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Sam Crescent

#3 Nash

Série The Skulls

Nash Copyright © 2014 Sam Crescent

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SINOPSE

O maior erro que ele já cometeu poderia fazê-lo ser morto.

Os Skulls têm um conjunto de regras, e Nash quebrou uma delas.


Ele está usando drogas. Desde que Sophia o rejeitou, Nash entrou em
uma espiral fora de controle. Quando ele coloca a vida de Eva em
perigo, é o irmão dele, Lash, quem aparece para salvá-lo de si mesmo.

Sophia nunca percebeu a proteção que recebia dos Skulls até que
foi atacada. Lash a salvou, mas lhe deu um ultimato. Ela ajuda a salvar
seu irmão, ou não está mais sob a proteção dos Skulls.

Os sentimentos de Sophia por Nash sempre foram a sua fraqueza.


Quando ela mantém sua palavra dada a Lash, tentando ajudar Nash a
superar seu vício, os dois se aproximam através da dor, e Sophia
percebe que não pode fugir por mais tempo.

No entanto, os inimigos dos Skulls são numerosos, e o


comportamento descuidado de Nash expôs seu clube ao perigo. Alguém
está conspirando contra o clube, na esperança de tomar o controle da
cidade, e eles vão começar com Nash. Ele pode ser forte quando a sua
vida e a da sua mulher estão ameaçadas, ou ele vai ter uma recaída nas
drogas?

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A SÉRIE

Série The Skulls

Sam Crescent

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Prólogo

Snitch se recostou no armazém do qual


que tinha assumido o controle, olhando
seus homens comerem a puta que tinham
encontrado nas ruas da cidade. O
proprietário do armazém estava morto
aos seus pés, rodeado por uma poça de
sangue. O trapaceiro de merda vinha
tentando roubar as contas do Darkness. Ele
comandava o clube que se mudava de cidade
pra cidade, festejando e fazendo o que diabos ele
queria.

Jogando as cinzas do cigarro no corpo, ele deu ao falecido outro


chute firme nas costelas. O único problema no seu plano de merda era
Fort Wills. The Darkness, o seu clube de motoqueiros, estava comendo
gasolina. As drogas estavam sendo entregues fora de Fort Wills e
ninguém queria tocar nele ou na sua gangue. Maldito Tiny. O bastardo,
líder dos Skulls, tinha sido um espinho no seu caminho durante todo o
tempo do qual ele podia se lembrar. Snitch soltou mais um pouco de
fumaça, chutando o filho da puta no chão ao mesmo tempo,
imaginando que era o corpo de Tiny. Fort Wills tinha sido tirada dele há
muitos anos, e ele estava aguardando o momento para consegui-la de
volta. Então este merdinha tinha tentado fazer com que ele não
soubesse o que Snitch e seus garotos precisavam. Darkness tinha toda
a intenção de retomar a porra da cidade, mas não até o momento certo.

— O cara está morto, — disse Battle, sentando-se ao lado dele. As


calças do outro homem estavam desabotoadas.

— A puta era boa? — Snitch perguntou.

— Não. Ela é seca pra caralho. — Battle inclinou a garrafa de


cerveja, tomando um longo gole.

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— Quando os outros irão chegar aqui? — Snitch não estava mais
interessado na puta. Nos últimos vinte anos ele esteve esperando para
conseguir sua cidade de volta, e ele estava tão perto que podia sentir o
gosto.

— Scars tem tudo o que precisamos, e os outros meninos estão


fazendo suas coisas. Você não deveria ter matado Rupert lá. Ele era
uma boa maneira de entrar em Fort Wills. — Battle apontou para o
corpo morto.

— Eu não ligo para o que ele estava me oferecendo. Me dizer que


eu deveria tomar Fort Wills foi à gota d'água. — Ele cuspiu no corpo,
odiando o efeito que Rupert tinha sobre ele.

— Eu só estou dizendo que esta não é uma boa forma de não


chamar a atenção. Você está tão perto de conseguir o que quer, chefe.
— Battle soou um pouco sério demais para o gosto de Snitch.

— Você duvida de mim?

— Não.

— Isso vai funcionar. Rupert era uma ponta solta. Nós vamos
conseguir o que sempre quisemos, e você vai rir nesse momento. —
Snitch acendeu outro cigarro e olhou o relógio. Os sons de gemidos
estavam o deixando louco. Ele não estava no clima pra essa merda. A
única coisa que ele queria era acabar com os malditos Skulls do caralho
e retomar o controle da cidade que ele tinha possuído uma vez.

Trinta minutos mais tarde, Scars e vários de seus outros homens


entraram. Eles estavam usando calças jeans normais, seus cabelos
raspados escondidos por bonés. Ninguém teria suspeitado que os
homens fizessem parte de um clube de motoqueiros.

— O que você conseguiu? — Snitch perguntou, levantando-se.

— Ouro. — Scars foi quem respondeu. — Livre-se dela.

Alguns minutos depois, a mulher tinha ido embora e a luz foi


acesa sobre a mesa. Todas as garrafas de cerveja e cigarros estavam
espalhadas pelo chão, e Snitch estava passando a mão pela superfície
lisa da mesa.

— Este é o mapa da cidade. — Scars mostrou os mapas junto


com as fotos que ele tinha tirado. Tudo estava bem visível, e ele se
encontrou recordando dos bons e velhos tempos da sua época na

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pequena cidade. Em seguida, suas memórias concentraram-se em Tiny,
e a raiva voltou. Ele iria usar qualquer coisa para conquistar a cidade.

— Os policiais não mexem com eles. Eles não são nada mais do
que civis com crachás. Eles fodem com tudo. — Scars apontou para os
homens, nenhum dos quais Snitch reconhecia. — A segurança deles é
fraca. Eles estão reconstruindo tudo desde que os traficantes tentaram
assumir a cidade.

Scars explicou tudo o que Snitch já sabia. O dano que tinha sido
feito aos Skulls era lendário. A maioria dos grupos MC nas imediações
tinha ouvido falar sobre isso.

— Mudando-se da cidade e essa merda. Eles são todos próximos,


e todos eles estão juntos. — Scars começou a colocar fotos sobre a
mesa. — Tiny é o líder, como todos nós sabemos. Chegar até ele não vai
dar certo, especialmente com Alex no meio. — Snitch viu a foto do
proprietário do cassino em Vegas, e sua raiva se transformou em algo
ainda mais denso. Scars ia apontando nomes junto com uma fotografia
com a qual relacioná-lo. — Lash, Nash, Murphy, Butch, Zero, Blaine e
Steven são os mais próximos que podemos encontrar. Eles são a chave
para chegar a Tiny. E depois nós temos as suas mulheres. Angel é
casada com Lash. Tate, a filha de Tiny, é casada com Murphy. — Snitch
bufou. Ele só podia imaginar como Tiny tinha encarado isso. — Eva é a
outra mulher na vida de Tiny. Eu não sei como eles estão ligados, mas
há uma conexão. E então nós temos as mulheres que ficam ao redor do
clube, Kelsey, Sophia e Sandy. Há mais mulheres, mas estas parecem
ser as mais importantes. E por fim há os três Lions sobreviventes, que
estão na periferia do clube. Eu não acho que eles são confiáveis.

— Eu tenho uma pergunta, — disse Kite. Ele era um membro


mais jovem, interessado apenas em buceta e drogas.

— O quê? — perguntou Snitch, irritado com a interrupção.

— Por que nós achamos que isso vai funcionar quando outro
clube, os Lions, tentou derrubar Tiny e não conseguiu, e logo depois
traficantes tentaram e falharam também? Os Skulls são intocáveis.

Na próxima respiração, Snitch enfiou o punho no rosto de Kite,


calando-o.

Apontando para a imagem das mulheres, Snitch começou a falar.


— A fraqueza dos Skulls são suas mulheres. Vamos bater onde eles
menos esperam.

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— Nós pegaremos suas mulheres? — Scars perguntou.

— Sim, nós pegaremos suas mulheres. Além disso, não vamos ir


com todas as armas levantadas. Nós temos um plano. Os Lions e os
traficantes se meteram nisso sem plano nenhum. Eles tentaram
assumir o controle da cidade. Ninguém pode assumir o lugar dos Skulls
sem derrubar um por um.

— E o Chaos Bleeds? Tiny vai chamar eles, — disse Battle,


mencionando o único outro clube de motoqueiros próximo de Tiny.

— Eles não vão ser um problema, porque não estão por perto. Da
última vez que eu ouvi, eles estavam rastreando uma prostituta, —
disse Snitch. Ele sempre mantinha um olho nos clubes das imediações.

— Eu também olhei outra coisa que você pediu, — disse Scars,


puxando algumas fotografias. — Estes homens serão perfeitos para
fazer o que precisamos.

Snitch olhou para as fotos de assassinos, estupradores e outros


criminosos. — Você acha que eles vão trabalhar para nós?

— Eles vão trabalhar por dinheiro e uma chance de fugir do


sistema, — disse Scars. — Eles são o que precisamos.

— Contate-os, digam a estes desgraçados o preço. — Snitch deu


um tapinha na foto onde estava escrito “Gill” na parte superior. Todos
os homens nas imagens pareciam viciados. Se eles causassem
problemas, Snitch acabaria com eles.

— Eles seguem suas ordens? — Scars perguntou.

— Eles seguem as minhas ordens. Ninguém morre até que eu


saiba o que está acontecendo. Eu sou o único no comando aqui. —
Batendo com o punho em cima da mesa, Snitch sentiu o despertar de
sua excitação. Ele estava indo recuperar sua cidade, e Tiny estava indo
receber o que estava chegando para ele.

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Capítulo Um

Nash encarou o teto, mas não


conseguia ver nada à sua frente. Tudo estava
embaçado por causa da cocaína que ele tinha
inalado e subido direto para o seu cérebro. O
fornecimento de Kate que ele tinha
encontrando dentro dos pertences que
Sophia havia lhe dado não durou muito
tempo. A merda que ele tinha
encontrado depois de bater em um dos
traficantes locais da cidade mais próxima estava
mandando-o para outra rodada. Porra, se ele
não se controlasse, Tiny iria atrás dele. O clube
tinha poucas regras, mas uma delas era nada de drogas. Eles
transportavam a merda, mas nunca usavam o material. Nash deitou em
sua cama, sua mente indo a mil por hora e seu corpo cheio de energia.
Ficar chapado era sempre tão viciante, e ele adorava.

Passando a mão pelo rosto, ele não conseguia parar de rir. As


drogas eram a maior diversão que ele tinha experimentado nos últimos
anos. Mesmo ter as bolas enterradas em uma buceta não podia se
comparar à emoção de ficar chapado. Seus pensamentos se voltaram
para Sophia, a única mulher que ele nunca poderia ter.

Vá até ela. Não aceite um não como resposta.

Mesmo que esses pensamentos entrassem em sua mente, Nash os


cortava. Ele não ia ser um desses caras loucos por buceta que ficava
perseguindo uma cadela. Se obrigando a esquecê-la, ele voltou para a
rodada de torpor que estava experimentando nesse momento. E pensar
que ele perdido toda essa merda para se manter no controle e seguir os
passos do seu pai e do seu irmão. Os Skulls tinham sido sua vida por
tanto tempo quanto ele era capaz de lembrar. No entanto, ele queria
Sophia e já não podia tê-la por causa das malditas drogas. Pelo menos
essa era uma das razões pelas quais ele não poderia reivindicar Sophia.
Porra! Todos os problemas foram desabando sobre ele, ameaçando

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esmagá-lo. Nada iria estragar sua viagem. Não é de admirar que Kate
amasse as drogas. Ele via seu atrativo.

Não que ele fosse um viciado.

Rindo, Nash deixou sua mão cair ao chão. Ele ficou pendurado
para fora da beirada da sua cama, olhando para tudo estranhamente.
Pensar em Kate lhe que trazia de volta memórias de Sophia, não
importava quantas vezes ele tentasse esquecer ela, e esse lançamento
desabava em torno dele. A única mulher que ele queria mais do que
tudo, e não poderia tê-la por causa do seu relacionamento com a puta
da sua irmã.

— Correção, puta morta, — disse ele. Falar consigo mesmo havia


se tornado um passatempo para ele. Ninguém iria ouvi-lo, e ele tentava
não passar muito tempo em torno dos outros Skulls. No momento em
que Tiny percebesse o que ele estava usando, ele seria chutado para
fora. — Não posso ter um big brother1 no meu caso. — Os Skulls eram
a única coisa que fazia sentido em seu mundo.

— Você está brincando comigo? — perguntou Lash. Virando a


cabeça ligeiramente, Nash viu que seu irmão mais velho estava perto da
porta aberta, com Angel logo atrás dele. Angel era linda de se ver, loira e
inocente. Ela lhe lembrava um pouco Sophia com seu olhar inocente,
mas não com o cabelo. Não, não havia nada de loiro na sua mulher.
Sophia tinha todo aquele cabelo preto meia-noite e profundos olhos
azuis.

Seu pênis engrossou pensando em sua Sophia doce e inocente.


Não que ele algum dia pudesse ter a garota. Não era possível ter a
mulher dos seus sonhos. Não, ele tinha trepado com a irmã dela em vez
disso, enquanto pensava em Sophia. Ele estava totalmente fodido, e
agora estava usando drogas. Nash riu, pensando em quanto tempo
tinha levado para acabar com a sua vida.

Porra, ele realmente precisava recomeçar.

— O que está acontecendo, Lash? — Angel perguntou. Sua voz


era doce. Nash realmente amava sua cunhada. Ela nunca julgava
ninguém dentro do clube ou as mulheres, mas ela ficava ao lado do seu
irmão. O casal deveria ganhar algum prêmio pela força do amor entre
eles.

1 Referência ao livro 1984, que George Orwell, que também inspirou o programa de
televisão. Trata-se do “grande irmão”, ou “big brother”, um sistema que vigiava todos
os habitantes de um lugar e sabia tudo que eles estavam fazendo.

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— Ele está drogado, porra. — Lash puxou-a para dento do quarto,
batendo a porta atrás de si.

— Drogado? Se ele está drogado, então Tiny vai...

— Vai chutar a bunda dele para fora daqui quando descobrir.


Nash vai estar aí fora por conta própria pela primeira vez na vida, —
Lash disse, interrompendo sua mulher.

— Você tem que ajudar ele. — Angel era tão doce quanto a sua
voz. O que as mulheres inocentes tinham que agradavam tanto os
Skulls? Nash estava começando a odiar toda essa inocência em torno
do clube. Eles precisavam encontrar mulheres excêntricas, que
gostavam de ser amarradas e espancadas. Então ele teria um tempo
muito melhor com tudo. Rolando, ele acabou de bunda no chão, rindo.
— Ele está realmente mal.

Lash o agarrou pela jaqueta de couro que ele estava usando. —


Porra, mano. Quando foi a última vez que você tomou banho? — Lash
estremeceu e se afastou do mau cheiro vindo de Nash.

Nash deu de ombros, como se não conseguisse lembrar.

Em um movimento rápido, Lash estava puxando-o para o


banheiro e dando ordens a Angel ao mesmo tempo. Ele foi despejado
debaixo do chuveiro com a água ligada. Rosnando de raiva, Nash tentou
empurrar seu irmão para fora, mas Lash se esquivou dos golpes
facilmente enquanto puxava as roupas de Nash. Se ele não estivesse
drogado, então seu irmão não estaria tentando tirar suas roupas.

Uma vez que ele estava nu, Angel levou a roupa suja para longe.
Ele ficou surpreso por Lash ter deixado Angel ver a sua bunda. Da
última vez que ele tinha checado, seu irmão estava do lado
extremamente possessivo.

— Você quer ser expulso do clube? É este o seu negócio? —


perguntou Lash.

A viagem na qual ele tinha estado momentos atrás bateu de volta


para casa. Seu estado de torpor não durava muito tempo. As viagens
variaram de 30 minutos a duas horas. O tempo de vício satisfeito era
sempre curto, e ele nunca quis continuar fazendo isso. Ele não estava
fazendo nada além de tentar lidar com a sua vida. Por que seu irmão
tinha que arruinar todos os momentos que ele tinha?

— Vai se foder, — disse Nash, fechando os olhos. Ele estava


tentando escapar de tudo.

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Do que você está tentando escapar? Sua vida não é o problema.
Usar drogas é a porra do problema.

Seu rosto foi agarrado com força. Ele abriu os olhos, vendo Lash o
olhando irritado. Nash não conseguia se lembrar de uma época em que
Lash tinha estado com tanta raiva assim ou, pelo menos, quando essa
raiva tinha sido dirigida a ele.

— Você não vai fugir dessa merda fácil assim. Quando você
começou a usar essa porra? — perguntou Lash.

O aperto em seu rosto aumentou. Se Lash não tomasse cuidado,


ele quebraria a sua mandíbula. Junto com Killer, seu irmão era o
músculo2 dos Skulls agora. Ambos os homens eram duros como rochas,
e ele sabia que Lash poderia matar um homem com as mãos nuas.

— Eu encontrei um pouco disso escondido e precisava de um


estimulante. Experimentei e agora eu gosto. Eu não tenho um
problema. — Ele empurrou o braço de Lash para longe, parando
embaixo da água fria.

— Você não tem um problema? — Lash perguntou.

— Não, não tenho.

Com o canto do olho, ele viu Lash falar com Angel, e então beijá-
la nos lábios antes de se voltar para ele. O som da porta do quarto
sendo batida ecoou no banheiro.

— Se você não tem um problema, por favor, então me diga como


um cara da cidade vizinha foi encontrado espancado quase até a morte,
mas ainda capaz de dar a sua descrição.

Nash congelou sob a água e não disse uma palavra. Ele pensou
que tinha apagado seus rastros. Procurar drogas em Fort Wills era
perigoso e estúpido. Tiny sabia tudo o que acontecia dentro de sua
cidade. Se você arrumava confusão com Tiny, mexia com todos os
Skulls. Nash só queria um estimulante.

— Será que eu também me esqueci de mencionar que esse cara, o


que foi espancado, é um conhecido traficante? Ele fornece e pega essa
porcaria. Você colocou os Skulls de volta no mapa, seu imbecil do
caralho, mas não apenas por causa da distribuição, não, você marcou
todos nós como usuários dessa merda em um boato que se espalhou. —

2Quem faz o trabalho braçal, que exige força e bom condicionamento físico, porque
envolve matar e espancar pessoas.

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Lash parou, afastando-se. — Alex vai ficar furioso com isso. Você fodeu
o próximo carregamento, porque agora temos que ser discretos.
Inimigos são criados por não negociar pechinchas, seu idiota.

Nash ouviu tudo o que Lash disse sentindo seu estômago revirar.

Desligando o chuveiro, ele ignorou sua mão trêmula. Lash


entregou-lhe uma toalha.

— Tiny esta puto e pronto para a briga, e quando ele vier para
você, é melhor ter cuidado, — disse Lash.

— Você não vai impedi-lo?

— Não. Talvez tomando uma surra, ou até mesmo sendo expulso


do clube, você perceba a merda que está acontecendo. — Lash o olhou
de cima a baixo.

Ele ficou surpreso com o olhar de desgosto no rosto do irmão.

— O quê? — perguntou Nash, ficando com raiva.

— Eu só estou pensando nos nossos pais. Eu me pergunto o que


eles teriam a dizer sobre o seu vício. Os Skulls não são um lugar para
brincadeiras.

Lash se virou para sair. Formando punhos com as mãos aos seus
lados, Nash se impediu de pedir ajuda.

Ele não tinha um problema, e de jeito nenhum ele iria deixar seu
irmão convencê-lo a pensar que ele tinha um.

Na porta, Lash se virou. Ele andou de volta até ele, e Nash


esperou.

Nash não esperava um soco, especialmente vindo de seu irmão.


Ele caiu com a pancada, que o fez perder o equilíbrio. Seu irmão pairou
sobre ele.

— Se você trouxer essa merda para perto da minha mulher de


novo, eu vou te matar. — Lash se virou e saiu sem olhar para trás.

Agarrando o lado de seu rosto, Nash tentou ficar de pé sem


firmeza. Quando ele olhou seu reflexo no espelho, viu o sangue que
fluía de seu lábio.

Verificando a sua aparência, ele percebeu como as drogas


afetaram seu corpo. Ele raramente comia mais, e os sinais da falta de

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alimento estavam começando a ficar visíveis. Sua pele estava pálida e
possuía um brilho nada saudável.

Porra, ele parecia fodido, nada como o homem que ele tinha sido
alguns meses atrás.

Isso é o que as drogas fazem com você.

Nash cortou o pensamento, escovou os dentes e pegou suas


roupas. Ele não precisava de uma confirmação no espelho de que ele
parecia uma merda, porque ele sentia isso.

Abrindo a porta de seu quarto, ele desceu as escadas para tomar


o café da manhã. Hardy e Rose estavam sentados a uma mesa. Várias
prostitutas estavam cozinhando, mas a maior parte do clube estava
vazia.

— Onde estão todos? — ele perguntou.

Hardy olhou para ele, limpando a garganta. Rose e as prostitutas


saíram imediatamente.

— O que diabos esta acontecendo? — Nash passou os dedos pelo


seu cabelo longo, chocado com o quanto ele havia crescido.

— Eles estão fora, trabalhando. Lash acobertou sua bunda outra


vez, — disse Hardy, levantando-se.

Nash tinha muito respeito por Hardy. Ele odiou o olhar de repulsa
do outro homem. Nash ficou chocado com a olhar que seu irmão e
agora Hardy lhe deram.

— Eu não sei do que você está falando.

— Não? Eu reconheço um viciado quando vejo um. Eu não gosto


de você ficando aqui na sede do clube, mas Tiny esta tendo muitos
problemas com Eva e com o clube para ver os seus problemas. Todos
nós estamos vendo, e os caras não gostam disso. Temos mulheres e
crianças que nos visitam, regularmente. Drogas não fazem parte do
nosso negócio aqui. — Hardy cruzou as mãos sobre o peito,
aproximando-se. — Eu estou te dando uma chance de ficar limpo, ou
vou deixar Tiny ciente do que está acontecendo. — Ele se virou para
olhar na direção de onde Rose tinha saído. — Minha mulher significa o
mundo pra mim. Se você colocar ela em perigo, eu vou acabar com
você.

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Com essas palavras de despedida, Hardy o deixou. Parado no
clube vazio, Nash olhou para foto de Mikey. O motoqueiro mais velho
havia sido morto há quatro meses por um de seus inimigos. Fazia muito
pouco tempo que o velho tinha morrido, mas parecia muito mais. Nash
sentia falta dele. Mikey era o cara que sabia lidar com tudo. Tiny era o
líder, o cara no comando, mas Mikey tinha sido a voz da razão. Nash
estava usando drogas há mais de dois meses. O fato de que ele ainda
não tinha sido pego o chocou. Tiny realmente devia estar muito
distraído com a reconstrução do clube, o casamento de Tate e tudo o
mais para cuidar de suas vidas. A sorte de Nash acabaria mais cedo ou
mais tarde. Ele sabia isso com a sua alma.

Olhando fixamente para a fotografia, Nash percebeu que estava


sendo controlado pelas drogas mais do que ele pensava. Olhando
fixamente para suas mãos, se prometeu ficar limpo de uma vez por
todas. Sem bebidas, sem drogas e sem festas loucas.

Suas mãos começaram a tremer, e o cheiro de bebida pairava no


ar. Álcool nunca foi realmente um problema. Ele poderia lidar com o
álcool.

*****

Sophia Wright olhou para a caixa à sua frente. Desde que seu
senhorio tinha reclamado sobre o aluguel, ela não teve outra escolha
além de conseguir outro emprego na fábrica de caixas. Entre seu
emprego como garçonete e esse na fábrica, ela estava ganhando o
suficiente para pagar suas contas. Se nada acontecesse em sua vida,
como ficar doente ou, bem, ter de fato uma vida, ela ficaria bem.
Quando ela soube que Edward Myers, ou Nash, como ele era conhecido
pela a maioria das pessoas, que pagava o seu aluguel e então, de
repente, ele tinha parado de fazer isso, ela ficou chocada, e depois,
magoada. Ele fez ela se mudar para um lugar que Sophia não podia
pagar, mas ela o adorava.

Balançando a cabeça, ela voltou à tarefa de montar a caixa na


sua frente. Se ela não fizesse a sua quota diária, seu chefe ia ser uma
dor na bunda depois. Ela odiava seu chefe. Ele era um babaca.

Sem esse trabalho eu não poderia viver.

~ 15 ~
Ela não parava de se dizer a mesma coisa uma e outra vez. Com
tudo o que aconteceu em sua vida nos últimos meses, ela tinha
abandonado a faculdade. Seu coração não estava mesmo pronto para os
estudos. Depois que ela saiu, jogou todos os seus livros no lixo. Não
havia necessidade de tentar melhorar de vida. Fort Wills não estava
cuspindo ofertas de trabalho. A cidade era controlada por motoqueiros,
e só isso já fazia ser difícil encontrar um emprego. Para ela era mais
difícil por causa de sua irmã, Kate, que tinha uma reputação que
muitos acreditavam que era compartilhada por Sophia.

Muitas das mulheres com quem ela tinha crescido queriam ser
old ladies ou prostitutas do clube MC. Quando Kate, sua falecida irmã,
trouxe para casa um Skull, Sophia ficou chocada. Edward, ou Nash,
como era mais conhecido, não era nada como os motoqueiros que ela
tinha imaginado. Ele foi doce, atencioso e o oposto total da imagem de
um motoqueiro que ela tinha em mente. Sempre que estavam juntos,
ele tinha sido tão legal, e nenhuma vez fez qualquer comentário sobre o
seu corpo plus size3. Na verdade, ela começou a se perguntar o que ele
tinha visto em sua irmã.

— Tire sua cabeça da bunda, Sophia. Essas caixas não irão se


fazer sozinhas, — seu chefe, Willy, disse.

Ignorando seus comentários, ela acelerou o trabalho.

Preciso desse trabalho. Preciso desse trabalho. Preciso desse


trabalho.

Não importava quantas vezes ela dissesse as palavras, o que ela


fazia era chato.

Seu chefe veio direto e parou atrás dela. Ela não fez um som e
continuou trabalhando como se ele não estivesse ali. — Você precisa
manter esse ritmo o tempo, se você quiser manter este trabalho.

Ele ameaçava demiti-la todos os dias. No início ela teve medo que
ele a mandasse embora, e era por isso que aguentava toda a sua merda.
Depois ela o acusou de assédio sexual, e ele jogou Kate na sua cara.
Quem iria acreditar nela quando todos sabiam como Kate era? Ela não
sabia por que algumas pessoas a julgariam pelas ações de Kate, mas
era uma cidade pequena, e ela sabia o que aquilo significava. Sua vida
tinha realmente tinha virado uma bosta desde a morte de sua irmã e
dela ter chutado Nash para longe.
3Para os padrões dos EUA, uma mulher mais curvilínea já é chamada de “plus size”,
ou seja, seria o nosso “tamanho grande ou extragrande”. Na verdade ela deve ser uma
garota normal, que não beira a anorexia.

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Lute.

Sophia não lutou. Ela lidou com o problema em sua mão e


ignorou tudo o mais que podia. Não havia mais ninguém para lutar por
ela. Ela estava sozinha no mundo.

Pegando as caixas desfeitas, ela as montou e as enviou de volta


para o próximo setor da linha de produção, sem hesitar. Levantando o
olhar, viu vários dos outros trabalhadores sorrindo para ela. Willy
colocou a mão em seu quadril, e ela ficou tensa. Havia uma vibração
que vinha do homem e a deixava inquieta. Ele não era um homem bom.
Sophia via o mal que espreitava em seus olhos, o que era tão intenso
que a fez surtar internamente.

— Sabe, se você fosse um pouco mais aberta para mim, eu


poderia deixar o seu local de trabalho muito mais agradável para você,
— ele sussurrou as palavras contra o seu ouvido.

Ela engasgou, agarrando a mão em seu quadril antes que ele


começasse a movê-la pelo seu corpo. — Eu estou bem assim, muito
obrigada.

Saindo de perto dele, ela tentou montar as caixas parada em um


ângulo estranho. Willy continuou olhando para ela. Sophia sabia que
ele iria encontrar uma maneira de fazê-la pagar. Mas não ia ser hoje.
Ele saiu com pressa sem dizer uma palavra.

Lambendo os lábios, ela continuou a trabalhar, só parando para


almoçar quando foi necessário. Ela não tinha amizades no trabalho.
Sophia não estava ali há muito tempo, e muitos não gostavam dela.
Kate tinha uma reputação que se espalhou muito mais depressa do que
Sophia previu.

Supere isso. Sua irmã não controla tudo.

Do seu ponto de vista, Kate controlava sim.

Quando o trabalho terminou, ela foi para o quarto onde os


funcionários guardavam seus casacos e bolsas. Na saída, outro homem,
talvez seu nome fosse Gill, deu um passo na frente dela. Ele fez com
que ela se lembrasse de um Willy. O perigo que ele representava a
aterrorizou. Dando uma olhada ao redor da sala, ela notou que não
havia ninguém por perto para testemunhar sua abordagem.

Nas ultimas semanas ela tinha sido parada por muitas pessoas
que tinham a intenção de falar com ela ou dizer algo horrível sobre sua
irmã.

~ 17 ~
— O que você quer? — ela perguntou, ficando mais irritada a
cada segundo por ter sido encurralada em um canto.

— Qual é a pressa, gata? — alguns de seus amigos estavam atrás


dele, sorrindo.

— Tenho trabalho a fazer. — Colocando a bolsa em seu ombro,


ela se mexeu para ir ate a porta. Gill a parou com a mão em seu braço.

— Eu não disse que você pode ir.

Seu coração começou a bater forte. O aperto em seu braço estava


muito apertado. Mordendo o lábio, ela olhou para outro homem que
queria algo que ela não estava preparada para dar. Seu olhar vagou por
toda a extensão do corpo dela.

Sério mesmo? Ela tinha um corpo grande. Sophia gostava de


cozinhar e comer, e sua forma era prova disso. Kate gostava de lembrá-
la todos os dias como os homens odiavam mulheres com curvas.

— Kate era uma garota que gostava de brincar. Ela adorava se


divertir, e eu estou aqui pensando que você é do mesmo jeito.

Contorcendo os braços, Sophia balançou a cabeça. — Você está


errado. Eu não sou nada como a minha irmã. — Ela puxou o braço
para fora do aperto da mão dele, encarando-o.

— Você não está sendo muito legal.

— Eu não sou legal, — disse ela, olhando para ele.

— Eu não gosto de sua atitude. — O homem à sua frente era mais


forte do que ela. Ela gritou quando ele bateu-a contra os armários,
empurrando seu corpo contra o dela. — Eu acho que é hora de você me
dar a mesma atenção que Kate dava.

Sua respiração era rançosa. Ela gritou quando a mão dele cobriu
a sua boca, abafando o barulho. Ninguém podia ouvi-la, e sua outra
mão estava descendo pelo seu corpo.

Tão de repente como ele tinha a prendido, ela estava livre. Qual
era a desses caras? Eles tinham vindo para Fort Wills a pouco mais de
um mês. Eles eram vistos na fábrica, mas nunca pela cidade. Algum
dos Skulls os conhecia? Sophia amaldiçoou sua falta de conhecimento.
Ela nem sabia o que estava acontecendo em sua própria cidade.

— Eu acredito que a senhora disse não.

~ 18 ~
Aí estava sua resposta. Os Skulls não os conheciam. Sophia
olhou para cima esperando ver Edward. No entanto, seu irmão, Nigel,
estava em seu lugar. O corte de sua jaqueta de couro mostrava o
emblema dos Skulls claramente. Ela respirou fundo, amando o fato de
poder relaxar. Os Skulls sempre faziam com que ela se sentisse segura.

Então por que você mandou Edward embora?

— Nós não estamos procurando problemas, — disse Gill.

— Ótimo, então saia daqui. — Nigel o deixou ir, empurrando Gill


porta afora.

— Obrigada, — disse ela, ganhando a atenção de Nigel.

