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276 ARTIGO 3° ambit de apticac do) Ld 2[-) a...}; bk oI: al...J. e/Os correspondentes de operadoras angolanas instaladas no exterior: 3b afk ood ARTIGo 4° ips ens do servgor dn cidade de nei) LE] 2 Le aL bk ) Contrbuir para a defesae divulgago da line ‘gua oficial ¢ das demais linguas de Angola; atk eth Alt re 3.Ld alk DIARIO DA REPUBLICA, bil.) oLk aL otk IEA Agrigo 10° {onstac,fornn aet) Ld ald: Lk Ld 2.[.] BEd 4, Aconstituigao de televisao electronica ¢ objecto de regulamento proprio. ARTIGO 28° {Smramentedorequrionts) LUI 2. O requerente supre as insuficiéncias detectadas no prazo mst de 15 dias itis, «contr da data da notificagao para o efeito. 3b» ARTIgo 2" Dvvidar ores) ‘As dvidas eas omissbes resultantes da inerpretagao € da aplicagto da presente Lei sd resolvides pela Assembleia Nacional ARTIGO 3" entrada mn vigor) A presente Lei entra em vigor a data da sua publicagao, Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 21 de Julho de 2022, (© Presidente da Assemibleia Nacional, Ferncoido de Piedade Dias dos Scatos. Promulgada aos 15 de Agosto de 2022, Publique-se. © Presidente da Republica, Joko MaNvet. GoncaLves Lounenco. (22:6455-A-AN) Lein2 3322 de Tde Seton A legislagao processual administrativa limita-se, até a0 ‘momento, a prever 0 recurso contencioso de anulagao ¢ a providéncia de suspensao de eficacia do acto aduninistrativo como figuras centrais, annbos institutos incapazes de asses rar a tutela jurisdicional efectiva Com efeito, em 1996, foram aprovados 0 Regulainento do Contencioso Administrative pelo Decreto-Lein? 4-A/96,, de 5 de Abril, e a Lei n° 8/96, de 19 de Abril — Lei da Suspensao da Eficacia dos Actos Administrativos. Impoe-se, pois, @ definigao de novos meios processuais| de realizacao de direitos, a0 inves dos simples recursos, garantidos por mecanisinos eficazes de execuo das deci- I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: a7 s6es judiciais, que s6 podem ser sujeitas a condicionamentos de execusao mediante fundamentos mais apertados a favor da Administragao Publica, do que aqueles largamente admi- tidos pelo Decteto-Lei n° 4-A196, de 5 de Abt Assim, aadequagao do Direito Processual Administrative 4 economia de mercado e ao Estado Democritico de Direito exige uma ruptura com o paradigma da Lei n* 294, de 14 de Janeiro — Lei sobre a Impugnagae dos Actos Administrativos, da Lei n.® 8196, de 19 de Abril — Lei da Suspenso da Eficacia dos Actos Administrativos, e do Decreto-Lei n° 4-A/96, de 5 de Abril — Regulamento do Processo Contencioso Administrative, os quais regem o Direito Processual Administrative em Angola, ha mais de 28 (vinte eoito) anos. A.consagracdo expressa no artigo 29° da Constituigo da Republica de Angola, do principio da plenitude e efectivi- dade da tutela dos direitos fimdamentais dos adiinistrados € a necessidade de afirmmagao de um Direito Processual Administrativo na sua dupla fimgao subjectivista, de tutela de direitos ¢ interesses subjectivos dos particulares ¢ objec tivista, de controlo da legalidade acministrativa, determina 0 afastanento do modelo marcadamente objectivista e de wn processo feito ao acto que caracteriza 0 regime em vigor € sua substituigao por um novo regime. A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das disposiges combinadas da alinea a) do n° 1 do artigo 165° e da alinea d) do n° 2 do artigo 166°, ambos a Constituigao da Republica de Angola, a seguinte: LEI QUE APROVA 0 CODIGO DE PROCESSO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO ARTIGO 1" (aprovacio) E aprovado 0 Codigo de Processo do Contencioso Administrativo, anexo @ presente Lei € que dela € parte tegrante ARTIGO 2° (Remissoes) A partir da entrada em vigor da presente Lei, as remis- ses que, em lei especial, sao feitas para o regime do recurso contencioso de anulagto de actos administrativos conside- ram-se feitas para o regime de aco de impugnagao de acto administrativo, ARTIGO 3" (Processos pen ts) 1A pattir da entrada em vigor da presente Lei, os pro- cess0s pendentes passam a reger-se pelo Codigo que ela aprova, cabendo ao Juiz. ou Relator, conforme os casos, proceder as adaptagdes processuais que se mostrarem neces- sarias para o efeito. 2. Caso a presente Lei afaste a possibilidade de recurso cm acgdes que ao abrigo da fei antiga rain susceptiveis de recurso, esta nao se aplica aos recursos ja interpostos a data dda sua entrada em vigor: 3. Caso a decisao ja teuha sido notificada, mas o recurso ia nfo tenha sido interposto data da entrada em vigor da presente Lei, ¢ esta a aplicavel ARTIGO4" subsiaria do processo civil) aplica Em tudo 0 que nao esteja reaulado no Codigo por esta Lei aprovada e nao possa sé-lo por analoaia, € aplicavel 0 disposto na Lei Processual Civil ARTIGOS* evoras30) Errevogada toda a legislagao que trate das materias 1 Iadas no Codigo ora aprovado e designadamente: a) Lein’ 294, de 14 de Smeiro: by Decreto-Lein.* 4-A/96, de $ de Abril, c/ Lein, 8/96, de 19 de Abril. ARTIGO 6" (entrada em vig) A presente Lei entra ea vigor no prazo de 180 dias, a contar da data da sua publicagao em Didrio da Repiiblica Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, aos 21 de Abril de 2022. © Presidente da Assemblein Nacional, Fernando da Piedadie Dias dos Santos. Promulgada aos 15 de Agosto de 2022, Publique-se. © Presidente da Repiblica, Joso Manus GoncaLves Lourenco, CODIGO DE PROCESSO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TITULOT Organizacio do Contencioso Administrative CAPITULOI Orgaos do Contencioso Administrative ARTIGO 1» (Orga0s do Contencioso Administrative) 1, $40 Orgaos do Contencioso Administrativo: 4) 0 Plenario do Tribunal Supremo; +b) A Camara do Contencioso Administrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo; / As Cimaras do Contencioso Administrative, Fiscal Aduaneciro dos Tribunais de Relagao; di As Salas do Contencioso A dministrativo, Fiscal ¢ Aduaneiro dos Tribunais de Comarca ARTIGO 2° (Algaday Nos Tribunais de Comarca e nos Tribunais da Relacio, a algada do contencioso administrative, fiscal ¢ aduaneiro € estabelecida pela Lei das Custas Iudiciais, ore DIARIO DA REPUBLICA, CAPITULO I Ambito da Jurisdicao ¢ Competéncias dos Orgaos do Contencioso Adiministrativo ARTIGO 3" (Gurstigao dos Orgaos do Contencioso Administrative) 1. Os Orwios do Contencioso Administrative adminis tram a justiga em nome do povo, no ainbito das relagdes Jjuridicas administrativas e dos litigios juridico-puiblicos. 2. Para efeitos do disposto no mimero anterior, compete ‘aos Orgies do Contencioso Administrative dirimir os liti- ‘gios que tenham por object: a) A impugnagao de actos administrative; +b) A tutela de diveitos fimdamentais e de direitos € interesses legalmente protegidos das pessoas, directamente fimdados en nonnas de direito administrativo ou decorrentes de actos pra- ticados a0 abrigo de disposighes de direito administrativo; ©) A fiscalizacao da legalidade denonmas ¢ actos ema- nados de pessoas colectivas de direito piblico que fagam parte da Administragao Piblica a0 abrigo de normas de direito administrative, face aos principios constitucionais estruturantes da actividade e organizagao administrativas demais disposigdes de direito administativo, inchuindo, designadamente os actos relativos a0 direito de remiao, de manifestagao de asso- ciagao, as medidas de policia e as decisves de entidades que apliquem multas, com ou sem sanglo acessoria, por contra-ordenaeao. lA fiscalizagao da legalidade de actos materialmente administrativos, designadamente em materia de pessoal, de administragao © de gesto pattimo- nial, praticados por quaisquer 6rgaos do Estado, ‘mesmo que integrados nas flngdes legislativas, politicas ou jurisdicionais: €) A fiscalizagao da le raticados por sujeitos privados. no ambito de contratos piblicos € administrativos ou no exercicio de poderes administrativos, designa- damente os concessionatios de servigos, obras, instituigbes ou de bens ot direitos piblicos ou nos casos de deleaagao e transferéncia de com- ppeténcias para entes privados: Ji A fiscalizago da ilegalidade por omissio de nonnas de dircito administrative imposta pela Constiniigéo: 1g/ A declaragao de invalidade de quaisquer contratos resultantes da invalidade de acto administrative dade de normas e actos em que se fiundou a sua celebragao: 1/0 pronunciamento sobre a interpretagao, validade «€ execugdo de contratos puiblicos e adiministrati- vos e dos respectivos actos pré-contratais 1 © prommciamento sobre a interpretagao, validade « execugao dos demais contratos celebrados por pessoas colectivas de direto piblico e dos res- pectivos actos pré-contratusis: Jj 0 pronmciamento sobre @ interretagto, validade € execugao de contratos celebrados por sujitos ivados a respeito dos quaishaja li especitiea «que os submeta ou permita que sejam submeti- dos a um procedimento pré-contratual regulado por norma de direito publico, bem como dos respectivos actos pré-contratuais, 4 A responsablidade civil das pessoas colectivas de dircito publico, incluindo por danos resultantes do exercicio das fungoes politica e legislativa: 1) A responsabilidade civil resultante do finciona- mento da Administragdo da Justig: ‘m) A.responsebilidade civil dos titulares de éraos, fiaicionirios ¢ demais agentes do Estado e de coutras entidades puiblieas, no exercicio de fin 8es publicas ou por causa delas ou por acgoes cn omissdes de que result a violagio de direi- tos, liberdades e garanias dos paticulares: 1) A responsabilidade civil dos sujeitos pr 0s quais seja aplicavel o regime especifico da responsabilidade do Estado e demais entidades pilblicas, 0) A resolugdo de confltos nas relagoes juidicas entre pessoas colectivas publicas inchuidas na Administaga0 Publica ou entre Ommaos da Administragao Publica, no ambito dos inte- resses, competéncias ot aribuigoes que Ihes incumba prosseauit, ‘pI exercicio do direito de Acco Popular Adminis- trativae da Ace Publica Adininistrativa, para a tutela de interesses meta-individuais ede valores cu bens constitucionalmente proteaidos: 4) 5 litigios decorrentes das relagoes de emprezo publice, 77 Aiimpugnagio de medidas disciplinares no quadro da relagao de emprego piblico, 45) O reconhecimento de um direto ou interesse leaal- mente protegidos: 1) Atutela compensatéria do direito de propriedade nos casos de expropriagao, requisigo ou restri- 80 por tilidade publica tw) A execugio de ttulos executives administrativos nos termos do presente Cédigo; 1 Ontos expressamenteatribuidos por lei ados I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 279 3. 