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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

Odontopediatria II
Aula 1 Indicação
Flúor na Odontologia: - O flúor gel, verniz: uso terapêutico (ex:
mitos e verdades somente quando a criança apresenta lesão de
cárie);
- Flúor presente no creme dental: preventivo.
Considerações Sobre o flúor
- É um elemento químico de alta Relembrando sobre a doença
eletronegatividade; cárie...
- Possui alta capacidade de ligação;
- Forma sais minerais: CaF2, AlF3, NaF, KF (o flúor Antigamente acreditava-se que a cárie
se une com outros elementos); era uma doença infecto-contagiosa, porém, hoje
- Fonte natural do flúor: água; sabe-se que cárie é uma doença biofilme-açúcar-
- É responsável pelo declínio da incidência de induzida. É uma doença multifatorial.
cárie;
- Possui papel importante no processo carioso;
- O flúor no meio bucal pode atuar como
preventivo e terapêutico.

Recusa do flúor terapêutico


Pais recusam o flúor terapêutico para seus filhos.
Algumas razões apontadas:

- Associação com a recusa de vacinas: crença de


que as vacinas não são seguras e levam a
condições de TEA (transtorno espectro autista), Processo DES (desmineralização)
que são preocupações paralelas sobre o flúor;
- Pacientes que se sentem enganados: o - A ingestão de alimentos contendo sacarose
problema em potencial são os dentistas que fazem com que as bactérias excretem ácido
recomendam indiscriminadamente o uso de flúor lático. Esse ácido promove a diminuição do pH
como prevenção para todas as crianças, (menos de 5,5 – pH crítico), que faz com que as
independente do risco, mesmo com evidências moléculas de hidroxiapatita comecem a se
claras em relação a indicação do flúor. dissolver no meio bucal (a molécula se torna
diluída), levando a lesão de cárie inicial.

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Processo Re (remineralização) Meios de utilização do flúor


- O efeito tampão da saliva neutraliza toda ação
1) uso em Meio Coletivo
de desmineralização, eleva o pH da cavidade oral,
fazendo com que a molécula que se dissolveu, se
• Água
una novamente fazendo o processo de
remineralização.
- Baixo custo;
- Alta abrangência;
- Beneficia toda as classes;
- Concentração ótima no Brasil: 0,7ppm.

Após a ingestão da água fluoretada,


ocorre a absorção do flúr pelo trato
gastrointestinal, fazendo com que aconteça a
distribuição através do sangue aos tecidos do
organismo. Após chegar à glândula salivar, parte
do flúor é excretado pela saliva.

Estágio inicial da cárie dental – sem


cavitação. A lesão de cárie em esmalte apresenta
4 camadas distintas:

a) Camada superficial;
b) Corpo da lesão;
c) Zona escura;
d) Zona translúcida.

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• Sal
Figura 1. Quantidade ideal de creme dental para crianças.
- Durante algum tempo foi utilizado o sal
• Goma de mascar
fluoretado, mas esse meio se mostrou não ser o
ideal pois cada indivíduo ingere uma quantidade
- Existem gomas de mascar fluoretadas, porém
diferente de sal, fazendo com que nem todos
não existem estudos publicados que comprovem
consigam ingerir a quantidade ótima e ideal.
sua eficácia.
Sendo assim, a água é o melhor meio coletivo de
fluoretação.
• Bochechos

2) uso individual - Fluoreto de sódio a 0,05% - 225 ppm (uso


diário);
• Dentifrício (creme dental) - Fluoreto de sódio a 0,2% - 900ppm (uso
semanal);
- Método individual; - Indicado quando há atividade de cárie;
- Usado em tanto em Programas de Saúde - Indicado em pacientes alto risco à cárie.
Pública como Consultório Particular;
- Pode ser usado como prevenção ou • Suplementos
tratamento;
- Custo relativamente baixo; - Não existem evidências científicas que
- É responsável pelo declínio da cárie no mundo; suportam o uso de suplementos.
- Método racional: remoção do biofilme +
exposição constante ao flúor;
- Aumento do flúor na saliva;
3) uso profissional
- Capacidade de se combinar com o biofilme,
Aplicação tópica de flúor pode ser:
auxiliando na neutralização dos ácidos
produzidos pelas bactérias;
• Gel
- A partir da erupção do primeiro dente decíduo,
• Mousse
deve-se utilizar creme dental com flúor na
• Verniz
concentração acima de 1100ppm, 2x ao dia. A
quantidade deve ser controlada.
Gel X Espuma

- Gel: escoam com mais facilidade;

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- Espuma: mais fáceis de controlar (escoa menos) § Protocolo de aplicação do verniz:


e possuem um gosto mais palatável.
1) Profilaxia;
Obs: não se enquadram como protocolo de 2) Isolamento relativo com roletes de algodão;
prevenção, e sim de tratamento de lesões já 3) Secar as superfícies com bolinhas de algodão
existentes. e/sou seringa tríplice;
4) Aplicar o verniz de flúor com o microbrush;
§ Protocolo de aplicação de flúor tópico: 5) Remoção do isolamento;
6) Protocolo – 4 semanas.
Utilizar fluorfosfato acidulado a 1,23% (FFa em
gel ou mousse)

1) Profilaxia;
2) FFA gel ou mousse (moldeiras ou aplicação
com pincel ou cotonete por quadrante);
3) Deixar por 1min;
4) Pedir para o paciente cuspir após a aplicação
do flúor;
5) Não aplicar com o paciente em jejum;
6) Não enxaguar após a aplicação. • Cariostático

Obs: após aplicação tópica do flúor, não - Diamino fluoreto de prata;


é mais necessário aguardar 30min para se - É composto por hidróxido de amônia, nitrato
alimentar, como se acreditava antigamente. de prata, hidróxido de cálcio, ácido fluorídrico e
A aplicação tópica profissional não solvente;
oferece risco de causar fluorose, pois é uma alta - Promove a paralização da lesão cariosa
concentração com baixa frequência. Para que a imediatamente após sua aplicação;
fluorose ocorra, é necessária uma ingestão - Sua desvantagem é a estética (o dente se torna
frequente do flúor. A fluorose pode acontecer enegrecido).
de 0 a 6 anos, na primeira infância (nos estágios
iniciais de Nolla, quando o dente permanente § Indicação do cariostático:
está se formando).
- Molares em erupção;
• Verniz fluoretado - Prevenção e inibição da cárie dentária em
crianças;
- Concentração maior de flúor (5%); - Cáries recorrentes;
- O verniz fluoretado é mais eficaz que o selante - Dessensibilização de dentina hipersensível.
para tratar mancha branca ativa.
§ Protocolo de aplicação do cariostático:
§ Indicação do verniz fluoretado:
1) Profilaxia;
- Lesões 1 e 2 ativas (ICDAS); 2) Isolamento relativo com roletes de algodão e
- Casos com hipersenbilidade dentinária; uso de sugador;
- Crianças pequenas que não sabem cuspir.