Ele se virou para ela carrancudo. — Você tem visto Nash, — ele
perguntou.

Ela balançou a cabeça. — Eu não o vejo há muito tempo.

Lash se aproximou. O homem diante dela não era o mesmo que


Edward descreveu como seu irmão. Lash era inteiramente Skull. O
verdadeiro nome dele deixou sua mente enquanto ela o observava.

— Aconteceu alguma coisa entre você e meu irmão.

— Não aconteceu nada. — Ela olhou para seus pés. A mentira


deixou um gosto amargo em sua boca. Ela tinha sido uma cadela e o
mandado embora. Quando ele saiu de seu apartamento, alguns meses
atrás, ela desejou poder voltar atrás no que disse.

— Não? Bem, meu irmão está usando drogas, então eu estou


supondo que algo aconteceu, — disse Lash.

Ela levantou o olhar ao ouvir suas palavras. — Drogas? Edward


está usando drogas?

— Seu nome é Nash, e sim, ele está usando.

— Tem certeza?

— Ele está fora de si o tempo todo. Seja lá o que você quebrou, é


melhor consertar. — Lash descansou a mão no armário ao lado da
cabeça dela. — Eu não te conheço, então não vai ser um problema para
mim me livrar de você. Conserte o meu irmão, ou eu vou te consertar.
Entendeu?

~ 19 ~
Ela assentiu com a cabeça, engolindo através do pânico. Merda,
ela tinha acabado de ser ameaçada e nem ao menos tinha visto Nash
em bastante tempo.

— Bom. — Lash virou-se e saiu.

Saindo da fábrica, ela se dirigiu ao seu apartamento. Ela não


podia comprar um carro, e ela não tinha problemas com caminhar.
Mantendo a cabeça baixa, Sophia tentou pensar em tudo que Lash
disse.

Não os chame pelos nomes reais. Eles não são Edward e Nigel.
Eles são Nash e Lash.

Sempre que ela pensava em Nash, sentia um impulso


respondendo entre suas coxas. Ele tinha sido o único homem que a
fazia desejar. Ela observava Kate e sentia ciúmes de sua irmã. A culpa a
inundava quando ela se lembrava dos sentimentos que a consumiam
em relação à sua irmã, que agora estava morta. Ela e Kate tinham sido
tão diferentes quando giz e queijo. Não havia nenhuma semelhança. Ela
nem ao menos tinham um gosto parecido, mas Sophia se sentia atraída
por Nash. Ele era a única pessoa por quem ela já sentiu alguma coisa.

E eu o mandei embora.

Respirando fundo, ela pegou suas chaves e olhou para cima. Ela
parou quando viu Nash encostado em sua moto.

Esta era a primeira vez que ela o via desde que o expulsou do seu
apartamento naquele dia. Ele parecia mais magro, e seus cabelos
escuros estavam oleosos.

Dando um passo mais perto, ela sentiu seu coração acelerar.

— Oi, — ela disse.

~ 20 ~
Capítulo Dois

Sophia era mais bonita do que ele se


lembrava. O sol brilhava sobre ela, lhe dando
um ar de inocência que o deixou sem fôlego.
Seu cabelo preto estava preso em um rabo de
cavalo. Descendo o olhar pelo seu corpo, ele
notou as pulseiras de plástico em seu pulso.
Nash havia comprado várias dessas
pulseiras quando percebeu que ela
gostava de usá-las. Ela também usava
calça jeans e uma camisa xadrez. A
jaqueta de couro era uma aquisição
nova. Ele nunca a tinha visto com roupas
assim antes. Ela parecia pouco arrumada. Seu
rosto estava limpo, sem qualquer maquiagem.

— Olá, Sophia, — disse ele.

Suas mãos tremiam. Ele tinha tomado três doses de uísque antes
de sair para vê-la. Tendo a chance de estar com ela, Nash estava se
debatendo sobre sua decisão de ter bebido. Ele também pensava que
Lash tinha estado aqui minutos atrás, mas não tinha certeza.

— Você está bem? — perguntou ela.

— Sim, eu estou bem. Senti sua falta e quis ver como você está
indo. — Ele foi à faculdade e não a encontrou por lá.

— Estou indo bem. E você?

As coisas entre eles pareciam afetadas. Olhando para o chão, ele


acenou com a cabeça. — Eu estou ótimo.

Ele viu quando ela olhou para além do seu ombro. — Já faz muito
tempo desde que eu te vi pela última vez. Eu não gosto de não te ver.

— Você me mandou embora, Sophia. Eu não sou o tipo de cara


que fica por perto depois de ser chutado pra rua.

~ 21 ~
— Eu sei, eu sinto muito. Eu não deveria ter dito aquelas coisas.
Então, como você tem passado?

— Eu tenho estado ocupado. Fui na sua faculdade hoje e você


não estava lá. É um período livre ou algo assim? — perguntou ele,
precisando ouvir a voz dela.

Ela balançou a cabeça. — Não, eu saí.

— O quê?

— Eu não preciso mais da faculdade. Estou trabalhando para


poder pagar e manter esse apartamento.

Nash fez uma careta. — Manter esse apartamento? Você não


precisa se preocupar com isso. Eu o tenho coberto.

Uma máscara caiu sobre o rosto dela. Suas mãos pousaram nos
quadris. — Não, você não tem. Eu não posso acreditar que você esteve
pagando pelo meu apartamento. — Ela parou de falar e ele a viu fechar
os olhos.

Ele já tinha visto ela faz fazer isso várias vezes, enquanto estava
com Kate. Quando ele perguntou o porquê disso, Kate lhe disse que
Sophia tinha problemas para controlar a raiva. Nash não acreditou
nisso. Desde que a conheceu, Nash nunca viu Sophia perder a cabeça.

— Eu não preciso do seu dinheiro, Nash. Nunca precisei.

Quando ela usou seu nome, Nash fez uma careta. Ela sempre o
chamava pelo seu nome de batismo. — Não se trata da porra do
dinheiro, Sophia. Eu estava te ajudando.

— Por quê? Você não me deve nada. Não devemos nada um para
o outro. Você estava com Kate, e agora ela está morta. — Ela passou
por ele, encerrando a conversa.

Deixando sua moto, Nash a seguiu para dentro do prédio,


recusando-se a ceder mesmo enquanto seu estômago revirou. Porra, ele
podia fazer isso chapado.

— Que porra você está tentando dizer? — ele perguntou.

Ela continuou subindo as escadas. Ele não conseguia parar de


olhar para as curvas da sua bunda. Nash queria estender a mão e tocá-
la. Ele se perguntou o que ela faria se ele acariciasse seu corpo
tentador. Se ele levasse isso adiante, provavelmente estaria em um
monte de problemas.

~ 22 ~
Sophia abriu a porta de seu apartamento e entrou. Ela tentou
fechar a porta na cara dele, mas ele não deixou. Nash foi mais forte do
que ela e usou sua força para abrir espaço, determinado a obter
respostas.

— Por que você está aqui? — perguntou ela.

— Eu quero respostas. Eu estava com Kate, mas não havia mais


nada entre nós. Kate não significava nada para mim.

— Então minha irmã era apenas um momento de diversão para


você. — Ela tirou uma mecha de cabelo do rosto, e ele notou que o rosto
dela estava vermelho.

— Kate sabia as regras. Além disso, ela era uma cadela total com
você. Com toda certeza de merda ela não dava a mínima para você. —
Ele chegou mais perto, querendo, não, precisando tocá-la.

— Não importa o que havia entre Kate e eu. Nós éramos irmãs.

— Eu nunca me importei com Kate.

Ela balançou a cabeça, dando um passo para trás. — Por que


você esta aqui?

— Eu vim para te ver.

— Por quê?

Porque eu não podia respirar e precisava saber que você estava


bem.

— Nós somos amigos.

— Não, você queria muito mais do que amizade. Minha irmã foi
embora e você já estava procurando a próxima garota.

Ele sentiu sua raiva crescer com acusações dela. — Isso não foi o
que aconteceu, e você sabe disso, — disse ele, rosnando.

— Não foi? Você quase me enganou. Você me beijou, lembra? —


Seus braços estavam cruzados. Ela deixou sua bolsa cair no chão.

Nash ficou sem palavras com o que estava vendo. Sophia era
sempre tranquila em torno dele. A mulher à sua frente não era doce ou
iluminada. Havia um tom escuro sobre ela que ele não conseguia
descrever ou entender. O que ele estava perdendo?

— O que está acontecendo com você? — Nash perguntou.

~ 23 ~
— Nada. Você está aqui tentando obter respostas. Eu quero que
você responda a minha pergunta. — Sua voz se levantou, ela estava
gritando com ele.

— Eu te beijei porque eu quis, Sophia.

— Por quê? Você está com pena da garota gorda? — perguntou


ela.

A raiva dele transbordou. Agarrando o porta-retratos em cima da


estante ao lado dele, ele o arremessou do outro lado da sala. O objeto
atingiu a parede e quebrou. Sophia nem piscou. Ela o olhou assustada.
Seu olhar se moveu do vidro quebrado para ele.

— Nunca diga merda sobre você mesma desse jeito. Eu nunca


pensei em você assim, Sophia. Eu te beijei porque eu queria você. — Ele
parou e colocou as mãos trêmulas nos quadris. — Tudo bem, você quer
respostas, então vou te dizer a verdade. Eu estava transando com a sua
irmã para estar mais perto de você. Eu não suportava Kate. Eu estava
com ela porque era uma foda fácil. Quando eu queria molhar meu pau,
ela estava lá. Satisfeita? — Nash perguntou.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto. — Saia.

— Não. Eu estava com Kate por sua causa.

— Quê?

Ele riu. — Choquei você, não é? E adivinha baby? Eu queria você.


Eu não dava a mínima para Kate, e nem ao menos sinto falta dela. Eu
sinto muito que ela está morta. Ela era sua irmã, sei que vai ser difícil
lidar com isso, mas não estou nem aí se ela morreu ou não. Você é a
única que eu queria.

Nash pôs tudo para fora, sem deixar nada pendente entre eles.
Ela parecia um pouco pálida após a sua explosão. Por muito tempo ele
manteve seus sentimentos escondidos, mas não ia deixar que Sophia os
confundisse novamente.

— Você usou minha irmã para chegar até mim? — Ele acenou
com a cabeça. — Por quê?

Ele deu um passo mais perto e ela deu um passo para trás. Nash
a perseguiu até que ela estava presa contra o balcão da cozinha.
Colocando as mãos sobre o balcão, em cada lado dela, ele se inclinou
mais perto. — Você me faz doer, Sophia. Quando eu olho para você,

~ 24 ~
quero te fazer minha o tempo todo. Só posso pensar em você. Eu te
quero demais.

Ela lambeu os lábios, olhando para ele. Nash gemeu.

— Lash veio me ver hoje.

Ele ficou tenso. Essas palavras eram a última coisa que ele
esperava que ela dissesse. — Como é?

— Seu irmão veio me ver. Ele queria me fazer algumas perguntas


sobre você.

Recuando, Nash sentiu nervoso. Ele pensou ter visto a moto de


seu irmão, mas não tinha certeza.

— O que ele queria? — ele perguntou.

— Ele me pediu para te consertar. Você está usando drogas, não


é?

Uma vergonha diferente de tudo que ele já tinha sentido rastejou


dentro dele.

— Eu não sei do que você está falando. — Ele não olhou em seus
olhos. No momento em que ele cedesse e olhasse nos olhos dela, tudo
estaria acabado.

— Kate morreu por causa dessas drogas de merda, e agora você


está usando.

Levantando o olhar, ele viu a acusação nos olhos dela. Era demais
para ele.

— Você não me conhece e não manda em mim.

— As drogas mataram Kate. Eu não vou ver você fazer o mesmo.


— Ela passou por ele, abrindo a porta do apartamento. — Sai daqui. Eu
não vou me envolver com você.

— Nós somos amigos.

— Você ficou bem sem mim nestes últimos meses. Tenho certeza
que você pode lidar com toda essa porcaria sem mim.

Nash ficou olhando para a porta aberta. Ela estava olhando para
o chão.

— O que aconteceu com você? — ele perguntou.

~ 25 ~
— Como assim? — ela olhou para cima, finalmente encontrando
seus olhos.

— Você era tão doce e encantadora.

As lágrimas que ela tinha segurado começaram a cair novamente.


— Você realmente não me conhece.

Ele franziu a testa, chegando mais perto. — Sophia, por favor.

— Não. Eu não quero ter nada a ver com isso. Nós estamos
acabados.

Ela o empurrou porta afora e trancou. Ele ouviu o giro da trinca.

— Sophia, abra a porta, — disse ele. Nash esperou ate que ela
dissesse alguma coisa.

Nada aconteceu. Dando um soco contra a porta, Nash foi embora.


Ele não precisava de Sophia agindo como uma cadela desse jeito, ou de
seu irmão se intrometendo em tudo. Ele não precisava de nenhum
deles.

Correndo para o térreo, ele saiu do prédio e subiu em sua moto.


Ele precisava de um teco4 e sabia exatamente onde conseguir um. Por
aqueles poucos segundos o clube, seu irmão, e até mesmo Sophia não
significavam nada para ele.

Acelerando o motor, ele viajou até a próxima cidade e se


encaminhou para a pior parte dela. Subindo as escadas do edifício em
ruínas, ele observou as prostitutas e os viciados que decoravam o lugar.
Ignorando todas eles e a voz em sua cabeça que lhe dizia para ir
embora, ele bateu na porta já aberta.

O cara que ele tinha espancado na outra semana estava sentado


à mesa.

— Eu quero o meu produto, — disse Nash.

— Eu já disse que não vou dar a você.

Nash pegou sua arma e apontou. — Entregue o meu produto, ou


eu vou arrancar suas bolas fora. A escolha é sua. — Ele estava cheio
desses jogos. Nash precisava se perder diante de toda a realidade que
desabava ao seu redor.

4 Gíria que se refere a uma carreira de cocaína.

~ 26 ~
*****

Deixando escapar um suspiro, Sophia escorregou pela porta e se


sentou no chão do apartamento, esperando ele ir embora. Quando ele
deu um soco na porta ela saltou, mas não fez nada. O som de seus pés
descendo a escada a fizeram relaxar.

— Respire, Sophia, respire, — disse ela.

Não havia mais nada que ela pudesse fazer para ajudar Nash.
Kate tinha estado chapada na última parte da sua vida, e ela não ia
lidar com drogas novamente.

Voltando seu olhar em direção a uma das poucas fotografias que


ela possuía das duas juntas, Sophia viu Kate sorrindo para ela. Os
Skulls tinham sido incríveis quando ela morreu. Ela imaginou que tinha
sido coisa de Nash, que pagou pelo funeral quando ele não precisava
fazer isso.

Ela estava sem dinheiro e não poderia fazer uma grande


despedida. No meio de tudo isso, Nash tinha estado lá, ao seu lado,
segurando sua mão o tempo todo. Ele foi sua rocha no pior momento de
sua vida, e ela o chutou para o meio-fio como se ele fosse lixo.

Lágrimas encheram seus olhos mais uma vez, ameaçando


transbordar.

Durante aquelas poucas semanas ela tinha se sentido como uma


princesa em sua companhia. Ele tinha tomado conta de tudo. Em sua
vida, Sophia sempre tinha sido a responsável pelas coisas. Se não fosse
por ela, Kate teria estado morando na rua uma ou duas vezes. Sophia
tinha ido para a faculdade em uma tentativa de melhorar a vida de
ambas.

Ela se perguntou o que Kate iria pensar dela agora. Sozinha,


trabalhando em dois empregos e tendo expulsado um Skull. Sua irmã
acreditava nos Skulls e na proteção que eles traziam. Houve um tempo
em que ela acreditava em Nash. Mas usar drogas ia ser o seu fim.
Sophia não podia vê-lo destruindo sua vida, não podia ver outra pessoa
que ela se importava morrer por causa das drogas de merda.

Tirando o cabelo do rosto, Sophia viu que passava das cinco


horas da tarde. Ela precisava se vestir e estar pronta para o turno da
noite na lanchonete.

~ 27 ~
Levantando-se do chão, ela se dirigiu ao banheiro. Depois de um
banho rápido, ela entrou em seu uniforme de garçonete e acrescentou
um par de meias-calças para cobrir as pernas. Ela não gostava de
mostrar muita pele.

Pegando sua bolsa, ela saiu, se certificando de trancar a porta do


apartamento. Ela caminhou até a lanchonete, precisando de ar para
limpar seus pensamentos confusos.

Ele não vale a pena.

Ninguém parou para falar com ela ou tentou fazê-la se sentir


acolhida. Desde a morte de sua irmã o tratamento dos moradores tinha
ficado pior, muito pior.

Ao entrar na lanchonete, ela viu vários dos Skulls sentados a uma


mesa. Murphy foi um dos homens que ela reconheceu. Ele estava
olhando do outro lado do estabelecimento, e Sophia viu Tate sentada
em outra mesa conversando com várias amigas.

Ela tinha acabado de chutar um Skull de sua vida, e agora um


monte deles estava na lanchonete. Ótimo, apenas ótimo.

Essa ia ser uma noite longa. Entrando pelo lado, ela pendurou o
casaco e a bolsa. Jackie, a proprietária, estava falando sozinha
enquanto fazia palavras cruzadas no jornal.

— Você chegou um pouco cedo, — disse Jackie. — Espero que


você não esteja querendo sair mais cedo.

— Não, está tudo bem. — Não havia nada esperando por ela em
casa.

— Ótimo. Com os Skulls aqui, as coisas podem ficar muito feias.


A última vez que eles comeram na minha lanchonete, ela ficou fechada
por seis meses devido aos estragos que eles fizeram.

— Por que você não os manda embora?

Jackie começou a rir. — Querida, você não chuta para fora a lei
nesta cidade.

— Os Skulls não são a lei, — disse Sophia, murmurando as


palavras em voz baixa.

— Mas poderiam muito bem ser. — Jackie levantou-se da cadeira.


— É melhor começar trabalhar. As outras meninas já estão lá. Tenho
certeza que você é necessária.

~ 28 ~
Prendendo o avental ao redor de sua cintura, Sophia caminhou
para fora. Molly e as outras mulheres que trabalhavam no restaurante
estavam balançando a cabeça.

— O que foi? — perguntou Sophia.

— Eu não vou servi-los. Você pode ir lá. Sua irmã era próxima
deles. Eu não quero ter nada a ver com eles. — Molly saiu e a deixou
sozinha.

— Ótimo. — Agarrando o cardápio, ela fez seu caminho em


direção à mesa deles. As pessoas a encaravam quando ela passava.
Ignorar seus olhares se tornou algo fácil para ela.

E então, as mulheres ou os homens? Ela olhou para as duas


mesas e decidiu lidar com as mulheres primeiro.

— Sophia, querida, há quanto tempo? — Tate disse.

Kelsey, Eva, Sandy e Angel estavam sentadas à mesa com Tate.


Ela sorriu para todas.

— O que posso fazer por vocês? — disse Sophia, evitando a


pergunta.

— Você vai dificultar as coisas para mim? — Tate falou mais alto
para ganhar sua atenção.

Balançando a cabeça, Sophia deu uma rápida olhada ao redor.


Alguns dos clientes estavam lhes observando, enquanto que outros
estavam mais interessados em seus próprios negócios.

— De maneira nenhuma. Eu tenho trabalho a fazer.

— Bem, nós estamos comemorando. Angel está grávida. Esse aí


vai ser dos bons. Posso sentir.

Ela olhou para a bela mulher loira, que estava ficando em um tom
de vermelho escuro. Os homens na outra mesa gritaram.

— Lash irá se juntar a nós em breve. Ele está lidando com alguns
problemas do clube, — disse Angel. Sua voz saiu baixa.

— Eu não posso acreditar que você não exigiu saber mais sobre o
que ele está fazendo, — disse Tate.

— Não é da minha conta, e eu estou feliz com o que tenho.

Tate fez um som zombeteiro e começou a fazer os pedidos.

~ 29 ~
Sophia anotou todos os pedidos e os leu de volta. Quando ela
começou a se afastar, Eva agarrou sua mão. — Como você está,
querida? Você não foi mais ao clube.

Sophia sentiu as emoções brotando dentro dela.

— Hm, não é nada. Eu estive ocupada. Eu não tenho muito tempo


livre, e bem, Nash não me quer lá. — Sophia pensou nisso antes. Antes
Nash a desejava, mas ela o tinha mandado embora duas vezes agora.
De maneira nenhuma ele gostaria que ela estivesse na sede do clube.

— Que besteira. Não é Nash que decide o que você faz ou aonde
vai. Você será sempre bem-vinda no clube, até onde me concerne.

— Eu agradeço. — Sophia sorriu e puxou a mão, tentando fugir


do grupo de mulheres. Eles sabiam muito, e, até onde sabia Sophia,
tinham visto muito também.

Todos sabiam que ela não aceitaria nenhuma das ofertas. Ela
preferia ficar sozinha a ter que lidar com os motoqueiros diariamente.

Indo para frente da lanchonete, ela repassou os pedidos.


Enquanto estava lidando com isso, Lash entrou pela porta. Seu olhar
pousou sobre ela.

Suas mãos começaram a tremer, e ela tentou ignorar a sensação


de mal estar a inundando.

— Você fez o que eu pedi? — ele perguntou, parando ao lado dela.

Ela olhou para trás para ver quem estava os observando.

— Não se preocupe com eles. Eu quero saber a sua resposta. —


Lash, claramente, não era um homem muito paciente.

— Nós conversamos, mas nada aconteceu.

Lash franziu a testa. — O que aconteceu?

— Nada. Não há nada acontecendo entre Nash e eu.

— Não? — Lash perguntou.

Ela balançou a cabeça.

Ele se inclinou para perto, deixando-a nervosa. Este homem já


tinha matado antes. Todos os Skulls já haviam matado. Ela tinha
ouvido os rumores, e Kate era muito falante sobre tudo. Kate havia lhe
dito que Lash foi o responsável por matar o pai de Angel. De jeito

~ 30 ~
nenhum ela queria ver o lado ruim de Lash. Ela não queria ver o seu
lado bom ou o ruim. Sophia sabia que ele amava seu irmão e faria tudo
para proteger Nash.

— Não, não há.

— Você está errada. Nash quer que você, e ele esta encontrando
consolo nas drogas.

— Isso não é culpa minha. Ele estava com Kate.

— Kate não o fez se acabar em drogas. Eu nunca vi Nash como


ele está agora. É melhor você ter certeza que ele não estrague tudo, —
disse Lash, afastando-se. Ela o viu ir até Angel.

Ânsia bateu nela profundamente quando Lash começou seu


show. Ela supunha que ele não estava fazendo um show para mais
ninguém. O beijo que ele deu em Angel foi todo sobre o amor que ele
sentia por aquela mulher. Ela desejou que houvesse um homem lá fora
que lhe desse o mesmo tipo de atenção.

Nash com prazer teria sido o único homem em sua vida a lhe dizer
palavras de amor, e você o mandou embora.

Afastando esses pensamentos, ela tentou se concentrar no que


tinha para fazer. Quando Nash entrou na lanchonete uma hora depois,
ela viu os outros Skulls ficarem tensos. Dando uma boa olhada nele de
trás do balcão, ela viu que ele estava oscilando em seus pés. Seus olhos
estavam vermelhos, e em torno de seu nariz havia um pó branco.
Merda, ela nunca o tinha visto assim. Nash sempre parecia totalmente
no controle para ela. Nem uma única vez em todo o tempo que eles se
conheciam ele deixou que algo o dominasse assim, mas as drogas
realmente estavam ganhando dessa vez.

Alguns dos clientes, moradores da cidade, ficaram chocados, mas


não disseram nada. Lash parecia tenso. Seu olhar foi para ela antes de
se fixar sobre o seu irmão.

Quando Lash contou sobre as drogas ela não tinha realmente


acreditado em tudo. No apartamento ela esteve cega por outras coisas
que Nash invocava nela com a sua presença. Vendo a evidência à sua
frente, ela ficou confusa. Nash estava sempre no controle. Ela ficou
totalmente chocada ao vê-lo chapado.

— Vamos lá mano, temos que comemorar, — disse Nash. Seu tom


de voz era muito alto. Ela viu quando ele pegou uma cerveja de dentro
de sua jaqueta e empurrou a tampa.

~ 31 ~
Seu coração estava disparado. Isso ia acabar mal. Ela tinha
certeza disso.

Nash se virou para ela, o sorriso no rosto desaparecendo. — Tudo


está completo agora. Até temos a irmã de Kate aqui para nos dar um
pouco de ação. Tenho certeza que ela é como a irmã de muitas
maneiras. — Sua voz foi alta o suficiente para que todo o lugar ouvisse
a sua comparação.

Humilhação bateu em Sophia de um jeito que ela não estava


esperando. Durante todo o tempo que ela conhecia Nash ele nunca
tinha lhe tratado dessa forma.

— Vamos encarar. Kate era uma puta.

— Nash!

Incapaz de lidar com o olhar no rosto dele, ela caminhou em


direção à parte de trás da lanchonete. Jackie a seguiu.

— Não dê ouvidos a ele. Ele está sendo um filho da puta.

— Ele está me comparando a Kate como todo mundo faz, — disse


Sophia.

— Você não é nada como sua irmã, e você sabe disso. Ignore-o.
Ele vai se arrepender disso amanhã.

Ela assentiu com a cabeça e voltou para fora. O resto dos Skulls
tentou impedi-lo de dizer qualquer outra coisa para ela. Ela se fechou
para Nash. Sophia engoliu os comentários e continuou trabalhando. De
vez em quando ela sentia que as lágrimas estavam perto da superfície.

As mulheres não pareciam felizes com o que estava acontecendo.


Tate ficou olhando para Murphy. Quando Sophia foi recolher os pratos
e copos, ela viu Nash vindo em sua direção. Ele não teve a chance de
colocar as mãos sobre ela, pois Murphy pegou o outro homem e o
arrastou para fora do estabelecimento. Ela não disse nada, mas nunca
tinha sido tão grata por qualquer coisa antes em sua vida.

Lash a encarou, mas ela baixou a cabeça e terminou de limpar as


mesas. Em algum momento todos os Skulls e as suas mulheres foram
ido embora, e ela soltou um suspiro de alívio.

*****

~ 32 ~
— Ele está fora dos trilhos. Eu nunca tinha visto ele assim, —
disse Lash. Depois de tudo o que tinha visto naquele dia, ele sabia que
era apenas uma questão de tempo antes que Tiny tirasse tudo de Nash.

— O que você está planejando fazer? — perguntou Angel.

— Eu não sei. — Ele virou-se para vê-la nua esparramada na


cama. Seu pênis engrossou, querendo estar dentro dela mais uma vez.
Ela estava grávida de seu filho ou filha, e parecia sexy pra caralho.

— Você não pode fazer tudo pelo seu irmão. Nash precisa se
ajudar também.

Esta foi a primeira vez que ele falou com ela sobre os negócios do
clube. Nash era seu irmão, mas sua dependência por drogas iria se
transformar em um problema para todos.

Chegando na cama, ele se sentou ao lado dela, de frente para o


chão, de costas para Angel. Ela colocou os braços em volta do seu
pescoço, beijando-o. Seu pênis ficou ainda mais duro.

— Eu sei. Eu estou com mais medo é do que Tiny vai fazer. Ele
odeia drogas, e vendo Nash desse jeito, ele vai arrancar a cabeça dele
fora. Meu irmão está estragando tudo que Tiny tentou proteger. Drogas
ficam fora de Fort Wills. — Lash passou os dedos pelo cabelo, tentando
clarear seus pensamentos. Eles lidavam e comercializavam negócios de
drogas, mas Tiny deixava claro que nada daquilo era para ser usado por
eles.

— Você vai dar um jeito nisso.

— Hardy conversou com ele também, — disse Lash. — Se Hardy


viu o que está acontecendo, é só uma questão de tempo antes de Tiny
ver também.

— Tiny está tentando arrumar as coisas com Eva. Ele está


distraído no momento.

Lash balançou a cabeça. — Ele não está. O clube sempre vem em


primeiro lugar. Você sabe que é assim.

Ele soltou um suspiro, desejando que houvesse algo mais que


pudesse fazer. Era só uma questão de tempo até Tiny descobrir a
verdade. Lash só esperava que Tiny se lembrasse de Nash como o
garoto que ele foi, caso contrário seu irmão estava bem e
verdadeiramente fodido.

~ 33 ~
Capítulo Três

Uma semana depois

Desistir das drogas não era uma boa


ideia, e Nash não tinha um problema com
elas. Ele estava mais no controle do que
nunca. Trancando a porta do quarto, ele
pegou seu estoque de pó branco e se
moveu pelo quarto. Tiny tinha chamado
todos os membros para uma reunião, e
ele tinha 20 minutos antes que se fazer
necessário.

Entrando no seu banheiro, Nash trancou a porta. Ele


pegou sua bandeja e começou a organizar o pó em uma linha.
Enrolando uma nota de dólar, a levou até o pó e inalou. O zumbido veio
imediatamente.

Depois de aspirar mais algumas carreiras, Nash estava mais do


que pronto para enfrentar as escadas. Ele jogou um pouco de água no
rosto, molhando os cabelos e lavando a evidência do que tinha feito.
Nash se sentia vivo e cheio de energia. Depois que terminou, ele
guardou sua arma e foi para o andar de baixo. Rose, Tate, Angel e
várias mulheres estavam jogando cartas ao redor de uma mesa. O clube
estava agitado. Lash estava conversando com Blaine, e os prospectos
estavam esperando para receberem alguma tarefa.

Batendo com a palma da mão no balcão, ele pediu uma cerveja. O


prospecto parecia inseguro de lhe dar o que ele queria. Nash viu que o
garoto estava olhando na direção do seu irmão.

— Hey, fodido, não olhe para o meu irmão. Eu quero uma cerveja,
então me dê a maldita cerveja.

— Nash, se acalme. Ele é novo, — Lash disse, de repente de pé ao


seu lado.

~ 34 ~
Virando-se na direção do seu irmão, Nash viu ele tinha o cenho
franzido. — Que porra é essa de dizer aos prospectos para não me dar
bebida?

— Tiny deu a ordem, sem bebidas.

— Ele nunca deu a mínima antes. Por que ele mudou de ideia
agora? — perguntou Nash.

A sala ficou em silêncio.

Pare com isso. Esse não é você.

Não importa o quanto tentasse Nash não podia parar.

— Pare com isso, Nash. Você vai tornar tudo pior.

Sorrindo, Nash olhou em volta, fixando-se em Angel. — Por que


você não começa a se preocupar sobre ter engravidado a sua
vagabunda, e deixe a bebida comigo.

Foi a coisa errada a dizer e, na parte de trás da sua mente, Nash


não podia acreditar no que tinha acabado de fazer.

Lash não esperou. Ele atacou, batendo com o punho fechado no


lado do rosto de Nash.

— Quem merda você pensa que está falando? — perguntou Lash.


— Essa é a minha mulher, Nash. Minha old lady. Você acha que eu vou
te deixar desrespeitar ela?

Outra vez Nash deu risada. Levantando-se, ele pegou sua arma e
a levantou no ar. Algo não estava certo com ele. — Vamos, rapazes, a
vida é uma festa. Não deveríamos desperdiça-la com vadias ou
prostitutas ou old ladies.

Antes que pudesse se conter, ele puxou o gatilho. Quando o tiro


foi disparado, o que se seguiu foi o caos.

Tiny saiu de seu escritório e Eva estava deitada no chão.

— Que porra está acontecendo aqui?

Nash deixou cair arma no chão, e outro tiro foi disparado.

— Eva, você está bem? — perguntou Lash.

— Sim, eu estou bem.

~ 35 ~
Blaine estava se levantando do chão. — Eu vi para onde ele
estava apontando. Ele tinha a cabeça de Eva na mira.

— O quê? — perguntou Tate. O clube inteiro estava tenso.

Nash estava assistindo a tudo como se ele não fizesse parte do


show. Era como se ele tivesse escapado de seu corpo e estivesse
assistindo do lado de fora. Lash foi para perto de Angel, que tinha sido
atirada ao chão por Steven. Eva estava pálida, e Tate parecia prestes a
matá-lo.

