You are on page 1of 7

Modernismo

O modernismo é um estilo de época surgido no início do século XX, em um contexto de


tensão política entre as grandes potências europeias, o que levou a duas guerras mundiais.
Nesse período, ocorreram também descobertas e inovações tecno cientificas que passaram a
caracterizar a vida moderna. No Brasil, a República Velha (1889-1930) chegava ao fim para dar
início à Era Vargas (1930-1945).
Esse estilo de época é caracterizado pelo seu caráter transgressor, antiacadêmico e nacionalista.
No Brasil, ele é dividido em três fases distintas, que, juntas, englobam o período de 1922 a 1978.
Conta com autores como Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos,
Ferreira Gullar e Clarice Lispector. Já em Portugal, o maior nome do modernismo é Fernando
Pessoa.

Contexto histórico do modernismo


Na Europa, a expansão imperialista, iniciada no século XIX, marcada pela exploração de países
subdesenvolvidos e pela disputa entre as grandes potências, levou à corrida armamentista e
à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Após esse conflito, os movimentos nacionalistas
intensificaram-se, levando ao fortalecimento do nazismo e do fascismo, o que culminou
na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
No campo científico, Albert Einstein (1879-1955) divulgou a sua teoria da relatividade, em 1905,
enquanto Sigmund Freud (1856-1939) colocava o inconsciente em discussão e forjava as bases
da psicanálise. As inovações tecnológicas passavam a fazer parte da vida das pessoas, as
máquinas e a velocidade tornavam-se símbolos da vida moderna. Os artistas sentiram-se
inspirados a criar uma “nova arte”, radical e crítica da tradição acadêmica. Assim, surgiram os
movimentos de vanguarda na Europa.
No Brasil, a República Velha chegava ao seu fim com os movimentos tenentistas no início da
década de 1920, comandados por militares descontentes com o governo. Em 1924, a Coluna
Prestes, de viés comunista, liderada por Luís Carlos Prestes (1898-1990), iniciava sua marcha,
que durou dois anos, para convocar o povo a revoltar-se contra as elites.
Em 1929, houve a quebra da Bolsa de Nova Iorque, o que prejudicou a economia brasileira,
baseada na exportação de café. No ano seguinte, quando Getúlio Vargas (1882-1954) perdeu
as eleições para Júlio Prestes (1882-1946), supostamente devido a uma fraude, o presidente
Washington Luís (1869-1957) foi deposto por um golpe de estado, e Vargas tomou posse
provisoriamente. Contudo, era o início da Era Vargas, que duraria até 1945.

Características do modernismo
Em linhas gerais, o modernismo apresenta a seguintes características:
• Antiacademicismo
• Experimentalismo
• Crítica à tradição
• Nacionalismo
• Desconstrução
• Renovação estética
• Fragmentação
• Liberdade formal
• Liberdade de criação
• Espírito anárquico
• Temática sociopolítica
Modernismo no Brasil
Primeira geração modernista (1922-1930)
Tem início com a Semana de Arte Moderna, em 1922, e possui as seguintes características:
• Releitura crítica dos símbolos da nacionalidade
• Liberdade de criação
• Antiacademicismo
• Liberdade formal
• Ironia
• Aproximação entre fala e escrita
• Releitura do passado histórico
• Regionalismo
• Nacionalismo crítico
→ Principais autores e obras
• Oswald de Andrade (1890-1954): Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
e Pau-brasil (1925)
• Mário de Andrade (1893-1945): Pauliceia desvairada (1922) e Macunaíma (1928)
• Manuel Bandeira (1886-1968): Libertinagem (1930)
Segunda geração modernista (1930-1945)
Apresenta as seguintes características:
• O mundo contemporâneo
• O sentido existencial
• Conflito espiritual
• Sociopolítica
• Liberdade formal
→ Principais autores e obras
• Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): Alguma poesia (1930) e A rosa do
povo (1945)
• Vinicius de Moraes (1913-1980): Novos poemas (1938)
• Cecília Meireles (1901-1964): Romanceiro da Inconfidência (1953)
• Jorge de Lima (1893-1953): Poemas negros (1947)
• Murilo Mendes (1901-1975): História do Brasil (1932) e O visionário (1941)

