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Processo Civil II
Processo Civil II
AULAS TEÓRICAS
3º Ano 2º Semestre
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20/02/2023
Questão prévia: no semestre passado foram estudos vários princípios que orientam o processo
civil, mas claro estes não se esgotam no 1º semestre. Assim, começaremos o 2º semestre com a
análise de um princípio:
Princípio da estabilidade da instância - artigo 260º CPC
O que é?
Este princípio significa que a instância vai se manter quer quanto às pessoas como às causas de
pedir. Ou seja, o que temos de ter aqui em atenção é que este princípio não atua como
conseguimos compreender desde a petição inicial. O que significa que só depois da citação do réu
é que esta ideia fundamental é aplicada. Assim, a partir da citação, a ideia é que instância se
mantenha a mesma, os sujeitos são os mesmos, autor e réu, o pedido é o mesmo e a causa de pedir
também.
Coloca algum tipo de dúvidas sobre a aplicação deste princípio?
Citado o réu , daqui por diante o que verificamos é que uma fixação, uma estabilidade, uma
petrificação - quere-se que a instância não tenha sobressaltos. Esta questão é tanto uma orientação
do processo como um princípio do mesmo, e não temos dúvidas nem na doutrina nem na
jurisprudência nem na própria lei da sua aplicação. Isto parece simples, mas como já vimos no
semestre passado por exemplo o artigo 6º do CPC pode causar dúvidas se é mesmo um princípio ou
se é um dever, mas no 260º CPC não temos dúvidas, o objetivo/efeito que se pretende é manter a
instância inalterada.
Citação do Réu
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- Este princípio diz in fine que “salva as exceções consignadas da lei”, o que quer dizer que este
princípio consente vicissitudes, alterações, modificações e exceções. Ou seja, do lado do princípio
temos e podemos ver que este tem diretrizes, postulados.
EM SÍNTESE:
Os artigos 195º /197º/ 198º/202º/619º e 620º do CPC são postulados do princípio da estabilidade
da instância onde o objetivo do legislador é que a instância não tenha percalços, que a instância
siga. Assim, o princípio da estabilidade da instância, concretiza-se no artigo 260º, mas tem
postulados ao longo de todo o processo para além da área das nulidades, mas também no final do
processo, a sentença, vai ser estável, pelo caso julgado.
No direito os princípios são vetores/orientações que são superiores às ordens jurídicas e que
fazem que várias regras/ normas se conformem e se adequem e reconduzam ao princípio da
estabilidade da instância. Não temos regras sem exceção e os princípios iguais.
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Logo, nós vamos olhar para o 260º CPC e vemos na parte final, que o 260º admite
modificações, e essas modificações podem ser:
- quanto às partes;
- quanto ao pedido;
- quanto à causa de pedir;
Mas, estas modificações tem de estar fixadas na lei, quando olharmos para o outro lado da
moeda que são as situações que fazem com que não exita estabilidade na instância, a nossa
interpretação dessas normas tem que ser restritiva porque nós estamos do outro lado , ou seja,
contrário ao princípio, as situações em que não temos estabilidade ou pelo menos alguma
instabilidade, as normas tem que ser analisados de modo restritivo.
Temos então:
1. Modificações subjetivas: tem que ver com as partes.
Exemplo A contra B e nós se formos ver isto, vemos uma relação singular , A Autor e B o réu. Mas
vimos no semestre passado que podíamos ter relações plurais, o que denominamos por
Litisconsórcio Inicial, ou seja, no momento da propositura da ação. Mas agora, nesta perspetiva
das exceções, o que vamos ver é que no momento da propositura da ação temos 1 autor e 1 réu e
agora a partir do meio entre a Contestação e Réplica imaginemos entra o C que aparece durante a
ação, vai entrar depois de a ação estar em marcha, podendo entrar tanto do lado do autor como do
lado do réu. O que chamamos a esta situação?
A doutrina denomina por Intervenções de terceiros (311º e ss do CPC), a isto nós chamamos
modificações Subjetivas. Estas entradas de outras sujeitos, não pode depender só da vontade do
autor e do réu, tem que ser conforme à lei, é a lei que fixa, não as partes, 260º CPC. Fixando na
entrada de novas partes, podemos classificá-las:
a) Intervenção Principal 311º e ss CPC: o sujeito interventor tem uma posição paritária. Vai
intervir como litisconsorte sucessivo.
- Principal espontânea: Pode aderir ou inovar, esta intervenção pode ser tanto ativa como
passivo: adesiva ou autónoma: 312º CPC
b) Intervenção Acessória 321º e ss CPC: o sujeito é chamado não como parte idêntica ou paritária
como na principal, ou seja, aqui é como que auxiliar da defesa, uma posição mais lateral e mais
subjetiva. Isto só se estabeleceu assim a partir da reforma de 2013, até aqui podia ser também
espontânea, a partir da contestação já não poder ser aceite.
c) Intervenção de Assistência 326º e ss CPC: é chamado como assistente + 327º CPC = a todo o
tempo. Porquê? O assistente tem de tal forma uma posição lateral que não vai modificar o
processo nem causar problemas na tramitação do processo.
2. Modificações objetivas: tem que ver com o objeto, pedido e causa de pedir
24/02/2023
Maior parte da aula foi uma revisão da última: em concreto a nível dos apontamentos, foi feito
alguns acrescentos às questões, o que se mais desenvolveu foi a questão do 313º e 314º que está
então nesta aula demonstrado.
Professor Castro Mendes: olha para o processo como uma marcha que divide as fases, apesar de
muitas críticas, temos então:
1º: Fase da Petição Inicial: Contestação: pede haver réplica ou não e depois despacho saneador:
fase dos articulados;
2º: Fase da condensação: depois do despacho saneador;
3º: Fase da instrução: as fases dos temas de prova:
4º: Fase de audiência do julgamento: onde temos mesmo as audiências.
Desta forma, a Espontânea (312º)pode ser ainda:
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Autónoma: apresenta o seu próprio articulado, 314º CPC ;
Adesiva: adere aos articulados, 313º CPC.
Mais, 313º CPC diz-nos que a intervenção do litisconsórcio com mera adesão aos articulados do
lado ativo ou passivo, é admissível a todo o tempo. Que quer isto dizer? Que a adesão pode
acontecer num período mais amplo porque não vai modificar os factos, está apenas a concordar às
alegações a cada uma das partes, e sujeita-se a aceitar a causa tal e qual como está, 313º/3 CPC.
Artigo 314º CPC diz nos que a intervenção autónoma, em articulado próprio, o 314º CPC “só” até
ao fim da fase dos articulados. Mas então não temos igualdade, porque é que na mera adesão
pode aparecer até mais tarde? Porque exatamente a intervenção por mera adesão, não vai
destabilizar o que se passa na ação, a parte não vai apresentar novas alegações nem novos factos, vai
concordar apenas. Assim, como tal o contrário, a intervenção por articulados próprios, o novo na
ação vai apresentar novos factos, assim estaríamos a submeter tudo aquilo que se passa na ação a
um princípio da estabilidade da instância completamente do avesso.
Assim, iniciado o processo, as partes principais estão determinadas, mas podemos em determinadas
condições de intervenção de terceiros posteriormente.
Mas veja-se ainda:
Se o terceiro intervém aceite no processo no estado em que o encontra, assim nunca tem esta
intervenção efeitos retroativos. Porque se estamos numa perspetiva dinâmica, numa perspetiva de
marcha de processo chegando ao fim sem um pendência muito longa para não comprometer a
celeridade processual, e assim, todas as questões que podem colocar em causa este mesmo processo
tem de ser afastadas ou aceites restritivamente.
