precisa ficar mais clara,

mais explícita. Vamos tentar “traduzir” as interpretações de (a) e de (b).

Em (a), a oração subordinada adjetiva delimita o sentido do substantivo ação.

Assim, o STF não julgará qualquer ação, mas aquela ação específica, a que ques-

tiona proibição às piadas na eleição. Essa delimitação ocorre porque sabemos que

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existem diversos tipos de ações (penais, cíveis etc.). A imagem desse tipo de deli-

mitação é a seguinte:

Delimitação de um substantivo por oração subordinada adjetiva.

Podemos ler a representação acima da seguinte maneira: do universo de ações

existentes no âmbito do Direito, faço referência (delimito) a uma ação específica,

a que questiona proibição às piadas na eleição. A tradição gramatical chama esse

tipo de relação de “restritiva”. Com isso, a oração subordinada adjetiva que esta-

mos analisando é restritiva, uma vez que restringe, de um universo mais amplo,

os representantes específicos daquele universo. As orações subordinadas restriti-

vas não são isoladas por vírgula. Outro ponto importante sobre essa subordi-

nada adjetiva restritiva: a sua retirada compromete a compreensão do enunciado.

Agora, se lermos novamente a frase em (b), “O Congresso, que aprovou a lei,

alega que”, vemos que não se trata do mesmo tipo de noção. A ideia agora é de que

a oração subordinada adjetiva acrescenta uma informação ao substantivo. Essa

informação acrescida possui diferentes matizes de significado: explica, esclarece,

ratifica, retifica. Nesse tipo de oração subordinada adjetiva, não temos mais a

noção de delimitação. Agora a informação acrescida é direcionada a uma entidade

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tomada como um todo. Desse modo, o Congresso é uma unidade, e a essa unidade

eu atribuo uma informação: a de que ele aprovou a lei.

Devemos ler a representação acima da seguinte maneira: existe uma entidade X,

e a essa entidade X atribui-se uma informação. Essa relação é denominada pela

tradição gramatical de explicativa. Assim, a oração subordinada adjetiva em “O

Congresso, que aprovou a lei, alega que” é denominada explicativa. Diferente-

mente das adjetivas restritivas, as orações subordinadas adjetivas explicativas são

isoladas por vírgula(s). Além disso, a informação presente na subordinada ad-

jetiva explicativa podem ser retiradas sem haver prejuízo para a compreensão do

enunciado.

Para encerrar, faça o exercício de comparar as duas orações subordinadas ad-

jetivas a seguir.

Qual é restritiva?

Qual é explicativa?

Você consegue “visualizar” as noções semânticas estabelecidas entre a subor-

dinada adjetiva e o substantivo a que se refere?

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a) Os professores, que sempre aderem à greve, tiveram o ponto cortado.

b) Os professores que sempre aderem à greve tiveram o ponto cortado.

E em concursos, como isso é cobrado? A questão a seguir ilustra bem a forma

de avaliação: você precisa saber diferenciar a subordinada adjetiva restritiva da

explicativa. Esse tipo de questão é recorrente – por isso, fique atento(a)!

Questão 2    (CESPE/TCE-PA/SUPERIOR/2016)

20| É por meio dessas audiências que o responsável pela

21| decisão tem acesso às diversas opiniões sobre a matéria

22| debatida e abre a oportunidade para as pessoas que irão sofrer

23| os reflexos da deliberação se manifestarem antes de seu desfecho.

A oração “que irão sofrer os reflexos da deliberação” (l. 22 e 23) é indispensável ao

sentido do período, pois delimita a referência de “pessoas” (l. 22).

Certo.

Olha aí: a banca usou a noção de delimitação. Essa noção, como eu disse, traduz a

ideia de que, dentre o grupo geral de pessoas, há algumas que sofrerão os reflexos

da deliberação. Portanto, estamos diante de uma oração subordinada adjetiva res-

tritiva. Essa oração relaciona-se com o nome pessoas e não é separada por vírgu-

la. Observe que a banca nota uma outra característica das subordinadas adjetivas

restritivas: essa oração é importante para o sentido global do período, o qual exige

que o termo pessoas seja delimitado (especificado).

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Encerramos a discussão sobre as orações subordinadas adjetivas. Agora pode-

mos estudar as orações subordinadas adverbiais.

Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas expressam circunstâncias diversas, as quais podem

ser detalhadas pela leitura do glossário. Cada circunstância expressa é veiculada

pela relação

ORAÇÃO PRINCIPAL - CONJUNÇÃO/LOCUÇÃO - ORAÇÃO SUBORDINADA

As conjunções que introduzem as subordinadas adverbiais são as seguintes

(com os exemplos):

Circunstância Conjunções/locuções Exemplo


expressa
CAUSAL porque Já que está calor, vestirei uma roupa
como mais leve.
desde que
já que
porquanto que
uma vez que
visto como
visto que
COMPARATIVA mais --- que É menos arriscado investir em CDB
menos --- do que do que investir na Bolsa de Valores.
tal <---> qual
tão --- como
tanto --- quanto

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CONCESSIVA embora Embora ele corra algum risco, con-


ainda que cordo que o investimento possa dar
mesmo que retorno.
por mais que
se bem que
posto que
conquanto
CONDICIONAL se Se o Brasil for campeão da Copa,
salvo se poderemos comemorar o Hexa!
exceto se
caso
contanto que
desde que
se bem que
CONFORMATIVA como Conforme os ensinamentos do nutri-
conforme cionista, não posso comer açúcar
consoante branco.
segundo
FINAL a fim de que Todos trabalharam arduamente para
para que que o evento desse certo.
que (= para que)
CONSECUTIVA tal --- que Os atletas treinaram tanto que fica-
tanto --- que ram exaustos.
tamanho --- que
tão --- que

PROPORCIONAL à medida que À medida que treinava, o chute do


à proporção que jogador ficava mais preciso.
ao passo que
TEMPORAL quando Quando eu me lembro do acidente,
enquanto fico ansioso.
assim que
logo que
até que
mal

As subordinadas adverbiais podem ocorrer na forma reduzida (forma nominal

do verbo):

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SUBORDINADA Forma Exemplo


ADVERBIAL nominal
CAUSAL de infinitivo De tanto pedir, eu entrarei na posse do objeto
sonhado.
de gerúndio
Não sendo meu costume dissimular ou escolher
nada, contarei nesta página o caso do muro.
CONCESSIVA de infinitivo Sem o querer, associou o trio à imagem das
bancas examinadoras.
de gerúndio
Mesmo estando doente, saiu para a festa.
de particípio
Mesmo afastado do trabalho, insistia em enviar
os relatórios.
CONDICIONAL de infinitivo Na hipótese de ser feriado no jogo da Copa,
o professor cancelou a próxima aula.
de gerúndio
Responsabilizando qualquer deles, meu pai me
de particípio esqueceria.

Executada, esta infâmia não surtiria efeito


em mim.
FINAL de infinitivo A sua resposta foi compelir-me fortemente a
olhar para baixo.
CONSECUTIVA de infinitivo Fazia um frio de tremer os queixos.
TEMPORAL de infinitivo Ao chegar em casa, foi logo beijar os filhos.

de gerúndio Entrando em casa, foi logo beijar os filhos.

de particípio Cumprida a tarefa, Rafael foi logo arrumando as


coisas para partir.

