Professional Documents
Culture Documents
Massinga
2022
UNIVERSIDADE SAVE
Supervisor:
Massinga
2022
Índice
Lista de figuras............................................................................................................................v
Lista de Tabelas.........................................................................................................................vi
Lista de gráficos........................................................................................................................vii
Lista de siglas, abreviaturas e símbolos...................................................................................viii
Declaração sob Compromisso de Honra....................................................................................ix
Dedicatória..................................................................................................................................x
Agradecimentos.........................................................................................................................xi
Resumo.....................................................................................................................................xii
Abstract....................................................................................................................................xiii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DA PESQUISA.................................14
1.0. Introdução......................................................................................................................14
1.1. Delimitação e enquadramento do tema..........................................................................15
1.2. Breve resenha histórica da Escola..................................................................................15
1.3. Problematização.............................................................................................................16
1.4. Justificativa....................................................................................................................16
1.5. Objectivos......................................................................................................................17
1.6. Hipóteses........................................................................................................................18
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................19
2.0. Fundamentação Teórica.................................................................................................19
2.1. Funções dos problemas e sua importância para o PEA.................................................19
2.2. Ensino da adição de números inteiros............................................................................20
2.3. Dificuldades dos alunos na adição de números inteiros................................................21
2.4. Uso do método de Resolução de Problemas..................................................................22
2.4.1. Etapas da resolução de problemas..............................................................................23
2.5. Teoria Construtivista para o Ensino da Matemática......................................................24
CAPITULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA...............................................................27
3.0. Metodologias..................................................................................................................27
3.1. Classificação da pesquisa...............................................................................................27
3.1.1. Quanto a natureza.......................................................................................................27
3.1.2. Quanto aos Objectivos...............................................................................................27
3.1.3. Quanto aos procedimentos.........................................................................................28
3.1.4. Quanto a forma de abordagem...................................................................................28
3.2. População e amostra......................................................................................................28
3.2.1. População...................................................................................................................28
3.3. Técnicas e instrumentos de recolha de dados................................................................29
3.3.1. Observação.................................................................................................................29
3.3.2. Questionário...............................................................................................................29
3.4. Instrumento de análise e interpretação de dados............................................................29
3.3. Validação dos instrumentos de recolha de dados..........................................................30
3.3.1. Teste de normalidade.................................................................................................30
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO.............................................................32
4.0. Resultados da pesquisa e discussão...............................................................................32
4.1. Aplicação do pré-teste....................................................................................................32
4.1.1. Resultados da comparação do tipo de dificuldades exibidas pelos alunos e as
identificadas na literatura..........................................................................................................34
4.2.1. Turma de controlo......................................................................................................34
4.2.2. Turma experimental...................................................................................................35
4.3. Aplicação do pós-teste...................................................................................................36
4.4. Resultados da avaliação da estratégia proposta.............................................................37
4.4.1. Comparação do pré-teste para as duas turmas...........................................................37
4.4.2. Comparação do pós-teste para as duas turmas...........................................................38
4.4.3. Comparação do pré-teste e pós-teste na turma de controlo........................................39
Tabela 6: Teste de amostras emparelhadas...............................................................................40
4.4.4. Comparação do pré-teste e pós-teste na turma experimental.....................................40
Tabela 7: Teste de amostras emparelhadas...............................................................................41
CAPITULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES.....................................................................42
5.0. Conclusão e sugestões....................................................................................................42
5.1. Conclusão.......................................................................................................................42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................................................43
Apêndices..................................................................................................................................45
Anexos......................................................................................................................................54
v
Lista de figuras
Figura 1: Escola Secundária de Cumbana 15
Figura 2: Resultados do pré-teste aplicado da pergunta 1 alínea a) 32
Figura 3: Resultados do pré-teste aplicado da pergunta 1 alínea b) 33
Figura 4: Resultados do pré-teste aplicado da pergunta 1 alínea d) 33
Figura 5: Alunos da turma de controlo resolvendo exercícios 35
Figura 6: Alunos da turma experimental resolvendo exercícios 35
Figura 7: Resolução do Pós-teste de um aluno 36
vi
Lista de Tabelas
Tabela 1: David Ausubel – Organização do Ensino (Gonçalves, 2007) 24
Lista de gráficos
Gráfico 1: Ilustração dos resultados do Pré-teste 32
Gráfico 2: Ilustração dos resultados do Pós-teste 36
viii
Siglas
MINEDH – Ministério da Educação, Cultura e Desenvolvimento Humano.
