You are on page 1of 10
Estudos de Psicologia 2006, 11 Patricia Waltz Schelini Universidade Federal de Sanca Catarina Resumo 0 objetivo deste estudo & apresentar a evolugdo da teoria das inteligéncias fluids ecristalizada. Assim, diseute-se como aconcepeio de dis ftores geais, donominadas Intligéncia Fluida ¢Cristalizada, ou Gf Ge, fai capaz de conciliar modelos de compreensia da inteligéncia, como os desenvolvides por Speatman, ‘Thorndike Thurstone. A prineipio uma representagdo dicotémica da inteligéneia, o modelo Gf-Ge sofreu ‘mosifieages desde-a dScada de 1960, endo sua versio mais recente conhecida como toria das capacidades ‘cognitivas de Cattll-Hom-Carroll. Conclui-se que a disseminagdo desta teoria permitir que a intcligéncia sejarepresentada, nio por meio de uma capacidade (nica e esttica, mas por miltplas formas e passiveis decstimulagio, Abstract The fluid and crystallized intelligence theory: beginnings and development. The goal ofthis study is to present the development of the fuid and crystallized intelligence theory. The conception of these two broad abilities, named Fluid and Crystallized Intelligence factors, or Gf-Ge, is discussed as capable of. conciating conceptions as those proposed by Spearman, Thornike and Thurstone. Initially a dichotomous representation of intelligence, the GI-Ge model was modified since the 1960's and the most recent version is named Catell-Hom-Carrall theory of cognitive abilities. I is concluded thet this model will fecilitate and improve the understanding of intelligence not as an unique and immutable capacity, but composed by ), 323-352, Teoria das inteligéncias fluida e cristalizada: inicio e evolugao ‘multiple and modifiable capacities. da inteligéncia, a teoria das inteligéncias fluida (Gj ¢ ctis- salizada (Ge) sofreu vitias modificagées que, na verdade, ilustram a evolugio do modelo inicial. © presente trabalho busca explicar o desenvolvimento do modelo GfeGe, da déca- da de 1940 até os dias atuais. Es claborada como uma representagio dieotimiea Panorama histérico No inicio do séeulo XX, o psicéloge britdnice Charles Spearman apresentou a teoria dos dois fatores da inteligén- cia que, também conhecida como bi-fatorial, postulava que © desempenho em qualquer medida de inteligéncia estaria relacionado ao nivel de inteligéneia geral do ind habilidades especificas exigidas em cada teste (Aiken, 2000; McGrew & Flanagan, 1998; Thomike, 1997). Assim, duran- te a resolugio de um problema, dois tipos de fatores estari- am presentes: um fator de inteligéncia geral (fator g) © ou- tros fatores especificos (fatores 5). O fator de inteligencia geral, subjacente a todas as atividades intelectuais, repre- duo ¢ sentaria uma espésie de energia, com base neurolégiea, ca- paz de ativar a capacidade de realizago de trabalhos inte- lectuais (Gardner, Kornhaber, & Wake, 1998; Satter, 1992). Os fatores especificos seriam relativos @ uma tarefa especi- fica, representando particularidades de cada instrumento Gensen, 1994) Em 1909, Thorndike, Lay ¢ Dean analisando a existéncia do fator g em um conjunto de medidas semelhante ao utiliza- do por Spearman, coneluiram que nio havia indicios sufici- centes para sustentar 0 sistema bi-fatorial (Thorndike, 1997). Thorndike no s6 contestou a existéacia de uma entidade capaz de explicar virios tipos de desempenko intelectual, como também concebeu a teoria multifatorial, na qual a inte- ligéncia seria um produto de um amplo nimero de capacida- des intelectuais diferenciadas, mas inter-relacionadas (Sattler, 1992). Uma outra importante alternativa para a teoria dos dois fatores de Spearman foi oferecida na década de trin- ta por Louis Thurstone que, utilizando o método da ani- 324° pirschetin lise fatorial miiltipla, propds a existéncia de um pequeno nimero de falores independentes ou capacidades men- tais primérias: Espacial (fator $— Space), Rapidez de Per- cepgio (fator P - Perceptual speed), Numérica (fator N ~ Number), Compreensio Verbal (fator V— Verbal meaning), Fluéneia Verbal (fator W’— Word fluency), Meméria (fator M — Memory) e 0 fator I (Unductive reasoning), represen- tando © Raciocinio Indutive (Almeida, 1988; Gardner, Korbaber, & Wake, 1998; Sternberg, 1992; Thorndike, 1997), Na década de quarenta ¢, principalmente, nos anos cingenta e sessenta alguns autores elaboraram concep- gies sobre a inteligéncia, capazes de conciliar as aborda- gens anteriormente citadas. O modelo Gf-Ge de Cattell e Horn Em 1942, Raymond Cattell, analisando as correlagSes entre as eapacidades primarias de Thurstone e 0 fator g da tcoria bi-fatorial de Spearman, constatou a existéncia de dois fatores gerais. Alguns anos depois, John Hom con- firmou os estudos de Cattell e os fatores gerais passaram a ser designados como “inteligéncia fluids e cristalizada” tell, 1998). A inteligéncia fluida (Gf fluid intelligence) esti asso- ciada a componentes nio-verbais, pouco dependentes de conhecimentos previamente adquitidos e da influéncia de aspectos culturais. As operagdes mentais que as pessoas utilizam frente a uma tarefa relativamente nova ¢ que nio podem ser executadas automaticamente representam Gf (Hom, 1991; MeGrew, 1997). Além disso, a inteligéncia fui- da mais determinada pelos aspectos biolégicos (genéti- cos) estando, conseqilentemente, pouco relacionada aos aspects culturais (Aiken, 2000; Cattell, 1998). Neste senti- do, as alteragdes orginicas (como lesbes cerebrais ou pro- blemas decorrentes da mé nutrigdo) influenciam mais a inte- ligéncia fluida do que