Questão 3    (CESPE/TRE-PE/MÉDIO/2016)

A ética e a cidadania não se desvinculam da questão

dos princípios da ação do Estado e da moralidade

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28| administrativa, uma vez que, por mais alargados que pareçam

os direitos e as esferas individuais – as quais parecem ser

extremamente flexíveis nos atuais contextos –, urge que sejam

31| regulamentadas as vinculações estreitas que existem entre

esferas individuais e esferas coletivas, pressupondo-se, assim,

níveis de avanço no campo do progresso moral da sociedade.

No texto, a locução “uma vez que” (l. 28) introduz no período em que ocorre uma

ideia de causa.

Certo.

Observe que a banca não utiliza nomenclatura (por exemplo: “é classificada como

oração subordinada adverbial causal”). A oração subordinada adverbial é “uma vez

que urge que sejam regulamentadas [...]”. Essa oração subordinada é a causa do

evento denotado na oração principal (“A ética e a cidadania não se desvinculam da

questão dos princípios da ação do Estado e da moralidade administrativa”).

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RESUMO

TIPO DE SUBORDINADA CARACTERÍSTICAS

subjetiva Exercem função sintática de termo substantivo.


objetiva direta Podem ser substituídas por um dos pronomes isto, isso, aquilo, este, esse, aquele, todos.
A conjunção integrante (que ou se) não pode ser substituída pelas formas de pronome relativo (o
SUBSTAN- indireta
qual, a qual, os quais, as quais).
TIVA: completiva nominal
predicativa
apositiva É introduzida por dois-pontos.

Relaciona-se com um substantivo; ocorre a presença de um pronome relativo, o qual desempenha


restritiva função sintática na oração subordinada; não é isolada por vírgula; semanticamente, especifica enti-
dades que fazem parte de um grupo mais amplo.

ADJETIVA: Relaciona-se com um substantivo; ocorre a presença de um pronome relativo, o qual desempenha
função sintática na oração subordinada; é isolada por vírgula; semanticamente, acrescenta uma
explicativa informação ao substantivo (e a entidade denotada pelo substantivo é tomada como um todo).

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GLOSSÁRIO
Adjetiva (oração subordinada): oração introduzida por um pronome rela-

tivo, exercendo, em relação ao seu antecedente, a função de adjunto adnominal.

Adverbial (oração subordinada): oração introduzida por diversas conjun-

ções subordinativas, desempenhando a função de adjuntos adverbiais.

Causal (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada exprimin-

do uma relação de causa, isto é, explicitando que o que se diz na oração subordi-

nada é causa ou motivo para o que se diz na oração principal (por exemplo: como,

pois, porque, visto que etc.).

Comparativa (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada com

o papel de segundo membro de uma comparação, de um cotejo (por exemplo: as-

sim como, como, do que, que etc.).

Concessiva (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada que

exprime uma oposição ao que é dito na oração principal, não sendo capaz, porém,

de anular ou impedir o fato mencionado (por exemplo: ainda que, embora, mesmo

que etc.).

Conclusiva (conjunção): conjunção coordenativa que serve para ligar à ante-

rior uma oração que denota uma conclusão, uma consequência ou uma ilação (por

exemplo: assim, logo, pois, portanto etc.).

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Condicional (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada con-

tendo uma hipótese ou uma condição necessária para que se cumpra a asserção da

oração principal (por exemplo: a menos que, a não ser que, caso, desde que etc.).

Conformativa (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada na

qual está expressa uma ideia de acordo, conforme com a asserção da oração prin-

cipal (por exemplo: como, conforme, consoante, segundo etc.).

Consecutiva: conjunção que inicia uma oração subordinada cujo conteúdo é

consequência da asserção da oração principal (por exemplo: de maneira que, de

modo que, que etc.).

Final (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada que expri-

me a finalidade daquilo afirmado pela oração principal (por exemplo: a fim de que,

para que etc.).

Hipotaxe: relação sintática em que existe dependência ou subordinação de uma

palavra ou de uma oração a outra palavra da frase ou a outra oração do período.

Integrante (conjunção): conjunção iniciadora de oração subordinada que de-

sempenha função sintática de sujeito, objeto direto ou indireto, predicativo, com-

plemento nominal, ou aposto de outra oração (são elas: que, se).

Proporcional (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada que

se refere a um fato ocorrido ou a ocorrer concomitantemente com o fato da oração

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principal (por exemplo: à medida que, à proporção que, enquanto, quanto mais...

mais etc.).

Relativo (pronome): pronome que se refere a um nome antecedente, introdu-

zindo uma oração adjetiva, por exemplo: o livro que compramos agradou a Pedro;

este é o homem cujo filho venceu a corrida.

Subordinação: processo sintático que consiste numa relação de dependência

entre unidades linguísticas com funções diferentes, formando sintagmas.

Subordinativa (conjunção): conjunção que introduz uma oração subordina-

da, ligando-a à sua oração principal, na formação de um período composto por

subordinação; as conjunções subordinativas classificam-se em causais, compara-

tivas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, integrantes,

proporcionais e temporais.

Substantiva (oração subordinada): oração geralmente introduzida por con-

junção integrante e que, como o substantivo, pode exercer função de sujeito, ob-

jeto direto ou indireto, predicativo etc.

Temporal (conjunção): conjunção que inicia uma oração subordinada que ex-

pressa uma circunstância de tempo (por exemplo: antes que, ao tempo que, assim

que, depois que, desde que, logo que, mal, quando etc.).

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REFERÊNCIAS
BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo, SP: Pa-

drão, 1988.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed.

Rio de Janeiro: Lexicon, 2008.

HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo:

Editora Objetiva. 2009.

HAUY, A. Gramática da língua portuguesa padrão. São Paulo: Editora da Uni-

versidade de São Paulo, 2014.

KURY, A. Lições de análise sintática: Teoria e prática. 5. ed. Rio de janeiro: Fun-

do de Cultura, 1970.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (CESPE/PC-PE/SUPERIOR/2016)

Por outro lado, os progressos da ciência médica têm

16| tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido

com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à

separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em

19| vivos exige que sua retirada seja feita em condições de

aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse

procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o

22| momento da morte. É importante, pois, que o médico

estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior

precisão possível.

25| Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo

e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se

tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das

28| conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo,

pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo,

isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses

31| ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica,

é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução

do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da

34| conceituação do momento da morte.

No texto, a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento

útil” (l. 19 e 20) exerce a função de

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a) sujeito.

b) adjunto adnominal.

c) predicativo do sujeito.

d) predicativo do objeto.

e) objeto direto.

Questão 2    (CESPE/TCE-SC/SUPERIOR/2016)

7| Entende-se que a integridade pública representa o

8| estado ou condição de um órgão ou entidade pública [...]

O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (l. 7) é indeterminado.

Questão 3    (CESPE/TJDFT/MÉDIO/2015)

15| Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se

16| dar tanto de forma omissa, pela ausência de cuidados

17| necessários ao desenvolvimento [...]

Em “Importa destacar” (l. 15), a oração “destacar” exerce função de sujeito.

Questão 4    (CESPE/TJDFT/MÉDIO/2015)

6|Desligue as luzes nos ambientes onde é possível

7| usar a iluminação natural.

A oração “usar a iluminação natural” (l. 7) exerce a função de complemento do

adjetivo “possível” (l. 6).