Abreviaturas
Fig – Figura.
Pag – Página.
Símbolos
Ha – Hipótese alternativa.
Ho – Hipótese nula.
IC – Intervalo de confiança.
t – Test t-student.
Declaro ainda que este trabalho, nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
_____________________________________________
Edifar Daniel Muhate
x
Dedicatória
O trabalho dedica-se especialmente aos meus pais (Daniel Naife Muhate e Felizarda Inês
Zaqueu), aos meus irmãos (Aidate Daniel Muhate e Liedson Daniel Muhate), ao meu melhor
amigo e companheiro durante a jornada (Romário Joaquim Marrengula). Estes e outros que
não pude mencionar, é que fizeram com que minha formação académica se tornasse uma
realidade. Aos meus docentes do curso, aos meus colegas da turma e aos que directa ou
indirectamente contribuíram para a compilação deste trabalho.
xi
Agradecimentos
Em seguida agradeço a todos docentes do curso de Matemática, especialmente ao meu
supervisor Osvaldo dos Santos Gouveia, pelo espírito crítico construtivo demonstrado durante
o período de formação e no processo da elaboração da monografia.
Vão meus agradecimentos a direcção da Escola Secundária de Cumbana, que autorizou para
que se efectuasse a pesquisa naquela Escola, em especial agradecer aos participantes que dias
após dia mostraram toda passividade em contribuir positivamente para a realização do
trabalho.
xii
Resumo
O presente trabalho tem como finalidade estudar as potencialidades do uso da estratégia de
resolução de problemas no Processo de Ensino e Aprendizagem. Nos procedimentos
metodológicos a pesquisa teve uma abordagem quantitativa e teve três fases: pré-teste,
leccionação da aula e pós teste. Todos procedimentos foram aplicados a 35 alunos que foram
seleccionados intencionalmente, devido a pandemia do Coronavírus, dos quais 17 alunos na
turma de controlo e 18 na turma experimental. A informação colectada foi analisada com o
auxílio do pacote SPSS. Após os dados serem analisados, careceram de interpretação por
meio de testes estatísticos. Foi aplicado o teste de normalidade e verificou-se que as notas
seguiam uma distribuição normal, facto que nos levou a recorrer ao teste t de Student.
Segundo essas análises verificou-se que existiam diferenças significativas entre as médias
apurando assim o pós-teste como o de maior média na turma experimental. Em torno dos
resultados, foi possível mostrar a eficiência o uso de resolução de problemas como uma
actividade de motivação para o ensino da Matemática.
Palavras-chave: Adição, números inteiros, resolução, problemas.
xiii
Abstract
The present work aims to study the potentialities of using the problem solving strategy in the
Teaching and Learning Process. In the methodological procedures the research had a
quantitative approach and had three phases: pre-test, lesson teaching and post-test. All
procedures were applied to 35 students who were selected intentionally, due to the
Coronavirus pandemic, of which 17 students on control class and the other 18 students on
experimental class. The collected information was analyzed with the help of SPSS package.
After the data was analysed, it needed interpretation by means of statistical tests. The
normality test was applied and it was found that the scores followed a normal distribution,
which led us to use Student's t-test. According to these analyses it was found that there were
significant differences between the means, thus qualifying the post-test as the one with the
highest mean in experimental class. Based on the results, it was possible to show the
efficiency of using problem solving as a motivational activity for teaching mathematics
1.0. Introdução
O presente trabalho aborda questões referentes a Resolução de Problemas como Estratégia
Didáctica para o Ensino da Adição de Números Inteiros, caso específico da Escola Secundária
de Cumbana, 8ª classe.
O problema que não se resolve por rotina exige um certo grau de criação e originalidade por
parte do aluno, enquanto o problema de rotina não exige nada disso. O problema a ser
resolvido sem rotina tem alguma possibilidade de contribuir para o desenvolvimento
intelectual do aluno, enquanto o problema de rotina não tem nenhuma .