— Nash tinha um tiro limpo na cabeça de Eva. Se eu não tivesse


feito o que fiz, ele ia matá-la, — disse Blaine.

— Eu não ia.

Tiny estava na frente dele em um piscar de olhos. — Seu estúpido


de merda do caralho. — As lapelas de sua jaqueta foram puxadas, e ele
foi arrastado para fora. O sol o cegou por um segundo, e ele foi jogado
ao chão. Olhando à sua volta, Nash observou enquanto os outros Skulls
se reunirem ao redor dele. Até mesmo Alex Allen, que tinha ido lá a
negócios, ia testemunhar a queda de Nash. Antes que a droga
assumisse tudo, Nash recordou que o outro homem estava tentando
voltar para Fort Wills.

— Eu não queria machucar ninguém. Eu só estava me divertindo


um pouco, — disse Nash, rindo. O riso era incontrolável. No fundo de
sua mente ele sabia estava fodido e deveria estar implorando perdão.
Em vez disso, ele achava toda a situação muito engraçada.

— Se divertindo? Você atirou dentro do meu clube e está achando


essa merda divertida. — As mãos de Tiny estavam fechadas em punhos.
O perigo espreitava à frente de Nash, e ele não conseguia dar a mínima.

— Ele está fora de si, — disse Hardy. Nash ficou chocado que o
outro membro do clube o defendeu, especialmente depois que ele
ameaçou a todos.

— Eu vejo que o problema é o meu próprio Skull, e não vai ficar


por isso. — Tiny parou as falas de todos. — Eu lhe dei um indulto por
causa de Kate. Ela não era sua old lady, mas era a sua prostituta. Ela
não significava nada, e ainda assim eu lhe dei tempo. Eu lhe dei tempo
demais, e essa porra termina agora. — Tiny olhou para ele com nojo.

A realidade de sua situação começou a cair sobre Nash.

~ 36 ~
— Aqui está, senhor. — Virando-se, Nash viu um dos prospectos
segurando seu saco de pó branco. A visão do seu vício o enviou em uma
espiral de humilhação.

— Seu merdinha, — disse Nash, caminhando em direção ao


homem. Ele parou de se mover quando Tiny o segurou, impedindo-o de
ir adiante.

— O que você pensa que está fazendo? — perguntou Tiny.

— Ele não tinha a porra do direito de mexer na minha merda.

Cale-se. Você está no errado. Cale-se.

Lash saiu do clube com Angel, Tate, e Murphy logo atrás.

A decepção no rosto de Lash fez o mundo inteiro de Nash partir.

— Há quanto tempo você vem protegendo ele, Lash? — Tiny


perguntou. Não havia como fugir do que estava prestes a acontecer.
Nash sabia que o seu tempo estava chegando ao fim.

— Ele é meu irmão.

Angel estava segurando a mão de Lash firmemente.

Eu fodi tudo.

Nash sentiu-se acordar completamente. Abrindo os olhos, ele se


lembrou do que havia feito a Sophia há uma semana, quando seu irmão
estava comemorando a gravidez de Angel. Ele tinha ido até seu
traficante de drogas e pegado mais das drogas que o trouxeram para
isso. Ele não tinha visto Sophia em uma semana. Da última vez ele foi
um filho da puta total com ela.

Você não a merece.

Tiny ergueu o punho e o primeiro soco se conectou com a sua


mandíbula. Nash caiu no chão, cobrindo o rosto. Quando ele abriu os
olhos, viu a maioria dos Skulls de pé com os braços cruzados. Ele
trouxe isso para si mesmo. Butch, Lash, Hardy, Stink, Zero, Killer,
Whizz e Time, incluindo outros homens com quem ele havia trabalhado
desde que ganhou seu patch nos Skulls, estavam todos lá para
testemunhar o seu fim.

Drogado.

Viciado.

~ 37 ~
Perdedor.

Imbecil.

Perigoso.

Todas as palavras ecoaram em sua mente, insultando-o. Ele


conseguiu ficar de joelhos, e então de pé.

— Se você pensou que poderia ser um viciado no meu clube, se


prepare porque tem outro pensamento chegando. — Tiny estendeu a
mão e arrancou o colete das suas costas. Nash tentou lutar, mas foi
inútil. Ele era um menino outra vez, só que agora o homem que uma
vez lhe deu conforto estava levando para longe a única coisa que ele
sempre quis, o colete de couro dos Skulls. Tiny foi quem esteve lá para
ele quando seus pais morreram.

— Porra, pare, — disse Nash, sentindo-se como uma criança em


vez do homem de 29 anos que na verdade era.

— Você não merece esse colete. — Tiny o jogou em uma lata de


lixo e Nash viu quando ele acendeu um fósforo e a peça de couro virou
uma tocha.

— Tiny, — disse Lash.

Ele olhou para seu irmão e viu dor nos olhos de Lash. Nash
sentiu como se estivesse quebrando por dentro.

— Fique fora disso. Eu tenho regras. Só algumas poucas regras,


Lash, e este filho da puta tirou sarro das minhas regras. — Tiny se
voltou para ele.

Nash tinha visto Tiny perder a cabeça com os homens que tinham
causado dor à sua família. O clube era parte dessa família, e Nash fez o
clube motivo de chacota. Suas ações colocaram uma marca escura em
torno do clube e os fez parecer fracos perante seus inimigos. Caindo de
joelhos, Nash baixou a cabeça.

— Fique em seus malditos pés, — disse Tiny.

Ninguém falou nada, e Nash percebeu que ele tinha fodido demais
as coisas dessa vez. Quando ele não se levantou, Tiny o pegou pelo
cabelo o obrigou a levantar.

Desde que se juntou aos Skulls, Nash nunca pensou que ele seria
aquele que enfrentaria este castigo. Ele se orgulhava de ser uma parte
integrante do grupo. Nos últimos meses, ele estragado tudo. Olhando

~ 38 ~
fixamente nos olhos de Tiny, Nash sabia que não tinha escolha.
Erguendo os punhos, Nash estava pronto para se defender.

Este era o preço por trazer drogas para o clube. Ele foi estúpido o
suficiente para pensar que poderia sair impune disso. A ira de Tiny
também tinha a ver com ele ter colocado Eva em perigo. Seu líder não
tinha a pretensão de ter Eva como sua old lady, mas todos sabiam a
verdade. Qualquer pessoa que colocasse um dedo sobre a mulher
acabaria morto depois de ter sido torturado.

Porra, ele quase a matou.

Nash bloqueou o primeiro soco com facilidade. O próximo soco


veio em suas costelas, e depois em seu estômago. Acertar um soco era
muito difícil. Tiny estava no auge da sua saúde e era o mais forte de
todos eles.

Três golpes duros desceram no seu rosto e o enviaram para trás.


A dor explodiu através de seus olhos. Tiny não estava no clima para
brincadeiras. Este ataque era frio, duro, e se Nash não tivesse cuidado,
não iria durar os próximos dez minutos. Com cada soco o líder dos
Skulls ficava mais irritado. Os golpes estavam ficando mais pesados, e
Nash cuspiu sangue no asfalto.

— Seu pai teria vergonha de você, porra, — disse Tiny. — Ele era
o meu braço direito. Ele deixou você para mim, e eu cuidei de você
junto com Patrícia, Eva e Mikey, caralho. Você tinha tudo que podia
querer, e ainda assim se transformou na porra de um drogado. — Tiny
deu um chute no estômago de Nash.

Caindo no chão, Nash ficou de joelhos, tossindo e cuspindo mais


sangue pela boca. A dor era intensa, e ele não conseguiria suportar por
muito tempo. Tiny estava pronto para a guerra, e nada iria impedi-lo.

Você fodeu tudo, Edward.

Isso não tinha nada a ver com os Skulls. O clube foi o que lhe fez
forte. O que ele tinha feito hoje fodeu tudo de maneiras que ele nem
achava que podia.

Aceitando a surra, Nash desejou a morte e, finalmente, parou de


resistir.

*****

~ 39 ~
— Você tem que detê-lo, Lash, — disse Sandy. — Ele está
sangrando, e se ele receber mais golpes, vai morrer.

— Tem certeza? — perguntou Lash, estremecendo quando outro


chute acertou seu irmão. Ele queria parar Tiny, mas Nash precisava
disso. Os últimos meses tinham sido um desastre quando se tratava de
seu Nash. Não havia mais nada que Lash pudesse fazer.

— Mesmo os Skulls são vulneráveis a uma hemorragia interna e à


morte. — Sandy parecia que ia vomitar quando se virou de costas para
o que estava acontecendo.

— Lash, — Angel disse, pegando sua mão. — Pare ele.

Hardy deu um passo adiante. — O garoto está recebendo o que


ele merece, mas Tiny está agindo assim por causa de Eva. Ele tem todo
direito, mas vai ficar arrasado se matar Nash.

Mordendo o lábio, Lash não podia suportar ver seu irmão


apanhando. Passando pelo resto dos Skulls, Lash puxou Tiny para
longe do seu irmão.

— Solte-o, Tiny. Você já provou seu ponto. — Lash enfrentou seu


líder e alguns dos seus amigos mais próximos, preparado para fazer o
que fosse necessário para salvar seu irmão.

— Ele quase matou Eva. — Tiny cuspiu em Nash. — Sua mulher


está grávida e ele trouxe drogas para o meu complexo. Ele esta acabado.

— Eu posso deixar ele limpo. Esse não é o Nash de verdade.

— Claro que é. Ele é o mais fraco daqui. O filho da puta precisa


de uma chamada para acordar, os Skulls não é lugar para os fracos.

Passando a mão pelo rosto, Lash olhou para o irmão. Se Tiny o


chutasse para fora do clube, Nash estaria melhor morto. Toda a merda
que seu irmão havia causado iria desabar sobre ele. Ou você era um
irmão, ou você era chutado para o meio-fio.

Só havia uma maneira de mantê-lo no clube.

— Eu vou tomar a surra por ele. . Eu vou responder por ele. —


Lash enfrentou Tiny preparado para fazer todo o necessário para
garantir a segurança de seu irmão. Se ele tomasse os golpes, então
Nash entraria na desintoxicação, e Lash seria o único a lidar com isso.

Os irmãos do clube olharam para ele.

~ 40 ~
— Por que ele vai tomar a surra? — perguntou Killer.

— Lash está criando um passo para manter seu irmão, o que


significa que a punição precisa ser paga. Ele precisa levar a surra em
nome de Nash para mantê-lo no clube, — disse Murphy.

— Não, ele não fez nada errado, — disse Angel.

Lash olhou para sua mulher, vendo as lágrimas em seus olhos.


Murphy a deteve enquanto Sandy tentava falar com ela. — Ele é meu
irmão, e eu não vou deixá-lo sozinho. Tiny vai matá-lo.

— Você está preparado para assumir essa surra por ele?

— Sim, — disse Lash, fechando as mãos em punhos.

Você me deve um grande momento, irmão.

— Lash, não, — disse Angel. Sua voz se elevou para encontrá-lo.


Olhando para Tiny, ele viu sua determinação. Esta surra era necessária
para tudo entrar em ordem. Houve muita merda acontecendo nesse
último ano para deixar isso passar.

Erguendo as mãos no ar, ele pediu por dois minutos sem


realmente falar.

Tiny balançou a cabeça, virando-se.

Caminhando de volta para onde sua mulher estava sendo contida


por Murphy, ele segurou seu rosto, olhando para o outro homem para
que a soltasse.

— Você não pode fazer isso, Lash. Você faz isso, e você pode ser
morto. Eu não posso cuidar desse bebê sozinha.

— Você pode colocar o meu irmão no meu carro? — ele


perguntou, virando-se para Hardy. O motoqueiro concordou e foi saiu.

— Isso não está certo, — disse Angel. Lágrimas escorriam pelo


seu rosto.

— É certo para este clube...

— O seu clube estúpido não deve deveria decidir sobre isso.

Lash fez a única coisa que podia para silenciá-la. Ele bateu seus
lábios nos dela. Quando ela relaxou em seus braços, ele se afastou.

~ 41 ~
— Se Nash tivesse levantado essa arma e apontado para você,
mesmo que acidentalmente, como ele fez, eu o mataria. Eu não iria
deixá-lo fugir depois de ter machucado a minha mulher. Ele é meu
irmão, e eu vou dar a ele a surra de uma vida. — Ele olhou por cima do
ombro para ver Tiny esperando. — Eva pertence à Tiny. Nós todos
sabemos disso, e se alguma coisa acontecesse com ela, Nash não se
perdoaria. Eu vou fazer isso e depois vou lidar com o meu irmão. —
Acariciando seu rosto, ele a forçou a olhar para ele. — Mas eu vou
precisar que você seja forte por nós dois.

Ela chorou, pressionando o rosto contra seu peito. — Eu posso


fazer isso.

— Que bom. Tire ela daqui, Murphy. Ela não vai gostar disso.

Angel lutou com Murphy. Lash foi embora sabendo que Tate
estaria consolando a sua mulher. Ele parou na frente de Tiny e esperou
que a punição começasse. As próximas semanas iam ser doloridas pra
caralho.

*****

Sophia empurrou o cabelo para longe do rosto enquanto embalava


caixas. O trabalho era tão entediante, e ela estava cansada de novo.
Tudo o que ela queria fazer era se enrolar em torno de seu travesseiro e
dormir. Desde que ela fugiu de Nash, tudo o que ela queria fazer era
dormir. Ela também não tinha sido tentada a ir ao clube, porque ele
poderia ser cruel com ela novamente.

Kate sempre tinha algo cruel a dizer sobre ela.

Lágrimas brotaram em seus olhos mais uma vez quando as


memórias de todas as coisas horríveis que as pessoas tinham dito a ela
ao longo dos anos retornaram. Ela realmente queria poder lançar as
lembranças de lado e começar de novo.

Afastando qualquer evidência de lágrimas, ela continuou


trabalhando e bocejando. Willy veio todo se esfregando contra ela. Ela
não lhe daria a satisfação de reconhecer sua presença.

— Qual o problema? Não pode lidar comigo, baby? — perguntou


Willy.

~ 42 ~
Alguns dos trabalhadores riram, e ela olhou ao redor e então se
virou para encará-lo. — Não, você não pode lidar comigo, e se você
continuar esfregando esse pau pequeno contra a minha bunda eu vou
processá-lo por assédio sexual. — Sophia já tinha sido empurrada o
suficiente, por ele, por Kate, e até mesmo por Nash. Ela foi empurrada
por todos ao seu limite.

O sorriso morreu em seu rosto. Ela se virou, voltando para as


caixas. O silêncio era ensurdecedor. Apenas o som das máquinas podia
ser ouvido.

— Voltem ao trabalho, — disse Willy, dando ordens aos outros


funcionários.

Ela continuou trabalhando, mesmo quando ele se inclinou para


perto. Seu mau hálito roçou seu pescoço. — Me processe por assédio
sexual e tudo mais que você quiser, Sophia. Apenas lembre-se, eu vou
ser o único que vai sair dessa história feliz. Ninguém vai acreditar na
irmã de uma prostituta.

Rangendo os dentes, ela continuou com a montagem das caixas.

Dinheiro para o aluguel. Dinheiro para o aluguel.

— Você não tem os Skulls ao seu lado. Eu ouvi o que aconteceu


no restaurante. A sua bunda não foi reivindicada, então você não está
protegida.

Suas mãos acariciaram uma das nádegas de Sophia. — Pense


nisso da próxima vez que você abrir sua boca.

Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, ele foi embora.
Nenhuma quantidade de dinheiro iria fazer com que ela amasse esse
trabalho. Ela o odiava e todas as pessoas que vinham com ele. Era uma
merda da porra. Bloqueando tudo, ela se focou em terminar seu turno.

O trabalho era silencioso, o que lhe deixava pensar no grande


problema em sua vida, Nash. Ela sentia saudades dele. Quando ela o
mandou embora, depois do beijo, foi sem parar para pensar em suas
ações. Ela agiu instintivamente ao que aconteceu. O beijo tinha feito
seu corpo reagir de maneira que ela não sabia ser possível. Nenhum
outro homem lhe afetado tão facilmente como Nash. Nada tinha sido
fácil para ela, nada. Com sua irmã próxima dos Skulls, lhes tinha sido
proporcionada uma dose de proteção, ou pelo menos tinha dado a
Sophia proteção que ela não tinha reconhecido na época. Agora, tudo se
foi, e ela era considerada carne livre. Balançando a cabeça, ela tirou

~ 43 ~
outra vez o cabelo dos olhos. Ela realmente precisava cortá-lo. A última
fazia muito tempo, e os fios estavam ficando muito rebeldes.

Ter tempo livre não era uma opção para ela nesse momento. Sua
vida se constituía em trabalho e mais trabalho. A vida era mais fácil
quando Kate trazia dinheiro, mas então ela ficou viciada em drogas, e
não trouxe mais dinheiro também.

Fechando os olhos, ela respirou fundo várias vezes antes de


continuar com o seu trabalho. Na hora do almoço, ela sentou-se
sozinha, ignorando todos os olhares que estava recebendo. Ela nunca
tinha percebido o quanto os Skulls guardavam suas costas. Sua irmã
transar com Nash fazia a vida dela mais fácil.

Sophia não podia parar a pontada de dor que perfurava seu


coração ao se lembrar de quantas vezes ela pegou e Kate Nash juntos.
Parte dela sempre pensou que Kate fazia isso de propósito. Era como se
sua irmã soubesse que Sophia tinha uma queda por Nash, e fazer com
que ela os visse juntos era a maneira de Kate de lhe mostrar que ela
não tinha nenhuma chance com ele.

A lógica era confusa, mas era a única coisa na qual ela podia
pensar para desculpar as ações de Kate.

Ela se foi.

Mordendo o lábio, ela voltou a trabalhar totalmente desligada.


Havia momentos em que ela ficava triste por ter perdido sua irmã mais
velha, outras vezes ela ficava feliz por Kate estar morta.

Quando chegou a hora de ir embora, ela foi para o quarto pegar


sua bolsa. Sem olhar para ninguém, ela saiu da fábrica e caminhou
para casa. Uma vez que ela chegasse lá, tinha alguns minutos para
tomar banho, trocar de roupa e ir para a lanchonete.

Sua vida não era sempre tão agitada, mas ela pegou o ritmo
rapidamente. Engatando a bolsa em seu ombro, ela manteve a cabeça
baixa. As estradas perto de onde a fábrica estava localizada raramente
tinham movimento.

Alguns carros e caminhões passaram a caminho da cidade.

Puxando a borracha do seu cabelo, ela deixou as mechas livres ao


vento. Sophia queria sentir a brida em seu rosto antes de estar presa
em outro prédio servindo a alguém. Não havia outros empregos em Fort
Wills, e ela não iria seguir os passos de sua irmã. O som de um carro
parando ao seu lado fez Sophia interromper sua caminhada.

~ 44 ~
Gill, junto com alguns de seus amigos, estava sentado olhando
para ela.

Ela começou a se afastar mais uma vez. O som da porta sendo


aberta viajou para seus ouvidos. Seu coração acelerou, e ela se
concentrou no caminho à sua frente. O trecho onde eles estavam era o
mais deserto, sem casas ou edifícios a vista. Esta era a parte da
caminhada que ela odiava. Qualquer coisa poderia acontecer, e
ninguém saberia a menos que ela tivesse sorte suficiente para um carro
passar.

Sophia sabia que ela não tinha essa sorte.

— Ei, por que você está correndo? — perguntou Gill.

Andando mais rápido ela tentou evitá-lo. Gill agarrou seu braço
parando-a de sua caminhada. Ele a empurrou contra o muro de metal
atrás dela.

— Eu tenho que ir trabalhar. Me deixe em paz.

Na respiração seguinte, ele arrancou a bolsa de seus ombros e a


atirou para os seus amigos. Ela reconheceu todos eles, mas não sabia
seus nomes. Sua lista de tarefas não era muito grande para conhecer
todos os homens que trabalhavam no mesmo prédio que ela.

Muito inteligente, Sophia.

— Eu não gosto da sua atitude. Quer dizer, eu era amigo da sua


irmã, e eu tenho certeza que posso estender a mesma bondade para
você. — Ele acariciou seu rosto. Seu toque a enojava.

Quando sua mão se estendeu para tocar seu seio, ela lhe bateu
com força. — Não me toque.

Ela empurrou-o forte. Gill atacou, segurando seu rosto e a


empurrando com força contra a cerca de metal. Suas costas doeram
com o impacto, e ela gritou. Seus amigos estavam se fechando em torno
deles, impedindo que quem estivesse passando visse alguma coisa.

— Agora, eu estou tentando ser legal com você, e tudo que você
está fazendo é me empurrar para longe. — Gill passou os dedos em
torno de pescoço dela, apertando. Ela arranhou as mãos dele, tentando
afastá-lo.

Outra mão pousou entre suas coxas.

~ 45 ~
— Eu tenho sido bom e paciente com você, Sophia, mas minha
paciência está se esgotando.

Ele aumentou o aperto da mão entre as coxas dela, fazendo


Sophia estremecer. Não havia nada gentil nele.

— Eu vou soltar você. Quero que você me diga o que eu quero


ouvir. — Sua mão liberou a garganta.

Ela tomou respirações profundas, precisando de ar. Inclinada


para frente, ela tentou limpar seus pensamentos. Sophia não iria lhe
dar a satisfação de implorar.

— Eu estou esperando, Sophia, — disse ele, passando as mãos


pelas suas costas. Ele não tinha o direito de tocá-la. Nenhum homem
tinha o direito de tocá-la só porque Kate permitia isso. Ela não gostava.
Seu corpo era dela, e ela não era nada como sua irmã. Era hora de
começar a se lembrar disso. Ela e Kate eram duas pessoas diferentes.

Levantando-se, ela ergueu a cabeça e olhou para ele. — Vai se foder.

O golpe com as costas de sua mão a pegou de surpresa, junto


com o soco em seu estômago. Ela cuspiu um pouco de sangue enquanto
provava o sabor metálico na língua. Ninguém nunca tinha a machucado
assim.

Agarrando seu cabelo, Gill a girou, a empurrando contra a grande


de metal, agora de frente. Seus seios doeram com o aperto.

Sophia entrou em pânico quando o ouviu soltar o cinto. — Eu vou


te foder duro, e depois é a vez dos meus homens. Uma e outra vez, até
que você vai estar nos implorando para parar.

Um tiro ecoou seguido de um grito. Ela foi liberada e se virou a


tempo de ver Lash com três homens que batiam em Gill e seus amigos.

— Se você tocar na propriedade de um Skull, eu vou te matar.


Considere este aviso, — disse Lash, disparando contra a perna de um
dos amigos de Gill. Sophia fez uma careta, enquanto no interior adorava
o castigo que Lash estava lhe dando. — Deem o fora daqui antes que eu
comece a quebrar pescoços. Eu não dou a mínima para quem você é,
mas é melhor ter certeza que eu nunca descubra. — A ameaça era real.
Todo mundo sabia que Lash tinha matado o pai de Angel com as mãos
no seu pescoço. Lash era um motoqueiro durão, e ninguém mexia com
ele.

~ 46 ~
Ela deu uma boa olhada nele e viu vários hematomas em seu
rosto. Ele também estava usando a mão esquerda ao invés da direita.
Lash parecia estar em péssimo estado.

— Levem Nash para o lugar que eu disse e fiquem perto dele, —


ordenou Lash. Os outros dois motoqueiros saíram, deixando-os
sozinhos.

Sophia olhou para a arma na sua mão, se perguntando se ela era


a próxima na lista de pessoas a morrer.

~ 47 ~
Capítulo Quatro

Sophia olhou para o irmão de Nash. A


arma ao seu lado a aterrorizava. Ele tinha
atirado na perna de alguém e não
demonstrou nenhum remorso. Para não
mencionar os muitos homens que ele já
tinha matado para proteger o clube.

— Você vai usar isso em mim? —


perguntou ela, curvando-se para pegar sua
bolsa. Ela não tinha nada com que se proteger.
Se ele usasse a arma, ela estaria completamente
impotente para o que ele tivesse planejado.

Lash olhou para a arma, e então para ela. — Não, não vou usar.
Só acho que ela ajudou a enfraquecer a intenção dos homens em
relação ao estupro

Ela vacilou, recordando das mãos de Gill em seu corpo. Lash não
precisava ter parado para lhe ajudar, mas ele tinha feito isso mesmo
assim. — Obrigada. Eu não sei o que teria acontecido se você não
tivesse aparecido.

— Eu sei o que teria acontecido. Não é preciso ser um gênio para


saber o que todos eles tinham em mente.

— Obrigada de qualquer maneira, — disse ela, limpando o sangue


de seu lábio. Seu corpo doía de uma maneira que ela não gostava. Ela
sabia que, em questão de minutos, os locais onde Gill tinha lhe batido
estariam com hematomas.

— Não me agradeça. Eu posso não estar aqui da próxima vez.

Suas palavras a fizeram parar.

— Próxima vez?

~ 48 ~
— Sim, um fodido doente como aquele, ele quer você o bastante
para tentar de novo.

Sophia olhou para seu salvador, esperando que ele dissesse algo
sobre lhe proteger. — Eu não sou forte o suficiente, mas eu preciso
desse trabalho, — disse ela quando ele não fez nenhum movimento ou
disse qualquer coisa.

Lash ficou lhe olhando sem dizer uma palavra. Ela começou a se
sentir incomodada, odiando aquele exame detalhado.

— Meu irmão acha que você é inocente, — disse Lash.

— Quê?

— Angel era puramente inocente. Eu sei. Você não é. Há algo em


você que mostra experiência. — Ele deu um passo para frente,
segurando o queixo dela. — Mas não é muito experiente. Nash vê esse
lado seu. Ele acha que você é fraca demais para lidar com a vida de ser
uma old lady.

Ela se puxou para fora do seu domínio. — Eu não sou totalmente


inocente, e isso não é da porra da sua conta.

— Nash tomou uma surra hoje. Ele está pendurado por um fio, e
Tiny está assim de chutar a bunda dele para a rua e para fora da vida
do clube para sempre. — Ele apertou o polegar e o indicador juntos,
para indicar o que Tiny estava prestes a fazer.

— Ele está bem?

— Não, ele não está bem. Eu fiz um acordo para manter Nash nos
Skulls. Se você quer proteção, vai ter que me ajudar agora, — disse
Lash.

— Não sei o que você quer.

— Eu vou fazer Nash voltar a ser o que era. Isso não vai ser
bonito, mas se você se preocupa com ele, vai ajudar. Em troca, você
volta a receber proteção dos Skulls e nenhum homem irá te tocar. —
Ele deu um passo para frente, bloqueando o seu caminho.

— Eu não sou uma prostituta nem uma old lady.

— Eu sei, as prostitutas ganham a vida nos dando o que


queremos. Você não é uma delas. Agora você me ajuda com o meu
irmão, ou pode se preparar para ver Gill e seus capangas no futuro. —
Lash descansou a mão contra o metal do portão, inclinando-se para ela.

~ 49 ~
Sua proximidade era enervante, e ela sabia que ele estava fazendo tudo
isso de propósito. — Se você não me ajudar, da próxima vez eu não vou
impedi-los. Eu vou garantir que todos saibam que você não está mais
sob a proteção dos Skulls e é carne livre.

— Mas Nash...

Ele apertou um dedo sobre os lábios dela. — Mas Nash nada. Ele
não vai ter uma palavra sobre esse assunto, e eu não dou a mínima
para você. Você não é importante para mim, e vou ter certeza de que
você acabe machucada.

O olhar em seus olhos a fez muito consciente de como ele a


deixaria para trás.

— O que você quer que eu faça? — perguntou ela.

Sophia não precisava de mais nenhuma advertência. Ela


precisava dos Skulls muito mais do que eles precisavam dela.

— Suba na parte de trás da minha moto e venha comigo, — disse


Lash. — Sem perguntas.

Ele não a deixou responder. Ela o observou caminhar para a sua


moto e montar nela. — Você vem?

Ela correu em direção a ele, subindo na máquina.

— Envolva seus braços em volta de mim, e eu quero que você


tenha certeza de que isso não é um convite. Eu tenho a minha esposa e
é a única mulher para mim. Eu não vou trair ela, — ele disse.

Ela não esperava qualquer coisa diferente. Angel era uma bela
mulher, e ela via porque Lash a amava.

Envolvendo os braços entorno de sua cintura, Sophia fechou os


olhos e ignorou o fato de que não estava usando capacete. Ela nunca
seria capaz de sentar na parte de trás de uma moto sem que tivesse um
capacete junto.

Sophia o abraçou com força, não querendo deixar a segurança


que ele lhe deu. Eles não falaram. As palavras não eram necessárias
enquanto ele percorria as estradas.

Somente quando a moto desacelerou para parar ela abriu os


olhos. Eles chegaram ao que antes era uma antiga fábrica. Ela não
tinha vários andares como a que ela trabalhava agora. A placa de
“vendido” do lado de fora do prédio estava olhando para ela.

~ 50 ~
— Onde estamos? — ela perguntou, passando a perna por cima
da moto e caindo de bunda no chão. Lash também desceu e lhe ajudou
a levantar.

— É uma velha fábrica a 15 quilômetros de Fort Wills. Alguns


anos atrás era uma fábrica de embalagem de alimentos. Os Skulls
compraram barato, mas não fizemos nada com isso ainda. — Lash se
dirigiu para a porta.

— Eu sei. A crise destruiu esse lugar. Um monte de gente perdeu


seu emprego.

Ele concordou. — Nós vamos reabri-la. Com todas as armas


apontadas para nossas cabeças, nós resolvemos fazer alguma coisa com
ela. Por enquanto, está a espera de ter utilidade.

Ela seguiu atrás dele. Ele segurava um molho de chaves e digitou


um número para o desbloqueio. A pesada porta deu um click e abriu.

— Pode estar abandonada, mas é segura pra caralho.

Sophia tinha notado o grande caminhão estacionado do lado de


fora também. Eles iam encontrar alguém? Ela ficou surpresa ao ver a
fábrica em bom estado. Não havia cheiro de mofo ou paredes em ruínas.

Lash lhe ajudou a entrar no antigo elevador reformado e apertou


um botão. Ela pegou as barras laterais para se segurar. Elevadores e
escadas rolantes a aterrorizavam. Qualquer coisa que deixava seus pés
fora do chão a assustavam. Ele sorriu.

O elevador parou, e Lash lhe ajudou a sair. Ela estava


envergonhada pelo suor em suas palmas. Passeios como esses sempre a
deixavam nervosa. E se o elevador parasse?

Respire Sophia, respire.

— Você conseguiu. — Outro motoqueiro com um colete como o de


Lash estava na outra extremidade do corredor. Ela viu mais um perto
da porta logo atrás dele.

— Ele causou problemas? — perguntou Lash.

— Nenhum. Ele está com muita dor. Sandy está checando-o agora
para ter certeza de que ele não vai morrer. — O homem olhou para ela.
— Então, por que nós ajudamos a garota? Ela não é uma das
prostitutas do clube.

~ 51 ~
— Hardy, esta é Sophia. Você deve se lembrar dela. Ela é a irmã
de Kate.

O motoqueiro agora identificado como Hardy olhou fixamente


para ela. — Ela não é nada parecida com a irmã.

— Você é a primeira pessoa que pensa isso, — disse ela.

— A atitude é a mesma. Você parece uma bagunça. Nenhum cara


deveria forçar uma mulher. Agora estou desejando ter matado aquele
bastardo, — disse Hardy.

Lash permaneceu em silêncio, mas algo se passou entre os dois.


— Vamos fazer isso, — disse Lash.

Ele abriu a porta. Sophia viu tudo escuro. Havia um grande


colchão contra a parede. Ela avistou um Nash ensanguentado e
machucado tremendo sobre o colchão.

— Nash, — disse ela, começando a ir até ele.

— Eu acho que não, senhorita, — disse outro motoqueiro.

— Zero, segure ela. Ela não pode ir até antes de estabelecermos


as regras do jogo. — Lash caminhou até a parede oposta.