Questão 5    (CESPE/TJDFT/ANALISTA/2015)

11| No cenário de exclusão e violência, é preciso

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12| radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça. Para

13| tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há

14|consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de

15| acessar o Judiciário.

A oração “radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça” (l. 12) e o termo

“consenso” (l. 14) exercem a mesma função sintática nos períodos em que ocor-

rem.

Questão 6    (CESPE/TCE-RN/ASSESSOR DE INFORMÁTICA/2015)

6| Após análise das faturas de um dos contratos,

7| constatou-se que os consultores apresentaram regime de

8| trabalho incompatível com a realidade.

A oração “que os consultores apresentaram regime de trabalho incompatível com

a realidade” (l. 7 e 8) funciona como complemento da forma verbal “constatou-se”

(l. 7).

Questão 7    (CESPE/STF/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013)

2| As pessoas mudam de cheiro

3| com a idade, assim como mudam de pele e de voz, e quando

4| você fala da infância, é possível que associe a figura do seu pai

5| com a figura do seu pai como é hoje.

No trecho “é possível que associe a figura do seu pai com a figura do seu pai como

é hoje” (l. 4-5), o conectivo “que” inicia oração que complementa o sentido do ad-

jetivo “possível”.

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Questão 8    (CESPE/MS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010)

7| Tal preocupação nos leva à angústia diante da torrente

de informações sobre o que já está acontecendo com o planeta:

o desaparecimento de florestas, a constatação de que a

10| expressão gelo eterno não tem mais razão de ser, o aumento da

temperatura global e os inexplicáveis fenômenos climáticos,

que podem por em risco regiões e cidades costeiras e países que

13| são ilhas – estes, os mais ameaçados, e que acabam de fazer

pungente apelo por um acordo consistente em Copenhague.

A vírgula logo após “florestas” (l. 9) isola uma expressão apositiva subsequente.

Questão 9    (CESPE/TRE-PA/ANALISTA/2007)

1| A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos TREs depende, entre outros

fatores, também da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta

que os

4| candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República rece-

bem diplomas assinados pelo presidente do TSE, os demais ministros, pelo procu-

rador-geral eleitoral.

7| Os eleitos aos demais cargos – governador, senador, deputados federais, esta-

duais e distritais, assim como os respectivos vices e suplentes – recebem diplomas

assinados

10| pelo presidente do respectivo TRE.

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A oração “que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da

República recebem diplomas assinados pelo presidente do TSE” (l. 3-6) exerce a

função de sujeito de “Consta” (l. 3).

(CESPE/PC-GO/SUPERIOR/2016) Leia o texto abaixo para responder às questões

de 10 a 12.

15| Além disso, há uma questão

16| relacionada à possibilidade do estado de dependência do crime:

17| a probabilidade de se cometerem crimes no presente está

18| relacionada à quantidade de crimes que já se cometeram.

Questão 10    A oração “que já se cometeram” (l. 18) equivale, sintática e semanti-

camente, a “que foi cometida”.

Questão 11    A oração “que já se cometeram” (l. 18) explica o termo “crimes”.

Questão 12    A oração “que já se cometeram” (l. 18) restringe o sentido do termo

“crimes”.

Questão 13    (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2015)

12| De acordo com a Organização para Cooperação e

13| Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do

14| que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos

15| que, em última análise, influenciam os resultados da

16| administração, e não apenas seus processos.

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Seria mantido o sentido restritivo da oração iniciada pelo pronome “que” (l. 15) se

fosse inserida uma vírgula imediatamente após a palavra “positivos” (l. 14).

Questão 14    (CESPE/TJDFT/TÉCNICO/2015)

1| Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos

2| familiares e da violência doméstica assistem a situações de

3| violência extrema [...]

Na linha 1, o “que” é um elemento expletivo, empregado apenas para dar realce a

“Os juízes”.

Questão 15    (CESPE/TELEBRAS/ASSISTENTE/2015)

1| Com a construção do primeiro satélite geoestacionário

brasileiro, a segurança do tráfego de dados importantes no país

poderá aumentar, uma vez que eles passarão a ser

4| criptografados. Segundo o presidente da TELEBRAS, um dos

objetivos do desenvolvimento do satélite será a proteção às

redes que transmitem informações sensíveis do governo

7| federal. Por isso a TELEBRAS vai “trabalhar com algoritmos

e criptografia próprios, desenvolvidos pelo governo, de

maneira que os dados sensíveis que vão transitar no nosso

10| satélite serão praticamente invioláveis”.

A expansão da Internet de banda larga popular em

mais de dois mil municípios brasileiros que ainda não são

13| atendidos por via terrestre é mais um dos objetivos da

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construção do novo satélite. Outra área importante a ser

atendida é a militar, que atualmente usa satélites estrangeiros

16| para realizar suas operações.

Para o presidente da TELEBRAS, o fato de o país não

ter um satélite próprio faz que o governo não tenha controle do

19| equipamento. Ele considera “recorde” o tempo desde o início

da concepção do projeto, em 2011, até hoje.

O elemento ‘que’, em ‘que vão transitar’ (l. 9) e em “que atualmente usa satélites

estrangeiros” (l. 15), introduz uma oração de natureza restritiva e uma de caráter

explicativo, respectivamente.

Questão 16    (CESPE/STJ/TÉCNICO/2015)

1| Consta do preâmbulo da Constituição Federal que a

justiça é um dos valores supremos da sociedade, tal qual a

harmonia social e a liberdade. Nos demais artigos da Carta

4| Magna, esse termo costuma vir associado à ideia de justiça

social. Assim, o primeiro inciso do artigo terceiro da

Constituição estabelece que a construção de uma sociedade que

7| seja justa é um objetivo fundamental da República Federativa

do Brasil. Ao circunscrever a justiça no espaço da sociedade,

o texto constitucional estabelece, em síntese, que a promoção

10| da justiça na sociedade é um fim do Estado brasileiro.

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À semelhança do que ocorre com a expressão “em síntese” (l. 9), o trecho “que

seja justa” (l. 6 e 7) constitui uma expressão explicativa, razão por que também

poderia ser isolado por um par de vírgulas, sem que isso acarretasse prejuízo para

a correção gramatical e para os sentidos do texto.

Questão 17    (CESPE/MPU/TÉCNICO/2015)

13| O histórico dos crimes cibernéticos, por sua vez,

remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi

definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,

16| dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de

sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.

A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l. de 15 a 17) é de natureza restritiva.

Questão 18    (CESPE/MPU/TÉCNICO/2015)

Posteriormente, na década de 70, foi criado o

7| protocolo Internet, que permitiu a comunicação entre os seus

poucos usuários até então, uma vez que ela ainda estava restrita

9| aos centros de pesquisa dos Estados Unidos da América.

As vírgulas empregadas nas linhas 7 e 8 isolam oração de natureza condicional.

Questão 19    (CESPE/FUB/MÉDIO/2015)

8| O afastamento ocorreria

precisamente se a universidade servisse imediatamente a

10| determinados interesses, com exclusão de todos os outros que

integram uma sociedade complexa e contraditória.

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O segmento “que integram uma sociedade complexa e contraditória” (l. 10 e 11)

constitui oração de natureza restritiva.

Questão 20    (CESPE/ANTAQ/MÉDIO/2014)

1| As obras de dragagem objetivam remover os

sedimentos que se encontram no fundo do corpo d’água para

permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao

4| porto.

