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@ DISCURSOS POS 25 DE ABRIL Samora Machel BS frelimo vencerd iEDIGAO CASA DE MOCAMBIQUE: - RUA DOS CONDES N:27-20eTELEFONE N: 365680-369777 -- LISBOA MENSAGEM DE_SAMOTA M- MACHEL AOS MILITANTES: om DA_FRELIMO EB AO POVO MOCALBICANO Camaradas No dia 25 de Abril teve lugar em Portugal um golpe de Eetaia quedér— rubou o regime de Marcelo Caetano. 0 golpe de Estado foi organizado por um mévimento que surgiu no interior do exército portugués, denominado @ Movimento das Porgas Armadas. Este movimento depois de tomar o poder transmitiu-o a uma "Junta de Salvagiio Nacional" composta por oficiais das Forgas Armadas Portuguesas. © golpe de Estado, segundo declaram os seus autores—o Movimento das Porgas Armadas—visa solucionar a crise proftinda que atravessa 0 re gime e a sociedade portuguesa no momento actual. Como todos sabemos ta crise é devida & guerra colonial em que o governo colonialista empenhado ha mais de 13 anos. e No seio do povo portugués desde hd muitos anos se tinha vindo a ma- nifestar a oposig#o em relag&o & guerra colonial. Esta oposigéio crescen te reflecte a tomada de consciéncia do que é a opressilo do nosso povos sim como dos povos de Angola, Guiné~Bissau e Ilhas de Cabo Verde,S.Tomé e Principe e outras coldnias, nfio beneficia os interesses do povo portu gués e de que a nosea luta de libertag&o ¢ uma luta justa, porque nos nos batemos pela conquista dos nossos direitos fundamentais, a indepen- déncia e a liberdade. 0 povo portugués que ja perdeu muitos dos seus filhos na guerra colo nial de repressio, compreenteu que esta guerra nfo corresponde a defesa dos seus interesses, mas sim aos das grandes companhias monopolistas rr tuguesas e estrangeiras, que exploram o povo portugués assim como os po vos das coldnias. Neste momento, nds saudamos o combate de todos os democratas e anti- ~fascistas pwrtugueses que corajosamente tomaram e continuam a tomar po sigdes claras contra a guerra colonial e pela nossa independéncia. Esta tomada de consciéncia ¢ pois devida em primeiro lugar A determi nago dos nossos povos que nfo hesitaram em enfrentar os mais duros sa- criffeios para conquistar os seus direitos fundamentais. Wo decurso da luta armada de libertagtio © povo mogambicanossob a di- recglio da PRELINO,teve grandes sucessos:libertou largas regiéee da domi nagfo colonial, o povo mogambicano reconquistou pela primeira vez desde hd aéculos @ dignidade de homens livres e o exercfoio da sun livre so- ‘ Pag. 2 verania;desferiu golpes severos contra o aparelho colonial de doninagio e repressio,infligiu ao exéreito colonial perdas severas em honens e materi- al de todo o tipo. No plano internacional,o nossa lute pernitiu a ofirnagfo da personali- dade do Povo Hoganbicano e ganhou o respeito e a admiragfo de todos os Po- vos do mundo Em particular nos dois dltinos anos,a nossa lute conheceu sucessos es- peotaculares quando 69 planos colonialistas para bloquear u nossa luta frg cassaran e os combatentes da PRELIMO-comegaram a operar na zonn central do pafs,noneadanente na Provincia de Manica e Svfala,desferindo golpes sever— oo noo centros senof{veis do nparelho de exploragiio colonialista e inperia- lista,e eotendendo cont{nuanente a luta armade para o sul do pats. e Estes sucessos setearan o pinico no seio do colonialisno e convenceran- -no de que a vitéria exclucivanente militar jd nfio era poss{vel perante a determinagiio do Povo Moganbicano e a capacidade pol{tica e militar da sua organizagio dirigente,a PRELIMO. No plano internacional,um ntimero cade vez maior de forgas,pertidos,go- vernos e organizagdes inbermncionais tais como as Nagées Unidas e as suas agéncins especiclizadas,tém condenndo a pol{tica colonial portuguesa e re- conhecem 1 PRELIMO como o leg{timo representunte do Povo Nogumbicano. 0 isolamento do colonialismo portugués no plano internacional tornou- -se quase total:dos pafses africenos até mesmo alguné aliadus tradiciona- de Portugal, incluindo certos membros da OTAN,dus organizagdes e parti- pol{ticos das mais diversas tendéncice até orgunizcedes e entidades re ligiosas,incluindo o propio Papa, intimerae vezes se tém leventado no mundo inteiro condenando a barbaridade do colonialismd portugues. 