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PROCESSO DO TRABALHO

01) RELAÇÃO PROCESSUAL TRÍPLICE? (AUTOR, RÉU E ESTADO JUIZ)


A relação processual tríplice no processo do trabalho é uma dinâmica que envolve três partes
fundamentais: o autor, o réu e o Estado-Juiz. Essa relação é estabelecida a partir da instauração
de um processo trabalhista, que visa resolver conflitos entre empregados e empregadores, de
acordo com a legislação trabalhista vigente. A seguir, apresentamos um resumo sucinto das três
partes envolvidas:

Autor: Também chamado de reclamante, é a parte que apresenta a ação trabalhista, geralmente
um empregado ou ex-empregado, buscando a tutela de seus direitos trabalhistas. O autor pode
ser uma pessoa física ou jurídica e é responsável por apresentar os fatos e as provas que
embasam suas reivindicações.

Réu: Conhecido como reclamado, é a parte contra a qual a ação é proposta, geralmente o
empregador. O réu pode ser uma pessoa física ou jurídica, e tem a responsabilidade de
apresentar defesa contra as alegações do autor, podendo, também, contestar os fatos e
apresentar provas em seu favor.

Estado-Juiz: Representa o poder judiciário no processo e tem a função de conduzir o processo


de acordo com as normas legais e a imparcialidade, garantindo o devido processo legal. O
Estado-Juiz analisa as provas e argumentos apresentados pelas partes, realizando audiências, e,
ao final do processo, profere uma sentença que julga o mérito da causa, definindo o direito
aplicável e solucionando o conflito.

Dessa forma, a relação processual tríplice no processo do trabalho é a interação entre essas três
partes, que atuam em conjunto para solucionar conflitos trabalhistas de acordo com a legislação
vigente.

02) PARTES E PROCURADORES

a) CONCEITO: Quem é parte no processo?

No Processo Trabalhista, chama-se o autor de reclamante e o réu de reclamado,


conforme disposto no art. 651 da CLT. As partes, de forma geral, são aquelas que
demandam em juízo, seja colocando à luz do judiciário uma pretensão, seja
respondendo à pretensão de outra; é aquela que litiga perante o juízo trabalhista. A
regulação para o estudo do direito das partes encontra-se prevista nos arts. 791 e 793
da CLT.

- EXEMPLO: Art. 793-C e Art. 793-D, parágrafo único, ambos da CLT

Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar


multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor
corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com
os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)
§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram
para lesar a parte contrária. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até
duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha que
intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da
causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

b) DENOMINAÇÃO:

- Reclamante x Reclamado

→ Exceções:
- Dissídio coletivo: Suscitante / Suscitado
- M. Segurança e H. Corpus: Impetrante / Impetrado
- Inquérito para apuração de falta grave: Requerente / Requerido
- Recursos: Recorrente / Recorrido
- Execução: Exequente /Executado.
- Exceção de incompetência/suspeição/impedimento: Excipiente / Excepto
- Reconvenção: Reconvinte / Reconvindo

c) CAPACIDADE DE PARTE ≠ CAPACIDADE PROCESSUAL ≠ CAPACIDADE


POSTULATÓRIA

- CAPACIDADE DE PARTE:

→ Se for pessoa física (art. 2º CC)


Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

→ Se for pessoa jurídica (art. 45 CC)


Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.

→ Exceção - Entes despersonalizados


Conforme já assinalado, os entes despersonalizados são aqueles aos quais o direito
atribui uma certa gama de direitos e deveres, apesar de não conferir-lhes expressamente
a personalidade e a condição de pessoa jurídica.

- CAPACIDADE PROCESSUAL (art. 70 CPC/2015) - ou Capacidade Civil

Art. 70 do Novo CPC


Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar
em juízo.

Art. 70, caput, do Novo CPC


O art. 70 do Novo CPC define, então, o que seria a capacidade processual para o Direito
brasileiro: estar no exercício de seus direitos. No entanto, como se observará nos artigos
seguintes, há situações em que o exercício dos direitos são restritos, ao menos diretamente, pela
pessoa. Isto não significa que os direitos da parte serão prejudicados, mas que ela não poderá
atuar por si na lide. Ademais, é importante destacar que a definição se refere à capacidade
processual. Ou seja, é possível que uma pessoa civilmente capaz não o seja processualmente,
porquanto não esteja apta a exercer seus direitos, como nos casos de réu preso revel.
O art. 70 do CPC/2015 retoma, desse modo, a redação do art. 7º do CPC/1973.

