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A Parahyba por João de Lyra Tavares.

Tavares, João de Lyra, 1871-1930.


Parahyba, Imprensa Official, 1910.

http://hdl.handle.net/2027/txu.059173018283759

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1909
VOLUME I

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5

Trabalhos publicados do mesmo auctor:

LIOEIRA8 NOTA8
Esludo sobre as leis orçamentarias do Estado da
Parahyba-(1905).

TRAÇO8 BIOORAPHICO8
do coronel Graciliano Fontino Lordão -(1907).

APONT. PARA A HI8TORIA TERRITORIAL DA PARAHYBA

(l.o volume), illustrado, comprehendendo conside


rações sobre o dominio de Portugal no territorio
brazileiro, estudo sobre as sesmarias no Brazil, re
gistros de 1138 sesmarias concedidas na antiga ca

pitania da Parahyba, as leis e decisões sobre terras


publicas e as propriedades da 1.» freguezia da ci
dade da Parahyba registradas de conformidade com
o regulamento de 30 de Janeiro de 1854 -(19C9).

ALMANACK DO ESTADO DA PARAHYBA


'
para o anno de 1910, com informações sobre a
administração, commercio e industria do Estado,
estudos historicos sobre a Parahyba e ,yarios dados
estatisticos, contendo diversas illustrações-(1909).

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Áõ Publico

8ejam as minhas primeiras palavras, ao iniciar o prefacio


deste livro, para dizer o imperecivel reconhecimento a que se me
im.p112.eram aqnelles de quem recebi as informações solicitadas, para
as noticias que publico sobre todos os municípios deste Estado.
Deixarei aqui registrados os seus illiistres nonles, como um
preito de gratidão e, ao mesmo tempo, como uma: valiosa demonstração
dos respeitaveis fundamentos que serviram de base a este despretencioso
trabalho.
Eil-os :
Dr. Francisco Montenegro, vice-presidente do Estddo; deputados
Felizardo Leite, Lima Mindello,João 8á, Cunha Lima, Pedro Bezerrct
Dario Ramallw, Felix Daltro, Miguel 8atyro,joão Leite, josé Vicente
e Cyrillo de 8á; dr. João Tavares de Mello Cavalcanti, prefeito
municipal de Alagôa Nova; dr. Joaquim Fernandes de Carvalho,
orefeito municipal do Espirito-8anto; padre Manoel Gervasio P. da
8ilva, presidente do conselho municipal de 8. Rita; drs. Francisco
N0brega, juiz substituto seccional, e 8alles Guimarães, engenheiro,
membro da commissão federal para os serviços contra os effeitos das
seccas; dr. José Guilherme, juiz municipal de Araruna; dr. José
Gaudencio, premotor publico de S. João do Cariry; dr. Ferreira
Vj.itnra, aãual juiz de direito de 8ouza; dr. Joaquim Victor jurema,
Uiiz de direito de Cajazeiras; dr. Felizardo Toscano, juiz municipal
de Conceição; dr. Celso Cirne, prefeito municipal de Bananeiras;
.roroneis José Tolentino Pereira Gomes, José Lins Cavalcanti de
Albuquerque, José Pedro Baptista Carneiro, Manoel Pereira da 8ilva
8imões, Manoel Lucas de Macedo, Manoel Melchiades Pereira Tejo,
Aristides de A. Guerra, Benevenuto Gonçalves da Costa e Antonio

1084026
11

Florentino da Costa, respectivamente prefeitos municipaes de Pedras


de Fogo, Pilar, Mamangnape, Gitarabira, Picuhy, Cabaceiras, 8anta
Luzia, Catolé' do Rocha c Caiçara;' coronel Pedro Joaquim Vcllcz
Botelho, presidente do conselho municipal de Umbuzeiro; e 8imão
Patrício, inteUigente pharmacentico cm Areia.
Alem das respostas dadas ao questionario enviado, pelos
cavalheiros que venho de mencionar, obtive, em varios trabalhos sobre a
historia egeographia patrias, principalmente de Moreira Pinto, Piza/ro,
Martins Costa, (geographia phisica) Irineu foffily, F. Vicente 8alvador,
Elias Herckman c outros; na collecção de leis deste Estado, desde
a sua organisação provincial, e nos relatorios e mensagens publica
dos, muitos outros esclarecimentos que figuram não somente na parte
sobre os municipios, cujas descripções estão notavelmente ampliadas,
relativamente locaes adquiridos, como nos demais capita-
aos dados
los destas notas que outra cousa não significa este livro.
Os apontamentos estatisticos foram cuidadosamente colhidos
no Thcsouro do Estado, aquetles que versam sobre as finanças regionaes,
e, nos últimos relatorios dos chefes das respectivas repartições, os que

concerwm a outros serviços publicos; bem como nos relatorios do


ministerio da fazenda e out1s documentos officiaes de incontestavel
valor, os que se relacionam com a administração federal.
Nenhuma fonte mais acreditavel poderia, portanto, facultar-mc
as informações de que carecia, do que essas em cujas demonstrações
procurei orientar-rne.
A variedade de estylo facilmente pcrcebivel nas paginas que se
vão seguir, não escapará ao leitor.

Preferi não alterar a redacção adoptada pelos que obzeq idosa


mente ministrararn-nu as diversas instrucções locaes, que tão inte
ressantes se me afiguram, porque não preoceupei-me absolutamente
cm patentear aptidões de publicista, que me são inteiramente escassas.
O meu fim, com a publicação deste trabalho, c essencialmente

pratico.
Constituiu incessante mira a meus esforços concorrer para
que o Estado da Parahyba se torne conlwcido, para que possam
ser rasoavelmente estudadas as suas forças econ0micas, « sua manha
administrativa e a orientação honesta e progressista que lhe tem sido
dada pelo seu benemerito director politico.exm" sr. dr. Alvaro Lopes
Machado. >

Foi esse preclaro brazileiro que inspirou-rne a publicação deste


livro. 8. Exc, sempre devotado ao engrandecimento da terra cm que
rutsc.u, r:o mm.r.dni me interessa iant.it: que dedicasse com perseve
Ill
rmça a minha actividade a um ensaio estatistico, sobre esta futv.t0sa
cu cumscripção da Republica.
Procurei fazer mais do mie me fora determinado pe'o proemi
nenie parahybano.
Ao ensaio estatistico por s. cxc. tão justamente ambicionado,
e cuja execução me foi difficilima pela inexistencia de qualquer serviço
de tal naturesa, anteriormente feito, considerei acertado reunir a
transcripçâo dos estudos até hoje realisados sobre as necessidades
e riquesas da Parahyba, estudos que, na maior parte, eram pouco
conhecidos por se acharem quasi esgotadas as respectivas publicações,
bem como addicionar uma noticia sobre a administração e sobre
a vida do Estado.
O natural desenvolvimento de energias manifestado com a
execução mais ampla do plano primitivamente estabelecido, denotaria
ao menos a attenção tributada aos deveres decorrentes da commissão
de que fora investido; foi a minha persuasão.
8i não correspondi inteiramente á vontade do meu grande amigo
e presado chefe ficam, entretanto, accentuadas as minhas melhores
intenções, e indiscutivelmente exhibidos cs esforços empregados para
alcançar o fim alvejado.
Nenhuma compensação para mim mais grata e desvanecedora
do que a convicção de ter procurado sinceramente affirmar a minha
gratidão pessoal, irredimivel e inolvidavel, ao egregio brazileiro, na
mais perfeita correspondencia aos seus patri0ticos desejos.
Esta convicção eu a tenho.
Trabalhei com perseverança. Venci obstaculos poderosos, f
entrego á publicidade um repositorio de informações que, a outros
mais competentes, servirão para transformar cm um livro útil a esta terra.

Parahyba 1 D" Dezembro de 19C9.

JOÃO DE LYRA TAVARES


.1
ÍO PROEMINENTE CHEFE PARAHYBANG

8ENADOR DA REPUBLICA

Modesta Homenagem

João de Lyra Tavares.


DR. ALVARO LOPES MACHADO

Primeiro Presidente constitucional do Estado da Para-


hvba, Fundador e Chefe do Partido Republicano e
Membro do 8enado da Republica.
NOTAS HISTÓRICAS
1
UNIVERSITY OF TEXAS
LIBRARY

ARAHYBA, conforme define Elias Herckman


em sua interessantemonographia impressa
em 1639, na Chronica do Instituto de Utrecht,
,r^V cuja traducção acha-se publicada na Revista
ÍTj do Instituto Archeologico de Pernambuco,
significa para porto e yba máu.
Havendo sido informado el-rei D. Sebastião dos
embaraços originados ao desenvolvimento de Itamaracá,
pela permanencia dos gentios no territorio visinho ao
dessa capitania, ordenou a Luiz de Brito de Almeida,
em 1575, a conquista da Parahyba. Não podendo o
Governador Brito de Almeida cumprir immediatamente
as instrucções que recebera, incumbiu a Fernão da
Silva, Ouvidor Geral e Provedor-mór, que estava de
viagem para Pernambuco, de executar as ordens reaes.
Chegando inesperadamente na Parahyba, com
bastante força, conseguiu Fernão da Silva ephemera
victoria,regressando na crença de ter firmado a posse
das terras que viera conquistar. Foram, porem, retomadas
pelos potyguares, logo que se ausentara o Ouvidor
Oeral.
8 A PARAHYBA

Em 1579 defrontara Pernambuco Fructuosa


Barboza, que obtivera a concessâo por dez annos da
capitania da Parahyba, obrigando-se pela sua conquista.
Levado, entretanto, por forte temporal, depois de uma
demora de oito ou dez dias na barra do alludido porto,
foi arribarás Indias com avultados prejuisos. Retornando
a Portugal, veio dalli novamente em 1582, com ordens
de D. Felippe para proseguir na sua empreza. Auxiliado
pelas autoridades Olinda chegou a Parahyba,
de
encontrando sete ou oito náos francezas, das quaes
queimou cinco, assenhorando-se do porto.
Animados pela facil victoria, os portuguezes
vieram á desprevenidos, sendo atacados pelos
terra,
indigenas, perecendo quarenta homens, inclusive um
filho de Fructuoso Barboza.
Desorientado com o desgraçado acontecimento o
donatario da Parahyba retirou para a barra sua frota,
e apezar de chegado por terra as forças
haverem
dirigidas por Simâo Rodrigues nao ficou ainda dessa
vez realisada conquista.
a
Antonio Raposo havia seguido para a Bahia
com o fim de solicitar o auxilio do Governador
Manoel Telles Barreto para dominar os gentios que,
fortalecidos pelos triumphos alcançados, constituiam
terrivel ameaça ás capitanias visinhas.
Reunidos em Conselho Telles Barretto, o Bispo
D. Antonio Barreiros, o Ouvidor Geral Martim Leitâo,
o General Diogo Flores Valdez e outros, ficou resolvido
que Diogo Flores com Martim Leitâo viessem continuar
na campanha em que tâo infeliz fora Fructuoso Barboza.
Partiram elles da Bahia a 1 de Março de 1584
chegando a Pernambuco em 20 do mesmo niez.
Combinado o auxilio que deveria ser prestado por essa
capitanir, foi marcado para o domingo de paschoa à
o

sahida por terra de D. Felippe de Moura. Encontraram-se


afinal Moura e Valdez na barra do Parahyba,
determinando-se a construcção de um forte, cujo
commando ficou confiado a Francisco Castejon, sendo
Fructuoso Barboza escolhido pelo exercito portuguez
para dirigir o povoamento da terra conquistada.
Desintelligencias surgiram entre essas duas
autoridades que impossibilitaram o exito da missão
que lhes fora commettida. Martim Leitão veio então á
Parahyba, com um exercito «que foi a mais formosa
cousa que nunca Pernambuco vira», mas não alcançou
os resultados que previra. Fez substituir Fructuoso
Barboza por Pero Lopes, abandonando Castejon logo
depois o forte que commandava, e fugindo em seguida.
Deliberada a vinda de novas forças sub a direcção
de Simão Falcão, por ter recusado essa commissão
Fructuoso Barboza, incommodos de saude de Falcão
motivaram demora na effectividade das providencias
resolvidas. Em fins de Julho de 1585 chegaram a
Olinda dois indios que, em nome do chefi Piragibe,
Braço de Peixe, pediram soccorro contra os potyguares.
Martim Leitão procurando immediatamente João Tavares
accedeu este em vir, sahindo do Recife a 2 de Agosto,
eno dia seguinte estava no rio Parahyba. Entendendo-se
com Braço de Peixe foram accertadas as pazes com
os tabajaras, e a 5 de Agosto de 1585, dia de N. S.
das Neves, era fundada a actual capital deste Estado.
• •

Scientificado o Ouvidor do excellente successo


da commissão de João Tavares, foi pedida a sua
presença para dar as primeiras providencias no sentido
de iniciar-se a povoação. A 15 de Outubro partiu de
Olinda Martim Leitão, chegando a 29, e sendo recebido
10 A PARAHYBA

com enthusiasmo pelos portuguezes e indios que se


tinham congraçado.
A' cidade deu Martim Leitâo o nome de Felippéa,
em honra de Felippe 2.°, passando a denominar-se
Frederika, durante o dominio hollandez, em virtude de
ser esse o nome do principe de Orange, voltando
depois que restabeleceu-se a soberania portugueza a
chamar-se— Parahyba.
Quando os hollandezes, em 24 de Dezembro de
1635, apoderaram-se desta desconhecido
capitania era
o seu sertâo. Esta cidade, muito pequena ainda,
estendia-se do Varadouro ao edificio do convento de S.
Francisco, que os invasores fortificaram, destinando á
residencia de Servaes Carpentier.
Servia de matriz a igreja da Misericordia, que nâo
estava concluida.
Na guerra para a expulsâo dos hollandezes a
Parahyba distinguiu-se, destacando-se com brilho na
gloriosa crusada a figura extraordinaria de André Vidal
de Negreiros, o heroe da immortal campaniia. Na
guerra dos mascates em 1710, como nas revoluçôes
de 1817, 1824 e 1848 os parahybanos mantiveram
sempre attitude digna de um povo patriota e valoroso.
A intrepidez de José Peregrino Xavier de Carvalho,
victima de suas grandes virtudes, synthetisará legitima
e imperecivelmente os sentimentos cívicos de seus
conterraneos.
A Parahyba tornou-se independente
capitania
em 1684 passando em 1755 a ficar subordinada á de
Pernambuco, da qual se emancipou definitivamente
pela cartaregia de 17 de Janeiro de 1799. Em 1822 foi
contemplada no numero das provincias do Imperio.

* *
*
Das -Memorias Historicas», de Pízarro e Araujo,
11

trabalho publicado em colhemos as seguintes


1822,

informações sobre esta então Provincia:


«Tem Alfandega, Casa de inspecção de assucar
e algodão, sendo presidente o Ouvidor geral, e cujos

inspectores têm de ordenado 100$000, estabelecido


depois da creação da Junta. Tem Casa de Camara, de
Junta de Fazenda, o Quartel Militar que foi levantado
pelo governador Antonio Caetano Pereira ; o Collegio
que foi dos Jesuitas, onde residem os Governadores
e Ouvidores; a Matriz, que é um templo largo; Casas

regulares de S. Bento, do Carmo e de S. Francisco ;


a Casa de Misericordia com um hospital; uma Casa de

Expostos ; Capellas de Terceiros do Carmo e de S.


Francisco; Capella do Senhor Dom Jesus, pertencente
aos militares; a Capella das Mercês dos pardos forros;
da Mãe dos Homens dos mesmos pardos ; a do
Rosario, dos pretos ; a de Santa Cruz , a de S. Pedro
Gonçalves; uma Ermida fronteira á cadeia, onde se
celebram missas em beneficio dos presos.
Tendo a C. R. de 24 de Janeiro de 1799 mandado
ao l.° Governador independente— Fernando Delgado
Freire de Castilho, crear uma Junta de Fazenda nesta
Proviíicia, por motivos que occorreram ficou suspenso
por então esse estabelecimento, cuja execução ordenou
outra Carta semelhante, de 6 de Fevereiro de 1809,
dirigida ao Governador Amaro Joaquim Raposo,
remettendo-se pelo expediente do R. Erario á Junta da
Fazenda de Pernambuco a copia daquella outra, e por
effeito da nova providencia se creou em 1 1 de Abril
do mesmo anno a Junta da Fazenda com todas as
attribuições de que gosa a de Pernambuco, sem alguma
dependencia della, que não seja unicamente a geral
correlação de Fazenda, e obrigada somente á mandar
em tempos determinados uma relação dos algodões
12 A PARAHYBA

despachados edizimados, para se combinar com as


entradas e guias apresentadas em Pernambuco, afim
de se conhecer melhor algum extravio. De entâo ficou
extincta a Provedoria da Fazenda, que apesar da
independencia da Provincia, era ainda sujeita á Junta
de Pernambuco. Por aviso de 17 de Abril de 1776 foi
abolido o ordenado annual do Escrivao da Abertura
da Alfandega aqui estabelecida em tempo remoto, e
com sello, mandando-se que vencesse diariamente uma
pequena pensâo pelo trabalho nos poucos dias de
despacho como se pratica com os mais officines da
mesma, da qual era Juiz o Ouvidor, e por sua ausencia
havia arrogado a si este cargo o Escrivao da Fazenda,
depois da creaçâo da Junta.
Um ouvidor, com jurisdicçâo sobre o Rio Grande
do Norte até crear ahi o Alvará, (Al vará de 18 de
Março de 1818) uma Comarca Nova, e um Juiz de Fôro
do Civel, Crime e Orphâos, creado por Alvará de
29 de Julho de 1813, com o mesmo Ordenado, proes e
precalços que tem o de Pernambuco, adminisiramjustiça
ao povo do districto. Dois chafarizes construidos com
bôa arte prestâo ao povo Cidadâo abundantes e puras
aguas. Defendem a entrada do Rio Parahyba o Forte
de Cabedello da parte do Sul, e o denominado Velho
da parte do Norte, cujo porto é a Capital da Provincia,
o qual é de facil ingresso e sahida, bem que necessite
de um Piloto pratico, como tem com o titulo de Patrâo
Mor, pago pelo Estado com ordenado certo. Elle serve
de azylo a muitas embarcaçôes que cossadas no
inverno pelos ventos travessias e correntes sem poder
tomar o porto de Pernambuco, acham ahi bom e seguro
fundo, e abrigo dos ventos até que melhore a monçâo:
e comtudo para que possam sahir, necessitam de ventos
terraes, os quaes nem sempre sopram, e de mais que
13

suspendão os vasos acima de 15 pés de altura da


.barra, cujos inconvenientes demoram muitas vezes as
viagens das mesmas embarcações carregadas mais de
dous e tres mezes, fazendo por isso afugentar dalli os
especuladores dos generos commerciaes. Em tempo da
companhia geral pelo anno de 1755 entraram por esse
porto galéras Da seguinte pauta
de lote não pequeno.
se vê que neste porto entram vasos grandes, onde
por tarifa e costume antigo pagam por seu despacho :
Navios de 3 mastros, Galéras etc. . . 60$000
Embarcações de 2 mastros 40$000
Sumacas para a Europa 20$000
Ditas para Pernambuco, ao Juiz e ao
Escrivão da Alfandega, cada um $160
Ditas para os portos costeiros, fóra
da Provincia do Recife
e $640
Na Fortaleza do Cabedello :
Embarcações de alto bordo 4$000
Ditas que vem de portos differentes,
á excepção de Pernambuco, Rio Grande e
Ceará 2$000
Ditas dos portos referidos $480
As contribuições para a Fortaleza foram autorisadas
por ordem do Governador Amaro Joaquim Raposo, de
12 de
Junho de 1809, e de seu successor Antonio
Caetano Pereira, de 31 de Agosto de 1811.
Em tempo Comp. Geral entravam, portanto,
da
por esse porto Galéras de lote não pequeno: e ainda
hoje entram, porem afastam-se mais do Trapiche da
cidade e chegam comtudo até o poço defronte do
Varadouro, distante tres leguas d i Barra, fazendo em
todo esse espaço do Rio á ciim as suas amarrações,
encostadas aos grandes mangues da margem direita
do mesmo rio, onde se provem de lenha e agua com

1084026
14 A PARAHYBA

assas commodidsde. O commercio rraritimo sentindo


grande decadencia chegou a reduzir-se a mui limitada
cabotagem de duas Sumacas Jangadas que
pequenas e

apenas se dirigiam ao Recife. A causa desse decahimento


pela falta de embarcações, que deixaram de frequentar
o porto, não procedeu das difficuldades da barra,
porque nella se esperam ordinariamente as maiores
marés para as embarcações maiores e mais carregadas,
o que é regular nas conjuneções de Lua, mas originou-se
da carestia de generos, occasionada pelas seccas
frequentes e grandes que desde 1791 vexaram o Paiz,
accrescendo demais a extinção da Companhia. Tentando
o Governador Fernando Delgado promover e renovar
a exportação directa, para o que convidou as embarcações

da Metropole, pretendeu reunir as safras de todos os


Engenhos, e fazer dellas como um deposito para
carregamento dos navios, que de Lisboa fossem alli
ter na certeza de o acharem prompto, sem que entretanto
se exportassem Pernambuco, como estava em
para
pratica. Esta medida do Governador Fernando Delgado
não foi pela primeira vez lembrada, assim cómo a
opposição e tendencia dos povos para Pernambuco.
Havendo, pois, ordenado a carta regia de 3 de Dezembro
de 1675 que os assucares da Parahyba se não divertissem
para Pernambuco, e que fossem em deireitura para o
Reino de Portugal nos navios que alli houvessem de
tomar carga, requereram as Camaras, os proprietarios
dos Engenhos e os agricultores de canas desta Provincia
ao Governador Geral do Estado do Brazil poderem
mandar seus assucares para o Recife, all<gindo ser
aquella ordem Capitania no seu estado
prejudicai á
de decadencia, e por não haverem navios que em
direitura transportassem os assucares para Portugal.
Em provisão de 22 de Maio de 1685 permittiu aquelle
A PARAHYBA 15

Governador, que não havendo navios de transportes,


onde se accommodasse toda safra e mais generos do
Paiz, em caso tal podesse passar livremente para o
Recife, e não de outro modo: e quando houvessem só
patachos ou embarcações pequenas, em que não se
podesse conduzir toda safra, a Camara regulasse a
compra dos assucares, e por preço certo para essas
cargas, ii:ando tudo mais livre parapodertransportar
se
ao Recife. Esta deliberação confirmou a Provisão Regia
de 23 de Novembro de 1685 em beneficio do Commercio
e utilidade tanto dos povos como do Reino. Em 1711

por Carta Regia de 24 de Janeiro ao Governador


desta Provincia João de Maia Gama, por motivo de.
quererem os senhores de engenhos carregar os assucares
para Pernambuco c os negociantes impedirem a sua
sahida pelo damno que lhes resultava de lhes faltar
carga para os navios,nos quaes eram interessados, se
mandou que emquanto houvessem navios neste porto
ou com probabilidade se esperassem, não consentisse
o mesmo Governador sahir os assucares para fóra.
Essa demora pretendida deu causa á representarem
contra o Governador e a ficar tudj no Estado antigo,
em que permaneceu até o anno de 1814, (Hé de notar
que neste entretanto, e por vezes antes se havia
tentado e requerido, mas sem effeito, uma dispensa de
meios direitos,como se concedera ao Ceará por C. R.
de 17 de Janeiro de 1790 e Alvará de 27 de Maio de
1803: e de novo em 1814 tratou-se de supplicar ao
Soberano a mesma isenção, e com aquelle exemplo,
para o que interessaram Ouvidor. O pouco
o então
proveito tirado no Ceará de tal medida, pois que o
seu Commercio ainda então se achava reduzido á
Cabotagem ; as circunstancias actuaes do Estado e de
uma Corte nascente no Brazil com accrcscimos enormes
16 A PARAHYBA

dedespezís, tornavam pouco politica, inesperavel, e até


infructifera aquella supplica, e muito mais, porque de nada
valiam taes providencias, onde faltavam carregamentos
sufficientes que por si m'smos convidassem os
Especuladores porquanto os generos todos do Palz
:

sao exportados e conduzidos para Pernambuco e o


algodâo, o genero mais forte desta Provincia, ía apenas
em pequena porçâo, e á força de ordens positivas do

Governo á Cidade, inspectar-se ? para pagar o Dizimo,
e dahi era exportado para o Recife em Jangadas ou
por terra. Naquella epocha nao havia uma casa capaz de
Commercio, cuja substancia podesse fazer o fundo de
um carregamento, nem supprisse as despezas de
taes negociaçôes, e costeamentos de navios, sendo a
maior parte dos compradores daquelie genero em
quantias nao grandes, Commissarios de Negociantes de
Pernambuco, alem de alguns outros que apenas se
contentavam com o pequeno lucro da differença dos
•preços naquella praça. no anno de 1814
Entretanto,
estabelecendo-se na Parahyba o inglez Dlogo Macklakan,
companheiro de Preston cm Pernambuco, e empregando
em compras mui avultadas quantias, começou a attrahir
pelo seu numerario e por suas boas maneiras os
vendedores, conseguindo assim que elles deixassem na
Cidade quasi todo, ou a maior parte do algodâo até ahi

destinado a passar para outro porto. Deste facto se
originou o ciume e a opposiçâo dos negociantes
europêos, que commissarios ou devedores da praça
do Recife, requereram ao Governador Antonio Caetano
Pinto a expulsao daqueüe inglez: e pouco contentes

com a decisao do negocio em contrario, por despacho
do Ouvidor, a quem o Governador o commetteu,
levaram a sua representaçâo ao Throno, e entretanto
•o inglez continuou o seu estabelecimento a ponto de

-
17

mandar ir embarcações da mesma Nação no regresso-i


de Pernambuco para Inglaterra, para carregarem ahi ,
em vez de ir a fazenda para o Recife attenta a melhoria
. do porto, a commodidade no modo de carregar, o
provimento prompto de lenhas, de agua etc. Este
grande passo não teria ainda sido bastante, ou ao
menos tão rapido, se as providencias e a efficacia do
Ouvidor de 1816. em cujo tempo occupava o Governo
Interino da Provincia, não obrigassem a observancia
da Provisão Regia, que mandava ir primeiramente á
Cidade todo algodão, para se inspeccionar ahi, e pagar
o dizimo, podendo depois exportar-se para Pernambuco,
ou qualquer outro porto, e igualmente todas as mais
Ordens da Junta de Fazenda, e do Governo, expedidas
á chegado
este respeito, as quaes haviam naquelle anno
ao maior despreso e abandono, deixando os donos eos
conductores dos algodões de os levarem antes á Cidade, .

como estava em pratica e por este modo subtrahindo á


Provincia o seu rendimento em tal genero, que todo
cedia em beneficio das avultadas rendas de Pernambuco,
havia occasião prompta para o extravio, pela facilidade
de descaminho em toda costa extensa de intermedio.

Faltando, portanto, esta grande parte do rendimento •

publico da Provincia, foi obrigada a lunta á representar


e a exigir do Ouvidor, tanto em razão do seu cargo
como de Ministro do Governo, providencias novas e
efficazes que occorressem á tão enorme prejuiso e
decadencia. As medidas então tomadas por Aquelle
Magistrado, bem que a principio fossem extranhadas .

por muitos dos agricultores e conductores, arraigados


ao inveterado vehiculo da praça do Recife, produziram
o proficuo effeito de concorrerem os algodões á Capital, ,

em modo que presentemente hé já mui pequena a


quantidade desse genero conduzido á Pernambuco^
18

onde com pezar excessivo c magoa se diminuiu esse


grande monopolio. Com o firme estabelecimento da
referida Casa Ingleza principiaram a correr de Inglaterra
alguns navios directamente á Parahyba, com generos
proprios de consumo do paiz, que voltavam carregados
daquelles dc sua producção; e a exemplo da primeira
se foram estabelecendo outras, de sorte que já em 1819
haviam quatro cazasde Commercio inglezas,annual- e

mente saiam carregadas directamente para os portos da


Europa seis a oito embarcações, entre galeras e brigues.
Os negociantes da Parahyba persuadidos e bem
convencidos do proveito originado das providencias
anteriores, e executados á seu pesar, principiaram á
sentir aquelles commodos e utilidades
que relações e
enlaces mercantis com casas de maiores fundos costumam
produzir, torrando-se de dia em dia mais opulentos:
e os lavradores, vendo que os seus generos se vendiam
umas vezes pelos mesmos preços que em Pernambuco
idavam, e outras por mais, contentes ficavam. O numerario
portanto em prata couro entrou a correr com abundancia
para aquelles sertões no qual vindo alli fazer alguns
inglezes as compras de algodões, que a esse tempo haviam
subido de preço pela concurrencia de Nações differentes
e com especialidade a franceTa, começou a reviver a
exportação directa para os portos da Europa em vasos
de alto bordo, pelo estabelecimento de uma casa
ingleza, vendo-se logo nos annos seguintes sahirem
carregados para Inglaterra, varias galéras e brigues, e
dalli vinham annualmente 4 a 6 embarcações com
productos para consumo. Não faltou quem pretendesse
roubar ao Ouvidor a g'oria de ter concorrido para
desenvolver o commercio e augmentar as rendas, mas
a Memoria dirigida a El-Rei pelo Ministro e Secretario
de Estado dos Negocios do Reino pedindo a creação
A PARAHYBA 19

do mercado de algodões e o relatorio das providencias


dadas convencem da verdade do facto.) Crescendo o
commercio, edificação desenvolveu-se, principalmente
a
no Vara-douro. As rendas da Alfandega subiram logo
ao valor que nunca tinham attirígido desde sua creação.
a

Pelo mappa dos rendimentos dos algodões vê-se que


em 1818 e 1819 elevou-se muito a arrecadação apesar
do augmento com Governadores, tropas
de despezas
expedicionarias etc — Por aviso da Secretaria de Estado
de 12 de Setembro de 1758, expedido pelo ministro
Thomé Joaquim da Costa Corte Real ao Governador
e Capitão General de Pernambuco Luiz Diogo Lobo
da Silva se mandou suspender a abertura das Minas
dos Kariris e retirar a Companhia que alli havia de
guarnição, como todos os obreiros dellas e das
assim
outras descobertas novas, especialmente do Apody.—
Governava na Parahyba José Henriques de Carvalho,
1.° subordinado á Pernambuco.
(Esses carirys podem
ser os do Ceará— A villa do Pilar possue um rico e

elegante estandarte.— A Villa Real do Brejo de Areia


foi erecta em Villa pelo Alvará de 18 de Maio de 181 5 —
Era povoação pertencente á Villa— Monte-Mór.— Teve
a Provisão do
Paço datada de 20 de Junho de 1815,
sendo commettida a sua creação ao Ouvidor da
Comarca— Desembargador André Alvares Pereira Ribeiro
Cirne, que a effectuou em 30 de Agosto de 1818.— Em
virtude da Ordem Geral para se crearem Villas, pela
Carta Regia de 22 de Julho de dirigida ao então
1766
Governador Capitão General Conde de Villa-Flôr, foi
Campina Grande erigida em 20 de Abril de 1790, pelo
Ouvidor Geral Desembargador Antonio Felippe Soarts
de Andrade Brederode, sendo Governador Jeronymo
José de Mello e Castro e Capitão General de Pernambuco
D. Thomaz José de Mello— O logar Campina Grande,
20

onde foi situada Villa outr'ora Villa Nova da Rainha,


a

chamava-se em vez de Campina Grande— Paupina.


Diz-se kariris velhos por ter sido descoberto-
posteriormente no Ceará outros kariris— que se chama
karirys novos.

Os dois
julgados unicos e mais antigos da"
Parahyba foram dos Cariris de fóra, ou Carirys Velhos—
cuja jurisdicção compreheridia todo sertão aquem da
Borburema, com séde na Villa de S. João e o do>
Piancó no Pombal, que se elevou a Villa. Por Carta
Regia de 7 de fevereiro de 1711 ao Governador da
Parahyba João da Maia da Gama se mandou crear
varios Julgados nos sertões para occorrer aos muitos
malificios.

A villa deJoão teve sua origem nas representações


S.
dos povos pouco contentes pela elevação de Campina
Grande ao fôro de Villa, por cujo motivo sendo
Governador Fernando Delgado Freire de Castilho, foi
o Ouvidor Desembargador Gregorio José da Silva
Coutinho erigir a Villa em 1800.

Pombal foi erecto em Villa a 4 de Maio de 1772,


pelo Ouvidor José Januario de Carvalho, executando a-
ordem do Governador e Capitão General de Pernambuco
Manoel da Cunha Menezes, Conde de Vi"a-Flôr, que
para esse fim foi auctorisado por Carta Regia de 22
de Julho de 1766. Antes Pombal foi assente de um
julgado.
A Camara da Capital não tem archivo, nem fiscal,
nem posturas em forna. As que conserva são truncadas,,
são copias ou tradicionaes.— No archivo da Secretari
21

do Governo não ha depositada nenhuma antiguidade


nem ao menos por copia o regimento do Governador
dado no Alvará de 3 de Abril de 1609— Disto procederam
as arbitrariedades e as prepotencias e os despotismos

sustentados pelos Locos— Tenentes dos Soberanos, os


quaes para se escaparem ás arguições, procuravam a
sua defensa nos estilos antigos e ordens avulsas. Sob
a vara do Ouvidor da Parahyba cuja cabeça de Comarca
é a Capital, onde reside o Ministro, Ouvidor e Carregador,
estam todas as Villas referidas. A jurisdicção deste
magistrado foi muito ampla, abrangia o territorio do
Rio Grande do Norte e Itamaracá, comprehendido na
Capitania Geral de Pernambuco, como por provisão
do Conselho ultra-marino em 12 de Dezembro de 1687,
lhe foi marcado.— Tendo sido a Parahyba como
Pernambuco etc, conquistada pelos Hollandezes — .
conforme historiou Brito Freire no livr. 5 e 7 da guerra
brasilica, permaneceu, depois de passar á Corôa,
independente do Governo de Pernambuco desde 1684,
até que por effeito da resolução Regia de 29 de
Dezembro de 1 755, em cônsul ta do Conselho Ultramarino,
foi-lhe subordinada por se conhecer os poucos meios
que a sua provedoria da Fazenda tinha para sustentar
um Governo separado, mandando El-Rei D. José 1.°
extinguil-o e annexal-o ao Governo de Pernambuco.
Assim se executou. E como a Provisão do Conselho
Ultramarino de 1 de Janeiro de 1756 declarou ao então
Governador da Parahyba Luiz Antonio Lemos de Brito
que essa extineção tem o seu effeito com o praso do
tempo de sua Patente, e que o substituisse um official
da Praça de Pernambuco, com o posto de Capitão
Mór interino, a quem competiria igual jurisdicção e
soldo, (como foi tambem declarado ao Governador
de Pernambuco n'outra provisão da mesma data,
22 A PARAHYBA

ordenando-se-Ihe que levantasse a homenagem prestada


pelo referido Lemos de Brito; nessas circunstancias
teve o provimento de Capitâo-Mor Governador da
Parahyba— José Henrique de Carvalho, Sargento-Mór
que era de Infanta™ do Regimento de Olinda e
Cavalleiro da Ordem de Christo, com subordinaçâo a
Pernambuco, e vencendo o soldo de 400$000 como
venccram oз seus successores até 1799, em cuja era,
e por cffeito da Carta Regia de 17 de Jatuiro de 1799,
communicada em officio do Capitâo-General, de 26
de Agosto do mesmo anno, ao Governador Fernando
Delgado Freire de Castilho, tornou a Parahyba á sua
independencia, e seus governadores desde Jeronymo
de Mello antecessor deste ultimo, que tambem era
subordinado, tiveram constantemente o soldo de
1.600$000 até Joaquim Rebello da Fonsêca Rosado
provido nesse cargo por despacho de 1 de Dezembro
de 1818.— Foi tâo independente de Pernambuco a
Parahyba, que nomeado para governal-a Antonio Borges
da Fonsêca, Mestre de Campo da praça de Pernambuco,
veio determinado da Côrte na sua patente que desse
juramento de Preito e Homenagem nas mâos do
Governador e Capitâo General de Pernambuco, sem
embargo de nao lhe ser subordinado. Este Antonio
Borges succedeo a Luiz Antonio de Lemos de Brito —
A Carta Regia de 17 de Janeiro de 1799 que determinou
a independencia da Parahyba, determinou tambem a
independencia do Ceará, franqueou os portos e
commercio de ambas estas provincias desmembradas
da de Pernambuco, mandando-se estabelecer casas de
arrecadaçâo.
Mappa do rendimento do dizimo dos algodôes
pagos na Parahyba, das sobras de sua receita e despesa
geral, e remessas feitas para o Rio de Janeiro, desde
a creaeâo da Junta de Fazenda até o anno de 1816,
inclusivamente.
1117618S1 15.655.203 1S10
19.182X01 91.577.91 71517.659

11213.222 25.668.157 1815


^0.213.222 26.782.236

13.161986 1811
13.100.986

on 13.839.771 11.711621 1813


2.710.621 ti.ro 12.001100

16.901850 1812
101850 lflt.edi.ro 16.1O11O0 11.196.273

15.101.577 1811
2.101.577 di.ro !e\e 13.001100 6.975.330

1810
'

8.129.258 8.129.258
i

1.788.850 119
1.788.850

seguinte dinheiro geral


e

o
'Dizimo

o
cm anuo ceita algcdão do ANNO
de
anr para ou cada Sobra despeza

j
tanto letras

:
;
rcs- das Ecmessas Re- da total Sobra
liquida Sobra sobras
24

Não sc faz menção do rendimento dos dizimos


de algodão em 1800 até 1814 porque a arrecadação
por administração da Junta foi parcial de algumas
ribeiras, por estarem os outros contractados, c só em
1815 foi geral em toda Provincia.
A remessa d.e dinheiro para a Corte em 1810 foi
mais do duplo de 1811, 1812 e 1813, que sommaram
juntos 41.000^000, unica que houveram desde a creação
da Junta.
A receita geral da Provincia foi de
em 1816
148.335$ 140 e a despesa, fóra a remessa referida, andou
em 27.544$350 e a sobra liquida desta e das remessas
feitas montou a 10.132$001, cujo total se vê ter sido
o maior de todos os annos antecedentes. Nesta receita
de 148.335$140 em 1816 entraram 28.783$331, cobranças
de dividas antigas, que o Ouvidor diligenciou, os quaes
abatidos daquella somma juntamente com a sobra de
48.242$222 do anno antecedente, ainda assim ficou
subsistindo só do anno sobredito o rendimento de
78.308$597. Não fallando das Capellas dos engenhos
que montou tambem a 24, ha tambem no districto da
cidade a Ermida de N. S. da Conceição annexa ao
hospicio dos Franciscanos na povoação da praia de
Tamtaú, onde cs govci n:dorcs tt m uma casa (aban: cada?)
feita em tempo do Governador Luiz da Motta Fêo.
Quasi sobre o cabo Branco na Costa do Mar subsiste
a Ermida de N. S. da Penha de França com bom
tratamento. — A população da Parahyba em 1812 era de
05.162 individuos, cm 1816 era de 06.446, conforme
os Mappas remettidos pelo Ouvidor ao Desembargador
do Paço. A força militar em 1816 consistia n'um
batalhão composto de 3 Companhias de infantaria de
linha, que formam a guarnição da Cidade; um regimento
de infantaria Miliciana organisado com gente branca e
25

outro de homens pretos denominado— Henriques— Um


regimento de Cavallaria Miliciana e uma Companhia
de artilheiros, que presidia o forte de Cabedello, o qual
se duplicou em 1817. Em 1819 creou-se mais uma
Companhia de infantes e outra de Artilheiros vindo do
Rio os officiaes acompanhando o Governador Joaquim

Rebello da Fonseca Rosado, provido nesse cargo em


1 de Dezembro de 1818.J
• *
*

Depois da House of Virginia,


Burgesses de
a primeira assembléa legislativa do Novo Mundo,
cuja eleição deu-se em 30 de Julho de 1619, foi a
assembléa de escabinos e representantes do povo de
Pernambuco, Parahyba e Alagoas a primeira que reuniu-se
na America, não tendo havido, antes della, nenhuma
outra na America do Sul. A 27 de Agosto de 1640
installou-se essa camara legislativa, convocada por
Mauricio de Nassau.
Eis a representação parahybana na referida
corporação :

ESCABINOS
Manoel de Azevedo.
Francisco Gomes Moniz.

REPRESENTANTES DO POVO
Antonio Pinto de Mendonça.
Manoel de Queiroz Siqueira.
Duarte Gomes da Silveira.
Manoel de Almeida.
Bento do Rego.
Antonio Carneiro de VaKadares.
E' lamentavel que não haja sido até hoje publicada
a memoria escripta pelo operoso e competente Sr.
A PARAHYBA

Henrique de Beaurepaire Rohan, trabalho que tem por


titulo— Corographia da provincia da Parahyba do Norte,
e que existe em original no archivo do Instituto
Historico do Rio de Janeiro.
Alludindo á citada memoria, disse o conego Dr.
Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro, 1.° Secretario
daquella associação, em seu relatorio de 21 de Dezembro
de 1861 : «... leu o Sr. coronel Henrique de Beaurepaire
Rohan a sua conscienciosa Corographia, que divide-se
em duas partes. Uma é consagrada á descripção geral
da provincia, sua população, industria, agricultura,
commercio, navegação etc., acompanhando tudo minu
ciosos dados estatisticos colhidos nas mais puras
fontes, tratando a outra de um exame circumstanciado
de todas as localidades da provincia. > Modesto e sabio,
termina Fernandes Pinheiro, o coronel Beaurepaire
Rohan é um distincio corographo.
NOTICIA SYNTHETICA

SOBRE 0 ESTAOO DA PARAHYBA


Estado da Parahyba é uma das circumscripções
•;1||f^
politicas da Republica dos Estados Unidos
do Brazil. Organisado de accordo com as
u disposições da constituição nacional, de 24
de Fevereiro de 1891, rege-se pelo pacto promulgado
em 30 de Julho de 1892.

O contra-golpe revolucionario de 23 de Novembro


de 1891, repercutindo nos Estados, occasionou a
substituição dos seus directores politicos, de que
resultou em alguns serem modificadas e em outros

completamente refeitas as
constituições respectivas.
Entre nós a transformação foi radical. A Junta acclamada
para assumir o governo, composta do Coronel Claudio
do Amaral Savaget e D.rs Eugenio Toscano de Brito e

Joaquim Fernandes de Carvalho, por decreto de 13


de Janeiro de 1892, dissolveu o congresso que havia

elaborado a constituição de 5 de Agosto de 1891,


sendo convocada nova assembléa que promulgou o
código politico vigente.

Assumira o governo do Estado em 19 de Fevereiro


de 1392, por acclamação da Junta revolucionaria, o
30 A PARAHYBA

Ex."10 Sr. Dr. Alvaro Lopes Machado. Votada


referida a
lei basica, foi o actual senador parahybano empossado,
a 22 de Outubro seguinte, no cargo de Presidente,
para o qual o escolheram seus conterraneos, da accordo.
com as prescripções da mesma lei, começando nessa
data a ser administrada legalmente esta região, sob o
regimen dominante.

LIMITES

O Estado da Parahyba, cujo littoral é de cerca


de 30 leguas, desde a barra do rio Goyanna ao Guajú,
de sul a norte, tem de leste a oeste mais ou menos 110
leguas. Limita-se pela parte septentrional com o Est3do
do Rio Grande do Norte, pela de leste com o oceano
Atlantico, pela do sul com o Estado de Pernambuco
e pela de ceste com o do Ceará.

Não conhecemos documento ou lei que determine


expressamente os limites da Parahyba com as
circumscripções que lhe são visinhas. Semelhante falta
tem motivado conflictos que não tiveram ainda uma

solução definitiva.
Após dmidas surgidas com o Rio Grande do
Norte em 1800, preoccuparam-se sem resultado os
homens que tinham então as responsabilidades
administrativas, sobre uma deliberação para o assumpto.
Do relatorio com que o Dr. Luiz Antonio da Silva
Nunes passou a presidencia da provincia ao Barão de
Mamanguape, de 17 de Março de 1861, extrahimos
os seguintes topicos: «O Sr. Coronel Beaurepaire
Rohan procurando averiguar quaes os verdadeiros
limites da Provincia, só pôde alcançar alguns fracos
esclarecimentos acerca dos desta com a Provincia do
Rio Grande do Norte ; e esses mesmos esclarecimentos
forão exclusivamente fornecidos por aquella Provincia.
A PARAHYBA 31

Não estão, porem, de taljmodo determinados os


referidos limites, que se tenhão evitado frequentes
questões.
O lugar Marcos, da Bahia da Traição, termo de
Mamanguape, tem originado conflictos, que felizmente
não têm degenerado em fortes violencias, pela .maneira
cheia de moderação e prudencia porque têm procedido
as autoridades de Mamanguape. Proximas a esse lugar,
e em territorio liniitrophe com o Rio Grande do Norte,
existem as terras do engenho « Camaratuba^ pertencentes
a Manoel Antonio de Siqueira eMello. Querendo esse
proprietario fazer despejar de suas terras alguns
moradores, e sendo lhe preciso para esse fim recorrer
á dirigiu-se á justiça de Mamanguape.
autoridade,
Fazendo esta expedir um mandado de despejo, não
poderam os officiaes de justiça fazel-o cumprir, por
se ter opposto a isso um inspector de quarteirão do
Rio Grande do Norte, ameaçando-os com prisão á
ordem do respectivo subdelegado. Procedendo-se
depois a uma vistoria, reconheceu- se que o lugar
cm questão fica aquem dos limites, bem claramente

designados por marcos de pedra com a legenda
Parahyba do lado do sul, tendo a do lado do Norte
a legenda— Rio Grande—»
Informa ainda o citado relatorio que mesmo após
essa verificação o Juiz de Direito de Goyanninha
impediu qualquer procedimento judicial das autoridades
de Mamanguape.
Tambem aos limites Pernambuco allude o
com
supradito documento, accentuando a confusão existente.
Em 31 de Maio de 1862 o Presidente, Dr.
Francisco de Araujo Lima, informava em seu relatorio
apresentado a Assembléa Legislativa « que permanecia
no mesmo pé a incerteza dos limites desta com a
32 A PARAHYBA

provincia do Rio Grande do Norte,* e encarecia a


necessidade de fixar-se tambem os limites com a de
Pernambuco.
As duvidas com esta provincia não
ultima
versavam somente sobre Pedras de Fogo.
Taquara era ao mesmo tempo outro ponto de
19litigio, que foi resolvido favoravelmente á Parahyba,
conforme os avisos do ministerio da justiça de 26 e
30 de Setembro de 1859.
Alé hoje tem permanecido como uma causa de
controversias o assumpto a que acabamos de alludir.

OROGRAPHIA

A principal cordilheira que atravessa este Estado


é a Borburema, com varios contrafortes e
ramificações.
Della nascem numerosos rios dos quaes muitos vão
ter ao Parahyba. Algumas outras serras existem como
a de Luiz Gomes, do Bonga, do Commissario, de
'
Santa Catharína, do Boqueirão, dos Carirys Velhos,
de Espinharas, com 72 kilometros de extensão e que
separa-se da Borburema pouco abaixo de Umbuzeiro
e correndo ao rumo de oeste vae morrer em frente
de Patos, formando um angulo agudo pelo lado do
sul e obtuso pelo lado do norte, a da Raiz ou
Copaóba. a do Cascavel, a de Araruna, a da Carneira,
a Negra, a Alenas, a Conceição, a Jotobá, a Pico, a
Jabre, onde está o pico mais elevado do Estado, a
Matinorc ou Branca, a Angico, a Jacarará, a Acahy,
a Juá,%a Costella, a Barriguda, a Pará, a Escurinha,
a Caturité,, a Carnogó, a Pinhara, a Cuité, a Bodopitá,
a Bonita, a Caxcxa, a Mogiquy, a Teixeira, a Bocaina
e outras.
A PARAHYBA 33

POTAMOGRAPHIA
O rio mais consideravel dos que regam o territorio
do Estado é o Parahyba, que tem um curso de 80
'eguas. Nasce na serra Jabitacá com o nome de rio
do Meio, por correr entre o da Serra e o Sucurú, e

banha as seguintes localidades: Monteiro, Caraúbas,


Bodocongó, Natuba, Guapaba, Dous Riachos, Salgado,
Guarita, Itabayanna, Pilar, Itaipú, Espirito-Santo, Santa
Rita, Capital e Cabedello, onde desemboca no oceano.
0 seu principal tributario é o Taperoá, que vindo do
Teixeira passa por Desterro e Taperoá, e banha São

João do Cariry e Cabaceiras, depois de receber o


Matinorc, o Muciiitú, o Santa Rosa, e outros,
reunindo se em seguida ao Parahyba. São tambem
affluentes do mesmo rio, o Bodocongó, o Parahybinha,
o Caijuararé, o Ingá, o Gurinhen, o Gargaú e diversos
ribeiros. O Mamanguape nasce na Borburema, em
Salgada, e banha Alagôa Grande, Mulungú, Araçagy,
S.
João e Mamanguape, desembocando no oceano
perio da bahia da Traição, curso de 30
tendo um
leguas. SI d 82U3 af fluentes o Araçagy, o Urucú, o
Maadahú, o Zumby e outros riachos. O Camaiaiuba
nasce na serra da Raiz e lança-se no occano ao norte

da bahia da
Traição. O seu curso é de 15 leguas. O
Curimataú nasce em Campina Grande, passa a uma
legua de Pocinhos, a duas de Bananeiras, banha
Caiçara e entra no Rio Grande do Norte banhando
tambem Nova Cruz, Pedro Velho e Canguaretama, e
desemboca no oceano, depois de formar o porto de
Cunhaú. Tem 50 leguas de curso. O Guajú, o
Giamame, o Abiahy, o Miriry e outros são de
P^ueno curso. Alem dos rios citados é o Piranhas
0 que merece
esp2ci.1l menção. Nasce nos limites deste
34 A PARAHYBA

com o Estado do Ceará, e depois de um curso de


40 leguas pelo territorio parahybano, penetra no Rio
Grande do Norte, onde toma o nome de Assú, banhando
as cidades deste nome e de Macau. São seus affluentes
o do Peixe que banha S. João e Souza, o dos Porcos,
o Piancó que passa por Misericordia, Piancó e Pombal,
o Espinharas ou Pinhâras que banha Patos na Parahyba
e Serra Negra no Rio Grande do Norte, e o Seridó
que nasce na lagôa Quixeré e do qual são tributarios
o Quinturaré, o Acauã, o Capa/tá e o Scibugy.

NOTAS DIVERSAS

O Estado da Parahyba tem 74:731 kilometros


quadrados.
O seu cliina é quente e secco, mas em geral
saudavel.
Não ha molestias endemicas, a não serem as
febres paludosas que apparecem cm alguns pontos
do interior, depois que seccam as aguas do inverno.
O illustre Dr. Martins Costa, conceituado clinico,
em interessante trabalho, referindo-se á Parahyba,
disse: «As febres biliosas, a dysenteria e congestões
hemorrhoidarias são frequentes durante o verão ; as
suppressões de transpiração, inflammações, catharros,
as affecções agudas do apparelho respiratorio e o
rheumatismo se notam na estação invernosa. A syphylis
é bastante espalhada e a morphêa rara.'
O inverno neste Estado começa ordinariamente
em Março e termina em Julho.
A população actual pode ser calculada em
600:000 habitantes, tomando-se por base ultimo
s

recenseamento feito e avaliada a respectiva progressão.


Pelos seus caracteristicos naturaes o território
33

da Paraiiyba divide sc em littotal, catinga, brejo e'


sertão.
A principal fonte de riqueza, neste Estado, é a
agricultura.
Entre as producções agricolas é o algodão a
mais considercvef.
Começando nas varzeas Parahyb?, nos
do rio
primeiros tempos de nossa colonisação, a agricultura
teve notavel incremento nas varzeas tambem ferti issimas
do Mamanguape e Camaratuba, estendendo-se depois
da guerra hollandeza pela Borburema.
A canna de assucar era a principio a unica
lavoura cuiiivada e representou por muito tempo a
nossa força economica. Atravessa, entretanto,
principal
uma phase de decadencia pela desvalorisação que tem
soffrido o assucar, genero de mais facil consumo entre
os que produz. Todavia, é ainda um valioso concurrente
de nossa economia, e a maravilhosa fecundidade do
nosso sólo permitirá o seu rapido soerguimento, desde
que desappareça a causa originaria do desanimo que
domina a respectiva classe agricola.
Existe no valle do Parahyba, a 16 kiiometros
desta capital, uma excellente fabrica— Usina «S.João»,
installada n'um edificio de 120 metros de frente sobre
19 de fundo. O apparelho de fabricação consta de U
geradores de vapor multitubulares, tendo uma superficie
de aquecimento de 150m2, uma chaminé de alvenaria
com 35m de altura, um cortador e rachador de cannas,
americano, systhema Ross. Lwenson, para 500 toneladas
diarias c movido por um motor de força de 20 cavallos,
e dispõe
de dois ternos de moendas de l"'50x090,
movidos por dois motores de força de 45 cavallos
cada um. Dis-põe tambem o engenho central de uma
'nstallação de imbição, tres esteiras de movimento sem
36 A PARAHYBA

{ím para conducçâo da cortador, destc á


canna ao
primeira moenda e desta á segunda. O caldo extrahido
pela moendaé elevado por uma bomba ao aquecedor no
segundo andar. Dez defecadores de capacidade um
de 1900 litros, quatro eliminadores com a de 3700,
seis filtros, sendo quatro para caldo e dois para xaropes,
systherm Danck, tres clarificadores de capacidade de
2300 ütros cada um e quatro. decantadores. E' concentrado
o xarope por um systhema de triplice effeito e sua
respectiva bomba de ar. O cosimento se faz em vacuo
por tres caldeiras de capacidade util de 310 hectolitros,
produzindo em 12 horas 22:800 kilogrammas de assucar
de 1.o jacto.
O vacuo ó por duas bombas de ar
produzido
humido. Dez turbinas, typo Weston, produzem em 24
horas 4S:000 kilogrammas de assucar. Uma destillaçâo
Savalle produz 5 a 6 pipas de alcool por dia. Tem o
cs'abelecimento uma completa officina do reparos e
um laboratorio chimico para analyses de caldos, xaropes,
massas cosidas, assucares, aguas de lavagens e de
condensaçâo. Por uma installaçâo electrica sâo ílluminadas
a fabrica e suas dependencias.
Tem o engenho capacidade para produzir 500 saccas
de assucar ou 30 mil kilogrammas do 1.° jacto, podendo
moer 400 a 450 toneladas de cannas em 24 horas. O
serviço de transporte das cannas éfeitopela Companhia
-Great Western— e pela estrada de ferro da fabrica,
tendo esta o desenvolvimento de 22 kilometros, constando
o seu material rodante de 62 carros e 3 locomotivas.
O serviço do cultivo da canna obedece aos
modernos preceitos agronomicos e é executado por
instrumento dos mais aperfeiçoados. A empreza mantem,
para instrucçâo dos operarios e seus filhos, uma escola
com aulas nocturna e diurna sendo muito frequentadas
A PARAHYBA 37

possuindo no perimetro da fabrica casas confortaveis


e Iiygienicas, constituindo uma villa, onde sâo
gratuitamente alojados os operarios e suas familias.
Uma outra uzina está sendo montada tambem
no municipio de Santa Rita, pelo Sr. Coronel Antonio
de Brito Lyra, que pretende fazel-a funccionar ainda
este anno.
Alem desses
importantes estabelecimentos, pelos
dados que cuidadosamente nos foi possivel extrahir,
depois de um trabblho demorado e minucioso, dos
lançamentos de ímpostos relativos a industrias e
profissôes de todos os municipios parahybaпos, no
Thezouro do Estado, verificamos ter a Parahyba cerca
de 340 engenhos quefabricamassucar uns e rapaduras
outros, e cerca de 160 alambiques que produzem
aguardente em quantidade sufficiente para o consumo
intemo regular exportaçâo.
e

A cultura do algodâo começou nos prodigiosos


brejos da Borburema. Desdobrando-se logo a exploraçâo
da futurosa lavoura passou a catinga a tornar-se o
seu poderoso centro productor, notabilidade que
mais
perdeu a referida zona em consequencia da criminosa

devastaçâo das mattas qus tanto fortaleciam o sólo,


e por se haver generalisado no sertâo o cultivamento
da valiosa fibra, que hoje constitue a força preponderante

de nossa economia. As rendas publicas advêm


actualmente em sua terça parte e em alguns annos em mais
importante proporçâo, dos tributos sobre o algodâo.
Uma grande fabrica de tecidos existe a 12 kil.
desta capital, no municipio de Santa Rita, eos resultados
annuaes da prospera empreza demonstram as vantagens
infalliveis do
emprego de capitaes na fundaçâo do
umi congenere. Tem a alludida fabrica 424 teares e
пг'Ь trabalham cerca de 709 operarios. O lucro íIliquido
38 A PARAHYBA

da empreza noultima semestre de 1 933 importou


em 322:244$710. E' justo accentuar, occupando nos da
prospera fabrica de Tibiry, a moralidade e zelo que a sua
competente direcção tem imprimido, quer á disciplina
interna do estabelecimento, quer ás suas operações
mercantis. Destacamos tambem com satisfação o brilho
com que desempenha as suas attribuições, como
medico da citada fabrica, o facultativo,
abalisado
Dr. Flavio Maroja, que no í,eu ultimo relatorio, annexo
ao da directoria, deixou patenteado grande amor á
sua nobre profissão e a i cal compenetração que o
domina dos deveres decorrentes do cargo que exerce.
A fabrica de tecidos da Parahyba é um
estabelecimento industrial que honraria qualquer centro
civilisado.
Para o enfardamento do algodão destinado á
exporiação, funcciona nesta capital uma prensa hydrauliea,
que reduz os volumes melhorando as condições de
transporte e barateando o custo dos fretes, sendo para
o preparo de duzentos fardos diarios a sua capacidade.
Pelo mesmo processo porque evidenciamos o
numera de engenhos e alambiques installados no
territorio parahybano, chegamos á conclusão de que
c de 470, mais ou menos, o numero de machinas para
de3caroçamen'o de algodão, movidas a vapor e animaes,
existentes no Estado.
O caroço de algodão presta-se para alimento do
gado e para o azeite, sendo, entretanto, notavel a sua
exportação para a Inglaterra.
A Parahyba tambem produz a mamona, que vae
tendo regular cultivo, e dá excellente oleo, industria
incipiente neste Estado mas promettedora, e para
cuja explorarão temos estabelecimentos perfeitamente
montados.
39

O fumo e o café, pela abundancia com que já vão


sendo colhidos, poderão transformar-se em apreciaveis
elementos para a grandeza de nossa economia.
Na futurosa comarca de Bananeiras, principalmente,
a 150 kilometros desta capital, onde está situada a
fabrica Morenos para o preparo do tabaco, encontram-se
terrenos de admiravel fertilidade e nos quaes têm sido
deligentemente trabalhadas essas lavouras.
Na mesma comarca, como
nos municipios de
Areia e Alagoa Nova, é consideravel a producção de
cereaes; producção que já corresponde vantajosamente,
cm epochas normaes, ao consumo interno, e faculta
o abastecimento dos sertões visinhos.

E' lamentavel que não mereça ainda os cuidados


dos nossos agricultores o plantio do arroz. Na capital
existe consideravel estabelecimento habilitado a pilar
com perfeição o referido cereal, carecendo, entretanto,
os seusproprietarios de importal-o, por não se dedicarem
ao seu cultivo os agricultores indigenas.

As 30 leguas que fazem a extensão das costas


do Estado adaptanvse magnificamente á plantação dos
coqueiros, cuja exportação tem tido phazes de relativa
importancia.
A industria pecuaria oceupa logar de destaque
entre os nossos elementos de riqueza. E' censuravel
que não se preoccupem seriamente os criadores com
o crusamento das raças, medida aconselhada pelas
mai;
noções da experiencia, para
elementares a
prosperidade dessa poderosa fonte productiva.
Pelos dizeresdo padre M. de Nantes, em seu
precioso livro— Missão dos Cariris— , que temos a
vista, parece ter sido Antonio de CXiveira quem primeiro

estabeleceu no territorio parahybano uma estancia de


40 A PARAHYBA

criação, na margem do rio Parahyba, em campos


proximos á povoação de Boqueirão.
A exportação de couros, que figura nos orçamentos
do Estado como uma das verbas mais notaveis de
sua receita, traduz perfeitamente a importancia actual
da industria a que alludimos.
As terriveis seccas, que mais intensamente do
que a qualquer outra de nossas fontes productivas,
prejudica a criação, têm sido impotentes para abatêl-a
completamente, evidenciando-se sempre que, passadas
essas quadras calamitosas, cila recupera immediatamente
o seu gráo de desenvolvimento anterior.
Para o beneficiamento de couros ha no municipio
de Itabayanna um estabelecimento que^e torna digno
de menção, eas vaquêtasnellepreparadas têm acceitação
facil entre os consumidores pela sua excellencia.
O fabrico de calçados é tambem uma industria
regularmente explorada na Parahyba.
Na ilha Marques, a 5 k'lometros desta capital,
ha uma salina. Os seus reservatorios d'agua salgada
occupam umi sup2rficie da 432 kilometros quadrados.
Servem 1300 tanques para que c
evaporação d'agua
produzida pela acção dos ventos e raios solares e
reduzida a 10 % passa 310 chrystalisadores collocados
1"> acima dos evaporadores, por meio de uma roda
de 5m de diametro, movida a brjrço, por quatro
homens que se alternam reciprocamente. Proximo aos
chrystalisadores são construidos os armazens onde é
recolhido o sal.
Um canal artificial dí 1026m de extensão accessivel
a canoasserve para a conducção do producto até ao
rio, onde é baldeado para embarcações maiores ou
directamente transportado para o perto da Capital.
41

A producção do sal varia de dusentos a trezentos


mil kilos annualmente.
O proprietario dessa salina, Sr. Felice de Belli,
apezar decégo desenvolve rara actividade, deligenciando
continuadamente introduzir melhoramentos na sua
notavel empreza.
São constantemente empregados no trabalho 40
operarios.
Aproveitando-se dos reservatorios das aguas da
salina construiu o Sr. Felici de Belli mais dois pequenos
viveiros que são alimentados pela agua do canal,
organisando um serviço de piscicultura, sendo cultivadas
as especies : curimans, carapebas e tainhas, cuja
producção excede o consumo da Capital.
As pescarias duram 5 a 6 mezes em cada anno,
havendo sido de 15:125 exemplares, na maior parte
curimans, a colheita da ultima epocha.
A cm )reza do cimento, que tão esperançosamente
foi fundada em 1892, acha-se decahida por falta de
iniciativa para a sua exploração. Actualmente um
industrial estrangeiro trabalha no sentido de restabelecer
o sendo
fabrico, indiscutiveis as vantagens que
facultam, a uma industria semelhante, os elementos
naturaes de que dispomos.
O Dr. G. S. de Capanema, em seus estudos
descobrira na Parahyba, conforme se vê da Rev. do
Inst. Hist. Brazileiro, vol. 2í fls. 777, anno dj
1861, mames» que lhe pareceram cretaceos, e que,
maravilhosamente se prestam para a fabricação de
cimento hydraulico.
Existem nesta capital tambem uma fabrica de
mosaico, cujo machinismo é movido a vapor, sendo
a adquirida no Estado; uma de gêlot
materia prima
diversas de vinhos e licores, entre as quaes se destaca
42 A PARAHYBA

a dos Srs. Tito Silva & C.a, cujos productos têm


merecido as mais honrosas referencias em certamens
industriaes, e sao consumidos nas principaes praças
nacionaes; uma de sabâo, que, pela perfeiçâo do seu
fabrico, nâo receia a competencia das suas congeneres
do paiz; e finalmente, duas serrarias a vapor.
A importaçÊo de madeiras da Suecia, como nos
acontece, nao se tornaria precisa em uma regiâo, cujas
mattas riquissimas facultariam avultado commercio desse
producto, 'se as difficuldades do transporte carissimo nao
obrigassem ao abandono tâo preciosa fonte de riqueza.
Na Parahyba ha a mangabeira e a maniçoba, que
dâo a borracha ; a carnauba, que dá cêra e presta-se
a tecidos ; o caroá e coroatá, que sao applicados ao
fabrico de cordas ; o cajueiro cuja resina é aproveitada
na cola para papel ; o bicho de sêda e outras producçôes
que nâo nos vêm a memoria no momento em que
escrevemos esta ligeira descripçâo.
Desde o seculo 17.° é sabida a existencia de
ouro no rio Piancó, como por antigas investigaçôes
realisadas é conhecida tambem a existencia de prata
no Umary, na comarca de Souza.
Tratando do reino mineral é opportuno transcre-
vermos o que disse em memoravel relatorio o engenheiro
Retumba, cuja capacidade e criterio sao geralmente

proclamados :

encontrado ferro sob differentes aspectos


♦Tenho
e em quantidade invencivel, abunda sobretudo o ferro

magnético de qualidade superior ao da Suecia с ilha


d'Elba.
«... Penso que se pode desde já fundar uma
fabrica para o preparo deste metal, sem grandes despezas,
e com visiveis lucros pera a empreza.
«Ha igualmente na Parahyba carvâo de pedra-
A PARAHYBA 43

O aluminio abunda consideravclmenle. Tambem tenho


feito descobertas de chumbo. Encont'am-se igualmente
mames, cretaceos, pedras de cal, de fusil, pedras
{íms etc.>
Nâo devenios olvidar nesta noticia a fonte thermal
de agua sulphurosa, que se acha no municipio de S.
Joâo do Rio do Peixe.
O poder legislativo do Estado votou urna Iei
autorisando o seu beneficiamento, e nâo foram ainda
executadas as prcscripçôes dessa acertada
resoluçâo.
Embora nâo tenhamos ainda facil meio de transporte
para a referida localidade, todavia, parecendo que terá
inicio em breve o prolong imento da estrada de ferro,
que mais proximos nos collocará da preciosa fonte,
é tempo de se cuidar das medidas a serem adoptadas.
Como remate á primeira parte capitulo,
deste
extrahimos do interessante relatorio do illustre Dr.
Pereira Pacheco, Delegado do Governo deste Estado
na Exposiçâo Nacional de 1903, os topicos abaixo, e
transcrevemos tambem as memorias que os seguem,
incontestavelmente npreciaveis para os que desejarem
conhecer as nossas riquezas.
...
Note-se bem, a exposiçâo dos productos
parahybanos nâo foi completa, nâo deu a prova do
estado real das suas industrias, porque o praso de
trabalhos para isso nos foi dos mais estreitos possiveis.
Tempo tivessemos para percorrer todos os nossos
municipios do Estado, de lá trariamos muitas prendas
dignas de apreço e admiraçâo, que lá se achavam.
Quantas jazidas riquissimas de preciosos mineraes
possuimos nos em municipios, como Princeza, S Joâo
do Rio do Peixe, Piancó, Teixeira e n'outros, que,
si lá fossem, teiiam cada vez mais enriquecido a
collecçâo que fizemos em nome do Estado? Nao só
44 A PARAHYBA

n'este ramo de riquezas indigenas, como n'outros não


menos dignos, a Parahyba lornou-se deficiente. Em
fibras textis a Parahyba não pede glorias a outros
Estados da Federação.
Desde o seu algodão do sertão, especialmente
o das zonas limitrophes do Seridó norte-rio-grandense,
até o cr^i, abundantissima bromeliacea dos sertões do
Cariry, que o Estado é possuidor de riquezas immensas.
No dia em que a industria textil penetrar nos
nossos sertões e puder explorar todas as suas fibras,
d'esse dia por deante surgirá para esta terra uma
épocha de fortuna.
A prova temos na admiração que produziram os
rudimentares tecidos estrangeiros,
de croá perante os
que, com um enthusiasmo real, receberam algumas
esteiras mal feitas com a forte fibra d'essa planta para
envial-as para os seus paizes.
Os preparados da Fabrica de Tecidos Parahybana,
apezar de postos ao lado dos da Bangii e d'outros,
que lá trabalhavam deante do publico, teve o seu
triumpho. As côres dos seus fios não desmereceram
cousa alguma deante dos reactivos empregados pelos
jurados julgadores.
Note-se bem que o algodão da Parahyba é,
criminosameute, vendido como de Pernambuco, na
Europa, onde aquella praça commercial dispõe de
melhores elementos do que a nossa.
E, sobretudo agora, isso não poderá continuar,
porque possuimos uma optima prensa hydraulica dos
Srs. Kroncke & C.a que, além de reduzir a pluma do
algodão a menor volume e para menores preços de
transporte pelo oceano, melhora muito o algodão na
escolha que faz do mesmo no acto de imprensar.
Este ponto é digno de nossos especiaes cuidados,
A PARAHYBA 45

porque, soffrendo o algodão parahybano um desconto


de quatro a seis por cento nas praças da Europa por
sua pretendida inferioridade, dá em resultado uma perda
de centenas decontos de réis para o productor
parahybano, em criminoso beneficio para os nossos
irmãos do sul.
Anomalia economica igual dá-se com o couro
parahybano nos mercados da Europa, quando, grande
parte dos couros exportados pelo porto do Recife é
de procedencia sertaneja parahybana.
Medidas salvaguardadôras dos interesses legitimos
dos productores parahybanos devem ser tomadas no
sentido de dar-se a cada um o que for seu e legitimamente
seu.

Em couros preparados possuimos o que a industria


propria pode produzir de melhor. Ahi está o grande
premio conferido pelo Jury da Exposição ás vaquetas
de Itabayanna, fabricadas pelos Srs. Firmino & C.a
*Os tabacos fabricados entre nós, especialmente,
o das zonas da Borburema, são optimos productos e
dignos de tomar um grande desenvolvimento, a ponto
de se evitar a importação em tão alta escala como se
faz do mesmo entre nós. Não precisamos importar
fumo desfiado do Rio Novo, Barbacena e de outros
pontos do sul do paiz.
O fumo da Borburema, desfiado e preparado,
como o do sul, si não for superior, c igual. Devemos
ser patriotas n'esse sentido, procurando consumir o
tabaco parahybano como um producto optimo.
Os grandes industriaes parahybanos, A. P. Peixoto
& Ca, agora mui justamente premiados com uma
medalha de ouro na exposição, são capazes de promover
e realisar esta grande benefica revolução economica
e

n'esta terra: para elles appellamos; com confiança.


46 A PARAHYBA

O habil industrial Coronel Tito Silva, já premiado


na Exposição Internacional Luiz, obteve agora
de S.
uma medalha de ouro na nossa Exposição pela
excellencia dos seus vinhos de fructas. Esta industria
de vinhos entre nós é de um grande futuro e digna
de chamar a attenção dos nossos capitalistas para a
fundação, em ponto grande, de uma companhia vinicola
de fructas parahybanas. O que affirmamos merece
toda a attenção, porque, deante da procura que já têm
os vinhos de fructas parahybanas em varios centros
de consumo, como o do Pará e outros, comprehende-se
que isso é uma prova evidente de que essa industria
pede offerecer vantagens, alargar-se tanto e tanto que
chegue a penetrar nos mercados estrangeiros, com os
melhores proveitos.
As fructas sobretudo o caju e o
parahybanas,
jenipapo, podem produzir por anno centenas de pipas
de optimos vinhos, já duas vezes premiados em
Exposições importantes.
Pensem os que possuem a intuição larga da
industria futuroza n'este ponto e venham associar-se
ao habil industrial d'esta terra, homem de genio e no
qual o trabalho desequilibrio com os recursos
está em
proprios para essa lucta da industria, que tanta honra
já trouxe para nós.
Uma empreza de uns cem contos de capital é
capaz de dar muito maiores lucros n'uma companhia
de vinhos de fructas, sob a direcção do Coronel Tito
Silva, do que a melhor industria existente entre nós.
Os vinhos parahybanos podem penetrar em
qualquer lar abastado do paiz e, o de caju, se fosse
feito em larga escala, já ha muito, teria penetrado nas
phannacias brazileiras para os competentes vehiculos
de tantos preparados of ficinaes da phai macopca nacional.
A PARAHYBA 47

O por si só um medicamento
de caju sem alcool, é
tónico e depurativo sem igual. Garantimos esta verdade, .

sob juramento de nossa parte e pelos innumeros factos


clinicos observados n'esta terra.
Os preparados chimicos e pharmaceuticos do
Estado conseguiram honrosos premios na Exposição,
sobresahindo os especiaes dos pharmaceuticos A. Rabello
& Filhos, que, na Exposição Internacional de S. Luiz,
já tinham recebido uma medalha por alguns d'elles.
São prcductos, a maior parte da flora parahybana, que,
apezard'isso, ainda continuam n'um abandono sem nome.
Plantas parahybanas premiadas na Exposição
Internacional de S. Luiz, como o ticongo, loco, urinana
e agora a que produziu as gottas estoniacaes, premiadas

com justa medalha de prata,'do pharmaceutico Romulo


Pacheco, precizam tomar as suas grandes formulas
pharmaceuticas para poder iralliviara pobre humanidade
doente.
«Os productos do ferro e do
couro preparado,
oriundos de Campina Grande, produziram optima
impressão na grande feira nacional, tendo conseguido
os deis expositores de calçados para hom?ns e senhoras,

cada um d'elles uma medalha.


Pena foi que de lá não tivessem vindo as suas
bellas, artisticas e solidas mobilias, trabalhadas com
madeiras especiaes da sua zona. Apenas, seguio uma
cadeira mixta, uzada nos templos de religião entre nós.
Assim mesmo, foi ella muito apreciada e servio
para modelo de outras que foram fabricadas no Rio
de Janeiro, como vimos com
satisfação.
As malas do simples couro crú, tão uzadas e uteis
nas viagens pelos nossos sertões, foram apreciadissimas,
sobretudo pelos visitantes do Rio Grande do Sul, para
onde transportaram os seus moldes e uzos nortistas.-
48 A PARAHYBA

• De Campina Grande duas prendas liveram o


especial destino de serem entregues aos Ex."'°s Drs.
Presidente da Republica e Minisiro da Industria. Uma,
representando um mailhete quadruplo cm duas madeiras
conhecido em engenharia por sainbladura,
differentes,
obra de grande genio artistico e que pessoa alguma,
ainda mesmo os provectos engenheiros vizitantes,
poderam d zer o modo como fora realisada, foi dada
por nós de presente ao Ex.1113 Sr. Dr. Miguei Calmon,
que, apreciando-a e agradecendo, destinou-a a ser
guarda papeis sobre a sua meza ministerial. Este
trabalho é d'um simples e pobre artista de ,Campina
Grande, chamado João Collaço.
A outra, tambem oriunda de um genial artista,
extremamente pobre, consta de um sinete com o nome,
gravado a canivete, Affonso
do Ex.m° Sr. Dr. Penna.
Esta prenda foi entregue ao Ex.mo Dr. Presidente da
Republica, que, com toda certeza, guardará cuidadosa
mente o especial presente, não se esquecendo, como
lhe pedimos, do nome do jovem artista parahybano
João Honorio.
Das quatro secções em que se dividia a Exposição
Nacional, a de Varias Industrias foi a mais premiada
para a Parahyba. Foi que, deante dos nossos esforços,
foi ella a unica que pode ser enrequecida com os varios
e multiplos productos existentes. Ainda assim, muitos
d'esses ricos trabalhos deixaram de figurar na mesma,
por causa de certa falta de comprehensão clara que
existe ainda entre os industriaes com relação ás
Exposições.
As circulares enviadas para o centro do Estado,
a municipios onde não podemos chegar na nossa
excursão, ficaram sem solução. Isso foi um grande
mal para a representação geral da Parahyba, que
. poderia ter exposto productos de todos os seus
A PARAHYBA 49

municipios conseguir, em Iogar de poucos premios,


e
mais de cem legitimas recompensas, que, no futuro,
serião outros tantos estimulos para futuras Exposições.

Si tivessemos tido a certeza de que a abertura


da Exposição seria, como foi, adiada de Julho para
Agosto, certamente, ainda com os maiores sacrificios
de nossa parte, teriamos solicitado do Governo do
Ex.">° Monsenhor Walfredo Leal, certos de que seriamos
attendidos, como fomos em muitas outras solicitações,
permissão para percorrer municipios que
os não se
representaram na dita Exposição Nacional.
De tudo isso, resultou ficar a representação do
restado incompleta perdido a occasião de
e ter-se
termos iniciado o trabalho de propaganda em favor
da exportação de importantes productos naturaes desses

centros e que lhes dariam riquezas.


«A mica (malacacheta), por exemplo, seria uma das
exportações dignas a ser iniciada n'esses centros.
Das poucas amoitras que conseguimos obter,
uma sobretudo, attrahio a attenção dos industriaes
visitantes. Foram as bellas laminas do municipio de
Picuhy, que forem reconhecidas ser, não da mica
conimum e dos terrenos, sim, mais preciosa
superficial
e de alto preço, como seja a Dolmite.
E' uma industria que aconselhamos ser iniciada
entre nós, certos de que grandes vantagens tiraremos
(Tella.
Ha casas de commissões no Rio de Janeiro que
a compram por conta de industriaes extrangeiros,
bastando 'que as pessoas possuidoras de terrenos
micaceos dos sertões, se dirijam a ellas.>
*
MEMORIA da viagem que em cumprimento da
ordem do lllustrissimoeExcellentissimo Senhor Frederic
50 A PARAHYBA

Carneiro de Campos, Tenente Coronel do Imperial


Corpo de Engenheiros, Presidente desta Provincia etc,
fez o Segundo Tenente de Engenheiros Francisco
Pereira da Silva, desta Cidade até o Municipio de
S. João.
Parabyba do Norte em 1847

PRIMEIRA PARTE

Descripção da Viila do Pilar, Ingá, Campina


Grande, Cabaceiras e São João, desta Provincia, contendo
a indicação dos Iogares mais asados para construcção
d'açudes, c fontes publicas, e concluindo com um
projecto para o estabelecimento de celleiros.
No dia 24 de Dezembro proximo passado segui
pela estrada real do scrião, afim de examinar os Iogares
mais asados para construcção daçudes, fontes, celleiros
publicos, nos municipios da segunda e terceira
Comarca. Passei pela consideravel povoação de Santa
Rita, situada na margem do Rio Parahiba, trez legoas
distante desta Cidade, tem uma Igreja da invocação
de Santa Rita e uma ermida ainda não acabada. Nove
leguas acima desta povoação, na margem esquerda do
Parahiba, ao Sudoeste da Capital, está do Pilar,
a villa
ornada com a igreja Matriz dedicada a N. S. do Pilar,
uma bôa casa de Camara ainda não acabada, e uma
casinha de taipa arruinada, a que chamão Cadêa. Cariri
foi seu nome p.imitivo em quanto aldeia de Indios,
seus primeiros habitadores, que ainda hoje formão
uma parte do povo e cultivão o algodão, canna, mandioca,
e outros generos. Seus habitadores bebem do Rio,
Parahiba, que está secco sempre que as chuvas são
excassas, apresentando apenas pequenos poços, con
tendo agua impura, e prejudicial á saude publica.
51

Encontrei na proximidade desta villa alguns lugares


asados para açudes e cacimbas ; julgo por tanto
conveniente ahi construir um açude e quatro cacimbas,
a que tudo pudera importar em 1:500$000 no maximo.
Dez legoas distante do Pilar na direcção L O.
está a Villa do Ingá ornada com a Igreja Matriz da
Invocação de N. S. da Conceição, e um açude com
oitenta braças de largura e duzentas de comp;imento.
Seus habitadores bebem do Rio Bacamarte
quando a estação é chuvosa e no tempo de secca
desapparecendo esta fonte praiicão escavações no leito
do rio donde tiram pequena quantidade d'agua, que
alem de ser impura, nociva a saude.
hé muito
O gado desta Villa está quasi todo destruido e o
que resta bebe ivum riacho da Serra Verde, duas legoas
distante, onde a agua c muito salgada.
O açude ainda não está concluido para receber
a quantidade de liquido que pode conter, por. tanto
julgo indispensavel o seu acabamento, e que se construa
um outro na fralda da Serra do Lagedo Grande, lugar
muito apropriado para esta obra.
O acabamento do açude principiado importará
em 700$000 réis e o novo em 400$000 réis; ambos
podem conter agoa para dois ou trez annos de secca.
Distante do Ingá dez legoas está situada a Villa
de Campina Grande sobre uma collina da Serra
Borburema; tem uma Igreja Matriz dedicada a S. N.
da Conceição bastante grande, porem não acabada;
Uma Igreja da invocação de N. S. do Rosario; uma
Cadêa muito arruinada, e uma casa de Camara que
serve tambem para reuniãodo Tribunal do Jury; tem
dous açudes, um denominado Velho e outro Novo, o
primeiro está no sul da Villa, no qual desagoa o
riacho Piabas que nasce na Lagoa Genipapinho, e corre
52

a Leste, e torna-se do inverno uma caixa


no tempo
d'agoa capaz de resistir a quatro ou cinco annos de
secca não obstante ser combatido pelas boiadas
que rassão do centro não só desta provincia como de
Pernambuco, Ceará e Piauhy.
O açude novo hé mais pequeno que o velho,
porem a agua nelle depositada hé mais saudavel, e por
isso a população faz uso della com preferencia para
beber.
A Matriz tem as seguintes capellas filiaes: Bôa
Vista dez legoas no poente pela estrada de Espinhara,
a de Pocinhos seis legoas distante pela estrada de
Seridó ao Sul na distancia de cinco legoas, na Serra
do Fagundes está a de S. João, onde antigamente foi
Hospicio dos Religiosos da Penha de Pernambuco, e
a leste pela estrada da Capital está a de Bacamarte.
A maior parte das fazendas de criação e agricultura
estão em decadencia causada pela rigorosa secca, que
por muitas vezes tem flagellado a Provincia.
As mattas estão destruidas, talvez mais pelo fogo
dos roçados de alguns agricultores imprudentes, do
que pelo calorico do Sol, com tudo ainda se encontra
alguma madeira para contrucção.
O terreno é fertil nos tempos invernosos, e proprio
para agricultura ao lado de Leste, porque mais
é

humido, porem no geral é todo secco e muito calcario,


por isso pouco conveniente para qualquer construcção
que se pretenda fazer com o fim de agua nascida; e>.
se algu na contem, ou é filtrada pela areia que exposta
ao ar, cuja temperatura é sempre acima de setenta
gráos de thermometro centigrado, evaporisa-se com
muita rapidez, ou está em grande profundidade, onde
existe (segundo me parece) uma camada de sal.
Os açudes são os unicos meios que têm os
A PARAHYBA 53

Villa e seus arredores para conservarem


habitadores desta
agua de um para outro inverno, porem infelizmente, os
que têm não estão perfeitos, pois que os marachões não
têm a precisa solidez para resistir ás ondulações do
liquido que podem conter, principalmente no inverno,
quando sopra o vento leste.
Parece-me que tenho demonstrado a absoluta
necessidade de se construir os açudes desta Villa com
perfeição: esta obra pode importar em 3:000$000 réis
no maximo.

Levantei a planta desta Villa, (planta N.° fiz


1)
melhoramentos nas cacimbas existentes, e mandei abrir
outras que servirão para o povo flagellado pela sede,
alem disto indiquei dez ou doze logares nas margens
do riacho Piabas, onde se apresentão signaes de agua
filtrada pela arêa: esta agua é pouco duradoura.
Fui á Serra do Fagundes acima referida, e ahi
encontrei na fralda de uma collina um olho d'agoa
com quatro pennas de diametro, pouco beneficiada e

precisando de uma caixa para deposito.


Tendo seguido pela estrada de Cabaceiras encontrei,
na distancia de novelegoas pouco mais ou menos no lugar
chamado Canudos, um terreno asado para a construcção
de um açude que é de primeira necessidade ahi ser
formado, por isso que está no meio de uma travessia
de quatorze leguas, onde não existe agua, e cruzão as

estradas de S. João, Aldeia e Bravo.

Levantei a sua planta (planta n.° 2) que servirá


de projecto, pois que indica todas as particularidades
do terreno ; calculei a despeza deste açude em . . .
l:500$000 réis.
Quatorze leguas distante de Campina Grande está
a Villa de Cabaceiras situada sobre uma collina da
Serra Eorborerr.a, tem uma casa de Camara, uma Igreja
54 A PARAHYBA

Matriz dedicada a N. S. da Conceição, ainda não


acabada.
Na margem da Villa
Leite corre o rio Cabaceiras,
a
e ao Poente o riacho da Igreja, que nasce no logar
chamado Pedra Branca ; uma legoa distante da Povoação.
O Rio Parahiba corre duas legoas aoSul da
Villa, e uma a Leste no logar em que desagoa o
Cabaceiras.
AMatriz tem Capellas filiaes em differentes
distancias no Municipio.
A Serra da Matta Virgem está ao Sudoeste da
Villa em distancia de dezoito legoas, e precisa de um
açude, por isso que hé lugar de feira, e soffre grande
falta d'agoa; esta obra importará em 1:000$000 réis.
Treze legoas a Leste da Villa está o lugar
chamado Sallma^, que tambem precisa de um açude,
por que é passagem de boiadas.
A população de Cabaceiras bebe do Rio o qual
no tempo secco apresenta somente alguns tanques, ou
depositos, em que a agoa não é má. Quarenta
braças distante da Villa no leito do Rio existe um
poço que tem sido a unica fonte que tem resistido á
secca; este poço pode ser beneficiado com uma
Cachoeira artificial afim de que ahi fique depositada
maior quantidade d'agua, não só para uso da população
como tambem para viveiro de peixes, que serve para
alimentar a pobreza: a despeza desta pequena obra
pode importar no maximo em 300$O00 réis.
Levantei a planta desta Villa, (planta n.° 3) na
qual indiquei com um traço de carmim o lugar em
que deve ser construida a Cachoeira.
Oito leguas distante de Cabaceiras na linha L.
O. está situada a Villa de S. João sobre uma collina
da Borburema; tem uma Igreja Matriz da Invocação
A PARAHYBA 55

de N. S. dos Milagres, e uma casinha muito arruinada


a que chamam Cadeia.
Na distancia de cem braças passa o rio Cabaceiras
ao Sul, e ao Norte o riacho Namorado. A Matriz tem

as seguintes Capellas filiaes: S. José na Povoação das

Pombas, quatro leguas distante da Villa a N. E. — N.