7 Hoje toda a opinifio mmdinl gpoin plenamente a luta do Povo Mocambicano pelo libertagio do seu pafo porque compreende plenamente 2 justica da sua causo. A luta arma de libertagfo nacional foi deseneadeada para por termo & dominagiio colonial portuguesa. Invadido e ocupndo por um pais .estrangeiro,privado de todos os seus di- reitos pol{ticos,submetido 2 exploragfio do seu trabalho e das suns riquezas pelos monopélios capitalistas,privado da sua personalidade,cda sua histérin @ da sua cultura,o Povo Mogambicano jamais se vergou & dominagio colonial. oan vote peaecrnaay da exploragio e da repressfio e dos massacres, o Povo Mogambicano cpmpreendeu claramente que estas manifestagdes nfo eran © resultado dos erros do colonialismo ms que eram’inerentes 4 sua propria natureza. q Enquanto houver colonialismo, enquanto houver dominagfio e exploragfo de um povo por outro, sempre haverd opressfo, torturas, massacres e descri minagdes. Ao pegar em armas em 25 de Setembro de 1964 0 Povo Mocambicano sob a direcofio da FRELIMO afirmou bem alto que nflo recuaria diante do sacrif{cio da propria vida para por termo a dpminagiio estrangeira. Dada a recusa per- sistente do governo colonialista portugués em conceder por métodos pacifi- cos a independéncia so Povo Mogambicano, 2 FRELIMO proclamou a insorreii geral armada contra o colonialismo portugués, até & conquista da indeper™ dénoia nacional completa, Unico meio para realizar’a libertagfio politica} econdmica e social e ufirmar a personalidade cultural do Povo Mocambicano. Em 1964 estaveamos em grande inferioridade de forcas perante o colonia~ lismo portugués. Mas armadod da nossa determinegfo e da nossa unidade e do apoio das forgas anti-colonialistas de todo o mundo, guiados pela linha correota da FRELIMO, de fracos transformamo-nos em fortes desenvolvendo a luta polf{tica e armada que permitiu libertar largas regides do nosso pafs onde o nosso Povo comegou a beneficiar dos frutos da liberdade e onde cres ce o verdadeiro poder democratico e popular para benef{cio das largas mas- sas do Povo Mogambicano. A luta estende-se continuamente para novas regi- Ses e cada vez mais populagées participam activamente na luta armada. e Mas nas zonas ainda ocupadas, os militantes da PRELIMO desenvolvem o trabalho pol{tico e de mobilizagio no seio doe massas que aguardam ansiosa mente o desencadeamento da acco directa na sua regifios Como rengiu o colonialismo portugués perante o desenvolvimento da nos- Sa luta? De Salazar a Marcelo Caetano o inimigo intensificou cada vez mais @ repressfio procurando aterrorizar o Povo Mocambicano e sufocar as suas as piragdes: multiplicou os crimes, as prisdes, as torturas, os bombardeamen- tos, 08 campos de concentragiio. Diante do desenvolvimento cont{nuoda guer- ra, 08 oh militares colonialistas, recorrem entilo & tictica das gran dse ofensivas como a operagio "N6 GORDIO", que foi derFétada vergonhosamen te. c Os acontecimentos que acabam de ocorrer em Portugal esto assim intima mente ligados a0 desevolvimento da nossa luta armada, sfio um reflexo do combate anti-colonialista, pag. 4 0 golpe de Estado teve lugar em Portugal: as transformagdes a que e- le dard lugar poderfo conduzir ao estabelecimento de democrucia em Portu gal. Née consideramoe esse facto ume vitéria pare o Povo Portugués, vitd ria com a qual nos alegremos, pois a nossa lute nunca foi dirigida con~ tra o Povo Portugués que estava ele proprio oprimido pelo fascismo. Em Hogambique, porém, o colonialismo continua e, enquanto ele conti- nuar 0 Povo Mogambicano continusré oprimido. $6 o derrubemento do coloni Lismo portugués poderd dar 20 Povo Mogambicano os seus direitos, pois so a independéncia permite realizar a libertagfio completa e a afirmigio da nossa personalidade mocambicana. Como dissemos em muitas ocavides, niio nos batemos para sermos portu- gueses de pele preta; temos a nossa historia, temos as nossas tradigdes, e temos a novea