→ Capacidade civil plena no processo do trabalho (art. 792 CLT): No processo do trabalho, a
capacidade civil plena é necessária para ser parte em uma ação trabalhista.

→ Então os incapazes não podem ser parte no processo?

Incapazes podem ser parte no processo, mas devem estar devidamente representados ou
assistidos.
• Atuação do menor na Justiça do Trabalho (art. 793 CLT):
→ Representação X Assistência: Menores de 18 anos devem ser representados por seus pais ou
responsáveis legais, enquanto os maiores de 16 anos e menores de 18 anos podem ser
assistidos.
→ Quem é o representante legal na Justiça do Trabalho? (art. 72 CPC/2015): Pais ou
responsáveis legais.
→ Menor emancipado adquire capacidade processual? Sim, adquire capacidade processual
plena.

• Pessoa jurídica → preposto → precisa ser empregado? (CLT, 843, § 1º / CLT, 843, § 3º ou
Súmula 377 TST): Não é obrigatório que o preposto seja empregado, conforme Súmula 377 TST.

CAPACIDADE POSTULATÓRIA:
→ Jus Postulandi (art. 791, CLT, cc. 839, a CLT): permite que as partes atuem pessoalmente em
juízo, sem necessidade de advogado.
→ E o art. 133 da CF/88? → ADI 1.127 (STF): a decisão do STF garante a constitucionalidade do
jus postulandi.
→ Quem pode exercer o jus postulandi? Empregados e empregadores.
→ Relações de trabalho, não de emprego, podem? Sim, desde que estejam dentro da
competência da Justiça do Trabalho.
→ Há limitação quanto ao valor da causa? Não.
→ Em qualquer grau de jurisdição? (Súmula 425 TST): Limitado às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não sendo aplicável ao TST.
→ Exceção: Habeas Corpus.
d) MANDATO NA JUSTIÇA DO TRABALHO:

Conceito: designação de um advogado para representar e defender os interesses de uma parte


no processo.
Mandato Expresso x Mandato Tácito (súmula 383, I TST e OJ 286 SDI-1 TST): O mandato
expresso é formalizado por procuração, enquanto o mandato tácito é presumido pela prática de
atos processuais.
→ Procuração apud acta: é a procuração lavrada nos autos do processo.
→ CUIDADO: Poderes Gerais ≠ Poderes Especiais (OJ 200 SBDI-1 TST): Poderes gerais não
incluem atos que importem disposição de direitos.
→ SÚMULA 383 TST: Juntada de procuração em fase recursal.

e) ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA (Art. 14, Lei 5.584/70):

Assistência judiciária X Justiça gratuita: A assistência judiciária é a representação por advogado,


enquanto a justiça gratuita abrange a isenção de custas processuais e outros encargos.

Assistência Judiciária na Justiça do Trabalho: A assistência judiciária é prevista no art. 14 da Lei


5.584/70.

Só empregados? Não, a assistência judiciária pode ser concedida a empregados e


empregadores, desde que preencham os requisitos legais.

Só empregado sindicalizado? Não, a assistência judiciária pode ser concedida


independentemente da filiação sindical (Art. 18 da Lei 5.584/70).

Quem faz jus? MUDANÇA COM A REFORMA:


• Como era antes da reforma (Art. 14, § 1º da Lei 5.584/70): ≤ 2 Salários Mínimos.
• Como ficou com a reforma (790, § 3º na CLT): ≤ 40% do teto do Regime Geral de Previdência
Social.

Tem que comprovar?


• Como era? A comprovação era necessária, mas a presunção era relativa.
• Como ficou? (Art. 790, §4º da CLT): A comprovação é dispensada quando a parte declarar que
não possui condições de arcar com as custas, sob pena de pagamento do décuplo.