Em suma, apesar das questões suscitadas, a intervenção de terceiros não depende só da vontade do
terceiro ou da parte, a intervenção do terceiro só acontecem perante a vontade da lei. Com isto não
quer dizer que em certas circunstâncias a intervenção de terceiros na ação não seja relevante e
vantajoso, pode dar-se o caso, mas apenas e só quando a lei assim o demonstre. Desta forma, é
preciso ter atenção que esta questão tem de ser sempre analisada de forma restritiva, porque todos os
pontos que possam ser de dúvidas, temos de os rejeitá-los, restringindo em nome do princípio da
estabilidade da instância, invocando o 260º CPC.
28/02/2023
Conclusão do que demos até aqui na primeira semana:
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Sobre este tópico, é importante não esquecer o artigo 318º CPC em relação à intervenção
principal provocada, este artigo na verdade não é propriamente uma novidade porque podemos
ter situações iniciais que estavam mal e que vão ser mais tarde reparadas. Exemplo: havia
inicialmente um litisconsórcio que tinha que ser necessário, mas que só apareceu um – todas
estas situações de reparação ou de sanação de litisconsórcio necessário vão acontecer num
momento subsequente. Ora, este momento subsequente, é intervenção de terceiros. Porquê?
Porque o litisconsórcio sucessivo pode ser uma espécie de remédio para o litisconsórcio
necessário inicial que na verdade devia ser mas não apareceu, e este problema vais ser resolvido
pelo:
- 318º/1 a) para o litisconsórcio necessário;
- 318º/1 b) para o litisconsórcio voluntário;
- 318º/1 c) para as outras situações, nomeadamente as do número 3 do 316º do CPC.
As semelhanças:
O C quando intervém pode intervir:
- Em termos de iniciativa:
1. Oposição Espontânea: por ele próprio, iniciativa parte do C - 333º e ss do CPC; Seguindo o
exemplo dado em cima, o C vai referir num requerimento à parte que é titular daquele terreno,
que tem o direito. Onde das duas uma, ou as partes não estão de acordo (A e B) e dizem que o C
não tem direito – 337º/2 CPC impugnando o direito do C a instância segue entre as três
partes havendo duas causas conexas, ou então uma das partes até concorda com o C. Aqui
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então se alguma das partes reconhecer o direito do opoente esta relação aparentemente
triangular deixa de o ser e passa a ser dual , o C ou se vai aliar a A ou a B: 337/1º CPC.
2. Oposição Provocada: porque o C é chamado por alguém- 338º e ss do CPC, sendo em
regra o réu que chama o opoente como estratégia de defesa. Ou pode o réu de acordo com o
prazo para contestar, e depois citado o opoente, o terceiro : 339º do CPC. Consequência: 340º
se o terceiro não deduzir a sua oposição, é logo proferida sentença.
03/03/2023
1. Para o processos seguir depois da suspensão (dá-se esta suspensão para questões do prazo), 351º
352º inter vivos. Esta vais nos suscitar uma série de questões: A prof. Paula Costa e Silva
tem tese de mestrado sobre isto.
Olhando para o direito comparado, uma hipóteses era que a transmissão não tivesse relevância-
teoria da irrelevância da posição contratual. Alias no direito romano a transmissão contratual a
alteração contratual era proibido. Mas agora, admitindo-se do lado do processo temos 3 posições
então:
Teoria da irrelevância: temos transmissão do direito processual no plano substantivo e não tem de
haver uma direta relação e consequência no plano processual.
Teoria da relevância para o processo: temos transmissão do direito processual no plano
substantivo e tem de haver uma direta relação e consequência no plano processual.
Teoria da relevância mitigada: aceita que com determinadas circunstâncias se de relevância no
plano processual a alteração no plano substantivo.
Olhando para estas 3 teorias, Portugal, o direito processual civil, adota-se claramente a 3 teoria,
a da relevância mitigada, o sistema alemão também, ou seja, nem sempre a transmissão nos
planos substantivos só vai ter relevância em determinadas circunstâncias. E quais são estas?
Norma de habilitação para a sucessão inter-vivos: 356º , mas antes deste temos que nos
preocuparmos com o 263º que muito preocupa a doutrina, consagra os requisitos desta
substituição. E quais são eles?
- 579º/3 CC diz-nos o que é direito litigioso, imaginemos D propôs a ação contra E e o E
contestou, logo na perspetiva dinâmica deve-se entender que a transmissão do direito litígios só
acontece depois da contestação.
Agora o 263º vemos que na verdade se não houvesse este artigo esta substituição não se
pudesse operar, apenas se ode fazer porque este artigo configura uma causa autónoma de
legitimidade. porquê? Porque o 263º permite que aquele que não é parte na ação passe a ser ou
que o E que já transitou no planos substantivo para F continue a correr contra E no plano
processual, mesmo que o devedor seja o F, pelo que o comboio podia parar porque a partir do
momento em que isso fosse conhecido o F era o devedor, mas o 263º permite que assim não seja
—esta questão só se coloca se a transmissão no plano substantivo ocorrer durante a ação
processual! Só então mais tarde, nos termos do 356º é que o F passará a ter legitimidade.
Pressupostos do 263º:
Tem de haver pendência da ação;
Tem de haver uma coisa ou um direito litigioso, não pode haver acordo;
Transmissão na pendência da ação no plano substantivo;
Conhecimento, o juiz não pode adivinhar que isso aconteceu.
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Estes 4 pressupostos permitem então que se aplique o 263/1 , a autónoma causa de legitimidade.
E o nº 2 do 263º? Imaginemos, que D e E celebram um contrato de mútuo de 100 mil euros
porque conhecia E e acredita que esse lhe ia pagar no prazo combinado e se não fizer sabe o
património do E. Imaginemos o que seria se o E transmitir a sua posição o F que é alguém que
não tem qualquer rendimento, era a frustração de créditos de D – esta transmissão processual
tem que terem conta a vontade de D, não é irrelevante para D que o réu seja E ou F. O E pode
ter dinheiro e o F não tem nem um cêntimo, seria uma fuga às obrigações de E. O 263º/2 tenta
acautelar isto: a parte contrária tem de estar de acordo, podendo pelo princípio da cooperação
ser a parte contrária a comunicar o D, ou o tribunal. Se ele D tiver de acordo , temos
substituição. Se ele não tiver de acordo? Segunda parte do 263º /2 , só pode recusar-se quando
se entenda que a transmissão foi efetuada para tornar mais difícil a aposição de D, ou seja, um
claro truque – abuso de direito. O juiz deve recusar a substituição de E para F. Mas e se o F for
uma sociedade financeira, mas e se o D não aceita que tenhamos transmissão, nos termos do
263º/2 isso não pode acontecer, sem fundamentos para que a transmissão não ocorra o juiz deve
aceitar a substituição.
Mas isto será também uma exceção ao princípio da estabilidade da instância?
Sim, e isto não mete em causa, porque na verdade estamos perante dois princípios de polos
diferentes: o princípio da estabilidade da instância e o princípio da celeridade processual
que ao ter uma certa pressão eu em casos credíveis claro não se vai ter que propor uma outra
ação e a atual se puder aproveitar, deixa-se e aceita-se em alguns casos de alguma maneira
aconteça a transmissão mesmo com a oposição d aparte contrária.
Assim para além dos 4 pressupostos do 263º podemos dizer que o 263º desempenha várias
funções/ efeitos:
a) Proteger nos termos do nº 2 a parte estranha à transmissão;
b) Proteger os interesses do transmissário, na nossa hipótese o F;
c) Proteger os interesses do tráfego jurídico;
d) Consagração do princípio da economia processual.