— O que você vai fazer? — perguntou Sandy. A loira estava de os


braços cruzados. Ela não estava usando muita roupa, apenas uma
pequena minissaia e uma camisa apertada que mostrava muito dos
seus peitos.

— Nash está prestes a começar o Tratamento de Desintoxicação


do Lash.

Ela o viu se abaixar sobre uma caixa e pegar um par de algemas


de metal.

— Você não deveria colocar ele em uma clínica de reabilitação? —


perguntou Sophia.

Todos os homens riram.

— Normalmente nós pegaríamos a rota da reabilitação, mas meu


irmão não iria durar lá. Ele teria as enfermeiras comendo seu pau até o
final do dia. Tiny não iria colocar dinheiro nisso também. Nash vai ficar
com o meu tratamento duro e frio. Eu acabei de tomar uma surra para
mantê-lo no clube. Ele vai ficar com o meu tipo de tratamento ou
morrer como um viciado do caralho. — Lash foi até o seu irmão.

~ 52 ~
— Lash, — disse Nash.

— Cale a boca. — Lash trabalhou com as correntes nos ganhos


na parede. Sophia poderia dizer que eles eram fortes. Lash segurou
ambos os pulsos de seu irmão, fixando-os no lugar. Ele se afastou e
veio em sua direção. Sophia não conseguia tirar os olhos de Nash. Ele
parecia tão fraco e frágil.

— Isso é realmente necessário? — perguntou ela, odiando a visão


de Nash preso dessa forma.

— Algumas horas atrás ele quase atirou na cabeça de Eva para


ter um pouco de diversão. Ele chamou minha mulher de vagabunda, e
eu não vou tolerar isso. — Lash olhou para trás. — É assim que eu vou
salvar meu irmão, e não com algum plano meia-boca que tenha a porra
de um terapeuta.

— Ok. Você é o chefe, — disse ela.

— Ótimo. Eu liguei para a lanchonete e para a fábrica de caixas


por você. Seu tempo vai ser gasto aqui, cuidando dele. — Lash acenou
para um cara atrás dela. — Quando terminarmos aqui, você vai ir ao
apartamento dela e pegar algumas coisas para trazer para cá. Ela não
vai a lugar nenhum a menos que eu diga.

— Por que você não me diz o que planejou? — perguntou Sophia.

— Certo. Ele não vai sair das algemas. Meu irmão é forte, e ele vai
machucar qualquer um para conseguir o que quer. Nada de bebida,
analgésicos ou drogas. Tudo está totalmente proibido. Eu não vou dar o
que ele quer. É só água e mingau. Nada mais.

— E se isso matá-lo?

— Não vai. Nós temos uma médica aqui que disse que isso deve
funcionar, — disse Lash apontando para Sandy.

— Eu não disse que seria fácil.

— Eu não me importo. Vou ter meu irmão de volta. — Ele olhou


para Zero. — Leve ela de volta ao seu apartamento. Use o caminhão e
pegue algumas coisas.

— Deixa comigo. — Ela foi levada da sala. Sophia olhou para


Nash, sabendo que faria tudo ao seu alcance para trazer de volta o
homem que ela conhecia.

~ 53 ~
*****

— Isso é uma loucura do caralho, — disse Nash. Ele olhou para


seu irmão e viu determinação no rosto de Lash.

— É um plano, e você vai ter que aceitá-lo, caso contrário é o fim


da estrada para você. E eu não vou deixar isso acontecer.

— Eu não deveria estar aqui. Você sabe disso, e eu também. —


Nash estava deitado no colchão, sentindo cada uma de suas dores.

— Como ele está? — perguntou Lash.

Com o canto do olho, ele viu seu irmão falar com a médica. — Em
péssimo estado. Tiny fez um bom trabalho nele. Eu não acho que há
hemorragia interna. Ele pode ter uma costela quebrada, e eu vou trazer
algumas ataduras para ajudar.

— Nada para a dor. Ele vai aguentar isso como ele merece.

— Você não acha que é um pouco exagerado? — perguntou


Sandy.

— Se a arma tivesse sido apontada para a sua cabeça, o que você


acharia?

Sandy não discutiu. — Certo. Eu estou indo embora para dar


uma atualização aos outros. Se precisar de algo, me ligue. Estou aqui
para todos vocês.

Ela saiu pela porta. A mesma porta pela qual Sophia tinha saído
alguns minutos antes. Ele tinha visto cortes e hematomas em seu rosto.
Quem tinha machucado a mulher?

— Se vocês quiserem sair, podem, — disse Lash. Os outros dois


motoqueiros deram a Nash um olhar ácido antes de se virarem e
deixarem o recinto.

— Você deveria ter me deixado para apodrecer, — disse Nash. —


O clube me odeia. — Ele rolou para suas costas, fazendo uma careta de
dor.

— Eu não vou desistir de você. O clube é tudo em nossa vida. Não


vou deixar que você jogue isso fora porque acha que a vida é um pouco
difícil.

~ 54 ~
— Um pouco difícil? Mano, a vida é uma maldita estrada dura e
cheia de dor.

Lash se ajoelhou ao lado do colchão. Culpa invadiu Nash


enquanto ele dava uma boa olhada nas marcas no rosto de Lash.

— Você não deveria ter tomado a surra por mim.

— Você esperava que eu deixasse Tiny te matar? — perguntou


Lash. — Você é um idiota, mas ainda é o meu irmão.

Ele observou quando Lash se sentou no colchão ao lado dele. Um


longo tempo tinha se passado desde que ele tinha se sentado em uma
cama feita e falando com seu irmão.

— Eu não sou digno de salvação. Eu sou o elo mais fraco.

Lash começou a rir. — Você acha que é fraco. Demorou até os


trinta para você ir para as drogas. Você era só álcool e mulheres. Eu vi
a maneira como você tratou Sophia nos breves momentos em que
estava com ela. — Lash estendeu a mão, pegando a do seu irmão. —
Alguém que pode amar assim não é fraco.

Nash rangeu os dentes quando lágrimas brotaram em seus olhos.


— Você está me transformando em um viadinho. — Ele deixou as
lágrimas escorrerem, sentindo a miséria na qual sua vida tinha se
transformado. — Não importa o quanto eu a amo. Eu a magoei no outro
dia, pela forma como a tratei.

— Se Sophia se preocupa com você, ou até mesmo te ama um


pouco, ela vai te perdoar, — disse Lash.

— Eu não sei. Eu a chamei de puta. Ela não é uma puta. Ela é


especial. Qualquer pessoa com olhos é capaz de ver isso. — Ele agarrou
a mão de seu irmão com força. Seria apenas uma questão de tempo
antes que o efeito das drogas se fosse completamente.

— Você vê isso em Sophia como eu vejo em Angel.

— Por que ela estava machucada? — perguntou Nash, olhando


para seu irmão.

Lash olhou para o chão. — Você não vai querer ouvir isso.

— Eu preciso ouvir. Se você vai fazer comigo o que eu acho que


vai, então eu preciso de algo para me manter aqui, ou eu não vou
sobreviver a isso por minha conta. — Nash tossiu, desejando que ele
tivesse jogado fora o primeiro saco de pó branco em vez de ter

~ 55 ~
encontrado consolo na droga. Seu maior erro do caralho foi ter
experimentado essa merda. — Eu posso aguentar, Lash.

— A sua conta bancária não tem mais nada, e o apartamento que


você esteve pagando não teve mais o aluguel quitado. Sophia teve que
encontrar um segundo emprego. Whizz olhou os seus registros. Você
está sem dinheiro. O dinheiro que você está usando é do clube, Nash.
Eu devolvi a Tiny tudo que você pegou. Parece que, além das drogas,
você brincou com isso também.

— Porra. Eu fiz uma grande aposta enquanto estava chapado.


Perdi tudo, — disse Nash, se lembrando. Ele tinha estado tão fora de si
que não tinha parado para pensar sobre o dinheiro que estava usando
para substituir suas perdas. — Eu vou devolver o dinheiro a você.

— Primeiro fique sóbrio e livre das drogas.

— O que mais? Me conte tudo. — Nash sentiu enjoo. Seu irmão


estava escondendo algo, e ele tinha um mau pressentimento sobre isso.

— Sophia parou a faculdade e trabalha na fábrica de caixas e na


lanchonete.

— Ela está trabalhando em dois empregos?

— Sim, isso é o que ela tem feito nos últimos dois meses. Eu não
sei o que vem acontecendo no trabalho dela, mas esta tarde ela foi
atacada. Eu os impedi antes que a machucassem pra valer.

Nash sentou-se, bloqueando a dor explodindo dentro de sua


cabeça. — Alguém colocou as mãos na minha mulher. — A visão de seu
rosto machucado o assombraria para sempre.

— Ela não está protegida pelos Skulls. Kate está morta, e Sophia
agora está exposta. É por isso que protegemos os nossos. Nós não
vamos deixá-la sozinha novamente. Ela concordou em ajudar com você.

— Até que eu esteja bem você tem que me prometer que vai
protegê-la. Que vai fazer tudo o que puder para mantê-la segura, —
disse Nash, precisando da palavra de seu irmão que ele faria isso.

— Por que você acha que ela está me ajudando com você? Vou
manter vocês dois seguros, e se eu tiver que fazer isso sozinho, então
que seja. — Lash se levantou e se afastou. — Estou indo ver se tudo
está funcionando, e espero que até lá ela esteja de volta.

~ 56 ~
Seu irmão saiu do quarto, deixando a porta aberta. Nash testou
suas restrições e ficou satisfeito quando elas não se mexeram.

— Essa porra é uma merda.

Fechando os olhos, ele tentou pensar em alguma coisa melhor do


que estar acorrentado à parede da fábrica. Seus pensamentos sempre
voltavam para Sophia.

Ele sorriu quando se lembrou da vez que a conheceu, há dois


anos.

*****

— Eu estou entediado, Kate. Vamos lá, vamos voltar para o clube,


— disse Nash. Ela o chupou duas vezes, e ele estava pronto para meter
na sua buceta. Entre todas as putas dos Skulls, Kate foi a que mais tinha
lhe chamado à atenção.

— Eu só preciso parar em casa, e depois podemos voltar para o


clube. — Ela pegou as chaves, com as mãos tremendo durante o
processo.

Ele observou que Kate nem sempre estava com ele. Nash notou que
o álcool estava consumido a cadela.

— Ótimo lugar esse seu, — disse ele. Ele não estava totalmente
bêbado, mas ele percebeu que Kate para de lhe incomodar o tempo todo
se ela pensasse que ele estava. Nash achava engraçado se fingir de
bêbado, em vez de ser um bêbado de verdade.

Ela acendeu a luz e lhe disse para fazer silêncio. — Minha irmã
está em casa. Essa puta gorda nunca sai. Aposto que ela está comendo
sorvete e assistindo a um filme desejando que fosse ela no lugar da
mocinha.

Nash riu, sem realmente achar graça. Ele não tinha conhecido a
irmã da garota. Em sua mente, ele imaginava uma versão gorda de Kate.

Sentando no sofá, ele observou Kate se curvar à procura de algo. —


Está tudo bem? Eu tenho que checar umas coisas, — perguntou ela.

— Sim, eu estou bem aqui.

~ 57 ~
Quando ela ficou fora de vista, ele largou a garrafa de uísque que
Kate tinha trazido e sentou de volta no sofá. As molas cavaram em suas
costas. Ele duvidava que Kate ganhasse o suficiente para manter este
lugar em boas condições. Se não fosse por sua boca talentosa e buceta
quente, ele não estaria interessado nela.

— Kate? É você? Eu achei que você tivesse dito que ia ficar fora
essa noite? — A voz feminina invadiu seus pensamentos. Nash ficou
chocado com o calor instantâneo que inundou sua virilha. Nenhuma
mulher o havia feito se sentir assim. Levantando-se do sofá, ele se virou
para ver quem era.

A mulher olhou para ele e franziu a testa.

— Acho que você é Sophia, a irmã de Kate, — disse ele. Ela não
parecia em nada com Kate. Seu cabelo estava preso em um coque no alto
da cabeça. Escuras mechas negras contrastavam com sua pele pálida.
Sua carne era impecável, não havia uma marca sobre ela. Ela tinha um
nariz bonito e os olhos mais doces que ele já tinha visto.

Ela também não estava usando um pingo de maquiagem, e estava


vestindo um pijama com estampa de cookies de chocolate. A roupa de
dormir também não conseguia esconder suas curvas. Os seios dela eram
grandes, e ele queria ver se ela tinha os mamilos vermelhos ou marrons.
Será que ela se depilava com cera, ou estava bem aparada?

Todos esses maus pensamentos estavam indo direto para seu pau,
fazendo com que ele a quisesse.

— Desculpe-me, eu não sei quem você é, — disse ela, apertando a


mão dele e afastando-se. Sophia não se prolongou sobre ele ou fez
quaisquer insinuações. Ele a viu caminhar até a cozinha e encher a
chaleira.

— Eu sou Nash. Sou um Skull.

— Nash é seu verdadeiro nome? — ela perguntou, virando-se para


ele. Ele não podia ouvir Kate e não se importou com isso. Toda a
necessidade de estar dentro de Kate desapareceu. Se movendo até o
balcão da cozinha, ele sentou-se sobre ele.

— Não, meu nome é Edward. Edward Myers.

— É um prazer conhecê-lo. Kate me falou muito de você.

— Espero que só as coisas boas. — Nash cruzou os braços,


querendo impressioná-la de alguma forma.

~ 58 ~
Seus olhos não se moveram pelo corpo dele. Ela focou seu olhar no
dele.

— Sim, ela está muito feliz em estar com você. — Suas bochechas
ficaram um tom de vermelho escuro, e ela terminou de preparar seu chá.
— Você quer uma bebida?

— Eu adoraria. — Nenhuma mulher jamais lhe ofereceu uma


bebida antes. Era estranho, mas Kate ofereceu para foder e chupar o seu
pau antes dela lhe entregar uma bebida.

Esta era uma nova experiência para ele, e foi muito estranha.

O rubor se arrastou e cobriu as bochechas dela. Por que ela estava


envergonhada?

— Eu vejo que você já conheceu minha irmã robusta, — disse Kate,


sentando ao lado dele. Sua mão vagou até o interior da coxa dele. Ele
empurrou a mão para longe e lhe atirou um olhar penetrante.

Raiva pelo nome jeito que ela se referiu a Sophia se arrastou sobre
ele. Com Sophia de costas para eles, Nash passou os dedos ao redor da
garganta de Kate. — Nunca mais a chame assim de novo. — Ele se
inclinou para perto fingindo beijá-la. — Ou eu vou acabar com você,
porra, e me certificar de que ninguém possa identificar o corpo.

Puxado da memória, Nash tossiu, desejando que alguém apenas


atirasse nele. A dor era muito intensa para aguentar, e ele estava
achando cada vez mais difícil de combater.

*****

— Você me prometeu que esses meninos iriam se manter na


linha, — disse Snitch, batendo com o punho na mesa. Ele estava
acampado no armazém à espera da oportunidade perfeita para voltar a
Fort Wills, e agora seus homens estavam lhe dizendo que o grupo de
criminosos que eles haviam contratado poderia ter estragado tudo. Ele
esta puto, muito além do puto. Ele estava absolutamente furioso. — O
que exatamente Lash fez? — Ele estava juntando toda sua força para
não ferir um dos seus homens.

— Ele pegou os homens tentando estuprar Sophia. Eles estavam


em plena luz do dia.

~ 59 ~
Snitch perdeu a paciência, agarrando Scars pelo pescoço e
batendo-o contra a parede mais próxima. — Eu não dei permissão para
que eles provocassem uma mulher, especialmente uma tão próxima dos
Skulls, porra. Estamos esperando o momento certo. Se Lash começa a
olhar para esses filhos da puta, Tiny vai saber sobrem mim. Temos que
ser discretos.

— Ela é só uma cadela.

Snitch bateu com o punho no estômago de Scars. — Nash é o elo


mais fraco. Ele está sendo afastado do clube por causa dos seus
problemas. Eles o deixaram sozinho com a sua mulher. Ele está
vulnerável, e se ele só começar a pensar que estamos fazendo essa
merda, estamos acabados. É melhor rezar para que isso não aconteça.
Tiny nunca se esqueceu de mim. Ele age como se tivesse, mas nós
temos um monte de história que ele não gostaria que seus rapazes
soubessem. — Liberando o seu homem, Snitch deu um passo para trás.
— Chame seus homens. Avise a eles que se agirem sem ordens de novo,
irei cortar suas bolas foras e vou lhes alimentar com seus próprios
paus.

Afastando-se, Snitch foi para o lado de fora respirar ar fresco.


Tudo estava tão perto. Ele não ia deixar que alguns malditos bandidos
comuns arruinassem tudo o que ele tanto lutou para conseguir.

O tempo de sua vingança estava perto. Tiny ia ser derrubado.


Esperar não era o problema enquanto ele tivesse um fim à vista.

~ 60 ~
Capítulo Cinco

Sophia batia os dedos na coxa,


desejando que o dia tivesse terminado. Suas
costas estavam doendo por ter sido jogada
contra as grades de metal por Gill. Parte
dela queria que poder voltar e
arrancar os olhos do filho da puta. Suas
unhas afundaram no jeans. Ela queria
sentir dor para parar de pensar no que o
bastardo poderia ter feito com ela.

— Você me surpreendeu, — disse Zero.

Virando-se para ele, ela esperou que ele falasse. Ela nunca esteve
sozinha com este Skull. Lash e Nash foram os únicos Skulls com que
ela esteve a sós. Ele não deu qualquer indício de que iria dizer alguma
coisa.

— O que você quer dizer? — perguntou ela, com necessidade de


se distrair.

— Eu estava lá quando esses homens a prenderam contra a cerca


de metal. Muitas mulheres estariam quebradas agora. Você não. Você
está sendo forte. — Zero acenou com a cabeça. — Eu respeito isso.

— Eu não tenho tempo para entrar em pânico por causa disso.


Nash precisa da minha ajuda, e Lash concordou em me proteger se eu
ajudasse. — Ela faria qualquer coisa por Nash. Kate sabia a verdade de
seus sentimentos e passou muito tempo insultando-a por isso.

— É mais do que isso. Você é apaixonada por Nash.

Ela não lhe respondeu. Falar de seus sentimentos nunca lhe


trouxe nada de bom. Kate fez sua vida um inferno por causa de seus
sentimentos. Ela se lembrou do tempo em que sua irmã levava Nash

~ 61 ~
para casa e transava com ele no quarto ao lado. Toda vez que ela o via,
tinha sido incapaz de olhá-lo nos olhos.

— Você não precisa me dizer nada. Eu entendo.

— Eu o amo. Ele tem sido bom para mim, e ele foi bom para a
minha irmã. — Ela se virou para Zero. — Eu realmente lamento muito
por Kate ter levado as drogas para a vida dele.

— Não é sua culpa. Nash deveria ter parado. Ele conhece as


regras, e isso totalmente culpa dele. Você não tem nada a ver com isso,
não importa o que pense. — Zero estendeu sua mão e apertou a dela.

— Você é sempre tão legal?

Zero riu. — Não são muitas pessoas que diriam que eu sou legal.

Ela sorriu. — Você está sendo legal comigo, isso é tudo o que me
interessa.

Ele parou em frente do prédio de apartamentos e ela saiu do


caminhão. Zero seguiu logo atrás dela. Ela ignorou as pessoas que
estavam lhe encarando. Não era da conta de ninguém que Zero
estivesse perto dela. Ela subiu as escadas correndo, com ele logo atrás.

Tirando suas chaves na bolsa, ela tentou acertar a fechadura.


Suas mãos tremiam tanto que ela não conseguia encaixar. Xingando,
ela ficou tensa quando Zero pegou as chaves dela.

— Obrigada.

— Eu não vou te machucar. Pare de pensar que eu vou.

Ela entrou em seu apartamento e foi direto para o quarto. Sophia


pegou uma mala do interior de seu guarda-roupa e começou a enchê-la
com suas roupas.

Zero parou na porta.

— Nash ajudou você a se mudar, não foi?

— Sim, ele me ajudou.

— O que aconteceu entre vocês dois? — perguntou Zero.

— Eu não quero falar sobre isso.

— Então você concorda que algo aconteceu entre vocês.

~ 62 ~
Ela fez uma pausa, largando suas roupas na mala, e olhou para o
homem alto. Zero era um homem cheio de músculos. Seu cabelo era
raspado junto à cabeça. Ela viu uma tatuagem que saia de sua camisa
e rodeava o pescoço.

— Nada aconteceu realmente. Ele estava com Kate, e eu lhe disse


que não poderia ficar com ele.

— Será que eu sinto cheiro de mentira?

Sophia não respondeu e voltou a colocar roupas na mala. — Ele


me beijou, e eu me apavorei. Foi bom, e eu não poderia lidar com o
pensamento de ele estar com a minha irmã. Eu tinha ouvido o que eles
faziam muitas vezes. Era errado. Eu não deveria ter sentimentos pelo
cara com quem minha irmã estava.

Balançando a cabeça, ela entrou no banheiro.

Zero a seguiu até lá. — O que você está fazendo? — perguntou


ela. Ele fechou a porta atrás de si.

Sua mão foi até o quadril dela, e ele a girou para encará-lo. — Eu
nunca peguei a sua irmã. Ela era uma foda muito fácil, e eu achei que
poderia pegar alguma coisa. Você acha que seus sentimentos têm algo a
ver com Kate?

— Eu não entendo o que você está tentando dizer. — Sophia


mordeu o lábio. Zero estava muito perto dela.

Zero pressionou-a contra o balcão. — O que você acha que eu


estou tentando fazer? — Ele invadiu seu espaço. Sua mão repousava
em seu quadril, puxando-a para perto. Ela sentiu o cume duro de seu
pênis pressionando contra seu estômago.

Seu coração estava acelerado, e ela não sabia por quê. O ponto
entre suas coxas não estava pulsando, e ela não se sentia excitada. Se
ela sentia alguma coisa, era que estava cometendo um grande erro.

— Não pense demais nas coisas.

— Isso não está certo.

Ele colocou seus lábios nos dela. O beijo de Nash, que ela se
lembrava, tinha sido doce e gentil. Ele tinha tomado seu tempo, abrindo
os lábios dela para recebê-lo. Zero atacou sua boca. Não houve tempo
para a técnica. Ele simplesmente pegou o que queria, sem esperar por
ela.

~ 63 ~
Em nenhum momento as mãos dele estavam vagando sobre seu
corpo, e ela odiou tudo isso.

Afastando-se, ela balançou a cabeça. — Não, pare. Eu não quero


isso. Isso não é o que eu quero de você. — Ela empurrou seus ombros.
Zero recuou imediatamente. Ele não parecia ofendido ou chateado.

— Se você quer um conselho, querida, para de empurrar o garoto


para longe. Caso contrário, no final de tudo isso, ele vai encontrar uma
mulher que realmente o quer e não finge que não.

Sophia esperou ele sair antes de pegar seu shampoo e


condicionador. Ela arriscou uma olhada no espelho e fez uma careta
quando viu as marcas em seu rosto. Kate nunca tinha voltado para
casa com essa aparência.

Ela pressionou a mão no vidro e saiu, terminando de arrumar a


mala. Zero tinha empacotado as coisas da sua geladeira e estava
comendo uma fatia do bolo de chocolate que ela tinha feito na noite
anterior.

— Você que fez isso ou comprou nessas lojas baratas de doces? —


perguntou Zero.

— Eu que fiz.

— Você é uma cozinheira boa pra caralho.

— Você não provou a minha comida ainda. Um bolo não é uma


boa base de julgamento.

— Se você cozinhar e depois tiver isso aqui de sobremesa, está


tudo bem pra mim. Eu poderia até fazer uma boa propaganda de você
para Tiny.

Ela bufou. — Eu duvido que ele queira ter algum a ver comigo.
Ele provavelmente me considera responsável porque um de seus
homens está fora dos trilhos.

Zero terminou a sua fatia de bolo, levando a coisa toda com ele. —
Você vai se surpreender. Tiny não a consideraria culpada por nada.
Todos os homens que se tornam Skulls assumem o compromisso de
serem fortes o bastante para lidar com qualquer coisa que apareça.
Nash precisa ser forte, não importa qual merda surja em seu caminho.
Qual o ponto em ter homens que não podem lutar quando a bucetinha
deles está com problemas?

~ 64 ~
— Você tem que falar assim? — perguntou ela.

— Se acostume com isso, baby. Não estamos aqui para fazer da


sua vida um conto de fadas. Nós trabalhamos duro e temos festas
loucas. Nós fodemos quem queremos e não damos a mínima para o que
as pessoas pensam. Se você quer o Nash, vai ter que começar a jogar
pelas regras dele.

Ela estava logo atrás dele enquanto caminhavam para fora do


prédio. Sophia o notou segurando a coronha de sua arma no caminho
até o caminhão. — Você espera que sejamos atacados?

— Se as novidades sobre Nash se espalharem entre os inimigos,


eles poderiam pensar que somos fracos. Eu não estou prestes a ser
derrubado porque o garoto cometeu um erro. Ele tem sérios problemas,
mas o que Lash tem preparado para ele vai fazê-lo atravessar o inferno.
— Zero a empurrou para cima, para lhe ajudar a subir no caminhão.

Colocando o cinto de segurança, ela esperou Zero chegar ao


banco do motorista.

— O que quer dizer essa coisa de passar pelo inferno?

— Você acha que Lash vai deixar seu irmão sair impune depois de
ele ter levado uma surra? Lash vai se certificar que Nash pague. Tiny e
todo o clube vão precisar de uma prova de que Nash está fazendo
progressos e que sua recuperação está sendo o mais dolorosa possível.

Ela o encarou de olhos arregalados. Eles tinham que estar


arregalados. Ela nunca tinha ouvido nada tão bárbaro em toda a sua
vida.

— Eles são irmãos. Por que você não pode aceitar isso?

Zero dirigiu o caminhão ao lado da estrada principal. — Escute


docinho, nós somos os únicos responsáveis por esta cidade. Garantimos
que você possa andar na rua com segurança, ou, no seu caso, da forma
mais segura possível. Mantemos a merda fora da cidade. Se Tiny
começar a aceitar a porra de qualquer um, nossos inimigos iam cair
sobre nós como moscas em volta da merda. Lide com isso. É assim que
cuidamos dos assuntos do clube. Se você não consegue superar isso,
sugiro que dê o fora desse caminho.

Ela lambeu os lábios. Sua garganta estava seca. — Eu não vou


gostar do que Lash vai fazer com seu irmão, não é? — perguntou ela.

~ 65 ~
— Não, não vai. Se você sabe o que é bom pra você, vai se virar e
fazer exatamente o que Lash mandar.

Zero levou o caminhão de volta para a estrada principal.

Ela não falou pelo resto da viagem. Quando eles estacionaram do


lado de fora da fábrica, Lash estava fumando um cigarro e falando ao
telefone.

— Eu estou bem, baby. Tenho tudo sob controle. Eu estarei aí


hoje à noite e nós vamos falar sobre isso. Nash está bem, eu vou cuidar
dele.

Sophia segurou sua mala e começou a caminha na direção dele.


Ela estava consciente de Zero a seguindo logo atrás.

— Eu também te amo. Tchau. — Lash desligou, de frente para


ela. Ele olhou para a mala pequena, de mão. — Só isso?

— Eu não tenho muitas coisas. — Ela deu de ombros.

— Eu trouxe a comida dela. A vadia é uma boa cozinheira. — Zero


estava guardando o bolo de chocolate como se fosse uma joia rara.

— Bom, vamos começar.

Lash se dirigiu para a fábrica.

*****

Abrindo os olhos, Nash viu seu irmão trazendo Sophia de volta


para o quarto. Uma das mãos dela estava segurando seu lado, e a outra
carregava uma bolsa de viagem.

— Ela vai ser minha babá? — perguntou Nash.

— Sim, eu pensei que isso seria legal.

— Então você está fodidamente errado. Se você quer que eu fique


sóbrio e longe das drogas, leve ela pra longe daqui. — Ele a viu
estremecer, e odiou lhe causar qualquer tipo de dor. — Ela é muito
fraca para lidar com o que você vai jogar em mim.

Lash olhou para Sophia, e depois de volta para ele. — Você


realmente acha isso?

~ 66 ~
— Ela é inocente, Lash. Não a coloque nisso.

Zero bufou e Lash riu.

Ele viu como seu irmão avançou contra ele. — Eu acho que está
na hora de abrir os olhos sobre a sua mulher, irmão. — Lash pegou um
punhado de cabelo de Nash. — Dê uma boa olhada nela. Ela não é
inocente. Eu não estou chamando-a de prostituta. Sophia é forte, Nash.
Ela não é fraca, e se alguém vai te ajudar, é ela.

Ela limpou a garganta. — Onde eu posso colocar minhas coisas?

— No outro quarto. Zero vai cuidar de tudo. Eu arrumei tudo o


que você precisa para estar confortável durante sua estadia.

Sophia olhou para Nash. Ele não conseguia desviar o olhar para
longe dela. Ficando de pé, ele a encarou, odiando que ela o visse assim.
As algemas que seu irmão tinha colocado em seus pulsos eram
compridas o suficiente para ir até a beira do colchão. Elas deviam ter
vindo de algum tipo de loja BDSM, especialmente desenhada para
prender uma pessoa, e ainda assim permitir algum movimento. As
correntes eram presas a ganchos na parede. Nash deu a seu irmão
crédito pelo estilo. Ele nunca imaginou que veria o dia em que seria
preso com algemas excêntricas do caralho. Felizmente ele não estava
completamente preso com as costas contra a parede.

— Está vendo algo que gosta? — ele perguntou, abrindo os


braços.

Pare com isso, Nash. Não é isso o que você quer.

Ele não podia parar.

Os olhos dela se estreitaram. — Não, não vejo. — Ela deu um


passo para perto, e depois outro. Os saltos de suas botas faziam o som
de seus passos se aproximando ecoarem. Ele estava na borda do
colchão. As correntes nos pulsos lhe deram um pouco de espaço para se
mover. Não muito, mas o suficiente para fazer ele se sentir preso. Ela
não o olhava com outra coisa que não felicidade.

Sophia olhou o corpo dele de cima a baixo. — Você acha que eu


não posso lidar com o que você jogar pra mim.

— Você não está preparada para o estilo de vida dos Skulls, baby.
Você não pode lidar com isso.

~ 67 ~
Sua falta de fé na capacidade dela viver essa vida foi a razão dele
nunca ter tentando nada mais com Sophia.

— Você acha que eu sou muito inocente ainda que eu tenha te


escutado fodendo a minha irmã? — perguntou Sophia.

Nash não quebrou o contato visual, mesmo que tivesse vontade.


Ele continuou lhe encarando, esperando que ela se acovardasse e
desviasse o olhar.

Ela riu. — Você realmente acha que eu sou doce e inocente.

Havia algo em sua voz que fez Nash ficar quieto.

— Então o que você acha agora?

Ele a viu caminhar na direção de Zero. Sophia deixou cair a bolsa


de viagem no chão, juntamente com sua jaqueta. O balanço de seus
quadris conquistou seu olhar. As pulseiras nos seus pulsos
incrementou sua aparência. Ele queria suas mãos naqueles quadris e
queria sentir aquele corpo exuberante contra o seu próprio.

Ela passou as mãos pelo peito de Zero.

Ciúme agarrou cada parte dele, e ele ficou tenso nas algemas.
Sophia se virou, então ele teve uma boa vista quando ela atacou a boca
de Zero com a sua língua. Seu irmão motoqueiro passou as mãos sobre
o corpo dela, apertando aquela bunda cheia.

Ele empurrou os quadris para tentar chegar até ela. Nash estava
imóvel no seu lugar.

Quando ela acabou o beijo, seus lábios estavam inchados. Ela se


virou para ele e andou na sua direção. Sophia pegou sua bolsa e
jaqueta e invadiu o espaço pessoal dele. — A única pessoa que não
consegue lidar comigo sendo parte dos Skulls é você. Você poderia ter
me tido há muito tempo, mas você queria a minha irmã. Eu não estava
pronta para superar você com a minha irmã. Eu não queria isso, mas
eu ainda queria que você fosse meu amigo. Eu não sou a pessoa que
você acha que eu sou, Nash. É hora de abrir seus olhos.