a cristalizada (Brody, 1992). A capaci- dade fluida opera em tarefas que exigem: a formagao ¢ 0 reconhecimento de conceitos, a identificagdo de relagdes complexas, a compreensio de implicagdes ¢ a realizacao de inferéncias (Carroll, 1993; Cattell, 1987). Alguns estudos in- dicaram que a carga fatorial da inteligéncia fluida (G9 sobre © fator geral (g) poderia demonstrar uma unidade, 0 que implica em entender o fator g como equivalente a G (Gustafsson, 1988; Hamgvist, Gustafsson, Muthén, & Nel- son, 1994) Por outro lado, a inteligéncia eristalizada (Ge - crystallized intelligence) representa tipos de capacidades cexigidas na solugdo da maioria dos complexos problemas cotidianos, sendo conhecida como “inteligéncia social” ou “senso comum’ (Hom, 1991). Esta inteligéncia seria desen- volvida a partir de experiéncias culturais e educacionais, estando presente na maioria das atividades escolares, Dai decorre 0 fato das capacidades cristalizadas serem demons- tradas, por exemplo, em tarefas de reconhecimento do signi- Ficado das palavras (Cronbach, 1996). Provavelmente por estar relacionada as experiéncias cculturais, a inteligéncia eristalizada tende a evoluir com 0 aumento da idade, a0 contrério da fluida que parece decli- nar apés a idade de 21 anos, devido & gradual degenera- 0 das estruturas fisiologicas (Brody, 2000; Cattell, 1998; Horn & Noll, 1997; Sattler, 2001). Apesar de se desenvolver a partir das experiéneias ceducacionais e estar presente na maioria das tarefas esco- lates, Ge ndo pode ser entendida como sinénimo de de- sempenho escolar. Tal constatagio foi decorrente de estu- dos de anilise fatorial, cujos resultados demonstraram que medidas de habilidades relacionadas 4 leitura, matemiética escrita ndo poderiam ser incluidas junto a medidas de conhecimento verbal (testes de vocabulério ¢ informasio, por exemplo) na formagdo de um Gnico fator. Além disso, a curva relativa & mensuragdo da inteligégncia cristalizada difere da relacionada 4 leitura ¢ & matemiética, sugerindo @ presenca de uma diferenca conceitual entre Ge e essas habilidades académicas (McGrew, Werder, & Woodcock, 1991; Woodcock, 1990). De acordo com Undheim (1981), pessoas poderiam apresentar, entre si, um nivel igual de Gf diferentes niveis de Ge, Isto seria explicado pela extensio da instrugio ou do esforgo que cada uma teria investido no trabalho aca- As relagdes entre Gf, Ge ¢ a realizagao académica nao seriam estiveis, segundo Cattell (1987), variando de acor- do com fatores individuais, ineluindo 0 desenvolvimento neurolégico © os anos de escolaridade. Ainda de acordo com Cattell, no inicio da infineia Gfe Ge seriam proxima- mente relacionadas, mas comegariam a divergir no final da infincia ¢ na adolescéncia. McArdle (2001), analisando @ relagdo entre as Escalas Verbal e de Execugio do WIS concluiu que os escores dos subtestes de execugio ti- ham um efeito negativo nas mudangas dos eseores ver- bais e 08 efeitos dos verbais sobre os de execugio ndo foram percebidos, Vale ressaltar, no entanto, que apesar de o autor parecer entender que os subtestes verbais do WISC seriam boas medidas da inteligéncia cristalizada e fs subtestes de exccugdo estariam relacionados & inteli- géncia fluida, estudos como o de Flanagan, McGrew e Ortiz (2000) indicaram que 0 WISC, até a sua terceira edigio, ro possui uma boa medida de Gf: Posteriormente, Ferrer e MeAréler (2004), utilizando da- dos longitudinais de 672 sujeitos submetidos & Baterie Psicoeducacional Woodcock Johnson - Revisada (Woodcock Johnson Psychoeducational Battery — Revised! WAR), conecluiram que, no sistema Gf-Ge, as mudangas de- penderiam do nivel de desenvolvimento dessas duas capa- cidades, de modo que niveis representados por pontuaySes ‘médias ou baixas indicariam expectativas de mudangas po- sitivas e ripidas em ambas. Quando as pontuagdes eram relativamente altas nas duas capacidades, Ge tendia a au- ‘mentar, enquanto Gf tendia a permanccer nivelada. Para es- cores muito altos em Gfe Ge, a capacidade cristalizada per- rmaneceria constante, enguanto a fluida diminuiria. O mes- mo estudo indicou que a capacidade Muida seria fundamen- tal as mudangas no rendimento académico, principalmente no que diz respeito as capacidades quantitativas ‘Um dos principas estudiosos da teoria GFGe foi John Hom que, apds ter confirmado a existéneia de um fator flui- do e outro crstalizado, expandiu, em 1965, 0 modelo inicial proposto por Cattell Hom acreseentou ao sistema Gf-Ge quatto capacida- des cognitivas, entre elas: a de Processamento Visual (Gy = Visual Processing), Meméria a Curto Prazo (Gsm ~ Short- Term Memory), Armazenamento e Recuperagao a Longo Pra- 20 (Gir ~ Long-Term Storage and Retrieval) © Gs (Speed of Processing), representando a Velocidade de Processamento (McGrew & Flanagan, 1998). Postriormente, duas eapaci- dades foram adicionadas as quatro anteriores: a Rapides para a Decisio Correta (CDS ~ Correct Decision Speed), cuja existénca foi constatada no estudo de Horn, Donaldson © Engstrom (1981), ¢ a de Processamento Auditive (Ga ~ Auditory Processing Ability), introduzida por Horn © Stankov (1982), A identificagio do fator Gg (Quantitative Knowledge), associado a0 Conhecimento Quantitative (om, 1985) e do Grw (Reading & Writing), velacionado a Leitura-Eserita. dew origem a uma nova estrutur, a par- tir do modelo Gf-Ge inicial, formada por dez capacidades (Wer Apéndice A). AAs duas capacidades bisicas, Gf'e Ge, bem como os outros oito fatores gerais sie compostos de “capacidades