2. 353º e 354º (consoante a legitimidade do sucessor esteja ou não reconhecida) e 355º para a
incerteza –> Mortis causa.
06/03/2023
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Este vem mostrar que esta ação, passagem do tempo não é o que interessa ao DPC , a ideia é de
económica processual de racionalidade de meios, onde o Processo civil deve acautelar situações que
mostram dinamismo e que por causa dessas vicissitudes o processos civil não para.
Exemplo: uma das partes morre não houvesse mecanismos, teria de se ir colocar uma noca ação
para o sucessor.
Se não houvesse o 263º, no plano do direto civil havia uma transmissão do réu B para C (terceiro),
nesse momento a ação teria que parar, assim a ação civil tenta que não se pare porque é uma questão
de legitimidade, o 263º diz que tem uma causa de legitimidade autónoma para que as vicissitudes
não atrasem e mobilizem o que esta em andamento, a ação processual.
Claro que temos críticas ao processos civil, mas não se deixa de com este principio, tendo uma
atividade no processo tem sempre ou tenta ter sempre uma ideia de resultado em concreto adequado
e eficiente, não a ideia de que se interpõem a ação e esta fica parada e não temos consequência
nenhuma. É uma económica que se reflete em vários sentidos, como a economia de meios,
adequando os meios às situações que tem de ser reguladas.
O direito processual civil não pode estar desligado na sociedade, a sociedade tem em si meios
escaços, logo também os tribunais, assim seria pouco desadequado se não tivéssemos uma
adequação as situações. Este principio tem como concretizações apenas as habilitações inter
vivos e mortis causa do 263º ? Não, claro que estes são corolários do principio da económica
processual.
Para além dos sujeitos, temos o objeto e o objeto da relação jurídico processual: tem dois
elementos, pedido e causa de pedir. Se tivermos vários pedidos como fazemos? É possível? Em
termos gerais e abstratos seria possível, mas temo que ir ao direito vigente.
Direito Civil: Os artigos 539º e ss do CC e 543º do CC (obrigação alternativa) e depois o 549º CC.
Qual a intrumentalidade do direito processual civil? Qual é o espelho? 553º do CPC (pedidos
alternativos), quando temos no direito civil 543º e ss , obrigações alternativas aceitamos que dentro
da ação processual se suscitem e se requeiram pedidos alternativos ou seja, A dirige ao tribunal em
alternatividade um pedido nos termos do 553º e ss do CC.
E isto não será uma demonstração do princípio da economia processual? Claro que sim, qual seria a
alternativa? Criar uma nova ação, a verdade aqui é que aparentemente estamos perante dois pedidos,
mas estes estão em alternativas, o tribunal só vai apreciar um!
Artigo 554º CPC, pedidos subsidiários, o que se olha é se não der este então aquele, formulando-se
pedidos subsidiários, onde se um não proceder, tenta-se o outro.
Conclusão, o Direito Processual Civil , permite o 553º e 554º , deixando que sejam apresentados
pedidos alternativos e pedidos subsidiários. Tanto num caso como no outro são demonstração do
princípio da economia processual. Mas tanto um como outro, temos apenas o tribunal que vai
apreciar o pedido mas isso não se passa na cumulação do pedido? Quis iuris se a parte quiser
fazer mais do que um pedido?
Artigo 555º CPC, cumulação de pedidos: das duas uma, o A , o autor podia propro um pedido
numa ação e um pedido noutra. Economia de meios? Não com toda a certeza. Problema que se
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coloca é que para a parte não lhe interessa e para o tribunal também não se pode apreciar tudo na
mesma ação. A cumulação é voluntária e o direito permite que exista cumulação de pedidos “Pode o
autor” faculdade.
Com que regras?
Desde que sejam incompatíveis e que não se verifique situações que impedem a coligação.
E o que é esta cumulação de pedidos?
É um regra permissiva, a parte usa esta faculdade pelo 555º no âmbito do princípio da economia
processual.
Conclusão:
Só na cumulação de pedidos , 555º CPC é que no fundo temos a única cumulação real de pedidos ,
porque o resto são cumulações aparentes no 554º e no 553º.
Cumulação real: se temos dois pedidos, tem de haver alguma ligação e requisitos e regime jurídico
que possa permitir esta cumulação, onde o autor se quiser pode propor na mesma ação dois pedidos.
Desde logo como deve esta questão se deve/pode considerar?
Pode autor ou podem os autores, ou seja, se nós olharmos para o 555º nada nos impede que dos
lados ativo inicialmente em vez de uma autor tenhamos um litisconsórcio ativo, sobretudo a partir
da reforma a de 95/96 a ideia que se tem defendido é que pode haver uma pluralidade de pedidos,
mas não se impede que tenhamos uma pluralidade de partes, uma coisa não é requisito da outra.
A cumulação de pedidos pode respeitar a duas vertentes relativamente aos pedidos:
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Causa de pedir: A promove uma ação contra B e o B pode na contestação confessar uma parte e o
B ao confessar esta parte, estamos perante uma alteração da causa de pedir por confissão do réu.
Nº1!
Reduzir o pedido: mesmo sem acordo do réu, se o pedido o autor conseguir demonstrar que o
pedido não desestabiliza a instância por ser apenas uma ampliação do pedido inicial isto pode
ocorrer.
Nº2!
Faz sentido colocar em cima da mesa, o artigo 588º deixa que aparecem outros articulados os
supervenientes, o problema é saber o que é que na verdade o 264º e 265º consagram. O prof. Castro
Mendes era mais favorável a colocar tudo no 264º e 265º, todas as alterações do objeto. A prof.
Mariana Gouveia e Lebre de Freitas consideram que a cumulação sucessiva de pedidos também se
rege pelo 555º, mas vêm-se colocar isso me causa, e então a cumulação sucessiva pode não ter
cabimento do 555º, mas ter no 588º porque na verdade, temos uma situação superveniente ( factos
conhecidos mais tarde), assim isto só pode acontecer no âmbito do 588º e não do 555º.
O prof. Miguel Teixeira de Sousa, considera que a cumulação sucessiva pode ser distinguida a dois
níveis:
- Factos conhecidos ad início, entende-se que aplica-se o 555º;
- Factos desconhecidos, aplica-se o 588º.
regente partilha desta opinião.
Reconvenção: 266º
A---------------- >B
< ---------------------
O B pode também na contestação, ainda reconvir, fazer um pedido contra o autor isto causa
instabilidade no pedido e na causa de pedir!
A reconvenção é uma modalidade (segundo a prof. Regente) é uma modalidade da alteração do
pedido e da causa de pedir.
No sistema português não aceita a reconvenção da reconvenção, e bem porque tem que haver uma
restrição destas vicissitudes! Mas deixa-se que acha um contra-ataque o pedido reconvencional, mas
temos requisitos:
Iniciativa do réu (o réu pode apenas defender-se/ impugnação ou exceção) poder
dispositivo do lado do réu;
Conclusão: dai se entenda que os problemas do 264º e 265º não ficam por ai, e o exemplo disso é a
reconvenção.
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a
13/03/2023
Em que espécie de ações é que podemos encontrar pedidos reconvencionais? Em todas, veja-
se:
Exemplo: A pede ao tribunal a apreciação de um testamento, e o réu peticiona no sentido da
invalidade daquele testamento, está não apenas a defender-se, mas está a formular um novo pedido
devemos entender que este pedido do réu é reconvencional porque tem autonomia em relação ao
pedido do autor (ações de simples apreciação).