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3) Secagem com bolinhas de algodão e/ou § Indicação do CIV:


seringa tríplice;
4) Proteção dos tecidos adjacentes com vaselina - Selamento de lesão inicial e modera;
(lábios, gengiva); - Restauração de cárie severa;
5) Aplicação do cariostático com microbrush por - Dente erupcionado onde não é obtido um
3min; controle efetivo da umidade.
6) Lavagem e remoção do isolamento. 1) Condicionamento com ácido poliacrílico;
2) Lavar com 3 bolinhas de algodão;
3) Secar com 3 bolinhas de algodão;
4) Aplicar o CIV na superfície do dente;
5) Aplicar vaselina no dedo e pressionar o dente
onde foi aplicado o CIV, para adaptar o material.
6) Remover os excessos.
• Selante resinoso Obs: no CIV autopolimerizável, o
condicionamento deve ser feito com o ácido
1) Profilaxia; poliacrílico. Já no CIV fotopolimerizável, o
2) Isolamento relativo com roletes de algodão e condicionamento é feito com ácido fosfórico.
uso de sugador;
3) Aplicar ácido fosfórico; 4) combinação destes meios
4) Lavar e secar;
5) Aplicar o selante resinoso e em seguida - De acordo com o risco ou atividade de cárie
fotopolimerizar. ou populacional, estes meios podem ser
combinados;
- Deve fazer uma indicação individualizada.

• Cimento de ionômero de vidro de alta


viscosidade

Pode ser auto ou fotopolimerizável.


Toxicidade do flúor
1) Toxicidade aguda
- Ingestão única de grande quantidade de flúor;
- Dose: 5,0mg F/Kg DPT.

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§ Sintomas: Recusa ao flúor pelos pais/


- Náusea; responsáveis pela criança
- Vômito;
- Parada cardíaca; - Deve-se dar abertura para os pais fazerem
- Morte em casos mais graves. perguntas abertas sobre o flúor;
- Antes de qualquer recomendação seja feita
Se após a aplicação de flúor o paciente sobre a necessidade de flúor tópico, é necessário
apresentar sinais de náusea e vômito, deve-se explicar o risco à cárie da criança aos pais;
orientar o paciente a tomar imediatamente um - Forneça aos pais/ responsáveis da criança uma
copo de leite ou hidróxido de alumínio ou explicação personalizada, como o risco individual
hidróxido de magnésio. para cada criança Ex: lesões de mancha branca
nos dentes da criança devem ser apontadas para
os pais como uma descrição de com o flúor ajuda
2) Toxicidade crônica
a evitar que as manchas brancas ativas se
transformem em cavidades.
- Ingestão de pequena quantidade de flúor,
porém acima dos parâmetros normais, durante a
Se um dos pais continuar recusando o flúor,
formação dos dentes;
discuta as fontes alternativas de flúor e as
- Dose: 0,07 mg F/Kg diariamente.
estratégias comportamentais:

§ Sintomas:
1) Recusa a aplicação tópica
- Fluorose dental. profissional

§ Fluorose: - Higiene bucal de excelente performance e


dentifrício fluoretado.
- Pode ocorrer pela ingestão de dentifrício em
excesso; 2) Recusa ao dentifrício fluoretado
- Influência da dieta e água de abastecimento;
- Dificuldade de estimativa da dose; - Higiene bucal de excelente performance e
- Acomete todos os dentes; aplicação tópica de flúor profissional.

- Deve-se fazer o diagnóstico diferencial, pois 3) Recusa a qualquer exposição ao


pode ser confundido com outros defeitos de
flúor
esmalte.
- É fundamental que os pais compreendam que
a redução dos açúcares e ácidos da dieta torna-
se mais críticas no risco de cárie e a higiene bucal.
Se não for excelente, pode não prevenir novas
lesões de cárie.

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Resumindo... Aula 2

Remoção efetiva de biofilme + redução do


Cirurgia em
consumo de açúcares da dieta= controle da Odontopediatria
doença cárie.

Objetivo
Os princípios básicos que regem a
cirurgia bucal em crianças são os mesmos que
orientam a cirurgia bucal do adulto. Para
respeitar todos os preceitos fundamentais à
prática da cirurgia em odontopediatria, é
impositivo que sejam consideradas peculiaridades
próprias da criança, quer quanto às suas
condições anatomofuncionais, quer quanto à
doença específica, quer principalmente quanto à
avaliação correta da imprescindível e esperada
participação do paciente no controle e na cura
da ferida cirúrgica.
Para o cirurgião-dentista odontopediatra,
esses aspectos são implícitos à especialidade e
estão sendo abordados com intuito de deixar o
patente grau de sua importância participativa.

Preceitos fundamentais
- Peculiaridades;
- Condições anatomofuncionais;
- Doença específica;
- Participação do paciente;
- Colaboração para cura.

Tipos de cirurgia EM
ODONTOPEDIATRIA
- Cirurgia oral menor;
- Bucodentoalveolar (todos os CDs);
- Bucomaxilofacial (especialistas).

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PrincÍpios bÁsicos – Medidas pÓs-operatÓrias


necessidade e oportunidade - Analgésico? Antitérmico? Hemostasia?

O princípio da necessidade: Equipamento odontolÓgico


- Ser considerada a última opção de tratamento; - Seringa tríplice;
- Dar opção à terapêutica conservadora; - Canetas;
- Condições de saúde bucal e sistêmica;
- Sugador;
- Postergar ou intervir?
- Jogos devidamente esterilizados;
- A doença poderá causar interferência no ato
- Mesa clínica organizada;
operatório? - Exame radiográfico;
- Condições nutricionais. - Bandeja e instrumentais fora da visão da criança
(carpule, fórceps, algodão sujo).
O princípio da oportunidade:
- Visa possibilitar o desdobramento do ato
Considerações
operatório, sem agravar as condições gerais do
- CD: cuidado para não interferir nos centros de
paciente mesmo que as condições sistêmicas não
crescimento e nas estruturas em
tenham sido corrigidas.
desenvolvimento;
- CD: ter paciência, ser sincero, compreensivo e
Obs: a evolução para a cura da ferida
ser muito firme no controle da situação’
cirúrgica vai depender das condições favoráveis
- Pais: devem estar bem preparados para não
de saúde local e sistêmica do paciente.
transmitirem ansiedade.