rentais primérias”, Um total de aproximadamente quarenta capacidades primérias explicaria grande parte das caracte- risticas individuais de raciocinio, solugdo de problemas ¢ capacidade de compreensio (Hor, 1991) ‘A maioria das discussies sobre 0 modelo G/-Ge focali- 22.0 conjunto das dez capacidades gerais, descritas anteri- cormente, Entretanto, a compreensio da importincia ¢ rique- za desta teoria depende do entendimento das diferensas hierirquicas entre as capacidades cognitivas. A teoria das trés camadas de John Carroll John Carroll (1993), utlizando a andlise fatorial para exa- minar mais de 460 conjuntas de dados relatives a testes para avaliar capacidades cognitivas, propés uma teoria ou modelo que explica a imeligéncia por meio de uma estrutura hierirquica: a teoria das ts camadas, Tal modelo dispie as capacidades intelectuais em trés diferentes camadas ou es- luatos: a camada 1, formada por capacidades especificas; a camada II, de capacidades amplas ou gerais; ¢ a 111, relativa ums tinica capacidade geral (Carroll, 1993). As camadas representam niveis de generalidade das capacidades (Primi & Almeida, 2000), ‘A compreensio do conceito de camada envolve 0 en- tendimento do significado das diversas ordens relativas & analise falorial, Neste sentido, a andlise fatorial de primei- ra ordem é a aplicagao directa da técnica de anélise fatorial Teoria das inteligenciasfuidae evstazada 325 mattiz de correlagdo das variéveis originais, resultando fem um ou mais falores de primeira de ordem. Jd, a anélise fatorial de segunda ordem envolve a aplicagio da técnica de anilise fatorial & matriz de correlagdo dos fatores de primeira ordem, produzindo um ou mais fatores de segun- da ordem. Finalmente, a anilise fatorial de tereeira ordem pode ser descrita como 2 utilizagdo desse tipo de andlise nna matriz de correlagio dos fatores de segunda ordem, proporcionando, geralmente, um tinico tereeiro fator. Este processo poderia ser repetide a ordens cada vez mais ele- vvadas, mas isso raramente & considerado necessério por- que @ cada nova ordem o nlimera de fatores resultantes sempre diminui (Carroll, 1997). (© termo camada foi introdurido por Cattell (1971) como forma de estabelecer a especificidade dos fatores. Posteri- ormente, Carroll reconheceu os fatores de primeira ordem como fatores de primeira camada ou fatores da camada I. Os fatores da camada Il slo os fatores de segunda ordem © os fatores da camada III, os de terceira ordem (Carroll, 1997), ‘A teoria das trés camadas postula que na camada mais alta (ITD) est um fator geral, chamado g. A segunda camada, influencia uma grande variedade de comportamentos, sen- do composta por oito fatores gerais. Na camada I hé varios fatores de primeira ordem que, dispostos abaixo dos fato- res da camada II, representam especializagdes das capaci- dades, refletindo os efeitos da experiencia e da aprendiza- ‘gem (Carroll, 1993). Entre os fatores da primeira camada (ou I) alguns sdo fatores de nivel e outros de rapidez. As pontuagdes rela- tivas aos fatores de nivel indicam 0 nivel de dominio de- ‘monstrado por uma pessoa frente a uma tarefa. Por outro lado, as pontuagdes relativas aos fatores de velocidade indicam a rapidez com que um individuo realiza uma tare- fa ow sua velocidade de aprendizagem (Carroll, 1997, 1998). Na estrutura hierérquice das capacidades cognitivas, sugerida por Carroll (ver Apéndice B), ha oito capacida- des amplas ou gerais presentes na camada II: a Inteligén- cia Fluida (Gf ou simplesmente F ~ Fluid Intelligence), inteligéneia cristalizada (Ge ou C ~ Crystallized Intelligence), Meméria ¢ Aprendizagem (Gy ou ¥ — Memory & Learning), Percepsao Visual (Gv ou V — Visw al Perception), Percep¢do Auditiva (Gu ou U ~ Auditory Perception), Capacidade de Recuperagio (Gr ou R = Retrieval Ability), Rapidez Cognitiva (Gs ou $ — Cognitive Speediness) e Velocidade de Processamento (Gt ou T — Processing Speed). Cada uma dessas oito capacidades gerais esté associa- da a uma inteligéncia geral (G) e inelui eapacidades espect- ficas, todas presentes na camada I, Assim, por exemplo, a Inteligéncia Fluida (F) estdo relacionados: o Raciocinio Segjiencial Geral (RG — General Sequential Reasoning), a Indugdo (J ~ Induction), © Raciocinio Quantitative (RO — Quantitative Reasoning), o Raciocinio Piagetiano (RP — 326° Pirschetin Piagetian Reasoning) e @ Velocidade de Raciocinio (RE ~ Speed of Reasoning). Ao caracterizar sua teoria, Carroll (1997) afirmou que as “tres camadas” podem ser consideradas como uma exten- Mio e expansio de teorias anteriores referentes as capacida- des cognitivas, principalmente as claboradas por Spearman, Thurstone, Vernon, Hom e Cattell, Hakstian e Cattell, ¢ Gustafsson, A teoria das trés camadas tem sido analisada por auto- res como Brody (1994), Burns (1994), Fysenck (1994), Nagoshi (1994) e Stemberg (1994), que parecem reforgar seu suporte empirico. Burns (1994) foi enfético ao expres- sar a qualidade do modelo teérico de Carroll, afirmando que “esté destinado a ser um estudo clissica © um traba- Iho de referencia sobre as capacidades humanas nas pro- ximas décadas” (p. 35). Concepedes de Carroll ¢ Horn-Cattell: semelhancas e diferencas Os modelos tedricos de Carroll e Hom-Cattell possuem grandes semelhangas entre si, no sentido em que ambos consideraram a existéncia de capacidades gerais relaciona- das: a Inteligéncia Fluida (Gp ¢ Cristalizada (Ge), Memoria a Curto Prazo clou Aprendizagem (Gsm ou Gy), aos. Processamentos Visual (Gv) e Auitivo (Ga ou