Assim, mutatis mutanti por maioria de razão também nas ações de condenação é possível:
Exemplo: A pede que o B seja retirado da casa, B em reposta diz, tudo muito certo, mas pague lá a
casa de banho que fiz (benfeitorias), este pedido é claramente um pedido reconvencional.
E nas ações constitutivas?
Exemplo: ações de divórcio de A para B, e o B não concorda com aqueles fundamentos e propõem
nesta ação, quer-se divorciar por mim com isto, eu peço a dissolução do casamento não com aqueles
fundamentos, mas com outros, aqui estamos perante também um pedido reconvencional.
O 266º do CPC diz-nos que pode deduzir pedidos contra o autor, mas o nº2 diz que na reconvenção
é admissível nos seguintes casos, ou seja, só temos pedido reconvencional nos casos previstos na
enumeração taxativa nº2 do 266º CPC, estamos no âmbito da económica processual é certo, mas
tudo isto causa entraves e o legislador é muito rigoroso e o interprete ou coloca a situação no 266º/2
ou não cabe.
Esta reconvenção tem reflexos no valor da causa, o valor da causa é apurado ad início quando a
ação é proposta, mas se for apresentado mais tarde um pedido reconvencional, este pedido altera o
valor da causa: 299º CPC.
Imaginemos que o A propõem uma ação contra B e o B depois de ter sido citado não contesta?
Quid iuris? Imaginemos que B morre ou que nada faz? Revelia do réu 567º CPC, consideram-
se confessados, “confessio ficta” uma ficção de confissão. Dois tipos de revelia:
566º CPC (Absoluta ou Relativa):
Absoluta: falta de contestação e nem constitui advogado, não apresenta mandatário judicial:
Relativa: 566 à contrário, se o réu não contesta, mas constitui advogado.
567º CPC (Operante ou Inoperante):
17/03/2023
Procedimentos cautelares, 362º e ss do CPC:
No processo civil temos dois polos antagónicos:
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a) Composto pela finalidade de a composição final do litígio respeitar princípios constitucionais
relativamente ao processo equitativo, de a decisão ser bem fundamentada, bem investigada, de
forma a que se apure a verdade material isto faz demorar a decisão final do litígio.
b) Pede que a decisão seja rápida para que seja eficaz.
Os dois precisam de ser conjugados porque uma decisão só é justa se a mesma for eficaz.
Então como garantimos a eficácia nos casos em que a mesma está em perigo?
Através de uma providência cautelar. Que no fundo é um meio de natureza sumária e urgente que
compõe provisoriamente o litigio e salvaguarda no todo ou em parte a utilidade de uma decisão
final.
Exemplo: temos um direito de crédito, o credor coloca uma ação de cumprimento do seu crédito, e
o devedor ao aperceber-se começa a vender e a doar os seus bens como forma que a sua garantia
não servia para o credor. E se esta garantia desaparecer a ação de cumprimento e a executiva perde a
utilidade porque o devedor não tem bens que consigam salvaguardar a divida que tem perante o
credor . Assim, através de uma providência cautelar que garante esta garantia patrimonial do credor.
No fundo a razão teleológica por de trás dos procedimentos cautelares assenta na ideia de que o
procedimento declarativo demora bastante tempo, seja por razões de contraditório, seja porque tem
que se investigar muito bem os factos, ou qualquer outras razões. Ora, isto causa muitos
transtornos aos interesses materiais subjetivos de quem propõem a ação, podendo causar
prejuízos ao titular do interesse material base dessa ação, ao ponto de inutilizar os efeitos
positivos que a composição final do litígios em abstrato trás.
Desta forma, a lei admite processualmente, que se consiga salvaguardar o efeito útil da ação, antes
de uma composição final do litígio, através das providências cautelares: 2º/2 CPC.
Razões: porque temos a impossibilidade desse direito no futuro, mas também porque temos a
necessidade imediata para a realização desse direito.
Quais as características deste procedimento?
As providências cautelares porque se pretendem rápidas, basta-se com uma análise sumária da
questão, veja-se se estamos perante um processo urgente 363º/1 do CPC:
Prazos de defesa são menores do que na ação comum, também é mais rápida e célere a
instrução e discussão da causa 293º- 295 ex vi 365º/3 do CPC.
O nível de prova para a sua procedência é inferior, basta-se com a mera justificação do receio
da lesão e a prova sumária do direito ameaçado, 365º/1 CPC; prova sumária do direito
ameaçado, é a sua verisimilhança que é uma prova que não tem por objeto a descoberta da
verdade da existência do direito, mas sim a verisimilhança, ou seja, que de facto aquele direito
pode existir, é provável que exista, mas não temos de ter a certeza. Isto na verdade é o que a lei
se refere no 368º CPC “probabilidade séria de um direito”;
Necessidade de uma minimização intervenção que as providencias tem na esfera jurídica do
requerido, ou seja, as providências cautelares deve causar o mínimo de prejuízo ao requerido
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uma vez que o direito que se baseia pode não existir efetivamente e só será descoberto na ação
principal.
É sempre uma tutela provisória face à que é dada na ação principal porque tem uma função
preventiva, a sua duração temporal é limitada. No caso em que é pedida uma providência e ela é
considera procedente, se a tutela definitiva da ação principal a tutela cautelar é em regra geral
substituída pela tutela principal, mas se for conseguida e depois no decorrer da ação esta for
considerada improcede, a providência caduca! 373º/1 c) CPC. A eficácia tutela serve a ação
executiva e assim a tutela cautelar só se esgota ou caduca com o término da ação executiva e não
a declarativa.
Garantir o direito;
Regulação provisória de uma situação jurídicas;
Antecipação provisória de um efeito jurídico; (apenas as antecipatórias o conseguem)
A lei prevê um procedimento cautelar comum ou não especificado a empregar sempre que se
verifiquem os fundamentos que o justifiquem, não tenha um procedimento cautelar especifico
consagrado na lei. Assim, o procedimento comum é subsidiário: 362º/3 CPC.
1. Os vários procedimentos especificados:
Quando falamos deste tipo de providência cautelar o regime comum só se aplica em concreto ao
que não tiver regulado de forma especial e especificada, 376º/1 CPC. Tendo em conta as
finalidades de garantia o CPC prevê dois providência cautelar especificados:
a) Garantia:
Arresto : 391º e ss do CPC, mas também no 691º e ss do CC e aplica-se nos casos em que o
credor tenha significado receio de perda da sua garantia patrimonial. Assim visa-se a frustração
do processos executivo por falta de bens penhoráveis. Depende da alegação e dos factos
concretos que implicam a existência de uma situação de lesão iminente da garantia patrimonial
em curso, ou que se indicie que essa perda venha a ocorrer no futuro. A prova deste justo receio
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pode ser dispensada nos casos do 396º do CPC. O arresto é um providência cautelar com um
contraditório diferido, ou seja, pode ser a decisão da providência ou não, é tomada antes de
ouvida a parte contrária, o requerido. Mas apenas esse requerido é ouvido após a decisão final
dessa providência cautelar, exceção do princípio do contraditório, 393º/1 CPC. Nos termos
do 391º/2 do CPC, o Arresto é então a apreensão de bens penhoráveis e na colocação dos
necessários à satisfação da dívida numa situação de indisponibilidade semelhante à penhora.
Arrolamento: 403º e ss do CPC, necessidade de para que o arrolamento seja tido em
considerado, se fazer prova da vermelhaça da existência de algum direito do requerente sobre os
bens a arrolar.