0 presente Cédigo ¢ ainda aplicavel a todas as for- mas de actuagao administrativa dos éraaos que integram a Administragio Publica Directa, Inditecta, Autonoma ¢ Independente e, para este efeito, consideram-se, designada- mente, os seauintes: 4) Oras da Adiinistragao Directa Centval, Local e Peviférica do Estado: by Oreaos dos Institutos Pablicos, ) Ommios das Autarquias Locais, Autoridades Tradi- cionais e de AssociagSes Piblicas, @) Orgaos das Entidades Administrativas Indepen- dentes 7 Entidades privadas no uso de poderes piblicos de concessio. 4. Esta excluida do ambito das competéncias dos OrgAos do Contencioso Administativo a apreciagao de litigios cujas, pretensbes respeitem a a) Impugagao de actos praticados no exercicio das fimgdes politica € legislativa que mio sejam imaterialmente administrativos ou na parte em que esse exercicio nao esteja sujeito aos princ! ppios constitucionais estruttwantes da actividade © organizago administrativas, +b) Materias nao previstas no ntmero anterior e atri- Duidas expressamente pela Constitnigo ou por lei a Jurisdig’o Comum, Jurisdigto Militar ou « outa Jurisdigao Auténoma, ao Tribunal Cons- titucional, ot a0 Tribunal de Contas, ¢/ Actos relativos a instrugao criminal, a0 exercicio da acco penal e @ execugto das decisdes dos ‘Tribunais Criminais, 4) Litigios submetidas ao direito privado, ainda que qualquer das partes seja pessoa colectiva de direito publico. €/ Questies cuja apreciagao seja por lei atribuida & competéncia de outros tibunais. ARTIGO 4" (Compeéncias dos Orgdes do Contencioso Administrative) A organizagio, funcionamento e as competéncias dos Orgaos do Contencioso Administrative sto fixados pelas Leis, cas do Tribunal Supremo, dos Tribunais da Relagao e pela Lei Orginica sobre a Organizagao ¢ Funicionamento dos ‘Tribunais da Jurisdigso Comun. ARTIGO 5" (esha da competineia ds Orgaes do Contenclase Administrative) 1. A competéncia dos Orgaos do Contencioso Administrative foca-se no momento da propositura da acgao, sendo inrelevantes as modificagoes de facto ou de direito ocorvidas posteriormente, salvo se for suprimido o Tribunal, que a causa estava afecta ou se este deixar de ser compe- tente em razao da materia ou da hierarquia 2. A competéncia material dos Orwaos do Contencioso Administrative € de ordem publica ¢ 0 seu conhecimento precede o de qualquer outra materia, podendo a incompet cia ser suscitada pelas partes ¢ oficiosamente verificada pelo Tribal a todo o tempo, 3. Quando a petigao seja dirigida a Tribunal incom petente, sem que o Tribunal competente pertenga 20 contencioso administrativo, pode o interessado. no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do transito em julgado da deci so que declare a incompeténcia, requerer a remessa do processo a0 Tribunal competente, com indica¢ae do mesino,, mediante 0 pagamento dos encargos judiciais TITULOT Disposicoes Gerais CAPITULOT Principios Gerais ¢ Fundamentais ARTIGO 6° (irate aplicavely © Processo do Contencioso Administrativo rege-se pelo presente Cédigo e, supletivamente, pelo disposto na Lei Processual Civil, com as devidas adaptagdes. ARTIGO7> (Principio da Publicidade dos Julznnentos) No contencioso adiinistrativo, as audiéncias sao publi- cas, salvo decisto em contario para a salvaguarda da dignidade das pessoas, da intimidade da vida privada om da moral publica, bem como para garantir 0 seu normal funcionamento, ARTIGO 8” (Principio da Fundamentagae das Decks) Sao flundamentadas as decisbes em materia de conten- cioso administrativo que nao sejam de mero expediente. ARTIGO 9° (Principle da Prevalencia das Deesoes) ‘Em materia de contencioso administrativo, as sentengas, acordaos e decisoes processuais so de cumprimento obri- gatorio para as partes e para todas as entidades publicas € privadas ¢ prevalecem sobre as de quaisquer autoridades administrativas ARTIGO 10° (Principio da Consttuconatidade) 1, © contencioso administrativo esta sujeito & Constituigto, 2. No respeito pelo principio da separagao de poderes « interdependéncia de fungdes, os Oreaos do Contencioso Adininistrativo julgam do cumprimento pela Administragao iblica das normas e prineipios juridicos que a vinculamn nao da conveniéncia ou oportunidade da sua actuagao. ARTIGO 11° (Principio da Tate Iatsdicional Efestva) 1, 0 contencioso administrativo rege-se pelo pr fundamental da tutela jurisdicional efectiva, cipio 6280 DIARIO DA REPUBLICA, 2. No contencioso administrativo, a todo 0 direito ou eresse lezalmente proteaido corresponde o direito de: 1 Obter, em prazo razoavel, uma decisto judicial eficaz que tenha apreciado cada pretenséo regularmente deduzida em juizo e adople uma providéneia adequada & sua efectivagao, +b Fazer executar a decisao judicial com transito em julgado ou 0 acto inimpuanavel de que resulte dieito ou interesse legalmente protezido a que a Adinistragao Publica no 48 tutela, / Obter as providencias urzentes adequadas &tutela do direto ou interesse lexalmente proteid: 4 Obter as providéncias cautelares, mtecipatrias ou conservaterias, destinadas a asseaurar 0 efeito Util da decisto judicial requerida ou a requerer 3.0 titular de direito om interesse legalmente protesido pode, no contencioso administrativo, obter, designadamente: @ 0 reconhecimento de situagoes juridicas sub- Jectivas directamente decorrente de nonmnas juwidico-administrativas ou de actos praticados no exercicio da actividade administrativa ou 20 arigo de disposigses de dreito administativo; +b Oreconhecimento da ttularidade de qualidades ou do preenchimento de requisites ©) © reconhecimento do direito @ abstengao de comportamento e, em especial, a abstengio da xnissio de actos, quando exista a ameaga de uma lesto futura; dA anulagao ot a declaragao de mulidade ou inexis- téncia de actos: €/ A condenagao da Administraca0 a0 pagamento de quontia cera, a entrega de coisa, & prestagao de facto ou pratica de acto, JA condenagao da Administragao 4 reintesraga0 natural de danos ¢ a0 pagamento de andemniza- (ies: 8) Aresoligto de litigiosrespeitantes a interpretagao, validade on execugao de contratos cuja aprecia- sAopestenca ao ambito da justiga administrative; Iv A declaragao de ilegalidade de normas emitidas 20 abrigo de disposigses de direito administrative ou da sua omissae, 1 A condenagio da Administragao a pratica de actos axdministrativos legalmente devidos, J) A.condenagio da Administragao a pratica de actos € operagdes necessirias ao restabelecimento de situagoes jurdicas subjectivas: 4 A adopgao de providncias cautelares adequadas a asseaurar 0 efeito itil da decisto no processo principal 1A adopgio de providencias exeeutivas que aaran- tam a efectiva execugdo das decisdes eficazes dos Oraios do Contencioso Administrative; 1m) A adopgéo de providéncias urgentes adequadas 4 afastar a lesio ou prevenir a iminente lesto de direitos ¢ interesses legalmente proteaidos, designadamente a intimagio da Administragio para adoptar ou omitir um determiinado compor- taunento lesivo ou ameagador de tas direitos ou interesses. 4. De forma a assesurar a efectividade da tutelajurisdi- cional, 0s Orazos do Contencioso Administrative podem, cfciosamente ou a requerimento,fixarprazo para o cumpri- mento das obriaagoes que imponham a Administraga0 Pablica € aplicar, quando tal se justfiqe. uma sango pecuniaria com- pulsoria nos tennos do artigo 183° ARTIGO 12° rine protons) © Processo do Contencioso Administrative orienta-se pela busca da verdade material e as normas processuais que aplica devem ser interpretadas no sentido de promover pro= niincias sobre o mito das pretensOes fonmuladas em orden a asseguar a tutelajurisdicional efectiva do direito ou inte- resse lesado. ARTIGO 13° (rncpio da Prevalincia da Justin Matera) 1. Para assesurar 0 principio do pro-cetione, nos tems do artigo 12. o Juiz, designadamente: 4) Providencia, a titulo oficioso, pelo su da falta de pressupostos processuais que sejam senaveis, determinando a realizagio dos actos necessarios regularizagio da instancia ot, quando estiver em causa alguma modificagio subjectiva de instancia, convidando as partes a praticélo; by Considera, em geral, todas as imegularidades processuais formais que nfo constituam vio- lagio ou inctumprimento de requisito essencial do conteido de outros principios findamentais de processo ot lesao intoleravel da seguranga Juidica que as exigéncias formas violadas ou incumpridas se destinem a tutelar, ©/ Pode, em qualquer altura do processo, ouvir qual- quer das partes, através dos seus representantes cou MandetitiosJudiciais, convidando-a a fome- cer esclarecimentos pertinentes sobre a materia de facto ou de diteito,facultando-se & outra parte © efectivo exercicio do contraditerio, relativa- mente aos resultados da diliagn Determin, ofciosamente, ouvidas as partes. a pré- tica dos actos que melhor se ajustem ao fim do processo, bem como as necessérias adaptagies, quando a tramitagao processual prevista na lei nfo se adequar as especificidades da causa 2. Ainda para efeitos do disposto no 1, todas a8 pes- soas, seam ounao partes na causae incluindo os Magistrados © os Mandatarios Judiciais, tm 0 dever de, na intervens0 cn condugdo do processo, prestar @ sua colaboragao para a yento IERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 2st descoberta da verdade, cooperando entre si ¢ concorrendo para que se obtena, com brevidade, sesuranga e eficdcia, @ justa composigao do litigio, ARTIGO 14 (Principio da Igualdade das Partes) 1. As partes gozam do principio da igualdade durante todo 0 processo, em especial no exercicio de faculdades, no uso dos meios de defesa e na aplicagio de sangées de comi- nagdes € sangdes processuais, designadamente em materia de custas e de litigancia de ma-fé 2 Incumbe ao Tribunal assegurar o principio da igual- dade processual das partes, ARTIGO 15° Principle Dispostive) 1 Salvo disposigao diversa do presente Cédigo, o inicio, © objecto e o termio do proceso estao na disponibilidade das partes. 2. Cabe as partes alegar os factos que integram a causa de pedir ou em que se flundam as excepgbes deduzidas, 3. 0 Juiz $6 pode fundar a decisao nos factos alegados pelas partes, nos que sejam publicos e notérios ou de conhe- cimento oficioso e nos factos instrumentais que resultem da sttugio € discussao da causa 4, Juiz devera também considerar, na decisto, 0s fac- tos essenciais procedéncia das pretensées formnladas ou das excepgbes deduzidas que sejam complement 0 con= cretizagao de outros que hajam sido alegadas oportunamente pelas partes ¢ resultem da instrugao e discussio da causa ARTIGO 16° (Principio do mpulso Oba 1. Iniciada a instancia e sem prejuizo do énus de impulso das partes, especialmente imposto pela lei, compete a0 Juiz, providenciar pelo andamento regular e e¢lere do processo, promovendo, oficiosamente, as diligéncias necessirias a0 normal prosseguimento da acgao € recusando 0 que for mpertinente, initil ou meramente dilatorio. 