Técnica cirúrgica atraumática


Exodontia – considerações
- Consiste de forma simplista na aplicação da importantes
técnica operatória mais adequada à resolução do
quadro clínico do paciente, fazendo-se o uso - Alguma recomendação pré-operatória?
correto dos instrumentos com respeito integral - Planejamento das etapas cirúrgicas;
das técnicas cirúrgicas; - Posicionamento correto do paciente e CD;
- O profissional deve desenvolver a habilidade - Uso de instrumentais apropriados;
motora no uso dos instrumentais, decidir a - Força controlada;
técnica que seja vantajosa e ter amplo - Estar atento quanto ao medo do paciente (o
conhecimento da anatomia regional. CD que irá orientar e fazer o controle do medo);
- Estar sempre baseado em radiografia;
- Qual o grau de integridade dos dentes decíduos
Medidas pré-operatÓrias
e permanentes? Qual o estágio de rizólise/
rizogênese?
- Qual a técnica cirúrgica?
- A remoção de coroas destruídas é muito
- Qual o padrão cirúrgico? Ambulatorial ou
trabalhosa (considerar essa hipótese);
hospitalar?
- Existe alguma doença óssea?
- Necessidade de medicação pré-operatória?
- Qual será o tipo de anestesia?

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Exodontia – indicação Uso de alavancas para dentes


decÍduos
- Comprometimento dentário muito amplo;
- Rompimento da cripta óssea do germe do - Possuem várias pontas ativas;
sucesso permanente; - O profissional deve estar bem treinado;
- Dentes com cárie que atingiram a bifurcação - Indicação: luxar, expandir cortical vestibular,
radicular; remoção de raízes;
- Dentes com alveólise; - Manusear a alavanca sempre apoiada no tecido
- Dentes com raízes fraturadas; ósseo.
- Dentes anquilosados;
- Dentes com indicação ortodôntica.
odontosecÇÃo
AteNção ao fazer a exodontia: Objetivos:
- Porção coronária insuficiente;
- Evitar fraturas radiculares durante a exodontia;
- Germe do permanente entre as raízes dos
- Eliminar a impactação de dentes retidos;
decíduos.
- Evitar lesão nos dentes permanentes adjacentes.

Uso de fÓrceps para dentes TÉcnica:


decÍduos
• Molares inferiores
- A parte ativa do fórceps deve envolver o colo
do dente; - A odontosecção é feita com broca tronco-
- Quando houver coroa destruída: usar cônica;
elevadores dentais (alavancas); - Clivagem (separação das raízes) com alavanca
- Raízes envolvendo (“abraçando”) o germe do reta.
permanente: os fórceps não são indicados.
• Molares superiores
1) Dentes anteriores:
- A odontosecção é feita com broca tronco-
- Anestesia; cônica;
- Sindesmotomia; - É feito um “Y” no molar;
- Luxação no sentido vestibular; - Remoção das raízes separadamente.
- Pendular/ rotação;
- Remoção. Exodontia de dentes anquilosados
2) Dentes posteriores:
DiagnÓstico
- Anestesia;
- Sindesmotomia; - Fusão anatômica entre o dente e o osso
- Pressão alternada no sentido V e L/P alveolar;
(lateralidade e pendular); - Clinicamente pode ser observado abaixo do
- Remoção. plano oclusal;

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- Pode ter raízes totalmente reabsorvidas mas raio-x. Caso haja resposta inflamatória
não apresentar mobilidade. exacerbada: remoção do germe).

TÉcnica cirÚrgica pÓs-operatÓrio das exodontias


- Remoção do tecido ósseo que circunda o dente - Na maioria das vezes não ocorre complicações;
através da osteotomia, utilizando broca esférica - Colocar tampões de gaze para ajudar na
ou tronco-cônica; formação do coágulo;
- Fazer acompanhamento radiográfico (irá - Receitar analgésico se necessário;
permitir avaliar a posição do sucessor - Recomendar alimentação líquida/ pastosa e fria.
permanente e presença de lesão patológica);
- Fazer a curetagem do alvéolo caso haja algo Cirurgia de ulotomia/ulectomia
patológico.
Consiste na remoção do capuz mucoso que
• Quando suturar? recobre dentes não erupcionados.

- Quando não for lacerar os tecidos;


a) Cisto de erupÇÃo
- Exodontias múltiplas;
- Quando não visualizamos o permanente; - É um tipo de cisto dentígero extraósseo que
- Fio de preferência: fio de seda preta (bem ocorre quando o dente tem dificuldade de
tolerada, não absorvível, de fácil visualização, não irromper ficando com a coroa coberta por um
incomoda a língua e não desata com facilidade). capuz de mucosa gengival;
- Quadro inflamatório de natureza traumática
Exodontia de dentes supra- (lesão bolhosa).
numerÁrios
TÉcnica
DiagnÓstico
- Fazer radiografia;
- Exame clínico: retenção de um ou mais dentes - Antissepsia;
decíduos/ permanentes; - Anestesia;
- Diastema na região de incisivos; - Incisão com lâmina nº 11 ou 15 sempre
- Exame radiográfico. contínua e delimitada.

prevenÇÃo de acidentes b) hematoma de erupÇÃo

- Fraturas radiculares; - Lesão bolhosa (pigmento hemoglobínico –


- Fraturas coronárias; aparência de hematoma);
- Hemorragia; - Quadro clínico: dolorido e incômodo;
- Deslocamento do sucessor permanente; - Cirúrgico indicada: ulotomia/ ulectomia
- Corte ou laceração de tecidos moles;
- Avulsão do permanente (recolocar com
cuidado, suturar, antibiótico e anti-inflamatório +

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Cirurgia de ulotomia/ulectomia - Deve-se fazer a incisão utilizando tesoura


cirúrgica;
- Sutura com fio de seda 4.0 ou reabsorvível;
IndicaÇÃo - Pinça hemostática tipo Kelly;
- Fonoterapia por 15 dias.
- Muitas vezes indicação de pediatras, cirurgiões-
dentistas e fonoaudiólogos;
- Quando há presença de diastema interincisivo
4) Mucocele
não fisiológico;
- Para favorecer a oclusão e tratamento - Cisto de retenção de glândula salivar menor
ortodôntico; com extravasamento da saliva;
- Quando apresentar risco ao periodonto, no - A mucocele é uma lesão nodular com
caso do freio labial inferior. crescimento contínuo;
- Localização: lábio inferior e ventre da língua;
- Tratamento cirúrgico com remoção da
1) Frenotomia lingual glândula.