personclidade que desejamos afirmar como Povo livre e sobe rano. A lvta armada pela conquista da nossa plena independéncia tem progre dido gregas & identificagio total do nosso Povo com este objectivo, le- vando-nos de sucesso em sucesso, Desesperado com a expenstio cont{nus day chamas do combate libertadoy © exéreito colonial passou a recorrer de forma sistem{tica nos massacreo de populagées, mutundo dezenas e centenns de pessoas, como aconteceu em Mocumbure, em 1971, em Wiricmu em 1972, em Chawola em 1973, em Inhaminga em 1974, pore referir somente alguns dos massacres mais bdrbaros que che garam ao conhacimento da opinifio internacioml. @ Que resultados obteve com estes missacres?Conseguiu desencorajar o Povo ilogambicano? Ben pelo contrério. Estes massacres em vez de desmoralizur, so servirom pora tornar mais clera a face real do inimigo. 0 espfrito de resisténcia tornou-se ainda mais forte e mais determi- nado, a luta armade estendeu-se ainda com mais vigor para novas zonas. © inico resultado de intensificagtio da repressfo foi o de criar uma crise interna e um isolamento Internacional sen precedentes para o colo- nialismo portugués. Perante 2 determinagZo do Povo Hogambigano e ov sucessos da luta ar- mada da libertegiio nacionel, certos sectores no seiv do préprio exército Portugués puseram em causa a polftica coloniclieta de represstio dos di- reitos leg{timos do Povo Hogambicano fi sus independéncia. pag. 6 . forna-se pois clero que o coloniclismo portugués nfo pode genhar a guerra no plano militar. Que conclusiio resta tirar? Se a guerra nfio pode ser ganha, a unica solugfio é 0 reconhecimento de que a forge nfio pode reprimir a voptade do Povo Mogambicano & independéncia e que a tinica solugfio é o reconhecimen- to do direito do nosso Povo & sua libertagiio e independéncia totais. No entanto ou sectores reaccionérios nfio desurmam: conscientes de que nfo poderiio ganher a guerra e que caminhan para a derrota inevitdvel tentam recorrer « menobrus que eles chamam"solugéo politica". A nossa experiéncia tem mostrado que cada vez que o inimigo conhece derrotas no campo militar, ele recorre a manobrus. Tivemos oc:sifo de ver no passado como ele tem recorrido & sobversio, infiltragio de agen- e tes, assassinatos de dirigentes, incitagdes 4 desercfio, tentativas de es timular ideiae reacciondrias no nosso seio. ~ No plano da propaganda o inimigo recorre A mistificagiio pol{tica,uti lizando termos como "autonomia" e "autodeterminzefio", que ele deturpa e pelos queis ele procura desmobilizar a opinido publica, nacionsh e inter nucivnal. O governo de Caetano era perito nessas manobras que se tradu- ziam pela utilizagifio de nomes novos e pele mudanga das designagdes: cha- mou "Hogambique" Estado, chamou a Unifio Wacionel, AéN.P., chamou & PIDE~ DGS. iles se os nomes wudevam o Povo Llogumbicano era cada vez mais oprimi do, a repressiio ern intensificada, u guerra colonial tornava-se cada vez mais barbara. No momento actual, ao meomo tempo que em Portugal forcas democrdéti- e cas cada vez mais numerosus se pronunciam contra a guerra colonial e pe- le independéncia dos Povos das coldnias, os sectores reaccionérivs que vivem da exploragfio do trabalho e da pilhagem dos recursos naturais dos Povos das coldnias, nfo se dio por vencidos. Bm Hogambique, estas forcgas estio activas e beneficiam do apoio dos pafoes racistas vizinhos — a Africa do Sul e a Rodésia. Bates grupos, desesperados com a queda do Caetaniomo que lhes fez perder o controle to tal da eituagfio de que dispunham até agora, vio fazer todos os esforgos para se oporem a independéncic do nosso Povo. 4 sua acgiio vai situar-se principalmente em dois planost intensifica gio da repressfio e multiplicagio das manobras com o objectivo de encon- trar novas formas para manter a dominagio colonial. A pag. 6 Devemou estudar e prever as formas que viio tomar tais manobras para saber como noo opér a elas. Vamos assistir & criagfo e reforgo de grupos fantoches colaboracio= nistas ao servigo d6 colonialismo, cuju tarefa sera a de procurar mos- trar que o governo colonialista