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Modulo X
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CAM
Contexto económico e
organização empresarial
ÍNDICE
1. Contexto económico
do transporte rodoviário de mercadorias
e a organização do mercado
A mobilidade urbana preocupa cada vez mais os cidadãos. Nove em cada dez cidadãos da UE pensam que
a situação do tráfego na sua área deveria ser melhorada. As escolhas que fazemos quanto à forma de viajar
afectarão não apenas o desenvolvimento urbano futuro, mas também o bem-estar económico dos
cidadãos e das empresas. São também essenciais para o êxito da estratégia global da UE de luta contra as
alterações climáticas, de realização do objectivo 20-20-20 e de promoção da coesão.
A mobilidade urbana é também uma componente central do transporte a longa distância. A maioria dos
meios de transporte, tanto de passageiros como de mercadorias, começa e acaba em zonas urbanas e
atravessa no seu percurso diversas zonas urbanas. Estas deveriam proporcionar pontos de interligação
eficientes para a rede transeuropeia de transportes e permitir a eficiência dos transportes no «quilómetro
final», tanto para o transporte de mercadorias como de passageiros. São, portanto, vitais para a
competitividade e a sustentabilidade do futuro sistema de transportes europeu.
Os sistemas de transporte urbano são elementos integrais do sistema europeu de transportes e, como tal,
uma parte integrante da Política Comum de Transportes ao abrigo dos artigos 70.º a 80.º do Tratado CE.
Além disso, outras políticas da UE (as políticas de coesão, ambiente, saúde, etc.) não podem atingir os
seus objectivos sem ter em conta as especificidades urbanas, incluindo a mobilidade urbana.
Nos últimos anos, tem-se assistido a um maior desenvolvimento da legislação e das políticas da UE
relevantes para a mobilidade urbana. Tem sido disponibilizado financiamento significativo através dos
Fundos Estruturais e de Coesão. Iniciativas financiadas pela UE, frequentemente apoiadas pelos
Programas-Quadro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, têm ajudado a desenvolver uma
grande variedade de abordagens inovadoras. A difusão e a replicação destas abordagens em toda a UE
podem permitir às autoridades fazer mais, melhor e a um custo inferior.
O desenvolvimento de sistemas de transporte eficientes nas zonas urbanas tornou-se uma tarefa cada vez
mais complexa, com o congestionamento das cidades e o aumento da expansão urbana. As autoridades
públicas têm um papel essencial a desempenhar proporcionando planeamento, financiamento e quadro
regulamentar. A UE pode incentivar as autoridades a nível local, regional e nacional a adoptarem as
políticas integradas a longo prazo que são extremamente necessárias em ambientes complexos.
A UE pode também ajudar as autoridades a encontrar soluções que sejam interoperáveis e facilitem o bom
funcionamento do mercado único. A adopção de regras, regimes e tecnologias compatíveis facilita a
aplicação e o controlo do cumprimento. O acordo sobre normas para todo o mercado único permite
aumentar o volume de produção, com a correspondente redução dos custos para o cliente.
As zonas urbanas estão a tornar-se laboratórios para testar a inovação tecnológica e organizacional, a
mudança dos padrões de mobilidade e novas soluções de financiamento. A UE tem interesse em partilhar
soluções inovadoras para as políticas locais em benefício tanto dos operadores de transportes como dos
cidadãos e também em garantir a eficiência do sistema europeu de transportes através de uma efectiva
integração, interoperabilidade e interligação. Neste contexto, a indústria tem uma importante contribuição
a dar para a resolução dos problemas que se coloquem no futuro.
Finalmente, a mobilidade urbana sustentável assume uma importância crescente para as relações com os
nossos vizinhos e para a sociedade global, cada vez mais concentrada em aglomerações urbanas. O êxito
das actividades no âmbito do presente plano de acção pode ajudar todos os actores na UE e as empresas
do sector a desempenhar um papel activo na moldagem de uma futura sociedade global centrada nas
necessidades dos cidadãos, numa vida harmoniosa, na qualidade de vida e na sustentabilidade.