A oração “que se encontram no fundo do corpo d’água” (l. 2) tem função restritiva.

Questão 21    (CESPE/AGU/AGENTE/2010)

45| Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em

46| protagonista importante da revolução que vai mudar,

47| profundamente, os processos de produção industrial [...]

Na linha 46, o pronome “que” introduz uma oração de sentido explicativo.

Questão 22    (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)

Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego

útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais,

10| convinha que se averiguassem bem as causas das explosões,

se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas

na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e

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13| creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados

positivos.

O trecho “se são acidentais ou propositais” (l. 11) exprime uma condição sobre a

ideia expressa na oração anterior.

Questão 23    (CESPE/TRF-1ª/ANALISTA/2017)

12| Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase

nada significam de maneira precisa, inequívoca.

A palavra “Isoladas” (l. 12) introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta

valor condicional.

Questão 24    (CESPE/FUNPRESP/SUPERIOR/2016)

Senti como se estivesse nascendo naquele momento.

Uma vida nova, passada a limpo, me esperava em direção a um

Norte mais nítido, a uma morte mais próxima e sem alternativa.

4 Mas aquela casa me protegia, e dentro dela uma mulher se

esforçava por me fazer feliz.

A oração “por me fazer feliz” (l. 5) expressa uma ideia de finalidade.

Questão 25    (CESPE/TCE-PA/SUPERIOR/2016)

1| Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe,

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inicialmente, verificar como tal obrigação está preceituada no

ordenamento jurídico. A Constituição Federal prevê que cabe

4| ao presidente prestar contas anualmente ao Poder Legislativo.

Por simetria, tal obrigação estende-se ao governador do estado

e aos prefeitos municipais.

7| O dever anual de prestar contas é da pessoa física.

Assim sendo, no nível municipal, esse dever é do prefeito, que,

nesse caso, age em nome próprio, e não em nome do

10| município. Tal obrigação se dá em virtude de força da lei. O

povo, que outorgou mandato ao prefeito para gerir seus

recursos, exige do prefeito – por meio de norma editada pelos

13| seus representantes – a prestação de contas. Sendo tal

prestação obrigação personalíssima, não se pode admitir que

seja executada por meio de pessoa interposta. Isso quer dizer

16| que o tribunal de contas deve recusar, por exemplo, a prestação

de contas apresentada por uma prefeitura referente à obrigação

de um ex-prefeito. Quer dizer também que o ex-prefeito

19| continua sujeito a todas as sanções previstas para aqueles que

não prestam contas.

Por essa razão, é necessário que haja a separação das

22| contas – que devem, inclusive, ser processadas em autos

distintos – quando ocorrer de o cargo de prefeito ser ocupado

por mais de uma pessoa durante o exercício financeiro. Nesse

25| caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o

cargo.

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A expressão “Por essa razão” (l. 21) introduz no parágrafo em que ocorre uma ideia

de finalidade.

Questão 26    (CESPE/FUNPRESP-SP/SUPERIOR/2015)

A notícia espalhou-se rapidamente. Não demorou

muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem

10| assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma

só resposta certa e era essa que ele dava, invariavelmente,

exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam,

13| até que só restou uma dúvida no mundo: será que ele não vai

errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que

errar, uma vez que não havia mais dúvidas.

A locução “uma vez que” (l. 15) introduz, no período em que ocorre, ideia de causa.

Questão 27    (CESPE/TRE-PI/ANALISTA/2016)

Nossos colegas de trabalho são virtuais. Trocamos

13| informações com pessoas instaladas do outro lado do oceano

como se estivéssemos sentados à mesma mesa, mas mal

as conhecemos. Falamos com elas línguas diferentes, em

16| horários improváveis, embora tenhamos objetivos comuns e

comemoremos juntos os resultados alcançados.

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No texto A mensagem virtual, a oração “embora tenhamos objetivos comuns” (l.

16) expressa uma ideia de concessão.

Questão 28    (CESPE/DPU/AGENTE/2016)

As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior

demanda a solicitação de registro civil. “As certidões de

28| nascimento figuram entre as demandas porque essas pessoas

não as conseguiram por outros serviços, e a defensoria teve que

intervir. Nós entramos para solucionar problemas: vamos até

31| as ruas para informar sobre o trabalho da defensoria, para que

seus direitos sejam garantidos”, afirma a coordenadora.

Seria mantida a correção do texto caso o trecho ‘para que seus direitos sejam ga-

rantidos’ (l. 31 e 32) fosse reescrito da seguinte forma: visando à garantia de seus

direitos.

(CESPE/TRE-RS/ANALISTA/2015) Leia o texto abaixo para responder às questões

29 e 30.

1| Para que se possa definir a inelegibilidade,

é necessário, preliminarmente, distingui-la de

outro instituto que com ela não se confunde, a

4| incompatibilidade. O nosso legislador constituinte distingue

perfeitamente as duas situações. A Constituição Federal de 1988

(CF) estabelece as incompatibilidades no seu artigo 54,

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7| e as inelegibilidades no artigo 14, §§ 4.º e seguintes. Os demais

casos de inelegibilidade estão fixados na Lei Complementar

n.º 64/1990.

10| As inelegibilidades são os impedimentos, de natureza

constitucional ou legal (se forem os previstos na lei

complementar que regula a matéria das inelegibilidades), que

13| impossibilitam alguém de se registrar como postulante a todos

ou a alguns cargos eletivos, ou, se supervenientes ao registro,

que servem de embasamento à impugnação de sua diplomação,

16| tornando nulos os votos porventura dados ao cidadão

sufragado.

As incompatibilidades são, da mesma forma,

19| impedimentos, embora de natureza diversa, que proíbem o

parlamentar, desde a expedição do diploma ou desde a sua

posse, de obter, direta ou indiretamente, vantagens do poder

22| público, ou de se utilizar do mandato para obtê-las com maior

facilidade.

Enquanto a inelegibilidade é um impedimento prévio

25| à eleição, que torna nulos os votos dados ao cidadão inelegível,

a incompatibilidade é um impedimento posterior ao pleito

eleitoral e proibitivo do exercício do mandato.

28| Se o parlamentar infringir as proibições constantes do

artigo 54 da CF, perderá o seu mandato. Cabe, portanto, a ele,

parlamentar, optar por permanecer no Legislativo e abandonar

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31| o cargo incompatível com o exercício do seu mandato, ou,

então, continuar no exercício do cargo incompatível, e, no

entanto, perder o mandato legislativo.

Questão 29    A oração “para obtê-las com maior facilidade” (l. 22 e 23) expressa

uma consequência da ação descrita na oração “de se utilizar do mandato” (l. 22).

Questão 30    A oração “Se o parlamentar infringir as proibições constantes do arti-

go 54 da CF” (l. 28 e 29) expressa a causa da ideia expressa na oração “perderá o

seu mandato” (l. 29).

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GABARITO
1. e 25. E

2. E 26. C

3. C 27. C

4. E 28. C

5. E 29. E

6. E 30. E

7. E

8. E

9. C

10. E

11. E

12. C

13. E

14. E

15. C

16. E

17. C

18. C

19. C

20. C

21. E

22. E

23. C

24. C

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CESPE/PC-PE/SUPERIOR/2016)

Por outro lado, os progressos da ciência médica têm

16| tornado imperioso que o momento do óbito seja estabelecido

com o máximo rigor. De fato, a problemática ligada à

separação de partes cadavéricas destinadas a transplantes em

19| vivos exige que sua retirada seja feita em condições de

aproveitamento útil, o que impõe, em muitos casos, que esse

procedimento seja feito em prazos curtos, iniciados com o

22| momento da morte. É importante, pois, que o médico

estabeleça o momento de ocorrência do êxito letal com a maior

precisão possível.