- Tratamento radical cirúrgico em bebês;


- Colocar anestésico oftálmico seguido de uma 5) Épulis congÊnita do recÉm-
única incisão; nascido
- Colocar o bebê imediatamente para mamar;
- Diagnóstico é sempre multiprofissional. - Lesão benigna;
- Presente ao nascimento;
2) Frenectomia labial superior - Prevalência: maxila e sexo feminino;
- Nódulo único, pediculado, superfície lisa, às
- Antissepsia; vezes lobulado;
- Anestesia infiltrativa bilateral (fundo sulco - A lesão pode ulcerar, podendo levar a cirurgia.
gengivolabial) + anestesia intrapapilar e por
palatina; • Tratamento
- Em seguida deve-se fazer 2 incisões ao longo do
freio, de modo que ambas se convirjam para a Sintomático, mas pode comprometer a
linha mediana (formato de um losango); amamentação. Pode regredir espontaneamente.
- Deslocar o tecido fibroso do osso, remoção do
freio e das fibras; PÓs-operatÓrio
- A sutura com fio agulhado 3.0, remoção de 5 a
7 dias; - Alimentação líquida ou pastosa (fria);
- Retorno em 21 dias. - Compressa de gelo na face;
- Medicação: analgésico, anti-inflamatório,
3) Frenectomia lingual antibiótico;
- Não ficar exposto ao sol;
- Não fazer esforço físico;
- Anestesia regional do nervo lingual de ambos os
- Se o paciente tiver qualquer alteração do
lados;
quadro, comunicar ao CD.
- Transfixação da língua (fio de seda ou usar a
tentacânula);

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BiÓpsia Aula 3

- Características clínicas;
Traumatismo em
- Anamnese; odontopediatria
- Exame físico;
- Exame clínico; O trauma depende da intensidade, frequência e
- Diagnóstico final (citologia esfoliativa ou direção.
biópsia);
- Todas as informações do paciente devem ser Epidemiologia
colhidas: idade, sexo, raça, condição sistêmica,
medicamentos, etc; - Idade: crianças 12 a 36 meses de idade;
- Sobre a lesão: tamanho, coloração, traumas etc. - Sexo: não há diferenças significativas;
- Tipo de lesão: luxações;
- Localização: incisivos centrais superiores.

Etiologia
- Quedas;
- Agressão física;
- Esportes;
- Acidentes de trânsito;
- Pacientes com deficiência;
- Usuários de drogas.

Fatores predisponentes
- Descompensação corpórea.

Medidas preventivas
- Implantação de polílitcas publicas;
- Crianção de ambientes seguros: residência,
escolas e parques;
- Fiscalização no trânsito;
- Programas de educação: responsáveis e
professores;
- Informação durante as práticas esportivas.

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ClassificaÇÃo do traumatismo - Higienizar a região com dligluconato de


clorexidina 0,1 a 0,2% 2x por dia por 1 semana;
- Acompanhamento: em alguns casos não é
Lesões de tecidos duros – necessário.
fraturas coronáRIAS
1) Trincas de esmalte

• Características clínicas e radiográficas:

- Mobilidade: nenhuma;
- Percussão: sem sensibilidade;
- Vitalidade positiva.

3) Fratura de esmalte/dentina

- Não há exposição pulpar;


- Radiografia inicial: opcional;
- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos
duros;
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina
0,1 a 0,2% por 2x por dia por 1 semana;
- Acompanhamento: 6 a 8 semanas (2 meses).
Radiografar se tiver com sinais ou sintomas
Dica: colocar o fotopolimerizador pela palatina existentes.
para observar a trinca.

• O que fazer quando há fratura de esmalte e


Na maioria dos casos deverá ser feito dentina?
acompanhamento. Em alguns casos pode ser
aplicada resina flow sobre a trinca. - Colagem de fragmento, se possível;
- Restauração em resina.
2) Fratura de esmalte
4) Fratura esmalte/dentina com exposição pulpar
- Radiografia: não é necessária;
- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos - Radiografia inicial: deve ser realizada radiografia
duros; periapical;

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- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos - 1 semana; 4 semanas para remoção da


duros; contenção; 8 semanas; 1 ano.
- Intervenção: terapia pulpar;
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina
0,1 a 0,2% - 2x por dia por 1 semana;
- Acompanhamento: 1 semana; 6-8 semanas; 1
ano com radiografia.
5) Fratura de coroa e raiz – corona-radicular

- Radiografia inicial: deve ser realizada radiografia


periapical;
- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos
duros;
- Intervenção: terapia pulpar ou exodontia; LesÕes de tecidos de suporte
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina
0,1 a 0,2% - 2x por dia por 1 semana; 1) Concussão (comoção)
- Acompanhamento: 1 semana; 6-8 semanas; 1
ano com radiografia (para tratamento pulpar). - Não há perda da estrutura dental;
- Não há rompimento das fibras do ligamento
periodontal;
- Não há presença de sangramento em nível de
gengiva marginal;
- Ausência de mobilidade patológica;
- Dente sensível ao toque;
- Radiografia: não recomendado;
- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos
duros;
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina
LesÕes de tecidos duros – fraturas 0,1 a 0,2% - 2x por dia por 1 semana;
radiculares - Acompanhamento: 1 semana; 6 a 8 semanas.

• Localização:

- 1/3 apical;
- 1/3 médio;
- 1/3 cervical.

Obs: as fraturas normalmente


estão localizadas no 1/3 médio
ou apical.

• Acompanhamento:

- 1 semana; 6-8 semanas; 1 ano (sem contenção);

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2) Subluxação 4) Luxação lateral

- Não há perda de estrutura dental; - Deslocamento parcial do


- Há rompimento das fibras do ligamento dente;
periodontal; - Ausência de mobilidade;
- Há presença de sangramento ao nível de - Interferência oclusal em
gengiva marginal; alguns casos;
- Apresenta discreta mobilidade;
- Deve ser realizada radiografia periapical inicial; • Intervenção:
- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos
duros; a) Sem interferência oclusal: reposicionamento
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina espontâneo – 6 meses a 1 ano;
0,1 a 0,2% - 2x ao dia por 1 semana;
- Acompanhamento: 1 semana; 6-8 semanas. b) Deslocamento severo:

3) Luxação extrusiva - Opção 1: exodontia;


- Opção 2: reposicionamento do dente sem
- Deslocamento do dente; contenção. Se estiver instável, realizar a
- Mobilidade; contenção flexível.
- Sangramento;
- Ocorre interferência oclusal em alguns casos; Obs: a decisão de tratamento deve ser
- Deve ser realizada radiografia periapical inicial; baseada no grau de deslocamento, mobilidade e
- Alimentação: cuidados na ingestão de alimentos interferência oclusal.
duros;
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina
0,1 a 0,2% - 2x ao dia por 1 semana.

