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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO NA ÁREA DE SURDO-
CEGUEIRA E DEFICIENCIA INTELECTUAL
GUARULHOS – SP
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4
2 HISTÓRIA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIA .......................................................... 5
3 ABORDAGENS ATUAIS SOBRE DEFICIÊNCIA ....................................................... 9
4 DEFICIÊNCIA NÃO É SINÔNIMO DE INCAPACIDADE ......................................... 11
5 AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E O TRATAMENTO DADO A ELAS AO LONGO
DA HISTÓRIA ................................................................................................................ 13
6 DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO ................................................................................. 16
7 AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E AS DIFERENTES NOMENCLATURAS
UTILIZADAS AO LONGO DA HISTÓRIA ....................................................................... 19
8 POSSÍVEIS CAUSAS PARA A SURDEZ E A CEGUEIRA ...................................... 22
9 DEFICIÊNCIA VISUAL E CEGUEIRA ..................................................................... 23
10 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ ...................................................................... 24
11 CLASSIFICAÇÃO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA ..................................................... 25
12 DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS SURDAS E DEFICIENTES
VISUAIS......... ................................................................................................................ 27
12.1 Aspectos do desenvolvimento e as implicações socioeducacionais da criança
cega.................................................................................................................................28
12.2 Aspectos do desenvolvimento e as implicações socioeducacionais da criança
surda............................................................................................................................... 30
13 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E A INCLUSÃO DE ALUNOS COM
SURDEZ, DEFICIÊNCIA AUDITIVA, CEGUEIRA E BAIXA VISÃO ............................... 32
13.1 Necessidades Educativas Especiais para alunos com deficiência visual e a
educação............ ............................................................................................................ 32
13.2 Ensino do Braile ................................................................................................... 34
13.3 Necessidades educativas especiais para alunos surdos e a educação .............. 37
14 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA ................................................................... 43
14.1 Transtorno do espectro autista ............................................................................ 44
14.2 Deficiências múltiplas .......................................................................................... 46
15 AUTISMO .................................................................................................................48
15.1 Histórico........ ....................................................................................................... 48
2
15.2 Traços autistas .................................................................................................... 49
16 PRÁTICAS EDUCACIONAIS ................................................................................... 51
16.1 Transtorno do espectro autista ............................................................................ 52
16.2 Deficiências múltiplas .......................................................................................... 53
17 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL ........................................................ 54
18 DIFICULDADES ENFRENTADAS NA BUSCA POR UMA PRÁTICA EDUCACIONAL
INCLUSIVA........ ............................................................................................................ 54
19 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: DEFINIÇÕES À LUZ DO
PARADIGMA INCLUSIVO.............................................................................................. 57
20 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM ....................................................................... 61
20.1 Rendimento nas atividades escolares ................................................................. 64
20.2 O que acontece no Brasil..................................................................................... 66
21 OS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM E A AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM ......... 67
22 OS DISTÚRBIOS DE COMUNICAÇÃO ................................................................... 70
23 HISTÓRIA DAS POLÍTICAS EM EDUCAÇÃO ESPECIAL ...................................... 73
24 DIRETRIZES SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL ................................. 76
25 OS DESAFIOS DAS ESCOLAS BRASILEIRAS DIANTE DA INCLUSÃO
ESCOLAR.......................................................................................................................78
26 A REDE DE APOIO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO VOLTADAS À INCLUSÃO 80
27 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA .. 82
28 A MANUTENÇÃO DE UM AMBIENTE COLABORATIVO E O BOM DESEMPENHO
DA INCLUSÃO ............................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 87
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
4
2 HISTÓRIA DO CONCEITO DE DEFICIÊNCIA
5
adequados. Foi assim que Pinel se tornou também um dos fundadores da clínica médica
(FRAYZE-PEREIRA, 1993).
Apesar de todo o esforço para a condução de um tratamento moral das pessoas
com deficiência intelectual, houve, ao longo de todo o século XIX, um alastramento da
criação de asilos, os quais acabaram sendo concebidos como manicômios. Nesses
locais, os tratamentos visavam à cura e, para isso, não mediam esforços para aplicar
métodos que moldassem os comportamentos dos deficientes. Por meio de técnicas,
aparelhos e medicações, buscavam a contenção dos sintomas, sem considerar as
singularidades e peculiaridades de cada sujeito. (DUARTE, 2018)
Foi durante a transição do século XIX para o século XX que surgiu uma
preocupação com a linearidade das manifestações das deficiências. A partir disso, os
fisiatras e estudiosos da época se preocuparam em contabilizar e categorizar as
deficiências intelectuais sob o ângulo de suas funcionalidades. Então, estabeleceu-se na
América do Norte, em 1880, uma espécie de censo com o primeiro esboço de um manual
diagnóstico, no qual as deficiências intelectuais foram organizadas em sete categorias:
mania, melancolia, monomania, paresia, demência, dipsomania e epilepsia (BLACK;
GRANT, 2015).
O primeiro esboço da formulação da declaração dos direitos humanos também
ocorreu nos Estados Unidos. O documento alertava para a necessidade de fiscalizar e
orientar as instituições que ofereciam tratamento às pessoas com deficiências
intelectuais, buscando inibir internações arbitrárias e maus tratos que poderiam estar
disfarçados sob a forma de tratamento. Esses movimentos em direção à garantia de
direitos e tratamento digno promoveram avanços na psiquiatria enquanto ciência e
conduziram inspirações para as ciências naturais. Além disso, auxiliaram no despertar
de descobertas médicas e bacteriológicas, da anatomia patológica e da então recente
neurologia, que se propunha a conectar os aspectos ligados à organicidade e à
funcionalidade da estrutura cerebral aos comportamentos humanos (LAPLANTINE,
2010).
Com a demanda por compreensão dos sujeitos com deficiências e das suas
especificidades, tornou-se mais viável buscar tratamentos que se ancorassem no
desenvolvimento das necessidades específicas de cada um. Despertou-se para a
6
importância de conduzir tratamentos que escapassem de uma lógica que rotula e acaba
por aniquilar o princípio individual, enxergando apenas as limitações e os sintomas, e
seguindo as suas intervenções somente na direção de uma normatização e um
silenciamento das diferenças (FERREIRA, 2000).
No Brasil, até a construção da Constituição Federal de 1988, os termos
“excepcional” e “deficiente” eram utilizados para definir as pessoas com deficiência.
