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ons UA DECOLVERT, Pa 5 Auten Cora France, 20052009, ovronacho eT Conrad Esteves lan de Ofivera DIORA RESFONSAVEL ejane Dias nCODECATA Diogo Braschi ac30 eprocize, ea por mois mecca, eleterices, sp aoa eur, tcriaco pra da Edo AUTENTICA EDITORA ITDA. Belo Horizonte ua Amores, 97, 5° andar Raciani 140.071 Bele Honzonie. MG ‘els (55:31) 32045700 (Cémara Be otek Dominique | Museu e museolgia/ Bor Joao de Fete | ~(Colecdo Ensaio Gee) raduco 6. Autti Eton, 20 Tru ongina sce blog Ise 972-€5:6217-130-1 MoH Ta, 12-1866 ices para catalogo sistenatiee: 1. Musesloga= Fist 053 9 Apresentacio 11 Introdugao 15. Capitulo 1: © que é um museu? 15. Asdefinigbes do museu 15. Oita das orgens 15 3.0,stro pe ALEXANDRIA 16 ICOM e seu trabatho de nom 18 nigoesprofissionas no plano nac 19 A reflexao museolgica 20. 2, cnoRGes-HENR! RIVIERE 22 As fungies do muse: 22 A conservagio 24 Ocstudoe a pesquisa 26 A comunicagdo: da exposigio 4 transferéncia de conhecimentos 28 4. MUSEUS YRANCESES COM MAIOR NUMERO DE VISITANTES EX 2006 29 33 S Da ExPOSIGRO indamentais da insttuicio 35 Capitulo Il: O espago € 0 tempo das colegdes 35. Entre passada e presente: representar a construcao das patrias 36 5. DO ENCICLOPEDISNO A BsPRCTALIZAGAC: 37. O primeiro muse 37 6,0 mustin Drs MONDMENTS FRANGAIS Ov 0 HUSEU DA RESSURREIGAO 39. Omauseu romantico 40 7.0MUSED DE VERSALHES ov 0 MALS 42 Omusew-atelid da cigncia 43° Omus as ciémcias Capitulo IIL Historia dos museus ~ 0 colecionismo da primeira fase da modernidade (sécu los XVI ¢ XVID) serve-se da etimologia clissica da palavra use” para inventar, pouco a pouco, sua representagao partir de uma Antignidade em fragmentos, disponivel para recomposigdes que adotam, de bom grado, a forma de “tea tros” (FINDLEN, 1994), Paralelamente a ideia de um corpus a estabelecer e transmitir, o ideal de uma pesquisa concebida como o esforgo coletivo da Repiiblica das Letras culmina em ccolegdes de academias, universidades ou hospitais. Aaabertuta de colegoes - régias, nobilidrquicas ou burgue- sas -, obedecendo a determinados critérios, e nao somente 0 capticho do proprietario, inangurou a época dos museus modernos. Seu piiblico, além do microcosmo dos fntimos ¢ beneficidrios de algum privilégio, compreende os espe dos artefatos que estio reunidos nesse espaco ~ seus fabricantes ov seus intérpretes -, os alunos destes tiltimos, im, uma aristocracia de turistas. A fundagao dos museus iniciada em grande parte pela Revolugao France- , 0 direito de entrar no muse em m direito do cidadao e, ao mesmo tempo, em uma necessi- dade para a identidade e para a reprodugio da nova comu- nidade imaginaria, o decorrer do século XIX, 0s tipos de museus, entre Eo- ropa Central/Oriental e Europa Ocidental, entre Europa do Norte e Europa do Sul, organizaram-se em fancdo dos res e expedientes de cada um de seus Estados proprietarioss de fato, as grandes fam diferente- mente os corpus de objetos, imagens ou priticas, A primeira fase do século XX acelera as entt: mverte, enn seg las sucessivas na “beleza do da ruralidade aqueles dedicados is culturas clo mundo indus- trial). As implantagdes nos sitios histéricos se mul relacionadas nao s6 com 08 novos prineipios cientificos que animam @ historie, a arqueologia e a etnologia, mas também com o desenvolvimento do turismo propulsionado pela zagio de automévei Os primeiros museus europeus A galeria progressiva ‘O marqués Scipione Maffei (1675-1755), iiblica dos especialistas da Antiguidade, publicou em 1720, em Verona, o programa de um Museu Epigrafico regido pela utilidade “seja para @ historia de todos os géneros, seja para aaarte ou para as linguas’ As inscrigdes estio dispostas texto em série