S. das Dores na Lagoa do Monteiro, vinte duas leguas

ao poente: N. S. da Conceição no lugar de S. Thomé,


doze leguas ao Sul ; SanfAnna do Congo tambem ao
Sul: S. Pedro na Carauba oito legoas a S. E., Santa
Maria Magdalena, desoito leguas ao Sul nos limites
desta provincia com a de Pernambuco, no lugar chamado
Fundão na Serra Jacororá.
O rio Cabaceiras em distancia de uma legua da
Povoação, divide-sc em dous braços um para o Norte
denominado Muicuitú, que atravessa a serra Borborema,
e outro que segue para o poente, chama-se Batalhão,

na fralda da dita Serra: o Parahiba corre dez leguas


ao Sul.
Reconhecendo a nessidade de um açude nesta
Villa não só para uso d: seus habitadores, como
tambem para assegurar ao mercadores de gado e outras
producções do Municipio uma posição commoda para
o seu negocio, que muito augmentará a Villa, projectei
um açude no riacho Namorado, o qual vai indicado
na planta levantada por mim (planta n.° 4) ; calculei a
despeza em 1:200$000 réis.
Fui ao logar chamadoTimbauba e ahi observei
grande necessidade de um açude, por isso que é
passagem da mór parte das boiadas e comboios que
vem da terceira comarca, porem a unica posição que
encontrei mais apropriada hé o rio do mesmo nome,
o qual hé atravessado por uma estrada de muito
transito.
56 A PARAHYBA

Levantei a sua planta e com um


nella indico
traço de carmim a direcção do marachão do açude
projectado. Calculei a despeza para o açude do riacho
Namorado em 1:500$000 réis, e o de Timbauba em
1:000$000 réis.
Tenho relatado a minha viagem, e itidicado os
lugares mais asados para a construcção de açudes, e
fontes publicas, resta-me apresentar a seguinte opinião
a respeito do estabelecimento
dos Celleiros. Sendo os
Celleiros, destinados para guardar nos tempos de
inverno uma certa quantidade de cereaes depositada
pelos agricultores e fazendeiros afim de que só no
verão, e dentro do municipio possam vender ou
consumir, hé conveniente haver um em cada municipio,
porem se elles são construidos somente para deposito
dos generos, que o Governo tem de enviar no tempo
de secca, afim de soccorrer a população, será bastante
haver um que seja o deposito geral para cada Comarca.

SEGUNDA PARTE

§ l.°— Montanhas— Quasi todos os montes


que se acham na segunda Comarca são ramos ou
collinas da serra Borborema, [que principia no Rio
Grande do Norte, atravessa esta Provincia do Nordeste
á Sudoeste com pequena differença.
§ 2.°--Zoologia--Nas mattas da segunda Comarca
encontram-se veados, onças, porcos, rapozas, macacos,
preguiças, pacas, mocós, preás e outros quadrupedes.
Entre as aves notei as emas, seriemas, jacus,- zabelês,
çodornizes, papagaios, rolas, pombas d'asa branca e
torquazes, canario?, cardeáes, marrécas, socos e uma
diversidade de gaviões. Entre os reptis encontrei grande
numero de cobras cascaveis.
A PARAHYBA 57

§ 3.0— Mineralogia— Encontrei em differentes


logares camadas de pedra calcarea, grande quantidade
de quartzo, o ferro, camadas de salitre e signaes que
indicão a existencia de veias d'ouro.
§ 4 °--Fitologia-Nas mattas encontrei as seguintes
arvores : pau-ferro, violeta, arueira, pereira, batinga,
amarello, jurema, (esta arvore sendo carbonisada fornece
carvão para os ferreiros da terceira Comarca), sicopira,
pau-d'arco, coração de negro, angelim e grande
quantidade de barauna. Alem desta existem algumas
que são fructiferas, como sejam o imbuseiro e a
jaboticabeira.

TERCEIRA PARTE

(Considerações geraes tendentes a evitar ou


diminuir os males das seccas, que flagellão esta
Provincia.) A experiencia tem mostrado que esti
Provincia está sujeita a soffrer grandes seccas; devemos
portanto empregar todos os meios
para evitar ou
diminuir os seus males.
Os habitadores dos municipios da segunda e
terceira Comarca, não tendo os generos de absoluta
necessidade no tempo de secca, são obrigados a
procural-os na Capital e transportal-os por terra : assim
pois é preciso que as estradas sejão beneficiadas.
Grande parte dos males, que soffrem estas
Comarcas deve ser atribuida ás queimadas e cortes das
mattas e arvores, feitos pelos agricultores nas margens
dos rios e
açudes : alem disto ao pouco cuidado que
têm os mesmos em cultivar uma sufficiente quantidade
de mandioca, outros generos de primeira necessidade
e

para consumo de suas fazendas ou sitios, empregando-o


todo no trabalho do algodão, assucar e gado, de sorte
que no tempo de secca são obrigados a gastar não
A PARAHYBA

só tudo o que ganharam com estes generos de


exportação como tambem parte do capital, na compra
do que absolutamente precisão, exaurindo assim o
mercado que poderia servir para a pobreza.
Lembrem-se os agricultores e fazendeiros, que a
farinha, milho etc, guardado em bons selleiros perfumados
com alcatrão para servir
evitar o bicho, lhes há de
para o alimento, que o gado sem pasto morre, e que
o lucro do assucar e algodão hé pouco para comprar
os generos de absoluta necessidade; nós devemos
cuidar primeiro do que é preciso para o consumo e
depois tratar de exportação.
Para evitardiminuir o mal da secca hé
ou
indispensavel empregar os seguintes meios: construir
açudes em todos os Municipios da segunda e terceira
Comarca, cercando aquelles, que forem destinados para
a população beber, afim de não serem estragados
pelo gado; cultivar a msniioca manipeba, que produz
e conserva-se muito tempo no terreno secco; plantar
o capim d'angola, que ainda secco é bom sustento
para o gado, prohibir o corte e queimada de arvore,
mattas nas proximidades dos rios, açudes e fontes,
evitar fazer roçados desde o primeiro de Janeiro até o
fim de Março, porque sendo este o tempo em que a
chuva está mais proxima da superficie da terra desta
Provincia, o calorico desenvolvido por estas queimadas
a faz evaporisar, finalmente, prohibir a creação do gado
nos lugares de agricultura, pois que este é um
destruidor forte das plantações.
Observação— Posto que não me fosse possivel
viajar pela 3.a Comarca desta Provincia para melhor
conhecer as suas necessidades, tenho romtudo muitas
informações pelas quaes conclua que elia soffra os
mesmos males que a segunda, por isso apresento um
quadro dos açudes que ahi devem ser construidos.
59

(Mappa n.° 2) Meu desejo seria estender-me mais


sobre esies objectos de tanta importancia, mas sou
obrigado pela falta de tempo, c intelligencia, limitar-me
a estas curtas linhas, portanto supplico para que seja
perdoada esta falta e todas as mais que contem esta
memoria.

Parahyba do Norte 31 de Janeiro de 1847.

Francisco Pereira da Silva.


2.° Tenente do Imperial Corpo de Engenheiros.

MEMORIA da viagem que, em cumprimento da


Ordem do Illustrissimo
Excellentissimo Senhor
e

Commendador Frederico Carneiro de Campos, Tenente


Coronel do Imperial Corpo de Engenheiros, Presidente
desta Provincia etc. etc. etc. Fez o segundo Tenente
de Engenheiros, Francisco Pereira da Silva, pelos
Municipios da Terceira Comarca. Parahiba do Norte,
1848. Descripção da Povoação dos Canudos da Villa
de Patos, Pombal, Piancó, Souza, Catolé do Rocha
e Cidade d'Arêa, contendo a indicação dos lugares mais

asados para estabelecimento d'Açudes.


Vinte e duas legoas ao poente da Villa . de S.
João está a Povoação dos Canudos sobre a Serra do
Teixeira, que é a propria Serra Borborema : a serra tem
nesta parte duas legoas de largura. O ar é fresco e
saudavel, talvez tão frio de madrugada, como na Serra
dos Orgãos (Na Provincia do Rio de Janeiro.) A estrada
é pessima: por isso que muito estreita, e coberta com
fragmentos de quartzo que fazem estropiar os cavallos
de carga: os cavallos não são ferrados.
Na povoação ha uma Capella dedicada a S. M.
Magdalena, que está sendo augmentada pelos fazendeiros
60

Dantas, e pelo povo, devendo ficar um templo que


para o futuro será uma matriz.
Ahi encontrei principiada construcção de uma
a

Cadeia a custa dos Dantas, e prestacções voluntarias


do povo, tem um açude bem construido, porém muito
pequeno para guardar a agua precisa para a população
já crescida da Serra.
Os habitantes em todas as semanas fazem uma
grande feira, onde concorrem negociantes dos Municipios
visinhos, em numero maior que mil.
O açude tem apenas guardar
capacidade para
agua para dois mezes da secca para a população, e
sendo alem disto o seu fundo construido sobre um
terreno, que absorve grande quantidade do liquido
n'elle depositado, pequena vantagem aos
offerece
habitantes do lugar em que se acha estabelecido,
quando elle é a unica fonte; portanto, achando-se o
açude da Serra do Teixeira neste caso, julgo de absoluta
necessidade que ahi se construa um novo. Este açude
será formado em logar solido, e que offereça um bom
sangradouro.
Existe do lado de Leste da distante
Povoação,
sessenta braças, um lugar que tem a precisa capacidade
para um açude; o seu marachão terá duzentos e
quarenta palmos de grossura na base, quarenta palmos
na parte superior, e cincoenta braças de comprimento
tendo de altura trinta palmos, contados do fundo da
obra : a direcção do marachão será a da estrada, que
desse lado da Povoação segue para esta Capital.
Tudo o que escripto tenho a respeito deste açude
melhor se verá na planta, que levantei, e que servirá
de projectopara construcção (Planta n.° Esta obra
1).

poderá importar em 4.000$000 réis (Orçamento n.° 1).


Com este açude ficará livre da sêde, população da
a
61

Serra do Teixeira, que consideravelmente augmentará


e em pouco tempo será freguesia. Para bem policiar
esta Povoação faz-se necessaria a construcçãoda Cadêa,
porque sem ella estará sempre a autoridade do
lugar obrigada a alugar uma casa para guardar os
criminosos.
Os habitantes da Serra são inclinados para a
agricultura, ramo este de commercio, em que mais se
occupam.
Seis leguasNoroeste da Povoação do Teixeira
a
está a Villa de Patos sobre a margem do rio Espinhara,

que corre cem braças distante, e no qual desagoa o


riacho da Cruz que nasce dez legoas a sul na Serra
Borborema: o rio Espinhara nasce quatorze legoas a
Leste da Villa, a Matriz é N. S.
dedicada a da Guia,
e tem as seguintes Capellas filiaes : S. Luzia dez legoas
a Leste; S. Maria Magdalena, na Serra do Teixeira;
N. S. da Conceição, seis legoas a leste. Tem esta Villa
uma pequena casa de taipa, que serve de Cadêa.
Levantei a planta desta Villa (Planta n.° 2).
Oito legoas a Oeste da Matriz de Patos,
está a
consideravel Villa de Pombal, situada na margem do
rio do mesmo nome, da parte de Leste da corrente;
tem uma igreja Matriz, cuja Padroeira é N. S. do Bom

Successo; não me consta que esta Matriz tenha mais


que uma Capella filial, que é a dedicada a S. José,
seis legoas a Norte. Tem a Villa uma Cadêa principiada

(apenas os alicerces das paredes mestras estão repaldados


na fior da terra.)

O rio Piranhas vem unir-se com o de Pombal,


trez legoas a norte da Villa : este rio principia na fralda
da Serra dos Cariris muito perto de um monte que
retumba e depois de um curso de vinte legoas entra
no Rio do Peixe, que vem da Serra de Luiz Gomes,
62

com dezesseis legoas de extensão, quasi sempre por


campinas, em cuja visinhança me affirmão ler sido
achado ouro.
Neste municipio não ha absoluta necessidade de
açudes para a agua potavel ; entretanto, julgo conveniente
que se construa na Lagoa dos Patos : esta obra
importará em 5:000$000 réis. Este açude muito servirá
aos viajantes que transitão pelas estradas que seguem
para Pernambuco, Timbauba, Brejo d'Areia, e Capital.
Levantei a planta desta Villa (Planta n.° 3).
A Villa de Piancó está situada ao poente da Serra
do Teixeira, distante vinte c trez legoas, na margem
direita do rio do mes tio nome, que corre duzentas
braças distante da Povoação. Esta Villa está ornada
com a Matriz de Santo Antonio, que é um templo
consideravel para o interior desta Provincia, tem uma
Igreja (apenas principiada para a Irmandade de No:sa
Senhora do Rosario): não me consta que exista na
Villa uma Cadêa, e casa propria para reunião da Camara
Municipal.
O Rio Piancó conserva quasi sempre bôa agua
em poços, e quando a estação é secca, ainda assim a
população do Municipio obtem agua, praticando
cacimbas nos dif ferentes riachos, que atravessão, portanto,
attendendo as circumstancias financeiras da Provincia,
julgo desnecessaria a construcção de açudes neste
Municipio.
Com tudo será conveniente que se construa um
grande marachão nas cabeceiras do Rio Piancó, treze
legoas distante da Villa, no logar chamado Intans,
assim tambem no logar Genipapo, sete legoas ao Sul
da Villa : estes açudes muito servirão para a agricultura.
O Rio Aguiar vem desagoar no Piancó quatro
legoas a norte da Villa.
Л PARAHYBA 63

О terreno sobre que está a Villa é alagado pela


enchente do Rio, quando o inverno é grande.
A Matriz tem as seguintes Capellas filiaes :
Mizericordia sete Iegoas d'Oeste; S. Bôa Ventura,
a S.
trez leguas distantes d'aquella ; N. S. da Conceiçâo, dez
Iegoas a SS. d'Oeste da Villa, S. Rita, no Boqueirao,
seis Iegoas a norte.
A populaçâo deste Municipio ainda nao está
civilisadaquantoé preciso pois que acreditam emespiritos
infernaes, fantasmas, feitiços. Quando cheguei a esta
e
Villa, fui insultado por alguns individuos do povo
somente porque julgaramme feiticeiro l Porem a gente
considerada do Municipio é muito civilisada, e
hospitaleira : fui obsequiado pelos Snrs. Leite, Delegado,.
Dr. Izidro, Juiz Municipal, que se prestaram em offerecer
tudo quanto me fosse preciso para o bom dcsempenho
da minha commissao.
Os habitantes sao inclinados a agricuüura, e a

criaçâo de gado.
Encontrei neste Municipio grande quantidade de
pedra calcaria, ferro e signaes que indicâo veias d'ouro.
Perto da Villa encontrei um monte, onde supponho
terá de apparecer um vulcâo, pois que contem grande
quantidade de mineraes, с durante o calor do sol forte
do meio dia percebe-se um tremor subterraneo.
Levantei a planta desta Villa (Planta n.° 4). Dezoito
Iegoas a N. O. de Piancó toda coberta de seixos e
fragmentos de quartzo, encontrei a bella Villa de Souza,
situada em uma planicie da Serra da Borborema, tem a
Matriz de N. S. dos Remedios, outro templo principiado,
que sendo acabado será o mais rico e magestoso
Templo da Provincia, nao só pelo bem trabalhado de
sua cantaria, architectura como pela solidez de suasD
paredes.
64 A PARAHYBA

Nesta Villa acham-se construidas algumascasas


de sobrado, que são bem alinhadas o que muito
admira a quem viaja pelo interior desta Provincia.
O Rio do Peixe corre ao poente da Villa, vinte
braças distante em alguns logares e duzentas braças
na extremidade do lado Norte: a este rio vem
unir-se o Piranhas, trez legoas distante desta Villa,
na estrada que segue para esta Capital, na fazenda
Acauan.
O ar deste Municipio é saudavel, quente de dia
e fresco de noite.
O terreno proprio para criação de gado e muito
é
mais para a agricultura. A população está muito
civilisada, té 1vez que não tenha inveja da Capital: não
existe no povo idea de feitiço, almas do outro mundo
etc, que se encontra na mor parte dos habitantes do
interior desta Provincia.
Acham-se estabelecidas na Villa aulas de primeiras
lettras, trez aulas de latim, sendo uma publica ; tambem
se explicão os elementos de algumas sciencias.
Neste Municipio principalmente dentro da Villa
não se encontram individuos armados com faca de ponta
ou bacamarte: têm muito respeito ás autoridades.
Muito devem os habitantes de Souza ao seu
honrado Vigario o padre AAarques Guimarães, pois que
é incansavel em procurar tudo quanto julga preciso
para felicidade do seu Municipio.
A Matriz tem as seguintes Capellas filiaes: N.
S. da Conceição, trez legoas a Leste; S. José de
Piranhas, dez legoas a Sul, na margem do Rio do
mesmo nome. O rio Piranhas tem quinze legoas de
curso até a barra do Acauan ; a Capella de Nossa
Senhora da Piedade está cinco legoas a N. E. da Matrjz,
na Povoação do mesmo nome: oito legoas distante,
A PARAHYBA

desia está a de N. S. da Conceição na Serra do


Commissario.
O Municipio tem vinte e cinco legoas de N. a S.
e desessete de L. a O; tem quatorze serras de brejo e
terreno de agricultura sendo a mais notavel e rica ?> do
Gravata, onde na grande secca de 1 845, produziram muitos
legumes : esta serra está a desesseis legoas ao Sul da
Villa, nos limites desta provincia com a de Pernambuco
e Ceará ; encontrei neste municipio pedra calcaria, ferro
e quartzo.
Não é de absoluta necessidade a construcção de
açudes publicos neste municipio para agua potavel,
sendo todavia para regar as terras de agricultura e

criação de gado.
Entre os differentes riachos que cortão este
Municipio, muitos contém agua, na profundidade de
quatro a cinco palmos, onde o povo faz Cacimba.
Na distancia de mil oito centas braças ao Norte
da Villa encontrei um monte (cuja rocha é granito)
denominado o Riachão, atravessado pelo riacho S.
Roza, lugarmuito asado para a construcção de um
marachão, que fará repressar a agua do dito riacho:
esta obra dará grandes vantagens á agricultura do
Municipio.
Só apresento a planta e orçamento desta obra,
(Planta n.° 5, e orçamento n.° 2) deixando de fazer a
descripção do Iogar, e vantagens de construcção, por
isso que tudo se acha feito e apresentado ao Governo
da Provincia pelo Vigario Marques Guimarães : a obra
importará em 11:000$000 réis.
Levantei a planta desta Villa (Planta n.° 6).
Vinte legoas a N. E. de Souza, pela estrada da
Barriguda, encontrei Villa de Catolé do Rocha, sobre
a
uma collina da Serra Borborema, ornada com a Matriz
66 A PARAHYBA

^
de N. S. dos Remedios. Oito legoas ao N. da Villa corl
o Riacho dos Porcos, no lugar chamado Belem.
"
O riacho do Gom corre perto da Villa, cento *

oitenta braças a N. e nasce na Serra do Mulungú.


A Matriz tem as seguintes Capellas filiaes : N. Sr
.da Conceição quatro legoas a Norte, no Brejo do
Cruz: N. S. dos Milagres, seis legoas a leste.
O terreno deste Municipio é proprio para
agricultura, e
criação de gado; contem ferro, pedra
calcaria e quartzo.
O ar é saudavel, porem muito quente, quando o
tempo é de secca. A população é civilisada e

ihospitaleira.
Neste municipio não ha absoluta necessidade de
açudes publicos principalmente perto da Villa, pois
que o riacho do Gom corre no inverno e verão, sempre
com grande quantidade d'agua pura crystalina, (tão
e

boa) como a do chafariz da Carioca na Provincia do


Rio de Janeiro.) comtudo, será conveniente construcção a

de um marachão no Riacho do Oom, perto da Villa.


Este marachão será construido entre dois montes
pequenos, que estão distantes da Villa duzentas braças
a Leste; o comprimento terá cento e sessenta palmos,
a grossura na base será de sessenta palmos, ena parte
superior, trinta palmos, tudo de pedra e cal: esta obra
importará em 5:000$000 réis. Levantei a planta desta Villa
(Ptanta n.° 7). E' toda a terceira comarca desta Provincia
.encontrei os mesmos quadrupedes, e reptis, as mesmas
-aves, e madeiras, que vi na segunda, e que já mencionei
na memoria da minha primeira viagem pelo sertão.
E' verdade que a secca tem flagellado os habitantes
da terceira comarca desta Provincia, porem, grande
parte dos seus soffrimentos são causados pelo pouco
^cuidado, e muita indolencia, pois que no bom tempo
A PARAHYBA 67

só tratam de gozar dos encantos da estação, sem


cuidarem de se prevenir, para evitar a fome e a sede
no tempo de secca: plantam pequena quantidade de
legumes, mesmo daquelles, que podiam gozar na secca,
não fazem deposito para guardar agua, que com
pequeno trabalho, e diminuta despesa podiam possuir,
emfim continuam a cortar e destruir as mattas, e arvores
nas proximidades dòs açudes, rios e riachos !
Se os agricultores, e fazendeiros continuarem no
estado de apathia, a respeito dos açudes e celleiros e,
se não plantarem constantemente arvores, ou não
conservarem as que existem,proximidades dos
nas
rios, riachos e fontes, terão de abandonar a sua
provincia. Não fallei sobre o estabelecimento dos celleiros
publicos, por isso que ainda estou convencido do que
disse a respeito na memoria da minha primeira viagem
pelo interior desta Provincia.
No meu regresso para esta Capital passei pela
Cidade d'Arêa, levantei a sua planta. (Planta n.° 8). Esta
Cidade está situada sobre um ramo da Serra Borborema,
trinta legoas a Oeste da Capital, e talvez mil quinhentos
palmos acima do nivel do mar.
A Matriz é dedicada a N. S. da Conceição. E'
construida com tijollo, pedra e cal, está em bom estado,
porem é muito pequena, em relação da grande
população; tem differentes Capellas, sendo a'principal,
a Capella da Lagoa Grande na povoação do mesmo
nome: tem a Cidade d'Arêa um templo pertencente á
Irmandade do Rosario.
Dentro da Cidade, e nos seus suburbios, ha bôa
agua potavel, fresca e crystalina, melhor que a do
chafariz da Carioca, (na Provincia do Rio de Janeiro);
.o ar é muito saudavel, frio de madrugada, e pouco

•quente durante o dia (mesmo no verão).


68 A PARAHYBA

Acham-se construidas nesta Cidade muitas ca


de sobrado, e outras principiadas.
Em todos os sabbados ha uma grande fe
onde concorrem mais de 2:000 pessoas, e ahi vend|
ou comprâo todos os generos precisos para o mere
da populaçâo. O Commercio já é forte em relaçâ
grandeza da Cidade: vi algumas lojas de fazen
onde calculei conter mais de 20:000$000 de Capital
A populaçâo é muito civilisada e hospitalei
respeita muito as autoridades.
OGoverno pretende mandar construir u
Cadêa que sirva tambem para a reuniâo da Cam,
Municipal, e Jury, no lugar chamado Gameleira
Cadêa que existe é uma pequena casa impropria p
este fim.
Da Cidade d'Areia regressei para esta, seguiri
pela nova estrada projectada pela Camara Munici
d'aquella. A direcçâo desta estrada é a melhor, a m
conveniente, é talvez a mais curta distancia entre
duas Cidades: podem transitar carros por esta estra
logo que se tenha feito a precisa obra na Se;
Grande.
A construcçâo da nova estrada fará enriquecer
commercio d'Areia, e muito mais o desta Cida'
porque todos os generos, ou a mor parte, que si
remettidos para a Provincia de Pernambuco, seri
commodamente enviados para esta Capital : a estra'
importará em 19:000$000 réis.
O pouco tempo que tive para fazer observaçôe
e a minha curta intelligencia me obrigárâo a commet!
muitas faltas nesta memoria ; supplico, portante pan
que me sejam perdoadas todas.
Parahyba do Norte 10 de Fevereiro de 1848.
Francisco Pereira da Silva.
2.0 Tenente do Imperial Corpo de Engenheiros.
S»i
-
A PARAHYBA CQ

*
GEOLOGIA Auriferas da Parahiba
das Regiões
e de Pernambuco, por E. Williamson (*).
Na primavera doanno passado (1866), achando-me
ligado a uma expedição enviada para explorar as novas
minas de ouro da Cachoeira do Piancó, na provincia
da Parahyba, tive ensejo de fazer algumas observações
sobre a geologia das duas provincias da Parahyba
e Pernambuco; são estas observações que agora
de
venho trazer á presença dos membros da Manchester
Geological Society, e espero, com o auxilio do perfil
que ora tambem apresento, conseguir dar um esboço
comprehensivo da geologia desta vasta região que,
supponho, não foi objecto de anteriores explorações
geologicas.
A linha do perfil foi tomada de Tambahi, pequena
povoação depescadores na costa do Atlantico, e atravez
da cidade da Parahyba até as minas da Cachoeira do
Piancó, na extremidade sudoeste da Provincia da
Parahyba; é quasi uma linha recta de 300 milhas de
comprimento atravez da direcção dos estratos.
Cs estratos examinados pertencem a rochas de
idades muito differentes, como : ao Terciario, Cretaceo
e Lourenciano.
Os Post-terciarios são representados pelos recifes
de coral da costa, e os peculiares depositos de
conglomeratos ferruginosos e de margas arenosas que
capeam collinas baixas da costa e revestem os
as
flancos das montanhas do interior.
Dos recifes de coral nada mais direi, tão
frequentemente e tão bem têm sido elles descriptos.
Os detritos ferruginosos são mais interessantes, tendo
muitas vezes sido tomados erroneamente por viajantes
como pertencendo ao néo-grés vermelho, com que se.
70 A PARAHYBA

parecem tanto que á primcira vista suppuz tambem


que pertenciam ao néo-grés vermelho.
De Tambahi Parahyba a superficie do sólo
á
acha-se coberta por espessas jazidas de conglomerates
ferruginosos, destroços accumulados.das rochas gneis-
sicas e schistosas do interior ; em alguns logares os
conglomeratos se tornamgrosseiros que sâo
tâo
inteiramente compostos de seixos rolados de quartzo,
gneiss e as rochas schistosas mais duras, cimentados
com peroxydo de ferro.
As dimensôes dos seixos variam da duma
pequena nóz a de blocos pesando de quatro a cinco
libras; esta classe acha-se bem representada abaixo
de Tambahi; mas, ao passo que se approximam do
rio em direcçâo â Parahyba misturam-se com jazidas
mais finas e mais argillosas, até que por fim, em Santa
Rita, algumas milhas alem da Parahyba, se apresentam
divididos em faxas regulares de margas, areias e

conglomeratos.
Em Pernambuco formam uma serie de collinas
baixas, de topos arredondados, a antiga linha da
costa duma bahia que outr'ora cobria a planicie em
que hoje absenta a cidade do Recife; em Caxangá,
poucas milhas alem da cidade, os desmoronamentos
expuseram algumas bellas secçôes destas margas e
areias ; os estratos ali apresentam tamanha parecença
com o néo-grés vermelho dos nossos proprios districtos,
que seria impossivel, só pela côr e pelo aspecto,
distinguir uns dos outros.
No interior estas margas e areias occorrem sempre
onde as rochas gneissicas e granitoides se acham
largamente desenvolvidas, como em Teixeira, onde
abundam rochas granitoides, e grandes quantidades
de conglomeratos brecciados, areias e margas sao
71

encontradas revestindo os flancos das monianhas e

cobrindo os valles.
Immediatamente subjacentes aos conglomeratos
ferruginosos da Parahyba, occorrem jazidas de calcareo
terciario, tendo uma direcção quasi dj norte a sul
e mergulhando suavemente para leste. A maior parte
destes calcareos é comquanto por vezes
siliciosa,
se encontrem jazidas de calcareo quasi puro e faxas
argillosas; os calcareos desta natureza são communs
em todo o Brazil, e sempre inconformaveis ás rochas

ás quaes subjazem.
Os calcareos secundarios que se encontram nas
provincias do Ceará e Maranhão são equivalentes ás
nossas rochas cretaceas e abundam em restos fosseis
de peixes; os calcareos da Parahyba são igualmente
fossiliferos, comquanto eu apenas lograsse obter o
molde d'um dente de peixe e alguns pequenos
fragmentos de Estherea. Jazidas de calcareos similar
ás jazidas da Parahyba e abundantes em restos de
peixes occorrem cerca de setenta milhas ao sudoeste
da secção' nas minas da Caxoeira.
Fui informado de que jazidas de caracter similar,
estando quasi planas sobre as margens invertidas das
rochas gneissicas, são communs em varias partes das
duas provincias, da Parahyba e de Pernambuco.

ROCHAS LAURENCIANAS

Estas rochas, que oçcupam a maior parte da


secção e existem em tão grande escala em ambas
as provincias, são tão distinctas no seu caracter
que só pode haver uma opinião quanto á sua idade.
Lamento assaz que a pr(s;a com que realizei a minha
viagem ao interior não me tenha permittido examinal-as
72 A PARAHYBA

mais cuidadosamente e obier o pendor e a direcção


correcta das differentes jazidas ; no perfil marquei-ast
todas como pendendo para o norte; fiz isto no intuito
de poder dispor de todo o tempo da minha viagem para
as minaspiraoexam^lithologico das ro:lia3, reservanda
a observação do pendor edadirecção para a viagem de
regresso; mas, vi-me contrariado a não voltar pelo
mesmo caminho.
Achei depois, regressando das minas para Pernam
buco, que havia diversos anticlinaes que repassavam
o estrato; a isto se deve attribuir a occurrencia de
rochas tão similares em caracter em pontos tão
affastados uns dos outros como Logradouro e Teixeira..
A partir da Parahyba o primeiro affloramento nitido
das rochas occorre em Batalha, no rio Parahyba; é
uma rocha de hornablenda com numerosas pequenas
cintas de quartzo e de feldspatho contorcido.
muito
Entre o rio Parahyba e Pilar occorre um gneiss muito
grosseiro com grandes crystaes de feldspatho branco
e mica preta ; em Pilar o gneiss acha-se interestratificado

com micashistos, geralmente de contextura fina; em


Mendonça, Mogeiro e Ingá Velho occorrem de novo
jazidas de carácter similar interestratificadas com gneiss:
no ultimo destes lugares as jazidas schistosas se tornam
mais frequentes, até que em Ingá o conjuncto das
jazidas é de schistos micaceos e de hornablenda.
Um
pouco alem do Ingá ípparece uma rocha dura de
gneiss densamente granulada, que reveste os flancos
das montanhas do Logradouro, as quaes consistem,
principalmente dum gneiss porphyroide branco, contendo
grandes chrystaes clivaveis de pura orthoclase, interestra
tificado com faxas de gneiss syenitico e granitoide
muito semelhante a granito; no flanco septentrional
o gneiss duro e|densamcnte granulado occorre de novo.
A PARAHYBA 73

Logradouro e Campinas occorre uma faxa


Entre
muito pronunciada— de porphyro granitoide--elevando-se
de 50 a 100 pés acima das rochas mais tenras que a
cercam; este porphyro contem grandes crystaes de
orthoclase branca.
Em Campinas occorre uma serie de jazidas
micaceas contendo placas de mica; a maior destas tinha
cerca de duas pollegadas de diametro, mas me
informaram que se encontram placas de um pe em
quadro ; acompanhando esta serie de schisto-micacco há
uma faxa de porphiro na qual grandes crystaes clivaveis
de orthoclase branca se acham embebidos numa matriz
de quartzo e feldspatho.
Nao consegui descobrir linhas verdadeiras de
aleitamenio, mas do seu pendoreorientaçâo e ininterrupto
aflloramentosou inclinado a pensar que sejam enteralei-
tadas; as rochas ímmediatas sao mica, schistos e
gneiss.
Em Cacimba Nova occorre uma outra faxa de
rocha granitoide dura; depois desta ha uma longa
serie de micachistose gneiss; perto de Caracol occorre
uma serie de schistos pretos alternando com faxas de
rocha preta granular; os schistos sao ocasionalmente
micaceos.
Em Caracol uma pequena serie de mica-schistos
divide duas largas faxas de rocha granitoide, que em
alguns lugares se parece muito com oз verdadeiros
granitos ; sobrejacente á superior ha uma estreita faxa
de schisto hornablendico seguida d'uma longa serie
de mica-schistos flaccidos.
Em Carnahúba succedem faxas de granito
a estas
duro de isamente granulado, que em Teixeira revestem
os flancos da montanha (rochas de caracter similar
•eccorrem em Queimada na encosta opposta) ; as rochas
74

das montanhas de Teixeira têm tamanha semelhança


com as do Logradouro, que supponho são apenas
uma repetição das mesmas jazidas.
Entre Queimada e as Minas da Cachoeira occorre
outra larga serie da mesma classe; o resto das rochas
na secção são gneiss alternando com faxas de
micaschistos.
Em varios pontos da secção se encontram jazidas
de quartzo e de quartzite com placas de mica,
interestratificadas com as rochas mais duras ; as jazidas
variam em espessura de dous a duzentos pés; as
faxas mais delgadas eram com frequencia bellamente
opalescentes, e as maiores granulosas ou amorphas ;

sempre as acompanham minerios de ferro titanico e


haematitico.
Durante viagem da Parahyba ás minas
a minha
não logrei observar jazidas de calcareo interestratificada
com as rochas laurencianas ; mas, fui informado de
que se tem observado calcareo interestratificado com
as rochas sem outros logares onde os calcareos não
se acham occultos pelo revestimento de detritos
ferruginosos.
As rochas das Minas da Cachoeira e a posição
dos veios auriferos serão mais bem comprehendidas
a vista da secção annexa tomada ao longo do Rio
Bruscas, numa cxtenção de quasi seis milhas.
Na extremidade meridional, divididas por uma
faxa de rochas máis friaveis, se encontram duas largas
e bem pronunciadas faxas de gneiss syenitico, uma
das quaes formão leito da bonita cachoeira do Bruscas;
subjacente a estas ha uma serie de gneiss schistosos
e uma dJgada faxa de syenite; é uma rocha cristallina
cinzento-azulada etem grande semelhança com algumas
A PARAHYBA 75

das rochas de feldspatho de cambriano-superior de


Galles.
Seguem-se-lhe as series auriferas, que consistera
quasi inteiramente de gneiss granulaçâomicaceo de
fina passando imperceptivelmente para micaschistos.
Atravessando uma curva do rio, pouco antes
de chegar ao veio do Lima, occorre uma estreita faxa

de rocha de feldspatho bruno-cinzento escuro, que é


subtransluzente e alguns lugares
em apresenta côres
cambiantes ; um pouco mais adiante ha uma faxa de
crystallinobranco,contendocrystaeshexagonaes
calcareo
de ; no leito
biotite do rio é estreita, mas cerca de
uma milha mais para leste deste ponto, n'um lugar
chamado Piâo, consta ter uma milha de largura no
aflloramento.
Um pouco a léste do ponto em que o veio
Descubridora atravessa o rio occorrem algumas jazidas
de schistos arenosos plumbaginosos, nos quaes se
observam dous veios lenticulares de graphite; parecem
ser de pequena qualidade inferior.
extensâo e de
Em Cacimbinhas, poucas milhas alem do veio
da Boa Esperança, occorre uma outra faxa larga e
bem pronunciada, de gneiss syenitico, do tamanho da
da Cachoeira.
Os veios auriferos que cruzâo estas rochas sao
muito numerosos, apparecem como massas lenticulares
irregulares, correndo paralellas á orientaçâo, mergulhando
com frequencia entre as jazidas, mas raras vezes
atravessando-as.
A Matriz dos \eios é um quartzo grosseiro,
branco semi-opaco, contendo pequenas quantidades
e
de arsenitos e sulphitos de ferro, sulphitos da cobre,

chumbo e zinco ; a maior parte das galenas contem


antimonio.
76

A variedade de mineraes resultantes da decompo


sição destes minerios é muito numerosa: carbonato
de zinco, carbonato de chlorophosphato de chumbo,
phosphato, arseniato e carbonato de oxydos
cobre,
de antimonio e enxofre nativo são communs em
alguns dos veios; sulphato de cobre, sulphato e
chromato de chumbo são mais raros; ouro nativo
acha-se escassamente espalhado em quasi todos os
veios, e no da Bôa Esperança se encontram grãos de
platina.
A carreira de rochas no valle do Bruscas é
muito aurifera, e os veios de quartzo são abundantes,
e comquanto as rochas estejam muito contorcidas,
nenhum vestigio d'uma falha verdadeira se encontra
em qualquer parte de todoodistricto; esta singularidade
parece pertencer a tod3s as rochas alteradas que
examinei na Parahyba e em Pernambuco, porquanto
no decurso d'uma viagem, a cavallo, de 1000 milhas,
não notei uma só; éa esta falta de fracturas verdadeiras
que attribuo a pobreza dos veios de quartzo; nada
favorecendo a concentração dum dos minerios, o outro
destribuio-se igualmente por todos os veios.
E' sabido dos mineiros que nenhuns veios são
tão ricos como os em que as faces de rochas dissimilares
se acham collocadas em opposição umas ás outras nas
paredes do veio.
Na minha viagem das minas para Pernambuco,
atravessei a mesma serie de rochas das indicadas na
secção, e durante a minha cavalgada tive occasião de
seguir a pista de varios anticlinaes; isto resulta da
vasta extenção de terreno coberto por rochas da mesma
idade. A cerca de setenta leguas de Pernambuco
encontrei uma faxa de porphyro quartzifero, do qual
vos apresento uma amostra; tem uma base compacta,
A PARAHYBA 77

composta duma mistura intima de quartzo e feldspatho


incluindo crystaes de orthoclase e grãos de quartzo.
Peito de Jerimú occorrem, poucas leguas uma
da outra, duas faxas de calcareo crystallino; uma é
estreita e muito crystallina, a outra muito larga; em
algumas partes esta é micacea, porem nenhuma das
jazidas é tão intensamente crystallina com a faxa estreita.
A região entre Jerimú e Pernambuco tem grande
semelhança de aspecto com a da Parahiba a Campinas.
O conjunctodas series destas rochas corresponde
em todos os sentidos com as feições características
das rochas laurencianas do Canadá, segundo Sir W.
E. Logan, isto é: 1° A ausencia total de qualquer
substancia semelhante a argillite ou schisto argilloso.
II Que nada correspord:nte á clivagem schistosa foi
observado. III Que a laminação destas massas é,
apparentemente, em todos os casos coincidente com e
dependente da estratificação original das jazidas
,
sedimentares.

(*) A presente monograhia lida pelo Autor perante a Manches


ter Geological 8jciety, em 30 de Abril de 1867, e publicada no
Vol. VI (1863) p. p. 113—122 das Iransactions da mesma sociedade,
foi traduzida do inglez pelo illustre 8r. Alfredo de Carvalho. (Rev,
InsL Arch. Pern. Vol. XI n. 60 fs. 111-117.

* *
*

RELATORIO apresentado ao Ex.m0 Snr. Tenente-


Coronel Honorato Candido Ferreira Caldas, Chefe do
poder executivo, por Joaquim Nogueira Jaguaribe,
Engenheiro Fiscal interino da Estrada de Ferro Conde
d'Eu, dos estudos e observações praticadas no alto sertão
deste Estado, com o fim de attenuar o flagello das
seccas que periodicamente assolão aquelle sertão.
78 A PARAHYBA

IH.mo e Ex.mo Snr.

Urgido pela necessidade de apresentar, no minimo


espaço de tempo possivel, parecer sobre a pretenção
do Engenheiro Civil Bacharel Crockatt de Sá, com
relação ao projecto de uma estrada de ferro do porto
de Macáu no Rio Grande do Norte á Barra de Pajehú
no Rio S. Francisco na Provincia de Pernambuco, para
de prompto satisfazer as ordens de S. Exc. o Sr.
Ministro da Agricultura, não pude com a presteza
desejada cumprir o meu dever dando conta a V. Exc.
dos estudos e observações que fiz no sertão relativamente
a situação afflictiva dos seus habitantes e os meios
mais proprios que considero, para, se não remover,
ao menos attenuar muito os effeitos desastrosos do
phenomeno climatologia), que periodicamente vem
assolar esta infeliz e bella Provincia.
Tenho a honra de cumprir agora o meu dever,
passando ás mãos de V. Exc. a presente memoria
da viagem que fiz ao alto sertão, completando assim
as considerações que emitti no parecer que dei a S.
Exc. o Sr. Ministro da Agricultura sobre o referido
projecto da estrada de ferro.
Antes porem de entrar na descripção das obras
que projectei localidades que percorri, peço permissão
e

para dizer algumas palavras sobre o estado geral da


provincia alem dos Brejos, tomando para ponto de
partida a Cidade de Campina Grande.
O sertão da Parahyba é uma ruina l

Os desastres occasionados pela seccas de 1877


e 78 reduzirão esta fertil provincia a um estado de
calamidade tão medonho, que o periodo de onze annos
decorridos de 1878 a 1889- não foi bastante para a
restauração de sua economia.
A PARAHYBA 79

Começava o restabelecimento das propriedades


derrocadas pelos estragos do tempo e do abandono
em que ficarao em consequencia da terrivel catastrophe,
quando a actual secca veio interrompes suspendendo
a reconstruçâo que, embora lenta, ia-se operando nas

forças vivas e materiaes da Provincia.


Este lamentavel acontecimento veio causar um
sobre-salto que tem produzido um grande alvoroço
na populaçâo assustada, que ainda conserva bem vivos
na memoria os horrores que se derâo em 1877 a 1879.
Todos os trabalhos forâo suspensos e a populaçâo
proletaria ficou reduzida a mais perigosa ociosidade e
pungente miseria.
Os ricos tratâo de acautellar os seus haveres,
reduzindo gados e o mais que podem a dinheiro ;
previnem os seus paióes, mandando vir de fóra da
Provincia as provisoes de que carecem para a dura
travessia, e o que é mais admiravel estranho é que
e
entre os preparos desta triste provisâo se veem polvora
e outros petrechos bellicos como se tratassem de
prevenir-sc contra a invasâo de um inimigo pessoal
em estado de guerra, ou ferozes animaes de que se
receiassem.
E nao é sem que em tâo longinquas
razâo
paragens, fóra da acçâo da justiça, maximé em tempos
calamitosos, elles se previnam contra assaltos, que de
outra maneira nâo poderiâo repellir.
Elles teem na memoria as depredaçôes praticadas
em 1878 pelo grupo dos celebres Viriatos, do Calangro,
dos Barbosas, tio e sobrinho. do Quirino, do Brilhante,
do Scbastiâo Pelado, do Innocencio Vermelho, do
Adolpho, do Rio Preto e outros que tantos latrocinios,
assassinatos e crimes de toda natureza praticarâo
naquellas epochas terriveis.
80 A PARAHYBA

Grupos novos já se estâo organisando nos sertoes.


Assim, fui informado da existencia do grupo do
Lopes, dos Cabras do Catolé capitaneados por um
celebre Joâo Barbosa, do de Vicente Nobrega, do de
Veriato e do de Praça & que já se teem ensaiado em
pequenas correrias e assaltos nas fazendas ísoladas;
roubando gados cavallar e de toda especie.
A secca tem sido geral no sertâo e reduziu a

classe pobre a mais extrema penuria.


Em algumas localidades houverâo chuvas para
mal desenvolver as pastagens; em outras e na quazi
totalidade nao chegou para fazer vingar os cereaes, e
o recurso das vazantes nos leitos dos riachos que no
verâo, epochas normaes,
das tem sido de grande
auxilio, n'este anno nao se poude aproveitar pela falta
absoluta de enchentes que fertilisassem os terrenos,
sendo raro o riacho que se tivesse tido a fortuna de
ver correr.
Alem disto o valle do Aguiar e as encostas da
serra de Santa Catharina, aonde houverâo chuva mais
regulares, forâo devastados pela praga de gafanhotos
-que tudo destruirâo.
Em Agosto do corrente anno quando visitei esta
regiâo ainda encontrei enxames que incommodavâo os
tranzeuntes.
O solo dos sertôes, posto que menos fertil que
o dos terrenos denominados Brejos, comtudo é bastante
rico em qualidades vegetativas, tanto que o algodoeiro
n'aquellas regiôes é geralmente mais cultivado e produz
tâo bem como nestes frescos terrenos.
O valle do Rio Piancó é o mais fertil do sertüo,
vegeta ali o algodoeiro
nos terrenos altos e o arroz e
a canna nos multiplos baixios dos riachos tributarios
'daquelle rio.
A PARAHYBA 81

A sua industria dominante, porem, não é a


agricola; a pastoril sobre-sahe a todas as outras e
admira-se como em terrenos tão seccos, cuja agua no
verão só se pode obter por meio de cacimbas abertas
no alveolo dos rios, se pode criar e manter densos
rebanhos de gados de todas as especies.
A Serra do Teixeira é toda agricola e e a mais.
fresca das ardentes regiões.
E' sobre esta serra, á legua e meia da villa que
se acha situado o grande açude dos Poços, mandado

fazer pelo Governo cm 1878.


Hoje a população tira dos terrenos frescos á
jusante d'este açude e das vazantes de suas margens
os recursos de que vivem, de modo que se não fosse
a concurrencia dos consumidores das regiões visinhas,
na actual quadra, não haveria carencia de alimentos
como está acontecendo.
O Valle do Rio Piranhas, grande receptaculo do
Rio Espinhara, que corre do sul, do Piancó que vem
do sudoeste e do Rio do Peixe que desse do noroeste,,
é a zona dos grandes criadores.
O gado vaccum e cavallar é a principal industria
destas regiões.
Não fica porem atraz criação de cabras e
a
carneiros. Esta industria é de grande recurso para a
população.
Ricos pobres a explorão geralmente com
e
vantagem, não só pela facilidade com que prosperão
estes animaes como porque a carne é muito estimada
e a pelle de que fazem importante commercio lhes
fornece venda certa e bastante remunerada para o custeio
de suas fazendas.
Depois de 1877 este negocio de pelles se tornou
tão vulgar que em todas as feiras se encontrão grandes.
82 A PARAHYBA

quantidades a venda e não raro se veem especuladores


que as procurão de fazenda em fazenda para revendel-as
em Mossoró a 1$000 e 1$200 cada uma.
Se todos os rios e riachos do sertão não
seccassem annualmente, se esta falta d'agua fosse
supprida pela existencia de açudes, o sertão não estaria
gradaditivamente despovoando e certamente esta
se
industria tomaria proporções collossaes.
A cabra é uma criação que se faz sem o minimo
trabalho e os terrenos seccos e agrestes são os que
mais propicios parecem ao seu desenvolvimento.
A onça o seu principal inimigo ; estas carniceiras
é

feras infestão o sertão de um modo assustador; é uma


consequencia do despovoamento das terras.
O Riacho do Curema, do Cravata', do Aguiar,
tributarios do Rio Piancó, e toda região entre a villa
da Princeza e a povoação da Agua Branca estão
invadidas pelas terriveis feras ; o mesmo se dá em
maior escala nas vertentes occidentaes da Serra do
Teixeira.
Ahi já não se pode mais ter os rebanhos em

liberdade, é preciso a vigilancia do dono para evitar


sua completa destruição.
A Inglaterra e os Estados-Unidos, teem no porto
de Mossoró agentes para a acquisição das estimadas
pelles, que são vendidas sob a denominação de
courinhos.
Grande é o desanimo da população do sertão ; a

ideia de emigração se apresenta no espirito assustado


do povo como a unica de salvação.
Com immenso custo pude conter esta miseranda
gente em suas humildes cabanas, para evitar que
i maiores desastres fossem produzidos por uma precipitada
í retirada, sem destino e sem recursos.
83

A promessa de que o Governo Imperial prova1


velmente mandaria fazer açudes no sertão, facultando
assim povo trabalho
ao remunerado em lugar da
esmola, cujos inconvenientes são conhecidos, era um
conforto para a esperança esmorecida de que ainda cs
poderes publicos se interessão pelos soffrimentos da
nação.
Assim eu detive quazi todos que encontrei em
preparativos de viagem e estou certo que o Governo
Imperial se apressará em cumprir esta promessa,
enviando um engenheiro ao iniciar os
sertão para
trabalhos que projectei, remettendo os soccorros de
que carecem e são já bastante tardios para evitar que
se tenhão retirado muitos daquelles infelizes, acossados

pela fome e pelo desespero.


A região mais secca da Provincia é certamente
a Campina Grande, espinhaço
que fica entre a cidade de
da Borburema, Serra dos Cariris Velhos ao sul e a
linha tirada da Serra do Teixeira em direcção a Batalhão,
Bôa-Vista e S. Sebastião.
E' dentro deste vasto perimetro que estão situadas
as cabeceiras do Rio Parahyba, o valle mais secco, a

região mais esteril, pobre e despovoada da Provincia


e que é conhecida pela denominação de Cariri Velho.
Alem da falta absoluta de nascentes vivas, as
aguas que no verão se obtem nesta paragens, por meio
de cacimbas, são tão calitradas que é quazi impossivel

bebel-as; somente nos raros açudes se encontra agua


doce, por serem provenientes das correntes pluviaes.
Esta é a região dos chapadões estereis, onde a
vegetação dos cardos prospera e todas as mais são
enfezadas e retorcidas, em cujo aspecto se percebe
;logo a pobreza do solo, que se torna mais patente
ainda pela falta de habitantes nas longas travessias que
84 A PARAHYBA

separão os poucos nucleos habitados que povoão este


vasto territorio.
Entretanto esta região é tranzitada diariamente
por milhares de pessoas que procurão a feira de
Campina Grande, Itabayanna, e a capital da Provincia
de Pernambuco.
E' um tormento para o viajante e suas alimarias a

falta absoluta d'agua, naquelles caminhos completamente


desabrigados de sombras, soalheiros, ora pedregosos
ora poeirentos.
A construcção de um açude proximo de Campina
Grande em Bodocongó, outro em Bóa-Vista e outro
em Batalhão é uma necessidade.
Por esta estrada passão semanalmente de 1.000 a
1.600 rezes que vão a feira de Campina Grande ou a
de Itabayanna, inumeras cavalhadas que são levadas
a Pernambuco e é ainda o caminho de todos que do-
sertão se dirigem á Capital da Provincia.
Chamo a attenção do Governo para dous
melhoramentos publicos que estão em termos de se
por falta de conservação.
inutilisar
Um, que está prestes a arrombar-se, é o açude
da Villa da Princeza construido pelo benemerito Padre
Ibiapina.
O vallo ou parede deste açude é feita de terra e

acha-se tão escavada pelas enxurradas e trilhos de


animaes, raizes & &, que se o Governo não mandar
antes do futuro inverno fazer os reparos de que carece,
provavelmente teremos de lamentar a perda de obra-
de tanta utilidade.
O outro é o grande e bello açude de Belem do>

Arrojado, construido tambem pelo mesmo Padre, de


saudosa memoria e que se acha em identicas
circumstancias.
85

Estas duas obras, principalmente a ultima, prestão

serviços inestimaveis ás respectivas populações.


E' admiravel e bello de se ver as plantações de
arroz, milho, feijão, gerimuns, melões, melancias & que
existem nas vazantes do açude de Belem.
O observador fica maravilhado ao ver no meio
d'aquella sequidão dos campos, surgir um immenso
lago cujas margens estão cobertas de uma verdura
luxuriante, um verdadeiro contraste com a natureza
resequida dos arredores.
Com a quantia de 5:000$000 se restabelecerá estas
duas importantes obras, que alem da utilidade que
prestão representão penoso de milhares de
o trabalho
pessoas e o esforço ingente de um dos benemeritos
de nossa patria, o Revd.0 Padre Ibiapina.
O solo desta provincia presta se admiravelmente
para a construcção de açudes de terra ou de pedra
e cal.
Duzentos que o Governo quizesse fazer no sertão
a topographia sinuosa do terreno seria favoravel.
Não é uma provincia propriamente montanhosa,
mas é bastante accideniada ; cada valle se compõe de
tantas bacias, que é facilimo encontrar-se depressões
largas, seguidas logo de apertadas gargantas que muito
favorecem o fecho.
Se o Governo quizer fazer açudes
como o de
Quixadá, indicarei localidades igualmente proprias e que
com a decima parte do que se tem gasto no encantado
açude se farão obras tão agigantadas.
Para tal fim temos :

l.° O Boqueirão do Curcma no municipio de


Piancó.
2.° O Sacco de D. Anna no mesmo municipio.
3.° O S. Gonçalo no municipio de Souza na
85

fazenda do Sr. Luiz Ferreira Rocha, entre dons apertados


espigões no Rio Piranhas.
4.° O de Poços das Porteiras iio valle do riacho
da Mãi d'Agna, 7 leguas acima de Patos no municipio
do Teixeira.
5.° O dj Morro Redondo no municipio de
Cajaseiras.
Qualquer destes 5 açudes se construiria com
quantia inferior a 20D:000$00D.
Estes açudes iuteressarião a grandes zonas e

serião receptaculos immensos de riachões possantes e

rios, sem que fosse preciso fazer obras nos sangradores,


pois todos cinco teem sangradores naluraes e nenhum
deiles é inferior em dimensões ao fallado Quixadá.
Os dinheiros publicos gastos com soccorros
nesta Provincia, teem tido uma pessima applicação no
sertão.
Sem orientação, preconcebidos, as
ou planos
commissões de soccorros empregão os dinheiros em
construcções as mais agigantadas e que jamais terminão.
Altas torres de Igrejas, Cemiterios, Cadeias, Casas
de Camaras, Matrizes & são as obras em que segastão
grossas quantias.
Não desconheço a utilidade de taes obras em
tempos normaes, ojque censuro é a maneira de edifical-as.
São verdadeiros monstros de atchitectura, coilossos
de pedra e cal com que pensão embellesar ss suas
povações e que preencherião o mesmo fim com a
quarta parte das despezas.
Lamento é que em tempos de calamidade, em

lugar de se despender os dinheiros em obras que se


reproduzão em beneficios para o povo, como açudes,
encanamentos das fontes perennes, estradas de ferro
ou di rodigem, colonisação do: nacionass em terras
87

de antemão preparadas com aquelles melhoramentos,


as commissões só pensem em embellezamentos & &.
São estas as considerações geraes que me
occorrem, e que deixo consignadas antes de entrar na
descripção das obras que projectei no sertão.
Sem açudes jamais se poderá garantir a estabilidade
do povo no sertão e manter as industrias que ali se
explorão com tanta vantagem nos tempos normaes.
O despovoamento do sertão é inevitavel ; só
pela multiplicação dos açudes, pela colonisação do
sertanejo em nucleos e pela construcção de uma estrada
de ferro que ligue os sertões da Provincia ao seu
litoral ou ao porto de Mossoró, se poderá evitar o
descalabro completo daquellas ricas, ferteis e criadoras
regiões.

CAMPINA GRANDE

Açude de Bodocongó

E' na Cidade de Campina Grande que se reunem


todos os marchantes da Provincia. Do Piauhy e Ceará
tambem veem grandes boiadas e cavalhadas para a
feira que tem lugar todas as semanas nesta importante
Cidade.
Rara é a feira em que não comparecem mais de
1.000 rezes que são vendidas á marchantes da Provincia
ou de Pernambuco que ali se reunem.
Entretanto, a excepção de dous pequenos açudes
que no fim do verão de cada anno, ficão completamente
seccos não ha outras fontes aonde se refrigerem as
alimarias que são trazidas á feira.
Com os ardentes sóes de Novembro e Dezembro
e de agua que ha entre Batalhão e
pela falta absoluta
Campina Granda, na extensão de 26 leguas, o gado
88 A PARAHYBA

chega á feira tão desfigurado que alem de perder muito


de seu valor, já tem acontecido morrerem rezes ao
chegarem aos currass, naturalmente exanimes pela sede
que as devora, sob um sol ardentissimo.
Não tendo encontrado nas visinhanças da Cidade
uma localidade propicia para o estabelecimento de um
açude, depois de algumas explorações, encontrei a
legua e meia de distancia, á margem da estrada geral
que vem do interior, no riacho Bodocongó, um ponto
que é facilimo de se fechar com terra.
Esta localidade alem de se prestar para o fim
alludido, tem mais a vantagem de proporcionar aos
agricultores um terreno, que depois de refrescado pelas
manações do açude, se tornará nucleo de pequenos
lavradores com o que duplamente lucrará a Cidade.
Eis o calculo da obra a fazer-se:
Comprimento do aterro trezentos (300) metros.
Altura do aterro 30 metros.
Secção da base 120 metros.
Coroamento 5 metros.
Talude a montante 3,5.
Talude a jusante 2,5.
Volume d'agua 40.000.000 de metros cubicos.
Represa de 10 a 12 kilometros.
Sangradouros não os ha naturaes ; serão necessarios
dous sangradouros, um de cada lado do aterro, com
25 metros de secção de vazão, construidos em alvenaria
de pedra.
Natureza do aterro, argilla, devendo haver cm sua
parte central uma secção impermeavel com 3 metros
de bise, elevando-se até o coroamento com a inclinação
de 10.
O
talude do lado das aguas deve ser revestido
de alvenaria de pedra.
A PARAHYBA 89

Orçamento 120:000$000 réis.


Este açude que poderá conservar agua durante 3
annos e que tem uma represa de cerca de 10 kilometros
é uma necessidade e uma garantia contra as futuras
seccas que naturalmente hão de voltar.

BOA-VISTA

Esta povoação, que dista de Campina Grande 10


leguas, é um pouso forçado dos tropeiros e boiadeiros
que se dirigem do interior para a feira daquella Cidade
e está nas mesmas condições; no verão, só em
.cacimta> abertas no leito do riacho Santa Roza, que
passa ao pé da rua, se pode matar a sede aos animaes
das tropas e boiadas.
O riacho atravessa uma extensa vargem, bem
cultivada no inverno, que, pela sua grande largura, não
permitte que se faça a represa do riacho; 2 kilometros
porem, acima do lugar conhecido pelo nome de S.
Bento, as montanhas se aproximão bastante, facilitando
assim a barragem da represa.
Neste lugar projectei
um açude que servirá para
o triplice fim de servir ás tropas que por ali passão,
aos gados que em não pequena escala são criados
em seus arredores, e aos agricultores de Bôa- Vista que
teem seus cercados entre a parede deste açude e a
povoação na vargem que mencionei.
O açude tem 252m de extensão de uma ponta a
outra do va'lo, e tambem ha de ser feito de terra. O
aterro no ponto mais alto terá 40m de largo na base
e 10m de altura. Cuba este aterro 72.200m a razão de
400 reis o metro cubico.

Como no açude precedente deve-se fazfcr neste um


alicerce de barro o qual terá as seguintes dimensões:
00

Extensão 82m, largura 2'", altura 1 m80. Todo o


volume é de 295m' ao preço de 500 reis por metro
cubico.
Neste açude não haverá necessidade de abrir-se
sangradouro; logo que a bacia esteja cheia, as aguas
sangrarão naturalmente por 2 pequenas gargantas que
existem em nivel adequado, do lado esquerdo da bacia,
uma distante 200m e outra, 370"1 acima do vallo.
Este açude importará na seguinte quantia:
Aterro d) vallo 28:880$C00
Limpa c destacamento 147$500
Revestimento da parede com capim
de planta 60$000
Somma 29:0875500

BATALHÃO

Nenhuma povoação da Provincia se acha collocada


em posição mais estrategica; é nesta villa que se
encrusão todas as estradas que ligão os sertões da
Provincia ao litoral. Do Piauhy, Ceará c Rio Grande do
Norte passa forçosamente por dentro da rua, quem se
dirige á Capital da Provincia ou á Provincia de
Pernambuco e outras do sul.
Passão por esta villa annualmente centenas de

milhares de cabeças de gado c a este commercio deve


ella a sua prosperidade, e posso dizer que foi o unico
povoado da Provincia aonde não vi ruinas, e cujo
aspecto aceiado e jovialidade do povo, a par do
movimento commercial da feira, revela o seu bem estar.
Entretanto durante o verão a agua de que se faz
uzo, para todos os misteres da vida, é extrahida das
cacimbas abertas nas areias do rio líaperoá que banha
a villa r.o tempo de inverno.
01

Quando o inverno se demora ou correu escasso


durante a estação propria, como neste anno, os gados
ficão sem agua nos poços do rio.
Os criadores são forçados a cavar profundas
cacimbas, largas e cercadas com cuidado para que as
criações não possão entrar nellas e agua se conserve
limpa.
Deixão um pequeno becco por onde o gado entra
e se aproxima .da agua, podendo apenas attingil-a com
a bocca, porquanto na sua frente encontra logo uma
cerca que lhe impede de proseguir e assim tem

forçosamente de satisfazer-se nos 4 palmos d'agua que


lhe ficão diante por fora da cerca.
Esta fonte assim o recurso unico de que lanção
é

mão, e precisa-se ainda ter constante nente um vaqueiro


que a guarde e vigie durante as horas em que centenas
de rezes vcem procural-a todos os dias.
Faço esta descripção para que o Governo conheça
com que difficuldadc se consegue no sertão manter as

criações contra os horrores da sede, durante os mezes


do verão.
Julgando de grande necessidade um açude nesta
importante villa projectei o grr.nde reservatorio que
passo a descrever.
O rio se divide em dous braços formando uma
pequena ilha 600m abaixo da villa ; neste ponto ficou
marcada a tapag:m que consta de 4 muro3 de pedra

secca, parallelos e separados por um vão de 8m. Este

vão ha de ser cheio de terra vermelha


(barro) socada
desde o terreno firme das fundacções até emeima no
respaldo.
Os paredões assim formados são dous, um de
cada lado da ilha e são formados, como já disse, po
92

4 muros de 4ra40 de expessura por 8m50 de elevação e

cumprimentos diversos, como abaixo demonstro.

Pedra
l.° muro 130m por 4,40'« por 8,50m
2.° * 144"1 por 4,40m por 8,50m
3.° » 85m por 4,40m por 8,50m
4.o » 85"' por 4,40"i por 8,50m

Cubação
1° paredão 4,802"13
2.o » 5,390m
3.° » 3,1 79m
4.° » 3,179m
Somma. . . . 16,000:"

Terra
l.° vão por 8, por 8,50
137= i

2.° vão 8im por 8, por 8,50


Cubação 14,824m
Alem dos paredões e da terra ha mais obras
complementares que são indispensaveis.
O sangradouro do açude, já existe feito pela
natureza, mas requer obras de segurança, e estas são:
Uma parede de pedra e cal atravessada em toda
largura da embocadura, compondo-se de um muro de
60m de extensão por 3m de largura e 2m20 de elevação
completamente aterrado.
Dous enrocamentos de pedras arrumadas de cada
lado do sangradouro, o l.° com 16m de comprimento
por 2m de baze e 1m50 de elevação arrematando com
uma superficie de 1m de largura.
O 2.° nas mesmas condições, porem tendo apenas
8m de extensão.
A PARAHYBA 93

Orçamento

Preço do metro cubico do muro . 6$000


» » » » de aterro . $400
Preço do metro cubico de enro-
camento 4$000
Custo da obra inclusive roçagem,
excavações, limpeza, destocamento & & 128:000$000
Este açude represa suas aguas á .3 kilometros
sobre uma largura que varia de 300 a 400 metros e
uma profundidade de 7 a 8m. E' para conter 8 milhões
de metros cubicos d'agua, e conservar-se durante 2
annos de secca.
Não o pude levantar mais, porquanto submergiria
uma parte da villa.

PRINCEZA

O primeiro serviço a fazer-se nesta villa é o


concerto do açude denominado Padre Ibiapina.
Esta obra, realisada pelos esforços daquelle
benemerito Padre, está tão estragada que se vier um
anno invernoso não resistirá a uma cheia.
O vallo desbarrancou-se em muitos lugares e tem
tantos trilhos cavados pelos pés dos animaes e pelas

enxurradas de muitcs invernos que não se pode adiar


mais o seu concerto.
E' da agua deste açude que sc serve toda população
da villa e visinhanças para beber e outros misteres

domesticos; entretanto tomão banhos dentro do açude,


lavão cavallos, roupa e intestinos de animaes, sem que
a Camara Municipal se incommode com taes abusos.
O concerto a fazer-se consta da limpeza do açude,
Testauração da parede por meio de um espessa camada
de terra sobreposta em cima do vallo existente,
04

começando desde baixo da baze, revestimento com


gramma da parte interna e externa do vallo.
Mede a parede deite açude 8Çm de comprimento;
a camada de terra á acrescentar deve ter lm de
espessura.
Cuba a terra
pôr-se no conceito da parede
a

2,158m a razão de 400 reis por metro cubico, do que


resulta, uma despeza de 863$200 que junta a de
1:336$030, necessaria para a limpeza da lama e outras
immundicies que existem no fundo e para alargamento
do sangradouro, construcção de cerca &, prefaz a
quantia de 2:199$200.
Alem do concerto deste açude julgo conveniente
o Governo mandar augmentar e desobstruir o tanque
do Maia.
E' um pequenino açude a, 700 metros da vill a,
de onde se tira agua potavel durante os primeiros
mezes de verão e como é muito pequeno e não teve
conservação está hoje completamente entupido.
Precisa ser de novo escavado n'uma extensão de
55m por 25m e por lm50, ser roçado, limpo, desfocado
e cercado com achas de brauna ou arucira, para
vcdal-o aos animaes e restabelecer de novo seu vallo
revesfindo-o com gramma.
Esta escavação e os mais trabalhos montão á
quantia de 1:500$000.
Todas as aguas que se depositão nos arredores e
na Villa da Princeza tornão-se salobras, em consequencia
da grande quantidade de salitre que existe no solo;
entretanto, no Maia, neste pequeno tanque, não ha
salitre e a agua se conserva doce de atino a anno.
O municipio da Princeza é bastante extenso, tem 12
leguas de nascente a poente e 10 de norte a sul, divide-se
cm 3 districtos e possue cerca de 10 mil habitantes.
A PARAHYBA 95

Exportou cm 1887 mil saccas de algodão em


15

pluma de 5 arrobas cada sacca o3 mi hjes 120 mil


litros de cereaes diversos.

Existem no municipio 18 bolandeiras de beneficiar


algodão, 40 engenhocas de fazer rapaduras e muitas
machinas de fazer farinha de mandioca.
Ha muitas outras localidades apropriadas para a

const:ucção de açudes; entre estas vi no riacho do


Cravítá a 2 leguas da villa um ponto cxcellente para
o dito fim.

no lugar cm que o r iacho recebe dous pequenos


E'
confluentes formando uma bacia funda e bastante
larga seguida logo de uma passagem apertada. Neste
ponto se deve formar a barragem com um aterro de
124ir> decomprimento, 12m de alto no ponto mais
fundo da grota e uma secção transversal de 40m no
mesmo ponto. Segundo os calculos a que proccdi cuba
este aterro 39,680m, que a razão de 400 réis por metro

cubico importará na quantia de 15:872$000.


Está incluido nesta despeza o calculo do alicerce
de argiia ou barro socado que todos estes açudes de
terra indispensavelmente devem ter no centro do aterro,
desde fundações até o respaldo, é o meio de tornar
as
imparmeaveis os aterros. Taludes revestidos com capim
de planta.

PIANCÓ

E' a maior Provincia, divide-se em


comarca da
4 termos: Santo Antonio de Piancó em cuja villa é a
sede da comarca, Princeza, Misericordia e Conceição.
O municipio de Piancó é habitado presentemente
por 17,700 individuos e compõe-se das seguintes
pcvoaçõ;s : Agua Branca, S. Francisco, Santa Rita da
Ç6 A PARAHYBA

Curema, Catingueira, Santa Anna dos Garrotes e S.


João do Olho d'Agua.
E' o municipio mais quente da Provincia, ha dias
em que o termometro á sombra nos mezes de verão
marca 37.°
Todas as povoações estão em decadencia c pode-se
mesmo dizer em ruinas.
Antes de 1877 existião pequenos
cerca de 50
açudes, actualmente vi apenas 2 que se podem considerar
bons reservatorios, o 1.° denominado Maracujá, e o
2° Bôa-Vista na fazenda do Exm. Dr. Paula Primo,
ambos proximos um do outro.
Projectei a 3 kilometros proximo da villa um
açude pequeno, mas bastante espaçoso para garantir
agua durante 24 mezes.
Tem o vallo 19im de comprimento e 14m de
altura no ponto mais baixo da grota.
O riacho do Conselho passa neste lugar entre
dotis morros que se avisinhão e forma para traz uma
bacia que tem 300 metros de largura e que depois de
tapada no ponto onde marquei a picada, represará a
agua a uma distancia de cerca de 600 metros.
Com um vallo de sobre um alicerce de
terra
barro que venha das fundações até a coroa do aterro
se conseguirá um bom reservatorio.
Como o terreno deste açude não offerece uma
depressão por onde possa sangrar n; tu almente, é
preciso abrir um sangradouro a esquerda, do lado sul ;
onde já existe uma grota pequena. Basta cavar 54
metros por 16ni de largo tendo apenas 2m50 de
profundidade no ponto mais elevado.
A terra extrahida da escavação do sangradouro
-deve ser applicada no alicerce do acude.
Esta obra nlo custará mais de 9:033$03O e pode
A PARAHYBA 97

proporcionar depois de prompta uma excellente situação


para 03 agricultores da villa.

SANTANNA DOS GARROTES

No mesmo municipio a 5 leguas distante da Villa.


E' neste pequeno arraial, ou povoação, que está
collocado o nucleo mais populoso dos agricultores 'do
termo. Seria ahi o ponto preferido para a fundação de
uma colonia de nacionaes se me fosse dado realisar
as minhas ideias a respeito.
Passa pelo valle o riacho SanfAnna formando
uma vasta e larga bacia de vargedos
excellentes
exuberantemente fecundos. Fazem barra dentro desta
bacia, o riacho do Exú. o do Sacco e o do Curral Velho.

Parece-me muito acertado que se construa vm


açude em cada um desses 3 riachos, serão 3 reservatorios
convergentes para a grande bacia e como os terrenos
se prestão perfeitamente para com facilidade serem
fechados com terra,o orçamento destas 3 obras não
e
excede de 32:000$003, julgo que esta despeza relativa
mente insignificante, quando
dará sobejas compensações,
as
condições dos terrenos melhorados pela humidade
perene produzirem 2 e 3 colheitas por anno, como é

costume fazer-se nos lugares em que se uza plantar


nas vazantes dos terrenos submergidos, que se
descobrem pelo abaixamento das aguas.
Assim eu vi proceder-se no grande açude de
Belem do Arrojado e no de Maracujá.

Occorre-me aqui referir um facto que presenciei:


0 Sr. Capitão Salustiano, da Villa da Conceição, pediu
a um seu amigo um arrozal que á falta d'agua estava
quazi morto e o transportou em cargueiros para os

terrenos alagados de seu açude, onde o plantou dentro


93 A PARAHYBA

d'agua quando passei naquella villa cm Setembro deste


;

anno, fazia-se uma abundante colheita do precioso grão.


São muito seguras e certas as colheitas obtidas
por este systcma. Nos terrenos que estiverão submergidos
não existe a larva da lagarta e outros insectos damninhos ;
de sorte que, até por este lado gosa-se esta vantagem.
Dou aqui a estatisca da população que habita o
districto dc SanfAnna dos Garrotes e da producção
do anno de 1888:

Algodão
População
Fogos ....
em
.

pluma
. 1358
272
1640 cargas
Arroz 6.831 quartas de 80 litros
Milho 15.005 » » » »

Feijão 1.352 » » »

Esta população não sabs tirar o proveito que


poderião obter da terrenos tão ferazes.
Uma colonia situada ahi, aonde se ensinasse ao
povo o meneio de instrumentos agrarios e o aprovei
tamento das terras, seria para produzir resultados
maravilhosos.

MISERICORDIA

Esta villa está distante cia de Piancó dez leguas


para o sudoeste, é bem povoada e compõe-se de uma
população activa e industriosa.
Sua industria c a agricola e a pastoril; seu

commercio se effectíia com a Provincia de Pernambuco


e com o Rio Grande do Norte, pelo porto de Mossoró

O Riacho do Viado Morto, tributario do Rio


Piancó é o escolhido para nelle se fazer a represa de

um açude; as condições do terreno desde o lugar da


barragem até a margem do Rio Piancó, são excellcntes
> A PARAHYBA 09

para a lavoura, com este açude se (ornarão muito


melhores.
A tapagem será feita com terra e alicerce de
argila; será necessario abrir um sangradouro com
uma secção de vazão de 30 metros.
A terra tilada da escavação do sangradouro será
toda

Comprimenio do vallo
Altura
....
applicada na confecção do aterro da tapagem.
189':'
14m

Secção da baze no ponto mais


fundo da grota 42"'
dos taludes lm por 1,33

.........
Inclinação
Coroamento 5:;1

Cubação 58,00'"3
Orçamento, inclusive revestimento
dos talude3 com gramma ou capim de
planta 23:270$00

CONCEIÇÃO

Esta villa a mais fresca do sertão do Piancó'


sobre a Serra Vermelha, é como Cajazeiras uma das
mais remotas da Provincia.
solo é bastante fertil e é banhado por muitas
Seu
riachos, o Riacho da Serra Vermelha, que é o mesmo
que mais abaixo se denomina Rio Piancó; é o mais
caudaloso.
Existem no explendidas posições
municipio 3

para serem convertidas em grandes reservatorios d'agua ;


a 1.» distante da villa um kilometro e meio no riacho
Vermelho, a 2.a tambem em igual distancia no Riacho
do Monte Alegre e a 3.a meia leguas distante,
duas e
na estrada de Misericordia, no Riacho da Fartura.
Se a: duas primeiras attendem a commodidade
100 A PARAHYBA

da população da vilia, a do Riacho da Fartura attende


aos interesses da agricultura, que são de maiores
vantagens á população, tendo em vista a carencia de
generos alimentencios nas quadras excepcionaes, como
a presente, em que por faita de chuvas regulares não-

medrarão asroças.
Sou, portanto, de opinião que se mande fazer de
preferencia o açude do Riacho da Fartura, em cujo
valle se poderá desenvolver vastas lavouras.
O ponto escolhido para a tapagem é no Apertado,,
aonde o riacho passa entre duas montanhas que estão
separadas na base somente pelo riacho, o qual mede
apenas 25m de largura.
Os taludes das montanhas são ingremes e

compõem-se de um schisto duro em camadas estrati


ficadas. Só convem ahi uma tapagem de pedra e cal.
O paredão será encravado nas montanhas de um
e outro lado do riacho em 5 degráos de 4 metros de
altura cada um.
l.° degráo 32"> por 16m por 4"1

2.° » 38m » 15m » 4m

3.0 » 46m » ]4m » 4m


4.° » 54111
, 13111 ;> 4111

5.0 » fj4m » 12"i » 4m

Cubação 12,784"'
Orçamento 154:408$000 inclusive um conto de
reis necessario a desobstrucçâo do canal natural, que
ha de servir de sangradouro.
O preço da unidade cubica foi calculado a 12$000.
Este açude ficará com uma represa de cerca de
10 kilometros.

S. JOSÉ DE PIRANHAS
O Rio Piranhas, que banha esta villa na direcção.
A PARAHYBA 101

do sul para o norte, tem o leito todo de pedra disposta


em largos degráos.
Um destes degráos está collocado mesmo em
frente da villa e tem talvez uma extensão de 5 kilometros.
Arremata este degráo um filão de pedra granitica que
perpassa de um a outro lado do rio, formando para
traz um deposito natural, que somente secca no fim
do verão.
Convem formar ahi uma barragem de pedra e cal
ou cimento e levantar o filão mais 4 metros. A obra
não é grande e os effeitos serão compensadores,
porquanto de então em diante não faltará jamais agua
para as criações e as margens do açude transformar-
se-hão em vazantes perpetuas, que os agricultores
saberão aproveitar vantajosamente.

Calculo

Comprimento do paredão . . . 68m


Largura. . . ............. 4"1

Altura 4'"
Cubação 1088m3


Preço da unidade cubica metro 12$000
Orçamento a cal 13:056$000
Preço da unidade cubica— metro 24$000
Orçamento a cimento . . . , 26:112$000

S. JOÃO DO RIO DO PEIXE


O mais importante publico, com
melhoramento
que o Governo poderá dotar este Termo, é indubita
velmente mandando executar o açude que projectei
duas leguas para o norte desta villa no lugar denominado
Pilões.
102 A PARAHYBA

Esta obra impõe-se pela quazi absoluta falta


d'agua que existe no municipio.
Os terrenos são compoem-se cie
de criar e

immensas planicies, cobertas de bastas pastagens; para


o norte clles se tornão mais accidentados e no valle
do rio do Peixe em Pilões a posição se presta para
a localisação de um bom açude.
Do lugar escolhido para a tapagem, á montante
existe uma vargem de leguas de extensão, que depois do
açude cheio ficará coberta d'agua e no decrescimento das
aguas pelo verão e nos annos seccos, proporcionará
vastos terrenos para plantações de cereaes. Da tapagem
para baixo os terrenos refrescados pelas manaçõss do
açude transformar-se-hão em bellos canaviaes, assim a
actividade dos habitantes das immediações os saibão
aproveitar.
Comprimento do aterro . . . 273m

Elevação no ponto mais baixo


da grota l6:11

Secção da base no mesmo ponto 48'"


Coroamento 6m

Inclinação dos taludes. . . . lm por 1,30

Preço da unidade, metro cubico 400


88.408'"j
Cubação

Orçamento

Aterro 35:363$200
Roçagem, capina, deslocamento
e revestimento dos taludes com grama 1:200$000
Limpeza do sangradouro e

escavação 1:600$000
Somma . . . 38:l03$200
A PARAHYBA 103

O sangradouro c natural, precisa, porem, de ser


alargado em alguns pontos para se completar a
secção
•da vazão, que não pode ter menos de 60 metros.
Este açude pode conter em sua bacia cerca de 44
milhões e 800 mil metros cubicos d'aguas.

SOUZA

No riacho de Santa Rosa ao norte da Cidade á


distancia de legua c meia, em terreno do patrimonio
de N. S. dos Remedios existe uma localidade que
considerei a mais apropriada para ser collocado o
açude destinado a Cidade de Souza.
E' n'uma grota que se aperta entre duas
montanhas separadas pela distancia de 359m.
Não existe sangradouro natural, sendo preciso
abril-o na terra em uma secção de vazão nunca menor
de 30m.

Para evitar escavações pelas enxurradas convem


na embocadura formar um muro enterrado entre dous
filares elevados até a altura de 2 metros.
Eis o calculo das obras :

Comprimento do aterro . . . 350"'


Altura 17m

Coroamento Om

Secção da base no ponto mais


baixo da grota 51m

Inclinação dos taludes. . . . 1m por I"32


Comprimento do muro . . . 36m
Largura 3m

Altura 1"15

2 Pilares -3m por 3" por 2m

sobre os extremos do muro.


Secção de vazão entre os pilares 3311
104 A PARAHYBA

Terra

Cubação do aterro . . . 154.2741"3


Pieço da unidade metro cubico 400

Pedra e cal

Cubação da obra do sangradouro 234m3


Preço da unidade cubica, meto 10$000

Orçamento

Aterro 61:710$000
Pedra e cal. . . 2:340$000
Roçagem, limpeza e destoca-
mento 800$000
Revestimento dos taludes do
aterro com grama ou capim de planta 90$000
Somma . . . O4:940$000
Ha ainda localidades no municipio que se prestão
tambem para outros açudes, assim temos em Lagôa
Tapada, 2 pontos proximos da casa do Capitão José
Pedro, que são magnificas situações.

CAJAZEIRAS

Já possue um excellente e regular açude de


propriedade do Commendador Padre Mestre Rolim,
Seu proprietario, homem de uma paternal bondade,
tem permittido ao publico que se utilise do açude; de

sorte que, é ali aonde toda população da Cidade se

refrigera.
A Provincial votou a quantia de
Assembléa
10:000$000 para a desapropriação desse açude ; vale mais
e entretanto o seu proprietario, segundo me affirmou
105

o honrado Sr. Coronel Vital de Souza Rolim, não fará


questão de receber, mesmo menor quantia, contanto
que fosse feito este pagamento de prompto.
Como já ficou dito á pagina 7, ultima linha, ha
no municipio outra localidade que tem proporções para
se formar um immenso açude, talvez igual ao do
Quixadá no Ceará. E' a bacia do riacho do Morro
Vermelho.
A vasta bacia está cercada de serras com uma só
sabida e esta tão apertada que talvez com despeza
inferior a 150:000$000 se a possa fechar perfeitamente
com paredões de pedra e cal c para maior facilidade
existe ao pé da obra grandes pedreiras calcareas.
Pude apenas fazer o reconhecimento da localidade
e por isto deixo cie apresentar o calculo da obra_.

Serviço de menor despeza e grande utilidade


publica, seria a canalisação de todas as fontes perenes
do alto sertão.
Em geral estes olhos d'agua se achão situados
nas encostas de serras alcantiladas, aonde o accesso
para os gados é quazi impossivel, e alem d'isto as
aguas no verão e nas seccas somem-se todas pelas
fendas dos rochedos, ou pelos precipicios inaccessiveis
e assim se morre á sede com agua ao pé da porta por
falta de um expediente tão simples.
A agua das fontes transportada para as planicies e
depositadas em reservatorios dispostos com bebedouros
em volta, será uma providencial medida para as secras
nos sertões.

Não apresento orçamento de taes obras por me


ter sido impossivel no limitado tempo que dispunha,
oceupar-me deste serviço. Fiz apenas o reconhecimento
de algumas fontes, que passo a mencionar:
106 A PARAHYBA

1.a Olho
d'Agua do Frade na serra de Santa
Catharina do lado do Termo de S. José de Piranhas.
2.a Olho d'agua thermal no serrote do Brejo das

Freiras no Termo de S. Joâo do Rio do Peixe.


3.c Olho d'agua da Serra Branca de Arueiras no
Districto do Termo de Piancó.
de Garrotes
4.a Olho d'agua da Serra do Olho d'agua no
Termo de Piancó perto da fazenda Pendencia, propriedade
de Manoel Lopes da Silva.
5.° Olhos d'agua do jatobá e do Pinga, sobre a
Serra do Padre, distante 2 leguas de Piancó.
6.° Olho d'agua da Serra da Aba na ribeira de
Espinharas á 1 legua e meia distante do lugar Trigueiro
ao pé da SerraPedra d'Agua.
Deus Guarde a V. Exe— Ulm. Sr. Tenente Coronel
Honorato Candido Ferreira Caldas. Chefe do Poder
Executivo do G jverno Provisorio do Estado da
Parahyba.

O Engenhciro,

JOAQUIM NOOUElRA JAGUAR!BF.


.: t

RcLATORIO sobre as minas do Picuhy. Parahyba»


10 Março de 1S99. Ex.»« Sr. Dr. Antonio Alfredo da-
Gama с Mello, M. D. Presidente deste Estado.
Tenho a honra de passar as mâos de V. Exc.a
o incluso relatorio das investigaçôes que, conforme as
ordens que se dignou V. Exc.a de transmittir-me por
officio n.° 95 de 15 do mez proximo passado, procedi.
nas diversas minas da freguesia do Picuhy.

Saude e fraternidade,

JULlO DrSTCRD.
A FARAHYBA 107

A povoação do Picuhy está situada á margem


esquerda do rio Acauan na distancia de 265 k 680 m.
da capital do Estado e de 172 k. f/SQ m. da Estação
de Cachoeira.

