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Altern econémicos), no que se refere A supressio ocorrida a partir da aludida data (direito intertemporal). Trabalho doméstico Assim como ocorre no trabalho urbano, no trabalho doméstico (regido por lei especial), entre duas jornadas de trabalho deve haver periodo minimo de 11 horas consecutivas para descanso (LC n. 150/2015, art. 15) 7.4. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO (DSR) ‘Todo empregado tem direito a um descanso (também denomina- do repouso) semanal, sem prejuizo a sua remuneragao, de 24 (vinte € quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos e, nos limites das exigéncias técnicas das empresas, nos feriados civis e reli- giosos, de acordo com a tradicao local (CF, art. 72, XV, c/c a Lei n. 605/49, art. 12). Serdo consideradas exigéncias técnicas as que, pelas suas condicdes peculiares, ou em razio do interesse publico, tornem indispensdvel a continuidade do servigo (Lei n. 605/49, art. 5°, paragrafo tinico). No momento da concessio do DSR dever-se-4 observar um inter- valo minimo de 35 (trinta e cinco) horas consecutivas (resultado da soma das 11 horas interjornada com as 24 horas de descanso semanal remunerado). No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuizo do intervalo minimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, implicam no pa- gamento, com natureza indenizatoria, do perfodo suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remunera¢ao da hora normal de trabalho (inteligéncia da Simula 110 do TST, em consonancia com 0 novo art. 71, § 42 da CLT, com redacao dada pela Lei n. 13.467/2017). Nos servigos que exijam trabalho aos domingos, com excecao dos elencos teatrais, serd estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro, sujeito a fiscalizacao (CLT, art. 67, paragrafo tnico), a fim de que, em um periodo maximo de 7 (sete) semanas, cada empregado usufrua pelo menos de 1 (um) domingo de folga (Portaria MTE n. 417/66, art. 22, b). No comércio em geral, 104 Digitalizado com CamScanner Direito do Trabalho observada a legisla¢io municipal, o DSR dever coincidir com 0 do- mingo ao menos uma vez no intervalo maximo de 3 (trés) semanas, respeitadas as demais normas de prote¢ao ao trabalho e outras a serem estipuladas em negociagio coletiva (Lei n. 10.101/2000, art. 6%, pa- ragrafo unico, com reda¢io dada pela Lei n. 11.603/2007). Embora regido por lei especial, também é devido ao empregado doméstico descanso semanal remunerado de, no minimo, 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, além de descanso remunerado em feriados (LC n. 150/2015, art. 16). Importante salientar que, conforme orientagio jurisprudencial do TST, o DSR deve ser concedido ao trabalhador em um interregno ma- ximo de 7 dias (sistema hebdomadario): “Viola o art. 72, XV, da CF a concessdo de repouso semanal remu- nerado ap6s © sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro” (OJ 410, SBDI-1, do TST). A remuneracgio do descanso semanal corresponderé (Lei n. 605/49, art. 72): a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou més, a de um dia de servico, computadas as horas extraordinirias habitualmente prestadas (divisio por 1, 7, 15 ou 30, repectivamente); b) para os que trabalham por hora, a de sua jornada normal de traba~ Iho, computadas as horas extraordindrias habitualmente prestadas (apurando-se a média quando o trabalho nao for realizado em todos os dias uteis); ©) para os que trabalham por tarefa ou pega, 0 equivalente ao saldrio correspondente as tarefas ou pecas feitas durante a semana, no hordrio normal de trabalho, dividido pelos dias de servico efetiva- mente prestado ao empregador no periodo. Computam-se no calculo do repouso semanal remunerado as ho- ras extras habitualmente prestadas (Stimula 172 do TST). No vinculo doméstico (regido por lei especial), o salario-dia nor- mal, em caso de empregado mensalista, serd obtido dividindo-se 0 salério mensal por 30, base para pagamento do repouso semanal re- munerado e dos feriados trabalhados (LC n. 150, art. 22, § 3°). Nao mais prevalece no TST o entendimento consubstanciado na OJ 394, SBDI-1, do TST, no sentido de que a majoracao do valor do 105 Digitalizado com CamScanner repouso semanal remunerado, em razdo da integrac3o das horas ex- tras habitualmente prestadas, nao repercute no calculo das férias, da gratificagio natalina, do aviso prévio e do FGTS (TST-IRR- 10169-57.2013.5.05.0024). Diante de tal fato, as horas extras habi- tuais refletirio no pagamento do DSR e, com este, no pagamento das citadas verbas trabalhistas. Consideram-se j4 remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista. No caso do horista, receberé 0 valor corres- pondente ao DSR de forma destacada em sua folha de pagamento. devida a remuneracao do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista (Simula 27 do TST). Nao sera devida a remuneragao quando, sem motivo justificado, o empregado nao tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cum- prindo