Entretanto, por se tratar de uma definição limitada e por vezes pejorativa, implicava
necessidade de mudanças. Assim, a atenção às pessoas com deficiências aparece em
momentos bem pontuais da Constituição, como consta nos seguintes artigos (BRASIL,
1988, documento on-line):
7
1990). Esse documento alertou para a necessidade de criação de políticas públicas no
Brasil e levou à criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que se estabeleceu a
partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU e o seu
Protocolo Facultativo, ratificados na forma do Artigo 5º da Constituição Federal.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência é destinado a estabelecer as diretrizes e
normas gerais, bem como os critérios básicos para assegurar, promover e proteger o
exercício pleno e em condições de igualdade de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais pelas pessoas com deficiência. Além disso, esse Estatuto visa à inclusão
social e cidadania plena e efetiva da pessoa com deficiência, seja por ordem física,
sensorial (auditiva e visual) ou intelectual (BRASIL, 2015).
10
4 DEFICIÊNCIA NÃO É SINÔNIMO DE INCAPACIDADE
11
inserido (FONSECA, 2008). Assim, o sujeito, visto além da deficiência e de suas barreiras
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, pode ser contemplado por meio de
outros cenários para o desenvolvimento integral de suas potencialidades.
Nesse sentido, as políticas públicas garantem à pessoa com deficiência o
recebimento de benefício assistencial (quando o indivíduo se encaixa em critérios
socioeconômicos), tendo garantia de benefícios como isenção de impostos como o IPI;
preenchimento do percentual de funcionários com deficiência em empresas com mais de
cem empregados; vagas destinadas às pessoas com deficiência em concursos públicos;
participação nas paraolimpíadas e atendimento prioritário (FONSECA, 2008).
Ademais, as políticas públicas promovem a garantia de espaço para que as
pessoas com deficiência possam demonstrar as suas potencialidades e os seus talentos,
especialmente nas áreas em que possuem maior desenvolvimento. A partir disso, o
deficiente poderá encontrar uma maneira de ser visto enquanto sujeito integral, para além
da deficiência. (DUARTE, 2018)
Ao longo da história, o conceito de deficiência e a visão sobre a pessoa com
deficiência enfrentaram muitos percalços. Nem sempre foi possível priorizar o
desenvolvimento do sujeito integral, com respeito e construção da autonomia. No
entanto, toda essa bagagem conduziu à consideração de aspectos fundamentais e
indispensáveis, como a compreensão do sujeito em sua integralidade e singularidade.
(DUARTE, 2018).
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Nesse sentido, constituiu-se na contemporaneidade um novo conceito de
deficiência, o qual expõe a evolução da cultura e da sociedade para o respeito às
diferenças e à diversidade nos modos de ser e existir. Oportunizou-se assim que as
pessoas com deficiência tenham livre acesso aos seus direitos, participando da vida
social em igualdade e equidade. Tais aspectos atuam para a destruição das barreiras e
buscam atuar em favor de uma inclusão íntegra e plenamente satisfatória para todos.
(DUARTE, 2018)
6 DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO
16
trabalho desde muito cedo, deixando passar despercebidas muitas das suas
necessidades educacionais especiais.
A pessoa com deficiência passou (e ainda passa) por estigmas relacionados à
sua aparência ou apresentação, à sua maneira de se comportar e de pensar ou reproduzir
o seu pensamento por meio da comunicação. Pensando no sujeito em integração com o
meio, a pessoa com deficiência sofre de maneira mais significativa as carências do
contexto no qual está inserida. Ela é atingida de forma que impede ou limita o seu
desenvolvimento, conforme as vulnerabilidades às quais está exposta, sejam elas
econômicas (com situações de pobreza e miséria), culturais (acesso restrito à educação),
sociais (pelas violências), entre outras. (DUARTE, 2019)
As condutas excludentes infelizmente são reflexo de uma formação carente de
humanidade da nossa sociedade e das políticas públicas. Ainda pouco tolerantes com as
diferenças e diversidades, as instituições de ensino equilibram-se entre o manejo com o
público de pessoas com deficiência e das sem deficiências. Embora essa realidade esteja
aos poucos se transformando, ainda há muitas pessoas com deficiência que se veem
excluídas da sociedade. (DUARTE, 2019)
A educação especial de desenvolveu de maneira a considerar as peculiaridades
educacionais de cada sujeito e teve seu início por meio de turmas de classe especial.
Nessas classes, as pessoas com deficiência conviviam entre si, de acordo com a sua
idade e as fases do desenvolvimento, em uma instituição de ensino regular com outras
turmas de classes regulares. Essa modalidade educacional ofertava espaço para que as
turmas ocupassem um mesmo território, mas sem que houvesse uma integração entre
os alunos, impossibilitando o convívio mais efetivo entre as pessoas com e as sem
deficiência, salvo em momentos de chegada ou partida — ainda que algumas instituições
realizassem até mesmo esses momentos em horários separados (BUENO, 1993).
A educação especial pretendia, dessa maneira, proteger a pessoa com
deficiência e ainda oportunizar o seu desenvolvimento. Todavia, essa proteção ficava à
sombra de uma segregação ou exclusão e, por esses motivos, essa modalidade de
educação especial não é mais mantida na atualidade. Outra modalidade da educação
especial foi a criação de escolas específicas e exclusivas para as pessoas com
deficiência. (DUARTE, 2019)
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Hoje essas instituições ainda existem, mas são raras, e visam o pleno
desenvolvimento educacional das pessoas com deficiência, possibilitando o convívio com
os seus pares e estimulando a socialização. Por contarem com um espaço mais amplo
do que somente uma sala, como ocorria nas instituições com classes especiais, as
pessoas com deficiência podem ter acesso a uma estrutura com adaptações
arquitetônicas e acessibilidade plena, podendo exercer livre circulação, exploração e
apropriação dos espaços. (DUARTE, 2019)
Desde os anos 1990, como explica Sassaki (1997), existe um esforço da
sociedade para que se possibilite a efetiva inclusão das pessoas com deficiência. A partir
desse ideal, construiu-se a ideia da educação inclusiva, na qual pessoas com deficiência
convivem na mesma turma de educação regular, mas com ensino adaptado às suas
singularidades, mediante a consecução de projetos de desenvolvimento específicos para
cada sujeito. Essa acepção favoreceu transformações na mentalidade social, não só com
relação às famílias das pessoas com deficiência, como também com todas as pessoas
com deficiência (SASSAKI, 1997).
No entanto, a trajetória inclusiva da prática educativa encontrou alguns percalços.
As pessoas com deficiência precisam ser compreendidas em sua individualidade, e
algumas necessitam de atenção integral e exclusiva de um agente educador. O agente
educador como mediador do processo educacional pode atuar de múltiplas maneiras,
podendo facilitar o processo e estimular o desenvolvimento. No entanto, também pode
causar prejuízos, como pressupor condutas vitimizadoras e limitantes das pessoas com
deficiência ou ainda inibir o convívio entre os pares. A educação inclusiva em instituições
regulares de ensino precisa ser acompanhada caso a caso, com todas as considerações
singulares e subjetivas implicadas no processo educativo de cada sujeito (PIOVESAN,
2012).