Gi), & Recu- peragio (Gir ou Gr), & Velocidade de Processamento (Gs) € a Velocidade de Decisio e/ou Tempo de Reag tados por CDS ¢ Gt (MeGrew & Flanagan, 1998) ‘A mais marcante diferenga entre as duas concepgSes estd relacioneda ao fator geral ou g (McGrew, 1997). De acordo com Carroll (1993), 0 fator de inteligéncia geral, disposto no topo da sua teoria das trés camadas, seria semelhante a0 fator g de Spearman por estar subjacente a todas as atividades intelectuais ¢ muito relacionado a he- reditariedade. Além disso, dentre as oito capacidades ge- rais da camada Il, Gf (Inteligéneia Fluida) seria a mais for- temente relacionada ao fator geral, seguida por Ge (Inteli- sgéncie Cristalizada), Gy (Meméria Geral e Aprendizagem), Gv (Percepeio Visual Geral), Gu (Percepgio Auditiva Ge- ra), Gr (Capacidade de Recuperasao Geral), Gs (Rapidez Cognitiva Geral) © Gr (Velocidade de Processamento), nes- ta ordem, Horn, por outro lado, nio concordava com a existéneia de um fator geral acima das capacidades GF-Ge (Horn, 1991; Hor & Noll, 1997). Tal divergéncia ndo se restringe aos autores em questo, afinal o debate sobre a natureza ¢ existéncia de um fator geral tem sido feito ha écadas (Gustafsson & Undheim, 1996) A segunda diferenga entre os dois modelos esta relaci- nada ao Conhecimento Quantitative (Gq) que, de acordo com Horn (1991), seria uma capacidade geral, Caroll (1993), entretanto, considerou que © Conhecimento Quantitativo no era uma capacidade geral, mas sim uma capacidade es- pevifiea relacionada A Inteligéncia Fluida (Gp). ‘As recentes verses do modelo Hom-Cattell tém inclu- {do 0 fator Grw, descrito como uma capacidade geral de represen Leitura-Escrita (McGrew, 1997; Woodcock, 1993). Porém, Carrol (1993) conceheu que a Leitura ¢ a Fserita deveriam ser consideradas capacidades especificas, associadas & Ge (Inteligéncia Cristalizada), Os modelos de Carroll ¢ Horn-Cattell também podem ser diferenciados no que diz respeito as capacidades rela- cionadas 4 meméria (MeGrew, 1997). Carroll (1993) ineluiu as capacidades de Extensio da Meméria, Memérie Associativa, Espontanea, para Significados e Visual jun- tamente & capacidade de Aprendiza ao fator de Meméria Geral e Aprendizagem (Gy). Horn (2991), por sua vez, realizou a distingdo entre Meméria @ Curto Prazo e Armazenamento e Recuperagio a Longo Pra- zo, considerando-os como capacidades ou fatores dife- rentes, a0 contrtio de Carroll que, como foi dito, relacio- ‘ngu-0$ a um inieo fator geral (Gy - Meméria Geral e Apren- dizagem), em: todas associadas A integragdo dos modelos de Carroll ¢ Horn- Cattell Apesar das diferencas entre os modelos de Carroll © Horn-Cattell, MoGrew (1997) foi capay de sintetizar estas duas importantes perspectivas da tcoria Gf-Ge, originando fo que posteriormente ficou conhecide como modelo Cattll- Hom-Carroll (CHO). MeGrew (1997) analisou as diferengas entre as concep- g8es de Horn-Cattell e Carroll através da aplicagio de 37 medidas da Bateria Psicoeducacional Woodeock Johnson — Revisada (Woodcock Johnson Psychoeducational Battery = Revised’ WI-R) a 1291 sujeitos. A técnica de andlise fatorial confirmatéria foi utilizada para testar quatro modelos alter- nativos que fossem capazes de integrar as concepgses de Carroll e Horn-Cattell, A partir desse estuda, McGrew (1997) conclu que se- ria possivel elaborar um modelo de integragio, desde que (5 seguintes critérios fossem obedecidos: (1) manutengao do Raciocinio/Conhecimento Quantitative (Ga) separado da Inteligéncia Fluida (Gf); (2) inser¢o das capacidades de Leitura e Fscrita associadas @ um fator geral de Leitura-Ts- crits (Grw); (3) incluso das capacidades de Conhecimento Fonolégico no fator geral de Processamento Auditive (Ga); (4) manutengio das capacidades de Meméria a Curto Prazo associedas a um fator geral (Gsm) ¢ insereo das capacida- des de Armazenamento € Recuperagdo em um fator geral de Recuperagao (Gir). Posteriormente, McGrew, juntamente com Flanagan (1998), analisou seu primeiro estudo de integragdo, com 2 intengio de avaliar se as capacidades de Raciocinio Quan- titativo (RO — Quantitative Reasoning), Conhecimento Ma- temitico (KM ~ Mathematical Knowledge) e Desempe- ‘nho Matemitico (43 — Mathematical Achievement) dev: iam ser consideradas capacidades especificas associadas ao fator geral Gg (Raciocinio Quantitative), ou estariam relacionadas @ um outro fator geral: Gf (Inteligéncia Flui- da), Além disso, os autores procuraram verificar se a capa- cidade especitica de Meméria Visual (MV — Visual Memory) estaria incluida no fator geral de Meméria a Curto Prazo (Gsm Short-Term Memory) ou no fator de Processamento Visual (Gv ~ Visual Processing), bem como se a capacida- de especifica de Meméria Associative (MA — Associative Memory) estaria relacionada ao fator geral de Meméria a Curto Prazo (Gsm) ou a0 Armazenamento e Recuperagdo Associative @ Longo Prazo (Gir — Long-Term Storage and Retrieval) Administrando os subtestes de Matemética, Racioei- nio Fluido ¢ Compreensio—Conhecimento da Bateria Psicoeducacional Woodcock Johnson-Rovisada ¢ os subtestes de raciocinio do Stanford-Binet IV a 124 sujeitos, MeGrew e Flanagan (1998) concluiram que 0 Raciocinio Quantitative (RO — Quantitative Reasoning) deveria ser ineluido como uma capacidade especifiea da inteligencia luids (Gf - Fluid Intelligence). Por outro lado, 0 Conbeci- mento Matemitico (KM — Mathematical Knowledge) & 0 Desempenho Matemitico (43 — Mathematical Achievement) deveriam permanecer associados ao Raciocinio! Conheci- mento