progressiva, comegando pela Proto-histéria até a Idade Média ¢ abrangendo as diferentes linguas da bacia do Mediterraneo. Uma das originalidades dessa iniciativa sistiu em se interessar pelas inscrigées tanto etruscas quanto augurando de certa maneira o “gosto pelos pri- rracterizou a segunda metade do século XVIIL rer da década de 1736-1746, 0 arquiteto Alessandro Pompei construiu um pértico de forma cléssica, dominado or um front#o com seis colunas enormes para fornecer uma moldura adaptada & natureza da colegio lapidar. Malet é te talvez, da ideia de tal "galeria progres siya” ao franciscano Carlo Lodo (1680-1761), que, de acordo com o testemunho de seu aluno Andrea Memmo, teria cons tituido em Veneza, em torno de 1730-1750, uma colegao que mostrava, “passo a passo, a progressio da arte do desenho” © conceito inspirou, em seguida, um grande niimero de con naisseurs em toda a Europa. Os museusitalianos e alemiies Apesar de se ter propagado, gradualmente, semelhante onganizagio nao chegou a ser adotada pelos museus hegemé- nicos do século XVILI, 05 museus de antiguidades, pelo fato de carecerem de uma cronologia cettiticada de suas pecas. 0 user omuseog No entanto, Roma é que conheceu, entao, as principals ma- nifestagdes da modernidade museoldgica. A elaboracio do Museu Pio-Clementino comegou, em 1770, po 1799), 0 estabel jtado inicialmente a algumas sa- Jas ao redor do patio do Belvedere, viu seu espaco ampliar-se de forma espetacular, acolhendo os numerosos prod escavagbes ad hoc. As salas em cruz grega ea Rot de Michelangelo Simonetti (1724-1781), pretendem manter uma fidelidade arqueoligica para fornecer melhor respaldo ao clogio da colegio e da Igreja, herdeira le- sgitima da Roma Antige, ‘0 espaco alemdo, o jovem Estado da Saxdnia manifesta- vva sua impaciéncia para aparecer na cena europeia, ¢ 0 pro- jeto de um museu enciclopédico, imaginado em 1742 pelo conde Algarotti, pretende satisfazer tais exigéncias. Pela pr meita vez, segundo parece, 0 edificio previsto - um quadrado com pétio central - ¢ independente do palicio do Principe; além disso, sua iluminagao zenital evoca tanto a Tribuna da leria Uffizi quanto a Rotunda de Rubens para sua cole- ‘go de Antuérpia, Inacabado, o projeto infiuenciou, talver, a reorganizagio da Galeria de Dresden. Seu do de 1753, guarnecido com um cabegalho de um pl Cael Heinrich von Heinecken, diretor geral das Cole Arte ¢ das Academias Saxdnicas, revela uma divisdo em Es- colas (Italiana, Flamenga, Francesa ¢ Alema). Para Francis Haskell, 0 perfodo Francesco Algatotti ~ (1712-1764), crtico de arte e colecionador veneziano ~ assiste ao inicio de abordagem erudita da arte carecteristica dos museus do $é- culo das Luzes (HaskeLt, 1980). A exigéncia de uma classficagao da exposicao por época © por nagio acabou triunfando aos poucos: em 1765, Ma- thias Osterreich, origindrio de Dresden, é chamado a Pots- dam para classificar a colegao de pinturas de Frederico, 0 Grande, por escolas histéricas (mesmo que Winckelmann tenha reclamado de sua mediocridade); e, no decorrer das décadas seguintes, as principais galerias nobilidrquicas Higorin comune 6 adotaram @ mesma classificagio. O Museu de Kassel, cons. truldo nos anos de 1769-1777 pelo Iandgrave Frederico Il, na Friedrichsplatz, e de natureza enciclopédica, € dedicado em Viena, em 1780, Christian von Mechel (1737. 