portugués esté a satisfazer as aspira- gdes do Povo !locambicano 4 independéncia. Todas estas monobras vican cemear a confusiio gfim de criar a ilusfo de que j% somos independentes e que por isso jd nilo devemos lutar, A cring&o e 0 reforgo de grupos fantoches serd acompanhada de inten- edficagio do recrutemento de tropas funtoches tais como os GE, GEP, Com- panhis dos Comandos de Mogumbique, FLZCHAS e OPV, que serdo engejados na repressiio de forma crescente a fim de mascerar a agressfic estrangeira e resentd-la como guerra civil entre mogumbicunos. Nos planos das forgas reaccionirias e colonialistas a reprevs%o con- tinuard e intensificur-se-d abatendp-se com forge sobre todos os naciona listas: a prova € que em iocambique, a PIDS-DGS nié desaparece, apenas gendo os mesmcs criminosos da PIDE-DGS integrados dentro do exéreito. Ae forgas reaccionirias vip dedicar-se, em particular, & intensifica gfio do trabalho de infiltragiio de agentes nay nossus zonas, como objec— tivo de difundir as palavras de ordem do inimigo, semear 2 confusio, mi- narna discipline no seio das forgus armadas e perturbar o trabalho da re construct© pocional nav zonas libertadas. Vamos assistir ao luncamento de apelos, por meio de panfletos e por Meio da rédio, como o fizeram outros traidores no pausado, procurando in citar os combutentes e a populagiio a renderem-se. Convencidos do mito rncista dx inferioridade e incapacidade dos afri canos, as forgas colonialistas que recusem a aceitar que o Povo Mogambi- ceno seja capaz de lhes inflingir as derrotas que vén sofrendo, vio in- tensificar a sue propaganda que pretende apresentar-nos como agentes de forgas estrangeiras. No plcno internacionsl, as menobrus tarfo como objective enganar a@ 9 pinifio piiblica internacionei, procurundo cprosentur o Povo Mogumbicano como Povo jé livre e que cceita de sun livre vontade a dominagiio portu- gueva, acoim como ja hevin tentado Marcelo Cuetano- Algune mogcmbicanos fantoches serfio levedos pare circular atravez do mundo para defenderem © colonialismo portugués. ver 7 Serd que tais manobres poderde ter sucesso? Para responder a esta pergunta devenos mais ume vez recorrer & expe- riéneia do passado. Quel foi o resultado das iniimeras manobras que o ini~ migo tentou no passado? Em primeiro lugcr devemos sublinhar que cada nova manobra apareceu sempre como resultado de uma nossa vitoria, de um nossu progresso no pla no polftico-militar. A@ manobres a que av forges reacciondérias vio recorrer neste momento, serfio também, como no passado, tentutives.de responder nos grandes su- cessos que a nossa lute obteve ultimamente, Mas aeoim como av tentativas anteriores fracassaram, também as mano- bras futuras fracassarfo. 0 novso Povo evté maduro politicumente, unido solidamente em torno da PRELINO, grigas i experiéncic de 12 anos de luta pol{tica e militar contra o exército colonial e contra todo o tipo de ma nobras subversivas. Devemos, no entanto, estar particularmente atentos & miltiplicagiio de crimes contra p populacio africana e europein, que 08 coloninlistas vo procurar atribuir & FRELIMO como tentarum anteriormente. A este respeito, a PRELIO deselfa reafirmar mais ume vez, qlaramenta a sua polf{tica em relagfo & populagio civil europeia: a luta armada de Lidert; gio do Povo Mogambicino tem como objectivo a libertagiio completa do Povo Mogambicano, do sistema colonicl portugués: os seus alvos silo o aparelho militar, policicl, administrativo e econdmico de dominugfo. To= dos aqueles que vivem do seu trabalho honesto nfio constituem objectivo Para ao nossas ermas. A PRELINO nfio opera qualquer descriminagio nao suas fileiras? mocam- binanos de todas as rassas, vrigens e confissdes religiosas sfo membros da PRELIMO desde que se disponham a luter contra o colonialismo portugués @ sigam o linha pol{tica da FRELIMO, que visa conquistar a independéncia total e completa de Mogumbiquer do ponto de vista polftico, econdmico, socicl ¢ cultural. Por esta razio queremos chamer a atengfio de certos sectores de popu- lagfio europein que est&e 2 ser nenipulsdos por grupos ultra-reaccioné- rios que oo incitam contra 2 populacio africun: ¢ contra a PRELINO com o objectivo de criar uma guerra racial entre bruncés e pretos em Logambiqu. Estas forcas ultra-reaccionirias e ultre-racistas, alindas com a Africe 3 pag. 8 do Sul e a Rodésia racistas, estfio preparades fara todas as aventuras, a fim de impedir a independéncia do Povo Mogambicano. 