Quantitativo (Gq — Quantitative Knowledge), como propos MeGrew (1997), Em relagdo as capacidades especificas de meméria foi constatado, através da aplicagdo da Bateria Psicoeducacional Woodcock Johnson-Revisada e do Tes- te de Inteligéncia Kaufman para Adolescentes e Adultos (Kaufman Adolescent and Adult Intelligence Test/ KAIT) a 114 sujeitos, que a Meméria Visual (MV ~ Visual Memory) estaria relacionada ao fator Gy (Processamento Visual -/i sual Processing), ¢ no av Gsm (Meméria a Curto Prazo Short-Term Memory); ¢ @ Meméria Associativa (MA — Associative Memory) deveria permanecer incluida no fator Gir (Armazenamento e Recuperagio Associativa a Longo Prazo ~ Long-Term Storage and Retrieval). A partir destas constatagdes foi apresentada a teoria das capacidades cognitivas de Cattell-Horn-Carroll (CHIC), earacterizada no Apéndice C. No modelo de integragio (CHC), MeGrew ¢ Flanagan ‘mantiveram as dez capacidades gerais de Hom-Cattell, rela- cionando a clas a maioria das capacidades especificas da camada I proposta por Carroll Entretanto, alguns fatores especificos, apesar de nio citados por Carroll (1993), foram ineluidos na camada I da integragdo proposta por McGrew e Flanagan, entre eles: Matemético (KM - Knowledge), Desempenho Matematico (43 — Mathematical Achievement), Informagao Geral (0 — General Information), Informagio sobre a Cultura (K2 ~ Information about Culture), Informagio sobre Cigncia (KI — General Science Information), Desempenbo em Geografia (AS ~ Geography Achievement) Conhecimento do Uso da Lingua Nativa (EU ~ English Usage Knowledge). Assim, um total de 73 capacidades compe a camada I da teoria das capacidades cognitivas de Cattell-Horn-Carrall Conhecimento Mathematical Teoria das inteligenciasfuidae evstazada 327 © fator de Capacidade para Aprendizagem (LI - Learning Abilities), relacionado por Carroll (1993) & Me- méria Geral ¢ Aprendizagem (GY), foi associado tanto 30 fator geral de Meméria a Curto Prazo (Gsm — Short-Term Memory) quanto ao de Armazenamento e Recuperagio Associativa a Longo Prazo (Gir ~ Long-Term Storage and Retrieval), A exclusio do fator geral da teoria das eapacidades cognitivas de Cattell-Horn-Carroll ndo esté relacionada & negagdo de sua existéneia, mas a constatagdo de que este fator nio tem uma importincia pratica (Flanagan, MeGrew, & Ortiz, 2000; Flanagan & Ortiz, 2001), No que diz respeito ao fator geral de Meméria a Curto Prazo (Gsm), & possivel notar que no modelo de integrag0 apenas trés capacidades especificas estdo incluidas: a Ex- tensdo da Meméria (MS), a de Aprendizagem (L/) e a Memé- ria de Trabalho (MIF). Entretanto, como LI ainda nio esté claramente definida, seria possivel afirmar que apenas as capacidades especificas de Extensio da Meméria (MS) © Meméria de Trabalho (MIF) estariam associadas 8 Gsm. Deste modo, cabe questionar o fato de Gsm ser realmente lum fator geral, pertencente & camada TI ou, simplesmente, ‘uma capacidade especifica da camada 1 As capacidades especificas incluidas em Ga (Processamento Auditive) indieam que este fator esta rela- cionado a perceprdo, analise e discriminagao de estimulos auditivos. 0 Processamento Auditive néo inclui capacida- des relacionadas & compreensio da linguagem (pertencen- tes & Gc), entretante este fator seria fundamental ao desen- volvimento das capacidades lingiisticas (McGrew & Flanagan, 1998), Vale ressaltar a diferenga entre os fatores gerais de Velocidade de Processamento Cognitive (Gs) e TempoiVe- locidade de Decisio/Reasio (Gi), O altimo (Gt) inclui ea- pacidades que refletem o grau com que um individuo ime- diatamente reage a uma tarefa ou estimul, sendo tais ca- pacidades mensuradas em termos de segundos ou fragdes de segundos. Por outro lado, Gs esté relacionado a capa- cidades que exigem a ripida realizagdo de uma atividade em um periodo mais longo de tempo, sendo estas capaci- dades avaliadas através de intervalos de dois a ués tos, Tal distingdo & importante aos interessados na cons- trugdo de medidas psicolégicas, uma vez que a atribui¢go de um tempo muito curto para avaliar a Velocidade de Processamento, independente do contetdo dos itens, al- tera a caracteristica da realizagao, tomando a medida invé- lida para analisar esse fator geral Uma apreciagio critica dessa proposta de integragio poderia incluir um questionamento em relagdo a denomina- Ho do fator geral de Armazenamento ¢ Recuperagdo Associativa a Longo Prazo (Gir), uma vez que as capacida- des especificas associadas a esse fator talvez estivessem mais adequadamente incluidas em um fator geral de Crintividade/Originalidade, apresentado no modelo de 328° porschetin MeGrew e Flanagan como uma capacidade da camada 1, subjacente a Gir. Tal sugestio poderia estar fundamentada no fato da criatividade incluir: a fluéncia ¢ flexibilidade de idéias e figural, a sensibilidade para problemas, a capacida- de de utilizar analogias e a curiosidade intelectual, possivel- mente associada a capacidade para aprender. Considerag6es Finais ‘A teoria das capacidades cognitivas de Cattell-Hom- Carroll (teoria CHC) representa uma evolugio do modelo dicotémico GF-Ge, podendo ser descrita como uma integracdo, empiricamente avaliada, das concepgdes de- senvolvidas por Raymond Cattell, John Hor e John Carroll Parece possivel afirmar que a teorie CHC decompde conceitos eléssicos (como a capacidade verbal, por exem- plo) nos seus elementos mais bisicos (como o desenvolvi- mento da linguegem, © conhecimento léxico, a capscidade de informagio geral, a capacidade de