— Eu não sou um leitor de mentes do caralho, — disse Nash,


gritando as palavras.

— Bem, agora você sabe a verdade. Eu estou aqui, e eu estou


esperando que você supere a si mesmo.

~ 68 ~
Ela não esperou pela resposta dele e saiu em direção ao que seria
seu quarto.

— Você acabou de ter a bunda chutada, Edward, — disse Zero.

— Toque ela outra vez e eu vou cortar suas bolas fora. Ela é
minha.

Zero sorriu. — Você não está em condições de me questionar. Vou


ver se ela está se adaptando.

Ele teve que assistir Zero caminhar em direção a Sophia. Puxando


as correntes, Nash deixou escapar um grunhido. Ele não ia aguentar
ver um dos irmãos tomar Sophia.

Porra, o olhar nos olhos dela iria ficar com ele para sempre. Em
todo o tempo que a tinha conhecido, ele nunca tinha visto seu olhar tão
sexy. Ela sempre foi bonita para ele, mas muito inocente para explorar.

Será que ela nunca foi realmente inocente?

Merda, seus pensamentos estavam em todo o lugar, e ele não


conseguia pensar com clareza em nada.

— O que você está pensando? — perguntou Lash.

Seu irmão estava parado, com os braços cruzados sobre o peito.

— Essas restrições são desnecessárias. — Ele puxou-as,


esperando que se rompessem facilmente. Nada aconteceu. Até que Lash
mudasse de ideia, é aqui que ele ficaria.

— Você realmente acha que eu vou acreditar nisso? — Lash olhou


para ele, sorrindo.

— Você está sendo um imbecil. É a sua qualidade que eu menos


gosto. — Nash parou de puxar as restrições e se sentou na cama
improvisada. — É assim que você vai me salvar? — Ele riu. — Essa é a
pior ideia do caralho do mundo. — Nash enxugou o suor da testa.

— Vamos ver quem vai estar rindo em algumas semanas. Quando


você começou a usar? — Lash sentou-se em frente a ele.

O desejo de mentir preencheu cada parte sua. — Por que você


quer saber?

— Eu quero saber quando o meu irmão começou a sair dos


trilhos. Eu preciso saber contra o que estou lutando.

~ 69 ~
Deixando escapar um suspiro, ele apoiou os braços sobre os
joelhos. "Certo. No dia em que eu ajudei Sophia a fazer sua mudança a
gente se beijou, e ela me disse que não queria isso. Ela me chutou para
fora com uma caixa de pertences que eram de Kate. Eu encontrei um
saquinho com pó branco e percebi que eu poderia conseguir um pouco
de esquecimento.

— Então você fodeu sua vida. Batendo em traficantes de drogas e


tendo certeza que todos soubessem que os Skulls tinham recrutado um
membro que não era capaz de controlar. Muito obrigado. — Lash se
levantou, indo em direção ao frigobar do quarto.

— De nada.

A cerveja que Lash estava segurando foi arremessada do outro


lado da sala, onde se quebrou na parede oposta, o líquido se
derramando na parede quando a garrafa explodiu. — Isso não é a porra
de uma piada, Edward. Alex já esta tendo que lidar com a merda das
consequências da sua incompetência.

Nash não disse uma palavra. Ele manteve seu olhar fixo sobre
Lash.

— Se você não dá a mínima para o clube, tudo bem. — Seu irmão


parou olhando para a porta aberta por onde Sophia tinha desaparecido.
— Cada dia que você passar aqui lutando comigo e com o que eu quero
fazer, ela vai passar aqui também. Sophia vai estar aqui com Zero,
Butch, até mesmo Whizz e Time. Todos os irmãos vão estar aqui
fazendo papel de babá.

— Qual é o seu ponto de merda? — cerrando os dentes, Nash


cuspiu as palavras.

— Ela é gostosa pra caralho. Tenho certeza que muitos de nossos


homens adorariam um pedaço dela. — Lash lambeu os lábios, dando à
porta um olhar aguçado.

— Você tem Angel.

— E Murphy tem Tate. Os outros homens, eles só têm putas. Eu


acho que um deles, se não todos, adorariam uma oportunidade de
chegar em Sophia e aproveitar um pouco. Ela vai ser uma mulher
selvagem do caralho. — Lash se levantou. — Pense sobre isso.

Nash ficou enjoado. De jeito nenhum ele iria sobreviver se um dos


seus irmãos começasse a fazer parte da vida de Sophia. Ela era sua
mulher. A razão pela qual ele ainda não tinha colocado uma bala na

~ 70 ~
própria cabeça. Sophia era uma mulher completa, arredondada em
todos os lugares certos. Os caras iriam amá-la. Ele sabia disso seu
coração e alma. Não levou muito tempo para se apaixonar por ela desde
o seu primeiro encontro.

Eles não fariam isso comigo.

Mordendo o lábio, ele olhou para a porta, esperando que eles


voltassem. Nash não conseguia ouvir nada, e seu corpo estava
começando a tremer. Merda, quanto tempo tinha se passado desde que
ele deu um teco?

Não pense sobre isso.

Enrolando-se em uma bola, ele olhou para a porta, esperando e


desejando que eles voltassem e acalmassem suas preocupações.

Nada aconteceu, coisa nenhuma.

*****

Lash caminhou até o outro quarto para ver Sophia guardando


algumas de suas roupas e Zero olhando para ela. A fome no rosto do
motoqueiro o surpreendeu. Ele só estava testando seu irmão, mas ao
ver a luxúria clara no rosto de Zero, seu plano começou a evoluir.
Sophia estava completamente alheia à atenção que estava recebendo.

— Como ele está? — Sophia perguntou, colocando a última peça


de roupa no guarda-roupa que ele havia comprado.

Ele sempre teve a intenção de intervir na confusão de seu irmão.


Angel tinha escolhido os móveis para esse quarto.

— Xingando, brigando, sendo um filho da puta porque ele sabe o


que me irrita. — Lash pegou o ursinho de pelúcia do chão.

Ela o tirou de suas mãos e colocou o ursinho sobre a cama. Ele


não disse nada. Angel ainda possuía seu próprio bichinho de seus dias
de infância. O gorila de pelúcia estava sentado em uma prateleira junto
a alguns livros em seu quarto. Mulheres eram criaturas esquisitas.

— Ele é seu irmão. Nash sabe tudo sobre você.

— Sim, mas eu tenho uma ideia. Quando você for lá fora, não
quero que você o chame de Nash.

~ 71 ~
Zero se levantou.

— Por que não? — perguntou Sophia.

— Nash é o seu nome de motoqueiro. Por suas ações, ele não é


um Skull no momento. É hora de ele conhecer a verdadeira extensão do
que fez.

— Então ele é Edward ou filho da puta, — disse Zero.

— Isso é muito dolorido. — Sophia sorriu de qualquer maneira.

— Vamos lhe dar tudo que ele merece. — Lash olhou para Sophia,
sabendo que o ciúme poderia ajudá-los a trazer seu irmão de volta. Esta
mulher tinha dado a seu irmão uma razão para ser melhor. Ele tinha
visto o amor nos olhos de Edward quando ela entrou em seu mundo
meses atrás. Se dependesse de seu irmão, os homens que colocaram as
marcas no rosto dela estariam mortos.

— Você tem um plano? — perguntou Zero.

— Sim. Ele não vai gostar, mas eu acho que pode ajudar.

— Por que eu sinto que não vou gostar? — perguntou Sophia.

— Porque você não vai. Eu vou precisar que você seja forte. —
Lash esperou sua confirmação.

— Eu vou ser. Eu posso fazer isso. Nash, quer dizer, Edward,


sempre esteve lá por mim quando ele não tinha que estar. Eu lhe devo
isso.

— Ele tem ciúmes de você, Sophia. Quando você beijou Zero ele
ficou com raiva. Ele queria machucá-lo. Eu preciso que você o deixe
ciumento e o faça querer lutar.

Sophia começou a rir. — Você realmente acha que deixar Edward


com ciúmes é a chave para fazê-lo acordar? Para mantê-lo vivo e livre de
drogas?

— Ele verá os outros Skulls aqui com você. Vou deixar todos
saberem que é apenas encenação. Você não tem que dar pra ninguém
para conseguir o que eu quero. Você vai garantir que Edward não
precise mais das drogas. — Você quer o meu irmão? Não estou me
referindo à amizade.

— Sim. — A palavra foi um mero sussurro, mas ele entendeu.

~ 72 ~
— Então você precisa fazer com que ele acredite que tem uma
chance com você. Todos sabem que Edward sempre te quis. Kate era só
um meio para estar perto de você.

— Você está viajando, — disse Sophia.

— Não estou. Dê a ele uma ideia de que vocês poderiam ficar


juntos. Não traga suas inseguranças para isso. Seja a mulher que você
quer ser, e então Edward irá lutar por isso.

Eles ficaram em silêncio por um momento.

— Ok, tudo bem, eu vou fazer isso, mas é melhor você ter certeza
de que todos seus homens saibam que eu só estou atuando.

Sophia passou por ele e foi em direção à sala.

— Você está falando sério sobre isso? — perguntou Zero.

— Qual o problema? Você está com medo de não conseguir lidar


com isso?

— Eu posso lidar com qualquer coisa que o clube joga pra mim.
Eu só espero que Sophia possa lidar com Edward. Isso vai durar
algumas semanas.

Lash assentiu. — Você pode paquerar, beijar, até mesmo acariciar


ela, mas não vá muito longe. Sophia já foi tomada.

Zero levantou as mãos. — Eu não iria causar nenhum dano.

— Eu vi o jeito que você estava olhando para ela. E eu digo, não.

Enquanto Edward ainda estivesse no clube, mesmo que por um


fio, Lash cuidaria do seu irmão e protegeria o que era dele, até mesmo
sua mulher.

~ 73 ~
Capítulo Seis

Sophia assistia enquanto Edward se


debatia no colchão. Lash tinha os deixado
algumas horas atrás, e Zero estava sentado
ao seu lado. O motoqueiro tinha se
juntado a ela no primeiro turno de
vigília da noite. Ela nunca tinha visto
Edward desse jeito. Inclinando-se sobre
os joelhos, ela lutou contra a vontade de
ir até ele. Lash tinha proibido qualquer conforto.
Era horrível, e ela odiava não poder confortá-lo.

— Você está bem? — perguntou Zero.

Ela sentia os olhos de Zero nela enquanto observava o homem


deitado no colchão.

— Estou bem. Eu tenho que estar bem. Isso é tudo que posso
fazer. Lash se certificou disso.

— Você realmente acha que pode ir embora depois disso?

— Eu não sei. — Ela se virou para olhar para ele. — Eu tenho que
aceitar a opinião de Lash de que podemos consertar Edward e que ele
me quer. Da última vez que eu chequei, não era assim que o mundo
funcionava.

Passando os dedos pelo cabelo, ela se levantou e foi em direção ao


fogão. Sophia derramou um pouco de leite em uma panela.

— Eu quero chocolate quente, — disse Zero.

Ela começou a fazer chocolate quente para ambos.

— Eu vi Nash, não Edward, com Kate. Ele não podia suportar ela
a maior parte do tempo, mas sempre que a mulher dizia que precisava
~ 74 ~
voltar para casa e pedia uma carona, ele estava sempre lá. Ninguém
tinha permissão de levar ela para casa, só ele.

Colocando chocolate no leite, ela olhou para frente. — O que você


está tentando dizer?

— Ela fazia isso para ficar perto de você. Naquele dia em que você
chegou no clube gravemente ferida, ele ficou fora si. Você é tudo para
ele, Sophia. — Ela se virou e lhe entregou uma xícara de chocolate
quente. — Você pode até achar que não, mas eu sei que você pode lidar
com ele no meio disso tudo.

— E se essa desintoxicação radical não funcionar? Nós nem


sabemos por que ele virou um viciado, pra começar.

— Estamos tirando as drogas do seu sistema, depois vamos


cuidar do resto. Lash não vai pegar leve com o irmão dele.

Sentando-se, ela tomou um gole do chocolate. Uma bacia vazia


estava ao lado do colchão, esperando para quando ele vomitasse. Ela
havia colocado um cobertor em torno dele, para que ele não ficasse com
muito frio.

— Eu gostaria que isso nunca tivesse acontecido.

— Mas aconteceu, e agora estamos lidando com as consequências


disso. Lash conhece seu irmão melhor do que ninguém.

Ela assentiu, olhando para a cama novamente. Esta era a


primeira vez que ela passava bastante tempo com qualquer um de seus
amigos.

— O que Kate fazia no clube? — ela perguntou, virando-se para


ele.

Zero parecia desconfortável. — Você não quer saber.

— Ele passou muito tempo com ela longe de mim. Eu preciso


saber o que ele viu nela, se ele viu alguma coisa.

— Ela dava pra todo mundo, Sophia. Sua missão na vida era ter
todos os Skulls comendo ela. Eu não entrei nessa, e ela me odiava por
isso. Edward foi para ela apenas porque Kate era fácil.

Lágrimas brotaram nos olhos dela. — Obrigada.

— Quê? Por quê?

~ 75 ~
— Eu precisava ouvir isso. Você acaba de me confirmar que eu
não sou nada como a minha irmã. Eu não conseguiria dormir por aí
com qualquer um, e minha missão de vida não é foder com todo mundo.
Obrigada.

— Você é uma garota estranha.

Ela terminou sua bebida. — Eu vou dormir um pouco. Vejo você


amanhã de manhã.

— Eu estou indo para cama também. Vou te dar 20 minutos de


privacidade.

— Ok. — Ela o deixou sozinho, indo até o outro quarto. No canto,


longe o suficiente da cama onde um dos Skulls ia dormir quando viesse
passar a noite com ela. Sophia sentia falta de seu apartamento, do
conforto de estar fora do chão.

Tirando as roupas, ela rapidamente colocou seu pijama e deitou


sob os lençóis. Sem atrasar, vinte minutos depois Zero chegou. Ela
observou quando ele colocou a arma no chão ao seu lado e começou a
se ajeitar para dormir. Se virando, ela lhe deu a privacidade que ele
merecia e fechou os olhos.

No outro quarto, se ouvia Edward gemendo. Mordendo o lábio, ela


ficou deitada na cama, à espera do sono vir lhe reivindicar. Esta era a
primeira vez que ela estava prestes a dormir em um quarto com um
homem.

Ela não era completamente inocente como Edward achava.


Sophia tinha tido relações sexuais antes, mas nunca tinha realmente
passado toda a noite na cama com um homem. Depois da terrível
experiência sexual, ela deixou o quarto do cara imediatamente, não
querendo vê-lo outra vez. A primeira vez supostamente era a pior.

O sexo tinha sido tão ruim que ela não tinha sequer ido à procura
de mais.

Logo ela sentiu o sono chegar.

O som de vômito e gritos a acordaram. Saltando da cama, parecia


que ela tinha acabado de cair no sono. Ela correu para fora do quarto.
Zero também saiu da cama.

Correndo para o outro quarto, ela encontrou Edward vomitando


na bacia que ela tinha deixado ao seu lado. Ela não esperou por Zero

~ 76 ~
lhe dizer o que fazer. Correndo para a cama, ela colocou os braços em
torno de suas costas, acariciando seus cabelos.

— Coloque tudo pra fora. Eu estou com você, Edward.

Ele resmungou, mas não disse nada.

— Você não deveria estar segurando ele, Sophia, — disse Zero.

Ela levantou o olhar para ele. — Lash não disse nada sobre não
estar aqui para ele. Eu estou lhe abraçando, é o que todo mundo
merece quando está passando mal.

Edward também não estava consciente. Ela podia dizer pelo jeito
que ele estava agindo. Seu corpo estava coberto de suor, e o cheiro do
vômito estava deixando ela própria enjoada. Quando ele terminou, ela
saiu do seu lado instantaneamente, embora ele estendesse a mão para
ela.

— Eu preciso de algo. Isso dói.

— Você não vai conseguir nada aqui, amigo, — disse Zero.

— Eu não estava falando com você, porra. — E virando-se para


ela. — Vamos, Sophia, por favor. — Ele estava olhando para ela com
olhos de cãozinho abandonado. Olhos tristes de cãozinho abandonado.
Ela levou a bacia para longe, limpou o conteúdo e levantou o queixo
dele com dureza.

— Você não vai conseguir nada de mim além de uma maldita


tigela de mingau. Você tem sido um garoto mau. — Ela empurrou seu
rosto e foi embora quando ele começou a lhe xingar, dizendo vários
palavrões dirigidos a ela.

Bloqueando tudo do lado de fora, ela voltou para a cama,


segurando seu ursinho como se fosse uma tábua de salvação. Minutos
depois Zero entrou no quarto. Dentro de instantes, ele se acomodava
atrás dela.

Ela ficou tensa. — O que diabos você está fazendo? — perguntou


ela.

— Eu não vou tentar nada com você. Parece que você precisa de
um abraço. Eu estou lhe dando conforto, Sophia, sem qualquer outra
porcaria.

~ 77 ~
Ela se virou para ver a sinceridade em seu rosto. Lentamente os
braços dele se acomodaram ao redor dela. Sophia não queria lutar
contra ele, e se aninhou mais perto.

Você nunca esteve sozinha com um homem e agora está dormindo


com um que você não conhece. Uma dama.

— Ele não quer dizer nada do que está dizendo. São as drogas. A
desintoxicação faz você falar merda.

— Eu que fiz isso, Zero. Eu o afastei, e é um grande


arrependimento meu. Eu o amo, e não deveria ter feito o que fiz.

— Ele deveria ter sido mais forte. Sim, você o mandou embora,
mas você não empurrou a porra das drogas no nariz dele. Você
realmente acredita que poderia tê-lo impedido de começar com isso? —
perguntou Zero.

— Eu não sei. — Ela fechou os olhos, apreciando ser abraçada


mesmo que fosse por alguém que mal conhecia.

— Obrigado por estar aqui comigo, — disse ela.

— Não há outro lugar onde eu gostaria de estar.

Quando ela acordou no dia seguinte, viu Lash olhando para eles.
— Vejo que vocês dois tiveram uma noite movimentada.

Sophia piscou devido à luz do sol batendo em seus olhos e tomou


consciência de Zero deitado à direita e logo atrás dela, junto a evidencia
de quanto ele estava feliz por ela estar tão perto. Pulando para fora da
cama, ela foi para a cozinha sem olhar para trás. Nada estava
acontecendo entre ela e Zero. Ela nem sabia por que o outro motoqueiro
estava sendo tão legal com ela. A bondade e atenção de Zero eram
enervantes para ela.

Edward estava sentado na cama. Ele estava pálido e parecia uma


merda. Quando ele a encarou, havia lágrimas em seus olhos. Afastando
o olhar, ela começou a preparar o café da manhã. Outro motoqueiro
estava sentado à mesa, e ela pulou para trás.

— Quem é você? — ela perguntou.

— Eu sou Killer. — O homem era maior do que Lash e parecia


muito mais mortal. — Estou assumindo o lugar de Zero. — Não havia
nenhuma maneira que ela o deixaria aconchegá-la. Porra, ela não

~ 78 ~
deveria ter deixado que Zero a aconchegasse. Ela não queria que ele
ficasse com a ideia errada sobre ela de jeito nenhum.

— Você dormiu bem? — perguntou Edward.

Ela assentiu com a cabeça, não encontrando seus olhos.

— Bem, eu tive uma ótima noite de sono, — disse Zero, entrando


no recinto. Sua mão parou no quadril dela quando ele beijou sua
bochecha. — É apenas para o show, — ele sussurrou para que apenas
ela pudesse ouvir.

Arriscando uma olhada em Edward, ela viu que ele estava tenso e
suas mãos estavam apertadas em punhos.

Depois de servir comida para os motoqueiros, ela terminou o


mingau de Edward. — Aqui está, Edward, — ela disse, lhe entregando a
tigela.

— O que aconteceu com Nash?

Foi a primeira vez que ele perguntou sobre a sua mudança de


nome. Ela sentiu que os homens atrás dela estavam prontos para
assumir a situação. Curvando-se ao seu nível, ela olhou em seus olhos.
— Nash faz parte dos Skulls. Ele não é um drogado ou um viciado. Você
não é ele.

Se afastando dele, ela entrou no quarto para se trocar. Nenhum


dos homens a seguiu e ela era grata por isso. Quando estava pronta, ela
voltou ao outro cômodo para comer seu próprio mingau antes de lavar
os pratos que todos tinham usado.

— Eu vou ficar aqui hoje, — disse Lash. — Vocês podem voltar à


noite. — Ele falou com os outros homens, que estavam à espera de suas
instruções.

Zero e Killer saíram do prédio, deixando-a sozinha com os dois


irmãos. Pelo olhar que Lash estava dando ao seu irmão, esse ia ser um
dia longo.

Indo até o outro quarto, ela pegou um livro e foi se sentar à mesa.
De vez em quando ela estremecia quando Lash acertava um golpe em
seu irmão. Quando ele soltou as algemas que o prendiam à parede ela
ficou surpresa.

~ 79 ~
Eles lutaram duro. Edward não acertou muitos golpes. Levou
tudo dentro dela para não parar o que estava acontecendo. Ela
precisava confiar que Lash sabia o que estava fazendo.

Sophia esperava que ela pudesse levar isso até o fim para ver
Edward melhor. Ela odiava vê-lo nesse estado.

*****

Naquela noite, Edward foi acorrentado à parede outra vez. Ele já


tinha vomitado tudo o que tinha comido, mas o tremor era a pior parte.
Edward odiava os tremores mais do que qualquer outra coisa. De vez
em quando ele olhava para a porta que o separava de Sophia. Killer
tinha ido embora uma hora atrás, e ele não podia evitar se perguntar o
que diabos estava acontecendo além daquela porta.

Não pense sobre isso.

Zero se certificou que ele soubesse do interesse do motoqueiro por


ela. Sophia era sua mulher.

Você não a merece.

Ele precisava dela, no entanto. Com Sophia perto, ele se sentia


como se o seu mundo estivesse completo. O único problema que ele via
era que não era possível alcançá-la e tocá-la. Ela estava lá, mas quando
ele falava com ela, só merda saía da sua boca.

Uma porta se abrindo silenciosamente o assustou. Sophia


apareceu ao virar a esquina. Ela estava usando um pijama bonito e
caminhava na direção dele.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou ele. O cobertor que


ela lhe dera estava enrolado ao redor de seus ombros. Quando ela se
sentou no colchão, ele foi pego de surpresa. Ela não estava com medo
que ele a machucasse?

— Eu não conseguia dormir, e eu precisava te ver. Hoje foi um dia


difícil.

Lash o havia forçado a lutar. O fato de que ele não conseguia


fazer seu próprio corpo se mexer o assustou. Ele tinha usado drogas
por alguns meses, mas só recentemente elas começaram a afetá-lo.
Pensando em como seu corpo reagia, ele se perguntou como viciados

~ 80 ~
que estavam usando isso há anos eram capazes de parar. Ele estava
passando por um momento difícil nisso.

Edward sabia que esse não era ele. Cada desafio que seu irmão
jogava nele, o enviava a caminho da recuperação. Ele não ser capaz de
se defender e ser atingido pelo seu próprio irmão o havia irritado. Houve
uma época em que ninguém conseguira lhe dar um soco, mas agora ele
estava indefeso. Quando Lash puxou para perto o forçou a olhar para o
rosto de Sophia, para os hematomas no seu rosto, ele deixou claro que
a culpa daquilo era de Edward.

Nash não deixaria qualquer homem pensar que poderia ferir


Sophia. Edward era diferente. Esse lado dele era fraco. Isso estava lhe
ajudando a perceber, de um jeito estranho, como ele tinha deixado sua
vida ser controlada por outra coisa.

— Meu irmão sempre foi um filho da puta e sempre vai ser. Não
tem como lhe impedir de conseguir o que ele quer.

— Você não quer isso? — perguntou ela.

— Eu não sei o que eu quero.

Ela estendeu a mão e pegou a dele. Ela olhou para as tatuagens


que cobriam seus braços. Cada tatuagem simbolizava sua parte dentro
do clube.

Você não é nada sem o clube.

Lute e vença. Seja você mesmo outra vez.

Sophia passou os dedos sobre cada linha de tinta. — Eu me


lembro de quando você me deixou ver isso. Kate estava no chuveiro, e
você me mostrou as suas tatuagens. Você estava tão feliz de estar onde
estava. Eu me lembro de ter perguntado por que você amava os Skulls.
Você se lembra da sua resposta?

— Os Skulls eram uma família. Não havia julgamento. A família o


aceitava por quem você era.

— E você disse que nunca esteve sozinho outra vez. O clube lhe
deu uma grande família, cheia de irmãos e irmãs.

Ele se lembrou de tudo. As drogas e o vício poderiam levar tudo


isso para longe dele. Edward sabia que não podia deixar isso acontecer.

Ela segurou a mão dele com mais força. Seu aperto era firme. Ele
se sentiu feliz e seguro ao ter suas mãos presas dessa forma.

~ 81 ~
— Por que você ainda está me ajudando? — perguntou ele.

— Eu o expulsei do meu apartamento, e esse foi o maior erro que


eu poderia ter feito. Eu sou a culpada por isso, e vou fazer tudo que
posso para consertar as coisas. — Lágrimas brilhavam nos olhos dela.
— Eu amei cada segundo daquele beijo, Edward. Eu não consegui parar
de pensar nele.

Olhando para as mãos unidas, Edward queria chorar e gritar pelo


tempo que eles perderam.

— Por que você está me dizendo isso agora?

— Eu preciso que você vença esse vício. Se você não se livrar dele
e voltar a ser o Nash que foi uma vez, isso vai te matar. — Ela limpou a
umidade debaixo dos olhos. — Eu quero o homem que ajudou com a
minha mudança. Que me beijou daquele jeito. Eu o quero de volta. Não
esse aqui.

Ele queria dar isso a ela. Edward queria tanto dar a ela tudo que
ela desejasse.

— Me beija, — disse ele.

Ela não hesitou. Sophia fechou a distância entre eles,


pressionando seu corpo contra o dele. Ele passou os braços em volta da
sua cintura, sentindo suas curvas exuberantes. Sua bunda era grande
e deliciosa, e ele a agarrou com força. Ela ofegou, unindo os braços ao
redor do seu pescoço.

— Isso é real, Edward. Isso é o que eu quero. — Ela apertou seus


lábios contra os dele. Os lábios dela tremiam inseguros enquanto
acariciavam os dele. Gemendo, ele estendeu a mão e afundou os dedos
em seus cabelos, segurando-a com força contra ele. Ele desprezou o
tremor e a sensação de mal estar em seu estômago.

Os dedos dela agarraram o cabelo na sua nuca. Suas pernas


circularam a cintura dele, pressionando sua buceta quente contra ele.

Eles gemeram. O som do seu beijo ecoava pelas paredes. Ele


queria se afogar em seu perfume.

Só quando eles ouviram barulho de movimento é que se


separaram. Sophia ficou em seu colo, olhando em seus olhos.

— O que isso significa? — perguntou Edward.

~ 82 ~
— Significa que você deve lutar contra isso. Que deve chutar esse
vício para longe. Devolva o meu homem e eu vou ser sua se você me
quiser, Nash.

O som de seu nome fez o coração dele disparar.

Ela cobriu seu rosto. — Você consegue fazer isso. Eu amo você.
Eu te quero. Devolva o meu homem. — Sophia o beijou novamente e
saiu de seu colo.

— Isso não é uma armadilha ou uma piada?

— Não. Eu não sou assim, e você deveria saber disso. — Ela


beijou os seus lábios de novo e se afastou. — Eu precisava que você
soubesse isso antes de amanhã.

— Lash tem algo pior planejado para amanhã? — perguntou


Edward. Seu pau estava duro como pedra. Ele não fazia sexo há um
bom tempo.

— Tiny vai vir aqui amanhã. Vai ser um dia longo para todos nós.
— Ela se virou e foi embora.

Você deveria estar seguindo-a. Ela não deveria estar andando


sozinha para esse quarto.

Deitado no colchão, ele encarou o teto. Tudo o que ele precisava


fazer era lutar. Lutar contra esse vício, conquistar o seu lugar de volta
no clube e ganhar a sua mulher.

Edward fez disso um mantra dentro de si. Havia algo pelo qual
lutar. Não ia ser fácil. Ele não era estúpido. Ele sabia em seu coração
que teria que lutar contra todas as partes de si mesmo para conseguir o
que queria.

Tiny estava chegando amanhã, e ele precisava fazer com que o


líder dos Skulls percebesse que ele não ia desistir nunca. Sophia tinha
lhe dado algo pelo que lutar: ela.

*****

Tiny se sentou à mesa do seu escritório, pensando no dia


seguinte. Da última vez que tinha visto Edward, Lash lhe deu uma
atualização sobre os seus planos, e ele quase matou o filho da puta.

~ 83 ~
O bastardo tinha apontado uma arma e quase matado Eva.
Fechando os olhos, ele tentou se concentrar nas folhas de papel que
Alex tinha deixado para ele. Tiny não conseguia focar em qualquer um
dos números. O clube estava tranquilo, o que era incomum. Na maioria
dos dias ele estava sempre estourando de atividades. Desde que Edward
tinha ido embora, ninguém estava no clima para festas. A ameaça aos
Skulls era maior do que nunca, e todos sabiam que era por causa de
um dos seus próprios. Edward não havia se quebrado em particular,
não, ele tinha fodido tanto as coisas que os rumores poderiam chegar
até seus inimigos, e Tiny tinha muitos inimigos. Ele esperava que a
maioria deles não estivesse sequer por perto para saber o dano que
poderia ser feito.

— Você está conspirando e tramando de novo? — perguntou Eva.

Ele levantou o olhar para ver a outra perdição da sua existência


parada na porta. Ela estava vestindo um robe de seda, mas ele a
espreitou mais cedo para vê-la usando um diáfano baby doll. Só de
olhar para ela, ele já sentiu a agitação na sua virilha. Nenhuma das
prostitutas era capaz de satisfazer seus desejos mais. A única mulher
que ele queria debaixo dele estava o encarando de braços cruzados.
Desde aquela noite em Las Vegas, ele não tinha sido capaz de tirá-la de
sua mente. Segundo ela, ele tinha sido uma merda total na cama. Será
que ele tinha ficado complacente por causa das outras mulheres com
quem dormia?

— Eu tenho que ir resolver as coisas com Edward amanhã. — Ele


cerrou os dentes. Dizer seu nome em voz alta tornava difícil para ele
lidar com tudo isso. O garoto era a porra de uma decepção e um perigo.
Eva entrou na sala.

— E daí?

— Ele quase te matou, Eva. Eu não posso deixar o filho da puta


voltar para o meu clube.

— Eu não sou um membro do clube, Tiny. Eu não sou uma ou


old lady nem uma prostituta. Eu não sou nada.

— Você não é nada, e você sabe disso.

— E daí? Edward tem sido parte de sua vida por muito tempo, e
você só vai jogar tudo isso fora porque ele cometeu um erro?

— Não lute por ele. Ele não vale a pena.

~ 84 ~
Ela jogou os braços no ar. — Por que você está sendo tão difícil,
porra? Durante os vinte e nove anos que você o conhece, ele só deslizou
uma vez. Que desculpa você vai usar para machucar ele?

Tiny se levantou. — Ele tinha você na mira. — Ele caminhou ao


redor da mesa e parou em frente a ela. Eva o encarou, expondo o longo
comprimento do seu pescoço. — Nenhum dos homens e eu não damos a
mínima para o que ele fez. Ele arriscou te machucar, e isso eu não
posso aceitar.

A expressão dela se suavizou. — Eu estou bem.

Pressionando a mão em seu peito, ele sentiu o coração dela


batendo rapidamente. — Se Lash não tivesse me parado ele estaria
morto agora. Eu vou matar qualquer um que te ameaçar, Eva.