Embargo de obra nova: Quem se julga ofendido do seu direito de propriedade ou de qualquer
outro direito real de gozo ou da sua posse em consequência de obra/Serviço novo que lhe cause
ou ameaça causar prejuízo, pode requerer que essa obra, trabalho ou serviço novo seja suspenso
através desta providência. Este embargo nos termos do 397º/2 também pode ser efetuado
extrajudicialmente , se bem que nesses casos tem que necessariamente vir a ser retificado pelo
tribunal: 400º CPC
21
2. Os Procedimentos não especificados: as que seguem o procedimento cautelar comum , tem o
sue âmbito de aplicação regulado no 362º/1 do CPC, termos uma liberdade na formulação de
pedido desde que verificados os pressupostos (analisado melhor na aula de 20/03).
Se proposta como preliminar da ação principal, devem ser instauradas no tribunal em que
deve ser instaurada a ação principal: 78º C) do CPC. Nos termos do 366º pode ser protelado o
contraditório do requerido para momento posterior à decisão da procedência da providência,
caso o contraditório ponha em risco sério o fim ou eficiência da providência cautelar. Se
tivermos num destes casos, em que o contraditório é deferido, temos uma situação em que o
requerido não se defende, devendo a providência ser decidida no prazo de 15 dias. Se não
tivermos um destes casos, a providência tem de ser decidida em 2 meses: 363º/2 do CPC.
Mas o requerido apenas fica vedado de se defender antes de proferida a decisão final dessa
providência, ou seja, o mesmo pode recorrer judicialmente da decisão da providência ou até
opor-se posteriormente ao deferimento da decisão final da mesma, acrescentando novos
fundamentos de facto ou meios de prova em sua defesa: 372º/1 do CPC.
Ao contrário do que acontece nas ações declarativas o tribunal também não está adstrito à
providência concretamente requerida, isto é, muito importante 376º/3 do CPC, ou seja, aqui o
juiz não está sujeito ao pedido concreto do autor, ao princípio do dispositivo. Não! Aqui, nas
providências cautelares o juiz pode decretar uma providencia diferente da pedida se a considerar
mais adequada tendo em conta a alegação do requerente.
Se a providência for considerada injustificada ou caducar por facto imputável ao requerente este
responde pelos danos que culposamente causou ao requerido! O requisito da culpa aqui é diminuído
pois o requerente é responsável se não agiu de acordo com uma prudência normal, ao contrário do
regime da litigância de má-fé que exige dolo ou negligência grava para haver condenação nos seus
termos. Uma providência pode ser considerada injustificada para efeitos deste regime quando
apesar de a providência ter sido declarada procedente, a ação principal é declarada improcedente ou
a providência caduque ou falta de impulso processual ou negligência do requerente. A caducidade
está consagra no 473º, mas note-se que a providência pode ser considerada levantada se forem
apresentados factos extintivos pelo requerido, 373º/3 o que leva a conclusão por maioria de razão
que o regime do caos julgado não se aplica da mesma fora às procidências cautelares que se
aplicaria às ações principais. Alias, por maioria de razão, também se diz que se o requerido
depois de decretada a providencia em sue prejuízo alegar factos novos que de alguma forma
demonstram que a utilidade da previdência deixou de ser necessária, isto pode levar à
alteração da decisão da tutela cautelar concedida!
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20/03/2023
Continuação das providências cautelares:
Do 368º/1 do CPC resultam os dois pressupostos positivos para a existência de uma providência
cautelar:
“Funus boni iuris”, é a probabilidade séria da existência de um direito, o que é uma
concretização prática das próprias finalidades das providências cautelares porque por serem
urgentes e instrumentais à ação principal visando tutelar a utilidade da mesma, elas não se podem
compadecer com a demora desta ação, o que significa abdicar do contraditório e do rigor
probatório em volto da ação principal: de forma a que tenhamos uma decisão em tempo útil.
Neste sentido, a prova da providência cautelar tem de seguir uma regra mais leve, 365º/1 CPC,
prova sumária da existência do direito, para que o juiz considere que isto está verificado a existência
do direito basta então que ele forme um juízo de mera probabilidade sobre o direito do
requerente;
“Periculum in mora”, só pode ser compreendido por dois artigos 368º e 362º/1, é um constante
receio que a tutela requerida na ação principal devido às demoras normais do processo venha a ser
inútil.
O prof. MTS demonstra isto no manual, exatamente com o fundamento base de que a tutela
definitiva que venha a ter lugar seja inútil. Esta inutilidade da tutela não se refere apenas à ação
declarativa, refere-se também à vertente executiva, dai que o MTS chama a atenção que a tutela
jurisdicional efetiva abarca ambas: 364º/2 CPC. Esta a teologia que está por de trás de todas as
providências cautelares em geral.
A tutela cautelar em ambas vertentes, quer antecipatória, quer conservatória tem acima de tudo uma
vertente preventiva!
O que está por de trás do 362º é que o periculum in mora é a potencial violação de direito e difícil
reparabilidade que decorre da demora do processo judicial.
Por exemplo, no Arresto percebe-se perfeitamente que o periculum in mora está no facto de quanto
o credor vier a adquirir a tutela concreta e definitiva, já não exista património para a satisfação do
seu crédito.
Por um lado, na tutela cautelar antecipatória, acaba por ser semelhante, mas diferente em termos
práticos. Ou seja, semelhante porque é sempre o periculum in mora que está por de trás, mas
diferente porque o que se visa é a necessidade de o direito ser realizado imediatamente sob pena
de vir a ser inútil, exemplo: ação provisória de alimentos.
Por outro lado, veja-se que no funus boni iuris basta-nos a probabilidade seria do direito, no
periculum in mora esse juízo já não é tão relativizado o professor Lebre de Freitas recai mesmo
muito sobre o tema do periculum in mora, que se trata de um juízo de certeza que decorre da
necessidade de se verificar o perigo! Não identificamos o mesmo no 362º do que está no 368º
relativamente à existência e um direito, não temos uma abertura ao julgador ao seu juízo de certa,
tem que existir um fundado receio e concretamente identificado na providência que é requerida!
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O professor Lebre de Freitas concretiza mesmo esta palavra “suficientemente” do 368º/1
relativamente ao fundado receio, não como uma relativização do juízo que o julgador tem de fazer
sobre o periculum in mora, mas quanto ao excesso de investigação que tem de fazer no periculum in
mora, tem de fundar concretamente nas provas apresentadas nas providências cautelares um juízo de
certeza sobre o periculum in mora ao contrário do que acontece no funus boni iuris! Já o prof.
Alberto dos Reis e Miguel Teixeira de Sousa, tem relativamente ao periculum in mora, uma
perspetiva de probabilidade maior ou menor consoante o caso concreto.
Para além desta certeza, o periculum in mora tem de ter ainda duas questões:
Ser dotado de excessividade, ou seja, o prejuízo tem de ser objetivamente verificado que é
grave e de difícil reparação, o que aponta para uma ideia de excesso de risco por parte do
requerente face aquilo que é o risco normal de um autor na ação declarativa que requer tutela.
Isto tem de ser verificado consoante o caso concreto! Por exemplo no Arresto, compreende-se
bem! Ou na suspensão das deliberações sociais! Mas se virmos a providência cautelar da
restituição provisória da posse vamos ver que a ideia de excessividade não resulta ou se verifica
assim da letra da lei, 377º a ideia de excessividade já não está verificada na providência
especificada em análise, mas, não deixa de ser regra para as nominadas!
Objetividade, e isto compreende-se com exemplos, veja-se o Arresto, se eu tenho um devedor
que tem um histórico de incumprimentos e dissipação patrimonial, vemos um risco objetivo que
vai prejudicar o crédito que venha a ser reconhecido na tutela da jurisdição efetiva que resulta
da ação principal.
