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Maio de 68
Maio de 68
Os protestos de maio de 1968 foram o resultado de um mundo que estava em agitação. Vários
acontecimentos marcantes contribuíram para a agitação popular em diferentes partes do mundo,
e isso, de certa maneira, reforçou o desejo pela mudança na França, o que resultou num
movimento estudantil.
Os Estados Unidos viam o país ser varrido por protestos contra a Guerra do Vietnã e passavam por
transformações significativas no combate ao racismo; a Checoslováquia era agitada por um
reformismo que procurava democratizar o socialismo no país; na Alemanha, protestos estudantis
aconteciam em Berlim.
Esses acontecimentos reforçavam a retórica inspirada nos ideais socialistas entre os estudantes
franceses. Uma das correntes mais influentes naquele período era a maoista, e, desde 1966, a China
passava pela Revolução Cultural, acontecimento em que Mao Tsé-Tung mobilizou os estudantes
para defendê-lo sob o mote do combate às “velhas ideias”.
Embora as mobilizações estudantis tivessem sido influenciadas por acontecimentos globais, havia
também problemas relacionados com as insatisfações com o desemprego, que estava em
crescimento na década de 1960, com o sistema educacional francês e com o governo de Charles
De Gaulle.
Maio de 1968
O protesto dos estudantes em Nanterre foi encerrado após a chegada da polícia, convocada pela
própria administração de Nanterre. Novos protestos seguiram acontecendo nos meses de março e
abril, e a ação policial era baseada na violência, o que indignava os estudantes. Os protestos, no
entanto, continuaram.
Nesse dia, os confrontos entre policiais e estudantes foram violentos. A polícia incendiava carros
para incriminá-los e usava a violência para dispersá-los, e os estudantes responderam construindo
barricadas para impedir o avanço policial.
Barricadas durante os confrontos
Novas pautas foram adicionadas às reivindicações estudantis, como o fim da separação de géneros
nos alojamentos, e a força do movimento cresceu porque a violência policial fez com que ele
passasse a contar com o apoio de outras classes, principalmente a dos trabalhadores.
A adesão dos trabalhadores aos protestos estudantis forçou o governo do presidente De Gaulle a
negociar. Governo, representantes dos sindicatos e empresários sentaram-se à mesa para debater
condições para que os trabalhadores voltassem ao trabalho. As negociações estenderam-se por
todo o mês de maio, e, ao final, chegou-se aos Acordos de Grenelle.
Os trabalhadores ganharam uma série de benefícios, como aumentos salariais e redução do horário
de trabalho, e os sindicatos ganharam maior liberdade para organizar-se.
A força nos cartazes Algumas das frases mais marcantes nos protestos
O ímpeto dos protestos seguiu-se durante o mês de maio, mas perderam força no final dele.
A 30 de maio de 1968, Charles De Gaulle anunciou que não renunciaria ao governo, como
reivindicava os estudantes e que as medidas para ampliar a participação popular que ele havia
anunciado dias antes seriam canceladas. Também ameaçou os trabalhadores a retornarem ao
trabalho, ou seriam reprimidos pela polícia. Por fim, convocou eleições legislativas para junho.
https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/maio-de-68-uma-revolucao-que-tambem-
foi-da-linguagem-9317827.html
https://pt.euronews.com/2018/05/03/50-anos-apos-o-maio-de-68
https://observador.pt/2018/05/09/maio-de-68-estudantes-contra-policias-e-no-fim-ganhou-o-
capitalismo/