1817), perito em historia da arte, gravador e editor de Basi leia, apresenta um plano de musea “por ordem cronolégica ou por sucessao de mestres” que “distribui os quadros por escolas” ¢ retine “as obras de um mestre na mesma sala’ pro- porcionando pela primeira vez “um entreposto da histéria visivel da Arte’ O olhar do priblico As colegdes piblicas destinadas, dai em diante, &instrugio entiquecem as etapas do Grand Tour (SaLcvEIo, 2002), em ‘uma nova diversidade das apropriagdes, Paralelamente, a ex- ploracao dos espacos longinquos, fornecedores de singulari dade: ica baseada na descontextualizaga0 de objetos raros e exdticos. Mas, sobretudo, a segunda metade do século XVII desenvolve um novo ideal de uso piblico de modelos e exemplos, pautado a partir de um imperativo da eficdcia. A constatagao de colegdes inacessiveis, conservadas de forma desordenada ou desprovidas de catélogos, é motivo de escandalo para aqueles que veem tal situagio como 0 meio de dissipac a ignorancia, de aperfeigoar as artes, além de des. pertar o espitito publico e o amor da patria Assim, a ps XVIII, a Franga co- bre-se de escolas de desenho, dotadas tle acervos mais ou me- nos ricos ¢ convocadas a difundir a aprendizagem das “artes” Em Toulouse, a Acackémie de Peinture [Academia de Pintura] organiza exposicdes frequentemente prestigiosas nas quais se misturam os antigos mestresitalianos, flamengos e franceses com os artistas contemporaneos. Em Dijon, a Ecole de Dessin [Escola de Desenho], reconhecida em 1766 pelos Estados de Borgonha ¢ protegida pelo governador da provincia, o prin- cipe de Condé, ¢ complementada em 1787 com “um Muséum seguido de uma galeria’ para reunir as obras dos pensionistas as referéncias do gost 2 Museu e musealogie ‘Mas as condigdes de abertura eas modalidades de visita as, galerias permanecem, muitas vezes, bastante desconfortiveis Em Roma, de acordo com o visitante D. J. Volkmann, “as fa- -mosas estétuas € 0 novo Muséum estio sob a vigilfincia de um guardido que é muito dificil de encontrar. Ao comegar a visita com um grupo, cle fecha a entrada do Muséum de modo que as pessoas ficam & sua espera durante algumas horas” (citado em Hupson, 1975). Até mesmo no British Museum, fundado pelo Parlamento em 1753 com uma finalidade manifestamente publica, a entrada, limitada, € dificil ea visita é despachada ’s pressas. Os verdadeiros usudrios dos museus cor do 08 studiosi e 08 artistas, que se beneficiam sempre de co dligbes privilegiadas. Os museus no século XIX museu clissico do século XIX, na Europa, é 0 simbolo de uma nacéo ow de tima coletividade. Todos os seus objetos so outros tantos elementos caracteristicos ou representat yos de uma obra, de uma cultura, de um homem ilustre, em suma, de uma parte da comunidade imaginaria em questio. les sa s exigéncias de autenticidade, qualidade ¢ propriedade piblica, além de se organizarem com 0 objeti vo de uma regeneracio da meméria cultural para as tarefas que se impdem na época, A autoridade do museu depende de sew dominio de um saber positivo, do qual se serve eventu- almente para tomar a dianteira em relagao a colecionadores particulares ou a museus de outros pafses, © caso da tiara de Saitafernes (uma falsificagéo disputada pelos fazem es Uma cultura de museu O uso generalizado do termo “museu” ~ que design da realidade institucional stricto sensu, um amplo « torial (coleténeas enciclopédicas, jornais, literatura etc.) ~ilustra perspectivas de saber universal, de vis sta dos ses 83 cde vids edificante, associadas indissoluvelmente 20 s os museus mesmo que seja dificil determinar com preci seus contornos, A prépria visita de um museu permite ganhar confianga em suas preferéncias, reforga uma filiagio, constitu tum modo de distingao, enfim, mantém vinculos com a dife- renciagdo sexual das condutas: a mulher deve afastar-se das imagens consideradas indecorosas, enquanto 0 0 desfrutar delas. pce Qualquer que seja a natareza de sua colegio, o museu & gulado, em sua disposicdo, seu crescimento e a orlentacio de sua pesquisa, por uma missio de instrugdo publica que The confere toda a sua legitimidade. A