Por outro lado, a estratégia tradicional vem na contramão de uma aprendizagem com
significado, em que se desenvolve no aluno um raciocínio crítico, incapaz de questionar sua
própria realidade. De acordo com Maciejewski (2011):
Esta pesquisa encontra-se estruturada da seguinte forma: capítulo I, onde consta a Introdução,
nela, se apresenta aspectos introdutórios e se faz a apresentação da pesquisa; capítulo II, nela,
consta a revisão da literatura, onde se faz destaque sobre a Resolução de Problemas na adição
de números inteiros e pesquisas realizadas nesta perspectiva; capítulo III, da metodologia da
pesquisa, nela consta os materiais e métodos da pesquisa; capítulo IV onde se faz a
apresentação e análise dos resultados. E finalmente o capítulo V da discussão e conclusões
relativas ao método de resolução de problemas para o estudo da Adição de Números Inteiros,
bem como as sugestões.
15
A partir de 1983, foram leccionadas a 5ª e 6ª classe do antigo sistema. Daí, Escola Secundária.
Com a parceria que o MINED tinha na década 90 com uma organização não governamental
denominada acção norte-sul que operava na província de Inhambane e especificamente no
distrito de Jangamo, fez com que a partir de 1992, esta escola leccionasse as 8ª, 9ª e 10ª
classes como sala anexa da então Escola Secundária "Samora Machel", actual 29 de Setembro
da Maxixe.
Em 1998, foi oficializada como Escola Secundária do 1° ciclo de Cumbana, por um despacho
ministerial. A partir de 2012, ascende a 2° ciclo do ensino secundário geral.
1.3. Problematização
Apesar de haver muitas evidências sobre estratégias de ensino e aprendizagem que promovem
uma aprendizagem significativa na sala de aulas, são vários professores que na sua actividade
lectiva não tomam em consideração. O aluno deve ser levado pela prática tradicional a
exercitar suas habilidades mentais e a trazer respostas face a uma questão ou problema em
realce, pois a resolução de problemas é uma das estratégias de ensino que envolve
desenvolvimento de raciocínio lógico, facto este que tem se distanciado de muitos
professores. Pensa-se que é devido aos professores que poucas vezes usam essa estratégia na
planificação das suas aulas, facto que leva a alguns alunos, enfrentem dificuldades para
resolver problemas que envolvam a adição de números inteiros.
Muitos autores enaltecem o uso de resolução de problemas sendo de maior impacto na sala de
aulas em particular no ensino e aprendizagem da adição de números inteiros. No caso
particular da Escola Secundária de Cumbana, o autor sugere a seguinte questão:
Até que ponto a resolução de problemas pode servir como uma actividade de motivação no
Processo de Ensino e Aprendizagem da Matemática?
1.4. Justificativa
A pesquisa surge no âmbito de se obter novas estratégias a serem utilizadas pelo professor
assim como pelo aluno no PEA. Nota-se muita das vezes, grande debate acerca da qualidade
de ensino nas escolas de Moçambique, sendo esta qualidade abrangente também no Processo
17
Com isso, a adequação dos conteúdos ensinados em sala de aulas com realidade do aluno
pode ser considerada como uma das formas de melhoria da qualidade de ensino e
aprendizagem. Nisto, apoiando-se na aprendizagem significativa de Ausubel, diz que para que
haja uma aprendizagem significativa são necessárias duas condições: o aluno precisa ter
disposição para aprender e o conteúdo escolar aprendido tem que ser potencialmente
significativo. Por este motivo, torna-se necessário a procura de novas estratégias de ensino,
para que o aluno relacione-se de maneira amigável com a Matemática, compreendendo-a
como componente necessária à sua vida, vivenciando-a de maneira significativa.
Assim sendo, pelas experiências vividas pelo autor no ensino médio, ensino universitário bem
como no Estágio Pedagógico de Matemática, o autor constatou que a Resolução de Problemas
emerge no campo investigativo da Matemática como uma estratégia de ensino que pode
auxiliar significativamente na construção de conhecimentos matemáticos, bem como no
desenvolvimento cognitivo dos alunos, melhorando seu raciocínio e capacidade de
interpretação, despertando o interesse em explorar outras matérias da Matemática, partindo
dos desafios que estes enfrentam no seu dia-a-dia. Para os professores, esta estratégia
facilitará na introdução de conteúdos, fazendo com que os alunos prestem muita atenção.