comunicagao ¢ a sen- sibilidade gramatical, facilitando o delineamento daquilo que deverd ser avaliado ¢, conseqiientemente, proporcio- nando a elaboragio de instrumentos de medida que permi- tam uma compreensio mais precisa dos resultados. AA forga acedémica do modelo foi expressa por autores, como Flanagan ¢ McGrew (1998), ao afirmarem que sua r0- busta rede de evidéneias de validade tornava-o capar de dar suporte empitico a claboragdo de testes de inteligéncia Tal espécie de previsio parece ter sido confirmade uma vez que, na iltima dévada, © Modelo CHC teve um significative impacto na revisio de tradicionais testes de inteligéncia, bem como na elaboragao de novos. Exemplos claros s30 0 WAIS III ¢ 0 WISC IV, respectivas revisdes da Escala de Inteligéncia Wechsler para Adultos (WAIS) e da Escala de Inteligéncia Wechsler para Criangas (WISC). © WAIS IIL adicionou o subteste Raciocinio Matricial para aprimorar a avaliagao de Gf, enquanto que a quarta edic¢do do WISC (ainda nao publicada no Brasil) & dentze todas as revisées das Escalas Wechsler, a que mais softeu modificasdes, a0 eliminar os Qls Verbal e de Execugao, permanecendo mais préxima da estrutura representada no Modelo CHC (Alfon- s0, Flanagan, & Redwan, 2005). De acordo com os estudos de McGrew, Flanagan ¢ Ortiz, (Flanagan & Ortiz, 2001; MeGrew & Flanagan, 1998), a ten- éncia € de que sejam utilizados diferentes testes ov instru mentos de diversas baterias para avaliar as eapacidades do Modelo Cattell-Horn-Carroll (CHC). Este tipo de procedi- mento constituiria 0 chamado Gf-Ge Cross-Battery Assessment. Ou seja, delineadas teoricamente as varias ca- pacidades ¢ os instrumentos eapazes de mensuri-las, 0 psi- célogo selecionaria as éreas a serem avaliadas a partir da queixa, bem como os testes que utilizaria para a compreen- siio de tais dreas. Assim, por exemplo, se a Escala Wechsler de Inteligéncia para Criangas ~ Terceira Edigo (WISC IIL), no avalia a capacidade geral de inteligéncia fluida (Gf), in- formagdes sobre esta capacidade poderiam ser obtidas por meio da aplicagio das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven ~ Escala Especial, Alguns estudos dos dois Gltimos anos também indi- cam 0 uso do Modelo CHC na avaliagio psicoeducacional (MeKenna-Mattson, 2005) e mais espceificamente na com- preensio das dificuldades de aprendizagem (Fiorello & Primerano, 2005), ineluindo a matemética (Proctor, Floyd, & Shaver, 2005) ¢ a compreensio da leitura (Floyd, Bergeron, & Alfonso, 2006). Tais estudos parecem bus- car @ relagio entre as capacidades cognitivas propostas no modelo eas dificuldades de aprendizagem, visando informar proviveis perfis cognitives associados as di culdades A expectativa ¢ de que a disseminagdo de modelos teéricos como © CHC permita que a inteligéncia seja com- preendida ndo como uma capacidade timica, inata © estiti- cca, mas composta por capacidades miltiplas e passiveis de estimulagdo. Além disso, valoriza a idéia de que em nos- so pais hé neeessidade de adaptagfo ou elaboragao de um maior nimero de instrumentos, para possibilitar uma avali- ago intelectual mais ampla, no sentido de no se restrin- gir & compreensio das capacidades tradicionalmente investigadas, Referéncias Aiken, L.R. 2000) Pechologicl testing and assesment, Boston: Allyn & Alfonso. C, Plana 1D. P, & Ravan, S. (2005), The impact of the {CaelHorn-Caril theory on test development snd interpretation of commie and Fhaagan & P-L, Haris (Ores), Comemporaryitliocl assessment thrifts and etuee (pp. 185-202). Nova York: Guilford Almeida, L . (1988) Teorias da ineligecia 2"). Porto: Jornal de Psco ogi Brody, N. (1982) Intelligence. San Diego: Academie: Brody, N. (1994). Cognitive ables, Pryhologcal Scene, 5, 65-68, Brody. (2000) Histy of theoves and measurements of intelligence. In 1 Sternberg (Ore), Handbook of inellgence (pp. 16-33). Nove York Cambridge University res ‘Burs, RB. 1999, Surveying the cognitive tran. Educational Researcher, 2302), 3537. Cal, 1B. (1993). Hamas cognitive abies: a srvey of fectoranastic studies, Nov York: Cambridge University Pres (Carol, B. (1997), The three-stratim theory of cognitive abilities. nD, Flanagan, J. 1, Genshaft, & PL, Harrison (Ones), Contemporary Imtliectualasesement theories, tts and issue (pp. 122-130), Nova York: Guilford, ‘Carol. 5B. (1998). Human cognitive abies: rie. In. J McArdle & 1. W. Woodcock (Orgs), man cognitive abies in heory and practice (pp. $23), New Jesey: bau Call, RB. (1971), Alte: their strctre, grt, and ation, Boston: Houghton Mii, el, RB, (1987, nellgence: structs, growth and action Anse lever demic abies. nD. P Ctl, RB. (1998), Whee is inllgence? Some answers om the iaie theory. In J.J Merde & R, W. Woodcock (Ong), Human copnive abies i theory ad practice (gp. 2938), New Jey: Fsbau, Cronbach, L 1 (1996), Furdamentos do festagem poicoligica. Poa Alegre: ysenek HJ. (199), Special review of Carol, Personality and India Daperences, 16,199. Fore, E. & MeArdle, J.J. 2004), An experimental analysis of amie bypotheses about copie able and achievement fom childhood | catly adulthood. Developmental Psychology 0,935.982 Fiorello, ©. A. & Primerano, D. (2003). Cattell Horn-Carell cognitive sessment in practice: eligibility and program devslopment issue. Payohology athe Schools, 2, 525-536, Flanagan, D.P, & McGrew, KS, (1998), lterpeting intelligence tet rom ceerporayGI-Ge theory: joint confirmatory ator aly ofthe WER, and KAIT ina nonovbite sample Jouraal f School Pryckologs, $62), sim, Flanagan, D. P, McGrew; K. S.,& Ortiz, , 