No 367º/2, temos um requisito que é o chamado juízo de proporcionalidade , ou seja, um requisito
de recorte negativo, mesmo verificado Periculum in mora e o Funus boni iuris , o juiz perante o
juízo de proporcionalidade que tem de fazer , pode recusar o decretamento da providência cautelar.
Temos de analisar os riscos em concreto que tenho que pesar nesse juízo de proporcionalidade,
tenho que ver o prejuízo que o decretamento da providência vai trazer na esfera do requerido com o
perigo que o requerente pretende evitar. E quando sou obrigado a recusar? Quando “exceda”, ou
seja, tem que haver um excesso considerável daquilo que é a afetação da providência cautelar face
ao perigo que se pretende cautelar. O professor MTS tem uma posição contrária à
generalidade da doutrina que é uma desproporção que eu posso analisar vendo o caso concreto
que não tem de ser propriamente um juízo de desproporção , não tendo de haver um risco de
sacrífico que seja gravemente afetante da esfera do requerido, ou seja, basta alguma
desproporcionalidade daquela providência relativamente aos dois interesses em causa. Já o
professor Lebre de Freitas + Alberto dos Reis entende quem tem de haver uma maior
desproporção porque estamos perante um pressuposto que vai afastar outros dois pressupostos
positivos, assim para que não decrete a providência a desproporção tem de ser forte, tenho de
verificar uma afetação tão forte do requerido que me obrigue a recusar o decretamento do
procedimento. Ou seja, o “pode” não gera um juízo de ponderação, a ponderação está nos riscos, e
se em caso de se verificar uma forte desproporção, temos o dever de não decretar.
Posso eu fazer um recurso a esta matéria tendo por base a forte desproporção da providência
decretada?
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Sim claro que sim, mas para Lebre de Freitas não posso chegar ao STJ, porque este juízo de
desproporcionalidade é um juízo de facto, e o STJ só aprecia questões de direito. Isto contudo, não
deixa de ser discutido uma vez que o juízo é feito tendo por base um principio constitucional, o
princípio da proporcionalidade: 367º/2 e é isso que permite que o juiz tenha o dever de recusar o
decretamento da providência cautelar mesmo estando verificado os dois prossupostos positivos,
629º/2 d), tal como demonstra Lebre de Freitas, como estamos perante um juízo de facto isto não é
recorrível para o STJ mas isto é debate nos tribunais, porque o principio da proporcionalidade
permite um recorte deste que se verifique a forte desproporção.
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Instituto que vem baralhar a finalidade das providências cautelares, se virmos o 369º + 373º/1 a) , ou
seja, até aqui vimos que as providências cautelares tem uma finalidade instrumental à relação
principal. A inversão do contencioso faz parecer que as próprias providências cautelares podem ser
a decisão final! Quem tem aqui com a inversão do contencioso de requer a ação principal é o
requerido e não o requerente, inverte o ónus de propositura da ação, deixa de caber ao requerente
aquele que obteve a tutela cautelar às custas do contraditório e às custas do direito probatório, para
obter uma tutela definitiva.
Veja-se os pressupostos: ato por parte do requerente (1), cabe ao requerido (2):
- Convicção segura da existência do direito acautelado;
- Se a natureza da providência cautelar tem de assegurar que tem suscetibilidade de ser uma decisão
final.
24/03/2023
Até aqui demos toda a parte estática do processo. Mas neste momento vamos abrir o 2º capítulo, o
dinâmico:
Mas as fases não precisam de ser feita todas, isto é mecânico, mas pode acontecer várias vicissitudes
como por exemplo as partes podem terminar a instância em qualquer momento!
Agora, admitindo que não tivemos problemas na petição inicial, considera-se que a instância
teve o seu início, 259º CPC, mas também tem direitos substantivos, por exemplo a interrupção dos
prazos de prescrição, 323º do CC.
b) Citação: o réu tem de ser notificado da petição inicial e do seu conteúdo, dando-lhe o prazo
para responder: 225º CPC , citação pessoal: 225º/2 e é nestes mesmos termos que deve ser
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efetuada e também nos termos do 228º. Esta citação tem toda a importância porque se a citação
não for feita, todo o processo é nulo, 187º CPC, dai a importância da regularidade da citação,
sob pena de colocar em causa todo o restante processo, nem pode haver correções, destrói-se
tudo o que tiver sido feito para a frente!
27/03/2023
Contestação: o réu vai ser notificado para responder para depois dizer algo que queira fazer. A
contestação tem duas vertentes:
a) Defesa por impugnação (não, não é verdade), por exceção = o réu defende-se;
b) Reconvenção o réu pode apresentar uma reconvenção dentro da contestação;
Ele contesta ou não contesta, se não contestar, a revelia (absoluta ou relativa), confessando.
Perspetiva do réu: ação de responsabilidade de medicamentos ou de produtos defeituosos, e o réu
tem uma panóplia de argumentos para contraria as pretensões do autor (A) para se defender o réu
(B). Mas será que B vai gastar todas as minhas munições/argumentos na defesa ou vou
cautelosamente guardar algumas coisas na fase da instrução para mais tarde, para surpreender o
autor. Assim, de uma maneira mais estratégica guardar esses elementos para mais tarde. Isso é
possível? Muitos autores, e o professor também concorda a propósito da norma do 573º CPC,
consideram eu para além de uma norma é um princípio processual: concentração da defesa, 573º
CPC, no âmbito deste princípio e da celeridade “TODA A DEFESA”!
Pelo que não se deve defender às prestações, nem para destabilizar, isto é ilegal pelo 573º. Se já
tiveram sido produzidos e já ter conhecimento, se o juiz achar que esses documentos violam o
573º, o princípio da concentração da defesa.
Desta forma, a defesa deve ser concentrada na contestação, e a defesa então deve ser autónoma
pela ideia de que afigura num articulado próprio e nesses mesmos termos assim se verifica. Mas o
573º vai dizer “toda a defesa”, mas também diz “exceto”. Então quais são as exceções? Tem de se
ver de forma restritivo, apenas estas e só estas:
Incidente de intervenção de defesa autónoma 120º e 121º CPC , defesa autónoma, a questão é:
será que violamos o princípio da concentração de defesa? Não, porque o 573º última parte,
deixa os incidentes que a lei deixa arguir em separado. A parte que já está citada sabe quem é o
juiz, se o juiz tiver pelo 120º, pode autonomamente pelo 121º requerer.
558º CPC: quando se houver uma situação, depois da apresentação da contestação, será que o
réu está impedido de apresentar novos factos que conheceu posteriormente? Claro que não, pelos
articulados supervenientes, que podem configurar uma defesa superveniente.
186º e ss CPC: invalidade da citação, o réu também pode invocar que não foi citado, pode ser
defesa antecipada, situações em que o réu não foi citado, e o réu em vez de um dia quando se
descubra que ele não foi citado e sabendo que temos um processos contra ele, apresenta um
requerimento a dizer que não foi citado, e pode entrar, é um elemento também autónomo.
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Réplica 584º e ss: Com as reforma de 2013, entendeu-se que devia haver mais celeridade e então o
articulado da Réplica considera-se eventual porque nem sempre existe. Mas é interessante ver
antes da dissolução da AR havia uma proposta do governo de haver outra revisão do processo civil,
querendo retomar a tréplica. “Só é admissível a réplica”, dai ser eventual.