2. Com base nos factos de que Ihe € licito conhecer, 0 Juiz deve ordenar todas as dilizéncias que considere neces- sirias a descoberta da verdade material ARTIGO 17 (@rincipio do Eteito nao Suspensive) A introdugao de wna acgio no contencioso adminis- trativo nao tem efeitos suspensivos ou interruptivos, salvo disposiso em contritio. ARTIGO 18° (Principio da Economaa Processual) [No Processo Contencioso Administrativo cada processo deve, por si $6, resolver definitivamente 0 maximo possi- vel de litigios ¢ comportar apenas os actos ¢ formalidades idispensaveis ou titeis a descoberta da verdade material €& tomada de decisio final de mérito, ARTIGO 19) (Principio dn Cusmulacao de Pedidos) 1. Ao autor ou a0 reconvinte, nos processos declarativos, executives ou tutelares, ¢ permitida a cumulagao de pedidos,, cial ou sucessivo, quando a causa de pedir seja a mesma etinica ou os pedidos sejam compativeis ¢ entre si conexos, prejudiciais ou dependentes, nomeadamente por se inseri- Fem no aimbito de uma mesma relagao juridiea material ou. ‘no mesmo procedimento ou por a validade do acto a que um deles se refere depender da validade de outro acto a que se referem o ou os outros pedidos. 2. E ainda permitida a cunulagao de pedidos fora dos casos don. 1, sea procedéncia dos pedidos depender essen- cialmente da apreciagao das mesmas circunstincias de facto co da interpretagao e aplicag4o dos mesmos principios ou rearas de direito 3.E, designadamente, possivel cumular a) O pediido de anulagao ou declaragio de nnlidade ‘ut inexisténcia de um acto, com o pedido de condenagao da Administragao a pratica do acto legalmente devido, em substituicao, total ow parcial, do acto praticado, +b) Opedido de anulagao ou declaragao de nulidade ou inexisténcia de um acto, com o pedido de con- denagao da Administragao @ pratica dos actos ‘ut operagdes em que deve consistir a execugao da sentenca invalidante e, no geral, a pratica dos actos © operagbes necessérios a0 restabeleci- mento da sittagao que existtia, se 0 acto nfo tivesse sido praticado ou ao cumprimento dos deveres que ela nao tenha cumprido com finda- ‘mento no acto impusnado, ci © pedido de declaragao de ilegalidade de una norma ott o pedido de condenagio da Adminis- tragao 4 pratica de acto legalmente devido, em substituigao total ou parcial do acto praticado ott ‘amitide, com qualquer dos pedidos menciona- dos na alinea a); ) O pedido de annlagao ou declaragao de mulidade ou inexisténcia de um acto com 0 pedido de reco- nnhecimento de uma situagao juridica subjectiva: €) O pediido de anulagao ou declaragao de mulidade ou inexisténcia de um acto com o pedido de anula- ¢40 ou declaragio de nulidade do contrato cuja validade dependa desse acto, Pi Qualquer pedido relativo a validade, interpretaga0 cu execugio de contrato com a impugnagio de actos praticados no émbito da relagao contratual ‘x com 0 de condenagio da Administragso pratica de acto legalmente devido, em substitui- ‘¢40 total ou parcial do acto praticado ou omitido: 8/0 pedido de condenagao na reparagao dos danos ccausados por actuagao ot omissao administrativa ilegal com qualquer dos pedidos mencionados nas alineas anteriores. 4, Nos casos de pedidos de amilagao ou declaragao de nnulidade ou inexisténcia de actos, a nao formulagao dos pedidos cumulativos mencionados nos nimeros antetio- res nfo preclude a possibilidade de as mesmas pretensdes, 6282. DIARIO DA REPUBLICA, serem accionadas autonomamiente eno decurso do processo de execugao da sentenga de anulagao ou declaragao de nul dade on inexistencia, ‘5. Bainda possivel formnlar, na mesma petica0 ou recon vengdo, pedidos subsididrios ou altemativos de anulagao ou. declaragao de mulidade ou inexistencia de dois actos. 6. Nao obsta & cumulagao a cireunstancia de aos pedidos cumulados corresponderem diferentes formas de processo,, adoptando-se, nesse caso, a forma de acgao de impugnagao de acto administrativo, com as adaptagdes que se mostrem, 7. Havendo cumulagao de pedidos, fora do disposto nos i 1 € 2, 0 Juiz nolifica o autor ou autores para, no prazo de 10 (dez) dias, indicarem o pedido que pretendem ver apreciado no processo, sob cominagao de, no 0 fazendo,, apreciar apenas o primeiro pedido para que o Tribunal seja campetente ¢ o processo o proprio, absolvendo da instancia quanto aos demas. 8. Quando algum dos pedidos cumulados nao pertenga ‘0 ambito do contencioso administrative, o Juiz absolveré da instancia relativamente a esse pedido, 9. Havendo absolvigao da instancia relativamente a um ou varios pedidos de impugnacao de actos administrativos, por ilegal cumulag#o, podem tais pedidos ser apresenta- dos em nova ou novas acgdes, no prazo de 1 (um) més, a contar do transito em julgado da sentenga de absolvigao da stincia, considerando-se, para efeitos da tempestividade da sua apresentagao, a nova ou novas acgées intentadas na data da entvada da acgio em que a sentenga de absolvigao, da instancia foi proferida, desde que sejam correctamente propostas e possam ser recebidas, sem prejuizo do disposto na lei substantiva relativamente a prescrigao ou caducidade dos direitos. ARTIGO 20° (Principio da Fstabiidade da Instanca) Salvo nos casos expressamente permitidos pelo presente Codigo, o pedido ¢ @ causa de pedir sto inalteraveis a par tir do momento em que a parte demandada tenha sido citada para o processo. ARTIGO 21° (Principio da Motitcabindade Objectiva da Instincts) E admitida @ modificagao objectiva da instancia, sempre quetal semostrenecessitio para assesurar a tutela jurisdicio- nal efectiva do direito ou interesse lesado ou areconstituiga0 plena da situagao que existiria, se 0 acto impugnado nao tivesse sido praticado, designadamente: ‘a A ampliagao do pedido @ impusnasao de novos actos praticados no ambito do procedimento administrativo, quando este tenha continuado desenrolar-se a par da tramitagao do processo, +b) Aampliagao do pedido a formulagao de novas pre- tensdes que com aquele possam ser cumuladas: / A ampliagao do pedido a actos supervenientes cuja validade dependa da existéncia ou validade do acto impugnado, ou cujos efeitos se oponam utilidade pretendida no processo; € 4) Aformuilagao do pedido de anulacao ou declaraga0 de nulidade do contrato celebrado na pendéncia de processo de anulago out declaragao de nuli- dade ou inexisténcia de acto relativo a formagao desse contrato. ARTIGO 22° (@rincipio do Coutraditerio) Nos Processos do Contencioso Administrative, vigora 0 principio do contraditério e nenhuma decisio ou providén- cia podem ser tomada sem que as partes seja assegurado 0 direito de se promunciar sobre as posigSes e pretensdes da parte contratia ARTIGO 23 (@rincipios da Livre Apreciacao da Prova ¢ da Liedhag20) 0 Juiz aprecia livremente a prova legalmente produzida no process, sem prejuizo da forga especifica abribuida por leia cettas provas e do disposto nos miumeros seguintes. ARTIGO 24° (Principio da Aguiscno Processual) No Processo Contencioso Administrativo, todos os ele- ‘mentos carreados por cada parte ficam adquiridos para 0 process e so atendiveis mesmo que favordveis a parte contraria ARTIGO 25° oda Natural eda Princip 1, No Processo Contencioso Administrativo, s6 pode ser Juiz da Causa aquele a quem 0 processo tiver sido distri- bbuido em confonnidade com as nonmas pré-estabelecida por lei, sem prejuizo das regras de redistribuigao nos tennos da lei processual, 2, No Processo Contencioso Adininistrativo, s6 pode proferir decisio sobre materia de facto 0 Juiz que tenha assistido a actos de instrugao e de produgao de prova, salvo nos casos de redistribuigao. ARTIGO 26° (Principio da Predtusio ou Oportunidade) -idade doin) Salvo nos casos previstos no presente Cédigo e nas demais leis de processo aplicaveis, os actos das partes, devem ser praticados nos momentos ou ciclos processuais, proprios estab elecidos na lei, sob pena de ficar precludida a sua pritica ARTIGO 27° (@incipios da Celeridade Processual do Prazo Razoavel ‘da Cogperacno edn Box Fe Processual) 1. No Processo Contencioso Administrativo, a decisao judicial final deve ser tomada em tempo itil, no mais eurto espago de tempo processualinente possivel 2. O Juiz deve assegwar a boa marcha do processo, cvitar a excessiva demora na decisao final e abster-se de pra- ticar actos que contribuam injustifieada ou ilegalmente para ‘oalongamento da sua duragao. I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 6283 3. As paites devem agir de boa-fé, designadamente abster-se de requerer diligéncias initeis ou de adoptar expe- dientes dilaterios. 4, As autoridades administrativas tém o dever de remeter 20 Tribunal, em tempo oportuno, o processo administrative € demais documentos respeitantes a0 it 5. As autoridades administrativas tém 0 dever de comm nicar a0 Tribunal ¢ parte contratia, durante o processo ¢ emt tempo oportunno, os factos supervenientes resultantes da sua actuagao, nomeadamente: «i Apratica de novos actos administrativos relevantes no ambito do procedimento adm que insira 0 acto impusnado ou que possam colidir com os efeitos a que se dirige o processo: +b) Acelebragao do contrato correspondente ao proce- dimento administrative pré-contratual em que se insira 0 acto administrativo impusnado; Cc) A revogacao, suspensio ou modificagio do acto impugnado, 6. Sempre que alguma das partes alegue, justificada- ‘mente, dificuldade em obter documento ot informagao de que ccarega para o eficaz exercicio de faculdade ou cummprimento de ons ou dever processusis, deve 0 Juiz providenciar pela remogao do obstéculo, quando tal remogao seja possivel. 7. A violagao ao dever de colaboragao e de boa-fé pro- cessual estabelecido no presente artigo é punida nos termos dalei istrative em ARTIGO 28° (Principio da Correccao Reciproca) 1. Todos os intervenientes no processo devem agir com correcgo reciproca 2. Os Magistrados e mandatarios devem pautar suas relagdes, pelo dever de urbanidade. e, nas 3. As partes, sets mandatarios ¢ os Magistrados devem abster-se, nos seus escritos € intervengdes orais, de usar expresses desnecessérias, ofensivas da honra ou do bom nome de outyos interven stituigdes, sntes ou do respeito devido a CAPITULO IL Das Partes ARTIGO 29° se judiciviaeeptimidadeprocessuat) 1A iniciativa processual pertence a quem se apresente como titular de personalidade, capacidade judicidria ¢ leai- timidade activa para demandar, nos tennos do presente Codigo ¢, supletivamente, do disposto na Lei Processual Civil, ou em leaislagao especial. 