1.5. Objectivos
1.5.1. Geral
Avaliar o impacto que o método por resolução de problemas tem na Adição de
Números Inteiros na Escola Secundária de Cumbana.
1.5.2. Específicos
Identificar as dificuldades enfrentadas pelos alunos na Adição de Números Inteiros na
8ª classe;
1.6. Hipóteses
Ho: A aplicação do método de resolução de problemas em sala de aulas, desperta aos alunos o
interesse no ensino da Adição de Números Inteiros.
Ha: A aplicação do método de resolução de problemas em sala de aulas, não desperta aos
alunos o interesse no ensino da Adição de Números Inteiros.
19
Existem diferentes concepções para problemas encontradas na literatura que serão destacadas
a seguir:
Inicialmente Krubk e Rudnik (1980) definem da seguinte maneira: “Um problema é uma
situação quantitativa ou não, que pede uma solução para qual os indivíduos implicados não
conhecem meios ou caminhos evidentes para obtê-los.”
Ainda em 1980 temos a definição dada por Lester (1980) que entende-se por problema como
uma situação que solicita a execução de uma tarefa, para a qual não se tem acesso a um
algoritmo que determine o método de resolução, só sendo considerado problema se a sua
realização for desejada e a resolução de problemas é o conjunto de acções desenvolvidas para
a descoberta do caminho de uma situação inicial para uma final, a solução, abrangendo uma
série de operações mentais.
Temos um problema sempre que procuramos meios para atingir um objectivo. Quando temos
um desejo que não podemos satisfazer imediatamente, pensamos nos meios de satisfazê-lo e
assim se põe um problema. A maior parte da nossa actividade pensante, que não seja
simplesmente sonhar acordado, se ocupa daquilo que desejamos e dos meios para obtê-los,
isto é de problema. (POLYA, 1985, p. 13).
Segundo Silveira (2001) “um problema matemático é toda situação que requer a descoberta de
informações matemáticas desconhecidas para a pessoa que tenta resolvê-lo e/ou a invenção de
uma demonstração de um resultado matemático dado. O fundamental é que o resultado
conheça o objectivo a chegar, mas só estará enfrentando um problema se ele ainda tem os
meios para atingir tal objectivo.”
20
Para Borralho (1990, p.73) são três as funções dos problemas: educativa, desenvolvimento e
ensino, das quais cabe ao professor delimitar qual objectivo a alcançar e promover meios para
tal.
É certo também que o problema estimula a curiosidade, fazendo com que o aluno entre em um
mundo desconhecido e que formule estratégias para a resolução, além do mais os problemas
assumem diversas formas de resolução de acordo com as interpretações o que não implica que
a solução não está correta e ainda os problemas apresentam para o aluno uma demanda
cognitiva e motivacional maior. (ARAUJO, 2010, p.11)
Segundo (Soares, 2005) “os erros são recursos valiosos uma vez que evidenciam
características comuns da compreensão de determinados conceitos. Como tal, devem ser
identificados pelo professor, pois é através deles que se podem fazer inferências sobre a forma
como os alunos aprendem”.
Deste modo, a análise dos erros torna-se útil ao poder contribuir para a aprendizagem do
aluno na medida em que o professor o incentive a analisar a sua própria produção. Assim, o
aluno terá a oportunidade de identificar e compreender os seus erros, podendo assim geri-los,
isto é, desenvolver processos de verificação e autocorrecção que o ajudem a refazer o
caminho (Vale, 2010).
Quem ensina matemática sabe que os alunos sentem dificuldade na adição de números
inteiros, principalmente com os números negativos e que esta dificuldade permanece ao longo
dos anos seguintes.
O conjunto dos números inteiros é transmitido para os alunos como uma ampliação dos
números naturais, entretanto, para eles, nesta apresentação aparecem muitas dificuldades e
obstáculos, pois não se trata apenas de compreender as propriedades e regras, mas de utilizá-
las dentro de um contexto. Essa compreensão, do ponto de vista cognitivo, requer uma
reorganização do conceito de número de modo que sejam incorporadas a eles a adição de
números inteiros.