0 Povo iivgambicano deve mobilizer-ce a fim de fazer fradassar tuie nanobras que vieam colo- car o nosso pata nn dependéncia total a: Africa do Sul e da Rodésia. 00 governos racistas destes pefees, que receiom a independéncia de Hogambi- que oc prove da mio de obra everiva mogambicana, gragas 4 quel fazem fun cionar ao suns exploragdes minciras ¢ plentugSes, que de putro modo seri am anti-econdmicas, furfo tudo para utilizar os colonos brencos de iéogam ‘bigue como inotrumentos da sua polftica. A populagio europeia deve desassociar-se dessas manobres que sio con trérino aoy seus interesses e 200 do Pavo Mogambicanc. Koo mogambicrnos brincos, homens ¢ mulheres, jovens e velhod, traba~ Uhodores, estudantes, intelectuaic, empregedos, funcionérivs e outros, eujo apoio e participugfio 4 luta de libertac&o tem vindo a cresce>, o cit jos sentimentos nacionnlistas constitueh uma raziio de orgulho para o Po- vo Mogunbicuno inteiro, cabe intensificar decisivemente a aeglic no qua- @ro da PRSLINO, para fazer triurfar 06 noseos ideais de liberdade e inde pendéneia total e completa de Mogambique. A guerra coloninl ceré intensificada,mas sera, so meoto tompo, acom~ panhada de uma campanhe demag‘gicn sobre e paz, procurando acusar a FRE- LIMO de ser « rowponsdvel da guerra, © Povo Hogambicuno, op conbatentes du FRELIMO que offo 0 Povo Mogambi enno em erm:s nfo oflv proficioncis da guerra: querem o paz, mas a paz que queremos, a paz real, nfo pode existir enquanto o colonialismo domi- nar o nosse Povo. 4 paz ¢ insepurdvel da independéneia naciunal, pois 88 com a indepen aéncéa nacional terminerd a guerra e haverd paz em Mogambique, camaradas, 44 manobras que se aproximam sfo poi ume repetigio embora mais in- tensa das manobras precedentes: importa por isuo prepararmo-nos para re~ chagd-las em todos os plenos. Devenos em primeiro lugar reforgar ¢ cunvolidar @ nocoa unidade, po~ Lftica e ideoldgica, continucr a mobilizar o Povo Mogambicano on volta de bandeira de PRELINO e dus paluvras de ordem de independéncia total e completa de Hoganbique no plano pol{tico, econdmico,socical e cultural. pag, 9 : 86 a independéncda total e completa poderd permitir aos mogembicanos @irigirem o seu pafs, libertarem a suc cconomin de duminugiio dos monopo- lios estrangeiros, accbcrem oom « exploragtio e fuzerem viver e desenvol- ver a sua cultura, Devenos intensificar ¢ evtonder pera novas zonas a luta armada de 14 bertagto nucion:1, que nov permitiu alcengar jd grandes sucessos, a fim de acelerar a derrocada dp colonialiemo portugués. Devemos intensificar 1 mobilizegio e explicagiio dy programa da PRELI HO, tanto junto dos militantes como junto du populago, 2 fim de conso- lidur a nossa Organizugiio e as nossa estruturas, reforgur o poder popu- lar, tinico instrumento ccpaz de » rvir ov interesses das largas massas e dur o verdedeiro contetido & independéneia, justificando assim os intime- ros sacrif{cios que temoo consentido. Devemvs denuncier todos ov grupos fantoches compostes de velhos e no vos lacuivs pretos e brencos co servigp do colonialismy portugués a fim de os neutralizur. Devemus reforgur a vigilincis contra us tentativas do indmigo de in- filtrar agentes nas nossas zonas, ebtando atentos contra todas as pale- vras de ordem que visem semear a confucfg, minar a désciplina, ou dimi- nuir o reforgu da luta. Imperméabilizemos na nosses fileiras contra a infiltragiv do inimigo @ dos seus agentes, em prrticular contra a tentativa de desvirtuer a na- tureza do nosvo combate, tentendo transformé-lo em guerra rucial. Neste momento em que & nossa luta, assim como a luta dow Bovos ir= e mos de Angolu, de Guiné-Bissau e Cabo Verde, se nootrou cupaz de criar uma crise sem precedentes