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Resumo Processo Trabalhista
Resumo Processo Trabalhista
Autor: Também chamado de reclamante, é a parte que apresenta a ação trabalhista, geralmente
um empregado ou ex-empregado, buscando a tutela de seus direitos trabalhistas. O autor pode
ser uma pessoa física ou jurídica e é responsável por apresentar os fatos e as provas que
embasam suas reivindicações.
Réu: Conhecido como reclamado, é a parte contra a qual a ação é proposta, geralmente o
empregador. O réu pode ser uma pessoa física ou jurídica, e tem a responsabilidade de
apresentar defesa contra as alegações do autor, podendo, também, contestar os fatos e
apresentar provas em seu favor.
Dessa forma, a relação processual tríplice no processo do trabalho é a interação entre essas três
partes, que atuam em conjunto para solucionar conflitos trabalhistas de acordo com a legislação
vigente.
b) DENOMINAÇÃO:
- Reclamante x Reclamado
→ Exceções:
- Dissídio coletivo: Suscitante / Suscitado
- M. Segurança e H. Corpus: Impetrante / Impetrado
- Inquérito para apuração de falta grave: Requerente / Requerido
- Recursos: Recorrente / Recorrido
- Execução: Exequente /Executado.
- Exceção de incompetência/suspeição/impedimento: Excipiente / Excepto
- Reconvenção: Reconvinte / Reconvindo
- CAPACIDADE DE PARTE:
→ Capacidade civil plena no processo do trabalho (art. 792 CLT): No processo do trabalho, a
capacidade civil plena é necessária para ser parte em uma ação trabalhista.
Incapazes podem ser parte no processo, mas devem estar devidamente representados ou
assistidos.
• Atuação do menor na Justiça do Trabalho (art. 793 CLT):
→ Representação X Assistência: Menores de 18 anos devem ser representados por seus pais ou
responsáveis legais, enquanto os maiores de 16 anos e menores de 18 anos podem ser
assistidos.
→ Quem é o representante legal na Justiça do Trabalho? (art. 72 CPC/2015): Pais ou
responsáveis legais.
→ Menor emancipado adquire capacidade processual? Sim, adquire capacidade processual
plena.
• Pessoa jurídica → preposto → precisa ser empregado? (CLT, 843, § 1º / CLT, 843, § 3º ou
Súmula 377 TST): Não é obrigatório que o preposto seja empregado, conforme Súmula 377 TST.
CAPACIDADE POSTULATÓRIA:
→ Jus Postulandi (art. 791, CLT, cc. 839, a CLT): permite que as partes atuem pessoalmente em
juízo, sem necessidade de advogado.
→ E o art. 133 da CF/88? → ADI 1.127 (STF): a decisão do STF garante a constitucionalidade do
jus postulandi.
→ Quem pode exercer o jus postulandi? Empregados e empregadores.
→ Relações de trabalho, não de emprego, podem? Sim, desde que estejam dentro da
competência da Justiça do Trabalho.
→ Há limitação quanto ao valor da causa? Não.
→ Em qualquer grau de jurisdição? (Súmula 425 TST): Limitado às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não sendo aplicável ao TST.
→ Exceção: Habeas Corpus.
d) MANDATO NA JUSTIÇA DO TRABALHO:
Benefícios (790, § 3º CLT): A concessão da assistência judiciária gratuita inclui isenção das
custas processuais, honorários periciais e honorários advocatícios, entre outros.
f) SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL:
Limitações do substituto: O substituto processual está limitado à defesa dos interesses coletivos e
individuais homogêneos dos representados e não pode atuar em interesses individuais
exclusivos.
→ 1º) Atuação judicial como parte → ver art. 83 LC 75/93 e art. 83, inc. I, III, IV, V e VI, VIII e X)
Hipóteses:
Propositura de Ação Civil Pública: O MPT pode propor ações civis públicas para defender
interesses coletivos e difusos.
Propositura de reclamação trabalhista: menor não representado (Art. 793 CLT): O MPT pode
propor reclamação trabalhista em favor de menores não representados.
MP Réu? O MPT pode figurar como réu em ações trabalhistas apenas em situações excepcionais
e específicas.
→ 2º) Atuação judicial como órgão interveniente (art. 83, inc. II, VI, VII, IX, XII e XIII) - Fiscal da lei
Hipóteses:
Nos TRTs e no TST: O MPT atua como fiscal da lei nos Tribunais Regionais do Trabalho e no
Tribunal Superior do Trabalho.
Nas varas do trabalho (art. 83, inc. II): O MPT também pode atuar como fiscal da lei nas Varas do
Trabalho, zelando pelo cumprimento das normas trabalhistas e pela proteção dos interesses
coletivos e difusos.
CUIDADO:
Menor representado: O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem legitimidade para propor
reclamação trabalhista em favor de menores não representados (Art. 793 CLT).