Romance de 1930
Engloba narrativas publicadas entre 1930 e 1945, é assim caracterizado:
• Neorregionalista
• Neorrealista
• Determinista
• Enredos dinâmicos
• Uso de linguagem simples
• Apresentação da “cor local”
→ Principais autores e obras
• Rachel de Queiroz (1910-2003): O quinze (1930)
• Erico Verissimo (1905-1975): O tempo e o vento (1949-1961)
• Graciliano Ramos (1892-1953): Vidas secas (1938) e Memórias do cárcere (1953)
• José Lins do Rego (1901-1957): Menino de engenho (1932)
• Jorge Amado (1912-2001): Capitães de areia (1937) e O cavaleiro da
esperança (1942)
A terceira geração modernista (ou pós-modernismo), que compreende as produções literárias
realizadas entre 1945 e 1978, pode ser assim dividida:
Poesia da geração de 1945
• Volta do rigor formal
• Preocupação com a materialidade do texto poético: ritmo e espaço
• Valorização da construção do poema: racional e planejada
• Ampliação do poder de significação da palavra e do texto
• Temas sociais, morais e políticos
→ Principais autores e obras
• João Cabral de Melo Neto (1920-1999): Morte e vida severina (1955)
• Ferreira Gullar (1930-2016): Poema sujo (1976)
Concretismo
• Experimentalismo
• Foco no espaço
• Ruptura radical com a poesia intimista
• Aspecto verbivocovisual: semântico, sonoro e visual
• Multiplicação das possibilidades de leitura
→ Principais autores e obras
• Décio Pignatari (1927-2012): Poesia pois é poesia (1977)
• Haroldo de Campos (1929-2003): Galáxias (1984)
• Augusto de Campos: Viva vaia (1979)

Prosa da terceira geração modernista ou do pós-modernismo


• Liberdade e experimentação com a linguagem
• Não convencionalismo
• Temática do particular em diálogo com o universal
• Fluxo de consciência
• Fragmentação
• Metalinguagem
→ Principais autores e obras
• Clarice Lispector (1920-1977): A hora da estrela (1977)
• João Guimarães Rosa (1908-1967): Grande sertão: veredas (1956)

Principais autores e obras do modernismo em Portugal


• Fernando Pessoa (1888-1935): Mensagem (1934)
• Mário de Sá-Carneiro (1890-1926): Dispersão (1914)
• Almada Negreiros (1893-1970): A engomadeira (1917)
• José Régio (1901-1969): As encruzilhadas de Deus (1936)
• João Gaspar Simões (1903-1987): Elói ou Romance numa cabeça (1932)
• Branquinho da Fonseca (1905-1974): O barão (1942)
• Miguel Torga (1907-1995): Ansiedade (1928)
• Soeiro Pereira Gomes (1909-1949): Esteiros (1941)
• Ferreira de Castro (1898-1974): A selva (1930)
• Alves Redol (1911-1969): Gaibéus (1939
Resumo
o Europa:
▪ Imperialismo
▪ Primeira Guerra Mundial
▪ Segunda Guerra Mundial
• Brasil:
o República Velha
o Era Vargas
• Características:
o Antiacademicismo (Estilo acadêmico, estilo em que se faz sentir a
preocupação de aplicar os princípios da arte oficial)
o Experimentalismo (Tendência artística que adota ou defende a
utilização de técnicas experimentais ou inovadoras.
o Crítica à tradição
o Nacionalismo
o Desconstrução
o Renovação estética
o Fragmentação (A fragmentação se torna regra no Modernismo, que
também é um fenômeno urbano, o que significa mutação constante,
sensorialidade, solidão, anonimato, abstração, desumanização.)
o Liberdade formal
o Liberdade de criação
o Espírito anárquico
o Temática sociopolítica