2. No Processo Contencioso Administrative, 08 érgos piiblicos tém personalidade e capacidade judicidria, dis- pondo de legitimidade activa © passiva, nos tenmos do presente Codigo ou de legislagto especial ARTIGO 30° (Legitunidade activa para atutela de esses meta ind ) 1. Tem legitimidade para propor ¢ intervir, nos ter ‘mos da lei, em processos prineipais, especiais, wgentes ou ccautelares destinados a defesa de quaisquer interesses meta- -individuais — difusos, colectivos homogéneos ou outros, de valores ¢ bens constiticionalmente protegidos, con- tra actos ilicitos de particulares ou da Administragao Publica {que os violem ou amneacem, independentemente do interesse pessoal que tenhiam na demand 4) 0 Cidadao Nacional teritorio nacional: 5) A pessoa singular estrangeira ou apatrida tualmente residente no teriterio nacional: €/ As Associagdes ou Fundagdes, Privadas ou Public cas — que incluam, expressamnente, nas suas atribuigdes ott objectivos estatutarios, a promo- 0 ou defesa dos interesses, valores ou bens referidos: dd) As Autarquias Locais —relativamente aos valores bens, com particular incidéneia na area da res- pectiva circunscriga0 territorial e aos interesses da comunidade habitualmente residente nessa jtunscrigao territorial ¢) © Estado — para defesa de valores € bens do interesse de toda a comunidade nacional contra quaisquer medidas de entidades privadas ow pulicas que atentem contra tais valores e bens, i © Ministério Piblico — como defensor da leg lidade, podendo accionar, judicialmente, as medidas que entender convenientes para adefesa de quaisquer valores e bens constitucionalmente protegidos, 2. Podem ser defendidos, nos termos do ntumero anterior, designadamente: a) A satide piblica, 0 ambiente, 0 ordenamento do teritério, o wbanismno, a habitagao, a defesa do consumidor e a qualidade de vida e a legalidade dos actos da administracao, +) O patriménio publico, historico, cultural e os bens dominiais e patrimoniais publicos, do Estado & das Autarquias Locais, 6A autonomia do poder local. ARTIGO 31° (Leaiiidae activa nas aesoes relatives a con 1. Os pedidos relativos a validade, total ou parcial, de contratos sujeitos a0 contencioso administrative podem ser deduzidos: 4) Pelas partes na relagao contratual: by Pelo Ministério Publico, quanto a qualquer con- trato ou cléusula contratual que possa afectar win interesse piiblico, ¢) Pelas demais pessoas ou entidades com lesi- timidade activa para a tutela de_interesses meta-individuais, valores ou bens constitucio- habitualmenteresidente no habi- ato) 6284 DIARIO DA REPUBLICA, nalmente protegidos, nos termos do artigo 30. ‘nos casos em que o contrato ou alguma das suas clausulas interfiram com tais interesses, valores ou bens: 4 Por quem tenha sido prejudicado pelo facto de nao ter sido adoptado o procedimento pré-contratual legalmente exigido, ¢/ Por quem tenha impusnado wn acto relative @ formagao do contrato ou una norma propria do procedimento pré-contratual ou pedido condenagao da Administragio a pratica de acto Tegalmente devido desse procedimento: Jf Por quem. tendo participado no procedimento que precedeu a celebragao do contrato € sido clas sificado em tenmos de a sua proposta poder ser adjudicada, aleaue que o clausilado ott 0 modo de execugdo juridica ou material do contrato nao comresponde aos termos da adjudicagao: g/ Por quam alegue que 0 clausulado do contrato ow a stia execugao juridica ou material mio correspondem aos termos inicialmente estabele- cidos e que, justificadamente, 0 tinham levado ‘nao participar no procedimento pré-contratual, embora preenchesse 0 requisitos necessérios para o efeito; Jy Pelas pessoas singulares ou colectivas titulares ou defensoras de direitos subjectivos ou interesses legalmente protegidos, aos quais a execugo do contrato cause ou possa causar prejuizos. 2. 0s pedicdos relativos a execuao de contratos, quer dos destinados a impor o seu cumprimento pontual, quer dos que tm por objecto efectivar a resp onsabilidade pelo seu primento, quer dos relativos & sua modificagao ou cessagao, podem ser deduzidos @) Pelas partes na relagao contvatual; +b Pelas pessoas singulares ou colectivas titulares ou defensoras de direitos subjectivos ou interesses Jegalmente protegidos em fiungio dos quais as clausulas contratuais tiverem sido estabelecidas. designadamente os beneficiétios de contvatos celebrados pela Administraga0 Publica com vista a prestagao pela entidade contratada, em condigdes de isualdade, regularidade, conti- nuidade © eficiéncia, de bens on servigos de interesse piblico, ¢) Pelo Ministerio Publico, quanto @ qualquer con- trato ou clausula contratual que posse afectar um interesse piblico; @ Pelas demais pessoas ou entidades com lesi timidade activa para a tuitela de interesses ‘meta-individuais, valores on bens constiticio- nalmente protegidos, nos termos do artigo 30.°, ‘nos casos em que 0 contrato ou alauma das suas clausulas interfiram com tais interesses: e/ Por quem tenha sido preteride no procedimento pré-contratual que precede a celebragio do contrato, relativamente aos aspectos da execugao do contrato relacionados com as razées que determninaram essa preterig#o ou que estejam vinculadamente ligados configuragao que thes era dada no procedimento pré- contratual. 3. Os pedidos relativos a declaragao de mera existéncia cu inexisténcia ou a interpretago de contratos podem ser deduzidos pelas partes na relagao contratual. ARTIGO 32° (Lepltinidade activa no pedide de tpt 1. Tem legitimidade para impusniar um acto: a) Quem alegue ser titular de um interesse directo, pessoal e legitimo, designadamente por ter sido lesado pelo acto nos seus direitos ou interesses legalmente protegidos: b/ © Ministerio Piblico, em acga0 piiblica, como defensor da legalidade administrativa; Cc) Os titulares de direito de acgao popular e de peti- go; As pessoas colectivas privadas, quanto 20s direitos € interesses legalmente protegidos, colectivos ‘ou homogéneos, que thes incumba, estatuta mente, defender ou promover; e) As pessoas colectivas piblicas, no ambito de relagoes inter-administrativas, para defesa dos interesses pblicos cuja prossecugao thes tenha sido legalmente cometida, fi Os Orgios Administrativos, relativamente a actos praticados por outtos dros da mesma pessoa colectiva, para defesa da sua esfera de compe- téncia legalmente estabelecida, quando nao haja centre esses drefos relagdes de subordinagao hiierarquica: g/ Os Presidentes dos Oraiios Colegiais, em relagao 4 actos praticados pelos respectivos éraaos, bein como outras attoridades, no ambito de espe- cificos poderes de fiscalizagao expressamente atribuidos por lei para a defesa da legalidade administrative; € 1h) As pessoas € entidades com legitimidade activa, nos termos do aitigo 30°, para a tutela de inte- resses meta-individuais ou de valores ou bens protegidos que lhes incumba defender on pro- mover, nos casos em que 0 acto seja lesivo de tais interesses: 2, Qualquer eleitor, no gozo dos seus direitos civis & politicos, tem legitinidade para impusnar as deliberagdes decisdes dos draaos das respectivos Autarquias Locais, das suas associag es, da sta Administragao Indirecta e dos seus, concessionarios ou outros particulares que actuem adi nistrativamente sob mandato autarquico, com jurisdigao na circunscrigao territorial cm que resida habitualmente. I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 62s 3. A intervengio do interessado no procedimento sra- cioso em quetenhe sido praticado o acto impuznado constitu ‘mera presungio de legtimidade para a sua impugnagéo. ARTIGO 33 Je actva no pedo de condenay30 ‘i pratia de acto deve) 1. Tam lesitimidade para pedir a condenagao a pratica de acto leaalmente devido: 4 Quem aleaue ser titular de um direito ou de um ineresse legalinente proteaido; 1b) As pessoas colectivas privadas, relativamente a0$ direitos ¢ interesses leaalmente protegidos, difusos, colectivos oa homogeneos, que thes incuunba, estatutariamente, defender ou promo- €/ As pessoas colectivas piblicas, no ambit de rela- 86s inter-administrativas, quando o acto devido se refra aos inleresses piblicos euja prossecua0 thes tena sido legalmente cometid 4 0s Orsios Administativos, relativamente @ actos recusados ou omitides por outros érgios da mesma pessoa colectiva com quem nao esteja ei relagio de subordinate hierarquica, quando 6 acto recusado out omitido seja necessario 20 exercicio da sua competéncia legalmente esta- belecida, ) Os Presidentes dos Orgios Colegiais, em relagio 1 actos omitidos ou recusados pelos respectivos ‘radios. bam como outras autoridades. em defesa da legalidade administrativa, no ambito de espe- cificos poderes de fiscalizagao expressamente atribuidos por lei, J Aspessoase entidades com lestimidade activa, nos termos do artigo 30°, para a tutela de interesses difusos constiticionalmente protegidos que hes incumba defender ou promover, quando 0 acto ilegalmente omitido ou recusado respeitar a tais interesses. 2.Tam ainda leitimidade para pedir a condenagdo & pré- tica de acto devido, o Ministerio Publico, quando o dever de praticar 0 acto resulte drectamente da lei e esteja em causa ofense de direitos fundamentais, de um interesse publico especiaimente relevante ou de valores e bens constitucional- mente protegidos, (Lenina ARTIGO 4° sana acgio de imp CLeaiinidade at so de normas) 1. Pode pedir a declaragao de ilegalidade de nomas emanadas ao abrigo de disposigoes de direito administra- tivo, com forga obrigatoria geral: 4) 0 Ministerio Piblico, oficiosamente ou, quando as normas afectem os valores ¢ bens constitu- cionalmente protesidos euja defesa e promogio Ihes incumba, a requerimento de qualquer das demais pessoas ¢ entidades com legitimidade para a tutela de interesses meta-individuais, valores ou bens constitucionalmente protesisios, nos termos do artigo 30.°, +) Quem aleaue ser prejudicado pela aplicagao da norma ou possa previsivelmente vir a sé-lo ‘em momento préximo, desde que a aplicagao da norma tenha sido recusada por quaisquer tribunais, em 3 (trés) casos coneretos, com fin- damento etn ilegalidade. 2. Nos casos da alinea a) don® 1, as pessoas ¢ entidades com lesitimidade para a tutela de interesses meta-indivie duais, valores ou bens constitucionalmente protegidos, nos termos do artigo 30° que hajam requerido a intervengao do Ministerio Publico podem constituir-se assistentes. 3. Pode pedir a declaracao de ilegalidade de nonnas emanadas ao abrigo de disposiges de direito administrative ¢ imediatamente exequiveis, com efeito citcunserito ao caso concreto: @) Quem alegue ser prejudicado pela aplicagao da onna ou possa, presunivelmente, vir a sé-lo em momento préximo, € +b) As pessoas € entidades com legitimidade para a tutela de interesses meta-individuais, nos ter- ‘mos do artigo 30.