O districto occupa o centro norte do Estado e


se limita com o Estado do Rio Grande do Norte peia

serra vermelha, Riacho do Boi e serra da Timbauba


ao Norte.
A varzea Kagado constituem, ao
Redonda e o
noroeste, limites com o municipio do Acary, do Rio
Grande do Norte.
O limite com Pedra Lavrada é formado a Oeste'
pela parte sul da Serra do Forte e a Serra do Pedro-
Ao Sudoeste e sul pelas serras Vermelha e
Porteira, e o Cotovello, nome que o rio Acauan dá
a logar (isto por causa de um cotovello que alli
este
se forma.) A serra Quebrada a Les-sueste, o olho
d'agua de S. José a leste, e a serra da Lagoa Cercada
a Les-Nordeste formam com a serra da Lagoa ao
Nordeste, a divisão com o municipio do Coité.
A superficie total do districto do Picuhy é de
107:160 metros quadrados.
Aspecto— O aspecto montanhoso: o solo mu;
é
fertil nos valles, onde se cultivão diversos generos de

cereaes, e nas margens dos regatos onde abundam


numerosas plantações de coqueiros, deixa de sel-o nas
partes elevadas e na região mineira, onde algumas
vezes a vegetação desapparece totalmente.
Orographia— As montanhas de Timbauba do
Forte formam com as de Porteiras, Vermílha, Quebrada
e da Lagoa, a constituição orographica desta região.
Ascollinas do Chapéo, Urubu e Maracaxeta são elevações
vulcanicas que cercam a povoação do Picuhy.
Hydrograpliia— Os principaes rios que banham
108

esta zona do territorio parahybano são: o rio Acauan,


tributario do rio Seridó, que por sua vez é affluente
do rio das Piranhas e o rio Carabeira, affluente do
Acauan, com que faz ligação a 100 m. ao sul da
povoação do Picuhy.
Geologia e Mineralogia— O terreno do districto
de Picuhy é formado no cimo das montanhas de rochas
igneas dispostas em massas irregulares e não estracti-
ficadas.
A materia que as compõe, é de uma extructura
vitrea e crystallina que indica perfeitamente a origem
primitiva destas rochas.
O terreno sedimentar ou de antigos alluviões,
que se acha em contacto com estas rochas de origem
plutonica, taes como: gneiss micaschiste e taleschiste
tem soffrido uma certa transformação que em geologia
se chama metamorphismo.
O primeiro terreno que explorei em minhas
excursões pelo districto do Picuhy foi a collina do
chapéo.
Nesta collina a parte superior, que é completamente
despida de vegetação, compõe de micaschiste de
se
taleschiste e, couza rarae extraordinaria em taes terrenos
de gesso.
Como mineral metallico encontrei ali o mercurio
em um sulffureto que é o cinabre-alliado a um sulffureto
de ferro que lhe communica uma cor morena, tirando-lhe
assim o colorido vermelho caracteristico que lhe faz
dar o nome de vermelhão da china. i

O mercurio se acha tambem disseminado em

globulos microcospicos nos taleschistes e nos grés.


No andar inferior desta collina encontrei o terreno
siluriano superior, composto de rochas arenosas, de
argillas, de schistos e de calcareo scmi-christallino.
A PARAHYBA 109

Nesta parte encontrei cobre vitreo e manganez,


conhecido em mineralogia pelo nome de haussmanite.
A collina do chapéo, assim como as duas visinhas
<lue a ella se ligam, é origem vulcanica como o
de
demonstra perfeitamente a forma conica da parte superior.
As rochas encaixantes assim como os mineraes
já encontrados n'ellas kfazem suppor a existencia de
grandes riquezas mineraes, como a prata, o chumbo
e o arsenico, que sâo proprios destes terrenos, em
vista de que penso que se devem proceder ali estudos
bcrios e detidos, acompanhados de sondagens profundas.
Os outros terrenos que examinei sâo os de Maracaxetta«
Urubú e UmbuseiroCabelludo.
Sao crystallisados no cimo das collinas ; estes
elementos crystalisados formâoas vezes massas enormes
sem disposiçâo regular por camadas e sâo compostas
de silicia associada a aluminio, aos alcalis e ás terras
alcalinas.
Os mineraes que se como base
encontram
fundamental, sao: o feldsphato, a granada, o quartzo,
a mica, o amphibolo, a tormalina, etc.

No andar inferior destas collinas encontrei os


terrenos sedimentares da camada siluriana, que se acham
nas mesmas condicçôes de metamorphismo, d'aquelles
que notei na collina do chapéo.
Nesses terrenos os calcareos tornaram-se crystallinos
e sâo impregnados de mineraes, taes como as granadas t
que tambem encontrei na collina da volta do rio; do
mesmo modo as rochas que parecem ser de origem
argilosas se tem transformado em schisto, penetrado
de granada e de disthene.
Estes terrenos sao ricos em mineraes; tambem des-
cobri o ferro magnetico, o estanho oxidado, na serra de
Maracaxetta, o estanho, a mica, a tormalina, a apatite,
110 A PARAHYBA

na collina do Urubu ; o estanho, o manganez, o mispickel,


e a granada uo alto do Umbuzeiro Cabelludo.
O estanho 6 de todos estes mineraes o mais
importante.
O proprio terreno demonstra á primeira vista a
existencia do minerio.
Creio que as jazidas, cuja existencia real verifiquei
nesta parte, que denominei bacia do Acauan, se acham,
a pouca distancia da cordileira da Borburema, em cuja
visinhança,as acções mecanicas, devido ao resfriamento
da crosta da terra e á contracção que foi a consequencia
delle,produziíam fendas, algumas vezes mui extensas,
outras vezes mui pequenas, e por esta razão a mina
apparece em diversos logarcs, na superficie da terra
As fendas em que se encontra o minerio de
estanho foram cheias pelo que se emanações chama
metaliicas, ou antes (o que succede a maior parte das
vezes) por aguas fortemente mineralisadas que deixaram
depositadas as materias que encerravam em dissolução,
quer em consequencia do resfriamento e damudança
de pressão, quer em consequencia da reacção chimica,
em que muitas vezes as proprias rochas encaixantes
teem tomado parte.
Nos filões metalliferos de que me occupo, os
minerios m^tallicos parecem ter chegado a grandes
profundidades, onde se os encontra muitas vezes em
grande abundancia, sobre tudo no estado de sulffureto,
de arseniureto e de antimuniureto.
Perto da superficie do solo pela acção oxydante
e

das aguas athmosphericas esses mineraes são substituidos


por oxydos, como ohausmaniie e a cassiterite, que são
corpos difficilmente reductiveis, ou encontrados no
estado de sulfuretos facilmente oxydaveis.
A PARAHYBA 111

As rochas matizes ção tambem caracteristicas


dos filões estaninferos.
Elias acabam dedemonstrar-meedeconvencer-me
da existencia real do estanho e fazem crer que as
cassisterites nas excavações que fiz nos
que encontrei
terrenos da coilina doUrubú c do Umbuzeiro Cabeiludo
são abundantes, e que sua exploração será remuneradora.
Como disse anteriormente, o minerio encontrado é
a cassiterite ou vulgarmente a pedra de estanho.
Este mineral se acha no estado alluvionario e
no estado de filão; é sob estas duas formas que o
descobri no districto minerio do Picuhy; a pedra de
estanho é crystalizada em prisma recto de base quadrada
e em prisma pyramidal; mas estes christaes podem
ser desconhecidos, pois raramente são perfeitos, porque
justapondo-se uns aos outros, tomam em sua reunião
uma forma que não é regular; seu brilho pode ser
vitreo ou sime-diamantino, sua fractura é conchoide;
sua dureza é 7.°, produz faisca quando se a fere pelo
fuzil ; sua cor vai do amarello claro ao moreno carregado
e zo preto. Pode ser também transparente, translucida
ou opaca.

A quando c colorida em amarello


cassiterite,
branco ou em amarello sujo tem tal semelhança com
o silex que facilmente engana e a faz tomar por uma

pedra sem valor.


Neste caso deve se recorrer é densidade que na
cassiterite é de 6,96 e no silex é de 2,65. Na condição
em que se encontra o minerio de estanho, isto é, em
jazida alluvionaria, (que é o mais commum no Picuhy)
urge que refaça uma exploração, porque o minerio se
acha enriquecido naturalmente, e sendo dado seu valor
commercial, pode-se mesmo em alluviões muito pobres
tirar proveito economicamente, perque se dispõe de
112 A PARAHYBA

um volume cTagua sufficiente para abater e lavar


grandes cubos, com pouca despeza á maneira de
lavagem hydraulica dos alluviões auriferos.
Para dar uma ideia do rendimento da mina de
estanho, dirigida, apresento os algarismos
habilmente
seguintes, que, muito mais eloquentemente que os
mais longos discursos, provarão a realidade de minha
asserção.
Estas cifras são equiparadas aos dos resultados
obtidos nas minas de Cornwallna Inglaterra, onde se

opera sobre os minerios-stream tin, identicas aos minerios


do Picuhy.
Eil-as :

O rendimento da cassiterite que contem 65% de


estanho, é de: 1.a operação
50%. 2.a operação 5%. 3.1

operação 10%. Sejam 9 unidades de perda sobre 65

ou 14%.
As despezas do tratamento se fazem como se

segue, por tonellada do minerio tratado:


Mão de obra ; 5$000
Combustivel 50$000
Manutenção etc 4$000

Total 59$000
A preparação mecanica pode ser avaliada em

500$000, que com as despezas de extracção prefazem


uma somma de 1:000$000 ; despezas de transporte
e outras 400$000, despezas imprevistas 100$000. Total
1:500$000. O valor do estanho é
medio de 2:300$000
a 2:400$000 no mercado de Londres, ou de Amsterdan.
Penso que estas cifras bastarão para mostrar a vantagem
• da exploração.
Terminando este mediocre trabalho, tenho a honra

de propor ao governo que mande proceder a um estudo


A PARAHYBA 113

mais profundo sobre as jazidas de estanho no Picuhy


determinando a installaçâo de uma pequena exploraçâo,
que, creio poder affirmal-o em face da disposiçâo dos
terrenos, das rochas encaixantes e das rochas matrizes
que as acompanham, será vantajosa, fazendo nao só
conhecer a potencia real das jazidas de estanho, como
tambem fazendo (é possivel) descobrir importantes
minas de prata que com justa razâo supponho existirem
nesta rica parte do territorio parahybano.
Do mesmo modo será possivel explorar as minas
de ferro magnetico que abundam nos arredores do
Picuhy.
As granadas, as gemmas o ferro ologista que
e
encontrei me fazem crer a existencia do ouro nestas
paragens, em que a natureza do terreno permitte
encontrar toda a familia das pedras preciosas, principal
mente o topasio, que sempre acompanha o estanho
em suas jazidas.
Terminarei dizendo que o manganez que ahi abunda
tanto, é chamado a representar um papel importante
na industria mineira parahybana em consequencia da
riqueza em metal de seus minenos.
Parahyba 9 de Março de 189Q.

Julio Destord.

RELATORIO exploraçâo
da das minas do
Municipio do Monteiro e estudo geral sobre a agricultura
e a industria. Ao Ex.mo Sr. Dr. Antonio Alfredo da
Gama e Mello, M. D. Presidente do Estado da Parahyba
do Norte.
PARTE I

Geología e Mineralogía
Tendo na minha recente exploraçâo visitado mui.
114 A PARAHYBA

rapidamente NE. N N E. e NNO.,


municipio do
o
Monteiro, não [havia, no meu precedente relatório,
fallado senão resumidamente dessa rica parte do territorio
Monteirense.
Assim, em 15 de Setembro parti para fazer um
estudo completo das zonas supra mencionadas. O
primeiro logar a quefui foi a Fazenda Paraguay —
situada a 24 kilometros a E da villa do Monteiro.
Ella se acha situada sobre um terreno de transição
que suppuz ser anterior ao carbonifero ; os rochedos
são todos compostos de calcareos semi-crystallisados ;
encontrei tambem numerosas rochas arenosas, argillosas
e schistosas, em vista de que classifiquei o terreno
no numero dos terrenos siiusianos, e ah i achei mineraes
uteis, como o ferro, o cobre e alguns raros minerios
de chumbo misturado com o cobre em grande proporção.
Os minerios de ferro são os mais abundantes e lambem
os que encerram a maior quantidade de metal : cerca
de 60 a 65% pelo menos.
O terreno é geralmente plano e levemente ondulado
ao Norte. .
y(
A fazenda Paraguay que ê a mais importando
municipio de Alagôa do Monteiro, acha-se em completo
estado de progresso, graças a viva impulsão que lhe
é imprimida por seu intelligente e distincto proprietario.
Sahindo d'ahi, puz-me a caminho para visitar
Camalaú, povoação que dista da villa 62 kilometros a
N. E. Camalaú é uma povoação recentemente fundada
• pelo zelo patriotico do Rev.m0 Costa Ramos, que se
acha hoje em via de completa prosperidade ; o commercio
é muito animado e os habitantes, se bem que cruelmente

opprimidos pela terrivel secca que anniquila o sertão,


ainda não emigraram senão em numero muito restricto.
O terreno é quarternario ; os blocos erraticos
115

compõem a maior parte dos rochedos e as principaes


rochas, que formam os terrenos, são os depositos de
transportes, os diluviuns encarnados, as alluviões
antigas.

Antes de chegar a Camalaú encontrei uma grande


lagôa, actualmente deseccada, onde suppuz existir uma
immensa jazida de turfa. «

A unica *bêta metalica por mim encontrada foi


•o ferro; tambem assignalarei a apparição de alguns
grãos de ouro que foram achados no leito dos riachos
que atravessam esses terrenos.
Ahi, em exeavações feitas para procurar fontes
d'agua, foram encontrados ossos de um animal enorme,
por cuja descripção pude reconhecer o esqueleto do
megaterium.

Vou expor, tal como fez o proprietario do terreno


em que se fez a narração que me foi
escavação, a

confirmada por pessoa fidedigna : as proporções


do esqueleto eram enormes; as ancas tinham 1 metro
.e 30 centimetros de largura, (o que excede muito o
diametro da mesma parte do esqueleto da maior parte
dos eíephantes;) o femur éra muito grande, excedendo
quasi em largura a metade do comprimento.
O sertanejo que me fez esta descripção mostrava-se
muito admirado, e me perguntou com ingenuidade se
eram esses os cavallos dos Flamengos ? l.

Depois de uma demora de 2 dias em Camalaú,


segui para Laginha, fazenda situada a 36 kilometros
do meu ponto de partida e cerca de 54 da villa, séde
do municipio.
Agradavelmente recebido pelo honrado proprietario
Sr. Lourenço de Brito Gouveia, que antes de nossa
chegada tinha collccionado um certo numero de mineraes,
116 A PARAHYBA

fui em sua amavel companhia percorrer a proprie<


em toda sua extençâo.
Allí minha exploraçâo foi das mais fructuc
A parte N. E. da fazenda é um terreno composte
grés encarnado, conglomerado por uma massa arg
ferruginosa ; em outra'parte encontrei o ferro carbon,
alternado com grés de grangrossa e de schi
argilloscs.
O primeiro foi por mim considerado pertenc
terreno permiano, jonde encontrei como rocha
os schistos cupricos.
O segundo, onde encontrei os ferros carbonai
tambem classifiquei entre os terrenos carbonifero'
suppuz existir, nesta parte do municipio do Mont<
uma irmmensa [mina de huiha se estendendo se
algumas milhas quadradas.
Na laginha encontrei uma ammonite-Buckla
num terreno composto de schistos marnosos, de g
micacea e de argilla parda onde descobri como miner
uteis, o cobre, a huiha secca e o ferro.
Num cutro terreno achei alguns crystaes
cacitete; essas alluviôes estaniferas encontram-se ti

terrenos diluvianos, no meio dos depositos de transpor


e erraticos.
. No logar, chamado Barrocas, distante 3 kilomett
da fazenda descobri, nas alluviôes, alguns granitos
ouro e o ferro alogista.
O riacho que ahi nasce carrega enorme quantida«
de amethiste.
No riacho dos Pinhoes, tendo explorado a si
embocadura, encontrei uma areia de origem quartzoz
com algumas palhetas de ouro, alguns pedaços (
ferro alogista e de manganez em rim.
A Laginha é uma magnifica propriedade, che
1

.1
A PARAHYBA 117

de prosperidade, cujo dono, cidadão hospitaleiro, se


poz a minha completa disposição e corajosamente
ajudou-me com enthusiasmo no curso dessas explorações,
informando-me com a mais minuciosa exactidão.
Deixando Laginha fui visitar a fazenda dos Pinhões.
Ahi dirigi-me ao logar denominado— Maracaxêta—
em razão da enorme quantidade de mica branca que
nesse terreno se acha misturada com os schistos e

os grés.
Os schistos alluniferos e calcariferos se encontram
em abundancia, e os carvões, seccos e o ferro alogista
alli se mostram em grande quantidade. E' desta parte
do mnnicipio que foram extrahidos os carvões, de que
tenho remettido algumas amostras a S. Exc.a o Sr. Dr.
Presidente do Estado.
Esses carvões são seccos, queimam, como a
anthracite, sem fumaça, sem chamma e sem cheiro
betuminoso, deixando pela carbonisação um residuo
de 75 a 80 % de cobre pulverulento.
A propriedade — Pinhões— é um territorio que
merece a maior attenção do mundo industrial.
Na manhã de sabbr.do, 2-1 de Setembro, segui
para S. Thomé que é a povoação mais importante do
municipio.
Estabellecida ao pé d'uma elevação que domina
immensa planicie, acha-se admiravelmente situada,
g:sando de um magnifico panorama.
Essa povoação parece ser destinada a um grande
futuro ; sendo edificada no ponto mais proximo das
minas de carvão de pedra do Monteiro, será certamente,
n'um tempo proximo uma cidade importante.
S. Thomé se acha a 60 kilometros N. N.E. da
villa do Monteiro,|o terreno é mioceno, onde se encontram,
na íua formação, calcareos, argillas, grés e coglomerados.
118 A PARAHYBA

ophiolicos, no meio dos quaes achei fragmentos de


uma arvore que, sem duvida pertenceu á familia das
coniferas.
As rochas de mineraes uteis que ahi descobri,
foram pedras de cal, fontes de agua salgada, cupri feras
e arsenicacs taes como existem no olho d'agna do
Cunha; suspeitei a existencia de grandes camadas de
hulha e lignite nesses terrenos, onde algumas rochas
carboniferas se mostram na superficie terrestre acompa
nhadas de schistos micaccos.
Depois de uma estada pouco prolongada, prosegui
minha \iagcm em direcção a Prata, povoação que se
acha a 36 kilometros ao N.N. O. da villa do Monteiro.
O terreno é siluciano, composto de calcareos. argillas,
grés, schistos, feldsphaticos, pedra de amollar e ferro
carbonado que se mostra cm enorme quantidade. O
minerio de chumbo constitue uma immensa beta.

Tendo quasi concluido a descripção mineralogica


do Monteiro, vou passar a parte segunda deste relatorio
e voltarei depois a fallar dos differentes mineraes sobre
os quaes tenho descorrido.

PARTE II

Agricultura

// ríy a pas des mauvaises ferres; il ríy a que


de inauvais agriculteur. (Ecoie de Grignon)
Sem o estad) florescente da agricultura não
ha nação que possa ser feliz, rica e poderosa.
A rotina e a indolencia estorvam o progresso
agricola, a iniciativa individual não se move ; então é
dever do governo que comprehende quanto é grande
e nobre a sua missão, contribuir para o desenvolvimento
119

da agricultura, tomara iniciativa da innovação que falta


aos individuos.
Olhe-se qual éra, ha alguns annos, o estado da
Russia e qual é o seu estado actual e hão de ver
quaes foram os seus progressos.
Entretanto, a Russia não é uma terra onde o
progresso seja facil de realizar-se, attenio o horrivel
absolutismo que suffoca as mais nobres aspirações
que o espirito de liberdade faz germinar e desenvolver.
Mas, o governo interessou-se em favorecer os melho
ramentos, tornando-os obrigatorios em certas partes,
creando bancos agricolas appareceram sociedades,
cujos membros nobres zeladores da propagação do
bem, instruem o povo ignorante.
Para nós, a agricultura é uma questão obrigada,
que constitue um objecto intimamente ligado aos
interesses vitaes do Estado, pois que a agricultura e

a creação são as suas unicas industrias.


Os effeitos pessimos de um semelhante estado
são bastante conhecidos ; é necessario, pois, cogitar
de combatel-o c de reagir.
O systema agricola não pode offerecer movimento
progressivo porque se acha em estado atrasado e

rudimentar; alem de que os camponezes jazem em


estado de ignorancia tal, que entre elle nenhum é
verdadeiro agricultor.
Se chove todo mundo sabe, mais ou menos,
plantar o milho, ou a mandioca.
Por isto, todo mundo será agricultor? Não. A
arte agricola é como qualquer outra, que precisa de
•um -longo e difficultoso aprendisado; na agricultura, a

■chimica, a meteorologia e a phisica acham suas


•applicações.
120 A PARAHYBA

Por ísto é necessario iniciar o cultivador no


progresso, fazendo-o instruir.
Seria facil previnir a penuria e evitbl-a, se se
plantasse algumasdas leguminosas que aqui menciono;
A batata ingleza, que muitas vezes salvou a Europa
da fome, daria excellente resultado nas partes elevadas
das serras ; o inhame que se conserva longos annos
nos terrenos arenosos e frescos e a taiova que resiste
muito tempo privada da acçâo da humidade, seriam
auxiliares poderosos nos annos de secca, ao mesmo
tempo que constituem ambos excellentes alimentos.
Mas o que interessa no mais alto ponto de vista á
agricultura do Estado é a cultura do trigo.
A cultura do trigo daria ao Estado os mais
brilhantes resultados, considerando o preço elevado
que elle adquire, quando chega ao interior.
Ja cultivou-se o trigo no Estado de Minas, no
qual vegeta bem; porém, mais tarde, foi abandonada
esta importante cultura e qual
nao sei verdadeiramente
foi a causa desse immerecido abandono, nunca tendo
sido dada uma razâo satisfatoria.
O trigo que exige terrenos frios, deve ser plantado
nas partes mais altas das montanhas.
O Monteiro possue admiravel terra de trigo nas
serras do Pendurâo e Acahy.
Estou persuadido de que o trigo originario do
Egipto, tambem produzirá nos terrenos baixos, situados
nas zonas torridas.
Considero grande utilidade o cultivo, em
de
grande escala, dessas differentes plantas alimenticias.
Uma outra forma de melhorar a agricultura, é
reconstituir uma grande parte das mattas, que de dia
em dia se fazem mais raras no sertâo.
Sem as arvores a terra perde a sua frescura e a
A PARAHYBA 121

chuva que ellas atrahem passa por cima de nós e


viaja ao longe.
A arvore é uma das maiores necessidades do
sertão; ella nos dá sua sombra, suas folhas, e seus
fruclos servem, algumas vezes, de comestiveis ; suas
folhas, cahindo deseccadas, decompostas pela
são
humidade, entrando assim, na composição do— humus
—sem o qual nãoha terra vegetal.
A reconstituição das grandes impõe selvas se
ainda mais para regular os phenomenos atmosphericos.
E' sobre este ponto que solicito maior attenção.
Em meu humilde entendimento estou persuadido
de que as arvores nos paizes quentes cooperam ainda
mais do que o mar para a formação das chuvas.
Os vegetaes têm ainda outra utilidade de quasi
igual importancia: é impedir as grandes inundações
As grandes selvas quando são ainda virgens do
fogo e do machado, guardam no chão as folhas e
detritos dos vegetaes que cahem todos os annos
quando estes refazem sua folhagem: essas folhas e
detritos servem de diques permanentes ás aguas pluviaes,
impregnando-se da agua que podem absorver, impedin-
do-as de escoarem-se e obrigando-as a penetrarem
no centro da terra.
Penetrando assim as aguas, vão pouco a pouco
augmentar os pequenos regatos e os riachos até que
chegam aos grandes rios, e isto sem causar grandes
alluviões.
O contrario, porem, acontece nos locares desnu
dados, reduzidos a capoeiras, a catingas e a campos.
Estes logares, privados dos obstaculos alludidos,
livre passagem dão as aguas torrenciaes, que, agglo-
merando-se nos valles e nos riachos, correm impetuo
samente aos grandes rios, causando assim grandes
122 A PAR AH YB A

enchentes qu2 destroem tudo na sua passagem ; e mais


rapidos e terriveis serão estas enchentes quanto maior
for a nudez do logar onde cahirem as chuvas.
Do exposto concluo que sendo arborisado o
territorio do Estado, se obterá uma mudança favoravel
no seo clima, não somente attrahindo as chuvas mas
tambem refrescando o ar pela emissão do oxigenio
que abunda nos vegetaes.
Todas as arvores não possuem a mesma força
absorvente e emissiva, tambem se deverá escolher as
que emittirem maior humidade, como c cajá e outras
semelhantes que, mesmo á hora do meio dia, humedecem
o chão com as aguas que gottejam de suas folhas.
Na reconstituição das mattas aconselho a planiação
do castanheiro c da arvore do pão, ambas aptas a
prestar duplo serviço, por serem grandes auxiliares
contra a fome, principalmente a arvore do pão, que
dá seus fructos cerca de oito mezes no anno (o que
nenhuma outra faz),
O systhema de irrigação,
que dará os melhores
resultados, consiste na fundação de grandes reservatorios,
de canaes e de represas nos logares onde forem
admissiveis taes melhoramentos, que levados a effeito,
facilitarão a cultura do arroz nas maiores proporções,
possiveis, cereal que teria a vantagem de supprir a
filta dos outros alimentos nos tempos criticos
Alem disto, nas proximidades desses canaes e
represas, por serem os logares mais frescos, será.
possivel plantar-se enorme quantidade de tuberosas
que permanecerão intactas para os annos de penuria.
. Nos logares, onde o systcma dos grandes açudes
não pode ser utilisado, porque elles se desccccam por
effeito de urna secca prolongada c não mais podem
alimentar os canaes, ha necesidade de s;e recorrer a
123

outro meio de irrigação, por isto creio que as bombas


hão de se tornar necessarias.
As aguas subterraneas estão muito proximas da
superficie da terra algumas vezes.
Em geral, n'essa parte da Parahyba a agua se
encontra em uma profundidade que não passa de
um metro, e a maior profundidade é de I8 a 24 pés

ingiezes.
Sendo as aguas muito abundantes, torna-se
facilimo estabelecer bombas que as elevem a uma altura
sufiiciente para alimentar uma grande superficie de
terra agricola.
Este é um melhoramento que deve attrahir toda
attenção porque prestara immenso serviço; facilite-se
a
creação de uma companhia que se proponha a
installar esse novo systema de irrigação cm todos os
municipios.
À organisão de uma companhia para tal fim se
impõe; os capitalistas acharão, assim, um modo feliz
de empregar seus capitaes, que lhes renderão notavel
dividendo, e que será de uma real utilidade.
A creação é depois 'da agricultura, o principal
recurso do sertão', e se acha arruinada actualmente
pela secca e pelas differentes doenças que devastam
os rebanhos.

Qual é a origem da maior parte d'essas doenças?


Poucos vaqueiros e pastores serão capazes de nos
responder a esta pergunta.
diversos animaes mortos
Depois de ter examinado
e doentes, depois de ter procedido a um minucioso
exame das aguas onde bebe uma multidão de animaes
de toda a especie e depois de haver estudado os usos

c costumes dos criadores, comprehendi rapidamente


124 A PARAHYBA

qual era a causa da epidemia que ordinariamente arruina


a criação.
Eis aqui enumerados os principaes factores das
molestias, são :

l.° A má condição em que é criado o gado, que


achando-se algumas vezes, pela falta de hygiene,
levemente doente, é abandonado sem tratamento,
resultando d'ahi, tornar-se a doença perigosa e contagiosa
aos gados de bôa saude.
2. ° O camponez tem o mau habito, quando morre
um boi, mesmo de molestia pestilencial, de tirar o
couro e deixar o corpo apodrecer sobre a terra, empes
tando com suas exhalações o ar.
3. ° As aguas dos bebedouros são realmente
contaminadas, pelo purin de bichos de toda especie que
corrompendo-as as tornam, por assim dizer, pestilenciaes.
4. ° A comida do gado em tempo de secca é
mui pouco sadia, e é geralmente sabido, que o
alimento que se acha em maior quantidade é um cactaceo,
conhecido pelo nome de mandacaru, em que se encontra
um acido que tem a propriedade, por seu uso continuado,
de destruir os intestinos.
Ha, ainda, outras causas a reunir a estas, mas
limito-me ás principaes e a expor os meios de as
combater.
Adoecendo um animal, deve ser immediamente
separado dos outros.
Urge chamar in-continente uma pessoa competente
que conheça a molestia e prescreva um tratamento, e,
sendo contagiosa, ordene o abatimento do animal.
Para este nos grandes centros de criação
fim,
como, por exemplo, nos municipios do Monteiro, S.
João do Cariry, deve ser creadoum logar de veterinario,
que deverá ter a seu cargo as obrigações que se
seguem :
A PARAHYBA 125

1. » Fazer apolicia hygienica do municipio, vigiando


o saneamento dos bebedouros;
2. a Obrigar
proprietarios a observancia do
os
regulamento hygienico que for estabelecido, promovendo
a inhumação dos animaes mortos nos campos, os
<juaes devem ser enterrados a grande profundeza,
porque a sua putrefacção ao ar livre expõe zonas inteiras
á peste geral ;

Propagar a cultura de vegetaes proprios para


3. a

alimentação dos gados, como bambu, que é uma


especie de taquara originaria das indias e mais semelhante
a taboca, somente com a differença de não ter espinhos

e de resistir as grandes seccas ;

4. a Promover e fiscalisar todos os melhoramentos


agricolas, fazer conferencias que ensinem aos camponezes
os principios e regras indispensaveis ao agricultor e

criador, e tratar do aperfeiçoamento da criação de


animaes de raça, pois que, como se sabe, as raças
não existem por si mesma, e uma vez abandonadas,
degeneram.
Cumpre, sobretudo, fazer convencer aos fazendeiros
que vale mais ter 50 vaccas bem tratadas e em bom
tstado de saude. do que 100 em más condições.
Terminarei esta segunda parte, aconselhando a

introducção no Estado da Parahyba, principalmente


nos municipios do interior que são os mais flagellados
pela secca, do— Tamai-Caspi— arvore que cresce no
Perú no departamento de Loreto, perto da cidade de
Moyabamba.
Esta arvore absorve e condensa com uma admiravel
rapidez a humidade da athmosphera e a agua cahe
constantemente de seus galhos e de seu tronco, sendo
t2o constante este facto, que o terreno ao redor
converte-se em pantano.
126 A PARAHYBA

E' de, notar que é quando os rios


justamente
estão de váu, que esta arvore produz mais chuva.
A introducção do— Tamai-Caspi— seria de grande
vantagem e de maior utilidade para a plantação de
capim, que cresce perfeitamente nessas condições.
PARTE III
Industria
Industrie ct conuncrce sont le lait dcs nations. (Sully)
O desenvolvimento da industria extractiva e fabril
será a consequencia de todas as descobertas mineraes
e dos melhoramentos cuja necessidade assignalámos.
Em materia industrial desejarei tambem que o
Estado tenha vias de communicação mais praticaveis0
onde se possa estabelecer nm systema de tracção, o
que seria facilimo de fazer, adoptando a segunda medida
que vou propor e submetter ao exame do mui digno
Presidente.
Proponho a S. Exc.a utilisar-se do systema que
está em vigor em França desde muitos annos e que
tem dado magnifico resultado.
Em França, desde mais de 50 annos, ha grandes
estradas nacionaes, departamentaes e municipaes, onde
podem circular grandes carroças, velocipedes e auto

moveis com toda facilidade.


O serviço, que se acha debaixo da jurisdicção
do Ministro das Obras Publicas para as estradas
nacionaes dos Prefeitos para os rios departameutaes
e
e municipaes, c administrado pelos engenheiros de
pontes e calçadas, inspectores de estradas e terra-plena-
dores em chefe, que são encarregados dos concertos
das estradas, e todo o cidadão francez, que attinge a
maioridade, é obrigado a prestar todos os annos, 3
dias de trabalho no serviço das vias de communicação,
ou a pagar um imposto correspondente ás diarias de
A PARAHYBA 127

um trabalhador. Aqui, que as distancias são maiores e-


mais difficeis de vencer, parece que deveria ser adoptado
este systema.
E' esta
medida mais importante,
a que na
impossibilidade de estabelecer linhas ferreas se poderá
tornar em favor da industria no sentido de utilisar as
riquesas inorganicas e organicas que encerra o sertão.
Somente dispondo-se de vias de communicação
em bom estado se poderá transportar lapidamente e
com pouco frete os productos do interior.
Quanto a outras industrias, julgo conveniente
deixal-as á iniciativa individual o cuidado de desenvol-
vel-as, apenas favorecendo-as com a despensa de
impostos.
E' conveniente expenderas razões que fundamentam
este modo de 'pensar.
Uma industria extractiva, ou fabril directamente
protegida pelo Estado, é uma industria regulamentada,
sem liberdade de acção e de especulação; é a negação
da individual, é por consequencia, a morte do
iniciativa
movimento regulador da industria, o que é, economica
mente falando, equivalente a falta de industria.
O Estado, que para proteger uma industria lhe
adianta dinheiro ou garante os juros do Capital
empregado, tem o direito de dizer ao industrial :— Sua
acção é limitada a tal e tal ponto, sua liberdade de
trabalho fica circumseripta a taes e taes operações e suas
especulações são limitadas a taes c taes algarismos. Neste
caso, o Estado é o primeiro industrial, e em taes
operações o governo arrisca-se a comprometter a
fortuna publica.
Os peiores resultadosobtidos na Europa foram
sempre os das industrias que tinham sido protegidas
oíficialmente pelo governo, que, quando presta directa-
128 A PARAHYBA

inente o seu concurso, destroe o equilibrio da

concurrencia geral sem que para isto traga vantagem


real para as industrias protegidas.

Como industria nova grande importancia


e de
assignalarei em primeiro logar a que se pode estabelecer
no Municipio do Monteiro.
O Monteiro que rico em mineraes, offerece a
é
facilidade de estabelecer a industria minerea extractiva
■e metallurgica, uma vez que possue enorme quantidade
de minerio de ferro, cobre e chumbo que daráo
excellentes resultados, graças a facilidade com que se
pode adquerir o combustivel.
Abundando alli terrenos carboniferos, que posso
affirmar serem de grande riqueza, é impossivel encontra-se
um logar mais favorecido pela natureza para o
estabelecimento de fundicçôes e usinas manufacturaras.
Ahi existem minerio de ferro de 60 a 90% de
metal, minerio de cobre de 40 a 60% em galerias muito
ricas.
Porque é que nao utilisamos esses mineraes?
N'isto empregarâoos capitalistas seus capitaes
•coro segurança e verâo em pouco tempo darem excellente
resultado.
Deixando este assumpto passo a occupar-me das
>materias organicas, que sao utilisaveis na industria.
O bicha da sêda, que abunda consideravelmente
no Monteiro e que tenho denominado— bom-bix
brasiliensis — é de uma grossura descommunal ; tenho
uma quantidade de casulos, que ponho a disposiçâo
•das pessoas que desejarem conhecer o principal factor
■da industria da seda.

Proseguindo, trago ao conhecimento dos tintureiros


•e fabricantes de productos chimicos, a bôa e enorme
A PARAHYBA 129

quantidade de cochonilha, que se acha no cactus opontia


vulgarmente chamado palmatoria.
Em relação a cochonilha, cumpre dizer que são
elevados os seus preços nos mercados da Europa.
Um outro insecto, que merece attenção, é a
formiga da cêra que tenho chamado formiga cerifera.
Essa formiga é um insecto preto, que installando-se
sobre os ramos de algumas arvores, as envolve n'uma
capa de cêra branca que se acha misturada de pequenos
pontos encarnado escuros muito facil destruir reduzir
e
a uma completa alvura tratando-se a cêra com o acido
sulphurico.
Estes trez insectos que constituem uma grande
riqueza ignorada do do industrial e do
camponez,
commerciante, hão de tornar-se no futuro (principalmente
os dous primeiros) de um aproveitamento consideravel.
Uma outra industria que daria os melhores
lã,

resultados, seria a industria da que completamente


é

ignorada no sertão.
dos carneiros totalmente perdida, quando

A

poderia ter uma applicação muito util na paiz uma


e

grande sahida para Europa.


a

industria o commercio da têm feito



A

riqueza prosperidade de muitas nações.


e

Republica Argentina, se bem que de uma


A

extenção territorial muitas vezes .menor que Brazil,


o

não possuc menos de 95 milhões de carneiros que


sustentam todas as industrias n'um progresso animador.
Uruguay que antigamente foi uma das provincias
O

do Imperio hoje Republica, possue milhões de carneiros


de boa especie, um dos paizes em que commercio
o
e
é
da

tem maior importancia, pode-se dizer que se


ivo fosse desenvolvimento d'este commercio teria;


o

padecido os maiores embaraços financeiros.


130 A PARAHYBA

Os Estados Unidos da Columbia que gozam de

uma temperatura tropical, igual ou superior á nossa,


nao foram extranhos a esse movimento progressists,
tanto que depois de enormes esforços chegaram a
adquirir alguns milhôes de ovelhas da melhor raça,
obtidas em parte na Inglaterra a preço dos maiores
sacrificios pecuniarios.
A França com seus 20 milhôes de gado lanigero
de que ella mesma producto chegou a um
tece o
resultado tâo brilhante, que, disse um escriptor, se pode
comparar os resultados obtidos pela culturada beterraba
e da uva.
Ha tambem uma industria que seria digna de

tentar os espiritos emprehendedores e audazes : é o

estabelecimento no sertâo de uma fabrica de tecidos


onde se manufaturassem o algodâo e a la.
Estamos certos dequeum emprehendimento deste
genero seria coroado de successo, attendendo a que
o fabricante teria a materia prima nas melhores condiçôes
e a que no trabalho do algodâo teria duplo lucro,
obtendo por pequeno preço o caroço do qual podia
tirar muito bom resultado com a extracçâo do azeite.
Passo a tratar agora das plantas, como o anil, a
baunilha, a canella, a amendoa e o lupulo que tem sua
applicaçâo na industria e no commercio.
A anileira indigo fera tictoria é originada das
Indias, mas desde muito é naturalisada no Brazil onde
foi cultivada pela primeira vez no Rio de Janeiro,
em 1770.
Esta planta é propria das zonas intertropicaes,
onde cresce com grande facilidade e já ella gosou de
uma grande consideraçâo na industria brazileira; mas
acubiça dos exportadores que falsificavam os productos,
determinou que os compradores deixassem de a
131

comprar, ficando desta forma perdida essa fonte de


riqueza.
A baunilha -yanilla— aromatica— é um dos pro-
ductos vegetaes que obtem um dos mais altos preços,
e é uma das melhores culturas que se podia fazer na
região dos grandes mattos ; a baunilha, conhecida pelos
Brazileiros com o nome de fava de cheiro, é uma
planta indigena do Brazil, onde cresce expontaneamente
nos Estados de Amazonas, Maranhão, Piauhy, Matto
Grosso, Goyaz e Bahia; encontrei-a neste Estado,— no
Municipio de Areia e no de Pernambuco, ella cresce
perfeitamente na serra de Ororubá e perto do Bonito.
Sua cultura é de grande como vou
vantagem,
provar com os seguintes algarismos: a baunilha vale
em França chegada a Bordéos, de 60 a 80 francos o

kilogramma, o que faz uma quantidade de 15 kilog.


valer f. 900 a 1200, quando o mesmo peso de café
vale 12 francos no mercado do Havre.
E ainda mesmo admittindo-se que a despesa feita
para o cultivo e transporte fosse cem vezes mais
elevada do que a feita com o café, ella offerece ainda
um lucro superior.

Esta producto encontra sua principal sahida em


Trança, o paiz que mais consome a baunilha.
A Canella cinamonum zeilanicum é uma arvore
originaria da Ilha de Ceylão, que attinge a uma altura
de 6 a 7 metros, medindo o tronco de 30 a 32 centimetros.

Seria util emprehender sua cultura; seu producto


tem uma multidão de applicações uma grande sahida
e

na Europa, onde é principalmente usada na arte


culinaria.
O Gira-sol, que todo o mundo conhece, é uma
•das plantas, cuja cultura seria muito util no sertão.
132

Para demonstrar sua utilidade, vou descrever seus


multiplos empregos.
l.° As flores offerecem ás abelhas a melhor
substancia que podem encontrar para a fabricação do
mel e da cêra;
2.° As petalas de suas flores são muito procuradas
pelos tintureiros ;
3.° A semente dá um excellente azeite que produz
cerca de 50% de resultado. Esse oleo é muito bom
para o uso das cosinhas, e para a illuminação, e
constitue uma excellente alimentação ;
4° As folhas podem ser utilisadas como
ferruginoso, sendo um alimento substancial para os
animaes ;

5.° A queimação do tronco produz cinzas que


contem \% de potassa, quando nas madeiras communs
se acha apenas um decimo por cento.
Eis ahi as utilisações que se podem tirar dessa
planta que tem sua applicação na agricultura, na

saboaria, na fabricação de oleo e na creação do gado.


Penso que achando-se plenamente demonstrada
a utilidade desta planta, os agricultores e criadores
farão as necessarias deligencias para cultival-a.
O amendoim ou arachide — arachis hypogras deve
ter no Brasil melhor cultura, principalmente nos Estados
do norte, que como a Parahyba, não a exportam, sendo
entretanto originaria d'esta terra.
E inexplicavel, que, em logar de ser cultivada na
sua terra de origem, o é no Senegal, na Algeria na
Cochichina e no Annan, ou para melhor dizer em
todas as colonias francezas da Africa e da Asia.
E' a França que consome mais amendoim, do>
que se extrahe um azeite excellente que tem numerosas,
applicações.
A PARAHYBA 133

A plantação do amendoim, se torna necessaria e


constitue uma grande riqueza que fornecerá ao lavrador
e ao exportador enormes vantagens; terminarei este
mediocre fazendo conhecer
trabalho, qual seria a
importancia do amanho do lupulo.
O Lupulo— lupus-humulus da familia synchlandu
da terceira ordem das plantas das venenoseas (venoseo)
da classe ortigas (Urticaria) se aclima tão facilmente
no Brazilque creio, que sua introducção nos Estados
do Norte seria muito proveitosa em rasão de enorme
gasto que delle se faz na fabricação da cerveja, que é

consumida em grande quantidade todo o Brazil.


em
Além disto pode-se empregar como planta textil
na fabricação da fazenda grossa, mas de bôa qualidade.

E' pois patente a utilidade da cultura do lupulo,


quer para a fabricação da cerveja, quer para a dos
tecidos; e assim aconselho com insistencia sua
introducção no Estado e creio que se encontrarão
sementes em S. Paulo e no Rio Grande do Sul.
Vou terminar, dizendo ainda uma vez que sem
agricultura não ha grandes nações; que de todas as
industrias é ella a que fornece mais materias primas
para os objectos que são de primeira necessidade ao
homem.
O Governo proteja a agricultura e protejará desta
sorte todos os outros ramos da industria.

Julio Destord.
*

CARTA do Engenheiro Paulino Lopes da Cruz,


confirmando os estudos do Engenheiro Julio Destord,
sobre riquesas mineralogicas do Estado.
Illm. Exm Sr. Dr. Gama e Mel:o— Tendo sido.
134 A PARAHYBA

encarregado no Rio de Janeiro por alguns capitalistas


de verificar a exactidão das informações publicadas
pelo Sr. Julio Destord, relativamente ás jazidas minera
logicas do Municipio de Alagoa do Monteiro d'esse
Estado, era do meu dever antes de iniciar tal verificação
ir essa Capital receber as ordens de V. Exc., para o
a

que trouxe do Rio as inclusas cartas de apresentação


para V. Exc.; mas, residindo n'csta cidade, lugar mais
proximo do Monteiro, resolvi ir primeiro executar as
ordens que recebi, impondo-me logo o dever de prestar
tambem a V. Exc. contas do resultado do meu trabalho:
São, com effeito, exactas as informações do Sr. Destord
quanto a existencia das jazidas d^ carvão, cobre e
cristal de rocha, mais não se pode ainda julgar do valor
dessas jazidas, pois os estudos até agora feitos são
deficientes e só depois de uma pequena installação de
exploração se poderá julgar da potencia das jazidas.
Pelo estudo geral que fiz do terreno e pelo sua
formação geologica presumo que toda a bacia do
Parahyba seja muito rica em mineralogia.
ParaRio de Janeiro remetti as amostras que
o
pude colher e um relatorio minucioso de tudo o que
vi e estudei ; n'esse relatorio insisto com os referidos
capitalistas para mandarem fazer a installação para
estudos mais regulares e profundos.
D'esse relatorio tenho uma copia assim como a
planta de loJa a bacia do Parahyba que levantei, que
peço permissão para opportunamente offerecer a V.
Exc.
Pelo estudo que fiz, si bem que rapido, pude
verificar a existencia de muitas inexactidões, na carta
d'esse Estado e na do Estado de Pernambuco re'ati-
vamente ás posições geographicas d'alguns lugares.
Pessoalmente poderei prestar a V. Exc. mais
A PARAHYBA

amplas informações, para o que desde já me ponho


inteiramente as suas ordens.
Desejando a V. Exc. o goso da mais perfeita saúde
rogo que acceite os protestos de minha mais alta
estima e consideração e peço permissão para assignar-me,
De V. Exc. att.° Ven.^or Cr.° Obr.°

Paulino Lopes da Cruz.


• *

RcLATORlO sobre minas da Parahyba, pelo


Dr. Paulino Lopes da Cruz, Engenheiro Civil, cm
confirmação de sua carta supra.
Ill.mo Sr. Commendador Carlos Wigga. — Tendo
sido por vós encarregado de verificar a exactidão das
informações publicadas pelo Sr. Julio Destord relativa
mente as jazidas mineralogicas do Municipio de Alagôa
do Monteiro do Estado da Parahyba, cumpro um dever
apresentando-vos esta breve noticia.
Dois são os pontos da Estrada de Ferro Central
de Pernambuco mais proximos da Cidade de
Alagôa
do Monteiro. O 1.° Cavallo-Morto situado no k.
é
204 e o 2.° é Caianninha no k. 222 da mencionada
ferro-via.

l.° CAVALLO-MORTO

Desse lugar que se acha na altitude de 540 m.


e distante kilometros da povoação de Bello Jardim,
9
futura estação da Estrada Central, segue na direcção
N. O. a estrada do Monteiro. No k. 1 1 e na altitude
de 740,m atravessa a garganta da Serra de Agua Branca.

Entre esse ponto e o pé da Serra do Acahy no k. 34


o terreno apresenta onduiações cujas altitudes varião
136 A PARAHYBA

entre as cotas 740,m, 720,m, 700,m e 690." Sobre a


Serra do Acahy no k. 35 e na altitude de 1010,m está-
situada a pequena, mas prospera povoaçâo de Poçâo.
No k. 50 attinge a estrada a cota de 1060,m; esse
ponto que é denominado Serra do Jacurutù marca ar
divisâo das aguas dos rios Ipojuca, Capibaribe e
Parahyba e ao mesmo tempo é ponto da linha de
limites entre os Estados de Pernambuco e da Parahyba
do Norte. Dessc ponto começa o terreno a descer até
o Rio Sipo ; o terreno sobe insensivelmente até a
Cidade do Monteiro que está no k. 120 e na altitude
de 640,m Pelo exame do perfil do terreno vè-se que é
inutil qualquer tentativa no intuito de construir-se, na
direcçâo dessa estrada, uma estrada de ferro economica.

2.0 CAIANNINHA

Da Cidade do Monteiro seguindo para a Serra


Branca, o terreno é facil, pouco ondulado, variando as
cotas de 640,m, 660,"', 680,m e sendo a distancia de
21 kilometros.
De Serra Branca dirigi-me para Cacimba de Cima
que está situada S. O. da Serra Branca, distante desta
29 ks. e 22 ks. do Monteiro. As cotas do terreno entre
Serra Branca e Cacimba de Cima variâo entre 680,m
e 710,'".
De Cacimba de Cima, que pode ser considerado
centro dos terrenos mineralogicos da parte N. O. e S.
O. do Monteiro, parti seguindo a estrada que se dirige
para estaçâo de Sanharó da Estrada Central.
Sanharó está no k. 216 da Estrada Central e dista
de Cacimba de Cima 136 ks. Pelo exame do perfil
da estrada entre Sanharó e Cacimba de Cima vê-se
quao facil é o treçado de uma ferro-via entre aquelles
A PARAHY8A 137

pontos, as cotas do terreno varião entre 650 e 880


metros. Todos os pontos culminantes podem ser
transpostos com rampas e contrarampas que não
excederão de 2 1/2, notando-se ainda que todos os
pontos elevados podem ser, os contornados dando-se
a linha maior desenvolvimento, ou transpostos collocan-
do-se á linha a meia encosta em altura conveniente
para diminuir-se o movimento de terras. As condições
technicas do traçado são tão favoraveis que posso
affirmar que a construcção dessa estrada não attingirá
a 30:000$000 por kilometro.
Tendo essa estrada de servir aos sertões dos
Estados de Pernambuco, da Parahyba e do Ceará, com
certesa o seu rendimento dará francamente para o
custeio, um simples golpe de vista lançado sobre a
carta geral da Republica vos convencerá do que
assevero.
Estendendo-se, porém, a jazida de carvão até S.
Thomé, o
traçado natural é o valle do Parahyba,
porque ter-se-há de construir somente um trecho de
estrada de ferro de cerca de 70 ks. em terreno facil
para ligar Thomé a Campina Grande, uma vez que
S.
a companhia da Estrada de Ferro Conde d'Eu, que
tem o trafego aberto até o Pilar e Mulungú, queira de

qualquer destes pontos, estender a linha até Campina


Grande.
A sahida dos productos mineralogicos pelo valle
do Parahyba apresenta tripla vantagem : 1 .° a construcção
de um treciio menor de estrada de ferro, 2.° um
percurso Estrada da Conde d'Eu menor que na
na
Central de Pernambuco, e 3.° finalmente, a isensão de
impostos de importação e de exportação que naturalmente
serão creados pelos Estados de Pernambuco c da
Parahyba.
138 A PARAHYBA

Toda zona que percorri é fertil e excellente para


a
a creaçâo, cortada em todas as direcçôes por grande
numero de riachos, corregos e nos que, infelizmente,
por se acharemmuito proximos de suas respectivas
origens, seccâo durante a estaçâo do verâo, tornando
impossivel o trabalho agricola e difficultando a industria
pastoril.
Esse inconveniente desappareceria se os criadores
e proprietarios comprehendessem a necessidade da

construcçâo de açudes e reprezas, servíço esse facil,


economico ede grande resultado, porquanto encontrase
a cada passo grandes bacias com estreitas sahidas, que
podem facilmente ser tomadas com paredes de terra
ou de pedras, constituindo assim verdadeiros lagos
extensos e profundos.
O viajor que contempla aquella zona, por pouco
que tenha o espirito observador, admira a previdente
nntureza que a todo instante indica ao homem, mesmo
ao mais ignorante, os meios de melhorar e transformar
os seus terrenos, collocando-o assim ao abrigo das
eventualidades da secca, afugentando a miseria e a
fome que constantemente lhe bate a porta devido a sua
indolencia.
Os governos dos Estados que, em geral desco-
nhecem o interior de seus
Estados, procederiâo com
patriotismo se mandassem commissôes techmcas estudar
a zona do sertâo sob o triplo ponto de vista agricola,
mineralogico e topographico ; indicando nos respectivos
mappas os pontos onde existem jazidas mineralogicas
importantes, aquelles onde podem ser construidos com
facilidade acudes e finalmente aquelles que mais
facilmente possam ser ligados ao centro por bôas
estradas de rodagem ou de ferro.
Todos esses dados sendo consignados nos mappas
A PARAHYBA 139

dos Estados servirão, senão no presente ao menos no


futuro, incentivo para dispertar a attenção do
de
proprio governo ou dos capitalistas, estimulando-os á
exploração ou á organisação de companhias que
desenvolvendo a industria n'aquella zona, transformem
a miseria e a pobresa, que actualmente alli existem, em:

riquezas que concorrerão para o


engrandecimento
geral do Paiz e para o bem estar da população. Feitas,
estas considerações, vou passar a parte mineralogica.
Antes de fazer a descripção dos terrenos minera
logicos do Monteiro, farei algumas considerações geraes
sobre a formação geologica dos terrenos de que se
compõe a crosta terrestre, afim de, comparando-as com
a formação dos terrenos do Monteiro, poder melhor
classificar esses terrenos:
A successão
dos periodos geologicos produsiram
na formação da crosta terrestre tres series de factos
distinctos : 1.° os depositos por sedementação; 2.° as
emissões de rochas igneas: 3.° sublevações ou oscil-
iiações da crosta do golbo. A crosta terreste é por
este motivo composla de rochas que pertencem a
origem sedimentaria ou eruptiva. As rochas eruptivas
se apresentão sob a forma de massas e de dykes
injectados de baixo para cima ou de escoamentos
superficiaes ; são em estado cristalino, como toda
substanciafundida e resfriada lentamente.
O caracter distinctivo e especial dos terrenos de
sedimento é a stractificação, isto é, a divisão em
camadas.

Essa stratificação é um facto inherente áorigem


dos depositos sedimentarios porque um deposito
formado nas aguas, quer por precipitação mechanica
quer por precipitação chimica, deve se fazer necessa
riamente por kitos successivos, parallelos e horisontaes
140 A PARAHYBA

O parallelismo e a honrisontalidade das camadas dos


depositos sedimentados nem sempre são perfeitos,
apresentão dislocações devidas ás sublevações e oscil-
lações posteriores da crosta terrestre.
Os terrenos sedimentados se subdividem em
terrenos de transição, secundados, terciarios e alluviões.
Somente farei uma rapida descripção dos primeiros. A
serie dos terrenos de transicção, que comprehende o
terreno carbonifero e todos os terrenos inferiores até

os primitivos, é composta de schistes, de rochas de

aggregação e cristalinos. Esses terrenos


de calcareos
apresentão quatro subvisões: o terreno carbonifero, e
os terrenos de transição superior, medio e inferior.
O terreno cabornifero é formado de dois andares:
o superior que se compõe de camadas alternadas de
grés e de schistes com camadas interealladas de hulha
e de ferro carbonatado ; e o andar inferior
fragmentos
que se compõe ds calcareo arbonifero e grés contendo
camadas de hulha.
Os mineraes e rochas uteis, que se encontram
n'esses terrenos, são hulha, schistes betuminosos, ferro
carbonatado, phosphato de cal e anthracites.
O terreno de transição superior ou Devoniano,
se compõe de grés vermelho e anthtacito.
As rochas e mineraes
uteis |encontrcdos neste
terreno, são: graphito, marmore, chumbo e anthracito.
O terreno de transição medio ou Seluviano compõe-se
de calcareo e schistes ardosiferos e de grés quartzifero.
As rochas e mineraes uteis, d'este terreno, são:
marmoies, pedra de amolar, ferro, manganez, cobre,
chumbo, prata e arsénico.
Finalmente o terreno detransição inferior ou
Cambriano se compõe de calcareo compacto, e dos
A PARAHYBA 141

schistes aigilosos. Os mineraes uteis d'este terrenos,


são: ardosias, gesos, cimentos, ferro e cobre.
Feitas estas ligeiras considerações, vou passar a
descripção dos terrenos do Monteiro.— A bacia que
constitue as nascenças do rio Parahyba é formada ao
S. e S. E. pela cordilheira do Acahy, a S. O. pela
cordilheira do Ororubá, a O. pelas serras da Tapagem
e Jabitacá da mesma cordilheira, á N. N. O. e N. E. pela

serra do Pendurão e a Este pelo ramo da cordilheira


do Acahy que partindo do lugar denominado Cacim-
binha se dirige para S. Thomé, formando ahi com o
prolongamento do Pendurão a passagem do rio Parahyba.
E' nessa bacia que estão coliocadas as jazidas
mineralogicas do Monteiro.
O aspecto d'essa bacia é ondulado apresentando
alguns pontos elevados, taes como a Serra Branca, a
do Fogo, a do Salgado e etc. O terreno é composto
em geral, de argilla silicosa de côr vermelha coberta
em quasi toda a sua superficie de fragmentos de rochas

cristalinas : granitos quartzos, quartzitos, feldspathos,


mica, schistes, grés e silex. Os schistes os grcs antra-
ciferos, os calcareos e o feirj carbonatado são muito
abundantes. Estas rochas e as ondulações do terreno,
que se dirigem de preferencia de S. E., para N. E.
caracterisam perfeitamente os terrenos de transição com
todas as suas quatro subdivisões.
O quartzo, o quartziío o feldspatho, a mica o
schistes e outras rochas igneas attestão ter sido aquella
zona sujeita a grandes convulsões e até á acção
vulcanica, como demonstra a formação da Serra Branca

SERRA BRANCA

A Serra Branca é isolada, mede 810 metros acima


do mar e 120,m acima dos terrenos visinhos; dirige-se
142 A PARAHYBA

de S. E. para N. E. E' formada de argilla vermelha côr


de sangue coagulado e coberta em sua
arterial
superficie de fragmentos de quartzo, Iieolino, quartzito,
silex e granitos.
E' cortada pelos lados de O. E. e N. E. pelo rio
Parahyba. O seu vertice é formado por um enorme
veio de quartzo, com 1000 metros mais ou menos de
comprimento, 10,m de altura media, 80,m de largura na

base e 10,m de largura na parte superior. Essa coroa,


d'uma alvura deslumbrante, constitue um verdadeiro e
colossal grupo de cristaes de rocha.
O todo é formado pelo quartzito (amostras ns.
1, 2, 3) cortado longitudinal e transversalmente por
veias de cristal heolino (amostras ns. 4, 5, 6, 7, 8, 9 e
10) desde o menos puro até o mais liquido. Encontra-se
nas veias, especialmente do lado do Poente, cristaes
coloridos em verde e amarello (amostras ns. 4 bis e
9 bis.)
O cristal de n.isolado na encosta
11 encontrei
da serra, não tendo podido encontrar outros, apezar
de ter feito municiosas pesquizas.
Todos os materiaes existentes na caixa n. 12
foram encontrados nas encostas da serra; esses
materiaes que existem em quantidade prodigiosa, são
destacados da crista da serra e carregados pelas aguas.
Com a forma e dimensão do da amostra n. 8,
não encontrei mais puro. Os materiaes ns. 13 e 14
existem espalhados nas encostas, são productos
vulcanicos.
Croquis junto que representa as secções
Pelo
transversal e longitudinal da serra, e pela classificação
que fiz das amostras, podeis facilmente ter uma ideia
clara dj Serra Branca. A secção transversal nos mostra
a forma conica, que é a dos vulcões.
A PARAHYBA 143

Na encosta do lado do Poente mandei abrir um


poço, eis o resultado:
1.° Uma camada de 0,70 de argilla vermelha; 2.*
uma camada 0,60 de seixos entremeiados de cristaes
pequenos, de cores branca, amarella, verde, translucidos
e vermelhos, approximando-se muito dos rubis da
classe das spnellas, amostras n. 14 bis; 3.° ainda uma
camada de 0,30 da referida argilla vermelha; 4.° uma
camada de 1,20in de granito em completo estado de
desaggregação, isto redusido a estado de areia, onde
é,
se vê todos os elementos do granito: o quartzo
redusido, a fcldspatho decomposto e a mica em estado
muito dividido e em grande excesso, 5° finalmente;,
uma camada de granito em decomposição, mas estando
ainda os seus elementos em estado concrecionado.

Considero essa serra digna de ser explorada, por


quanto acredito que se possa com facilidade encontrar
alli o topasio e outras gcmmas aluminosas, os caridons
e outras pedras originarias dos terrenos vulcanicos.

CACIMBA DE CIMA

N'esse lugar encontrei, em grande quantidade o


cristal, colorido em rosca, o feldspatho colorido em rosêa
e vérde, amostras ns. 15, 16 e 17 e tambem as selicatos
de cobre, verde, amarello e vermelho, amostras ns. 18,.
19 e Tambem existe, em grande abundancia, o
20.
feldspatho em principio de decomposição, que é
empregado como parte componente da massa com que
se fabrica a porcellana, amostra n. 25.
Esse feldspatho fundido
produziu a porcellana,.
amostra n. 26. A existencia desses fcldspathos, me
conduz a affirmar a existencia de deposito de kaolins ;
porquanto os kaolins provem da decomposição das.
144 A PARAHYBA

rochas feldspathicas que se transformão em selicatos de


pptassa solluveis n'agua, e em selicato de alumina
básico que constitue o kaolins.
O pegmatite, rocha composta de quartzo e de
feldspatho, é a que produz os mais bellos kaolins.
Commumente se observa, em certas pedreiras transfor
mações successivas do feldspatho transparente, em
feldspatho opaco, e finalmente em kaolins terroso.
Encontra-se tambem cristaes de feldspatho completamente
mudadcs em kaolins.
E' em Cacimba de Cima que passa a veia de
carvão: Pelo lado de S. E. apresenta-se a veia em
Santa Clara, na margem esquerda do riacho SanfAnna ;
seguindo para N. E. passa em Zabelê, na Serra do
Fogo, atravessa a estrada de rodagem no k. 9, apresenta-
se em Cacimba de Cima, no Serrote das Cabaças,
corta de novo a estrada de rodagem a 3 ks. ao S. O.
do Monteiro e segue, conservando mais ou menos a
mesma direcção até S. Thomé.
Foi-me facil acompanhar a direcção da veia
porque nos pontos acima citados a rocha que contem
o carvão apresenta-se a descoberto, e nos pontos
intermediarios encontrão-se constantemente fragmentos
da mesma rocha, amostra n. 21, espalhados pelo sólo,
em mistura com o minerio, amostra n. 22 que é o
carbonato de ferro spathico e lithoide. O ferro carbonato
lithoide mais conhecido pelo nome de ferro carbonatado
das minas de carvão de pedra, se acha principalmente
nos terrenos de gié> carbonifero, e existe tambem nos
terrenos carbonife;o calcareo.
Forma ora camadas delgadas bem regulares, ora
veias dessiminadas na hulha; é co ripado, pardo e
muitas vezes penetrado d'argilla betuminosa e de hulha,
contem phosphato de cal e de ferro, pyritcs e algumas
A PARAHYBA 145

vezes a blenda, minerio do zinco. O ferro spaihico


existe nos terrenos de transição, é branco— amarellado
e cristaliza em prismas rhomboedros ; contem sempre
o carbonato de manganez.
O ferro spathico é conhecido pelo nome de minas
docos, que dão ferro c aço de primeira qualidade. E*
á reunião d'esse mineral e do combustivel em quasi
iodas as bacias carboniferas da Inglaterra que se deve
attribuir o desenvolvimento que tem tido o
grande
fabrico do ferro e do aço n'aquelle paiz. Ninguem
ignora que o aço está representando na industria um
papel cuja importancia augmenta cada dia. E' empregado
na confecção dos trilhos das estradas de ferro, das
bandagens, eixos, rodas e etc. A arte da guerra o
tmprega no fabrico de todas as armas.
A marinha procura substituir as couraças de ferro
pelas de aço que são mais leves, elasticas e tenazes.
As nações pedem pois ao fabrico do aço as machinas
de defeza e de ataque as mais resistentes ; ellas teem,

por conseguinte, um grande interesse em utilizar, no


fabrico do aço, os minerios de ferro de que dispõem.
Não dispondo muitas dellas de minerios de ferro
de bôa qualidade, são obrigadas a empregar no fabrico
do aço processos complicados e dispendiosos que
tomam os productos excessivamente caros. Em face
desta verdadeira revolução que se opéra na industria
metallurgica que tende a substituir o aço ao ferro, não
posso deixar de chamar a vossa attenção para a
existencia, na bacia carbonifera do Parahyba, do minerio
de ferro carbonatado que, dando ferro de primeira
qualidade, é tambem proprio para o fabrico do aço,
que não é sinão um composto de ferro, carbono e

azoto.

Em Santa Clara, Zabelê, Cacimba de Cima e


143 A PARAHYBA

Monteiro estende-se a veia para o Nascente até Cabeça


'do Porco, Limpo Branco e Garapas com largura
aproximada de 6 kilometros.
Para o lado do Poente d'aquelles pontos, assim
como ao Sul de Santa Clara, nao encontrei vestigios
da jazida ; sendo de presumir que o riacho Sant'Anna
marque o extremo sul da veia, e aquelles citados
pontos determinem a linha extrema do Poente.
As amostras que vâo soltas provêm de uma pedra
que encontrei em Zabelê a 0,50 da superficie do solo,
essa pedra pesava mais de 100 kilos.
As amostras de n. 23, foram destacadas das rochas,
chamo a vossa attençâo para a forma cristalina, brilho,
e dureza que apresentâo estes carvôes. Nao tendo
podido fazer grandes escavaçôes e nem dispondo de
meios para sondagens, só posso julgar da importancia
dessa jazida pelos vestigios apparentes, e por elles
estou inclinado a acreditar na existencia de uma enorme
camada de combustiveis mineraes.
Se bem que as amostras colhidas até hoje tenham
sido somente de anthracite e de lingnito é de suppor,
que nas camadas mais profundas se encontre a hulha.
Como sabeis, considera-se como anthracite todos
os combustiveis mineraes que nao dâo coke.
O anthracite é empregado como combustivel
sempre que se tem necessidade de um fogo violento,
por que elle só queima em grande massa, pois a

ausencia do betume e sua forte densidade o tornâo


íTiuito difficil de accender.
O lignito encontrado em Monteiro, pertence como
podeis ver pelas amostras, á variedade compacto-negro
e brilhante que serve para o fabrico de obyectos de
ornamento.
A PARAHYBA 147

A amostra que vos remetto representa parte do


<:aule de uma palmeira.

SERRA DO FOGO

Essa serra merece ser estudada com cuidado;


apresenta ella o mesmo aspecto da Serra Branca quanto
a forma e a natureza da argilla que a constitue, não
apresentando porém, coroa de quartzo.
a Contão os
naturaes que o nome de Serra do Fogo provém de
apresentar ella no vertice em certas epochas a noite
exhalações fogos fatuos. A existencia desses fogos
provam serem aquelles terrenos perytosos. A amostra
n. 24 que é sesquioxido de mangnez foi encontrada
nas proximidades da serra. A veia de carvão atravessa
essa serra, e é esse o ponto mais facil para o estudo
da jazida carbonifera. Antes de concluir a presente
noticia, não posso deixar de vos descrever duas
substancias textis que se encontrão em grande
abundancia naquella zona. E' a Phaloena bombix e o
Esparto (stipa tenacissima).
Phaloena bombix (bicho de sêda). Não obstante a
grande secca que assola actualmente aquellas paragens
e acharem-se por este motivo as arvores completamente
destituidas de folhagens, ainda encontra-se o bombix
em grande quantidade.Durante a estação das chuvas,
quando as aroeiras e bananeiras, alimento principal
do bombix, estão cobertas de folhagens, a quantidade
ê prodigiosa, pode-se até estabelecer-se com vantagem
a industria da sericicultura.
Esparto (stirpe tenacissima) . Nome vulgar crauá.
Planta vivaz muitissimo resistente que cresce nos
terrenos seliciosos. Forma vastas e altas touceiras que
chegam a ter 0,20 de diametro, sustentadas por
-numerosas raizes delgadas, entrançadas e rasteiras. As
A PARAHYBA

hastes são numerosas, rectas, articuladas e crescem a

altura de 1 metro e metro e meio, sustentam folhai


filiformes ou cylindricas, frisadas ou enroladas em seus
bordos. Da base nascem folhas fibrosas, com 0,70,
resistentes que quando verdes, mostrão-se rectas e
abertas, frisando-se tão somente quando entrão a
seccar.
Os terrenos selicosos são-lhe muito proprios, mas
é nos terrenos calcareos que o estipo adquire proprie
dades inestimaveis para o fabrico do papel e tecidos
de todas as qualidades.
Os naturaes empregam essa planta no fabrico
de cordas, que constitue actualmente a sua unica e

exclusiva industria. As hastes arrrancadas ás toneiras


são amarradas em feiches, que tem geralmente 0,15 a
0,20 de diametro, os quaes são levados a seccar para
serem depois mergulhaados n'agua corrente ou dormente
por espaço de um mez.
Feito isto, são os feiches levados de novo ao
sol, para que as folhas não fermentem.
Quando os feixes estão enxutos, são esmagados
ou batidos sobre uma pedra lisa por meio de outra
pedra roliça, ou melhor por meio de um macete de
páu para se obter a filaça com que são fabricadas as
cordas. As folhas depois de enxutas mostrão-se
brancacentas e entrão assim confecção de balaios
na
ou cêstos. As folhas servem tambem na cordoaria, dão
barbante e pannos para Esse vegetal cresct
saccos.
expontaneamente em toda a bacia do Parahyba e é digno
de estudos porque a sua exploração pode constituir
uma grande e lucrativa industria.

CONCLUSÃO
Terminando dir-vos-hei, que, não só pelas provas
149

visiveis e encontrados em Monteiro, Serra


materiaes
Branca, Serra do Fogo, e em Cacimba de Cima, como
tambem peia formação geologica do terreno da bacia
do Parahyba, pode-se presumir a existencia de grandes
jasidas de cobre, [estanho, ferro, prata e ouro, pois
que as grandes veias de cobre encontrão-se geralmente
nos terrenos Seiuvianos, podendo serem encontradas
em intercurrencia com o estanho no Cambriano.
O cobre se acha associado com persistencia ás .

rochas magnezinnas. O quartzo é a rocha matriz do


estanho; encontra-se sempre nas proximidades das
erupções graniticas. A rocha matriz da prata é o calcita.
As alluviões do Rio Parahyba e de quasi todos os
seus afiluentes procedendo de terrenos formados de
mica schistes e de quartzitos granulados, deixão
presumir que se encontre nas areias dessas alluviões
o diamante, o ouro c ctc.
As rochas igneas são, como dissemos, geralmente
cristalinas compostas de diversos mineraes.
e

Esses mineraes são submettidos em suas associa


ções á affinidades e á antipathias que, ora parecem
inherentes a sua natureza e ora parecem resultar do
estado particular do globo em certas epochas.
Essas affinidades e antipathias obedecem a leis
nais ou menos invariaveis, de modo que pela existencia
de uma rocha pode-se, até certo ponto, predizer quaes
os mineraes que ella pode conter. Como exemplo
citarei o quartzo que sendo abundante no granito o é
nuiio menos nos porphyros, é muito raro nos trachytos
e falta completamente nas lavas modernas; a affinidade
do ferro oxidulado e da rocha serpentina, peridoto e
do pyroxnso nos basaltos ; a repulsão do feldspatho c
do peridoto, do amphibolito e àopyroxeno, do
feldspatho
e do amphigeno (granada branca).
150

Este sugerio a Mr. Elie de Beaumont a


facto
publicação do quadro junto que, representando a
distribuição dos corpos simples na natureza, muito
facilita as pesquisas e exploração mineralogicas.
Entre todos os corpos simples actualmente
conhecidos só existem 16 que são mais espalhados
em quantidades maiores na natureza. Esses corpos são
indicados na Ia. columna do quadro pelo signal O.
As rochas vulcanicas actuaes contem 14 mineraes
que são todos, a excepção do titano, contidos na Ia
columna do quadro. O idrogenio, o enxofre, o chloro
e o fluor só excepcionalmente são encontrados nas
io:has vulcanicas actuaes.
As rochas vulcanicas antigas contêm 15 corpos
que são os da coluinna precedente, e mais o phosphoro
que se encontra em estado de phosphato de cal nas
rochas vulcanicas antigas.
A columna contem 30 corpos, entre os quaes
4.»

se acham os elementos das rochas vulcanicas antigas


e das actuaes.
Esses 30 corpos se encontrão nas rochas eruptivas
que são formadas de sclicatos contendo um grande
excesso de bases, por isso são chamadas basicas.
Os corpos que existem em grande abundancia
nas rochas basicas, são em geral os mesmos que
existem nas rochas vulcanicas. Os outros corpos— o
paUadium, o rlwdium, o ruthemum, o irldlum, a platina,
o ouro e etc. são raros.
Os granitos contem corpos, que comprehendem
44
os das rochas basicas, a excepção da platiua, do
rhodiuni, do ruthemum, do iridium, e do osmium, e
mais 17 corpos que não entrão nas rochas basicas.
Os filons e staniferos (6 columna) contem 50
corpos, que comprehendem os dos granitos, menos o
A PARAHYBA

thorium que é extremamente raro, e mais 7 corpos


que não existem nos granitos.
De todas as columnas do quadro esta é a que
contém maior numero de mineraes.
Chama-se jilons staniferos aos filoiis que contém
minerio de estanho, ou os de tungstene ou de tântalo
que acompanham e muitas vezes substituem os minerios
de estanho.Descoberto um filon stanifero tem o
mincralogista o caminho aberto para as descobertas
de todos os metaes preciosos.
Os filons ordinarios (7a columna) que são
caracterisados pela abundancia do baryum, do chumbo
e principalmente da prata, contêm 42 corpos que
comprehendem os dos filons staniferos, menos 13, e
mais corpos.
5
Pelo exame das 6* e 7-1 columnas vê-se que dos
61 corpos contidos no quadro somente 6 deixão de

ser encontrados nos filons de uma e outra especie,


são : o thorium, o ruthenium, o rhodium, o iridium, o
osmium e o azoto, que se acham ordinariamente em
estado nativo e se fixão difficilmente nas combinações
estaveis.
As origens mineraes, 8 columna, contém 24 corpos
que se acham todos, a excepção do azoto, nos filons
ordinarios.
As emanações dos vulcões actuaes, 9 columna,
contém 18 corpos que são os da 8 columna, menos
9, e mais 3, o cobalto, o chumbo e o sclelium que não
entrão nas origens mineraes.
A columna contém 20 corpos que se encontrão
10a

em estado isolado na natureza, isto é, em estado


nativo.
A 11a columna contem corpos, notando-se que
21

15 de:tes se acham entre os l0 corpos que se


.152

encontrão mais abundantemente espalhados na superficie


da terra.
Finalmente columna contém os corpos que
a 12a

entrão na composição dos seres organisados, e que


são precisamente os da 1- columna.
Em vista do exposto, sou de parecer que não
deveis trepidar maior sacrificio para
diante de um
proceder-se estudos
a mais profundos, afim de que se
possa chegar ao conhecimento verdadeiro das riquezas
mineraes que existe cm toda a bacia do Rio Parahyba
do Norte; com um ou mais homens praticos, que
podeis escolher d'entre os muitos que se acham ao
nosso serviço, eu poderei, utilisando-me dos trabalha
dores da localidade, em muito pouco tempo c muito
economicamente conhecer a potencia d'aquellas jazidas.
Eis o que vos posso informar, garaniindo-vos
serem estas informações verdadeiras.
Aguardo as vossas ordens a respeito.
Caruaru, 31 de Janeiro de 1899.

Bacharel Paulino Lopes da Silva,

Engenheiro civil.
* o
w

MEMORIAL- Apresentado ao Ex.m° Sr. Ministro


da Industria, Viação e Obras Publicas sobre a consirucção
de açudes no Estado da Parahyba Norte.
Traiando-se de obras preventivas contra os effeitos
das seccas no Estado da Parahyba ou em cutro
qualquer, não se pode deixar de menciorr.r, em
primeiro plano, a construcção de açudes, que servirão
ordinariamente de base aos systemas de irrigação
exigido para o beneficiamenio do solo, tornando-o
proprio á agricultura c á c:iação. O Dr. André Rebouçac»
A PARAHYBA 153

accentuando a primazia racional desse expediente,


assim se exprime em seu folheto: «.45 seccas nas
provindas do Norte»: «São construcções elementares,
primitivas, executadas desde tempos immemoriaes,
nos paizes em que o homem deu os primeiros passos
na estrada do progresso : no Egypto, na India c na
China?.
E não tem sido outro, embora sem arte, o meio
de que naturalmente se têm servido os nossos sertanejos.
Das (Notas sobre a Parahyba^ do illustrado Dr. Irineu
Joifily, desaudosa memoria, destaco este trecho :

Quem viaja no sertão da Parahyba, principalmente


pelos logares afastados dos. rios, fica tristemente
impressionado por encontrar, a miudo, açudes
arrombados, prova evidente dos vãos esforços de seus
habitantes para deter ou conter em reservatorios o
precioso elemento que tanta falta lhes faz. O rompimento
de um desses diques, ou, conforme linguagem sertaneja,
o estouro de um desses açudes, situado nas cabeceiras
d'um riacho ou rio, occasiena, quasi sempre, o de
todos os mais que existem pela ribeira abaixo; e esse
pequeno diluvio, acarretando com as cercas dos roçados
o seu terreno cultivavel, deixa a bacia de um açude um
aspecto desolador?.
«Convencido de que a multiplicação dos açudes
reformaria o estado physico do sertão, além das grandes
vantagens que traria incontinenti para a criação e

agricultura, iulgamos que o governo commette grave


faltaem não auxiliar ou promover por todos os meios
a sua
construcção com a solidez desejavel».
«Os principaes rios do sertão da Parahyba não
têm açudes ; ninguem ainda ousou reprezar-lhes as
aguas, quando a custo consegue-se deter a dos
riachos ; portanto, um poderoso dique que restabelecesse
154 A PARAHYBA

a continuidade de uma serra, rompida por caudalosa


corrente seria uma obra que por si só mudaria o
aspecto e o clima de uma ribeira ou de grande parte
della.
Assim, o boqueirão de Cabaceiras faria reprezar
o rio Parahyba cinco ou seis leguas, fertilizando
terrenos sufficientes para sustentação, por meio da
agricultura, de muitos milhares de habitantes?.
O Dr. A. Rebouças, no citado trabalho, synthetiza
por esta forma a sua opinião: «Açudar todos os rios
e torrentes para obter que conservem agua ainda mesmo
em dois ou tres annos de secca; construir represas
nas gargantas dos valles, mais apropriados a esta
sorte de construcções, afim de formar inexhaiuiveis
depositos para continuo abastecimento dos rios,
engenhosamente açudados;
Irrigar emfim todas as terras seccas para que
jamais falte a quantidade d'agua nccessai ia á vegetação».
A contrucção de açudes será a primeira providencia
a tomar-se, e o territorio parahybano offerece accidentes
apropriados á realização de tão racional emprehendimento,
como resulta das considerações seguintes :
O systema da Borborems, que abrange todas as
serras do Estado/estendendo-se de nordeste a sudo este,
divide seu solo em duas grandes zonas: a l.s,
comprehendendo as serranias existentes, vae da
directriz d'aquelle systema ao liitoral, tendo por limites
norte e sul respectivamente os Estadas do Rio Grande
do Norte e Pernambuco. A 2.a, partindo da mesma
linha vae á fronteira do Ceará com os mesmos limites,
norte e sul.
Na primeira zona existe uma rede hydrographica,
formada pelos seguintes rios:
\.i O Parahyba do Norte, de 80 leguas de curso,
155

nasce municipio de Alagôa


na serra de Jabitacá, no
do Monteiro, com o nome de Rio do Meio até proximo
á povoação de Santa-Anna do Congo, onde, á direita,
recebe Rio da Serra, e, á esquerda, o Sucurú; passa
o
d'ahi por diante nos logares seguintes : Caraúbas,
Boqueirão, Bodocongó, Natuba, Guapaba, Dons Riachos,
Salgado, Guarita, Itabayanna, Pilar, Itaipú, Espirito
Santo, Batalha, Santa Rita, Cidadã da Parahyba
(capital) e Povoação de Cabcdello.
A' direita são seus affiuentes: o Rio da Serra,
os riachos de Santo Antonio, no municipio de Cabaceiras,
e os de Natuba e Ouapaba, perennes, no municipio
de Umbuzeiro; o rio Una, proximo á povoação do
Itaipú : os rios Tibiry e o Sanhauá, que banha a Capital
do Estado.
A' esquerda
recebe o Taperoá, de 30 leguas de
extensão, que nasce na serra do Teixeira, 'passa pela
povoação do Desterro e villa do Batalhão, tendo como
tributarios os riachos Matinorè, Mucuitú, Santa Rosa
e outros; passa ainda pelas viilas de São João do
, Cariry e para ligar-se ao Parahyba, que na
Cabaceiras,
sua margem esquerda tem ainda como affiuentes: o
Bodocongó, Parahybinha, Cayuarare', e ingá, todos
nascendo no municipio de Campina Grande; oGurinhen,
o Gargaú e diversos riachos.

2.° O Mamanguape, de 30 leguas de curso, nasce


na Lagôa Salgada, municipio de Campina Grande,
passa Alagôa Grande do Paó, pelas
pela Villa de
povoações de Mulungú, Araçagy e São João e pela
cidade de Mamanguape, desaguando no Oceano, 6
leguas além, collecta todas as aguas des Brejos e
tem origens communs com o Araçagy, seu principal
affluente.
155

A' esquerda recebe o Urucú, Mandahã e outros:


e á direita o Zamby, seu principal tributario.
3. ° O Camaratuba, de 15 leguas de curso, nascendo
na Serra da Raiz.
4. ° O Curíniataú, de 50 leguas, nasce no municipio
de Campina Grande e vae ao littoral do Rio Grande
do Norte. No Estado da Parahyba passa a uma legua
da Povoação de Pocinhos, duas da cidade de Bananeiras
passa pela povoação de Caiçara e, quatro leguas abaixo,
deixa a Parahyba, e entra no Rio Grande do Norte.
f>.° O Gitajú, que limita o Estado com o Rio
Grande do Norte, o Gramamc, Abiahy, Miriry e outros
pequenos cursos que se desenvolvem de oeste para
leste.
Ha segunda zona ha tambem uma rede hydrogra-
phica, formada pelo rio Piranhas e seus affiuentes.
Tem elle 40 leguas de extensão na Parahyba, penetrando
depois no Rio Grande do Norte, onde passa pelas
cidades do Assú e Macáo.
A' esquerda recebe o Rio do Peixe, que passa
pela Villa de S. João e cidade de Souza, e Rio de Porcos,
no municipio do Catolé do Rocha.
A' direita tem como tributarios: rio Piancó, que
nasce proximo á Villa de Conceição, passa pela cidade
de Pombal; o rio Espinharas ou Pinháras, passando
pela villa de Patos, e, finalmente, o Seridó, que nasce

na lagoa Quixeré, tambem commum ao Rio Grande


do Norte, com os seus tributarios, Quinturaré, Acauã,
Cupauá e Sabugy.
Não são pois tão exiguas as duas redes

hidrographicas que cobrem o solo da Parahyba, principal


mente a que se desenvolve na sua primeira zona.
Verdade é que esses rios, na sua maioria, não têm

agua permamente; são, na occasião das chuvas, torrentes


A PARAHYBA 157

mais ou menosconsideraveis que tomam, ás vezes,


as proporções e apparencias de rios caudalosos, mas,
que, cessada a chuva, vão pouco a pouco diminuindo
de impetuosidade, baixando o nivel das aguas, até
completa intercepção do curso, ficando apenas aqui e
alli, nas depressões de seus leitos, alguns poços que
se tornam o unico recurso dos logares proximos. São

ravinas e sulcos que no sertão tomando agua na estação


chuvosa, tem o nome de rios e, alguns, de grande
extenção, vão até o mar, dando sahida ás aguas collecta-
das. Em todo caso, é nos seus leitos que se procura a agua,

sendo esta sempre encontrada, mesmo no periodo


das grandes após escavações mais ou menos
seccas,
profundas, o que prova o seu não desapparecimento
do sub-solo desses leitos e, certamente, de suas
adjacencias confoimea natureza do terreno, permanecendo
sob a foima de verdadeiros lençóes subterraneos. Em
taes condições pode ser eila trazida á superficie para
alimentar tanques e mesmo açudes, o que será de
maior vantagem á fertilização do solo circumvisinho,
tornando assim possivel a arborisação da zona sertaneja
do Estado, justamente a mais flagellada pelas seccas.
Portanto, quando por qualquer circumstancia,
cesse a alimentação dos açudes por meio das aguas
de chuva, em outros será ella feita por meio das
aguas subterraneas, trazidas á superfice pela installação
de poços tubulares, accionados por moinhos de vento,
como se pratica nos Estados Unidos.
Diz o Sr. Dr. Antonio Olintho em seu relatorio
ultimamente apresentado ao Sr. ministro da Industria,

Viação e Obras Publicas.