Lágrimas brilharam em seus olhos. Envolvendo seus braços ao


redor da sua cintura, ele respirou o cheiro dela.

— Eu não sou tão importante assim, Tiny. Você sabe disso, e eu


sei também. Perdoe ele. — Ela se afastou dele, como já tinha feito
muitas vezes antes.

Ele não sabia o que fazer para recuperá-la. Houve momentos em


que ele pensou que estava fazendo progressos, e então ela escapava.
Quando ele iria conseguir o que queria dela?

O que ele queria dela?

— Eu não posso.

— Então você não é um bom líder. — Com essas palavras


pairando no ar, ela se virou e saiu.

Observando-a ir, ele voltou para sua mesa e deixou cair a cabeça
nas mãos. Ele seria para sempre amaldiçoado a estragar tudo perto
dela? Eva evocava sentimentos dentro dele que o aterrorizavam pra
caralho. Ele não estava pronto para deixá-la ir. Tiny sentia que era
apenas uma questão de tempo antes que ela se mudasse, e ele não teria
escolha sobre isso.

~ 85 ~
Capítulo Sete

Edward olhou para o vômito no chão.


Ele ouviu Sophia vir correndo para tentar
ajudar. Tiny ia chegar a qualquer minuto.
Killer o havia afastado do vômito e o
limpado. Ele precisava demais de um
banho. O mau cheiro dos últimos dias
estava começando a fazer seu estômago
revirar mais do que a abstinência. Sua
dieta de mingau e água também estava lhe
desgastando.

— Não se preocupe com a bagunça. Eu vou limpar isso.


É meu trabalho garantir que ele fique bem. — Sophia empurrou Killer
para fora do caminho. Ele observou o grandalhão sentar em um banco e
começar a ler o jornal. Edward nem sabia que o homem conseguia ler.
— Como você está se sentindo? — perguntou Sophia, cobrindo seu
rosto.

Seu toque o fez queimar de dentro para fora. Porra, ele queria
tanto estar dentro dela. Quando ele estivesse bem e sóbrio, ia passar
um mês fodendo ela duro. Ela ia gostar que o sexo fosse mais áspero.

— Como se eu tivesse sido atropelado por um ônibus do caralho.

Ela sorriu. — Isso é bom.

— Eu estar com dor é bom?

— Não, você ser capaz de me dizer isso que é bom. — Ela beijou
seus lábios e torceu o nariz. — Alguém precisa escovar os dentes. Você
está fedendo.

Ele riu, apesar de não querer.

— Afaste-se dele, — disse Tiny, invadindo o momento dos dois.


Ele ficou tenso, e Sophia apertou a mão em seu rosto.

~ 86 ~
— Vai ficar tudo bem. — Ela se levantou, pegando suas coisas e
deixando seu lado. Edward levantou o olhar para ver o cara que tinha
lhe dado a maior surra. Tiny era enorme e assustador pra caralho. A
carranca em seu rosto dava provas de seu temperamento. Ótimo, se
Tiny o pegasse agora, ele estava fodido.

Tiny estendeu o braço e agarrou o de Sophia, puxando-a para


perto. Ele a ouviu gritar e tentar esconder isso. Fechando os punhos,
ele olhou para onde Tiny segurava sua mulher.

— O que você estava fazendo perto dele? — perguntou Tiny.

— Ele está passando mal. Eu estava lhe limpando — Sua voz era
pequena, mas ela não se acovardou perante o homem.

— Eu lhe disse para não chegar muito perto, — disse Lash.

— Alguém tinha que limpá-lo, e eu não vi o grandalhão aqui me


dar uma mão. Eu fiz o que tinha que fazer. — Ela tentou se soltar de
Tiny. O líder dos Skulls manteve o aperto sobre ela. — Me solta.

— Tire as mãos dela, — disse Edward. Ele já teve o suficiente


desse jogo de poder.

— Você está falando comigo, rapaz?

— Ela não é o seu problema. Sophia está ajudando você, mas isso
não lhe dá o direito de ser um babaca com ela. Eu sou o único com
quem você tem problemas. Fui eu quem quase matou Eva. Lide comigo.

Tiny soltou Sophia. — Você está certo. Meu problema é com você.

O grande homem caminhou na direção dele. — Tire essas


algemas, Lash. Ele e eu vamos ter uma conversinha.

Engolindo o nó preso em sua garganta, Edward olhou para além


do ombro de Tiny para ver o medo no rosto dela.

— Está tudo bem. Nada vai acontecer, — disse ele.

Lash soltou seus pulsos e lhe ajudou a sair da sala. Ele olhou
para trás e viu Sophia pronta para ir com ele. Killer a deteve. Seu braço
estava em seu peito, impedindo-a de se mover.

Eles não deixaram o prédio. Ele ouviu as portas se fechando


enquanto se moviam para longe do cômodo em que estava Sophia.

~ 87 ~
Tiny abriu uma porta distante à direita que dava para o que
parecia ser um ginásio. — Alguns dos meninos têm utilizado esse lugar
pra sua própria diversão. Achei bastante criativo da parte deles.

Edward não fez comentários. Essa era a primeira vez que ele
conseguia se mover. Em vez de usar o tempo a seu favor, ele caiu
sentado no chão.

— Você está me pedindo perdão? — Tiny perguntou.

— Não, eu sei que não devo mendigar. Você não vai me dar o seu
perdão até que sinta que eu mereço. — Ele estava com frio longe de seu
cobertor. Foda-se, sua vida tinha ficado tão confusa. — Você vai
terminar o que você começou?

— Se eu vou te matar?

— Sim.

Tiny soltou um suspiro. Lash estava perto da parede oposta, com


os braços cruzados. — Não, eu não vou te matar.

A notícia o surpreendeu. Ele esperava que da próxima vez que


visse Tiny, fosse estar morto em questão de segundos. — Se você não
está aqui para me matar, então por que veio?

— Eu precisava te ver por mim mesmo. Lash garantiu seu espaço


no clube. Você ainda é um Skull.

— E sobre os votos? O que os caras pensam de ter um viciado


tomando uma vaga no clube?

Tiny sorriu. — Dizem que o primeiro sinal de recuperação é


admitir que você esta errado.

Olhando para suas mãos, Edward viu a imundície e sujeita nelas.


— Sim, bem, eu tinha que ver o que minha mulher pensava de mim
desse jeito. Eu nunca pensei que Sophia não fosse sentir nojo de mim.

— Sua mulher abriu os seus olhos.

Lágrimas rápidas encheram os olhos dele. Edward estava no


fundo de um poço de fedor. — Lembro-me de meu pai dizendo que os
melhores homens têm as melhores mulheres ao lado deles. Eu não
posso estar ao lado de Sophia, e se ela está disposta a me dar uma
chance, então eu tenho que ficar limpo. — Ela era a sua salvadora, e
não importava se ela gostava ou não do poder que tinha sobre ele. —
Esse não sou eu.

~ 88 ~
Ele enxugou as lágrimas. Edward era muitas coisas, mas não era
a porra de um maricas.

— Seu pai ficaria desapontado com você, — disse Tiny. — Ele


provavelmente iria te dar uma surra de cinto, assim com a sua mãe.
Eles eram boas pessoas.

Rangendo os dentes, Edward manteve as lágrimas trancadas.

Ele não iria chorar.

De repente Tiny suspirou. — Eu estava vindo aqui para te matar.


Eva é minha e você quase a matou, mas no fim não fez isso. — Ele se
sentou ao lado de Edward. — No dia que seus pais morreram eu fiz a
promessa de lhe proteger, mas quebrei essa mesma promessa nos
últimos meses.

Lash parecia tão surpreso quanto ele se sentia.

— Você é um homem, e como Eva disse, você tem 29 anos de


idade e só cometeu um erro. Eu tenho negligenciado o meu trabalho
como líder. Isso não vai acontecer novamente. Eu não estou aqui para
chutar o seu rabo.

Edward não disse nada. Ele não quis arriscar irritar Tiny.

— Você conquista o seu lugar de volta no clube, ele vai ser seu.
Eu vou te apoiar, mas você tem que parar totalmente com as drogas.

— Eu vou fazer isso.

— Bom. — Tiny lhe deu um tapa nas costas. — Eu tenho que ir e


definir um acordo com Alex. O desgraçado está realmente começando a
me irritar.

Quando ficaram sozinhos, Lash se sentou ao lado dele.

— Você levou uma surra por mim.

— Sim, e eu levaria quantas vezes precisasse. Você é meu irmão.

— Me leve de volta para as correntes. Eu posso sentir a fome por


uma distração crescendo dentro de mim.

Lash lhe ajudou a voltar para a sala principal. Ele viu Sophia
parando abruptamente o que parecia ser uma caminhada de um lado
para o outro quando eles chegaram no cômodo. — Eu estava pirando.
Tiny não é o tipo de homem pra quem se diz não.

~ 89 ~
Killer resmungou.

— Ele é o chefe, Sophia.

Caindo sobre a cama, ele esperou Lash recolocar as algemas.

— Espere, o que está acontecendo? — perguntou Sophia.

— Eu vou terminar isso.

Ele se sentia fraco. A determinação era o que lhe dava força.


Edward não ia deixar que esse fosse o fim da linha para ele.

Mantendo um olho em Sophia, ele se obrigou a ficar bem por


estar sendo amarrado.

— Nós ainda vamos ficar de olho em você, e ela não vai ficar
sozinha.

— Tudo bem.

Ela se sentou ao lado do colchão, olhando para ele quando Lash e


Killer saiam da sala. — O que te levou a usar drogas? — perguntou ela.

Ele repetiu a história que contou a Lash. Era a verdade, e ele não
viu um ponto em escondê-la.

— Por minha causa? Eu o levei a usar isso porque fui uma idiota
e te mandei embora?

— Eu fui fraco. Eu não pude lidar com você me afastando. Sim,


eu comecei a usar por causa da sua rejeição, mas você não empurrou
as drogas para mim. Eu que fui fraco e não consegui dizer não.

— Eu nem sabia que Kate tinha esse tipo de coisa. Deus, eu era
uma péssima irmã.

— Você era boa demais para ela. — Ele pegou a sua mão e
segurou firme.

Eles ficaram em silêncio por um longo tempo. Foi Sophia que o


quebrou. — Então você pensou que eu era inocente?

— Comparado a mim e a vida que eu levei você é inocente. Você


não é virgem?

Suas bochechas ficaram vermelho brilhante. — Não, eu não sou.

— Nem eu.

~ 90 ~
Ela riu. — Não vamos falar sobre o passado. Você estava com
Kate, e eu estava com um cara. Podemos seguir em frente.

— Um cara?

— Edward, pare com isso. — Ela olhou para suas mãos.

Olhando fixamente para sua cabeça baixa, ele sentiu seu coração
explodir de felicidade. Ele sabia tudo sobre o cara com quem ela esteve,
mas não ia pensar sobre isso. Quando ele estava com os Skulls, antes
de foder tudo, ele podia ter qualquer coisa. Mulheres e bebidas vinham
até ele, junto com outras coisas. Mas os Skulls não poderiam lhe dar o
que ele realmente queria, Sophia.

— Eu odeio o meu nome, — disse ele, tentando se distrair.

— Então trabalhe duro e pegue o Nash de volta.

— Você acha que eu consigo? — perguntou ele, precisando saber


a opinião dela.

— Eu acho que você pode fazer qualquer coisa que colocar na sua
cabeça.

*****

A semana passou tranquila, e Sophia ajudou Edward o tempo


todo. Os Skulls se revezavam ajudando. Ela passava os dias
cozinhando, limpando e conversando com Edward. Os caras falavam
sobre negócios do clube, o que ela ignorava. Lash foi o que ficou com
eles mais tempo. Enquanto os caras estavam ocupados, ela jogava
cartas com Edward sobre o colchão. Ele tinha assado um bolo de
chocolate e roubou uma fatia para que ele pudesse saborear também.
Quando os tremores e o vômito cessaram, Lash passou a levá-lo para
uma caminhada.

Nesses dias Sophia ficava dentro do prédio, esperando os homens


voltar. Ela ficou mais do que agradecida quando Lash se ofereceu para
levar seu irmão para um banho. O fedor que irradiava de Nash às vezes
lhe deixada enjoada. Zero também era dos que mais ficava. Ela estava
com um pouco de medo de que ele começasse a ter sentimentos por ela.
Sophia notou que ele usava qualquer desculpa para tocá-la.

~ 91 ~
— Vamos tirar as algemas hoje, — disse Lash sexta-feira à noite,
quando fazia duas semanas que eles estavam na fábrica. — Além disso,
hoje também temos um trabalho para fazer, então você vai ficar sozinha
com Edward essa noite.

— Quando você acha que ele vai voltar a ser chamado de Nash?
— perguntou ela.

— Em breve. No domingo vários caras virão aqui. Vamos ter


certeza de que ele esteja pronto para se juntar a nós outra vez.

— Você está com medo de que ele deslize outra vez quando estiver
fora desse galpão.

— Sabemos que isso acontece com viciados. — Lash olhou além


dela, para Edward dormindo. — Ele vai ter muito álcool por perto, e vai
ter que se acostumar com isso.

Todos concordaram que seria melhor para Edward se ele não


consumisse ou tomasse qualquer coisa que pudesse levá-lo a uma
recaída.

— Você vai me deixar aqui sozinha? — perguntou ela.

— Edward nunca iria machucá-la, e eu não gosto da maneira


como Zero está em torno de você. Vou colocar um pouco de distância
entre você e os caras.

Ela assentiu com a cabeça. — Eu vou cuidar dele.

Lash entregou-lhe as chaves. — Nós vamos trancar o prédio para


que ninguém entre. Você estará segura.

Sophia não disse nada.

— Solte-o quando você estiver confortável. — Ele se virou para


sair. Ela observou-o ir, desejando que ele não a deixasse sozinha. Na
porta, ele parou e olhou para ela. — Obrigado por me ajudar. Os Skulls
sempre vão lhe oferecer proteção.

A porta se fechou, e ela ficou sozinha com o homem que amava


com todo o seu coração.

— Você não tem que me soltar se não quiser, — disse Edward.

Ela se virou para ele. Edward estava sentado contra a parede. Ele
estava vestindo roupas e se parecia mais com o cara que ela conheceu
do que nunca.

~ 92 ~
— Você estava acordado?

— Eu tenho um sono muito leve, gata. As drogas me doparam o


suficiente pra dormir durante toda a noite. — Ele bocejou, o que fez
com que ela risse. — Lash me disse que ia deixar a decisão com você.
Eu não o culpo. Estamos aqui sozinhos, mas ele está certo. Eu nunca
iria te machucar.

— Eu não acho que você iria me machucar.

— Eu não estou ofendido. — Edward olhou para ela. — Eu tenho


sido um idiota com você.

— Você se lembra de tudo o que fez enquanto as drogas estavam


em seu sistema? — perguntou ela.

— Sim, eu sabia o que estava fazendo. Eu vou ter que viver com
isso pelo resto da minha vida. — Ele parecia triste, e ela ficou triste por
ele.

— Eu perdoo você, — disse ela. As chaves estavam pesadas na


palma da sua mão.

— Você não deveria me perdoar. Eu fui um filho da puta e você


deveria me odiar do fundo das suas entranhas.

— Eu nunca fui boa nisso. — Ela colocou uma mecha de cabelo


atrás da orelha. As contusões que Gill e seus amigos fizeram tinham
desaparecido. Eles não tinham batido muito.

— Eu senti a sua falta, — disse ele, pegando-a de surpresa.

— Eu também senti a sua falta. Eu nunca quis que você fosse


embora aquele dia. — Ela se aproximou, sabendo que estava prestes a
libertá-lo das algemas.

Ele olhou para ela. Debruçando-se sobre ele, ela soltou uma
algema e depois a outra. Afastando-se, ela colocou as chaves sobre a
mesa e foi verificar o chili que estava preparando no fogão.

Com o canto do olho, ela o viu esfregando os pulsos.

— Eu me sinto meio estranho sem as algemas, — disse ele.

— Você se sente como seu velho eu? — ela perguntou, provando o


chili. Estava quente e picante, bem como Edward gostava.

Ele se levantou da cama fez seu caminho até ela. — Eu sou o meu
velho eu. O que aconteceu foi um terrível pesadelo. — Suas mãos se

~ 93 ~
uniram em torno da cintura dela. Sophia engasgou porque não estava
preparada para sua atenção.

— Desculpe, eu só precisava te abraçar sem estar acorrentado a


uma maldita parede. — Ele enterrou a cabeça contra o seu pescoço,
inalando o cheiro dela.

— Pelo menos você não está fedendo.

Ambos riram.

Deixando de lado a colher de pau, ela colocou a mão em cima da


dele. — Estou feliz porque você não está mais acorrentado a uma
parede. — Ele apertou mais o abraço. — Vá para a mesa. Eu vou lhe
servir um pouco de chili.

Ele foi sem protestar. Pegando dois pratos, ela serviu o suficiente
para cada um e então polvilhou um pouco de queijo em cima antes de ir
para a mesa com ele.

Ela o viu tomar a primeira colherada, e o olhar em seu rosto a


encheu de confiança. — Acho que você gosta do meu chili?

— É o melhor maldito chili que eu já experimentei.

Sorrindo, ela comeu sua refeição se perguntando o que diabos


dizer. Sempre que eles estiveram sozinhos antes, e ele ainda namorava
Kate, eles conversavam o tempo todo. Comer e beber lhes deu uma
razão para ficar em silêncio, mas ela sabia que era só uma questão de
tempo antes que Edward dissesse algo.

— Lash está trazendo os caras amanhã. Eu vou passar pelo teste


para provar que sou forte o bastante para voltar e ficar no clube, —
disse ele.

— Vai ser muito ruim?

— Sim.

— Ok, como é?

— Você tem que mostrar sua força para permanecer no clube. Eu


vou ter que lutar contra alguns dos caras para provar que eu tenho o
direito de fazer parte dos Skulls.

Ela deixou cair a colher. — Não, você não pode lutar com
ninguém. Você só está começando a superar... Tudo isso. Eu não vou
deixar que te machuquem.

~ 94 ~
Ele pegou a mão dela. — Eu não tenho uma escolha nisso, baby.
Ser um Skull é tudo na minha vida. Eu não posso desistir. Se eu não
lutar, eu estou fora.

Engolindo o nó na sua garganta, ela pegou os pratos e foi em


direção a pia. — E se eles te machucarem? — perguntou ela. A ideia de
vê-lo lutar contra os membros do clube a enchia de pavor. Ainda havia
hematomas em seu corpo da surra que Tiny lhe dera antes. Ela
entendeu porque ele tinha apanhado antes, mas agora era diferente.

— Eles vão me machucar, e eu vou provar a mim mesmo. — Ele


se levantou e ficou de pé perto dela. Edward empurrou o cabelo fora de
seu ombro, expondo seu pescoço.

Voltando-se para ele, ela o olhou nos olhos. Eles eram escuros,
penetrantes. Toda vez que olhava suas profundezas, ela se sentia
atraída para ele.

— Eu não sei se vou aguentar ver você ser machucado.

— Você é uma mulher forte. Sophia, você pode lidar com isso. —
Ele segurou o rosto dela, mantendo seu foco sobre ele.

— Eu vou lidar com isso, — disse ela depois que alguns


momentos se passaram.

— Bom. — Os dedos dele acariciaram seus lábios. Ela ofegou com


a eletricidade que seu toque criou.

Eles estavam sozinhos. Ninguém ia entrar no prédio, e Edward


não estava acorrentado a uma parede.

Calor inundou sua buceta quando o polegar dele se pressionou


entre seus lábios. Olhando fixamente em seus olhos, ela abriu a boca,
aceitando sua entrada. Ela o ouviu ofegar, e então ele estava andando
com ela para trás.

Ela bateu na parede, e ele parou na sua frente. Ele pegou as mãos
dela e as pressionou contra a parede. Ela baixou o olhar para os lábios
dele.

— Eu quero você, Sophia, — disse ele.

Mordendo o lábio, ela se forçou a olhar seus olhos. — Eu quero


você também.

A boca dele estava na dela em poucos segundos. Não havia nada


gentil sobre a posse de seus lábios. Edward mergulhou sua língua

~ 95 ~
profundamente enquanto segurava as mãos dela acima da cabeça. Seus
dedos estavam trancados juntos. Seu pênis estava apertado contra a
buceta dela, fazendo com que ela sentisse toda sua grossura.

Edward quebrou o beijo e desceu para o pescoço, mordicando até


que seu pulso acelerou e batia rapidamente.

Seu coração estava acelerado e sua buceta ensopada. Ele sempre


a fazia se sentir desta forma quando estava por perto. Era como se o
homem que tinha conhecido há muito tempo estivesse finalmente de
volta em sua vida. Ele soltou as mãos das delas e as colocou sobre o
seu peito, segurando-a firme. — Se você não quer isso, tem que me
dizer para parar agora, — disse ele.

Por que eu não iria querer isso? — perguntou ela.

Ela já tinha se negado isso uma vez antes e quase o perdeu para
sempre. Sophia não ligava para o que ele tinha dito. A única razão pela
qual ele começou a usar drogas foi porque ela o rejeitou.

De jeito nenhum ela cometeria o mesmo erro outra vez.

— Tem certeza?

Segurando as orelhas dele, ela bateu os lábios nos seus. — Você


duvida de mim agora?

Ele arrancou a camisa que ela usava. Ela tentou ajudá-lo puxar a
peça sobre a cabeça. Eles se moviam freneticamente. Com sua camisa
no chão, ela começou a trabalhar nas suas outras roupas enquanto ele
se esforçava para ficar nu.

Essa era a primeira vez que eles ficavam nus juntos. Ela tirou a
calça jeans e ficou apenas em suas roupas íntimas. A cueca boxer
preta não fez nada para esconder a visão do seu pau duro feito pedra
pressionando contra a frente.

— Eu estou em desvantagem aqui, — disse ele, empurrando as


alças do sutiã para baixo dos ombros. Seus dedos deslizaram sobre o
fecho frontal.

Realmente não havia como voltar atrás agora.

*****

~ 96 ~
— Os Skulls precisam ser exterminados, — Rick bateu com o
punho na mesa, fazendo os óculos chacoalhar. — Eles governaram por
tempo suficiente. É hora de alguém tomar a iniciativa.

Gill ouviu seu amigo, gostando ainda mais da ideia de assumir o


clube de motoqueiros que governava a cidade em que ele morava. Ele
estava de saco cheio de viver ameaçado pelo clube. Fort Wills não era
uma cidade para ser controlada. O único outro problema que ele tinha
era o fato de que tinha mentido para encobrir a razão pela qual eles
estavam fazendo reconhecimento no clube. O trabalho dele e de Willy
era saber o que os Skulls estavam planejando com outro grupo de
motoqueiros. Gill mentiu para todos nesta sala, e se os homens
descobrissem a verdade, ele estava fodido.

— Você acha pode tomar o controle? Espalhar o medo e ter os


Skulls tremendo? — perguntou Gill. Ele precisava instalar o medo, do
contrário iria ser morto pelas mãos de um dos motoqueiros do
Darkness. Merda, eu realmente estou fodido nesse momento. Três
homens os pegaram algumas semanas atrás e eles ainda estavam
tentando se recuperar. Poderia muito bem ter sido um grupo de dez.
Eles eram criminosos cruéis que queriam um lugar seu. Ele tinha saído
da fábrica de caixas para ver se seria seguro começar a fazer seu
movimento em nome de seu patrão.

Ele viveu nos arredores de Fort Wills a maior parte de sua vida. A
cidade era tudo o que ele precisava: pequena, pitoresca e preparada
para ter uma liderança que não fosse a lei. Quando ele tinha sido
contatado há mais de um mês para reunir um grupo de homens com a
missão de observar os Skulls, Gill tinha ficado animado. Ele não contou
aos homens quais seus planos reais. Se os homens dessa sala
soubessem o que ele estava os usando, ele estaria morto em segundos.

— Nós podemos controlá-los. Eles são fracos, — disse Rick. Ele


tinha assassinado várias mulheres em seu tempo de estrada. Gill tinha
muito respeito pelo homem. Ele respeitava quem tomava as rédeas da
lei com suas próprias mãos.

— Eles não são fracos, e qualquer um que ache isso está louco, —
disse Bishop.

Olhando em volta para os condenados ao seu redor, Gill sorriu. —


Eles são todos fracos. Edward Myers dividiu todo o grupo. Vários dos
homens não vão querer um drogado em seu clube. E um clube dividido
é um clube enfraquecido.

— Parece que você tem um plano, Gill. Conte para nós.


~ 97 ~
— Esses homens são fracos quando se trata de suas vadias. Eles
colocam um monte de merda de proteção sobre elas.

— Você acha que ir atrás dessas vadias irá enfraquecê-los? —


perguntou Rick.

Ele balançou a cabeça. — Não. Ataque duas mulheres, e eles vão


colocar toda a proteção sobre elas. Eles não vão cuidar das próprias
costas e isso vai nos dar a abertura que precisamos. Eu sei onde eles
ficam e quando vão sair. Esses caras não vão nos ver chegando.

Gill tinha sido contatado algumas horas atrás por Scars. O


próximo ponto de ataque seriam as mulheres. Ele precisava conseguir
controlar esses homens antes que eles descobrissem a verdade. Uma
vez que fizessem seu trabalho, ele sabia que os membros do Darkness
iam se livrar deles. Conquanto desempenhasse seu papel, ele teria a
chance de viver.

Termine o trabalho e viva com isso.

Todos os criminosos acenaram e sorriram para a sua sugestão.


Não era sua sugestão, mas eles não precisam saber disso. Eles se
acomodaram em torno da mesa e começaram a planejar a morte dos
Skulls, que era a razão pela qual eles realmente tinham sido
contratados.

~ 98 ~
Capítulo Oito

Abrindo rapidamente o fecho, Edward


olhou para os globos redondos dos peitos
dela. Porra, eles eram bem empinados, e fez
a boca dele salivar. Ele queria provar
aquela carne madura. Lambendo os
lábios, ele mergulhou para baixo,
colocando um dos mamilos rosados
entre os dentes e chupando.

A cabeça dela caiu para trás e bateu


contra a parede, enquanto ela lutava para
respirar. Sophia afundou os dedos no cabelo
dele, puxando as mechas. Edward se recusou a
soltar, chupando-a com mais intensidade.

— Por favor, mais forte, — disse ela gemendo.

Mordendo o mamilo grande, ele agarrou a borda da calcinha e a


arrancou do corpo dela. Soltando seu corpo, ele também tirou a cueca
que estava usando.

Edward soltou seu peito e deu um passo para trás.

— O que você está fazendo?

— Estou te admirando, baby. Porra, você é tão bonita. —


Agarrando seu pênis, ele esfregou seu comprimento, precisando de
alguma coisa para aliviar a tensão crescendo dentro dele. Ela parecia
tão sexy pra caralho. Ele queria estar dentro dela, mas nesse momento
ele ia explodir com qualquer simples provocação.

— Você nunca teve uma mulher antes, Edward? — Suas mãos


levantadas contra a parede empurravam os seios para o alto.

~ 99 ~
Alguns homens não gostariam da carne extra ou das curvas que
ela possuía. Ele mal podia esperar para tomar posse dessas curvas e
fazê-la sua.

Estendendo a mão, ele correu do seu estômago até seus seios. Ele
tocou o mamilo duro apontando para ele. — O que você está esperando?
— perguntou ela.

— Quem está com pressa? — Ele ficaria feliz em passar a noite


inteira simplesmente tocando no corpo dela.

— Eu estou com pressa. — Ela pegou a mão dele e deslizou entre


as suas coxas.

Acariciando através do seu calor úmido, Edward quase se perdeu.


Ela estava encharcada, cobrindo os desde dele com seu creme.

Seus pelos pubianos eram bem aparados e lhe davam acesso


perfeito à buceta. Deslizando os desde pela fenda molhada, ele provocou
o clitóris, sentindo como ele estava quente e inchado.

Ela choramingou. Suas mãos estavam planas, apoiadas na parede


de trás.

Ele chupou os dedos cobertos do creme, saboreando-a. Os olhos


de Sophia se arregalaram enquanto ela o encarava.

— Que gosto eu tenho? — perguntou ela.

— De paraíso.

Quando ela ficou de joelhos, ele perdeu todo o pensamento.


Afundando as mãos em seu cabelo preto, ele ajustou as mechas em seu
punho quando ela agarrou seu pau. Ele nunca pensou que ela ia ser
assim. Edward sempre assumiu que ela seria tímida e que ele teria que
assumir a liderança de tudo. Ela estava lhe deixando totalmente
surpreso com as suas ações.

Mas ele sabia que ela não era tão experiente assim. Havia uma
falta de jeito em seus movimentos, e ainda assim ele não ia reclamar.

Ela agarrou seu comprimento, olhando para ele com os olhos


semicerrados. — O que você gostaria que eu fizesse? — perguntou ela.

— Coloque meu pau na boca, — disse ele.

Sophia abriu os lábios para ele ver antes de voltar ao seu eixo. Ele
observou enquanto ela lambia a ponta. A pele da base de seu pênis foi

~ 100 ~
esticada com a força de sua excitação. Uma pequena quantidade de pré-
sêmen vazava da ponta, o suficiente para cobrir a cabeça.

Seus gemidos o fizeram estender a mão para se segurar na


parede.

Ele nunca pensou que alguns ruídos pudessem transformá-lo.


Uma das mãos dela segurou a base de seu pau enquanto a outra
descansava em sua perna. Ela afundou as unhas em sua carne.

Naquele momento, Edward percebeu que ele quase tinha perdido


isso. Quase tinha perdido a sua mulher por causa de uma maldita
viagem. Esta era a única viagem que ele precisava. Estar perto de
Sophia lhe proporcionava felicidade suficiente para que ele não
precisasse daquela merda que tinha andado cheirando.

— Filha da puta, — disse Edward, gritando as palavras quando


ela enfiou toda a cabeça do pau na sua boca. Ele já teve seu pau
chupado muitas vezes por várias mulheres que visitavam o bar do clube
ou as prostitutas, mas nenhuma dela jamais o fez se sentir assim.

Sophia estava gostando do que estava fazendo. As outras


mulheres simplesmente realizavam um ato que era o esperado delas.
Ele via a diferença e compreendeu mais do que nunca porque seu irmão
e Murphy estavam tão felizes em se acomodar com alguém. As mulheres
deles os amavam. Tate e Angel queriam fazer seus homens felizes e
fariam qualquer coisa por eles.

Ele queria Sophia. O desejo de fazê-la feliz aumentou ainda mais


dentro dele. A mão na base de seu pau começou o acariciar de cima
para baixo enquanto a cabeça dela balançava para baixo para encontrar
sua própria mão. Sua língua o acariciava enquanto a boca o chupava.

Olhando fixamente para baixo, ele viu que seus olhos estavam
fechados enquanto ela continuava trabalhando no seu eixo.

Após mais alguns segundos de boquete, ela se afastou e abriu os


olhos, o encarando. Levou toda sua força de vontade para não explodir
na boca dela.

— Eu estou fazendo certo?

— Eu estou pendurado por um fio, querida. Você não tem ideia de


como é a sua boca é boa. — Ele acariciou sua bochecha, pressionando o
polegar entre os lábios para ela chupar.

~ 101 ~
Ela agarrou seus quadris e apertou-o contra a parede. — Eu
quero fazer isso. Eu acho que você merece um pouco de prazer.

Com ele de costas para a parede, ela agarrou seu eixo e voltou a
lambê-lo. Sua língua acariciava ao longo de todo o comprimento,
cobrindo-o com saliva antes de levá-lo inteiro na boca.

Envolvendo ambas as mãos em seu cabelo, ele apertou ainda


mais, precisando fazer alguma coisa com suas mãos. Era só uma
questão de tempo antes que ele perdesse completamente o controle. O
aperto que ele tinha em seu cabelo ajudou a definir o ritmo de seus
movimentos. Ele forçou o pau dentro da boca dela e se segurou. Edward
não queria que ela ficasse com medo dele ir muito profundo e a
sufocasse.

