UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

FICHAMENTOS DE CITAÇÃO

1. Relatoria: MARQUES, Cláudia L. Ensaio para uma introdução ao Direito

Internacional Privado.

"O Direito Internacional Privado teve sua inserção científica somente em 1849, com a
obra de Savigny. Logo, é uma disciplina nova no ensino do Direito, o que pode explicar
algumas de suas pluralidades conceituais" p. 321.

"(...) criar e desenvolver um ramo especial e autônomo do Direito interno, o DIPriv no

Brasil, para regular, direta ou indiretamente, estas relações plurinacionalizadas,
multiconectadas ou atípicas é fomentar seu desenvolvimento e sua aplicação na prática"
p. 324.

"DIPriv é, pois, o ramo do direito interno que regula direta ou indiretamente as relações
privadas internacionais" p. 325.

"Efetivamente, a internacionalidade das relações da vida privada tende a aumentar no

século XXI. A globalização aproximou os mercados, o comércio realiza-se agora cada
vez mais entre pessoas e empresas de diversos países (...) também o homem de nosso
tempo já não vive e morre no mesmo país (...) fato é que os contatos internacionais
multiplicam-se" p. 326.

"Assim, Savigny perguntava-se também quais seriam os limites espaciais da aplicação

de cada uma destas diferentes leis nacionais, em outras palavras, se a lei se aplica
territorialmente ou extraterritorialmente em relação aos limites do Estado (qual é o
império desta lei no espaço)" p. 328.

"Os chamados conflitos de leis no espaço são ocasionados pela mobilidade dos sujeitos
privados, mudando de território e de Estado pela diversidade de Estados soberanos no
mundo, cada um com sua lei, com seu ordenamento jurídico de eficácia limitada. Cria-
se, assim, a dúvida na mente do aplicador da lei, de qual a lei deve ser aplicada para
reger esta relação privada (...) o ramo do direito interno de cada país, denominado
DIPriv, determinará a lei aplicada àquela relação atípica, situação da vida privada civil
ou comercial conectada abstratamente a dois ou mais ordenamentos jurídicos" p. 329.

"Por isso muitos doutrinadores mencionam que o DIPriv seria um sobredireito, um

direito sobre direitos" p. 334

"(...) Clóvis Bevilaqua foi original ao reagrupar estes temas, unindo influências
francesas, norte-americanas e alemãs, e assim fundar a teoria brasileira do objeto do
DiPriv: (...) a condição jurídica dos estrangeiros, (...) o conflito de leis, (...) o exercício
em um país de direitos legitimamente adquiridos em outro" p. 340-341.

"Particularmente, parece-me que o DIP, em plena pós-modernidade, é um ramo misto

do Direito, tendo em vista a sua atual pluralidade de métodos, de normas e o fim das
barreiras claras entre os ramos do Direito Privado e do Direito Público" p. 347.

"Em resumo, parece-me necessário hoje optar por um objeto plural e aberto do DIPriv,
analisando os conflitos de leis no espaço em uma visão pluralista quanto aos métodos de
sua solução (...) sem negligenciar a crescente importância dos conflitos de jurisdição e
as novas tendências desta disciplina" p. 350.

2. Relatoria: SYMEONIDES, Symeon C. Material Justice and Conflicts Justice

in Choice of Law.

"This essay focuses on one of the question that has occupied Juenger's attention:
whether the objective of private international law (PIL) is simply to choose the state that
should provide de applicable rule without regard to its content and the substantive
quality of the solution it produces, or whether it should seek to produce the best
substantive solution for the particular multistate case without regard to its foreign
elements. This old dilemma between the so-called conflicts of justice and material
justice is explored' p. 125.
"The classical, traditional view of PIL, going at least as far back as Savigny, is
grounded on the basic premise that the function of PIL is to ensure that each multistate
legal dispute is resolved according to the law of the state that has the most appropriate
relationship with that dispute" p. 126.

"A second view, which is much older than generally believed, begins with the premise
that multistate cases are not qualitatively different from fully domestic cases and that
judges should not abdicate their responsability to resolve disputes justly and fairly" p.
127.

"During the second half of the 20th century, the material-justice view has gained
significant ground at the expense of the classical view" p. 127.

"Result-oriented rules appear in varying shapes and forms. Their common

characteristic, however, is that they are specifically deisgned to accomplish a certain
substantive result that is considered a priori as desirable (...) The result may be one of
the following:

(a) favoring the formal or substantitve validity of a judicial act, such as a testament, a
marriage, or an ordinary contract;

(b) favoring a certain status, such as the status of legitimacy or filiation, the status of a
spouse, or even the dissolution of a status (divorce); or

(c) favoring a particular party, such as a tort victim, a consumer, an employee, a

maintenance obligee, or any other party whom the legal order considers weak or whose
interests are considered worthy of protection" p. 128.

"The fact that so many codified PIL systems, which are typically perceived as the
bastins of conflits justice, saw it fit to enact so many choice-of-law rules specifically
designed to accomplish a particular substantive result suggests either that this
perception is wrong or that the material-justice view has gained significant ground over
the classic view. In any event, this phenomenon suggests that the dilemma is no longer
(and perhaps never should have been) an "either/or" choice between conflicts justice
and material justice. Rather, it is a question fo when, how and how much the
desideratum of material justice should temper the search for conflicts justice" p. 138.
 3. Revisão: BASEDOW, Jurge. The Effects of Globalization on Private
International Law.

"One of the most conspicuous features in the world-wide development of modern

society is what people usually refer to as globalization. (...) there does not seem to be
much discussion upon the influence produced by globalization on private international
law" p. 1.

"This outline of the technological background of globalization should make it clear that
the true motive behind these developments is the eternal desire of mankind for mobility"
p. 2.

"The focus on the nation state also emerges within the content of various conflict rules
which refer to a national law although the respective state does not have a uniform
private law system and perhaps not even the legislative jurisdiction to enact such a
uniform private law" p. 3.

"The new world order which is to emerge from globalization will thus be characterisded
by four groups of regulations:

(1) world regulations which in most cases will be contained in international

conventions;

(2) regional regulations, such as those of the European Union, which may go beyond the
model of the international convention and produce a binding effect on the member
states and their respective population;

(3) traditional national regulations, and;

(4) regulations at a sub-state level, such as the laws of states within a federation" p. 5-6.

"The solutions to problems described above have many aspects (...) we will witness
increased activities in the field of unification and harmonisation of laws" p. 7.

"In the light of what has been said, the central role of the nationality principle in many
civil law systems for questions regarding personal status, family relations and
succession should be reconsidered" p. 8-9.
"While these solutions are entirely rooted in private international law it should be
pointed out that the same effect can be achieved by more liberal rules relating to the
acquisition of citizenship of the host state" p. 9.