«Em diversos Estados da União multiplic.iram-se
as applicações das aguas subterraneas, não só para
abastecimento de fazendas de criação e de olficinas,
158 A PARAHYBA

como para o abastecimento publico de cidades e de


aldeias e tambem para irrigação dos terrenos seccos.
< Na grande estiagem dos annos de 1897 e 1898,
que assolou o sul e notadamente a Louisiana, teriam
desapparecido as plantações de arroz e criação de
gado, se não fossem os poços que iam sugar as aguas
do sub-solo para trazei as á superficie onde as chuvas
falhavam e os cursos permanentes d'agua minguavam
consideravelmente».
poços artesianos c os tubulares são de tal
<Os
forma communs em todos os Estados da União
Americana, que rara é a localidade onde não se os
veem k
-Quando o nivel hydrostatico dos poços não é
sufficiente para trazer as aguas á superficie, são ellas
extrahidaspor meio de bombas, impulsionadas, ou
por motores a vapor ou por machinas electricas, por
meio do ar comprimido ou finalmente por moinhos
de vento.
Quem percorre as zonas do sul, e do oeste,
principalmente, moinhos de vento
vê, a cada passo,
assignalando a presença de poços. As vezes, são
verdadeiras florestas de moinhos que indicam localidades
percebidas deste longe; outras vezes são moinhos
perdidos em vastas planicies, no meio de arrozaes e
de outrasculturas; ou .finalmente são as azas do
moinho dominando extensos prados, onde o gado
vive e se desenvolve, cercado de verdes pastagens e
de frescura.
Atravessando* as infindas do
planicies quasi
Arizona do New-Mexico e do Taxas, que constituiam
outr'ora o arido «deserto americano» e onde vicejam
hoje pomares, algodoeiros, arrozaes, pastos e grande
cultura de cereaes, que a vista alcança sem limites em
A PARAHYBA 159

todas as direcções do horizonte, tem-se a impressão


de que o moinho de vento é a balisa plantada pela-
civilisação e pelo esforço humano, como um marco
para assignalar a sua conquista na lucta contra a
difficuldade que a natureza, ás vezes, lhes offerece».
Porque não faremos construcções analogas nos
sertões da Parahyba, onde não desapparece a agua,
ccmo já vimos, do sub-solo de seus rios, mesmo na
occasião das seccas?
Não existirão porventura depressões proximas
ás margens desses rios, apropriadas a instalações de
poços accionados por moinhos de vento, paraalimentarem
açudes ahi escavados?
Uma tentativa n'esse sentido, seria sem duvida
de resultados certos.
Sem prejuizo de outras indicações que possão
resultar de futuros estudos, apresentamos os pontos
seguintes, como proprios á construcção de açudes,
que devem recolher aguas pluviaes, no Estado da
Parahyba :

I— O boqueirão de Cabaceiras, no municipio de


Cabaceiras, a 40 leguas do littoral.
II— O boqueirão da Serra do Boqueirão, no
municipio de S. José de Piranhas, a 100 leguas da
Capital.
III— O boqueirão da Serra do Curema, a 90
leguas da Capital, entre a villa do Piancó e a cidade
de Pombal.
IV— O Boqueirão do Brejo das Freiras, a 105
^guas da Capital, no municipio de Souza.
V— Ha ainda excellentes situações nos municipios
de Catolé do Rocha, de Misericordia, proximo á
Povoação de S. Bôa Ventura, e no municipio de
Patos, etc., etc.
160 A PARAHYBA

As quatro primeiras indicações, circumscriptas


a ponios determinados, todos importantissimos, pelas
consequencias beneficas, que trariam á região sertaneja
os açudes ahi realisados, devem especialmente merecer
a attenção do governo.
Esses açudes, de custo relativamente pequeno,
cm vista dos grandes beneficios resultantes, não
importariam em mais de dous mil contos, e transformariam
por completo as condições economicas do Estado,
em proveito da União. Porque não contru!l os syskmatlci
e perseverantemente?
Será crivei perseverar-se rvesse rumo incerto
desde o passado regimen, a respeito de providencias
contra as seccas nos Estados do Norte ? Que vale a

importancia supra, comparada com os dispendios


fabulosos, sem proveito real, sem vestigio efficaz? Por
occasião daseccade 1877 a 1873 dizia o então Ministro
do Imperio em seu relatorio, .apresentado no correr
de 1877; «Elevaram-se as despezas, até a presente data,
a 28.556.1 31 $092
Com a nova secca denovos dispendios
183Q
foram feitos, dizendo o Ministro do Imperio, em seu
relatorio de Novembro, achar-se esgotada a verba
Soccorros-Publicos, elevando-se as despezas a 13 mil
contos l
tudo tem permanecido mais ou menos
Entretanto
como d'antes, e o Estado da Parahyba, o menos
favorecido em todos esses dispendios, continua inerme
na triste espectativa dos horrores de futuras seccas!
E, note-se, que em pouco tempo indemnizaria á

União d'aquella pequena somma, se melhoradas fossem


as suas
condições pela realisação systematica e
-perseverante das providencias indicadas, como é facil
demonstrar pelas considerações seguintes :
A PARAHYBA 161

NaParahyba constituem a zona sertaneja os


municipios de Alagôa do Monteiro, Batalhão, Brejo do
Cruz, Cabaceiras, Catolé do Roclia, Conceição, Cuité, Mi
sericordia, Patos, Piancó, Pombal, Princeza, S. Luzia do
Sabugy, São João do Cariry, S. João do Rio do Peixe,
S.José de Piran/ias, Soledade, Sousa e Teixeira; têm elles
Í98.005 habitantes, digamos 198.000, segundo aSinopse
do Recenseamento de Dezembro de
31 de 1000,
ultimamente publicada, cifra certamente inferior á real.

A alfandega do Estado, actualmente, arrecada, em


media annual, 800 contos de direitos de importação,
para o Thesouro Nacional.
Tem o Estado, 35 Municipios: admita-se que os
19 citados da região sertaneja,- a mais fraca, produsa
na actuaiidade, o terço d squelle imposto, isto é, 255
contos, sendo de 15.000 reis a media annual de
importação por pessoa em nosso paiz, em condições
normaes, segundo o Dr. Rebouças, media hoje muito
mais elevada pelo desenvolvimento dos nossos
rjcursos materiaes, teremos que uma semma superior á

2.070.O00$00O representaria, exclusivamente, cm media


annual, a importação da região sertaneja do Estado.
Ora, como segundo o mesmo engenheiro, 30°/o
dessa importancia correspondem aos direitos eduanei-
ro3, segue-se que, rnr.ualmente, pagaria o sertão da
Parahyba ao Thesouro Federal, de direitos de irrportação,
somma superior a 891 contos. Ad mittindo este minimo
pagaria mais de 625 contos do que actualmente paga,
0 que quer dizer, que se fosse beneficiada essa região
com as obras indicadas, indemnisaria a União da
pequena somma dispendida, em menos de 4 annos l E'
c'aro que taes resultados se fariam reflectir no movimento

economico do resto do Estado e, tedo elle experimentando


162

mais intenso movimento commercial, traria para a

União o augmento de sua receita.


Attenda-se ainda que, ao lado do desenvolvimento
da riqueza do Estado, se evitaria a perda de muitas
vidas victimadas pelas seccas.
A lei fiíderal n.° 1453 de 30 de Dezembro de
1905, art. 14. verba 10.a, dá ao governo a autorização
dos meios para estudos e construcções de açudes,
poços e outras obras nos Estados da Uniãol
Como se vê, é assumpto de que já cogitou o
poder legislativo, certamente, em questão de orçamento,
orientado pelo Executivo.
O que se solicita para o Estado da Parahyba não
é senão ser elle contemplado nos beneficios dessa lei.
Terminando estas ligeiras indicações, exclusiva
mente feitas, quanto á construcção de açudes n'aquelle
Estado, cumpre encarecer como medida de grande
alcance economico, no interesse do Estado e da União,
o prolongamento da Estrada de ferro, 'da cidade de
Campina Grande ao interior da zona sertaneja, man
dando o Governo, desde já proceder aos estudos
desse prolongamento á Villa do Batalhão, segundo a
autorisação que lhe é conferida pelo n.° XIV, do ari.
15 da lei citada.
O desenvolvimento da viação ferrea será medida
complementar das providencias ^contra os effeitos
das seccas.
Rio, 29-6-05
Alvaro Machado.
* *
*

RELATORIO que o Engenheiro de Minas Francisco


Soares Silva Retumba, dirigio ao Ex.mo Sr.
da Dr.

Antonio Herculano de Souza Bandeira, Presidente da

: Parahyba.
A PARAHYBA 163

Cidade de Pombal, 7 de Agosto de 1886.


111.1"0 e Ex.mo Sr.— Em carta de 25 de Fevereiro

•do corrente anno levei ao conhecimento de V. Ехс.я


a resoluçâo em que estava de percorrer o interior desta
provincia, no intuito de examinar os seus recursos e
as suas condiçôes de prosperidade, procedendo, por
-outro lado, a estudos especiaes inherentes á minha
prolissao. Nessa mesma carta offereci-me para acceitar
dessa presidencia qualquer incumbencia, tendo por
fim adquirir informacôes e esclarecimentos a respeito
das localidades onde tivesse de demorar-me.
Dignando-se acceitar meu offerecimento, chamou
V. Exc.a minha attençâo para todo o territorio atra\ cssado
pela serra da Borburema e seus contrafortes, recom-
mendando-me examinasse quaes as producçôes naturaes
facilmente aproveitaveis, qual o systema de cultura
admittido e os aperfeiçoamentos de que fosse susceptivel,
finalmente quaes as riquezas mineraes que consta
abundarem nessa parte da provincia. Especialmente
encarregou-me V. Exc.a de observar tudo quanto hou-
vesse occorrido na comarca de Arêa relativamente
á recente molestia da canna.
Ao mesmo tempo determinou V. Exc.a apresentasse
eu circumstanciado relatorio do resultado de meus
estudos, de modo a servir de base ásprovidencias
que devessem ser tomadas no sentido de minhas
indicaçôes.
Só hoje me é possivel apresentar á V. Exc.a,
nao o relatorio de que acima se trata, mas uma descripçâo
succinta de que até a presente data tenho visto e ob
servado. Aquelle relatorio depende de exame chimico
a que tenho de submetter todos os productos natu
raes e mineraes por mim encontrados e que attingem
\á um numero bastante elevado. Só depois de perfei
16-1 A PARAHYBA

tainente analysadosos p.iineraes, de modo a terse pleno


e exacto conhecimento da qualidade e quantidade da
parte metalica nelles contida ; só depois de calculadas
rigorosamente as despczas indispensaveis para a fundação
de fabricas onde dita parte metalica possa ser devida
mente apurada ; só depois de apanhados os dados
estatisticos necessarios para avaliar-se, mais ou mer.os,
o gráo de capacidade e producção que deverão teras
alludidas fabricas, afim de que o enthusiasmo das
novidades não nos impilla além dos lucros possiveis
e razoaveis; só depois de conscienciosamente reconhe

cida a possibilidade de serem nossos novos productos


naturaes facil e vantajosamente importados pelas
praças consumidoras do estrangeiro; só depois de
minha viagem, que, bem longe de ser limitada aos
pontos por V. Exc. indicados, estender-se-ha a toda a
provincia da Parahyba e aos limites incertos e contestados
da provincia do Rio Grande do Norte; finalmente, só
depois de varios outros trabalhos e estudos, que não
podem actualmente ter lugar em vista do constante
movimento, a que me condemna o insano trabalho de
averiguações, pesquizas e indagações é que, Exm. Sr.,
poderá ser redigido e apresentado o relatorio, que
dignou-se V. Exc. exigir de minhas poucas forças.
A' clle me dedicarei, pois, com afinco; contando
com os recursos que espero em tempo encontrar,
alimento a grata esperança de que me será possível
satisfazer plenamente a todas as condições, a que acabo
de referir-me e que peremptoriamente exige a boa
marcha dos estudos a que estou procedendo.
Tendo .partido da Parahyba no dia 6 de Março
do corrente anno já com a idea fixa de visitar toda a
província, comprehende V. Exc. que não me eraposoivel
dirigir meus trabalhos de accordo com as zonas cm
*•*</#
A PARAHYBA 165

que se acham geralmente divididos os sertões da


Parahiba.
Resolvi, pois, todo o territorio de
atravessar
nascente á poente, limitando-se, em minha vinda,
as observações, que tinha em vista, ás localidades
situadas do lado do norte e contiguas á visinhã
provincia do Rio Grande do Norte, reservando para a
viagem de volta a parte do sul que se limita com a
provincia de Pernambuco.
Este itinerario uma vez fixo, comecei minhas
excursões pela villa da Independencia, seguindo d'ahi
para Gengibre ou Belém, Pilões de Bananeiras, Pilões de

Arêa, Arêa, Alagôa-Grande, Alagôa-Nova, Salgado ou


serra da Caxexa, arredores de Bananeiras, Araruna,
Cuité, Picuhy, Pedra Lavrada, Santa Luzia, Patos e
Pombal, onde presentemente me acho.
Incidentemente e tendo em vista conveniencias de
caminho, ao sahir de Araruna me foi preciso entrar
na provincia do Rio Grande do Norte, da mesma sorte

que, mais tarde, tive de atravessar terras da mesma


provincia na minha ida de Pedra Lavrada para Santa
Luzia. Se faço aqui allusão a esses dois pontos é que
tem isso sua razão de ser e sua importancia, como
mais adiante verá V. Exc.
Para quem da Provincia da Parahyba só conhece a
capital para quem não conhece o sertão, para quem não
estámunido de dados e mappas exactos da provincia, uma
viagem como a que emprehendi, offerece dificuldades
as mais serias, complicações as mais intrincadas.
Sem a menor noção das distancias exactas,
ignorando situação e até mes no a existencia de
a
villas e povoados, sem nenhum conhecimento do povo

com que se vai lidar, confiando cegamente nas infor

mações e nos conselhos de pessoas as mais cstronhas


166 A PARAHYBA

c o viajar nos sertões da Parahyba, quasi posso'dizer


do Brazil inteiro, um constante correr ao encontro do
perigo.
V. Exc., é verdade, procurou remover todos esses
inconvenientes ou grande expedindo
patte delles, já
em meu favor recommendações para o interior da
provincia, já mandando pôr á minha disposição as
cartas geograpiíicas e outras peças officiaes, relativas
ao objecto de minha missão, que fosse possivel
encontrar na secretaria da presidencia.
Parece incrivel, Exm. Sr., mas o facto, a realidade
é que não se pôde obter em parte alguma uma só
carta desta infeliz provincia, que não fosse incompleta
e ainda assim eivada de erros l

Creio que em 1870, mais ou menos, publicou o


Dr. Candido Mendes de Almeida, no Rio de Janeiro,
um atlas do imperio do Brazil. Esta obra, talvez de
resultado satisfactorio para outras provincias deste paiz,
é de todo o ponto insufficienie na parte relativa á
provincia da Parahyba.
Já anteriormente dois engenheiros prussianos os
Srs. Carlos Bless e David Poleman, quando aqui
estiverem no anuo de 1857, intentaram levantar a carta

da provincia; por motivo que ignoro bem cêdo


abandonaram elles o trabalho apenas encetado limi-
tando-se a determinar a posição geographica das cidades
da Parahyba, Mamanguape, Areia e da então villa de

Campina, das villas de Independencia, Alagôa-Nova, S.

João do Cariry, ingá e Pilar, e das freguezias de Santa


Rita, Alagoa-Grande, Serra do Teixeira etc.
Estes poucos elementos vieram servir todavia ao
Dr. Maximiano Lopes Machado, que, natural desta
provincia, e tendo pessoalmente conhecido aos dois
engenheiros referidos, com os quaes até mesmo, creio,
A PARAHYBA 167

viajou no sertão, fez publicar em 1871 um curto


opusculo, destinado á por em evidencia e a corrigir
os erros numerosos que em seu Atlas havia commettido
o já mencionado Dr. Candido Mendes de Almeida.

Para melhor inteiligencia do opusculo, formulou


a largos traços o Dr. Lopes Machado um mappa
topographico da provincia, o qual vem annexo ao
pequeno folheto de que se trata. Ainda assim, porém,
é esse trabalho imperfeito e obscuro, o que não podia
deixar de acontecer, desde que a seu distincto autor
faltavam os instrumentos e os dados scientificos abso
lutamente indispensaveis para o nobre fim que teve em
vista. O Sr. Dr. Lopes Machado traçou, sem duvida, sua
carta de accôrdo com as informações que poude obter
e que lhe pareceram exactas: ellas não o foram sempre,
porém, nem podiam sêl-o, sobretudo na parte relativa ás
posições astronomicas e na que diz respeito ao calculo
das distancias. Tenho tido occasião de observar muitas
vezes, eu, que me acho aliás sobre o terreno, quanto
é difficil de confiamos nas informações dos habitantes
do sertão. Em primeiro lugar, faltam geralmente a todos

noções justas sobre os quatro pontos cardeaes; além


disso, contando elles, quasi todos, as distancias por
légua?, acontece variarem constantemente essas leguas
segundo as localidades que se percorre.
Para uns contém a legua 4,444 metros; para outros
5,500 metros ; muitos a suppõem 6,000 metros, e não
ha de sahir dessa balburdia.
Accresce ainda que essas mesmas leguas são
contadas a pata de cavallo, permitta-se-me a expressão ;

que pôde ter semelhante contagem, desde que


valor
se sabe ser absolutamente impossivel obter-se que
tenham os animaes uma marcha regular nos caminhos
do sertão, cortados quasi sempre por gigantescas serras?
A PARAHYBA

Todas essas medidas não sahem, pois, do— pouco mais


ou menos— do costume; infelizmente as cartas geogra-
phicas, ramo das mathematicas, têm o inconveniente
de serem inimigas do— pouco mais ou menos. D'ahi
a insufficiencia do mappa do Dr. Lopes Machado. A
este distincto parahybano devo, entretanto, render a
homenagem que lhe é devida: faço-o consignando aqui
esta verdade, que, apezar das faltas indicadas, é o seu
mappa o unico que possue a provincia, o que melhor
serve de base a todas as discussões territoriaes,
consultado até mesmo nas relações officiaes.
E' de primeira intuição, Exm. Senhor, que
semelhante estado de cousas deve cessar o mais cedo
possivel.
E' urgente que a provincia da Parahyba tenha
um mappa tcpographico, que seja sério.
Um momento tive a idéa de corrigir, por minha
vez, os erros que contém a carta do Dr. Lopes Machado ;
reconheci, porém, desde os primeiros passos, que um
trabalho dessa natureza, firmado tambem em informações
igualmente peccaria pela insufficiencia de exactidão.
Já não basta emendar; necessario se torna refundir
tudo e apresentar uma obra nova e em seu todo
harmonica.
Volvi minha
attenção para esse ponto, tenho
tomado notas nesse sentido, e espero que me será
permittido algum dia dotar minha provincia naial com
esse grande melhoramento.
A essa questão da carta topographica da Parahyba
prende-se intimamente uma outra de não somenos
importancia: quero referir-me á historia da provincia»
não á sua historia politica, que já me consta existir,
embora velada aos olhos do publico, mas á sua historia
primitiva, á historia de seus primeiros habitantes.
A PARAHYBA 169

Indubitavelmente importa procurar a origem da


primitiva raça parahybana, resolver problema identico
em relação ao Brazil inteiro.

Tanto maior deve ser, pois, o interesse com que


nos cumpre elucidar essa questão.
Ao ser descoberta a patria brazileira, como é
geralmente sabido, já nella se encontraram habitantes
em grande numero.
Justa ou injustamente chamaram-nos indios sel
vagens ; em tribus foram elles divididos, recebendo
cada tribu os nomes indigenas que nenhum brazileiro
desconhece.
Tabayares e Potyguares, taes eram as duas tribus
que dominavam no territorio parahybano, creio que
nos annos de 1580 á 1590, quando francezes e
portuguezes, entre os quaes alumiára guerra de
exterminio o implacavel facho da ambição, procuravam
arrancar uns aos outros posse de nosso solo.
a
Aos francezes, não ignora por certa V. Exc.,
alliaram-se os Potyguares, ao passo que faziam os
Tabayares causa commum com os portuguezes.
Dessa época por diante falla a historia ; mas d'ahi
para o passado jaz tudo, se não em densas trevas, ao

menos em completa obscuridade.


Esses indios, de onde vieram elles ? E' raça propria
do Brazil a de que se trata ou estamos em presença
de um povo que emigrou? O descobridor da América,

Chrisovão Colombo, quando, apontando para a amplidão


dos mares, exclamava— alli jaz um mundo— pensava, por

certo, nas Indias e com o pensamento fixo nas Indias


sulcou o occano embora tivesse mil vezes a morte diante
dos olhos. D'ahi a denominação de india oriental e
Occidental que por algum tempo predominou.
Mais tarde a descoberta do estreito de Beliring
170

deu nova direcção á corrente das idéas. Todavia alguns


principes da sciencia intervieram e emittiram a opinião
de que, com effeito, o nosso actual continente ameri
cano havia sido, em épocas recuadas, a continuação
do continente asiatico.
Uma explosão vulcanica, dizem eiles, separou os
dois continentes e affirma-se que os vestigios desse
vulcão ainda lá se acham em evidencia.
Esta hypo.these, que é verosimil e talvez real,
traz como consequencia uma outra, que bem pôde
explicar ou dar a conhecer a origem da primitiva
população desta terra americana.
Com effeito, se ao continente asiatico era ligado
o continente americano, porque não admittir terem
sido os nossos indigenas de raça asiatica? Nada disso
repugna á razão, Exm. Sr.; mas, por outro lado, nada
disso está provado; além de que ha objecções séiias
que se oppõem á uma affirmação categorica.
O assumpto é, pois, importantissimo e digno de
estudos profundos.
A comparação é um dos meios mais poderosos
de que podemos lançar mão para chegarmos, em
semelhante materia, ao pleno conhecimento da verdade.
Estudem-se os costumes de nossos indigenas,
suas armas de defeza, seus instrumentos de trabalho
suas tacticas de guerra, seus idiomas diversos, suas
canções, etc. etc; compare-se tudo isso com o que se
sabe ou se souber relativamente aos demais indigenas
que povoam ou povoaram outros paizes da America;
transponha-se o estreito de Behring, levem além, mais
além, este estudo comparativo e por força se ha de
chegar a um resultado.
Sei que muito se tem feito nesse sentido, as
sociedades de geographia e outras muitissimo se têm
171

empenhado na luta, mas ainda estamos bem longe do


termo denossos esforços.
Por minha vez permitta-se pague meu tributo,
permita-se-me carregue minha pedra— E' para a escripta
dos indios que venho chamar a attenção de todos os

entendidos na materia, a escripta, sim, pois os indios


a possuem perfeitamente caracterisada. — Eis o resultado
de minhas observações nos sertões da Parahyba.
Já mesmo antes de deixar a capital da Parahyba,
me constava existir no sertão grandes pedras cobertas
de inscripções incomprehensiveis. A esse proposito
chamaram minha attenção para uma carta escripta pelo
Dr. Ladisláo Netto ao Sr. Ernesto Renan em França,
na qual o referido Dr. pretendia provar ser apocrypha
uma inscripção que se havia encontrado na Parahyba
e que, submettida á apreciação do sabio francez, fôra
declarada ser de origem phenicia. Li o trabalho do Dr.
Ladisláo Netto e deixci-me persuadir mais pela categorica

affirmação do nosso illustrado compatriota do que pela


força dos argumentos que produzio em apoio delia.
Por outro lado, comprehende-se facilmente que, a ter
sido real a existencia dessa inscripção, não é, de modo
nenhum, na Parahyba do Norte que se se deve procurar
vestigios della, sim, porém, na Parahyba do Sul, onde
existem, com effeito, diversas localidades com o nome
de Pouso Alto, que é, como se sabe, a denominação
do lugar onde se pretende ter sido achada a alludida
inscripção.
Todavis julguei prudente não abandonar de todo
o assumpto e, em qualquer parte onde chegue, vou
procedendo a averiguações a respeito, já se vê, sem
resultado satisfactorio.
De todo, porém, não foi perdido o meu trabalho,
pois me conduzio á descoberta de outras inscripções>
172 A PARAHYBA

que o povo chama letreiros ou pinturas, as quaes como


já disse, são de subido valor.
Consistem, ellas em riscos e linhas, rectas e curvas
ás vezes combinadas, formando uma especie de
hieroglyphos ou caracteres difficeis de se interpretar.
Esses caracteres se encontram pintados em gigantescas
pedras ou em serras altissimas, quasi todos lugares
de difficil accesso.
Cada um dos caracteres que formam a inscripção
se acha perfeitamente separado do caracter ou da lettra
seguinte, de modo a não existir confusão alguma.
Encarnada é, em geral, a tinta de que se serviram
para pintarem semelhantes inscripções, que, pela maior
parte, são collocadas ao abrigo das chuvas.
Foi em Gengibre, segundo a linguagem official,
ou Belém, na linguagem do povo, que pela primeira
vez tive occasião de observar semelhante curiosidade;
depois fui encontrando outras, outras e mais outras:
afinal Exm. Sr., não ha parte nenhuma do sertão onde
se não as encontre a cada passo.
Dei-lhes a principio pouca importancia, sobretudo
em face da credulidade popular que, desde Gengibre
até Pombal, é unanime em attribuir a origem dellas
aos hollandezes ou flamengos, como dizem os sertanejos,
que em grande parte, estão firmemente persuadidos de
que annunciam taes lettreiros a existencia de thesouro
ou dinheiro enterrado.
Tão innumeras como ôcas de sentido são as
legendas em que se fundam elles para ainda hoje
conservarem intactas crenças de outr'ora, quando, como
V. Exc. sabe, nunca afastaram-se os hollandezes a mais
de 20 leguas da costa.
Em Santa Luzia do Sabugy existe até mesmo
um riacho, denominado do Flamengo, sem que haja
173

•quem lhe possa explicar origem do nome. E', pois,


a
fora de duvida que só aos indios se deve attribuir a
autoria das inscripções a que me refiro.
Prova-o exuberantemente o indelevel da tinta que
tem podido tão fortemente resistir ao rigor dos seculos ;

pois só aos indigenas pertencia ou pertence talvez


ainda o segredo das tintas e côres fixas.
Como ja disse, me pareceram em começo
insignificantes os Iettreiros de que se trata; mas á
medida que adiantava minha viagem, o interesse se me
foi despertando.
Notei bem depressa uma certa semelhança entre
os caracteres de differentes inscripções, algumas das
quaes achavam-se a grandes distancias umas das
outras ; reparei que em um só lettreiro muitissimas
vezes encontrava-se o mesmo signal repetido; varias
lettras se me gravaram por tal fórtna na memoria que
sem demora as reconhecia em qualquer parte ; por fim
fui obrigado a convencer-me de que os indios possuiam
uma escripta.
Mais subio de ponto essa minha convicção
quando posteriormente encontrei os mesmissimos
caracteres, já não só pintados, porém gravados, clara
e perfeitamente gravados na rocha viva.
Já não pairava mais duvida nenhuma em meu
•espirito: a evidencia patenteava-se.
Ao chegar em Pedra Lavrada tive o insigne prazer
de travar relações com o illustrado professor Lordão,
em casa de quem hospedei-me.
O primeiro cuidado do
digno professor foi
mostrar-me uma grande pedra contendo um lettreiro
de proporções vastas: motivo esse pelo qual a chama
o povo Pedra Lavrada.
D'ahi o nome do povoado.
174 A PARAHYBA

communicado haver o Dr. Ladisláo


Se me tendo
Netto, em nome do Instituto Historico, Geographico e
Lthenographico do Rio de Janeiro, bem como o Dr.
Cicero Odon Peregrino da Silva, em nome do Instituto
Historico e Archeologico Pernambucano, installado em
varias cartas para que se lhes enviasse um fac-simile
da referida inscripção, resolvi copiai-a integralmente e

a encontraráV. Exc. appensa ao presente officio.


O referido professor Lordão, a quem fôra feito
o pedido do Dr. Cicero, encarregou-se de enviar ao
Instituto de Pernambuco uma segunda copia em tudo
identica á que remetto a V. Exc.
Ignoro sc haverá quem possa comprehender o
que significa a inscripção, o que é fora de duvida,
porém, é que se fôr devidamente feito o estudo
comparativo, de que acima fallei, entre as inscripções
indigenas do Brazil e as que provavelmente devem
existir em outros paizes da America e mesmo da Asia,
não é de todo o ponto impossivel que o palido raio
de luz que julgamos divisar ao longe se torne algum
dia gigantesco pharol a alumiar a estrada da verdade.
Cumpre, pois, quanto á Parahyba, que se cuide
seriamente de colleccionar todas as inscripções que se
encontram miudo em nossos sertões : abafe quem
a

quizer a voz do patriotismo; a nós, convem-nos


escutal-a. Pretende V, Exc. segundo se me affirma,
organizar na capital da Parahyba uma repartição de
estatistica; essa repartição vem a proposito: a ella
recommendo, pois, as inscripções indigenas deste torrão
patrio. E julgo serei attendido.
Mas bastará á sciencia, sempre insaciavel na
accumulação de idéas novas, o simples estudo da
primitiva raça humana que povoou o solo brazileiro?
Não temos, por ventura, diante dos olhos campo
A PARAHYBA 175

vastississimo para os exercicios da intelligencia ? E'


possivel que continuemos eternamente nesse nosso
indifferer.te caminhar da vida, passando diariamente ao
lado de phenomenos extraordinarios, sem que nem ao
menos um só momento prendam elles, a nossa
attenção? Eu me explico sem mais demora.
Ninguem ha que tenha viajado nos sertões da
Parahyba que possa jamais esquecer-se da má, da
pessima qualidade da agua que a cada passo se
encontra.
Ora c ella inteiramente salgada, a ponto de recusar
o garto bebel-a ; a maior parte das vezes salobra,
impropria para o uso domestico ; raramente é ella bôa.
Como explicar-se no sertão a existencia d'agua
salgada, ás vezes em alturas elevadissimas? E não é
só agua que se resente
a desse defeito: o proprio
sólo contém sal em quantidade prodigiosa, o que não
raras vezes occasiona grandes males para a lavoura.
De ordinario, para combaterem esse inconveniente
costumam usar os agricultores de grandes covas
praticadas no lugar mais central das plantações.
Para dias escorrendo as aguas ahi se vão
accumulando, igualmente com o sal de que estão
saturadas depois em virtude da força do sol, as aguas
;

se evaporam e o sal fica puro na parte inferior da cova.

Retirado, por sua vez, o sal, fica a cova preparada


para receber nova quantidade d'agua saturada.
E assim por diante: Mas esse sal, donde vem
e'le? Não ha duas explicações.

A presença do sal nos taboleiíos e nas montanhas


do interior desta provincia, bem como de outras,
provém necessariamente da sublevação das aguas do
oceano.

Provavelmente data semelhante catastrophe da


176

•época quaternaria e sem duvida seus effeitos foram


desastrosissimos.
Deste modo facilmente se explica as grandes e
profundas cavernas que são tão abundantes nos sertões
-desta provincia.
Essa mesma cstastrophe encarrega-se de nos
justificar a existencia de ossadas immensas que se
acham espalhadas, quasi todas ao mesmo nivel, por
toda a extensão de nosso territorio.
Tenho visto ossos de proporções collossaes, que,
,por certo, pertenceram a animaes gigantescos, que já
não existem.
As innundações terriveis que se fizeram provavel
mente sentir por aquelles tempos, arrebatando tudo
em sua marcha impetuosa, tudo arremessando de
encontro aos rochedos que encontravam em sua
passagem, são talvez a causa da impossibilidade em
que tenho estado de encontrar esqueletos inteiros e
.completos.
Tenho apanhado todavia, alguns ossos esparsos
e farei d'elles em tempo opportuno remessa para a
capital.
O meu fim hoje é chamar aattenção dos
entendidos para semelhante assumpto, que reputo
!importantissimo.
Bem pôde V. Exc. calcular as vantagens immensas
•que resultarão de qualquer estudo nesse sentido pelo
que passo a referir relativamente á provincia de Minas
Geraes.
Como aqui, bem o sabe V. Exc., não escapou
aquella provincia aos effeitos da perturbação geologica,
a que fiz allusão. Como aqui, rompeu-se tambem alli
o solo, fenderam-se tambem as rochas, formaram-se
ítambem cavernas .profundas.
A PARAHYBA 177

Como aqui encontra-se tambem ossos petrificados


da mesma sorte gigantescos, da mesma sorte, esparsos,

sem que formem esqueletos completos.


Em 1825 aportou ás plagas brazileiras um sabio-
estrangeiro : tinha elle o nome de Pedro Guilherme
Lund.
Impressionou-o sobre-modo a uberdade e riqueza,
de nosso sólo.
Em 1833 começou elle uma brilhante serie de
estudos zoologicos nos campos e cavernas da provincia
de Minas.
As numerosas ossadas petrificadas que encontrou
em tudo semelhantes ás que se acham enterradas nos
sertôes da Parahyba, nâo as desprezou elle, como aqui
fazemos nos com as que possuimos.
Recolheu-as, ao contrario, muito cuidadosamente,
estudou-as a fundo, consagrou-lhes dez annos de sua
vida, conseguindo,por fim, proclamar ao mundo
estupefacto o resultado maravilhoso de suas descobertas
grandiosas.
Nao vem aqui a pello enumerar quaes el'as foram
todas : basta dizer-se que o conduzio o estudo que
fez sobre os restos fosseis encontrados na provincia
de Minas ao reconhecimento exacto de 56 generos de
animaes, subdivididos em 114 especies. Desses 56
generos averigou-se serem 15 inteiramente novos, 16
completamente extinctos e 5 nâo habitarem mais a
regiâo.
O sabio Lund era dinamarquez; desde 1833 nao
mais voltou á patria.
Em terras brazileiras illustrou elle seu nome; em
terras brazileiras descançam seus ossos.
Viveu entre nos cerca de 48 annos, mais de
metade da sua vida.
178 A PARAHYBA

Entretanto, pobre, jamais recebeu o menino auxilio


de nosso governo. Sustentaram:no constantemente os
soberanos de seu paiz ; não nos deve causar, pois,
admiração que suas collecções, tão famosas que
deslumbraram os sabios d'alem-mar, tenham ido enri
quecer os museus de Copenhague.
O Dr. Lund queixava-se amargamente do estrago
immenso que causavam ás ossadas os exploradores
de salitre. D'ahi provinham-lhe, muitas vezes, dificul
dades invenciveis na marcha de seus trabalho; até
mesmo se apresentavam impossibilidades, que necessario
era deixar de lado.
Na Parahyba não datam de longe as descobertas
de ossadas semelhantes; existem muitas intactas; as

nossas cavernas só pelos animaes ferozes são, quasi


todas, visitadas.
Nada oppõe-se, portanto, a que se introduza entre

nós esssa sorte de estudos, seja que algum compatriota


nosso queira a isso dedicar-se, seja que do estrangeiro
venha alguem por nossa conta para encarregar se de
semelhante missão.
O que de modo nenhum convém é que os
soberanos estrangeiros nos venham despojar de nossas
riquezas naturaes para ornarem as galerias de seus

templos scientificos.
Consta-me que no museu do Rio de
nacional
Janeiro existem já alguns fragmentos de ossos enviados
da Parahyba ; quero crer, porém, que não passam de
fragmentos isolados, improprios para servir de base a
qualquer estudo.
Entre nós, algumas pessoas mais ousadas no
caminho das sciencias têm-se occupado, mais ou menos
de semelhante materia: entre outras, é com o maior
prazer que cito os nomes dos Drs. Irineu Ceciliano
A PARAHYBA 179

Pereira Joffiily, morador na cidade de Campina, José


Evaristo da Cruz' Gouveia, da cidade Areia, e o Sr-
Joaquim José Henrique da Silva, residente.nessa capital.
Oxalá perseverem elles e tenham muitos e muitos
imitadores.
Illm. e Exm. Sr. — Sobre tudo quanto tenho
exposto até aqui, occorrem-me ainda algumas idéas que
fôra bom, julgo eu, tornar publicas. Reservo-me,
entretanto, para occasião mais propria ; tanto mais
quanto me apercebo de que é tempo de cingir-me aos
termos do officio de V. Exc.
Em primeiro lugar deseja saber V. Exc. quaes as
producções naturaes facilmente aproveitaveis.
E' difficultosissimo responder ao quesito proposto
por V. Exc., não que faltem productos naturaes de
muita riqueza e subido valor; mas a ausencia de

forças physicas e de capacidade intellectual


vem tudo.
comprometter. Além disso, o espirito de iniciativa, sem
o qual não podem existir elementos de prosperidade
^m parte alguma, é quasi nullo nos sertões da Parahyba.

Tenho visitado localidades onde o estado de


abatimento da população é tal que não duvido affirmar
acharem-se ellas bem perto de extincção completa.
Outras existem, entretanto, bem poucas, é verdade,
onde creio poder-se-ha fazer alguma cousa.
Se não faço aqui menção de nomes, V. Exc. estou,
bem certo, comprehenderá minha reserva.
Julgo, pois, qie antes de pensarmos na cultura
de novos productos naturaes, convém animar e animar

muitissimo nossas populações do interior.


Todos atiram sobre o governo a culpa do marasmo
•que todos nós, unanimes, deploramos; todos se
queixam do proximo; ninguem se accusa a si mesmo.
E é ahi, entretanto, que reside o mal.
180 A PARAHYBA

O nosso primeiro dever é, portanto, empregarmos;


todos os nossos esforços a fim de, uma vez por todas,
dissipar-se essa illusão flagelladora de que do governo
e do governo só é que provém o bem estar dos
povos.
Persuada se cada um muito ao contrario, de que
os povos diligentes, emprehendedores, trabalhadores
emfim, são quem fórma e mantêm os governos bons.
Emquanto não, será improficuo qualquer remedio
applicado ao mal. Uma das forças mais poderosas para
desenvolver-se rapidamente a riqueza publica é a união
de classe. E' justamente essa união que absolutamente
falta aos commerciantes agricultores da Parahyba.
e

Sem a união, sem a discussão calma e livre, não


ha norte nemhum nas idéas, se baralha, ninguem sabe
o que quer e afinal nada se faz senão perder tempo.
Se os parahybanos querem ser um povo, se
querem que a nossa provincia venha um dia a repre
sentar papel brilhante entre suas irmãs, cumpre então
que desde já se desenvolva o espirito de classe.
Reunam-se os commerciantes, formem sociedades
ou syndicatos, que possam legitimamente entender-se
com os commerciantes de outras provincias e de
outros paizes ; dê-se-lhes autoridade e força para erguer
sua vóz até aos altos poderes do estado afim de
impellil-os ao comprimento de seu dever ou contê-los
em seus desmandos ; imponha-se-lhes o rigoroso dever
de reagir contra os erros e abusos de seus proprios
committentes. Por sua vez façam os agricultores outro
tanto; de mesmo os artistas etc.
Dessa alliança de forças resultarão sem nenhuma
duvida fructos beneficos. Tenha cada soldado uma.
\día, jámais ganharão os exercitos batalha; venha o
general mostrar-lhe o caminho da gloria e a victoria.
A PARAHYBA 181

será certa. Estamos no mesmo caso, e é sobretudo


aos lavradores que me dirijo.
E' tristissimo o estado actual do sertão.
Vejo que quasi em toda a parte ha elemento de
discordia e luta entre os agricultores, porque quasi em
toda a parte o terreno acha-se inteiramente por
demarcar.
Vejo que, á excepção da legendaria foice e da
classica enxada, nenhum outro instrumento agricola é
conhecido dos sertanejos: planta-se quasi a esmo, tal
qual o fizeram as gerações dos seculos passados.
Por outro lado, noto a ausencia completa de
capitaes, essa alavanca gigantesca do progresso.
Noto tambem que o amor ao trabalho é pouco,
ou, por outra, que a preguiça é enorme.
Pasmei quando ouvi, não de uma, mas de dez,
vinte bocas differentes que nos sertões da Parahyba
cerca de 10% da população viviam entregues á mais
completa ociosidade.
Pois bem ; para sanar todos esses males só vejo
um remedio: a associação. Da associação nasce a
confiança, e é esta o agente unico que attrahe os
capitaes. Muito se tem escripto e fallado contra as
apolices geraes de 6% que actualmente acabam de
ser convertidas : não existam ellas, ouvimos dizer, e já
os capitaes disponiveis para a agricultuta, o
ficarão
commercio e a industria.
Em minha opinião, semelhante asserto carece de
fundamento.
Com effeito,
supponhamos os capitaes livres: a
agricultura precisa de dinheiro e dirige-se aos capita
listas. Estes naturalmente exigem garantias.
Pode fornecel-as a agricultura? Evidentemente não,
io estado completo de divisão e anarchia em que se
182 A PARAHYBA

acham os sobretudo nas provincias do


agricultores,
norte. Outro tanto podemos dizer do commercio,
accrescendo neste caso que estamos vendo diariamente
fallencias sobre fallencias, onde é raro que os credores
deixem de perder de 50 por para cima. %
Quanto á industria, nem convém fallar nella: basta
a incapacidade intellectual para afugentar o capital.
Nessas condições para onde iriam os capitaes livres,
.se as apolices geraes de 6 por % não existissem ? Sem

nenhuma duvida correriam para o estrangeiro.


Portanto, na quadra presente considero a existen
cia d: apolices geraes de 6 ou 5 por % uma valvula
de" salvação publica.
Ha meio legitimo e suave, é verdade, de acabar
com ellas: é offerecer á agricultura, ao commercio e á

industria lucros superiores aos que delia se podem


auferir. Isso, repito, só a associação o trará. Dada essa,
o primeiro de seus cuidados deverá ser a discussão
raciocinada dos interesses da classe: o que, desde logo,
apparecerá a todos claro será a necessidade urgente
de se crcarem cm toda a extensão do territorio bancos
ou sociedades de credito real, de conformidade com
o art. 10 do decreto legislativo n. 3272 de 5 de

Outubro de 1885.
Ainda ha pouco dizia eu que individualmente os
lavradores não podiam recorrer ao credito por não
inspirar confiança o estado dos seus negocios ; mas
na hypothese da associação, muda o caso de fgira.
Reunidos os agricultores, firmemente resolvidos
a trabalhar um por todos e todos por um, facil lhes
será obter a creação daquellas instituições da credito;
tanto mais quanto a provincia da Parahyba tem uma
assembléa provincial e 5 representantes na assembléa
geral, aos quaes bem pode a classe agricola, que, unida,
183

será numerosa forte, impor, no momento das eleições,


e
o mandato especial de resolver essa questão,
Accresse que os interresses commerciaes que se
acham, aliás na immediata dependencia dos interesses
da agricultura, influirão muitissimo sobre os commercian-
tes e os forçarão a auxiliar os agricultores nessa
campanha fecunda.
Nem se veja em minhas palavras
pretenção
alguma revolucionario;
a o que peço, o que aconselho
que se peça, é o que todo o cidadão brazileiro tem o
direito e, ainda mais, o dever de exigir de seus repre
sentantes no parlamento.
Illm e Exm. Sr. -Obtida a creação de bancos,
cumpre aperfeiçoar os instrumentos de trabalho, não
só relativamente ao preparo da terra de plantação
como em relação á colheita e ao consequente tratamento
desta. Nesse sentido acha-se absolutamente tudo por
reformar. . .

Em 1858, na administração do Exm. Sr. Conse


lheiro Henrique de Beaurepaire Rohan, providenciou-se
para que fossem introduzidos na provincia novos
apparelhos, proprios para a cultura, e entre e!les vieram,
mais trade, segundo dizem, diversos arados, que foram
destribuidos convenientemente pelos fazendeiros d)
interior. Ignoro se algum dia trabalhou-se com esses
instrumentos, que tantas vantagens offerecem ; o que
sei é que nenhum delles existe hoje.
Devo aqui advertir que não é, de modo nenhum
intenção minha recommendar que se abandonem
inteiramente os nossos instrumentos de lavoura em
troca de outros usados na Europa.
Lá, como aqui, ha tambem cousas ruins, accres-
cendo que em vista da differença do clima, terreno e
cultura, nem tudo o que por lá ha serve para aqui.
A PARAHYBA

Guardemos nós o que já sabemos ser bom, venha


de lá o que nos parecer ser util. Mas surge aqui uma
difficuldade.
Como é possivel que saibam os nossos sertanejos
reconhecer os novos instrumentos, as novas machinasr
de que têm necessidade, se lhes faltam os conhecimentos
os mais elemeniares de mechanica e até de chimica
industrial?
Entre nós o lavrador apenas sabe que as mattas
derrubam-se com foices ou machados, que com a
enxada limpa-se o solo, que com ella ainda fazem-se
as covas que hão de receber a semente, etc. e d'ahi
não pas>a.
Sobrevenha ás plantas uma doença qualquer, como
acontece a tudo o que tem vida, eis o nosso lavrador
em embaraços, sem saber o que fazer.
Não chova regularmente e tenha elle embora um
grande açude a 10 passos de sua plantação, eil-o de
braços cruzados, assistindo impassivel como tenho
pessoalmente visto, á destruição de seu roçado.
Quanto a estrumar o terreno convenientemente,
escolhendo para esse fim materias que melhor quadrem
ou melhor digam com o genero de plantações que quer
realizar, é esse, infelizmente, assumpto de que pouco'
se cogita nos nossos sertões.
Para obviar a semelhantes inconvenientes que
reputo gravissimos, é indispensavel a creação na
provincia de uma ou mais escolas de agricultura, ideia
essa de grande alcance e a qual muito e muito
recommendo, não só ao governo, como aos proprios
agricultores.
Todos os dias repetem á saciedade os nossos
estadistas em seus estirados discursos que o Brazil é
um paiz essencialmente agricola e, entretanto, não
A PARAHYBA 185

existe que eu saiba, ao menos no norte do Brazil, uma


só escola de agricultura, onde se façam ou se formem
os agricultores.
Outro tanto diremos do corpmercio. D'ahi resulta
um grande mal, um mal duplo, para a industria nacional,
em primeiro lugar, para a sociedade, em seguida.
Na ausencia de escolas industriaes, affluem todos
os que desejam ter titulos scientificos para as academias
de direito, engenharia ou medicina, provindo d'ahi
muitas vezes senão quasi sempre, perdas deploraveis
para a agricultura, commercio e outros ramos de
industria.
Sem contar continuar as cousas no estado
que, a
.cm que vão, muito em breve as cartas de advogado
ou medico serão de todo insufficientes para o ganho
do pão quotidiano.
As escolas de agricultura serão ainda, por outro
lado, devidamente estabelecidas no interior das provincias
e não nas capitaes, um incentivo poderoso para que
cresça o nivel da instrucção publica, que, nos sertões
da Parahyba e provavelmente das demais provincias,
quasi de modo nenhum existe.
Me parece bastarem essas considerações para
justificar plenamente a ideia que apresento.
Taes são as reformas urgentes que em nossa
provincia, poderão levantar
classe agricola do abatimento
a

acabrunhador a que se deixou levar.


Só então, Exm. Sr., será tempo de cuidar-se em
novas fontes de riqueza nacional, abrindo-se aos
agricultores campo mais vasto para o emprego de suas
forças, de sua actividade.
Ha para isso elementos: citarei alguns dos
productos que com maior facilidade c menos despeza
poderão ser por todos cultivados.
185 A PARAHYBA

Chamo, em primeiro lugar, a attenção dos


agricultores para um ponto, que não encerra difficul-
dade alguma e que entre nós não é novidade, mas que
se considera, objecto de pouca monta.
em geral,
Refiro-me á industria que se oceupa da prepr.ração
de fibras e fabricação de .cordas, tecidos, etc.
Vi na Europa trabalhos sorte; observei,dessa
muitas e muitas vezes, que a materia prima de que lá
se servem os operarios, é de muito inferior ao que
por aqui temos.
Lá, além de fracas, raramente as fibras attingem,
quando preparadas, o comprimento maximo de 4 ou
5 palmos; nos sertões da Parahyba tenho visto fibras
fortissimas e muito extensas; no Picuhy mostrou-mc
o Revd. vigario padre Joel Esdras Lins Fialho fibras
superiores a 20 palmos de comprimento.
O modo porque no sertão se preparam essas
fibras me parece ainda barbaro; mas não será difficil
aperfeiçoal-o, desde que se tomar a sério esse genero
de trabalho.
Não tenho duvida sobre a acceitação
a menor
que terá na Europa esse nosso ramo de negocio, desde
que as diligencias commerciaes forem intelligentemente
dirigidas.
O anil c outro preducto, cuja cultura será de
grandes vantagens para nossa provincia.
Na comarca do Teixeira e outras o anil nasce
expontaneamente e em quantidade prodigiosa.
O trabalho unico é colher a planta e preparar a
tinta. Os apparelhos para esse fim não são da difficil
manejo, nem tão pouco exigem grandes despezas.
Encontrei no sertão mesmo pessoas dispostas a
pòrem-se á frente de uma empreza semelhante e não
havendo desanimo, adrede preparado, alimento a

i-
A PARAHYBA 187

esperança de chegar-se algum dia a qualquer cousa


de positivo a esse respeito.
Ternos tambem varias arvores que, conveniente
mente plantadas e tratadas, bem podem fornecer lã de
qualidade superior, reconhecidamente ao nivel da que
provem do pellò das ovelhas e dos carneiros ; citarei
os nomes vulgares dessas arvores ou arbustos, e são :

a de que já ha pouco, o facheiro, o chique-


barriguda,
chique, a corôa de frade, etc.
As trez ultimas são arvores de espinhos que,
quando queimadas, servem de alimento ao gado.
Quanto á lã de ovelhas me parece ser esse ainda
um ramo de industria pouco seguido entre nós, além
de que raça do nosso gado
a ovelhum acha-se
excessivamente degenerada, provindo d'ahi a pobreza
extrema do pello.
E' deploravel, entretanto, que tal seja a situação,
pois não ha talvez paiz algum que seja superior ao
nosso para creação de semelhante sorte de gado.
a

Convém que se mande vir do estrangeiro


specimens da raça merino, bem como de outras raças
superiores á nossa, c que se estabeleça um cruzamento
intelligente afim de salvarmos o que ainda possuimos.
Do contrario perder-se-ha um ramo de industria que
aliás bem bons lucros nos poderá deixar.
Illm. e Exm. Sr.— E' igualmente necessario não
perder de vista a industria da seda.
Nos sertões desta provincia o bicho da seda
abunda consideravelmente. Infonnaram-me na cidade
de Arêa que existia ahi perto um bicho de seda
especial, de tananho descommunal e muito productivo.
Prometteram-me alguns desses animacs e espero, na
minha volta, leval-os para a capital.
Não ignora^V. Exc. quanto é lucrctiva semelhante
188 A PARAHYBA

industria: além disso o alto preço da seda prova que


não abunda cila no mercado; estamos certos, por
conseguinte, de que acharemos facil exportação para
esse nosso producto.
Outro tanto podemos dizer da baunilha, que
muitissimo se encontra i;os nossas brejos e mesmo
perto da capital, segundo me affirmou o Dr. Antonio
Gonçalves da Justa Araujo.
Devo accrescentar, todavia, que o modo de se
preparar a baunilha é pouco conhecido entre nós ; sei
que alguns curiosos se têm occupado dessa materia ;
mas osprocessos de que usam são mui lentos e
grosseiros: nesse ramo de industria está igualmente
tudo por crear.
Desde, porém, que fôr um facto a existencia das
escolas de agricultura que acima propuz, comprehende
V. Exc. que essas e outras difficuldades que tenho
apontado desapparecerão de chofre.
Disse alguem em uma notavel reunião publica
que o luxo e a vaidade eram cousas necessarias á
boa marcha da sociedade; sem ir tão longe, é necessario
reconhecer que, por esse ou aquelle motivo, todos
temos as nossas vaidades e a tedos só priva do luxo,
o impossivel. D'ahi tiram partido os industriaes para
promoverem os seus interesses financeiros.
Assim é, para nos limitar a um ponto, que na
Europa são mui altamente cotadas e apreciadas as
pennas de ema. E' commum nos sertões essa ave; em
toda a parte a tenho encontrado.
Porque se ha de perder negocio tão lucrativo?
Consta-me que no Rio Grande do Sul já delle
muitissimo se occupam e alli já attingem as pennas
preço elevado. Qualquer tentativa nesse sentido é

facilima e sobretudo pouco dispendiosa.


189

E' triste, porém, ver-se o modo selvagem porque


os ociosos vão destruindo, em nome da fome, dizem
elles, mas em nome da preguiça, affirmo eu, o que
ainda nos resta de aves de tanta riqueza e utilidade.
Felizmente me é grato confessar que, em certas
localidades, já o espirito de reacção vai apparecendo
contra semelhante vandalismo. Já se vai comprehendendo
o grande partido que se pôde tirar de tal industria e

pessoas habilitadas conheço eu já que se estão


preparando para trabalhos desse genero.
Faço votos ardentes para que sejam felizes, para
que a industria prospere: sobretudo nada de desanimo.
Tinha ainda a mencionar uma prodigiosa quanti
dade de hervas medicinaes, muito em uso nos sertões,
cujos resultados affirmam-me serem espantosos, bem
como desejava tornar conhecidos certos arbustos que
produzem tintas fortissimas e de côres variadas.
Entretanto, o tempo urge e pretendia chegar, desde
ha muito, a um assumpto que não tem deixado de

ser um só momento o objecto por excellencia de


minhas preoccupações. Quero referir-me á possibilidade
•de cultivar-se o trigo nesta provincia.
Constando ao Exm. Conselheiro Henrique de
Beaurepaire Rohan, a quem acima me referi, que na
serra do Teixeira havia-plantações de trigo de excellente
qualidade, determinou-se S. Exc. a escrever ao Dr.
Manoel Dantas Correia de Góes, morador n'aquelle
lugar, pedindo-lhe o seu parecer sobre a materia.
O Sr. Dantas, que, além de patriota distincto, é um
dos mais illustrados lavradores do interior, respondeu
mais ou menos, nos termos seguintes :
Em 1830 plantou Bernardo de Carvalho Andrade
Cunha, morador na serra do Teixeira, algumas sementes
c"e trigo, fazendo o mesmo, algum tempo depois, o
190

padre Capistrano. Relativamente foi a colheita bôa ao


cabo de quatro mezes. Embora a experiencia só tenha
sido tentada na serra do Teixeira, sendo esta conti
nuação da serra da Borburema e identico o terreno que
atravessa o termo de Piancó, é provavel que nesses
lugares produza tambem o cereal em questão.
E' facto sabido que na villa da Ingazeira, na
provincia de Pernambuco, que confina com a serra do
Teixeira, se ensaiou a plantação do trigo, dando bons
resultados. O terreno preferivel para essa sorte de
plantação é o barro vermelho e, em geral, toda a terra
que produz bom milho.
A experiencia tem mostrado que relação entre
a
a plantação e a colheita c das melhores possiveis.
Assim é que tendo plantado o já mencionado Bernardo
de Carvalho cerca de um pires de semente pôde colher
oito cuias pouco mais ou menos, seis meios quartilhos
e trez quartos.
A principio appareceu nas plantações um começo
de molestia que se suppoz ser a conhecida com o
nome de ferrugem ; mas para logo cessou de todo.
Infelizmente os meios empregados para reduzir o trigo
á farinha são todos mui grosseiros, não passando do
pilão e moinho, de que nos servimos para triturar o
milho.
Assevera-me, entretanto, o Sr. Carvalho que se
encontram por aqui pedras que no seu entender se
prestam a semelhante serviço. Em todo o tempo o
trigo produz bem, a não ser nos grandes verões, que
costumam apparecer depois das primeiras chuvas. E'
eile uma planta mui delicada e susceptivel de perder-se
no primeiro mez de plantação, faltando-lhe a chuva:
mas, passado esse periodo, póde-se dizer que está.
A PARAHYBA 19I

lucrado o trabalho cio agricultor. O Sr. Carvalho errr


suas observações disse-me que, tendo triga
plantado
em um anno, aconteceu que as chuvas não continuas
sem, de sorte que algumas sementes ficaram intactas
na cova; no outro anno, quando veio o inverno,
nasceram aquellas sementes e produziam espigas;
tambem produz bem em Março, Abril, Maio e no fim
de quatro mezes póde-sc colher : é plantado em covinhas,
como o arroz.
Quanto á producção, tenho a dizer que um
homem em um dia derruba matto, que chega para
plantar uma cuia de trigo; para queimar e limpar O'

terreno do resto do matto mal consome


queimado,
meio dia, um dia para limpar, por cada vez que for
necessario :corta as espigas em menos de um dia -y
ignoro, porém, cm quantos dias possa separar o grão
da palha pelo modo imperfeito que aqui se pratica, é
batido a varas com muito trabalho. Um a'queire de
trigo dá seis arrobas de farinha, regulando pelo nosso
peso c medida.
A cultura do trigo na serra do Teixeira é de um
alcance incalculavel ; a sua producção é tão espantosa,
que admira como tenha ficado cm esquecimento esta
localidade da provincia, tão fertil pela natureza de seu
solo, tão vantajosa para o centro, pela sua posição
topograpliica.
Convem, pois, que se envie para aqui pessoa
entendida que possa montar moinhos e tornar conhecido
o uso de instrumentos proprios á cultura de tão
importante cereal. Custando na capital a arroba de
farinha de trigo 6.400 réis, não resta duvida, que, apezar
dos grandes fretes que se pagam aos almocreves,
haveria vantagem em transportar para essa capital as
sobras do consummo da serra do Teixeira.
A PARAHYBA

Tal era a linguagem do Dr. Dantas em 1858;


são, pois, decorridos 28 annos e não obstante as
acertadas providencias que foram dadas pelo Exm.
Conselheiro Beaurepaire naquelle tempo, não existem
hoje nem vestigios de tudo quanto fica dito.
Vê, pois, V. Exc. que aquellas palavras do Dr.
Dantas guardam ainda o cunho da actualidade.
Propositalmente as repito eu hoje, chamando para
ellas a attenção de todos quantos sentem ainda no
coração o vivo amor que se tem pela terra que nos
vio nascer. Considero de tamanha importancia a
introdução da cultura do trigo em nossa provincia que,
desde já empenho todas sa minhas forças, toda minha
actividade em favor de uma propaganda energica em

semelhante sentido.
Invoco o auxilio de meus comprovincianos.
A S. Exc. o Sr. Dr. Presidente da provincia só
uma palavra tenho a dizer, e é, que será bemdito pelas
gerações vindouras o nome do administrador que
conseguir resolver definitivamente esse problema tão
risonho, de utilidade tão palpitante.
Passo a occupar me dos demais pontos do officio
de V. Exc. Qual o systema do cultura admittido?
Antes de responder, porém, seja-me pennittido
lançar uma vista de olhos sobre os productos naturaes
que actualmente cultivam e exportam os agricultores
d'esta provincia.
Occupam entre todos, a primeira linha, o assucar
e o algodão.
Tempo houve em que a cultura do assucar deixava
lucros espantosos; hoje, e nesta provincia sobretudo,
semelhante industria tem muitissimo decahido.
O modo porque se cultiva a canna de assucar
não tem variado desde os tempos coloniaes.
193

E' sempre o mesmo manejo da fouce e da


enxada.
Quanto ao fabrico do assucar, os apparelhos de
que nos servirmos são ainda os primitivos ; nesta parte
o atrazo é deploravel, pois que a provincia visinha,
refiro-me a Pernambuco, está já de posse de apparelhos
aperfeiçoadissimos, com os quaes pôde e talvez mate
a nossa concurrencia.
Accresce, além disso, que as maiores difficuldades
se apresentam para a venda do assucar, difficuldades
taes que reduzem o senhor de engenho á quasi
completa inactividade.
São do Dr. Antonio Coelho de Sá e Albuquerque,
de saudosa memoria, as pala\ras seguintes : «os senhores
de. engenho remettem as suas safras ao negociante,,
que por conta dellas faz supprimentos de dinheiro e

outros objectos a aquelles.


O genero é recebido exportado
pelo negociante,
muitas vezes sem demora para o esirangeiro e vendido ;
mas por conta de quem? E' difficil de responder. Por

conta do negociante não, porque se o preço c baixo


não o prejudica; por conta do plantador tambem não,
porque se o preço é alto não lhe aproveita. Creio que
dizendo que
é,.

não errarei é por conta de ambos, isto


do negociante, se preço alto, do plantador, se
o

o é
é

baixo. E' uma especulação na qual sempre perde


plantador, sempre ganha negociante.
o
e

Reflicta-se ainda que os avanços feitos ao senhor


de engenho vencerão em favor do negociante os
respectivos juros desde data em que são realiasados,.
a

entretanto producto do agricultor condemnado


que
o

só representar capital por conta deste depois que o


a

negociante ha concluido as operações mercantis da»


safra, muitas vezes mais tarde ainda.
e
194

Não se esqueça uma consideração perniciosissima


ao fabrico do assucar, aos interesses do senhor de
engenho e aos da provincia.
No mercado desta as proporções do
estreitas
-commercio nivelam os assucares de todos os engenhos ;
são nelle desconhecidas as differenças de sortes na
mesma espccie, esses estimulos que inspiram ao culti
vadora desejo de melhorar a qualidade de seu producto,
conceituando assim a industria e o mercado em
vantagem de seus beneficios.
Essas contrariedades levam o desespero a alguns
espiritos menos pacientes, e alguns senhores de engenho
cmprehendem a exportação de seus assucares para o
Recife.
Lá, dois impostos, um paraprovincia productora,
a

outro para a provincia importadora; grandes avarias


-do genero nos incommodos armazens alfandegados e
outras alcavalas reduzem o preço do genero, e o
agricultor perseguido recorre a um meio de
assim
livrar-se desses prejuizos, e esse meio infelizmente é
uma falta de patriotismo, é um crime: nega a patria
do genero e fal-o passar por filho de provincia alheia,
-diminuindo assim as rendas de sua provincia, e
expondo-se ao^damno e ao pezar de uma impugnação.»
Ignoro se o quadro que ahi fica é exactimente
-o mesmo da epoca presente. Se alguma cousa ha
mudado, todavia é certo que a sorte dos senhores de
engenho tornou-se, de dia a dia, mais deploravel. E
-se citei as palavras do Dr. Sá e Albuquerque foi para
chegar ainda uma vez á conclusão de que o remedio
para semelhantes males reside na Associação.
Reunam-se os senhores de engenho em posição
abastada e organisem uma empreza que tenha por fim

•exportar o assucar para o estrangeiro por sua propria


A PARAHYBA 195

conta por conta de seus companheiros de cultura.


e

Desse modo será facilmente vencida qualquer tentativa


dos negociantes da Parahyba para o estabelecimento
do monopolio.
Cabe aqui, Exm. Sr., occupar-me da molestia da
canna, desse outro flagello que, da mesma forma, vai
encaminhando a cultura da canna para o abysmo.
Examinei, segundo as recommendaçôes de V.
Exc., o estado da canna na comarca de Areia e achei
quasi tudo perdido, pelo desanimo de que se
mais
deixaram apoderar os agricultores do que pela incura-
bilidade da molestia. Esta com effeito, faz-se já sentir
na comarca de Bananeiras, até mesmo na villa da
Independencia. E' possivel, porém, remediar ainda e
■debellar o mal ; para isso é necessario tâo sómente
paciencia e muita paciencia.
E' conhecida a causa pois inutil
da molestia: é,

longa dissertaçâo scientifica sobre o caso. Da pobreza


de terra, que, ha seculos, produz stm cessar, vem todo
o mal. Essa pobreza consiste na falta de que se resente
a terra de saes potassicos, um dos elementos principaes
de que se nutre a canna. Ao mesmo tempo que esse
elemento falta, outras substancias abundam, das quaes
nao precisa a canna para se alimentar.
A causa doença por conseguinte é dupla.
da
Duplo tambem deve ser o remedio a empregar: um
para ajuntar ao solo a potassa de que carece, outro
para delle remover aquellas substancias que lá se acham
em demasia.
No primeiro caso necessario se torna estrumar a
terra com materias que contenham saes potassicos, taes
como, na ausencia entre nos de elementos proprios e
baratos, os estrumes da companhia de Alain, em
Franca^ e os das fabricas de Stassfurt, na Allemanha.
196 A PARAHYBA

que se poderá mandar vir por preço commodo.


sertâo existe o nitro em varios lugares ; essa substa
bem poderia servir para o caso. Mas, além de na:
ella abundante, quer me parecer que o seu transr.
excederá em preço ao custo dos estrumes, de
acima fallei.
Tambem seria bom recommendar aos senh(
de engenho que sirvam, como estrumes de cinzas,j|
bagaço da canna depois de muida, das caldas
alambique, etc.
Recommendei a varios lavradores, nos arredoii
da cidade de Arêa, que ensaiasscm estrumes del
ultimo genero; elles m'o prometteram e ficar|
encarregados de me dar noticias posteriores a es
respeito.
Encontreialguns delles, que já tinham feil
tentativas nesse sentido, mas o trabalho fôra mal feirç
Contentavam-se elles em lançar cinzas e outras materia
potassicas sobre o solo e a plantar sementes de canr
já doente logo immediatamente depois desse estruma
imperfeito.
Acontecia, portanto, que, em sobrevindoas chuvas
os saes potassicos se dissolviam e desappareciam cor
as enxurradas, ficando o terreno no mesmo estadc
que dantes.
Recommendei-lhes, pois, que repetissem as expe-1
riendas, tendo, porém, o cuidado, logo depois de^
lançado o estrume sobre a terra, de revolvel-a profun
damente, cerca de um dous
palmos, e isso em
ou
todos os sentidos; que esperassem pelas chuvas eso
depois de bem molhado o terreno procedessem ao
plantio ría canna.
Adverti-os, ao mesmo tempo, de que era possivel
que as cannas nâo nascessem logo sas da primeira
A PARAHYBA 197

vez: nesse caso, cumpria cortar essas mesmissimas


cannas, (irar-lhes a semente e de novo no
plantal-as
mesmo terreno, bem entendido, depois de adubado
este segunda vez e de destruidas as raizes da primeira
plantação.
Esta segunda geração, lhes disse eu, se não fôr
de todo isenta da doença, já será muito melhor: quasi
certamente será de resultados excellentes a terceira
geração.
Vè-se, pois, como disse, que é caso tão somente
de paciencia. .
Quanto a remover do solo as substancias em
demasia e que são nocivas ao desenvolvimento da
canna, basta indagar-se qual a razão de existir nos
partidos de cannas tantas materias perdidas para logo
e logo acharmos o remedio.
A observação tem mostrado que, em virtude de
um erro deploravel, a maioria dos lavradores, quasi
todos os annos, plantava canna no mesmo terreno;
muitos ainda plantam.
Ora, só se alimentando a canna de certas e

determinadas substancias, muito naturalmente as demais


substancias que no solo, não achando
se geram
emprego, foram-se accumulando durante annos e annos.
Dahi o mal.
Segue-se que para combatêl-o necessario se torna
variar o terreno para a cultura da canna.
Assim, pois, será bom que só se plante canna,
quando muito, dous annos consecutivos nas mesmas
terras, que se plante ahi nos trez annos seguintes
productos diversos; como, no primeiro anno, milho,
no segundo feijão, no terceiro, qualquer outra cousa.
Depois tornará a vir a canna, e assim por diante.
Tenho fé, Exm. Sr., que havendo confiança e
193

persistencia, mais cedo ou mais tarde, é questão de

tempo, se obterá victoria completa.


Quaes os aperfeiçoamentos de que a cultura da
canna é susceptivel, tenho-os exposto, mais ou menos.
Alguns outros existem, entretanto; mas é justa
mente para introduzil os em nossos centros agricolas
que peço a criação de escolas de agricultura no interior
da provincia ; seria malhar em ferro frio indical-os aqui,
visto a actual incapacidade de nossos agricultores.
Illm. e Exm. Sr.— Outro tanto é o que tenho a
dizer sobre o progresso da industria algodoeira. Todavia
acha-se ella em melhor pé que a da canna.
Observei quo, em geral, as machinas de que se
servem para descaroçar o algodão raramente sãos bôas
e prestam serviço; a maior parte dellas, além de
estragadas, são de proporções acanhadas. Igualmente
égrosseiro o systema de que usam para pôrem aquellas
machinas em movimento : o processo é por demais
lento.
Nada indicarei como aperfeiçoa
presentemente
mento, nem tenho o que indicar; pois os proprios
lavradores sabem perfeitamente o que lhes falta: não
havendo, porém, capitaes, resignam-se elles com o

estudo actual das cousas, esperando que algum dia,


melhorem os tempos.
Devo, porém, tocar em um ponto que, se for
reconhecido exacto, só á sciencia cabe resolver. Quero
fallar da praga da lagarta. Embora, este anno não
tivesse sido regular o inverno, todavia a safra do
algodão teria sido enorme, se não houvessem sido os
algodoeiros muitissimo damnificados pelas lagartas.
Procurei ter informações, mais menos exactas,
sobre o apparecimento e desenvolvimento dessa praga.
Cheguei ao conhecimento de que as lagartas
• A PARAHYBA 199

variam muitissimo segundo a herva de que se nutrem ;


pessoas ha que as distinguem perfeitamente, segundo
as arvores e arbustos que abundam no logar e vice-
versa. D'ahi vem, dizem-me os lavradores que consultei,
que a lagarta do algodão só das folhas do algodoeiro
se alimenta, despparecendo inteiramente desde que não
encontram mais nutrição. Gera-se essa lagarta, affirmam-
me, da folha mesmo do algodoeiro.
Pretendem alguns reconhecer pelo máo odor que
exalam os algodoeiros, quando a epocha da praga se
approxima, e isso cinco ou seis dias antes de declarada
a calamidade.
Cito todos esses abrir discussão
factos para
sobre o caso ; porque, a se verificar ter tudo isso
fundamento solido, o que por mim não posso examinar,
visto qualquer experiencia nesse sentido ter de abianger
um longo espaço de tempo, deve- se então concluir
que estamos em presença de uma nova molestia, a da
lagarta, para a qual possa talvez a sciencia offerecer
remedio efficaz.
Cito os factos, discutam-nos os entendidos. O
que posso afhrmar que doença ou não, a praga das
é

lagartas causa ás plantações um mal incalculavel.


Acontece, por outro lado, porém, que a industria
do algodão tende a desapparecer de entre nós, se,
providencias energicas
já,

desde não forem tomadas


relativas ao estabelecimento na provincia, de fabricas
de tecidos fiação, bem como concernentes ao
e

aperfeiçoamento de nossas vias de communicação,


substituindo-se as ruins estradas de rodagem que
possuimos por estradas de ferro que offereçam rapidez
vantagem.
e

temos, \erdade, um principio de


viação
é

ferrea; tão infeliz, porém, esta provincia que pequeno


o
é
200 A PARAHYBA

trecho de estrada de ferro, que liga a capital á villa


da Independencia, quasi nenhuma utilidade nos offerece,
em vista dos preços de passagem, excessivamente
altos até mesmo superiores ás viagens e transportes
que se realizam á costa de animaes. Isso c incrivel,
mas é a realidade. A estrada de ferro não se acha
ainda na cidade do Campina, não vem mesmo até
Cajazeiras, porque não querem.
tão simplesmente
Allegam não sei que impossibilidade de terreno f
Tal impossibilidade se não dá: a estrada é de facil
construcção c pouco dispendiosa. Terei occasião de
occupar-me desse assumpto em meu relatorio e serei
então mais minucioso.
Resulta dessa deploravel incuria, que, a partir de
Araruna, as remessas de algodão e outras communi-
cações são feitas por intermedio da provincia do Rio
Grande do Norte.
A nossa infelicidade vai até mais longe. Quando
passei em Araruna, achei os animos excitados por um
projecto de lei que se estava discutindo na provincia
do Rio-Grande ; já a assembléa provincial o havia
approvado em primeira e segunda discussão. Tratava-se
de estabelecer um imposto de 10% sobre todo o
algodão proveniente da Parahyba.
De sorte que, para fugir a esse imposto e a
outros que, por sua vez, a assembléa provinciai tem
decretado, para livrarem-se do hediondo monopolio
estabelecido na Parahyba e Mamanguape pelos nego
ciantes compradores, preferem os lavradores de Araruna
e arredores mudarem suas machinas para o Rio Grande

do Norte, vendendo o seu producto como dessa


provincia, quando realmente provem elle da Parahybal
Como V. Exc. sabe, limita-se o Rio Grande cem
Araruna pelo rio Callabouçp; a distancia é muito
201

pequena se essa mudança


e, já não está . effectuada,
não tardará a sel-o.
Provavelmente já se terá conhecimento na Parahyba
dessas occurrencias ; mas como me pediram que as
fizesseconstar ás autoridades competentes, ahi fica
consignado o facto. Disse que era preciso cuidar-se
do estabelecimento de fabricas de tecido e fiação nesta
provincia.
Com effeito, não ignora V. Exc. que o nosso
algodão é exportado para as praças manufactureiras
da Europa, como as da Inglaterra, França, Allenanha,

Belgica, etc.
Desde, portanto, que essas praÇas nòs não
comprarem mais nossos productos, está seriamente
compromettida uma das mais importantes fontes da
nossa riqueza nacional. No meu pen ar, que talvez
pe^ue, encaminham-se as cousas para esse triste
paradeiro.
Todos sabem que nestes ultimo; tempos tem
baixado continuamente do algodão. Logo é
o preço
que La no mercado pouca procura do genero. Essa
apathia provem sem nenhuma duvida como não
escapará, por ccrto, ao espirito esclarecido de V. Exc.,
do sopro revolucionario que, de ha tempos a esta
parte, tem convulsionado a face da Europa, causando
em quasi todos os paizes repetidas e deploraveis greves.

De dia a dia, Exm. Senhor, estamos vendo que,


longe de melhorar, essa situação fatal tem, por motivos
que não compete aqui allegar, muito e muito peiorado.
Infelizmente tudo parece indicar que o futuro será
ainda mais terrivel.
Nessas condições, é opinião minha que o preço
do algodão baixará amda muito. Se já actualmente
os agricultores pouco lucram com semelhante ramo
202 A PARAHYBA

de negocio, é de receiar que em breve lhes falte de


todo a coragem e a paciencia.
Se ponho entretanto, aqui esse factos em

evidencia, não é nenhum para lançar o


de modo
desanimo no meio da população. E para mostrar e
provar, ao contrario, que outra direcção se deve dar á
industria do algodão.
Sitvam-nos nós mesmos de nosso algcdão,
fabriquemos nós mesmos as nossas fazendas, as nossas
chitas, etc. Desse modo ganharemos duplamente. Acho
que é bom já se ir pensando nessas cousas para se
evitar mais tarde os botes da surpresa.
Afora esses dois generos de exportação, encon
tramos a industria dos couros : esta depende em grande
parte igualmente dos fazendeiros do interior.
Não é dos mais animadores o estado em que se
acha a criação do gado. As seccas que tamanhos males
causam a esta, a falta de capitaes, que já tanto tenho
deplorado, a ignorancia e o espirito rotineiro dos
agricultores, sem fallar no mais, são causas de já se
achar quasi completamente degenerada a nosba raça
bovina.
Cumpre mandar vir animaes novos e de raça
excellent., que effectuem por meio de crusamentos a
substituição dos existentes.
Outro tanto podemos dizer da raça cavallar;
accresce, neste ultimo caso que os animaes bons já se
vão tornando excessivamente raros e carissimos, o que
ainda mais difficulta as communicações de sertão com
a capital. São muitas as molestias que perseguem e

matam o gado no interior ; contra a maior parte dellas


são baldos os esforços dos fazendeiros.
Não quero, por ora para, combater esse mal, pedir
que se fundem escolas de veterinarios.
A PARAHYBA 203

Mas não seria máo que, ao ser organisada a


escola de agricultura, que, essa, julgo indispensavel, se
fizesse um intelligente combinação das duas escolas.
Ja isso seria bastante.
Cultivam-se tambem e só para uso domestico a
mandioca, milho, feijão, arroz, fumo, café, etc.
O fumo poderia tornar-se, se fosse intelligente-
mente trabalhado, um genero de forte exportação. Mas
ainda nisso estão atrazados, apezar de um folheto que
por ahi corre impresso explicando a cultura e o fabrico
do fumo.
Nos brejos os agricultores que vão perdendo a
paciencia com o plantio da canna, estão inclinados a
adoptar cultura do café. Creio que não obram bem;
mas não quero por isso critical-os.
Ha tempos o Sr. Joaquim José Henrique da Silva
publicou um artigo sobre uma sorte de café, que elle
denominou café Liberico, cujo merito principal era
produzir oito mezes depois de plantado. Julgo conve
niente agitar de novo essa questão.
Para evitar os horrores da os
secca costumam
lavradores plantar os productos destinados ao consum-
mo domestico em terrenos adjacentes á margens de
rios os quaes chamam elles vazantes. Accontece, porém,
que muitas vezes perde-se tudo com qualquer enxurrada
que de repente appareça. Me parece, pois, que emenda
e soneto se valem. Para combater os effeitos da falta
de chuvas seria preferivel que se abrissem açudes,
muitos açudes, munidos de bomba ou siphão, que
permittisse regar as plantações.
A' proposito das seccas guardarei para outra
opportunidade as considerações que tenho de apresentar.
Mas, desde já posso avançar que, se nos não é possivel
evitar que as seccas se manifestem, todavia podemos
204 A PARAHYBA

resistir sem grande abalo a seus terriveis effeitos. Já


se vê que, abandonando o caminho até hoje trilhado
para a resolução de tão grave problema, pretendo
adoptar um outro, de conformidade com o qual as
medidas que tenho de propor serão todas de precaução.
A construcção de grandes açudes por conta da
provinci.i e dos quaes terá esta lucros a auferir, será
a base dessas medidas.
Resta a ultima parte do officio de V. Exc., quaes
as riquezas mineraes que consta abundarem na
provincia?
Como já disse em começo, não devo, por ora,
estender-me sobre o assumpto. Fará elle o objecto
quasi especial de meu relatorio. Todavia cabe-me o
indizivel prazer de communicar a V. Exc. |que c esta
provincia riquissima em mineraes de quasi todas as
especies.
Tenho encontrado ferro sob differentes aspectos
e em quantidade invencivel ; abunda sobretudo o ferro
magnetico, de qualidade superior ao da Suecia, ilha
d'Elba, etc.
Até aqui pouco ouro tenho visto e ainda assim
em um unico lugar; todavia, segundo as optimas
informações que tenho colhido, ha esperanças de
encontrar para cima minas mais abundantes.
Ha igualmente na provincia carvão de pedra, bem
que a sua qualidade e quantidade estejam sujeitas á

discussão. O aluminio abunda consideravelmente.


•Tambem tenho feito descobertas de chumbo.
Referem me a existencia da prata, mas eu não a
encontrei; mostraram-me, é verdade, um pedaço desse
metal, mas averiguado o caso soube-se provir de
outra provincia.
Encontram-se igualmente mames, cretaceos, pedras

A PARAHYBA 205

<fe cal, de fuzil, pedras finas, etc. A riqueza principal


•da provincial é, porém, o ferro.
Pjnso que se pode, desde

já,
fundar uma fabrica
para preparo deste metal, sem grandes despezas
o

e
com visiveis lucros para cmpreza. Sou, em geral,

a
contrario idéa de vêr governo frente de

o
á

á
estabelecimento de mineração; mas, como se trata de
iniciar uma idéa nova, com
a
qual não está população

a
acostumada, não duvido fazer uma concessão.
Assim, pois, penso que provincia pode deve

e
a

fundar uma fabrica de ferro que sirva de modelo

a
todos que quizerem dedicar-se semelhante industria.
a

Em meu relatorio entrarei em detalhes esse respeito. a


Em começo fallei em limites incertos provincia entre
a
da Parahvba do Rio Grande do Norte disse ter
e
e

entrado em terras desta ultima provincia. Mencionando


esse facto foi meu intento recommendar ás autoridades
competentes solução dessa questão. V. Exc. compre-
a

henderá gravidade d'ella desde que souber que muitas


a

das minas de ferro que descobri se acham fustamente


situadas nos terrenos contestados que indubitavel
e

mente pertencem provincia da Parahyba.


á

Eis, Exm. Senhor, o que por ora julguei de meii


dever communicar V. Exc.
a

Deus Guarde V. Exc.— lllm. Exm. Sr. Dr.


e
á

Antonio Herculano de Souza Bandeira— M. D. presidente


da provincia da Parahyba.

O engenheiro de Minas,

Francisco Soares da Silva Retumba.


*

ESTUDO sobre as aguas subterraneas em Araruna.


Em comprimento ordem do illustre sr. ministro
a

da viação, tivemos de emprehender, desde fins do


206 A PARAHYBA

anno passado, o estudohydrologia subterranea


da
dos arredores de Araruna, concluido em março ultimo.
A perfuração de poços destinados a fornecer agua
potavel, de que grandemente se resente, em geral, a
população, da villa e serra de Araruna, constituiu o
principal objectivo d'esse nosso estudo ahi.
Antes de iniciar o serviço de sondagens, fizemos
um reconhecimento minucioso dos diversos terrenos
circumvisinhos a esse povoado serrano, levando as
nossas investigações para o sudoeste, além de Guaribas,
a mais de duas leguas da villa.
Para maior facilidade de nosso exame e mesmo
por desejo de fazer quanto atites um juizo' previo a
cerca dos traços geraes da hydrologia subterranea da
região que iamos estudar e conhecer, inquirimos, antes
de qualquer trabalho, sobre o numero de localidades
das cacimbas, por ventura, abertas por particulares e
das fontes naturaes existentes e das que, por qualquer
razão hajam desapparecido, sobre a qualidade e quanti
dade de suas aguas e a respeito dos mananciaes deque
se abastece do precioso liquido a gente da serra de
Araruna, na emergencia d'uma secca anormal. Tivemos
a este respeito informações precisas a nós bondosamente

ministradas pelo major Pedro Raposo e pelo respeitavel


e digno padre Joel.

No campo das pesquizas, informes taes são,


muitas vezes, de grande utilidade para o prospector
d'aguas. Segundo a expressão pittoresca doDr. Imbeaux
—uma cacimba, é, para o hydrologo, uma luneta assestada
para o interior, e por isso não se deve eximir de
utilisal-a.
Afim de determinar- pelo menos, com a approxi-
mação possivel, as zonas provaveis de convergencia
das aguas que circulam no subsolo ararunense e os
A PARAHYBA 207

pontos provaveis de emergencia das fontes, examinámos


detidamente a topographia da região, tomando altitudes
ao aneroide, procurando a lei da formação e a destribuição
dos anticlinaes, etc.
O estudo geologico, mesmo summario, nos inteirou
das'condições de permeabilidade superficial dcs diversos
tratos de terreno e da natureza mineralogica dos
componentes das rochas.
Quanto á qualidade, dependendo dos
as aguas,
terrenos, atravez dos quaes fazem o seu percurso
subterraneo, fizemos cerca de dez analyses physicas
e algumas parcialmente chimicas, de amostras de terra
silico-argilosa, tomidas em zonas de absorpçâo das
aguas meteoricas e de fragmentos de rochas graniticas,
reduzidos pó, extrahidos em pontos de filtração.
a
E' de notar quenenhuma d'essas analyses revelou,
pelo menos, vestigios de chlorureto de sodio ou nitrato
de potassio, relação ao fim que nos
apreciaveis em
importava, d'onde se deve inferir que a salgadura das
aguas de algumas fontes como Tury e Caridade, tem
sua origem nas rochas subjacentes ou em depositos
de argila salifera, mais ou menos profundos.
No curso de nossas pesquizas hydrologicas, a
nossa attenção era, a cada instante, solicitada pelos
numerosissimos affloramentos, querno fundo dosvalles,
quer nos flancos e cumiadas das collinas, da espessa
e formidavel massa granitica que constitue a ossatura
da serra de Araruna.

A ideia, portanto, de encontrar aguas profundas


ahi, desde logo se nos desvaneceu.
Uma crosta, de espessura variavel entre zero e
20 metros, mais ou menos, composta de terra molle
argilo-silicosa, areias, grés ferrosos, conglomeratos,
fragmentos grandes e pequenos e mesmo blocos de
20S A PARAHYBA

rochas cristalinas, reveste, por quasi toda parte, essa


gigantesca molle granitica, apresentando cndulaçôes
de formas diversas, subordinadas indubitavelmente ao
relevo topographico de seu supporte de rocha plutonica.
O pequeno sobre que se acha a villa
'planalto
de Araruna.com as muitas depressôesqueocircumdam,
.с a zona que primeiro golpe de vista maior
a um
numero de probabilidades de exito apresenta ahi ao
prospector de aguas; por isso as nossas investigates
detiveram-se principalmente n'essa bella planura. Cons
titue ella a parte mais elevada da montanha (altitude
de 530 metros acima do nivel
do mar) e tambem a
mais importante da serra por ser a zona mais humida,
mais agricola e onde se acha maisadensadaapopulaçâo.
Bastante extenso, porém irregularmcnte desenvolvido
(grande 'comprimento— 3 ! 2 a 4 leguas — e pequena
largura) é relativamentehorisontal e apresenla
bem
um solo arenoso muito permeavel, contendo materia
humifera em regular proporçâo. Nos seus flancos têm
nascença numerosas synclinaes, formando pequenos
valles, mais ou menos profundos, que deveriam ser
os pontos de emergencia natural das aguas meteoricas,
que se infiltram na chapada.
Em resumo, este planalto, pelos seus caracteres
exteriores, isto é, solo horisontal e eminentemente
permeavel, deveria constituir uma magnifica bacia de

recepçâo das aguas pluviaes e o lagedo graniüco


subjacente, impermeavel, uma superficie de drainage
das aguas de infiltraçâo, os quaes, após, o seu trajecto
íiubterraneo, deveriam apparecer nas encostas e thalweys
dos valles circumjacentes, formando fontes abundantes
e perennes que fariam, ao certo.de Araruria uma tein
prospera с feliz.
O phenomeno deveria se reproduzir ahi por um
209

mechanismo identico aos das fontes do Araiipe, por


exemplo, que fazem dos Carirys-Novos, no Ceará,
uma verdadeira terra da promissão, um oasis feriilissimo,
situado a meio de planicies e cerros aridos e desola
dos, e um celeiro precioso das populações dos altos
sertões cearense, riograndense e parahybano.
Em Araruna, nas linhas de menor declive das
depressões que partem do pequeno planalto, não se
encontra um afonmento aquifero que mereça realmente
o qualificativo de fonte; apenas dous porejadores
(source dos francezes) vertem preca
de suintenemcnt,
riamente um pouco d'agua salobra: um no sitio do
major Pedro Raposo e outro, denominado Cacimbinha,
pouco distante d'aquelle, ambos na encosta occidental
da chapada sobre que nos temos referido.
Existem outros olhos d'agua, tambem precarios,
mas que nenhuma relação têm com o pequeno planalto
estudado.
Fomos informados que, durante a estação das
chuvas, grande parte das aguas pluviaes, que, cahido
sobre a chapada permeavel, não se escoam superfi
cialmente, são filtrados, desde logo, no alto do flancos
c impulsionadas pela acção da gravidade, seguem o
seu curso natural pelos thalwegs abaixo.

