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O ESPACO GEOGRAFICO: ENSINO E REPRESENTACAO ROSANGELA DOIN DE ALMEIDA ELZA YASUKO PASSINI aero ae cates Repent ss shetls Cts to erode dcop Dette stead de Cate per sobre el Sas Reelin ms ere ~ sea ee EBB Raeox sant Bsns Crt ci 3 ven Sahiba Sees sorte se mz “Todos 0s diets desta edict reserados 2 ‘non Ceetero (Editors Pinsky Lda) ‘Diretoredorsal jaime Pansy is Acopiara, 199 ~ Ato da Lapa (5085-110 ~ S20 Paulo = ‘ate (1D 3832 5888 x (11) 3882 1083 comtexto@eddtoracontexte combr “ve edtoracontexto com SUMARIO ‘As Autoras no Contexio . 1. Intodugéo 2, 0 Doeninio Espacial no Contexto Escolar... 3. A Importincia da Letra de Mapas... ‘A importacia do mapa A leitura de mapas “Mapeador x letor de mapas 4, A Calanga e as Relapbes Espci Bvolugio da nogéo de espgo Relagées espaciastopolgicaselementares Desoentralizagéo,conservagéo ¢ reverbilidade Relagéesespaciaisprojetiva eeucidanss Perspectiva, coordenadas © categorias epaciais 5, Proposta de Procedimentos ¢ Atvidaes 6. Conclusio . “7 ——_—_—— AS AUTORAS NO CONTEXTO —<—<$$———— ROSANGELA DOIN DE ALMEIDA é graduada em geoure- ‘Ba pela Faculdade de Filosofia, Letras © Ciacias Humanas ‘da USP. Foi professora dé geografia de 1° 2° gras durante 12 anos, no Instituto Adveatisia de Ensino. Lecionou metodologia do ensino de cstudos socinis na Faculdade Adventita de Bdu- cago, ‘Vem apresentando cursos © palestms para professores em inimeras cidades, pelo convénio CENP-UNESP-USP-SE. ‘Atuslmente desenvolve seu doutorado na Faculdade de Bue cago da USP; wealiza pesquiss nas Seas de aprendizagem da lei ura e eseria © ensino de geografi; e€ profesora assstente do Departamento de Edveagio da UNESP de Rio Claro, onde leciona tia densi de geografia. ELZA YASUKO PASSINI 6 graduada em geoprafia pela Fa- culdade de Filosofia, Leas © Ciocas Humanas da USP e attal- rmeate faz pée-graduagio em didética, ma Faculdade de Educagto da mesma univesidade. Durante 19 anos lecionou geografia to magistécio pablico oficial, Atualmente tribal, como monitora de goograia, na Of cing Pedagégica da 164 Delegacia de Ensino, eleions metodolo- ia de ensino de estudos sociait mn Faculdade Adventis- {a de Educasio, ———— $e Realiza pesquisas para seu mestrado na USP sobre 0 tata- ‘mento terico e metodolgico da letua de mapas em livros didi 0s de estudos socais ¢ orienta as alas de estudos sociis de ro- fessores do I* a 4 séries do Colégio de Aplicagéo da Faculdade conde lecions. INTRODUCAO ‘As eriangas nem sempre compreendem os concstos espaciais ‘usados pelos adultos. Principalnente aqueles emitidos na escola. Dois exemplos tradot do contexto escolar podem itutra iso. O ‘rimeiro ocoreu quando um aluno, 20 ler 2 lcalizacio do estado ‘e Sto Paulo, nfo entendeu come ele podera estar ao sul de Minas Gerais ¢ 20 mesmo tempo a0 norte do Parané. Nio aceitava 0 fato de que 1a localidade pudesse estar ao sul ¢ 20 norte ao mesmo tempo. Nesse caso, 0 aluno via os referencias de localizacio de forma esttica, cetralizados no préprio referencia nore ou sul. Faltavade a reversbilidade, isto 6, considerar 06 referencsis & ‘artic da perspectiva do estado de Sto Paul. © outro exemplo, ctado por Veatch, corespande 2 cisco exquema do movineato de transaco da tera ilustrado pela posi- co da tera no inicio de cada estacfo do ano. Ao asssirem uma exposigéo de slides com essa iusto dois alunos da escola pri- mira se admiraram 20 ver quatro teas. Um deles comeatou: “Eu ‘lo sabia gue exstiam quatro teras. Voc sabia?” Ao que o outro {indagou: “Em qual dels nd estaremos agora?” Alén de engragado, esse episédio usta o flo de que para as criangas a representa do espaco envolve tragos muito préxi- ‘mos 20 real. ‘Como eto, ensinar conceitosrelativos & nocHo de espago © de que forma represent los? Primeiramente, nio cremos que se possa, de fat, ensinar conceits. Além disso, a “incompreeni”iustada nos exemplos acina decome, de un lado, da difculdade ineente 20 nivel de ‘comprensio da realdade em que as crancas eavolvida se encon- ‘ravam; e, de out, da forma como, na escola, o conccitosrelai- 0s 8 nocio de espaco sio tabahados. ‘Tendo em vista esses aspectas, petendemos, neste limo dis- utr a importncia do trabalho escolar sobre o expago e sua repre seatago, Iso ser feito a partir de tts pont bcos ‘© A constr da noglo de espag pea cian por meio de ‘um processo psicosscial no qual ela elabora conceitos espciais através de sua acio e interac em seu meio, ao longo de seu de- seavolvimento psicobiosocial. ‘4 importincia do sprendizado espacial no contexto sécio- cual d sociedade moderna, como instrument necesstio A vida das pessoas, pois esta exige certo dominio de concetose de ref reociss espacias pra deslocamento e ambientago;e mais do que iso, para que as pessoas tenkam uma visio consent eextica de seu espago social. 0 preparo para esse dominio espacial é, em grande parte, esenvolvido na escola, asim como o dominio da Hagua esrta, 4o neioeiaio matemitico e do pensamento cietifio, além do de- senvolvimento das haildadesartisicas eda educaglo corporal. ‘A pattr desses pontos, elaboramos este material que destina- mos, prinipalmente, as professes de 12 gran os quis, em di- ‘versas opotunidades, durante cursos e palestras,solictaram-noe tuna referEciabibliogifica 8 qual pudessem recorer na busca ini cial de um estado sobre oespaco, sua percepeo representacio Nota 1.1m Mel A. fre) Cia m0 Enso. S80 Peo: res, 1972 a . 