em Portugal, que anuncia u derrvcada do coloni alismo portugués, devenes mobolizar-nos para generaliger @ néssa ofensi- ve_em today as frentes desde a luta armeda 4 reconstrugfo nacional, para desferir golpes ainds mais duros e ucelerar'a derrote do coloniclismo portugués e do imperinlisno. Unamo-nos, refercemoy 4 noose unidade pol{tica e ideoldgica, intenoi fiquemos 2 lute pers cunquistar « nossn libordede e « youva indepondénci Q, reulizondo na pritice o nocsn pilavre de ordem que ¢ mais cetual do que nunca: Z WT, CONTINUA. INDAPENDENCIA OU HORTE. VENCERSHOS . SAMORA MOISES MACHEL Presidente da PRELIMO MENSAGEM DO CAMARADA SAHORA HACHEL 24/7/74 Vivemos um momento exaltante da nossa histéria em que a luta armada de libertagio nacional,a revisténcia patridtica das massae unidas pela PRELI MO do Rovuma ao Maputo provoca o desmbronamento do regime colonial portu- gués. A determinagfio inabaldvel do nosso combate e dos povos immiios de An gola ¢ da Guiné-Biseau conduziu 4 fqléncin o regime colonial fescista de Marcelo Gaetano. 0 leg{tino dever internacionalista de solidariedade perni te-nos afirmar que com a nossa luta,os nossos sacrif{cios jé contribuimos para libertar o povo portuguée nosso eliado,duma longa « abominével opres- affo. 0 nosso combate foi beneficia# os outros povos porque sempre souben- os defenir con correccfio a natureza do inimigo,dos alvos,objectivoo e mé- todos da luta. As vitdrine da nossa guerra popular de libertagiio ligadas gueda do regime fascists na metrépole colonial crinram condigdes para que nas zonac ocupadas,largas massas do novso povo afirmascem clara e pu- blicamente « sun decisio de conquistar o direito mis sagrado e inaliend- val: A independéncia total e completa de Mogambique. Face a esta situaciio, © colonialiemo intensifica as suas manobras: revestindo-se de uma fachada de democracia que sempre combateu e combate,o colonialsimo desesperadamen te, longa em novos e vazios jogos de palavras, Armundo-se em defensor do Povo que sempre oprimiu e opréme, o coloni:liemo tents, sem pudor, disfar- sar-se em defensor das mcoas. Criador de divisdes, funentador do racismo, © colonialismo pretenfle ainda apresentar-se como promutor da coexisténcia © relagSes harnoniosas entre os diversos grupos lingufstocos que compéem © nooso povo. Derrotudo numa das mais sangrentas guerras coloniais, o colg lalismo poude ainda perguntar ao nosso povo se desejava ser independente, aro. agressor, responsdveb por massacres selvagens, criminoso de guerra, © coloniclismo diz-se agora pac{fico. Em vio. 0 povo desmascura e rechaga & manobra. Anonimamente, mocambicanos e mogambicunas de todas as ragas, c erengas religiosas e origens sociais, identificam-se com a PRELINO. Regei- tam as manobras divisionistas dos grupos fantuches criados pelo inimigo. Combaten intransigentemente as tentativas de perpetuar o colonialismo sob velhas e novus formas. Nas pluntagdes,nus fdbricas, na estiva, nos caminho de ferro, repartigdes, nus escolas, nu universidade, nas comunidades reli- Giosas, no seio do exército colonicl, em todas as zonas ainda ocupadas pe- 1o inimigp, em todos oo sectores do trabalho, desenvolve-ve impetuose“lute do nosso povo pela independéncia nacional contra o colonialismo e a sua & Guerra de ngressiiv. A unidade do nosso povo, a sua firmeza, permitem que continuamente ve alastre a noses, luta lihertando 2 terra e os homens da do minagiio inimign. Vemos aveim na Provincia ¢a Zambézia que,embora iniciada hd nenos de um més, a luta cobriu jf mais de um tergo da Provincia, mobili pag. 11 zando 0 {upeto Libertador de negros e brancos irmanados na sua persénali~ dade mogambicana: decistio de conquistar a independéncia da Pitria, ka pou cas semanas mais cinco mil patriotas voluntariaram-se para ingressar has fileiras das forcas populares de libertaghio de Mocambique, Mocambica~ nos de todas as racas, forcades a ingressar no exército colonial, deser- tam e utilizam as suas areas para defender os interesses populares, Com profunda alegria, © Povo Mocambicano saida a desercho de mais de ua ai- lhar de soldados do