A educação inclusiva estimula o olhar sobre a diversidade social, que passa a
ser objeto de aceitação e desejo em um novo modelo de inclusão social. Assim, para a
construção de uma sociedade mais justa e igualitária, deve haver a aceitação da
diversidade social como um aspecto do direito à igualdade, sobretudo nas atuais
sociedades multiculturais, nas quais a diversidade é a tônica social medular (ASSIS;
POZZOLI, 2005).
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Uma consideração bem importante para a educação da pessoa com deficiência
é que ela deve, necessariamente, ser agente condutor de sua autonomia, e não mero
recebedor passivo de prestações alheias (FIGUEIRA, 2008). Em resumo, a pessoa com
deficiência deve ser protagonista e condutor de seu processo de inclusão.
Assis e Pozzoli (2005) inserem que a educação deve preferencialmente ser vista
como um todo, entre as pessoas com deficiência e as pessoas sem deficiência. Ela
necessita de uma integração verdadeira desde a sua base, na educação infantil,
estimulando as virtudes, a tolerância, a empatia e o apoio mútuo, assim como
promovendo e desenvolvendo a coletividade e a equidade. Conforme Lorentz (2006), a
mera tolerância da pessoa com deficiência não proporciona a dignidade humana. A
verdadeira inclusão é proveniente do tratamento de respeito pleno, da admiração e do
sentimento de amor entre as pessoas, com base na igualdade e na aceitação plena.
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8 POSSÍVEIS CAUSAS PARA A SURDEZ E A CEGUEIRA
As causas das deficiências sensoriais, de forma geral, são variadas, podendo ser
congênitas ou adquiridas. No que se refere à surdez ou deficiência auditiva, Marchesi
(2004) aponta que, em cerca de um terço das pessoas, a origem da surdez não pode ser
identificada com exatidão e há uma incidência entre 30% e 50% de causas hereditárias.
Quanto à surdez adquirida, o autor aponta que as causas normalmente estão associadas
a ocorrências como doenças ou lesões no aparelho auditivo, que podem ser provocadas
por perfuração do tímpano devido ao uso de objeto perfurante, perda auditiva induzida
por ruído e traumas físicos que afetam o osso temporal, entre outros fatores.
Quanto à deficiência visual, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da
Educação, por meio do documento Saberes e Práticas de Inclusão (BRASIL, 2006a),
explica que as causas congênitas incluem a prematuridade, por retinopatia da
prematuridade ou por excesso de oxigênio na incubadora; a toxoplasmose, que pode
levar a corioretinite; a rubéola e infecções na gestação, que podem levar a catarata ou
glaucoma. A deficiência visual também pode decorrer de problemas durante o parto, que
envolvem hipoxia, anoxia ou infecções perinatais, as quais podem levar à atrofia óptica.
Aspectos hereditários como glaucoma congênito, degenerações retinianas (síndrome de
Leber) e doenças hereditárias como diabetes também são fatores causadores da
deficiência visual.
Com relação às causas adquiridas, podem ser destacados os traumas oculares,
as lesões cerebrais por acidente, doenças como diabetes, descolamento de retina,
glaucoma, catarata, degeneração senil, infecções virais, tumores cerebrais. Também
podem ocorrer lesões cerebrais em que o aparelho ocular se encontra em funcionamento
normal, mas as mensagens visuais não são corretamente interpretadas e processadas
pelo cérebro, o que leva à deficiência visual cortical (encefalopatias, alterações de
sistema nervoso central ou convulsões). (LEITE, 2018)
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9 DEFICIÊNCIA VISUAL E CEGUEIRA
Cegueira: na qual a acuidade visual é menor ou igual a 0,05 no melhor olho com
a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e
0,05 no melhor olho e com a melhor correção óptica; os casos nos quais a
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que
60; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores (BRASIL,
2015, p. 6).
É importante destacar que essa definição não se constitui como uma tipificação
visual única. Dependendo das circunstâncias em que se encontram os sujeitos, a maneira
como cada pessoa enxerga pode variar. (LEITE, 2018)
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10 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ
Art. 2º – Considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva,
compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais
– Libras. Parágrafo único: Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral,
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parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma
nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
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Surdez profunda: perda auditiva superior a 90 dB. Essa perda é muito grave
e pode privar a pessoa da percepção e identificação da voz humana, impedindo-a de
adquirir naturalmente a linguagem oral. (LEITE, 2018)
27
desenvolvimento depende de alguns fatores desenvolvimentais, educacionais e
socioemocionais, os quais serão abordados a seguir. (LEITE, 2018)
Se uma criança possui cegueira congênita ou perdeu a visão nos primeiros anos
de vida, a sua aprendizagem dependerá dos outros sentidos (tato, paladar, olfato,
audição). Ela não conserva imagens visuais para relacioná-las com as impressões
recebidas e formar os conceitos sobre o mundo que a cerca. (LEITE, 2018)
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Causa da deficiência
Aceitação da deficiência
Estudos indicam que a forma como a pessoa lida com a evidência da perda visual
é fundamental para que os programas de inclusão tenham sucesso. Quando o aluno
aceita a sua condição de deficiência, apresenta-se mais aberto à utilização dos seus
próprios recursos sensoriais remanescentes e dos recursos de ensino para aprender
(BRASIL, 2006a).
O fato de o aluno ter visão residual interfere diretamente nas estratégias didático-
pedagógicas, indicando a necessidade de utilização ou não de determinados materiais
adaptados. (LEITE, 2018)
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Oportunidades de aprendizagem
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13 NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E A INCLUSÃO DE ALUNOS COM
SURDEZ, DEFICIÊNCIA AUDITIVA, CEGUEIRA E BAIXA VISÃO
A deficiência visual pode limitar a experiência da criança com o mundo. Por isso,
é importante que sejam oferecidas a ela oportunidades para desenvolver e aprimorar a
utilização dos sentidos remanescentes, assim como as habilidades que favoreçam a sua
inclusão social e educacional. Isso se torna possível a partir da sua participação em
programas de atendimento educacional especializado e mediante as adequações de
acesso ao currículo escolar. (LEITE, 2018)
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De acordo com o documento Saberes e Práticas da Inclusão (BRASIL, 2006a),
os programas de atendimento especializado para deficientes visuais envolvem as áreas
de atividades da vida diária (AVD), orientação e mobilidade, e o ensino de braile.