10 ——___———_ $e © DOMINIO ESPACIAL NO CONTEXTO ESCOLAR —_—_— Desde os primeiros meses de vida do ser humano delineiam- se as impresses percepeées referents ao dominio espacial, as ‘quais desenvolvemse através de ua interacSo com o meio. Bsse procesto ser melhor comeatado no captulo 3. No entanto, quere- ‘nos resaltar desde 6 qu o desenvolvimento da concepcio da no- ‘ho de espago inicia-se antes do perodo de escolarzacto da ‘crianca, que, em nosso pas, comosa por voli dos 7 nos com set ingesso no 1° grau. na escola qu deve ocorrer a arendizagem espacial vola- da para a compreensio das formas pelasquas a sociedade organiza su espago — 0 que s6serd plenamente poss(vel com o uso de r= presentagSes formals (ou convencionis) dese espaco. ‘Sabemos, porém, que o professor de 1? grau pouco aprende em seu curso de formazio que o habilite a desenvolver um progra- sma destinado a levar © aluno a doningr concitosespaciais © ua representagio, Dessa forma, no curso de 12 gray alm de outras efcitaias, © preparo do aluno quanto a dominio espacial € mito precio. Into ser tratado mais detthadarente no captlo 2. "Nossa preocupacéo nests livre quanto 2 domino espacial e- {ero-se ao seu desenvolvimento no sentido geogréfico, pois a con- cepcto do expoco e sua orgunizacio sio subjacentes & andlise geo- ‘rifica em qualquer nivel. ‘Vemos a geografia como cifncia voltada para a anélse da realidad social quanto & sua configura espacial. producéo © uw ‘organizagio do espaco pela sociedade moderna realizamse através {do processo de trabalho, [Na andlise geogréfica da rganizagio socal do espago arela- lo socedade/natueza se faz. através do trabalho gue, por sr um ‘um ato social, leva trnsformagées tenitorias para a consi ‘de espagos diferenciados conforme os inteeses da produgSo no ‘momento. ‘io pretendemos tecer aqui maiores coments sobre esse assunto,jé bem desenvolvido na Proposta Curcular pra 0 Eosino ‘de Geogiafia no 12 gra Mas 6 necessério apoar-nos nessa con- ceinaso para jusificar © deseavolvimento dos diversos aspoctos 4 dominio espacial e sua representago, no ensino de 1° grav. Para esclarecer melhor, tomamos emprestadas as afrmagées ‘de Proposta: “A teitrialdade implica a localiza, a orienta a epresentagio dos dados sécio-econémicos ¢naturas, que con- tebuem para a compreensfo da oalidade do espaco .) Localize sioforicataciohepresentagéo sio, poranto, conhecinentos/habil- aces integrantes do process de trabalho eso utilizados de forma iferenciada, ji que 0 trabalho também 6 diferenciado de scordo ‘coma organizagéo da sociedade”. 'No ensino de 1° gra, esses conbecimentosfhabiidades de- ‘vem ser deseavolvidos ¢ sprofundados desde a I até a 8 sécies, pois sfoessenciis ao eatendimento dos concetos que posibilitan a0 aluno realizar a ands geogrtice. (Queremos ainda ressllar que o trabalho de erento, oca- lizagéo © epresentagio deve pati do espaco prin para 0 dis- ‘ante, porém nio de forma conctntica, mas num colejament pex- smaneote entre esis dus instncias. [No capitulo 4 apresentamos atvidades para o desenvoli- mento do dominio espacial, partindo do espago préximo para 0 ddstante. No entano,saientamos que essa dsposiio nio implica ‘uma abordagem conctntic das esfers espaciis.O professor deve estar consciente de qu o espago préimo par ser analisado proci- $2 ser abordado em sua relagio com outs instincias espacial- BR ‘mente distantes, Nesse process, arealdade € 0 pont de paride de chegada, De sua observag 0 sluno deve ext elementos so- ‘bre os quais deve refletir ea parr disso ser levado& construgo de ‘Essa observagéo da realidade nfo 6 mera ientificagéo de clementos. A partir do levantameato de dados, sua classifcagio, ‘comparagio com outros dados, et, e conseqiente representasso ‘espacial, que na maior parte dos casos 6 feita através de mapas, 0 ‘sluno chega a generalizagées —percebe diversas reas em que pode ser identificads a mesma sitwacio, Reaalamos, no entanto, que a Jocalzagéo, ow mesmo 0 ma- ‘peamento dos aspects observados,nio encera una andlise geo- srifica, a contréro, marea seu inicio, Essa andise ocorre quando © aluno se report ao processo de producio do espago © o con ffoota com a configuragio espacial do mapa. ‘Ora, a compreensio do mapa por si mesma jé traz uma mi- ange qualitativamente superior na capacidade do aluno pensar 0 expaco. © mapa funciona como um sistema de signos que Ibe per-+ nite usar um recurso extemo sua memsca, com alié poder dere- presentagoe sintetizagéo. ‘Segundo Vygotsky “o uso de signos conduz os sexes huma- ‘os a uma estruturaespefica de comportamento que se desioca do desenvolvimento biolipico e ja novas fos de processos psi- colgicosenrizados na cultura”. Por isso a represeniagio do espago ativés de mapas permite ‘0 aluno aingir uma nova organizagéoestutural de sua aividade pritica eda concepgto do espago. 'No entanto, isso soments ocomert se o ano paticipou ati- vameats do processo de construcio (reconstrgio) do conheci ‘mento através da pritca escolar orientada pelo professor. E quanto ‘20 dominio espacial envolvepré-aprendizagens relaivasareferen- cai categorias essenciais ao processo de concepgo do espaso. [Nosso propésto nos capfuls seguints 6 apresentar 0s pro- fessores de 1° gran substios —fruto de nossa expeiénciae sua r- B ‘exo ~ estimulando-os a buscarem melhores caminbos para 0 tre- balho com o dominio espacial, Nowe 1 Sn ror Cont tn $a lees ct Croc itera amen oo oe ae TREES asm ts Fe “ A IMPORTANCIA DA LEITURA DE MAPAS © que significa “ler mapas”? Por cet, ler mipas nio apenas Iocalizr um rio, uns cida- e, estrada ou qualquer outro fendmeno em um map. © mapa & una representagéo codifiada de wm deterninado espaco real. Podemos até chamé-o de un modelo de comunicagio, que