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O Ambiente e as

Doenças do Trabalho
Doenças relacionadas ao trabalho

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Esp. Uerley Magalhães Franchi

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Doenças relacionadas ao trabalho

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Tema
• Orientações para Leitura Obrigatória
• Material Complementar

Fonte: iSotck / Getty Images


· ·Apresentar conceitos e definições de patologias, doenças ocupacionais, Lesão
por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
Trabalho (Dort).

Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último
momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado
ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá
escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e
determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de
materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão
o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca
de ideias e aprendizagem.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Introdução ao Tema

No século XVI já se descreviam as primeiras relações entre trabalho e doença, mas apenas
em 1700, no século XVIII, foi que se chamou atenção para as doenças profissionais, quando
o italiano Bernardino Ramazzini publicou o livro De morbis artificum diatriba – As doenças dos
trabalhadores. Nessa obra, Ramazzini descreve, com extraordinária precisão para a época,
uma série de doenças relacionadas com mais de cinquenta profissões diferentes. Diante disso,
Ramazzini foi cognominado o “pai da Medicina do trabalho”, de modo que nas perguntas
clássicas que o médico faz ao paciente na anamnese clínica foi acrescentada mais uma
indagação: “Qual a sua ocupação?”
Com a Revolução Industrial houve o aumento no número de fábricas, contingente fabril
que empregou um grande número de pessoas, multiplicando as ocupações e acarretando uma
série de problemas de saúde. Assim, surgiu a necessidade de se ter nas fábricas um médico que
se dedicasse ao trabalhador e às suas condições de trabalho. Assim, os primeiros médicos de
fábrica surgiram na Inglaterra, em 1830, o “berço da Revolução Industrial”.
É fundamental o diagnóstico e a prevenção das doenças ocupacionais na Medicina do trabalho.
Doença ocupacional é conceituada como toda a moléstia ocasionada pelo trabalho ou pelas
condições do ambiente onde o mesmo é executado.
O Decreto n.º 2.172, de 5 de março de 1997, em seu Artigo 132, incisos I e II e no Anexo
II desse mesmo Decreto, define as doenças profissionais ou do trabalho. Caso uma doença não
esteja relacionada no Anexo II desse Decreto e a mesma seja resultante do trabalho executado,
a Previdência Social deve equipará-la ao acidente do trabalho. Embora sejam causadas pelo
trabalho, diversas doenças ocupacionais não foram relacionadas anteriormente.
As dermatoses ocupacionais são responsáveis por grande parte do atendimento das doenças
ocupacionais. Doenças como bronquite e as ocasionadas por substâncias químicas, que são
evidentes, não estão também relacionadas no mencionado Anexo.

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Leitura Obrigatória

O Ambiente e as Doenças do Trabalho


Em toda a história da humanidade o ambiente do trabalho foi causa de doenças, incapacidade
e morte em um grande número de trabalhadores. Independente do avanço no processo
científico que possibilitou ampliar a possibilidade de prevenir os riscos existentes, ainda é
perceptível que os agravos da saúde do trabalhador são preocupantes.
Os danos à saúde dos indivíduos decorrentes das condições laborais estão
ligados diretamente aos acidentes de trabalho, pois ocorrem de forma inesperada,
onde são mais fáceis de serem detectados quando há um pronto-atendimento.
Ponto que passa despercebido ou até mesmo confundido nas alterações do estado de saúde,
até mesmo pelos próprios médicos, é a doença profissional, doença do trabalho ou doença
ocupacional. Nos casos de acidente, o nexo causal é estabelecido com dificuldade, gerando
prejuízos ao trabalhador e à sociedade, além da deficiência marcante nos dados estatísticos.
Na história da Medicina já existe referência sobre a associação entre trabalho e doença em
documentos egípcios e greco-romanos, embora fossem insignificantes porque, à época, os
trabalhos de risco mais elevado eram exercidos pelos escravos das nações subjugadas. Como
exemplo, tem-se a citação feita por Hipócrates da intoxicação saturnina em um trabalhador
mineiro. Apesar da profundidade da obra, o autor não fez qualquer menção ao ambiente de
trabalho nem à ocupação do paciente.
Ademais, quem se notabilizou foi o médico italiano Bernardino Ramazzini, “pai da Medicina
do trabalho”, ao publicar, em 1700, o livro As doenças dos trabalhadores, descrevendo cerca
de cinquenta doenças relacionadas ao trabalho. Nessa obra, Ramazzini conclama os médicos
a investigarem a ocupação dos pacientes, a fim de relacionarem os sinais e/ou sintomas
apresentados com suas condições de trabalho.
Recentemente, encontramos relatos de acidentes e doenças no livro intitulado As vítimas
dos ambientes de trabalho: rompendo o silêncio, publicado pelo Sindicato dos Metalúrgicos
de Osasco, SP. Na referência aos trabalhadores mutilados, está descrito que os esses ficam à
mercê de irregularidades, tanto do ponto de vista das relações de trabalho, como das péssimas
condições em que desempenham suas funções. O drama vivido por essas pessoas tem
proporções incalculáveis. São histórias cercadas de tristeza, revolta e injustiça, quase sempre
acompanhadas de desestruturação familiar.
Estudos sobre segurança e saúde no trabalho citam a velocidade com que novas formas de
trabalho são implementadas no processo produtivo, ocasionando alterações no perfil dos acidentes
e das doenças ocupacionais. Os riscos físicos, químicos, biológicos e mecânicos, responsáveis pelos
principais agravos detectados até a década de 1980, são acrescidos por outros, os quais ligados
à organização do trabalho – terceirização, inexistência de pausas, gerenciamento de pessoal – e
passam a ter importância na organização e capacitação dos profissionais de segurança e saúde
no trabalho. A formação dos profissionais, priorizando os riscos clássicos, não consegue mais dar
resposta às necessidades que surgiram com a nova organização da produção. Dito de outra forma,
a implantação de ações multiprofissionais é inadiável.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Para conservar sua saúde, o ser humano trava uma constante batalha contra as forças
biológicas, físicas, mentais e sociais que podem alterar o equilíbrio do seu organismo. A
doença, portanto, não é um evento estático, mas um processo, pois o aparecimento de
sinais e/ou sintomas significa que a enfermidade já se instalou. Daí a necessidade de se
dar prioridade à prevenção.
Conforme os princípios da epidemiologia, o processo doença é desencadeado pelo
desequilíbrio na interação dinâmica entre os elementos denominados agente, hospedeiro e
meio ambiente.
Entende-se por agente um elemento, uma substância, cuja presença ou ausência pode, em
condições favoráveis existentes no organismo e no meio ambiente, provocar o início de um
processo patológico. Tais agentes se classificam em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos
e mecânicos, podendo causar acidentes, doenças inespecíficas e/ou do trabalho.
Inespecíficas são doenças físicas e psíquicas, cada vez mais frequentes nas sociedades
industriais e atribuíveis a um ou mais fatores do ambiente de trabalho, entre os quais: cansaço
e insônia persistentes; distúrbios digestivos – gastrite, úlcera gastroduodenal –, neuroses,
artroses, asma brônquica, hipertensão arterial etc.
O hospedeiro é representado pelo homem e contribui através de hábitos, costumes e de
condicionantes – idade, gênero, estado civil, etnia, ocupação, carga genética e eficiência de
seus mecanismos de defesa.
O meio ambiente engloba o ambiente de trabalho – características do local, dimensões,
iluminamento, aeração, níveis de ruído, poeiras, gases, vapores, fumos etc. –, bem como
os elementos conexos à atividade em si – tipo de trabalho, posição do trabalhador, ritmo de
trabalho, ocupação do tempo, horário de trabalho diário, turnos, horário semanal.
Dessa forma, é importante identificar o quanto antes as alterações existentes, pois assim
torna-se maior a possibilidade de reverter a evolução da doença. Para se realizar esse
diagnóstico, são utilizadas como ferramentas a:

• Consulta médica para realizar o levantamento de anamnese ocupacional;

• Abordagem epidemiológica.
A patologia do trabalho é responsável pela análise do sofrimento, dano ou agravo à saúde
decorrente ou relacionado ao trabalho.