25| Estabelecer o momento da morte é situá-la no tempo

e, para situar um acontecimento no tempo, é preciso que se

tenha um conceito claro do que seja tempo. Fugindo das

28| conceituações matemáticas ou filosóficas de tempo,

pragmaticamente aceitamos a conceituação popular de tempo,

isto é, a grandeza que se mede em minutos, horas, dias, meses

31| ou anos. Essa tomada de posição, embora simplista e empírica,

é a única que se nos afigura capaz de contribuir para a solução

do problema tanatognóstico e, consequentemente, do da

34| conceituação do momento da morte.

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No texto, a oração “que sua retirada seja feita em condições de aproveitamento

útil” (l. 19 e 20) exerce a função de

a) sujeito.

b) adjunto adnominal.

c) predicativo do sujeito.

d) predicativo do objeto.

e) objeto direto.

Letra e.

As relações sintáticas da oração são as seguintes:

A problemática [...] exige que sua retirada seja feita [...].

Sujeito núcleo objeto direto

do predicado

Em nossa aula, eu disse que é importante usar a expressão “quem exige, exige

algo”. O algo (objeto direto) é a oração que sua retirada seja feita em condições

de aproveitamento útil. Por isso, devemos classificá-la como oração subordinada

substantiva objetiva direta.

Questão 2    (CESPE/TCE-SC/SUPERIOR/2016)

7| Entende-se que a integridade pública representa o

8| estado ou condição de um órgão ou entidade pública [...]

O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (l. 7) é indeterminado.

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Errado.

Em nossa aula, eu disse que expressões como “entende-se” tipicamente têm como

sujeito uma estrutura oracional. No item, isso não é diferente. O verbo entender

é transitivo direto e a forma se é uma partícula apassivadora. O sujeito dessa ora-

ção em voz passiva sintética é a oração que a integridade pública representa o

estado [...]. Em ordem direta, teríamos o seguinte: “que a integridade pública re-

presenta o estado ou condição de um órgão ou entidade pública [...] entende-se”.

Ora, se conseguimos identificar o sujeito (oracional) da oração iniciada por “Enten-

de-se”, não se pode dizer que o sujeito é indeterminado.

Questão 3    (CESPE/TJDFT/MÉDIO/2015)

15| Importa destacar que a violência intrafamiliar pode se

16| dar tanto de forma omissa, pela ausência de cuidados

17| necessários ao desenvolvimento [...]

Em “Importa destacar” (l. 15), a oração “destacar” exerce função de sujeito.

Certo.

Podemos usar o recurso para identificar o sujeito: quem/o que importa? A resposta

é o verbo infinitivo destacar: destacar importa.

Além disso, podemos substituir o sujeito oracional por uma forma pronominal: Isso

importa. Essas são as razões para se classificar a oração destacar como sujeito.

O nome completo dessa forma é: oração subordinada substantiva subjetiva redu-

zida de infinitivo.

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Questão 4    (CESPE/TJDFT/MÉDIO/2015)

6|Desligue as luzes nos ambientes onde é possível

7| usar a iluminação natural.

A oração “usar a iluminação natural” (l. 7) exerce a função de complemento do

adjetivo “possível” (l. 6).

Errado.

Para a oração ser complemento de nome, é necessário haver uma preposição entre

o nome e a oração completiva nominal. Como não há essa preposição, não estamos

diante de uma completiva nominal. Na verdade, trata-se de uma oração substanti-

va subjetiva (“usar a iluminação natural é possível”)

Questão 5    (CESPE/TJDFT/ANALISTA/2015)

11| No cenário de exclusão e violência, é preciso

12| radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça. Para

13| tanto, não basta a inclusão no sistema da maioria excluída. Há

14|consenso de que o acesso à justiça não se limita ao direito de

15| acessar o Judiciário.

A oração “radicalizar a política de ampliação do acesso à justiça” (l. 12) e o termo

“consenso” (l. 14) exercem a mesma função sintática nos períodos em que ocor-

rem.

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Errado.

A oração em destaque é sujeito oracional: o que é preciso? A resposta, que resulta

na identificação do sujeito, é a seguinte: “radicalizar a política de ampliação do

acesso à justiça é preciso”.

Essa forma oracional (substantiva), como vimos na aula, pode ser substituída por

forma pronominal: Isso é preciso.

O termo consenso, diferentemente, exerce função de complemento do verbo haver

(e o verbo haver, nessa construção, é impessoal).

Questão 6    (CESPE/TCE-RN/ASSESSOR DE INFORMÁTICA/2015)

6| Após análise das faturas de um dos contratos,

7| constatou-se que os consultores apresentaram regime de

8| trabalho incompatível com a realidade.

A oração “que os consultores apresentaram regime de trabalho incompatível com

a realidade” (l. 7 e 8) funciona como complemento da forma verbal “constatou-se”

(l. 7).

Errado.

Em nossa aula, eu disse que expressões como constata(ou)-se tipicamente têm

como sujeito uma estrutura oracional. O verbo constatar é transitivo direto e a

forma se é uma partícula apassivadora. O sujeito dessa oração em voz passiva sin-

tética é a oração que os consultores apresentaram regime de trabalho [...].

É só perguntar: o que é que se constatou? Em ordem direta, teríamos o seguinte:

“que os consultores apresentaram regime de trabalho [...] constatou-se”.

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Ora, se conseguimos identificar o sujeito (oracional) da oração iniciada por “cons-

tatou-se”, não se pode dizer que essa forma é complemento.

Questão 7    (CESPE/STF/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013)

2| As pessoas mudam de cheiro

3| com a idade, assim como mudam de pele e de voz, e quando

4| você fala da infância, é possível que associe a figura do seu pai

5| com a figura do seu pai como é hoje.

No trecho “é possível que associe a figura do seu pai com a figura do seu pai como

é hoje” (l. 4-5), o conectivo “que” inicia oração que complementa o sentido do ad-

jetivo “possível”.

Errado.

Vamos ser diretos: para ser complemento de nome, há a necessidade da mediação

da relação NOME – COMPLEMENTO ORACIONAL por uma preposição. Assim, se não

houver uma preposição mediando a relação entre o nome e o complemento oracio-

nal, a estrutura será agramatical.

Questão 8    (CESPE/MS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010)

7| Tal preocupação nos leva à angústia diante da torrente

de informações sobre o que já está acontecendo com o planeta:

o desaparecimento de florestas, a constatação de que a

10| expressão gelo eterno não tem mais razão de ser, o aumento da

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temperatura global e os inexplicáveis fenômenos climáticos,

que podem por em risco regiões e cidades costeiras e países que

13| são ilhas – estes, os mais ameaçados, e que acabam de fazer

pungente apelo por um acordo consistente em Copenhague.

A vírgula logo após “florestas” (l. 9) isola uma expressão apositiva subsequente.

Errado.

O que segue a vírgula após florestas não é uma expressão apositiva, mas um ele-

mento nominal: a constatação. Esse elemento nominal, por sua vez, é seguido de

uma oração subordinada completiva nominal (de que a expressão [...]).