Segundo Gil (2000), desde a tenra infância, aprendemos a lidar com as mais
diversas situações apenas por meio da observação. A criança que nasce cega
necessitará que as atividades que fazem parte do seu cotidiano lhe sejam ensinadas, já
que não dispõe do recurso da visão para aprender pela observação. As atividades da
vida diária são uma área da educação especial voltada ao desenvolvimento de
competências relacionadas à autonomia na resolução de problemas cotidianos. São
procedimentos que fazem parte do nosso dia a dia, mas aos quais não damos muita
atenção, em função da facilidade que temos em realizá-los. Contudo, a pessoa cega
necessita de treinamento para executá-los com autonomia e independência.
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Orientação e mobilidade
Conforme apontado por Sá, Campos e Silva (2007), a leitura e escrita do aluno
cego têm como recurso o sistema Braile, que é um código universal de leitura tátil
inventado na França, em 1825. O braile consiste na combinação de seis pontos em
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relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. As diferentes disposições desses seis
pontos permitem a formação de 63 combinações ou símbolo braile. Os símbolos
formados pelo braile representam não só as letras do alfabeto, mas também os sinais de
pontuação, números e notas musicais, permitindo ao cego uma comunicação ampla
(Figura 1).
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Conforme apontado por Sá, Campos e Silva (2007), é importante que as
atividades predominantemente visuais sejam adaptadas com antecedência. Isso pode
ser feito com o apoio do professor que atua no atendimento educacional especializado.
Outras atividades requerem adaptação durante a sua realização, como o uso de áudio
descrição durante a exibição de filmes e outras informações que possam auxiliar o aluno
a identificar o contexto, seja na sala de aula ou em atividades externas, como excursões
e exposições. É recomendável apresentar um resumo ou contextualizar a atividade
programada para esses alunos.
O professor do aluno cego deve providenciar adequações de acesso ao currículo
da sala de aula, fornecendo recursos materiais e adaptando a avaliação quanto ao
instrumento utilizado, com a transcrição de provas para o braile, provas ditadas ou
gravadas, avaliações orais. Além disso, deve ampliar o tempo de realização da avaliação,
para que o aluno não fique em desvantagem com relação aos demais, entregar com
antecedência para o aluno o material de leitura que será transcrito para o braile ou
gravado. Para alunos que já enxergaram, é importante que se considere a bagagem de
informações visuais, a fim de desencadear novas associações que favoreçam a
compreensão. (LEITE, 2018)
Ainda segundo Sá, Campos e Silva (2007), a área da informática tem oferecido
recursos valiosos para a inclusão do deficiente visual, os quais facilitam muito o acesso
à informação e a comunicação com esses alunos. Alguns exemplos são os softwares
sintetizadores de voz, que leem o que está escrito na tela do computador para o aluno,
os teclados em braile, os softwares que ampliam o tamanho das letras ou o próprio texto
para as pessoas com visão subnormal.
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Na abordagem oralista, a pessoa surda é ensinada a comunicar-se pela voz,
para que possa utilizar a língua dos ouvintes. Nesse tipo de comunicação, o surdo
reproduz a fala e realiza a leitura labial; a utilização de gestos ou sinais para representar
ou indicar coisas ou objetos não é bem aceita. A comunicação total considera a pessoa
com surdez de forma natural, valorizando suas características e admitindo o uso de todo
e qualquer recurso possível para que a comunicação e a interação social ocorram, ou
seja, a linguagem gestual/visual, textos orais e escritos. Quanto ao bilinguismo,
Damázio, Alves e Ferreira (2010) enfatizam que é a forma de comunicação que capacita
a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas: a língua de sinais e a língua da
comunidade ouvinte.
De acordo com Damázio, Alves e Ferreira (2010), o oralismo e a comunicação
total não favorecem o pleno desenvolvimento das pessoas surdas, pois enfatizam a
modalidade oral, em que essas pessoas usam um português sinalizado, em detrimento
da sua língua natural: a língua de sinais. A autora defende que a educação bilíngue é a
que melhor corresponde às necessidades educacionais do aluno com surdez, pois
respeita a língua natural e permite construir um ambiente propício para a educação
especial na perspectiva da inclusão escolar.
A língua de sinais é uma forma de comunicação que se dá exclusivamente por
meio de sinais gestuais. É um sistema linguístico de natureza visual-motora, com
estrutura gramatical própria, mas que não é universal. Cada país possui a sua própria
língua de sinais, que varia regionalmente, conforme a cultura. (LEITE, 2018)
A língua brasileira de sinais (Libras) é reconhecida como uma língua oficial na
Lei nº. 10.436/2002 (BRASIL, 2002). O direito à comunicação por Libras bem como aos
recursos que sirvam de suporte para essa comunicação são definidos no Decreto nº.
5.626 (BRASIL, 2005), que preconiza a oferta obrigatória do ensino da Libras e da língua
portuguesa como segunda língua para os surdos, desde a educação infantil, e prevê que
os sistemas educacionais devem contar com: a) professor de Libras ou instrutor de
Libras; b) tradutor e intérprete de Libras–língua portuguesa; c) professor para o ensino
de língua portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e d) professor regente
de classe com conhecimento da singularidade linguística manifestada pelos alunos
surdos. Assim, como suporte à comunicação, cabe às escolas desenvolverem um
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ambiente bilíngue, sendo o atendimento educacional especializado ofertado tanto na
modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais.
De acordo com Quadros (2008), a melhor escola para os surdos é aquela que
oferece um ambiente em que a criança surda possa se comunicar com pessoas que
sejam falantes nativas da língua de sinais, ou seja, com outras pessoas surdas. Esse é
o posicionamento de autores que defendem que a educação de surdos seja realizada em
escolas próprias para crianças nessas condições. Alguns dos argumentos apresentados
por Quadros (2008) são os seguintes:
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Como suporte à comunicação, cabe às escolas desenvolverem um ambiente
bilíngue, no qual seja possibilitado ao aluno surdo o acesso à língua brasileira de sinais
e à língua portuguesa. (LEITE, 2018)
Os alunos surdos devem frequentar as salas regulares e, em horário
complementar, deverá ser realizado o atendimento educacional especializado. Segundo
Damázio (2007), esse atendimento deve envolver três momentos didático-pedagógicos.
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conhecimento e à aquisição de termos científicos. Esse trabalhado deve ser realizado
pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o
estágio de desenvolvimento da língua de sinais em que o aluno se encontra.
Atendimento educacional especializado para o ensino da língua
portuguesa: é o momento em que são trabalhadas as especificidades da língua
portuguesa para os alunos surdos. Deve ser um trabalho diário junto ao aluno, realizado
por um professor de língua portuguesa, graduado nessa área, preferencialmente.