OJ 237 SDI-I TST – O MPT não tem legitimidade para recorrer nos processos em que não é
parte, se a matéria for direito patrimonial privado.
SÚMULA 407 TST – O MPT pode propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte no
processo.
Hipóteses:
a) Inquérito civil e outros procedimentos administrativos: O MPT pode instaurar inquéritos
civis e outros procedimentos administrativos para investigar denúncias de violação aos
direitos trabalhistas e tomar providências cabíveis.
A petição inicial trabalhista é o documento que dá início a uma ação trabalhista, apresentando ao
juiz as demandas e pretensões do autor. De acordo com o artigo 840 da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), a petição inicial pode ser apresentada de forma verbal ou escrita.
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo. Parágrafo único -
Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena
estabelecida no Art. 731.
A reclamação trabalhista verbal é permitida pela CLT, de modo a facilitar o acesso à justiça para
aqueles que não têm condições de apresentar uma petição escrita. Nesse caso, o reclamante
deve comparecer perante o órgão competente e expor verbalmente suas demandas. Em seguida,
o servidor responsável redige um resumo das alegações, que deve ser assinado pelo reclamante.
Caso o reclamante não compareça para assinar a reclamação trabalhista, ele estará sujeito à
perempção provisória.
A perempção provisória ocorre quando o reclamante não comparece injustificadamente para dar
prosseguimento à ação trabalhista. Essa situação pode levar à extinção do processo sem
resolução do mérito.
PEREMPÇÃO PROVISÓRIA:
Conceito:
Hipóteses:
Em qualquer uma dessas hipóteses, o juiz pode extinguir o processo sem resolução do mérito e
aplicar a perempção provisória. É importante ressaltar que essa medida é temporária e pode ser
revertida caso o reclamante apresente justificativa válida para sua ausência ou retome os atos
processuais exigidos.
I) Falta de assinatura da RT Verbal (art. 786, § único c/c art 731 CLT):
No processo trabalhista brasileiro, a Reclamação Trabalhista (RT) verbal é um mecanismo que
permite ao trabalhador apresentar suas demandas de forma oral perante a Justiça do Trabalho.
Conforme o art. 786 da CLT, a RT verbal deve ser reduzida a termo e assinada pelo reclamante
ou seu representante legal. A falta de assinatura pode gerar nulidade do ato processual, conforme
o art. 731 da CLT.
ATENÇÃO:
perempção proc. civil ≠ Perempção proc. Trabalho
art. 486, § 3º cc. 485, III CPC/2015
Os requisitos da Petição Inicial trabalhista são estabelecidos no Art. 840, § 1º da CLT e incluem:
VALOR DA CAUSA
Quanto ao valor da causa, existem duas correntes:
Primeira corrente (Lei 5584/70): autoriza o juiz a fixar de ofício o valor da causa quando a petição
inicial for omissa.
Segunda corrente (definição do rito processual): defende a necessidade do valor da causa para
definir o rito processual adequado (ordinário ou sumaríssimo).
PROVAS
Especificação de provas: na Petição Inicial, o reclamante deve indicar as provas que pretende
produzir para comprovar suas alegações, como depoimentos de testemunhas, perícias, provas
documentais, entre outras.
Atenção: o pedido de citação do réu para defesa era requisito do antigo CPC, mas deixou de sê-
lo no CPC/2015.
Quando houver apenas uma vara (art. 837 CLT): a distribuição é desnecessária, e o processo é
encaminhado diretamente à única vara.
Ciência da data da audiência (art. 841, § 2º CLT): as partes são informadas sobre a data da
audiência.
Atenção: juízo preliminar do juiz? O juiz pode analisar preliminarmente a petição inicial e verificar
se estão presentes os requisitos e pressupostos processuais.
RESPOSTA DA RECLAMADA
DEFESA ORAL (Art. 847 CLT): A defesa do réu no processo trabalhista pode ser feita tanto de
forma oral quanto escrita. Na audiência, o reclamado tem a oportunidade de apresentar sua
defesa oral, que deve ser realizada em até 20 minutos, conforme estabelecido pelo Art. 847 da
CLT.
Princípio da Eventualidade: O réu deve alegar todas as defesas possíveis em sua contestação,
sob pena de preclusão.
Efeitos da revelia:
Presunção da veracidade dos fatos: Os fatos alegados pelo autor são considerados verdadeiros
em relação ao réu revel.
Contagem dos prazos: Os prazos processuais correm normalmente para o réu revel.
→ Exceção: Notificação quanto à sentença (Art. 852 cc/ Art. 841, § 1º CLT): O réu revel será
notificado quanto à sentença.