Exemplos semelhantes são, aliás, facilmente obser


vaveis, principalmente nos invernos muito chuvosos»
em terrenos impermeaveis, porém disfarçados por ,um
manto permeavel.
A agua meteorica, depois de bem saturado o
lençol terroso absorvente, filtra-se morosamente nos
declives corre para os synelinaes.
e

Fomos, pois, induzidos a crer que a permeabilidade


do
massiço investigado, é inteiramente superficial e que
a inexistencia de fontes abundantes, constatada, é
210 A PARAHYBA

devido a impermeabilisação das camadas mais profundas,


que necessariamente devem ser constituidas de materiaes
principalmente argilosos.
Risler et Wery (Irrigations tratando
et Drainages),
da circulação das aguas diversas
subterraneas nas
formações geologicas, fazem [referencia a respeito de
terrenos semelhantes ao precedente, existentes na
França.
Eis o que dizem sobre a planicie do Forez e a
bacia de la Roanne:
— »Au point de vue hydrographique, les terrains
tertiaires de la plaine du Forez et du bassin de
Roanne dans la vallée de la Loire, offrent des caractères
spéciaux. La prédominance de l'élément argileux
s'oppose á l'infiltration des eaux pluviales et la faible
pente du sol empêche leur écoulement naturel. Aux
moindres pluies, des flaques d'eau se forment sur tous
les points, et ces eaux disparaissent á la longue, dans
les parties basses, moins par absorption que par
évaporation lente. Une consequence naturelle de cet
état de choses est l'absence de véritables sources. A
leur place, on observe, ou pied de beaucoup de coteaux,
de simples suintements d'un régime fort inconstant.
Les eaux de pluie, reçues par les dépôts graveleux
du haut des plateaux, s'infiltrent jusqu'à la vencontre
d'une assise argileuse qui les vaméne au jour au
moindre pli du sol.
De lá des écoulements abondants, et souvent
troubles, á la suit de plusieurs jours de pluie, mais
qui tarissent dés que le temps se remet au beau.>
Em Araruna, a massa argilosa que constitue a

planura investigada e seus arredores, se patenteia


• claramente em todos os declives mais ou menos
sensiveis, erodidos tanto pelas aguas selvagens corno
A PARAHYBA 211

pelas superficiaes, e tambem em varias escavações,


notadamente n'uma cisterna de 8 metros de profun
'
didade, feita recentemente pelo Dr. José Amancio.
A constituição argilosa do planalto engendra a
sua impermeabilidade.
As aguas pluviaes ahi desapparecem por quatro
vias differentes :

l.° Pela evaporação muito forte. A lavoura, tendo


desguarnecido achã da serra de vegetação frondescente,
estabeleceu ahi a síde d'uma intensa evaporação;
2. ° Pelo escoamenjo superficial ;
3. ° Pelo filtramento temporario no alto das
encostas ;

4. ° Pela
absorpção pela massa argilosa. A argila
pode absorver uma quantidade d'agua igual a 70% de
seu volume.
O lençol arenoso que cobre a chã da serra,
apezar de pouco espesso, protege efficazmente nos
annos muito chuvosos as plantações de mandioca,
obstando o brejatnento das terras.
A impermeabilidade da chapada ararunense e seus
arredores não é entretanto absoluta. Toda rocha por
mais compacta que seja, contem sempre, pelo menos,
a agua de carriéte, a agua dita de cjttstituição, e em
se tratando d'uma grande massa argilosa, quer ella seja
de origem sedimentar, quer provenha da decomposição
de rochas compactas, in loco, pode se dar o caso de
ser ella entrecruzada de estreitos filões de areia silicosa,
mais ou menos misturados de argila, pelos quaes a
agua faz morosa e difficilmente o seu trajecto. Succede
-ás vezes que a massa argilosa é misturada de areia
n'uma certa proporcão de modo a perder um pouco
a sua impermeabilidade e pode por isso, armasenar
por embibição uma certa quantidade d'agua.
212 A PARAHYBA

Em um terreno com estructura identica a indicada-


no primeiro caso quando se abre uma cacimba ou um
poço, as vindas d'ngua se fazem em filetes muito finos,
quasi sempre intermittentes e queseccam facilmente no
segundo caso, a aguatransuda das paredes em pequenas
gottas dando um supprimento hydnco insignificante.
Isto se observa commumente nos depositos alluviaes
sem stratificaçâo.
Por occasiâo da exploraçâo previa que fizemos
em Araruna, examinamos, além de outras, duas cacimbas
de 3 a 4 metros de profundidade, situadas nas encostas
da chapada: uma em Guaribas e outra em Jardim e

posteriormente uma tercura, cavada pelos trabalhadores


da nossa commissao, proximo á sondagem feita por
nos n'este ultimo lugar, e notamos que sao alimentados
por filetes aquiferos pobres, intermittentes e muito
reduzidos em numero; d'ahi a escasáez da agua que
fornecem.
Por 0outro lado, a estructura das paredes da
cacimba do Jardim mostra que a argila, fortemente
carregada de oxydo de ferro hydratado, ahí á visb,
teve a sua origem no proprio local em que ainda
presentemente jaz. Em Guaribas, a agua verte dos
interticios de stratos christallophilianos, restos d'uma
rocha basica (ferro-magnesiana) que tem resistido á
acçâo dos agentes de decomposiçâo.
Deve ser, portanto, um deposito de origem
residuaria, pelomenos em grande parte, a massa
silico-argilosa que forma a espessura da pequena
chapada ararunense e suas adjacencias.
A maneira como sao alimentadas essas cacimbasD
e os dous proregadores, está, á evidencia, indicando
que a circulaçâo das aguas subterraneas, nas camadas
mais profundas, é lenta, tardia e escassa, quasi insensivel,.
A PARAHYBA

em vínculos pauperrimos, pouco


numerosos e muito
disseminados na espessura do massiçp argiloso, occor-
rendo a circumstancia de serem interrompidos porque,
doutro modo,aff!orariam conjuntamente com o supporte
impermeavel no baixo dos valles circumvisinhos.
Estamos, pois, em face a um formação com
estructura interna provavelmente analoga a do primeiro
dos dous casos referidos.
Em vista do exposto, é facil de comprehender
que um poço vertical, de 0 polegadas de diametro,
aberto n'um semelhante terreno poderia drainar [um,
dous, tres ou mais filetes hydricos, mas attenta a pouca
permeabilidade do terreno, e a consequente pobresa
d'agua, a insignificancia da descarga (cerca de 600
litros em 24 horas, conforme se verificou depois) não
seria sufficiente para compensar nem siquer as despezas
de conservação e guarda dos maqúinismos de captação
d 'agua.

Por outro lado, o revestimento com tubos metalicos


que se é obrigado a fazer para evitar o entupimento
dos poços profundos, obstruindo a sahida dos vcniculos
liquidos que ficassem distanciados do fundo da perfu
ração, viriam ainda mais reduzir a pequenez da descarga
Depois de estabelecidas essas premissas, ficamos
plenamente convencidos do resultado negativo dos
poços em Araruna; o estudo experimental feito à sonda
seria inutil, além de ser um disperdicio . de dinheiro,
si não tivesse o seu lado especulativo, interessando
principalmente ásriencia.
Para salvaguardar a nossa responsabilidade profis
sional, n'uma tentativa que, de antemão, julgavamos
infructifera, dirigimos ao illustre Dr. Antonio Olyntho,
que chefiava então a nossa commissão, o seguinte
telegramma :
214 A PARAHYBA

'.caiçara, Outubro de 1 903. — Dr. Antonio


10 de
Olyntho— Avenida Central — 147 — Rio de Janeiro.
Communico-vos que iiz minucioso reconhecimento
terrenos derredor Araruna até duas leguas.
Terrenos primitivos, muitos aífloramentos granitos
e gneiss. Encontrei algumas fontes naturaes de agua
salòbra. Profundidades poços não poderá ir alem
quinze metros. Não se encontrará agua potavel; perfu
rações darão resultados negativos aqui. Difficuldade
transporte material subir serra Araruna.. Aqui não se
encontra agua nem se pode fazer poços profundos.
Rogo dizer-me que devo fazer.— R. saudações.'
A previsão mathematica em pesquizas desta
natureza, baseada cm simples observações sobre o
terreno, pode ás vezes falhar, devido a anomalias na
topographia, na staiigraphia ou esiructura das rochas
subjacentes, ou mesmo a um disfarce natural do terreno;
existem mesmo formações em que a previsão se torna
bastante aleatoria.
Em nenhum destes casos porem, esiá Araruna
comprehendida.
Não obstante decorrer de factos rigorosamente
obser/ados e de ser positiva a nossa affirmação,
pensámos que o estudo scientifico, experimental feito á
sonda seria o caminho mais curto para se levar a
convicção ao pyrrhonismo de certos espiritos e á
ignorancia de outros.
«L'élude des ressourccs en eau du sous-sol
à'uni région et de leur valeur est donc un probleme
sérieux, et c'est ici que 1'ingjnieur, pour connaitrj
les masses liquides i.ifiltré a 3 dans les pores et fissuras
des terrains: a bessoin de connaitre la structura de
ces terrains eux-mêmes, doit faíre appel au seeours
de 1j géolologie.
A PARAHYBA 215

Les lumière; et science n'empechent pas


cette
q'il soit souvent obligé de faire des recherches et
expériences directes pour mieux étayer son projet.;
puis la vécision prise, il restera á exécuter les travauir
appropriées pour dériver l'eau souterraine d> son gîte
naturel,pour \\capter» (Debauve'et Imbeaux— Distribu
tions d'Eau).
Nos proximos artigos, trataremos do estuio
directo, feito á sonda.
Antes de abordar propriamente o estudo das
sondagens que levamos Araruna, daremos,
a effeito em
para melhor comprehençâo dos Ieitores, uma succinta

descripçâo da serra onde se encontra a villa deste


nome.
Topograpbia— A serra de Araruna é um contra-
forte do planalto da Borburema, tendo a direcçâo geral
de nordeste a sudoeste; constitue em grande parte o

divorcium aquanun dos rios Curimataû ao sul e de


seu affluente— o Calabouço, ao norte; parte de suas

aguas torrenciaes escoam-se tambem a oeste para o


valle do Jacú.
O perimetro da serra de Araruna é caracterisado
por uma longa serie de saüencias e reentrancias,
formando bifurcaçôes em varios sentidos, ou mesmo
mameloes e serrotes, ísolados por pequenos valles ou
simples cols.
As verterles exteriores da serra sao de declives,
ora suaves, ponto de subirem carros de bois como
a
na ladeira da Umburana, ora fortemente ingremes e
acantiladas, como na reentrancia do riacho da Varzca.
Ao norte e nordeste, as escarpas sâo quasi
da serra
sempre constituidas por enormes penedos plu tonicos,
de modo que, vista de uma certa distancia, a serra se

nos apresenta no fundo do horisonte, como uma


216 A PARAHYBA

gigantesca muralha granitica, tortuosa, em partes,


arruina da pelos embates collossalmente brutaes das
forças ingentes da Natureza.
Subindo a serra, se noia ahi um grande numero de
ondulações, pouco elevadas em relação umas ás outras,
entremeiadas de inuumeros riachos e grotas, por onde
se escoam as aguas fluviaes.
O pequeno planalto sobre que está o povoado
de Araruna, situado quasi ao meio da montanha,
parece formar a principal da serra. A serra
cumieira
Verde por sua maior altura e isolamento é, dentre as
ondulações, depois do planalto, a mais em destaque,
talvez.
Na serra de Araruna, a grande rêde de pequenos
riachos que colleiam em todas as direcções em sulcos
ás vezes profundos, por onde são drainadas as aguas
meteoricas, seria, por si só, uma prova assas sufficiente
para levar ao espirito do observador a convicção de
que o subsolo ararunense é impermeavel e aonde por
consequencia, uma circulação hydrica muito pobre
deveria ter lugar.
«Les régions perméables souvent des
présent
étendues relativement considérables sans cours d'eau.
Belgrand a justement fait resortircette particularité
qui est suffisante pour permettre dc reconnaitre,
jusqu'à um certain point, les propriétés absorbantes
du sol au simples examen d'une carte topographique
um peu détaillée.» (H. Boursault— Rechcrche des Eaux
Potables ct industricltes.)
Geologia — Terreno archeano — As rochas cristal-
lophilianas são raramente encontradas sobre a serra
de Araruna ; o terreno archeano occupa sobre a montanha
pequenas extensões. Pode-se mesmo dizer que jazem
ahi- apenas restos desse terreno, e quasi sempre no
217

fundo dos valles. Constatámos a existencia d'elle nas


paredes de algumas cacimbas que examinámos para
os lados n'uma lagoa no lugar Cacimba
de Guaribas e
de Dentro, quatro leguas distante do povoado de
Araruna. Consta de gnciss diversos, schistos amphi-
bolicos, micaschistos, etc, geralmente bastante traba
lhados pela acção dos agentes de decomposição. Para
o lado occidental da serra, es'a formação occupa
maiores superficies.
O terreno archeano, pela circumstancia de se
achar situado á base das formações sedimentares, foi,
por muito tempo, considerado como primeira crosta
consolidada do globo, supposto originariamente fluido,
e por isso, era classificado como terreno primitivo.
Observações mais precisas, porém, têm mostrado
que o metamorphismo, actuando sobre rochas straii-
formes de uma idade qualquer, pode engendrar outras
identicas do archeano.
ás
O qualificativo, por isso, de terreno primitivo , tem
sido substituido pelo de terreno archeano.
Este terreno, servindo geralmente de supporte as
formações sedimentares, é considerado como anterior
a ellas.
No archeano, se encontram comrr.umente grossas
camadas de calcareo sacharoide, intercaladas entre os
stratos de schistos cristolino;; uma serie de sondagens,
convenientemente destribuidas, nos tratos d'esse ter
reno, em Guaribas e outres lugares, poderia revelar a
existencia ahi de jazidas de calcareo que tão sensivel
falta faz aos constructores na villa e serra de Araruna,
onde a cal por preço exorbitante.
se vende
A disposição siratiforme das rochas cristallophilia-
nas e a notavel disjuneção que, na maioria dos casos,

apresentam, favorecem bastante a penetração e circulação


213 A PARAHYBA

das aguas meteoricas, de modo que, quasi sem excepção,


um poço ou mesmo uma cacimba cavada nesse terreno
encontra agua a maior ou menor profundidade.
O estado de desagregação que, quasi sempre,
em
se acham os schistos cristalinos, por um lado, e por
outro a aridez do clima da regiãodas seccas do nordeste
do Brazil, concorrem poderosamente para mineralisar
as aguas [que circulam nas fendas d'essas íochas,
tornando-as salobras e muitas vezes impotaveis.
Sob a acção do calor, humidade, acido carbonico,
chlorureto de sodip, etc, as rcchas archeanas experi
mentam modificações profundas: são cm grande parte
desaggregadas e na maioria dos casos transformadas
em materiaes molles, incohcrentes.
Esta decomposição se faz sentir ás vezes até
grandes profundidades, como n'uma perfuração que
fizemos na villa de Soure, Ceará, onde, até 40 metros
de profundidade, a rocha gnecissica está em completo
estado de desaggregação. Rinne refere (Estude Pratique
des Roches) que, no Brasil, se tem encontrado o gneiss
decomposto em profundidade de 120 metros
(?)

argila, kaolim, moscovita, resuHcm


A

etc,
o

em geral, da decomposição lenta do feldspatho, so


bretudo, que entra cm grande escala na composição
das rochas cristallophilianas. feldspatho um silicato
O

de aluminio de potassio, sodio ou cal. Pela acção


c

chimica do acido carbonico contido n'agua perde a


seu potassio, sódio cal, resultando argila que
a
e

um silicato de alumina hydratada, ou brauxita que


a

alumina hydratada.
é

côr amarella ou vermelha das argilas devido


A

ao hydroxido oxido de ferro.


e

decomposição dos elementos constutivos das


A

rochas cristallophilianas dá Iugf.r formação de varias


á
A PARAHYBA 219

outras substancias mineraes,ccn:o o cpidcto, achlorite,


serpentina, talco; ctc, etc.
Na serra de Araruna, os phenomenos de decom
posição tem affectado consideravelmente as rochas
archeanas. A camada silico-argilosa que reveste por
quasi toda parte o massiço granitico resulta quasi
sempre d'essa decomposição.
Os solos antochtones (rcsiduarios, de Braner,)
isto é, consequentes da transformação in loco das rochas
archeanas, quando o elemento argiloso predomina,
tornam-se muito impermeaveis.
Quando á fertilidade, solos dependem da
estes
natureza das rochas de que são oriundos. Os felds-
pathos calcosodicos, sobrecarregados de ferro, dão
por sua decomposição solos muito ferteis.
Liais pensa que a grande fertilidade das terras
do Brasil, é devida, principalmente, aos feldspathos,
aqui extraordinariamente abundantes.
Terreno granítico.— Em Araruna, o terreno
granitico constitue o supporte natural de todas as
outras formações ahi existentes; é um gigantesco
massiço de rocha plutonica que se ramifica do planalto
da Borburema serve de ossatura á serra; se estende
e
inteiriço, muitas vezes, em ondulações baixas, esparsas,
apresentando ao sul o grande synclinal do Curimataú
queícorre, por assim dizer, n'um leito de granito.
As enormes areas que a rocha plutonica abrange
na serra de Araruna e valle do Curimataú, encoberta
por ligeira camada de terra, não podem deixar de ser
considerados como um terreno, classificado, de con
formidade com os caracteres que lhes são proprios.
As varias especies de granitos, como todas as
rochas de textura granitoide, ditas holocristalinas, foram,
conforme ficou demonstrado pelas experiencias de
220 A PARAHYBA

Fonqué e Michel Levy, consolidadas em grandes


profundezas; d'ahi a sua qualificaçâo de rochas byssacs
ou platonicas. O facto de se acharem a descoberta
emnumerossimas localidades, é devido á submersâo
ou abaixamento des terrenos encaixantes e á erosâo

pelas aguas superficies e pelas correntes colianas.


A raridade de rochas cristallo philianas na serra
de Araruna e valle do Curimataú, destruidas, com cer
teza, pela acçâo dos agentes naturaes, phi-
conl'uncta
sicos e chimicos, transportadas para paragens prova-
velmente longinquas, induz-nos a pensar na poderosa
erosaçâo de que foi theatro esta regiâo no curso dos
tempos geologicos.
O terreno granitico de Araruna e Curimataú offerece
um magnifico campo de estudo, um paraíso geologico,
para nos servir da expressâo de Sr. Geikci, illustre
geologo inglez.
Essa formidavel massa p!utonica se apresenla
inteiriça em toda sua enorme extensâo ; nao se nota
ahi indicios de deslocamento ou dobramentos posteriores
ao endurecimento completo da rocha.
A abertura do valle do Curimataú e outros deveria
ter-se realisado depois de haver o que deu
magma
origem á rocha, passado apenas ao estado semi-fluido
ou viscoso.
Por outro lado, a orientaçâo uniforme dos rios
Parahyba Curimataú e a identidade dos terrenos em
e

que foram abertos os leitos de ambos, indicam que


os synclinaes d'esses rios foram engendrados em
viriude de circumstancias analogas e concomitantes
por uma mesma força horisontal, actuando de norte
a sul.
Esta mesma massa granitica aflora em Itabayanna,
no Inga, serra da Beatriz, Campina Grande, Soledade,
A PARAHYBA 221

Serra do Japy с muitos outros pontos principalmente


do planalto da Borburema, cujo esqueleto deve formar;
estende-se para o noroeste indo constituir o enorme
dykedacordilheira do Ibyapabano Ceará, onde apparece
em gibbosidades em varios serrotes.
Caiçara, maio de 1909.
Engciheiro,
Salles Guimaräes.

EXCURSÄO geologica Alagôa do Monteiro,


á
pelo engenheiro prospector Victor Kromenacker.
Enthusiasmado pelos relatorios publicados no
Almanack da Parahyba de 1899, onde os engenheiros
Paulino Lopes da Cruz e Julio Destord narravam ier
encontrado na Alagôa do Monteiro, na Serra Branca e
na serra Cacimba de Cima, innumeras pedras preciosas,
tanto dos crystaes de cores diversas como das gemmas
verdadeiras da familia dos Corindôes, e ter descoberto
tambem muitos affloramentos de carvâo de pedra
anthracito, que acompanhavam as margens do rio
Parahyba, desde as suas nascentcs até o povoado S.
Thomé, seja num percurso de quasi vinte leguas,
resolví, visto o grande interesse que apresenta actualmente
a exploraçâo dessas riquezas mineralogicas, percorrer
esses lugares e verificar de visu as jazidas assignaladas
pelos mesmos engenheiros, para depois interessar um
Syndicato na sua exploraçâo.
Ningtiem ignora quanto é grande o luxo em
toda parte do mundo, e quauto é incommensuravel a
vaidade humana.
Por isso,
procura das pedras preciosas e das
a
suas congeneres e de tudo o que brilha, tem tomado
nestes ultimos annos um incremento enorme, e os
222 A PARAHYBA

estados de Goyaz, de Matlo Grosso, apezar de sua


linginqua distancia, enriquecem as cidades de S.
1 aulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, fornecendo-lhes
as pedras preciosas de suas Serras de Crystaes, que
são lapidadas ahi pcrartistas valiosos c depois exportadas
com vantagem para os mercados europeus e americanos.
Encontrando essas pedras no Monteiro, era uma vantagem
enorme pela facilidade do transporte e proximidade
dos portos do Recife e da Parahyba, onde uma nova
industria attrahindo os artistas, devia crear-se.
A existencia do carvão de pedra nas vizinhanças
de Alagôa do Monteiro, nas nascentes do rio
Parahyba c nas ribeiras de seu curso, era para o tempo
actual um achado maravilhoso pelo duplo interesse
de sua existencia, e di necessidade de uma estrada
de ferro para transportal-o.
Effectivamente discuteo prolonga
agora que se
mento da Estrada de Ferro Central de Pernambuco, si
deve continuar por Pesqueira cu seguir de Sanharó,Jos
partidarios dessa ultima estação tinham mais essa pedra
a seu favor, porque, quem conhece essa região sabe
quanto é facil a passagem pelas nascentes norte do rio
Ipojuca, transpondo a serra com pouco declive, ganhando
Boa Esperança, seguindo a estrada de rodagem que
vai para Joá, Dois Riachos, Umbuzeiro, Serra Branca,
subindo o rio Parahyba até sua nascente no NE da
serra da Jabitacá, e ganhar assim Ingazeira,
São José
do Egypto, Flores, etc.
Aproveitamos essa occasião para fazer ver quantos
são mal executadas as cartas corographicas dos Esta
dos de Pernambuco e da Parahyba, e de quantos erros
são cheias essas cartas que deviam merecer melhor
attençãopor parte dos governos desses Estados,
mandando retificar, depois de novos estudos, a posição
^ A PARAHYBA 223

geographica verdadeira dos povoados, dos


das villas
rios, dos pontos mais salientes, e não como estão
actualmente locadas approximadamente, sem posição e
direcção verdadeiras exactas. (1)
e
Encontrando-se as jazidas carboniferas apontadas
essa parte central da Parahyba ficaria uma região
mineira importantissima,porque devia fornecer o carvão
nescessario ao porto do Recife e a todas industrias
pernambucanas e ás usinas de assucar que já hoje
sentem a falta de lenha, tendo já devastado as suas
mattas nas suas proximidades, procurando ao longe
o combustivel que o bagaço de suas cannas não lhes
fornece com sufficiencia.
E' por isso que a estrada de ferro sahindo de
Sanharó sobre as camadas carboniferas
devia passar
em Santa Clara, Zabelé, Sena do Fogo, e deveria
trazer para essa- região afortunada, o trabalho, a vida
e a riqueza. Infelizmente, tudo isso foi um sonho,
como veremos adiante.

GEOLOGIA GERAL

As tochas formando as nascentes do rio Pa-


rahyba são as rochas laurencianas formadas de
horublenda crivada de quartzo em gráos pequenos e
de feltopatho tomando a forma de innumeros leitos
de fusão contorcidas, e extraordinarios pela sua au.

(1)0 vlajanteqre vai para 8ão José do Egjpto, Ingazeira, Flo


res, etc.,do Fsiado dc Pernr.mbuco, sahindo de 8anliaró ou de
Pesqueira será obrigado a acompanhar a estrada de rodagem que
passi ras nascentes do rio Parahyba, atravessar essa parte do Esta
do da Parahjb.n, e não como o indicam nas cartas, seguira estrada
de 1dagem, sem sa':ir do Estado dc Pernambuco.
224 A PARAHYBA

sencia da mica. Os flancos das collinas são revestidos


em muitas partes de um gneiss porphyroide branco,
cheio de crystaes de orthoclase de uma brancura
admiravel, intertratificado com faxas de gneiss sysni-
tico e granitoide, tendo todas as apparencias do
granito. Em outros lugares, encontram-se faxas de
phorphyro granitoide, formando serrotes solitarios e
elevando-se de 30 a 50 metres acima do valle ou da
ribeira donde sahem grandes crystaes de orthoclase
branco, nos quaes são encrostados crystaes de turma-
lina preta, alguns de piso da kilo e mais.
Sob os flancos de diversas collinas, a superficie
do sólo acha-se revestida por espessas jazidas de
conglomeratos ferruginosos, innumeros destroços aceu-
mulados das rochas gneissicas e schistos que as
correntes das aguas arrancaram das partes superio
res das serras altas e longinquas e depositaram em

seixos rolados de quartzo, de gneiss, de feldspatho


de todas as cores, nos quaes encontram-se turmalinas,
ferrohogisto não magnetico, as vezes ferro titanico
ou rutile, pyritos, fluorina, asbestos, zeolithos, etc. Em
diversas partes, subjacentes, a esses conglomeratos
encontram-se calcareos silicosos
terciarios formando
jazidas estreitas, tendo a sua direcção NS.
A essas rochas subjazem então os micaschistos
que raras vezes apparecem formando faxas bem
determinadas.
'
Em diversos pontos rochas granitoides duras

atravessam esses stratos de gneiss, de schistos pretos,


de amphybolitos, de leptynitas, de pegmatitas, de grão
duro e densamente granulado, e encontram-se as vezes
pequenas jazidas de quartzo e de quartzitos com mica,
interstratificadas nas rochas mais duras.
A PARAHYBA 225

SERRA BRANCA

Essa serra dista de 20 kilometros, OSO de Alagôe


doMonteiro, nadirecçâode Alagôade Baixo e na estrada
de rodagem que vai de Pesqueira a Ingazeira e Sao
José do Egypto passando quasi no seu pé.
Na base norte da Serra Branca corre um braço
do rio Parahyba que tem a sua nascente no pé da
serra Nessa base apparecem
de Jabitacá, pcdras de
gneiss amphibolico, rico, de amphibola e de schistos
amphibolicos onde aqui e acola sahem algumas pontas
de micaschistos, cobertos de destroços das rochas
superiores, onde dominam o feldspatho calcosodico,
no lugar da orthose, e que é um feldspatho oligoclase
vitroso, de uma alvura de tendo um brilho
neve,
gorduroso e lustroso, risca o vidro e é extraordinariamente
de uma dureza enorme. Oз acidos o atacam, formando
gelea e demonstracompôr-se de uma certa quantidade
de cal. Esses gneiss amphibolicos da base da serra
parecem ser o producto de um metamorphismo do
granito, tendo produzido as pergmatitas. E' a distruiçâo
do feldspatho caleosotico espalhado sob todos os
terrenos dissoluçâo do calcareo pelas aguas meteoricas
e a

que formaram o barro vermelho, que cobre todas as


mantas dos terrenos de pegmatitas principalmente as da
Serra Branca.
Na parte superior o ferro oxydulado toma o logar da
mica e constitue com o amphibola todo um cortejo
de silicatos, grenadas, epidotes, etc. A crista da serra
que tem a direcçao SE por NO parece ser o producto
de uma fusâo particular dos schistos amphibolicos ou
de pegmatitas que, rompendo a crosta superior, formaram
uma silicia amorpha, translucida, tendo as vezes um
brilho vitroso, um pouco resinoso, transfomando toda
225 A PARAHYBA

a massa em uma bella opala branca, que dois veios


de quartzitos atravessam, cujos crystaes são ainda em

formação na propria massa.


Essa massa mineral de siiicia interstratificada nos
schisfos crystalinos e formando uma erupção sobre
elies parece ser uma produzida por um
fahibanda
gneiss muito foliaçado que passou do granito gneissico á
uma rocha amphibolica, granulada e schistosa, cheia
de quartzitos onde faltam quasi completamente os mlcas-
chistos, os chloritosschistos e os talcoschifos, por essa
razão mineralisação dessa
a massa é em apparencia,
pelo menos, muito irregular, sinão esteril.
Q.ianto aos crystaes de rocha, hyalinos e

transparentes, brancos cor de leite, aos de cor amarella,


verdes, etc., que existiam em grande quantidade e,

tinham-se desligados da crista superior da serra c arre


bentados pelas aguas pluviaes, não tivemos o prazer de
achar um só siquer, apezar das nossas pesquizis mi
nuciosas e das diversas excavações que fizemos nos
lugares indicados no relatorio para encontral-os, como
tambem os topazios e outras gemmas aluminosas da
familia dos Corindões dos terrenos granuliticos que o

o mesmo relatorio suppunha existir ahi.

SERRA DA CACIMBA DE CIMA

Nessa serra situada a 18 kilome.ros SE do


Monteiro, na estrada de rodagem que vai para Pesqueira
encontraram-se, diz o relatorio, os crystaes cor de rosa,
os feldspathos côr de rosa e verde e outros silicatos verdes,
amarellos e encarnados, como tambem a serra tinha
sido o producto de uma kaolinisação dos feldspathos em
vista da fusão geral das rochas subjacentes.
Era em Cacimba de Cima que passavaa camada car
A PARAHYBA 227

bonifera que partia de Santa Clara, no lado esquerdo


do rio Sant'Anna, um dos
braços das nascentes sul
do rio Parahyba, passavaemZabelè, na Serrado fogo,
atravessva a estrada de rodagem no sul de Monteiro,
na Cacimba de Cimano Serrote das Cabaças e mer-
e

gulhando apparecia novamente cm Säo Thomé с outros


lugares. A direcçâo da camada carbonifera estava
seiripre indicada pela mesma rocha porque em
todos os pontos encontraram-se constantemente frag
mentos dessa rocha
espalhados no sólo, misturados
com o minerio que era carbonato de ferro e spatico
e lithoidc, conhecido pelo nome de ferro carbonatado
das minas de carvíio.
Apezar da nossa boa vontade de ser util a todos,
a nossa primeiraobrigaçâo é de ser imparcial e devemos

reconhecer em consciencia que todas essas riquezas


mineralogicas de crystaes de côres diversas, de gemmas
preciosas e de carváo de pedra, de carbonato de ferro
spathico lithoide, somentc existiram na imaginaçâo
e
inventiva do auctor do relatorio, que por esta ou
aquella razâo que nao procuramos descobrir, quiz
attrahir sobre Alagôa do Monteiro, um interesse
mineralogico, que até agora nada vom comprovar.
Como dissemos acima, diversas colimas levam
nos seus flancos a traça das correntes das aguas que
arrastaram em tempos remotos os detritos das serras
altas e as encherarr. ric pedras, de conglomeratos, de
pudingas, de seixos rolados, de restos de rochas
feldspathicas, no meio dos quaes encontram-se crystaes
de turmalinas pretas, algumas delias de bom tamanho,
apresentando ainda a sua clivagem perfeita, ou em
massas divididas de todas as formas, misturadas com
silex de tod is as côres, e pedras de ferro digisto
nâo magnetico. Essas turmalinas encontram-se em
228 A PARAHYBA

situ nas rochas graniticas grandes de crystaes


feldspatho, disseminadas na massa da rocha ou ni
pegmatita que parece ser uma degradação do grar
feldspathico. Essa pegmatita é um composto
feldspathos brancos, amarellos, verdes, encarnac
etc, offerecendo a clivagem rectangular
caracteris|
do orthose, da microlina e oligoclasio, mui
do
vezes bem crystallisados e de quartzo tambem crysl
lisado que tomou o lugar que deixava o feldspaí
na mesma massa. Essas rochas parecem ser graj
litas, microgranulitas ou micropegmatitas recentes,
formação é da idade terciaria do terreno
oliogocer
conforme fosseis de "Limnoea longiscata" que encol
tramos. São essas pedras pretas de turmalinas, lustrosajj
lapidadas pela natureza, parecidas de longe, para quer
não conhece a mineralogia, com o carvão de pedra,1
que fizeram a confusão e foram declaradas no relatorio
como carvão de pedra anthracito, apezar de todas as
apparencias serem desfavoraveis para tal denominação
Não podemos explicar como o descobridor não teve
a idéa de experimentar immediaiamente o valor calo
rifico de seu achado, que lhe tinha logo indicado que
as bonitas pedras pretas e lustrosas não queimavam,
não fumaçavam, não tinham o cheiro bituminoso c não
podiam ser um carvão qualquer ou um combustivel
digno de interesse. Esse esquecimento imperdoavel, como
tambem a falta de analyse por parte do engenheiro,
levou pela publicação de um relatorio inveridico a fa
zer crêr na existencia de crystaes de diversas cores e
de gemmas preciosas e de carvão de pedra que não
existem.
Estamos disilludidos das riquezas mineralogicas exis
tentes nas vizinhanças de Alagôa do Monteiro e que
deviam fazer a fortuna desse municipio, fortalecendo-o,
A PARAHYBA 229

augmentando a sua população, creando novos recur


sos, novas necessidades, novos trabalhos e novas ri
quezas. Desejamos para o futuro a compensação desse
sonho malogrado pelo apparecimento de outra riqueza
mais tangivel, real discontinua a beneficio de todos e
para todos.
Alagôa do Monteiro, 20 de Outubro de 1999.

Engenheiro prospector,

Victor Kkomenacker.
* *

O ESTADO DA PARAHYBA possue minas?


Pcderá affirmar-se que o Estado contem minerios
diversos podendo ser elaborados industrialmente, in
situ,ou pelo menos serem exportados para o estrangeiro?
Haverá tambem alguem dizendo que em todo o
Estado não existe mina de qualidade nenhuma ?
A resposta a esses dois quesitos será por
emquanto implicada e anticipada.
Effectivamente sobre esse ponto de vista, não
conhecemos ainda as condições geologicas e mine
ralogicas desse Estado, porque nunca fizemos estu
dos nem superficiaes nem profundos para jpoder
garantir que aqui, conforme as condições geologicas
proprias, devem existir ou não as mesmas riquezas
mineraes que encontra-se, em outros paizes, em condições
geologicas identicas.
De certo tempo para cá, uma corrente favoravel
parece formar-se na procura de nossas riquezas mineraes
em todo o Brazil, e o dr. Nilo Pcçanha, digno
Presidente da Republica, collocando-se na vanguard i
desse movimento economico, recommendou especial
mente á attenção dos capitalistas brasileiros e estrangeiros.
230 A PARAHYBA

as nossas fabulosas minas de ferro, espalhadas com


profusão em todos os Estados do Brazil, augurando
o futuro glorioso reservado á siderurgia no Brazil,
recommendando de coordenar-se em os esforços dos
estadistas de nossa terra no sentido decrear-se entre
nós a grande industria metallurgica. O combustivel
falta-n.os para essa grandiosa exploração, mas sobram
as energias produzidas pelas quedas hydraulicas,
dando-nos a solução pratica da metallurgia electrica.
Voltaremos em artigo futuro sobre esse assumpto dos
minerios de ferro, de sua elaboração industrial e do
futuro lisongeiro reservado á electro-siderurgia brasileira.
Sabemos, c!e fonte insuspeita, que capitalistas
americanos, inglezes, francezes e allemães, estudam
ardorosamente esse assumpto economico.
Tambem de um modo indirecto Inspectoria de
a
Obras contra as seccas instituida ha doismezes, tem no
seu programrna o estudo geologico mineralogico dos ter
e

renos, principalmente o estudo das nascentes dos rios, das


fontes naturaes, dos lençoes aquiferos subterraneos,
seu brotamento, capitação, utilisação, as galerias, barra
gens, açudes, poços instantaneos, poços profundos,
poços filiradores, poços abyssianos, artesianos, restaura
ção dos montes, correcção dos rios, reconstituição das
florestas, drenagem dos valles do littoral; tudo isso é
do dominio da geologia.
Abrindo o diccionario das minas do Brazil e
apanhando os escriptos de diversos autores, encontramos
para o Estado da Parahyba as riquezas mineraes
seguintes :

ALLUVIÕES AURIFEROS-Cabeceiras dos rios


dás Piranhas, das Bruscas, Catolé, Aguiar, S. João,
das Espinheiras, etc.
ROCHAS AURÍFERAS— Serras da Borborema,
231

do Cascavel, do Teixeira, dajabitacá, Piancó, Misericordia,


Serra do Baixo Verde.
PEDRAS PRECIOSAS-Serras do Acahy, do
Cascavel, da Caxexa, Vermelha, do Monteiro, de
Teixeira.
PRATA— Itarema, Mamangiiape, Ussuapaba, Ita-
bayanna, Taquara, Umary, em Souza.
COBRE— Serra do Baixo Verde, rio das Bruscas,
serra da Jabitacá, Bom Conselho, Mamanguape,
em
serra Vermelha, do Chapéo, da Malacacheta, São João
dos Carirys, rio Taperoá.
ESTANHO-Serra Vermelha, do Urubu, do
Cabedello, no Picuhy.
MERCURIO— Serra do Chapéo, Picuhy.
MISPICKEL— Serra Vermelha, Cabelludo, Picuhy.
MANGANEZ— Serras do Umbuzeiro, do Cabel
ludo, Picuhy, Itabayanna, Brejo de Areia, Guarabira.
ANTIMONIO-Patos.
GRAPH1TO— Serrinha nos Carirys Velhos, perto
de Itabayanna.
ASBESTOS, AMIANTE -Serra de S. João, Villa
dos Patos, serra das Espinheiras, do Teixeira, do Baixo
Verde, Piancó, Serra Branca, Alagôa do Monteiro,
Itabayanna, Souza.
FERRO— Serra da Caxexa, Brejo de Areia, Cam
pina Grande, Souza, Cabaceiras, Cachoeira de Cebolasj
Alagôa do Monteiro.
CARVÃO— Em Pedrinhas junto a Cachoeiras,
Campina Grande, serra de Guabiraba, Bananeiras,
Brejo de Areia, Alagôa Nova, na bacia maritima do
Parahyba, do Gargaú,' da Guia, do Mamanguape, dõ
Camaçary, do Camaratuba, do Guajú.
Não fallaremos de outros productos menos
importantes, que as difficuldades do transporte não
232 A PARAHYBA

permittem aproveitar, taes quaes, enxofre, arsenico,


caparosa, pedra-hume, salitre, sal-gemma, resina mineral,
perlita, aguas sulfurosas, etc.
Essa nomenclatura, bastante extensa, demonstra-
nos que possuimos diversos districlos mineiros e
diversas serras assaz metalliferas, dignas de nossa
attenção, para onde devemos lançar as nossas vistas,
para realisar a exploração dos nossos minerios, si é

que existem.
Mas então porque razão não temos nenhuma
exploração em actividade?
Faltarão, por acaso, syndicatos estrangeiros, empre-
zas nacionaes, capitaes financeiros, pesquizadores, pros
pectores, engenheiros de minas etc.? Pelo contrario.
F-ntão, porque? a nossa exploração mineira, está, não-
direi na infancia, mas ainda para nascer?
E' o que vamos procurar demonstrar, transcre.
vendo a maior parte desse trabalho de "As minas do
Brazil" do dr. João Pandiá Calogeras.
A Constituição Federal de 24 de
Janeiro de 1891,
firmou a regra de umaaccessãodos depositos metalli-
feros ao sólo, que, ainda mitigada, foi e é o principal e
quasi decisivo obstaculo ao surto da industria extracti
va mineral em nosso paiz.
A Constituição Parahybana por sua vez, pela lei
n.° 117 de 4 de novembro de 1898, cujos dizei es vêm
explanados e commentados no decreto regulamentar
n.° 113 de 8 de Março de 1899, firmou o codigo de
disposições que regem o assumpto. Os terrenos minerae-v
quer pertencentes ao Estado, quer aos particulares,
são submettidos a registo, emquanto nã.> se cear ar
repartição de minas.
Não podemos extender-nos sobre esse assumpto-
querrãc c de nossa competencia, elimitamo-nos a lembrar
233

que Constituição republicana levou para as minas,


a

tambem, todos os litigios da propriedade superficial,


.e com este erro, quiçá irreparavel, desferio o golpe
mais serio que se podia vibrar contra o desenvolvimento
éa mineração no Brazil.
Agora, como attenuar os effeitos desastrosos de
nossa legislação, que poderá fazer o Congresso da
Estado, em virtude de seu Poder Legislativo, cabendo
na sua competencia privativa de dar normas para a

legislação organica do Estado? E' evitar leis facilitando


a mineração, attenuar as consequencias funestas do acto
da Constituição, reduzir ao minimo a opposição que
os condominos possam exercer contra r.s pesquizas eas
explorações, favorecero devassamento do sub-sólo, dar
ao prospector a preeminencia que lhe foi sempre ga
rantida em nossa legislação antiga, premiando-lhe os
descobrimentos, impedir que os defeitos formaes e
processoraes dos titulos de dominio perturbem de
modo constante a valorização das minas, taes são
portanto, problemas dos mais serios a que deve dar
solução a lei reguladora do assumpto.
Para o desenvolvimento de nossos haveres mineraes
.é preciáo favorecer as pesquizas, premiar os exploradores,
garantir a obra creada pelo prospector, dar a remunera
ção indiscutivelmente divida ao creador da riqueza,
não permittindo seja este despojado pelo direito
predominante, quasi leonino, do dono do sólo, gosador
sem trabalho de thesouros descobertos pelo esforço
alheio.
A grande difficuldade c n assumpto de mineração
é provocar o estudo das jazidas ; infelizmente a solução
•«lesta necessidade á preeminencia constitucional do
dono do solo veio dar golpe bastante serio.
E' facil comprehender que um prospector ôu uma
234 A PARAHYBA

associaçâo mineira nao dispensará esforços, tempo e


capitaes em investigar as condiçôes geologicas de uma
propriedade que lhe nâo pertença, correndo o risco de
ver perdidos os gastos por má vontade do propietario.
Este pode systematicamente recusar seu assenti-
mento, ou cotal-o tâo alto que praticamente equivala
á recusa da sondagem de seus terrenos e pesquizas
dos depositos, cu jos vestigios superficiaes se conhecem
ou cuja existencia seja teóricamente provavel.
A' recusa do proprietario de deixar pesquizar
mineiros, só uma providencia pode ser opposta, a com
pra do immovel. Só em casos excepcionaes se balan-
cará algum prospector ou syndicato a dispender som
mas por ventura avultádas, antes de saber si a jazidar
quasi sempre soupçomada e poucas vezes descoberta,
ihes pagará os gastos.
Raras vezes, em caso de felicidade, o propietario
ou prospector servindo de intermediario, ambos inte-
ressados, forma um accordocom o syndicato explora
dor, afim de custear cote as pesquizas definitivas pro
fundas e marcar as taxas de remuneraçâo devida ás pri-
meiras fazendo assim um contracto de opçâo.
Outras vezes, e é esse o caso mais frequente, prefe-
rem-se celebrar um contracto de arrendamento com os
proprietarios, fixando uma taxa á pagar por tonelada
de minerio extrahido, norma esta seguida na Bahia e
em Minas Geraes para a exploraçâo dos minerios de
manganez.
Para um paiz onde as tetras em sua immensa
maioria sao possuidas em commum por individuos
que nao teem os precisos meios para valorizar os de
pósitos mineraes subjacentes, comprehende-se o gran-
atixilio trazido, permittindo a terceiros iniciarem seu
labor sem prejuizo para os primeiros donos do sólo
A PARAHYBA 235

e sem receio dos prospectores c dos capitalistas ve-


rem seu esforço inutilisado pelas controversias so
bre dominio superficial.
Uma outra grande dfificuldade com que luctam
tambem quantos querem explorar minas em nosso
paiz, é o estado geral da indivisão da propriedade ter
ritorial. As terras delimitadas e bem contestações cons
tituem ?. caso excepcional no interior do Brazil. Opr-
meiro dono transmitte seus bens pro indiviso a um
certo numero de herdeiros; estes a seu turno negociam
sua herança ou parte delia com terceiros.
Poucos annos após a primitiva transmissão, já
é quasi inextrincavel a confusão.
E a não serem adquiridas as quotas de cada
um desses herdeiros ou de seus cessionarios, as fracções
não adquiridas podem ser causadoras de interminaveis
processos.
O autor deste artigo, conhece por experiencia
propria, qnantos imprevistos acontecem, no alto
sertão, com esse negocio de data de terra, onde no
Ceará e no Piauhy, tendo feito contracto de opção
com alguns proprietarios dizendo-se serem os unicos
donos de uma mina, apresentaram-se depois mais de
cincoenta donos, todos tendo direito á tantas braças
quadradas na mesma data, mas nenhuma parcella
estava delimitada.
As outras difficuldades da industria extractiva
que apenas indicaremos, são: a falta de vias de
communicação, viação ferrea ou de rodagem e a escassez
de combustiveis.

Depois de tomar certas medidas necessarias, só


então será possivel pensar-se em dar estabilidade ao
regimen das industrias em nosso paiz, proporcionando-
Uies o advento da phase de propriedade, tão necessaria
236

ao jogo normal dos factores economicos, sem prepon


derancia de uns sobre outros, antes com a coilaboração
synergica de todos para o fim commum.
Estas medidas estão, muitas dellas, na esphera
da acção do Congresso Nacional e na do Poder Legis
lativo dos Estados. Outras ha, porem, que dependem
de progresso na educação commercial de nossos
patricios possuidores de lavras, e estes progressos só
lentamente se farão sentir.. Effectivamente, muitos são
incapazes de valorizar sua lavra, de cstudal-a siquer;
elles não admittem sua venda sinão por milhões esterlinos
ou por tantos mil contos de reis; não sabem o que
possuem, impedem por suas preienções exaggeradas
qualquer exame consciencioso e acabam pedindo I0DO
pelo que vale ou não 1.
Saberão os donos de minas que, os capitalistas
não exploram ; compram e dão maior desenvolvimento
ás minas já exploradas, abertas e trabalhadas a ponto
de provar o seu e dar indicios claros do que ha a
esperar quando trabalhadas em grande escala. Nestas
condições elles encontram em outros paizes muitas
minas verdadeiras e tangiveis e por menor preço do que
pede o proprietario brazileiro.
Para desenvolver a sua industria de mineração,
o Brazil precisa de mineiros e de capitalistas. A legis
lação actual que attende maba este que áquelles, tem
causado oretrahimantodos prospectores e dos mineiros
e sido por conseguinte dc muito pouca vantagem para os
capitalistas. Sem uma reforma que contemple uma c
outros a mineração não pode erguer se do presente
estado de desanimo|e abandono. Não é certo que
nenhum governo pode providenciar, o que elle pode
e deve fazer é dotar o paiz com uma lei de mineração
237

no sentido de remover e facilitar o desenvolvimento


da industria. (1)
Victor Kr-menacker.
Engenheiro prospector

(1) Publicamos a miior parle deste artigo na ''Provincia"


de 28 de Março do anno passado, em relação ao Estado de Per
nambuco.

V. K.

Julgamos conveniente deixar registrados neste


livro , os relatorios e menorias, que vimos de
transcrever. São trabalhos que interessam a quem
dezejar conhecer este Estado, e existiam esparsos,
alguns quasi completamente esgotados. Poderão assim
ser mais facilmente consultados, pelos que pretenderem
saber quaes os estudos até hoje feitos sobre as riquezas
e sobre as necessidades do territorio da Parahyba.
O nosso porto maritimo é na villa de Cabe-
flello, accessivel aos navios de alta navegação, e

distante do porto da Capital cerca de 18 kilometros ou 6


milhas, sendo a communicação por estrada de ferro e por
navegação fluvial.
A despeito dos'esforços empregados pelos homens
publicos com influencia na alta administração da Repu
blica, não tem sido possivel melhorar o porto, de
Cabedello cujo ancoradouro é magnifico.
Uma commissão que, desde muitos annos, se acha
incumbida de realisar as obras necessarias para seu
completo aperfeiçoamento, apezar de haver dispendido
as verbas annualmente votadas nos orçamentos federaes,
não lhe fez ató hoje nenhum beneficio.
238 A PARAHYBA

Sem querermos entrar em indagações sobre os


responsaveis por tamanho desleixo, deixamos, entre
tanto, accentuada essa infelicidade de que ha sido
victima este Estado.
Na entrada da barra, na posição geographica de
6° 57' 30". S. e 34.° 48' 45" O. de Greenwich, está
o pharol que precisa o porto, de luz branca de eclipses
e lampejos de minuto a minuto, tendo o alcance em
tempo claro de dez milhas ; sua altura acima do préamar
é de 16, 30"1, tendo sido inaugurado a 7 de Setembro
de 1873.
O canal que fica desde o pharol até a fortaleza
tem cerca de quatro kilometros de extensão, com a
largura minima de vinte metros, e a profundidade de
vinte e tres pés de baixa-mar de aguas vivas. Está
balisado por onze boias sendo a terceira, a contar da
entrada da barra, de typo 7 V2, com luz encarnada e
lampejos de tres em tres segundos, sendo carregada
com carboreto de seis em seis mezes ; d'ahi até o
porto da capital por mais cinco simples.
A bacia do porto tem cerca de 1500 metros de
extensão sobre 200 de largura, tendo a profundidade
maxima de 23 pés e a minima de 16 em baixa-mar
d'aguas vivas, tendo o fundo de argila e areia, podendo
em caso de necessidade 40 embarcações.
abrigar
Acerca de 18 kilometros está o porto da capital,
sobre 7.° 6.' 35." S. e 36° 52.' 51." O. Greenwick,
sendo navegavel as duasterças partes desta extensão,
em baixa-mar de aguas vivas, por navios de calado
de 16 pés, e na parte restante, de 8 pés até a capital,
podendo demandar o seu porto em préa-m.ir em barcações
de 16 pés de calado.
O ancoradouro do porto da capital tem a profun
A PARAHYBA 239

didade de 10 pés em baixa mar de aguas vivas, podendo


abrigar francamente dez embarcações.
O fundo do canal em iodo rio e no ancoradouro
é havendo areia em alguns pontos.
de vasa,
O rio Mamanguape c navegavel até o porto de
Salema proximo a cidade, a quarenta e dois kilometros
da baOra, por embarcações miudas, barcaças, sendo
que até o porto da Preguiça, a vinte e quatro kilometros
de sua fóz, o é por embarcações de capacidade de
cem toneladas.
O rio Guajú, que é commum a este Estado e
ao Rio Grande do Norte é navegavel na extensão de
tres kilometros de sua barra; o Camaratubaaté o porto
de SanfAnna, seis kilometros de sua fóz; o Miriry
na de um kilometro; o Abiahy na de doze kilometros
de sua barra, permittindo todos estes a navegação de

pequenas embarcações.
A bahia da Traição offerece um seguro ancora
douro, tem duas barras que dão entrada aos maiores
navios de guerra e uma barrcta accessivel a embarca
ções miudas.
A enseada de Lucena permitte ancorar até fragatas.
A enseada do Miranda ou Papa Terral, serve de
abrigo aos navios, como a barra do Araul.
A enseada de Pitimbú dá accesso a navios de
14 a 15 pés de calado.
A antiga fortalêza de S. Catharina, em Cabedello,
hoje em ruinas, está localisada em uma posição estra
tegica como poucas se encontram em todo littoral.
Uma bem montada empreza de transportes, proprie
dade particular do capitalista, Coronel Antonio de Brito

Lyia, que fazia o serviço via fluvial, entre esta cidade e Ca


bedello, foi adquirida pelo Lloyd Brazileiro, e acha-se actu
almente sem movimento. Semelhante falta desabrigou o
240 A PARAHYBA

commcrcio da competencia que ella offerecia á Greai


Western, companhia que monopolisou assim as cargas
e descargas dos vapores em Cabedello.
O porto da Parahyba fica, para o norte, a 78
milhas do de Natal, a 338 do de Fortaleza, a 698 do
de S. Luiz, a 94S do de Belem e a 1872 do de Manaus.
Para o sul fica a 70 milhas do de Recife, a 190

do de Maceió, a 400 do da Bahia, a 1194 do da Capital


Federal, a Í647 do de Florianopolis, a 2075 do de

Porto Alegre e a 4462 do de Cuyabá.


A nossa viação ferrea é limitada ainda. Temos
apenas a estrada "Conde d'Eu", hoje arrendada á

"Great Western".
Por decreto n.° 4838 de 15 de Dezembro de
1871, do governo nacional, foi autorisada a incorporação
de uma companhia para construir a referida estrada de
ferro, ligando esta capital a Alagôa Grande, com ramifica
ções para Ingá eGuarabira. A lei provincial n.-435, de 22 de
Junho de 1862, concedeu garantia de juros de 7 %,por30
annos, sobre o capital de 5.000:000!S000, necessario
para a construcção das obras c acquisição do material
rodante; o decreto n.° 5433, de 15 de Outubro de
1873, prorogou por um anno o praso marcado para
a organisação da companhia.
Em virtude da lei n.° 2450, dc 24 de Setembro
de 1872, foi concedida por decreto n.° 5068, de 25 de
Abril de 1874, fiança da garantia de juros provincial.
Ainda por decreto n.° 5835, de 24 de Dezembro de
de 1874, foi concedida nova prorogaçãj do praso para
a organisação da companhia.
Por decreto n.° 5974, de 4 de Agosto de 1373,

foram alteradas algumas das clausulas d js decretos n.os

4838 e 5608 de 15 de Dezembro de 1871 e 25 de

Abril de 1874, e concedida mais a garantia de juros


241

de 7 % sobre o capital addicional de 1.000:000$000.


Em 15 de Setembro de 1875 foi organisada, em
Londres, a companhia que tomou a denominação de
THE CONDE D'EU RAILWAY COMPANY LIMITED.
Por decr. n. 6681, de 12 de Dezembro de 1877,
foram consolidadas todas as clausulas dos decretos,
anteriores, e fixado em 6:000:000:000 o capital maximo
para a construcção de 140 kilometros de linha, a vista
dos estudos que ficaram approvados.
Não tendo podido a companhia, dentro do praso
de 18 mezes, marcadono decr. n. 6681, dar começo á
construcção, foi-lhe prorogado o mesmo prazo até 31
de Dezembro de 1880, por decr. n. 7754, de 7 de
Julho do mesmo anno, que tambem determinou que a
construcção do valle do Parahyba chegaria somente
até a villa do Pilar, reduzindo, portanto, a extensão da

linha a 121 kilometros. Já por contracto provincial, de


23 de Setembro de 1875, havido sido supprimido o
trecho de Mulungú a Alagôa Grande, ficando, portanto,
Mulungú como ponto terminal da linha principal,
conservando-se, porem, sem alteração o ramal de
Independencia.
Alem da garantia e fiança de juros, gosava a
estrada o privilegio da zona te 20 kilometros, para
cada lado do eixo da 1 nha, e na sua direcção, pelo
tempo de 90 annos.
O praso marcado para poder se dar o seu resgate
era de 30 annos, contados da data da conclusão das

obras.
Os trabalhos de construcção começaram em 9
de Agosto de 1880, e em 7 de Setembro de 1883 fox
inaugurado o trafego da linha principal, até a povoação
de Mulungú ; ojdo ramal do Pilar, em 28 de Novembnv
e o de Guarabira em 4 de Junho de 1884.
242

Por aviso de 30 de Dezembro de 1880, o governo


imperial autorisou a companhia a fazer os estudos cio
prolongamento da estrada até o porto de Cabedello.
A lei n. 3141, de 30 de Outubro de 1832, deu autori-
sação para garantia de juros de 6%, sobre o capital
maximo de 800:000:000, julgado necessario para

construcção dos 18503 metos de linha verificados pelos


estudos feitos. A lei n. 3230, de 3 de Setembro de 1884,
determinou o credito de 48:000:000 para o pagamento
Os
dessa garantia. negociantes da capital, receiosos
de que Cabedello viesse a tornar-se o principal ponto
de commcrcio, prejudicando assim os proprietarios de
predios e dos estabelecimentos já existentes nesta
cidade, representaram contra o prolongamento, pedindo,
entretanto, que continuasse a estrada até Alagoa Grande,
fazendo-se em seguida o prolongamento até Campina
Grande.
Insistiam tambem nessa occasião com o governo
geral, para que mandasse proceder dragagens no rio
Parahyba para tornal-o praticavel até a capital, no que
foram secundados pelo Presidente da Provincia, por
officio de 29 de Dezembro de 1883.
Esta representação mereceu extensa informação
do Ministerio da Agricultura, na qual se mostrava que
o governo não tinha intenção de concorrer para a
mudança da capital. São da citada informação os

seguintes topicos :
«Não foi este o pensamento e nem as vistas do
governo com a autorisação dos estudos e propostas
das obras desse prolongamento, e nem poderá concebel-o
quem conhecer a situação daquella localidade.
«Cabedello é uma lingua de terra entre o rio
Parahyba e o oceano, com clima ardente e sem agua
ipotavel, e só se presta a estabelecimentos maritimos ;
A PARAHYBA 243

impossivel é construir-se alii uma cidade, com as


condiçôes da capital da Parahyba, que se estende por
uma colina de suave declive, cercada de florestas e
bafejada constantemente por frescas brisas, com agua
potavel de superior qualidado
Por decr. n. 4111 de 31 de Julho de 1901, o
governo federal arrendou á companhia Great Western
of Brasil Railway, a estrada de ferro Conde d'Eu, com
166 kilometros de extensâo, inclusive o ramal de
Alagôa Grande.
Foram feitas posteriormente as construcçôes dos
prolongamentos de Pilar a Timbauba e de Guarabira
a Nova Cruz, ligando este Estado aos de Pernambuco
e Rio Grande do Norte, respectivamente, e o de

Itabayanna a Campina Grande com 80 kilometros.


No momento em que escrevemos este trabalho,
está realisado o contracto do governo central com a
Great Western, para a construcçâo de outro ramal de
Guarabira a Piauhy, ramal que deverá seguir depoii
até Patos, e cujo valor é inestimavel para o desenvol-
vimento economico da Parahyba.
A estrada de ferro Conde d'Eu tem 26 pontes,
sendo a mais importante a do Cobé, sobre o rio
Parahyba, que mede 23Sm.05 de extensâo, tendo 16
vâos, dos quaes 5 com 24m.04 e com 10mm. A sua
bitola é de 1m., a declividade maxima de 2m. 17% e o
raio minimo das curvas 100m.
A capital acha-se ligada á praia de Tambaú por
>uma via-ferrea, construida pelo governo regional, cuja

viagem é feita em 20 minutos.


Tambaú está situado ao norte do cabo Branco
e, alem de ser um ponto muito procurado na estaçâo

balnearia, possue hoje um grande predio, especialmente


'edificado para a escola de aprendizes marinheiros, que
se adra alli installada.
244

A companhia Ferro Carril Parahybana, unico meio


de transporte urbano que possuimos, e da qual era o
Estado grande accionista, foi encampada pelo governo.
Não corresponde ás necessidades de nossa capital, mas o
poder publico cogita de beneficial-a, no intuito de melhor
adaptal-a ás exigencias das nossas condições actuaes.
Tem a referida empreza excellentes officinas„
apparelhadas para a execução de qualquer trabalho
relativo ao fim a que se destinão.
Entre a villa de Cabedello e a excellenie praia de
Ponta de Mattos, funcciona tambem uma linha de
bonds, propriedade de uma empreza particular, e
zelosamente dirigida.
A canalisação das aguas e de esgottos.bem como
a illuminação da Capita', constituem problemas que
estão preoccupando seriamente a administração e, pela
conhecida deliberação em que se acha o chefe do
executivo parahybano, parece que serão assumptos
definitivamente resolvidos no actual periodo governativo.
O telegrapho nacional tem uma rede ainda muito
limitada entre nós.
As localidades que, alem da capital, gosani desse
meio de communicação, alem das que servidas
são
pela estrada de ferro, que dispõem do telegrapho
respectivo, são as seguintes : Areia, Alagoa Grande,
Campina Grande, Mamanguape, Bananeiras, Pilões,
Araruna, Alagôa Nova, Serraria, Soledade, Taperoá, Patos,
Pombal, Souza, Cajazeiras e S. João do Rio do Peixe
O commercio da Parahyba tem se desenvolvido
a passos largos, e apesar das crises intensissimas que
ha atravessado, os membros dessa respeitavel classe
têm sabido firmar, por sua conducta probidosa,
honrosissimo conceito, perante as praças estrangeiras
com que tranzaccionam.
245

Laboriosos e dignos, os que exercem neste


Estado a nobre profissão mercantil, tão li ao progresso

til
economico do Estado sempre tão consideravel como

e
factor da civilisação, merecem que se lhes tribute
especial menção, tratando-se de descrever actual

o
estadio da sociedade parahybana.
nossa praça resente-se, todavia, da falta de um
A

estabelecimento bancario, que permitia, que estimule,


que facilite realidade de operações inaccessiveis aos
a

capitaes absorvidos no movimento normal de cada


estabelecimento.
Pensamos diversamente de muitos, sobre modo

o
de chegarmos uma solução pratica para esse
a

problema.

fundação de um banco, pela iniciativa do poder


A

publico, não satisfaria ás conveniencias do commercio.


E' perigosa geralmente condemnada intervenção
a
e

governamental em explorações industriaes, qualquer


que seja sua natureza.
a

missão administrativa muito differente da que


A

traduziria sua interferencia em emprezas semelhantes.


a
E,

se para governo [ha imperdoavel desacerto


o

em trilhar outro caminho que não da mais absoluta


o

abstenção ememprehendimentos taes, para classe que


a

precisa ser auxiliada, deveria constituir ponto essencial,


na
resolução definitiva do assumpto, segurança de
a

que os apaixonamentos partidarios, de que as diver


gências politicas cuja influencia não poderão fugir
a

os elementos officiaes, em nenhuma hypothese se


reflectiriam nas
tranzacções de uma instituição, por
sua natureza puramente mercantil.
essa alcançarão ter os que
segurança não
E

consentirem na collaboração effectiva do governo, para


mação de um banco, collaboração inevitavel desde
a
246 A PARAHYBA

que os respectivos capitaes adviessem principalmente


do Thezouro Publico.
O credito não se harmonisa com a instabilidade.
E, submissos como são, a constantes reformas,
os planos governativos, é claro que os capitaes estranhos
fugiriam dos riscos que resultam das direcções mutaveis,
como a de uma exploração subordinada ás alter
nativas politicas. Com os seus elementos primitivos
unicamente, nenhum banco progride, porque as suas
operações hão de se limitar a um gyro insignificante,
não atiingindo o alvo culminante que visão os institutos
de credito, isto é, facultar a circulação, o movimento
do capital paralisado, attrahido pelo ganho presumivel,
e garantido pela solidez do abono que a reunião de
muitas forças, que o congraçamento de muitas
actividades, para a defeza de interesses reciprocos,
naturalmente produz.
O funccionamento, entre nós, de uma caixa filial
de instituto bancario já firmado, que significasse a

acquisição de elementos novos, imprescindiveis para o

revigoramento largueza do nosso commercio, traduz,


e
em nossa opinião, o fim que deverá ligar os esforços
de todos os interessados aos do governo.
Teriamos assim um meio de facilitar immediatamen-
te as tranzacçõ^s com os centros commerciaes externos,
e conseguiriamos, com melhores probabilidades de exito,
matar o temor dos nossos capitalistas, que começariam
certamente por depositar os seus recursos no banco
estabelecido findando por dissiparem-se os seus
exagerados receios, habituando-se afinal a fazer circular
o producto de suas economias accumuladas.
Para obtermos convencer aos directores de um

banco respeitavel da conveniencia de fundar aqui


uma filial, o primeiro passo será demonstrarmos, por
A PARAHYBA 247

dados estatisticos, o que somos, o que valemos, isto


é, o que produzimos e o que consumimos.
«O capitalnão tem coração*.
Sem que aos seus possuidores offereçamos bases
para avaliarem os lucros auferiveis de seu emprego, será
uma utopia suppormos persuadil-os de que devem apro
veitar as vantagens que lhes poderemos proporcionar.
Nos dados estatisticos que pacientemente organi
zamos para dar publicidade neste livro, encontrar-se-ão
fundamentos para o inicio de um trabalho de propaganda
nesse sentido.
Divulguemos a nossa flore:cente situação econo
mica e induziremos os capitalistas a fomentar o nosso
desenvolvimento, com proveitos indiscutiveis para os
seus interesses, objectivo unico de todos elles, homens
ordinariamente praticos e que não se illudem com

chimeras, mas que não rezistem á logica inJiscutivel


dos algarismos.

Na Parahyba existem, pelo lançamento de impostos


sobre as profissões exercidas nesta exercicio, cerca de
1750 estabelecimentos commerciaes, sendo approxima-
damente 300 na capital, e os restantes nas diversas
localidades do interior.
Dacontribuição total de rs. 201:726:914, em
quanto sommou o lançamento este anno do alludido
imposto, rs. 162:339:333 são provenientes da tributação
de casas de negocios.
São cerca de 10:000 predios edificados nos
os
municipios do Estado, inclusive a Capital, que possue
mais ou menos 2400.
Tendo em attenção a condescendencia com que se
fazem os lançamentos da decima urbana, imposto que
248 A PARAHYBA

demonstra uma renda annual de rs. 1:014:635:140 para


os referidos predios, não c exagero calcular, em
virtude tambem de não estarem comprehendidos nelles
os edificios publicos, que o duplo desse valor produ
zirão realmente, ou sejam, despresando fracções, rs.
2.000:000:000.
Pela media dos rendimentos do numerario, entre
nós, 10% annuaes, vê-se que pode ser avaliada em
rs. 20:000:000:000 a somma total empregada em

edificação neste Estado.

* *
*

Nesta capital são publicados tres jornacs diarios,—


«A União ; — «O Norte* — e o «Estado da Parahyba>.
O primeiro é do partido dominante e a
orgam
sua redacção politica é composta dos Srs.^Dr. Pedro
da Cunha Pedrosa, rcdacior-chcfe, Dr. Romulo de
Magalhães Pacheco, redactor-secretario, e Drs. Francisco
Xavier Junior, Octacilio de Albuquerque, Manoel
Tavares Cavalcanti, José Rodrigues de Carvalho,
Francisco Seraphico da Nobrega, Flavio Maroja, Trajano
Americo de Caldas Brandão, Heraclito Cavalcante,
João Pereira de Castro Pinto, Ascendino Carneiro da
Cunha c Coronel João de Lyra Tavares. «O Norte» é
um orgam politicamente neutro, e tem como redactores
os Srs. Drs. Claudio Oscar Soares e Orris Soares e
o Sr. Joaquim Dantas. O < Estado da Parahyba' combate
a actual situação politica, e são seos redactores o Sr.
Dr. Francisco Alves de Lima Filho e academico Fran
cisco de Assis Vidal.
Alem desses jornaes temos diversos periodicos
na Capita', e varios no interior.
A PARAHYBA 213

Trimestralmente circula umabem elaborada Revista


Juridica e, annualmente, o Almanack do Estado, iniciado
pelo Coronel José Francisco de Moura, continuado
pelo Major Maximiano Lopes Machado, que foi, por
seu fallecimento, substituido pelo Coronel Joâo de Lyra
Tavares.
CONSTITUYO POLITICA
CONSTITUIÇÃO
DO

ESTADO DA PARAHYBA DO NORTE

Nós, os representantes immediatos do povo parahybano,


aqui reunidos em congresso ordinario, com attribuições
. constituintes, consultando os princípios de justiça,
utilidade publica e interesse do mesmo povo, em nome
de Deus decretamos a sua constituição de Estado
autonomo, federativo da Republica Btazileira.

TITULO I
DO E8TADO

Art. l.° A Parahyba do Norte, com seus antigos


e conhecidos fazendo parte integrante da
limites,
Tepublica federativa dos Estados Unidos do Brazil,
constitue se em Estado autonomo, com a denominação
de Estado da Parahyba do Norte, nos termos da
constituição federal da União Brazileira.
254 A PARAHYBA

Art. 2.° O seu governo é o republicano, consti-


f"cional, representativo, por tres poderes
exercitado
independentes e harmonicos entre si:— o legislativo, o
executivo e o poder judiciario.
Art. 3.° Os tres poderes constitucionaes, de que
faz menção o art. 2°, são delegações da soberania
popular.

TITULO II
CAPITULO l.°

DO PODER LEGISLATIVO

Art. 4.° O poder legislativo, emanado immedia-


tamente da popular, compõe-se de uma
soberania
assembléa legislativa de 30 deputados com a sancção
do presidente do Estado.
Art. 5° As reuniões da assembléa terão logar
todos os annos na capital do Estado e em dia marcado
pela mesma assembléa em sua primeira reunião annua.
Art. o.° Cada legislatura durará quatro annos, e
cada sessão annua dous mezes, contados do dia de
sua installação.
Art. 7.° As sessões da assembléa poderão 'ser
prorogadas, adiadas e convocadas extraordinariamente
Art. 8.° Tem competencia para exercitar a attri-
buição do artigo antecedente o presidente do Estado,
a mesma assembléa, e o presidente desta, no caso
de convocação extraordinaria.
§ l.° O adiamento reunida
da sessão, antes de
a assembléa, somente será decretado depois de ouvida
a mesa desta, seguindo-se o seu parecer, vencido por
maioria.
A PARAHYBA 255

§ "2.° N'este caso considerar-se-ha mesa da assem-


bléa o seu presidente e vice-presidentes, o 1.° e 2.°-
secretarios.
§ 3.° InstallaJa a sessão legislativa, somente terá
lugar o adiamento, se, indicado pelo presidente do
Estado, for approvado pela assembléa.
§ 4.° Os adiamentos, prorogações e convocações
extraordinarios, somente serão realisados, quando o
bem publico e utilidade do Estado o reclamarem.
§ 5.° A prorogação em caso algum poderá exceder
de 30 dias.
Art. 9.° As deliberações da assembléa serão tomadas
por maioria absoluta de votos dos deputados presentes,
salvo :

1. ° Nas sessões preparatorias para verificação e


reconhecimento de poderes.
2. ° Na votação das leis não sanccionadas, quando
precisa a votação de dous terços dos deputados
presentes.
Paragrapho Unico. As suas sessões serão publicas
e secretas, quando ella assim o determinar por motivo
de alta indignação social.
Art. 10.° O deputado, ao tomar assento, prestará
juramento formal de bem cumprir os seus deveres,
salvo se pertencer á ceita que véde o juramento, caso
em que tomará compromisso nos mesmos termos do
juramento.
Art. l1.o o deputado, é inviolável por sua palavras
e votos no exercicio de seu mandato.
Art. 12° o deputado, desde que for investido
do mandato, até realisar-se nova eleição, não poderá
ser preso nem processado criminalmente, sem previa
licença da assembléa, salvo flagrante em crime inafiançável.
N'este caso, preparado o processo até pronuncia
256 A PARAHYBA

exclusive, será remettido á assembléa para resolver


sobre a procedencia da accusação, se o accusado não

preferir ser julgado immediatamente.


Art. 13.° O deputado perceberá um subsidio, e

ajuda de custo, fixados pela assembléa, no fim de cada

legislatura para a seguinte.


§ l.° Não accumulação de subsidio
é permittida a

e outro qualquer vencimento, caso em ique poderá o


deputado optar.
§ 2.° Durante a sessão legislativa cessa o exercicio
de qualquer emprego publico.
Art. 14.° O deputado, uma vez eleito, não pode
acceitar emprego qualquer natureza, emanado de
de
nomeação do poder executivo, nem pode acceitar eleição
de presidente ou vice-presidente do Estado, sob pena
de perder o mandato neste ultimo caso.
Art. 15.° E' permittida a renuncia do mandato.
Art. 16.° O deputado, eleito na vaga de outro,
exercerá o mandato pelo tempo que a este faltava

para completar a legislatura.


Art. 17.° São condições de elegibilidade á assem
bléa legislativa:
l.° Ser cidadão brazileiro nato, ou naturalisado
desde dous annos, pelo menos, antes da eleição.
2. ° Ser maior de vinte e um annos.
3. ° Ser eleitor ou alistavel.
4.° Estar no goso de seus direitos politicos.
Art. 18.° São inelegiveis:
l.° O presidente e vice-presidente do Estado;
2.° O commandante da força publica do Estado;
3. ° Os magistrados, salvo os aposentados, os
avulsos, e disponiveis ;

4. ° Os cidadãos pronunciados em qualquer crime.


A PARAHYBA 257

CAPITULO 2.o

DAS ATTRIBU1ÇÕE8 DA AS8EMBLÉA

Art. Compete a assembléa legislativa:


19.°

§ l.° Verificar e reconhecer os poderes de seus


membros ;

§ Eleger a sua mesa :


2.°

§ 3.° Nomear os empregados de sua secretaria,


marcando-lhes os vencimentos e obrigações;
§ 4 ° Regular a sua policia interna, promovendo
as necessidades do seu serviço, inclusive a publicação
dos debates e leis;

§ 5.° Fazer lei sobre todos os assumptos de


interesse do Estado ; interpretal-as, suspendel-as, e

derrogal-as ;

§ 6.° fixar a despeza annualmente;


Orçar e

§ 7.° Decretar os impostos necessarios;


§ 8.° Tomar as contas da receita e despeza de
cada exercicio financeiro;

§ Regular
9.° a arrecadação e distribuição das
rendas do Estado ;

§ 10.° Legislar sobre a divida publica e estabelecer


os meios para o seu pagamento;

§ ll.° Crear e supprimir empregos, marcar-lhes


os vencimentos e fixar-lhes as attribuições:

§ Autorisar o governo a celebrar com os


12.°
Estados ajustes e convenções, sem caracter politico,
suhmettendo-o á approvação da assembléa na sua
primeira reunião ;

§ 13.° Determinar os casos e regular o processo


de desapropriação por utilidade publica estadoal e

municipal;
258 A PARAHYBA

§ 1 4.° Auctorisar o governo acontrahir emprestimos


e fazer quaesquer outras operações de credito que o
bem do Estado exigir;
§ 15.° Estabelecer a divisão administrativa e

judiciaria do Estado;
§ 16.° Tomar conhecimento dos actos do governo,
sendo este obrigado á fornecer os esclarecimentos e
informações que lhe forem exigidas ;
§ 17.° Regular o processo da eleição para os
cargos publicos electivos do Estado;
§ 18.° Velar pela fiel observancia da constituição
e das leis ;

§ 19.° Legislar sobre terras e minas do dominio


do Estado ;

§ 20.° Mudar a capital do Estado, quando a

conveniencia publica o exigir;


§ 21.° Legislar sobre o serviço do correio do
Estado;
§ 22.° Pixar annualmente o eifectivo da força
publica, regulando as condições e modo de sua
organisação ;
§Auctorisar
23.° a acquisição e a venda dos
bens do Estado;

§ Commutar e perdoar as penas impostas


24.°
aos f unccionarios publicos por crime de responsabi idade,
e ao presidente do Estado por crimes communs;

§ 25.° Decretar as leis orgí nicas para a execução


completa da constituição ;

§ Julgar os membros do superior


26.° tribunal
de justiça nos crimes de responsabilidade ;

§ 27.° Julgar o presidente do Estado nos crimes


de responsabilidade e decretar a sua accusação nos
crimes communs ;
A PARAHYBA 259

§ 28.° Decretar, no caso de rebellião ou invasão


de inimigo, a suspensão de alguma ou algumas das
formalidades que garantem o direito de liberdade
individual dos cidadãos, em bem da segurança do
Estado ;

§ 29° Legislar sobre o ensino em todos os


seus grãos;
§ Prorogar e adiar suas sessões, quando o
30.°
bem publico exigir :

§ 31.° Annular as leis, actos e decisões dos


conselhos municipaes, que forem contrarios aos federaes,
do Estado e dos outros municipios, e que forem
gravosos aos municipes, dada, neste caso, a reclamação
destes assignada, pelo menos, por cem municipes
contribuintes ;

§ 32.° Decidir os confhctos de jurisdicção entre


os conselhos municipaes, c entre estes e o poder
executivo do Estado;
§ 33.° Representar ao congresso e governo federaes
contra toda e qualquer invasão no territorio do Estado,
e bem assim dos outros
contra as leis da União e as

Estados,que attentarem contra os seus direitos;


§ 34.° Conceder subvenção, isenções e garantias
a quaesquer companhias ou empresas, que tenham
por fim promover o desenvolvimento industrial do
Estado ;

§ 35° Garantir, por tempo limitado, aos 'autores


e inventores o direito exclusivo sobre suas obras e
invenções ;
§ 35.° Conceder licença ao presidente do Estado ;
§ 37.° Marcar os vencimentos do presidente do
Estado no ultimo anno de cada periodo governativo;
19
§ 38.° Legislar sobre organisnção judiciaria e

processual ;
260 A PARAHYBA

§ 39.° Legislar sobre hygiene publica e particular;


§ 40.° Verificar a legitimidade e regularidade da
eleição do presidente e vice-presidente do Estado ;

§ 41.° Legislar sobre assistencia publica, casas


de caridade e distribuição de soccorros.

;CAPITULO 3.°

DA8 LEIS E RE8OLUÇÕR8

Art. 20. Os projectos de lei podem ser propostos


por qualquer dos membros da assembléa.
Art. 21. Os projectos de lei soffrerão tres discussões
em dias diversos.
Art. 22. O projecto de lei approvado pela assembléa
será remettido ao presidente do Estado que, acquies-
cendo, o sanccionará e promulgará.
§ l.° Se o presidente o julgar contrario a esta
constituição, á federal, ou aos interesses do Estado,
recusar-lhe-iia a saneção dentro de dez dias, a contar
daquelle em que recebeu o projecto e o devolverá
neste mesmo praso á assembléa com os motivos da
recusa;
§ ultimo dia do referido praso não
2.° Se até o
for devolvido o projecto nos termos e pelo modo
prescripto neste artigo considerar-se-ásanccionada alei
e como tal será publicada, e no caso de ser a saneção

negada, quando já estiver encerrada a assembléa, o


presidente dará publicidade ás razões de sua recu:a;
e caso o não faça considera-se a lei sanccionada ;

§ 3.° O projecto devolvido


sujeito a uma será
só discussão, considerando-se approvado, se obtiver
dois terços dos votos presentes, e neste caso será,
como lei, promulgado pelo presidente da Assembléa;
A PARAHYBA 261

§ 4.° A sancçãoc a promulgação effecttiam-se por


estas formulas:
1.» A assembléa legislativa do Estado decreta e
eu sancciono a seguinte lei .(ou resolução) ;

2. a A assembléa legislativa do Estado decreta e


eu promulgo a lei (ou resolução);
§ 5.° A formula da promulgação feita pelo presi
dente da assembléa é a seguinte: F. presidente da
assembléa legislativa do Estado da Parahyba do Norte,

iaço saber que a mesma assembléa decreta e eu


promulgo a seguinte lei (ou resolução).
Art. 23. Os projectos de lei regeitados pela assem
bléa e os não sanccionados, salvo neste caso o de
orçamento e fixação de força, não poderão ser submettidos
á discussão nem votados na mesma sessão.
Art . 24. O projecto de lei não pode ser sanccionado
somente em parte.
Art. 25. O projecto não sanccionado poderá ser
modificado no sentido das razões allegadas pelo presi
dente e voltar a saneção.
Art. 26. Os projectos de lei que versarem sobre
interesse auxilio á empresa e concessão de
particular,
privilegios, e os não sanccionados só serão votados,
achando-se presentes, pelo menos, dous terços dos
membros da assembléa; salvo os de orçamento e
força publica em que se poderá deliberar com maioria
absoluta, adoptando-se o que for vencido por dous
terços desta.
TITULO III
DO PODER EXECUTIVO

CAPITULO l.°
DO PRESIDENTE E VICE-PRE8IDENTES
Art. 27 O poder executivo é delegado a um
presidente, como chefe do Estado. •
262 A PARAHYBA

Art. 28. São condições essenciaes para ser eleito


presidente:
1.° Ser parahybano nato;
2.° Estar na posse dos direitos de cidadão brazileiro;
3.° Ser maior de 30 annos e menor de 60;
§ 1. O presidente será successivamente substituido
cm seus impedimentos temporarios, ou falta, por um
primeiro e um* segundo vice-presidentes, eleitos na
mesma occasião que o presidente, peio mesmo espaço
de tempo e requisitos;
com os mesmos
§ 2' No impedimento ou falta dos vice-presidentes
será o presidente substituido successivamente pelo
presidente, e vice-presidentes da assembléa e pelo do
conselho municipal da capital;
§ 3. No caso de vaga do presidente, por falleci-
mento, renuncia, ou perda do cargo, preencherá o

periodo governamental successivamente o primeiro e


segundo vice-presidentes, somente procedendo-se a
nova eleição, no caso de vaga aberta pelo presidente
e vice-presidentes ;

§ 4' O periodo governamental será de quatro


annos, e começará no dia seguinte ao ultimo do periodo
anterior.
Art. 29. O presidente não poderá ser reeleito para

o periodo governamental immediato, nem tambem o


vice-presidente que tiver estado em exercicio dentro
dos doze mezes ultimos do periodo governativo.
§ V O presidente deixará o exercicio de suas
funções no mesmo dia em que terminar o periodo de
seu governo, succedendo-lhe immediatamente o recem-
eleito ;

§ 2- Se o recem-eleito estiver impedido ou ausente


a substituição sc fará nos termos dos §§ 1. e 2 do,
art. 28.
A PARAHYBA 263

Art. 30. O presidente ou vice-presidente em exer


cido não poderá sahir do Estado sem permissão da
assembléa, e não funccionando esta, sem licença do
superior tribunal de justiça, sob pena de perder o
cargo.
Art. 31. O exercicio
do cargo de presidente é

incompativel com o de outro qualquer emprego.


Art. 32. São inelegiveis para o cargo de presidente
e vice-presidentes os parentes consanguineos ou affins
até o 3° gráo civil do presidente ou vice-presidante
que se achar em exercicio, no momento da eleição, ou
que tenha deixado ate )2 mezes antes.
Art. 33. O presidente eleito, por occasião de entrar
em exercicio, pronunciará perante a assembléa, se esta
estiver funccionando, ou, no caso contrario, perante o
conselho municipal que se reunirá, se for preciso, em
sessão extraordinaria, o seguinte juramento: Juro cum
prir com lealdade os deveres inherentes ao meu cargo,
observando e fazendo observar fielmente a constituição
e leis do Estado, salva a excepção da seguda parte
do art. 10 da presente constituição.
Art. 34. A assembléa cm sua primeira reunião
marcará os vencimentos do presidente do Estado,
Tegulando o modo de sua percepção, quando deixar
o exercicio por motivo legal, e a parte que de e ser
percebida pelo vice-presidente em exercicio, quer na
substituição temporaria quer na definitiva.
Art. 35. O presidente não poderá acceitar o lugar
de representante da União ou de qualquer Estado, sob
pena de perder o cargo.

CAPITULO 2.°

DAS ATTR1BUIÇÕE8 DO PRESIDENTE

Art. 35. Compete ao presidente do Esiado:


264

§ 1* Sanccionar, promulgar e fazer publicar as


leis eresoluções da assembléa, expedindo ordens,
decretos, instrucções e regulamentos para sua fiel
execução ;

§ 2- Fazer arrecadar eapplicar as rendas d 3 Estado


de accordo com o orçamento;
Dispor da força publica,
§ 3. conforme o exigir
o interesse do Estado;
§ 4- Nomear, remove-, suspender e demittir os
funccionarios publicos, respeitadas as restricções ex
pressas n'esta constituição;
§ 5- Contrahir emprestimos e fazer quaesquer
outras operações de credito autorisadas pela assembléa;
§ 6' Convocar extraordinariamente a assembléa,
quando o bem publico o exigir, respeitados os pre
ceitos do art. 8, e seus paragraphos da presente cons
tituição;
§ 7' Indicar em sua mensagem á assembléa as
providencias e reformas que julgar convenientes;
§ 8- Commutar e perdoar as penas nos crimes
sujeitos á jurisdicção do Estado, salva a disposição
do § 24 do art. 19;
§ 9. Promover o bem geral do Estado;
§ 10. Mandar proceder á eleição, no ciso de vaga
de deputado, no praso maximo de dous mezes;
§ 11. Decretar soccorros ou despezas extraordi
narias em caso de calamidade ou perigo publicos,
sujeitando o acto á approvação da assembléa na sua
primeira reunião;
§ 12. Decidir os conflictos de jurisdicção admi
nistrativa;
§ 13. Dispensar nos intervallos das sessões do
poder legislativo, nos casos de que trata o § 28 do
art. 20, as formalidades que garantem a liberdade indi
265

vidual dos cidadáos, convocando immediatamente a


assembléa prra que esta resolva sobre seu acto;

§ 14. Suspender na ausencia da assembléa as


resoluções e decisões municipaes, nos casos previstos
no § 31 do art. 19 da presente constituição, ao conhe
cimento da mesma assembléa em sua primeira reunião
Art. 37. Incumbe ao presidente:
1. Prestar as informações e esclarecimentos que
lhe forem exigidos pela assembléa.
2 Apresentar annualmente a assembléa um rela
torio minucioso do estado dos negocios publicos, com
os dados precisos para que esta possa organisar o

orçamento e fixar a força publica.