1. Concreto – sinal: a criança deve ler o sinal que refere coisas concretas,
diretamente relacionadas com a criança. Exemplo: Existe um sinal (gesto) para árvore,
então a professora apresenta o sinal para a criança.
2. Desenho – sinal: a criança deve ler o sinal associado com o desenho que
pode representar o objeto em si ou a forma da ação representada por meio do sinal.
Exemplo: o professor apresenta o sinal árvore e o associa à figura de uma árvore.
3. Desenho – palavra escrita: a criança lê a palavra representada por meio do
desenho, relacionada com o objeto em si ou a forma da ação representada por meio do
desenho na palavra. Exemplo: apresentar a forma escrita da palavra “árvore”,
associando-a à figura da árvore.
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4. Alfabeto manual – sinal: a criança estabelece a relação entre o sinal de
árvore e a palavra no português, soletrada por meio do alfabeto manual. Exemplo: o
professor soletra a palavra usando o alfabeto manual.
5. Alfabeto manual – palavra escrita: a criança associa a palavra escrita com
o alfabeto manual. Exemplo: representar a palavra “árvore” por meio do alfabeto manual.
6. Palavra escrita no texto: a criança lê a palavra no texto (QUADROS, 2006).
Essas etapas compõem o processo de construção da alfabetização pela criança.
Observe que a criança surda precisa realizar diversas associações, até que sejam
internalizados os signos da escrita. Na fase inicial da alfabetização, o professor não deve
exigir da criança surda que realize uma escrita estruturada. O mais importante é que a
criança possa se expressar. À medida que ela vai se tornando mais segura, o professor
pode introduzir outros níveis de exigência para o desenvolvimento de um texto mais
elaborado. (LEITE, 2018)
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As pessoas com TEA aderem rigidamente às rotinas e podem apresentar
comportamentos repetitivos que são uma forma de manter a previsibilidade do ambiente.
Os problemas de comportamento ocorrem como resultado de sua maior sensibilidade
sensorial e surgem também como hiperfoco; movimentos corporais estereotipados e
repetitivos (agitar as mãos); manipulação repetitiva de objetos; insistência em aderir às
rotinas (passar sempre pelo mesmo lugar, fazer as coisas na mesma ordem a cada vez);
interesses sensoriais incomuns (cheirar objetos); e sensibilidades sensoriais (evitar sons
de secadores de cabelo e aspiradores de pó, etc.). (LOPES, 2019)
O estabelecimento e a manutenção de relacionamentos são difíceis para
pessoas com autismo, que muitas vezes parecem distantes e indiferentes. Elas
apresentam ainda dificuldades em entender algumas formas de comportamento não
verbais, bem como interpretar e compreender as necessidades dos outros, prejudicando
sua capacidade de partilhar interesses e atividades com os demais; e são, em geral,
incapazes de entender e expressar suas próprias necessidades. Já o desenvolvimento
da linguagem é comumente atrasado, e sua fala pode incluir a repetição de frases ou
palavras, fazendo as mesmas perguntas várias vezes. (LOPES, 2019)
É comum que as crianças com TEA apresentem no ambiente escolar
manifestações exacerbadas de sua inflexibilidade devido à presença de múltiplos
estímulos e pessoas que não lhe são familiares. As salas com muitas cores, informações
visuais e os ambientes de muito barulho e agitação tendem a assustá-las. (LOPES, 2019)
A rotina ou rituais escolares, como organização dos alunos para a entrada, o
deslocamento, as atividades, o recreio e a saída, favorecem a criança com TGD.
Segundo Belisário Filho e Cunha (2010, p. 26), “[...] quanto mais cedo a criança com TGD
puder antecipar o que acontece diariamente na escola, mais familiar e possível de ser
reconhecida se tornará para ela a vivência escolar, tornando as primeiras manifestações
da criança progressivamente menos frequentes”.
A utilização de recursos visuais confeccionados pela escola, como cartões, com
base no seu cotidiano, junto ao aluno, poderá ajudar na comunicação sobre o que se
espera dele e o que acontecerá na sua rotina escolar. Fotos de objetos, locais ou do
estudante em diferentes momentos e espaços podem ser usados para esse fim, por
exemplo. (LOPES, 2019)
45
14.2 Deficiências múltiplas
47
15 AUTISMO
15.1 Histórico
Autismo é o nome dado a um transtorno descrito pela primeira vez pelo psiquiatra
Eugen Bleuler (1911), em um artigo intitulado “Demência precoce e o grupo das
esquizofrenias”. Bleuler observou que um grupo de pacientes possuía um
comportamento muito introvertido, impedindo-os de ter um relacionamento social. Ele
descreve um quadro radical em que se entendia existir uma ausência da personalidade
própria desses indivíduos (ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2017).
Os estudos de Kanner (1943 apud ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2017) com
crianças de 5 a 11 anos levaram à caracterização dos quadros autísticos hoje entendidos
como mais graves. Já Asperger (1944 apud ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2017)
descreveu os quadros mais leves, com predomínio masculino e histórias familiares
precedentes a partir de indivíduos com quociente de inteligência (QI) de normal a elevado
e linguagem próxima ao normal, tendo pouca empatia e dificuldade de lidar com
emoções, bem como falta de coordenação motora. Rutter (1978 apud ALMEIDA;
ALBUQUERQUE, 2017), por sua vez, apresentou o autismo como um atraso e um desvio
social com consequentes problemas de comunicação, estereotipias e maneirismos. A
48
partir do DSM-V (2013), o autismo começou a ser descrito como um transtorno espectral
(ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2017).
49
na fala, mas os outros sintomas do autismo estão presentes, entre eles, o isolamento
social. (LOPES, 2019)
O TEA implica em um comprometimento no desenvolvimento adaptativo e social
do indivíduo e pode limitar seriamente seu funcionamento no dia a dia ao longo da vida.
Ao estarem limitadas para processar os estímulos, as crianças com TEA perdem etapas
essenciais de seus primeiros anos, que servem de suporte para a etapa seguinte da
aprendizagem. Segundo Almeida e Albuquerque (2017, documento on-line), “[...] a fala,
que é um dos pré-requisitos básicos para socialização, aprendizagem da leitura e da
escrita, quando não adquirida no período correto, leva o indivíduo a não interagir de forma
oral com outras crianças”.