Chegando aqui temos sempre PI e contestação e a seguir ou o processos segue e acaba a fase dos
articulados ou aparece outro articulado, a réplica: 584º e ss do CPC. E para que serve? Para o
autor deduzir toda a defesa quanto à matéria da reconvenção, porque o réu apresentou na
contestação um pedido contra o autor. Desta forma, a réplica é resposta à reconvenção. Mas o
584º diz no nº2 que nas ações de simples apreciação negativa impugnar factos constitutivos e
alegar factos modificativos e extintivos. A réplica só vai permitir que ao autor se defenda contra o
pedido reconvencional do réu, ou seja, não serve para o autor formular um novo pedido contra o réu,
porque no direito português se não temos mais que uma reconvenção. é a contestação da
reconvenção (584º/1), serve para o autor se defender!
E o que acontece ao 3º/4 CPC?
Temos uma prática judicial a aceitar que dentro da réplica, porque houve por exemplo uma
reconvenção apresentada na contestação, essa réplica só serve para responder à reconvenção ou
alegar mais? JLB considera que não se espere pela audiência prévia. Saber se estas situações
podem ser consideradas na réplica, pode alargar a réplica, aparecendo como resposta ao pedido
reconvencional, situando-se para outras questões: 3º/4.
Modificação do pedido: 265º CPC quando temos réplica podemos também mudar o pedido ou a
causa de pedir? Ideia do 265º dizem que não, mas questões doutrinárias dizem: já que temos réplica
então siga-se e use-se a réplica para outras questões. Isto influenciou de tal forma que havia uma
proposta do governo: proposta da lei 92/14 + Guilherme Brandão Gomes (48
juízes/investigação)+ parecer da AO 2022.
585º: prazo da réplica, 30 dias.
574º: consideram-se confessados.
31/03/2023
2ª fase: Condensação 590º e ss CPC
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A ideia é houve na fase anterior uma quantidade de razões do autor e do réu, e agora nesta fase, o
juiz e o tribunal quer sistematizar as questões e nessa fase da condensação, vamos entre vários
momentos em que todos eles são atos processuais e todos estes atos são da responsabilidade do juíz,
ou seja, não vamos encontrar atos processuais por parte das próprias partes, será o juíz que vai
promover os momentos seguintes:
1. Despacho pré-saneador 590º CPC, a epígrafe é problemática, que devia estar escrito
despacho pré-saneador o legislador escreveu gestão inicial de processo, dá ideia de que o estudo
do artigo 6º CPC que para além do dever temos um princípio processual, então cabe chegar ao
artigo 590º e termos lá gestão inicial de processo? Não houve antes gestão do processo? Na
opinião do prof. Regente já começou antes a gestão, na fase dos articulados já houve gestão de
processos, mas o artigo 590º tem na mesma esta expressão, mesmo o MTS considera que a
gestão de processo começa no 590º. Contudo, embora essa questão, a verdade é que no 590º
temos lá o despacho pré-saneador, que tem as funções indicadas no nº2 do 590º CPC, findo
os articulados, abre-se a outra fase. Este despacho tem 4 funções:
Sanação dos pressupostos: os que podem ser sanados os pressupostos processuais ou
suprimento das exceções dilatórias vem 590º/2 a) ;
Providênciar pelo aperfeiçoamento dos articulados: correção dos articulados, suprir as
irregularidades: 590º/2 b) + 590º/3;
Complemento de Articulados deficientes, o juíz vai tentar aproveitar, tentar que tenhamos
complemento, 590º/4 CPC, temos imprecisões a matéria de facto não está bem feita;
Junção de documentos: o juíz pode achar que falta documentos, 590º/2 c);
O juiz antes de proferir o despacho pré-saneador, como que filtra para ver se o processo vai ter
de seguir ou não, e para seguir vai agir de modo com o seu dever de gesto processual 6º CPC, mas
tudo isto está no princípio da cooperação, 7º CPC, acaba por ser a aplicação não exageradamente
com algum cuidado este princípio, o 590º é um bom exemplo disto!
Este também pode não acontecer, se estiver tudo perfeito, porque é que o juíz tem de proferir
um despacho pré-saneador? Não faz sentido, se não se justificam as suas funções.
2. Audiência- prévia (591º CPC) reforma de 2013, só mudaram o nome, já havia outros nomes,
assim aqui esta audiência não é novidade nenhuma. Como os juízes nunca gostarem muuti na
AP, com a reforma no 1º projeto estava la a obrigatoriedade da AP mas isso rapidamente caiu.
Logo isto nunca é obrigatório, temos inúmeros processos que não temos: o juiz considera
dispensável ou a lei, e então a AP não se realiza, isto é um problema da própria lei, veja-se o
592º e 593º, montes de situações em que não temos realização ou temos dispensa da AP.
Para que serve/finalidades a Audiência- Prévia?
A tentativa de conciliação: É a primeira vez que as partes estão perante o juíz, por isso faz
sentido que se tenta uma conciliação: 591º/1 a) CPC;
Discussão relativamente aos factos e direitos: 591º/1 b) CPC
591º/1 c)
591º/1 d) dentro da audiência prévia, o juiz já tem tudo preparado , já tem tudo resolvido e
vou dentro da audiência prévia vou determinar o despacho saneador que as partes não se
resolverem, vão conhecer as exceções dilatórias, 595º CPC
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Quando não temos audiência prévia? 592º / Quando é dispensável a audiência prévia? 593º
CPC
3. Despacho saneador 595º CPC, conhece das exceções dilatórias e das nulidades invocadas
pelas partes, mas o juiz pode considerar que a causa é tão simples que nem vale a pena continuar
para julgamento, juíz já tem a sua convicção formada, logo o despacho saneador pode ter uma
função decisória e de sentença, 595º/2 b) CPC , logo conhecer imediatamente do mérito da
causa, e ai o processo acaba. Este acontece sempre, o despacho saneador é obrigatório,
595º e 591º ele é incontornável, uma vez que a filtragem de todas as questões acontece aqui!
Mas não quer dizer que nesta fase os 4 momentos apareçam, ou seja, pode haver processos em que
algum daqueles momentos não aconteça, se olharmos para o 591º vemos que muitas fases estes
momentos são dentro um dos outros, o juíz pode preferir dentro de outros momentos;
14/04/2023
Temas de prova: 595º e 596º CPC: admitindo que o juíz não conheceu de mérito desde logo, o
despacho saneador proferido do juíz é o normal, que é que o juiz ao cautela é demasiada
complexidade e vai haver mais tarde a audiência de julgamento e nós ao estarmos na fase de
condensação o despacho saneador para além dos pressupostos processuais, não conhece de imediato
o mérito da causa. E depois no 596º, levanta a dúvida do que são temas de prova artigo sobre
Regente nos estudos em homenagem ao Pamplona Corte-Real.
Problema é temas de prova faz sentido?
Autores que defendam que sim: Juíz Conselheiro Lopes do Rego , vem dizer que relativamente ao
questionário na fase instrutória, mais valeia que houvesse uma questão genérica, e que podíamos
configurar nesta iriamos ver as diversas provas.
Problema é se esse algo mais genérico, olhando para o 596º CPC, o juíz objeto do litígio e os temas
de prova, problema é a partir de aqui saber em consiste em os temas de prova, porque o legislador
não diz o que é exatamente, temos uma ideia relativamente à reforma anterior que agora é mais
genérico. Veja-se o artigo 410º CPC, que alude “toca e foge” aos temas de prova .Mas o 410º é
estranho porque se o objeto são os temas de prova, quer dizer que na verdade o que vamos ver e
estudar pela prova é o que se prova são factos: 341º CC.
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Fase da instrução: inicia-se com o fim da condenação e dos temas de prova, as partes vão procurar
provar: com base no CC. Assim, devemos continuar a entender que a prova são os factos .