Doenças Decorrentes de Agentes Físicos


Ruído: composto por frequências não harmônicas, o ruído está presente em diversas
atividades: têxteis, de construção civil, serralheria, ou seja, é definido como um som desagradável.
Através da via aérea e óssea, o som atinge o ouvido interno. A condução para o canal auditivo
é realizada através do ar. Por sua vez, o tímpano recebe essa onda sonora e a transmite através
de suas estruturas denominadas martelo, bigorna e estribo. A transformação da onda sonora em
impulsos é feita no órgão de corte e posteriormente transmitida para o córtex cerebral.

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O ruído é o responsável por provocar perturbações em vários órgãos e até mesmo no
sistema antes que haja a perda auditiva, onde é identificada a fase final dos efeitos do ruído,
essa perda auditiva ocorre através da degeneração celular do órgão de corte, provocando,
assim, a perda neurossensorial. Uma vez que as células neurossensoriais são destruídas, não
mais se regeneram.
Efeitos extra-auditivos:
Sistema nervoso central: modificação do eletroencefalograma; fadiga nervosa; alterações
emocionais; perda da memória; coordenação de ideias; irritabilidade; diminuição da libido e
da capacidade de reprodução.
Aparelho cardiovascular: alterações do ritmo cardíaco e do calibre dos vasos; hipertensão arterial.
Aparelho respiratório: modificações do ritmo.
Aparelho digestivo: alterações do trânsito gástrico e intestinal; alteração da secreção
gástrica e salivar; aumento da incidência de úlcera péptica.
Órgãos da visão: diminuição da visão noturna; confusão na percepção das cores; dificuldade
de apreciação de distâncias de relevo.
Sistema endócrino: modificação da glicemia; tireoide.
Sistema imunológico: aumento da predisposição a infecções.
Efeitos no aparelho auditivo:
Fadiga auditiva: perda temporária da sensibilidade auditiva.
Trauma acústico agudo: dor, diminuição da audição, zumbidos; otorragia.
Trauma acústico crônico: perda auditiva contínua e permanente.

Surdez Ocupacional: Exposição ao Ruído por Longo Período


Sintomas: a surdez ocupacional é caracterizada em certos casos apenas por um zumbido, por
vezes, nota-se em alguns casos alterações do sono, surdez fetal e anomalias no desenvolvimento.
A situação é agravada em decorrência de alguns fatores: período de exposição, intensidade
e frequência do som.
O exame audiométrico deve ser feito na admissão do funcionário, após seis meses da
contratação, logo em seguida, estendido para o prazo anual e na demissão.
Esse diagnóstico é conclusivo e diferencial na definição da aptidão para o trabalho. Caso
haja suspeita de perda auditiva induzida, fica a cargo do coordenador do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), ou até mesmo do médico encarregado realizar o
exame médico.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

O organismo humano começa a sentir os efeitos do ruído com desconforto corporal


normalmente com sons superiores a cinquenta decibéis. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS):

• De 50 a 65 dB (A): o indivíduo fica em estado de alerta, não relaxa; diminui o poder de


concentração e prejudica a produtividade no trabalho intelectual;

• De 65 a 70 dB (A): o organismo tenta se adequar, minando suas defesas e diminuindo


a resistência imunológica; induz a liberação de endorfina, tornando-se dependente –
pessoas só conseguem dormir com a televisão ou o rádio ligado –; aumento de colesterol;

• Acima de 70 dB (A): estresse degenerativo, aumentando o risco de enfarte e infecções,


além de abalar a saúde mental.

Temperaturas Extremas
O ambiente térmico pode ser descrito através da temperatura, da umidade, da movimentação
do ar e do calor radiante. Esses parâmetros servem para avaliar a capacidade de resistência do
indivíduo quando confrontados com os registros clínicos obtidos nos trabalhadores expostos.
Os mecanismos de controle da temperatura do corpo permitem a manutenção da temperatura
interna, mesmo diante de agressões ambientais. Tais mecanismos são: metabolismo basal
– aumenta ou diminui a perda de calor através do hipotálamo (hormônios tireoidianos e
adrenérgicos), provocando a trepidação (tremedeira) para obter calor ou lassidão (relaxamento),
a fim de impedir a produção de calor. Além desse, utilizamos a irradiação, a convecção, a
evaporação e as vias respiratória e urinária.

Doenças Causadas pelo Calor


Cãibras pelo calor: músculos usados durante o trabalho, em geral, após a parada do
trabalho; quem transpira muito, mesmo ingerindo líquidos, embora sem cloreto de sódio,
torna-se mais susceptível.
Síncope pelo calor: tontura ou desmaio em ambiente fechado e quente – acúmulo
sanguíneo em veias da pele e membros inferiores (isquemia cerebral). Cardiopatas ou usuários
de diuréticos devem ser alertados para sentarem-se ou deitarem-se aos primeiros sintomas.
Exaustão pelo calor: a mais comum; fraqueza, fadiga, cefaleia frontal, náuseas, vômitos,
desorientação mental, podendo ocorrer cãibras, tontura e síncope. Em geral, decorre de
depleção hídrica e salina.
Insolação ou intermação: exposição prolongada a um ambiente com alta temperatura;
cefaleia, vertigem, cansaço, aumento da frequência respiratória e cardíaca, desorientação,
inconsciência, convulsões. A temperatura interna de 41ºC é um mau prognóstico, enquanto
42ºC frequentemente é fatal. A idade avançada, a debilidade e o alcoolismo geralmente
agravam o prognóstico.