se vale de um sistema semistco complexo. A informagso 6 ‘sansmitda por meio de uma linguagem cartogréfica que se uiliza de uts elementos bésicos: sistema de signos,redugioe projecio. Ler mapas, portanto, significa dominar esse sistema semiti- 0, essa linguagem cartogrtica. E prepaaro aluné para esa liti- & ; 1a deve passar por preocupagées metodolicas ti sins quanto a de se ensnar alr e escrever,coatare fazer clculos matemiticos: Vaise & escola para aprender a ler © a conta; e ~ por que ‘fo? - também para ler mapas. ATMPORTANCIA DO MAPA ‘© mapa, um modelo de comnicagio visual utiliza cot- ionamente por legos em suas viagens, consulta de rtero, loca 1s lizagio de iméveis, © por gesgrafos,principalmente, deforma es- ‘pecifica. O mapa jf era uilizado pelos homens das caveras para expressar seus deslocaments e registrar as informagGes quanto 35 possbilidades de cara, problemas de tereno, matas, ros, et. Fram ‘mapas em que se usavam simbolos iconogréfcese que tiham por ‘objetivo methorar a sobrevivéncia. Eram mapas topolégicos, em preocupagio de projet e de sistema de signos ordenades, mas os simbolos ictrics eram de signifiagio direts, sem legenda pois era propria linguagem dele, a iconogritica. Uma vee que a geografia é uma ciéncia que se preocupa com 2 organizagio do espago, para ela o mapa € uilizado tanto para 8 investigago quanto para a consatagSo de seus dads, A earto- mia e a geogrfiae outras dscplinas como a goologia,bilogia caminham paraetanente para que as infomnagées cohidas sejam ‘epreseatadas de forma sstemicae, assim, se possa te acompre- ‘ensio “espacial” do fendimeno. ( mapa, portant, 6 de suma importncia para que todos que se intresem por deslocameatos mais rcionis, pela compreensio| 4a disbuigfo e organizagio dos espagos, possam se informar e se _utlzar deste modelo e tenham um visSo de conjunto, (0s espacos sio coohecidos dos cientistas que os palmitham fem suas pesquisas de campo, mas € 0 mapa que tara letura do- «ueleexpaco, mostrando a interligagéo com expagos mais amplos. Assim, também, 0s ligos, ao se preocuparem com a organi- ‘zaglo do seu espago, ou de fommn mais cotiiana com desloce- ‘mentos mais racionais, ou cirulagées altsrmativas (congestions- ‘mentos, impediments) devem apelar para 0 mapa. ‘Yves Lacoste! mostra, de forma ertic, a necessidade dese reparar as pessoas para Jerem mapas, além de conhecer 0 seu prs pio expapo. Diz ele que a geogrfia © a cartografa em particular slo matérias que envolvem um conhecimeato estratgico, 0 qual emits s pessoas que desconhovem seu espagoe sua represnta- ‘so, pussarem a organizare dominar esse espago. 16 © mapa aqui é tao deform genta, mas uns planta taixa de quartet ede cas ns trze nbn informasSes gue rocsariam ser ants pela peso interes acai de iniveis. Nomalnene, a pessoes nfo consi plana, © 30 Consuls nao consegum clr toe a infomagies gue plantas forccem. or exenlo, par a aus de Invi, once onsegem realmente visu aw nclapSforentgin ¢compesnr Aviso espacial do imévelem ginsto pare eft una esol conscients Em ca de reforms os de dsacameno de mii, poe cas pessoas utlizam de ur plmfaobedscend ua esas fa ‘endo as modfcages mn planta pra depois ft is ma pica ‘ho contr, encontans pessots em fntaive de nso © «0, por desconheserem a forma pric de tags de plana eds thos en esa ‘A LEITURA DE MAPAS ‘Ler mapas 6 um processo,que comes com a decoificas, cavolvend algunas etapa mcfododgicas as quai devem ser rs ltadas para qe a letra ea ec. Inicase uma Tetra pela observacfo do tile. Temos que saber qual 0 espago represetado, seus limites, suas informages. Depois, 6 preciso observa a Igeadn ou a decdiiasio propriae ‘ented, elaconano os signfcantes¢o significado dos signs ‘elacionaos na egenda. preciso también se fazer uma eta dos Significante/signifeados eplhados no mapa e pocart refer sobre aquela distibuigSo/orgaizagb, Observar também a esala ‘fica ou mumfica acasada no mapa para posterior edeulo das Alstocias afm de se extabelacer eomparagées ow intrpetages, ” Fone Nahum Eps vnc SPs ‘Sioa, Seon, a8 connor Fone 0G 0 Pate, Maga, ea 28500 ‘ede, sr ‘Sabemos que o mapa & uma reduséo proporcional da ealida- e. B & escala que estabelece quanis vezeso espago real sores redugto ‘Uma escala de 1:100 significa que todas 2s medidas foram reduridas cem vezes, Lé-e um por cem. Cada centinet no mapa equiva acem centimetos na realidad. Essa escala 6 um escala grandee fornce plantas baixas de etalhe. So as plantas que podem retrata dtahes de iméveis. De 1:S00 a 1:5000 significa que todas as medidas foram re- dzidas 500 0a 5 mil vezes. Léso um por qunbeatos ¢ um por inco mi. Cada centinet no mapa equivale a 500 cetinetos ou 5000 cm na reaidade. Utliza-s esta escala para as plantas de ci dads eplanos cadastris. Nos plans cadastrais a representaso & de detalbe das linhas essenciais sem deformacéo, evidenciando localizagéo exata dimenses linearese arcolares dos pris. Deve ser um deseato geometicamenteexalo,conservando-s 0s Sngulos a eltvidade das distncias, ‘Ao ultrapassar a excala de 1:20,000 até 1:250,000 encontra- ‘mos a carts topogréficas. AS repesentagdes dessa escals, nda consideradas gran es, possucm como limites, habiualmente, as coordenadas googrs- ‘eas, e raramente os lites potcos. ‘As carts de escalas menores qe 1:500.000 podem ser chae smadas corgréfcas,fomnecendo uma visio geral d una regio (co re=reio). Sto denominados mapas, as representa de escala menor (1:1.000.000) portato com menor niero de detales © of limites da dea represetada so os limites polis. ‘As carts geris'deescalas menores(I:205.000.000) podem ‘ingir 0 mundo. SSo os planistétios. E a forma do globo & bidi- ‘mensionada, com clareza do tracado dos meridians eparalclos?, Conforms diminui a escala ou confonne a Sra ating pela representagSo toma-se maior hé perda de informapio hi necesi- dade de se interpretar as generalizagtes. preciso ter-se em conta 20 que no processo de mapeamento houve uma clasiicagéo das in- formagées ¢ um minacioso trabalho de classifica para selecionar as informagdes mais signiticativas para o objetivo daquelarepre~ sentagio. Na figura 1 observamos que ocupando © mesmo espago bo papel, a escal se refers a espagos maores. Para tanto, deve-se ter bem claro o objetivo do mapeamento. [Naturalmente hd uma grande diferenga entre mapas para fins tuts- ticos mapas para fins de pesquisas de dados preciso da eografia sem perder informages importantes ‘Ao ler o mapa, o uuéro deve ter em mente esss generaiza- es © a0 reverter 6 processo represeniagto X espago isco real, io detxar de considers ‘esta forma, tentamos deixar claro que o minimo de informa .6es sobre as técnicas de mapeamento so necesstis para o letor ‘bier maior sacesso na etura do mapa. MAPEADOR X LEITOR DE MAPAS Inks o ano enn ea de apes, sto, ‘monte or cio pr ie ote ltr ote do linguagem cartogrifica. opel ana co o pass mics de mapear evan forma de un bom et Basa ma ea Page de cps cng nade Go pessneno conc aes eg prt omepi crt consi effet o coberlaeat, lo fer tue ov o any a cao ape prs meat ak tome os da te ia al inerpeada pi exe 0 merado di uo pronto de aro Ge nops me etadon a ‘8 que o aluno coloque nome de patese ros, ow pintepaesest- dds ov municipios. Estas tarefas sio mecanicistas e no levam 3 formagio de concitos quanto A Tinguagem cartogriica, A aso ‘ara gue o aluno possa entender a inguagem catogrifia no esté ni pintar oo copiar contoros, mas em “fazer o mapa” para que, scompanhando metodologicamente cada paso do proceso — edu ir proporcionalmente, esabeleer um sistema de signos ondena- dos, obedecer um sistema de projegdes para qu haja coordenagio de pontos de vista (descentralizao espacial) -fanilirize-s com a linguagem cartogrifica. ‘Acteitamos que mesmo depois disso o aluno sentir ifical- dades em organiza um sistema de signs deforma ordenada, mas & vivendo estas dficuldades que ele icf construir nogSes profundss de organizagio de wm sistema semitico. Ao ter que genealizar, cstubelecer uma clasiicacio e selecionar as informagées que de ‘vam ser mapeadas, 0 aluno seréforgado tomar consciéacia das infomagées ~ as pertnenese as ni pertinentes-, 0 que melbora- seu ricociio legicn, ‘Ao reduzir 0 espago estado 8 sus representaso, 0 aluno percebe logo necetidade da proporcionaidade, para que no ocorram defonmaeées. Ea esta apSo-eflexio que se refer Piaget 20 mostrar a construgio do pensamento na crianca pela ao. Em sums, através desta apo de mapear © no através de c&- pias ou pinturas de mapas, d&s0 um verdadeio passo metodoléei- 0 para oaprendizado de mapas. Como foi. visto, para Paget? todo conhecimento deve ser ‘construido pela crianca através de suas apes. Esas ages, em in- teragio com o meio ¢ o conhecimento anterior jf organizado na mente, proporconam a acomodacio dos conheciments percebidos (que parsam a ser asimildos. "__Portanto, para que oaluno consign dar o significado a sig- nificantes deve vive 0 papel de codificador, antes de ser decodti- cador. ‘Tis aspetos devem ser consderados neste momento: a fun- so simb6les; 0 conhecimento da uilizasio do simbolo eo espago ‘ser represetado. 2 Piaget diz qv a funslosinbslca surge por volta dos dis 00s de dade como aparccimeato da inguagem. No caso partic lar deste trabalho, porém,o inteess €o da compreensio do sin- ‘bolo como representa grin, ist 6 dos sinbolos eis pela ccianga que representa uma iia ov objeto. Ese fenémeno lga- 1 a0 deenvolvinento do desenbo infantil como expresso grfica da crag, Respetand a teoiaconstativa de Piaget a oporunidade de 1 crianga cadficar leva, quando da capacidade de reversiilida- fe, adecodifcar. ‘Assim, consideremes 0 espao de ao cotdiana da cianca, 0 ‘espago a scr represcntado, A partir dele também serio constufdas ‘5 noes eopaciis. A crianga perechert 0 seu espgo de 380 an- tes de represent, o, 20 repesentilo ward sinbolos, ou sa, cofificart. Antes, portanto de ser Kitoa de mapas, ela deve gir ‘como mapeadora dose espago conocido. ‘Ao reverer esse proceso, estar leno © mapa: princi do seu espago primo para conspir 208 pons absrair esasos amas dstanes, através da generalizago e transfertacia de conhe- iment, Ito através das dedogbesIgico-mtemsticas, na idade ‘do peasanento formal. Podesns organiza ts mesnentos nese proceso: © Tareas operatirias par consrugio de pré-spcaiza- gens, que faciltario a letra de mapas. SSo casas atviades de ‘oriesiasso, obseragio de pontes de refrtncia, localizasio com a ulizagio de ret coordenadas como pontoe de referéacia,coorde= -agio de pontos de vista, proprcionalidade,conserasi de fr- ‘ma, tamanbo e comprimento. Page mostra que € fi a ilizarSo de retas coordenadss como pontos de refertacia no cotiiano, ‘uma vez que a prépria natura os elementos ubanos do ctiia- so nos foraccem essa coondnadas: vor, uns plana, posts, predes, ports, chlo, Potanto parece que estes pontos de refe- ‘cia devem Ser usados para a loealzagéo de elementos simples 2 ‘como a casa da cianga, através da observacdo em rlag6estopols- seas, proetivas ou eulidianas. 