exército colonial, na aaioria pertencentes aos gru- pos especiais GE e grupos cspeciais paraquedistas GEP, Estes nossos ir- niios coripreendernm que o colonialisno os queria transformar em agressres do seu pove, Eles decidiram-colocar-se ao lado das massas, manifestar a sua personalidade de patriotas mocambicanos, combaterem pela liberdade, Este mgenifico despertar da conscitncia estende-se a todas ag regides do nosso pais, Sujeitos h intoxicaglio da propaganda colonial-fascista, viti mas de numeronas provocagSes cometidas pelos terroristas, n{tida influén- cia de uma Rodésia fascista, a populaciio branca de Vila Pery, convencide polas nossas acgdes que a FRELIMO.é o verdadeiro defensor dos interesses do Povo, o# que vivem do trabalho honesto, querem construir um novo Me~ gambique: fazendeiros e aadeirefros, encabecados pelo Governador de Dis- trito vior encontrar os nosses combetentes, com 0 objective de transfor mar 0 seu Distrito numa zona de Paz, 4 FRELIMO felicita a populacto bran~ ca de Vila Pery, pela sua tomada de conscitu.cia~ acto bistérico, pro - wiseor para o futuro da nossa (Atria, susceptivel, desde ja, de criar no- vas zonas de Paz no nosso Pa, vitéria do combate unit A cringio de zona de Paz, significa a io do Povo pela Independ@ncia hacional, signi~ ica iniciar eu @ais uma regifio 0 proceso de reconstrugho nacional, ¢ inetauragho do poder popular e democrético, Para que essa Paz se torne real na cidade de Vila Pery © nas zonas circunvizinhas, importa que, as avtoridades de facto, adninistrativas ¢ militares, sigan escrupulosamene: ‘io dadas pelos dirigentes locais da FRELIMO, representantes legitiuos da vontade do poder popular, Essencialaente te as instrucd: que Thes: sag instrugdes inplicartio; numa primeira fase, neutralizagho do exército colonial de ocupighio, & peraissfio para os soldados Hocaubicanon de todas as rages de regressaren As uas casas, de virea para as zonas Libertadas, desarmamento das wilfcias e forgas privadas e a tomada de wedidas euérgi- cas contra os grupos terroristas © agentes provocadores; simul tancamente inp@tar& desenvolver um trabalho politico de mobilizagho e orgauizacho day wasens negras © brancas para esclarecivento © consciencializacho, para a descolonizacio mental, colectiva e individual, que a todos liberta ra de complexos de superioridade e inferioridade, cow vista A consolidagfio da unidade nacional, instrumento fundasental para n conquista da nossa independéncia, forca aotriz do nosso desenvolvimento, A posicho politica pég. i2 da populagiio de Vile Paxy integre-se na larga corrente de transformacées quie-se operan na noven Patria, De todas es zonas inde ocupadas pelo aat- migo, chegam-nos numerosus mensagens, abaixo-aesinedos « certess eperari- 08, camponesec, eetudontes, funciondrios de tedos os eaceléee incluinds oe mais clevados, agricultores, conercicnten, industriaie, membros de pro fissdes, religiosos, ergunizeSee de toi» 2 expécie, todos nos escreven afirmanio « sue adesfo peln PISLINO, o repliio “de nonobrae colontelietes Aneluinfo ¢ refersndc © sublinhando ¢ deterninagto en liverter o Pitria. Particularmente cignificetive pare a PRELUX efo os certes enviadas per pegooae que, nfo cende navercis dy Nogawbieue od radiccram nesta terre, identificanio-s BSc Pours, como mocembieance queren edificer a no ese Pétria. 4 tofoe cord a ey $ 9 Povo lecombicano @ que mad nowuas rileiz: I luger abverto pare ceda cogandicano e mogan- @ rics, pare todoe of que es quod) firmer como mogembicanoa, ineluindo 08 que, nfo sondo noturnie de Mocambique, queren viver e construir um no- vo Hogambique. cou © De primordisi inportincia no uomanto actual ¢ a powigfo tonada pelos Soldados engajadoe A forca pelo exército colonial nuns guerre opressora. Todpe noe congratulanos com n atituda corajooa ¢ patriética de 2.000 eol- dedos de Boone e do Guertel de engenherin de Lellerquee deolerando o sex epoio & PEELED « 2 independéncic tetol. Zendo om fir a Pes real, os sol- dedos recuscrom juctamente cerem envindos para as sconas operacionais. De selintar quo nec dois quartéie sete atitude