0, (2000), The Wechsler Intelligence Seales and CHC theory: a contemporary approach 0 Interpretation, Boston: Aliya & Bacon. Flanagan, D.P,& Ortiz S., (2001. Essent of eros bate assessment Nova York Wiley, Floyd, RG, Bergeon, R., & Alfonso, VC, (2006), Catel-form-Carol cognitive silty profiles of poor comprehenders. Reading and Wrtng, 14, 427456, no, H, Korhaber, ML. & Wake, W.K. (198. Inteligcia: mails eripetvas. Bort Alegre: Ares Médias ‘usta, (198, Hierarchical models of individual differences in cognitive ables le RJ Stenborg (Org), Advances un the preology of human Imcligence (pp. 35-71) New Jey: Elbaum ‘Gusta, I, & Undo 1.0, (196) Individual ilferenes in copmtive Seton. nD. C. Berliner & RC. Calle (Ores), Handbook of educational vcholog (9p. 186.242), Nova York: Macmillan. Himgvist, K., Gortafson, I. F,, Muthéa, B, 0, & Nelson, G (1994). erarcicalmodsie of ity tndvidls and clas levee, ftligenc, 19, 165-187, Horn, 1 L (1985). Remodeling old theories of imteligence:GF-Ge theory. 08. B, Wolman (rg), Handook af nteligence (pp. 257-300). Nova York Wiley. Horn, J-L (1991), Measurement of itllecua capabilities a review of thou. Tn KS. MeGrew, J K. Warde, & R, W. Woodcock (Orgs), Boodeuc Lohason technical manual (pp 197-282). Chicago: Riverside Hor, JL, Donalds, G, & Eagstim, R. (1981). Apprehension, memory ud ud intlignce deine in aultnod, Research on Aging, 3, 38-84 Hoo, JL. Nol (1997) Human eogiive capabilites: Ge theory tn 1D. Flansgan, JL Gonshaft & PL laiton (Org), Contemporary intellectual assesment: theories, tess, and issues (pp. 3-91), Nova York Guilford orn, J. Stanko (1982), Autry and visual factor of intelligence Imstigence 6, 165-185 Patricia Wale Schetini, doutora em Psicologia como Profissio eCiénci Tica de Campinas, éprofessora adjunta na Universidade Federal de S Teoria das ineligencias fuidae crstazada 329 even, A.B (1994). Charles Edward Speman (1862-1945. tn J. Serberg (Ore), Encyclopedia of aman intelligence (pp. 1007-1018). Nova Yor: Meare.) 2001). Aten ieence score sprosch lng] dame structural analysis In R, Codeck, 8, do Toit, & D. Sarbom (Ores), Sructral equation modeling: present and future. A Festchrft in honor (far Srestog pp. 341-380. Lincolnvood, Minos: Scientific Sofware Inxemationa “McGrew, KS. (1997). Analysis th major intelligence batteries according o 4 proposed comprehensive GFGe famework. In D. P. Flanagan, J 1. (Genshafl, & P-L Harison (Org), Contemporary ieee assessment ‘eores, tests, and sues (9p. 181-119). Nova York: Guilford MeGrow, KS, Flanagan, DP. (1998). The iteligence et desk reference (IDR) ~ G-Ge eos baer assessment. Boston: Allyn & Baces MeGrew, K. S, Werder, J. K., & Woodsock, R, W, (1991). Woodcock Johnson Payche- Educational Batery~ Revised technical manual. Chica: 2: Riverside MeKenna-Matton, B.A, (2005), Sovial competence and cognitive abil ‘thin the Catletorm-Carroll theory of intelligence: an exploratory study of udets in an emotional and behavioral support approved private sohool setting. Tese de doutorado nio-publicna, Temple University, Pennsyvania Nagoshi, CT (1994), The factoranaytic guige to cognitive abilities, Contemporary Psychology 39, 617818 Prim, R. & Almeida, LS. (2000) BPRS Bateria de Provas de Racocino = Manuel Técnico. Sto Palo: Case do Psiélogo Procoe, BLE, Floyd, RG, & Shaver, RB. (2005), Catell-Hora-Canoll broad copntiv abibty profiles flow math achiever. Psyohalogy inthe Schools, 42, 112 Sater, 1. 4 (1992) Assam of children (3 ed rev) Sa Diego: Autor Salle, 1M. 2001), Assxement of children ~ cognitive applications. San Stemberg, R. (1992) 0 que una abordagem em prosesament enforms ot capacidades intalectani humans, In RJ, Sterberg (On), A ‘apacidadeintlectais humana: uma abordagem em procesament de nformagdes (9. 13-16), ort Alegre: Ares Msi Stemberg RJ (1994). 468 factor analyzed data ses: what they tellus and on’ tll us about human inteligence Paychological Science, 5, 865 Thorndike, RM. (1997). The early history of iatligence tesiag In D.P Flanagan, J. L. Genshaf, & P.L, Harrison. (Orgs), Contemporary Illecual Assessment theories, ests and sues pp. 3-16). Nova Yor Gund. ndhein, J. 0. (1981). On intelligence IV: tard a cetoraion of genet ‘ecligonce Sandinavian Journal of Prychology, 22, 281-256, ‘Woodcock, R. W. (1990) Theoretical foundasons of the WIR mestures of cognitive abiliy. Journal of Pychoedacationl cece, 5, 231-258, Woodcock, R. W. (1993). An information processing view of GEC ther. Journal of Pychorducetional Ansesament [Monograph series: WI-R ‘monograp, 80-102 pola Pontificia Universidade Caté- Carlos. Enderego para correspondén- cia: Depastamento de Psicologia, Centro de Educagio e Ciacias Humanas, UFSCar; Rodovia Washington Luis, Km 235; Sto Carlos, SP; CHP 3565-905. el: (16) 3351-8455. E-mail: pwlasche(@hotmail.com 330° parschetin ‘Apéndice A Dez fatores de teoria Gf-Ge de Cattell e Hom Nome do fator Simboto Descrigio Compreensto-Conhecimento Inteligénia Reciocinio Figo Processamento Visual Processamento Auditivo Velocidade de Processamento Meméria ¢ Cuno Prazo ‘Armazenamento © Recupera- so & Longo Prazo Conhecimento Quantitativo Rapides para a Decsso Correia Leitura-Eserita Ge o Gq cos rw Representa profundidade e quanidade de experiéncia e conhecimentosaduiridos.Inluia| ‘compreensio da comunicasdo e tipos de racicinios bascados em process previamente aprendidos. Ge nla €sindnimo de aproveitamento escolar. As deficifneias neste Tatar se caraeterizam pela caréncit de infarmagées, de babilidades lingtisticase