• Intervenção:

a) pouca mobilidade e sem


interferência oclusal –
reposicionamento
espontâneo;

b) muita mobilidade ou • Como fazer uma contenção?


extruído > 3mm – extração;
- Acompanhamento: 1 O objetivo da contenção é reparar o
semana; 6-8 semanas; 1 ano. feixe vasculonervoso e as fibras periodontais.

Obs: a decisão de tratamento deve ser 1) Condicionamento ácido de canino a canino;


baseada no grau de deslocamento, mobilidade e 2) Aplicação do sistema adesivo;
interferência oclusal. 3) Fotopolimerizar;
4) Colocar uma bolinha de resina no dente e
posicionar o fio, depois fotopolimerizar;

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5) Utilizar fio de orto flexível (0,3 ou 0,4) ou 6) Avulsão


semi-rígido;
6) Fazer acabamento da resina se necessário para - Dente fora do alvéolo, ao qual rompe todas as
facilitar a higienização. fibras do ligamento periodontal;
- Risco de penetrar em tecidos moles;
- Deve ser realizada radiografia periapical inicial,
para garantir que o dente está fora do alvéolo;
- Intervenção: não devem ser implantados;
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina
0,1 a 0,2% - 2x ao dia por 1 semana;
- Acompanhamento: 6 a 8 semanas; monitorar a
erupção do dente permanente.

O que acompanhar/observar?
Obs: o último dente a colocar a bolinha Acompanhamento clínico
de resina e posicionar o fio será o dente que
sofreu o trauma. - Mobilidade;
- Alteração de cor;
5) Luxação intrusiva - Fístula;
- Alteração gengival;
- O dente pode desaparecer - Dor.
completamente no alvéolo;
- Pode ser sentido na
Acompanhamento radiogrÁfico
palpação da tábua óssea;
- Deve ser realizada
- Lesão periapical;
radiografia periapical ou
- Reabsorções patológicas.
oclusal inicial;
- Alimentação: cuidados na
ingestão de aliemtnos duros; ReaÇÃo do dente decÍduo ao
- Higienizar a região: digluconato de clorexidina traumatismo
0,1 a 0,2% - 2x ao dia por 1 semana;
1) Hiperemia pulpar
• Intervenção:
2) Hemorragia interna
- Aguardar a reerupção até 6 meses,
independente da direção do deslocamento; - Ocorre o extravasamento de células
- Acompanhamento: 1 semana; 6-8 semanas; 1 sanguíneas;
ano. - Dente com coloração avermelhada.

16
Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

3) Metamorfose cÁlcica
- Dente com aspecto amarelado;
- Radiograficamente não é possível observar a luz
do canal, pois a dentina está calcificada;
- Não é necessário realizar o tratamento
endodôntico devido somente a alteração de cor,
portanto, se houver lesão apical, fístula, 6) ReabsorÇÃo dentinÁria externa
mobilidade, dor espontânea, a endodôntica deve
ser realizada. - Não há alteração de cor do dente;
- A avaliação deve ser radiográfica;
- A raiz tem uma absorção em aspecto de
“torre”;
- Não deve ser feita intervenção, somente
acompanhamento.

4) Necrose pulpar
- Presença de fístula e/ou lesão apical;
- Tratamento: exodontia ou tratamento
endodôntico. 7) ReabsorÇÃo substitutiva
(anquilose)
- Ocorre quando há perda do ligamento
periodontal devi ao trauma.

5) ReabsorÇÃo dentinÁria interna


- Dente com coloração avermelhada.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

ReaÇÃo do dente permanente ao Aula 6


traumatismo Semiologia em
1) HipocalcificaÇÃo Odontopediatria
- É um defeito qualitativo de esmalte (mancha); AfecÇÕes estomatolÓgicas em
- Possui vários graus de severidade.
crianÇas

1) LesÕes ulcerativas
Úlcera é uma perda epitelial em que toda
a extensão epitelial está ausente e o tecido
conjuntivo fica desnudo e exposto a cavidade
oral.
2) Hipoplasia Prevalência em crianças: 4,6 a 30,7%.

- É um defeito quantitativo de esmalte (perda de


esmalte).

• Causas:

- Traumática;
- Infecciosa;
3) DilaceraÇÃo - Autoimune;
- Lesão tumoral.
- É uma curvatura acentuada da raiz.
• Diagnóstico diferencial:

- Presença ou não de sintomatologia;


- Número de lesões;
- Tipo de mucosa;
- Duração;
- Halo circundante;
- Profundidade;
- Infiltração.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

a) Úlcera traumática § Aspecto clínico:

- Lesão que acomete a mucosa bucal levando à - Únicas ou múltiplas;


perda das camadas epiteliais; - Mucosas não queratinizadas;
- Origem: mecânica, física ou química. - Halo eritematoso/ dolorida;

§ Características:

- São solitárias;
- Contorno irregular;
- Sem elevações das margens;
- Duração de 7 a 14 dias.
§ Tratamento:

- Fotobiomodulação com laser.

2) LesÕes vesico-bolhosas
Consiste de aumento de volume líquido
§ Conduta clínica: em seu interior.

- Deve-se identificar e remover o agente § Vesícula/ bolha serosa: possui líquido


agressor; transparente no seu interior;
- Acompanhar o desaparecimento da lesão; § Vesícula/ bolha sanguinolenta: possui sangue
- Tratamento com corticosteroides tópicos no seu interior;
(triancinolona a 0,5% em orabase). § Vesícula/ bolha pustulosa: pus (infecção
secundária).
b) Úlcera aftosa recorrente (aftas)
a) Vesícula
§ Agente etiológicos (causas):
- A vesícula é uma elevação circunscrita contendo
- Traumatismo; líquido no seu interior, de pequenas dimensões,
- Predisposição genética; menores que 3,0mm.
- Processos auto-imune e infecciosos;
- Deficiências nutricionais;
- Ansiedade/ estresse.