22
Para Teixeira (1993, p.94), a construção do conceito de números inteiros, do ponto de vista da
matemática, é uma ampliação dos naturais. Os obstáculos aparecem quando a adição
{( + a ) + (−b ) } é aplicada a casos em que (b> a) não sendo entendida de imediato pelos alunos
que estão acostumados a verem a adição como uma operação de acrescentar, como vista nos
números naturais. Eles só passarão a tomar consciência da existência dos números inteiros
negativos quando passarem a conhecer o conjunto desses números. As maiores dificuldades
na adição de números inteiros surgem quando se utiliza: a adição com números de sinais
contrários.
O aluno realiza a adição com base nas regras: "Na soma de dois números de mesmo sinal
somamos os valores absolutos e repetimos o sinal" e "a soma de dois números inteiros de
sinais diferentes é obtida subtraindo-se os valores absolutos, dando-se o sinal do número que
tiver maior valor absoluto" Andrini, (1988, p.21). Nesse momento, o aluno toma consciência
de algumas contradições nos seus resultados e constrói regras mais estáveis. Na aprendizagem
de números inteiros imagina-se a construção de vários esquemas de significados diferentes, de
tal forma que surgem vários obstáculos e muitas dificuldades, que para serem superados é
necessário se abstrair e generalizar de tal maneira que se passe dos aspectos periféricos para
os aspectos centrais da acção.
Mendes (2012) revela ser importante referir que os alunos podem apresentar dificuldades na
adição de números inteiros sendo essencial o professor compreender qual a origem real destas
dificuldades, que muitas vezes se reflecte ao nível da compreensão dos números. É preciso
por parte dos professores uma metodologia que tenha como objectivo a passagem de um nível
a outro, em outros termos, uma didáctica que introduza o obstáculo e planeje formas de
superá-lo, no caso da pesquisa é a Resolução de Problemas.
Segundo o autor, define a resolução de problemas como “um processo que permite os alunos
verificar a potencialidade e a utilidade da Matemática no mundo que os rodeia”.
É importante que o professor tenha em mente os objectivos que pretende alcançar para que
possa fazer o uso adequado da Resolução de Problemas, seja para aplicar alguma técnica ou
conceito desenvolvido, trabalhar com problemas abertos nos quais há mais de uma solução
possível, trabalhar com problemas gerados a partir de situações de jogo ou da interpretação de
dados estatísticos. A selecção do problema deve ser decorrente dos objectivos almejados.
Para Junior e Onuchic (2015, p.963) o professor ao trabalhar com a Resolução de Problemas
se faz necessária uma postura activa e participativa, muitos estudos, preparações e
conhecimentos sobre a classe/turma onde actua, para que os problemas aplicados não estejam
fora de contexto e muito além das condições de resolvê-los.
a resposta, fazendo possíveis relações entre o que queremos e o que temos, recorrendo a
experiências e conhecimentos adquiridos anteriormente. O terceiro passo na resolução de
problemas, segundo o mesmo autor, é executar a estratégia definida anteriormente e por fim
proceder à verificação do resultado final obtido.
Esta estratégia de Polya não é a única que pode ser utilizada na busca da solução de um
problema, pois existe uma grande variedade que qualquer sujeito pode utilizar quando diante
de um problema que necessite de uma solução. Há outros elementos presentes no processo da
resolução de um problema como o diálogo, a argumentação e a comunicação. Diante de um
problema, o levantamento de hipóteses, a testagem dessas hipóteses e a análise dos resultados
obtidos são procedimentos que devem ser enfatizados com os alunos para garantir o
desenvolvimento da autonomia frente a situações com as quais eles venham a se deparar
dentro ou fora da escola.
Para Ausubel, a organização dos conteúdos na sala de aulas deve ter a estrutura seguinte:
A teoria de desenvolvimento cognitivo proposta por Jean Piaget, ajuda a compreender que o
pensamento matemático não é, em essência, diferente do pensamento humano mais geral, no
26
sentido de que ambos requerem habilidades como intuição, senso comum, apreciação de
regularidades, senso estético, representação, abstracção e generalização, etc. A diferença que
pode ser considerada é no universo de trabalho: na Matemática os objectos são de carácter
abstracto e são rigorosos os critérios para o estabelecimento de verdades.
3.0. Metodologias
Segundo Pilleti (2004), “o método pode ser definido como sendo o caminho a seguir para
alcançar um certo fim ”.