1 Atividades de codificagdo do coidiano para 0 exerccio da fungio simbolica no mapeamento, facilitando, desta forma, a com- ‘rocnsio da relago significant X significado, pela cragio do sig- anes er gc gu ptr rpc, ma legends, © Leitwra propriamente dia, Decotifca,ligando 0 signif- ‘ante © 0 significado para melhor compreenslo da legend e toda & simbologia dos mapas. [Exe procedimento parece estar de acordo com o pensamento de Jean Piaget, pois segundo ele “o ensino da representagSo no consiste em apresentar una lista de palavras a aprender, mas antes no desenvolvimento da capacidade de repeseatar o conhecimento i constrtdo a nivel pita”. esta forma, constroem-se os pré-requsitos para a leitura de ‘mapas © que sio a compreensio de: proporcionalidede; projesio; rlasSo codiicasio X decodificagio ou a relagio significante X significado dos signos cartogréfcos © de toda a linguagem cato- srfica;retas coordenadas como poate dereferéacias; rientagio © localizgio; pontos de referéocia para a locaizagé; limites € fronts, Molaughlint sugere que a esianca na fase operscional con- rota sejacapaz de lidar someats com vardves de um tipo de cada ‘ez. Assim, os mapas para essa crianas ¢aguelas que ainda estio eseavolvendo as operagtes formas deveiam ter um nimero l- ‘itado de varidveis: limita (a nfo mais que quato) de nomes de cidades, mas, produgdes © os seus respectvos signos. Simill? ‘mostou também a necessidade de se separar a¢infornagées dos ‘mapas para facilitar a compreensio. Segundo el, os alunos enten- dem methor as infommagées quando o mapa de hidrografia 6 esti- * ado separadamente do relevo, mesmo que posterionmente haja comelagéo das informacées, nama leitura mais complexa, envol- vendo interpreta a nivel mais abrangente, Para se chepat a um nivel de iterpretaclo mais profando necessirio que 0 aluno tenha pastado por expecincias para a construcio das nogesespaciais, prtindo das relagées elementares ‘no espago cotdiano. Esse assunto seri desenvolvido no primo 6 Plager, Ten. La Reprtietaton do TEspace chez YEafaat. Pas, PUF, 7, Kami, C e Dewier, R.A Teoride Paget © « Baca Pré-Esclr, como melo de Coico Carogifica Pipi Cp Se Tae A CRIANCA E AS RELAGOES ESPACIAIS —_—— EVOLUCAO DA NOCAO DE ESPACO A psicogtnese da nogéo de espago pasa por nfveis prdptios 44a evolugio geal da crianga na constugSo do conbeciment: do ‘sido a percebido ¢ deste to concebido, © espaco vivido referee a0 espago fico, vivenciado atm 6s do movimento © do deslocamento.& spreendido pea crianga através de brincadeiras ou de our formas 20 peromé-lo,deimi- télo, ou organizé-o segundo seus intersses, Data importinci de ‘exerceios rimicos e psicomotores para que cla explore com o p= ro corpo as dimensese relagéesespacas © espace percebido nio precisa mais ser expesimentado fi- camente. Assim, a crianga da escola prmdria 6 capez de lembrarse do pereurso de sua casa escola, o que no se dava ants, pois era necessirio percomé-lo para ientificar os edificos, ogradouros ‘Ao observar uma foto, nesa fake, a cranga jé 6 capa de dis- ‘inguir as distncis e a localizago dos objetos. Anes 56 era capaz de perebero “aqui; depois ainge também o “aol”, Dea-se,nes- ‘passage, tanto a ampliago do campo empitico da cianga quan to aanflise do espago que passa a ser feta através da observagio. Pode-se dizer que neste momento inicia-se para ela 0 estado ‘da geografia. Por isso, nas série inicais do 12 grau 0 professor 6 deve 56 preocupar em propor aividies que descvalvam concitos e noes mais do que um cone ssemstic, Por vols de 11-2 aos o alunoconesa acomprecader 0c igo concebido,sendo-lhe possvel esabelecer relagSe espaciis ate elepeats apenas raves de sa epesentaso, ist & 6 cae uz de raioinr soe una fea estas emu mapa, em la isto ames. Sequind ese process evlutivo 6a contro de nog de espago, proesor deve exe um tablho no sate da este ‘go do espago, pos a erana tem una vio sinxsica do man- 40, Para ela 08 objets eo espago que cles ocupam so indisocs- vei. A posigio ‘de cad objeto € dada em fang do todo no gual cle se insere, E a eranga perebe ess toe ni cad part dis- tinlamente. Por esse motivo para crangs pequnas (até aprox amen 6 ano), 2 localizasio eo delocamento de elementos so definidos a pac de referencias dela, quer ie, de sua pecpia pos. ssa sua pereencio do expo fc adistingho de catego tins e localiza egal (C000 pero de, aatzo, no line de, ct), tanto para stuarse como pars star ot clements de forma je. Cabe ao profesor ajudaro alno a exablecerealaar esas cetegoras para chegar a estuturas de organizac espacial (por exempt, vejese 0 tabuthocom a magiete da sal de ala do capitulo 4. ‘Alen disso, o profesor deve leva luo a exten o8con- its adds sb 0 espeso, ealizandose ¢loealizandoee- mentos em espagos cada vez mais stants , porano,desconbe- ios, A aprensio dees espe € poste, como fi vis, are vs de sua repesentagéo gra, a qual envole una linguagem rspria~ a da cartografia-, que a rang deve comezar #conhe~ ‘er, Cibe, pois, a0 professor inroduir esa ngage e através to tabtko pedagégico, Ivar aluno 8 peaetrasio cade Yer mais ‘rfunda na estrturag eextnso do espago @ nivel dé sua. con- capo © represent, n ‘Segundo Hannoym! essa questo envolve a tomada de cons- citncia, por parte do aluno, do seguine: do espago ocupado por seu corpo: da lealizagSo dos objets no expago; das posiées ela- tivas dos objetos no espaco, o que envolve deslocamento 6 erent lo; e das disthncas, medidas ¢ da esquematizasio do expaco. ‘A Tomada de Consciéncia do Bspago Corporal ‘A explomgio do espago ocome a pats do nascineato, sta ‘v6 das experiéncias que a criang realiza em seu entomo, Ao set tocada,acricinds, segura no colo, vo sugar o seo para mamar, a cianga nica 0 proceso de apendizagem do espago. Em sua me- métia corporal