Benefícios (790, § 3º CLT): A concessão da assistência judiciária gratuita inclui isenção das
custas processuais, honorários periciais e honorários advocatícios, entre outros.

ATENÇÃO: ALTERAÇÕES IMPOSTAS PELA REFORMA TRABALHISTA

→ ATENÇÃO 1 - Depósito recursal?


 Antes da reforma: Ninguém era isento.
 Depois da reforma (Lei 13.467/2017 – CLT / Art. 899, § 10º CLT)
– Tornaram-se isentos: a) beneficiárias da Justiça Gratuita; b) as
entidades filantrópicas; c) empresas em recuperação judicial.

→ ATENÇÃO 2: Com a reforma, mesmo quem não tem o benefício da


gratuidade processual deferido, terá desconto de 50% no depósito recursal, se
for: a) entidade sem fins lucrativos; b) empregadores domésticos; c)
microempreendedores individuais; d) microempresas; e) empresas de pequeno
porte.

→ ATENÇÃO 3: Responsabilidade pelo pagamento dos Honorários


Periciais (790-B da CLT): Previsto pela lei inclusive beneficiário da Justiça
Gratuita!
- ADI 5766 – Em 2021 o STF declarou inconstitucional o
dispositivo.

→ ATENÇÃO 4: Honorários de Sucumbência (791-A CLT):


 Como era? (Súmulas 219 e 329 TST) – Entre e 5% e 15%,
para sindicatos. (Atenção: súmulas formalmente ainda
mantidas).

 Como ficou (791-A, § 4º da CLT) – Entre 5% e 15% em


todos os processos.

 Inclusive contra beneficiário da Justiça Gratuita?


Segundo o Art. 791-A, § 4º da CLT, sim.

- ADI 5766 – Em 2021 o STF declarou inconstitucional


o dispositivo.

→ ATENÇÃO 5: Ausência do Reclamante à audiência inicial (art.


844, § 1º CLT)
 Exigência de recolhimento das custas (Art. 844, § 3º
CLT)
 E o beneficiário da Justiça Gratuita, também deve
recolher?
 ADI 5766 manteve a constitucionalidade da cobrança.

f) SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL:

Legitimidade Ordinária x Legitimidade Extraordinária (art. 18 do CPC): A legitimidade ordinária


ocorre quando a parte atua em nome próprio defendendo seus próprios interesses, enquanto a
legitimidade extraordinária ocorre quando alguém atua em nome alheio, defendendo interesses
de terceiros.

Quando cabe na Justiça do Trabalho?


• Sindicatos (art. 8º, III CF): Os sindicatos têm legitimidade para atuar como substitutos
processuais de seus representados.
• MPT: O Ministério Público do Trabalho também pode atuar como substituto processual em
algumas situações.

Limitações do substituto: O substituto processual está limitado à defesa dos interesses coletivos e
individuais homogêneos dos representados e não pode atuar em interesses individuais
exclusivos.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO (Art. 128 CF):


• PRINCIPAL FORMA DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO PROCESSO DO
TRABALHO:

→ 1º) Atuação judicial como parte → ver art. 83 LC 75/93 e art. 83, inc. I, III, IV, V e VI, VIII e X)
Hipóteses:

Propositura de Ação Civil Pública: O MPT pode propor ações civis públicas para defender
interesses coletivos e difusos.
Propositura de reclamação trabalhista: menor não representado (Art. 793 CLT): O MPT pode
propor reclamação trabalhista em favor de menores não representados.
MP Réu? O MPT pode figurar como réu em ações trabalhistas apenas em situações excepcionais
e específicas.
→ 2º) Atuação judicial como órgão interveniente (art. 83, inc. II, VI, VII, IX, XII e XIII) - Fiscal da lei
Hipóteses:

Nos TRTs e no TST: O MPT atua como fiscal da lei nos Tribunais Regionais do Trabalho e no
Tribunal Superior do Trabalho.
Nas varas do trabalho (art. 83, inc. II): O MPT também pode atuar como fiscal da lei nas Varas do
Trabalho, zelando pelo cumprimento das normas trabalhistas e pela proteção dos interesses
coletivos e difusos.