CAPITULO 3.°

DA RE8PON8ABILIDADE DO PRlSIDENTE

Art. 38. O presidente do Estado será submettido


á processo e nos crimes de responsabili
julgamento,
dade, perante a assembléa, c, nos crimes communs,
ante o superior tribunal de iust:ça, depois que a assem
bléa declarar procedente a accusação.
Paragrapho Unico. Quer n'um, quer n'outro caso,
uma vez decretada a procedencia da aceusação, ficará
o presidente suspenso do suas funeções.
Art. 39. São crimes de recponsabilidadj do pre
sidente os actos que attentarem contra:
r A constituição do Estado;
2 O livre exercicio dos podjres politicos;
3- O goso e exercicio le^al dos direitos politicos
e individuaes;
4' A segurança interna do Estado;
5' A probidade da administração;
266

6* A guarda e emprego constitucional dos dinhei


ros publicos;
T As leis orçamentarias votadas pela assembléa ;
Paragrapho Unico. A assembléa em sua primeira
reunião ordinaria regulará a forma do processo de
responsabilidade presidencial.

TITULO IV
DA8 ELEIÇÕE8

Art. 40 Os deputados á assembléa serã:> eleitos-


por voto directo em todo o Estado.
Art. 41. O modo, processo d'essa eleição e o
alistamento dos eleitores serão regulados em lei ordi
naria especia'.
Art. 42. E' vedado ao deputado desde o dia da
eleição:
Celebrar coniracios com o poder executivo do
1.

Estado ou federal.
2- Ser presidente ou d;rector de bancos e com
panhia?, ou emprezas que gosem de favores do Estado
ou da União.
Art. 43. A eleição de presidente e vice-presidentes
será feita por suffragio popular directo e terá lugar
no ultimo anuo do periodo governamental, cm dia
designado pelo presidente cm exercício, nunca exce
dente nem anterior á 6 mezes da terminação do mesmo
periodo.
§ Cada eleitor votará em uma só urna com
1.°

duas cedulas rotuladas, uma para presidente e outra


vice-presidentes do Estado. Do trabalho eleitoral lavrar-
sc-ha unia acta circumstanciada da qual serão remetti Jas
267

duas copias authenticas, uma ao_conselho municipal e


outra á assembléa legislativa;
§ 2.° O conselho municipal fará a apuração
limitando-se a sommar os votos recebidos no municipio,
e da acta que lavrar-se, extrahirá duas authenticas que
serão enviadas, uma ao presidente do Estado e outra
á assembléa legislativa;
Reunida esta em sessão ordinaria ou extra
§ 3.°
ordinaria, se for preciso, elegerá uma commissão de
cinco membros, que, verificando as authenticas dos
.
conselhos com as dos collegios eleitoraes, fará a
apuração definitiva, emittindo parecer sobre a legitimidade
ou não da eleição. Este parecer será discutido e votado
em um?, unica sessão;

§ 4.° Decidindo-se por maioria absoluta dos


membros presentes pela legitimidade da eleição, o presi
dente da assembléa proclamará presidente do Estado
da Parahyba do Norte, o cidadão que houver obtido
a maioria absoluta dos suffragios eleitoraes, 1/ e 2:
vice-presidentes os que na respectiva eleição reunirem
aquella maioria;
§ 5. Se nenhum tiver obtido essa maioria, ou
se somente um ou dous a tiverem attingido, a assembléa

elegerá por maioria de votos presentes o presidente


do Estado ou cada um dos vice-presidentes, d'entre
os cidadãos que occuparem os dous primeiros lugares
na respectiva votação;

§ 6/ em caso de empate decidirá a sorte;

§ 7.. O processo de que trata este artigo nos §§


3. e 4. começará e findará na mesma sessão da
assembléa;

§ 8: A commissão de que falla o §3. apresentará


o seu parecer dentro de tres dias improrogaveis.
268

TITULO V
DO PODER JUDICIARIO

Art. 44. O poder judiciario é independente, e será

composto de juizes e jurados, assim no eivei como


no crime.
Art. 45. Para julgar as causas em segunda e
ultima instancia, haverá um superior tribunal de justiça,
com séde na capital do Estado.
Art. 40. Os membros do superior tribunal de
justiça, eos juizes de direito serão vitalicios, c só por

sentença irrevogavel perderão o seu logar.


Art. 47.° A lei determinarao modo de provimento
dos juizes, dos membros do superior tribunal de
justiça e mais funecionarios d'ella, ou seu numeroi
attribuições, vencimentos e a maneira porque hão de
exercer os seus logares.
Art. 48. Para representar os interesses do Estado,
da justiça, dos interdictos, dos ausentes edas massas
fallidas perante os juizes e tribunaes, fica creado o
ministerio publico, que se comporá:
§ 1. De um procurador geral, como chefe;
§ 2. De promotores publicos nas comarcas ;
§ 3. De curadores geraes de orphãos, ausentes,
interdictos, massas fallidas e de residuos, nos municipios.
Art. 49. Os juizes de direito nos crimes de respon
sabilidade responderão perante o superior tribunal de
justiça; e os demais funccionarios desta perante o
respectivo juiz de direito.
Art. 50. Os membros do superior tribunal de
justiça responderão nos crimes de responsabilidade
perante a assenbléa legislativa.
Art. 51. A lei marcará a rorrna do processo desces
funccionaiios.
A PARAHYBA 260

•Art. Quando as partes convencionarem


52. o
julgamento por arbitros, será este admittido, salvo
quando na questão forem interessados, menores, orphãos,
interdictos ou a fazenda publica do Estado ou do
municipio.
Art. 53. A assembléa fixará e não mais poderá
reduzir os vencimentos dos magistrados.
Paragrapho Unico. Somente consideram-se magis
trados os desembargadores e os juizes de direito.
Art. 54. Os tribunaes correccionaes serão orga-
nisados, quando julgar opportuno a assembléa ordinaria.

TITUTO VI
DO MUNICÍPIO
Art. 55. O Estado será dividido administrativamente
em municipios, limites, attribuições
cuja séde, numero,
e deveres serão determinados em lei ordinaria.
Art. 56. Na direcção de seus negocios peculiares
será autonomo, uma vez que não infrinja as leis fedetaes
e do Estado.

Art. 57. O governo do Estado, somente pode


intervir nos negocios do municipio :

§ 1. Quando as deliberações dos funccionarios


municipaes forem contrarias á constituição e ás leis
federaes e do Estado;
§ 2. Quando essas deliberações offenderem direitos
de outros municipios que reclamem;
§ 3. Nos casos do art. 19, § 31 e § 14 do art.
36 da presente constituição.
Art. 58. Cada municipio terá um conselho municipal
eleitopor quatro annos pelo systema eleitoral que for
aHoptado em lei ordinaria, mas sempre por voto
directo.
Paragrapho Unico. Na sua primeira reunião ordinaria
a assembléa promulgará a lei definidora das attribuições
270 A PARAHYBA

do conselho municipal, forma e ordem do seu governo,


fcus deveres e responsabilidade, assegurando a garantia
de suas rendas, bens e concedendo- lhe acção executiva
para a cobrança de rendas de qualquer natureza que
sejão, e bem assim, a faculdade de lançar impostos.
Art. 59. A assembléa em sua primeira reunião
ordinaria descriminará por uma lei especial as rendas
do Estado e do municipio.

TITULO VII
DO8 CIDADÃO8 C DA8 GARANTIAS DE 8EUS DIREITO8

Art. 60. São cidadãos parahybanos os que tiverem


nascido no territorio do Estado da Parahyba do Norte
Art. 61. A constituição assegura á brazileiros e
extrangeiros, residentes no Estado, a inviolabilidade
dos direitos concernentes á liberdade, á segurança
individual e de propriedade nos termos prescriptos
pela constituição federal da republica brazileira.

TITULO VIII
DA REFORMA DA CONSTITUIÇÃO

Art. 62. Esta constituição só poderá ser reformada


por iniciativa da assembléa ou dos conselhos municipaes.
§ l.° Considerar-se-ha proposta a reforma, quando
o pedir uma terça parte pelo menos dos membros di
assembléa, ou quando for solicitada por dous terços
dos municipios, representado cada municipio pela maioria
de votos de seu conselho.
§ 2.° Em qualquer dos casos acima, a proposta
será no armo seguinte submettida a tres discussões,
A PARAHYBA 271

considerando-se approvada, se obtiver cada uma d'ellas


tícus terços dos votos dos membros da assembléa.

§ A proposta assim approvada será publicada


3.°
com as assignaturas do presidente e secretarios da
assembléa, ficando de accordo com ella modificada a
parte -reformada.

TITULO IX
DISPOSIÇÕES GERAES

Art. 03. Nenhum dos tres poderes Estado


do
será exercido cumulativamente com qualquer dos
outros.

Art. Todos os funccionarios publicos são


64.
responsaveis pelos abusos e omissões que commetterem
no exercicio de suas funcções, assim como pela
indulgencia ou' negligencia em não responsabilizarem
efectivamente os seus subalternos.
Art. 05. Continuão em vigoras actuaes disposições
legaes de direito privado, a legislação processual,
administrativa, financeira e policial, e bem assim as
leis, regulamentos e contractos da antiga provincia e
do provisorio do Estado, no que implícita
governo
ou explicitamente não forem contrarios a esta constituição,

até que sejam revogados, alterados ou rescindidos pelos

poderes competentes.

Art. 66. O serviço de segurança do Estado éum


ramo da administração superior, a quem incumbe a
manutenção da ordem, da paz e tranquilidade publica.
Paragrapho Unico. Para esse serviço terá o Estado
uma policia com a organisação que for dada em lei
ordinaria.
272 A PARAHYBA

Não se poderá, sob pretexto algum


Art. 67.
fazer deducção nos vencimentos dos funccionarios.
Art. 68. Terão fé publica no Estado os docu
mentos officiaes, devidamente authenticados do governo
federal ou dos outros Estados.
Art. 69. Quando não tiver sido votada a lei do
orçamento vigorará a do exerciico anterior.
Art. 70. Todas as vezes que a assembléa funcci-
onar como tribunal de justiça, será prisidida pelo pre
sidente d'este tribunal.
Art. 71. Quando em algum municipio se perpe-
tarem crimes, que, por sua gravidade, numero de
culpados ou patrocinio de pessoas poderosas, tolhão
a acção regular das autoridades locaes, o presidente
do Estado determinará que algum magistrado paraalli
se transporte temporariamente, afim de proceder o in
querito formação da culpa,
e inclusive a pronuncia
dos criminosos com recurso necessario para o supe
rior tribunal de justiça.
Art. 72. E' concedida a extradicção de crimino
sos reclamados pelas justiças dos outros Estados ou
do districto federal, de accordo com as leis.
Art. 73. As condições[para o cidadão ser eleitor
são as mesmas prescriptas constituição federal.
na
Art. 74. O representante da assembléa do Estado
que for eleito para o congresso federal, optará por
um dos dous mandatos.
Art. 75. Qualquer funecionario publico prestará
juramento formal de bem cumprir os deveres inheren-
tes ao cargo, antes de entrar em exercicio, respeitada
a excepção da segunda parte do art. 10 da presente
constituição.
Art. 76. A assembléa em sua sessão ordinaria
reverá a divisão dos actuaes municípios, para o fim
A PARAHYBA 273

de adaptal-os á organisação estadual, segundo o melhor


plano de divisão judiciaria do Estado.
Art. 77. E' garantida a divida do Estado.
Art. 78. Nenhum empregado poderá accumular
vencimentos, ou sejão elles pagos pelos cofres da União,
do Estado ou municipio, salvo tratando-se de funções
em materia de ordem puramente profissional, scientifica

ou technica, que não envolva autoridade administrativa


polit ci na União ou no Ested ). Os
judiciaria ou
aposentados ou reformados que exercerem qualquer
cargo remunerado, optarão pelo vencimento da reforma
ou apusentadoria, ou pela remuneração do que
exercerem
Art. 79. Fica reconhecido o direito de aposentadoria,
dos funccionarios publicos, quer estadoaes, quer muni-
cipaes, regulando-se a causa eo modo em lei ordinaria.
Art. 80. E' da competencia dos conselhos muni-
clpaes a divisão dos municipios em districtos, de maneira
que nenhum districto seja comprehensivo de menos
de 500 fogos.
Art. 81. Na lei de
orçamento não poderão ser
incluidas disposições que não se relacionem com a
receita e despeza ou que tenham caracter individual.
Art. 82. São garantidos em toda a sua plenitude
os direitos adquiridos dos funccionarios vitalicios e
inamoviveis.

DI8PO8IÇÕE8 TRAN8ITÓRIAS

Art. Promulgada a constituição, o congresso


1.

constituinte dará por terminada esta sua primeira phase


legislativa, e marcará o dia para fazer-se a eleição de
presidente e vice-presidentes do Estado: e trinta dias
depois de realisada a eleição reunir-se-ha em sessão»
274 A PARAHYBA

ordinaria da assembléa legislativa para occupar-se com


as leis complementares da constituição, c verificar a
eleição presidencial.

Art. 2.° No^diada eleição presidencial se procederá


a eleição do deputado ou deputados, |que preencham

a vaga ou vagas existentes no actual congresso.

Art. 3.° Na investidura do poder judiciario, quanto


aos magistrados, não c o governo obrigado a respeitar
as condições constitucionaes, aproveitando quanto for
possivel ao bem do serviço publico os actuaes magis
trados sem olhar a condição de antiguidade, e attendendo
sobretudo ao merecimento.
Art. 4.° Até que a assembléa decrete a lei eleitoral
do Estado, vigorará a lei federal de 20 de Janeiro do
corrente anno com as
alterações estabelecidas no
decreto da junta governativa n.° 15 de 15 de Fevereiro
do mesmo anno.
Art. 5.° A primeira reunião da assembléa legislativa
durará tres mezes, afim de serem votadas as leis
complementares da constituição.

Art. 6.° Depois de votada a constituição e antes


de sua promulgação, o congresso elegerá todas as
suas commissões permanentes |completando a eleição
da mesa nos Jtermos do regimento approvado pelo
mesmo congresso.
Art. 7.° A promulgação desta constituição será
feita pelo congresso constituinte, assignada por todos
os deputados presentes.

Art. 8.° Não terão effectividade as iincompatibiii-


dades idifferidas n'esta constituição, relativamente á

primei a eleição presidencial e durante a primeira


legislatura.
A PARAHYBA 275

Sala das sessôes do congresso constituinte, em


20 de Julho de 1892.

Vigario Antonio Ayres de Mello


Presidente,

Antonio pa trindade Antunes M. Henriques


1.° Vice-Presidente,

Antonio Bernardino dos Santos


2.0 Vice-Presidente,

José Joaquim do Regó Barro з

1.° Secretario,

Felisardo Toscano Leite Ferreira


Servindo de 2.° Secretario,

Thomaz de Aquino mindello


Augusto Alpredo Botelho
de lima
Gercino Martins de olivera Cruz
Francisco Emilio Paes Barretto
JOAO TA VARES DE MELLO CAVALCVNTE
ApollonioZenaideí Peregrino de Albuquerque
JoXo Lourenço Porto
Valdevino Lobo Ferreira Maia
Bento José Alves Vianna
José Antonio Maria da Cunha Lima
José Fernandes de Carvalho
Padre Valfredo Leal
Medito Velho do Rego Mello
276 A PARAHYBA

Manoel Florentino Carneiro da Cunha


Pedro Baptista Gomes Gambarra
Belarmino Alvares da Nobreoa Pinaoé
Chateaubriand Bandeira de Mello
JOVlNO LtMElRA DtNOÁ
AbDON OdiLON DA NOBR'GA
Miguel Santa Cruz d'Oliveira
Rodolpho Galvao
Augusto Gomes e Silva
Ascendino Candido das Neves
DR. JOÃO LOPES MACHADO
Ex-Presidente da Assembléa Legislativa e actual
Presidente do Estado da Parahyba.
PODERES PÚBLICOS
PODER EXECUTIVO

18 de Novembro de quando foi pro


1889,
clamada a Republica nesta então Provincia,
exercia o cargo de Prezidente o Dr. Fran
cisco Luiz da Oama.Rosaf
Succedeu-o na administração, nessa data, a Junta
acclanada em virtude da queda do regimen monarchico.
A referida junta ç$mpunha-se do Tenente-Coronel
Honorato Candido Ferreira Caldas, Dr. Antonio da
Cruz Cordeiro Senior, Capitão de Engenheiros João
Claudino de Oliveira Cruz, Commendador Thomaz de
Aquino Mindello, Capitão Manoel Alcantara de Souza
Cousseiro e Dr. Manoel Carlos de Gouveia, sob a
presidencia do primeiro.
Dita Junta passou o governo| em 2 de Dezembro
de 1889, de ordem do Poder Central, ao Capitão dá
Engenheiros JoJo Claudino de Oliveira Cruz.
A 6 de Dezembro de 1889 assumiu a presidencia,
nomeado pelo Governo Provisorio, o Dr. Venancio
Neiva que, havendo sido deposto em 31 de Dezembro
280 A PARAHYBA

de 1891, foi succedido por uma Junta composta do


Coronel Claudio do Amaral Savaget, Dr. Eugenio
Toscano de Brito e Bacharel Joaquim Fernandes de
Carvalho.
Acclamado por essa Junta, em 19 de Fevereiro de
1892, passou a exercer o cargo de Chefe do Executivo
o Dr. Alvaro Lopes Machado.
Votada a constituiçâo vigente, foi o mesmo eleito
Prezidente do Estado para o quatriennio governativo
de 22 de Outubro de 1892 a 1896, sendo eleitos na
mesma occasiâo para 1.° e 2.° Vice-presidente?, respecti
vamente, o actual senador Monsenhor Walfredo Leal eo
Dr. Joâo Tavares de Mello Cavalcanti. A 14 de Abrït
de 1893,entrando no goso de uma licença o Dr.
Alvaro Machado, substituiu-o no governo o Monsenhor
Walfredo Leal, que exerceu tambem interinamente o-

cargo em por nova ausencia do Presidente


1894,
effectivo. A 17 de Maio de 1896 o Dr. Alvaro Machado
deixou aínda interinamente a prezidencia ao mesmo
substituto, que ficou exercendo-a definitivamente em
virtude da renuncia do propietario effectivo do cargo,
realisada Julho do mesmo anno.
em 28 de
v A 22 de Outubro de 1896 iniciou-se o novo
periodo governativo, para o qual haviam sido eleitos—
Presidente- o Dr. Antonio Alfredo da Gama e Mello,
e 1.° e 2.0 Vice-presidentes, respectivamente, os Drs.
Joaquim Fernandes de Carvalho e José Peregrino de
Araujo. Tendo renunciado o seu mandato o 2.° Vice
presidente, foi eleito para substituil-o o Dr. Elias Eliaco
Elyseu da Costa Ramos. O Dr. Oama e Mello exerceu
o seu cargo durante todo o quatriennio.
, , A 22 de Outubro de 1900 empossou-se o
Dezembargador José Peregrino de Araujo, eleito para
o quatriennio, que entâo se iniciava, tendo como 1.° e
A PARAHYBA 281

2° Vice-presidentes os Drs. Affonso Lopes Machado e


Padre Manoel Gervasio Ferreira da Silva.
Eleito novamente Prezidente do Estado para o
periodo de 1904 a 190?i, assumiu o governo a 22 de
Outubro daquelle anno o Dr. Alvaro Lopes Machado,
tendo por substitutos como 1.° e 2.° Vice-presidentes,
os Drs. Antonio Simeão dos Santos Leal e Francisco
Seraphico da Nobrega. Tres dias depois de juramen-
tar-se renunciou o seu mandato o 1.° vice-presidente.
Retirando-se licenciado em 12 de Fevereiro de 1905, o
Dr. Alvaro Machado passou o exercicio ao Dr. Francisco
,Seraphico da Nobrega, reassumindo-o em 5 de Junho
do mesmo anno. Eleito o Monsenhor Walfredo Leal
para preencher o logar vago de 1.° Vice-presidente, e
renunciando o de Prezidente o Dr. Alvaro Machado,
em 28 de Outubro de 1905, exerceu o Monsenhor
Walfredo Leal o cargo de Chefe do Executivo até 22
de Outubro do anuo passado. Nesse dia iniciou-se a
administração do actual Prezidente, Dr. João Lopes
Machado, eleito para o periodo de 1908 a 1912, e
tendo como 1.° e 2.» Vice presidentes, respectivamente,
os Drs. Pedro da Cunha Pedroza c Francisco Pere
grino de Albuquerque Montenegro.
* «
*

As repartições subordinadas ao
administrativas
poder executivo são as seguintes: Secretaria do Estado,
Segurança Publica, Força Publica, Instrucção Publica,
Estatistica e Archivo Publico, Saude Publica, Imprensa
Official, Bibliotheca Publica, Junta Commercial e
Administração da Fazenda.
Secretaria do Estado.

Essa repartição, que tem actualmente por chefe o


282

Sr. Coronel Ignacio Evaristo Monteiro Sobrinho,


destina-se á transmissão das deliberações do Chefe do
Poder executivo ás demais secções que constituem o
apparelho governativo. Estão a seu cargo a correspon
dencia official do Governo Superior do Estado e o
registro de todos os seus actos administrativos. Tem
a denominação de Secretario do Estado, o funccionario
que a superintende.

Segurança Publica.
Cumpre ao Chefe de Policia a direcção desse
serviço publico, autoridade que tem attribuições em
todo territorio do Estado, e cujas funeções desempenha
neste momento o bacharel Francisco Carlos Cavalcante
de Albuquerque.
Com attribuições locaes, existem subordinadas á
referida autoridade os Delegados de Policia, que são
auxiliados pelos sub-delegados, havendo ainda com
limitada parcella de poderes, os Inspectores de
Quarteirões.
E' o de Chefe de Policia o cargo unico remune
rado, entre os que dirigem a segurança publica.

Força Publica.
'
Um batalhão policial, commandado por um
Tenente Coronel, constitue a força do Estado, que tem
a seu cargo, alem dos deveres que lhe rão proprios,
os de auxiliar da arrecadação, para o que não mantem
o governo nenhum corpo especial. São 703 as praças
do referido batalhão.
O official do exercito Alvaro Evaristo Monteiro
exerce o mais graduado posto da força regional.

Instrucção Publica.
O Estado mantem, nas sédes dos diversos
A PARAHYBA 283

municipios, cadeiras de instrucção primaria, competindo


a cada poder local o provimento das que se tornarem

necessarias nas povoações comprehendidas na sua


jurisdicção.Na Capital funccionam, alem desses estabe
lecimentos, a Escola Normal e o Lyceu, equiparado este
ao Gymnasio Nacional. Existe tambem nesta cidade,
gosando de iguaes regalias ás do Lyceu, o Collegio
Diocesano. A Instrucção publica na Parahyba é dirigida
pelo Dr. Francisco Xavier Junior, preceptor provecto
e abalisado philologo.
Estatistica e Archivo Publico.
Esta repartição é destinada á organisação dos
dados estatisticos necessarios ao conhecimento das
condições do Estado, sob todos os aspectos.
A seu cargo está tambem a conservação dos
documentos que constituem o archivo publico. Dirige-a
o Dr. Manoel Deodato Henriques de Almeida.
Saúde Publica.
Estavasendo descurado esse ramo administrativo,
entre nós. Ultimamente, porem, o poder executivo, que'
tem actualmente a sua frente um distincto medico,
promove a execução de medidas tendentes a inicial-o,
desde que a falta que ainda se verifica de canalisação
das aguas e esgottos não permitte uma solução
definitiva ao problema. Foi já installada a necessaria
repartição e acham-se feitas as encommendas do
material preciso, para que sejam observados os preceitos
hygienicos adaptaveis ás nossas circumstancias. E'
director interino da competente repartição o Sr. Dr.
José Teixeira de Vasconcellos.
Imprensa Ofhcial.
A Parahyba possue, excelkntemente montada, a
284 A PARAHYBA

sua imprensa official, que presta inestimaveis serviços


a administração, superintendendo-a o Sr. Coronel Tito
Enrique da Silva.

BlBLIOTHECA PUBLICA.

Vai se desenvolvendo sob a operosa administra


ção do Dr. Diogenes Caldas essa utilissima instituição,
que realmente não preenche ainda os fins que deve
attingir.

Junta Commercial.
Não se nos afigura tambem preciso accentuar os
serviços a cargo dessa repartição, que não divergem
dos das suas congeneres existentes em todos os Estados
da Federação.

Administração da Fazenda.
O Inspector do Thezouro, cargo exercido pelo
velho funccionario, Sr. Ccl. Antonio Minervino da Cruz,
dirige os serviços relativos a esse departamento admi
nistrativo. Alem do Thezouro, que é a repartição central
dos negocios da fazenda, ha na Capital a Recebedoria
de Rendas, a quem é attribuida
arrecadação das rendas
a

publicas, serviço que no interior é commettido ás mesas


de rendas, estações de arrecadação e estações fiscaes.
As mezas de rendas têm séde nas seguintes
localidades: Itabayann3, Souza, Alagôa Grande, Alagôa
do Monteiro, Campina Grande, Guarabira, Umbuzeiro,

Princeza, Mamanguape, Bananeiras, Catolé do Rocha,
Barra de S. Miguel, Picuhy e Patos. Existem estações de
arrecadação em Pontinha, Arca, Alagôa Nova, Taperoá,
Conceição, Espirito Santo, Misericordia, Piancó, Pombal,
Pedras de Fogo, Araruna, Pilar, Serraria, Soledade, Santa
Rita, S. João do Cariry, Santa Luzia, S. João do Rio
A PARAHYBA 285

do Peixe e Teixeira. Em Bocca de Matta, Conde,


Ourinhem e Alhandra, ha estação fiscaes.

PODER LEGISLATIVO
De conformidade com os dispositivos constitu-
cionaes, o poder legislativo é exercido por trinta
deputados, eleitos quatriennalmente.
Actualmente compõem a Assembléa do Estado,
os Senhores:
Dr. Felizardo Toscano Leite Ferreira — Presidente.
Coronel Ignacio Evaristo Monteiro Sobrinho— I °
Vice-Presidenie.
Coronel Francisco Antonio de Araujo Pereira— 2.°
Vice-Presidente.
Padre Mathias Freire — 1.° Secretario.
Coronel Antonio Murillo de Souza Lemos— 2.°
Secretario.
Dr. José Francisco de Lima Mindello.
» Francisco da Costa Cirne.
» Felix Joaquim Daltro Cavalcante.
>
José Rodrigues de Carvalho.
» Affonso Rodrigues de Souza Campos.
» Bonifacio Gonçalves de Moura.
» Octacilio de Albuquerque.
» Izidro Gomes da Silva.
» Antonio Baptista Neiva de Figueredo.
Coronel José Francisco de Paula Cavalcante.
>
João de Lyra Tavares.
»
João da Cunha Lima.
»
José Vicente de Oliveira.
» Antonio de Brito Lyra.
» Dario Ramalho de Carvalho Luna.
»
João Leite Ferreira Primo.
286 A PARAHYBA

Coronel Pedro Bezerra da Silveira Leal.


» Manoel Martins Viegas.
» Antonio da Silva Pessôa.
» Miguel Satyro de Souza.
» Graciano Soares Cavalcante.
Major Joâo Antonio Francisco de Sá.
Padre Joaquim Cyrillo de Sá.
l.0 Tenente Frederico Carneiro Monteiro.
Ha uma vaga.

PODER JUDICIARlO
A Parahyba tem 88 districtos de paz, 20 termos,
16 Comarcas, e forma um só districto para o Superior
Tribunal de Justiça, que tem sua séde na Capital e
compôe-se de seis membros, um dos quaes serve de
Porcurador Geral.
Constituem actualmente o Superior Tribunal os
Dezembargadores :
Candido Soares de Pinho— Prezidente.
Trajano Americo de Caldas Brandâo— Procurador
Geral.
Gonçalo de Aguiar Boto de Menezes.
Antonio Ferreira Balthar.
Ignacio da Costa Brito.
Heraclito Cavalcante Carneiro Monteiro.
As comarcas têm séde: na Capital, (com tres varas)
comprehendendo o termo de Pedras de Fögo; em
Itabayanna, que comprehende o termo de Pilar; em
Guarabira, que comprehende o termo de Serraria; em
Mamanguape, que comprehende o termo do Espirito-
Santo ; em Areia, que comprehende o termo de Alagôa
Nova ; em Alagôa Grande, que comprehende o termo
do Inga; em Bananeiras, que comprehende o termo de
r A iPARAHYBA 287

Araruna; emCampina Grande, que comprehende o


termo de Umbuzeiro ; em S. João do Cariry, que com
prehende os termos de Cabaceiras e Taperoá ; em Alagôa
do Monteiro, que comprehende o termo do Teixeira;
em Picuhy, que comprehende o termo de Soledade; em
Patos, que comprehende o termo de Santa Luzia; em
Piancó, que comprehende os termos de Princeza,
Conceição e Misericordia; em Souza, que comprehende
o termo de S. João do Rio Peixe; em Pombal, que
comprehende os termos de Catolé do Rocha e Brejo
do Cruz; e em Cajazeiras, que comprehende o termo
de S. José de Piranhas.

GOVERNO FEDERAL
Funccionam neste Estado, com subordinamento
ao Governo Central :
Um Juiz Seccional, cargo que é exercido pelo Dr.
Venancio Neiva, com jurisdicção em todo o Estado, tendo
como substituto o Dr. Francisco de Gouveia Nobrega;
em cada municipio existem 3 supplentes do substituto

seccional; um Procurador da Republica, actualmente o


Dr. Antonio Hortencio Cabral de Vasconcellos, com
adjuntos nos municipios; Delegacia fiscal, Caixa
Economica, Alfandega, 22 Collectorias, Repartições de
Saude, Melhoramento e Capitania do Porto, Escola de
Aprendizes Marinheiros, Correio geral, Telegrapho e
uma Companhia do exercito nacional.

• *
»

A representação da Parahyba, no Congresso Na


cional, é de tres senadores e cinco deputados, estando
actualmente investidos dos respectivos mandatos os
Srs: Dr. A'varo Lopes Machado, Monsenhor Walfredo»
288

Leal e Dr. João Pereira de Castro Pinto, senadores; e


Drs. Francisco Seraphico da Nobrega, Manoel Tavares
Cavalcanti, Prudencio Cotegipe Milanez, Francisco
Camillo de Hollanda e Antonio Simeão dos Santos
Leal, deputados.
De accordo com a lei nacional vigente ha, nos
diversos municipios do Estado 24:910 cidadãos alistados
eleitores.
PODER ECCLESIASTICO
J^^if Parahyba é séde de um Bispado, que abrange
vpÚl tambem o Estado do Rio Grande do Norte.
Os primitivos limites da Diocese eram, pelo
nascente e norte, o Atlantico, até a altura do morro do
Tibáo, extrema do rio Grande do Norte e Ceará, pelo
occidente as serras de Apody e Pajehú, e pelo sul as
serras dos Carirys Velhos e Imburanas, até a fóz do
rio Goyanna.
Posteriormente, por solicitação do Bispo de Olinda,
foram alterados os limites pela parte do sul, passando
a vigorar, de 1 de Janeiro de 1899, a seguinte linha
divisoria, por parochias, entre esta e a Diocese de
Olinda: Tejucupapo, Goyanna, Itambé, Timbauba, S.
Vicente, Bom Jardim, Taquaretinga, Brejo da Madre de
Deus, Cimbres, Alagôa de Baixo, S. José do Egypto,
Ingazeira, Flor* s e Triumpho, como extremas da Diocese
de Olinda ; e Alhandra, Taquara, Nossa Senhora Rainha
dos Anjos de S. Miguel de Taipú, N. S. da Conceição
do Pilar, Barra de Natuba, N. S. da Conceição de
Cabaceiras, Alagôa do Monteiro e Santa Maria Magda-
292 A PARAHYBA

lena da Serra do Teixeira, como extremas da Diocese


da Parahyba. Desde a referida data estâo, portanto,.
subordinadas a Olinda as primeiras parochias citadas,
e á Parahyba as ultimas. O Bispado da Parahyba
comprehende 76 freguezias situadas nos dois Estados
de sua jurisdicçâo.
O primeiro Bispo
escolhido para esta Diocese
foi o bahiano Monsenhor D. José Basilio Pereira, que
nao poude acceitar. A 2 de Janeiro de 1894 foi
eleito para seu substituto o conego prebendado da Sé
de Olinda, Dr. Adaucto Aurelio de Miranda Henriques.
No dia 4 de Março de 1894 chegou a esta
capital o íllustre Prelado Parahybano.
Sâo incontestaveis os serviços prestados á
Religiâo e ao seu berço, pelo Operoso e amado Antiste
a quem se acha confiada a superior direcçâo da Igreja
Catholica, neste Estado.
Por sua iniciativa foi fundado o Seminario, que
ha sido mantido em constante prosperidade, e o Col-
legio Diocesano, hoje equiparado¡aoGymnasio Nacional,,
e que se acha confiado ao notavel educador, Conego.
Joâo Irineu Joffily.
MONSENHOR WALFREDO LEAL
EX-PrESlDENTEDO ESTADO DA PARAHYBA E ACTUAL
Senador Federal.
J
0S
М'ф divida passiva da Parahyba que, em 30 de
b)J\ Setembro de 1892, era de rs. 979:708:535,
t% depois de haver subido a rs. 1.571:229:076,
pelo accrescimo occorridoposteriormente de rs.
591:520:531, achava-se reduzida, em 30 de Junho de
1893, a rs. 771:834:611, verificando-se, portanto, uma
amortisaçâo de rs. 799:394:455, realizada pelo bene
merito brazileiro a quem coube ser o chefe do primeiro
governo constitucional da Republica, neste Estado,
Exmo. Sr. Dr. Alvaro Lopes Machado. Entre os com-
promissos representativos da divida passiva citada,
figurava a somma de rs. 284:765:7 15, proveniente de juros
de apolices, cujo capital primitivo limitava-se, entretanto,
á importancia de rs. 173:150:000.
Demonstrativo da divida passiva em 30 de
.Setembro de 1892:
1 Vencimentos de funecionarios . . 233:1 16$429
2 ldem da magistratura 43:067$ 160
3 Eventuaes 836$832
4 Exercicios findos 2:315$537

У
290 A PARAHYBA

5 Subvenção da S. Casa 29:823$218


6 Banco do Brasil 160:000$000
7 Apolices 173:150$000
8 Juros das mesmas 253:079$09(J
favor de Francisco Retumba
9 Letra a 7:5Q0$000
10 Vencimentos de empregados, liqui
dados e consolidados até Dezembro
d ? 1878 63:823$274
Total 979:708$535

Se. viços accrescidos de 1 de Outubro dc 1892 a

......
30 de Junho de 1893:
A' rubrica n. 1 360:703$790
A rubrica n. 3 . 10.842$701
A rubrica n. 8 11 687$625
11 Força publica 07:570$714
12 Subsidio e ajuda de custo aos depu
tados 23:428$800
13

14
Apanhamento
Assembléa
Alimento
e

de
dos
expediente
presos
trabalhos

na
....
capital
da

e
1:938$571

no interior 24:022$963
1 5 Medicamentos e vestuarios dos mes
mos 2:117$Q03
16 Expediente e illuminação do quar
tel da capital 505$-441
17 Expediente e illuminação das ca
deias 671 $770
18 Expediente da bibliotheca . . . . 439$010
19 Expediente e illuminação do The-
zouro 4:307$710
20 Expediente da Secretaria de Estado . 1:809$260
21 Idem do Lyceu Parahybano . . . 947$449
A PARAHYBA 297

22 Idem do Externato Normal . . . 249$303


23 Idem da Secretaria do Tribuna1. . 703$540
24 Idem da Secretaria de Policia • . . 3533607
25 «Iluminação Publica da Capital . . 8:092$715
26 Porcentagens ás mesas de rendas. 35:133$240
27 Impressões de regulamentos,. . . 1:457$000
28 Obras Publicas 24:481 $830
29 Imprensa Official 7:66:$710
30 Aluguel de casas para escolas . . 1:401$782
31 Cinturões e cornetas para o corpo
de Segurança 932$000
Total 591:520$531

Total a que attingiu a divida passiva, entre 1 de


Outubro de 1892 c 30 de Junho de 1893:
Rubrica n.° 1 rs. . . . . 593:82G$219
. » . 2 43:067$120
. 3 » 11:079$540
4 2:315$537
: - 5 . . 29:823$218
6 » . . 160:000$000
> 7 » . . 173:150$000
• . 8 . . 274:706$715
l 9 7:500$000
.) >• 10 . . 06:820$274
11 » 67:570$714
. -> 12 . . 23:423$300
.
13 » . . . . 1:938$671
•.>

. 14 24:022$963
>

.
.

. 15 . . 2:117$903
»

16 . . 506$441
.

17 . 671 $770
»

18 439S010
>

.
208 A PARAHYBA

Rubrica n.° 19 rs. 4:307$710


» » 20 1:8095260
» » 21 » 947$449
» » 22 » 249$300
» » 23 708$549
» » 24 í 333$607
» 25 » 8:092$715
» 26 » 35:133$240
» » 27 » 1:457$000
» » 28 > 24:481 $830
» » 29 7:605$710
» * 30 > 1:401$785
» » 31 > 982$000
Total 1:571:229$076

Pagamentos rcalisados até 30 de Junho dc 1893:

Rubrica n.° 1 rs. . . 533:775$339


10:842$703
:'•

6:29C$000
»
5
»

40:000$000
6
»

10 200$000
»

11 67:570$714
s
»

12 23:428$800
:

13 1:938$671
•:

.
»

14 24:022$065
:

15 . . 2:117$903
»
»
s

506$441
:.:

16
»
»

.. 17 671$770
1

18 439$010
)

19 . 4:307$710
>


»

.
20 1:809$260
»

21 249$300
»
)

22 . 947$410
»

.
A PARAHYBA 299

Rubrica n.o 23 rs 708$540


» » 24 » . . . . 353$607
» 25 » . . . . 8:092$715
» 26 » . . . . 35:133$240
» 27 » . . . . 1:457$000
» 28 » . . . . 24:481$830
» » 29 » . . . . 7:665$610
» » 30 » . . . . 1:401$7G2
» » 31 » . , . . 982$000
Total. . . 799:394$455

Nesse periodo o Estado recebeu o auxilio de rs.


150:000$000, concedido pelo governo federal, em virtude
da lei de 8 de Novembro de 1892, que foram appli-
cados ao pagamento dos ordenados em atraso, a saber :

Empregados do Thesouro . 18:983$842


Secretaria do Governo . . 9:890$953
Avulsos 5:415$127
lnstrucção da capital. . . 27:627$779
» do interior . . . 59:123$651
Aposentados e pensionistas. 34:6S5$>980
Total . . i155:707$332

A divida activa era, em 30 de Junho de 1893,


de rs. 560:239$411.

Proseguindo no seu patriotico intuito de libertar


a Parahyba dos encargos pesadissimos, que vinham do
antigo regimen, obteve o Dr. Alvaro Machado até 30
de Junho de 1894, uma nova reducção de 75:683$905,

baixando a 696:159$706 os compromissos do Thesouro.


Preoccupava-o, entretanto, a effectivichde de medidas
300 Л PARAHYBA

mais efficazes,pois as apolices imprevidentemente


emittidas com premio carissimo, representavam um
sorvedouro terrivel das nossas economías.
A divida publica era constituida por duas parcellas,
comprehendendo a maiorapolices e juros das
as
mesmas, no total de 463:500$215, sendo que os juros
attingiaui 290:350$215 e o capifal apenas. . . '. .
173:150$000. Os demais creditos, sob diversas rubricas,
importavam em 232:050$491. Tornava-se preciso enfren
tar decididamente o ponto de que se derivavam os
mais serios embaraços oppostos á marcha florescente
do Estado— as apolices a juros de 9% ! Accentuemos,
para melhor conhecimento dos leitores, a origem dessas
apolices. A primeira emissâo que tivemos foi autorisada
pela lei n.° 44, de 3 de Outubio de 1861, art. 2Э, para
pagamento das prestacôes vencidas e a vencer, das
obras publicas e da divida passiva existente ou que se
viesse a contrahir, mediante o premio annual de 9%.
Em 1868, pela lei n.° 315, de 11 de Dezembro,
nova emissâo foi autorisada, ao mesmo premio, afim
de fazer face á despesa com o prolongamento da estrada
de rodagem em direcçâo ao Filar. A lei n.° 436, de 16
de Dezembro de 1871, autorisou ainda o Presidente
da provincia a alterar o regulamento n.° 13, de 3 de
Janeiro do mesmo anno, no sentido de facilitar a
transferencia das apolices e o pagamento dos respecti
vos juros no banco do Brazil, ou em qual^uer outro
estabelecimenlo bancario, filial do mesmo. A lei n.°
825, de 6 de Outubro de 1886, autorisou o Presidente
da provincia a reorganisar o serviço do pagamento da
divida de conhecimentos emittidos, em virtude de leis
anteriores, devendo ditos coiihecimentos ser equipara
dos ás apo'ices, afim de poderem ser acceitos para a
constituiçâo das fianças dos responsaveis á fazcnda
A PARAHYBA 301

nacional, e para pagamento das dividas de exercicios


findo?, destinando-se annualmente a quantia de 10:000$
para o resgate respectivo.
Esses conhecimentos eram bilhetes emittidos por
antecipação á receita, de conformidade com a lei n.°
004, de 10 de Dezembro de 1875, art, 23 § 1.°, havendo
sido limitada a emissão em 100:0003000, a juros de 6%
ao anno. A lei n.° 073, de 8 de Março de 1 879, em
seu artigo 22, perrr.ittiu tambem a emissão de iguaes
conhecimentos, do valor de 103$000, para liquidação
dos ordenados dos empregados publicos.
Embora baldados os esforços anteriormente em
pregados para a consolidação da divida publica com
os juros de 5%, como em mensagem disse o Presidente
Oliveira Borges, a lei n.° 845, de 6 de Dezembro de
1837, em seu artigo 21, autorisou o Presidente da
provincia a entrar em accordo com os possuidores de
letras e apolices provinciaes, a respeito das mesmas,
para a consolidação com juros vencidos e a vencer
até 5% ao anno. O Dr. Alvaro Machado, que alcançara
muito bem o obstaculo que antepunha á prosperidade
financcira do Estado a permanencia dessa divida, que
<
ameaçava assumir proporções assombrosa? se não
fosse em tempo tomada medida de caracter definitivo»
insistia pela sua conversão.
O seu governo manteve perseverante essa orien
tação. No periudo decorrido de 1 de Julho de 1891 a
31 de Dezembro de 1805, conseguiu ainda fazer de
crescer a 639:083$743 a divida publica, c nos principios
de 1895 pagou a ultima prestaçãode 40:000$000 ao
Banco do Brazil. Obteve afinal S. Exc. deixar resolvido
definitivamente o problema que tanto o preoccupara.
O Dcc. n.° 75, de 28 de Março de 1890, regularisou
o pagamento d.i divida de apolices do Estado, desti
302

nando-se a receita realisada, provenienie do imposto


de 10% addicionaes, estabelecido no art. 13 da lei n.°
Li, de 7 de Março de 1896, exclusivamente á amorti-
sação da divida do Estado, originada do emprestimo
autorisado pelo art. 1.° da lei provincial n.° 391, de 19
de Dezembro de 1870, |e realisado pela venda de
apolices emittidas nos termos do reg. n ° 13, de 3 de
Janeiro de 1871. Bastaria esse extraordinario serviço
para recommendar á gratidão dos seus patricios o
nome do operoso administrador.
A tenacidade com que o director da politica
dominante enfrentou o difficil problema financeiro, e a
execellentc solução que inspirou tão avisadamente, nunca
poderão ser esquecidas pelos que estudarem seriamente
a vida administrativa Exc. iniciara o
deste Estado. S.
seu governo constitucional assoberbado pelas respon
sabilidades extraordinarias que assumira. Tratava-se,
então, da organisação de todos os serviços publicos
que passaram á alçada do poder regional. A situação
politica geral era naturalmente vacillante ainda.
As condições da Parahyba se deparavam esmo-
recentes, pelos onerosos encargos que vinhão do regimen
decahido. Entretanto, o benemerito parahybano não
desanimara. Trabalhou com dedicação e desprendimento,
e venceu, glorificandose e engrandecendo o seu Estado.
Não foi somente o completo resgate do credito do
Banco do Brazil, a consideravel amortisação da divida
publica, em geral, e a adopção de providencias sabias
para ser cila inteiramente solvida, o que fez o Dr.
Alvaro Machado, em seu primeiro periodo governativo.
Muito, mais alem, disso deixou S. Exc. para attestar
imperecivclmente a sua capacidade eosui patriotismo.
Em sua proveitosa administração, S. Exc. pagou
toda a divida dos empregados publicos, activos e
303
-« -

inactivos, que encontrou com onze mezes de atrazo, e

deixou-os sendo indcmr.isados em dia. Augmentou a


força publica e melhorou os seus vencimentos.
Concorreu com 32:000$000 para a construcção
das linhas
telegraphicas de Campina Grande, Areia,
Alagôa Grande e Bananeiras.
Executou reparos custosos nos edificios do The-
zouro e Palacio do Governo, tendo apenas o auxilio
federal de 5.000$000. Reformou o edificio onde func-
ciona a Escola Normal do sexo feminino e o do Lyceu
Parahybano, sendo as despezas auxiliadas por uma
parte do credito federal de 20:000$000. Deixou provido
de novo armamento o Corpo de Segurança, e estabe
lecido o fornecimento de fardamento gratuito ás praças.
Comprou e transformou o edificio cm que se acha a
Imprensa Official, adquirindo o material preciso para
o funccionamento da referida Ajardinou a
repartição.
area interna do gradil da praça Commendador Felizardo.

Calçou a praça em frente á Estação Conde d'Eu e


construiu subterraneamente a rêde de esgottos.
Calçou
as ruas lateraes e praça em frente do Mercado Tambiá,
que mandou tambem construir. Contribuiu como maior
accionista para o cstabelecimenfp da Empreza Ferro
Carril da Parahyba. Auxiliou a Diocese e obras da
Cathedral.
Com a verba de 200 contos votada no orçamento
federal de 1895 contractou, em concurrencia publica,
a
construcção do Açude Novo, em Guarabira; Arara,
cm Areia; Zabelê, em Itabayanna; Soledade, em Campina
Grande; Cr.choeira do Angico; em S. João, Conselho,
em Piancó; Belem e Riachão; em Souza.
Tratou da iIluminação e abastecimenta d'agua da
capital, chegando a approvar as plantas dos tradalhos
que centractara em 22 d; Novembro de 1895, de
304 A PARAHYBA

*
.conformidade com a autorisação do art. 5 da lei n.°
24, de 25 de Fevereiro do mesmo anno.
Prestes deixar o exercicio do seu alto cargo,
a

S. Exc. pedia a attenção do poder legislativo para os


concertos necessarios no Theatro Santa Rosa, Cadeia
Publica e casa da guarda da ponte do Sanhauá, calça
mento das iadeiras do Góes e S. Bento, rua da
Viração, Alfgria e outras. Foi, em synthese, um
governo sinceramente devotado ao bem publico, o que
fez eu sua terra o Dr. Alvaro Machado. A S. Exc.
coube deixar traçada a linha para a prosperidade do
Estado, salvando-o des embaraços financeiros que
entorpeciam-lhe fortemente a marcha evolutiva, organi-
sando-o com decencia modestia, iniciando os serviços
e

materiaes mais urgentes, e apontando os que careciam


ser mais promptamente attendidos. Vamos terminar a
chronica financeira do nosso primeiro periodo gover
nativo do actual regimen, no qual o Dr. Alvaro Machado
exerceu o mais elevado posto, sendo substituido em
suas ausencias pelo Monsenhor Walfredo
Leal, 1.°
Vice-Presidente, que manteve sempre, com irreprehen-
sivel solidariedade administrativa e politica, a
orientação
seguida pelo chefe effectivo do poder executivo.
permitiido, porem, para confirmação das
Seja-nos
considerações que temos expendido, encerrarmos o
nosso trabalho com a transcripção das palavras com
que julgou a referida administração, em documento
publico, o inolvidavel parahybano Dr. Gama e Mello,
cuja probidade e competencia constituiram os pontos
mais notaveis da sua eminente figura social: «Assumin
do o governo, tive a satisfação de encontrar perfeitamente
organisados todos os ramos do serviço.
Nosso Estado havia sido administrado pelo
l A PARAHYBA 305

illustrado Sr. Dr. Alvaro Lopes Machado. Fôra elle o


fundador nossas instituições democraticas, e lhes
de
dedicara, durante mais de quatro annos, as grandes
energias de seu operoso e infatigavel espirito. Não
houve melhoramento de que não cogitasse; uns realisou,
outros iniciou, muitos outros, suggeriu nas suas
patrioticas mensagens, nos decretos que promulgou, e
na tradição intelligente e honrada que é a aureola do

ex-administrador. No governo de S. Exca. o direito


publico havia dito sua ultima palavra. Era uma realidade
a federação, esse sonho pomposo dos antigos, gloriosa
aspiração que todos nós afagámos ao alvorecer da
Republica como a condição essencial de sua futura
grandeza.»
O Dr. Alvaro Machado deixara estabelecido o
modo de serem completamente resgatados os nossos
compromissos representados pelas apolices e demais
titulos Mantida essa orientação até o fim do
emittidos.
seu periodo governativo, e continuando nella o saudoso

parahybano a quem coube dirigir o quatriennio


administrativo seguinte, Exm.° Sr. dr. Gama e Meilo,
chegaram a baixar á somma de 541:875$653 os debitos
do Thesouro, até 30 de junho dc 1897. Em 1898,
porem, a situação apresentava-sc diversa.
Apesar de haver sido amortisada a divida de
apolices juros das mesmas que, de 438:791$0Q0 em
e

junho de 1897, estava reduzida a 354:766$009, em junho


de 1898, as condições do Thesouro eram peiores
porque augmentara a somma dos compromissos sob
outras rubricas. «Os encargos do Thesouro não
diminuem, mas decrescem algumas de suas rendas»,
dizia a mensagem presidencial de 2 de Setembro de
1893.

Em 1899 mais expressivas ainda eram as palavras.


306. A PARAHYBA

do Chefe do Governo. S. Exc. assim se manifestava


sobre as finanças do Estado, perante o poder legislativo:
<0 estado do Thesouro é a grave preoccupação do
momento.
Suas difficuldades que já decorrem de annos
anteriores, aggravadas pela secca do anno passado,
impõem-se ás vossas cogitações. >

Referia ainda o Presidente do Estado : Observo


que o orçamento da despeza dos ultimos exercicios
não foi attingido pelo da receita, desde o anno de

1897.
O exercicio de 1893 teve de pagar despezas do
precedente, em importancia não inferior a 150 contos.
As despezas de 1893 e as dos primeiros mezes de

1899 aggravaram-se ainda.»


Em 1899 o Presidente do Estado annunciou
tambam que «as causas indicadas levaram o Thesouro
a suspender o pagamento da divida de apolices, a qual
attingia então cifra de 330:000$000.
a

Recrudesciam notavelmente os embaraços ao desen


volvimento da Parahyba. As medidas excepcionaes adop
tadas para o resgate do passivo publico desviaram-se do
seu objectivo principal, sendo applicado o seu producto
ao equilibrio orçamentario. A despeito dessas delibera
ções extraordinarias, crescia a divida flutuante, atrasa-
vam-se os pagamentos e estacionavam os melhoramentos
encetados. Em 31 de dezembro de 1899 subia já a

330:320$663 a divida proveniente dos vencimentos de


empregados e fornecimentos, conforme o demonstrativo
do Thesouro, sendo de 753:923$975 o total dos com
promissos do Estado.
Continuaram augmentando em proporção assus
tadora as difficuldades financeiras, e em Outubro de
1900, conforme os dados officiaes publicados na
A PARAHYBA 307

mensagem presidencial de 1 de Outubro de 1901,


.havia subido a nossa divida á consideravel importancia
de 1.249:839$826.
No curto periodo decorrido de Outubro a De
zembro de 1900, foram realisados pagamentos no valor
de 137:905$930 de sorte que, em 26 de Dezembro de
1900, quando foi, pelo dec. n.° 180, resolvida a conso
lidação, importavam em 1.ll1:874$29ó os creditos a
serem solvidos pelo Thesouro.
O decreto n.° 180, de 2õ de Dezembro de 1900,
•dando instrucções para a execução da lei n.0 170, de
27 de Outubro do referido anno, que autorisou a
consolidação da divida flutuante do Estado, mandou
•emittir apolices do valor nominal de 100$000— 200$000
— 500$000 — 1:000$000, com o premio annual de 5/Ó,
pago semestralmente. Essas apolices serão transferiveis
pelos meios e sob as condições prcscriptas na legislação
federal relativa ao assumpto, sendo resgatadas annua!-
mente, na razão de 15% do valor da enissão, mediante
sorteio. O resgate poderá ser feito em todo ou em
parte, por compra em qualquer epocha do anno, quando
-as referidas apolices estiverem abaixo do par.

Pelos relatorios do Inspector do Thesouro verifi-


ca-se que a divida consolidada, em virtude do citado
decreto, subiu a 1.152:500$000.
Até 30 de Setembro de 1902 fora, entretanto,
.reduzida a 709:700$000, com o producto da arre
cadação do imposto addicional, desde 1901 elevado
a 20%. Embora animadora a amoriisação obtida na
divida consolidada, não fôra, todavia, conquistada
equivalente modificação nas condições financeiras do
Estado, em geral, porquanto até Setembro de 1902
elevavam-se divida fluctuante e
ainda a 627:7605007, a
•outros compromissos não comprehendidos na conso
30G A PARAHYBA

lidaçâo. Em 31 Agosto de 1903 importavâo em


de
927:059$422 os debitos passivos do Thesouro, inclusive
os consolidados, e até 30 de Junho de 1904, conforme
a mensagem presidencial de 1 de Setembro do mesmo
anno, era de 535.600$000 a divida passiva consolidada,
e de 8ô:200$729 o valor das deniais. Snbiu, entretanto,
posteriormente, e em 31 de Agosto elevava-se a . . .
1.012$132$529, de sendo 320.9S2$071 a que provinha de
vencimentos atrasados do funccicnalismo, e 527:900$000,
a de apolices. Pelo balancete do Thesouio vê-se que
baixara até 1906, a 957:343$S55, reduzindo-se ainda a
542:694$S52, até 30 de Junho de 1907.— Do relatorio
do chefe da repartiçâo competente, de Julho do anno
passado, conclue-se. finalmente normalisaram se
que
completamente as condiçôes financeiras do Estado.
Nessa epocha desapparecera o passivo publico vencido,
entre nos, porque limitava-se a 347:900$000, de apolices,
compromissos para cujo rcsgate existe tributo especial
em nossa lei orçamentaria, e que têm sido pontualmente
pagos, sendo venciveis os restantes titulos que a
representant Comprovam a nossa affirmativa as palavras
do Exl»°. Monsenhor Walfredo Leal, na exposiçâo com
que passou o exercicio do cargo que tanto ennobre-
cera, ao actual detentor do poder regional, Ex1-1-'. Sr.
Dr. Joâo Machado.
S. Exc. declarou no referido documento, de 22
de Outubro do anno passado, que até 13 do referido
mez exisliam em cofres 258:067$106, e apenas restavam
a ser solvidos os creditos dos possuidores de apolices,
alias no valor total de 343:700$000, sendo que attingira
1.154:700$000 o valor da emissâo respectiva. Eram
tituios a vencer e que nâo representavam, portanto,
compromissos irmmediatos.
Posteriormente, foram já effecluados novos resgates
1

A PARAHYBA 309

de sorte que somente existem em circulação, nesta


data, dos referidos titulos, 307:900$000.
melhor demonstrarmos a historia dessas
Para
apolices, que constituem por sua vez a historia da
divida passiva deste Estado, do anno de 1900 a esta
parte, passamos a transcrever os dados sobre ellas
colhidos no Thezouro.
Operações da divida consolidada por força da
Lei n.° 170, de 27 de Outubro, e Decreto n.° 180, de
26 de Dezembro de 1900, a contar de 1 de Abril de
1001 a 30 de Junho de 1909:

Apólices emittidas.

1234 do valor de 100$000 132:400$000


949 » » , 200$000 189:800$000
407 » > »
500$000 203:5001000
629 » » > 1:000$000 629:000$000

Total 1.154:700$000

Annos das emissões.

1901 1.050:100$000
1902 9:700$000
1903 5:800$000
1904 13:100$000
1905 9:300$000
1906 51:500$000
1907 11:300$000
1908 3:900$000

Total 1.1 54:700$000


310 A PARAHYBA

Apólices resgatadas e sorteadas.

Do valor de 100$000 1118 111:800$000


» »
200$000 835 167:000$000
» 500$000 368 184:000$000
» »
1:000$000 378 378:000$000
Total 840:800$000

Apólices em circulação.

Do valor de 100$000 206 20:600$000


»
200$000 114 22:800$000
»
500$000 39 19:500$000
» 1.000$000 251 251:000$000
Total 313:900$000

Resgates effectuados

Com abatimento, por propostas! os respectivos possuidores

270:200$000
Í1901

1902 149:400$000
1903
_39:000$000
Total 458:60051000

Í1903 64.0005,000
1904 22:700$000
)
*
'

'

'

1905 27:300$000
^1906 _28:400$000
Total 142:400$000

30% 1906 1:000$000

20% 1908 67:200$000


I
A PARAHYBA 311

15% 1909 46:900$000

10% 1908 35:200$000

Peio valor integral . . 1 :000$000

Por sorteio, de 0utubro de 1905 a Junho de 1909

76:600$000

Total 828:900$000
Sorteados enão resgatadas, até
30 de Junho de 1903 . .
Total .... 11:900$000
840:800$000

Observações:— Foram consideradas na presente


demonstração, como resgatadas, as apolices sorteadas
em diversas epochas de n.°s 250, 265, 272, 274, 2214,
2743, 2820 e 2923, de 1:000$000 reis cada uma, de
nos 2216, 3145 e 3150, de 500$000 reis, de n.°j 2049,
2218, 2219, 2331, 3087, 3095 e 3127, de 200$000 reis,
e de n.°s 476, 928, 1297, 1708, 2162, 2274, 2332, 2333,

3092 e 3100, de 100$003 reis, prefasendo o total de


onze contos e novecentos mil reis (1 1:900$000), importan
ciarecolhida á Caixa de Depozito em 30 de Junho
de 1903, até que seja pelos seus possuidores requerido o
respectivo pagamento.
Da importancia acima mencionada, já foi paga
pelo Thesouro a de cinco contos e setecentos mil
reis (5:700$000), correspondente ás apolices sob n.°s
2743, 2820, 2923, 3100, 928, 3150, 2214, 2219, 22 i 6,
2218 e 476.
Em sessão da Junta do Thezouro de 29 de Abril do
.corrente anno foram sortiadas as apolices sobn.°s 102,
2741,2788,2801,2809, 2851,2879, c 3033, de-1:000$0.0
312 A PARAHYBA

reis cada uma, nos 1241, 1960, 2996, 3017 e 3039,

de 200$000 reis, nos 20, 857, 977, 1256, 1235, 1299,


1866, 2220, 2247 e 3278, de 100$000, prefazendo o toial
de dez contos de reis (10;000$000), e foram resgatadas
até hoje, por conta do referido sorteio, as apolices sob
n.os 102, 2741, 2788, 2801, 2809, 2851, 2879, 3033,
1241, 1960, 2996, 3017, 3039, 20, 857, 1235, 1256,
1866, 2247 e 3278, na importancia de nove contos e

setecentos mil reis (9:700$000), restando ao Thezouro


resgatar as de n.°s 977, 1299 e 2220 no valor total de
tresentos mil reis (300$000), visto não terem os seos
possuidores requerido o respectivo pagamento. Ficou
assim, divida reduzida até hoje, 15 de Julho de 1909,
a

a tresentos e sete contos e novecentos mil reis,


(307:900$000).
Referindo-nos ás obrigações do Estado até 15
de Julho deste anno, devemos accentuar tambem que
até a referida data, importavam em 229:749$868 as
suas dividas activas.
Do historico feito evidencia-se que temos acom
panhado, relativamente, a marcha progressiva das
circumscripções politicas nacionaes, melhor dirigidas,
após a instituição do regimen governativo vigente.
O augmento de despezas verificado nas leis
orçamentarias, alem de perfeitamentejustificado por
ser um phenomeno financeiro natural em todos os
estados civilisados, resultou entre nós da reforma
operada na administração nacional que transmittiu aos
governos locaes, com as amplas attribuições que lhes
foram conferidas, equivalentes responsabilidades.
Na Suissa, o adiantado paiz que se aponta sempre
pela sua modelar administração, onde os gastos militares
são insignificantes, as despezas publicas no mesmo
pericdo do nosso primeiro decenio republicano, isto
e">
A PARAHYBA 313

de 1880 a 1899, elevaram-se de 04 1/2 a 98 milhões


de francos, ou mais de 50 % l
O accrescimooccorrido nos dispendios governa-
mentaes, entre nós, não justifica censuras. São modes
tissimas as contribuições exigidas e criteriosamente
applicado o seu producto.
Um ligeiro confronto entre os tributos adoptados
no orçamento parahybano e os que são cobrados
pelos demais Estados da Republica, patenteia a bene
volencia dos responsaveis pela gestão dos nossos
negocios publicos. E não é somente entre as leis de meios
regionaes que se verifica a tolerancia tributaria da
Parahyba. Si recordarmos cs impostos que vigoravam
no regimen imperial, depararemos ainda
confirmação a
de nossa affirmativa. A exportação era então onerada
na base de 14%, total das taxas geral e provincial,
que cumulativamente pagavam os productos indigenas,
e a despeito de haver sido esse imposto passado aos

Estados, pela -constituição de 24 de Fevereiro, para


cobertura das despezas outr'ora geraes que lhes foram
adjudicadas, nunca, mesmo nos instantes mais afflictivos
de nossa vida financeira, foi elle cobrado na mesma
rasão l Sempre deligenciaram os legisladores republicanos
concorrer para o desenvolvimento da nossa producção,
alliviando quanto possivel os onus sobre a sua expor
tação. E está verificado, pelos dados estatisticos que
vamos publicar, que o alargamento das despezas do
Estado tem sido permittido belo incessante augmento
das fontes productivas, e não por novas contribuições,
recurso que tem sido dispensado pelo governo para
hybano.
Olvidemos a analyse sobre o crescimento constante
da ren Ja arrecadada sobre a exportação que, apezar
de dependente de circumstancias occasionaes como
314 A PARAHYBA

sejam o valor dos generos, em que nãoinflue a acção


administrativa, e a incerteza da colheita, irregu-
pelas
yaridades das estações, tem subido sempre. Estudemos
um imposto fixo. O de industrias e profissões, por
exemplo, que entre os romanos se denominava collatio
lustralis, e na França como em outros paizes se intitula
de patentes, e incide sobre o individuo ou collectividade
que exerce habitualmente qualquer industria ou profissão,
arte ou officio. Pela arrecadação effectuada ve-se que
esse tributo tem proporcionado augmento progressivo
de nossas rendas, revelando indiscutivelmente que
prosperamos. O imposto de decima urbana, que existe
em nosso paiz desde 1808, creado por alvará de 27
de Junho e 3 de Maio 1809, sob o titulo de predial
e que, pela lei de 27 de Agosto de 1830, passou a ser
denominado de decima urbana, sendo incorporado à
renda provincial por lei de 3 de Outubro de 1835,
demonstra claramente, pelo crescimento de seu producto,
o desenvolvimento material de nosso meio. Alem desses
outros menos valiosos evidenciam tambem a nossa
marcha evolutiva.
Está demonstrado, por dados positivos como são
as estatisticas conhecidas, que as nossas rendas crescem,
que a nossa prosperidade firma-se, e que são criteriosa
mente applicadas ao custeio indispensavel do poder
publico, as contribuições cobradas, destinando-se aos
melhoramentos mais urgentemente reclamados as pe
quenas sobras orçamentarias.
A Parahybao que carece. portanto, é que permaneça
na direcção de seu governo a orientação que vai sendo
seguida.
DADOS ESTATISMOS
I

DESPESAS
FIXADAS NAS LEIS ORÇAMENTARIAS DA PARA-
HYBA, DESDE 1836

Exercicios de 1 de Julho a 30 de Junho:


De 1836 a 1837 96:893$860
» 1837 » 1838 141:671$000
» 1839 > 1840 158:816$000

Exercício de 1 de Dez. de 1840 a 30 de Nov. de 1841 :

212:049$000

Exercícios de 1 de Jan. a 31 de Dezembro:

1842 114:972$000

..
1843 99.030$207
1844 103:003$636
1845 104:296$805
1846 94:873$439
1847 97.935$139
1848 115:526$092
1849 129:775$600
A PARAHYBA

1850 (lai. n. 14 da 15 da Dezanibra di 1849) 1 1 0:749$340

» » » 7 » 23 » Março 1850 128:244$890

1851 158:271 $700


1852 147:348$300
1853 132:952$258
1854 152:226$754
1855 172:339$500
1856 188:125$000
1857 233:345$999
1858 39 1:941 $660
1859 39 1:941 $666
1860 292:4 17$672
1861 375:319$333
1862 266:501 $097
1863 311:3083355
1864 324:155$000
1865 500:997$723
1860 694:529$492
1867 747:583$623
1868 762:126$593
1869 494:273$093
1870 549:932$759
1871 617:309$799
1872 639:634$642
1873 639:634$642
1874 771:432$641

..
1875 777:232$581

1876 599:447$998
1877 651:426$709
1878 509:962$947
1879 347:679$633
1880 941:121$608
1881 448:491$833
A PARAHYBA 319

1882 448:491 $833


1883 549:607$480
1884 557:685$541
1885 573:227$976
1886 491:046$799
1887 7 10:61 C$540
1888 524:857$396
1889 524:857$396
1890 506:754$840
1891 521:126$910
1892 521:12Õ$910
1893 816:190$543
1894 901:683$244
1895 1.068:482$470.
1890 1.074:250$399
1897 1.136:365$950
1893 1.160:648^950
1899 1.176:934$950
1900 1.186:714$950
1901 1.271:083$100
1902 1.358:781 $777
1903 1.388:552$934
1904 1.485:837$755
1905 1.596:240$ 128
1906 1.580:029$486
1907 1.662:524$833
19C8 1.654:036$336
1Ç09 1.748:883$877
320 A PARAHYBA

DESPESAS
FIXADAS, POR EXERCICIOS, PARA OS DIVERSOS
SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS, NOS DEZ
ÚLTIMOS EXERCICIOS LIQUIDADOS

EXrRCICIO DE 1899

Assemjléa Legislativa . . . 45:800$000


Governo e Secretaria do Estado 46:300$000
Magistratura 149:300$000
Segurança Publica 73:348$000
Força Publica 355:000$000
Administração da Fazenda. . 132:656$000
Instrucção Publica 189:400$000
Saúde Publica 4:600$000
Imprensa Official 16:400$000
Bibliothéca
Illuminação Publica
Obras Publicas
.... 1:200$000
11:600$000
18:783$000
Junta Commercial 8:000$000
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
....
....
85:547$950
5:00Ó$000
4:000$000
Eventuaes 10:000$000
Supplementares 20:000$000
Total 1.170:934$950

EXERCICIO DE 1900

Assembléa Legislativa . . . 44:600$000


Governo e Secretaria do Estado 49:300$000
Magistratura 149:300$000
A PARAHYBA 321

Segurança Publica 73:348$000


Força Publica 355:000$000
Administração da Fazenda. . 132:656$000
Instrucção Publica 184:000$000
Saúde Publica 4:600$000
Imprensa Official 16:400$000
Bibliotheca Publica
Illuminação Publica
Obras Publicas
.... 1:200$000
11:600$000
18:783S000
Junta Commercial 5:380$003
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 85:547$950
5:000:>000
20:000$000
Eventuaes 10:000$000
Supplementares 20:000$000
Total 1.1 86:7 14$950

EXERCÍCIO DE 1901

Assembléa Legislativa ...


Governo c Secretaria do Estado
44:600$000
50:200$000
Magistratura 156:500$000
Segurança Publica 73:772$000
Força Publica 301:191$000
Administração da Fazenda. . 166:656$000
Instrucção Publica 174:G70$00O
Saude Publica 4:600$000
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
Illuminação Publica
....
....
25:000$000
1:200$000
15:731$100
Obras Publicas 19:743$00O

Junta Commercial 4:220$000<


Inactivos 110.000$00O
322 A PARAHYBA

Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 8:000$000
100:000$000
Eventuaes 15:000$000
Total 1 :27 1 :Õ83$TÕ0

EXERCÍCIO DE 1902

Assembléa Legislativa . . . 4300:0$000


Governo e Secretaria do Estado 54:040$000
Magistratura 183:220$000
Segurança Publica 83:640$000
Força Publica 350:277$503
Administração da Fazenda . 205:050$000
Instrucção Publica 203:856$J33
Saúde Publica 3:8OO$00D
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
Illuminação Publica
.... 25:000$000
1:800$000
16:114$880
Obras Publicas 13:000$000
Junta Commercial 100$000
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 132:473$054
3:000$0OQ
20:000$000
Eventuaes
Theatro Santa Rosa ....
....
5:000$000

......
600$000
Mercado do Tambiá 1:20.4000
Jardim Publico
Total ...... 600$000
.058:781 $7 77

EXERCÍCIO DE 1903

Assembléa Legislativa . . . 43:000$000


>
323

Governo e Secretaria do Esiado 45:0 1 6$000


Magistratura 185:930$606

......
.

Segurança Publica 83:368$000


Força Publica 356:001$500
Administração da Fazenda. . 217:020$000
Instrucção Publica 218:922$222
Saúde Publica 3:800$000
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
llluminação Publica
....
....
25:000$000
1:800$000
17:314$880
Obras Publicas 29:150$000
Junta Commercial 125$000
Inactivos
Soccorros Pubiicos
Exercicios findos
.... 126:704$000
3:000$000
20:000$000
Eventuaes
Theatro Santa
Mercado «Tambiá»
Rosa .... 10;000$000
600$000
1:200$003
Jardim Publico 000$000
Total .1388:552$934

EXERCICIO DE 1904

Assembléa Legislativa . . . 43:000$000


Governo e Secretaria do Estado 55:230$000
Magistratura 191:364$000
Segurança Publica 100:284$000
Força Publica .. 364:175$000
Administração da Fazenda. . 241:200$000
Instrucção Publica 216:216$444
Saude Publica 3:800$000
Imprensa Official 40:000$000 -

Bibliotheca Publica
llluminação Publica .... 1:800$000
17:535$520
324 A PARAHYBA

Obras Publicas 37:150$000


Junta Commercial 125$000
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 127:957$791
6:000$000
20:030$000
Eventuaes 20.000$000
Total 1.485:837$755

EXERCICIO DE 1905

Assembléa Legislativa . . . 43:000$000


Governo e Secretaria do Estado 5 1 :790$000
Magistratura 241:964$000
Segurança Publica 102:948$0C0
Força Publica 339:861 $000
Adrpinistraçâo da Fazenda . . 250:250$000
Instrucçâo Publica 214:146$444
Saude Publica 3:800$000
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
llluminaçâo Publica
....
....
36:400$000
1:800$000
17:535$520
Obras Publicas 34:750$000
Junta Commercial 125$000
Inactivos
Soccorros
Exercicios
Publicos
Findos
.... 133:800$164
6000Î000
20:000$000
Eventuaes
Theatro Santa Rosa
Mercado do Tambiá
....
. . . .
20:000$000
800$000
1:200$000
Jardim Publico 800$000
Obras preventivas contra os
cffeitos da secca . . . . 75:000$000
Total 1.596:240$ 128
A PARAHYBA 325

EXERCICIO DE 1906

Assembléa Legislativa . . . 43:030$000


Governo e Secretaria do Estado 56:390$000
Magistratura 248:1 00$000
Segurança Publica 104:000$000
Força Publica 300:164$000
Administração da Fazenda. .
259:500$000
Instrucção Publica 207:296$667
.
Saúde Publica 3:800$000
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
llluminação Publica
....
....
36:400$000
1:800$000
24:000$000
Obras Publicas 24:800$000
Junta Commercial 2:125$000
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 145:153$819
5:000$000
20:000$000
Eventuaes
Theatro Santa Rosa
Mercado Tambiá
.... 15:000$000
800$000
6:900$000
'
Jardim Publico 800$000
Obras preventivas contra os
effeitos da secca . . . . 75:000$000
Total 1.580:029$486

EXERCICIO DE 1907

Assembléa Legislativa . . . 43:000$000


Governo e Secretaria do Estado 47:560$000
Magistratura 224:464$000
Segurança Publica 99:000$003
Força Publica 307:648$000
Administração da Fazenda. . 259:740$000
326 A PARAHYBA

Instrucção Publica 216:680$000


Saúde Publica 6:200$000
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
llluminação Publica
....
....
36:400$000
1:800$000
24:000$000
Obras Publicas ]. 53:925$000
Junta Commercial 2:150$000
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 167:167$833
10.000$000
20:000$000
Eventuaes
Theatro Santa Rosa
Mercado Tambiá
.... 48:000$000
800$000
5:700$000
Jardim Publico 900$000
Obras preventivas

Estatistica e
contra
effeitos da secca .... os

Archivo Publico.
75:000$000
11:590$000
Total .1.662:524$833

EXERCICIO DE 1908

Assembléa Legislativa ! ; ; 44:100$000


Governo e Secretaria do Estado 52:973$333
Magistratura 1 218:064$000
Segurança Publica 97:067$500
Força Publica 321:847$000
Administração da Fazenda. . 253:740$000
Instrucção Publica 222:646$000
Estatistica e Archivo Publico. 11:640$000
Saude Publica 9:800$800
Imprensa Official
Bibliotheca Publica .... 36:400$000
2:520$000
Obras Publicas
llluminação Publica .... 22:725$000
24:000$000
A PARAHYBA' 327

Junta Commercial
Mercado do Tambiá
Theatro Santa Rosa
....
....
2:150$000
5:700$000
200$000
Jardim Publico 1:200$000
Inactivos 193:063$003
Soccorros Publicos . . . ; 3:000$000
Exercicios Findos 20:000$000
Eventuaes 35:000$000
Obras preventivas contra os
effeitos das seccas. . . . 75:000$000
Total 1:654:036$636
* *

DESPESAS
FIXADAS, POR EXERCICIOS, PARA CADA
SERVIÇO ADMINISTRATIVO, NOS ULTIMOS DEZ
ANNOS:
AS8EMBI.ÉA LEGISLATIVA

1899. 45:800$ooo
1900. 44:000$000
1901 44:600$000
1902. . : 43:000$000
1903 43:000$000
1904 . ; 43:000$000
1905. . . , 43:000$000
1930 43:000$000
1907 43:000$000
1908 44:100$000
GOVERNO E 8ECRETARIA DO E8TADO

..
1899 ; . . . 46:300$000
1900. ; 49:300$000
1901. : : . 50:200$000
328 A PARAHYBA

1902. :. i 54:040$000
1903 45:016$566
1904 55:2305000
1905 51:790$000
1906 56:390$000
1907 47:560$000
1908 52:973$333

MAGI8TRATURA

1899. i49.-30o$ooo
1900 149:3001000
1901 156:500$000
1902 183:220$000
1903 185:930$666
1904 191:364$000
1905 241:964$000
1906 248:100$000
K07 224:464$000
19C8 218:064$000

SEGURANÇA PUBLICA

18Q9. 73:348$000
1900 73:348$000
1901 73:772$000
1902 83:640$000
1903 83:368$000
1904 100:284$000
1905. ; 102:988$000
1906 104:000$000
1907 99:0005000
1908 93:667$500

FORÇA PUBLICA

1899. .. 355:000$000
1900 355:000$000
I À PÁRAHYBA 329

1901. 301:191$000
1902 356:277$500
1903 356:001 $500
1904. 364:1 75$000
1905 339:861 $000
1906 300:164$000
1907 307:648$000
1908 321:847$000

ADMINI8TRAÇÃO DA FAZENDA

1899. 132:656$000
1900 132:656$000
1901 166;656$000
1902 206:060$000
1903 217:020$000
1904 241:200$000
1905 250:250$000
1906 259:500$000
1907 259:740$000
1908 253:740$000

IN8TRUCÇSO PUBLICA

1899. i89:400$ooo
1900 184:000$000
1901 174:670$000
1902 209:856$333
1903 218:922$222
1904 216:216$444
1905 214:146$444
1906 207:296$667
1907 216:680$00o
1908 222:6465000

8AÚDE PUBLICA

1899. 4:6005000
330 A PARAHYBA

1900. 4:600$000
1901 4:600$000
1902 3:800$000
1903 3:800$000
1904 3:800$000
1905 3:800$000
1906 3:800$000
1907 6:200$000
1908 9:800$000

IMPREN8A OFFICIAL

1899. i6:400$ooo
1900 16:400$000
1901 25:000$000
1902 25:000$000
1903 25:000$000
1904 40:000$000
1905 36:400$000
1906 36:400$000
1907 36:400$000
1908 36:400$000

BIBLIOTHECA PUBLICA

1899. i:20o$ooo
1900. i-.200$ooo
1901 1:200$000
1902 1:800$000
1903 1:800$000
1904 1:800$000
1905 1:800$000
1906 1:800$000
1907 1:800$000
1908 2:520$000
* A PARAHYBA 331

ILtUMINAÇÃO PUBLICA

1899 l1:6G0$000
1900 11:600$000
1901 15:731$100
1902 16:114$880
1903 17:314$880
1904 17:535$520
1905 17:535$520
1906 24:000$000
1907. . 24:000$000
1908 24:000$000

OBRA8 PUBLICAS

1899. 18:783$000
1900 18:783$000
1901 19:743$000
1902 13:000$000
1903 29:150$000
1904 37:150$000
1905 34:750$000
190Ó 24:800$009
1907 53:925$000
1908 22:765$000

JUNTA COMMERCIAL

1699. . 8:000$000
19C0 5:3S0$000
1901 4:220$000
1902 100$000
ÍC03 125$000
'904 125$000
332 A PARAHYBA

1905 125$000
1906
1907.
1908
.... . . . ..
2:125$000
2:150$000
2:150S000

INACTIVOS

1899. 85:547$950
1900 85:547$950
1901 110:000$000
1902 132:473*064
1903 126:704$000
1904 127:957$791
1905 133:800$ 164
1906 145:153$819
1907 167:167$833
1908 193:663$003
Proporção das d03pezas fixadas om cada uma
das principaes verbas orçamentarias,
por exercícios

% sobro o total das dcepezas fixadas


cm 0 0

EXERCICIOS
0 jj CS
•3

J
=J M 3
1 Cl-
CTI a. bI
ca cC
o
§
M
ba ts •3.
«i m s. U M
tio La-
a 1 M
m
CO .5
1899 12 1/2 6 30 11 16 7
1900 12 1/2 6 30 11 16 7
1901 12 5 3/4 23% 13 13 3/4 8 2/3

1902 13 1/2 6 26 1/4 15 15 1/2 9 3/4

1903 13 1/2 6 25% 15 2/3 1 5 2.3 9


l'J04 16 1/3 7 23 17 14 1/2 9
1903 15 6 1/2 21 1/3 15 2/3 13 1/2 8 1/3

1900 15 2/3 6 1/2 10 16 1/4 13 9


1907 131/3 6 18 1/2 15 1/2 13 10
V3[

1908 13 6 19 1/2 15 13 1/2 11 %

Contribuição de cada habitante para as princi-


paes verbas de despezas, conformo o
orçamento de 1908, na base da população actual,
calculada om 600:000 habitantes.

Per um
VERBAS ORÇAMENTARIAS habitante

Força Publica 536 réis


Administração da Fazenda
»

[423
.

371
363
323
..> »

....
163
Governo Secretaria do Estado. 88
e

Assembléa Legislativa 73
'
334 A PARAHYBA

DESPESAS
PAGAS, POR CADA EXERCICIO, DE 1891-1908

1891 463:360$015
1892 618:599$809
1893 949:709$921
1894 1.234:717$935
1895 1.163:059$852
1896 . .1.312:485$550
1897 1.322:123$250
1898 1.182:589$489
1899 1.240:903$938
1900 1.180:790$751
1901 1.314:279$361
1902 1.549:Í77$721
1903 1.539:168$954
1904 1.612:354$678
1905 1.573:8373874
1906 1.642:923$868
1907 1.753:684$910
1908 1.851:2I5$89I

DESPESAS
PAGAS, PELAS DIVERSAS VERBAS ORÇAMEN
TARIAS, NOS CINCO ULTIMOS EXERCÍCIOS

exercicio de 1904

Assembléa Legislativa . . . . 43:933$459


Governo e Secretaria do Estado 58.997$640
Л PARAHYBA 335

Magistratura 199:946$198
Segurança Publica 106:649$074
Força Publica 349:195$498

Administraçâo da Fazenda:

Thezouro...| 106.f_15$988
Recebedoria. .
J 258:580$ 158
Estaçôes arre- I
663$ 170
cadadoras. . |

Instrucçâo Publica 211.918$622


Saude Publica . . 3.799$992
Imprensa Official . 43.973$930
Bibliotheca Publica 1.727$700
Obras Publicas. . 19.738$514

llluminaçâo Publica 11.963$677

Junta Commercial. 129$ 100


Merendó do Tambiá 1 200S000
Theatro Santa Rosa 600$000

Inactivos ....
Jardim Publico . .

Soccorros Publicos
600$000
128.718$081
84.021 $140

Exercices Findos . 13.069$654


Eventuaes. . . . 68.532$235

Total. . . . .612:354$678

EXERCICIO DE 1905

Assembléa Legislativa . . . 40:955$117


Governo e Secretaria do Estado 56:174$609
Magistratura 230:464$955
Segurança Publica 65:589$895

Força Publica 300:859$521


336 Á pàrahVbá

Administração cia Fazenda:


Thezouro
j
. .
mm6$15S
Recebedoria. . .

> 250:294$527
Estações ar-
, *, . I49:257$709
recadadoras . |

Instrucção Publica 230:424$333


Saúde Publica 3:483$326
Imprensa Official
Bibliotheca Publica .... 55:069$693
1:700$500
Obras Publicas
llluminaçâo Publica
Junta Commerciai
.... 74:761 $685
15:356$636
164$908
Mercado Tambiá
Theatro Santa Rosa
Jardim Publico
.... 980:$625
600$000
891$400
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 135:030$553
10:536$700
5:947$143
Eventuaes'. 93:642$733
Total 1.573:837$874

EXERCICIO DE 1906

Assembléa Legislativa . . . 40:709$232


Governo e Secretaria do Estado 54:962$683
Magistratura 207:812$640
Segurança Publica 80:141$318
Força Publica 296:834$364

Administração da Fazenda:
Thezouro ...
Recebedoria. .
J U3:imi21
J
311:480$372
,„„„„„A^
\
Estações ar-
,
recadadoras .
I
}
J
197:788$545
* A PARÁHVbA 337

Instrucção Publica 217:8õ0$395


Saúde Publica
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
.....
....
3:594$32ó
40:609$755
1:937$000
Obras Publicas
llluminaçâo Publica
Junta Commercial
.... 89:445$408
23:392$9Ó0
2:142^492
Mercado Tambiá .
Theatro Santa Rosa
Jardim Publico
....
. . . . 4:856$094
600$000
1:041 $000
Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 167:958$839
900$000
38:746$954

Evenluaes 57j851$635
Total 1.642:923$868

EXERCÍCIO DE 1907

Assemjléa Legislativa . . . 42:754$027


Governo e Secretaria do Estado 48:01 3$757
Magistratura 207:828$087
Segurança Publica 07:509$195
Força Publica 302:657$318
Administração da Fazenda:
Thesouro . . .
Recebedoria. .
jI 108:915$69]

343:334$620
Estações arre-
«dadoras .
23*418^3
}

Instrucção Publica 217:761$376


Saúde Publica 6:195$745
Imprensa Official 56:229$225
Cibliothéca Publica 1:805$604
Obras Publicas 95:942$608
333

Estatistica e Archivo
llluminação Publica. ....Publico 10:181 $730
24:000$000

Junta Commercial
Mercado do Tambiá
Theatro Santa Rosa
....
. . . ,
2:097$792
5:845$723
236$550

Jardim Publico 1:528$500


Inactivos
Soccorros Publicos
Exercicios Findos
.... 191:032$322
3:991$>900

67:773$9Ô9
Eventuaes 56:963$853

Total .1.753:684$910

EXERCICIO DE 1908

Assembléa Legislativa . . . 71:522$518


Governo e Secretaria do Estado 56:989$332
Magistratura •. . 213:807$457
Segurança Publica 69:249$! 15

Administração da Fazenda:
Força Publica 355:922$518
Thezouro
j 108:276$834
Recebedoria. .
J
269:932$469
\
Estações arre- I
.
cadadoras . J
161:705$635

Instrucção Publica 233:384$376


Saúde Publica 8:577$152
Imprensa Official
Bibliotheca Publica
Obras Publicas
.... 72:628$906
2:394$002
45:564$028
Estatistica e Archivo
llluminação Publica ....Publico 12:151$137
24:000$000
Junta Commercial
Mercado do Tambiá
Theatro Sar.la Rosa
....
....
4:91 1$092
5:933$ 170
219$5L0
A PARAHYBA 339

Jardim Publico 1:490$000


Inactivos
Exposição Nacional
Scccorros Publicos
....
....
200:568$045
9:272$700
5082$470
Exercicios Findos 27:795$998
Eventuaes. . . . . . . 142:880^226
Depositos _ JI0j889$680
Total >:•
* 1.851:215$891

DESPESAS
PAGAS POR EXERCICIOS, POR CADA SERVIÇO
ADMINISTRATIVO, NOS ULTIMOS CINCO
ANNOS:

.........
ASSEMBLÉA LEGISLATIVA

1904. 48:933$459
1905 40:955$117
1906 40:709$232
1907 42:754$027
1903 71:522$518

GOVERNO SECRETARIA DE ESTADO


E

1904
1905.
1906
'
........ 58:997$040
56:174$609
54:902$683
1907 48:013$757
100S 56:9895332

MAGI8TRATURA
'

19C4. . 199:940$1Q3
.