°, quando as normas afectem 0s interesses meta-individuais, valores © bens constitucionalmente protegidos cuja defesa e promogio thes ineumbam, 4, O Ministerio Publico tem o dever de pedir a decla- ragao de ilegalidade de noma emanada, a0 abrigo de disposigoes de direito administrativo com fora obrigatoria geral, quando tenha conhecimento de 3 (tes) decisées que atenham desaplicado com fundamento na sua ilegalidade, ARTIGO 35° (Lesitimiade activa ua acne de detaracao etlegaidade por omissto de norma) Podem pedir a declaragao de ilegalidade por omissio de normas cuja adopg20, a0 abrigo de disposigdes de diteito administrativo, seja necessaria para dar exequibilidade actos legislativos ota outras normas administrativas de erat. superior carentes de regulamentagao: a) O Ministerio Piblico, como promotor da legali- dade administrativa, 1b) As pessoas ¢ demais entidades com legitimidade para a tutela de interesses meta-individuais e de valores e bens constitucionalmente protesidos quando a amissao afecte ou possa afectar direc- defesa tamente os interesses, valores e bens cu) ‘ut promogao thes incumbe: / Quem alegue ter sido ou estar a ser directamente prejudicado pela omissao da nonna ou poder vir a sé-lo, previsivelmente, em momento proximo. ARTIGO 36° (Lepliunidade activa ma aceao para atimacao de parieulares) Pata pedir a condenagao de particulares, designadamente concessionarios, sujeitos a vinculos juridico-adininistrativos, decomentes de normas, actos administrativos ou contrates, a 6286 DIARIO DA REPUBLICA, adoptarem ott a absterem-se de adoptar certo comportamento ‘nao fundado em acto impusnavel, por forma a asseaurar 0 cumprimento de tais vinculos, tem legitimidade qualquer pessoa ou entidade eujos direitos ow interesses legakmente proteaidos sejam ou ameacem ser directamente violados pelo referido comportamento. ARTIGO 37° (Lesitinidade activa nes processos cat 9) Tem legitimidade para pedir a adopea0 de providéncias cautelares, antecipatorias ou conservatorias, quem tenha legitimidade para intentar o processo principal de que pre- tenda garantir a ulilidade da respectiva sentenga a proferit ARTIGO 38° (Lepitinidade passiva) 1. Cada processo principal, especial, wgente ou cautelar, eve ser proposto contra a outra parte na relago controvertida €, quando for caso disso, tanbem contra as pessoas e entidades que, nfo sendo partes na referida relagao, podem ser prejdi= cadas com a procedéncia da demanda ou que tenham interesse Iegitimo na manutengao da situagao cuja alteragao € pedi, 2. Quando o processo tenha por objecto acto de entidade pblica, a parte demadada € @ pessoa colectiva de diteito ppblico ou, no caso do Estado, 0 orgio.a quem sejaimputavel 0 acto juridico impugnado ou sobre eujo Grado recaia o dever de praticar os actos juridicos ou observar os compottanentos pre- tendidos, salvo disposigao especial diversa do presente Codigo. ARTIGO 39° (Lepitinidade passivane exerci de poderespibico) 1. Quando a acgao ou o respectivo processo cautelar, tenha por objecto acto materialmente administrativo, a parte demandada é, se 0 acto impugnado tiver sido por si prati- cado, nomeadamente: ai O Presidente da Repiiblica; +b) O Presidente da Assembleia Nacional: ¢/ O Presidente de Tribunal Superior, de Tribunal da Relagdo ou de Tribunal de Comarca, dh Os Presidentes de Entidades A dministrativas Inde- pendentes ott Auténomas, €/ 0 Presidente da Autarquia, 2. Tam legitimidade passiva os Ministros, Govemadores Provinciais, Administradores Municipais, responsaveis das Autarquias Locais, gestores de empresas piiblicas © de sttulos pablicos, assim como entidades equiparadas, inde- pendentemente do exercicio de poderes delegados. 3. A impugnagao contenciosa referida no presente artigo tem como objecto actos adininistrativos, contratos piiblicos ou operages materiais, independentemente do seu autor € forina, sempre que lese direitos, liberdades e garantias. ARTIGO 40° (Lepitunidade passvanas acces rlalivas a conftos ere Grgios de ‘uma mesa pessoa caectiva) Nos processos principais, especiais, wentes ou caute- lares, respeitantes a litigios entre oraaos da mesina pessoa colectiva, a parte demandada ¢ 0 éreao cuja conduta den or gain ao litigo. agrigo 41° (Lestimidade pavivanaacrorelatva aso nie o Presitentt ruin Oraae Cole ro Cat) ‘0s processos prineipis, speciais,urgentes ou caute- lanes respeitantes a litigio entre o Presidente de tim Oraa0 Colegiale esse dr, a parte demandada ¢, em litisconsor- cio, tds os membros do oro que votaram a delibera;a0 iimpugnada ou se abstiveram de deliberar como era leaal- mente devido. ARTIGO 42° (Lepltnnidade pasiva para colgacao ¢curmulagno de pees) Havendo cumulagao de pedides contra diferentes pes- soas colectivas ou entidades sem personalidade juridica com leaitimidade passiva, nos termnos dos artigos anteriores, ddevem ser demandadas todas as pessoas colectivas ¢ entida- des contra quem sejam dirigidas as pretenses fonnuladas ARTIGO43° (Legiidade pasiva de las) Podem ser demandados concessionarios on outros par- ticulares sujeitos de relages juridico administrative com entidades publicas ou com outros particulares, designada- ‘mente. quando: @) Sem fundamento em acto administrative impug- navel, violem deveres juridico-administrativos decorrentes de normias, actos administrativos ow contratos ou haja flandado receio de que os pos- sam violar ¢ a autoridade competente, solicitada a fazé-lo, nfo adopte as medidas adequadas a repor a legalidade violada ou ameagada +b) Pratiquem actos dirigidos a celebragao de contrato administrative no ambito de um procedimento pré-contratual de direito publico: 6) Se trate de intimagao judicial contra recusa a forne- cer informagio, certiddes ot acesso a arquivos ceregistos que Ihes cumpra fomecer ot facultar, nomeadamente com vista a suprir ou corrigir notificagao ou publicagao deficientes: di Se trate de intimagao judicial requerida pelo Ministerio Piblico contra recusa a fomecer informagao, certidoes ou acesso a arquivos registos que thes cwunpra fomecer ¢ de que necessite para efeitos de exercicio da Accao Publica Administrativa. ARTIGO.44" (Colipasio) 1, Podem coligar-se varios demandantes ¢ pode uma linia demanda ser proposta conjuntamente contra mais do que umn demandado, quando: a) A causa de pedir seja a mesma ¢ tnica ot os pedidos estejam entre si muma relagao de pre- Jjidicialidade ou de dependéncia, nomeadamente por se insereverem no ambito da mesma relagao Jjridica material I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 6287 by Sendo diferente a causa de pedir, aprocedéncia dos pedidos principais depende essencialmente da apreciagtio dos mesmos factos ou da interpreta- 0 € aplicago dos mesinos principios ou regras de direito, 2 Havendo coliaagao sem que entre os pedidos exista a conexao exigida no niunero anterior, o Juiz notifica 0 demandante ov demandantes para, no prazo de 10 (dez) dias, indicarem o pedido que pretendem ver apreciado no proceso, sob cominagao de, nao o fazendo, haver absolvi- 40 da instancia quanto a todos os pedidos. ARTIGO 45° (ntervencao de terceiroe constituc a0 de asdstente) 1. Pode intervir nos processos do contencioso adminis twativo, como demandante ou como demandado, ou com © estanuto de assistentes, quem tena interesse idéntico a0 de qualquer das partes no processo. 2 A imtervengao de terceiro s6 € permitida até ao tltimo dia do prazo para a apresentagao dos articulados. 3. Os assistentes devem aceitar 0 processo no estado em que se encontre, encontrando-se a sua posigao subordinada a do assistido, que nao fica limitado nos seus direitos de con- fessar ou desistr, com as legais consequéncias, ARTIGO 46° (Patrocinioforense obrigtinto) 1. E obrigatéria a constituigao de advogado em todos os tipos de processo, qualquer que seja a sua natureza e objecto, quer para o autor e para o demandado, quer para os contra- -interessados quer, ainda, para terceiros chamados a intervir, salvo disposigao diversa do presente Cédigo. 2. Exceptuam-se do disposto no nimero anterior i As declaragées, actos ou obrigagoes que s6 as par tes podem fazer, praticar ou assumir; +b) Os advosados em causa propria ou de seus edn ges, ascendentes ott descendentes; ¢) Os Magistrados Judiciais e do Ministerio Publico em causa propria ou de seus cénjuges, ascenden- tes ou descendentes; i Os requerimentos em que se nao levantem ques- tes de direito. @Arepresentagao do Estado e demais pessoas colec- tivas de direito publico por advogado nos termos da lei ¢ dos artigos seauintes. |ARTIGO 47° ntassoe patrocini ja ep 1. Sei prejuizo da representago do Estado pelo Ministerio Piblico, nos processos legalmente indicados € do disposto no n.* I do artigo 46°, as pessoas colectivas de diteito publico ¢ os Departamentos Ministeriais podem ser representados em juizo por Licenciado em Direito vinculado a0 servigo, inscrito na Ordem dos Advozados, expressa- mente designado para o efeito, cuja actuagao, no ambito do processo, fica vinculada @ observancia dos mesmos deve- tees deontolégicos. que obrigamn omandatario da outa parte. fo do Estado) 2. 0 Estado € representado em jutizo pelo Ministerio Piblico, nos processos que tenham por objecto relagves pré-contratuais ou a responsabilidade civil extracontratual, quando nao for incampativel com a posigao assumida por este no processo, sem prejuizo de poder ser exercido patro- cinio judiciario por Advogado, 3. A designagio de Licenciado em Direito, do quadro da instituigao € inserito na Ordem dos Advosados, ou de Advogado para a representacao do Estado em jutizo, nos ter~ mos do presente artigo, compete ao drao maximo do ente publico que seja autor ou demandado, e as demais entidades referidas no artigo 39° do presente Codigo ARTIGO 48° (Patrociniojudiciri de outras pessoas colectivas de dreto pi fu de outrasentidades pabicas) 1, As demais pessoas colectivas de direito piblico, as Autoridades Administrativas Independentes ¢ demais enti- dades publicas ¢ aplicdvel, com asnecessarias adaptag es, 0 disposto non? 1 do artigo 47°, cabendo ao érgio dirigente da pessoa colectiva e ao Presidente da Entidade ou, ainda, a0 responsivel maximo pelos servigos de apoio juwidico da pessoa colectiva ou entidade interessada designacao do Advogado ou Licenciado em Direito que a patrocinara em juizo. 2. 0 disposto no n® 1 nao se aplica as pessoas colecti= vas sob forma privada criadas pelo Estado, pelas Autarquias Locais ou por outras pessoas de direito piblico, as quais, como os particulares, nao se sujeitam a0 disposto no artigo 47° ARTIGO.49° (nicativa do Juz no suprimento da irregularidade de representasao ou patrocinio) 1, O Juiz deve, oficiosamente € a todo o tempo, provi- denciar pela regularizagao da instancia logo que se aperceba de qualquer vicio relativo a irregularidade de representagao ‘ou patrocinio das partes 2, Ineumbe a0 Juiz ordenar a citagao do re ou da parte interessada em quem 0 deve representar ou, se a falta ou invegularidade respeitar ao autor, determinar a notificagao de quem o deve representar na causa, para, no prazo que fixe € quetendo, ratificar todo 0 processado anterior ou parte dele, suspendendo-se, entretanto, a instancia. CAPITULO IIL Do Valor da Causa ARTIGO 30° (Pragao do valor da causa) 1A toda a causa € atribuido un valor certo, expresso em moeda com curso legal, correspondente utilidade econd- mica que deriva do pedido, 2. Ao demandante cumpre indicar valor da causa na petigto, podendo esse valor ser impusnado pela outra parte, nha sua defesa, sendo, nesse caso, aplicavel o disposto na Lei Processual Civil 6288 DIARIO DA REPUBLICA, 3. 