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Exposição ao Frio
Podem ocorrer infecções das vias aéreas superiores, resfriados, gripes, faringite,
pneumonias e dores articulares. A queda da temperatura do corpo atinge órgãos vitais –
coração, pulmões, vísceras. Ao baixar para 36ºC, ocorre aumento do metabolismo basal;
entre 31ºC e 32ºC, há perda da consciência e dificuldade na obtenção da pressão arterial;
já entre 29ºC e 30ºC, aumenta a rigidez muscular; com 24ºC surge edema pulmonar e,
atingindo 20ºC, há parada cardíaca.
Na pele e nas extremidades – face, orelhas, queixo e joelhos – podem ocorrer: frosbite,
fenômeno de Raynaud, pé de imersão, urticária pelo frio. Trabalhadores idosos ou com
problemas circulatórios exigem o uso de roupa com isolamento extra e/ou redução do período
de exposição.
A vestimenta úmida ou molhada deve ser trocada por uma seca, antes de entrar na área fria.
Os que manuseiam líquidos voláteis – gasolina, álcool ou fluidos de limpeza – a temperaturas
do ar inferiores a 4°C, devem evitar molhar as roupas ou luvas com esses líquidos, em função
do risco adicional de resfriamento por evaporação.
Vibrações
Osteoarticulares: osteonecrose; lombalgia; degeneração precoce dos discos intervertebrais;
hérnia de disco lombar.
Angioneuróticas – principalmente nas mãos: sensibilidade alterada – formigamento –;
isquemia dos dedos.
Doença dos dedos brancos – o uso recorrente de máquinas com vibrações de alta frequência
– furadeiras manuais, britadeiras, motonetas etc. – pode acarretar danos na microcirculação e
vasoespasmo nas extremidades das mãos: clarear a área afetada – dedo branco –, diminuir ou
perder a sensibilidade e reduzir a temperatura do(s) dedo(s) afetado(s).
Radiações Ionizantes
Desde a descoberta da radioatividade natural e do raio-x, ficou clara a possibilidade de seus
efeitos nocivos aos tecidos biológicos. As constatações iniciais foram na pele de radiologistas e
cabelos dos pacientes irradiados. Depois, descobriram-se efeitos nos descendentes de plantas
e animais submetidos à irradiação.
No organismo humano as células têm sensibilidade diferente à radiação, sendo os efeitos
biológicos nos tecidos assim descritos:
• Medula óssea – diminuição dos glóbulos brancos e da resistência às infecções;
• Deficiência plaquetária – hemorragia;
• Diminuição de glóbulos vermelhos – anemia;
• Sistema digestivo – náuseas e vômitos;
• Olhos – catarata;
• Sistema reprodutivo – esterilidade.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

O dano mais importante que essa condição pode provocar nas células é no DNA – mutação.
Essas mutações são prejudiciais por refletirem mudanças aleatórias em células somáticas – no
próprio indivíduo – ou germinativas – para seus descendentes.
Caso as mutações não sejam reparadas corretamente pelas próprias células, podem resultar
em: morte celular ou impedimento de sua funcionalidade; morte reprodutiva da célula – efeitos
determinísticos –, ou desenvolver uma célula viável, mas transformada – efeitos estocásticos.
Os efeitos determinísticos são agudos, têm severidade proporcional à dose, não são
detectados abaixo do limiar de dose e podem ser medidos experimentalmente. Como exemplos,
podemos citar: catarata, leucopenia, radiodermite, entre outros.
Já os efeitos estocásticos – câncer e efeitos hereditários – têm aparecimento tardio;
são cumulativos; sem limiar de dose; sua severidade independe da dose e possuem longo
período de latência.
Deve-se ressaltar os cuidados especiais com as trabalhadoras porque entre a terceira semana
e o final da gravidez pode ocorrer má-formação no órgão que estiver se desenvolvendo à
época da exposição.

Radiações Não Ionizantes


Ultravioleta: pele – vermelhidão e queimaduras de primeiro e segundo graus; maior
incidência de tumores cutâneos em trabalhadores de pele clara.
Olhos: conjuntivite e ceratite – soldador sem proteção e nas áreas próximas, quando não
se utiliza proteção coletiva (biombo).
Infravermelha: os órgãos críticos são a pele – vasodilatação, hiperpigmentação – e
queimaduras de primeiro e segundo graus. A exposição crônica pode provocar opacificação
do cristalino – “catarata dos vidreiros”.
Micro-ondas: alterações visuais – catarata –, circulatórias e cutâneas – distrofia ungueal
e queimaduras.
Raio laser: catarata e queimaduras – desde eritema leve até necrose tecidual.

Ambientes Hiperbáricos
As doenças dos trabalhadores expostos a condições hiperbáricas se instalam, muitas vezes, de
forma rápida, exigindo que essas atividades tenham programação planejada, com previsão de
equipamentos, recursos humanos especializados e decisões rápidas.
Barotrauma: dificuldade de equilibrar a pressão de cavidade pneumática do organismo com a
pressão variável do meio ambiente. O mais comum é o do ouvido médio. O sintoma predominante
é a dor, que pode irradiar-se para a região otomastoide, frontal, face e pescoço.
Embolia traumática: uma das ocorrências mais graves; durante a descompressão, a pressão
intrapulmonar fica aumentada em relação ao meio ambiente – por exemplo, mergulhador, em
uma emergência, abandona o equipamento e realiza uma subida livre com a glote fechada –; pode

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ocorrer: tontura, desorientação, náuseas, vômitos, dispneia e dor torácica; nos casos mais
graves, inconsciência, choque e convulsões.
Artralgia hiperbárica: mergulhos a grandes profundidades e descompressão rápida com
sensação de rigidez articular; dor aos movimentos bruscos – ombro, joelho, punho, coxofemoral
e coluna.
Doença descompressiva: confundida com embolia traumática, tem como causa: obesidade,
idade avançada, mau condicionamento físico e baixa temperatura. Prevenção: usar a tabela
de descompressão. Pode causar dor articular – cotovelo e ombro – ou mal-estar difuso, fadiga
e parestesias, paraplegia; dor abdominal, cefaleia, visão turva, diplopia, redução do campo
visual, disartria e tontura, convulsões e morte.
Síndrome neurológica das altas pressões: tremores e contrações musculares involuntárias,
sonolência, alterações significativas do eletroencefalograma, distúrbios visuais, tontura, náuseas
e convulsões.
Intoxicação pelo oxigênio: formam-se superóxidos e radicais livres causando, nos mergulhos
profundos: irritação respiratória, crise convulsiva – precedida ou não de sinais de alerta –
abalos musculares na face, pálpebras e boca; náuseas, confusão mental, pupilas dilatadas.
Necrose asséptica: acomete ossos longos – úmero, fêmur e tíbia –, inicialmente assintomática
e detectável apenas por radiografias. É a única de forma irreversível e de evolução longa.
Ocorre ainda por alcoolismo, uso de esteroides ou fenilbutazona, artrite reumatoide – em
histórico ocupacional decisivo para o diagnóstico.

Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort)


A pressão sobre os trabalhadores faz vítimas em todos os setores, dos escritórios às linhas de
produção. Por isso, os distúrbios do sistema osteomuscular passaram a representar um grande
problema de saúde pública em muitos países. Apesar disso, esses distúrbios não representam
uma nova doença ocupacional. No século XVIII, o médico Bernardino Ramazzini já havia
descrito a “doença dos escribas”.
Compõe um grupo de quadros, alguns dos quais bem definidos, tais como tenossinovite,
sinovite e outros mais difusos. Por isso, a terminologia Distúrbios Osteomusculares Relacionados
ao Trabalho (Dort).
No dia a dia adotamos várias posturas e movimentos: ficar de pé, andar, sentar-se, agachar-
se, dirigir veículos, andar de bicicleta ou de moto, escrever etc. Para exercê-los, nosso
organismo utiliza o sistema musculoesquelético composto pelo esqueleto, músculos, tendões,
ligamentos, nervos etc.
Conceito: síndrome clínica caracterizada por dor crônica, com ou sem alterações objetivas
– no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores – e decorrentes do trabalho.
No Brasil, já em 1973 foi detectada tenossinovite ocupacional em lavadeiras, limpadoras e
engomadeiras. A partir de 1985, evidenciaram-se os casos relacionados à digitação e, em 1987,
a Previdência Social reconheceu a tenossinovite como doença do trabalho. Posteriormente,
foram diagnosticados novos casos em outras ocupações: controlador de qualidade, embalador,