50
Identificar as deficiências cognitivas nas crianças, trabalhar e modificá-las o
máximo possível, de acordo com as etapas de aprendizagem, permite que ela tenha um
nível de convivência e autonomia satisfatórios no decorrer de sua vida. (LOPES, 2019)
16 PRÁTICAS EDUCACIONAIS
[...] a escola para todos requer uma dinamicidade curricular que permita ajustar
o fazer pedagógico as necessidades dos alunos. Ver as necessidades especiais
dos alunos atendidas no âmbito da escola regular requer que os sistemas
educacionais modifiquem, não apenas as suas atitudes e expectativas em
relação a esses alunos, mas, também, que se organizem para constituir uma real
escola para todos, que dá conta dessas especificidades.
Segundo Mello (2004), o programa curricular de uma criança com autismo deve
seguir o mesmo de uma normal, com três importantes ressalvas, pois a primeira:
necessita que lhe sejam ensinadas coisas que a criança normal aprende
sozinha, por isso, o programa deve incluir esse tipo de ensino;
tem perfil de desenvolvimento irregular, que deve ser respeitado;
pode apresentar problemas de comportamento graves e difíceis de
compreender.
52
A questão da comunicação com o professor, a organização do espaço e a
adequação da atividade proposta (se excessivamente fácil ou difícil) são fatores
relevantes para as crianças com autismo e podem gerar comportamentos problemáticos.
(LOPES, 2019)
Para Gary Mesibov:
[...] o autismo funciona como se fosse uma cultura diferente, já que afeta no
indivíduo a forma como ele come, como se veste, ocupa seus momentos de lazer,
se comunica, etc. O papel do professor de pessoas com autismo equivale ao de
um intérprete, fazendo a conexão entre duas culturas diferentes (MELLO, 2004,
p. 29).
53
17 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
55
Esse atendimento pode ser organizado tanto individualmente como em pequenos
grupos. É função também do AEE realizar acompanhamentos na sala regular,
observações nos diferentes espaços escolares e trocas com os professores, com o
objetivo de garantir o acesso aos conteúdos curriculares. O AEE deve pensar juntamente
com os professores das turmas regulares o tipo de apoio e/ou estratégia pedagógica de
que o aluno necessita, considerando o ritmo e perfil de aprendizagem desse sujeito.
(CHEQUÍM, 2018)
Todas as falas se referem àquilo que o aluno não faz, não aprende, não sabe.
Por isso, é fundamental a interlocução do profissional do AEE com os professores das
turmas regulares, para que a expectativa em relação à aprendizagem do aluno seja mais
otimista. Assim, o professor passa a olhar para esse sujeito como alguém capaz de
produzir conhecimento e que consegue realizar atividades a partir das suas vivências e
habilidades. (CHEQUÍM, 2018)
Nessa perspectiva, podemos ter como ponto de partida um planejamento
pedagógico que (BRASIL, 2006):
estimule os processos mentais para o desenvolvimento da criatividade,
percepção, atenção, memória, imaginação, linguagem e comunicação;
desenvolva o raciocínio lógico ou o pensamento abstrato (capacidade de
pensar nos objetos ausentes);
favoreça a construção de conteúdo mental (habilidade de associar ideias,
relacionar os conhecimentos);
56
promova a autonomia para fazer escolhas, ter iniciativa de conhecer o mundo
e a si mesmo;
tenha como objetivo engajar o aluno num processo participativo e ativo de
aprendizagem;
jamais generalize a capacidade mental dos alunos;
esteja atento às sutilezas que envolvem o processo de apropriação de
conhecimento do aluno com deficiência intelectual.
Você verá agora a educação especial como modalidade de ensino, bem como o
serviço oferecido por ela: o AEE.
57
Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008), a educação especial é compreendida como uma modalidade
de ensino transversal, ou seja, perpassa todos os níveis de ensino. Nesse sentido, ela
atua desde a educação infantil até o ensino superior e realiza o atendimento educacional
especializado. Esse atendimento é definido da seguinte forma:
Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008), a educação especial é compreendida como uma modalidade
de ensino transversal, ou seja, perpassa todos os níveis de ensino. Nesse sentido, ela
atua desde a educação infantil até o ensino superior e realiza o atendimento educacional
especializado. Esse atendimento é definido da seguinte forma:
58
modalidade Educação Especial — define, em seu Artigo 4º, quem são os alunos a quem
se destina o atendimento educacional especializado:
59
A partir da compreensão do grupo de alunos que poderá frequentar o AEE, esse
serviço é organizado de forma complementar e/ou suplementar ao ensino regular — ou
seja, não substitui a escolarização. Portanto, o atendimento educacional especializado
caracteriza-se como um serviço pedagógico que opera na oferta de recursos de
acessibilidade que visam à participação e aprendizagem dos alunos público-alvo da
educação especial no ensino regular. O Decreto nº. 7.611/2011, no Art. 30, dispõe sobre
os objetivos do atendimento educacional especializado:
60
de acessibilidade necessários para a promoção da aprendizagem e apoiar o professor
do ensino comum no gerenciamento das estratégias necessárias para apoiar a
aprendizagem do aluno. (CHEQUÍM, 2018)
Ideais que caminham ao encontro das perspectivas inclusivas desenvolvem as
suas práticas no sentido de colocar-se à disposição do aluno que por muito tempo foi
considerado como um fracasso escolar. (CHEQUÍM, 2018)
20 DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
61
está relacionado à parte pedagógica; já o segundo se relaciona a causas físicas
(comprometimento neurológico). Fonseca (1995) considera que as dificuldades escolares
têm caráter global, abrangendo os conteúdos pedagógicos, os professores, os métodos
de ensino e o ambiente físico e social em que o aluno está inserido.
Na visão comportamentalista, distúrbio e transtorno são nomenclaturas
equivalentes (CIASCA, 2004). Todavia, de forma mais precisa, o termo “transtorno” é
usado para indicar a existência de um conjunto de sinais sintomatológicos ou
comportamentos clinicamente reconhecíveis, associados a sofrimento e interferência
com funções pessoais (RELVAS, 2008).
A definição mais aceita para distúrbios da aprendizagem é a do National Joint
Committee on Learning Disabilities (NJCLD), que traz uma visão médica e orgânica,
indicando uma disfunção neurológica para explicar atrasos na aquisição da leitura, escrita
ou cálculo:
62
têm problemas de escrita. Em função de a complexidade escolar crescer, os alunos com
baixa proficiência de leitura e escrita não conseguem acompanhar as exigências
acadêmicas.
Transtorno da expressão escrita: refere-se apenas à ortografia ou caligrafia.
Geralmente há uma combinação de dificuldades: composição de textos escritos; erros de
ortografia, gramática e pontuação; má organização dos parágrafos, etc.
Transtorno da matemática: não está relacionado à ausência de habilidades
matemáticas básicas como a contagem, mas sim à forma como a criança associa essas
habilidades com o mundo que a cerca. Atividades que exigem raciocínio também são
afetadas nesse transtorno.