Ela pegou as bolas dele com a mão livre, acariciando-as. Isso foi
demais. O prazer da sua língua e a sensação dela em suas bolas era o
suficiente para fazer com que ele ultrapassasse a borda. Ele não teve
tempo de lhe avisar antes que metesse tão fundo na sua boca quanto
ele ousava e liberasse seu esperma. Sophia engoliu. As mãos dela foram
para as coxas, segurando-se nele.

Seu aperto no cabelo dela ficou ainda mais firme enquanto o


orgasmo o colocava na ponta dos pés.

— Caralho. — Ele gritou as palavras para o teto. Ela não o liberou


até que tivesse engolido até a última gota da sua porra.

Abrindo os olhos, que ele tinha fechado quando o orgasmo bateu,


ele olhou para ela. Sophia estava lhe olhando para o chão, com as mãos
no colo, esperando por ele.

Soltando o cabelo dela, ele segurou seu rosto, lhe obrigando a


olhar para ele. Suas pupilas estavam dilatadas e seus mamilos estavam
duros feito pedra. O que ela tinha acabado de fazer a transformou
diante dele. Edward sentiu uma crescente excitação responder no seu
interior.

— Isso foi incrível, — disse ele. De todas as palavras que ele


conhecia, incrível nem sequer começava a descrever o que ela tinha
acabado de fazer. Ele caiu de joelhos, olhando-a nos olhos e mostrando
o amor que sentia por ela.

Ela cobriu o rosto com as mãos. Ele ouviu sua risada nervosa. —
Eu tinha vontade de fazer isso para você há muito tempo.

~ 102 ~
Ele olhou para ela. — Você já fantasiou sobre nós dois juntos? —
Sua cabeça balançou em resposta. — Com o que mais você fantasiou?

— Eu não vou te dizer essa noite. — As mãos dela acariciavam


seus lábios. Ele adorava a sensação de seu toque nele. Mergulhando a
cabeça para baixo, ele reivindicou seus lábios, não se importando de
provar a si mesmo na boca dela.

Temos todo o tempo do mundo. — Ele se levantou e pegou sua


mão, levando-a de volta para o colchão que ele vinha usando para
dormir. Esse na verdade era novo, Lash se livrou do antigo. De jeito
nenhum ele ia se deitar em um no qual tinha vomitado e suado.
Felizmente seu irmão não tinha discutido com ele.

Sophia estaria ao seu lado em uma cama nova. Ele não podia sair
desse edifício até que o clube o aceitasse de volta. Edward precisava
reconquistar seu lugar e voltar a ser Nash outra vez.

Uma vez que ganhasse seu lugar de volta, nunca mais iria
arriscar perdê-lo.

— Deite. Abra suas coxas.

— Edward, o que você está fazendo?

As correntes ainda estavam contra a parede e as chaves estavam


em cima da mesa. — Eu vou me divertir um pouco. Confie em mim.

Ela se Deitou de costas. Seus olhos nenhuma vez deixaram os


dele.

Tomando posse de uma de suas mãos, ele agarrou o punho e o


prendeu com uma algema. Depois fez o mesmo com o outro.

A respiração dela ficou mais pesada e seus olhos se arregalaram.


— Você não vai me deixar aqui, não é?

Acariciando o lado do rosto dela, Edward balançou a cabeça. —


Eu prendi você à cama para fazer o que eu quiser com o seu corpo. Não
vou deixar você escapar, e com toda certeza eu não vou me afastar
daqui.

Descendo as pontas dos dedos pelo seu rosto e pescoço, ele


circulou seus mamilos. — Você está aqui toda aberta para mim. — Ele
desceu mais a mão, circulando o umbigo antes de chegar onde seu
prêmio o esperava. Ela estava com as pernas bem abertas, como ele
pediu que ela deixasse. — Eu vou adorar o seu corpo sem interrupções.

~ 103 ~
Esta é a nossa noite juntos. A primeira de muitas, e de jeito nenhum
vou deixar você me empurrar.

Ele mergulhou para baixo em sua buceta, acariciando os lábios


de seu sexo. Seu creme estava espalhado por tudo.

— Quanto tempo faz que você fez sexo pela última vez? — ele
perguntou.

— Faz muito tempo.

— Quanto? — Ele sentiu os ciúmes arranhando. Se Zero tivesse


tocado nela, ele ia matar seu irmão de clube. Foda-se o clube. Sophia
era mais importante que qualquer clube.

— A última vez que transei com alguém foi na noite em que perdi
minha virgindade. Ele foi péssimo, e eu não quis repetir a experiência.

Edward fez parou de acariciá-la. — Você só fez sexo uma vez?

Ela assentiu com a cabeça. — Você vai rir de mim?

Ele balançou a cabeça. — Nunca. Eu vou ser o último homem


com quem você vai estar. — Edward também queria ter certeza de que
ela não esquecesse essa experiência nunca mais.

*****

Sophia mordeu o lábio. Edward estava lhe olhando como se ela


fosse comestível. Ela testou as algemas que a prendiam ao colchão.
Será que ela era uma idiota por deixar que ele fizesse isso com ela?
Provavelmente. Ela nunca tinha sido amarrada de forma que não
tivesse escolha a não ser se submeter ao homem na sua frente.

Dois dedos entraram nela e a fizeram gritar. Ele gemeu. — Você


está tão molhada.

Ela não tinha estado com ninguém em mais de dois anos. Perder
a virgindade aos dezoito anos tinha sido um erro, mas isso aqui não
era. Ela já estava mais quente que o inferno para o homem dedilhando
sua buceta. Um terceiro dedo foi empurrado dentro dela, e Sophia
engasgou quando ele os dobrou e começou a acariciar seu ponto G. O
prazer era intenso e diferente de tudo o que ela já havia sentido.

~ 104 ~
Rápido demais ele retirou seus dedos e os chupou na boca. Ela
nunca tinha visto nada mais erótico do que o olhar de prazer em seu
rosto toda vez que ele experimentava o seu gosto.

Ela o observou se acomodar entre suas coxas. Seu pênis flácido


estava ficando duro novamente. As mãos dele estavam em ambos os
lados da cabeça dela, e ela o encarou.

— Mantenha seu foco em mim. — Ele se inclinou para baixo,


reivindicando seus lábios. Edward não pedia permissão; ele pegava o
que queria. Ela deu a ele, abrindo os lábios para que ele pudesse
explorar sua boca.

Ela gemeu, querendo sentir mais dele, tudo ao mesmo tempo.


Seus lábios se separaram dos dela, descendo pelo pescoço. Sophia
gritou, lutando contra as algemas. Edward tinha movido o colchão longe
demais, então ela não podia lutar contra as restrições. Ela era
impotente ao seu ataque.

— Eu tenho você exatamente onde eu quero, — ele disse,


provocando um mamilo. Olhando para baixo, ela viu o circular a ponta
dura com a língua antes de morder. Olhando para o teto, ela gritou,
choramingando com a necessidade. — Seu corpo é tão sensível, Sophia.

Ele se mudou para o outro mamilo e lhe deu a mesma atenção. A


partir do contato em seus seios, ela foi perdendo o controle. O desejo de
fechar as pernas para fazer qualquer fricção sobre o clitóris era imenso.

Edward parou tudo. Seu corpo grande a impedia de conseguir a


sensação que ela necessitava.

Choramingando, ela gritou para que ele permitisse que ela


fechasse as pernas e esfregasse o ponto sensível.

— Quando eu estiver pronto, baby.

Ela nunca o ouviu atormentar sua irmã desse jeito, e disse isso a
ele.

— Não traga Kate para isso, eu nunca me importei com ela. Com
você é diferente, quero você gritando, implorando por mais. — Seus
dentes morderam sua carne, fazendo-a arquear pelo seu toque.

Só quando ele ficou satisfeito com as reações dela é que se moveu


mais para baixo. Ele passou pelo seu estômago, provando e dando
atenção a cada parte com a língua.

~ 105 ~
Fechando os olhos, ela ficou tensa e tentou se soltar das algemas.

Nota mental: nunca deixar Edward e algemas perto de mim


novamente.

Se atirando sobre a cama, ela manteve os olhos fechados e


esperou que ele terminasse de torturá-la.

Ele desceu mais e parou entre as suas coxas. Seus dedos abriram
os lábios de seu sexo. — O que você está fazendo? — ela perguntou
tensa.

— Eu vou te dar o mesmo tipo de prazer que você me deu. — Sua


língua atacou seu clitóris, sacudindo seu núcleo.

Não importava o quanto tentasse, Sophia não conseguia conter


seus gritos. O prazer que a língua dele trazia era demais.

Ela sentiu os dedos dele abrindo seu sexo enquanto chupava seu
clitóris com a boca. O creme dela vazava pela buceta e escorria para
revestir seu ânus.

Sophia ficou imóvel quando a língua deixou seu clitóris e foi para
baixo, mergulhando dentro dela. Levantando o olhar, ela viu que ele
tinha movido as mãos para agarrar seus quadris. Ele a fodeu com a
língua. Foi a sensação mais estranha do mundo, mas o prazer também
foi incrível.

Depois de várias estocadas de língua, ele voltou para o seu clitóris


enquanto seus dedos assumiram a buceta.

Ela ficou tensa enquanto um dedo a penetrava e outro acariciava


a sua bunda.

— Relaxa baby. Eu não vou fazer nada que você não goste, —
disse ele.

Lentamente ela relaxou o máximo que conseguiu. Ela não tinha


muita escolha além de esperar que ele fizesse o que quisesse com ela.
Parte dela estava animada com as suas investidas, enquanto outra
estava com medo. E se ela não gostasse disso e não pudesse lhe
satisfazer? E se ela gostasse demais e ele ficasse com nojo?

Uma rapidinha com um cara anos atrás não a deixou a caminho


de uma boa comparação. Ele não conseguia se lembrar de ele ter sequer
lhe dado um orgasmo.

Edward acrescentou um segundo dedo, abrindo-a ainda mais.

~ 106 ~
— Eu sou um homem grande, como você sabe. Não quero te
machucar quando eu te comer. — Ele murmurou as palavras contra o
seu clitóris. Ela entendeu o que ele quis dizer. Era provavelmente a
primeira vez em sua vida que ela tinha sido considerada
demasiadamente pequena para alguma coisa.

Em qualquer outro momento ela teria rido do que ele disse.


Edward escolheu aquele segundo para empurrar a ponta de um dedo
contra a sua bunda. Ela arranhou o cobertor debaixo dela, precisando
de alguma coisa para se agarrar em meio a todo o prazer que ele estava
lhe dando.

Ele lambia seu clitóris enquanto fodia a buceta e explorava seu


cu. Ela nunca tinha experimentado nada parecido. Claro, ela tinha lido
livros picantes quando estava sozinha, mas nada nunca descreveu esse
tipo de prazer. Edward estava levando-a em um passeio que era uma
montanha-russa de sensações, e ela não sabia se sobreviveria. Ele
estava trabalhando seu corpo como se só ele soubesse como lhe levar
até a resposta final.

— Goza pra mim, baby.

Sem nem perceber, ela estava se empurrando para encontrá-lo,


estocada por estocada.

— Eu não consigo, — disse ela.

— Sim, você consegue, Sophia. Estou aqui para te pegar. Deixe


vir. — Ele chupou duro o clitóris e Sophia viu estrelas quando algo
explodiu dentro dela. Seu estômago se apertou, e seu corpo ficou tenso
quando o prazer a atravessou. Ela gemeu, se entregando a tudo que ele
estava fazendo ao seu corpo. Sophia não queria que ele parasse.

Edward continuou lambendo seu clitóris durante todo o orgasmo.


Finalmente, quando ela não aguentava mais, ele beijou seu botão e
subiu sobre ela. Ele tomou posse de seus lábios. Sophia provou a si
mesma em sua boca. Ela o beijou mesmo assim, não sentia repulsa por
seu próprio gosto.

— Estamos quites, — disse ele.

Ela franziu a testa. — O que você quer dizer?

— Eu fiz da minha missão que quando eu gozar, você vai gozar. —


Ele tomou os lábios dela mais uma vez. — E, Sophia, eu pretendo
sempre ter um orgasmo na sua frente.

~ 107 ~
Rindo, ela tentou envolver os braços ao redor dele, mas ainda
estava presa. — Eu não posso me mover.

Edward saiu do seu lado, pegando as chaves na mesa. Ele a


soltou, e juntos eles se aconchegaram no colchão.

Seus braços seguraram-na com firmeza, e Sophia queria que ele


nunca a soltasse.

— Como você está se sentindo? — perguntou ela. As últimas


semanas caíram sobre eles, lembrando-a de por que ela estava no
prédio com ele.

— Estou bem. Eu me sinto um idiota, para ser honesto. Os caras


sempre vão estar nervosos perto de mim. Eu tenho que mostrar a eles
que eu sou forte. — Suas mãos corriam de cima para baixo nas costas
dela.

— Você nunca vai deixar o clube, não é? — Ela olhou para ele. A
cabeça dela estava descansando em seu peito. Um dos braços dele
estava nas costas dela, enquanto a outra estava debaixo da sua própria
cabeça. Ele olhou para ela.

— Você quer que eu deixe o clube?

Ela pensou sobre o que Lash tinha dito. O clube era tudo para
Edward. Perder isso seria como perder uma parte de si mesmo. Para
não mencionar todos os inimigos que ele tinha conquistado fazendo
trabalhos para o clube.

Será que ela realmente queria que ele deixasse o clube? O clube
tinha feito o homem que ele era, o homem por quem ela tinha se
apaixonado. Ela não queria que ele mudasse.

— Eu não quero que você saia do clube. Eu gosto de você do jeito


que você é. Claro, a menos que você esteja com a cabeça cheia de coca.
Eu não gosto tanto de você assim. — A mão dele apertou seu braço com
força.

— Eu disse algumas coisas fodidas pra você naquele dia.

Ela estendeu a mão, acariciando seu rosto. — Não se preocupe


com isso.

— Eu nunca vou esquecer a dor que vi em seu rosto por causa


das minhas palavras. Eu sinto muito.

~ 108 ~
As lágrimas encheram seus olhos, e ela as empurrou para longe.
Ela estava cansada de chorar. Durante o ano passado ela tinha chorado
muito, tanto enquanto Kate estava viva, como depois que ela morreu.

— Isso é passado. Você não era um homem em seu juízo perfeito


então, e não vai voltar a ser ele também. — Ela seguiu o contorno da
tatuagem de caveira em seu peito. — E eu não vou deixar que você volte
a ser ele. Lash pensa assim também. Nós estamos aqui pra você.

Sua mão desceu até a bunda dela. Seus dedos deslizaram pela
fenda, acariciando o ânus. Ela ficou tensa e ofegou.

— Eu não vou mentir para você, Sophia, a vontade está lá. Lash
me disse há alguns dias que o problema não era a desintoxicação. Seu
plano era arriscado e poderia ter matado. Ainda assim, a maior
problema que um viciado tem é a necessidade de voltar a usar.

— Você ainda sente vontade de usar? — Ela deveria ganhar


alguns pontos por estar sendo capaz de falar. As mãos dele estavam
fazendo coisas cruéis ao seu corpo, fazendo com que se derretesse mais
uma vez.

— Sim. Eu sinto vontade de usar, mas eu não quero cair nessa


mais uma vez. Eu tenho muito a perder, e eu sei que você vai embora se
eu usar de novo.

Ela queria confortá-lo, mas Sophia sabia em seu coração que se


ele começasse a usar drogas outra vez, ela não seria capaz de lidar com
isso. Entre suas mudanças de humor, a maldade vinha com isso. Ela
não seria capaz de sobreviver a isso novamente.

— Eu vou estar aqui em cada passo do nosso caminho. Eu não


vou a lugar nenhum. — Sophia não tinha outro lugar para ir.

O homem que amava estava tão bem em seus braços, e o seu


clube lhe ofereceu proteção. Ela nunca teve um problema com os
Skulls. Olhando o corpo dele mais abaixo, ela viu que ele estava duro
outra vez.

~ 109 ~
Capítulo Nove

A noite estava indo embora


rapidamente, e Edward não queria perder o
momento. Depois de amanhã, ele não sabia
se seria capaz de ficar com ela por algumas
semanas. Seus irmãos não fariam isso fácil
para ele, mesmo que ele pedisse. Mas ele
também não ousaria pedir a eles para
pegar leve só para que pudesse transar.
Seu amor por Sophia iria durar muito
além do que as próximas semanas.

Sexo podia esperar. Ter Sophia em sua


vida, não.

— O que você está pensando? — ele perguntou, sabendo a direção


de seus pensamentos.

Seu olhar se voltou para o dele. Suas bochechas estavam


vermelhas, e ela tropeçou em suas palavras.

— A minha mulher está pensando em coisas sujas? — ele


perguntou.

Seu rosto ficou ainda mais vermelho. Ela assentiu com a cabeça,
e seus lábios não se abriram.

Sorrindo, ele a rolou de costas. Sophia abriu suas coxas para ele,
e ele se estabeleceu entre elas. Inclinando-se, ele reivindicou seus
lábios, fazendo com que ela se abrisse para ele. Ela separou os lábios, e
ele atacou. Seus gemidos se misturavam.

O beijo foi apaixonado e o deixou selvagem. Seu pênis endureceu


ainda mais, e ele ficou desesperado para estar dentro dela.

Afastando-se, ele quebrou o beijo e olhou para ela. — Se você não


quer que isso vá mais longe, então precisa dizer agora.

— Eu quero isso.

~ 110 ~
— Tenha certeza. Depois que estiver dentro de você, eu não vou
parar.

— Eu tenho certeza, Edward. Isso é o que eu quero. — Ela se


sentou, envolvendo os braços em volta do seu pescoço e puxando-o para
poder lhe beijar. — Eu quero isso mais do que qualquer coisa.

Empurrando-a de volta para a cama, ele agarrou seu eixo e


passou a ponta pela sua fenda cremosa. Ela ainda estava molhada, e
ele cobriu seu pau com o creme.

Quando ele bateu em seu clitóris, ela pulou e riu ao mesmo


tempo. — Eu não estava esperando isso.

— Você esta sensível.

Ela assentiu com a cabeça.

Pressionando a ponta na sua boceta, ele empurrou só a cabeça


para dentro. — E o que você acha disso? — Ele agarrou seus quadris e
mergulhou dentro dela.

Sophia gritou, arqueando as costas quando ele bateu fundo. As


paredes de seu sexo se agarraram a ele. Edward sentia cada ondulação
de sua buceta através do impulso. Ele permaneceu dentro dela, sem se
mover.

Lentamente, ela abriu os olhos e o encarou. Ele a viu engolir.

— Você esta pronta para isso?

— Sim. — Puxando para fora de seu calor apertado, ele olhou


para baixo para ver seu pau revestido com seus sucos. Antes que
puxasse todo o caminho para fora dela, ele bateu de volta pra dentro.
Parecia que ele ia mais fundo a cada estocada. Uma e outra vez ele saía
de dentro dela só para voltar, batendo até o fundo. Ele não diminuía o
ritmo. O prazer era muito intenso para que ele conseguisse fazer isso.
As mãos dela agarraram seus braços, as unhas afundando em sua
carne, causando uma mordida de dor.

— Edward, devagar, — disse ela.

Ele ouviu as palavras, mas não conseguiu parar. Abrindo os


olhos, viu o olhar suplicante que ela estava lhe dando. Cerrando os
dentes, Edward se obrigou se acalmar e lhe dar o que ela queria. Ele
freou, fazendo uma pausa profundamente dentro dela.

~ 111 ~
Tremendo, ele se concentrou nela. Ela soltou seus braços,
lutando para respirar.

— Qual é o problema? — ele perguntou. — Eu estou machucando


você?

— Eu não estou acostumada com isso. Você pode fazer devagar só


dessa vez? É demais para mim.

Balançando a cabeça, ele se acomodou sobre ela. Empurrando os


cabelos do seu rosto, ele beijou seus lábios. — Eu posso ir com mais
calma agora.

Seu corpo tremia com a necessidade de transar com ela duro.


Toda a sua vida ele tinha fodido duro. Nunca ele tinha tomado o seu
tempo com uma mulher. Ele respirou fundo e tentou se acalmar.

Ela acariciou suas costas, descendo as mãos para cobrir sua


bunda.

Puxando para fora da sua boceta apertada, ele fez cada


movimento tão lento quanto podia, prolongando o prazer de ambos.
Sophia era apertada, mais apertada do que qualquer buceta que ele já
tinha estado dentro. Ela também estava lhe afogando com o seu creme.
Não era apenas a buceta mais apertada que ele já teve, mas também a
mais molhada e ele amou pra caralho.

Ele beijou o seu pescoço e chupou a sua carne. Ela se contorcia


debaixo dele, empurrando-se para encontrá-lo.

Não demorou muito tempo para Edward amar o ritmo lento de


fazer amor com ela. Ele sentia cada ondulação e apreciava cada grito de
prazer. Fazer amor lentamente deu a ele a chance de pegar todas as
reações que seu pau estava causado nela.

— É assim agora, querida. Você me tem pelo resto da sua vida. —


Deslizando a mão debaixo de seus joelhos, ele os levantou, puxando as
pernas dela sobre os seus ombros. Segurando a coxas, ele olhou para
baixo e obsevou seu pau entrando na buceta. — Olhe a gente juntos.

Ela olhou para onde eles estavam unidos como um só.

As paredes internas do seu sexo se apertaram com mais força. —


É isso aí, Sophia, goza no meu pau. Me deixe sentir você.

~ 112 ~
Ele deslizou um dedo entre suas dobras molhadas e acariciou seu
clitóris. Em poucos segundos ela se partiu em torno dele. Ele não sabia
como ia durar com as vibrações da sua buceta ao redor do seu pau.

Seus gritos fizeram com que ele se perdesse completamente.

Ele segurou seus quadris quando começou a lhe foder duro. Ele
não diminuiu, foi implacável, e percebeu que ela não estava
empurrando-o para longe. Sophia estava lhe segurando com força
enquanto ele estocava dentro dela uma e outra vez.

— Eu não posso mais ir devagar, — disse ele. — Preciso de você


pra caralho.

— Não quero que você vá devagar. — Ela estava sem fôlego. Um


brilho de suor revestia a sua pele.

Inclinando-se, ele atacou sua boca da mesma forma que seu pau
estava saqueando sua buceta. Ela o recebeu impulso por impulso.

Ele sentiu o despertar de seu orgasmo nas bolas. Edward


manteve estocando dentro dela. Três golpes profundos rasgaram o seu
orgasmo. Os únicos sons que eram ouvidos no quarto eram as
respirações rápidas dos dois. Desmoronando em cima dela, Edward
jogou a cabeça em seus seios fartos.

Ela colocou os braços em volta dele.

Sua cabeça estava zumbindo. Ele tinha acabado de fazer amor


com a mulher que amava. O fato de não ter usado camisinha não o
incomodava. Se ela ficasse grávida ele podia lidar com isso.

Rolando sobre ela, ele colocou-a sobre seu peito.

— Eu sou muito pesada. — Ela tentou se afastar, mas ele não


deixou.

Segurando-a no lugar, ele manteve seu pênis dentro dela. — Você


não vai a lugar nenhum. Nós acabamos de foder e agora vamos nos
abraçar. — Uma de suas firmes regras era nunca abraçar. Ele estava
quebrando essa regra por Sophia. Além disso, ele queria abraçá-la.
Edward queria aproveitar sua vida amorosa emergente.

— Sinto muito por dizer para você ir devagar, — disse ela,


descansando a cabeça contra seu peito.

~ 113 ~
— Esta foi a sua segunda vez fazendo sexo. Eu amei tomar o meu
tempo. — Ele acariciou suas costas, precisando tocar cada centímetro
de sua pele.

— Tenho certeza que você não está acostumado com mulheres lhe
pedindo para ir devagar. Eu não imagino Kate...

De jeito nenhum ele a deixaria terminar essa afirmação. Dando


um tapa em sua bunda, ele empurrou o queixo dela para cima, para
encará-lo. — Porra, não ouse se comparar com a sua irmã. Você não é
nada igual a ela, e eu não vou comprar o seu desempenho.

Pegando a sua mão, ele apertou-a contra o seu peito. — Você está
aqui, Sophia. É muito mais do que sexo do caralho. Você é muito mais
importante para mim que uma simples foda. Eu posso ter um monte de
mulheres dispostas. Mas você é diferente.

Ele a viu engolir e acenar. — Ok, Edward, eu entendo.

— Você não é alguém que eu vou deixar ir embora. Você não é


uma prostituta. Eu vou manter você.

Ela sorriu. — Eu não sou algum tipo de propriedade. Eu sou uma


pessoa com sentimentos.

— Sentimentos por mim, Sophia. Eu sei que você me ama.

— Não é atraente quando você fala assim, — disse ela.

Rindo, ele apertou sua bunda. — Eu não me importo. Eu não me


esqueci dos homens que magoaram você. Eles vão pagar pelo que
fizeram.

— Esqueçam eles, Edward. Eles não valem a pena. Nós estamos


juntos. — Ela baixou a cabeça.

— Eu não vou me esquecer desses filhos da puta que se


atreveram a te ferir. Eu não seria um bom Skull se eu os deixasse
impunes. — Ele beijou o topo da sua cabeça.

— Você não é a lei.

— Nessa cidade eu sou.

Ela olhou para ele, descansando o queixo nas mãos. — Não se


machuque.

~ 114 ~
— Eu não vou. Eu vou ganhar de volta a confiança do clube e vou
ir atrás deles. Nenhum dos rapazes gosta de homens que não respeitam
a palavra não.

Ela descansou a cabeça no peito dele. — Será eu que vou acordar


e tudo isso vai ser um sonho?

— Espero que não. Este é o melhor que eu já tive na minha vida.


Quando eu acordar, quero que tudo continue assim. — Segurando-a
com força, Edward finalmente se permitiu relaxar e descansar.

*****

— Bem, essa não é uma visão com a qual se deve acordar, —


disse Zero.

Sophia gemeu, sentindo Edward debaixo dela. Por que ela estava
ouvindo a voz de Zero? Ontem à noite tinha sido maravilhoso. Ela não
conseguia se lembrar de uma época em que fosse tão feliz. Durante toda
a noite Edward tinha feito amor com ela, levando-a para novos
patamares de prazer.

— Que porra é essa, Zero? — disse Edward.

Abrindo os olhos, ela se tornou consciente dos olhares caindo


sobre ela e Edward. Ela tinha adormecido no seu peito noite passada
depois que ele a tomou pela terceira vez. Estremecendo, Sophia se
tornou consciente da dor em seu corpo. Virando a cabeça, ela viu vários
Skulls os encarando. Gemendo, ela tentou se cobrir com o cobertor. Na
tentativa de cobrir mais de si mesma, ela acabou empurrando as
cobertas inteiramente de cima dela.

Edward repôs o cobertor sobre ela, mas não antes que todo o
clube tivesse dado uma olhada em seu corpo.

Afundando a cabeça no peito dele, ela cobriu os olhos.

— Eu vejo que você usou a noite de ontem com sabedoria, —


disse Lash.

Ela manteve a cabeça coberta, não querendo ver os sorrisos ou a


repulsa em seus rostos.

~ 115 ~
— Você poderia ter batido ou nos dado um aviso, — disse
Edward.

— Por favor, meu pai não é alguém que se deve manter


esperando. Além disso, você o conhece.

Ao som da voz da mulher, Sophia arriscou um olhar para ver a


filha de Tiny carregando uma bandeja. — Eu trouxe café para mim e
para Sophia. Está na hora de começar a conhecer a mulher da sua vida.

Ela ouviu Edward gemer. — Uma manhã com você e ela vai fugir
de mim.

Tate olhou para ele. — Cala a boca.

Olhando ao redor da sala, Sophia viu que os homens já não


estavam de boca aberta para ela. Zero parecia ser o único que ainda
não tinha desviado o olhar.

— Vocês vão dar o fora daqui para que a minha mulher possa se
vestir sem vocês olhando para ela? — perguntou Edward.

— Você não está tentando fugir do espancamento que está prestes


a começar, não é? — perguntou Butch.

— Não. Eu vou ganhar o meu lugar de volta no clube, e quando


for um Skull novamente, vou manter Sophia como minha old lady.

O silêncio na sala era ensurdecedor. Ela queria que o chão se


abrisse e a engolisse.

— Sophia será sempre protegida. Ela já é uma old lady agora,


mas você ainda tem de ganhar o seu lugar, — disse Tiny. — Vamos,
homens. Deem a eles um pouco de privacidade.

Um por um, os homens saíram, deixando-a sozinha com seu


homem. — Meu Deus, isso foi embaraçoso.

— Gente, eu ainda estou aqui, — disse Tate.

Sophia pulou na direção da pequena área da cozinha, onde Tate


estava trabalhando no fogão. — Vocês podem ter esse momento de troca
de sentimentos fofinhos mais tarde. Estou trabalhando com as minhas
habilidades para conquistar a última mulher em nosso clube.

Edward agarrou a bunda dela. — Eu tenho que me arrumar,


baby, — disse ele.

~ 116 ~
Ele saiu da cama, agarrando sua cueca antes de se levantar. Ela
deu uma verificada na sua bunda, e então ele estava se movendo em
direção ao banheiro. Envolvendo seu corpo com o lençol, Sophia se
aproximou da mesa.

— Oi, eu sou Sophia, — disse ela, apresentando-se para a outra


mulher.

— Eu sei quem você é. Eu sou Tate. A filha de Tiny e old lady de


Murphy.

Sophia apertou a mão da outra mulher.

— É bom finalmente conhecê-la. Eu ouvi falar de você pelos caras


que estiveram aqui nas últimas semanas. Você ganhou o respeito deles,
e isso é algo difícil de conseguir sem nem abrir as pernas para eles. —
Tate lhe alcançou café. — Isso está bom. Eu nunca consigo fazer como
a cafeteria do centro.

Sorvendo o café, Sophia se sentou à mesa. O cobertor cobria sua


nudez.

— Então, você é a mais recente adição ao clube. Angel e as outras


mulheres vão te amar. O seu cabelo é natural ou pintado?

Sophia tomou um gole gigante de café, olhando fixamente para a


mulher na frente dela.

— É natural.

— Você não é muito falante.

Sorrindo, Sophia levantou o café. — Eu preciso de uma grande


quantidade de cafeína para me acordar.

— Bom, o meu tipo de garota. As outras se juntarão a nós em


breve. As meninas não podem perder Edward ganhado de volta o seu
nome, Nash, e seu lugar no clube. Especialmente depois da merda que
ele fez na lanchonete. Era o dia especial de Angel e ele estragou tudo em
grande estilo.

Ela escutou Tate tagarelar sobre isso. Edward saiu do banheiro


dez minutos depois com o olhar revigorado e pronto para o dia.
Levantando-se da cadeira, ela passou por ele. Ele pegou seu cotovelo e
puxou-a para perto. — Eu adorei a noite passada.

— Eu também. — Ela apertou sua cabeça contra a dele. A porta


exterior aberta mostrava todos os homens.

~ 117 ~
— Hoje eu não quero que você interfira. O que você vai ver é
difícil, mas vai valer a pena. — Balançando a cabeça ela se afastou,
indo em direção ao banheiro.

Olhando-se no espelho, ela viu três marcas dos lábios deles. Ela
corou lembrando-se da forma como ele chupou seu pescoço.

Soltando as cobertas, ela viu as outras marcas que ele tinha


deixado nela. Quase no final da noite ele tinha se tornado um amante
muito apaixonado. Ele certamente gostava de jogar duro, e ontem ele
deu a ela uma provinha de tudo que ele gostava.

Bem, na verdade, pela maneira como ele continuou brincando


com a sua bunda, ela imaginou que ele não tivesse mostrado tudo que
queria. O cara tinha um fetiche por bunda.

Pulando para o chuveiro, ela soltou um gritinho diante da água


congelante. O filho da puta tinha usado toda a água quente 5. Ela se
lavou rápido, se vestiu e estava de volta à sala com o resto dos homens
em pouco tempo.

Tate estava servindo café da manhã para todos eles.