0 valor da causa pode ser fixado por decisto do Juiz Alé ao trénsito em julaado da decisto final, de acordo com, 0s elementos do process ou mediante diligéncias ordenadas oficiosamente. ARTIGO S1° (Crtérios de teagno do valor da causa) 1. Nos processos em que se pretenda obter o pagamento de quantia certa, 0 valor da causa comesponde 4 quantia pretendida, € nos processos em que se pretenda obter wn beneficio de diferente natureza, 0 valor da causa corres- ponde a quantia equivaleate a esse beneficio. 2. Nos processos que tenham por objecto a interpreta- ¢80, validade ou execugao de contiatos, 0 valor da causa corresponde ao valor do contrato, salvo quando 0 pedido se teporte a incumprimento parcial do contrato, em que o valor dda causa corresponde ao valor das prestagoes em falta, 3. Nos processos respeitantes a coisas ou a direitos sobre elas, o valor da causa corresponde ao valor da coisa ou do direito em causa, 4. Nos processos respeitantes a aplicagao de sangoes, 0 valor da causa corresponde ao montante da sango pecunié~ ria em causa ou, quando esta nao tenha contetdo patrimonial, 8 importaneia dos danos pattimeniais sofridos. 5. Nos processos ditigidos & cessagao de situagdes causadoras de dano, o valor da causa é determinado pela importincia do dano causado 6. Nos processos cuijo pedido nao seja susceptivel de avaliagto econémica, designadamente por ter por objecto bens imateriais ou a impugnagao de regulamentos, 0 valor da causa ¢ fixado pelo Juiz de acordo com os elementos do proceso, nos termos da lei ARTIGO 52° (Pedidos curulados, acessories, alternatives e subsidiaries) 1. Quando, no mesmo proceso, sejam ctmulados varios pedidos, o valor da causa correspond & quantia resultante 4a soma dos valores de todos os pedidos, mas cada um deles, € considerado em sepatado para o efeito de determinar se a sentenga pode ser objecto de recurso, e de que tipo, 2 Quando seja deduzido pedido acessério de condena- ‘(80 a0 pagamento de juros, rendas e rendimentos ja vencidos € a vencer durante a pendléneia da causa, na fixagao do res- pectivo valor, atende-se somente aos interesses ja vencidos. 3. No caso de pedidos altemativos, atende-se, unica- ‘mente, a0 pedido de valor mais elevado e, no caso de pedidos subsidirios, a0 pedido deduzido em primeiro lugar CAPITULO IV Da Instincia ARTIGO 53° (Consttuicaoe exingao dn instincia) 1. A instancia inicia-se com a recepgao da petigao inicial ou do requerimento na Secretaria ou Cartério do Tribunal a0, qual € dirigido, 2. O demandante pode desistir da instancia até ser pro- ferida a decisto, sendo o termo da desisténcia lavrado na forma prevista na Lei Processual Civil 3. Se o processo estiver parado mais de 3 (tés) meses por eulpa do demandante e, tendo sido notficado para pro- mover o andamento do processo no prazo de 30 (rinta) dias, clenio fizer dentro desse prazo, ¢ declarada a desercto da instancia ¢ rdenado o arquivamento dos autos. 4. Quando © Juiz tenha sobrestado na decisao até que © Tibunal competente se promuncie sobre questio prejudi- cial excluida da competencia dos Oraios do Contencioso Aduinistrativo, a inercia durante mis de 3 (trés) meses do demandante relativamente a0 andamento do processo res- peitante @ questio prejudicial determina o sesnimento do Processo do Contencioso Administrative, sendo a ques to prejudicial decidida com base nos elementos de prova admissiveis e com efeitos restritos a este processo ARTIGO s4° bul) 1 Sempre que existamais dem Juiz ou seegao na espec- tiva Sala ou Camara do Contencioso Administrativo, Fiscal € Adaneiro, os Processos do Contencioso Administrative so distribuidos segundo as espécies, na primeira sessto, por sorteio entre os juizes respectivos. 2. Nos processos no Plendrio do Tribunal. Supremo qe tenham por objecto 0 recurso de decisves da Camara do Contencioso Administrativo, Fiscal e Aduaneiro, o Juiz Relator da devisio objecto do recurso ¢ excluido da distri- bbuiga0 por sorteiona primeira sesso. ARTIGO 55° processor ne Plentiod Cespecies ri va Supremo) Para efeitos de distribuigao, as espécies de processos no Plenario do Tribunal Supremo sao as seguintes: 4) Processos de impuignagao de regulamentos. 5 Processos de impusnagao dos actos administrati- vos: 6) Processos relativos a contratos; d) Processos de responsabilidade civil extracontra- tual; @/ Processos de suspenso do cumprimento ¢ reco- nhecimento da existéncia de causas legitimas de inexectgto de acérdaos; fi Processos especiais; ‘g/ Processos cautelares: hy Processos urgentes:, 1) Processos de execusio, 4 Reciwsos ordinitios dos acérdaos da Camara do Contencioso Administrative, Fiscal ¢ Adua- neiro dos Tribunais de Comarca proferidos em iro arau de jurisdigao no aimbito de acces relativas a contiatos ¢ de responsabilidade civil cextracontratual; Ky Recuwsos extraordinarios de uniformizagio de jurisprucéncia ¢ de revisao, I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 6289 ARTIGO 56° (Espécies de procestos ia Chmnarn do Contenciose Adminktraive, Fiscale Aduaneiro de Tibunal Supreme) Para efeitos de distribuigao, as especies de processos na Camara do Contencioso Adininistrativo, Fiscal e Aduaneiro do Tribunal Supremo sao as seauintes: a) Recursos ordinarios das decisoes das Camaras do Contencioso Administrative, Fis dos Tribunais da Relagao proferidas em acgoes de impugnagao de actos administrativos, a con- denacao a pratica de acto devido, impugnagio de normas € a declaragto de ilegalidade por omissaio. by Recursos ardinarios das decisées das Camaras do Contencioso Administrativo, Fiscal e Aduaneiro dos Tribunais da Relagao proferidas em acgoes relativas a contratos ¢ de responsabilidade civil extracontratual: c) Recursos ordinatios das decisoes das C: Contencioso Administrativo, Fiscal e Aduaneiro dos Tribunais da Relagao proferidas em proces- sos especiais u al e Aduaneiro as do entes e cautelares ARTIGO 57° (Espéctes de processos nas Cinaras do Contencloso Administrative, ‘sca ¢Adwanelro dor Irbunais da Relacso) Para efeitos de distribuigao, as especies de processos nas Camaras do Contencioso Administrativo, Fiscal eAduaneiro dos Tribunais da Relagao so as seguintes: 4a) Processos de impugnagao de regulamentos. +b Processos de impusnagao de actos administrativos © apritica de acto devido: ) Processos relatives a contratos: a Processos de responsabilidade civil extracontra- tual; @/ Processos de suspenstio do cumny hecimento da existéncia de causas legitimas de inexecugao de acordaos, f Processos wrgentes, 8) Processos especiais: hy Processos cautelares; 1 Processos de execugo., J) Recursos ordinaios das decisves das Salas do Con- tencioso Administrative, Fiscal e Aduaneiro dos ‘Tribunais de Comarca proferidas em aces de impugnagao de actos administrativos, a conde- nnagao @ pratica de acto devido, impusnaga0 de normnas ¢ declaragao de ilegalidade por omissao: 1) Recursos ordinarios das decisoes das Salas do Contencioso Administrativo, Fiseal e Aduaneito dos Tribunais de Comarca proferidas em acgoes relativas a contratos ¢ de responsabilidade civil extracontratual: 1) Recursos ordinarios das decisGes da Sala do Con- tencioso Administrativo, Fiscal ¢ Aduaneiro dos ‘Tribunais de Comarca proferidas em processos lurgentes, especiais ¢ cautelares ARTIGO 58° (spicies de processos ua Sala do Contenciose Administrative, ical ¢ Aduaneivo dos Tribunals de Comarca) Para efeitos de distribuicao, as espécies de processos nas Salas do Contencioso Administrative, Fiscal ¢ Aduaneiro dos Tribunais de Comarca sao as seguintes: 4) Processos de impusnagio de regulamentos, +b) Processos de impusniagio de actos administrativos e condenagao a pratica de acto devido, ¢/ Processos relativos a contratos; d) Processos de responsabilidade civil extracontra- tual: @/ Processos de impussagio de contravengao ou transgressao administrative fi Processos de suspensio do cumprimento e reco- nnhecimento da existéncia de causas lesitimas de inexecucio de acérdaos, ‘g/ Processos urgentes; ‘hy Processos especiais: i) Processos cautelares. 4j) Processos de execugo;, ‘h) Execugves baseadas em titulos diversos de senten- as. ARTIGO 39° (Apensagao) 1, Quando sejam separadamente intentados processos ‘ue, por se verificarem os pressupostos de admissibilidade previstos para a coligagao e a cumulasio de pedidos, pos- sam ser reunidos num tinico, a apensagao pode ser requerida deve ser oficiosamente ordenada, ouvidas as partes, a nao ser que 0 estado do processo ou outra razAo tome especial mente inconveniente a apensacao. 2. Os processos sio apensados ao que tiver sido inten= tado em primeiro lugar, considerando-se, como tal, 0 de rnumeragio inferior, salvo se os pedidos forem dependentes, uns dos outros, caso em que a apensagao ¢ feita na ordem da dependencia. 3. Importa baixa na distribuigao a apensagao de processo distribuido a Juiz diferente CAPITULO V Actos Processuals ARTIGO 60° (Citacio e notitieac oes) 1. Sem prejuizo do disposto nos mimeros seguintes, € subsidiariamente aplicavel ao Processo do Contencioso Adaninistrativo o disposto na Lei Processual Civil em maté- ria de entrega ou remessa das peras processuais, duplicados, dos atticulados, copias dos documentos apresentados modo de realizagio das citagdes e notificagdes. 6290 DIARIO DA REPUBLICA, 2. No processo de impumagao de actos administrativos, condenagao & pratica de acto devido, impusnagao de nor- mas e declaragao de ilegalidade por omissio, a citagao dos Orgaos da Adiinistragao ¢ feita mediante: 4a) Entreaa aos servigos do citando de carta resistada com aviso de recepedo ou certficagto da recusa derecebimento: Oficio diriaido a0 éraao que praticou o acto cuja receppdo deve ser acusada nas 48 horas a seguir a da recepgao e findo o qual considera-se a noti- ficagdo feta, €) Contacto pessoal do fimcionério judicial com o citando, a) Por via electronica, nos termos a defini em diploma reaulamentar e do Cédigo de Processo nna pessoa do respectivo titular 3. No caso de nao cumprimento do nimero anterior € quando nao seja possivel citar a entidade piiblica ou o set representante, por causa que Ihe seja imputavel, considera- -se recusa da citagio, devendo o facto ser cerificado por 2 ois) fimeiondrios judicsis.ficando a constar do pro- cesso, considerando-se efectuada a citagaona data da recusa 4. Quando as pessoas a citar sejam em niimero superior 420 (Vint), assim como no caso de incertos ou de pessoas com residéncia desconhecida ou localizada no estrangeiro, a respectiva citagao, com a cominagao de que dispaem do prazo de 15 (quinze) digs para se constituirem como inte- ressados no processo, processa-se por publicagao no sitio de internet do Tribunal, sem prejuizo de publicagao de édi- tos afixados & porta do Tribunal e por antincio em meio de comunicaso social 5. Nos processos respeitantes a regulamentos e actos administrativos que afectem uma pluralidade de destina- tarios, a citagio de eventuais interessados, para os efeitos previstos no miimero anterior, processa-se através da publi- cagio de amincio, pelo meio € no local uilizados para dar publicidade a0 acto juridico em causa, 6. Os interessados que nao tenham sido pessoalmente citados podem intervir no processo até a conclusto ao Juiz out Relator para decisto. 