63
Assim como há vários tipos de manifestações dos distúrbios de aprendizagem,
há também diversas causas e diferentes níveis de gravidade possíveis. Infelizmente,
pouco ainda se sabe sobre as causas desses distúrbios. Há indícios de presença de
lesão cerebral, causada por um acidente ou por falta de oxigênio do feto ou do bebê, e
mesmo um fator genético associado. Contudo, como apresentado por Smith (2008), a
falta de evidência física ou de diagnóstico médico real de lesão cerebral ou danos no
sistema nervoso central torna falho o prognóstico, remetendo a um contexto de exclusão.
Cabe notar que o impacto da deficiência pode ser atenuado ou mesmo corrigido.
67
De forma simplificada, o processo de comunicação pode ser resumido pelos
seguintes elementos:
O código, com seus sinais, seus símbolos e suas regras próprias, constitui a
linguagem e permite que ela tenha significado. A comunicação será insatisfatória ou
mesmo não ocorrerá se o emissor ou o receptor não puderem usar a linguagem
68
adequadamente ou tiverem um mecanismo imperfeito para emitir ou receber a
mensagem. (LOPES, 2018)
Segundo Smith (2008), é importante distinguir três termos, os quais estão inter-
relacionados: comunicação, linguagem e fala.
69
Para falar, o cérebro envia mensagens que ativam outros sistemas. A voz é
produzida na laringe, quando o ar expelido dos pulmões gera um fluxo que faz a cavidade
vocal (sistema vibratório) vibrar, produzindo sons. Os sons viajam pela garganta, pela
boca e pelas cavidades nasais (sistema de ressonância), e são articulados em voz pela
língua, pelos palatos duro e mole, pelos dentes, pelos lábios e pela mandíbula. (LOPES,
2018)
22 OS DISTÚRBIOS DE COMUNICAÇÃO
Os distúrbios da fala e da linguagem não são interligados. Uma pessoa pode ter
tanto o distúrbio da fala como o da linguagem, como ter um e não ter o outro. (LOPES,
2018)
É importante destacar também que as dificuldades ou distúrbios de
aprendizagem não estão associados somente aos problemas de comunicação e de
linguagem. Elas podem estar associadas às questões pedagógicas, neurológicas e
intelectuais. Um dos exemplos mais conhecidos na atualidade é o Transtorno de Déficit
de Atenção/Hiperatividade (TDAH), de ordem neurobiológica, que provoca desatenção,
inquietude e impulsividade. (LOPES, 2018)
70
Segundo Smith (2008), a fala é considerada anormal quando é ininteligível,
desagradável ou interfere na comunicação. O ouvinte consegue perceber claramente
qualquer um dos três problemas de fala que podem afetar negativamente o processo de
comunicação.
73
superdotação, na Sociedade Pestalozzi. Já em 1956, foi fundada a primeira Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), como eram chamadas as pessoas com
deficiência na época (BRASIL, 2008a).
No entanto, foi na segunda metade do século XX que a educação se voltou para
a efetividade da inclusão. Em 1961, foi desenvolvida a primeira versão da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei nº. 4.024/61. Esse documento
ensaiou uma educação possível para todos em um mesmo sistema de ensino, na
tentativa de inserir as pessoas com deficiência ao sistema regular de ensino, buscando
excluir as classes especiais (BRASIL, 1961). Dez anos depois, em 1971, surgiu a
segunda versão da LDB, como Lei nº. 5.692/71, que almejava definir o “tratamento
especial” designado aos educandos com “[...] deficiências físicas e mentais, e aos que se
encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula, bem como aos
superdotados” (BRASIL, 1971, documento on-line). No entanto, essa versão não
promoveu a organização de um sistema de ensino suficientemente capaz de atender às
necessidades educacionais especiais e acabou por reforçar os encaminhamentos para
as classes e escolas especiais (BRASIL, 2008a).
A inauguração do período político democrático no Brasil trouxe consigo a
Constituição Federal de 1988, cujos objetivos fundamentais se dispunham a promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação, como consta no Artigo 3, Inciso IV. No Artigo 205, a educação
é salientada como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa,
o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, sendo a sua garantia um dever
do Estado e da família. Como referido nos Artigos 206 e 208, a igualdade de condições
de acesso e permanência na escola é estabelecida como um dos princípios para o ensino
e a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular
de ensino (BRASIL, 1988).
A década de 1990 foi bastante significativa para as políticas da educação
especial, com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (o ECA), criado a partir
da Lei nº. 8.069/90. Conforme consta no Artigo 55, todas as crianças em idade escolar
devem, obrigatoriamente, estar matriculadas na rede de ensino regular (BRASIL, 1990).
Ainda nessa década, foi publicada a Declaração Mundial de Educação para Todos
74
(UNESCO, 1990), com o objetivo de promover a satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem, bem como a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), sobre os
princípios, as políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Em
conjunto, esses acontecimentos influenciaram a formulação das políticas públicas da
educação inclusiva.
A diretriz intitulada Política Nacional de Educação Especial foi publicada em
1994, orientando um processo que condicionou o acesso às classes comuns do ensino
regular aos educandos com deficiência, vistos com condições para acompanhar e
desenvolver atividades curriculares do ensino comum, sem prejuízos e no mesmo tempo
dos demais educandos. Tal diretriz acabou por distanciar ainda mais a inclusão das
pessoas com necessidades educativas especiais da escola regular (BRASIL, 1994).
A partir disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394/96)
foi atualizada em 1996 e, conforme o Artigo 59, assegura a flexibilização do currículo,
métodos, recursos e organização específicos para atender às necessidades de
aprendizagem de todos os educandos, sem exceção. Ela garante ainda a terminalidade
específica aos educandos que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas deficiências. Ademais define, como consta no Artigo 37,
“[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do
alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”
(BRASIL, 1996, documento on-line).
Todavia, foi somente no ano de 1999 que o Decreto nº. 3.298 regulamentou a Lei
nº. 7.853/89, sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
75
Deficiência. Ela definiu a educação especial como uma modalidade transversal a todos
os níveis e modalidades de ensino, reforçando a atuação complementar da educação
especial ao ensino regular (BRASIL, 1999). A história da educação inclusiva no Brasil foi
sempre acompanhada de muita reflexão e problematização, pelas vozes das próprias
pessoas com deficiência ou de seus representantes legais e educadores, em uma luta
que se constitui e permanecerá por meio da transformação da sociedade e dos contextos.
79
maneira sistemática, de forma que absorvam o respeito às diferenças e a diversidade
nos modos de ser e existir.