CUIDADO:

Menor representado: O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem legitimidade para propor
reclamação trabalhista em favor de menores não representados (Art. 793 CLT).

OJ 237 SDI-I TST – O MPT não tem legitimidade para recorrer nos processos em que não é
parte, se a matéria for direito patrimonial privado.

SÚMULA 407 TST – O MPT pode propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte no
processo.

→3º) Atuação extrajudicial: O MPT também atua na esfera administrativa, instaurando e


conduzindo procedimentos administrativos de fiscalização.

Hipóteses:
a) Inquérito civil e outros procedimentos administrativos: O MPT pode instaurar inquéritos
civis e outros procedimentos administrativos para investigar denúncias de violação aos
direitos trabalhistas e tomar providências cabíveis.

b) TAC (Termo de Ajustamento de Conduta): O MPT pode celebrar Termos de Ajustamento


de Conduta (TAC) com empregadores, a fim de garantir a regularização das condutas e a
observância da legislação trabalhista. O TAC é um acordo extrajudicial que estabelece
obrigações a serem cumpridas pelo empregador, evitando a propositura de ações judiciais.

DISSÍDIO INDIVIDUAL - PROCEDIMENTO COMUM (RITO ORDINÁRIO):

Postulação do Autor: Petição inicial (840 CLT)

A petição inicial trabalhista é o documento que dá início a uma ação trabalhista, apresentando ao
juiz as demandas e pretensões do autor. De acordo com o artigo 840 da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), a petição inicial pode ser apresentada de forma verbal ou escrita.

 Petição inicial trabalhista - Verbal ou escrita (art. 840 CLT):

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das
partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos
sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

→ Reclamação verbal (art. 786 CLT)

Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo. Parágrafo único -
Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena
estabelecida no Art. 731.

A reclamação trabalhista verbal é permitida pela CLT, de modo a facilitar o acesso à justiça para
aqueles que não têm condições de apresentar uma petição escrita. Nesse caso, o reclamante
deve comparecer perante o órgão competente e expor verbalmente suas demandas. Em seguida,
o servidor responsável redige um resumo das alegações, que deve ser assinado pelo reclamante.

→ E se o Reclamante não comparece para assinatura da RT?

Caso o reclamante não compareça para assinar a reclamação trabalhista, ele estará sujeito à
perempção provisória.

 Ausência injustificada = Perempção provisória

A perempção provisória ocorre quando o reclamante não comparece injustificadamente para dar
prosseguimento à ação trabalhista. Essa situação pode levar à extinção do processo sem
resolução do mérito.

PEREMPÇÃO PROVISÓRIA:

Conceito:

A perempção provisória é uma penalidade imposta ao reclamante que não comparece


injustificadamente à audiência, resultando na extinção do processo sem resolução do mérito.
Essa medida tem como objetivo proteger a parte reclamada contra demandas infundadas e
garantir a eficiência e celeridade do processo.

Hipóteses:

A perempção provisória pode ocorrer nas seguintes situações:

1. Quando o reclamante não comparece à audiência sem justificativa;


2. Quando o reclamante não apresenta os documentos necessários para a instrução do
processo;
3. Quando o reclamante não realiza os atos processuais exigidos em tempo hábil.

Em qualquer uma dessas hipóteses, o juiz pode extinguir o processo sem resolução do mérito e
aplicar a perempção provisória. É importante ressaltar que essa medida é temporária e pode ser
revertida caso o reclamante apresente justificativa válida para sua ausência ou retome os atos
processuais exigidos.

I) Falta de assinatura da RT Verbal (art. 786, § único c/c art 731 CLT):
No processo trabalhista brasileiro, a Reclamação Trabalhista (RT) verbal é um mecanismo que
permite ao trabalhador apresentar suas demandas de forma oral perante a Justiça do Trabalho.
Conforme o art. 786 da CLT, a RT verbal deve ser reduzida a termo e assinada pelo reclamante
ou seu representante legal. A falta de assinatura pode gerar nulidade do ato processual, conforme
o art. 731 da CLT.

II) 02 ausências consecutivas à audiência trabalhista (Art. 732 CLT):


O art. 732 da CLT estabelece que, caso o reclamante falte a duas audiências consecutivas,
ocorre a perempção do direito de ação, ou seja, o reclamante perde o direito de propor a ação
novamente pelo prazo de 6 meses.