• Flexibilidade do serviço.
• Flexibilidade no deslocamento de cargas.
• Rapidez (Porta-a-porta).
• Menores custos de embalagem.
• Manuseamento de pequenos lotes.
• Elevada cobertura geográfica.
• Muito competitivo em curtas e médias distâncias.
• Flexibilidade no atendimento de embarques urgentes.
• Entrega directa e segura dos bens.
• Competitivo para produtos com baixo custo de tonelada por quilómetro transportado.
• Qualquer tipo de cargas.
• Maior capacidade de carga.
• Menor custo de transporte.
• Ausência de investimento em infra-estrutura linear (rotas).
• Baixa Velocidade.
• Disponibilidade limitada.
• Significativos investimentos em infra-estruturas nodais (portos).
• Elevada dependência das condições climatéricas ou de mar.
• Maior exigência de embalagens.
• Necessidade de transbordo nos portos.
• Distância aos centros de produção.
• Menor flexibilidade nos serviços, aliada a frequentes congestionamentos nos portos.
Na figura abaixo está esquematizada uma comparação simples entre os principais modos de transporte de
mercadorias.
Os aspectos considerados para esta comparação foram: Custos (tonelada por KM), possibilidade de danos
e perdas, versatilidade de carga, capacidade, fiabilidade do serviço e continuidade do serviço.
O transporte rodoviário de mercadorias em Portugal encontra-se dividido, quer do ponto de vista legal
quer económico, em transporte por conta própria e transporte público ou por conta de outrem, sendo
este sinónimo de transporte profissional.
A quase totalidade do parque de veículos de mercadorias nacional é constituída por frota própria, com
uma predominância esmagadora de veículos ligeiros.
O transporte por conta de outrem é responsável por aproximadamente 48% das toneladas movimentadas
nos serviços de âmbito nacional, sendo o restante efectuado por conta própria.
Esta predominância do transporte por conta própria no mercado nacional é diferente da maioria dos
restantes países europeus e tem implicações na economia, visíveis sobretudo na existência de um parque
de viaturas excessivo e subaproveitado.
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Formação de motoristas de transporte mercadorias
Pelo contrário, no transporte de mercadorias perigosas com veículos cisterna, o parque por contra de
outrem é o quíntuplo do por conta própria, de acordo com os dados do IMTT, revelando uma grande
especialização deste sub-sector.
Face à crescente procura dos serviços de transporte rodoviário de mercadorias, é por todos reconhecida a
necessidade de melhorar a logística e a organização deste transporte, como condição essencial para o
aumento da competitividade da indústria e do comércio Europeus.
Os próximos anos acentuarão uma tendência - que já é realidade - para mudanças profundas no que
respeita à integração do transporte e da logística e à modernização dos modelos dos diversos tipos de
serviços de transporte.
Desde o serviço mais simples - que consiste em gerir e oferecer frotas e tripulações -, aos serviços que
requerem operações de triagem em armazém, até aos mais complexos sistemas que incluem a própria
gestão de stocks dos clientes, a procura exige cada vez mais às empresas a satisfação de três requisitos:
• Redução dos custos da deslocação dos produtos;
• Rapidez e controlo das entregas;
• Fiabilidade geral do serviço.
A preocupação de concentração no negócio principal das empresas tem contribuído para que cada vez
mais funções sejam subcontratadas. Esta realidade reforça a importância de uma selecção adequada dos
parceiros logísticos, da negociação dos termos aplicáveis à prestação do serviço e das formas de
comunicação subjacentes a esta relação de carácter continuado.
Vejamos então os aspectos mais relevantes para optar entre o transporte por conta própria ou por
conta de terceiro.