7. No decwso do provesso, as notificagdes que mio portem a pratica de um acto pessoal sao feitas na pes- soa do Advozado constiiido, do Ministerio Publico ou do Liceaciado em Direito designado para representaraentidade demandada, devendo os Advogados que tenham residéncia profissional fora de area da sede do Tribunal escother domi- cilio nessa area para 0 efeito de receberem as notificagies ARTIGO 61° (auto crept ds doo 1. 0s docunentos ditigidos ao processo so entrenues nna Secretaria da Cimara do Contencioso Administativo, Fiscal e Aduanciro do Tribunal Supremo ou da Relagao, ou no Cartério da Sala do Contencioso Administrative, Fiscal e Aduaneiro do Contencioso Administrativo, Fiscal ¢ 1) Aduaneiro dos Tribunais de Comarca 2. Os documentos correspondentes a cada proceso $40 autuados e rubricados pelo Secretatio ou pelo Escrivao do respectivo Cartério. ARTIGO 62° (Duphicados) 0s articulados ¢ as alegagdes sao acoampanhados de tan- tos duplicados quanto os interessados de parte contraria e de tuna copia para o arquivo do Tribunal. ARTIGO 63° (Regine aplicave nos Tebunals Supertones) 1, Nos Tribunais Superiores, o Juiz a quem o processo caiba por distribuigao fica sendo Relator, assuminndo, na tra- iitagao do processo € na condugao e realizagao dos actos, processuais, os poderes atribuidos ao Juiz de Direito nos, Tribmais de Comarca, € competindo-the deferir todos os termos processuiis até ao final 2. O julgamento, tanto da materia de facto, como da materia de direito, e a decisio final sto da competéncia do ‘Tribunal constituido pelo Relator e pelos Juizes-Adjuntos. 3. Concluso 0 processo ao Relator para decisao final, tem lugar a vista sinlténea dos Juizes-Adjuntos pelo prazo dde 15 (quinze) dias, que. em vista da simplicidade da maté- ria, pode ser dispensada pelo Relator ou por ele submetida a prazo mais reduzido, 4, Dos despachos do Relator que nfo sejam de mero expediente, nem proferides no exercicio de poderes discri- cionarios, cabe reclamagao para a conferéncia, nos termos do disposto em materia de recursos jurisdicionais pela Lei Processual Civil, com as necessérias adaplages, 5. Quando, na formagao de julgamento, o Relator fique vencido quanto decisio ou a todos os findamentos desta, © acérdao é lavrado por Juiz a detenminar por sorteio, de entve os que tenham feito vencimento, sendo sucessiva- mente excluidos do sorteio os Juizes que ja tenham relatado por vencimento. 6. Depois de arquivado o processo, as fungoes do Relator sao exercidas pelo Presidente da Camara do Contencioso Aéuninistativo, Fiscal e Aduaneiro, 7. Nos processos da competéncia de Tribunais Superiores, em primeiro grat de jurisdigao, o Relator pode determinar que, quando tal se mostre conveniente, as pettinentes dili- ‘2éncias de prova sejam realizadas pelo Tribunal de Comarca, mais adequado para o efeit. CAPITULO VI Formas do Processo ARTIGO 64° (Formas do processo) 1, Sem prejuizo do disposto especialmente no presente Codigo, a mpuanacao de acto administrative, a condena- 0 A pritica de acto devido € a impusnagio de nonnas € declaragao de ilegalidade por omissao, seauem 0 regime consagrado no Titulo I. IERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: e291 2. Os processos do contencioso relativo a contratos ¢ os processos de responsabilidade civil extracontratual regem- -se pelo disposto no Titulo TIT ¢ pelo regime do processo declarativo comun, previsto na Lei Processual Civil, 3. Os processos especiais de intimagao para a presta- ¢80 de informagses, consulta de documentos € passagem, de certiddes, de impusnagao de sangdes por transsressa0 administrativa ¢ de suspensao do dever de cumptir decisdes, jurisdicionais e de reconhecimento da existéncia de causas leaitimas de inexecugao s80 objecto do regime previsto no Titulo IV, 4. Os processos urgentes € caulelares e os processos de execugao rezem-se pelo disposto nos Titlos VI, VI ¢ VII, respectivamente, TITULO mI Acao de Iimpugnacao de Acto Adininistrativo, a Condenacao Pratica de Acto Devido ¢ a Impugnacao de Normas ¢ Declaracao de Hegalidade por Omissao CAPITULO I Objecto ¢ Pressupostos ARTIGO 6s (Object) 1. Os processos regulados no presente titulo téin por objecto a impugnagto de actos administativos ¢ a condena- 0 @ prtica de actos devidos e a impugnagio de normas € declaragao de ilegalidade por omissio. 2. Nos processos referidos no nimero anterior nao hi ugar a reconvengao, 3. Salvo disposigao em contrario, o disposto no presente capitulo, para a impugnagao de actos administrativos, € apli- cével a impugnagao de sangoes disciplinares. ARTIGO 66° (Objeco da ecao de ompugnacao de neto) ‘A acgao de impugnagao de acto tem por objecto a declaragao de invalidade, culminado com a anulagao ou a declaragao de nulidade ou inexisténcia jusidica de um acto, ARTIGO 67° (Actos tnpugniveis) 1. Sao impugnaveis: 4) Os actos da Administraga0 com eficacia extema, inseridos ou nfo em procedimentos administra- tivos, especialmente aqueles cujo conteido ot efeitos sejamn ou possamn ser lesivos de diteitos ¢ interesses legaknente proteaidos: bi Os actos materialmente administativos de quaisquer autoridades nao integradas na Admi- nistragao: ) Os actos materialmente adiinistrativos de entida- des privadas que actuem ao abrigo de nonnas de direito administrative. 2. Salvo disposigto especial em contratio ou se 0 acto em causa tiver determinado a exchisio do interessado do procedimento, 0 facto de este nao ter imptignado qualquer acto procedimental nao o impede de impusnar o acto final com findamento em ilegalidades nao sanadas cometidas a0 Jongo do procedimento, ARTIGO 68° (irvetevinla da forme do acto) 1. Os actos referidos no arti seja qual for a forma que assum 2. O no exercicio do direito de impugnar wn acto con- tido em diploma normative ou regulanentar nao obsta & impugnacao dos seus actos de exectgao ot aplicagao. 3. Onto exercicio do direito de impugnar um acto que nao individualize os seus destinatarios nao obsta a impus- nnagao dos seus actos de execugao ou aplicagao cujos destinatarios sejam individualizados. anterior s80 impugnaveis ARTIGO 69° (Cinpusgnacao resltante da amsra0 do dever de decid) 1. A impugnagao resultante da violagao do dever de decidir € feita por via de adequado pedido de condenagao a pratica de acto devido. 2. Se for deduzido mero pedido de anulagao ou de decla- ragao de stianulidade ou inexisténcia juridica, o Juiz convida ‘autor a substituir a petig2o por outra em que pega a conde naglo a pratica de acto devido e, se a petigao for substituida, assegurara o devido contraditério, ARTIGO 70° (impugnagao de acto meratnen confetativo) © acto confirmativo de acto anterior nao pusnavel quando o acto anterior tenha sido impugnado pelo autor ou a cle notificado ou objecto de publicagao, nao sendo obrigaté~ ria a notificagao a0 autor ARTIGO 71 (Gmpuptacto de atoinefieaz) 1, Um acto pode ser impugnado ainda antes de comegar aproduzir efeitos quando: 4) Tenha sido desencadeada a sua execugio, +) Seja seguro ot muito provavel que o acto ira pro- dduzir efeitos, designadamente por a ineficacia se dever apenas a termo inicial ou condiga0 suspensiva de verificagio provavel. 2. 0 dispostona alinea a) do niimero anterior nao impede ‘© rectso a outros meios de tutela contra a execugio ileai- tima do acto ineficaz ARTIGO 72: ((numpugnabitdade em caso de aeltaao do acto) 1, Quem tenha, expressa ou tacitamente, aceitado un acto depois de praticado, nao pode impuanar esse acto, 2. A accitaglo tacita deriva da pratica, espontanea e sem reserva, de facto incompativel com a vontade de impugnar 3. Nao se considera aceitagio tacita de wn acto, @ sua execue%0 ott acatamento por fimcionério ou agente, salvo quando deles dependa a escolha da oportunidade de cexecuigo ott acatamento. 6292 DIARIO DA REPUBLICA, ARTIGO 73; (Cont interessados) 1. Na acgao de impugnagao de acto, para além da enti dade autora do acto impusnado, devem ser obrigatoriamente demandados os contra-interessados, 2. Sao contra-interessadas as pessoas ou entidades iden- tificaveis em fingao da relagao material em causa ou dos documentos existentes no processo administrative: ‘@ A quem 0 provimento do pedlido de impugnacao ossa directamente prejudicar, ou ‘by Que tenham interesse leaitimo na manutengao do acto impusnado, ARTIGO 74° (Prazos de impugnacao) 1. A impugnagao de actos nulos ott inexistentes nao esta sujeita a prazo. 2 Salvo disposigao em contr anulaveis tem lugar no prazo de @ 6 (Seis) meses, se promovida pelo Ministerio Publico; +b) 45 (quarenta e cinco) dias, nos restantes casos. 3. A contagem dos prazos referidos no niunero anterior obedece a0 regime aplicével aos prazos para propositura de acgées que se encontram previstos no Codigo de Processo Civil 4, Desde que ainda nao tena expirado o prazo de 6 (seis) meses da alinea a) don. 2, a impugnacao sera admitida, ppara além do prazo de 45 (quarenta e cinco) dias da alinea b) don, 2, caso se demonstre, com respeito pelo principio do contraditério, que, no caso concreto, a tempestiva apresen- tagao da petigao nao era exigivel a umn cidadio normalmente diligente, por @ A conduta da Administragio ter induzido o interes- sado em erro; by © atraso dever ser considerado desculpavel, atendendo 4 anbiguidade do quadro nonnative aplicavel ou as dificuldades que, no caso con= reto, se colocavam quanto i identificagiio do acto impugnavel, ou a sua qualificagao como acto administrative on como norma ©) Se ter verificado una situagao de justo impedi- ‘mento, io, a impusnagao de actos ARTIGO 75; (nico dos prazos de inpuacao) 1. O prazo para a impugnagao pelos destinatarios a quem © acto administrative deva ser notificado s6 corre a partir da data da notificagao, ainda que o acto tenha sido objecto de publicagao obrigatéria 2.0 disposto no nimero anterior ndo impede a impus- nagao, se a execugao do acto for desencadeada sem que @ notificagao tenha tido lugar: 3. O prazo para a impugnacao por quaisquer outros inte- ressados dos actos que nao tenham de ser obrigatoriamente publicados comera a comer a partir do seauinte facto que primero se verifique: i Notificasao; by Publicagao; ¢) Conhecimento do acto ou da sua execugao, 4. A utlizagao de meios graciosos de impugnagao suspende 0 prazo de impusnagao contenciosa do acto admi- nistrativo, que s6 retoma o seu curso com a nolificagao da decisto proferida sobre a impugnagio sraciosa ou com 0 decurso do respective prazo legal. ‘5. A suspensao do prazo prevista no miimero anterior nao impede o interessado de proceder 4 impusnagao contenciosa doactona pendéncia da impugnacao graciosa, bem como de requerer a adopeao de providéncias cautelares, 6. © prazo para a impugnacao pelo Ministerio Publico cconta-sea partir da data da pratica do acto, da sta publicaga0 ‘xt do seu conhecimento oficioso. 