foi epoisda por mumsrosos mi- litares pertugueses; da moema naneirn os fuzileiros nevais estacionado_s ao Chire, mo provinot: da Gambésio, recusaren eer engajedce nas operagdes. @ere stitute 460 colaados om 1.1.,em Boone e no Chire nfo ¢ isvleda. Rece- demos nuitee menpagene de enrgentos e preges inclusive oficicis de escalo- es superiores do exdreite colonial ox Uegatbique, declurandu c seu apoio A coun de. ibdependinoia negambicana e infornando de suc repulsa om par- ticoparen oa negdee contra o nosso Povo & cunbatentes. lis recentemente nume reunifo no U.G. de Nenpula, gronde numero de oficiais euperiores portuguoses, pronunoioran-se pelo fim dae eperagdes contra v nosse Povo © combatentes. 0 Povo Nogembicano, nilitantes o combatentes « Comité Cen tre] do FROLUN sefonn a toreda ds povigtic dua espersngas ¢ oficicis por tuguesaa contra n guerre colonial, cancro que rei oc nossvue dois pafses. Bles conpreenieran ate s¢ cneontraven engajadoe nume guerra injuste so servico de intorenses sdrdides. Zetse militeres, diarismente, na cue car ne @ oonaciénein vorren az cunsoquoncins de um. pulftice erininosa, ve- sificarar que o prolongonenty inJtii da guerra estinu-eo eimpleemente a erier ec haves dum sistema que perpsctuy u explorapfo do nosso Povo o ri Quetas pelea Cempanhius monopolistac nultinaciunaio estrengoires, Estes BIBLIOTECA - MUSEU re pég. 15 REPUBLICA ERESISTENCIA . Pracas, sargentos e oficiais que durante dez anos sofrerem por interesses alheios ao Povo Portugués, soberam ausumir os lagos de amizede entre os nogsos Poyos.e querem conduzir e de certo contribuir para a consolidagio desses lagos, & ostes nossos amigos dizemos que desde jd, ¢ poss{vel ins- taurarmos a paz, desde que seja reconhecidy o nosse @ireito fundamental & independéncia. Estas nanifestagSes andnimas do Povo Uocambicano e dos sol ados mogambicanos do exéreite colonial e agure dus prdprivs militares portugueses, demonstra clarcmente que o prosseguimento da guerra ¢ da res ponsabilidede exclusiva du governo colunialista portugués. 0 governo de Idsboa recusa ainda aceitar a yontade clara do Povo Mocambicanu e do pro- prio exéreito portugués, por iseo que agora gio reconhece o direito do Po- vo Hogambicano & sua independéncia completa e totel nem o prinefpio da t transfereéncia dus poderes, que ninde exerce, & PRELINO, legdtima repre- Sentante do Povo Mogambicana. Beta vbstinagtio ¢ criminosa e contréria ag interesses comuns dos nussous Povus e destinam-se exclusivamente a retardar o fim da guerra e permitir em conivéncia com os sequazes do regime coloni- al fascista a instalag&e de terceiras furgav fantoches 2 suldo du imperia- lismo. As cempenhas do provocagay e terrorismo que envolven varios pontos, numeadamente ag cidndes de Lourengo Narques e Beira comprovem amplanente este realidcde, Tal como durante os regimvs de Selazear e Caetano as forgas reeecionarics portuguesas jogan con a vida dus filhos do Povo Portugués no exéreito coloninl para salvaguardar os seus interesses mesquinhos. Neste contextv recai uma responsabilidade particularno nte grava subre a nova a- aministragfio colonial de Mogambique, oncabegada pelo governo de Soaros de Melo. Esta administragfv apenas representa e expréime os interesses estran- geiros, os interesses do colunialicsno. 4 sua tolerancia e culoboragio ¢ elementos feecistas c racistas, a sta pnssividade perante xe provocagtes inerfveis dos terrovistas, a sun caugio A agresedo colonial mostran defi- nitivanente aqueles que #iuda tinham ilusdes que, confurme 2 FRELIUO aeota rou jé aquilo a que o governo portugués chama de govern provisério nfo ¢ Seno uma administragfiv colonial. 0 Povo Noganbicuno inteiro, unido do Ro- vume go Unputo sob s bondcira da FRELINO auer a liberdado, a paz e indepen déneia que sf ineepertveis, 0 coloniclismo portugués serd batido, o Povo livgambiceno venceré. Lan- cones a palavra de ordem mobilizagiv. Orgenizeno-aos numa larga frente uni tdria parn a independéneian nacivanl c a pas. A LW. CONTINUA INDEPENDENCTA OU MORTE VENCEREMOS

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