dificuldade em processar conecimentos, Definido como 2 capacidade para raciocinar em situaes novas 0 inesperadas, sendo ‘manifestado ne reorganizaio, tansformasio © genealizasio da informagdo. As defiiéncias ‘este fator se caracerizam pea diticuldade em genealizarregras, formar conceitos © ‘observar implicagbes Envolve a habildede par sinttizareatimuls visuis, As defcincias neste ftor podem ser ‘aracctizadas por éifculdades: na orientaglo espacial, na peteepedo da relagdo objet espago, em compreender mapas Eavolve a compreensdo e sintese da configurasio auditiva, excluindo-se a compreensio da Tinguagem, rpeesenada por Ge. Esta capacidade cognitiva & fundamental para a realizagdo de lvidades envolvendo misiea para © desenvolvimento da linguager. A deiciéneia neste fator pode ser caracterizada por dificuldades em discriminar sons Fats relacionado & ea A deicineia neste fator pode ser reprevetada pel lentigo em execu arfis com e pouce ditculdade cidade de relia rapidamentetaefas comuns em um limite de tempo, vole apreensdo e uso da informagdo em um euro perlodo de tempo. A deficineia neste fator& carcterizada pele diiculdade em recordar uma informa recém adguirids, Tnmplica no armazenamento e recuperagdo da informacko, As defiiéncas neste fator esto relacionadas 8 diffealdade de recordar informagies importantes © em aprender © recordar Relacionado & compreenséo de concitose relagSes guansatves, bem como & manipslagio {de simbolos numéricos. A deficincia neste for &retetids na diiculdade em tarefas uméri= Definida como a rapidez em fornecerrespostas coretas em problemas de eompreensio & ravioli. Relacionada ds haildades bisicas de letra © eseria uilizadas ne comprosnsio da Hinguagem cscita € na expressdo de pensamentos pelo ato de esrever 331 Teoria das intligénias fuida e eritalizada (a) pmdeaieg pepo (ss) ‘a4 sus op sagupeg eaed aug uy rede on a) ues us yenaaiag ‘odes (ap) operat 3p apepmtamOL (62) oeseryemg 3° apep20i2. (aun seanee P es09t (ea) tea, (na) sagseis0ssy syepsedeg saosey Sereda, sted efotan(d 3 sp apap01%5 (wr) sotH0N oppor 9p s010%0§ Gy) osnuqwes 2 (rat) s1s083 2p apeprede>- o or!npery (yp) maaan To efor. ST easpny spepizede, oo) ‘Seon, 9p apeprede ed opeprong. 7 Un) -mensa exBuyy xed oppndy: 1A euOMIGS. (U9) feEUEID epepHisUDS WS (4) Fanquog oRSea} po: ‘ued BuOUIOH (on) 0 (99) eapsf0x1p spepioede (29) se5031098, ‘husuress390%4 fi -pruodsg_ eup.ay, utd opepisede> 9p apap209. st op ewan 9 oF RoUpONG, (ex) egt0053 Spepsozoe eo4 2P odus 2p Soo (ra) siding p99 opseoy 2p oduay: 9p 2pepseren ‘op osseuns sosexduo3 2pppirojax—appproojze Gun suszeus (a7) 3 ap ssioimy ap seuniog toe) uu ap soir spew aon s ) water pansy Sp pepo 72pEY ap apapisede>, 2 eH eUgKEE, —(D) ePerEBL ousBHN Hp in epetr TL pew qoorpugdy 13 ap seaniuon sapeptondes op sept 2 390 SV 332 parschetin Apéndi eC Representagio da teoria das capacidades cognitivas de Cattell-Hom-Carroll (CHC) Fatores gerais Canada Fatores especificos Camads 1 Inteligincia’ Ractocinio Fluido (Gp) Raciociniol Conhecimento Quantitative (Ga) Inteligencia/ Raciocinio Cristalizade (Ge) Memérla # Curto Praze (Gsm) Inteligencia) Processamente Visual (G0) Inteligéncia) Processamento Auaitive (Ga) Armazenamente ¢ Recupe= rasio Associativa n Longo Prazo (GI) Velocidade de Procetsamento Cognitive o) ‘Tempo! Velocidade de Decisio/Reagio (Gt Leitura-Escrita (Gr) Raciovinio Seqencal Geral (RG) adupio (D Raciocinio Quantitative (RO) CConhosimento Matemitico (AM) Desempenho Matematica (43) Desenvolvimento da Linguagem a CConhecimento Léxico (PL) Capacidage Audiiva (LS) Informagdo Geral (K0) Jnformagio sobre a Cultura (&2) LExtensbo da Meméria (MS) CCapacidade de Aproasizagem (L1) Visualcagio (72) RelapBes Espacias (SA) Memra Visual (47) Welocidade de Finalizagbo (CS) Fewihilidade de Fiaiasio (CF) Collificagio Fonética (PC) Diseriminagdo da Lingugem Sonora ws) Resisténcia a Estimnloe Auditvae mente Distorcidos (UR) Meméri para Padres de Sons (UM) Meméria Associtiva (MA) Meméria para Signiicados (MM) ‘Mem6ria Espontines (§6) lagna de Iasi (FD lugseia para Associag sa) ‘Velocidad Perceptual (P) Welocidade de Resposta a0 Teste a) Tempo de Reagio Simples (RI) Tempo de Reagio para Escolha (R2) Decodificagdo da Leitura (RD) Compreensdo da Leiture (RC) CCompreensio da Ling. Verbal (¥) CCapacidade para Completar Sentengas (CZ) ‘Raciocino Piagetano (RP) Nelocidade de Raciocnio (RE) Informagio sobre a Ciéncis (K1) Desemipenbo em Googratia (43) ‘Capacidade de Comunicagio cy ‘Meméria de Trabalho (MH) “Aniline Espacial (85) Integrasio Perceptual em Série en, ‘Estimagio de Comprimenta (LE) Discriminagdo Geral de Sons (U3) ‘Localizagio Temporal (UK) smusical (UI.U9) ‘Manutensio © Avaliaglo do Ritmo (U8) lugncia pi Expresses (FE) Fevlidade de Nomeor (VA) Flugncia de Palavas (F) ludncia Figural (FP) Flenbliade Figural (£99 Faclidade Numésica (N) Velocidade de Processamento Semintico (R4) CCapacidade Onogriics(S¢ Capacidade de csita U¥A) Produgdo Oral Fluéncia (OP) Sensibilidade Gramatical (7) Profiiéneia em Lingua Estrangena (KZ) “Aptidio pura Lingua Estrange- nia) Percepgio de Thsdes (1) “Altemagdes Percepivas (P3) Imagens (JM) Diseriminapo da Durago do Som (U5) Discriminago da Fregiéncia Sonora (U5) Limiat da Audigdo © Linguagem WAUTUY) ‘Tom Absoluto (UP) Localizagdo Sonora (UE) Sensibildade py Problems (SP) ‘Originalidede/Crstvidade (FO) ‘Capacidads de Aprendizagem wD) ‘elocidade de Comparasio Mental (87) ‘Contecimento do Uso da Lingua Nativa (BU) Velocidad de Leitra (RS)

You might also like