Transitários
A actividade transitária consiste na prestação de serviços de natureza logística e operacional que inclui o
planeamento, o controlo, a coordenação e a direcção das operações relacionadas com a expedição,
recepção, armazenamento e circulação de bens ou mercadorias, desenvolvendo-se nos seguintes domínios
de intervenção:
a) Gestão dos fluxos de bens ou mercadorias;
b) Mediação entre expedidores e destinatários, nomeadamente através de transportadores com quem
celebre os respectivos contratos de transporte;
c) Execução dos trâmites ou formalidades legalmente exigidos, inclusive no que se refere à emissão do
documento de transporte unimodal ou multimodal.
A actividade de aluguer de veículos de passageiros sem condutor tem por objecto a exploração de:
a) Automóveis ligeiros de passageiros;
b) Motociclos;
c) Automóveis de passageiros de características especiais, aprovados para o efeito pelo IMTT.
Pronto-socorro
São veículos pronto-socorro os que estejam devidamente adaptados para o transporte ou reboque de
veículos avariados ou sinistrados e sejam assim designados pela entidade competente para a homologação
e aprovação de veículos.
A prestação de serviços por meio de veículos pronto-socorro, para além do transporte ou reboque de
veículos avariados ou sinistrados, abrange o transporte ou reboque de veículos:
a) Destinados a substituir veículos avariados ou sinistrados;
b) Automóveis classificados como antigos ou de colecção;
c) Que não possam circular na via pública;
d) Que se destinem a exposições ou manifestações desportivas.
1.4 Organização dos principais tipos de empresas de transportes rodoviário de mercadorias e das
actividades auxiliares do transporte
A referida licença consubstancia-se num alvará ou licença comunitária, a qual é intransmissível, sendo
emitida por um prazo não superior a cinco anos, renovável por igual período, mediante comprovação de
que se mantêm os requisitos de acesso e de exercício de actividade.
No caso de licença para a actividade de transporte rodoviário de mercadorias por conta de outrem,
exclusivamente por meio de veículos ligeiros, esta especificação consta do alvará.
Ao IMTT compete organizar registo de todas as empresas que realizem transportes de mercadorias por
conta de outrem.
Estão igualmente sujeitos a autorização, a emitir pelo IMTT, os transportes de carácter excepcional
realizados por veículos afectos ao transporte por conta própria cujo peso bruto exceda 2500 kg em que,
cumulativamente:
a) As mercadorias e os veículos não pertençam ao mesmo proprietário;
b) O transporte seja efectuado sem fins lucrativos por colectividades de utilidade pública ou outras
agremiações filantrópicas, desportivas ou recreativas;
c) As mercadorias transportadas estejam relacionadas com os fins das entidades que efectuam o
transporte;
d) Os veículos utilizados sejam da propriedade da entidade que realiza o transporte, de algum dos seus
associados ou cedidos a título gratuito por outras entidades.
mesmo conjunto, e não excedam três operações de cabotagem, durante um prazo de sete dias a contar da
data de descarga das mercadorias objecto do transporte internacional.
O trânsito de veículos ou conjuntos de veículos está sujeito a autorização anual sempre que estes
transportem objectos indivisíveis cujas dimensões excedam os limites das respectivas caixas de carga ou
a altura de 4 m a contar do solo.
Os veículos excepcionais estão sujeitos a autorização anual quando não ultrapassarem as dimensões
máximas fixadas para este tipo de autorização, ainda que dos respectivos documentos de identificação
conste a exigência de autorização caso a caso.
Para os veículos ou conjuntos de veículos sujeitos a autorização ocasional podem ser emitidas
autorizações de curta duração (até 6 meses) quando:
a) Os objectos indivisíveis transportados tenham as mesmas características;
b) Os objectos indivisíveis tenham dimensões e peso iguais ou inferiores aos que constam da
autorização;
c) O transporte se realize no mesmo itinerário, em qualquer dos sentidos;
d) O veículo ou conjunto que realiza o transporte seja o mesmo.