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

montador de chicote, montador de tubos de imagem, operador de máquinas e de terminais de


computador, auxiliar de administração, auxiliar de contabilidade, datilógrafo, pedreiro, técnico
administrativo, telefonista, auxiliar de cozinha e copeiro, eletricista, escriturário, operador de
caixa, recepcionista, faxineiro, vulcanizador.
Os Dort não têm uma única causa. Envolvem fatores de riscos diretos e indiretos, os quais
são interdependentes. Assim, os fatores de riscos são classificados em grupos, tais como:

• Nível de adequação dos locais de trabalho, relacionados à zona de atenção, visão, posturas
ou métodos de trabalho: lesões osteomusculares;

• Baixas temperaturas, pressões locais mecânicas sobre o corpo humano ou trajetos nervosos;

• Posturas inadequadas – limites de amplitude articular, pressão sobre articulações e


músculos, lesões mecânicas;

• Carga osteomuscular oriunda de: carga excessiva, pressão ou postura decorrente das
rotinas de trabalho;

• Carga estática: membro mantido em posição contrária à gravidade;

• Exigências cognitivas: quando é verificado o aumento da tensão muscular no corpo


humano, é generalizado o nível do estresse;

• Fatores ligados ao trabalho e carreira, ou seja, fatores organizacionais e psicossociais


estão relacionados diretamente ao ritmo de trabalho desenvolvido e ao ambiente social
e técnico do trabalho.

O diagnóstico é preponderantemente clínico e muitas vezes difícil; exames complementares


não dão suporte devido ao diagnóstico clínico.

A dor é um dos elementos mais presentes na caracterização dos Dort. Em geral é insidiosa;
às vezes relacionada ao período de sobrecarga; localização variável e, por vezes, pouco
definida; a duração tende a ser mais breve no início – final do expediente e melhorando com
repouso noturno –; depois, transforma-se em mais duradoura e, finalmente, contínua – casos
mais graves. As posturas antálgicas e a reação do paciente devem ser valorizadas; dormências
indicam compressão nervosa. Nos casos mais graves há incapacidade para as mais simples
atividades domésticas e de cuidados pessoais.
Os quadros clínicos podem ter causa compressiva, inflamatória ou desconhecida e
representam várias patologias, entre as quais:
Síndrome do desfiladeiro torácico: trabalhos com os braços elevados por períodos
prolongados ou que comprimem o ombro contra algum objeto – telefone apoiado entre a
orelha e o ombro, por exemplo;

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• Síndrome do supinador: apertar parafusos e praticar musculação;

• Lesão do nervo mediano da base da


mão: usar chaves de fenda de cabo curto,
vibração ou uso da base da mão – martelo
para grampear, carimbos etc.;
A prevenção se faz por meio de
• Síndrome do canal de Guyon: carimbadores, uma criteriosa identificação dos
escrivãs e aramistas; fatores de risco; dimensiona-
mento adequado do posto de
• Doença de Quervain: atividades com trabalho, dos equipamentos e
fixação do polegar acompanhada de força das ferramentas; organização do
– lavadeiras; trabalho. O encaminhamento
correto é abordá-lo através de
• Dedo em gatilho: força com compressão ações coletivas envolvendo o
palmar ao usar alicates, tesouras e gatilhos trabalhador, a empresa, as insti-
de bomba de gasolina; tuições públicas – dentro de suas
atribuições – e os sindicatos.
• Epitrocleíte: descascar fios elétricos e outras
atividades que exijam flexão do punho.

Dermatoses Ocupacionais
Dermatose ocupacional é toda alteração da pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente
causada, condicionada, mantida ou agravada por tudo aquilo que seja utilizado na atividade
profissional ou exista no ambiente de trabalho.
A pele é o órgão que envolve o corpo, exercendo diversas funções: regulação térmica,
defesa orgânica, controle do fluxo sanguíneo, proteção contra agentes do ambiente e funções
sensoriais – calor, frio, pressão, dor e tato. Possui três camadas: epiderme, derme e hipoderme.
Epiderme: a mais externa é constituída por células epiteliais que formam a camada córnea,
composta basicamente de queratina – impermeabilização da pele. É nessa também que se
originam os anexos cutâneos: unhas, pelos, glândulas sudoríparas – que produzem suor e
ajudam na regulação da temperatura corporal – e glândulas sebáceas – oleosidade.
Derme: camada intermediária é responsável pela resistência e elasticidade da pele.
Hipoderme: é a porção mais profunda e sua estrutura fornece proteção contra traumas
físicos, além de ser um depósito de calorias.
Os cuidados com a pele e as membranas mucosas partem do princípio de que, estando
intactas e saudáveis, servem como primeiras linhas de defesa, evitando agravos à sua integridade.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Dermatoses por Agentes Biológicos


• Monilíase interdigital: lavadores de copos e pratos;

• Dermatofitoses: barbeiros e manipuladores de aves, atividades em temperatura elevada


e umidade – cozinhas, ginásios, piscinas;

• Esporotricose: jardineiros, horticultores e manipuladores de palha;

• Candidíase da pele e das unhas: imersões prolongadas em água e irritação mecânica das
mãos – profissional de limpeza, lavadeiras, cozinheiras;

• Blastomicose: picadas de insetos e animais peçonhentos – construção de estradas e


desmatamento, trabalhadores agrícolas e florestais.

Dermatoses por Agentes Físicos


• Calor: queimaduras, urticária pelo calor;

• Frio: eritema, fenômeno de Raynaud, urticária;

• Radiações ionizantes: radiodermatite – radioterapeuta, radiologista, técnico de raio-x;

• Em áreas atingidas podem surgir tumores – carcinomas baso ou espinocelulares. A


profissão é importante, mas os registros de exposição através da dosimetria poderão ser
úteis para o esclarecimento diagnóstico;

• Radiação ultravioleta: eritema, queimadura, conjuntivite e ceratite – soldagem sem


proteção adequada –, câncer;

• Radiação infravermelha: queimadura e opacificação do cristalino – “catarata dos vidreiros”;

• Micro-ondas: alterações circulatórias da pele e catarata;

• Laser: queimaduras – eritema e necrose tecidual – e catarata;

• Vibrações: isquemia dos dedos, cianose, doença dos dedos brancos;

• Agentes mecânicos – pressão, fricção ou atrito: calosidades, bolhas, lesões traumáticas.