Obs: comum em crianças com deficiência


nutricional de vitaminas do complexo B e ferro.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

b) Bolha Obs: posteriormente as vesículas se


rompem e se tornam ulceras, que duram de 7 a
- A bolha é uma elevação circunscrita também 10 dias.
contendo líquido no interior, porém medindo
mais que 3,0 mm. O vírus permanece latente no glânglio
trigeminal. Quando há estímulos (infecções das
vias aéreas superiores, exposição excessiva ao
sol, vento frio, reações alérgicas, alterações
emocionais) ele pode se manifestar novamente
como sendo a herpes recorrente labial.

a) Gengivoestomatite herpética primária

Doença infecciosa aguda que afeta


crianças de 2 a 5 anos principalmente.
Outras alterações comuns
1) LÍNGUA GEOGRÁFICA:

Herpes vírus do tipo I (é a mesma coisa?)

A transmissão ocorre pelo contato com


a saliva através das lesões.
2) BRIDA LATERAL:
§ Sintomatologia:

- Febre;
- Irritabilidade;
- Mal estar geral;
- Dor ao deglutir.
- Inflamação gengival com edema;
3) FREIO DUPLO:
- Formação de vesículas

§ Locais mais acometidos:

Língua;
Palato;
Mucosa.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

4) FREIO COM APÊNDICE: AlteraÇÕes da odontogÊnese


São desvios da normalidade causados por
fatores genéticos e adquiridos.

Anomalias que ocorrem durante os


estágios de iniciação e
proliferação
5) FREIO TETO LABIAL PERSISTENTE:
a) Agenesia

- Distúrbio que ocorre nos primeiros períodos


do ciclo vital do dente.
- Falha no processo que origina a lâmina e os
brotos dentais (iniciação);
6) FREIO LABIAL INFERIOR: - Deficiência na multiplicação celular
(proliferação).

7) FREIO LÍNGUA:
Se divide em três situações:

§ Hipodontia:

- Ausência de até 4 elementos dentários.

§ Oligodontia:

- Ausências dentárias ligadas a síndromes (ex:


displasia do ectoderma).

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

§ Anodontia: c) Dentes decíduos prematuros ou


dentição pré-decídua
- Ausência total ou parcial de muitos elementos
dentários. - Dentes natais: a criança já nasce com o dente
b) Supranumerários erupcionado;
- Dentes neonatais: o dente erupciona nos
O elemento dentário formado além do número primeiros 30 dias de vida.
considerado normal para dentição humana.

§ Fatores etiológicos:
Deve-se radiografar para avaliar se é um
dente da série decídua normal, ou seja, um dente
- Hiperatividade proliferativa da lâmina dentária;
decíduo normal que erupcinou precocemente,
- Hereditariedade;
ou se é um extranumerário. Se for
- Doenças sistêmicas;
extranumerário, deve-se extrai-lo. Se for da série
- Traumas.
decídua normal, mas não é maturo (não tem
formação), deve-se avaliar se há condições de
§ Pode levar a ocorrência de:
permanecer na cavidade oral (deve ser extraído).
Úlcera de Riga-fede: úlcera que ocorre na
- Interferência no processo de irrupção;
base da língua em função do extranumerário. No
- Mal posicionamento dentário;
ato de sucção, ocorre o surgimento da úlcera.
- Lesões císticas;
- Reabsorção radicualar.

§ Pode ocorrer em três situações:

- Mesiodentes;
- Distomolares;
- Paramolares.
d) Odontoma

- É um tumor odontogênico misto, sendo uma


tumoração de esmalte e dentina;
- Resultado do brotamento contínuo do germe
do dente decíduo ou permanente;
- Proliferação anormal de células do órgão do
esmalte;
- É uma lesão assintomática, descoberta através
do exame radiográfico.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

- O diagnóstico diferencial é feito através do


exame radiográfico;
- Ocorre o acúmulo de placa, ocasionando a
lesão de cárie;
- Intervenção preventiva: higienização do local,
verniz fluoretado ou gel;
- Deve-se eliminar o espaço (fissura) com
• Odontoma composto material restaurador ou selante.

- Existem vários dentículos (formação de dente).

• Odontoma complexo

- É uma massa amorfa

e) Geminação Anomalias que ocorrem durante o


estágio da histodiferenciação
- Alteração decorrente da tentativa de divisão de
um germe dental por invaginação;
a) Amelogênese imperfeita
- É uma anomalia de forma;
- 2 coroas completas ou parcialmente separadas;
- É uma anomalia de estrutura que ocorre
- Radiograficamente é possível observar: coroa
durante a fase de histodiferenciação;
bífida, 1 raiz (canal radicular único);
- Pode afetar a dentição decídua e permanente;
- Essa anomalia pode causar mal posicionamento
- Tratamento estético com resina composta ou
dentário, alterações na estética e acúmulo de
cerâmica.
placa.

b) Dentinogênese imperfeita

- É uma anomalia de estrutura que afeta a


f) Fusão dentina;
- Pode afetar a dentição decídua e permanente;
- Seu tratamento é complexo devido a alteração
- União de dois germes dentários;
estrutural causada na dentina.
- É uma anomalia de forma;
- Fusão completa: coroa com aspecto gigante;
- Fusão incompleta: coroa bífida;
- Radiograficamente: 2 raízes;

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

c) Dente invaginado (dens invaginatus


ou dens in dente)

- Invaginação profunda da superfície da coroa ou


raiz revestida de esmalte e pela presença de
forame cego;
Anomalias que ocorrem durante o - Radiograficamente a imagem é radiopaca
restrtira a região do cíngulo;
estágio da morfodiferenciação
- Área de risco á cárie.
a) Dilaceração

- Anomalia associada a trauma na dentição


decídua;
- Radiograficamente o ângulo não coincide com
o longo eixo da coroa.

d) Cúspide em garra (cíngulo desenvolvido)

- Tentativa de formação de cúspide supra


numerária;
- Normalmente ocorre na face palatina;
b) Taurodontismo - Esmalte, dentina e polp;
- Causa o acúmulo de alimentos, estética
- Câmara pulpar larga; indesejável e interferência oclusal;
- Bi ou trifurcações são próximas aos ápices - A radiografia periapical pela técnica de Clark
radiculares. auxilia no diagnóstico, devido a possível
diferenciação da imagem.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

Anomalias que ocorrem durante o Aula 7


estágio de aposição dentária Doenças periodontais na
a) Hipoplasia de esmalte
infância e na adolescência
- É um defeito quantitativo de esmalte (falta de As doenças periodontais são alterações
disposição da matriz de esmalte); patológicas que acometem os tecidos
- Pode ocorrer devido a algum trauma na periodontais.
dentição decídua que afetou o germe do dente
permanente; Doenças periodontais
- Os dentes exibem sulcos, depressões que
dependem da intensidade e extensão da Gengivite
agressão.
- A gengivite acomete o
periodonto de proteção;
- É uma doença de
caráter evolutivo;
- É a doença mais
prevalente nas crianças e
adolescentes dentre as
Obs: a hipoplasia de esmalte pode acometer um doenças periodontais.
ou mais dentes, como nas imagens acima.
Periodontite
- A periodontite acomete
o tecido de sustentação;
- É rara em crianças;
- Em adolescentes pode
ocorrer a periodontite
crônica e agressiva.