Transitários
A actividade transitária consiste na prestação de serviços de natureza logística e operacional que inclui o
planeamento, o controlo, a coordenação e a direcção das operações relacionadas com a expedição,
recepção, armazenamento e circulação de bens ou mercadorias, desenvolvendo-se nos seguintes domínios
de intervenção:
a) Gestão dos fluxos de bens ou mercadorias;
b) Mediação entre expedidores e destinatários, nomeadamente através de transportadores com quem
celebre os respectivos contratos de transporte;
c) Execução dos trâmites ou formalidades legalmente exigidos, inclusive no que se refere à emissão do
documento de transporte unimodal ou multimodal.
A actividade transitária só pode ser exercida por empresas titulares de alvará emitido pelo IMTT. Os
alvarás são intransmissíveis e emitidos por prazo não superior a cinco anos, renovável mediante
comprovação de que se mantêm os requisitos de acesso à actividade.
O IMTT organiza registo de todas as empresas licenciadas para o exercício desta actividade.
A actividade de aluguer de veículos de passageiros sem condutor tem por objecto a exploração de:
a) Automóveis ligeiros de passageiros;
b) Motociclos;
c) Automóveis de passageiros de características especiais, aprovados para o efeito pelo IMTT.
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Por regra, a actividade de aluguer de motociclos sem condutor é explorada em regime de actividade única,
abrangendo um conjunto mínimo de motociclos.
A actividade de aluguer de automóveis de passageiros de características especiais, sem condutor, pode ser
explorada em regime de actividade única, abrangendo um conjunto mínimo de veículos.
O alvará só será concedido a sociedades com sede em território nacional que nele se proponham explorar
o número mínimo de veículos.
As empresas devem constituir -se sob a forma de sociedade comercial, possuir organização administrativa
e comercial adequada à sua dimensão e dispor de capital social não inferior a € 50 000.
A administração, direcção ou gerência social não poderá ser exercida por quem não possua idoneidade
moral e comercial devidamente comprovada.
As empresas titulares de alvará podem ser autorizadas a abrir agências ou filiais. A autorização para a
abertura da agência ou filial será averbada no alvará de que a empresa é titular.
As empresas que exercem a actividade de aluguer de veículos automóveis sem condutor devem dispor, no
mínimo, de um estabelecimento para atendimento dos clientes.
Pronto-socorro
São veículos pronto-socorro os que estejam devidamente adaptados para o transporte ou reboque de
veículos avariados ou sinistrados e sejam assim designados pela entidade competente para a homologação
e aprovação de veículos.
A prestação de serviços por meio de veículos pronto-socorro, para além do transporte ou reboque de
veículos avariados ou sinistrados, abrange o transporte ou reboque de veículos:
a) Destinados a substituir veículos avariados ou sinistrados;
b) Automóveis classificados como antigos ou de colecção;
c) Que não possam circular na via pública;
d) Que se destinem a exposições ou manifestações desportivas.
A actividade de prestação de serviços por meio de veículos pronto-socorro só pode ser exercida por
empresas licenciadas para o efeito pelo IMTT. O licenciamento pode ser atribuído a todas as empresas em
nome individual e colectivo que preencham os requisitos de acesso à actividade e envolve a emissão de um
alvará, intransmissível, emitido por um prazo renovável de cinco anos. O licenciamento tem âmbito
nacional.
O pronto-socorro também pode ser prestado como actividade acessória da sua actividade principal,
ficando dependente de um certificado a emitir pelo IMTT, por um período não superior a cinco anos a
todas as entidades que o requeiram, desde que se encontrem regularmente constituídas nos termos da lei
comercial para o exercício da sua actividade principal e acessória.
Os veículos pronto-socorro, a utilizar por empresas licenciadas e por entidades certificadas, estão sujeitos
a licença, a emitir pela DGTT, a qual deve estar a bordo do veículo durante a prestação de serviços a que
se refere o presente diploma.