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Dermatoses por Agentes Químicos
Estima-se que 80% das dermatoses ocupacionais decorram da ação de agentes químicos –
orgânicos e inorgânicos – irritantes ou sensibilizantes. Na maioria dos casos são dermatoses
do tipo irritativo.
Cimento: ação alcalina sobre a camada córnea causa dermatose irritativa nas mãos e pés.
As dermatoses de contato alérgico são causadas por contaminantes do cimento – cromo e
cobalto. Podem ocorrer ainda calosidades palmares, plantares e ungueais, conjuntivite química
irritativa – ensacamento, carga e descarga – e “sarna dos pedreiros”.
Borracha: diversas substâncias usadas no processo de produção são potencialmente causadoras
de dermatite alérgica de contato, acometendo a pele previamente lesada e no uso de Equipamento
de Proteção Individual (EPI) de má qualidade – sem forro de tecido de algodão.
Outras substancias: solventes e óleos de corte – ação irritativa;
Cloracne: exposição excessiva a determinados hidrocarbonetos policromáticos halogenados,
sendo o escroto e o pênis frequentemente envolvidos. Ocorre por exposição a: cloronaftalenos
e bifenilas policloradas; dioxinas e em preservativos de madeira, como o pentaclorofenol.
Outros agentes: monoclorobenzeno, monobromobenzeno, hexaclorobenzeno.
Sais de cromo: úlceras de cromo; perfuração do septo nasal e dermatite de contato alérgica.
Níquel: conjuntivite, rinite, sarna dos niqueladores e eczema de contato alérgico.
Madeiras: dermatite, conjuntivite, rinite, câncer do septo nasal;
Resinas epóxi: dermatite, rinite, conjuntivite.
Leucodermia: pode ser provocada por queimaduras térmicas, radiodermite por raio-x e
agentes químicos – fenóis, arsênio e hidroquinona.

Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas Complicações Infecciosas


Ocorrem a partir de pequenas lacerações ou abrasões da pele – solventes ou sabões, queimaduras,
dermatites de contato. Ocupações: trabalhadores em cozinha, bares, lavanderias, saunas, oficinas
mecânicas – graxas e óleos minerais. Más condições de higiene pessoal, traumatismos repetidos e
ferimentos de origem ocupacional podem ser desencadeantes ou agravantes.

Riscos na Atividade Agrícola


Os riscos envolvendo as atividades agrícolas são intensificados pela utilização, cada vez
maior, de máquinas, eletricidade e produtos químicos. Grande parte dos trabalhadores rurais
está exposta a enorme quantidade de agentes infecciosos e parasitas transmitidos por diversos
meios: terra, água e alimentos contaminados, quando produtos agroquímicos em ação no
organismo resultam em efeitos nocivos à saúde, o que pode até levar à morte.
A absorção das substâncias pelo organismo humano pode se dar através da via respiratória
– gases, pó, fumo etc. –, cutânea – mistura de solventes, uso em ambientes quentes, dilatação

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

do poro ou até mesmo pela pele lesionada – e digestiva – falta de higiene, uso de recipientes
não etiquetados para outros fins etc. –; intoxicação aguda que não tem o correto diagnóstico é
condição corriqueira, fato que se deve aos sintomas não serem característicos da intoxicação:
cefaleia, vertigens, falta de força etc.
Na composição dos fertilizantes ou adubos são encontrados nitratos, fosfatos e sais de
potássio, a ocorrência de intoxicações graves, acidentais de origem alimentar que evolui
progressivamente, podendo atingir o coma e até mesmo a morte.
Quando ingeridos, os fosfatos formam complexos com o cálcio, o que reduz este elemento
no sangue. Os acidentes são decorrentes da ingestão de alimento ou por água contaminada
de chuva ou de irrigação, por exemplo. Em relação ao potássio, podem também ocorrer
acidentes através da contaminação de alimentos, o que causa úlcera na mucosa gástrica,
hemorragia e até mesmo perfuração do intestino delgado.
Os praguicidas utilizados em domicílios, recintos públicos, agricultura, reflorestamento e
pecuária tem registro frequente de intoxicação e, por vezes, mortais. Esse fato se dá ao uso
abusivo e despreparo no diagnóstico médico para o devido tratamento. Entre os praguicidas,
temos: organoclorados, carbamatos, fungicidas etc.
Organoclorados: atuam sobre o sistema nervoso central e são armazenados nas gorduras do
organismo. Na intoxicação, temos: cefaleia, tontura, excitabilidade, desorientação, contrações
musculares, convulsão, alteração do equilíbrio, dormência – na língua, lábios, face e mãos –,
náuseas e vômitos; estão associados ao câncer de mama.
Organofosforados: – Paration, Malation, Azinfós, Demeton – inibem as colinesterases.
Quadros: miose, visão borrada, sialorreia, tosse, náuseas, vômitos, cólicas, incontinência
urinária e fecal, dispneia; cãibras, dores musculares; cefaleia, tontura, convulsões e coma.
Carbamatos: inibidores irreversíveis da acetil-colinesterase, provocando os mesmos sinais e
sintomas dos organofosforados.
Piretroides: sensibilizantes da pele e dos pulmões e neurotóxicos; podem causar:
formigamento, prurido e sensação de queimação – face (após a transpiração ou a exposição ao
Sol) –; hipersecreção nasal e lacrimejamento; paralisia do trigêmeo; aplasia medular e leucemia.
Quanto aos fungicidas, ocorrem os mesmos efeitos do Antabuse – rubor cutâneo intenso,
cefaleia, dispneia, vômitos, vertigem.
No grupo dos herbicidas encontramos: cefaleia, hiperestesia, tremores, cólicas, diarreia
hemorrágica, dor retroesternal, hematúria, oligúria, uremia, dispneia e morte.
A maioria dos agrotóxicos atravessa a barreira placentária, causando risco de mutagênese
e teratogênese. Os bebês, as grávidas e os idosos são muito mais sensíveis aos seus efeitos
maléficos. Alguns dos efeitos agem diminuindo a libido e causando infertilidade masculina.

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Doenças Infecciosas e Parasitárias
Tuberculose: trabalhadores de laboratórios de Biologia e profissionais da saúde; há também
a forma pulmonar nos silicóticos.
Carbúnculo: contato direto com animais infectados ou seus cadáveres; manipulação de
peles, pelos, couro ou lã – tratadores de animais, trabalhadores em matadouros, curtumes,
manipuladores de lã crua, veterinários e seus auxiliares, artesãos.
Leptospirose: o principal reservatório é o rato; contato direto com águas sujas ou em
locais contendo dejetos de animais portadores de germes – minas, túneis, galerias, esgotos
–; trabalhos em drenagem; contato com roedores; trabalhos com animais domésticos e
com gado.
Tétano: penetração de esporos através de lesões contaminadas – perfurantes dilacerações
e queimaduras. Os esporos são encontrados no solo – tratado com adubo animal –, em
vegetais – espinhos e pequenos galhos –, em pregos enferrujados sujos, em instrumentos de
trabalho contaminados, fezes de animais ou humanas e agulhas de injeção não esterilizadas. A
prevenção tem um forte aliado na vacinação.
Hepatite viral: causada por vários vírus da hepatite. Na hepatite A, a fonte de infecção é
o próprio homem – mãos sujas; água ou alimentos contaminados. Já o vírus da hepatite B se
encontra nas secreções e excreções do corpo, porém, apenas o sangue, o esperma e a saliva
podem transmiti-lo – pela transfusão, injeções percutâneas com derivados de sangue, uso de
agulhas e seringas contaminadas.
Quanto à hepatite C, estima-se que 2% dos casos decorrem de exposição de trabalhadores
acidentados com material contaminado.
A hepatite viral D é endêmica na Amazônia Ocidental e pode associar-se ao vírus da hepatite B.
Imunodeficiência Humana (HIV): os trabalhadores da área da saúde, em decorrência
de acidentes perfuro-cortantes, decorrentes do manuseio de agulhas ou material cirúrgico
contaminado, tiveram registrados na literatura internacional acidentes ocupacionais.
Malária: trabalhadores em zona endêmica – mineração, construção de barragens ou
rodovias, extração de petróleo, entre outras circunstâncias.
Leishmaniose cutânea e cutâneo-mucosa: acomete trabalhadores agrícolas ou florestais,
em zonas endêmicas.