Uma pesquisa aplicada é aquela que está destinada a dar origem de certos conhecimentos
de forma a solucionar um problema específico. Esta pesquisa é dirigida à busca de uma
certa verdade com vista a aplicar-se em um caso específico. Nesta pesquisa, procura-se
identificar o tipo de dificuldades dos alunos na adição de números inteiros e propor-se a
forma de superação.
3.2.1. População
No que diz respeito ao universo populacional, entende-se de acordo com Richardson (1989:
49), por universo ou população alvo “a totalidade de indivíduos que possuam a mesma
característica definida para um determinado assunto”.
Nessa ordem de ideia, importa-nos referir que a população-alvo da pesquisa, foram os alunos
da 8ª classe da Escola Secundária de Cumbana, que se localiza na localidade de Cumbana,
distrito de Jangamo, Província de Inhambane, os quais estão em um número 720. A escola
funciona com 3 professores de Matemática na 8ª classe.
3.2.2. Amostra
3.3.1. Observação
Durante a pesquisa recorreu-se à observação directa, a qual baseou-se na concentração e
atenção aos fenómenos a pesquisar, isto é, esta técnica assenta-se na leccionação de aulas. A
leccionação de aulas consistiu na recolha de dados referentes aos métodos usados na
abordagem de conteúdos de matemática bem como sobre a participação dos alunos mediante a
resolução de problemas na adição de números inteiros.
3.3.2. Questionário
Para a recolha de dados fiáveis, foram submetidos todos os alunos que fizeram parte da
amostra a um Pré-teste o qual foi aplicado a trinta e cinco (35) alunos, destes dezoito (18) são
da turma experimental e dezassete (17) da turma de controlo para se obter a informação sobre
a qual, até que ponto os alunos desta escola entendem sobre a adição de números inteiros.
Após a leccionação das aulas nas duas turmas, todos os alunos foram submetidos a Pós-teste,
onde se obtiveram os resultados que permitiram avaliar o impacto do uso da estratégia de
resolução de problemas como uma actividade de motivação nas aulas de Matemática, para
além de verificar a eficiência da resolução de problemas especificamente proposto para esta
pesquisa.
Para avaliar a eficiência da estratégia proposta, usou-se o teste t de student para comparação
de amostras independentes e emparelhadas com um nível de significância de 5%, através do
pacote estatístico SPSS.
Portanto, a regra de rejeição é: Rejeitar a H0, sempre que o valor do teste seja inferior a 0,05.
Notas
Turma 2 .144 18 .200* .918 18 .182
18
16
14
12
10 respostas certas
8 Respostas erradas
6 respostas incompletas
4
2
0
Questao 1 Questao 2 Questao 3 Questao 4
Exemplo:
33
Exemplo:
Exemplo:
34
Parece-nos visível que muitos dos alunos ficam confusos com tantas regras: “sinais iguais
soma-se e conserva-se o sinal e sinais diferentes subtrai-se e conserva-se o sinal do número de
maior valor” para citar apenas duas, conforme Timoni (1985, p.26).
fazendo resumo dos números inteiros para garantir o nível inicial de conhecimentos dos
alunos. Para mediar e assimilar a sua aula o professor começou por apresentar vários
exemplos de situações que envolvem a adição de números inteiros e para continuar com a sua
aula foi explicando de forma clara e detalhada sobre a adição de números inteiros dando
vários exemplos no quadro. Para controlar o domínio dos conteúdos e consolidar a aula, o
professor orientou vários exercícios os quais os alunos resolveram nos cadernos e no quadro,
maior parte desses exercícios, os alunos mostraram dificuldades na adição de números
inteiros.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
A resolução de problemas como estratégia de motivação permitiu aos alunos terem uma ideia
da adição de números inteiros com muita facilidade e em pouco tempo eles foram capazes de
assimilar a matéria, o que trouxe bons resultados na resolução de problemas na adição de
números inteiros.
25
20
15
respostas certas
Respostas erradas
10
respostas incompletas
5
0
Questao 1 Questao 2 Questao 3
37
Durante o encaminhamento das aulas, foram vivenciadas as três fases propostas por Van de
Walle (2009). Na fase Antes, o professor verificava se todos os alunos compreenderam o
problema para que não fosse necessário explicar individualmente; esclarecer aos alunos como
seria realizada a actividade (organização dos alunos e tempo de duração); orientar o que iriam
fazer e preparar os alunos para a actividade de modo que utilizassem conhecimentos prévios.