Os serviços de transporte ou reboque efectuados por empresas licenciadas ou certificadas nos termos do
presente diploma devem ser descritos de forma sequencial num caderno de registo constituído por folhas
numeradas e não destacáveis. Durante a realização de cada serviço de transporte ou reboque, deve estar a
bordo do veículo pronto-socorro o caderno de registo que contém a respectiva descrição.
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TRANSPORTE DE MADEIRA EM PRANCHA - é aquele que, pela dimensão ou pelo peso da carga
deve ser realizado em veículos com equipamentos auxiliares específicos que facilitam a operação de
carregamento, tráfego e descarregamento;
TRANSPORTE DE PRODUTOS EXPLOSIVOS - é o que abrange produtos que, por sua natureza e
características estão sujeitos ao risco de explosão, pela acção do calor, do atrito ou de choque, pondo em
perigo a vida humana e bens materiais, e requer embalagens adequadas, bem como normas rígidas de
segurança, de quantificação, de manuseio e arrumação, de carregamento e descarregamento. Compreende
o transporte de explosivos propriamente ditos, munições, artifícios pirotécnicos e outros produtos.
Desde os primeiros tempos da sua existência que o homem reconheceu a necessidade de se deslocar entre
vários lugares.
Durante séculos, os tradicionais meios de transporte usavam como principal forma de deslocação a
tracção animal.
Graças à revolução industrial, surgem os primeiros engenhos com motores a vapor. Porém, foi no ano de
1898, com a invenção, de Rudolf Diesel, do motor de explosão - e, posteriormente, com o início da
comercialização do mesmo (Setembro de 1913) - que se iniciou o enorme incremento no transporte
rodoviário.
A última etapa surgiu com o primeiro veículo da era automóvel, inventado e construído por Henry Ford,
em 1921. Uma criação que mudou o mundo: um carro simples, produzido em massa e vendido com
grande sucesso, em todo o mundo desenvolvido.
Por outro lado, com o desenvolvimento da rede de estradas, os transportes rodoviários de passageiros
começaram a ganhar terreno face ao seu mais directo concorrente, o comboio.
Hoje em dia, com uma rede de auto-estradas e de estradas bastante desenvolvida, os transportes
rodoviários chegam a todos os lugares.
Contudo o mercado tem vindo a sofrer grandes alterações ao nível do tipo e especificidade do serviço
pretendido e da qualidade exigida. A concorrência existente leva a que as empresas tenham de adoptar
soluções imaginativas para conseguir ser competitivas sem perder qualidade. Para não se aumentar o
preço, a solução passa por um rigoroso controlo dos custos. E nem sempre a solução mais barata é
possuir uma frota própria como a seguir se pode verificar.
As crises como a que vivemos pressionam todas as empresas a reduzir custos e só as mais bem preparadas
conseguem subsistir. Esta crise em particular vai efectuar reajustamentos muito relevantes no sector,
projectando-o para melhores níveis de competitividade e produtividade. Vislumbra-se também um maior
choque concorrencial não só entre as soluções regionais e globais, mas também com a complementaridade
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de meios de transporte sucessivos, onde a intermodalidade será o maior expoente desta alteração
estrutural.
Intermodalidade
O transporte intermodal representa o movimento de mercadorias que utiliza dois ou mais modos de
transporte, sem manipular a mercadoria nos intercâmbios de modo. O termo intermodalidade
corresponde a um sistema em que dois ou mais modos de transporte intervêm no movimento de
mercadorias de uma forma integrada.
O transporte combinado permite coordenar os meios de transporte por estrada, ferrovia, mar e,
recentemente, aéreo, facilitando a sua intermodalidade. Os meios que utiliza são contentores, caixas
móveis, camiões e semi-reboques sobre carruagens e barco. Já se utiliza o transporte de camiões TIR
sobre vagões. Em França, esta operação tem o nome de Ferroutage.