.
340 A PARAHYBA

1905. .. '
230:464$955
1906 207:8 12$640
1907 207:828$087
1908 2 13:807 ,457

SEGURANÇA PUBLICA

W04 106:049$074
1905 Ó5:589$895
1906 80:141$318
1907 67:509$ 195
1Ç08 69:247$115

TORÇA PUBLIC <

1904 349:195$493
1935 300:859$521
1906. . . . . . 296:834$864
1907 302:6575318
1903 355:9223513

ADMINI8TRAÇÃO DA FAZENDA

1904 258:580$ 15S


1905 250:294$527
1906 311:489$272
1907. , 343:334$629
1908 269:982$469

IN8TRUCÇÃO PUBLICA

1304 211:918$622
1905 230:424$338
1936 217:300S395
A PARAHYBA 341

1907 217:761$376
1908 233:384$376

8AÚDE PUBLICA

1904 3:799$992
1905 3:483$32)
1906 2:534$326
1907 C:196$745
1903 8.577$ 152

IMPRENSA OFFICIAL

1904 43:973S930
1905 55:909$693
1906 40:609$755
1907 56:229$225
1903 72:628$906

DIBLIOTHECA PUBLICA

1904 1:727$700
1905 1:700$500
1906 1:9673000
1907 1:805$G04
1908 2:394$002

ILIUMINAÇÃO PUBLICA

1904 11:953$677
1905 15:356$636
1906 23:392$960
1907 24:0003003
3908 24:000$00O
342 A PARAHYBA

OBRA8 PUBLICA8

.........
1904 19:738$514
1903. .
........
. • • • 74:761$085
1906. 89:446$408
1907. .: 95:942S608
1908. 45:564$023

JUNTA COMMERCIAL

1934. 129$IG0
1905 164$908
1906
1907.
1908
. ..... . . .
2:142$492
2:097$792
4:91 1 $092
INACTIVOS
1904 . 128:718$081
1905. . 135:039$558
1906 167:958$830
1907 191:032$322
1908 : . 206:568$045
* *
*

PROPORÇÃO das despesas pagas por cada


uma das principaes verbas orçamentarias, nos
cinco últimos exercicios:

cobr i o total das dsspsz:s 1alizadas


^>

VERBAS ORÇAMENTARIA8
3 ir>
O o o
CO

& o
Magistratura ....
121/2 142/3 121/2 12 1/2
1
1

Segurança Publica . . 6'/2 33/4 33/4


4

Força Publica . . . . 21'/2 19 18 l?l/2 19'/2


Administração da Fazenda 16 16 19 193/4 141/2
Instrucção Publica . , 13 142/3 13 1/4 121/2 122,3
Inactivos .. <•. 81/2 Í0 11
.-.

. 1/6.
8

1
1
.
343

CONTRIBUIÇÃO d 3 cada habitante para


as principaes verbas de despesas, conforme
as qne foram pagas no exercício de 1908, na
base da população actual, calculada em
600:000 habitantes :

VERBAS ORÇAMENTARIAS or

593 reis
Adm nistração cia Fazenda 450 »

Instrucção lJuhlica 389 »

356 >

Inactivos 344 »

Segurança Publica . 115 »

Governo e Secretaria do Estado. . 95 »

Assembléa do Estado 119 »

RECEITA, arrecadada, por ox3rcicio3, do


1891 a 1909
1891 5l2:46l$829
1892 725:068$300
1893 1.081:812$450
1894 1. 040:8 10$045

1893 1.053:313$252

........
1895 ; .1.07 1:071 $207
1897! 1.084:2003931
1893. .1.125:764$534
1899 1.073:901 $606
1930 . .1.141:171$380
1901 1 .053:275$936

1902. . 1.200:463$355
1903 .1 604:565$002
1904 1.300: 1253077
344 A PARAHYBA

1C05 1.305:997$434
1906 1. 702:20 3$420

1907 1.£94:740$273
1903 1.537:905$337

DEMONSTRATIVO arrecadação da
effectaadx, por cada imposto, no3 d33 330is
últimos exercícios :

Í893

Algodão exportado
Gado exportado . .
....

. .
453:580S357
75:794$600
Dizimo 74-.020$00O
Gado abatido 42:513$00)
Industrias e profissões . . . 83:128$904
Estatistica 22:930$877
Importação pelas barreiras . . 45:145$802
Transmissão de propriedades.
Assucar exportado
Selio
.... 50:411 $933
51:078$007
45:870$201
Decima
Embarcações.
urbana
......
Caroço de algodão exportado .
34:289$913
li:649$800
10:7845213
Cou inhos exportados . .
Heranças
Café exportado
e legados .... . 8943$35D
7:294$380
5:008$050
Aguardente, alcool e mel . .
4:759$285
Imposto de caes 5:2893050
Sola e couros cortidos . . . 2:0f38$300
Fumo t
. . . 1:531$830
Borracha, cimento, cale cocos 402$100
Divida activo 7:480$147
A PARAHYBA

Diversasorigens 28:968$ 196


Renda do proprio Estado . . 193S500
Total 1.081:8129450

....
1894

Algodão exportado 270:969$805


Gado 77:612$150
Dizimo 1 39:31 2$000
Gado abatido 40:975$000
Industrias e profissões . . . 84:530$952
Estatistica1 08:956$419
Importação por barreiras . . 48:198$471
Transmissão de propriedades. 77:723$292
Assucar exportado 57:691$622
Decima urbana 33:772$983
Sellos 21:285$287
Aguardente, alcool e mel . . 15:973$833
Courinhos 14:761$920
Imposto de caes
Heranças
Caroço de
e legados ....
algodão exportad )
14:214$3C0
10:902$486
8;150$446
Borracha, cimento, cal e cocos 4:993$525
Couros 2:569$285
Embarcações 1:665$50O
Café exportado 1:605$2I2
Divida activa 13:312$807
Renda do proprio Estado . . 7:692$000
Diversas origens 23:943$749

Total 1.040:810$045

1895

Algcdão exportado por mar . 156:993$355


Idem por terra 63:37G$500
346 A PARAHYBA

Gado exportado 87:7523300


Idem abatido 09:134$000
Dizimo 89:647$000
Estatistica 78:994$167
Importação por barreiras . . 70:032$210
Industrias c profissões . . . 99.940$991
Assucar exportado 46:9773677
Transmissão dc propriedades. 61:002$2ó4
Decima urbana 49:320$380
Sello 35:819$425
Multas 21:330$385
Couros salgados e sola expor
tados 21:253$653
Aguardente, alccol e mel expor
tados 13:1543335
Café exportado 6:6053360
Embarcações 7:089$140
Fumo exportado 6:230$236
Caroço de algodão e mamona 6:0223187
Cacs 4:103$320
Heranças e legados . . \ . 3:6133627
Rendas do proprij Estado. . 1:500$000
Divida activa 9:788$781
Diversas origens 41:57õ$926
Total 1.053:313$252

1893

Algodão por mar 184:970$552


Idem por terra 81:3453475
Gado exportado 77:516$080
Idem abatido 42:379$165
Dizimo 71:362$663
Industrias e profissões. . . 104:j78$275
A PARAHYBA

Estatistica 04:600$ 155


Importação por barreiras .
Assticar exportado
Transmissão de propriedades
.... . 85:949$074
78:018$403
65:601$999
Decima urbana 35:171$948
Sellos 33:172$890
Courinhos 13:459$ 183
Exportação de diversos gene
ros por rfiar 12:701 $433
3dem, iJem idem por barreira 10:884$826
Divida activa 10:280$867
Aguardente e alcool expor
tados
Heranças
Caroço de
legados
algodão
e

e
....
mamona
10:543$394
8:319$805

exportados 7:219$284
Couros salgados

......
6:194$890
.Café exportado 4:451 $672
Embarcações 4:547$520
Caes 2:764$000
Fumo exportado 2:691 $700
Renda do proprio Estado. . 1:132$000
Diversas origens 19:613$834
Total 1.071 071 $207

1897

Algodão exportado ....


......
305:976$231
Gado exportado 79:167$900
Idem abatido 39:821 $273
Dizimo de gado 55:409$964
Estatistica 95:814$606
Importação por terra. . . . 99:314$Q31
Industrias e profissões . . . 10fi:025$919
A PARAHYBA

Transmissão de propriedades. 59:800$ 167


Decima urbana 51:760$579
Assucar exportado 49c605$300
Sello 40:476$435
Couros
Semente de algodão .... 37:858$810
11:242$705
Exportação de diversos generos
Heranças e legados
Divida activa.
.... 1 8: 1 7 1

6:337$606
"6:235$712
$882

Imprensa Official 5:511$850


Embarcações 5:175$687
Aguardente e alcool exportados 3:318$273
Caes
Borracha exportada .... 2:709$360
1:951 $330
Fumo exportado
Pedagio das pontes
Café exportado.
....
.....
2:620$934
909$091
1:148$310
Multas
Mamona exportada
Diversas origens
.... 1:729$838
149$000
10:0163809
Total 1.084:260$954

1893

Algodão exportado
Careço de algodão e
....
mamona
288:588$586

exportados
Assucar exportado
Aguardente e
....
alcool exportados
20.628$993
51:281$009
3:431$335
Couros, courinhos e sola ex
portados 86.923$347
Café e borracha exportados . 9.066$240
Fumo exportado 10:399$336
Cocos exportados 1:1173153
t A PARAHYBA 349

Gado exportado 80:773$750


Diversos generos exportados. 8:670$657
Imposto de caes 2:200$950
Gado abatido 49:849$980
Dizimo de gado 43:173$636
Imposto de sello 32.089$767
Transmissão de propriedades . 84:421 $610

F.mbarcações 3:523$270
Estatistica Cõmmercial
Importo de barreiras ..... . . 71:417$977
80:832*485

Pedagio das pontes


Decima urbana
....
Industrias e profissões . . . 101:928$399
983$630
59:098$293
Divida activa 6:1 31 $809
Renda do proprio Estado . . 698$800
Multas 640$461
Imprensa Official . -.
Heranças c Legados
Mercado do Tambiá
....
.

....
. . 1:725$000
9:407$595
6:205$000
Diversas origens 1P:555$368
Total U25:764$634

1899

Algodão exportado ....


Carolo de algodão e mamona
312:400$533

exportados
Assucar exportado
Aguardente e alcool
....
....
16:541 $346
58:557$037
3.390$420
Couros, courinhos e tola ex
portados 57:344$ 159
Café e borracha exportados . 7:488$933
Fumo exportado 7:540$370
Gado exportado 819b4$445
350 A PARAHYBA

Diversos generos exportados. 11:718$575


Imposto de caes 2:620$363
Gado abatido 33:71 C$276
Dizimo de gado 20:206$000
Imposto de sello 23:843$300
Transmissão de propriedades. 71:480$164
Embarcações 2:907$372
Estatistica Commercial
Imposto de barreiras. ....
. . . 58:341 $926
82028$855
Industrias e profissões
Pedagio das pontes
Decima urbana
.... . . . 100:465$323
673$032
55:370$941
Divida activa 4:655$857
Renda do proprio Estado . . 2:433$920
Multas 1:009$289
Imprensa
Heranças
Official
e

Mercado «Tambiá
legados .... 1:886$000
16:307$081
6:241 $585

.......
Diversas origens 33:261 $494

Total .1.073:961 $606

....
1900

Algodao exportado 394:668$789


Caroço e algodão de mamona
exportados
Assucar exportado ....
Aguardente e alcool exportados
30:503$816
45:838$327
2:818$300
Couros, courinhos e sola . . 41:871$970
Café e borracha 3:602$300
Fumo 10:005$213
Cocos 90$000
Gado 55:260$025
Diversos generos 1 2:4703>322

Imposto de caes 3:008$420


A PARAHYBA

Gado abatido 32:5 11 $000


Dizimo de gado 13:702$999
Imposto do Sello 21:395$353
Transmissão de propriedades. 80:633$642
Embarcações 3:959$215
Estatistica Commercial . . . 68:345$527
Imposto de barreiras. . : . 81:432$520
Industrias e profissões
Pedagio das Pontes
Decima urbana
.... . . . 111:456$289
697$184
60:258S>093
Divida activa 18:095$088
Renda do proprio Estado . . 2:385$827
Multas 1:405$883
Imprensa Official . . .
Herairças Legados
e

Mercado Tambiá
.... . . 2:038$500
11:621$007
5:763$000
Junta Commercial 730$0C0
Diversas origens 23:003$217
Total 1.140:1 7l$886

1901

Algodão exportado ....


Caroço de algodão e mamona
274:622$142
20:263$710
Assucar
Aguardente e alcool ....
Couros, courinhos e sola . .
26:476$459
1:674?455
31:718$635
Café c borracha 2:239$900
Gado 58:0863500
Fumo 7:089$680
Diversos generos 14:0093147
Imposto de caes 2:480$505
Gado abatido 36:366$887
Dfzimo de gado 1 02:486$ 175
352 A PARAHYBA

Imposto de sello 18:874$593


Transmissão de propriedades. 68:751 $949

Embarcações 3:775$444
Estatistica 81:220$780
Barreiras 78:504$244
Industrias e profissões
Pedagio das Pontes
Decima urbana
....
. . . 119:572$817
444$
47:66 1$303
167

Divida activa 39:645$270


Renda do proprio Estado . . I:733$239
Multas
Heranças
Imprensa
Legados
e

Official
....
.....
1:279$053
10:993$951
2:078$332
Diversas origens
Total ...... 6:224$620

.1.038:275S93r>

1902

Algodão 430:552$453
Caroço de algodão e mamona 3 1:741 $031
Assucar
Aguardente e alcool
•Couros, courinhos e sola
.... . .
30:867$27l
501$000
30:278$9')5

.........
Borracha 1:921 $423
Café . . 484$000
Gado 56:129$500
Fumo 10:713$955
Diversos generos 27:69l$728
Imposto de caes 10:153$539
Gado abatido 33:577$339
Dizimo de gado 75:925$945
Jmposto de sello 17:798$811
Transmissão de propriedades. 55:192$364
.Embarcações 5:170$350
PARAHYBA 353
J>»

A
Estatistica 100:371 $631
Barreiras 97:474$640
Industrias
Pedagio
Decirra
e
profissões
das Pontes
urbana
..... . . 133:7823355
500$834
63:368$280
Divida activa 12:919$130
Renda do proprio Estado . . 506$000
Multas 2:657$932
Imprensa Orí:
Heranças Legados
:'.J
.... 2:553$050
19:020$972
e

Diversas origens 4:476$204


Total 1.260:463$355

1903

Algodão 589:340$529
Caroço de algodão mamona 54:491 $01
4
e

Assucar
Aguardente alcool .... 32:439$333
4:60õ$500
e

Couros, courinhos sola . . 41:703$821


e

Borracha 2:821 $200


Café 1:315$950
Gado 26:891 $500
Fumo l:045$r)S5
1

Diversos generos 29:836$2J3


imposto de caes 23 898$205
Gado abatioo 30:408$670
Dizimo de gado 92:4820136
Imposto de sello 29:120$689
Transmissão de propriedade 77:732$142
.

Embarcações 8:523$752
Estatistica 126:745$282
IBarreiras 107:2 12$ 180
Undustrias profissões . . . 144:935$127
e
:5l A PARAHYBA

Pedagio das Pontes


Decima urbana
.... 1:087$500
66:829$026
Divida activa 9:082$ 287
Renda do proprio Estado . 1:380$225
Multas 3:548$003
Imprensa Official
Heranças Legados
e

Diversas origens .
....
. . . .
2:607$000
30:663$433
13:755$720
Total 1.604:565$062.

1904

A'godão 374:533$123
Caroço de algodão e mamona 22:249$392
Assucar
Aguardente e alcool
Couros, courinhos e soia
.... . .
13:220$312
2:614$837
92:21 3Í304
Borracha 2:509$ 178
Café 3:286$885
Gado 68:246$000
Fumo 7:852$030
Diversos generos 15:745$175
Imposto de caes 11:362$880
Gado abatido 37:407$466
Dizimo de gado 55:193$268
Imposto de sello 48:961$991
Transmissão de propriedades. 69:148$773
Embarcações 3:930$269
Consumo 183:537$708
Industrias e profissões
Pedagio das pontes
Decima urbana
.... . . . 152:942$593
1:62C$666
71:934$100
Divida activa f:396$599-
Renda do proprio Estado . . 3143153.
A PARAHYBA 355

Multas 2:849$703
Imprensa Oificial
Heranças c Legados
Mercado do Tambiá
....
....
3:892$500
30:049*033
4:578$900
Diversas origens 17:979$ 163

Total 1.309:126$077

1905

Algodão 469:831$646
Caroço de algodão e mamona 27:78S$183
Assacar
Aguardente e alcool
Couros, courinhos e sola . .
.... 26:855$841
1:699$000
49:350$766
Borracha 1:490$ 136
Café 722$926
Gado 87:835$900
Fumo 13:070$415
Diversos generos 29:756$026
Imposto de caes 23:332$200
Gado abatido 35;900$994
Dizimo de gado 39:180$338
Imposto de sello 24:523$393
Transmissão de propriedades. 57:843$340
Embarcações 5:6350319
Industrias e profissões
Pedagio das pontes
Decima urbana
..... . . 229:392$454
633$334
73:293$290
Divida activa 10:78S$687
R.nda do proprio Estado . . 516S359
Multas 1:682$570

....
'
Imprensa Official . . . . . 3:612$000
Heranças e Legados 24:456$407
51 A PARAHYBA

Pedagio das Pontes . . . - g


Decima urbana
if
Divida activa £
Renda do proprio Es'
Multas '
'
Imprensa Official
Leg?
Heranças e
$
Diversas origc;'.
Total
jj,n '
.

>m
S097
. . 35:540$5 !0
1:745$0! 1

¥ 1:744$980
dado 55:893$150
Fumo 6:757$555
Diversos generos 24:4453023
Imposto de caes 23:274$088
Gado abatido 7:044$489
Dizimo de gado 208: 1933403
Imposto de sello 35:5435934
Transmissão de propriedades. 09:503$692
Embarcações 5:540$494
Consumo 153:557$145
Industrias e profissões .
Pedagio das pontes
Decima urbana
.... . . 177:783$123
9185334
75:803$017
Divida activa 21:4'Jl$989
Rend^ do proprio Estado . . l:530$667
Renda da Ferro Carril . . . 15:7235000
Ferro via Tambaú 4:2325100
Multas 7:401$517
Imprensa
Heranças
Official
c Legados .... 3:1715000
35:6505630
A PARAHYBA 357

Mercado do Tambiá
Diversas origens
.... 9:7703700
87:593$446
Total 1.702:268$42õ

1937

Algodão exportado ....


Caroço de algodão e mamona
773:73! $735
2 J:350$374
Assucar
Aguardente e alcool ....
Couros, courinlios e sob . .
22:559$533
1:535$528
55.853333J
Borracha 2:200$324
Café 1:091 $100
.
Gado . . 80:356$934
Pumo 7:767$575
Diversos generos
Imposto de caes
Gado abatido
..... 10:350$ 179
22:533$460
7:926$ 100
Dizimo de gado 105:157$585
Imposto de sello 39:755$187
Transmissão de propriedades. 81:4490119
Embarcações 6:2593050
Consumo -. . . 130:353$124

Pedagio das pontes


Decima urbana
....
Industrias e profissões . . . 134:0023259
1:3323503
85:752$492
Divida activa 18:742$857
Renda do proprio Estado . . 1:714$075
Renda da Ferro Carril . . . 52:209$300
Ferro via Tambaú 3:433$500
Multas 5:561$373
Imprensa Official
Heranças e Legados .... 4:653$000
20:2723701
358 A PARAHYBA

Mercado do TambiáJ. . ... 12:15 7$166

......
Diversas origens í$599
59:55

=
'
Total .1.894:74 )S273


1903 .

Algodão exportado
Assucar
.... 577:22 >$Õ9 1
27:397$187
Caroço de algodão
Aguardente e alcool
e

....
mamona

Couros, courinhos e soia . .


5 1:968$ 146
J:694$724
65:471 $53 j
Borracha 46!$:) 10
Café . 65ó$ 103
Gado 80:681$291
Fumo 11:390$725
Diversos generos 17:380$952
Imposto de caes 23:609$58:)
Gado abatido 16:631 $480
Imposto sobre crias de gado. 28:404$381
Sellos 35:002$028
Transmissão de propriedades. 79:725$ 166
Embarcações 7:312$843
Consumo 144:125$105
Industrias e profissões
Pedagio das pontes
Decima urbana
.... . . . 162:068$860
1:195$834
83:365$37J
Divida activa 13:91 1$602
Renda do proprio Estado . . 1 :4 1 8S325
Renda da Ferro Carril . . . 48:729$500
Renda da Ferro -Via Tambaii. 6:939$500
Multas 3:471 $977
Imprensa .Official
Heranças e Legados .... 2:753$500
18:102$248
A PARAHY&A 359

Mercado do Tarruiá
Renda da Colonia Puchy
.... . .
12:603$300
1:500$000
Diversas origens 62:703$369

Total .1.587:905$337
* *

QUADROS COMPARATIVOS
Do produeto de cada imposto, acs ultimos 16 cx:rcicias

ALGODÃO EXPORTADO

1893 . . -
455:586$657 1901 . . 274:622$142
1894 . . 270:959$805 1902 . . 430:552$458
1895 . . 222:369$855 1903 . . 589:340$529
1896 . . 266:3 16$027 1904 . . 374:533$123
1897 . . 305:976$231 1905 . . 469:83 1$646
1898 . 288:588$586 1906 . . 559:225$354
1899 . . 312:400$533 1907 . . 773:731$735
1900 . 394:668$789 1908 . . 577:2255691

GADO EXPORTADO

1893 . 75:794$600 1931 . . 53:035$530


1894 . 77:6 12$ 150 1932 . . . 55:1293500
1895 . 87:752$300 1933 . . 62:89 1$503
1890 . 77:516$030 1994 . . 63:2155000
1897 . 79:167$930 1935 . . 87:3353)33
1893 . 80:773$750 1935 . . 55:303$ 153
1899 . 80:954$445 1907 . . 83:355$)3i
1900 . 55:250$025 1933 . . C0:631$204

PRODUÇÃO DE GADO

1893 . 74:020$000 1031 . . 102:485$ 173


1894 . . 139:312$000 1902 . . 75:925$945
1895 . 89:6475000 1903 . . 92:482$ 135
1896 . ',1:862$663 1904 . 55.193$25S
360 A PARAHYBA

1C97 . 55:409$954 1935 . . 39.180S838


1893 . 43:173$630 1906 . . 203:190$400
1899 . 20:2065003 1907 . . 105:157$585
1900 . 13:702$999 1933 . . 23:43 4$381

GADO ABATIDO

1893 . 42:5135900 1991 . . 333653337


1394 . 40:9755009 1932 . . 33:577$339
1893 . 69: 134$033 1933 . . 30:408$570
1896 . 42:379$ 165 1904 . . 37:4073465
1897 . 39:821 $273 1905 . . 35:9903934
1898 . 49:849$P80 1906 . . 7:644$489
1899 . 33:7163276 1997 . . 7:923$ 165
1900 . 32:511 $903 1933 . . 16:5313430

INDUSTRIA8 C PROFI8SÕES

1893 . 83:128$954 1901 . . 119:3723317


1894 . 84:530$952 1902 . . 133:782$355
1895 . 99:940$991 1903 . . 144:935$127
1896 . . 104:678$275 1994 . . 152:942$593
1897 . . 109.025$919 1935 . . 229:3923454
1893 . . 101:923$399 1905 . . 177:783$123
1899 . . 100:465$323 1997 . . 134:0523259
1900 . . 111:456$289 1908 . . 162:0633363

CONSUMO

1893 . 68:07ó$739 1931 . . 159:723$033


1894 . . 117:154$390 1932 . . 197:845$271
1895 . . 149:076$377 1933 . . 233:9573462
1896 . . 181:549$229 1904 . . 188:537$70S
1897 . . 195.129$597 1905 . .

1898 . . 152:250$462 1906 . . 1 53:657$ 1 4f>

1899 . . 14C:370S781 1907 ... . 180:853$124


1900 . . 149:7733347' 1903 . . . 144:1 25$ 103
A PARAHYPA 30!

TRAN8MI88ÃO DE PROPRIEDADE8

IS93 . 56:411 $933 1901 . . 08:751$949


1894 . 77:723$292 1902 . . 59:192$364
1695 . 61:002$264 1903 . . 77:732J142
1395 . 65:001 $999 1904 . . 69:148$773
1397 . 59:8003167 1905 . . 57:8435843
1893 . 84:421$510 1906 . . 69:60S$692
1899 . 7 1:486$ 164 1907 . . 8 1:44954 19
1900 . 80:533$042 1908 . . 79:7255166

A88UCAR EXPORTADO

1893 . 51:078$067 1901 . . 26:476$459


1891 . 57:691$622 1902 . . 30:067$271
1395 . 49:977$677 1903 . . 32:439$333
1896 . 78:0185408 1904 . . 13:2^03312
1897 . 49:605$300 1905 . . 26:853$841
1393 . 51:2815000 1905 . . 37:583$891
mo . 50:557$037 1907 . . 22:559$533
1890 . 45:8385327 1908 . . 27:397$187

SELLO8

1393 . 45:870$261 1931 . . 18:874$598


1894 . 21:285$287 1902 . . 17:793$811
1895 . 35:819$425 1903 . . 29:12G$689
1895 . 33:172$890 1904 . . 43:951$901
1897 . 40:4765435 1905 . . 24:523$693
1893 . 32:039$767 1936 . . 35:543$954
1899 . 23:813$303 1907 . . 39:755$187
1900 . 21:395$353 1903 . . 35:002$028

DECIMA URBANA

1893 . 34:289$913 1901 . . 47:661$800


1894 . 33:772$983 1902 . . 63:368$280
362 A PARAHYBA

1895 . . 49:320$330 1903 . . 66:829$626


1895 . . 35:171$948 1904 . . 71:984$10Q
1897 . . 51:760$559 1905 . . 73:293$290
1898 . . 59:098$293 1906 . . 76:803$017
1899 . . 55:370$541 1907 . . 86:752$492
1900 . . 00 258$093 1 933 . . 83:365$370

EMBARCAÇÕE8

1893 . . 11:649$800 1901 . . 3:775$444


1894 . . 1:665$500 1902 . . 5:170$350
1895 . . 7:089$140 1903 . . 8:523$752
1896 . . 4:547$520 1904 . . 3:930$209
1897 . . 5:175$687 1905 . . 5:635$81Q
1898 . . 3:523$270 1906 . . 5:540$494
1899 . . 2:967$372 1907 . . 6:259$060
1900 . . 3:959$215 1908 . . 7:312$343

SEMENTE DE ALGODÃO E MAMONA EXPORTADOS

1893 . . 10:784$213 1901 . . 20:263S71O


1894 . . 8:150$446 1902 . . 31:741$084
1895 . . 6:022$187 1903 . . 54:491$014
1896 . . 7:219$284 1904 . . 22:249$302
1897 . . 11:391$605 1935 . . 27:788$182
1898 . . 20:628$993 1906 . . 24:1575934
1899 . . 16:541$346 1907 . . 29:350$074
1900 . . 30:503$816 1908 . . 51:963$146

COURO8 E COURINHO8 EXPORTADO8

1893 . . 8:943$350 1901 . . 31:718$635


1894 . . 17:331$205 1902 . . 30:278$995
1895 . . 21:253$685 1903 . . 41:703$821
1896 . . 19:654$078 1904 . . 92:213$304
1897 . . 37:858$810 1905 . . 49:3503766
A PARAHYBA 363

1898 . 86:923$347 1906 . . 36:540$310


1899 . 57:844$ 159 1907 . . 56:353$903
1900 . 4 1:871 $970 1908 . . .65:471$535

HERANÇA8 E LEGADO8

1893 . 7:294$380 1901 . . 10:993$951


1894 . 10:902$480 1902 . . 19:020$972
1S95 . 3:613$627 1903 . . 3C:563$435
1896 . 8:319$865 1904 . . 30:049$038
1897 . 6:337$606 1905 . . 24:456$407
1893 . 9:407$595 1906 . . 36:550$639
1399 . 16:307$081 1907 . . 20:272$761
1900 . 11:621$007 1903 . . 18:102$243

CAFÉ EXPORTADO

1893 . 5:010$030 1901 . . 1:912$720


1S94 . 1:388í>172 1902 . . 484$000
1895 . 5:820$ 150 1903 . . 1:315$950
1896 . 3:973$472 1904 . . 3:286$885
1897 . 831 $720 1905 . . 722$926
1898 . 7:604$ 140 1905 . . 1:744$980
1899 . 6:213$818 1907 . . 1:091$100
1900 . 3:121$250 1908 . . 656$ 100

BORRACHA EXPORTADA

1893 . 658$020 1901 . . 327$180


1894 . 1:217$040 1902 . . 1:921 $428

1895 . 785$210 1903 . . 2:821 $200

1896 . 478$200 1904 . . 2:509$ 178


1897 . 317$090 1905 . . 1:490$ 136
1898 . 1:462$ 100 1906 . . 1:746$011
1899 . 1:275$ 120 1907 . . 2:200$324
1900 . 482$050 1903 . . 464$910
364 A PARAHYBA

AGUARDENTE, ALCOOL E MEL

no3 . 4:759$235 1901 . . 1 :674$455



Iò94 . 15:973S833 1902 . . 501SC00
1895 . 13:154$33õ 1903 . . 4:6063500
1895 . 10:543$30 !- 1904 . . 2:614$837
1897 . 3:3183273 1905 . . 1:699$000
1893 . 3:431$533 1906 . . 1 :534$097
1899 . 3:390$420 1907 . . 1:586$620
1900 . 2:818$360 1903 . . 1:694*724

IMPOSTO Dl: CÃE8

1893 . 5:2893050 1901 . . 2:480$50>


1894 . 14:214$300 1902 . . 10:153$530
1895 . 4:108$320 1903 . . 23:893$205
1895 . 2:764$000 1904 . . ll:362$8iO
1897 . 2:709$360 1905 . . 23:382$20O
1898 . 2:200$950 1906 . . 28:274$088
1899 . 2:620$363 1907 . . 22:5338450
1900 . 3:0033420 1903 . . 23:609$C8O

FUMO EXPORTADO

1393 . 1:531$880 1901 . . •


7:089$68G
1394 . 1902 . . 10:713$905
1895 . 6:2305236 1903 . . 11:046$985-
1596 . 2:691 $700 1904 . . 7:852 $030
1897 . 2:Ô20$934 1905 . . 13:070$415
1898 . 10:39Qí>337 1906 . . 0:7673666
1899 . 7:543$370 1907 . . 7:7673575
1900 . 10:005$213 1903 . . 11:390$725

DIVIDA ACTiVA

1893 . 7:480$147 1901 . . 39:646$276


1891 . 13:312$807 1902 . . 12:949$ 180
A PAÍÍAHYBA 305

1895 . . 0:7333781 1933 . 9:082$287


1895 . . 10:28O$867 1904 . 6:396$599
1S97 . . 6:235$712 1905 . 10:7683687
1393 . . 6:131$809 1906 . 21:491$939
1399 . . 4:Ó55$357 1907 . 13:742$857
1930 . . 18:695$083 1903 . 13:911$602
DIVER8A8 ORIGENS
1893 . . 23:9763195 190! . 6:22-l$ó20
1894 . . 23:943$749 19Ò2 . 8:476$204
1895 . . 41:5763926 1903 . 17:755$720
1895 . . 19.6133884 1904 . 17:9793163
1897 . . 10:016$805 1905 . 52:9503317
*
1893 . . 10:555$368 1906 . . 215:614$125
1399 . . 33:261$494 1907 . 59:557$590
1900 . . 23:0033213 1903 . 62:703$369
'
inclusive auxilos federaes

ADDíCIONAES arrocadados desde que


foram estabelecidos (lei n.° 34 de 7 de Março do
1898), por exorcicios :

1595
1897
1893 10%
r
..:.... .
61:773$934
103:291$437
124:356$963
1399 93:564$378
1900 110:303$752

.......
{

1901 í 204:617$493
1902 216:122$913
1903 326:315$537
190! 353.852$254
/0j

1905 245:950$472
1906 316:155$866
1937 352:3843109
1908 283:595$728
l

Total 2.742-293S096
366

RECEITA arrecadada, inclusive o im


posto addicional, nos últimos 12 annos, por
exercicios.

1897 . . 1.192:555$438 1903 . . 1.930:880$59Q


1893 . . 1.250:1 21 $602 1901 . . 1.567:978$33l
1899 . . 1.172:525$93l 1935 . . 1.551 :947$905
1900 . . 1.250:475$633 1906 . . 2.018:424$292
1931 . . 1 .262:893$479 1937 . . 2.247:1 333382
1932 . . 1.500:530$773 1903 . . 1. 870:50 1$265

PROPORÇÃO das despezas feitas com a


arrecadação effectuada nos últimos 5 exercicios.

Despendido com a

0 '3.
EXERCÍCIO8 administração da Fa «a na

isnda

1904 258:580$ 158 1.309:126$077 193/4


1905 250:294$527 1 .305:997$434 19
1906 3 :489$272| 1 .702:268$426 . 1 8
1 1

1907 343:334$629; 1.894:746$273 18


1908 269:982$469 1.587:905$337 17

Na base de 600:030 habitantes, em quanto se


deve calcular a população actual do Estado, attendendo-se
a que produziu 1.876:501$265 a receita total, de 1908,
verifica-se que cada habitante contribue com 3$ 127
annualmente, para os gastos publicos.
O valor da exportação em 1908 foi 1 1.421 :214$670.
Tendo o Estado 74:731 kilometros quadrados, pela
sua ipopulação actu conchi3-se que cada kilometro
il,
A PARAHYBA

quadrado produziu 152$831 e cada parahybano exporta


25:110.

Em interessante trabalho no 'Estado


publicado
de S. Paulo>, sob o tutulo confkontcs iccnomicosj
o seu auctor— P. P., estudando o movimento economico
dos Estados mais importantes da Federação accentua,
pelo valor da exportação de S. Paulo, Minas, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco, que
um paulista exporta annualmente 139:908; um fluminense
77:056; um rio-grandense 55:318; um mineiro 32:908;
um pernambucano 28:090 e um bahiano 24:431.
Semelhante demonstração prova que a Parahyba,
Estado pequeno e desamparado de auxilios que outros
tecm merecido Poder Central, pelos exclusivos
do
esforços de. seus filhos, vai acompanhando o desen
volvimento economico das importantes regiões nacionaes-
E' assim que das conclusões dos confrontos
rcoNOMicos citados, evidencia-se que um bahiano
exporta menos e um pernambucano pouco do
mais
que um Não é só sobre a
parahybano. producção
i.ue nos é favoravel o confronto.
Verifiquemos a contribuição de cada habitante
para os gastos publicos, de accordo com o mesmo
trabalho a que vimos nos referindo :
Um paulista paga de impostos annualmente 16:679;
um rio-grandense do sul 8:118; um fluminense 8:031 ;
um pernambuco 6:689; um bahiano 4:697 e um mineiro
3:414.

Entre nós é, portanto, mais redusida a somma


com que contribuc cada cidadão para as despezas
administrativas.
As medias de habitantes, por kilonietro quadrado,
dos principaes Estados da Republica, despresadas as
fracções, são as seguintes:
363 A PARAHYBA

Rio de Janeiro 15 habitantes por kilometro quadrado


Pernambuco 10 » » »

S. Paulo 8
Rio O. do Sul 5 »

Minas 7 *

Bahia 5 -i i »

A Parahyba dá a media de 8 habitantes por


kilometro quadrado, e, portanto, igual á de S. Paulo, e
superior á de Minas Geraes, Rio Grande do Sul e
Bailia.
« *

EXPORTAÇÃO da Parahyba, nos doz ult mos


aimos, pelos respectivos impostos cob' ados
nas repartições arrecadadoras do Estado :

1899 . . 10.122:805$210 1934 . . 10.033:9175320


1900 . . 10.050:841$725 1905 . . 9.574:137$630
1901 . . 7.843:5428030 1906 . . 10:190:906$300
1902 . . 11.202:835$300 1907 . . 12:579:615$490
1903 . . 1 3.003:0305430 1933 . . 11.421:2145070
106.698:4965665
EOSOO9,, SOSS, SS S
1ro0

VOLUMZS MERCADORIAS KIIOG1AMMAS VALOR

70:241 5.430:875 5.260:675$000


Algodão

e
.
.
.
41:347 Caroço dc mamona 2.919:520 165:413$4Ó0
algodão

55:713 4 01S:475 1.171:040$000

e
43:816 Couros, couriHlios sol!a 284:72S$C0O

e
3:725 Café borracha 149:716$G00

:
32:385 Cabeças de gados 2.8S7:100$000

e
3:394 r.lcool 33:904$200
Aguardente

2.075 757:142$800
1

2:355 17:1S5C730

201:051 10.122-.805S210
99

115:063 Algodâo 8:124:410 6.577:813$150

e
.
62:925 de mamona 4:524:751 305:038$ 160
Caroço algodâo

44:930 Assucar 3:275:210 916:766$540

'.

e
.
.
34:826 Couros, courinhos solla 232:6223063

e
1:868 Café borracha 71:317$000

221140 Cabeças de gado 1.658:782$000

e
2:879 alcool 28:183$600
Aguárdente

2:636 Fumo 134:716$000

3:217 Diversos 125:603$220


jgencros

200:487 10.050:841 $725

901

78:218 5:635:261
Algodâo e 4.577:035$600
.
2

61:219 de algodâo mamona 4:405:330 100


Caroço 12:637$

38:918 Assucar 2:824:163 477:609$) 00


31:575 267:186$350

782 43:395$209

23:234 2.025:000$000

e
1:658 álcool 16:744$500
Aguardente

1:517 91:317$000

3:587 119:6 17$ 180

240:708 7:848:542$030

112

131:487 9.423:090 7.172:524$290

e
.

.
.
113:301 Caroço de mamona 8.148:218 317:410$840
algodão

60:445 4.212:481 1:028:903$090

21 16:993 34:023$800

29:876 238:7 19$320

768 Café 4:517 16:133$300

22:03 1.91 6:3 12$000


e
511 alcool

i
Aguárdente 5:010$000

2:012 Fumo 192:279$300

7:220 Diversos géneros 281j519$420

368:349 11.202:835$360

903

146:161 11.633:121 9.822:342$ 150


Algodáo

j
.

e
136:227 de mamona 9.761:892 544:9105.140
Caroço algodào

43:252 Assucar 3.003:526 648:786$600

.
.

e
.
38:726 courinhos sola 308:71 9$000
Couros,

1:826 Café ........... 109:308 43:840$330

200 Borracha 26:120 47:020$000

"
20:963 de 1.677:040$000
Cabeças gado

e
4:2S7 alcool 46:065$000
Aguárdente

2:526 Fumo 220:936$700

Diversos géneros 309:0 17$520


_7:9S6

402-247 13.66S:íi8üS4'30
114

110:257 8.819:748 6.242:2 18$700

e
.
.
.
59:443 Caroço de algodão mamona 4.278:397 222:493$920

27:542 1.876:217 330:507$800

72:027 671:013$200

.
.
4:565 Café 273:817 109:51$800

3S 24:599 41:819$630

22:749
| 2.047:4105000

2:9 IS 26:148$370

2:087 157:040$600

6:654 190:702$800
1

308:550 0.038:9 17$820

110

117:93S 8.727:531 5.873:520$570

c
.

.
.

66:162 de mamona 4.751:322 277:881 $850


Caroço algodão
36:298 Assucar 2.754:370 665:366$020

e
35:219 Couros, courinlios solía 358:7 17S000

1:017 Café 00:573 24:066$660

132 Borradla 11:786 ; 24:833$300


1.

.
.
.
21:971 Cabeças
de gado 759:718$000

e
.

.
1:717 alcool 1G:990$000
Aguárdente

3:519 Fumo 261:400$000

.
.
.
4:020 Diversos géneros 311:614$200

201:002 9.574:1 37S630

9га

!
140:649 10.689:317 6.990:3 17S050
Algodáo

e
68:364 Caroço de mamona 4:927:851 241:579$340
algodáo

i
58:724 Assucar 3:987:217 936:597$200

e
.
.

26:817 Couros, courinhos solía 271:317$000

2:235 Café 134:058 58:167$220


.

13:915
,

161 Borracha, 29:100$000


1.

.
13:974 de 259:8 17&Ô0Ô
Cabcças gado

e
1:687 alcool 15:340$070
Aguárdente

1:934 Fumo ...L. 135:353$320

.
3:126 Diversos géneros 240j817$200

317:701 10. 100:006$300

907

181:774 13.901:217 0.108:726$20ü


Algodâo

с
77:610 de mamona 5.588:517 293:500$740
Caroço algodâo

33:010 Assucar 2.164:416 572:808$300

.
.

e
41:816 Couros, courinhos solía 421:316$350

1:347 Café 80:706 36:370$000

200 Borracha 17:217 36:672$000

22 300 Cabeças de gado 1.836:807$000

1
720 alcool .... 15:866$280
Aguárdente

211 Fumo 163:351 $500

786 Diversos 102:017$000


géneros
1

364 600 2.579:13 5$490


908

!
144:306
Algodâo 9:878:517
7.565:627$ 140

с
140:356 de mamona
Caroço algodâo 9:673:818 59 1:681 $460

2
47:21 Assucar
3:063:127
782:776$600
13:386

e
.
.
Cour9, courinhos solia
489:765$270

'
926 Café
54:798
21:918$000
■ Borracha
3:419
7:285$000

-
20:1 71 de
Cabeças gado 1.61 7:8 15$000
:'

e
2:127 alcool
Algodâo
16:947$200
3:172 Fumo
223:81 7$000
3:063 Diversos
géneros
175:582$000

410:761
il.021:214$670
Exportação, por aimos, cios principaes prcductos:

ALGODÃO

Anno V0LUME8 EILOGRAMMA8 VALORE3

1899 76:241 5:436:875 5.206:675$000


1900 115:630 8:124:410 6.577:8i3$150
1901 78:218 5:695:261 4.577:035$?.00
1902 131:487 9:423:090 7.172:524$290
1903 146:164 11:693:121 9.822:342$ 150
1904 110:257 8:819:748 6.242:218$700
1905 1 1 7:938 8:727:531 5.873:520$570
1906 140:640 10:689:317 |6.990:317$050
1907 181:774 13:451:217 9.108:726S290
1908 144:306 9:878:517 7.565:627$ 140
1.242:664 91:939:087 69.136:799$940

Media de cada anno: 124:264 vs. 9:193:903 ks.


6.913:679$994, aquivalentes a 73 ks. por volume e.
11:275 por 15 kilos.

Caroço de algodão e mamona

Anuo V0LUME3 KIL05RAMHA3 VAL0RE8

1899 41:347 2:919:520 j 165:413$460


1900 62:925 4:524:751 305:038$ 160
1901 61:219 4:405:330 2 12:637$ 100
1902 113:361 8:148:218 317:410$840
1903 136:227 9:761:892 544:9 10$ 140
1904 59:443 4:278:397 222:4935920
1905 66:162 4:751:322 277:881$850
1906 6S:394 4:927:851 241:579$340
1907 77:619 5:588:517 293:500$740
1908 140:356 9:673:818 •519:681 $460

827:053 58:979:616 3.100:147$010

Media de c tda anno: í 2:705 vs. 5:897:961 ks.


3:0 354:701. equivalentes a 71 ks. por volume e 800
rs. por 15 kilos.
ASSUCAR

Anno V0LUME3 KILOGRAMMA8 Valores

1899 55:713 4:018:475 1.171:040$000


1900 44:933 3:275:210 916:766$540
1901 38:918 2:824:169 477:607$100
1902 60:445 4:212:481 1.028:903$090
1903 43:252 3:003:526 648:786$600
1904 27:542 1:876:217 330:507$800
1905 39:293 2:754:370 665:3963020
1906 58:724 3:987:217 939:597$200
1907 33:819 2:164:416 572:898$330
1908 47:212 3:069:127 782:776$600
449:856 31:185:208 7.534:281$280

Media de cada anno: 44:985 vs. 3:118:520 ks.


753:428:128, equivalentes a 69 ks. por volume e 3624
por 15 kilos.

Couros, eourinhos e solla

ANN0 VOLUME3 VAL0RE3

1899 43:816 248:728$000


1900 34:826 232:6223055
1901 31:575 267:186$350
1902 29:876 238:719$320
1903 38:726 308:719$000
1904 72:027 671:013$203
1905 35:219 358:717$000
1906 26:817 271:817$000
1907 41:816 421:316$350
1903 49:386 489:765$270
404:084 3.544:603$545

Media de cada anno: 40:408 vs. 354:460$354.


GADO

ANNO CABEÇA3 VALORE8

1899 32:385 2.887:000$000


1900 22:140 1.658:782$0C0
1901 23:234 2.025:000$000
1902 22:453 1.9 16:312$000
1903 20:963 1.677:040$000
1904 22:749 2.047:410S000
1905 21:971 1.759:718$000
1906 13:974 1.259:817$000
1907 22:339 1.836:897$000
1903 20:171 1.917:815$000
222:379 18.685:791$000

Media de cada atino : 22:237 cabeças 1 .858:579$ 1 00,


equivalentes a 84:031 por cabeça.

FUMO

ANN0 V0LUME8 VAL0RE8

1899 2:075 107:142$800


1900 2636 134:716$000
1901 1:517 81:317$000
1902 2:012 192:279$300
1903 2:526 220:939$700
1904 2:087 157:040$600
1905 3:519 261:400$000
1906 1:934 135:353$320
1907 2:211 155:351$500
1908 3:172 223:817$000
23:689 1.669:357$220

Media de anno: 2:368


cada vs. 166:9355722,
equivalentes a 70:405 por volume.
realisada cada uma das no
rrecadação por respectivas repartires,

o
últimos cinco exercícios, inclusive addicional.
imposto

-14 -15 116 117 0ro8

- - 173 267:2
O 129:423$ 139 150:507$ 363:837$297 15$528 181:667$711

RECEBEDORIA - 655:2 15S36S 665:524$244 882:279$654 918:805$234 944:782$524

do Monteiro 35:791 $607 25:550$789 39:435$423 73:549$ 137 31:895$932


Aiagôa

- - - 77:71 40:0
Grande 8$628 68:752$026 66:388$041 114:107$531 11 $820
Alagôa

22:138$093 18:286$075 23:533$220 21:110$647 19:705$ 150

2
-

S.
Barra de 27:6205897 1:881 $953 16:626$ 109 16:159$956 24:1 01 $953
Miguel

- - -
Campina Grande 38:346$492 32:382$548 33:420$596 58:611$761 64:597$734

- - -
Catolé do Rocha 19:260$791 11:521$S63 19:S5$160 32:512$323 24:540$433

Guarabira 47:7 10$ 107 34:500$958 48:566$723 48:894$856 45:603$964

- - - -


238:438$4S5 201:032$4SS 29S:560$144 207:911 $255
Itabayanna 189:360$411

- - - - 67:441
Mamanguape 82:104$392 $495 4S:741$148 57:150$441 49:540$442

22;486$039 13:580$655 13:6S0$38I 13:772$S67 16:400$00


J

I
1
1
7:2655224 7:092$020 15:00$97í 2:500$ b7 11:490$ 152

1
20:70$ 197 19:216$971 2:778$S4 18:76S$22( 12:287$267

38: 123$ 162 34:524$01S 82:026$295 141:451$021 62:652$597

23:036$855 25:966$651 21:652$43Ç 20:760$23f 17:027$877

629$441 322$938 3:865$745 4:768$343

Taperoá 5:896$816 4:618$584 6:020$254 5:392$621 5:6C2$372

Cajazeiras 4:238$703

1:011 $780 1.283$200 1:218$422 602$232 382$032

2:403$834 5:o07$143 6:074$640 1:486$ 140 6:768$468

Santo ... -
Espirito 7:979$940 9:034$951 7:468$492 8:828$786 9:031 $549

- -

41
João do Cariry 6:606$ 10Q 9:5 $892 9:114$979 6:932$761 7:614$370

S. S.
João do Rio do Peixe 11:964$087 5:931$171 4:6 177
1S:215$077 12:464$501 19$

5:215$826 2:717$571 3:257$942 3:789$203 2:056$69õ

Misericórdia - - - - 3:9 185


13$ 3:753$962 3:765$052 7:454$511 2:370$ 161

16:202$411 7:086$431 7:66S$727 10:746$414 10:224$794

Pedras de - - -
Fogo 5:417$961 4:312$865 3:433$416 3:257$146 3:336$602

Pjancó 4:923$940 4:350$227 6:621 $466 10:361$310 5:S33$012


Pilar 6:463$49G 9:201 $860 6:703$728 5:855$201 9:530$ 182

5:656$ 120 6:049$360 6:744$035 7:331 $837 6:1 01 $754

Santa Rita 10:429$074 13:464$235 11:834$628 13:996$200 12:152$030

11:270$ 170 11:573$51' 11:537$383 9:390$553 Í0:728$756

Soledade 4:863$Q46 2:635$ 175 2:087$658 2:714$081 771 $648

Teixeira 3:060$280 1:116$876 2:630$990 3:338$940 2:247$712

Alhandra 420$600 203$950 512$950 442$66f 6S5$610

da Matta - - - 1:21 156


Bocca 1:378$644 3$ 1:398$S70 2:122$53£ 2:044$766

543$ 12C

178$20C 1:3145000 672$000 314$48C 474$520

l:600$05e 747$024 2:126$250 1:642$ 18C 4:219$924

21S120

Nova - - - -
Alagoa 11:133$296 10:978$27Q 11:250$931
1
1

1:567:978$O1 1:551:947$960 2:0 8:424$29? 2:247: 30$38S 1:876:501 $265


Domonstrativo das

o
principaos industrias profissõos oxorcidas no Estado, polo

do

o
lançamento respectivo imposto exercício de
para 1190

1
■A 288,S
.jt

di
TO1L DO IM- Valor

s
imposto sob1 jè E -

J
s2
3*» TS
-O
£j

LOCALIDADAES POSTO LAN- estabelecimentos com- c= cr


profissões

™ 1 ca

I
1ao -ta *
t=
ou-, exercem que

JE?

III
merciaes "O m
ÇADO
iras

dos

I
N'
|

Capital
7

57:996$386 55:851 $186 274 78

16:501
9

$200 15:802$800 69 12

Campina Grande
9 1

12:846$209 10:823$809 95 -i 23 64
Ouarabira
12:111 $780 8:980$798 138 27 17 25 26

Mamanguapc 10:015$296 8:244$116 85 22 24 13

9:
184$ 179 8:.0$948 72 22 22 18
5ÍI

Itabayanna 7:941
5

8:720$695 $995 58 22

5:681
4

$840 2:432$428 44 14 20 24
1

.
Areia,

,
,
...

T
1

5:334$000 2:948$800 48 85 15i 10


1
1,
.

.
Álagoa Nova. 4:112$100 2:840$500 5S 20 24
9 3

Serraria 3:828$547 2:129$347 42 38 22


7

Alagoa
do Monteiro 3:713$400 2:304$720 38 28

— —
8 6 9 2

Souza 3:546$600 2:675$00 50 26

— —
34

Taperoá 3:541$Q20 1:527S120 28 10

40 —
Pilar 3:424$200| 2:015$400 30
3 7
4
4 5

Bananeiras ... 3:376$516 2:523$316 31 16

3:371 — —
..... 34 25

Piculiy 2:242$789
$540}

Princeza 3:234$0001 1:479$600 22 37 17

— —
1
6
1
$
4 5

3:08 1:419$116 39 33
Ingá


14

Araruna 2:920$700 1:990$700 40 19

— —
Paios 2-.333S827 39 13
2:817$747{
— —
3 2

Cajazeiras .... 2:773$320; 2:353$320 45 14

— —

.
26

S.
do 2:766$ 120! 1:453$560 35 19
João Cariry

- —

.
.
10

.
Umbuzeiro. 2:218$800; 1:486$960 53 12


34

.
.
.
CabaDeiras. 1:586$040 714$240 19

— -
1

1:
1
1

Teixeira 1:452$000 34$ 20 27 11


1
1
:3

.
.

Catoié do Rocíia . 313$600 7$600 1

Cabedello 337S593 1:203S19ro 25
0 2 2

21

.
.

S.
de Piranhas 118S400 794$400
José

8 2

Tombai 608S480 780$480 18

12 13 —
Santa Luzia 606S260 562$280

S.
do Rio do Peixe 037$745 584$346 12 14
João

Piancó 992$000 54S$000 14


8 7

8
5 2 6

Soledade 779$460 489$300

.
.

.
Pedras de 615$600 317$600 10
Fogo.

do Cruz .... 545S760 545S700 13


Brejo
2

Misericórdia 533$4C0 197$400 11


4Ó3S900 303$900 12
Conceição

4 1

658$399 586S399 17
Caiçara

201:726$914| 162:339$333l 1718 334; 156Í 463| 419


o
Demonstrativo dos prodios existentes nas cidades villas do Estado, pelos lan

o
çamentos do respectivo imposto para exercicio do 1190

!
de

animal dos Renda annual dos Valor total dos Valor médio cada
Imposto pré prédios
LOCALIDADES
dios colloctados calculado

collectados
prédios collectados pila ronda prédio

prédios dos Numero


68:470$300 2:377 570:585$830 5.705:858$300 2:400$500

Campina Grande 7:6793920 820 63:999$330 639:9933300 7803480

6:994$900 616 58:291 $330 582:9 O$300 945$287

5:195$520 307 43:296$000 432:960$000 1:410$290

Grande 4:1753340 415 34:796$ 160 347:961 $600 838$461


Alagôa

2:8093360 204 23:411 $330 234:1 O$300 1:1473614

2:787$720 380 23:231 $000 232:310$000 6113340

2:3583720 283 19:656$000 196:560$000 694$560

1:968$600 691 16:405$000 164:050$000 237f840


Mamanguape.
3ananciras 1:505$ 1301 194 12:542$750 125:427$500 6465500

!
1
Cajazciraa 1:410$580' 341 11:S20$80 18:29S$300 34õ$915

Patos 173'
1:192$200 9:935$000 99:3503000 574$277

Serraria 105'
1:154$S8P 9:624$000 9õ:240$000 9I6S570

Pombal 1:058$ 160 165 8:818$000 8S:180$OGO 534$424

Souza


1:056$ 120 176' 8:801 $000 S8:010$000 500$000

Alagôa Neva l:144$4S0i 102! 8:704^000 87:040$000 8533333

.
.
Alagôa do Monteiro 1:0043520 121 8:371 $000 83:710$000 691$81S

'
Pilar 845$S00i 177Í 7:04S$330 70:4833300 398$210

FIspirito Santo .... £00$9SO 102 6:674$800 6õ:74S$000 654$390

Picuhy 775$800| 150 6:415$000 64:650$000 431 $000

Araruna 101 170


684S8C01 5:707$ 57:071 $700 565$C66

1
Taperoá 6S $840 104; 5:682$000 56:S20$000 546$34õ

Ingá 672$S0 105 5:600$600 55:C0õ$600 3393434

.
.
.
Catolé do Rocha 177
635C640! 124! 5:297$000 52:970$009 427$

.
.
.
Pedras de Fogo 6233240 5:193$6G0 51:9.3600 552$517
0;

S.
Luzia 114i
458$460í 3:S20$500 3S:205$000 3353131
Ieixeira 4433230 36:90050031 3035000
qi; 3:634$030j
Princeza 1Ó55900
432$000¡ 2I, 3:6003000¡ 30:003$000¡

Solcdade 4175720! 3:481$000! 34:8105000 490$280

7l|

3
¡aneó 328S3001 869 2:7405000 27:400$000 3185600

Umbuzeiro 3195920 82 2:66ö$000 26:660$000 3255122

Cabaceiras 300S9Ö0 95 2:508$000 25:030$000 2645000

.
.
de Piranh3s 2535640 621 2:1 13$660 21:1365500 3405010
José

S. S.
do Rio do Peixe 235S000) 5. 1:9595000 19:5905000 384S117
Joäo

Misericordia 19SS840 93 1.657S000 16:570$000 1785175

Conceiçâo 196$540 63 l:637$800 16:3785000 2375362

1
ßrcjo do Cruz .... 70$400 53 1:■0$000 14:200$000 L73924

S.
.
.
.
Joäo do Cariry 452$049J 99 3:3723000 30:7205000 340$6Э0
389

Demonstração da Receita e Despeza da Santa


Casa de Misericordia da Parahyba do Norte,
durante o anno financeiro do 1 de Junho de
1908 á £1 do Maio de 1909.

MEZES RECEiTA DESPEZA

1908 Junho . 6:074$992 7:570$584


» 'julho . 15:034$727 7:697$739
» Agosto 4:740$ 144 0-7793547
< Setembro . 7:524$531 Í>:159S068
> Outubro 18:186$940 9:353*554
» Novembro 9:773$305 8:728$286
Dezembro 10:049$515 3:000$157
1909 Janeiro 11:041 $790 8:368$320
» Fevereiro . 9:145$380 9:176$085
»
Março . 11:879$260 8:952$543
» Abril . 13:000$356 7:535$950
» Maio . 7:332$515 _&177$76_7
123:783$455 96:569$6ÕÒ


t _

IMPORTAÇÃO peles dades existentts no


Thoz- uro do Estado, relativos á cobrança dos
impostos do consumo.

1399 . . 7.018:5393050 1904 . . 7.54 1::08$ 330


1900 . . 7.488:9023350 1905 . .

1901 . . 7.827:3163270 1905 . . 6.316:230$003


1902 . . 5.756:043$550 1907 . . 8.037:916$070
1903 . . 9.358:294$840 1903 . . G.429:525$CC0
o
Producto dos impostos 1bro géneros consumdcs exportados, nos trcs

últimos oxercicios, por cada repartição arrocadadora.

CONSUMO EXPORTAÇÃO

PRO1ED1NCIA

110 131 110 101G 101 118

|*3S:243$703 »31:303$S81!

.
.
.
Recebedoria. 504:429$820 533:2285510 584:6025964
69:287$393;
[|b35:S2$203 i31:972$463

S:

.
.
Alagôa Grande. 1133732' 10:429$410' 6:024$2C0 26:2425119 70:1 165637 9:8235409

.
Alagôa
do Monteiro 4:450$S00 3:1975900 20:198$290 43:445S951 14:335$S34
3:3S1$500|
Bananeiras .... 1:8155532 1:849$ 100 4:8015630 4:0895038 7:1115090
1:540$600|

S.
.
Barra de 2:I97$900 4:291 $760 2:8975900 7:732$014 5:5465246 11:924$508
Miguel

.
.
1ampina Grande 6:028$400' 7:644$400 12:8265300 3095000 19:0565440 1S:112$197

.
.
Catolé do Rocha 1:340$900 5:73S$900 3:132$00 7:7495970 13:4745744 7:3105150

Guarabira 5:7935219 6:720$700 6:514$600 8:414$042 6:676S478 4:792$110

Itabayanna .... 24:21õ$S00 25:350$500 17:299$700 107:1605576 192:1685590 129:597S553

.
.
.
Mamanguape 11:9375261 15:583$328 13:6185512 15:4705960 19:405012 11:348S407
1

Picuhy 81SS400 1:161$300 520S4SO 4:90lS369 :5405302 2:8245370

Princeza 631 $500 S46$300 4765300 6:1.SS40 11:2235920 6:3605980

Souza 6:121$310 9:376$250 3:357$95() 42:7795100 00:6455860 33:539$S10

.
.
.
.
Umbuzeiro 2:466$S90 3:046$000 3:191 $000 3:5215620 5:3855308 5:053$S24

»— mercadorias direDtamente—» mercadorias indirectamente.


importadas importadas
Areia ..... 995000 970$500 3S35000 797$S0 25$300 2395170

.
.
Nova 159S899 231 $932 99$058
Alagôa

.
.

.
.
617SQ00 21 $000 144 $000 148$000 478$900 417$400
Taperoá
.—
Conde 21 $000

.
.
.

.
Conceiçuo 14$000 1:418$000 1:007$280 2365000

.
.
.
Espirito Santo M3$000 14$500 3$150

.
João do Cariry 61400 159$500 12$000 3265020 20$200 78$500

do Rio do Peixe. G:192$740

J.
492$750 653$800 168$300 11:311720 1:441$720

S. S. S.
.
Luzia Sabugy 180S080

.
.
Misericórdia. . 251000 439$S00 16$800 792$000 3:533$860 5553360

Pilar 237$600 202$ 100 125$000 204$500 285$4S0 7152S0

.
.
Pedras de 881 $750 Ó25S000 270$000 291$140 528$380 90S660
Fogo
Patos 2:253$800 2:943$900 1:28S$000 100S050 200S500 1:397S780

Pombal 322$ 100 269$000 169$300 1:8445950 2:7295470 1:2.S880

Piancó 201950 360$300 lõõ$000 1:309$020 4:7395400 714$000

.
.
.
.
Santa Rita 276$300 357$390 190S7I0 1:107$150 355550 13$400

Serraria 297$500 200S32S 250$937 1:074S410 359S500 1:S23$980

Soledade 54$300 42$900

1
Teixeira 486$740 692$050 7S$800 3S9$040 41000 62$000
— —
Araruna 214$0C0 346$400 71$580 4455220
— — —
Pontinha 043$900 1:271 $678
Arrecadação effectuada do imposto sobre
producçào de gado, por localidades,
nos tres últimos exercicios.

LOCALIDADES 1906 1907 1908


717$800 368$730 raosooo
Areia 2:913$350 1:281$514 186$500
Alagôa Grande. . 1:522$954 665$500 635$250
Alagôa Nova . . 104$000 277$500 47$925
Alagôa do Mon
teiro 20:1 17S950 11:134$667 616$667
Araruna

....
. . . . 8:031 $434 3:4785500 1:479$750
Bananeiras . . . 5: 107$ 100 1:930$500 404$750
Taperoá 4:569$150 2:133$500 748$250
Brejo do Cruz . . 1:675$034 4:170$000 445$960
Campina Grande . 10:335$395 600*000 L584V575
Catolé do Rocha . 3:327$284 4:164$250
Cabaceiras . . . 10:887*700 452 .-333
Cajazeiras. . . . 3:036$417 I:449$500i
Conceição . . . 2:683$900 1:035$230
Espirito Santo . . 2:1 18$500 1:1203400 1:1733250
Guarabira. . . . 1 1:9263334 4:575$434 2:360$260
Itabayanna . . . 2.613$467 1:338$584 6903503
Ingá 2:992$430 1:357$250 5483259
S. João do Cariry. 16:027$150 5:068$25G 904S500
S. João do Rio do
Peixe . . . . 7:795$500 4:535$750 G70$23O
S. José de Piranhas 1:8453617 886$500
S. Luzia . . . 3:955$500 3:561$000 7533250
Mamanguape . . 6:879$500 4:455*750 2:432$090
Misericordia . . . 4:7783517 2:440$000 1:3193500
Pilar. 5:716$480 2:474$418 L364$5 0
Pedras de Fogo . 274$00°i 474$740 552$000
18:563$272 9.143S800 1:934$750
6:221 $900 4:499$334 1:4473916
Piancó

....
9:571$001 7:706$460 993$820
6:784$000 6:37l$040
Princeza 2:2423200 1:085$50iO 307$250
Santa Rita. . . . 1:123$296 927$750 6433000
Serraria 790$900 370S000 131$750
Soledade. . . .; 7:919S950 1:250$CCO
1
Souza 8:6305251 6899$ 164
Teixeira. . . 713$500
1:4275967 130$250
Umbuzeiro. . .:' 2:956$600 1:524$500 5605000
Barra de S. Miguel. 1:964$300
Tolal . . .! 208: 190$400. 105:1 57$585| 28:404$381

Proporção das despezas feitas sobre a arreca


dação realisada nos cinco últimos exerci
dos, na capital e no interior, separadamente.

CAPITAL

..
bmm |.Arrecadaçao realisada
,. com as re- ««19*»•
t , . , Despendido !
"
partiçõe8 de fazenda

1904 784:6385507 105.916$988 ; 13 1/2

1905 816:031$417 101:036$758 12 1/2

1906 1.246:116$951 113:7005727 1 9


1907 1.186:0205762 108:915$691 9
1908 1.126:4505235 108:276$834 j 9

INTERIOR

com as 1partições
Dispendido vl.1 ;i ftrr<v;i-
.
ar1cadadoras ('iHfm .,

1904 783:339$824 152:663$170 19 ','2

1905 735^16$489 149:257$769 20


1908 772:3075341 197:788$545 25 ','2

1907 1.061:109$620 234:418$938 22


1908 750:051$030 161:7055635 21 1/2

Estão comprehendidos nas despezas feitas com


a
arrecadação na Capital todos os gnstos com a alta

administração da Fazenda.
da
de
е
Ionio

о
Йарра navegaçâo curso, por entradas
sabidas, durante anno
de 1901

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Allemä. 2.080

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.
.
ÍAllema. 812

America

.
.
do Norte Brazileira 1.200

.
.
.
[Ingleza. 306,5 309 14 1.140

.
.
.
1 7 2 8 27

Argentiua Ingleza. 3.045

.
.
.
ВгЛ-Bretanha

.
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Ingleza. 13 5.980

.
.
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Noruegueza. 1.036 1.270 23

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America do Norte. Brazileira 4.810 330
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Amenca do Norte. Ingleza 6.957 90
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Grä-Bretanha 164 11 23.105 378


Ingleza
— — —

12
Haiti 1.279 23i
— — —
1

Hespanha Ingleza 1.648 30


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1
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Hollanda 190

Ingleza
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í'iauhy 22 7.878 581

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Rio Grande do Norte 250 19


— -

.
Rio Grande do Norte
3

Ingieza 4.944 99

1
Ceará Brazileira — — —
6

76
Pernambuco 105 4.054 316 25 9.130 632
— — —

.
Pernambuco
2

Ingieza 1 3.963 66
— — -
2

Alagôas Brazileira 20
1

— —

.

1

Alagôas Ingieza 2.063 31


1

— — —
3

Sergipe Brazileira ■
Rio de — —
Janeiro 61 46.820 3.342

.

.
Sao Paulo —
(Santos) 650 30
Sao — —
.
Paulo 32
Ingieza 2.064
— —
1 13

Rio Grande do Su! Brazileira

9
2.464 10';

114 4.448 336 172 121.307 7.885


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NAVIOS
SAHIDAS
ÁV1LA AVAPOR

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.
Amazonas Brazi leira. 54 42.091 2.986
— — —

1
... 22 7.766 561
Piauhy
— — — 1
Ceará Ingleza .... 2.297 31
— — —

.
.
Rio Grande do Norte. Brazileira. 191 1
— — —
4

Rio Grande do Norte. Ingleza .... 7.081 531

.
.
Pernambuco Brazileira. 1 3.543 257 23 8.528 611

.
— — —
2

Pernambuco Ingleza .... 3.700 69


— — —

1
3

.
.
Brazileira. 48
Alagoas
— — —
4

Ingleza .... 8.545 141


Alagoas
— — —

1
1

.
.
Brazileira. 20
Sergipe
— —

»

.
.
Rio de ... 63 48.830 3.508
Janeiro
.
— —

»
— 1.990 05
Paulo (Santos)
— —

S. S.
Paulo .... 3.3 IS 59
Ingleza
.

— — — 265
Allemã .... 15.318
— — —

.
.
Rio Grande do Sul. Brazileira. 650 37
— — —
32811

Ingleza .... 1.745 25


~
3

89 SÕ2 196 188 151.859 5.950


Resumo da navegação por cabotagem, á vela
e a vapor, demonstrando o numero de
navios durante o anno de 1907

NACIONAE8 E8TRANGEIRO8

O]

I
C/l
NAVIO Á VELA O
t_
bo 1
D
1— 1
Sa
E
LO
CU ca m ro
E '-
' E to
.5
o O
z 1—
2
POR
-
ARMAÇÃO .

115 4.141 346


Cutters 7 420 21 —.
Hyates 6 376 21 — — —
.128 4.937 388 —
Um A VAPOR POR FORÇA

MOTORA

De 100 a 150cavs. 45 18.674 — 1.443 —


De 200 a 250 » 120 89.631 6.211 — —
De 350 a 450 » — 7 13.032 231
|TÒ5 108.305 7.654 7 13.032 231

MOVIMENTO MARÍTIMO DO PQRTO DE CABEOELLO CE JANEIRO A MARÇO DE Í903

Navios entrados Tonsladas Navios sahidos Tondiadis

nacionaes 1 54_ 65.410 • . I 55' 66.391


A vapor a vapor /nacionaes
j_9

^eslrangH 9| 19.935 (estranhos 10.599


'63 85345 64 85.990
I

74 2.787 74 2.787
A velajnacÍ0naen8 vek
veu !|nacioIllies
A

lestrang.0* 1 702 \estrang.os 702


1

75 3.489 75! 3.487

LONGO CURSO

A vapor

vela
Á

452j 1.971
2j
j
CO — O !
O O* if.> .

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•o
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IA
ca

.2 °
y >

s u
404 A PARAHYBA

IKUKTUgi! DA TONELAjEM DSS MESÍAD3RÍJ3 ia?33TA3iS NO km O: 1337,

CONFORME ABAIXO SE DECLARA

TONELAGEM
MERCADORIAS KILOS

Mercadorias diversas 20.995.476

SENDO :

Mercadorias sujeitas a direito de consumo 14.493.867


Idem isentas de direito de consumo . . 04.033
Idem a granel (carvão de pedra. . . . 0.431.976
20.995.47o

fi)) 3.1JH Dl? H-miJlLH H?33TM13 0] EXTEgiO.l, PiLO PJ3TÚ DE

CABEDELLO

DE JANEIRO A MARÇO KiLO8

1903 3:426:300
2:931 540
6:357:903
NO

',-

13
QU.RO 0EH3SSTMTIVJ DAS MERGAJ0RIA3 ESTAANGE1R iÂf?ORIAD\S DIHECHMÊÍTE PEL1 ESI.133 PARA HYBA,

DE
O

OE
MNO 1907, COMPARADO MU I90B

1190

Direitos dc con Direitos de con


ValAr official Valor official
sumo sumo

1
1
1
1
.3

Géneros de estiva 289:023$586[ .476:4753564I 265:96 2:7905650


$09õj

.
Classe 10— Producto desta classe 122:925$232| 212:963$403' 12S:172$27S 245:433$777

Classe 11 — Productos chimicos em geral 15:995$205i 44:0605933 8:0475071 52:0245309

e
Classes 1O lS 188 18 — Productos destas

classes 429:9103807 722:0095762' 403:6055078 849:2315507

.
Classe 19— Productos desta classe 33:3455996 S6:29õ$755 .:3055867 169:3445293

Classe 20— Productos desta classe . 9:2425842 159:2365284 12:0035S15 151:5035511


.
Classe 21 Productos desta classe 29:070$042 54:6305359 40:282*583 116:6075104

.
Classe 25— Productos desta classe 46:367$227 137:8465434 58:6045930 181:5305199

.
Classe 34— Productos desta classe 49:1435018 271:0933569! 45:6945816 287:6383207

1
O

1
Classes

1,
S
11 11 1S 21 2ro

e
2S 26. 288 21 290 39, 31, 31 31 3O

.
.
.
Productos destas classes 104:71059041 221:95Q$400i 128:6635392 738:822$987
4.

1.129:7365949 3.3S7:472$473l 1.1 20:8295546' 104:9265544


DE
DE
E
AS

DO

,
DTOODETESDE 3MP13TO CODEUR PRODUR13 NACRESEO E■RAAN0R13 ES09CESES13 P■A AL5DOE09 EASESO га-,

DE

O
DURA4TE A4DO IB13

PRODUCTOS REGISTRO 209A TO20L

e
Fur9os seus preparados 3:740$000 47:600$200 51:340$200

Bebidas 3:330S000 3:438$600 6:768$600

Phosphoros 720SOOO 720S000

Sal 210S000 3:458S600 3:668$600

Calcados 700SOOO 5:354$630 6:054$630

Velas 420b000 179S800 599S800

Perfumarla 850S000 800S320 1:650$320

pliarmaceuticas 210S000 634S540 844S540


Especialidades

Vinagre 200S0C0 206S300 406$300

Conservas 1:200$000 571$155 1:591$163

Vinho 6:201 $200 6:201$200


estrangeiro
.

■apeos 520S000 805$300 1:325$300

Bengala OOSOOO 60S000


.
.
Tecidos »■.•'. __ ■ ■ H)80$000 54:962S970 56:042S970

13:060$CÔ0 124:303$535 137:363$535


D]
DE
E
DEMONSTRAÇÃO 00 IMPOSTO CONSUMO PRODUCTOS NÂCIOHAES ESTRANuEIROS ARRECADADOS PELA ALFANDEGA DO ESTADO DA

O
DE
PARAHTBA, DURANTE EXERCÍCIO 1907

P1ODUTTOS 1GIST1O 10

.
.
.

e
Fumo seus preparos 3:950$000 33:99ó$280 19:946$280

Bebidas 3:050$000 3:6085040 6:1185040



Phosphoros 1:070$000 1:070$000

Sal 210S000 6:8 12$ 160 7:022$ 160

Calçados 3705000 3:903S650 4:573$650

Velas 290S000 1405000 430$000

Perfumarias 410S000 624S040 1:034$040



Vinho estrangeiro 7:2855950 7:285$950

Especialidades pharmaceuticas 17ÒS00C 578S600 748$600

Vinagre 2405000 26S400 266$400

Conservas 2905000 1:217$950 1:5075950



Cartas de jogar 6OSO00 60$000

'
88apéos 2205000 1:255$600 1:4755600

Bengalas 220S000 19$200 2395200


1.

Tecidos 4705000 43:852$887 45:3225887

12:320$OO1 102:780S757 115:1005757

A
renda do registro ficou reduzida
á i.n/nrtaneia de 12:231$1130 pjr se ter feito 1a

jestituição na importância de 58$860.


ALFANDEGA DA PARAHYBA :— Demonstração do rendimento havido na Alfan

á
dega da Parahyba de Janeiro Dezembro de 1198, comparado com

igual periodo de 1197.

exercícios D1FFE1NÇA

'
DIST1IMINAÇÃO

1198 1197 Para mais Para menos

é
-
j
Importação:

._

?
Ôtirô *O 404:536$074 437:900$212 33:3648138

Papel 051:12$435 Ô89:958$334 38:335S899

c
:
Entrada, sahida estadia de navios

2:540$000 3:052$4C0 512$400


1:975$580 1:209$0C0 766S580


732$723 344$603 388$ 120


26:146$875 32:27õ$82õ õ:129$951

— 132
101:867$15' U5:100$757 13:233$


1

17:191$550i a:3õ7$443 7:S15$107


:
com

I
Renda applicação especial

Fundo de .... 52:334$505 56:474$72õ!


— 4: 140$671
garantia (ouro)

3:583$118 2:2963016 1:2873102

1.262:530$035 1.347:9S9$317 10:2563909 95:7163191

Recapitulação do rendimento havido por espécie

1T11TÍTIOS DIFF11NÇA

1roÉTI1

1198 1197 Para mais Pará menos


459:4103129 497:427$338 38:0173209

.
.

..
Em papel 803:1193960 850:5613979 10:2563909 57:6983982

1.262:5303035 1.347:9893317 10:2563909 95:7163191


Quadro demonstrativ«) da importacäo directa da Alfand?ga do Estado da

Parahyba, no anno de 1908

PES13 DAS MERCA


0, 0,
QUALIDADE DAS MERCA9R1AS DURÍAS EM DIREITOS 9ALOR OFFICIAL

í
ORAMMAS

538 94.541.040 238:465$580 408:340$320


Algodäo

.
.
28 La 1.478.510 10:574$ 126 18:870$225

- 3.S83.758
30 Tecidos Linho 7:635$957 12:627$594

57.238 Cereaes 4.370.071.000 101:504$ 123 787:660$720

65.650 Kerozene .... 1.899.761.000 132:983$270 223:638$782

.
.
3.584 Inflammaveis 490.727.200 20:771$437 95:411 $534

.
Carväo de Pcdra. 4.617.600.000 Livre 93:415$750

¡Idem 1.850.855.000 3:701$716 25:778$920

63.337 Diversas mercadorias 3.893.460.750 500:9225091 1.158:748$243


1
1
1
1

105.905 17.231.378.258 .025:558S300 2.824:492$


o
Dornonstraçâo da importancia dos registros para commercio de gonoros sujeitos

ao imposto de consumo, effectuados na Alfandega da Parahyba, durante

o
o
exercicio do 108, comparado com de 1907

REGISTROS PARA
D1EEERENÇA DIFFEREN0A PARA
DISCRIMINARES DOS REOISTROS
MAIS MENOS
1■га 1■7

Fumo 3:850$000 3:950$000 100S0C0

Bebidas 3:050$000 200$000


3:250$000¡

Phosplioros 940$000! 1:070S000 130$000

Sal 6o$ooo; 210S000 150S000

Calcados 840S000: 670$000 170S000

Velas 500$000! 200$000 210$000

Perfumarla 820$000 410$000 410S000

Especialidades pharmaceuticas 310S000; 1 70$000 140S000

Vinagre 40$000 240S000 200SCCO

Conservas 840S000 290S000 630$000

Cartas de jogar 80$000 00S000 20S000

■apeos 460$000 220$000 240S000

Bengalas 140S000 220$000 80S000

Tecidos 2:050$000Í 580$000


_Ы70$000

14:180$000 12.-320S000! 2:5205000 060S000


Demonstração do imposto do productos nacionaes, arrecadado pela Alf:.::dega da

o
o
Parahyba durante exercício do 1198, comparado com de 1197

1TAS
DIFF11NÇA DIFF11NÇA
DIST1IMINAÇÃO DOS IMPOSTOS
PA1A MAIS PA1A 08NOS
1198 1197

29:500$000 33:99õ$000 4:496$2S0

Bebidas 1:873$000 2:427$400 554$400

160 — 160
Sa! 2:600$500 0:012$ 4:2 12$


Calçados 3:960$000 3:810$000 1C5$500


40$000 50S000 10S0OO


490S000 390$000 100S000

264S000 264S0C0

— —
75S000 75$000

— —
100$000 100S000

38;848$500 47:576$840 544$500 9:272S840


Demonstração do imposto do productos estrangeiros arrecadado pela Alfandega

o
da Parahyba, durante exercício dc comparado com o de 1197
1198,

1198 1197
DIFF11NÇA DIFF11NÇA
DIST1IMINAÇÃO DOS IMPOSTOS
PARA MAIS PA1A 08NOS
10S 10S

761 $400 040$040 120S700

133S520 101650 30$870

140S000 140$000

794$740 574S040 220$700

Especialidades pharmaceuticas 475S580 1883600 2873980



Vinagre .... 2603800 263400 234$400

.
.
Conservas 8943725; 1:217$950 323$225

.
Cartas de jogar

.
.
.
Chapéos. 9413300 1:155$600 214$300

.
.
.
Bengalas. 1400 19$200 16$800
I

Tecidos .... 38:814S480: 43:852$887 5:038$407


Vinho estrangeiro 6:759$ 180 7:285$950 5263770
i_
49:839$125, 55:203$917| 894$710; 0:2593502
e
EXERCÍCIO DE 1198— Importação de mercadorias producto3 estrangeiros des

e
pachados livres de direitos, em virtude de Leis, ordens contractos

MERCADORIAS
á

PO1 TONTA D1 Quantidade em VALT1 Di1itas deizeu


que ExSediente P1juízo para

is
QU1M IMPO11DOS kilagramma OFFITIAL pagai fazenda
0S
1PÉTI1

Great Western of
Carvão de pedra 4.567.500 91:3508000 10:048$500 10:0488500
Brasil
Railway

Comp. Limited

Dr. Guilherme

.
Gomes da Sil Arame farpado 8.930 1:786$000 893S000 47$681 8458319

veira ....

Obras de ferro
Governo do Es
fundido não
tado ....

.
classificadas 1.960 1:568$750 784S375 86$280 6988095

Comissão de Me Obras de ferro

lhoramento do fundido não

.
.

.
Porto. classificadas 8.395 5:037$000 2:518$500 2:5185500

Peças para pon

A
.
.
.
mesma

.
.
.

tes, etc. 7:390$000 1:478$000 1:478$000

/\i1y
107:

.-
131 $750 15:7'.'2$195 133$961;15:588$414
Santa Casa de Mi Apparelhos phy-

.
sericórdia . sicos ....

.
828$ 120 124$218 01 $093 33$ 125
Tacha de ferro pa
José Rufino cie
ra u1 da la-
Souza .
Rangel —
375S200 18$760 8$254 10$560
Dr. Guilherme

Gomes —

.
da Sil Um
alambique 500$000 28$000 12$320 15S6S0
veira ....

Uma locomotiva

.
.
José Lidiano

.
.
.
agrícola 3:400$000 480S000 74S800 405$200
Manoel Dantas
Tres idem —
ditas, 8:208$070

.
.
1:231$210

.
1805.590 1:050$620
júnior

Ambrozio Floren
Uma locomotiva
tino de Medei

.
.
.
ros agrícola 3:047$000 457$ 140 07$047 390$093

Antonio do Uma locomotiva


Rego

.

.
.
.
Darros . .
agrícola 2:658$000 398S000 58S476 340$224
Antero
Peregrino
Uma locomotiva
de
Albuquer

.
.
.
.... agríDola 3:880$000 582$000 85S360 466$640
que


130:088$740 19:04 1S703 711S901 18:330$502
Dr. Francisco da
Um moinlio de
TrindadeMeira
vento .... —
1:256$600

.
.
1885490 1881490
Henriques
Dr. Izidro Gomes Um moinho de

.
.

.
da Silva vento .... —
1

1:042$200 156S300 555330


Escola de Apren-
Um moir.ho de
dizes.Marinhei-
vento .... —
ros 642S300 965345 965390

Manoel Jose da Um moinho de

.
.
.
.
.
.
Cunha vento. —
1:3625560 208S884 2085884
Commissäo de

.
.
Melhoramento Machinismos —
3:2005000 Ö40S000 640$000

.
.
do Porto

!dem extra-
para
Kroncke&Comp.
cçâo de oleos 58:3635500 8:7545525 3:209$993 5:5445532
Dias

.
.
José Párenle
¡Machinismos 460$000 635000 25S300 435700

¡Machinas parra
Manoel Dantas
descaroçar al-

.
.
.
Junior.
godäo ... 70S$640 10ö$29o 305975 675321
!
197:1545540! 29:2615573 3:9S55 163 25:276510!-
RECAPITULAÇÃO

Dínitos da/i-
qie

da
objecto: importados Classes tarifa Valer official
Expediente pago
am
pagar

20 91:35O$0OO 10:048$500

Arame de ferro 25
farpado 1:786$000 893S000 47$681

.
.
Obras

.
não classificadas de ferro batido 190
1:390$ 7843375 863280

»
5
»
A
Cl

.
.
.
fundido —
5:037$000 2-5183500

.
.
.
Peças para áz etc. _
construcção pontes, 7:390$000 1:478$000

.
Apparelhos não classificados. 31 120
physicos, 828$ 1243218 913093

Alambiques, taxas, etc 1 935$210 46S760 203574

A
Locomotivas agrícolas 21:193$Ó70 3:1493050 466$733

A

4:333$660 6503049
>
62:732$ 140 9:569$821 3:2743268

196:9813080 29:262$273 3:9863169

a
Prejuízo para Fazenda em 1908
25:276$104
Qua Jro demonstrativo dos productos deste Estado exportados por cabotagem para

o
1
dentro fóra da no periodo de de janeiro de 1198 31 de
Republica,

a
dezembro do mesmo anno, conformo estatística das repartições federaes

D11 "INO
VALOR DIroITOS
08RTADORIAS 1SO
OFFITIAL PAGOS
Paiz Estrangeiro

7.090.1 ló 50.126 19.800 5.343:342$408 519:428S475


Algodão
3.251.302 50.531 776:765$Q80 35:2675454

63.880 241 21:3778600 1:6835007

600 13 574S000 368048

2.050 114 2:032$000 105368


1

807 11 1:210$500 555392


1

609.530 3.093 7.825 250:5845200 61:4845484

662.744 10.659 3.028 21 1:471$313 5:0015657

. 43.995 674 29:076$360 1:6805765

22.827 277 28:988$000 205250

Semente 6.919.920 8.000 164 892 631:2035555 73:4765507


d'a!godão
13.460 184 2:4225800 2455848

18.698.691 123.913 205.556 7.298:0485716 698:990$255


Direitos de importaçao cobrados pela Al-
fandega o valor official das mercadorias, de
Janeiro a Junho de 1909.