→ A revelia não produzirá efeitos se (844, § 4º CLT) (Alterado pela Reforma Trabalhista/2017):
→ Na ausência do reclamado, pode o advogado contestar? (Art. 844, § 5º CLT): Sim, desde que
comprovado o motivo justificável que tenha impedido o comparecimento do reclamado.
→ Preposto precisa ser empregado? (Art. 843, §1º e § 3º CLT X súmula 377 TST): A CLT prevê
que o preposto precisa ser empregado (Art. 843, § 1º), mas a Súmula 377 do TST admite que o
preposto não seja empregado quando se tratar de microempresa ou empresa de pequeno porte.
E) Estrutura da contestação:
Defesa Processual (Preliminares): São as alegações que buscam apontar vícios processuais,
como, por exemplo, a incompetência absoluta, a litispendência ou a carência de ação.
Defesa Indireta de Mérito (Prejudiciais de mérito): São alegações que não discutem o mérito
propriamente dito, mas impedem a análise do mérito, como a prescrição, a decadência ou a coisa
julgada.
Defesa Direta de Mérito: São as alegações que buscam refutar as alegações do autor diretamente
no mérito, como a negativa do fato constitutivo do direito do autor ou a demonstração de fato
extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor.
b) Incompetência territorial: Alegação de que o juízo não possui competência territorial para julgar
o processo.
a) Procedimento:
Sistemática do CPC revogado (1973): A exceção era autônoma e tinha prazo específico para ser
apresentada.
Sistemática do CPC/2015 (Art. 64 CPC/2015): A exceção deve ser arguida na contestação, como
preliminar.
Reforma Trabalhista 2017: A exceção deve ser apresentada em até cinco dias a contar da
notificação da audiência (Art. 800 CLT).
d) Pode ser declarada de ofício? A incompetência territorial, em regra, não pode ser declarada de
ofício, uma vez que se trata de matéria relativa à competência relativa. No entanto, o artigo 795, §
1º da CLT, juntamente com o art. 337, § 5º do CPC/2015, permite que o juiz declare a
incompetência territorial de ofício quando a parte interessada não alegar a incompetência no
prazo legal.
→ E o artigo 795, § 1º da CLT? Este artigo permite que o juiz declare a incompetência territorial
de ofício, desde que a parte interessada não tenha alegado a incompetência no prazo legal.
Vide art. 337, § 5º CPC/2015: Este artigo também permite que o juiz declare a incompetência
territorial de ofício, desde que a parte interessada não tenha alegado a incompetência no prazo
legal.
e) Prazo (Art. 800 CLT): O prazo para oferecimento da exceção de incompetência territorial é de
até cinco dias a contar da notificação da audiência.
→ Redesignação da audiência prevista no artigo 843 CLT: Caso o juiz acate a exceção de
incompetência territorial, a audiência será redesignada para o juízo competente.
2º) Conclusão ao juiz (800, § 2º CLT): O juiz analisará a exceção apresentada e decidirá sobre a
incompetência territorial.
3º) Designação de audiência (800 § 3º CLT): Caso o juiz acate a exceção de incompetência
territorial, ele designará uma nova audiência no juízo competente.
4º) Julgamento: (800, § 4º): O juiz decidirá sobre a exceção de incompetência territorial, podendo
acatá-la ou rejeitá-la. Se acatada, o processo será remetido ao juízo competente; se rejeitada, o
processo continuará a tramitar no juízo original.
Recurso? (art. 799, § 2º CLT): Da decisão que acolhe ou rejeita a exceção de
incompetência territorial, cabe recurso ordinário.
→ Exceção: Súmula 214 TST: A decisão que rejeita a exceção de incompetência
territorial não é recorrível de imediato, somente no recurso ordinário da decisão
definitiva.
E a incompetência absoluta, também é arguida em exceção? (artigo 337, II do
CPC/2015): Não, a incompetência absoluta deve ser alegada na contestação como
preliminar de mérito, conforme o art. 337, II do CPC/2015.
Prazo (Art. 795 CLT): Até cinco dias a contar da notificação da audiência.
Quem preside a audiência? Art. 802 CLT x Art. 146, § 1º do CPC/2015: O juiz que
recebe a exceção deverá apresentá-la ao juiz excepto. Caso este não se declare
suspeito ou impedido, o processo será encaminhado ao substituto legal ou, na falta
deste, ao corregedor regional do tribunal, que decidirá sobre a exceção.
MANEJAMENTO CONJUNTO
PROCESSAMENTO:
A arguição de suspeição/impedimento deve ser processada de acordo com os arts. 146 e 313, III
do CPC/2015, e art. 799 da CLT.
EFEITO → SUSPENSIVO (Art. 146 e 313, III CPC/2015 cc. 799 CLT): A exceção de
suspeição/impedimento possui efeito suspensivo, ou seja, suspende o andamento do
processo até que a exceção seja julgada.