Subcontratação
Algumas transportadoras funcionam essencialmente com frotas subcontratadas. Ou seja, o cliente contrata
a empresa para fazer um transporte e esta subcontrata outra empresa de transportes para efectuar o
transporte. Esta solução permite à empresa apresentar uma solução mais económica, nomeadamente
quando o destino da mercadoria não se enquadra nas suas rotas. Imagine-se que uma empresa actua no
eixo Lisboa – Porto. Se um cliente habitual pretender enviar uma mercadoria de Lisboa para Évora a
solução passaria por não aceitar o serviço; apresentar um preço que cobre as despesas, o que certamente
será demasiado elevado e acabará por afastar o serviço; ou assumir o prejuízo para não perder o cliente.
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Contudo, se se subcontratar o serviço a uma empresa que opere naquele eixo consegue-se satisfazer os
interesses do cliente e da empresa.
A empresa de Transportes Luís Simões (LS) assumiu há cerca de oito anos um modelo de subcontratação.
Actualmente mais de metade da frota da é subcontratada a transportadoras em regime de franchising.
Como funciona este modelo de negócio?
A LS cede ao franchisado o direito de explorar o seu conceito de negócio e utilizar a imagem, usufruindo
de acompanhamento permanente, bem como o benefício de estar integrado numa rede já enraizada,
nomeadamente, o acesso (a preços competitivos) aos produtos e serviços essenciais ao desenvolvimento
da actividade transportadora. O sistema de franchising foi concebido com o objectivo de dotar os
pequenos empresários de ferramentas de gestão e conceitos adequados para uma gestão bem eficiente das
unidades de produção.
Paralelamente, o sistema de franchising visa garantir aos clientes do grupo a prestação dos serviços
solicitados com o mesmo nível de qualidade (imagem, formação dos motoristas, informática embarcada e
acompanhamento da execução do transporte).
Outsourcing
Concentre-se no que faz melhor do que os rivais e entregue o restante a especialistas. Esta é a ideia-chave
do outsourcing, um conceito cada vez mais popular entre as empresas. Originalmente o outsourcing era
confundido com a simples subcontratação, circunscrevendo-se a actividades de baixo valor acrescentado e
afastadas do negócio vital de cada empresa como os serviços limpeza, de segurança, o correio expresso,
etc. O aumento da competitividade dos mercados forçou as empresas a passarem a concentrar os seus
melhores recursos no seu negócio vital, criando oportunidades de outsourcing de actividades, funções ou
processos que não seriam sequer imagináveis: transporte, armazenamento, frotas, funções financeiras,
sistemas informáticos, etc.
Por outro lado, há cada vez mais especialistas no mercado dispostos a resolver qualquer problema, a
qualquer lugar e hora.
Este alargamento da oferta e da procura alterou qualitativamente o conceito, dado que já não se está a
tratar de actividades remotas ao negócio vital. Hoje, o conceito de outsourcing significa, em muitos casos, a
celebração de uma verdadeira parceria estratégica entre o contratado e o contratante, assente em contratos
de longo prazo que, em regra, duram de entre cinco e dez anos. Esta nova base contratual mais sólida é
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uma das razões que justificam a esperança que o outsourcing seja um dos maiores negócios do futuro.
Eis o essencial sobre o conceito: «fazer ou comprar?». Este é o dilema típico de um processo de outsourcing.
Trata-se de um processo através do qual uma organização (contratante) contrata outra (subcontratado), na
perspectiva de manter com ela um relacionamento mutuamente benéfico, de médio ou longo prazo, com
vista ao desempenho de uma ou várias actividades, que a primeira não pode ou não lhe convém
desempenhar e que a segunda é tida como especialista.
O conceito é particularmente útil para o gestor de uma PME que, tendo de gerir recursos escassos, deverá
concentrar energias no seu negócio principal e nas competências-chave da empresa (ou seja, aquilo que faz
melhor do que a concorrência) e entregar o restante a parceiros especializados.
Deste modo, poderá reduzir custos e correr menos riscos de estar a trabalhar com produtos
tecnologicamente obsoletos.