sio registrados os referencias dot ladose das par- tes do corpo, ot quis servrio de base para of referencaisespa- "Nesse processo de conscientizacio do espago acupado pelo réprio corpo hé dois aspectas essenciais: 0 esquema corporal © Iateralidade. Tusamos a important Higgfo do esquema coporl com a constgio da nocio de esagoatnvés da ciao de Le Boule? ‘qe consider o ema corporal como “uma inti plbal ot conhecimento medio de nsso corp, sea em estado de repouso ‘em movinent, em funo da inteeloio de as pares, o- bretudo, de sua rela com o espago e os objets que nos ro éeiam, ‘consis do pipe corpo, de seus movimentos © post- 1m desenvole-eletanens na ein. Ela se consti pauatie- mente patie do mascineno af atngir a adolesctacia, quando ‘come a elaborasSo completa do exquem corporal, Este desenvol- 8 ‘eae em fungio do amadureciento do sistema nervoso, da rela- ‘lo eu-mundo e da representagio que a rang faz de si mesa © ‘do mundo em relago aca. ‘medida que a crianca se deseavolve eespeiliza sua agto sobre 6 meio, dtéa maine dominio sobre 0 espago préxito, eal cangaespacos cada vez mires. Quando consegue Senta, o bebé amplia seu campo de visi e, onseqdentemente, sua pecepcéo da pogo dos objets ¢ de seu deslocameato, Aléa disso, por ter conguistado maior Hherdade motoa, pode vine noma ampitide de 180°, no para observer o ambiente, mas também para pegar 0s objtos que estiverem préximos. ‘Num processo contiavo, em alguns meses 0 tehé conguista cadaver moe domo sobre 0 espao 20 conseguir rl, ars tars, engatinhar e finalmentc, anda. A passagem por esssfases importante na evolugéo motora, tanto para o desenvolvimento f- sico, como para a estruturagio, nivel psicol6gco, da nog de spago. Pr isso, nio € convenient coloar a crianga em quad os (Chiguiinhos) ou andadoes. Deve-se propociona-lhe um ambiente seguro e esmulador, sem obetos que oferevm prigo 8 «un five exploragfo, com possblidades dels aire descobirno- vos elementos em se ambient. ‘A medida gue a cransa for crescendo, reconsruiré 0 espas0 téprio dos adultos, pois extar constantomente vlads para 0 e5- -psso exterior — com méveis, cas, rus, pases, campos ¢ moata- ‘has. Esse espaco no comesponde 3s sas pequenssdimonsdes f- sicas ¢& sua pouca vivéocia do mundo, A reconstrusio desse mun- do seré feta, inicalmente, a partic de sus prorias dimenstes © ‘capacidede de pereeb-o, adaptando-se a ele através de uma ima- sinagto transformadora as sas. “Todos sabemos como at criangas gostam de enter em baixo de meses, méveis, dento de arméios ou caxas,¢ de brncar em cabanas, casas de bonecas, ec. Gost tanbsm de bringuedos que fo verdadeirs miniatures de més, ueasiosdoméstios, car ros, avides e pessoas. Embors tas attdes nfo se refiram excla- ' 2» sivamente a questées de espago, tudo os leva acrer qu a eranga limita 0 espago de suas brincadcras para poder manté-o em di- ‘menses que Ihe seam apreensieis. ‘As criangas em idade escolar preferem brincadeiras que limi- tam a parte do péto ds escola porque no conseguem ocupar um fespaco tio grande, Na verdade, nfo conseguem concebé-o para poderem organizé-lo, O mesmo se dé na organizacio do espago srfico quando a cransa, ao receber uma folha de papel em bran- co, limites a usar apenas uma de suas partes. © espago 6 para a cranga um mundo quase impenetrfvel. Sua ‘onquista ocorre aos poucos, & medida que for atingindo ateragtes ‘quanttatvas de sua percepso espacial e uma conseqUentetrans- ormagéo qualtatva em sua concepgio do espa, Outro aspecto importante na orgaizaso espacial refer-se 20 predominio de um lado do corpo. Existe um melhor adesramento de uma nfo, um olbo, uma perma © pé,e isto implica vver (mesmo sem se ter consttncia) uma divsio do espago em duas partes as- slmétricas, a qual sed raiz da fuuraandlise do espa percebido. preciso, portanto, que a lateralizagdo se realize deforma clara e ‘completa. O professor deve ajudar a cranga a Iaterlizarse, isto 6, ‘omar consigacia de seu predominio lateral para a dirs ou para a ceoquerda. [A andlise do espago, deve sr iniciada com a cxianga primei- ‘amente com © corpo, em seguida apenas com os chose final- ‘mente coma mente, A pati dos 5 até 7 anos a crianga toma gradativamente cons- cia do seu compo com suas distintas partes, identficando-as. E, durante esse perfodo surge lentanente a possibilidade de transfert (projets) para 0s objetose outras pessoas © qe jéhavia compro vado em si mesma. 20 [RELACOES ESPACIAIS ‘TOPOLOGICAS ELEMENTARES ‘As primis relages espacais que a criangaextabelece slo a chumada relagdesexpacilstopoldgicaselementares. Como 0 prio nom indica, so as ages espacais qu se estabelcem 10 espaco primo, wanda reerncaselemeniares como: den, fora, ao lado, a frente, ats, pet, longs ke. No so consider as distinc, medidas agulo. ssa lags topoyenscomeqam a ser estabeecidas pla crianga desde 0 nascimentoe #50 a base pos a génese posterior as relages espacnis mais complens. So importantes quando considranos a perepsio espacial no ini da atvidde escolar (cproxinadansne 67 209). No plano perceptive, as relies espace processam na seguine orem: de virihana;sepaaio;ordem;envolvimento; continued. ‘A relagio de vzinhanga camesponde Agus em que 05 obje- tos s80pecebidos no meso plano, primes, consgus. Comes- ‘onde ao nivel mais elementar de percepcio a organizasoexpa- ‘al na qual a erianga situa os objets da Seguin mans: «bone- ‘a lado da bola, a polio anda da mesa, o quarto ao ldo do tani, sua casa a ldo da casa vain, et. Usamos un exen- ‘lo que parte de um plano muito péximo par ous que envol- ‘vem espagos mors. i ‘Ao considera vizinhanga, a evang prcebe que os objetos ‘izinhos so separas, isto 6, no esto ios. A percepgio da separagdo aupena com 8 idde ¢ 0 desevolvinento da capacia- de ane. A cinsa comes a se dar conta de que os objets préxinos em um mesmo plano esti separdos. Por exempo, porta ca jncla da sala podem estar juntas na mesma parede,po- rm fo separadas; hua pate de paedeenre a port a janela 3 ‘A iin anterior implica a relagio de orden ou de sucesso, isto é, os objetos ocupam una posigéo anterior, intermedia ou posterior a partir de um deteinado pont de vst Considerando 2 exenplo‘nteio, primero temos a porta, no meio a parede © d- pois jnela. 