Câncer Ocupacional
Neoplasia maligna do estomago – câncer de estomago: exposição ocupacional ao asbesto ou
amianto – trabalhadores em minas de carvão, refinarias de petróleo e na indústria da borracha.
Angiosarcoma do fígado: exposição ao cloreto de vinila.
Neoplasia maligna do pâncreas – câncer de pâncreas: exposição ao Dicloro-Difenil-
Tricloroetano (DDT); a óleos minerais – indústrias mecânico-metalúrgicas e automobilísticas
– e a radiações ionizantes – radiologistas;

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Câncer de cavidade nasal e seios paranasais: são decorrentes da exposição a radiações


ionizantes; cromo e seus compostos – hexavalente –; refino do níquel; produção de álcool
isopropílico; resíduos de madeiras, da indústria têxtil;
Neoplasia maligna da laringe – câncer da laringe: exposição ao asbesto – mineradores,
isoladores, trabalhadores de estaleiros navais e da fabricação de produtos de asbesto e cimento-
asbesto –, ao níquel, ao álcool isopropílico, ao gás mostarda e a óleos minerais – solúveis ou de corte.
Neoplasia maligna dos brônquios e dos pulmões – câncer do pulmão: decorrente da
exposição ao arsênio; asbesto; sílica livre; alcatrão, breu, betume, parafina e seus resíduos;
radiações ionizantes.
Neoplasia maligna dos ossos – câncer ósseo: tem na sua origem na exposição a radiações ionizantes.
Epiteliomas malignos: decorrentes do contato com arsênio; alcatrão, breu, betume,
parafina, creosoto, piche, xisto betuminoso; radiações ionizantes; radiações ultravioletas e
óleos minerais lubrificantes e de corte.
Mesotelioma – da pleura, do peritônio ou do pericárdio: exposição ao asbesto no trabalho
ou nos domicílios próximos a indústrias que processam suas fibras.
Neoplasia maligna da bexiga – câncer de bexiga: exposição ao alcatrão, breu, betume,
parafina e seus derivados; emissões de fornos de coque e óleos minerais de corte ou solúveis.
Leucemias: exposição ao benzeno; exposição ocupacional a radiações ionizantes, óxido
de etileno, agentes antineoplásicos, a campos eletromagnéticos e a agrotóxicos clorados –
clordane e heptaclor.

Intoxicação pelo Chumbo – Saturnismo


Uso: baterias automotivas; tintas e pigmentos; fabricação de Policloreto de Vinila (PVC);
cabos elétricos; soldas de componentes eletroeletrônicos; fundição de metais não ferrosos –
bronze, latão e outras ligas –; instrução de tiro; reforma de estaleiros etc.
É relativamente bem absorvido pela via respiratória. A absorção pela pele só se dá para
compostos orgânicos de chumbo. 99% do absorvido se ligam aos glóbulos vermelhos e
atravessam a barreira placentária. A excreção é feita principalmente pela urina, podendo
ocorrer insuficiência renal com o desenvolvimento de hipertensão arterial crônica.
Sintomatologia – chumbo inorgânico: cólicas abdominais; mialgias; fadiga crônica;
dispepsia; insônia, vômitos, irritabilidade frequente, alterações bruscas do humor e alterações
da libido. Diagnóstico: quadro clínico e provas laboratoriais.

Intoxicação pelo Mercúrio


O mercúrio transformado em vapor é absorvido pela via respiratória – contaminação por
mercúrio inorgânico. Quanto ao orgânico, a intoxicação se dá por ingestão de alimento
contaminado com o metal.

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Exposição ocupacional: indústrias de cloro-soda; manufatura de inseticidas, fungicidas e
pesticidas; equipamentos elétricos; fabricação de lâmpadas e de equipamentos laboratoriais;
fabricação de tintas, papéis e pilhas; garimpos de ouro; clínicas dentárias.
Sintomatologia: inorgânico – irritabilidade, mudança de personalidade, depressão, insônia
e perda da memória; sangramento da gengiva, perda de dentes, queda de cabelo, cólicas
abdominais, diarreia e gosto metálico no paladar –; orgânico – redução do campo visual;
incoordenação de movimentos voluntários; dores de cabeça; perda do sono. Diagnóstico:
associando sinais/sintomas à dosagem de mercúrio na urina – inorgânico. Iniciar monitorização
após doze meses de exposição.

Saúde Mental e Trabalho


O trabalho é reconhecido como importante componente na patogenia, no desencadeamento
e na evolução dos distúrbios psíquicos. As críticas à organização do trabalho constituem o
embasamento nas conclusões de várias pesquisas efetuadas para avaliar as determinações dos
riscos mentais no trabalho.
Demência: de caráter adquirido, engloba perturbações da memória, pensamento, orientação,
compreensão, cálculo, capacidade de aprender, linguagem e julgamento – manganês, CO,
H2S; sulfeto de carbono.
Delirium: perturbações da consciência e distúrbios psicomotores pela exposição a brometo
de metila e sulfeto de carbono.
Transtorno cognitivo leve: alterações da memória, da orientação e da capacidade de
aprendizado, redução da capacidade de concentração em tarefas além de períodos curtos e
intensa sensação de fadiga mental para tarefas mentais, na exposição a: brometo de metila;
chumbo, manganês, mercúrio e seus compostos; sulfeto de carbono; tolueno; tricloroetileno,
tetracloroetileno, tricloroetano.
Transtorno orgânico de personalidade: alteração da personalidade e de comportamento
devido a um transtorno residual ou concomitante a uma doença, lesão ou disfunção cerebral,
na exposição a: brometo de metila; chumbo, manganês, mercúrio; sulfeto de carbono; tolueno;
tricloroetileno, tetracloroetileno, tricloroetano.
Alcoolismo crônico relacionado ao trabalho: caracteriza-se por contínua e periódica
perturbação do controle de ingestão de álcool e distorções de pensamento, notadamente a negação.
O trabalho é considerado entre os fatores de risco psicossociais capazes de influenciar no
desenvolvimento do quadro e nas suas manifestações, vinculado aos seguintes fatores: nível de
desemprego e condições de trabalho.
Transtorno do ciclo vigília-sono: está relacionado aos fatores não orgânicos, ou seja,
pela perda de sincronia entre o ciclo sono-vigília do indivíduo e o ciclo sono-vigília desejável,
resultando em insônia ou hipersonia – frequente mudança de turnos de trabalho ou viajem
através de fusos horários; desregulação circadiana.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional: o contato excessivo


com outras pessoas, situação de trabalho com grande tensão emocional e constante, além
de grandes responsabilidades, gera uma reação: a tensão emocional crônica. Através dessas
situações, percebe-se que o trabalhador se envolve afetivamente, o que gera o seu desgaste,
a perda de energia ou a queima comportamental, destituindo-o do sentido da relação com
o trabalho, no sentido de que qualquer esforço em parecer inútil, gerando o desinteresse.
Esse quadro é percebido principalmente nos profissionais da área de serviço ou cuidadores,
igualmente nos que estão em contato direto com os usuários: trabalhadores da educação,
saúde, policiais e agentes penitenciários.
As atitudes e condutas negativas dentro das organizações estão relacionadas à síndrome de
burnout, essas conditas por sua vez, acarretam prejuízos práticos e emocionais ao trabalhador
e à organização. No momento em que é identificado o esgotamento emocional, nota-se que
na relação de trabalho há um quadro tradicional de estresse. A síndrome de burnout e o
trabalho estão vinculados ao ritmo intenso e a dificuldades físicas e mentais relacionadas às
atividades desenvolvidas pelo profissional.

