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Arquitetura Das Instalações Elétricas Residenciais - Pablo Lemos
Arquitetura Das Instalações Elétricas Residenciais - Pablo Lemos
14.Os eletrodutos, são os elementos que concentram e direcionam os circuitos para seus
específicos pontos, eles podem ser de vários materiais e formas, assim como instalados em
vários arranjos. A NBR5410 determina fatores de correção para o cálculo de capacidade de
corrente de um circuito baseado também no tipo de instalação do seu eletroduto, ver tabela de
fatores e capacidade máxima de corrente conforme arranjo e instalação, visto que quanto mais
difícil for a troca de calor dentro do mesmo, maior será a resistência dos condutores, gerando
aquecimento e possibilitando problemas e até incidentes. Os eletrodutos devem possibilitar a
passagem de todos os circuitos projetado para seu caminho e garantir que terá no mínimo
30% de espaço interno livre, assim garantindo uma melhor troca de calor e facilitando
eventuais manutenções.
15.Basicamente após desenvolver os cálculos para os critérios de escolha dos condutores e seus
elementos de proteção, caso os cálculos falhem em algum critério, o padrão de resolução é
aumentar a secção do condutor, visto que os circuitos de proteção e todos os critérios
abordados para garantir as normativas, servem para evitar que o condutor não aqueça e gera
incidentes, então basicamente sempre devemos proteger os condutores e não os
equipamentos que estão em suas “pontas”, como é muito comum se ouvir por ai.
16.O sistema de aterramento serve para proteger contra choques acidentais, diretos e indiretos,
assim como garantir o escoamento de eventuais fugas de corrente elétrica oriundas de raios e
descargas induzidas ou conduzidas. Ele sempre deve estar equipotencializado com todos os
pontos PE da residência e com a entrada da residência, que possui uma haste de aterramento
de acordo com as especificações da concessionária. Não é aconselhável realizar a proteção
contra choques elétricos utilizando o neutro, mas a norma prevê um sistema chamado PEN,
onde o neutro está ligado ao circuito de proteção.
17.Ao traçar o circuito unifilar no projeto elétrico, devemos entender a simbologia aplicada na
NBR5444, assim conseguimos desenvolver um projeto que qualquer eletricista possa ler e
entender, aplicando o mesmo de forma correta. Por exemplo, cada circuito deve ter seu
número descrito sobre seu elementos, um traço cortando a linha de um eletroduto, indica que
uma fase deve passar por aquele caminho, porém esta fase deve ser identificada com um
número sobre ela, que irá definir de qual circuito ela faz parte, assim como o condutor neutro
que é um L “virado”, o terra que é um T e os circuitos de retorno que são linhas sobre os
circuitos. Cada retorno também deve ser evidenciado e representado por letras, como por
exemplo, “a’ vai no desenho de um interruptor simples que também vai no traço que
acompanha seu caminho e no ponto de iluminação dele.
18.A qualidade e segurança no processo de execução da instalação elétrica residencial projetada
está diretamente ligada ao profissional e seu conhecimento técnico. Vou descrever alguns
cuidados básicos que o profissional deve seguir para garantir a qualidade e segurança no
processo de instalação dos condutores, elementos de proteção e aterramento:
a. Os condutores devem seguir o padrão de cores estipulado pela NBR5410, para
as fases vermelho, branco e preto, para o neutro deve ser azul e circuito de
proteção verde ou verde/amarelo, é comum utilizar também cabos da cor amarela
para os retornos de interruptores;
b. Analisar o circuito unifilar e traçar um plano de ação;
c. Ao iniciar o processo de passagem dos condutores dos circuitos, sempre buscar
ir até o ponto mais distante com o cabo sem emendas e apenas realizar as
emendas para os pontos que derivam deste principal;
d. Quando realizar emendas do tipo T, geralmente utilizadas para bifurcar um ramal,
apenas decapar a capa do condutor principal, sem cortar o conduto,
posteriormente dividir em dois conjuntos maiores de capilares o cabo que será
inserido ao condutor principal, onde um lado de um dos conjuntos de capilares
deve ser “enrolado” sobre o espaço cru do condutor principal e o outro conjunto
de capilar “enrolado” para o outro lado. Ainda para emendas deste tipo, se orienta
fazer uma pressão com um alicate universal e após aplicar solda estanho, além
de fita de alta fusão com acabamento de fita isolando no final;
e. Emendas terminais devem ser feito no formado “rabo de rato”, torcendo todos os
condutores juntos, geralmente utilizado no circuito neutro;
f. A ligação dos interruptores e tomadas, deve ser feita com uma pouco de sobra de
cabos junto as caixas 4x2, pois facilita o processo de instalação;
g. Para circuitos de chuveiros utilizar conectores cerâmicos;
h. Nunca aplicar estanho nos terminais dos cabos para “facilitar” o processo de
conexão com os terminais de tomadas, disjuntores, interruptores e similares, pois
isso fragiliza o condutor além de gerar uma menor área de conexão nos
terminais;
i. Sempre deixar um espaço para no mínimo mais 3 disjuntores no painel de
disjuntores, pois é uma exigência de norma e garante a ampliação segura de
novas demandas energéticas;
j. Toda e qualquer emenda deve ser isolada e protegida com fita isolante;
k. O circuito de aterramento deve ser separado do circuito neutro na caixa de
distribuição, onde cada um deles deve possuir seu próprio barramento, onde
apenas o PE deve ter ligação elétrica com a caixa e elementos metálicos dela;
l. Para circuitos de iluminação, sempre devemos fixar o neutro no ponto de
iluminação e levar a fase ao interruptor;
m. O eletricista deve seguir à risca os modelos especificados pelo projetista, pois
existem vários modelos de disjuntores, cabos e materiais, que muitas vezes são
mais baratos, mas não devem ser utilizados.
19. Os disjuntores e cabos devem seguir o modelo utilizado no projeto, pois dependendo do
material pode influenciar diretamente na segurança da instalação. Vamos avaliar alguns
critérios importantes:
a. Curva de desarme dos disjuntores, B, C e D – Se escolhido errado pode
desarmar com corrente de disparo de motores elétricos, ou pior, não desarmar
com curto circuito de baixo tempo de duração;
b. Capa de proteção dos cabos/fios, PVC, Silicone, EPR, XLPE, etc. – Se escolhido
errado pode gerar aquecimento e incidentes, ou um custo elevado para a
aplicação;
c. Corrente de desarme do DR, 30mA ou 300mA – Se escolhido errado pode não
desarmar quando uma pessoa está levando um choque, ou ainda se utilizar um
de 30mA em circuitos com motores, por exemplo, pode ser que desarme sempre
por causa das correntes de fuga do motor;
d. Modelo de cabos, indoor ou outdoor – Se escolher errado pode danificar com o
tempo, ou onerar o bolso do cliente.