Questão 9    (CESPE/TRE-PA/ANALISTA/2007)

1| A expedição de qualquer diploma pelo TSE e pelos TREs depende, entre outros

fatores, também da prova de o eleito estar em dia com o serviço militar. Consta

que os

4| candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República rece-

bem diplomas assinados pelo presidente do TSE, os demais ministros, pelo procu-

rador-geral eleitoral.

7| Os eleitos aos demais cargos – governador, senador,deputados federais, esta-

duais e distritais, assim como os respectivos vices e suplentes – recebem diplomas

assinados

10| pelo presidente do respectivo TRE.

A oração “que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da

República recebem diplomas assinados pelo presidente do TSE” (l. 3-6) exerce a

função de sujeito de “Consta” (l. 3).

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Certo.

Vamos começar pela estratégia de perguntar ao verbo: “o que é que consta?” A

resposta será a oração que os candidatos eleitos [...]. A ordem direta é esta:

“que os candidatos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República

recebem diplomas assinados pelo presidente do TSE consta.”

Além disso, essa oração subordinada substantiva subjetiva pode ser substituída por

forma pronominal: Isso consta.

(CESPE/PC-GO/SUPERIOR/2016)

15| Além disso, há uma questão

16| relacionada à possibilidade do estado de dependência do crime:

17| a probabilidade de se cometerem crimes no presente está

18| relacionada à quantidade de crimes que já se cometeram.

Questão 10    A oração “que já se cometeram” (l. 18) equivale, sintática e semanti-

camente, a “que foi cometida”.

Errado.

Vamos observar a subordinada adjetiva restritiva na linha 18: “crimes que já se

cometeram”. Primeiramente, a subordinada adjetiva relaciona-se com o substan-

tivo crimes. O pronome relativo na subordinada adjetiva será equivalente, então,

ao substantivo crimes. Se substituíssemos o pronome que pelas formas que ma-

nifestam os traços de gênero e número, teríamos: os quais (= a crimes, masculino

e plural). A oração subordinada é uma passiva sintética (os crimes já se comete-

ram), com o sujeito em forma de pronome relativo que. Se passássemos à forma

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de passiva analítica, como propõe a banca, seria necessário registrar “que foram

cometidos”, com a concordância de número-pessoa no auxiliar (terceira do plural)

e de gênero e número no particípio passivo (masculino-plural).

Eu sei que a explicação, às vezes, fica longa, mas quero deixar claro o quanto é

preciso refletir para gabaritar a questão. Desejo que, em sua prova, não reste dú-

vidas sobre todos os aspectos exigidos pelo examinador.

Questão 11    A oração “que já se cometeram” (l. 18) explica o termo “crimes”.

Errado.

Primeiramente, para ser explicativa, subordinada adjetiva deveria estar isolada por

vírgula(s) – e não é isso o que observamos. Além disso, a semântica é de delimi-

tação, restrição: do grupo geral de crimes possíveis, fala-se apenas dos que foram

cometidos. Essa é uma propriedade das subordinadas adjetivas restritivas.

Questão 12    A oração “que já se cometeram” (l. 18) restringe o sentido do termo

“crimes”.

Certo.

Como a oração destacada não está isolada por vírgulas, o que a torna forte can-

didata a ser uma subordinada adjetiva restritiva. Além disso, a semântica é de

delimitação, restrição – exatamente como analisamos no item anterior. Por isso se

pode dizer que a oração restringe o sentido do termo crimes.

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Questão 13    (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2015)

12| De acordo com a Organização para Cooperação e

13| Desenvolvimento Econômico (OCDE), a integridade é mais do

14| que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos

15| que, em última análise, influenciam os resultados da

16| administração, e não apenas seus processos.

Seria mantido o sentido restritivo da oração iniciada pelo pronome “que” (l. 15) se

fosse inserida uma vírgula imediatamente após a palavra “positivos” (l. 14).

Errado.

A oração subordinada adjetiva iniciada pelo pronome relativo que, na linha 15,

modifica o substantivo aspectos. Para facilitar a visualização da relação entre

substantivo e oração subordinada, vou retirar a expressão “em última análise”.

Temos, então, o seguinte: “aspectos positivos que influenciam os resultados da

administração”.

O sentido da relação entre o substantivo e a subordinada adjetiva é de restrição:

de todos os aspectos, fala-se apenas dos que influenciam os resultados da adminis-

tração. Esse sentido é obtido pela ausência de vírgula após o termo positivos. Se

inserirmos a vírgula, como propõe a banca, esse sentido não se mantém!

“aspectos positivos, que influenciam os resultados da administração”

Com a vírgula, há uma oração subordinada adjetiva explicativa.

Questão 14    (CESPE/TJDFT/TÉCNICO/2015)

1| Os juízes que se deparam com o tema dos conflitos

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2| familiares e da violência doméstica assistem a situações de

3| violência extrema [...]

Na linha 1, o “que” é um elemento expletivo, empregado apenas para dar realce a

“Os juízes”.

Errado.

Aqui, é preciso tentar correlacionar a referência entre o substantivo juízes e que.

Ou seja, é possível dizer que a forma que é relativa (faz referência) ao substantivo

juízes? A resposta, como podemos verificar, é positiva:

Os juízes [que se deparam com o tema].

Os juízes [os juízes se deparam com o tema].

Isso mostra que o “que” não é um elemento expletivo, mas um pronome relativo

que exerce função na oração subordinada adjetiva.

Podemos avançar um pouco mais e dizer que essa oração subordinada adjetiva é

restritiva: além de não estar isolada por vírgula, restringe um tipo de juízes (ape-

nas os que se deparam com o tema x) em relação ao grupo global de juízes.

Questão 15    (CESPE/TELEBRAS/ASSISTENTE/2015)

1| Com a construção do primeiro satélite geoestacionário

brasileiro, a segurança do tráfego de dados importantes no país

poderá aumentar, uma vez que eles passarão a ser

4| criptografados. Segundo o presidente da TELEBRAS, um dos

objetivos do desenvolvimento do satélite será a proteção às

redes que transmitem informações sensíveis do governo

7| federal. Por isso a TELEBRAS vai “trabalhar com algoritmos

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e criptografia próprios, desenvolvidos pelo governo, de

maneira que os dados sensíveis que vão transitar no nosso

10| satélite serão praticamente invioláveis”.

A expansão da Internet de banda larga popular em

mais de dois mil municípios brasileiros que ainda não são

13| atendidos por via terrestre é mais um dos objetivos da

construção do novo satélite. Outra área importante a ser

atendida é a militar, que atualmente usa satélites estrangeiros

16| para realizar suas operações.

Para o presidente da TELEBRAS, o fato de o país não

ter um satélite próprio faz que o governo não tenha controle do

19| equipamento. Ele considera “recorde” o tempo desde o início

da concepção do projeto, em 2011, até hoje.

O elemento ‘que’, em ‘que vão transitar’ (l. 9) e em “que atualmente usa satélites

estrangeiros” (l. 15), introduz uma oração de natureza restritiva e uma de caráter

explicativo, respectivamente.

Certo.

Na linha 9, o pronome relativo “que” é referente a dados e exerce função sintática

na oração subordinada. Essa oração, por restringir os tipos de dados e por não es-

tar isolada por vírgulas, é uma subordinada adjetiva restritiva. Item certo até aqui.