Na fase Durante, os alunos trabalhavam sozinhos inicialmente, após uma reflexão, foram
formados pequenos grupos. Nessa fase, o professor observava seus alunos, escutando-os e
dando sugestões, porém sem antecipar os resultados. Na fase Depois, houve o
compartilhamento das ideias. Nesta fase, coube ao professor incentivar os alunos a discutir e a
justificar seus resultados, deixando expor suas estratégias e conclusões. Após isso, o professor
sintetizou as principais ideias, formalizando o conteúdo estudado e identificando problemas
para futuras explorações. A avaliação do desempenho dos alunos foi realizada considerando
as estratégias e recursos que utilizaram para resolver problemas. Esse procedimento mostrou-
se muito eficiente e significativo.
38
H0: μ1 ¿ μ 2. Não houve diferença significativa entre as médias das duas turmas;
No IC de 95%, conclui-se que não houve diferença significativa entre as médias das duas
turmas. Portanto os alunos da turma I e II possuem o mesmo nível de conhecimento com 95%
de confiança, assim sendo a turma I foi escolhida aleatoriamente como experimental e, por
consequência, a turma II foi tomada como turma de controlo.
H0: μ1 ¿ μ 2. Não houve diferença significativa entre as médias das duas turmas;
2º Passo: Regra de rejeição: Rejeitar a hipótese nula caso o valor do teste (P-value) seja
menor que o nível de significância (α=0.05).
No IC de 95%, conclui-se que houve diferença significativa entre as médias das duas turmas.
Assim, há evidência estatística para rejeitar a hipótese de que a média de classificação nas
40
duas turmas é igual, sendo assim, pela contradição, o teste mostra melhoria da média de
classificação na turma experimental.
Logo, pode se dizer que houve aprendizagem significativa na turma experimental com o
método de resolução de problemas.
2º Passo: Regra de rejeição: Rejeitar a hipótese nula se o p-value/2 (Sig. unilateral) for
menor que 0,05 .
Como p-value/2 > 0, 05 não se deve rejeitar H0. Assim, estatisticamente não houve melhoria
significativa do aproveitamento pedagógico após a leccionação pelo método tradicional.
41
2º Passo: Regra de rejeição: Rejeitar a hipótese nula se o p-value/2 (Sig. unilateral) for
menor que 0,05.
Como p-value/2 0,05 deve se rejeitar a H0. Assim, há evidência estatística de que houve
uma melhoria do aproveitamento pedagógico após a leccionação pelo método de resolução de
problemas.
42
5.1. Conclusão
Com o uso da estratégia de resolução de problemas no processo de ensino aprendizagem,
como actividade de motivação, foi possível entender o seu papel como um método que
permite a participação activa dos alunos, desperta interesse pela aula e facilita a integração
social. O nível de assimilação dos conteúdos melhorou significativamente na turma
experimental em relação à turma de controlo. A resolução de problemas mostra ser um
excelente recurso didáctico para auxiliar no PEA de matemática.
Após as análises feitas com o nível de significância de 5% pode se notar que o sig achado foi
de 0,000, favorecendo deste a rejeição da hipótese nula e chegando a conclusão de que o pós-
teste teve maior média. Portanto a resolução de problemas é um método didáctico que pode
sem dúvida alguma dar uma contribuição plausível para introduzir-se a aula referente a adição
de números inteiros e, servir como um método didáctico que venha auxiliar mais a percepção
deste conteúdo e também é um método que segundo pesquisas pode ser usado para introduzir
diversos conceitos matemáticos além da adição de números inteiros.
Várias dificuldades foram encaradas nas turmas na adição de números inteiros, no que tange a
interpretação dos jogos de sinais, atribuir o sinal do valor absoluto ao resultado, efectuar a
adição algébrica simples, comparar números inteiros com sinais negativos.
Vale salientar que não existe um único caminho para o ensino de matemática, contudo, é
fundamental que os professores conheçam várias estratégias de ensino de maneira a construir
43
sua prática em sala de aula, portanto uma das estratégias viáveis para suprimir as dificuldades
na adição de números inteiros no PEA é a resolução de problemas.