integralmente o seu hordrio de trabalho (Lei n. 605/49, art. 62). Melhor esclarecendo, o empregado que se atrasou, registrou au- séncia injustificada ou sofreu puni¢’o disciplinar ndo perde o direito ao descanso, mas tio somente 4 remuneracao do respectivo dia (nao trabalha e nao recebe). Remuneracao do descanso semanal = assiduidade + pontualidade Auséncias justificadas So consideradas auséncias justificadas (Lei n. 605/49, c/c CLT, art. 473 a) o no comparecimento do empregado consentido pelo emprega- dor (sem o correspondente desconto no salario); b) até dois dias consecutivos, em caso de falecimento do cénjuge, ascendente, descendente, irmo ou pessoa que viva sob dependén- cia econémica — chamado periodo de nojo (a CLT nfo contempla nenhum outro parente ou pessoa com afinidade amorosa, como noivo ou namorado); ©) até trés dias consecutivos, em virtude de casamento — chamado periodo de gala (normalmente os casais acabam estendendo a lua de mel emendando um periodo de férias); d) por um dia, em cada doze meses de trabalho, no caso de doagdo voluntéria de sangue, devidamente comprovada; 106 Digitalizado com CamScanner e) até dois dias, consecutivos ou nao, para o fim de se alistar eleitor; f) no perfodo de tempo em que tiver de cumprir exigéncias do ser- vico militar (apresenta¢ao anual do reservista); g) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino su- perior; hh) pelo tempo necessdrio, quando tiver que comparecer em juizo (inclusive na fungio de jurado), ou na qualidade de representante de entidade sindical, se estiver participando de reuniao oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro; i) pelo dobro de dias de convocagio para compor mesas receptoras ou juntas eleitorais (Lei n. 9.504/97, art. 98); j) motivada por doenga do trabalhador, devidamente comprovada mediante atestado de médico da empresa, ou por ela designado — convénio (Stimula 282 doTST). Na falta deste, sucessivamente, por médico de institui¢do de previdéncia social; de servico de reparti- ao federal, estadual ou municipal; de sindicato ou de livre escolha. Vale ressaltar que, no caso dos professores, os perfodos de gala ¢ de nojo serio de nove dias cada. i. FERIADOS ‘Sao considerados feriados civis (Lei n. 9.093/95 e Lei n. 662/49 € suas alteragées): a) os declarados em lei federal, tais como: 12 de janeiro (Dia da Paz Mundial), 21 de abril (Tiradentes), 12 de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independéncia do Brasil), 2 de novembro (Fina- dos), 15 de novembro (Proclamagio da Reptiblica) e 25 de de- zembro (Natal); b) a data magna do Estado, fixada em lei estadual; ¢) 0s dias de inicio e fim do ano de centendrio dos Municipios, fixa- dos em lei municipal. Sao feriados religiosos: os dias de guarda, declarados em lei mu- nicipal, de acordo com a tradi¢io local e em mimero nio superior a quatro, inchuida sempre a Sexta-feira da Paixdo e o dia 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida — padroeira do Brasil). Normalmente, tam- bém o dia da fundagao ou da padroeira do Municipio e o de Corpus 107 Digitalizado com CamScanner Christi). Nao havendo negociacio coletiva, lei local ou liberalidade do empregador em sentido contrario, o carnaval (bem como a véspera € a quarta-feira de cinzas) sera considerado dia normal de trabalho. Os chamados pontos facultativos, decretados pela Unido, Estados, Distrito Federal e Municipios, nio vinculario a iniciativa privada, sen- do permitida a regular prestacio do trabalho. Nas atividades em que nio for possivel, em virtude das exigéncias técnicas das empresas, a suspensio do trabalho, nos dias feriados civis € religiosos, a remuneracio serd paga em dobro, s11s0) S60 cmprega dor determinar outro dia de tolga (Lei n. 605/49, art. 92) semanal ¢ do dia (Dec. n Nio serio acumuladay as remune feriado civil ow religioso que recair 27.048/49, art. 11, § 3°) £ permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em convenga de trabalho ¢ observada a legislacio municipal (Let n. 10.101/2000, art. 62-A, com redacao dada pela Lei n. 11.603/2007). Nao sendo regularmente au- torizado, o estabelecimento poder sofrer multa. Trabalho realizado no DSR e feriados Constitui regra valida, tanto para o empregado urbano, como para o rural, com excecio aqueles submetidos ao sistema 12x36 (4 luz do que dispde o art. 59-A, § 12, da CLT, introduzido pela Lei n. 13.467/2017, com redagio dada pela MP n. 808/2017): ‘O trabalho prestado em domingos ¢ feria deve ser pago em dobro, sem prejuizo da rer repouso semanal” (Simula 146 doTST). No mesmo sentido (inclusive no que se refere ao sistema 12x36), 0 trabalho do empregado doméstico nio compensado, prestado pelo em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuizo da remuneracio relativa ao repouso semanal (LC n. 150, art. 2°, § 8°) Quadro sinético - Duracao do trabalho 1. Jomada de Duragdo de ‘trabalho e médulo ‘Tempo de servi efetivo. Digitalizado com CamScanner

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