A flexibilização das atividades e do currículo é outro quesito significativo que
constitui possibilidades educacionais de atuar em conformidade com as necessidades
específicas de aprendizagem dos educandos (MOREIRA, 2016). O envolvimento de
todos — educadores, gestores, família, comunidade — para dar voz aos educandos,
escutar as suas necessidades e percepções sobre o processo educacional é um
processo que atua como ação política. Por meio dessa ação, estimulam-se a criação e o
fortalecimento de práticas para a visibilidade das pessoas com necessidades
educacionais especiais, bem como para a garantia de seus direitos e melhoria na
qualidade de vida.
A rede de apoio que busca a plena inclusão interage de forma a desenvolver uma
prática inclusiva em diferentes níveis (STAINBACK; STAINBACK, 1999). Dessa forma,
as redes de apoio se constituem entre os educadores e os especialistas, entre os
educadores e as famílias, entre os educadores e os educandos, entre as famílias e a
comunidade, entre os próprios educandos. Além disso, essas redes também se
constroem por meio da aprendizagem compartilhada entre as instituições de ensino e as
instâncias governamentais, buscando garantir que o processo de inclusão se dê de
maneira efetiva.
Como referido por Stainback e Stainback (1999), as articulações entre os
diferentes agentes facilitadores deverão resultar em um trabalho sistemático e conjunto,
com o objetivo de atender às necessidades específicas de cada educando. Devem estar
envolvidos nesse processo desde pessoas físicas, educadores, famílias, educandos, até
instituições de ensino, representadas por sua gestão e coordenação, bem como
instâncias governamentais, representadas pelos órgãos reguladores e mantenedores,
como as Secretarias de Educação.
Dessa maneira, um ambiente que proporcione a participação de todos é um fator
que contribui para a construção de redes de apoio, possibilitando assim vias efetivas de
82
comunicação, que colaboram para uma gestão democrática da educação e,
consequentemente, para a efetividade de uma educação inclusiva (BELLONI, 2001).
Historicamente, a formação de profissionais especializados em educação
inclusiva tinha como enfoque a chamada educação especial, a qual estava voltada
apenas ao ensino das pessoas com deficiência — organizado, portanto, a partir de uma
vertente médica pedagógica (JANNUZZI, 2004). Esse fato acabava por negligenciar os
aspectos mais específicos dos educandos e não permitia que profissional desenvolvesse
um olhar mais inclusivo sobre os sujeitos, os quais precisavam ser compreendidos
também a partir de seus aspectos contextuais.
Conforme Mendes (2006), a formação do profissional para a educação inclusiva
preferencialmente deve se expandir para além do aprendizado específico do educando e
considerar o sujeito em desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades
educacionais. A proposta da educação inclusiva diz respeito a todos aqueles
tradicionalmente excluídos. Dessa forma, a educação inclusiva, além de incluir pessoas
com deficiência, também deve incluir as minorias: pobres, negros, indígenas, imigrantes,
pessoas expostas à vulnerabilidade social, em conflito com a lei, em situação de rua,
entre outros.
Para isso, os educadores, orientadores e coordenadores educacionais, como
profissionais diretamente envolvidos no processo da educação inclusiva, buscam
manifestar com as suas práticas uma flexibilização, uma escuta empática, um olhar
atento e aberto às mudanças e adaptações necessárias no ensino, sob a perspectiva da
inclusão. Por serem os profissionais mais diretamente ligados à educação inclusiva, eles
buscam priorizar a interação e a cooperação nas suas práticas cotidianas em sala de
aula (SEKKEL, 2003), oportunizando equidade no desenvolvimento.
O papel do educador é imprescindível para a efetivação de uma educação
legitimamente inclusiva, pois a sua atuação rompe as barreiras do compartilhamento de
conhecimentos e se expande sobre a maneira como manifesta o seu ensino e a sua
relação com o saber. Munido de suas técnicas, mas não se restringindo a elas, ele se
engaja e se torna cúmplice no processo de aprendizagem do aluno, sempre por meio de
princípios éticos (CAMARGO, 2017).
83
Uma educação inclusiva e de qualidade coloca forte ênfase na efetivação de uma
aprendizagem cooperativa, por meio de um ensino colaborativo, em meio à interação,
tanto em atividades cotidianas, no espaço físico, quanto entre os educandos, educadores
e entre eles, e a equipe gestora da instituição. Assim, Sekkel (2003) destaca como
atitudes favoráveis dos educadores disponibilidade, persistência, confiança em seu
trabalho e presença para atuar no manejo das diversidades — ainda que tais atitudes
não devam ser encaradas como atos assistencialistas, considerando o desenvolvimento
pleno de suas habilidades para ensinar todos os educandos.
84
ter. A inclusão deve reconhecer e responder às necessidades específicas de cada sujeito,
acomodando a diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem e, ainda, assegurando
uma educação de qualidade a todos, sem nenhuma exceção (BRASIL, 1994).
Para isso, o ambiente colaborativo atua de maneira a facilitar e mediar a criação
de um currículo apropriado, adaptado às necessidades individuais e coletivas, bem como
a cooperação entre as escolas e as instituições que com ela interagem. Estas devem
possibilitar a criação de diferentes arranjos organizacionais, usufruindo de uma
diversidade de estratégias de ensino, com o uso ampliado de recursos e, ainda, promover
parcerias com as famílias e as comunidades. Essa relação de cooperação entre as
diferentes instituições tende a oferecer uma estabilidade na manutenção dos ambientes
colaborativos e promotores de inclusão (AINSCOW; PORTER; WANG, 1997).
Conforme explanado por Aranha (2003), procedimentos de flexibilização,
adequação e adaptação dos métodos aplicados ao desenvolvimento da aprendizagem,
bem como os planos pedagógicos que visem a uma educação fundamentalmente
inclusiva, devem se concentrar em práticas pedagógicas, com conteúdos e objetivos que
viabilizem as interações pessoais. Nesse sentido, a inclusão pressupõe que, por meio do
ambiente colaborativo, seja realizada, em conjunto, a adequação do currículo, quando
necessário, a fim de torná-lo adequado às peculiaridades dos educandos.
Assim, para que seja possível uma inclusão íntegra, sem rupturas segregantes
ou excludentes por falhas na rede de apoio ou no ambiente colaborativo, faz-se
necessária a continuidade de recursos físicos, sociais e humanos, assim como a
constante instrumentalização e capacitação dos educadores. A inclusão exige do
ambiente colaborativo um trabalho organizado estrategicamente, de forma que os
resultados sejam os melhores possíveis, impondo que se disponibilizem para análise e
problematização constantes e sistemáticas de seus métodos e suas práticas (SANT’ANA,
2005).
85
86
REFERÊNCIAS
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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