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Na linha 15, o pronome “que” também é relativo (substantivo área) e exerce fun-

ção sintática na oração subordinada. Por estar isolada por vírgula e por trazer uma

informação à entidade área (considerada globalmente), estamos diante de uma

oração subordinada adjetiva explicativa. O item está, então 100% certo.

Questão 16    (CESPE/STJ/TÉCNICO/2015)

1| Consta do preâmbulo da Constituição Federal que a

justiça é um dos valores supremos da sociedade, tal qual a

harmonia social e a liberdade. Nos demais artigos da Carta

4| Magna, esse termo costuma vir associado à ideia de justiça

social. Assim, o primeiro inciso do artigo terceiro da

Constituição estabelece que a construção de uma sociedade que

7| seja justa é um objetivo fundamental da República Federativa

do Brasil. Ao circunscrever a justiça no espaço da sociedade,

o texto constitucional estabelece, em síntese, que a promoção

10| da justiça na sociedade é um fim do Estado brasileiro.

À semelhança do que ocorre com a expressão “em síntese” (l. 9), o trecho “que

seja justa” (l. 6 e 7) constitui uma expressão explicativa, razão por que também

poderia ser isolado por um par de vírgulas, sem que isso acarretasse prejuízo para

a correção gramatical e para os sentidos do texto.

Errado.

Expressões explicativas como “em síntese”, na linha 9, são tipicamente isoladas por

vírgulas. No entanto, o trecho “que seja justa” não é expressão explicativa, mas

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restritiva: não se fala de uma sociedade qualquer, mas daquele tipo de sociedade

que seja justa. A inserção da vírgula tornaria o período, no mínimo, estranho. Por

isso o item está errado: a inserção da vírgula prejudicaria a estrutura sintática e os

sentidos do texto.

Além disso – e a banca não cita essa possibilidade –, a retirada da subordinada

adjetiva restritiva “que seja justa” causaria prejuízo ao sentido global do período.

Veja esses dois casos nos dados (a) e (b) a seguir:

??? a construção de uma sociedade, que seja justa, é um objetivo [...]

??? a construção de uma sociedade é um objetivo [...]

Questão 17    (CESPE/MPU/TÉCNICO/2015)

13| O histórico dos crimes cibernéticos, por sua vez,

remonta à década de 70, quando, pela primeira vez, foi

definido o termo hacker, como sendo aquele indivíduo que,

16| dotado de conhecimentos técnicos, promove a invasão de

sistemas operacionais privados e a difusão de pragas virtuais.

A oração “que, dotado (...) pragas virtuais” (l. de 15 a 17) é de natureza restritiva.

Certo.

Se colocarmos o substantivo ao lado da oração subordinada adjetiva, temos o se-

guinte: indivíduo que promove a invasão de sistemas operacionais.

Está claro então que a oração subordinada adjetiva não está isolada por vírgula,

por isso pode ser restritiva. Além disso, a semântica é clara: dentre os indivíduos,

faz-se referência àqueles que promovem a invasão de sistemas operacionais (os

hackers). A afirmação presente no item é certa, portanto.

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Questão 18    (CESPE/MPU/TÉCNICO/2015)

Posteriormente, na década de 70, foi criado o

7| protocolo Internet, que permitiu a comunicação entre os seus

poucos usuários até então, uma vez que ela ainda estava restrita

9| aos centros de pesquisa dos Estados Unidos da América.

As vírgulas empregadas nas linhas 7 e 8 isolam oração de natureza condicional.

Errado.

As vírgulas separam uma oração subordinada adjetiva explicativa. Essa explicação

é uma informação atribuída ao substantivo protocolo. Note que o pronome relativo

que é referente ao substantivo protocolo, podendo o trecho da subordinada ser re-

escrito como “o protocolo permitiu a comunicação [...]”.

É importante destacar que não há oração subordinada adjetiva de natureza condi-

cional, como afirma erroneamente o item.

Questão 19    (CESPE/FUB/MÉDIO/2015)

8| O afastamento ocorreria

precisamente se a universidade servisse imediatamente a

10| determinados interesses, com exclusão de todos os outros que

integram uma sociedade complexa e contraditória.

O segmento “que integram uma sociedade complexa e contraditória” (l. 10 e 11)

constitui oração de natureza restritiva.

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Certo.

Bom, acho que a forma de resolução desse tipo de item já ficou clara. Além da se-

mântica, você deve analisar a presença x ausência de vírgula. Também é preciso

analisar se a oração se relaciona com um substantivo e se há um pronome relativo

(o qual exerce função sintática na oração subordinada). Eu gosto de repetir as in-

formações, porque assim você fixa a maneira de raciocinar.

No item, a oração “que integram [...]” relaciona-se com o substantivo outros. Não

há vírgula. A relação semântica é de delimitação, restrição. Estamos diante, então,

de uma oração de natureza restritiva (oração subordinada adjetiva restritiva).

Questão 20    (CESPE/ANTAQ/MÉDIO/2014)

1|As obras de dragagem objetivam remover os

sedimentos que se encontram no fundo do corpo d’água para

permitir a passagem das embarcações, garantindo o acesso ao

4| porto.

A oração “que se encontram no fundo do corpo d’água” (l. 2) tem função restritiva.

Certo.

A oração relaciona-se com o substantivo sedimentos.

Há pronome relativo (que = sedimentos), o qual exerce função sintática na oração

subordinada.

Semanticamente, a oração restringe, delimita (dentre todos os sedimentos, fala-se

sobre aqueles que se encontram no fundo do copo) o sentido do substantivo.

Não há separação por vírgula.

Estamos diante de uma oração subordinada adjetiva restritiva.

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Questão 21    (CESPE/AGU/AGENTE/2010)

45| Para que o Brasil se transforme, efetivamente, em

46| protagonista importante da revolução que vai mudar,

47| profundamente, os processos de produção industrial [...]

Na linha 46, o pronome “que” introduz uma oração de sentido explicativo.

Errado.

Vamos direto ao ponto: a oração é uma subordinada adjetiva, sim. No entanto, não

há separação por vírgula. Além disso, a semântica é de restrição, delimitação. Por

isso, não pode ser explicativo. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restri-

tiva.

Questão 22    (CESPE/EBSERH/SUPERIOR/2018)

Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego

útil; mas, se ela é indispensável para certos fins industriais,

10| convinha que se averiguassem bem as causas das explosões,

se são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removidas

na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem dado e

13| creio que até hoje não têm as autoridades chegado a resultados

positivos.

O trecho “se são acidentais ou propositais” (l. 11) exprime uma condição sobre a

ideia expressa na oração anterior.

Errado.

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Não há, no trecho em destaque e ao longo do período, noção semântica de condi-

ção.

Questão 23    (CESPE/TRF-1ª/ANALISTA/2017)

12| Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase

nada significam de maneira precisa, inequívoca.

A palavra “Isoladas” (l. 12) introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta

valor condicional.

Certo.

Mais especificamente, a forma nominal isoladas é núcleo de uma oração subordi-

nada adverbial condicional reduzida de particípio.

Semanticamente, a relação é de condição: para que X ocorra, é preciso que Y se

realize.

Questão 24    (CESPE/FUNPRESP/SUPERIOR/2016)

Senti como se estivesse nascendo naquele momento.

Uma vida nova, passada a limpo, me esperava em direção a um

Norte mais nítido, a uma morte mais próxima e sem alternativa.