profissionalizagao das ta- refas, na virada dos séculos XIX e XX, surgiu das frustragGes Vivenciadas diante das dificuldades de toda espécie que seu conservador experimenta para satisfazer semelhante ideal e, até mesmo, diante da constatagio de seu fracasso, Enfim, 0 questionamento das hierarquias e um novo sentido da con tingéncia histérica, para nao dizer, do absurdo da meméria cultural, exercem uma influéncia considerdvel sobre sua mis sio, que, em grande nimero de aspectos, entra em crise aps ‘Primeira Guerra Mundial. Os museus do legado europeu ~ e, em primeiro lugar, os ais antigos e mais notérios - tiveram sempre uma dimensio eminentemente internacional, tratando-se da composigao de suas colegGes permanentes, de suas diversas manifestagdes temporirias ou da mobilidade das diferentes categorias de seu piblico. Durante 0 século XIX, esse cardter cosmopolita € essencialmente curopeu, apesar de sua abertura na América do Norte e de sua timida dissen em outros locais ~ um simbolo dessa situagdo € a invencio de uma cultu 8 qual Henry James & 0 melhor intérprete, A evolugio desse ‘odelo cultural 6 0 resultado de transferéncias e intercémbio acabaram assumindo a forma seja cooperagbes reguladas pelo direito ¢ pelas organizagdes nacionais, | museografia europeia a Alemanha ea Franga passam por ser modelos $ragas A importincia de seus acervos,& 6 Masewemuscolage abertura de novos estabelecimentos ¢ & qualidade de sua or- ganizagio. O modelo arquiteténico permanece a galeria re tangular, com iluminagio zenital, orientada pela preocupagio ‘com a abundancia de dispositivos destinados a dependurar a8, pecas, ow ainda a distribuigdo neoclassica de salas quadradas ‘ou retangulares em torna de um amplo atrio oa de uma es cad mental. No final do século XVII, os Uffizi e © Museu Pio-Cle , mas também o Louvre napolednico, cia sobre os arquitetos do continente europers estes, alids, conhecem 0s projetos de museus dos concursos franceses de arquitetura e, as vezes, aplicam as ligdes da dis. tribuiggo minis o arquiteto ¢ tedrico J. N. L, Durand (1760-1834), o qual define o muse, em 1803, “como um te encerrando o depdsito mais precioso, 0 dos co nhecimentos humanos, por um lado, ¢, por outro, como tm temple dedicado aos estudos” (Kusr#x, 2000; Penetna, 2007) Na Inglaterra, 0 Museum de Robert Smite, co negado em 1823, € decorado com um peristilo iénico; ele inaugurou uma tradicéo do templo grego, retomada para a National Gallery de Londres (William Wilkins, 1832) ou para ‘© Museu Fitzwilliam, em Cambridge (George Basevi, 1837 1848). Em compensagéo, 0 “modelo do muuseu & francesa” (Georcri, 1994) surgiu em Amiens, em 1855-1869, cidade ‘em que o pavilhio central do Museu da Picatdia ~ concebido pelo laureada, em 1853, do Prémio de Roma Arthur-Stanislas Diet ~ remete aos pavilhdes da Cour Napoléon do Louvre, cujo esquema € retomado também pelo arquiteto Louis Charles Sauvageot, em Rouen, no Museu das Belas-Artes (1877-1888) ena Biblioteca para o pevilhdo de entrada. E so mente em meados do século XIX que 0 gotico parece forne: cer uma alternativa possivel: eis 0 que ocorre com o Muset. da Universidade de Oxford, manifesto da composigao meta- lica por uma guestéo de pres rruido por Benjamin ‘Woodward em 1855-1860. A inspiragao medieval esté igual mente presente na Pranga: em Nantes, com 0 Hotel Dobrée, ‘ou em Tonlouse, com a ala 1880 do Museu ~ ambas as cons- trugdes inspiradas no restaurador de monumentos franceses ‘Viollet-le-Duc (1814-1879). stots dos rmaens A construcio dos grandes museus 6, em geral, 0 pretex- to para uma nova urbanizagio do centro da cidade. Tal foi 0 caso na Franga, em Lille, Grenoble ou, ainda, Rennes com 0 Paldclo dos Museus e das Faculdades (1849-1855); de Sa a 1856; de Marselha, na qual 0 Palacio Longchamp reiine o Museu de Belas-Artes e 0 Muséum de Histéria Natural, em io do Trocadero, A melhor ihustragdo ocorre, sem divi da, em Viena: o museu acaba ocupando a posigao central na no século XIX, aproveitando-se, a demoligao das muralhas da cidade, Gottfried von Semper tinha projetado dois museus simétricos, o Kuns: thistorisches Museum e 0 Naturhistorisches Museum (1870. 