5.2. Sugestões
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. Afonso, N. (2005). Investigação Naturalista em Educação: Um guia prático e crítico.
Porto: ASA.
2. ARAÚJO, A. (2010). Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 44 f. TCC
(Graduação) - Curso de Licenciatura em Matemática, Universidade Federal de
Rondônia, Ji-paraná. Disponível em:
<http://www.dmejp.unir.br/menus_arquivos/1787_2010_ana_itamira.pdf>. Acesso
em: 30 de Dezembro de 2021
3. Almeida, C. S. (2006). Dificuldades de aprendizagem em Matemática e a percepção
dos professores em relação a fatores associados ao insucesso nesta área. Brasília:
Universidade Católica de Brasília.
4. Andrini, A. (1988). Praticando Matemática, 6ª série, São Paulo: Editora do Brasil.
5. Ausbel , D. (1992). Teorias de aprendizagem. São Paulo, Brasil
6. Em J. Brocardo, L. Serrazina, & I. Rocha. O sentido do número: reflexões que
entrecruzam teoria e prática (pp. 117-134). Lisboa: Escolar Editora.
7. Dante, Luiz Roberto. (1988). Didática da Resolução de Problemas de Matemática. 2ª
Ed. São Paulo: Ática.
8. Gil, H. (1996). Pesquisa Científica, Brasília, Brasil: MEC/SEF.
9. Gil H, (2002) Os tipos de Pesquisa. Brasília, Brasil: MEC/SEF.
10. Hall K. L. (2002). Desinteresse pela Aprendizagem Matemática no Ensino
Fundamental (2ª ed.) São Paulo.
11. Maciejewski, J. V. Ensino Tradicional X Resolução de Problemas.
44
Apêndices
46
Plano de aula
Escola Secundária de Cumbana Data: 13 de Novembro de 2021
Meios de Ensino: Material Básico Escolar (quadro, giz, apagador, régua de madeira,
caderno, caneta, livro da turma)
Objectivos
Desenvolvimento da aula
Temp Funções Conteúdo Actividades Método Observaçã
o Didácticas Professor Aluno o
5 min Introdução Saudação; Saúda os Respond Elaboraçã Para
e Controle alunos; e a o conjunta Ausebel,
Motivação de Faz a saudação este
presenças; chamada; Respond momento
Apresenta Anuncia e a da aula, é
ção do o tema chamada; considerad
tema da novo e Passa o o como:
aula. escreve tema no Promoção
no caderno e da
quadro, responde reconciliaç
questiona as ão
ndo aos questões. integrativa
alunos
sobre os
números
inteiros
prossegui
ndo com
a
apresenta
ção de um
problema.
25 Mediação Adição de Após ter Fica Elaboraçã Para
min e Números orientado atento o conjunta Ausebel,
Assimilaçã Inteiros a aos este
49
Quadro Mural
Exemplos dos números inteiros no quotidiano: O número de alunos em uma sala de aulas; A
quantidade de anos; Quando contamos o número de giz, cadernos, canetas e carteiras.
A soma de dois números inteiros com mesmo sinal é um terceiro número inteiro do mesmo
sinal, cujo valor absoluto é a soma dos valores absolutos das parcelas.
Exemplo1:
( +3 ) + ( +5 )=+8
Exemplo2:
Exemplo3:
(−3 ) + ( +6 )=+3
Exemplo4:
(−4 ) + ( +3 ) =−1
Exemplo5:
(−1 ) + ( +1 )=0
Exemplo6:
(−5 ) + ( +5 )=0
Exercícios
1. Resolva os seguintes exercícios
a) (−5 ) +(−7)
b) (−10 ) +(+15)
c) (−100 ) + ( +100 )
d) ( +21 ) +(+ 19)
52
Resolução número 1
a) (−5 ) + (−7 )=−12
b) (−10 ) + ( +15 )=+5
c) (−100 ) + ( +100 ) =0
d) ( +21 ) + ( +19 )=+ 40
Resolução número 2
a) ( +14 )+(+5)=19
b) Alternativa C
T.P.C
1) Calcule
a) ( +258 ) + (−200 ) ( +258 ) + (−200 )=+48
b) (−1000 ) +(−1200) (−1000 ) + (−1200 ) =−2400
2) Resolva
Resolução: 13+11=24
53
Anexos