7. © Ministerio Publico pode impusnar o acto em ‘momento anterior 20 da publicagao obrigatoria, caso tenhia sido, entretanto, desencadeada a sua execu. 8. A rectificagao do acto adiinistrativo ou da sua notifi- ‘cago ou publicagao nao determina o inicio de novo prazo,, salvo quando diga respeito & indicagao do autor, do sentido (ou dos fimdamentos da decisao. ARTIGO 76° (ltos de noting ao ou publeagno dete 1, 0 acto administrative nao € oponivel ao interessado quando a notificago ou a publicagao nao dé a conhecer 0 sentido da decisto. 2. Quando @ notificagao ou a publicagzo do acto admi- nistrativo nao contenha a indicagao do autor, da data ou dos fundamentos da decisfo, tem o interessado a faculdadede, no prazo de 15 (quinze) dias, requerer a entidade que proferiu 0 acto a notificagao das indicagdes em falta ou passage de certidao que as content, bem como, senecessério, de pedir a correspondente intimagao judicial, nos termos previstos no presente Codigo. 3. Aapresentago de requerimento, a0 abrigo do disposto no numero anterior, interompe o prazo de impugnagao, mantendo-se a interrupgao se vier a ser pedida a intimagao judicial a que se refere o mesmo niunero. 4, Nao sao oponiveis ao interessado eventuais erros con- tidos na notificagao ou na publicagio, designadamente no que se refere a indicago do autor, da data, do sentido ou dos fuundamentos da decisao, bem como eventual erro ou omis~ sao quanto a existéncia de delegago ou subdelegacto de poderes, ” ARTIGO 77 (Apensagae de tmpugnaoes) 1. Quando sejam separadamente intentadas diferentes acgées de impusnagio de actos em alguma das situagSes, cam que, de acordo com o disposto no artigo 19° do pre- sente Codigo, seja admitida a cumulagao de impugnacoes, deve ser ordenada a sua apensagao nos termos do Cédizo de Procesto Civil 2. A apensagao € ordenada oficiosamente, ouvidas as partes, quando se trate de acces pendentes perante mesmo Iuiz, I SERIE — N° 166 — DE 1 DE SETEMBRO DE 20: 6293 ARTIGO 78° (Prossecucto da acco pelo Min 1. O Ministerio Publico pode, no exercicio da acgao piiblica, assumir a posigo de autor, requerendo o segui- mento de acgao que, por decisto ainda nio tansitada em Juleado, tenha terminado por desisténcia ou outra citeuns- tancia propria do autor 2. Para o efeito do disposto no niumero anterior, o Juiz, antes de declarar extinta a instincia, dara vista do processo 40 Publics) a0 Ministerio Publico. ARTIGO 79° (Mlodiicarto abjectiva de insane, em cased 1. Quando, na pendéncia do processo, seja proferide acto revogatério com efeitos retroactives do acto impugnado, acompanhado de nova rezulagao da situacao, pode 0 autor rrequerer que 0 processo prossiga contra o novo acto, com @ faculdade de alegagao de novos fundamentos e do ofereci- mento de diferentes meios de prova, 2. Orequerimento a que se refere o mimero anterior deve ser apresentado no prazo de impuanagao do acto revogatério, € antes do transito em julgado da decisdo que julgue extinta, a instancia 3. 0 disposto no n° 1 € aplicavel a todos os casos em que o acto imptignado seja, total ou parcialmente, alterado ou substituide por outro com os mesmos efeitos, ¢ ainda no caso de 0 acto revogaterio ja ter sido praticado no momento em que 0 processo foi intentado, sem que o autor disso tivesse ou devesse ter conhecimento. ARTIGO 80° (Modiicacao abjeciva de instincla, em caso de revorac 0 acto impugnade sem efeitos retroactivos) 1. Quando, na pendéncia do processo, seja proferide acto revogatorio sem efeitos retroactivos do acto ampugnado, 0 proceso prossegue em relagao aos efeitos produzidos. 2.0 disposto no mimero anterior € aplicavel aos casos em que, por forma diversa da revogagao, cesse ou se esgote a produgao de efeitos do acto impuznado, designadamente pela sua integral execugao no plano dos factos. 3. Quando a cessagao de efeitos do acto ampussiado seja acompanhada de nova regulagio da situagao, 0 autor goza da faculdade prevista no artigo anterior: 4. 0 disposto no n2 1 € aplicivel aos casos em que 0 acto revogatorio ja tinha sido praticado no momento em que © processo foi intentado, sem que 0 autor disso tivesse ou, devesse ter conhecimento. ARTIGO 81 (Objecto da acgto de condenas a0 a pratcn de acto devido) 1. A acco de condenagao a pritica de acto devido des- tina-se a obter a condenagao da entidade administrativa competente a pratica, dentro de determinado prazo, de wn acto ilegalmente omitido ou recusado. 2. Ainda que a pratica do acto devido tena sido expres- samente recusada, 0 abjecto do processo € a pretensto do teressado. 3. Nasentenga de consdenago, o Juiz imporé multa com pulsoria destinada a preveniro seu incumprimento. ARTIGO 82 Presaposto 1A condenagao a pritica de acto devido pode serpedida quando: 4) Tendo sido apresentado requerimento que consti- tua 0 Graéo competente no dever de decidir, nfo teaha sido proferida decisto dentro do prazo legalmente estabelecido; + Tenha sido recusada a prética do acto devido: ou 6) Tena sido recusada a apreciagao de requerimento diisido & pratica do acto. 2. Quando os efeitos de uma norma resulamentar nio se produzam imedialamente, mas s6 através de um acto admi« nistrativo de aplicagdo, a questio da ilegalidade da nonna aplicada apenas pode ser suscitade, a titulo incidental, no ‘ambito do processo dirigido contra o acto de aplicagao, para © efeito de obter a desaplicagao da norma 3. A declaragio de ileyalidade de nonmas regulamentares com forga obrigatoria geal pode ser pedida pelo Provedor de Justia, pelo Ministerio Publico ou pela Ordem dos Advogados 4. Quem seja directamente prejudicado ou possa vit, previsivelmente, a sé-1o, em momento préximo, pela apli- cacao de norma regulamentar eujos efeitos se produzam mediatamente, sem dependéncia de um acto administrative ot juwisdicional de aplicagto, pode obter a desaplicagio da norma com esse fiundamento, pedindo a declaragao da sua ilegalidade com efeitos citcunscritos 20 seu caso. 5. Para os efeitos do disposto na alinea«) don. 1, falta de tesposta a requerimento ditigido ao delegante ou subde- legante €imputada ao delegado ou subdelegado, mesmo que ‘a este no tena sido remetido o requerimento. 6, Para os mesmos efeitos, quando, tendo sido 0 reque rimento dirigido ao Graio incompetente, este no o tenha remetido oficiosamente a0 6280 competente nem o tenha devolvido ao requerente, a inércia daquele primeiro 6280 & imputada 20 segundo. ARTIGO 83" (Contra inteessades) 1. Na acgao para condenagao na pratica de acto devido, para além da entidade responsavel pela situagao de omis- so ilegal, devem ser obrigatoriamente demandados os contra-interessados. 2. Sao contya-interessadas as pessoas out entidades iden- inso da relagao material em causa ou dos documentos existentes no processo administrative: a) A quem a pratica do acto omitido possa directa- mente prejudicar, ou +b) Que tenhaun interesse legitimo ein que o acto omi- tido nao seja praticado. tificéveis em 6294 DIARIO DA REPUBLICA, ARTIGO st (Pranos em caso de trea) 1. Em situagbes de inéreia da Administracao, 0 direito de acgao caduca no prazo de 1 (um) ano contado desde o termo do prazo legal estabelecido para a emissito do acto ilegal- mente omitido. 2 Tendo havido indeferimento, 0 prazo de propositura da accao € de 3 (ués) meses, contado da notificagao do acto, sendo aplicavel 0 disposto nos artigos 75.° e 76° ARTIGO 85° (Modincacao objetivadeinstinela) 1. Quando, na pendéncia da acgo de condenaga0 a pratica de acto devido, a pretensdo do interessado seja expressamente indeferida pela Administragao, pode o autor alegar novos findamentos ¢ oferecer diferentes meios de prova em favor da sua pretensio. 2A facuildade conferida pelo mimero anterior € exten- siva aos casos em que o indeferimento seja anterior, mas 86 tenha sido notificado ao autor apos a propositura da acgao. 3. Quando, na pendéncia da acgao de condenagao pra- tica de acto devido, seja proferida decisto que nao satisfaca ewalmente a pretensio do interessado, pode ser cum lado 0 pedido de anulagao ou declaragao de nulidade ov \existencia dessa decisio, devendo 0 novo articulado set apresentado no prazo de 30 (trinta) dias a contar da notifica- ¢80 do novo acto ott do conhecimento, obtido no processo,, do autor, da data, do sentido e dos findamentos da decisio. ARTIGO 86° (Poderes de pramincla do Tribunal 1. Na acgio de condenagao a pratica de acto devido, mesmo que © requerimento apresentado pelo interessado indo tenha obtido resposta ou a sua apreciagio tenha sido recusada, o Tribunal ndo se limita a devolver a questo ao Orgdo Administrative competente, anulando ou declarando nulo ou inexistente o eventual acto de indeferimento tacito. _mas pronuncia-se sobre a pretensao material do interessado, impondo a pratica do acto devido. 2. Quando a emissao do acto pretendido envolva a for- ulagio de valoragses proprias do exercicio da fimgao administrativa e a apreciago do caso concreto no permita identificar apenas uma solugao como legalmente possivel, © Tribunal nao pode determinar 0 conteiido do acto a pra- ticar, mas deve explicitar as vinculagdes a observar pela Administragaona emissa0 do acto devido. ARTIGO 87° (Objectoda cede de egalidade de normas aduniistalivas da sua emisao) A acco de ilegalidade de normas administrativas ou da sua omissio destina-se a obter i A declaragao de ilegalidade de nonnas emanadas a0 abrigo de disposigdes de direito administra- tivo, com findamento ein vicios proprios ou em vvicios derivados da invalidade de actos pratica- dos norespectivo procedimento de aprovagao ot ublicagao; 1b) A apreciagao, verificagao © declaragto de situa- g0es de ilegalidade por omissio de normas cuja adopga0, a0 abrigo de disposigaes de diteito administrativo, seja necesséria para dar exequibilidade a actos legislativos carentes de regulamentagao. ARTIGO 88° (Pyazos er cso diez on cis) 1. A acgo de ilegalidade de normas administrativas ou da sua omissio pode ser proposta a todo o tempo, quando se tenha por fandamento ¢nulidade da norma 2. A acgao sobre rezulamento apresentada com finda- mento na anulabilidade deve ser apresentada dentro dos prazos aplicaveis & ace de impusnasio do acto adm trativo com fundamento nesta forma de invalidade. 3.A acgao de regulamento que tenha por fundamento a sua omissfo pode ser proposta a todo o tempo ARTIGO 89° (berdade de fandamenta0) © Juiz pode decidir com fundamento na violagao de prineipios ou normas juridicas diversas daqueles em que 0 autor se fundon. ARTIGO 90° (Efetes da decavacao deilegalidade com orca obrigatoris geal) 1..A declaragao com forga obrigatoria geral da ilegalidade

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