→ Recolhimento de custas por arquivamento (Art. 844, § 2º e 3º CLT):


Caso o reclamante não compareça à audiência, o processo será arquivado, e o reclamante
deverá recolher as custas processuais para propor nova ação, conforme o art. 844, §§ 2º e 3º da
CLT.

– E a ADIN 5766 / STF?


A ADIN 5766 foi julgada pelo STF, que declarou a inconstitucionalidade do art. 844, § 2º da CLT,
que exigia o pagamento de custas processuais para o ajuizamento de nova ação trabalhista após
arquivamento por ausência do reclamante.

→ A Inconstitucionalidade da Perempção Provisória? Artigo 5º, XXXV CF x 731 e 732 da


CLT:
A perempção provisória prevista nos arts. 731 e 732 da CLT pode ser considerada
inconstitucional, pois contraria o princípio do acesso à justiça garantido pelo art. 5º, XXXV da
Constituição Federal.

ATENÇÃO:
perempção proc. civil ≠ Perempção proc. Trabalho
art. 486, § 3º cc. 485, III CPC/2015

REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Os requisitos da Petição Inicial trabalhista são estabelecidos no Art. 840, § 1º da CLT e incluem:

Endereçamento: identificação do juízo a quem se destina.


Qualificação do Reclamante/Reclamado: informações pessoais das partes envolvidas.
Exposição dos fatos: descrição dos fatos que geraram a demanda.
Pedido: especificação das reivindicações do reclamante.
Data: indicação da data de elaboração da petição.
Assinatura do peticionário: assinatura da parte autora ou seu advogado.

FUNDAMENTO JURÍDICO DO PEDIDO


Quanto ao fundamento jurídico do pedido, há duas correntes:
Primeira corrente (jus postulandi/iuria novit curia): entende que o fundamento jurídico não é
necessário, uma vez que o juiz tem o dever de aplicar o direito de acordo com os fatos
apresentados.
Segunda corrente (devido processo legal/da ampla defesa): defende a necessidade do
fundamento jurídico como parte do devido processo legal e garantia da ampla defesa.
Em relação aos requisitos do art. 319 do CPC/2015, a aplicação na esfera trabalhista é
controversa, mas em geral, os requisitos do CPC são aplicáveis de forma subsidiária ao processo
trabalhista, quando não houver disposição específica na CLT.

VALOR DA CAUSA
Quanto ao valor da causa, existem duas correntes:

Primeira corrente (Lei 5584/70): autoriza o juiz a fixar de ofício o valor da causa quando a petição
inicial for omissa.
Segunda corrente (definição do rito processual): defende a necessidade do valor da causa para
definir o rito processual adequado (ordinário ou sumaríssimo).

PROVAS
Especificação de provas: na Petição Inicial, o reclamante deve indicar as provas que pretende
produzir para comprovar suas alegações, como depoimentos de testemunhas, perícias, provas
documentais, entre outras.

Atenção: o pedido de citação do réu para defesa era requisito do antigo CPC, mas deixou de sê-
lo no CPC/2015.

'Caminho' trilhado pelo processo trabalhista:

1º) Distribuição (art. 838 CLT):

Quando houver apenas uma vara (art. 837 CLT): a distribuição é desnecessária, e o processo é
encaminhado diretamente à única vara.
Ciência da data da audiência (art. 841, § 2º CLT): as partes são informadas sobre a data da
audiência.
Atenção: juízo preliminar do juiz? O juiz pode analisar preliminarmente a petição inicial e verificar
se estão presentes os requisitos e pressupostos processuais.

2º) Notificação ao Reclamado (art. 841 CLT):

Expedição da notificação: deve ocorrer em até 48 horas após a distribuição.