4 Mas aquela casa me protegia, e dentro dela uma mulher se

esforçava por me fazer feliz.

A oração “por me fazer feliz” (l. 5) expressa uma ideia de finalidade.

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Certo.

Pode ser substituído por para.

As orações subordinadas adverbiais finais podem ser introduzidas pela preposição

para (mais comum) e pela preposição por.

A identificação da subordinada adverbial final pode ser feita com o recurso de se

substituir a preposição para/por pela expressão “com a finalidade de”.

Questão 25    (CESPE/TCE-PA/SUPERIOR/2016)

1 Tratando-se do dever de prestar contas anuais, cabe,

inicialmente, verificar como tal obrigação está preceituada no

ordenamento jurídico. A Constituição Federal prevê que cabe

4| ao presidente prestar contas anualmente ao Poder Legislativo.

Por simetria, tal obrigação estende-se ao governador do estado

e aos prefeitos municipais.

7| O dever anual de prestar contas é da pessoa física.

Assim sendo, no nível municipal, esse dever é do prefeito, que,

nesse caso, age em nome próprio, e não em nome do

10| município. Tal obrigação se dá em virtude de força da lei. O

povo, que outorgou mandato ao prefeito para gerir seus

recursos, exige do prefeito – por meio de norma editada pelos

13| seus representantes – a prestação de contas. Sendo tal

prestação obrigação personalíssima, não se pode admitir que

seja executada por meio de pessoa interposta. Isso quer dizer

16| que o tribunal de contas deve recusar, por exemplo, a prestação

de contas apresentada por uma prefeitura referente à obrigação

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de um ex-prefeito. Quer dizer também que o ex-prefeito

19| continua sujeito a todas as sanções previstas para aqueles que

não prestam contas.

Por essa razão, é necessário que haja a separação das

22| contas – que devem, inclusive, ser processadas em autos

distintos – quando ocorrer de o cargo de prefeito ser ocupado

por mais de uma pessoa durante o exercício financeiro. Nesse

25| caso, cada um será responsável pelo período em que ocupou o

cargo.

A expressão “Por essa razão” (l. 21) introduz no parágrafo em que ocorre uma ideia

de finalidade.

Errado.

A semântica não é de finalidade. Por essa simples razão já podemos julgar o item

como errado.

Questão 26    (CESPE/FUNPRESP-SP/SUPERIOR/2015)

A notícia espalhou-se rapidamente. Não demorou

muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem

10| assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma

só resposta certa e era essa que ele dava, invariavelmente,

exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam,

13| até que só restou uma dúvida no mundo: será que ele não vai

errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que

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errar, uma vez que não havia mais dúvidas.

A locução “uma vez que” (l. 15) introduz, no período em que ocorre, ideia de causa.

Certo.

A oração subordinada (uma vez que não havia mais dúvidas) exprime uma relação

de causa, isto é, explicita que o que se diz na oração subordinada é causa ou mo-

tivo para o que se diz na oração principal.

Questão 27    (CESPE/TRE-PI/ANALISTA/2016)

Nossos colegas de trabalho são virtuais. Trocamos

13| informações com pessoas instaladas do outro lado do oceano

como se estivéssemos sentados à mesma mesa, mas mal

as conhecemos. Falamos com elas línguas diferentes, em

16| horários improváveis, embora tenhamos objetivos comuns e

comemoremos juntos os resultados alcançados.

No texto A mensagem virtual, a oração “embora tenhamos objetivos comuns” (l.

16) expressa uma ideia de concessão.

Certo.

Semanticamente, a oração subordinada iniciada pela conjunção embora exprime

uma oposição ao que é dito na oração principal. No entanto, essa oposição não é

capaz de anular ou impedir o fato mencionado na oração principal.

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Questão 28    (CESPE/DPU/AGENTE/2016)

As visitas acontecem mensalmente, sendo a maior

demanda a solicitação de registro civil. “As certidões de

28| nascimento figuram entre as demandas porque essas pessoas

não as conseguiram por outros serviços, e a defensoria teve que

intervir. Nós entramos para solucionar problemas: vamos até

31| as ruas para informar sobre o trabalho da defensoria, para que

seus direitos sejam garantidos”, afirma a coordenadora.

Seria mantida a correção do texto caso o trecho ‘para que seus direitos sejam ga-

rantidos’ (l. 31 e 32) fosse reescrito da seguinte forma: visando à garantia de seus

direitos.

Certo.

As orações subordinadas finais podem ser introduzidas por diferentes elementos,

como: para que; a fim de que; que (= para que); com a finalidade de; com o intuito

de. Esse é o caso do trecho em destaque.

(CESPE/TRE-RS/ANALISTA/2015)

1| Para que se possa definir a inelegibilidade,

é necessário, preliminarmente, distingui-la de

outro instituto que com ela não se confunde, a

4| incompatibilidade. O nosso legislador constituinte distingue

perfeitamente as duas situações. A Constituição Federal de 1988

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(CF) estabelece as incompatibilidades no seu artigo 54,

7| e as inelegibilidades no artigo 14, §§ 4.º e seguintes. Os demais

casos de inelegibilidade estão fixados na Lei Complementar

n. 64/1990.

10| As inelegibilidades são os impedimentos, de natureza

constitucional ou legal (se forem os previstos na lei

complementar que regula a matéria das inelegibilidades), que

13| impossibilitam alguém de se registrar como postulante a todos

ou a alguns cargos eletivos, ou, se supervenientes ao registro,

que servem de embasamento à impugnação de sua diplomação,

16| tornando nulos os votos porventura dados ao cidadão

sufragado.

As incompatibilidades são, da mesma forma,

19| impedimentos, embora de natureza diversa, que proíbem o

parlamentar, desde a expedição do diploma ou desde a sua

posse, de obter, direta ou indiretamente, vantagens do poder

22| público, ou de se utilizar do mandato para obtê-las com maior

facilidade.

Enquanto a inelegibilidade é um impedimento prévio

25| à eleição, que torna nulos os votos dados ao cidadão inelegível,

a incompatibilidade é um impedimento posterior ao pleito

eleitoral e proibitivo do exercício do mandato.

28| Se o parlamentar infringir as proibições constantes do

artigo 54 da CF, perderá o seu mandato. Cabe, portanto, a ele,

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parlamentar, optar por permanecer no Legislativo e abandonar

31| o cargo incompatível com o exercício do seu mandato, ou,

então, continuar no exercício do cargo incompatível, e, no

entanto, perder o mandato legislativo.

Questão 29    A oração “para obtê-las com maior facilidade” (l. 22 e 23) expressa

uma consequência da ação descrita na oração “de se utilizar do mandato” (l. 22).

Errado.

A oração expressa finalidade, contrariamente ao que o item afirma. Veja que é pos-

sível substituir a preposição para pelas expressões para que; a fim de que; que (=

para que); com a finalidade de; com o intuito de.

Questão 30    A oração “Se o parlamentar infringir as proibições constantes do arti-

go 54 da CF” (l. 28 e 29) expressa a causa da ideia expressa na oração “perderá o

seu mandato” (l. 29).

Errado.

A oração em destaque expressa condição. Nessa noção semântica, temos o se-

guinte:

Para que X ocorra, é preciso que Y se realize.

ou

X – ocorre desde que Y ocorra.

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A perda do mandato é condicionada à ocorrência infração das proibições constantes

do artigo 54 da CF.

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