'A perwepso de cada elemento ¢ sua relagSo com os dems leva 8 rela do emolvimento, que pode ser pereebida em wna, - biliro que esté dentro da sala ‘A tradugio no espago representado das nogbes colocadas ‘cima implica 0 registro de pontos n0 espago, ou sea, em cont rmudade, pois 0 espago & contiuo, nfo havendo possibildade de ‘aséncin de espago. As localizages sin, prtantn, continu, © © ‘espago forma um todo. 2 aor as eases esp topolgicas elements nfo ea- volvam referencias preiss de localizaro, elas si a base para © tmbalo sobre o espazo geogriico (c catoriio). A parti dels 6 qe se desenvolvem as nogées de limites polio ainsrstivos tre municipios, extads e pales st fot; ca wana © ‘al, pra car apna alguns explo claro que para a comprectio deschexemplos é preciso «usa can domine of cone geogrficos que ox define. No ‘aan, aloclizaséo geogrticaconsti-e & medida qe 0 sjeito se toma capa deestabelecer eases de vrinhana (0 que et lao), eprags (Gots), onde (o que vem anes depois), eo- ‘volvimento (6 espago que et em tomo) econinuade (aque = cote do espago a ea consderadacomesponde), ent os elemeo- tos a serom lcalizados. Por isso & dif, mesmo para alunos d= séries mais adiantadas do 1 gra, realizar um estado georéio de ‘cas isoladas,descomtetulizads. Para se iter que oextdo geogrfico de una regio se tome uma descrgSocansativa, 6 precio que o aluno establega as rae ses ene esa regio eaquelas qu lef conbece. Em um pinei- 1 momento ess aso pode se dar atavés de sa loeaizagio ~ gd que ocpa tanto em lagi as reyes concider quanto lao a toda a en do pis on do continent. Ebotasibo- ‘mosque alcaizaio geogrfie nfo tem una ess casa deta sobre a maior pa dos ftores que explcam sorgarizago Go e=- igo regional, a identifieato da posgio do espago estado n0 ‘mapa patece-ns essencial a qualquer estado geogriio, DESCENTRALIZACAO, CONSERVACAO_ E REVERSIBILIDADE Segundo Piaget, 0 penssmento intuitive, caracterstico da clanca a partic dos 4 até aproximadamente 05 7 anos, assentase 3 sobre a aparéocia dos fendmenos so &, sobre aguilo qu a cransa pereebe, ou que parece que est scontecendo, Isso ocorre em toda situagio de aprendizagem que a crianga realiza em seu meio. Na construgéo da nogio de espago & atmvés desse processo que ela ‘omega ase dar cont de que 0 juzo que fz da lcalizagio dos ‘objets através de seus referencias espaciais muiis vezs nio con- fere com o que acontece. E comca a notar que esses referencias lo soto precisos ou suficientes para localiza 0 ou orient. A erianga que partia do uso do seu prépio corpo come refe- renial para a localizaso dos objets, comeca a perceber que po- dem sor usados outros referencias sem que isso alter a localiza- io. Por exemplo, percebe que uma mesa pode estar pero de sua osigoe ao mesmo tempo longe da posgio de outa cranga. Passa, eno, a situa 0s objeto a partir das relagSesespacais Hannoun? usa categoria de espago a partir de um centro, para analisar a descentralizaco na organizacio espacial. Essa catego- rias so; ltralidade,profundidade e anterioridade e estioiusta- as no grifico qu reproduzims na péginaseguinte. ‘A descentralizacio, segundo ele, deve evoluir de acrdo com ‘© coquema abaixo,passando . ~ da andlise do espago ccupado pela criatiza para anise do ‘espago ocupado pelo objeto exterior; ~ da andlise da posigéo dos objetos com relago ela, ane lise da posigo dos objeto com relaso a outros objetos; Ey rico 1 some Fee fre 6 i orga a Las : ‘ts Expats en cna P Soe ie, eis rhe ~ da anise da posgio dos cbjetos com relagéo a ela, par a anilise do movimento dos obetos com relago am poato de refe- sBocia objetivo. “ Essas pasagens so feta através da extenséo do conceto ‘para espagos cada vex maiores. Ese proceso € gradtivo. Ocome 2 modida gue a cranga pass a projtar a categoras de organiza- ‘slo espacial para elementos exteros a ela. Por exemple: indica 8 Tocalizagéo da loja em frente a0 posto de ibus. , em ocasiio posterior, jé 6 capa de inicar esa localiza em fangSo de co- ‘ordenadas: a Joja da Rua Pio XI n° 135. Conservagdo © reversibilidade sho processos essencias na carcterizagio do racocinio operscional cncreto que Suge & pa tir de 7-8 anos. Um episédio ocorido conosco pode ilustrar isso. 3 Em cesta ocasio, foros vistar amigos que moravam num sf- tio em Sio Roque © 0 filho pequeno (5 anos) chimado Sarznho, ‘companbousnos num passeio pela hors. Na sbanceira do vio ha- viam plantdo cebolinhas, e como ele ajudou na plantaclo, quis os ensnar como se planta cebolinha. A conversa foi, mais ov me- nos, est: = 0 chio € para baixo, né Entéo vo planta com o eabeli- bo para cima, ~ Ese 0 cho for para cima? perguntamos. ~ Entio no dé pra planter. A resposta de Jaizinbo mostra o pensamento tipico de um menino de sua idade quanto & percepeo espacial, A relacko entre 8 objetos: solo © cebolnha, 36 € perebida em um sentido, © de forma estitica. 