Presunção do recebimento da notificação pela reclamada (Súmula 16 TST): considera-se
recebida a notificação quando entregue no endereço constante da inicial.
Prazo mínimo para a audiência (art. 841 CLT): a audiência deve ser designada com no mínimo 5
dias úteis de antecedência.
Litisconsórcio ativo (Art. 842 CLT): é permitido que mais de um reclamante ajuíze ação conjunta
contra um mesmo reclamado, desde que haja identidade de pedidos ou causa de pedir.
Prazo para defesa (Art. 847 CLT): o reclamado tem o prazo de 20 minutos, contados do término
da leitura da reclamatória na audiência, para apresentar sua defesa oral ou escrita.

RESPOSTA DA RECLAMADA

01) DEFESA ORAL (Art. 847 CLT): oral ou escrita.

02) MODALIDADES DE DEFESA DO RÉU (Art. 335 CPC/2015):

DEFESA ORAL (Art. 847 CLT): A defesa do réu no processo trabalhista pode ser feita tanto de
forma oral quanto escrita. Na audiência, o reclamado tem a oportunidade de apresentar sua
defesa oral, que deve ser realizada em até 20 minutos, conforme estabelecido pelo Art. 847 da
CLT.

MODALIDADES DE DEFESA DO RÉU (Art. 335 CPC/2015):

a) Exceção: A exceção é uma defesa processual na qual o réu argui a incompetência, a


suspeição ou o impedimento do juiz, ou ainda a existência de um fato que possa prejudicar o
regular andamento do processo. Essas questões devem ser suscitadas no prazo de defesa, ou
seja, no mesmo prazo da contestação.

b) Contestação: A contestação é a principal modalidade de defesa do réu no processo trabalhista.


Nela, o réu deve apresentar sua versão dos fatos, bem como argumentos e provas que
contrariem as alegações do autor. O prazo para apresentação da contestação no processo
trabalhista é de 5 dias úteis após a audiência (Art. 847 da CLT), ou conforme estabelecido pelo
juiz. No caso de processos que sigam o Código de Processo Civil (CPC), o prazo para
contestação é de 15 dias úteis, conforme o Art. 335 do CPC/2015.

c) Reconvenção: A reconvenção é uma modalidade de defesa na qual o réu apresenta um pedido


contraposto ao autor, visando a obter uma decisão judicial em seu favor. No processo trabalhista,
a reconvenção é admitida e deve ser apresentada no mesmo prazo da contestação. No entanto, é
importante destacar que a reconvenção no processo trabalhista só é cabível quando a causa de
pedir for conexa com a da ação principal. No caso de processos que sigam o CPC, a
reconvenção deve ser apresentada no mesmo prazo da contestação, conforme o Art. 343 do
CPC/2015.

CONTESTAÇÃO (art. 847 e 848 CLT c/c 336 CPC/2015):


A) Introdução: A contestação é a principal forma de defesa do réu no processo trabalhista, na qual
ele apresenta argumentos e provas que refutem as alegações do autor.

B) Formalidades (Art. 336 CPC/15):

Princípio da Impugnação Especificada: O réu deve impugnar especificadamente cada alegação


do autor, indicando os fundamentos legais e as provas que pretende produzir.

Princípio da Eventualidade: O réu deve alegar todas as defesas possíveis em sua contestação,
sob pena de preclusão.

C) Ausência de defesa = Revelia (art. 344 CPC/2015):

Efeitos da revelia:

Presunção da veracidade dos fatos: Os fatos alegados pelo autor são considerados verdadeiros
em relação ao réu revel.

Contagem dos prazos: Os prazos processuais correm normalmente para o réu revel.

→ Exceção: Notificação quanto à sentença (Art. 852 cc/ Art. 841, § 1º CLT): O réu revel será
notificado quanto à sentença.

D) Ausência do reclamado à audiência (art. 844 CLT):

→ A revelia não produzirá efeitos se (844, § 4º CLT) (Alterado pela Reforma Trabalhista/2017):

I) Um dos litisconsortes passivos contestar (844, § 4º, I CLT);


II) O litígio versar sobre direitos indisponíveis (844, § 4º, II CLT);
III) A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à
prova do ato (844, § 4º, III CLT);
IV) As alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos (844, § 4º, IV CLT);

→ Na ausência do reclamado, pode o advogado contestar? (Art. 844, § 5º CLT): Sim, desde que
comprovado o motivo justificável que tenha impedido o comparecimento do reclamado.