Doenças dos Olhos e Anexos Relacionados ao Trabalho


Blefarite: inflamação das pálpebras, geralmente bilateral – irritação, ardor e prurido nas
pálpebras – devido a: radiações ionizantes – x e gama –; cimento; arsênio.
Conjuntivite: substâncias químicas e irritantes – ácidos e álcalis; aerossóis, névoas e vapores
de solventes e poeiras em suspensão no ar; pólen, fungos, pelo, lã, produtos químicos –;
corpo estranho; ácido sulfídrico – sulfeto de hidrogênio –; acrilatos; arsênio e seus compostos;
cimento; cloreto de etila; flúor; iodo; isocianatos orgânicos; radiações ultravioletas; selênio e
tetracloreto de carbono.
Catarata: opacificação do cristalino, podendo causar cegueira. Pode se dar em função de:
raio-x, calor e frio extremos, choque elétrico, contusão ocular e ferimentos penetrantes; radiação
infravermelha – “catarata dos vidreiros” –; radiações ionizantes; solda elétrica. As cataratas
ocupacionais geralmente acometem indivíduos jovens, com latência de dois a três anos.
Neurite ótica: perda da visão é o sintoma principal, podendo ser causada por: brometo de
metila; cloreto de metileno – diclorometano –; metanol; sulfeto de carbono; tetracloreto de carbono.

Doenças do Sistema Circulatório Relacionadas ao Trabalho


Hipertensão arterial sistêmica é a elevação da pressão arterial com um nível de
pressão arterial sistólica e/ou sistólica persistentemente acima de 130 mmHg e/ou 80
mmHg, respectivamente.
Como causas de hipertensão arterial ocupacional, constam o chumbo, o ruído e o estresse
ocupacional. Está comprovada a elevada prevalência de hipertensão arterial em controladores
de tráfego aéreo, quando comparados aos seus próprios exames admissionais.
É clássico o trabalho da professora Miriam Debert Ribeiro e colaboradores (1981), em que
é analisada a prevalência dessa patologia no Município de São Paulo, mostrando que variou de
11% – entre profissionais liberais – a 21% – no setor de empresas jornalísticas e publicitárias.

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Há ainda uma tendência para pressão arterial mais elevada em motoristas de ônibus urbanos,
nas grandes metrópoles, e em trabalhadores com jornada superior à 48 horas semanais, ao
compará-los aos que trabalhavam menos que esse limite.
Infarto agudo do miocárdio: maior incidência de doença coronariana, incluindo infarto, em
trabalhadores expostos a sulfeto de carbono – aterosclerose –, monóxido de carbono e nitratos.
Arritmias cardíacas: fatores causais – exposição ao monóxido de carbono; gás arsina;
nitratos orgânicos; solventes; agrotóxicos organofosforados e carbamatos; antimônio, arsênico,
mercúrio e chumbo.

Doenças do Aparelho Respiratório


A respiração é uma das funções essenciais do organismo pela qual as células vivas do corpo
recebem oxigênio e eliminam gás carbônico – hematose – em uma troca entre o sangue e o ar.
Antes de o ar inalado chegar aos pulmões e suas partes – bronquíolos respiratórios, alvéolos
pulmonares e tecido elástico –, passam pelas vias respiratórias – cavidades nasais, traqueia,
árvore bronquial e nasofaringe –, a fim de que possa ser preparado com a devida temperatura,
umidade e filtragem, isso faz com que chegue adequado para ser recebido pelos pulmões.
A respiração começa pelo nariz, onde existem os pelos que agem como filtros. Para
expulsar as impurezas filtradas, utilizamos o espirro. O ar pode ser inspirado através de
outros órgãos, tais como a boca, o que não permite a filtragem do ar, uma vez que este é
o órgão de saída do mesmo.
Do nariz ou da boca, o ar passa pela glote – apenas deixa entrar o ar e não alimentos.
Na sequência, vem à laringe – importante para a voz –, às cordas vocais – que regulam o
timbre da voz – e à traqueia – que também possui um filtro de pelos, impedindo o acesso
de partículas aos pulmões.
No início dos pulmões estão os brônquios, os quais levam o ar até os alvéolos. Nos alvéolos
pulmonares o ar é passado ao sangue, este que pega o oxigênio para levá-lo às células mais
distantes e, ao mesmo tempo, capta o gás carbônico do ar usado, expelindo-o pelo mesmo
caminho de forma inversa.
O responsável por executar os movimentos da respiração é o diafragma que, por sua vez,
faz o movimento de “abaixar” para que o ar possa entrar e “subir” para que o mesmo possa
ser expulso do corpo.
Faringite aguda: ocorre por exposição a gases e vapores cáusticos ou irritantes e microrganismos.

Rinite alérgica: características – espirros, prurido do nariz, congestão nasal e secreção


nasal; decorre da exposição a cromo e seus compostos, poeiras de algodão, acrilatos; aldeído
fórmico, aminas aromáticas e seus derivados, enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana;
furfural e álcool furfurílico, isocianatos orgânicos, níquel e seus compostos, cloreto de vinila,
teflon, medicamentos – macrolídeos, ranetidina, cefalosporinas.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Rinite crônica: com os mesmos sinais e sintomas da rinite aguda, por exposição a cloro
gasoso, cromo, gás flúor e fluoreto de hidrogênio; amônia; anidrido sulfuroso; cimento.
Ulceração ou necrose do septo nasal e perfuração do septo nasal: aerossóis irritantes,
cromo, arsênio, cádmio etc. Pode evoluir para a perfuração do septo – entre 3 e 36 meses
de exposição.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica


Bronquite crônica: tosse crônica com produção de escarro, persistente e causada por:
poeiras de carvão mineral, sílica livre, algodão, linho, cânhamo ou sisal; cloro gasoso; amônia;
anidrido sulfuroso; névoas e aerossóis de ácidos minerais. O tabagismo parece ter efeito aditivo
– e não sinérgico – no desenvolvimento da doença.
Asma ocupacional: obstrução das vias aéreas devido a agentes, inalando-se gasosos,
vapores ou fumos, com dispneia, tosse, sibilância, respiração curta, opressão torácica,
secreção escassa. Deve-se pensar em asma ocupacional para todo caso inicial em adultos. Sua
ocorrência é relacionada à contínua renovação de produtos químicos na indústria, paralela
ao avanço nos métodos diagnósticos. Principais agentes etiológicos: praticamente, são os
mesmos listados na rinite alérgica.
Pneumoconiose dos trabalhadores do carvão: inalação de poeiras de carvão mineral
na extração desse. Dependendo do conteúdo de sílica na rocha, pode ocorrer silicose
simultaneamente. Fatores que influenciam a resposta pulmonar: concentração de poeira no
ar – maior no antracitoso do que no betuminoso –; tipo de carvão; presença de sílica – alta
concentração nas rochas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul –; tempo de exposição;
suscetibilidade individual.
O sintoma predominante – dispneia de esforço – somente aparece nas formas avançadas
ou na forma maciça progressiva. Quando aparece precocemente, é indicação de doença
pulmonar associada.
É importante não confundir carvão mineral com carvão vegetal, dado que este último
aparentemente não é associado à produção de pneumoconioses.
Asbestose: inalação de fibras de asbesto ou amianto. Caracteriza-se clinicamente por
dispneia de esforço e baqueteamento digital – nas fases tardias. Depende da concentração de
fibras de asbesto no ar. O diagnóstico se dá por meio das alterações radiológicas e da história
ocupacional; o tempo de latência é em torno de dez anos.
Silicose: inalação de sílica livre – quartzo, SiO2 cristalizada –; pode apresentar-se em três formas:

• Aguda: rara – jateamento de areia ou moagem de quartzo puro –; latência de cinco anos
e sobrevida em torno de um ano;

• Subaguda: alterações radiológicas após cinco anos de exposição; sintomas respiratórios


precoces e limitantes – cavadores de poços;

• Crônica: latência longa – dez anos –; ao raio-x, notam-se nódulos que evoluem para
grandes opacidades. Os sintomas aparecem nas fases tardias.

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Assintomática no início, com a progressão das lesões – doenças respiratórias concomitantes
–, aparece dispneia aos esforços e astenia; nas fases avançadas há insuficiência respiratória,
dispneia aos mínimos esforços e de repouso.
São fatores de risco: concentração total de poeira respirável; dimensão das partículas
(<10 µm podem atingir os alvéolos); composição mineralógica da poeira respirável – em
porcentagem de sílica-livre –; tempo de exposição.

Pneumoconioses Devidas a Outras Poeiras


Beriliose: exposição a berílio; pode se manifestar até dez a quinze anos depois de cessada a
exposição. Forma aguda: irritação da nasofaringe, traqueia, brônquios e parênquima pulmonar;
pode ocorrer perfuração do septo nasal, tosse seca, dor retroesternal e pneumonia química
– esta grave, causando óbito. Forma crônica: dispneia progressiva aos esforços, dor torácica,
tosse pouco produtiva, fadiga, perda de peso, artralgia.
Siderose: exposição a fumos de óxido de ferro – corte de ferro com solda elétrica ou
oxiacetilênica –; frequentemente associada à silicose.
Estanhose: inalação de fumos e poeiras contendo estanho; assintomática; imagens
radiológicas dramáticas por sua radiopacidade.
Aluminose: pneumoconiose por exposição ao alumínio.

Doenças das Vias Aéreas Devidas a Poeiras Orgânicas Específicas


Bissinose: poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal; sensação de opressão torácica e
dispneia, em geral no retorno ao trabalho – final de semana ou férias (“síndrome das manhãs
de segunda-feira”) –; endêmica entre trabalhadores têxteis – abrir de fardos, separar e preparar
de cardas, fiação de algodão – em países com precárias condições de higiene do trabalho.
Pneumonite de hipersensibilidade devida a poeiras orgânicas: doenças por repetidas
inalações e sensibilização a um grupo de poeiras orgânicas e substâncias antigênicas, de baixo
peso molecular:

• “Pulmão do granjeiro” – ou “do fazendeiro”, ou “do agricultor”: feno, palha, grãos mofados;

• Bagaçose: cana mofada;

• Pulmão dos criadores de pássaros: excrementos e penas de aves;

• Suberose: doença ocupacional verificada em trabalhadores da indústria de transformação


de cortiças, decorrente da exposição a poeiras e sistemas de ar condicionado.

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Sintomas Respiratórios Decorrentes da Inalação de Produtos Químicos


Bronquite, pneumonite, alveolite e edema agudo: os pacientes apresentam sintomas como
a irritação nos olhos, garganta e nariz, tosse, náuseas, vômitos.

Doenças Ocupacionais Relacionadas ao Aparelho Digestivo


Gengivite crônica: exposição ocupacional a névoas de fluoretos e ao mercúrio. A gengivite
pelo mercúrio é o quadro mais típico e grave em patologia do trabalho.
Doença hepática tóxica: engloba uma grande variedade de doenças hepáticas agudas e crônicas.
Hepatite aguda e subaguda: tetracloreto de carbono, tetracloroetano, tricloroetileno,
metilclorofórmio; tolueno; trinitrotolueno, 2-nitropropano; arsênico, chumbo e fósforo amarelo.
Colestase: rara; acomete trabalhadores expostos a metilenodianilina.
Esteatose hepática: degeneração gordurosa em expostos a fósforo amarelo, trinitrotolueno,
agrotóxicos arsenicais, tetracloreto de carbono, metilclorofórmio, tetracloroetano, tolueno e
misturas de solventes alifáticos e aromáticos.
Hepatite crônica: exposição prolongada e repetida aos agentes causadores de hepatite
aguda e subaguda e esteatose hepática.
Cirrose hepática: estágio crônico e irreversível de lesão hepática, por exposição a
tetracloreto de carbono, compostos arsenicais, tetracloroetano, tricloroetano, trinitrotolueno,
tricloroetileno, cloreto de vinila, clorobenzeno, tetracloreto de carbono, clorofórmio,
hexaclorobenzeno, tetraclorobenzodioxina.

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Material Complementar
Sites:
MENDES, L. F.; CASAROTTO, R. A. Tratamento fisioterápico em distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho: um estudo de
caso. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, v. 5, n. 2, p. 127-132, jul./dez. 1998. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/fpusp/article/download/77304/81168

Leituras:
BRASIL. Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos
para os serviços de saúde. Brasília, DF, 2001. (Série A. Normas e manuais técnicos; 114). Disponível em:
http://goo.gl/Cwkpf

DOENÇAS ocupacionais: o que são e como preveni-las? Boletim Cipa, 7 mar. 2013. Disponível em:
http://goo.gl/Wiw1pY

OLIVEIRA, B. R. G. de O.; MUROFUSE, N. T. Acidentes de trabalho e doença ocupacional: estudo sobre o conhecimento do
trabalhador hospitalar dos riscos à saúde de seu trabalho. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, v. 9, n. 1, p. 109-115,
jan. 2001. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v9n1/11538.pdf

TERSARIOLLI, A. et al. Doenças ocupacionais em profissionais de unidade de informação. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharel em Biblioteconomia) - Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em:
http://goo.gl/IKrc93

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Unidade: Doenças relacionadas ao trabalho

Referências

MACHADO NETO, J. G. Abordagem multidisciplinar da segurança no trabalho com


agrotóxicos e as condições de campo. Revista Cipa, v. 22, n. 263, [20--?].

MELO JUNIOR, A. da S. O ambiente e as doenças do trabalho, out. 2011.

ODDONE, I. Ambiente de trabalho – a luta dos trabalhadores pela saúde. [S.l.]: Hucitec, 1986.

OFICINA INTERNACIONAL DEL TRABAJO. Guía sobre seguridad y salud en el uso


de productos agroquímicos. Ginebra, 1993.

28
Anotações

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