Evolução da doença
A gengivite que não foi tratada na infância
pode evoluir para a periodontite futuramente
(no adulto).
A idade por si só não é um fator decisivo
para instalação de doença periodontal, pois a
doença é de caráter evolutivo.

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

Gengitive no brasil (dados Caráter irreverível de


epidemiológicos) destruição do periodonto
- 7 a 12 anos de idade é de 90% de prevalência - Quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores
de gengivite; as chances de sucesso no tratamento e menor é
- Na adolescência, de 12 a 17 anos existe grande o dano da doença, sendo menor também a
possibilidade de instalação da periodontite (se a recidiva;
gengivite não for tratada na infância, pode evoluir - O paciente de risco deve ter um tratamento
para a periodontite); individualizado. É necessário identificar e
- Em gengivites mais extensas, afeta a qualidade controlar os fatores etiológicos da doença
de vida dos adolescentes de 14 anos; periodontal;
- A etiologia da gengivite é a placa bacteriana; - Para diagnosticar a doença periodontal, é
- A remoção do biofilme feita pelo paciente e fundamental conhecer o padrão de normalidade
pelo profissional, promovem o controle da da criança;
doença. - A criança está em fase dinâmica de crescimento
e desenvolvimento. Existem características
Conhecendo o comportamento da peculiares e variáveis para dentição decídua;
evolução crônica da gengivite, é possível prever - Algumas características do periodonto na
que a gengivite não tratada na infância ou na dentição decídua, se forem mal interpretadas,
adolescência, poderá evoluir e instalar a doença podem ser consideradas alterações patológicas.
periodontal no adulto. A maior prevalência no
adulto, reflete ao tempo em que os fatores
determinantes permaneceram atuantes, e seu Anatomia do periodonto
efeito cumulativo determinará o grau de
destruição dos tecidos periodontais, levando a Diferenças entre o tecido gengival da criança e
perda do dente. do adulto.

Relembrando as estruturas 1) Dentição decídua


periodontais - Sulco gengival: menor que 1mm;
- Gengiva inserida: mais flácida e mais brilhante.
O pontilhado da gengival (aspecto de casca de
laranja) é menos evidência. A gengiva é mais “lisa”;
- Cor da gengiva inserida: rosa claro a vermelha
brilhante (é mais vascularizada e menos
queratinizada);
- Gengiva inserida: 1 a 6mm;
- Osso alveolar: é menos espesso, menos
trabeculado e espaços medulares menores;
- Vascularização: é maior e com mais suprimento
linfático;
- Ligamento periodontal: maior espessura que no
adulto; feixes das fibras menos densos;
- Cemento: menor espessura.

26
Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

2) Dentição permanente Manifestações de avitaminose


- Sulco gengival: saudável até 3mm de
na cavidade oral
profundidade a sondagem;
- Gengiva inserida: aspecto pontilhado mais 1) Avitaminose C + placa bacteriana
evidente (aspecto de casca de laranja);
- Gengiva papilar ou interdentária: é determinada - Avitaminose C associada a placa bacteriana
pela presença ou ausência de diastemas; fragiliza o tecido periodontal, fazendo com que o
- Gengiva inserida: 1 a 9mm (é mais larga); tecido de proteção fique inflamado, e o tecido de
- Osso alveolar: totalmente o oposto da dentição sustentação pode apresentar mobilidade (se a
decídua; doença não for tratada);
- Ligamento periodontal: mais ou menos - Escorbuto oral (causa sangramento gengival);
0,25mm;
- Cemento: vai se tornando espesso com o § Sinais do escorbuto oral:
tempo.
- Sangramento e inflamação gengival;
- Perda do dente;
Etiologia e etiopatogenia das - Dor nas articulações;
doenças periodontais - Queda de cabelo;
- Anemia devida a pequenas hemorragias;
Fatores etiológicos locais das - Pode afetar o tecido conjuntivo, pois é muito
vascularizado e atua como suporte das paredes
doenças periodontais dos vasos, dos ossos, da dentina e da cartilagem,
etc.
a) Fatores determinantes

- Placa; 2) Avitaminose C e k
- Biofilme;
- Cálculo. - Em casos de avitaminose C e K, a gengiva
apresenta hemorragia;
b) Fatores predisponentes
3) Avitaminose do complexo B
- Cálculo;
- Anatomia dental e do periodonto de proteção; - Em casos de avitaminose do complexo B, o
- Dentes decíduo esfoliando; paciente pode apresentar estomatites, queilites e
- Uso de aparelho ortodôntico e ortopédico; glossites.
- Cárie próxima a gengiva;
- Apinhamento dental; § Queilite:
- Iatrogenia.
- São feridas/ lesões na comissura labial;
c) Fatores modificadores - Etiologia: agentes patógenos não graves;
- Pode facilmente ser tratada e curada.
- Apinhamento dental;
- Difenil-hidantoinato de sódio;
- Fenitoína-ciclosporina A (imunossupressor).

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

§ Gengivite na criança

Quando a higiene bucal não é adequada (não há


remoção da placa/ biofilme), o primeiro sinal
observado na gengiva inserida é a inflamação.
Devido a inflamação, ocorre alteração na forma,
§ Estomatite aftosa: textura, cor, volume e fluido gengival.
A gengivite é reversível. Seu tratamento é
- Doença benigna; a remoção mecânica da placa bacteriana (agente
- Não é contagiosa; agressor). Quando o agente agressor é
- Se caracteriza pela formação de úlceras na removido, ocorre a remissão da doença.
cavidade bucal.
Sequência de manifestações clínicas da gengivite:

1º- Edema e alteração de cor;


2º- Sangramento a sondagem;
3º- Aumento do sulco gengival.