→ Preposto precisa ser empregado? (Art. 843, §1º e § 3º CLT X súmula 377 TST): A CLT prevê
que o preposto precisa ser empregado (Art. 843, § 1º), mas a Súmula 377 do TST admite que o
preposto não seja empregado quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.

E) Estrutura da contestação:

Defesa Processual (Preliminares): São as alegações que buscam apontar vícios processuais,
como, por exemplo, a incompetência absoluta, a litispendência ou a carência de ação.

Defesa Indireta de Mérito (Prejudiciais de mérito): São alegações que não discutem o mérito
propriamente dito, mas impedem a análise do mérito, como a prescrição, a decadência ou a coisa
julgada.

Defesa Direta de Mérito: São as alegações que buscam refutar as alegações do autor diretamente
no mérito, como a negativa do fato constitutivo do direito do autor ou a demonstração de fato
extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor.

DEFESA POR EXCEÇÃO:


→ Hipóteses de Exceção na JT (Art. 799 / 800 CLT):
a) Suspeição / Impedimento: Alegação de parcialidade ou impedimento do juiz para julgar o
processo.

b) Incompetência territorial: Alegação de que o juízo não possui competência territorial para julgar
o processo.

4.1) EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL

a) Procedimento:

Sistemática do CPC revogado (1973): A exceção era autônoma e tinha prazo específico para ser
apresentada.

Sistemática do CPC/2015 (Art. 64 CPC/2015): A exceção deve ser arguida na contestação, como
preliminar.

Reforma Trabalhista 2017: A exceção deve ser apresentada em até cinco dias a contar da
notificação da audiência (Art. 800 CLT).

→ Como ficou o Processo do Trabalho? A exceção de incompetência territorial deve ser


apresentada em até cinco dias a contar da notificação da audiência, conforme o art. 800 da CLT.

b) Relembrando - Critérios para fixação da competência territorial no Processo do Trabalho (art.


651 CLT): A competência territorial é fixada com base no local onde o empregado prestou
serviços ou no local da contratação. No caso de ações envolvendo várias prestações de serviços
em locais diferentes, a competência será do local onde o empregado tiver seu domicílio ou
daquele onde houver prestado serviços ao mesmo empregador.

c) Legitimidade para oferecimento? A legitimidade para oferecer a exceção de incompetência


territorial é do réu, ou seja, a parte que alega que o juízo não possui competência territorial para
julgar o processo.

d) Pode ser declarada de ofício? A incompetência territorial, em regra, não pode ser declarada de
ofício, uma vez que se trata de matéria relativa à competência relativa. No entanto, o artigo 795, §
1º da CLT, juntamente com o art. 337, § 5º do CPC/2015, permite que o juiz declare a
incompetência territorial de ofício quando a parte interessada não alegar a incompetência no
prazo legal.

→ E o artigo 795, § 1º da CLT? Este artigo permite que o juiz declare a incompetência territorial
de ofício, desde que a parte interessada não tenha alegado a incompetência no prazo legal.

Vide art. 337, § 5º CPC/2015: Este artigo também permite que o juiz declare a incompetência
territorial de ofício, desde que a parte interessada não tenha alegado a incompetência no prazo
legal.

e) Prazo (Art. 800 CLT): O prazo para oferecimento da exceção de incompetência territorial é de
até cinco dias a contar da notificação da audiência.

Procedimento (Art. 800 CLT):


1º) Suspensão do Processo (840, §1º CLT): Após a apresentação da exceção, o processo será
suspenso.

→ Redesignação da audiência prevista no artigo 843 CLT: Caso o juiz acate a exceção de
incompetência territorial, a audiência será redesignada para o juízo competente.

2º) Conclusão ao juiz (800, § 2º CLT): O juiz analisará a exceção apresentada e decidirá sobre a
incompetência territorial.

3º) Designação de audiência (800 § 3º CLT): Caso o juiz acate a exceção de incompetência
territorial, ele designará uma nova audiência no juízo competente.