Meios de prova:
Força probatória:
Confissão: 358º Plena
Documental : 371 º e ss plena
Pericial: 389º livre
Inspeção:
Testemunhal: 396º livremente
17/04/2023
Análise dos meios de prova
Declarações não judiciais não qualificadas -Art 494 CPC
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Exemplo: numa colisão automóvel , o réu não respeitou uma cedência de passagem.
Juiz decidiu deslocar-se ao local para verificar se estava lá ou não o sinal de cedência de prioridade
= simples inspeção judicial
Para alem da deslocação do juiz ao local, está em causa saber se tb será possível, a deslocação de
técnicos, pessoas avalizadas indicadas pelo juiz, que vão ao local fazer verificações não judiciais
• Quem é que tem legitimidade para requerer uma verificação judicial não qualificada???
->pires de souza : “o art 494, apesar de não nos dar margem para aceitar um requerimento das
partes, relativamente a estas verificações, o que ocorre de facto é que a resposta a esta questão não
está na lei”
Saber qual a natureza jurídica destas qualificações judiais não qualificadas ????(tema bom oral)
->1º verificamos que estão na parte da inspeção judicial
Há quem diga:
• MTS ->as verificações são uma vertente da inspeção judicial.->”inspeção judicial não
judicial”-devidp á sua inserção sistemática
• Isabel Alexandre: tem natureza jurídica de prova pericial , e não de inspeção judicial . para
esta professora, faz mais sentido incluir estas verificações na prova pericial e não na inspeção
pericial .
Qual e’ a diferença dos peritos, na intervenção pericial e deste técnicos/ pessoa qualificadas na ?? a
diferença é pouca. Deste modo, esta professora diz que estas inspeções não qualificadas são uma
modalidade d aprova pericial
A consequência: se as partes podem requere prova pericial, não faz sentido que o recurso lhe seja
proibido
Ora, se o art 494 , não nos permite saber se as partes podem requerer estas verificações, mas tb não
o impede.
Sendo, assim, pela posição da professora, Alexandra , faz sentido que as partes tb possa requerer
verificações judicias não qualificadas~!!!!!
• Regente ->tem uma opinião própria
Não tem motivos para recusar a autonomia, apesar de reconhecer que há alguns motivos (de ordem
sistemática), estamos perante um novo meio d prova que tem uma identidade própria.
Não podemos dizer que o regime d aprova pericial é muito idêntico ao das verificações não judicias
qualificadas
O regime é diferente da escolha dos arbitro é diferente
O nº de peritos tb é diferente
34
…
A razão sistemática não releva. Regente diz que o argumento de MST não faz sentido, dado que
Neste sentido, regente defende a diferenciação destas duas figuras . apesar de estarem no Artº 494
são um meio de prova autónomo:
-relativamente à poria por inspeção, pericial e documental
Outra questão, relativamente às verificações não judiciais qualificadas , quid iuris se o técnico
que se deslocar ao local a pedido do juiz, esta tal verificação o perito pode: contar o que viu ao
tribunal oralmente, lavrar por escrito. E se ele lavrar um escrito e se esse for um documento será que
a prova probatória passará a ser a de prova documental?
Regente: diz que nem toda a prova documental é apreciada do mesmo modo, e o problema saber se
este documento terá sido feito de uma forma ou de outra. Temos dúvidas, temos de ver. Pires de
Sousa não fecha a conclusão, mas admite que tenhamos prova documental nestes termos. Regente
diz que não, pense-se no argumento do facto de temos tais vertentes e especificidades que é mais
uma razão pela qual se justifica deixar às verificações não judiciais qualificadas para outra,
justificam a sua autonomia como meio de prova autónomo.
Artigos do depoimento de parte 452º CPC e 466º Declarações de Parte: será que estes meios de
prova são autónomos ou não? Regente diz que sim:
Quanto ao 452º se olharmos para o depoimento de parte, vemos que ela não é uma mera
confissão, seria uma espécie de confissão judicial, mas não apenas isso. O depoimento de parte não
pode ser requerido pela própria parte (tem de ser iniciativa do juiz ou da outra parte), enquanto que
a confissão sim pode. Quanto à narrativa, o juíz só pode considerar os desfavoráveis? Ou pode
registar toda a factualidade/depoimento do réu? Estrela Chaby Magistrada e Regente, toda a
factualidade registada deve ser trazida ao processo, assim o depoimento de partes sendo uma
modalidade confessória, mais do que isso afasta-se da confissão e por isso sim está demonstrado a
autonomia do depoimento de parte, tem origem numa possível e hipotética confissão, mas o réu
pode lá chegar lá e não fazer nada disso.
O que difere os depoimentos de parte das Declarações de parte (466º CPC)? Não são
claramente confissão, porque enquanto que no depoimento de parte, a parte é lá chamada a produzir
algo que lhe é contrário, e podem as partes requerer (factos favoráveis e desfavoráveis), enquanto
que os depoimentos de parte são apenas factos desfavoráveis e quem não sejam confissão.
Se o depoimento de parte apenas permite que seja o juiz ou a parte contaria requerer , nas
declarações de parte: olhamos para 466º CPC o regime jurídico diz nos que as partes podem
requer as vindas das partes, e o juiz pode requerer no 466º CPC que existam depoimento de
partes? Não. E se o juíz
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requerer, tem alguma validade? O professor LBF diz que não, recusa. Mas, o doutor Pires de
Sousa, discorda e o Regente também ,pode o juíz requer porque não nos podemos esquecer da
importância dos princípios, em concreto, o princípio do inquisitório 411º CPC, pelo que esta
iniciativa não está vedada pelo 466º CPC.
E será que estas devem ser vistas como prova testemunhal? Em princípio não, dai a autonomia
deste meio de prova.
21/04/2023
O objeto da prova são factos, então vamos provar o quê? Todos os factos? Não! O que se vai tentar
provar agora, é o que não está dado por assente, são os factos pertinentes para a causa: 5º CPC , e
em concreto o 5º/2 além dos factos articulados pelas partes, podem ser ainda aceites pelo juíz, os
factos instrumentais e 410º CPC factos contraditados. Assim, objeto de instrução apenas são alvo
os factos que estão em dúvida, contraditados, mas para além desses os instrumentais 5º/2 a) e os
factos notórios que são de conhecimento do tribunal e ainda factos do 5º/2 c).
Delimitação negativa: o que não se prova, ou seja, olhando para o objeto da prova? Culpa, Nexo
de Causalidade, etc, isso são razões de direito, motivos, argumentos, ou seja, tudo o que não é
factual.
Artigo 8º CC recorre a ideia de que o tribunal vai aplicar o direito. Jura movit cura: “O tribunal
conhece o direito” por isso é que não se deve alegar o direito. É por isso que na instrução se
deve alegar os factos e não o Direito.
Quem vai provar o quê?
342º e ss CC: regime de ónus probatório
344º: Presunções ilidíveis: juris tantum (admite prova em contrário), ou seja, se alguém tiver
uma presunção a seu favor não precisa de provar nada, e ess presunção legal decorre da lei,
quem tem de provar factos constitutivos 342º na verdade pode acontecer que pode haver
situações de dispensa ou de inversão de ónus da prova, o outro réu terá de provar que o outro
possuidor é de má-fé (exemplo da pessoa titulada presume-se de boa-fé)
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Nota: No 334º temos presunções juri tantum e não presunções Juris et de jure (1260º/3 por
exemplo), inilidível, ou seja, nestas não temos prova em contrário.
345º CC: admite-se contrato probatório, mesmo que tenha sido realizado validamente ele será
nulo quando: tornar: excessivamente difícil a uma das partes o exercício do direito, excluir um
meio de prova, ou direito indisponíveis.
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