1891): a estétua da imperatriz Maria Teresa, no centro da praca, entre os dois museus, “protetora e maternal, opde-se frontalmente aos dots heréis militares a cavalo que tinham sido selecionados pelo imperador Francisco José, na déca da de 1850, como estétuas principais do outro lado do Ring: cla nao se assemelha também a figura, Palas Athena, que os liberais tinham escolhido para colocar na frente de sea Par ” (ScHoRSKE, 1995). A museografia do século se resume, em grande parte, & inagdo e com o sistema de dependu- rar as pecas: o manual de Julien Guadet (Eléments et théorie de larchitecture (Elementos € teoria da arquitetura], 1901) compara, assim, as superficies envidragadas entre museus; trata-se de um motivo recorrente do século XVII, mas dessa o em uma perspectiva de positivismo cientifi A da Grande Galeria do Louvre, concluida por Lefuel em 1856, ser4 utilizada, em seguida, como modelo de di a ser completada por uma luz lateral para a primeira linha dos quadros (os pequenos formatos) e para as esculturas, Se a introdugio da ilumina- 0 artificial € precoce em alguns estabelecimentos, como ocorre em South Kensington, a maior parte dos principais dese recurso apenas no século XX com 0 esse ca} lam, Preocupagio museus serve 66 seu escola As ultimas décadas do século XIX assistem, mais ou me- ‘nos em toda parte, ma das an tigas maneiras de proceder, passando de uma opuléncia pa faciana para um modo de dependurar mais flexivel, com 0 isolamento das obras de qualidade, Simultaneamente, “a dis- tingdo funcional entre espagos de recep ou de circulagao « salas de exposicao” se impée, repelindo a decoracio para 0 espaco cerimonial ¢, especificamente, para a escadaria mo- mumental, em que ela glorifica geralmente — de acordo com a sucinta expressio forjada por Pierre Vaisse - “a histéria ¢ as atividades da regido e da cidade” (in Grorcrt, 1994). mplementago de uma ref Berlim eo espago al Berlim multiplicou os arquétipos museais no decorrer des. se século, dos quais o primeiro, o Altes Museum ~ como foi denominado, posteriormente - é elaborado durante a década de 1820, Vinculado as teses do idealismo, para quem a arte fornece ao homem a transcendéncia, outrora, proporcionada pela religido, esse santuario impde uma visita concebida de acordo com o ideal grego de paideia. Wilhelm von Humboldt, fundador da Universidade de Berlim, em 1810, esté associado ‘esse empreendimento que participa de uma reflexdo sobre a Bildung, entendida como processo de formagao, em particu- lat, por meio da experiéncia estética. Inaugurado em 1830, 0 museu ocupa 0 quarto lado do Lustgarten, a0 norte; por sua vez, 0 palicio situa-se no sul, o arsenal, a oeste; ea catedral, a leste. Pretexto pata remodelar totalmente esse espaco capital de Berlim, o museu assume o aspecto de um templo monu- ‘mental & maneira antiga; a rotunda constitui um museu no ‘museu, segundo o prinefpio do Panteao romano, do qual tem as proporgbes, mas reduzidas a metade. Diante do crescimento das colegdes, © arquiteto Stid- ler é encarregado, em 1843, de erigir um Neues Museum destinado a receber a arqueologia antiga, a etnografia ¢ as antiguidades nacionais, Inaugurado em 1859, esse museu dé 6 sinal de um movimento ininterrupto de construgées que desenha, pouco a pouco, a paisagem da IIha dos Mu- seus (Museumsinsel). Assim, Stiidler constréi, em 1876, ‘lséslados museus o outro seu dedicado a arte contemporanea; mas, no ano seguinte, as artes decorativas e a etnografia sao retiradas da Museumsinsel, a qual € de facto consagrada as obras de arte 08 monumentos da arqueologia, vanto, para a primeira metade do século, Gustav Waagen (1794-1868), diretor da Pinacoteca de Berlim, é a principal figura do especialista internacional, critico e muse- Sgrafo, por sua vez, Wilhelm von Bode (1845-192! ss instituicao desde 1872, 6 0 arquétipo do diretor de museu da segunda parte do século XIX. Responsiivel pelas -gdes do Estado Prussiano de 1897 a 1920, ele mu publicagio de catélogos e os trabalhos académicos (com jetanea anual, 0 Preussisches Jahrbuch), manifestan- lidade a fecundidade da nova ciéncia da arte ger- ica. © Kaiser Friedrich Museum (que, posteriormente, se tormou 0 Musett Bode), construido pelo arquiteto Ihne de 1897 a 1903 no estilo barroco alemao, expée as colecSes da Idade Méd imento, de maneira cronolégica e sxto: sua obra-prima é a Kirchenraun 1 arquiteténicos. Em 1907, Bode ima- no centro da Ilha, o Museu do Altar a. 0 Oriente Médio (Vorderasiatisches wagens da museografia alema, Alexandre do Museu do Land de Handver, de 1922 a 1936, respeitado, Aluno do historiador da arte (1858-1905), Dorner julga que o museu er, emt primeiro lugar, a uma fungao educative, em 0 percurso, a colaboragdo com os designers Bl Lissit Nagy para o gabinete abstrato e a sala de nosso Ssofo e pedagogo norte-americano John Dewey (1859-1952) reconhecers como sua, depois da gu essa museologia pedagégica e progtessista, reconectando 0 fio de uma histéria cruzada dos modelos entre @ Alemanha eos BUA Londres e Inglaterra A historia dos museus na Inglaterra é marcada, em p! meiro lugar, por uma tradigio de grandes colecionadores apares de fazer aparecer as obras em sua posse como um bem piblico, emprestando-as de bom grado ¢, assim, com- provando seu patriotismo, sem ceder ao modelo continental!* dda galeria nacional que daria a impressio de negar o principio da propriedade privada. Como escreve a historiadora Linda Colley, “o fato de que, atualmente, centenas de milhares de pessoas estejam dispostas a aceitar que palicios privados € seu conteido venham a ser uma parte do patriménio nacio- nal britanico comprova o suicesso obtido pela elite britinica da era das revolugdes na reconstrugao de sua imagem cultu- ral” (Cottey, 1994), ‘A grande exposigio de 1851, em Hyde Park, cu fandagéo do South Kensington (1857), que, em seguida, se tornou o Victoria and Albert Museum, cuja poster exemplar. Henry Cole, responsivel pela diregio do de suas escolas de arte associadas de 1853 a 1 téchicas de reprodugao pata disponibilizar os m nina na tudo, a reprodugao por molde dos monument dao testemunho de um pragmatismo pedagdgico. C ‘o maseu se tornou rapidamente uma colegio mu € 0 mundo iskimico ilustram a hierarguia das cu relagio com o Império Britanico. Outras expt rigs se transformam em instituigao permanes da National Portrait Gallery, fundada por lorde Stanhope, «que, em 1858, decide reunir os rettatos de soberanos, estadis- tas, homens de letras e artistas, aps 0 sucesso de duas expo- sigées de retratos hist6ricos em South Kensington. 2 Reegnct ao oni eaten Stuagioinslar da Gitta. (NT 09 sud dos mines ‘Bm escala nacional, se € possivel recensear uma divzia de museus ao redor de 1800, esse mimezo se eleva a sessenta, em meados do século, e acima de trezentos, em 1914 ~ qua- se sempre, gracas ao mecenato de particulares e aos investi- ‘mentos das municipalidades, permitidos pelo Museums Act de 1845 ¢ pelo Museums and Libraries Act de 1850, A justifi-

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