4º) Julgamento: (800, § 4º): O juiz decidirá sobre a exceção de incompetência territorial, podendo
acatá-la ou rejeitá-la. Se acatada, o processo será remetido ao juízo competente; se rejeitada, o
processo continuará a tramitar no juízo original.
Recurso? (art. 799, § 2º CLT): Da decisão que acolhe ou rejeita a exceção de
incompetência territorial, cabe recurso ordinário.
→ Exceção: Súmula 214 TST: A decisão que rejeita a exceção de incompetência
territorial não é recorrível de imediato, somente no recurso ordinário da decisão
definitiva.
E a incompetência absoluta, também é arguida em exceção? (artigo 337, II do
CPC/2015): Não, a incompetência absoluta deve ser alegada na contestação como
preliminar de mérito, conforme o art. 337, II do CPC/2015.

4.2) EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO/IMPEDIMENTO:


Conceito: A suspeição e o impedimento são circunstâncias que afetam a imparcialidade
do juiz, comprometendo sua capacidade de julgar o processo de maneira justa e isenta.
Fundamento legal:
Suspeição: Art. 801 CLT cc. 145 CPC/2015
Impedimento: Art. 144 CPC/2015.

Prazo (Art. 795 CLT): Até cinco dias a contar da notificação da audiência.

Legitimidade: Qualquer das partes no processo.

Procedimento (art. 802 CLT): Será designada audiência de instrução no prazo de 48


horas.

Quem preside a audiência? Art. 802 CLT x Art. 146, § 1º do CPC/2015: O juiz que
recebe a exceção deverá apresentá-la ao juiz excepto. Caso este não se declare
suspeito ou impedido, o processo será encaminhado ao substituto legal ou, na falta
deste, ao corregedor regional do tribunal, que decidirá sobre a exceção.

 MANEJAMENTO CONJUNTO

Qual julga primeiro? Em caso de arguição de incompetência territorial e


suspeição/impedimento, a exceção de incompetência territorial deve ser julgada
primeiro.

 PROCESSAMENTO:

A arguição de suspeição/impedimento deve ser processada de acordo com os arts. 146 e 313, III
do CPC/2015, e art. 799 da CLT.
 EFEITO → SUSPENSIVO (Art. 146 e 313, III CPC/2015 cc. 799 CLT): A exceção de
suspeição/impedimento possui efeito suspensivo, ou seja, suspende o andamento do
processo até que a exceção seja julgada.

RECONVENÇÃO (Art. 343 CPC/2015)


 CONCEITO: A reconvenção é uma ação proposta pelo réu contra o autor, no mesmo
processo em que está sendo demandado, buscando um provimento jurisdicional em
seu favor.

 NATUREZA JURÍDICA: A reconvenção tem natureza jurídica de ação autônoma, mas


conexa à ação principal.
 REQUISITOS DA RECONVENÇÃO:

Competência do Juízo para as 2 ações (CPC/2015, art. 343)


Compatibilidade de procedimentos entre as 2 ações
Conexão entre a causa principal e a reconvenção

 PRAZO: O prazo para a apresentação da reconvenção é o mesmo da contestação, ou


seja, 15 dias úteis a contar da juntada do mandado de citação ou da notificação (Art.
343, §1º do CPC/2015).

 INOVAÇÕES CPC/15: Uma das principais inovações do CPC/2015 em relação à


reconvenção é a possibilidade de propor a reconvenção independentemente da
conexão entre os pedidos da ação principal e da reconvenção, desde que haja conexão
entre as partes (Art. 343, caput, do CPC/2015).

 FORMA / PROCEDIMENTO: A reconvenção deve ser apresentada por escrito no


mesmo processo da ação principal, em peça autônoma, juntamente com a
contestação, ou após a contestação, desde que no prazo estabelecido para contestar.
A reconvenção deve seguir os mesmos requisitos da petição inicial, como a indicação
das partes, a causa de pedir, o pedido e o valor da causa.

→ Defesa: O autor, ao ser citado da reconvenção, deverá apresentar sua defesa


(contestação) no prazo de 15 dias úteis, conforme o art. 343, §2º do CPC/2015.

 JULGAMENTO: A ação principal e a reconvenção serão julgadas na mesma sentença,


conforme estabelece o art. 343, §3º do CPC/2015. No entanto, em casos específicos e
justificados, o juiz pode proferir sent

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