Janeiro . . . 74:4855011 284:2335370


Fevereiro . . 47:8455220 159:4845067
Março . . . 63:424$S4G 208:7495486
Abri! . . . . 78:739$440 262:4645800
Maio. . . . 105:1991618 350:6655393
Junho . . . 59:803$816 199:3165054
Julho. . . . 96:5775112 321:923$707
526:0755003 1. 750:916$877

Renda do imposto do consumo cobrado pela


Alfandoga da Parahyba cm 1903

MERCADORIAS REGISTRO TAXA TOTAL

Fumo
Debidas
..... . .
16:160$000
16:5105000
70:434$000
2:992$000
86:5945000
19:502$000
Phosphoros. . 5.9S0$000 2:3705000 .8:350$000
Sal
Velas
Calçado
....
. . .

40S000
910S000
33:536$000

1:0S8$000
33:5365000
40$000
1:998$000
Pe| fu marias . . 350500Э 72S000 422SO00
Especialidades
pharmaceutics 360S000 240$000 600$000
Vinagre . . . 10Э$00C 527$00G 627$000
Conservas . . 8803000 970$000 1:S50$C00
Cartas de jogar 120S000 — 120SÛ00
Chapéos . . . 2.860$000 1:046$00G 3:906$000
Bengalas . . . 200S000 20$000 220$C00
Tecidos . . . 13;510$000 79:S145000 9J:32í$000
Vinhos
geiros ....
estran-

57:¡X<0§!jJC
6:7С')5000
199:8'.ó5000
6:755500Э
257:8 155000
As differonças nos valores ouro observadas
na importação, em 1903, por Estados eni
comparação com 1907, foram como se tsejue:

Augmento ou diminui
ESTADOS £

....
— Mil réis, ouro
ção

Amazonas 3.833:782$000 431.300


— 7.742:276$000 871.000
1.327:809$000 149.370
Piauhy — 203:193$000 22.850

....
1.038:075$000 116.783
Rio Grande do Norte 500

....
. + 120:079$000 13
Parahyba + 41:347$000 4.G52
Pernambuco — 3.033:792$000 341.302
+ 917:619$000 103.232
Sergipe — 75:883$000 8.537
— 4.699:854$000 528.734
Espirito Santo . . . — 456:789$000 51.389
Rio de Janeiro . . .
- - 12 567:016$000 1.413.789
S. Paulo — 11.953:381$000 1.344.755
+ 707:202$000 79.560

Commercio exterior da Parahyba, em 1908,


em confronto com o commercio do Brazil.

MIL RÉI8 MIL RÉIS


PARAM YDA % PAPEL OURO £

Importação . 0,5 3.004:432$ 1.670:869$ 187.973


Exportação . 0,5 3.600:436$ 2.002:323$ 225.262

A importação é principamerrte representada pelas


seguintes mercadorias : farinha de trigo no valor de
807:439$, manteiga no de 92:436$, tecidos de algodão
383:4103 e machinas e apparelhos
248:816$000.
Na exportação figuram: pelles de cabra 1.274:759$
as de carneiro 338:142$; algodão cm rama 982:051$ e

caroços de algodão 811:338$000.


DE MERCADEURLA20 POR CLA08E, EM 19га 198.
IMPOPAÇAO

Л
9ALUR DORDO
QUANTIDADE RÉIS
(Mil. PAPEL)
MERCADURÍAS Unidaía

1907 1908 1907 1908

Classe I—Animaes vivos

.
.

.
.

e
Gado caprino Cab.
lanígero (a)
Gado lanígero
Gado vaccum

e
Classe II— Materias com
primas artiges

.
.

e
applicaçâo ás artes industrias ■7:350$ ■3:273$

Kilo 5.004 3.553 30:245$ 30:508$


Algodäo
Em. fio para tecelagem
Em fio para costura coser). 4.985 37.11 30:207$ 20:235$
(linha para
Em pasta, cardado ou folha gommada,

la
em rama ou 19 92 38$ 209

Desperdicios 250 89$

с
Cabellos, pellos 20$
peanas
/1

.
.
.
Pennas de . 20$
qualquer qualidade
Canna da India, bambú, rotim,
junco,
:

e
l

vime outros 8S1 90 2:374 1:343$


cipos

с
(a) Gado caprino lanígero até 1907 formavam urna só classe.

e
!
Canna da índia bambu 75 178$

e
i
rotim vime 860 480 2:096$ 1:242$
Junco,

c
.
:
Chumbo, estanho, zinco suas ligas. 1.222 3.03O 1:757$ 1:.51$

.
.
88umbo em barra, ou laminas 405 1.459 209$ 582$
pãs
Estanho cm barra, folhas ou
verguinlias,
405 201 1:338$ 516$
chapas

j jI
Oinco em chapas, ou folhas 412 1.373 210$ 853$

e
Cobre suas 2.473 1.O. 4:224$ 1:40$
ligas
Cobre fundido, coado0 em limalhas, etc. 2.473 1.129 4:224$ 1:499$

,
animaes 2.O6 2.O75 1:674$ 1:62.$
Despojos

,
Colla ou gelatina 80 140 159$ 177$

e
stearina

j
Espermacete

.

.
Sebo graxa 2.096 2:235 1:5156 1:452$

c e
['erro aço 171.810 O8.802 41:035$ 33:8.7$

e
Aço em barra vergalhões 5.904 52.409 4:732$ 16:578$
Ferro cm barra

e,
vergunhas, chapas

e
simples laminadas 165.960 75.762 36:303$ 16:772$
Ferro fundido ou guza em pu-
linguado

e
diado em limalha 631 547$
— —

c
cânhamo 1. 150$
Juta

;
Em fio 100 150$
para tecelagem

Estopa
Lã 138 O .35$ 462$
e

Em bruto, tinta
cardada, carbonisada,
5
cm rama 52$

Em fio bordar 133 77 901$ 462$


para
O4 54 . 16.$ 260$
Linho
260$

e
Em bruto preparado
1
Em fio torcido cu linha 34 169$

Madeiras 166.044 37.710 18:O0$ 3:805$

e
Aduelas arcos
3:895$

.
Pinho' em toros0 eíc 166.921 37.710 18:839$
pranchas, taboas,
Madeiras diversas em bruto, serradas,
— —

e
lavradas folheadas 23 31$

.,
Matérias ou substancias para perfumaria
10:475$

e
.
tinturaria outros usos . O.26O 40.604 10:20$
'

pintura,
Alvaiade de chumbo ou zinco .... 5.600 7.350 2:503$ 2:2855

Anil azul ultramar 914 3.180 1:070$ 1:644$


(Indico)
Barrilha ou potassa
Cores de anilina ou fuschina .... 1.428 650 5:290$ 2:989$

Essências artificiaes de qualquer quali

e
dade, óleos fixos, líquidos concretos

e
ou volá
pyrogeneos empyreumaticos
essenciaes 1.871 4.152 1:242$ 1:949$
teis

de 9.229 11.707 4:548$ 6:023$


0'eo linhaça
180$

e
!
Taebentina 3.192 323 2:436$
agua-raz
2:401$.

e
1:658$

T
ntas em em massa 5.220 9.253

7ro 4.075 351$ 1:967$
Vermelhão, zarcão ou minio

i
r
Niío

4
especificadas Kilo 10 120$
| 37$

с
Metalloides varios metaes гаAS 2.790 2:055$ 584$
Antimonio, arsénico, bismutho, potasio

e
sodio 100 50 74$ 34$
Enxofre Q.263 2.740 1:981$ 630$
Nao
especificados

e
Ouro, prata platina 150
AS$
Ouro em folhas dourar ou
para para
dentista 150 34$
Palha, esparto, cairo, pita, píassava,

с
.
paina outras materias filamentosas
Nao
especificadas

Plantas, folhas, flores, /nietos, grao, se-

mentcs, raizes, cascas, etc /га3 1.631 935$ 2:314$


Cevada torrefacta ou malte

Folhas, flores, hervas, caules, musgos, tal

e
los, bulbos, cascas, lenhos, raizes

outras semelhantes usos


especies para

e
medicinaes de tinturaría 1.192 1.429 935$ 2:112$
Lupub 192
202$
Plantas vivas

N5.) ........
especificadas

e
Pedras, terras otifros mincraes seme
lhantes
3

6.570.557 5.976.163 182:3■$ 185.748$


e
ou areia de moldar barro cm
Argilla
bruto 10.160 15.260 1:268$ 1:734$

Carvão de pedra 1.068 085 844.151 54:691$ 38:708$

Brickets (patent fu!I) 4.313.750 4.567.500 90:580$ 97:336$

Cimento 246.626 515.875 19:998$ 37:684$

.
.
Giz, cm bruto ou preparado 1.850 618 307$ 146$
ges1

e
.
.
Í!
Mármore, alabastro . 581 654 568$ 557$
porphyro.

I
Salitre 29.011 16.555 14:69S$ 8:347$

.
404 15.550

j
Não especificados 223$ 1:236$

Peites couros 7O7 71 8:024$ 8:346$

c e
e
.
Telles couros curtidos 719 721 8:024$ 8:346$
preparados
Sola

Seda 522$ 5.5$

e
o9

.
.9
Em fio para tecelagem para bordar 522$ 595$

Sumos ou suecos vegetaes 11..2. 332.16. 88:248$ 50:6.8$

.
.
.
.
.

Alcatrão, ou de alcatrão 271 1.175 68$ 241$


pixe

e
Azeites óleos vegetaes para u1

industrial 3.229 1.120 657$

i jiH il 'j ; ij
1:841$

Breu 115.459 329.579 20:610$ 49:095$

e
.
resinas bálsamos natúraes 160 245 528$ 532$
Oommas,
Não especificados
81 50 201$ 173$
— —

.
.
Classe III 1.675:.8$ 1.540:321$

jj |jjj
-Artigos manufacturados

'
135.117 112.688 501:7.1$ 457:707$
Algodão
!

e
oleados 9ro 034 3:084$ 933$
Alcatifas, tapetes
— - —
Gravatas 132$

i
Meias 5:317$ 4:173$

.
Passamaneria, rendas, tiras, etc, ctc. 20:867$ 16:560$

Roupa feita 16:034$ 8:428$

Tecidos brancos 18.930 12.361 70:501$ 42:570$

Tecidos 35.235 30.168 134:008$ 145:621$


estampados
Tecidos tintos 50.624 34.106 180:531$ 118:011$

Tecidos não 19.977 18.004 84:202$ 81:308$


especificados

.
.
Manufacturas não . 9.376 8.735 46:125$ 39:263$
especificadas.

:
.
.
Alumínio 188 88. 1:40$ 1:425$

Manufacturas de alumínio 123


\ 230 1:499$ 1:425$

e
Armamentos munições de caça guerra 1.407 7.424 11:052$ 8:131$

Balas de chumbo, chumbo de munição,

e
espoletas 7057 4:292$
capsulas

e
Balas de ferro de 857 4:453$
aço

e
Carabinas, revolvers, pistolas outras
1

i
nrmas de 603 346 6:296$ 3:386$
fogo
Pólvora

Nãa 37 21 453$
!

especificados 303$

e
Cabellos, 104 13 2.75O$ 1:8SS$
pellos pennas
'

e
Escovas, espanadores, vassouras pincéis 1:562$ 1:396$

.
.

.
13
j I| I; |j| ; ! j Ij \
Manufacturas não especificadas. 104 591$ 492$
|

Canna da índia, bambá, junco, rotim, vi-

e
! !

roro
,

mc outros cipós 1:1S8$


e
1 238$


Cestos balaios

Moveis

.
.
Manufacturas não 220 950$
especificadas.

e
Cairos outros vehiculos 1O9 20$ 5:370$

1
Automóveis 3:861$

.
.
.
Accessorios automóveis 138 713$
para

| | ! |!

e
Accessorios outros vehiculos não esr

I
796$
pecificados

e
2..62 2:.5.$

,•
estanho, zinco suas 1..70 4:171$
Chumbo, Ligas.

e
Cano ch1bo 1.034 1.980 569$ S79$

jl
.
165 818$
Typos para Typographia (de chumbo)
Manufacturas não de chum
especificadas
— —

e
bo suas ligas
2$
Manufacturas não especificadas de esta-

e
nho suas 451 633 1:367$ 1:267$
ligas
Manufacturas não de zinco
especificadas

e
suas 325 349 1:415$ 873$
ligas
5..11

c
Cobre suas 5.081 27:OO3$ 16:247$

j!i jj ij I
ligas

.
Arame de cobre u1 . 127 155 339$ 297$
para qualquer
de metal branco, christofle, alfe-
Artigos
3

e
nide semelhantes 8Q 579$ 32$

i|
Objectos de arte (estatuas, medalhões,
1

.... 39$ 28$


etc)

c
Tubos canos
.
.
.
Manufacturas não especificadas Kilo 4.864 5.752 26:376$ 15:890$

e
í i'
Ferro aço 245.522 267.154 113:310$ 113:642$

Anzóes, esporas, estribos, fivellas, freios

fechaduras, cadeados, trincos, dobra-

»
diças, puxadores, etc, etc 4.159 3.350 2:649$ 3:390$

e
Arame de ferro aço 65.369 110.439 15:893$ 26:664$

.
88apas galvanisadas para cobrir casas 7.402 3.662 2:932$ 1:229$

»
Cutelaria (obras de) 7.305 4.698 17:395$ 16:185$

e
Eixos, rodas pertences para carros de

»
estradas de ferro

e
Eixos, rodas pertences para carroças

e
outros vehiculos 360 180 885$ 295$

A
Ferro esmaltado em obras 1.604

j iIjj' li I II|!|
1.615 2:284$ 2:136$
Folha de flandres em obras 121 193 268$ 662$
Folha de flandres em laminas .... 10.382 4.460 3:980$ 1:516$

Grampos ou pregos, parafusos, rebites

e
quaesquer peças para construcção
de casas, postes telephonicos, telegra-

e
phicos, pontes, cercas outras obras

bemelhantes 12.617 8:958$

e
Grampos ou parafuzos re
pregos,
bites 7.704 3:003$
(a)

Anteriormente estes
(a) artigos englobados.
.
.
AlateríaJ dc edifícios Kilo — 80.106 —
para construcção (b) 19:9593

e
fostes telegraphico telephonico, pon

»
tes, cercas, ctc. (c)
Moveis 3.713 2.346 2:915$ 2:129$

c
Trilhos, talas de juneção accessorios

»
estradas de ferro 79.223 63 14:148$ 48$
para

e
Tubos, canos 7.580 6.820 3:835$ 3:417$
juneções

.
.
.
Manufacturas não especificadas 45.687 41.572 37:167$ 33:009$

»
de —
Instrumentos musica 15:2.0$ 8:707$

»
— —

e
accessorios 549 2:602$
Phonographos

7
5
Pianos Um 7:496$ 3:460$

v
Não ... ... Kilo 909 386 7:794$ 2:705$
especificados

e
Instrumentos objectos cirúrgicos den

tários O7 2O 1:440$ 1:585$

e
e
Instr1entos objectos cirúrgicos den

»
tários 58 228 362$ 1:585$
— —

.
.

e
Artigos para dentição accessorios 69 1:078$

e
Instrumentos objectos mathematicos,

»
88O

e
chimicos ópticos .... 570$ 7055
physícos,

»
— —

e
.
.
Instrumentos .

-j
artigos ópticos. 231$ 33$
e
(b) Até 1960 as classes de linho, juta cânhamo estavam reunidas, sendo separadas

a
partir de 1Q07 as classes de linho.

Anteriormente estes estavam

(c)
artigos englobados.
Instrumentos scientificos não especi
ficados 3393 135$

.
Lã 4.143 2.620 37:68.$ 2.:O0$

j
Passamaneria, gregas, cadarços, tranças,

etc, etc 46 512$

e
Alcatifas 190 103 1:108$ 673$
tapetes
Tecidos 2.888 2.609 28:460$ 24:195$


Cobertores

e
Feltro não sarçaneta. 380 50 2:083$ 260$
especificados
feita 724$ 919$
Roupa

.
Manufacturas não 639 379 4:02$ 3:177$
especificadas

j, I
Linho 7.371 4.520 35:014$ 22:061$

Passamaneria de linho, alamares, galões,

etc, etc 46 90$


gregas,

e
Alcatifas .3 47 833$ 158$
tapetes

e
colchas, toalhas 120 14 1:153$ 77$
Lençóes, guardanapos
feita 2:484$ 1:690$
Roupa
Tecidos não 6.429 4.608 28:716$ 18:649$
especificados

.
.

.
Manufacturas não |j 459 345 1:828$ 1:397$
especificadas

c
Juta canliamo 30O 06 0.5$ 201$

Aniagem
Barbante 13 21 133$ 77$
i'

Cordoalha 53 10 59$ 107$



,

Tecidos não especificados 204 436$


Manufacturas não especificadas. 33 0 67$ T7S

e
.
Louça, porcellana, vidro crystal 0..193 70.450 07:408$ 49:500$

Garrafões, potes, frascos, cálices


garrafas,

e
1.991 2.GS8 2:125$ 1:570$
copos
Tubos para machinas, copos graduados,

funis, lubrificadores para machinas,

conta-gottas, siphons, vasos para pilhas

e
outros semelhantes para
objectos

II

c
laboratório chimico pharmaceutico

á
electricidade 159 32$ 450$
applicação
-

e
86

.
.
.
Vidros para óculos pince-nez 162$

Vidros para vidraça 10.270 4.780 2:767$ 1:396$

c
Manufacturas de porcellana louça não

especificadas 81.389 62.487 52:899$ 40:014$

Manufacturas não especificadas de vidro

e
crystal 5.529 2.338 11:423$ 6:132$
i
1

a
c

.
utensílios

p
Machinas, parelhos, ferra
mentas 22..5O8 403.722 20:552$ 248:816$

e
.
.
Alambiques, caldeiras semelhantes 10.622 7:258$

e
para electricidade illumi-
Apparelhos

nação eléctrica 2.027 4:602$


Cabos 858 —
eléctricos 1:944$

e
.
.
.
.

Ferramentas utensílios diversos SS.350 93.427 47:607$ 54:707$

264 330
\

Balanças 362$ 379$


.

e
Bombas accessorios 2.260 1.863 2:631$ 1:088$
liydraulicas
Locomotivas 39.865 8.265 31:994$ 8:992$

28.193

e
Locomoveis motores 10.745 10:434$ 32:394$

Machinas de costura 38.147 7.618 63:756$ 16:157$

.
.

e
Machinas de escrever accessorios 50 19 1:275$ 535$

Machinas industria 12.805 102.928 18:360$ 56:920$


para
5

Machinas lavoura 5.689 3.653 7:723$ 658$


para
Moinhos 4:253 262 2:826$ 625$

.
.

.
Prensas de qualquer qualidade

e
semelhantes 126$ 920$
Velocípedes, bicycletas
114.515

e
Machinas não 26.360 30:054$ 59:131$
apparelhos especificados
Madeiras 14O2 8.620 25:256$ 15:697$

e
Moveis mobílias 7.518 7.108 13:489$ 11:153$

Palitos mesa 102 5ro 607$ 2:196$


para
Rolhas de 376 273 1:686$ 1:020$
cortiça

.
Manufacturas não 6.286 733 9:474$ 1:328$
especificadas.

c
tartaruga outros
Marfim, madrepérola,
animacs O1 34. 3:010$ 2:089$
despojos
Manufac4uras não de bar
especificadas
— —
batanas 19 263$

e
Manufacturas de coral, marfim madre
1

50$ 35$
pérola
.
.

e
Manufacturas de chifre os1. . 326 312 2:951$ 1:7165

4

.
.

Manufacturas de animaes 9$ 75$


despojos
— —
Nickel 1 117$
— —

.
.
Manufacturas não espe75ificadas. . 84 11 7$

c
05 0 15$ 61$
Ouro, prata platina

:
Prata 65 61 15$ 61$

Palha, esparto, cairo0 pita, piassava,

e
outras matérias 164 1T 887$ 1.1$
paina filamentosas

Manufacturas não especificadas de seda

2
71$
vegetal
Cordoalha 146 140 111$ 78$

e
Esteiras capachos

e
Vassouras escouvas 15$

.
.
.
Manufacturas não especificadas
18 29 126$ 27$

e
suas 192.17 146.682 80:664$ 60:O21$
Papel applicações

e
.
desenhos 13 119$ 82$
Estampas, photographias
Livros revistas, mu
impressos, jornaes,
ou cartas gNOgraphicas,
sicas, mappas

.
.
.

c
semelhantes 591 611 3:724$ 3:703$
hydrographicas
Obras impressas
ou lithographadas, cir
facturas, conhecimentos, car
culares,
cRICles 88tulos, folhi
tazes, postaes,
etc 1.280 1.609 4:566$ 2:814$
nhas,

.
.
.
uso não 72.162 60.130 25:599$ 21:494$
Papel para especificado
escrever 14.313 6.167 10:359$ 6:327$
Papel para
100.728 74.991 22:509$
Papel para impressão
jj; 32:345$
e
Papelão cartão 1.803 2.772 1:241$ 1:280$

.
.
.
Man ucf aturas não especificadas. 1.456 929 2:711$ 2:112$

e
Pedras, terras outros mineraes seme

li
lhantes 5.551 60.1.6 3:141$ 5:214$
Amiantlio ou asbestos em obras não

!
especificadas 1.231 99 468$ 686$

e
Canos tubos
;i

e
Ladrilhos —
azulejos
Telhas 232 123$
— —

e
.
Tijolos refractários para construcção 65.789 3:834$

.
.
.
Manufacturas não especificadas 4.088 308 2:550$ 694$

;'

c
Pelles couros 1.100 .0 11:S02$ .:50.$

.
Artigos de sellaria não especificados. 339 490 2:442$ 2:176$
i

e
Bolsas, estojos indispensáveis, malas

saccos 173 216 980$ 1:619$


i

— —
Calçados 3:594$
Correias para machinas 411 197 1:916$ 997$

.
.
Manufacturas não especificadas 177 96 1:769$ 1:123$
!i

e
Perfumaria, artigos de tintura/ia, pin

e
tura cutros usos 4..8 3.1.2 16:542$ 0:460$
Graxa para 1.978 16 3:340$ 331$
calçado
Perfumarias 1.158 S62 75:679$ 6:712$
|1

Tinta para escrever 260 453 371$ 645$


Tintas
'! „ |l

460
|

preparadas 1.230 1;11$ 1:811$


Tinta para impressâo Kilo 168 532 594$ 689$

.
Vernizes de qualquer qtialid3de . 09 99 277$ 272$

e
Productos chimicos, drogas especiali-
des maceutias 147.149 226.677 48:551$ ■:609$
pliai
Acido sulfúrico 90 280 21$ 105$

100 —
Acido cítrico 48$

Ácidos nao especificados 75 100 259$ 35$

e
.
mineraes, naturaes artificiaos 1.963 906 2:109$ 822$
Aguas
Carbureto de calcio 56.850 121.640 19:375$ 36:209$

e
confeitos glóbulos
Capsulas, drageas,
medicinaes 17 19 1:097$ 1:194$

1.528 1:563$
Glycerina

e
Oleo de de bacalháo emulsao 111 86 602$ 513$
figado
Nao especificados 86.554 103.546 23:496$ 36:683$

Seda 277 13 15:9■$ 7:439$

PTAsamaneira de seda, alamares, trancas,


7

requifes, etc., etc 17 1:917$ 453$

Fitas 6:385$ 2:446§


Gravatas 5$ 518$

e
Rendas entremeios ...13.*. 196$ 32$
2

Roupa feita 309$ 152$

Tecidos nao especificados 200 47 4:S83$ 1:789$

.
.
.
Manufacturas nao especificadas. 54 31 2:283$ 2:036$

Vario; —
esticos га8:637$ 383:265$
— —

.
.
Amostras de .' Kilo 3:418$ 2:628$
qualquer qualidade

e
Apparelhos gyrnnasticos artigos para

e
athleticos
sport jogos

e
1.810 1.026 5:429$ 3:018$
Artigos para cscriptorio para collegio.

A
2.234 1.213 8:474$ 4:286$
Artigcs para illuminação
Barracas militares ou
para acampamentos

e
civis, camas carros— leitos de cam

»
.... 437 299$
panha hospitaes portáteis

A
9
5

e c
chicotes 79$ 89$
Bengalas

A
2.02o 901 15:380$ 7:679$

I !| i|j|J 1jj I
Botões

.
.
.
1.009 2.182 3:724$ 8:437$
Brinquedos

e
Cachimbos, piteiras quaesquer artigos

»
fumantes 9.162 8.422 30:503$ 23:843$
para

e
Caixas bocetas de 761 252 2:917$ 376$
qualquer qualidade

e
j;
Canotilhos, vidiilhos obras de passa-
maneria eta, etc 16 60 583$ 870$
dourada,

Carteiras, charuteiras, cigarreiras, caixas

e
fumo porta-moedas
de qual
para
1

30 19$ 580$
quer qualidade
11:629$ 10:668$
88apéos para cabeça
chuva ou sol (e;;ccptuan-
88apéos para
1

l| I
42

e
do as 45 459$ :159$
capas tecidos)

c
manufac-
j
88arutos, cigarros qualquer
— — —
A

tura
;|

de fumo
e

e
de de mesa desper
Relógios parede
— —
tadores 2:145$ 1:745$

de 862$
Relógios algibeira

e
outras massas ex
Dynamite, estopim
24 199$
plosivas
Flores artificiaes 147 70 1:093$ 346$

de artificio 1.176 884 1:215$ 1:056$


Fogos
Gazolina 1.304 563$

Kerosene 1.536.437 1.830.052 229:648$ 235:165$

49 11 1:217$ 523$
Leques
Lixa de ..... 769 303 628$ 605$
qualquer qualidade
Manufacturas não especificadas de bor

e
racha semelhantes 310 20 4:S2$ 2:S57$

Manufacturas não de cel-


especificadas
luloide 282 100 4:303$ 2:364$

a
e

a
Navios vapor ou vela quaesquer
— —
embarcações 22:008$ 9:604$

c
Óleos mineraes para lubrifi
vegetaes
10.354 6.628 3:325$ 1:902$
cação
Parafina 1.572 555 1:041$ 367$

Polvilho 9.904 2:686$

e
com molduras 1.640 1.275 3:886$ 2:602$
Quadros espelhos
8

eaccessorios 441 958$ .$


Apparelhos photographicos
— — — —
i

e
sem . 88

|j
Sabão saponaceos perfume
— — —

Specimens para museus ...... Kilo

Velas de cera, de espermacete, de stea-


e
rina de sebo 474 531$

>
Nâo especificados 8:583$ 6:311$

á
Classe IV—artigos destinados aliincn-

e
taçâo forragem 905:061$ 1.130:838$

á
.
.
:
Artigos destinados alimentaçao 3.801.836 4.947.601 904:631$ 1.130:838$

e
Alhos cebólas 4:920 8.650 1:885$ 2:827$

»
Arroz 90.800 32.300 20:202$ 7:709$
Assucar

Azeite de oliveira 10.011 7.255 14:975$ 11:790$


Bacalháo 200 1.150 162$ 810$

Banna 3.775 3:709$

'
1
Batatas 15.825 18.950

ES
2:458$ 3:110$

e
.
.
.
Bebidas alcoolicas fermentadas 1.603 2.238 2:303$ 3:197$

»
Bebidas nao especificadas 1.288 782 1:476$ 880$

e
Biscoutos bolachas 1.996 405 3:008$ 963$

e
Cereaes graos alimenticios nao especi

i
ficados 14.596 2.298 3:461$ 666$
Cevada cm
grâo

Cervejá 502 496$


»

■a 2.812 3.952 6:918$ 8:982$


»

e
■ocolate, cacao, confeitos doces 134 54 302$ 101$

с
Conservas extractos de carne . 140 29 400$ 830$
c

f
Conservas extractos de ructas 3.950 2.308 3:986$ 2:120$
legumes

.
.

e c
Conservas extractos de 3.782 319 4:896$ 5:833$
peixe
20.623 8.428 18:353$ 6:449$
Especiarias
Farinha de 3.195.571 4.656.708 625:925$ 887:459$
trigo

e
Farinha féculas não 1.949 1.938 1:266$ 1:073$
especificadas
— —

e
favas 11.900 4:603$
Feijão
Fructas seccos 8.445 10.478 10:254$ 12:022$
legumes
— —

e e
Fructas verdes 349 200$
legumes
Leite em conserva 15.914 22.992 12:813$ 20:020$

e
Licores 84 24 234$ 59$
xaropes
45.614 50.045 83:111$ 92:436$
Manteiga
— —
Massas alimentícias 240 140$

.
Milho 59.600 28.668 5:690$ 3:202$

Presuntos 1.015 602 1:S72$ 882$

1.730 5.258 2:587$ 7:884$


Queijos
Sal commum

Toucinho 582 855 490$ 816$

em
Trigo grão
800 1.680 368$ 612$
Vinagre

e
Vinho outros vinhos es
champagnc
72 281 329$ 1:008$
p1o1s
Vinho não 80.793 73.205 55:444$ 45:254$
especificado

e
Vinho, vermouth, bitter bebidas seme

lhantes. 969 218 1:226$ 256$


Xarque 8.554$
Não 448 1:111$ 486$
especificados

Forragens 4O0$
Alfafa 430

Farelo

RESUMO POR CLASSES

Classe I— Animaes vivos dessecados.


e e

II
Çlassè Matérias com
primas artigos

e
.
applicação ás artes industrias. 337:570$ 333:273$

.
.
Classe III— Artigos manufacturados 1.675:008$ 1.540:321$

á
Classe IV— destinados alimen
Artigos

e
tação forragem 905:601$ 1.130:838$

Total das mercadorias 2..O:0S$ 3..4:4O2$

Equivalente cm mil réis ouro 1.62.:522$ 1.670:86.$


O MLRCADOIAS PO CLASSE, EM 117 008.
EXPORTAÇÃO

A
VALO1 P1TO BO1DO
QUANTIDADE 1ÉIS
(MIL PA1L)
MERCADORIAS Unidade

1907 1908 1907 1908

e
Classe I—Animaes seus productos 1.40O.775$ 1.T1:884$

Cêra Kilo

Chifres 4.825 869

»
3.917 28.626 3:1 14$ 23:756$
(salgados

'
Couros

A
292.813 124.053 390:720$ 139:6595
(seccos

.
.

A
Ossos

cabra 225.337 367.941 919:292$ 1.274:759$

»
45.289 159.498 88:841$ 338:142$
Pelles .... carneiro

462 1.877 939$ 4:918$


ovelha
— — —

e
Classe Il—Mineraes seus productos 46$ 88

Manufacturas de ferro
— —

e
1.597


ferr°- 46$


.
Meíaes velhos
(aÇ°

.
.
\outros metaes.

»
-

e
Classe III Vcgetaes seus productos 6.O7:705$ 1.819:202$
>
5

em rama 5.401.728 1.602.575 309.188$ 982:051$


Algodão
.
.
.

.
.
Kilo

.
.
AssucR .Eme0,ra
608.723 82:178$
\mascavo
de mamona 9.673 2:225$
Baga
15.003 963 20:838$ 1:1445
í™ngabeira

.
Borracha.
9.812 28:632$
\manicoba
Cacao

Café em grao Sacca 5 129$

de Kilo 9.348.375 11.126.815 671:613$ 811:338$


Caroço algodâo
Cera de carnauba 1.502 3:868$

Farelos 600 204.000 83$ 22:908$

.
Fibras 2.050 1:080$
vegetaes

e
.
Folhas raizes resinas medicinaes

Plantas 350$

.
.
.
Residuos ou trapos de algodâo Kilo

Residuos ou de de 1.580 202$


passa caroço algodâo.
Sementes 494 20$

RESUMO POR CLASSES

AD
Classe I— Animaes seus productos 1.403:775$ 1.781:234$

»
e e
II— Mineraes seus productos 46$

»
e
III— Vegetaes seus productos 6.127:705$ 1.819:202$


Total gérai . 7.531:536$ 3.609:4га$
.

Equivalencia em mil réis, ouro . 4.219:■6$ 3.092:325$


A PARAHYBA 443

FARlNHA DE TRlGO
Importaçâo directa no anno de 1908

PAIZ ES KILOS

Da Republica Argentina 3.903:900


454:808
Da Austria Hungria 210:000
88:000
4.656:708

Total do custo nos paizes de procedencia 801:666$000


Fretes e mais despezas até Cabedello 85:793*000
887:4595000

Importaçâo directa, do Janeiro a Marco de


1909, pelo porto de Cabedello:

PAIZES KILOS

Da Republica Argentina. 505:334


Dos Estados Unidos . . 28:200
Da Austria-Hungria . . 7fr649
610:183

Total do custo nos paizes de procedencia 106.737S000


Fretes e mais despesas até Cabedello 14194$000
-Posto a bordo 120.931 30' Ю
DE

E
A

EM
00

EM
ALGODÃO EXPORTADO RAMA PLUMA PARA EXTERIOR «OS ANNOS 1906 1808
BRAZIL,

QUANTIDADE EM KILOS VALOR EM MIL RÉIS PAPEL


PO1T1 11 P1OC11ÊN1IA
1960 1907 1908 1960 1907 19S

.
.
.
Belém do Pará 26:944 100 751 19:871$ 98$ 800$

São Luiz do Maranhão 2.874:816 1.817:866 523:356 2.131:288$ 1.728:223$ 485:785$

.
.
Ilha do 2.563:427 2.664:090 557:984 1.661:628$ 2.564:497$ 514:5O$
Cajueiro
— — . — — — —
Camocim

Fortaleza 4.210:400 3.228:814 147:664 3.389:795$ 3.073:017$ 137:994$


— —
Mossoró 300:000 160:080 228:300$ 171:125$

Natal 823:114 1.005:116 92:019 652:376S 952:216$ 71:232$

Parahyba .... 7.352:212 0.4A1:728 1.A62:070 5.807:7O5$ 5.3A0:188$ 082:A51$

Pernambuco .... 9.899:454 11.989:249 1.143:692 8.091:031$ 11.926:900$ 1.077:785$

Maceió 3.431:476 1.647:273 8.540 2.811:959$ 1.663:883$ 8:000$


Bahia — — — —
6:127 4:889$

.
.

.
Rio de 93:853 102:884 19:043 82:934$ 95:410$ 11:426$
Janeiro
Santos 86:577 19:484 9:091 71:649$ 14:965$ 5:560$

Porto — — — — — —
Alegre
Corumbá — — —
397 397$

Total 03.608:400 28.036:281 3.564:715 27:499:919$ 3.295:092$


25.013:42r)$|
— — —

.
Valor médio por kilo. $790' $081 $924
A

O
O
OOEX EXSS.AS PSA EROIO OO SSS 110 ISS
O9,,

EM KILOS VALOR EM MIL RÉIS


QUANTIDADE
1908

9061
1907

1908

1907

9061
976 630 1.026 1:803$ 1:494$ 1:936$

Itacoatiara 572 204 1:447 1.160S 438$ 2:832$

.
.
.
Belém do Pará 58:644 59:284 71:676 115:934$ 125:280$ 156:988$

São Luiz do Maranhão 27:372 40:555 45:665 52:311$ 91:037$ 88:846$

.
.
Ilha do 2:244 348 27:995 6:228$ 1:219$ 83:739$
Cajueiro.
Fortaleza 683:973 1.123:498 1.018:043 2.464:810$ 4.300:584$ 3.515 023$
.

— —
Natal 1:086 1:653 4:713$ 6:020$

.... 20A:087 271:A88 520:316 040:074$ 1.AAT:A72$ 1.017:810$


Parahyba
Pernambuco .... 474:824 409:739 497:488 1.719:609$ 1.581:100$ 1.640:237$

Maceió 288:216 356:489 510:934 1.002:691$ 1.286:163$ 1.563:534$

419:023 590:143 822:668 1.438:459$ 1.988:337$ 2.524:182$

.
4:572$

.
.
Rio de 1:259 110 1:601 4:574$ 1:364$
Janeiro
6:583 1.079 92 11:890$ 6:000$ 420$
CONIINUAÇÃO

1
1
Paranaguá 12 35$ 25$

S.
Francisco .... 1)4 60 35 262$ 120$ 98$
— — — —

5
Itajahy 20$
— — — — — —
Florianópolis ....

Rio Grande .... 9.177 23.921 15.290 22:323$ 29:730$ 23:277$

.
Pelotas 17.601 2.417 — —
O:205$ 1:822$
Porto .... 10.177 475 474 12:087$ 550$ 384$
Alegre
— — — — —
Uruguayana ....

Itaqui 5.264 2.472 8.358 3:249$ 2:397$ 9:574$

S.
Borja 5.700 7.607 7.569 3:217$ 5:579$ 9:362$


— — — —

.
.
Porto Murtinho 1.394 3:000$
Corumbá 185 1.647 705 660$ 4:270$ 2:348$

Total geral .... 2.279:803 2.891:388 3.562:886 7.821:473$ Í0.44 1:569$ .11.254:216$
— — —

.
Valor médio por kilo 3$403 3$611 3$ 159
A
OOO EOOTOS O O S1SO O 188O, O 11S 111

QUANTIDADE EM KILOS VALOR EM MIL RÉIS

i
r- 00

\
/—
U ^3 o
d


Y—

Mandos 221:883 281:998 302.195 104:860S 172:509$ 167:009$


ltacoatisra .... 3.195 8:702 327 2:169$ 5:147$ 213$
fará ...... 988.662 916:607 734:353 482:472$ 467:847$ 395:021$
Maranhão .... 580.655 708:475 717:376 736:058$ 984:846$ 729:772$

.
Ilha do 623.099 737:719 616:154
Cajueiro 668:054$ 1.059:757$ 654:220$
Fortaleza .... 796.685 756 802 805:554 721:895$
834:028$ 796:340$
— —
45:200 16:800 62:641$ 18:812$

.
.
Parahyba 356.274 206:73A 152:07T 420:387$ 393:834$ 103:415$

.
.
.
Pernambuco 536.796 122:452 65:708 635:054S 69:729$
152:551$
Maceió 367.880 738:901 207:155 424:667$ 324:314$ 188:210$
Bahia 3.758.886 2.467:000 3.094:817$
2.960:092, 2.703:452$ 2.016:040$

li
20.682 28:31 14:842 20:860$ 31:776$ 14:898$
I
CONIINUAÇÃO

Rio de 0.132.524 6.338:071 6.557:044 3.715:488$ 3.631:389$ 3.405:874$


Janeiro

.
.
204:360$

.
Santos 791.218 693:117 389:854 525:702$ 436:070$

.
1.694 19:602 2:841$ 32:501$
Paranaguá

S.
Francisco 69.208 71:479 77:869 103:004$ 111:864$ 109:640$
— —

.
120.145 17:266 164:979$ 29:876$
Florianópolis
6.740:792$

.
Rio Grande 10.782.125 11.526:991 11.514:354 8.782:145$ 9.085:429$

2.475:344$

.
.

.
Pelotas 2.846.752 3.117:716 3.058:501 3.224:293$ 3.089:218$

1.853:734$

.
Rorto 2.549.897 1.622:274 1.724:307 3.604:171$ 2.089:126$
Alegre
51:092$

.
149.096 97:000 48:400 234:997$ 126:662$
Uruguayana
178:948$

.
.
155:983

.
143.093 59:179 196:825$ 74:873$
Itaqui

S.
113:790$

.
245.492 186:509 108:211 368:050$ 202:509$
Borja.
Rorto Murtinho 77.247 58:456 63:772 160:217$ 71:484$ 61:364$

631:980$

.
Corumbá 610.307 618:898 013:500 814:968$ 713:.5$

.
.
21.040:543$

.
Total 32.773.495 31.514:007 30.411:943 29.273:160$ 27.194:935$
.

— — — $692
Valor médio 0893 $869
por k\\o[
A
ASSU1A1 EXPORTADO PARA O EXTERIO1 DO I3RAZIL DE 1900 1Q0S

QUANTIDADE EM KILOS VALOR EM MIL REIS

19ro 1907 1908 1960 1907 1908


Manáos 59 1.440 307383 29$ 1:020$ 26:249$

.
Belém do Pará . 51.434 35.477 23:859 21:494$ 16:231$ 13:718$

S.
Luiz do Maranhão 86 442 300 345 185$ 1S0$
Natal 2.147:725 1.675:000 179:823$i 209:375$

.
.

.
Parahyba 1.863:08A 0A8:723 17T:24A$! 82:178$

.
.
.
Pernambuco 47.118:597 9.390:490 23.324:557 5.297:033$i 1.659:360$ 3.447:527$
Maceió .... 31.101:188 1.035:268 5.352:379 3.207:172$ 951:8S6$
-

.
.
.
.
1.400:000 14õ:495$j

í
Aracaju 133:000$
Bahia 1.152:242 49:900 304:518 120:054$! 8:479$i 78:837$

.
.
Rio de Janeiro 89:485 14:359! 2.483:533 18:991$ 5:215b 348:199$
Santos 00 420 120 62$ 171$' 67$

S.
.

.
.
Francisco 6:500
2:009$
Itajahy 12:000 18:000 30:000
1:200$| 4:554$! 8:502$

.
.
Florianópolis .

.
.
Rio Grande. . 3:000 24:000 4:500 1:353$ 13:460$ 3:087$

.
.
.
Porto 7:500 4:380 7:875
Alegre. 3:000$ 2:475$ 4:200$
ltaqui 750 300$

.
.
Total 84.948:346 12.857:899 31.577:394:
geral. 9.162:785$ 2.149:198$ 4.884:461$
Valor médio kilo
por $108 $167: $155
DO

DE
DE
A

88
CACAO PARA ERERIOR DRAZIL NOS ANNOS 1930 1938
EXPORTAÇÃO

QUANTIDADE EM KILOS VALOR EM MIL RÉIS PAPEL

OE
PORTOS PROCEDÊNCIA
t» S t-
o o o o o
o e5
S o o>
>

46:389 94:892 114:236 31:523$ 115:279$ 97:203$

Itacoatiara .... 311:008 786:008 478:822 222:469$ 1.070:095$ 408:716$

.
.
Belém do Pará 1.752:040 2.642:411 2.960:050 1.275:194$ 3:436:967$ 2.636:181$

S.
Luiz do Maranhão 3:648 5:168 5:240 3:373$ 5:760$ 4:465$

Fortaleza .... 1:513 3:741 902$ 3:415$

.
.
.
Parahyba 12A 6T$

.
.
.
Pernambuco 53:543 12:455 11:184 32:444$ 11:600$ 7:993$
199 658 371 115$ 660$ 373$
Bahia 22.964:407 20.847:189 29.383:602 19.159:932$ 27.393:001$ 28.448:971$

Victoria 900 1:471 1:806 773$ 1:824$ 1:817$

.
Rio de 1:540 3:256 609 1:279$ 5:432$ 650$
Janeiro

Total 25.135:307 24.397:249 19.955:920 20.728:207$ 32.043:979$ 31.660:369$

Valor médio por kilo $825 1S033 $959


A PARAHYBA 451

Borracha deste Estado exportada para o


exterior, de 1904 a 1908, por qualidades

. MÁNGABEIRA

A N N.0 8 KILOS VALORE8

1904 22:683 51:825$000


1905 11:742 17:948$000
1906 15:363 29:407$000
1907 15:003 29:838$000
1908 969 1:144$000
65:760 130.162$000

MANIÇOBA

1904 1:923 6:731 $000


1905 8:527 21:342$000
1906 135 410$000

1907. . . . . 9:812 28:692$000
1908 — —
20:397 57:175$000

TOTAL

1904.
1905
..... 24.606
20:269
58:5563000
39:290$000
1906 15:498 29:8171000
1907 24:815 18:530$000
1908 969 1:1445000
IMPORTAÇÃO DO BRAZIL EM 1197- 1O01

AUO08NTO

£
VALOR 1M
OR
%

D1TINOS
DIMINUIÇÃO

1907 19S 1M 1908


148 100.0
+

-ro

148

— — 26.3
1.638.745 1.207.445 431.300
'

— —
Pará 3.167.711 2.296.705 871.060 27.5

— — 28.1
503.159 381.781 149.378

— —
96.827 73.968 22.859 23.6

— — 21.1
554.312 437.529 116.783

62.191 75.699 13.508 21.7

2.5
+ +

4.052
+ 4-

183.321 187.T73


2.691.299 2.349.997 341.30?. 12.7

198.053 482.185 103232 73.2


+
+
57.912 49.375 8.537 — 14.7

— -
Bahia 2.616.083 2.087.350 528.733 20.2

— — 34.3
140.951 98.563 51.38S

15.756.681 14.342.892 —
-1.413.789 9.0

S.
Paulo 8.464.523 7.119.767 -1.344.756 15.9
+

426.153 505.714 79.561 18.7

457.350 465.837 0.477 1.4


i

3.601.416 3.079.119 17.703 + 0.6

233.016 251.373 18.357 7.9


+ + -f -f
+
.
.


Total 40.527.603 35.491.410 -5.036.193 12.4

Os nossos Estados cujos portos accusam augmento no valor da importação cm 1908

com 1907 fora. Acre, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa


comparado ParahAa, 18agoas,

c
o

Catliarina, Rio Grande do Sul Matto Grosso, em que augmento foi insignificante0
englobr.damente

a
£
alcançando apenas 243.633.
EXPORTAÇÃO DO BRAZIL EM 1197-1198

AUGM1NTO OR DIMINUI

£
VALT1 1M
ÇÃO 1M 1908

P01TO3

1907 1903
%

Matto Grosso 475.725 511.926 36.201


+

886

7.238.554 — 1.603.200
6.175.354 -14,7


6.034.694 5.327.635 707.059 -11,7

783.944 358.746 —
425.198 -54,2

815.092 500.768 — 314.324


Ceará -3888


96.071 9.649 86.422 O9,0


474.075 225.262 240.413 -02,5


1.231.919 560.569 671.350 -54,5

246.360 181.239 65.121 06-

4.260.167 3.632.665 628.002 -14,7


-
747.684 -
823.973 76.280 roS
-
7.383.245 6.114.310 1.268.935 -1882

S.
Paulo 21.550.187 17328.984 4.221.203 S988

1.221.427

.f
1.087.931 133.496 S3
— —
271.186 269.059 2.127 0,8

Rio Grande do Sul 1.402.675 990.003 412.672 O9-

— —
Total 54.176.898 44.155.280 10.021.618 18,5

Comparado com 1907 houve diminuição no valor da exportação !de todos os portos

e
da Republica, exceptuando-se os do Paraná Matto Grosso. Nos portos do Estado de Santa

o
e
Catharina decréscimo foi insignificante, apenas 0,78 %; no Espirito Santo apenas 8861 °/o.

e
Nos Estados assucareiros decréscimo elevadíssimas
;

algodoeiros alcançou proporções


no Rio Grande do Norte foi de 89,96 %; Pernambuco, 54,50 °/A; Maranhão, 54,24 %; Parahyba,

e
5S54 A/o; Ceará, 38,56% Alagoas, 26-3 o/0.

o
Nos Estados cafeeiros decréscimo, embora notável, foi menor-,
porporcionalmente

S.
e

sendo em Paulo de 19,59 WA, na Federal de 18819 WA no Santo


Capital Espirito apenas
de 90260,0.

A
Dahia, pela variedade de seus productos, soffreu muito menos Pernambuco,
que

a
sendo diminuição apenas de 14.74 o/0.

V
Moedas recebidas pela Delegacia da Parahyba,
da Casa de Moeda no anno de 1908.

Rs. 2:000$000 em moedas de 500 reis


8:000$000 1:000
40:000$000 2:000
5:600$000 100
7:200$000 200
9:600$000 400
5:000$000 40
7 7:400 $000

Tabelia demonstrativa tia receita da Delegacia Fiscal do Tkesouro


Federal no Estado da Parahyba, nos 10 exercicio3 abaixo
declarados, comprehendidos os depósitos e a renda com applicação
especial, importação, entrada, sabida e estadia dc navios,
addicionaes, interior, consumo e rendi extraordinaria.

EXERCÍCIO8 TOTAL

1898 1.963:556$707
1899 1.438:150$560
1900: Ouro . . • 159:425$686
Papel . . • 2.047:476$696
1901 : Ouro . . . 176:710$191
Papel . . • 1.317:9475141
1902: Ouro . • • 230:526$493
Papel . . . 1.420:6525654
1903: Ouro . . • 303:986$366
Papel . • • 2.224:320$893
1904: Ouro . . • 193:447$456
Papel . • • 1.621:191$362
1905: Ouro . . • 215:607$682
Papel . • • 1.457:695$909
1906: Ouro . . • 500:336$741
Papel . . • I.687:633$286
1907: Ouro . . . 496:994$376
Papel . . • 1.744:900$003
19.200:562$202.
о
0m todo

A
DELEGACIA DA PARAHYB -Confronto da arrccadaçào r0alizada

a
oxercicio do 1900 com do ox0rcicio do 107 ato 31 do Dezembro

ARRECADA0ÀO ГУ. RECE!T/\

100 107 MAIOR MENOR

e
Ouro papel

444:325$562 437:471 $677 6.8535835


Importaçâo

j
671:364$384 689:220$675 17:826$221

e
Ouro papel

3:090$800 3:053$400; 7$600

с
.
Entrada, sahida estadía de navios
1:066$440; 1:209$000! 1425560

Addicionaes 34$боз; 3215686


666S289;

Interior 138:661 $824 2:437$592


\

136:2245232;

.
.
,
Consumo 260:214$105! 254:606$567, 5:6075538
Papel

9:206$770 15:028$306 5:731 $536


Extraordinaria

e
Ouro papel

52:065$379 56:463$299 3:503$920

.
.
Renda com applicaçâo especial

j
19:148$131 15:209S980 3:S48$151

Papel

20:925$574

a
Renda classificar 20:925$574

1.598:347$092 1.632:2808905 50:575$073 1:6315260

e
Ouro papel

500:3365741 496:994$376 3:342$365

I
Rccapitulaçâo

1.
098:0 10$351 1.135:206$529 37:286$ 178

1.598:3475092 1.632:209$905 37:286$178 3:342$365


Receita geral da Delegacia Federal em 1198

TÍTULOS ORÇADA A11TADADA MAIO1 M1NO1

181:282$151 404:412$774 223:1305623

'
Papel 711:392$867 05 1:541 $775 59:8515092

3:

e
Entradas sahidas ouro .... 1561884 2:5405000 6165884

1:486$333 1:975$580 4895247

5251384 7325723 207$337

129:462$ó82 153:2545395 23:7915713

218:985$012 248:2855440 29:3005428

575078 575078

Papel 11:5581268 11:5745249 155981


Renda com ouro 43:745$401 52:3345055
applicação especial— 8:5885654
16:831 $999 8.6735666 8:158$333

1.
318:426$981 1.535:3815735 285:5815606 68:6265309

RECAPITULAÇÂO

228:184$436 459:3435907 231:1595471

1.090:2425545 1.076:0375828 14:204$717

1.3 18:426$961 1.535:381$735 231:1595471 14:2045717


Quadro comparativo da rocoita geral ontro os oxercicios do 1007 c 1198

1ro1 \roro
DIFFEroNÇA 1IFF11NÇA
'

TITUI.OS
T1A MAIS P1A MEN1
1907 1908

437:61 4$346 404:4 11774 33:4015572



689:520$747 651:541$775 37:9785972

e
Entradas sahidas— ouro .... 2:052$400 2:540$000 4875600

1:209$000 1:9758580 7665580

Addicionaes 344*603 7325723 388$ 120



Interior 159:4215710 153:2543396 6:1675315

266:975$002 248:2855440 18:6895562

57J078 57$078

18:6463272 11:5745249 7:072$023
— —
Renda com especial ouro 56:474S726 52:3345055 4:1405671
applicação

Papel 21:537$380 8:6735666 12:863$714

1.653:796$ 186 1.535:3815735 1:699$198 120:1135829

RECAPITULAÇÃO
.
.


496:141 $472 459:3435907 36:7975565

1.157:654$760 1.076:0375828 81:6165878


1.653:706$178 1.535:3815735
Fiscal nos cx0rcicios
Quadro da ronda arrocadada pola D0l0gada
comparativo

D0z0mbro.

o
do 1906, 1907 1908, atDA 31 d0

ARRECADADA EM

TÍTULOS MAIOR MENOR

100 107 108

Interior— papel 17:161$589 23:4938349 18:724$307 4:763$ 042

Extraordinaria 9:012$680 13:7448422 11:3748742 2:3638630

Renda com 10:1248027 12:4588620 7018189 11:7578440


applicaçâo especial

36:208$296 49:6368400 30:8008238 18:8968162

A
para menos se nota no exercicio de 1908 provém de nao terem sido
difference que
e

aínda computadas operaçôes realisadas até 31 de Dezembro t3mbem de nâo ter sido
algumas

a
é

effectuada arrecadaçâo do periodo addicional; urna vez foi realisada esta atrecadâo de
que

a
presumir que desapparecesse alludida difference.
MESA DE RENDAS DE M AMAN GUAPE- Quadro comparativo dà renda

с
arreTAdada nos tres úMimos exercicios do AS00, 107 108,

até 31 de Dezembro

TÍTULOS 1900 ASAS 1908


7

Interior 2:631 1ЫЬ$ЛЧ\


$01 2:038$590

Consumo 10:637$440 10:763$720 9:324$670

.-

.
.
.
Renda com applicaçâo especial 100S000 58$2C0
1

13:328$457 13:409$476 1:421$415


a

Do quadro ácima verifica-se ter sido mais ou menos cstavel arrecadaçâo desta
с

mesa de rendas, nos exercicios de 1906 no de 19Э8 um decrescimento de


19Э7; apresentou-se

é
a

1:93S$061, que de se presumir tenha desapparecerecido quando foi conhecida renda additional.
Domonstracäo da receita arrocadada peJas collectorias fodorao3 do Estado da

a
Parahyba, no ex0rcicio d0 1908, comparada com do 107

DIFFEREN0AS

1
11 ULO? 107 1908

PARA MAIS PARA MENOS

65:535$218 51:371$010 14:164$208

Consumo 137:093$746 142:277$530 5:183$787

Extraordinaria 2:661 $280 2:6f)lS280

Renda com 683S547 478$115 205$432]


applicaçào especial
1

1
1

1
203:3 2$5
1 96:787$938j 9:553$427 2:661 $280

a
é

Conhecida somentc até 31 de Dezembro renda das collectorias, claro ainda


que

nao tinham sido recolhidos os saldos do mez de Dezembro.

a
a
e

Mesmo renda do— interior— exceden em 14:164$208, de— consumo— em


assim,

á
5:133$787, comparada
do exercicio anterior.
464 A PARAHYBA

em:;5.\o D2 vaie; postaes na parahyba

1900 . . 105:878$000 1904 . . 113:743$000


1901 . . 119:3933000 1905 . . 145:202S000
1902 . . 95:116$000 1906 . . 141:328$000
1903 . . 123:249$000 1907 . . 123:374$000

VALES PO8TAES PAGO8

1900 . . 171:932$000 1904 . . 273:000$000


1901 . . 169:480$000 1905 . . 243:737$000
1902 . . 189:685$000 1906 . . 261:677$000
1903 . . 178:222$000 1907 . . 257:3623003

Repartição do Correio Geral


1907

Renda de selios officiaes. 38$800


* » » ordinarios 37:744$960
» metade da taxa devida . . . 308$295
» » sobre cartas 1.779$600
» > cartas e bilhetes 93S000
» » bilhetes 1723070
23signaturas de caixas. . . . 454$000
.> premios de valor 1:458$600
421ÕTÕ$385
Demonstraçac ùa receita arrecadada pela Adininistraçao dos Correios deste Estado,

a
no exercicio do 1908, comparada com de 107

DIFFEREN9S

TÍTULOS 108 1907

PARA MAIS PARA MENOS

40:8093480 49:200$685 8:4813205

Extraordinaria' 200$500 2403570 405070

Renda com appliraçâo especial 5008S122 447$250 140S872

4
1:598$ 102 49:9783505 140$S72 8:5213275

3
Da acima result» difference menos da de 8:521 $275, sendo
comparaçao para quanlia

.
8:081$205, no titulo Interior
o
OPERAÇÕES DE DEPÓSITOS NA DELEGACIA FISCAL -durante período com-

a
prohendido de Janeiro Dezembro de 10A8 foram as seguintes as operações

e
de receita despesa por conta do titulo acima

1T1I1 IMPO1TÂNTIAS D11ZA IMPORTÂNTIAS


.

do Cofre dc 1Í3$000 Empréstimo do Cofre de Orphãos 5:917$126


Empréstimo Orpliãos
.
.

e
.
Bens de defuntos ausentes 707$356 Bens de defuntos ausentes 8$507
.

da Caixa Económica 366:308:&S85 Depósitos de Caixa Económica 456:970$742


Depósitos
.
.

.
.
Emissão de vales 123:698$ 142 Pagamento de vales postaes 173:509$443
postaes
.

.
de diversas 25.948S452 Depósitos de diversas origens 24:834$171
Depósitos origens

517.775S835 661:239$989
A PARAHYBA 467

CAIXA ECONÓMICA

Saldo em 31 de Dezembro de 1906. . 1 .259:708$006

ENTRADAS EM 1907:

1.o semestre .340:564$000


Juros vencidos 33:391 $465
2.0 semestre .307:782$000
Juros vencidos 36:031$161 717:868$626

SAHIDAS EM 1907:

1.o semestre .183:752$211


2.0 semestre .327:322$210 510:894$421

Differença para mais 206:974$205


o que eleva o saldo em 31 de Dezem

bro de 1907, a TÁbbt>82$2\\

ENTRADAS EM 1908:

1.o semestre.301:5S7$000
Juros vencidos 37:234$114
2.0 semestre .221:354$800
Juros vencidos 38:828$135 599:004$049

SAHIDAS EM 190S:

1.o semestre ,284:754$544


2.0 semestre .369:806S711 654:561$255

Differença para mais 55:557$2Cö


o que diminuiu o saldo em 31 de De

zembro de 1908, a 1.411:125$005


PAEEL MOEDA EM CIRCULAÇÃO
NA PA88HYBA

1190 10A7

a
a

15
15

[ri

£
£

Em mil rois nil íeis


i\.

d/.
papal Equidsr.to papal Equivalente
5

conversível .... 1.1 17:764$728 69.860- 5-11 2.999:1238537 187.445-4-


Papel
inconversivel .... 19.93 1:444$572 1245.715- 6-11 19.294:0028357 1205.875-2-11
Papel
4

Total 21.049:209$300 315.575-12-10 22.293:125$894l 1393.320-7-


A PARAHYBA 469

QUADRO da renda orçada pelos municipios


do Estado para o exercicio de 1905

LOCALIDADES lMPORTANClAS

2
3
Capital
Itabayanna
.

....
.

Mamanguape . . .
. . , 75:653$000
32:000$000
30:788$000
4 Campina Grande . 20:988$000
5 Guarabira . . . . , 17:000$000
6 Alagôa Grande . . 15:000$000
7 Piancó 14:370$525
Areia

....
3 11:500$000
9 Alagôa do Monteiro , 10 076$000
10 Umbuzeiro 9:000$000
11
12
13
Santa Rita
Bananeiras
Ingá • •
...... 8:906$950
8:102$000
7:200$000
14 Cabaceiras 6:900$000
15 Patos 6:790$000
ló Souza 6:677$000
17 Pilar 6:500$000
18 Picuhy , 6:000$000
19 Alagôa Nova . . . . 6:000$000
20 Princeza 5:100$000
Catolé do Rocha .

....
21 5:000$000
22 Espirito Santo . . 5:000$000
23 Cajazeiras 4:734$620
24 Pombal 4:349$000
25 Serraria 4 270$000

......
2o Sao José de Piranhas 4:250$000
27 Misericordia . . . . 4:000$000
28 Araruna 4:000$000
29 Pedras de Fogo . • . , 4:000$000
30 Santa Luzia . . . . 3:2005000
31 Soledade 3:124S6£0
470 A PARAHYBA

CONTINUAÇÃO

32 São João do Cariry . . . 3:042$0OO


33 2:600$0OO
34 Taperoá 2:500S0OO
35 São João do Rio do Peixe. 2:000$OOO
36 1:800$0OO
37 1:800$0OO
364:2215775
A PARAHYBA 471

POPULAÇÃO
Porcentagem Porcentagem
ANNOS Habitantes Nacionais Estrangei1s
da di
nacionaes estrangeiros

1872 376:226 375:383 843 99:77 0,23


1890 457:232 457:052 180 99:96 0,04
1900 490:784 488:206 2:578 99:47 0,53

POSIÇÃO ASTRONÓMICA
(meridiano do rio de janeiro)

LATITUDE LONGITUDE
^

6.0—15' e 7.°_50' S. 5.°— 5' e 8.0-25» E.

CAPITAL

LATITUDE AU8TRAL LONGITUDE

7.°-6'-0" 8.0-19'— 30"' E.


Instrucção primaria o secundaria no Brazil

Do relatorio da "Commissão de Educação dos


Estados Unidos", relativo ao armo findo jem 30 de
Junho de 1909:
"A
primeira tentativa de dar alguma cousa parecida
com algarismos pormenorizados relativos ao estado
da educação no Brazil, appareceu no volume recente
mente publicado pela Repartição Geral de Estatistica,
sob a dependencia do Ministerio da Viação.
Os dados concernentes á população foram tirados
dos cômputos publicados pe'a mesma repartição e são
na sua mór parte deduzidos dos calculos baseados no
censo de 1900.
As estimativas são sem duvida iiberaes ainda do
ponto de vista do Director do serviço, ?de que ellas
partem. Em alguns poucos Estados o n^jinero de escolas
e algarismos de matricula não são de todo completos,
desde que foi impossivel obter informações completas
de alguns districtos ruraes, mas esses algarismos em
geral podem ser havidos como a expressão das presentes
facilidades de educação no Brazil.
INSTRUCÇÃO SECUNDARIA
INST1UTÇSO P1IMA1IA

1S1DOS OR DIST1ITTOS POPULAÇÃO

MATRICULAS 1STOLAS MATRICULAS


1TOLAS FREQUÊNCIA

731 12:255 10:959


AlagÔóS 785:000|
75

250 5:476 4:495


Amazonas 379:000|
2.287:000 1:007 47:288 32:135 24
Bailia

886:000! 382 16:267 12:982 16


Ceará
57:271 36:160 43

.
.
Districto Federal 858:000 419

6:359 4:674

.
.
175

.
Santo 297:000
Fspirito
280:000 162 6:O4 4:149
Goyaz
502:000 217 11:941 8:231
Maranhão
6497

4:677

.
107 5:288

.
.
Matto Grosso. 142:000

119:613 66:232

.
2:178

.
.
Minas Geraes 3.960:000 0
433 19:870 17:093 11
Pará 568:000|
6:852

.
.
223 0:87A

.
.
Parahyba 52A:OOOj
77

460:000! 09 13:566 10:640


Paraná
CONTINUAÇÃO

Pernambuco 1.311:000 386 21:139 15:104 17 1:613


6

40C:0OC 146 7:754 6:030 438


Piauhy
Rio de 968:00t 485 21:773 16:075 14 1:486
Janeiro

.
5

.
Rio Grande do Norle 279:00C 152 7:601 6:547 378

.
Rio Grande do Sul . 1.400:00C 1:516 67:370 50:809 26 3:605
9

Sania Catharini 353:000 196 14:159 10:535 905

São Paulo 3.397:000 1:708 82:089 61:606 46 4:146


7

413:000 245 8:839 5:797 419


Sergipe
— — — — —

.
.

.
Terruorio do Acre (5:0C0

30.515:000 11:147 565:922 391:188 327 30:258


A PARAHYBA 475

Ffsses algarismos incluem escolas publicas e parti


culares, sendo do Estado; isto é, escolas
as primeiras
ruraes e municipaes. O total das escolas publicas inclue
1:815 municipaes, 7:089 mantidas pelo Estado, muitas
das quaes em pequenas villaspovoados, e 2:243
e
escolas particulares. As escolas do Estado, impropria
mente denominadas ruraes, têm uma matricula total
de 166:754 e uma matricula de 69:432. As escolas
primarias particulares têm o total de 110:841 matriculas
e uma frequencia de 81:066.
Do total de 327 instituições de ensino secunda
rio, 29 são publicas e 293 particulares, as primeiras
contando 4.031 matriculas e as ultimas 26.258, não ha
vendo algarismos possiveis sobre a frequencia.
Tomando o total das matriculas nas escolas pri
marias e secundarias, como uma indicação liberal da
população escolar no Brazil, muito pouco menos que
tres por cento da população total da Republica, pôde
se dizer que goza dos previlegios do ensino. Consi-
derando-se o facto da elevadissima cifra da população,
rural no Brazil, comparada com o total da população,
essa porcentagem da população escolar sóbe muito
de importancia á vista da falta de facilidades fóra das
cidades.
No caso do Districto Federal, por exemplo, onde
a população é quasi inteiramente urbana, ha 858:000
almas, e as matriculas sobem a 61:933, ao passo que
no Estado de Alagoas, quasi com ã mesma população,
e com excepção de poucas cidades da costa inteira
mente ruraes, ha 14:092 matriculas. O Estado de Per
nambuco, com uma população quasi inteiramente
rt»ral, com excepção da Capital, Recife, conta 22:852
matriculas em uma população de 1.310:000.
476 A PARAHYBA

ínstrucção Publica 'neste Estado

ESCOLAS PRIMARIAS CUSTEADAS PELO ESTADO


Capital

6
Cidades villas do interior. 76

e
Uzina São João 83

1
Alumnos matriculados em 1908 . . 3:869

» » 1909 (*). 3:195
Este numero deve ter-se elevado depois das notas
(*)

colhidas, conforme diz Director Geral da Instrucçãa


o
Publica, em seu ultimo relatorio.

Não ha dados exactos sobre os alumnos matri


culados nas escolas mantidas pelos poderes municipaes
particulares.
e

Comparada despezado Estado com instrucçãa


a
a

primaria numero de alumnos matriculados em


o
e

1908, evidencia-se que custa cada alurr.no 33$000 aos


cofres publicos.

O Director Geral da Instrucção Publica calcula


em mais um terço dos matriculados
de nas escolas
primarias estadoaes os alumnos matriculados nas escolas
municipaes, devendo ser assim de 9037 numero dos
o

alumnos primarios de todas as escolas publicas. . .,

Matriculas realisadas no primeiro trimestre


de 1909
SEXO MASCULINO
1.» cadeira da capital 27 alumnos
A PARAHYBA 477

2.a cadeira da capital 46 alumnos*


Itabayanna 82 »

Guarabira 98 »

Mamanguape 98 »

Areia 41 »

Campina Grande 59 >

Alagôa Grande 110 »

Bananeiras 65 »

Pombal 31 га

Cajazeiras 3S »

Patos 79 »

Teixeira] 19 »

Taperoá 23 »

Caiçara 37 »

P.lar 24
Santa Rita 62 »

Sao José de Piranhas 12 »

Souza 27 »

Princeza 25 »

Santa Luzia do Sabugy 17 »

Alagôa Nova 20 »

Sâo Joâo do Cariry 20 »

Sao Joâo do Rio do Peixe 6 »

Pedras dc Fogo 22 »

Soledade 25 •»

Espirito Santo 25 »

Misericordia 21 »

Brujo do Cruz 20 »

Picuhy
Piancó
Serraria
: .... 20
19
65
»

Araruna .30 »

Cabedello 29 »■

Cabaceiras 34 » •
478 A PARAHYBA

Conceição 12 alumnos
Alagòa do Monteiro 22 »

Umbuzeiro 38 »

Ingá — »

Catolé do Rocha —

SEXO FEMININO E MIXTAS

1. » cadeira da capital 61 alumnos


2. a » » » 69
cadeira mixta da capital
1.» 60
.2.a cadeira da capital 69
Itabayanna 62
Guarabira 106
Mamanguape 92
Areia 25
Campina Grande 79
Alagôa Grande 84
Bananeiras 42
Pombal 26
Cajazeiras 47
Patos 37
Teixeira 25
Taperoá 15
Caiçara 40
Pilar 41

Santa Rita 30
S. José de Piranhas 17
"Souza 14
Uzina S. João

........
63
Princeza 20
•Catolé do Rocha 25
;-S. Luzia do Sabugy 17
S. João do Cariry 17
A PARAHYBA 479

S. João do Rio do Peixe 11 alumnos


Pedras de Fogo 19 >

Soledade 20 »

Espirito Santo 28 »

Misericordia 15 »

Bre^o do Cruz 13 »

Picuhy 29 »

Piancó 20 *
Serraria 27 »

Ingá 37 »

Cabedello 19 »

Cabaceiras 37 »

Conceição 17 »

Alagôa do Monteiro 33 >

Alagôa Nova 20 »

Umbuzeiro 30 ».

Araruna —

ESCOLA NORMAL
SEXO MASCULINO
Matriculados no 1.° anno . 12
» » 2.° » . 8
» » 3° » . 6 26

SEXO FEMININO
Matriculados no 1.° anno . 84
» .» 2.° » . 48
» » 3.° » . 22 154

ESCOLA MODELO (annexa á Escola Normal)


MATRICULADOS
'
Sexo masculino 16
Sexo feminino 101 117
480 A PARAHYBA

DIPLOMADOS PELA ESCOLA NORMAL

EM 1908

Sexo feminino 10
Sexo masculino 6 25

LYCEU PARAHYBANO
(Equiparado ao Gymnasio Nacional)

MATRICULADOS EM 1900:

l.° anno 22
2.° » 23
.3.0 • : . . 18
4.° » 26
5.° » 15

6.° » 109
_5

COLLEGIO DIOCESANO PIO X


(equiparado ao Gymnasio Nacional)

Matricula Geral 133 alumnos.

Em seus confrontos económicos, publicados


tpelo Estado de S. Paulo, P. P. calcula em 10 % sobre
o total da população as creanças em idade escolar, e
se apavora com o resultado dos que ficam analphabetos
nos grandes Estados do norte, Bahia e Pernambuco.
Das estatisticas conhecidas sabe-se qne existem
matriculados nas escolas primarias dos principaes
iEslados do Brasil, os seguintes alumnos :J
A PARAHYBA 481

Rio G. do Sul . 67:370 ou 51 por 1000 habitantes

Minas ....
São Paulo . .

Rio de Janeiro
.

.
83:313
119:513
24:773
»

.
»
32
29
23
»

.
»
»

»
»

Pernambuco .. 21:139 » 15 » »

Parahyba. . . • 9:037 » 15 » » »

Conclue-se, pois, que ficam analphabetos, por


cento, em
Rio Grande do su! 49
São Paulo 68
Minas 71

Rio de Janeiro 77
Bahia 81

Pernambuco 85
Parahyba 85
482 A PARAHYBA

BIBLIOTHECA PUBLICA
QUADRO demonstrativo do numero de obras e
volumes adquiridos no anno, de 1 de Junho de
1908 a 31 de Maio de 1909.

Obras Volumes
856 1365

ENTRARAM EM:

Junho 2 2
Julho 9 9
Agosto 11 12
Setembro 5 5
Outubro 10 16
Novembro 130 195
Dezembro 66 79
Janeiro 75 123
Fevereiro 300 624
Março 34 45
Abril 56 60

....
Maio 23 58

Total adquirido 721 1.228

. . . 856 1.365
Existiam .(inventariados
\Nao inventariados . 184 221

Total a 31 de Maio de 1909 . 1.761 2.814


A PARAHYBA 483

Numero dos leitores de Maio de 1908 a


Malo de 1909.

LEITORES
MEZES
DlA NOITE

Maio . .

Junho. .

Julho. .

Agosto .

Setembro
Outubro.
Novembro
Dezembro
423
(*)

Janeiro .
Fevereiro 384
Março . 545
Abril . . 480
Maio . . 355
Total 6728 2.187

TOTAL DE LEITORES

Dia 6.728
Noite 2.187
Total do anno . . 8.915

funccionar cm Janeiro de ¡009.


(*)

CoTieçou
a
484 A PARAHYBA

Demonstrative) dos jornao3 o obras consul


tadas de Maio de 1903 a Maio de 1909.

MEZES JORNAES Obras

661 23
522 21

Julho. . 623 19
622 9
Setembro 607 9
Outubro. 585 13
332 s
Dezembro 329 9
Janeiro 841 39
Fevereiro 785 30
Marco 957 38
Abril •
. . . 984 26
Maio 788 35
Total 8.636 279

Leitores de jornaes 8.636


Leitores de obras 279
Totcl do anno S.915
a
Óbras consultadas de Maio do 1198 Maio d? 1083, por linguas.

o
o o
o o (-1

J
o o r/1
.d C/3 OS

1a
a
'ca 1-4
OBRAS ESCRIPTiS EM: CD p) .o .O
Sb C09 03

p.5
Março
1O3 •=} 0

Setembro
tOa «O o ro 1O3
Volumes

o PI Ph
j

.
.
(Obras. 32 34 40 13 14 15 16 17 72 44 72 34 56 459
PnrtHRI-HPz

.
(Vol1es 45 46 68 23 22 21 20 25 1O 66 160 35 100 712
G

8
2
6
9
9

.
6

.
(Obras. 11 64
FnRcv

.
(Vol1es 14 16 23 16 24 11 32 149
1

.
.
1Obras.

'
'
Inelez
s
11

00
1

.
'(Volumes
0
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00 00
00 00
6 00 0o

0
00 00
00 00 00
11 00 00
00 00
2
55 00 00
2

00 00
00 00 00
11 0o 00

.
(Volumes

Total 864
)526
Obras consultadas pelos de de Maio
assumptos que tratam,

a
de 1198 Maio de 10A0.

O
do

O o o Total moz
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Julho
» 881, 03 > •5
-«! ° o 1O3 W .o
CO •°
iz; PI <_> >

Sciencias
7

Physi-|Obr.

e
00
cas Naturaes Vol.
7

004
ScienciOs SociOcs Obr. 15
339
119

74

e
0067

s
Politicas Morar Vol. 13
0057

j||
35
0049

3355
0069

16 34 150
Ro-


Ficções: |Obr. 30 29 25 15 62 29 47 21 32 328

p
CM
mances0 Contos, ubt4|Vol. 38 38 40 21 96 50 65 33 58 484
Dramas, Comi-
(Obr. 17
cias, etc. VerS0|Vol. 22

e
Historia
001

Geo- Obr.

1
12
Vol.

|
graphia 10 34
85

.
.
Mathematica I9br
Vol.
163700

1
330011
220011

164
0046892200002
0033ó70011003

2200009
002
3311119
3

19 10 15
Diversos
oooooooooooooo

assumptos
00468922000035

00280058

11000036
11470057

14 11 21
3

JÇ^- 12 10 26 14 30

.
.
.
Total. 526 864
487

Orçamentos das provindas do Brazil para 1827

Provincia do Rio de Janeiro . 4.000:365$760


Espirito Santo 50 439$237
Bahia 1.598:I43$688
Sergipe 25:747$278
Alagoas 100:329$955
Pernambuco 1.242:700$958
Parahyba 72:900$368
Rio Grande do Norte . . . 29:552$9 8
Ceará 81:249$776
Piauhy 53:6075440
Maranhão 742:8035937
Pará 275:110$170
Santa Catharina 29:203$941
Rio Grande do Sul . . . . 496:491$346
Cisplatina 417:742$075
S. Paulo 197:8505430
Minas Geraes 314:085$401
Goyaz 25:532$791
Matto Grosso 75:903$562
с
da Roceita do no anno de 1850
Orçamonto provincial municipal Imporio

RECEI20

TO20L

Provincial Municipal

Municipio do Rio de 482:660$O0O 482:6648000


Janeiro

Rio de Janeiro 1.845:676$000 261:129S381 2.106:805$091

Bahia 980:1768178 ST.№$5W' 1.067:7823790

Pemambuco ....... 895:7833999 115:5115012 1.011:2053011

S.
Pedro 687:164$000 101:891$1C0 789:0553100

Maranhäo 319:4655000 50:537$8S1 370:0028881

S.
Paulo 105:791$814 653:5993914
547:8083100]
Minas Oeraes 598:523$330 687:4493123
88:925$79o|

Para 670:000$000l 107:2178676 777:2173676


Alagoas 331:4Q7$000l 15:0708040' 346:5678046


Ceará 195:804$000; 28:736$39l 224:540$374

Parahyfca .... 150:000$000; 100:521$000


10:521$000|

8
246:049$! 43 20:271 $01 275:3203161
Sergipe

Ooyaz 54:639S983 4:560$463


j 59:260$446

.
.
Matto Grosso . 43:9925913 9:170$745; 53:163$658

.
.
Santo . 67: 120$ 160 7:971 $000 75:091 Sil 60
Espirito

Rio Grande do Norte 75:7885000 5:0C9$447 80:857$447

177:581$! 16 15:772$298í 193:353$414


Piauhy

*.
Santa Catharina 171:054$000 25:86 1$000: 196:915$000

'
.

.
.

.
Amazonas 41:055$000 9:165$000| 50:220$000

Paraná 220:792$000 34:404$6S5 264:196$085

8.320:020$925 1.602:848$207 9.931:878$222


490 A PARAHYBA

Quadro da receita geral do Imperio no exer


cício de 1885 a 1886 com a especificação dcs
quotas com que as provinciaV para
ella concorreram

TOTAL

Côrtc 66.730:208$025
Rio de Janeiro 1.314:673$523
Espirito Santo 306:382$994
Bahia 10.995:433$203
Sergipe' 394:060$384
Alagoas 993:3761262

....
Pernambuco 10.103:552$252
Paranyba 400:871$180
Rio Grande do Norte 181:826$885
Ceará 1.744:056$093
Maranhão 2.244:332$055
Pará 9.021:053$340
Amazonas 953:346$197
S. Paulo 9.653:9 12$693
Paraná 553:796$600
Santa Catharina 791:031$122
Rio Grande do Sul 7.501:337$757
Minas 1.821:493$421
Goyaz 64:4713006
Matto Grosso 396:377$477
Piauhy 272:640$259
Londres 438:857$581
Com a importancia de
3.426:308$059 de depositos,
que não está especificada dá
o total 130.309:4043730
Quadro da despeza geral do Imperio no exer
cício de 1885 a 1886 realisada pelos diversos
ministerios nas provincias.

TOTAL

Corte 82.476:052$084
Rio de Janeiro . . . 488:329$567

Bahia
Sergipe
......
Espirito Santo . . . 467:312$435
6.816:756$863
565:743$075

Alagoas
Pernambuco
Parahyba
....
....
852:209$504
7.940:754$ 120
€27:590$906
Rio Grande do Norte 439:739$909
Ceará 1.644:284$866
Piauhy 568:893$379
Maranhão 1.673:693$260
Pará 2.419:562$595
Amazonas 605:678$323
S. Paulo 2.789:083$828
Paraná 879:324$094
Santa Catharina. . .
746:974$306
S. Pedro 8.117:461$316
Minas 2.021:426$013
Ooyaz 776:249$511
Matto Grosso . . .
1.624:385$999
Londres

....
29.083:588$026

Total 153.623:099$205
8
Resumo da divida activa do até 31 de Dezembro de ICC
Imperio

E
MUNICIPIO DA CORTE PRO9INCIAS 1850_887 TO20L

e
.
.

.
.
Rio de Janeiro Neutro 244:222$082 7.672:994$615 7.917:216$Ó97
Municipio

Espirito Santo 4:954$S52 166:653$944 171:608$796

Bahia 148:440$456 5.360:210$870 5.508:651 $326

Sergipe 30:878$598 30:878$598

Alagôas 207:540$620 207:540$620

Pernambuco 365:608$882 2.71 8:5 12S585 3.1 14:1 21 $467

.
.
. 23:729$520 72:573$770 [90:303$290
ParahybaJ

Rio Grande do Norte 177$372 58:220S268 58:406$640

Ceará 35:581 $661 94:871 $8 13 130:903$474

2:986$842 31:015$423 34:002$265


Piauhy

.
Maranháo 37:920$525 101:474$ 142 136:304$667

.

-ft
200:051

i
i
$960 309:310$013

гзга 9- 0- i1-'"9» -». ."»'i 49:258$053


.
.
Amazonas 43:302$422
43:3023422га

.
.

S.
Paulo 562:248$14Q' 565:891 $683
3:643$534|

.
.
.
Paraná. 63:2083032 63:208$032

Santa Catharina 731S140 133:3853422: 134:1163562

.
.
.

S.
Pedro 241:4663618 1.816:2903156
1.574:778$538J

.
Minas Oeraes 735:233$570 1.023:0093575' 1.758:2433190

.
Goyaz. 19:075$241 89:410S73S! 108:485$979

.
Malto Grosso 165:8773724
j
8:720$663 157:148$061

1.951:7603011; 20:451:5883551, 22:403:3483562


494 A PARAHYBA

Ronda da estrada Conde d'Ea de 1883 a 1888

ANNO8 RECEITA DE8PEZA

1883 90:675$690 45:215$263


1884! 148:056$920 179:602$ 180
1885 10Õ:302$670 262:062$653
1886 11 7.076$ 120 270:060$119
1887 190:932$757 285:628$217
1888 172:401 $941 258:666$231

A garantia de juro desta estrada pesou sobre a

Nação na importancia de 2.880:096$435 comprehen-


dendo todo o serviço, juros, differença de cambio
commissões, etc., desde 1880 a 1887.
o
a
Estradas quo gozavam do garantia do juro importancia paga pola Naçâo até 1887

.
.
.

a
De Natal Nova Cruz 121 5.496:0525514 3.432:273$707

Conde d'Eu 121 6.000:000$000 2.880:0965435


e

a
5

De Recife Palmares .... 125 16.666:6665667' 20.280:0255313

a
De Recife Limoeiro .... 141 5.388:888$889 3.020:8715058

.
.

a
.
De Maceió Imperatriz 88 4.553:000$000 1.903:740$716

.
.
.

a
Da Bahia 123 16.000:000$000 34.534:7865946
Alagoinhas

e
% % % % % % %

Ramal de Timbó 9 2.650:0005000 370:9855921


Alagoinhas
O/
Central da Bahia 254 13.000:000$000 /O 7.784:570$836
%

283 6.000:000$000 1.780:5425020


Carangola
o/

.
.
1
7 7 7 7 7 7 6 7 7 7

S.
a
De Paulo Cachoeira 232 10.663:000$000 /o 6.502:548$434
a
De Santos 130

(*)
%
jiindialiy 23.555:5555355 6.607:4275464


6
e

.
. 183 7.000:000$000 700:6585003
Mogyana.

Bragantina 52 2.320:000$000

a
De Coritiba 111 11.492:042$707 6.428:7015922
Paranaguá

Tliereza 88ristina 116 5.609:2585020 2.717:382$702

a
.
.
.
.
Do Rio Grande do Sul 283 13.521:453$322 6.201:8125350
Bagé

a
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Minas Rio 1ro 15.193:2535085 6.972:7605607

Restituiu.

(*)
QUADRO DO ELEITORADO DO ESTADO
MUNICÍPIOS ELEITORE8

Capital . . .' 1.432


Itabayanna 720
Alagôa-Grande 809
Guarabira 788
Mamanguape. 643
Areia 818
Bananeiras 731
Santa Rita 372
Pedras de Fôgo 379
Piter 693
Ingá 437
Serraria 492
Espirito-Santo 584
Alagôa-Nova 702
Araruna 443
Campina-Grande. . . . 2.048
Umbuzeiro; 510
São João do Cariry . . 839
Taperoá 605
Cabaceiras 306
Alagôa do Monteiro . . 945
Teixeira 266
Picuhy 638
Soledade 434
Patos 570
Santa Luzia do Sabugy . 473
Piancó 757
Princeza 525
Conceição 416
Misericordia 642
Souza 994
São João do Rio do Peixe. 525
Catolé do Rocha. . . . 860
Brejo do Cruz 577
Pombal 716
Cajaseiras 654
São José de Piranhas. . . 513
Cabedello . 56
Somma 24.910
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OBSERVAÇÃO

Este trabalho fci organisado para constituir um só livro.


Verificando-se, entretanto, no momento de ser encadernado, que
se tornaria assim de excessiva prejudicando o serviço de
grossura,
encadernação, alem de ser inconveniente aos leitores, resolvi divi-
dil-o em dois volumes.
Foi esta a causa de seguir a mesma numeração, figurando
no final do segundo e ultimo volume, o indice geral das materias
comprehendidas em ambos.

O AUCTOR.

FIM DO l.o VOLUME


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