0 caminbo de ida volta, a reverso das posigées| sinds nfo 6 percebida. Para Jaizinho, naquele momento, 0 cio ‘que vai para baixo nfo 0 mesmo que vai para cima; ele nio do- ‘mina a conservago do refeencal para revere a ago, quer dizer, ra coordenar a aoe realizar uma opera inversa. ‘Essa alterago qualitativa do ponto de vista da evolugso cog- nitiva do ser humano se dé de forma global e eavolve 0 proceso {e coahecimento em todos 0s seus apectos (lingua, da matemd- fica © do meio social da natureza, et), emboraapreseate nuances rips em cada um dees. [As novées de espago © de tempo esto embutides neste pro- cessoe sho a base para a organizagio do pensamento geogrfico © histtico. No entano, a devida compreeasio desse proceso de- ‘manda um estudo aprofundado da pscologia da aprendizagem e 40 desenvolvimento infantil, que nio eabe nete trabalho. Mas o pro- fessor deve conhecer alguns pontos importantes para conduzie ade ‘quadamente o trabalho sobre a nogio de espago. ‘Conforme jé foi visto, as elapées espaciaisorganizamse @ partir do esquems corporal com base em um ei bipolar triimen- sional, semelhante ao apresentado por Hannoun para as ctegorias| de orienaso espacial. Esse esqueme pode ser assim iustrado: 6 : [No proceso de descentralizaio, a crianca projets esse cixo sobre os objets para loalié-os independeatemente de sua pos ‘fo, assumindo a postura de observadora. Essa pasagem 6 fita ‘grudatvamente, 2 medida que percebe que os objetos possuem eres € laos, os quais servem como referencais. Pr exemplo, ‘usa 0s lados da cadeira para indicar a posiglo de outo objeto: © rnd em frente da cadera. Ese tipo de raciocni estende-se p= ‘espagos mais amplos: a padara 2 lado do agougue, 0 supermer- ‘ado em frente a0 posto de gasolina,o clube aris da fébrca. Ao conceher 2 posicio dos elementos em espages mais amplos, ccianga uiliza estruturas de relagies espaciais que vo além das ‘opolépicaselemeatares. [RELACOES ESPACIAIS PROJETIVAS E EUCLIDIANAS ‘Una crianga pequena, que costuma subir uma rua passa rimeiro pelo agougue, depois pela famicia © em seguida pela 0 uitands, 20 vir no sentido contro, descend a ras, percberd ‘he 08 pontos comercsis nfo estario na mesma ordem, on ie © ‘eougue ficou mas longs ¢ a quitanda mais prto, Na verdad cles continua a6 mesmo Tuga, que mudou fol sua perspectiva, ou a aegbo de quem observa © apurecimento da perpectva tz na argo quaitativa 1a concepo espacial da crane, que passa a conserva apoio ‘os objets e a ateraro pono de Vista alé ating as Relagdes Es- aciis Projets. ‘sso ocorejuntamente com 0 surginento da nogfo de coor ‘orestamento, estas, et). A confrontago dessa eas deliitaas, Mesmo que a petfe- sia urbana nfo coresponda « uma Iinha de fonsir, a partir da qual se separe 0 que 6, do que nfo 6 uhano, ela se presenta com caracteriatcas pedprias de uma fea de transiclo, podendo ser for- ‘mada por casas populares, ou chécars residencins, ou eas de epésito de Lixo te. ‘A nogio de exteioridade leve-ns a stuar um ebjeto com ‘elagio a outros com os quais mantenbacertasrelapSes espaciis. [Nesse sentido, Hannoun* dstingue quatro categoras que podem ‘sr aplicadas ao espaco geogrtico: 6 A interioridade: quando wna frea et dentro de outra, ot quando i Inclusdo, O ‘A exterioridade: quando wna iea & exterior 3 outa. OO A Interseegdo: quando bi wma parte comum a abs a éeas. ‘A continuidade: quando as Seas so limstaoes, tangeacias. [Na anflise geogréfca essa categoras so subjacentes a esta- os de cariter regional, de processos de regionilizago de eas de ‘nlugocia, de ocupaséo e organizasio espacial. Antes de chegar a “4 sce nivel de estado sabe 0 espago, pork, 6 precio criar ma crianga os hibits de discemi,analsar reconhecer s pares de ‘mod. Bias deve inciarse no ensino de 1 grav ‘As categoriascolocaas acim levam As categoria de distin la: proimidade © distanciamento. & concep de dstincas © Imtervalos¢realzada pasando do qualiatvo (Peto, longs) pra 0 ‘quanto, que pesapée a medida expressa mumedcanent, No sentido d descentalizasio quanto 8 categoria de distin «la o professor dove lvaro alo a exablecerrelasées com wn onto de refetacia, E quano 3 medida, deve extabelecr relagées ‘om uma unidade mic, Tniialmeate, 0 sluno pode ser lovado a extabclecer medias ‘om pies de seu propio corpo alos, ps, pasos, et, para ‘begat a unidades mais objetives. Lenbranos que muta unidades ‘de medidas padonizadas veram sua origem ness pinto és, beagas © polegadas. ‘As atvdades sobre a sala de aula como wnidade iniil do trabao sobre o espaco (ver capil 4), apresentam sugestées qe ‘0 do uso de um instrumento coatauo (obarbant) para medi 2 sal, até 0 etbslcimento de una uae padrbo—o mero. Esse trabalho é basco pura a conpeenso da nos de esa > pet nitro estabeleinenta de reas de dstnia ent Ioclidades fuavés do mapa, lian se edugesproporioni Nowe 1. Hanson, H. El No Cong Medio Las Aisdades Exports fan Exes Primaria Buono Aires, Rape, 1977 2, Le Bouck, J. daca por el Movies ea Eauela Pla. Bue os Ares, Pai, i. 57. 3 Opec 4 Opcet 5 Ope. p.87 PROPOSTA DE PROCEDIMENTOS E ATIVIDADES Neste capftslo apresentaemos propostas de aividades que levam 0 aluno a agit refleti sobre oexpaco, Estas proportas ser vem de sugestio, © mio pecisam ser apicadas na ordem om que sparecem, nem exatamente como esti relatada, devendo © pro- fessor adapt-ls do forma cratva 8s condigbes de seus alunos. (0s espagos no devem ser visto de forma estangue, quer @ rnvel de municipio, bai, estado ou pals, pois slo espagos que tem it deiner seis igi malo fxmage do emda propre gud gue ensnam a Geng ondnuidde eo spofndaenn de quo ‘ds conccinene ppc . aera eee

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