• A linguagem no Modernismo
o É despretensiosa e despreocupada com os padrões formais.
o Muitos escritores pertencentes ao início do movimento, romperam
com a sintaxe, a metrificação e as rimas.
o Eles se aproximaram da linguagem coloquial, subjetiva, original, crítica,
sarcástica e irônica.
o A produção literária modernista destacou-se na poesia e na prosa
rompendo com os padrões estéticos vigentes.
o
• Autores e obras:
o Portugal:
▪ Fernando Pessoa: Mensagem
▪ Mário de Sá-Carneiro: Dispersão
▪ Almada Negreiros: A engomadeira
▪ José Régio: As encruzilhadas de Deus
▪ João Gaspar Simões: Elói ou Romance numa cabeça
▪ Branquinho da Fonseca: O barão
▪ Miguel Torga: Ansiedade
▪ Soeiro Pereira Gomes: Esteiros
▪ Ferreira de Castro: A selva
▪ Alves Redol: Gaibéus
• Brasil:
o
Oswald de Andrade: Memórias sentimentais de João Miramar e Pau-
brasil
o Mário de Andrade: Pauliceia desvairada e Macunaíma
o Manuel Bandeira: Libertinagem
o Carlos Drummond de Andrade: Alguma poesia e A rosa do povo
o Vinicius de Moraes: Novos poemas
o Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
o Jorge de Lima: Poemas negros
o Murilo Mendes: História do Brasil e O visionário
o Rachel de Queiroz: O quinze
o Erico Verissimo: O tempo e o vento
o Graciliano Ramos: Vidas secas e Memórias do cárcere
o José Lins do Rego: Menino de engenho
o Jorge Amado: Capitães da areia e O cavaleiro da esperança
o João Cabral de Melo Neto: Morte e vida severina
o Ferreira Gullar: Poema sujo
o Décio Pignatari: Poesia pois é poesia
o Haroldo de Campos: Galáxias
o Augusto de Campos: Viva vaia
o Clarice Lispector: A hora da estrela
o João Guimarães Rosa: Grande sertão: veredas
• Modernismo no Brasil:
o Primeira geração: 1922-1930
o Segunda geração: 1930-1945
o Terceira geração ou pós-modernismo: 1945-1978

O que é metrificação dos versos?


A Metrificação é a forma utilizada na Poética para medição de versos (metro), sendo, portanto,
o estudo dessa medida.

Como fazer uma Metrificacao?


Regras de metrificação de versos
1. Conta-se da primeira sílaba da primeira palavra até a sílaba tônica da última palavra do
verso; o que vier depois é ignorado. ...
2. Quando uma palavra termina em vogal e a palavra seguinte começa em vogal, as
sílabas em que essas vogais estão se juntam e contam como uma só.
Recursos Utilizados
A medição de versos obedece às seguintes particularidades:

• Sinalefa: Junção de duas sílabas numa só, por elisão, crase ou sinérese.
• Elisão: Supressão da vogal final átona quando esta estiver diante da vogal que inicia a
palavra que se segue.
• Crase: Fusão de vogais iguais.
• Sinérese: Contração de duas vogais contíguas em um ditongo.
• Diésere: Separação de vogais numa mesma palavra, constituindo duas sílabas
distintas.
• Hiato: Encontro de duas vogais átonas, constituindo uma única sílaba.

Sílabas Literárias X Sílabas Gramaticais


A contagem das sílabas literárias, ou poéticas, se distingue da contagem das sílabas
gramaticais. Isso porque enquanto na gramática se considera o número de sílabas gráficas, na
literatura se considera o número de sílabas sonoras.

Há duas regras que diferenciam as sílabas literárias:

• Contar somente até a última sílaba tônica de cada verso;


• Unir sílabas quando houver som fraco e forte ou vice versa.

Exemplos:

O/ poe/ ta é/ um/ fin/ gi/ dor - 7 Sílabas literárias


O/ po/ e/ ta/ é/ um/ fin/ gi/ dor - 9 Sílabas gramaticais

Fin/ ge/ tão/ com/ ple/ ta/ men/ te - 7 Sílabas literárias


Fin/ ge/ tão/ com/ ple/ ta/ men/ te - 8 Sílabas gramaticais

Que/ che/ ga a/ fin/ gir/ que é/ dor - 7 sílabas literárias


Que/ che/ ga/ a/ fin/ gir/ que/ é/ dor - 9 Sílabas gramaticais

You might also like