Gengivite eruptiva: ocorre quando o dente está


em erupção, devido a falha na higienização e
§ Glossite: consequente acúmulo de biofilme na região
cervical.
- É uma inflamação ou infecção da língua;
- Causa inchaço e perda das papilas gustativas, o 2) Periodontite
que faz com que a língua tenha um aspecto liso.
a) Periodontite crônica

- A periodontite crônica é denominada dessa


forma pois pode atingir qualquer faixa etária;
- Está crônica está relacionada a placa bacteriana.

§ Características a sondagem:

Classificação das doenças - Bolsa periodontal;


periodontais em - Sangramento e perda de inserção periodontal;
- Progressão lenta e envolve 1 ou mais dentes;
odontopediatria (AAP, 1999) - Em crianças é raro, pois a doença precisa de
tempo para se instalar;
1) Gengivites - Em adolescentes possui uma prevalência de
18%;
a) Gengivite associada à presença de placa; - Está relacionada à placa bacteriana;
b) Gengivite modificada por: fatores sistêmicos, - Deve ser feita a remoção do biofilme;
medicamentosos e nutricionais;
c) Hiperplasia gengival.

28
Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

§ Tratamento: O diagnóstico diferencial entre gengivite


e periodontite é feito através da radiografia, onde
O tratamento deve ser feito em conjunto deve-se observar se há perda de inserção/ perda
entre o paciente (em casa) e o profissional (no óssea. Na gengivite não há perda de inserção/
consultório). perda óssea, e na periodontite já ocorre perda
de inserção/ perda óssea.
- Tratamento caseiro: orientação para o paciente O CD que atende a crianças, exerce um
diminuir o biofilme e o sangramento através da papel fundamental no diagnóstico precoce dessas
escovação; alterações, pois, além de possibilitar limitação do
- Tratamento profissional: se tiver presença de dano causado à criança, a periodontite pode
cálculo, deve-se raspar; remover o biofilme e estar associada a alterações sistêmicas mais
fazer alisamento radicular se necessário. graves, e o CD pode ser o primeiro a diagnosticá-
las.
b) Periodontite agressiva
c) Periodontite como manifestação de doenças
- A periodontite agressiva está relacionada a sistêmicas
placa, e sofre influência dos fatores sistêmicos
modificadores e predisposição genética; d) Formas necrotizantes.
- Ocorre pouco em crianças, mas não é raro;
- Sinal de perda de inserção a sondagem;
- Deve ser feito raio-x interproximal para realizar
Tratamento das doenças
o correto diagnóstico. periodontais
- Pode ser localizada ou generalizada:
Tratamento da gengivite
• Periodontite Agressiva Generalizada:
acomete todos os dentes. - Detectar os fatores etiológicos e a reatividade
do hospedeiro;
§ Características clínicas: - Controle mecânico do biofilme dentário;
- Estabelecer um plano de tratamento
- Inflamação aguda; individualizado;
- Destruição muito rápida do osso alveolar; - Motivação do paciente e responsáveis em
- Afeta todos os decíduos, evando perda relação a higiene bucal;
precoce. - Realizar a profilaxia profissional;
- Remoção de cálculo associada a instrução de
• Periodontite Agressiva Localizada: acomete higiene oral com o objetivo de evitar
uma região ou grupo de dentes. neoformação;
- Utilizar agentes quimioterápicos: gel de
§ Características clínicas: clorexidina a 1%; solução clorexidina a 0,12% de
15 a 30 dias; verniz com 1% de clorexidina + 1%
- Inflamação gengival mais suave; de timol.
- Acomete alguns dentes;
- Radiograficamente há perda óssea com lesão de
furca.

29
Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

§ Manutenção preventiva da gengivite periodontopatogênicos (os sítios de localização


irão desaparecer);
- Deve-se identificar a fase que se encontra a - Quando a dentição decídua é afetada pela
criança; periodontite agressiva generalizada, a dentição
- A dentição decídua apresenta menor risco, permanente também irá apresentar a mesma
podendo ser feito um intervalo maior entre as periodontite, pois a doença não é local, e sim
consultas; sistêmica.
- A dentição mista apresenta maiores riscos
devido a troca de dentes associada a fatores § Proposta de tratamento 2
hormonais, então o intervalo entre consultas
deve ser menor. - Controle rigoroso da placa associado ao agente
quimioterápico e retorno mensal ao consultório;
Tratamento da periodontite - Consegue-se controlar a velocidade de
progressão, mas não paralisa a doença. Apenas
agressiva localizada
retarda uma situação inevitável, levando a perda
de todos os dentes posteriormente (tanto
- São raras, mas de difícil resolução clínica, devido
decíduos como permanentes).
a presença de bactérias de grande virulência e
comprometimento genético;
- Geralmente os pacientes não apresentar ReferÊncias bibliogrÁficas:
problemas sistêmicos associados;
- Deve-se tentar manter o dente o maior tempo • Material de apoio cedido pelos professores da
possível no arco; disciplina;
- Fazer controle rigoroso de placa bacteriana; • Protocolo Guideline 20.
- Receitar medicação (metronidazol + amoxicilina
por 14 dias);
- Se necessário, deve-se fazer a exodontia dos
Recado para vocÊ que
elementos afetados, e posteriormente adquiriu essa apostila:
confeccionar um mantenedor de espaço no local
do dente perdido. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato
comigo ou tire essa dúvida com algum professor.
Tratamento da periodontite Talvez possa ter coisas diferentes da forma que
agressiva generalizada você aprendeu, mas isso não quer dizer
necessariamente que eu ou você estejamos
errados. Professores e autores têm diferentes
- É extremamente raro, e por isso não há um
pontos de vista as vezes.
protocolo definido de tratamento;
- A periodondite agressiva generalizada está Essa apostila não pode ser vendida por terceiros
associado a doenças gravíssimas. e nem plagiada. Plágio é crime de violação aos
direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons
§ Proposta de tratamento 1 estudos! :)

E-mail p/ contato: hurianmachado@hotmail.com


- Exodotontias múltiplas assim que for
identificado o problema periodontal, com o
intuito de erradicar os microrganismos

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Por Hurian Machado (@doutor_sorriso) – Odontologia UNIG

Ah, se por acaso você postar algum story no


Instagram estudando por essa apostila, me marca
para que eu reposte :)

Instagram: @DOUTOR_SORRISO

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