— Você não deixou nada de água quente, — disse ela, cruzando


os braços sobre o peito.

— Sim, sinto muito por isso. — Ele bateu no próprio joelho para
que ela se sentasse.

— Se Murphy não me deixasse nada de água quente ele não seria


capaz de se sentar por um mês. Eu ia chutar a bunda dele pra valer.

Sophia riu. Ela olhou para o homem grande e não conseguiu


imaginar Tate lhe fazendo qualquer dano. Todos os motoqueiros
pareciam ter uma força a ser reconhecida. Seus coletes exibiam a sua
participação nos Skulls.

A outra mulher lhe entregou um prato. Sophia o pegou e sentou-


se no colo de Edward para comer. Ele acariciou sua perna e mexeu a
mão até a parte entre as coxas. Ela bateu na sua mão. — Você não
deixou nada de água quente. Eu não estou com vontade de brincar.

Tate riu, estalando a língua para Edward.

5Nos EUA é muito comum as construções, públicas e privadas, terem um estoque de


água quente; depois que esse estoque é gasto, demora um tempo até ele ser reposto. É
uma forma de se economizar água e evitar o desperdício, porém numa casa de muitos
habitantes é necessário planejamento para que ninguém fique sem água quente no
banho.

~ 118 ~
Sophia tomou café da manhã, e a todo momento tinha que
empurrar a mão dele para longe. Ela não se importava em nada com a
água quente, mas gostava do jeito que ele ficava tentando tocá-la,
independentemente disso. Uma vez que o café da manhã terminou, ela
ajudou Tate com os pratos. Os homens estavam conversando sobre
tudo. Ela não conseguia acompanhá-los, mas Tate parou ao seu lado
sem parecer alterada.

— Você se acostuma com isso em algum momento, — disse Tate.

Quando os pratos foram limpos, Edward pegou a mão dela e a


puxou para fora da sala, indo mais fundo dentro do prédio. Eles
entraram em uma sala que parecia um ginásio. Havia tatames no chão.
Angel, Eva e alguns outros jovens que usavam a palavra “prospecto” em
seus coletes estavam ali.

— Baby, — Lash disse, abrindo os braços.

Sophia observou a mulher loira se jogar nos braços de Lash. —


Senti a sua falta.

— Você vai conseguir lidar com isso? — perguntou Lash.

O fato de o irmão de Edward estar fazendo essa pergunta deixou


Sophia nervosa. — Você ficou tensa, — disse Edward.

— Eu estou tensa. — Ela viu todos os homens retirando seus


coletes e estalando os dedos. — Isso não é um pouco infantil? — Ela
sentiu o pânico crescendo dentro de si. Eles estavam todos sendo
imaturos, e ela não gostava da ideia de Edward ser ferido. Ela tinha
acabado de conseguir seu homem de volta. Sim, duas semanas não era
muito tempo, mas Lash explicou tudo a ela sobre o progresso de ter seu
irmão livre das drogas.

Ele segurou seu rosto. — Se você tivesse a opção de ter um


homem que você sabe que irá te defender, não importa a qual custo, ou
um homem no qual você tivesse que acreditar na sua palavra de te
proteger, qual você escolheria?

— Essa pergunta não faz sentido. Eu não preciso de proteção. —


Edward não soltou seu rosto enquanto ela lutava para se afastar.

— Pare. Isso é importante. Estes homens são a minha família. Se


eu não posso lutar contra eles, e eles são os homens mais duros que eu
conheço, então como diabos eu poderia ser chamado de Skull?

~ 119 ~
Ela parou de lutar contra ele, odiando o fato de que ele estava
certo.

— Eu te amo, baby. Nada jamais vai mudar isso, mas eu preciso


provar que eu estou de volta. Não só isso, eu tenho que provar que eles
podem confiar em mim. — Ele apertou a cabeça contra a dela. — Eu sei
que você vai odiar isso. Mas eu não tenho uma escolha.

— Está na hora, — disse Lash, invadindo o momento. Olhando


para trás, ela viu que as mulheres estavam sentadas no que pareciam
arquibancadas de um ginásio colegial. — As mulheres gostam de
assistir.

Sophia duvidava disso. As mulheres estavam por perto para ter


certeza que seus homens não seriam feridos.

— Me deixe fazer isso.

— Certo.

Ele ainda não a soltou. — Eu amo você. — Edward tomou posse


de seus lábios. A sensação trouxe as lembranças da noite anterior à
tona.

— Eu também te amo.

— Vamos lá, seu viadinho, — disse Zero.

Afastando-se, ela deu a Edward um sorriso antes de se sentar


entre Angel e Tate.

— Pessoal, eu quero apresentar a vocês a mulher de Edward-


barra-Nash. — Tate fez as introduções. — Estas são Angel, Eva, Sandy,
Rose e Kelsey, e os dois filhos da puta ao final são os novos prospectos.
O trabalho deles é cuidar de nós e fazer qualquer merda que seja
mandada.

Sophia sorriu para todos antes de voltar o olhar para o centro da


quadra.

— Eu odeio isso mais do que as festas, — disse Angel. — Pelo


menos nas festas eu sei que ele vai ficar bem.

— Estamos todas preocupadas. Meu amor vai dar uma surra


nele.

Sophia estremeceu quando a luta começou. Ela não reconheceu


todos os homens, mas Tate lhes indiciou quem era quem. Killer era o

~ 120 ~
que atualmente estava dando alguns socos em Edward. Ela apertou as
mãos sobre os olhos, não sendo capaz de assistir.

— Acerte as bolas, disse Sandy, gritando. — Eu adoro quando os


homens lutam. Eles ficam todos suados e eu fico excitada.

Sophia desejava que ela pudesse ficar excitada em vez de


estremecendo a todo momento. Os homens eram implacáveis em seus
ataques.

~ 121 ~
Capítulo Dez

Quatro horas mais tarde todos os


homens recuaram. Edward estava de pé, mas
muito mal. Tiny e Lash eram os que estavam
em pior estado, depois dele. Ele não sabia se
eles iam deixá-lo voltar ao clube. A única
pessoa com quem ele estava tendo
problemas era Zero. O outro homem
continuava olhando sua mulher. Não
que ele o culpasse. Sophia era o
completo oposto do clube, e ainda assim ela
se encaixava bem. Ela estava usando calça jeans
e uma camisa xadrez vermelha e preta. O
melhor era que alguns botões estavam abertos, revelando
uma parte da sua pele cremosa. Zero estava usando todas as
oportunidades para olhar para ela.

— Sandy, venha ver como ele está, — disse Tiny.

A médica loira foi correndo para baixo para verificar suas feridas
pós-luta. Ele ainda manteve o olhar em Sophia. Sua mulher parecia
preocupada. Edward acenou com a cabeça para ela descer. Ela foi em
direção a ele, colocando um pouco de seu cabelo preto atrás da orelha.

Zero a ajudou a descer da arquibancada, demorando um pouco


demais para o gosto de Edward. Rangendo os dentes, ele ficou imóvel
enquanto Sandy o cutucava. Ele saltou quando ela cutucou suas
costelas.

Sophia riu quando Zero sussurrou algo em seu ouvido. Será que
ela não percebia que ele estava se aproveitando da sensação de tocá-la
por trás? O filho da puta sabia o que estava fazendo, e isso estava
deixando Edward louco. Quando ele ganhasse seu lugar de volta, Zero
não estaria atrás de sua mulher.

Ela se afastou de Zero e foi direto para ele. — Acabou?

~ 122 ~
— Você ficou longe como eu pedi. — Abrindo os braços, ele
esperou por ela dar um passo mais perto. Sophia hesitou. — O que
houve?

— Eu não quero atrapalhar. Ela precisa de espaço para cuidar de


você. — Ela mordeu o lábio.

— Venha aqui mesmo assim. Sandy não irá se importar.

— Não, não vou. Venha abraçá-lo. Ele merece. — Sandy sorriu,


balançando a cabeça. Ele ficaria feliz em beijar a médica por dar
permissão para sua mulher chegar perto dele.

— Por favor, me diga que acabou. — Ela beijou seu pescoço.

Olhando em direção a Tiny ele esperou que o outro homem desse


o seu consentimento. Tiny sacudiu a cabeça. — Sim, acabou.

Ela colocou os braços em volta do seu pescoço. — Eu não


aguentava mais ver isso. Você deve estar com dor por toda parte.

— Estou com dor, mas estou vivo. Eu fui melhor do que achei que
seria possível.

Sophia agarrou a parte de trás de sua cabeça e esmagou seus


lábios contra os dele.

É isso mesmo, Zero. Ela é minha, caralho.

Sandy afastou-se e ele agarrou a sua mulher.

— Chega, chega. Alex precisa de nós na sede do clube. Você vai


ficar aqui, Edward. Nós vamos lhe avisar se você voltou a ser um
membro do clube, — disse Tiny, indo para fora.

Afastando-se da sua mulher, ele observou os rapazes deixando o


ginásio, um por um. As mulheres também estavam saindo. Todas elas
puxaram Sophia para um abraço. Seu irmão e Angel ficaram para trás.

— Que porra é essa, Lash? Fiz tudo o que você pediu. Tomei a
porra de uma surra. Para quê? — Edward tinha toda a intenção de
voltar a ser um membro.

— A merda está batendo no ventilador lá fora. Duas semanas é


muito tempo para os negócios do clube. Nós não temos sido capazes de
cumprir com os nossos prazos, e alguns dos nossos compradores estão
pulando fora. — Lash deu um passo mais perto, deixando Angel um
pouco para trás. Edward sabia que seu irmão não deixava sua mulher

~ 123 ~
participar dos negócios do clube. Ele não ia conseguir manter essa
merda longe de Sophia.

— Os caras pensam que você é responsável por nos fazer parecer


fracos. — Lash estava sussurrando para ele. — A noticia sobre o que
aconteceu no restaurante e depois no clube se espalhou. Nós estamos
em uma posição delicada no momento. Tiny esta pensando em chamar
o Chaos Bleeds.

Se afastando, Edward olhou para o irmão. — Ele não pode estar


falando sério. — Se as pessoas pensavam que os Skulls eram ásperos,
não haviam conhecido o outro clube de motoqueiros. Chaos Bleeds era
um bando de filhos da puta durões. Eles não eram como os Lions, que
eles tinham derrubado há um ano. Chaos Bleeds realmente não dava a
mínima para as regras ou se prendia a um lugar. Mais de cinco anos
atrás eles passaram pela cidade, parando apenas tempo suficiente para
descansar. Tiny tinha feito amizade com o seu líder, Devil.

Edward não gostava deles. Se o outro grupo MC estava vindo para


a cidade, então Fort Wills estaria olhando para meses difíceis pela
frente. — Eu não vou conseguir voltar para o clube, não é?

— Você vai. Só que Tiny tem outros negócios em sua mente agora.
O pai de Eva não está feliz, e ele está prestes a mexer os pauzinhos para
levá-la de volta para Las Vegas. Alex está intervindo. Nós precisamos de
você, mano. Você escolheu a porra de um péssimo ano para ter um
colapso. — Lash pôs a mão no ombro de Edward.

— Eu preciso disso, Lash. Não me deixe no escuro. — Ele odiava


implorar, mas se ele tivesse que literalmente beijar a bunda de Tiny, ele
faria isso. Edward não podia pensar só em si mesmo. Sophia era sua
mulher, e ele tinha que protegê-la.

— São as regras, mano. Eu queria que você estivesse lá também.


No momento, você não é parte dos negócios do clube. Você é o negócio.
— Lash lhe deu um tapa no ombro.

— Fale com o Tiny. Chaos Bleeds não é a resposta para nós.

— Eles são amigos, Edward. Eles são a nossa única chance se os


rumores que circulam forem verdadeiros.

Rangendo os dentes, Edward fez o seu melhor para manter suas


opiniões guardadas.

— O que foi? — perguntou Lash.

~ 124 ~
— Nada.

Seu irmão lhe deu um olhar aguçado. — Eu já vi você dar esse


olhar muitas vezes antes. Se você tem algo em mente, então cuspa.

Sophia correu os dedos para cima e para baixo em seu peito,


acalmando-o.

— Diga a ele o que está incomodando você.

— Se o Chaos Bleeds vier para a cidade, então não vamos parecer


fortes. As pessoas vão saber que não podemos controlar nossa própria
cidade. Se Tiny os trouxer, então ele precisa ter certeza que ninguém
saiba o motivo.

Lash assentiu. — Eu vou dizer a ele. Tenho certeza que ele não
tinha pensado nisso.

Seu irmão lhe deu um tapa no ombro e voltou para Angel. Edward
observou todos irem embora, desejando que ele próprio estivesse
levando Sophia com ele de volta ao clube. Merda, ele teria que conseguir
um lugar para eles. Ele não ia conseguir ficar no pequeno apartamento
dela.

— Você ainda está tenso. Vamos lá, vamos te limpar, — disse


Sophia.

Ele a seguiu até o local da fábrica onde eles estavam hospedados.

— Estou curiosa sobre este lugar. Por que há cozinha, banheiro e


alojamentos? — perguntou Sophia, distraindo-o.

Edward riu. — Este era o alojamento do pessoal da fábrica de


alimentos. Alguns dos rapazes reformaram tudo para atender às suas
necessidades. Nós sempre tivemos planos para este lugar, mas nunca
saiu disso.

Ela o ajudou a tirar sua roupa. Olhando para seu próprio corpo,
ele viu os hematomas que os caras tinham lhe dado. — De um a dez,
sendo dez o pior e o um algo não tão ruim, como o meu rosto se parece?
— Um grupo de homens tinha lhe dado uns socos no rosto.

— Acho que oito.

le amaldiçoou. — Acho que não haverá beijos para mim então? —


ele perguntou.

~ 125 ~
Sophia riu. — Você acabou ter tomar uma surra e está
preocupado em ser beijado?

— Eu sou um otimista. Me beija, baby. Faça tudo melhor.

Edward estava sentado em uma cadeira no banheiro improvisado


com sua mulher em pé entre suas pernas. Ele correu os dedos para
cima e para baixo em suas coxas, querendo sentir a pele nua contra ele.

Ela se inclinou para baixo e gentilmente roçou os lábios contra os


dele. Ele não queria isso suave. Edward queria duro e áspero. Ele
segurou sua cabeça e a puxou mais apertado contra ele, ignorando a
dor.

— Você vai se machucar.

— Eu não me importo. Me beija, baby. — Ele moveu as mãos até


o botão da calça jeans dela. Quando ele entrou no ginásio preparado
para levar a surra, empurrou o sexo para o fundo da sua mente. Agora,
no entanto, seu pênis estava duro feito pedra, e a única pessoa que
poderia satisfazer o desejo dentro dele estava entre suas coxas.

— Nós não podemos, — disse ela, tentando se afastar.

— Podemos sim.

— Você está ferido.

— Não o suficiente para não te querer. — El pegou sua mão e


pressionou a palma contra seu pau duro. — Veja, eu quero você.

Ela revirou os olhos. — Você está sempre duro.

Sophia tirou as roupas dele até que ele estava de pé nu na sua


frente.

— Tire os seus jeans fora.

— Edward, isso é sério.

— Se você não quer que eu te foda, tudo bem. Se for quer, então
tire a porra dos seus jeans e fique de joelhos.

Seus olhos se arregalaram, e suas bochechas ficaram vermelho


escuro. Ela adorava quando ele ficava mandão e Edward estava mais do
que feliz em fazer isso. Suas mãos tremiam enquanto ela desabotoava a
calça jeans e começava a empurrá-la para baixo pelas coxas.

~ 126 ~
Ajoelhando-se diante dela, ele empurrou a calça para fora do
caminho. Sua paciência estava se esgotando rapidamente.

— Vamos, Sophia. Eu preciso estar dentro da sua buceta.

— Você é grosseiro pra caralho.

Ele bateu na sua bunda, ficando excitado por ela xingar. Ela
gritou, mas não se afastou. Sophia ficou de quatro diante dele. Sua
bunda exuberante o encarou. Abrindo os joelhos levemente, ele correu
os dedos por sua fenda encharcada e apertada. Sua mulher estava toda
molhada e pronta para ele.

Ele nunca se cansaria dessa doçura.

— Edward, não me provoque, — disse ela. Ela estava sem fôlego.

— Você está com tesão? — perguntou ele.

— Você sabe que sim.

— Então me diga para te foder duro.

Ele ouviu seu grunhido, e o som o fez rir.

— Me fode, Edward.

Segurando seu pênis, ele passou a ponta no seu creme,


revestindo seu eixo. Ele bateu no clitóris com a ponta do pau.

Ela gritou, tentando empurrar de volta contra ele. Edward a


segurou no lugar com um aperto em seus quadris.

— Eu não vou te soltar. Eu estou no comando aqui, Sophia. Pare


de tentar fazer isso. — Ele deu outro tapa na sua bunda e amou a
impressão vermelha da sua mão na pele pálida. Ela nunca ia tomar sol.
Ele amava sua palidez. As marcas que ele colocava na sua pele seriam
sempre visíveis para ele e para o mundo.

— Pare de me bater, — disse ela.

Ele guiou seu pau até o seu núcleo e empurrou fundo. Ela gritou,
mas não lutou com ele. — Eu vou te dar uma surra, baby. — Ele bateu
na sua bunda outra vez.

Seu sexo ondulou em torno de seu eixo. Seus tapas de amor


estavam lhe deixando excitada.

— Pare com isso, — disse ela.

~ 127 ~
— Não, eu não vou parar nada. Estou tão excitado quanto você.
Pare de lutar contra isso.

— Isso não é certo. — Ela gemeu quando ele arrastou um dedo


em torno de seu clitóris.

— Não dou a mínima para o que é certo ou não. O que me


importa é que a sensação seja boa. Vá com a ela. Não lute contra.

Ela gemeu, se empurrando contra ele.

— Tire sua camisa. Eu quero que você nua.

A cabeça caiu no chão enquanto suas mãos trabalhavam na


camisa. Ele batia em seu clitóris enquanto ela ficava nua para ele.

Uma vez que ela estava completamente despida, ele acariciou


seus seios e apertou os mamilos. Ela gritou, sua buceta estrangulando
seu pau.

— Porra, sim baby, fode o meu pau.

*****

Sophia nunca pensou que ela se sentiria assim com outra pessoa.
Edward estava fazendo com que sensações explodissem dentro dela, e
ela não queria escondê-las. O aperto dele voltou aos quadris, apertando
sua carne.

— Eu vou passar a noite toda te comendo, e quando eu terminar


você vai querer tudo de novo.

Ela não o contestou enquanto ele batia dentro dela. Seu pau
tocou cada centímetro de suas paredes internas, puxando-a mais perto
do que nunca do orgasmo.

— Por favor, me fode, — disse ela, implorando.

— É isso aí, toma o meu pau.

Ele estava muito vocal enquanto resmungava a cada impulso. Ela


o sentia tão fundo que o prazer estava beirando a dor. As mãos dele se
moveram para seus ombros, e suas investidas foram mais duras do que
nunca.

~ 128 ~
Gritando, Edward a atirou em um orgasmo de explodir a mente.
Apenas o aperto sobre seus ombros a manteve estável e a impediu de
cair no chão duro.

— Porra, sim. Eu posso sentir você apertando em volta do meu


pau. Caralho, você é tão gostosa. — Ele deu um tapa em sua coxa e
outra na bunda. A picada de dor intensificou o prazer.

Ela não ira aguentar muito mais, então de repente ele ficou tenso.
Sophia o sentiu se liberando dentro dela. O prazer a deixo sem fôlego.

Aonde ele tinha segurado em seus ombros, ela sabia que haveria
contusões. Seu agarre era tão apertado. Lentamente, ele a baixou para
o chão, indo logo atrás.

— Eu não posso acreditar que estou deitada no chão do banheiro,


— disse ela.

— Nós já vamos tomar banho, e depois eu vou te montar na


cama.

Ela deu uma risadinha. Seus músculos estavam doloridos, e ela


não queria sair dali. — Eu não posso me mover.

— Eu vou fazer todo o trabalho.

E ele fez. Ele a levou para o chuveiro, o que a surpreendeu, devido


ao seu peso extra. Ela não comentou isso, no entanto. Seu tempo juntos
havia lhe ensinado a não falar sobre sua forma física. Edward parecia
amá-la, e ela não ia dizer nada que pudesse prejudicar esse momento.

Depois que terminaram o banho, Edward a levou de volta para a


cama. Não estava escuro, mas Sophia não conseguia pensar em outro
lugar que ela queria estar além de seus braços.

Deitaram-se no colchão e ela ficou passando a mão pelo seu


braço. Ele estava de costas para a parede, e ela sentada entre suas
coxas. — Você sente falta de Kate? — perguntou ela.

— Não.

— Eu sinto, às vezes.

— Ela era uma cadela com você, baby. Eu sei que ela era sua
irmã, então não comece a me xingar.

~ 129 ~
Rindo, Sophia virou-se para olhar para ele. — Eu costumava ficar
com ciúmes dela quando ela o levava para casa. Eu odiava ouvir vocês
dois juntos.

Seus braços se apertaram em torno dela.

— Não pense sobre ela. Eu a proíbo.

— E eu tenho que obedecer tudo que você disser? — perguntou


ela, provocando-o.

— Você tem esse direito. Eu estava pensando que quando eu


estiver bem outra vez, acho que podemos procurar uma casa, — disse
ele, pegando-a de surpresa.

— Procurar uma casa?

— Sim, nós vamos precisar de um lugar maior do que o seu


apartamento, e eu na verdade, por agora, vivo no clube. Eu duvido que
você vá querer acordar todas as manhãs com os todos os caras ao
redor. — Ela não contestou. — Nós temos que buscar o nosso próprio
lugar, e ele tem que ser grande o bastante para os nossos filhos.

— Filhos? — Ele não percebia como soava? Ele estava falando de


coisas que ela não tinha sequer pensando.

Você teve relações sexuais sem camisinha. O que espera que


aconteça?

Ela não tinha gasto um segundo pensando nisso. Pressionando a


mão sobre o seu estômago, ela se sentiu perder o ar.

— Você acabou de perceber que pode estar grávida nesse minuto?


— perguntou ele, acariciando o seu pescoço.

Ela respondeu com honestidade. — Eu não tinha pensado nisso.

— Eu não fiz nada além de pensar sobre isso.

Precisando ver seus olhos, ela retirou a mão do estômago e se


virou por completo para vê-lo. Quando estava com ele, Sophia não era
consciente de sua nudez.

— Você realmente pensou sobre isso? — ela perguntou, pegando


seu rosto entre as mãos.

— Sim, eu pensei. — As mãos dele se estabeleceram na bunda


dela. — Eu quero ter filhos. Eu não posso esperar para ver sua barriga

~ 130 ~
arredondada por causa do nosso filho ou filha. Pra não mencionar como
seus peitos vão ficar grandes.

Ela sentiu a ondulação do seu pênis contra ela. Um impulso de


resposta se estabeleceu entre as suas coxas.

— Isso te incomoda? — ele perguntou.

— Não. Eu estou quente só de pensar em ter uma família com


você. — Ela reivindicou os seus lábios, pressionando os seios contra o
peito dele.

— Eu vou ser fodida agora, não vou?

Sophia montou sua cintura e pegou seu eixo. Ela alinhou seus
corpos antes de começar a descer em cima dele. Ele não estava
completamente duro, e ela foi capaz de se sentar sem doer.

Ambos gemeram no momento em que ela colocou as mãos ao lado


do pescoço dele. Edward acariciou a bunda dela, arrastando o dedo ao
longo do caminho.

— Você tem uma coisa com a minha bunda, não é? — perguntou


ela.

— Quando toda essa merda ficar para trás, eu vou comer a sua
bunda. Vai ser o meu maior prazer.

Ela ofegou, sentindo a excitação atravessá-la. Sexo anal era algo


que ela só tinha lido em livros.

— Você quer fazer sexo anal comigo?

Ele começou a rir.

— Baby, eu quero comer a sua bunda. Eu não posso descrever


algo tão quente tão clinicamente como você faz. Sua bunda é minha.

Ela sentiu seus dedos empurrando contra a fenda da sua bunda.


Enrijecendo em seus braços, ela ficou chocada quando seu pênis
inchou ainda mais dentro dela.

— Você está quente com o pensamento de me ter dentro de você.

Sophia lambeu os lábios. — Você vai ser o meu primeiro.

— Você sabe o que dizer para me deixar louco. — Ele a beijou


profundamente ao mesmo tempo em que a elevou o suficiente para
quase puxar o pau para fora. Com a cabeça ainda dentro dela, ele a

~ 131 ~
bateu para baixo tão fundo que ela teve que se segurar em seus
ombros. — Agora é a minha vez deixar você louca.

Ele empurrou seus quadris para cima, e Sophia enrolou as


pernas em volta de sua cintura. Ela atacou sua boca, mergulhando a
língua dentro. Sophia sentiu todos os muros que ela havia erguido se
quebrando. Seu amor por Edward estava completo. Ela o seguiria não
importava onde. Seus sentimentos por ele significavam muito mais do
que a proteção que o clube lhe oferecia. Para ela, Edward tinha sido
sempre parte de sua vida, mesmo quando ele estava namorando Kate.

Ele não esteve namorando ela.

Edward ia lhe dar muito mais. Ele queria uma casa e uma
família. Há muito tempo que Sophia tinha desistido do sonho de ter
uma família. Ela estava em seus vinte e poucos anos, e não queria a
responsabilidade de criar filhos. Quando era só ela e Kate, as coisas
tinham sido duras para ela. Não ter os pais para cuidar delas tinha feito
com que fosse ainda mais difícil para ela pensar em formar uma família.
Kate estava fora a maior parte do tempo, deixando-a sozinha para lidar
com as contas e a comida.

— Volte para mim, Sophia, — Edward disse.

Ela nem tinha percebido que seus olhos estavam fechados ou que
ela tinha parado de se mover. Seu pênis pulsava dentro dela, mas ele
tinha parado de empurrar para dentro.

Ele segurou seu rosto. — Aonde você foi?

— Eu quero ter uma família com você. — Ela olhou em seus


olhos. — Eu não consigo pensar em nada mais surpreendente. Eu
quero ter um bebê. Eu quero tudo isso.

Ela esperava que não o assustasse com as suas palavras.

Edward tirou o cabelo dela do rosto. — Baby, se você não estiver


grávida agora, então vou fazer minha missão de vida fazer com que você
fique. Eu vou estar com você o dia todo, todos os dias, até que
tenhamos um palito colorido nos dizendo que eu fiz isso direito.

— Eu amo você.

— E eu te amo. Nunca duvide disso, mas agora eu quero que você


foda o meu pau. — Para fazer seu ponto, ele agarrou seus quadris,
puxando-a para fora de seu eixo e mergulhando-a de volta para baixo

~ 132 ~
sobre ele. Sophia gritou. O prazer que tinha diminuído em meio ao seu
pânico agora estava de volta sobre ela.

Ela montou seu pau duro, o levando tão profundo quanto era
possível.

— Sim, mais duro, baby. — Ele bateu em sua bunda de novo, e a


dor a trouxe mais perto do orgasmo. — Se toque, — disse ele.

Descendo a mão entre eles, ela começou a acariciar sua buceta,


tocando seu clitóris. Edward assumiu o controle e lhe ajudou a montá-
lo. Ele estava duro, e de vez em quando ele beijava seus lábios.

— Goza pra mim, — disse ele, ordenando.

Ela focou no clitóris, acariciando a si mesma. Em poucos


segundos ela gritou, seu orgasmo tomando conta.

Edward apertou a sua bunda e rolou, colocando-a debaixo dele, e


então meteu fundo.

Ele continuou, batendo dentro dela com tanta força que a deixou
sem fôlego. Seus impulsos incansáveis lhe enviaram sobre a borda de
outro orgasmo.

— Eu vou fazer você gozar outra vez.

Ela não achava que fosse possível, mas ele provou que ela estava
errada, fazendo-a perder a cabeça novamente. Edward era o único no
controle. Ele a montou com força, lhe tocando de formas que a faziam
se sentir especial.

Só quando ele estava pronto é que ele se deixou encontrar a


própria libertação. Sophia o sentiu empurrar dentro dela, seu esperma
invadindo o seu ventre, fazendo-a pensar em bebês e no futuro. Quando
seu orgasmo começou a se distanciar, ele passou os braços em volta
dela e a abraçou.

— Eu te amo tanto. Nós vamos ter um bebê, e nada vai nos


impedir de termos o que queremos.

Com seus braços em volta dela Sophia se sentia segura,


protegida. Ela podia enfrentar o mundo com ele ao seu lado.

— Você vai conseguir o seu lugar de volta no clube, Nash.

Ele ficou tenso. — Não me chame assim até termos certeza.

~ 133 ~
Capítulo Onze

No dia seguinte, ele foi ficando irritado.


Ele odiava ficar enfiado na porra da fábrica
abandonada enquanto seus irmãos, e o clube
estavam lidando com a merda do lado de fora.
Sophia estava usando um vestido, sentada
ao longe o observando caminhar. .

— Você vai se cansar andando


para cima e para baixo desse jeito.

— Eu não posso evitar. Meus rapazes


estão lá fora. — Apoiando as mãos atrás da
cabeça, ele caminhou em direção à porta e se
afastou. Ele estava enterrado nesse lugar. Não havia nenhum
outro lugar que ele pudesse ir, caso contrário ele iria colocar o resto do
clube em perigo. Ele entendia os riscos, mas naquele momento não
conseguia pensar em uma maneira melhor de gastar seu tempo do que
descobrindo o que tinha acontecido.

Caminhando até Sophia, ele levantou o punho dela para ver as


horas em seu relógio. Era pouco depois do meio-dia. Ele tinha comido
uma porra de mingau e tomado café. Agora ele estava louco para ir
embora e nervoso pelos resultados de ontem.

E se a razão pela qual eles não vinham é porque já não o


queriam? Merda, ele não podia lidar com isso.

— É por isso que Lash está te deixando de fora, — disse Sophia,


se levantando da cadeira.

— Quê?

— Você não está no controle agora. O cara, o viciado, ele está no


controle.

— Eles precisam de mim, Sophia. Eu não posso ficar aqui sentado


esperando.

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— Sim, você pode, e você vai fazer exatamente isso, ou Deus me
ajude, eu vou acorrentar a sua bunda na parede outra vez. — Ela
cutucou seu peito e seu olhar o fez calar a boca.

— Eu preciso ajudar eles.

— Então se ajude primeiro. Faça o seu melhor e cumpra a merda


que disse a eles. Você fodeu tudo uma vez. Não lhes dê outra razão para
não deixarem que você faça parte dos Skulls. — Sua mão repousava em
seu peito. — Esteja no controle. Seja o Nash.

Balançando a cabeça, ele passou os braços em volta dela. Seu


corpo inteiro estava tenso e nervoso. Esse era o maior tempo de espera
em que ele já tinha sido mantido em sua vida. A única pessoa por quem
ele esperou foi Sophia, e agora ela era sua. Ele ia fazer tudo ao seu
alcance para mantê-la. Edward tinha certeza de uma coisa somente, e
era o seu amor por Sophia.

Ele esperava que até o final do dia voltasse a se chamar Nash.


Edward era a porra de um nome tão idiota. Ninguém tinha medo de
Edward Myers, mas Nash tinha toda uma reputação própria.

Mais duas horas se passaram e nem uma palavra. Sophia o


distraiu da melhor maneira que pôde, jogando cartas ou lhe fazendo
carinho. Nada lhe distraía, no entanto. Cada um dos Skulls tinha uma
decisão a tomar.

Só espere. Tudo vai ficar bem, desde que você espere.

Respirar profundamente não ajudou, assim como andar. Sophia


parou de ajudar e o observou enquanto fazia café. Para se divertir, ela
começou a lhe dizer por onde caminhar. Mesmo que ele não quisesse,
acabou rindo disso.

O riso durou muito pouco quando a porta foi aberta. Lash e


Murphy entraram na sala. Os olhares em seus rostos enviaram um tiro
de medo por sua espinha.

— O que está acontecendo? — perguntou ele.

— Nossos inimigos estão dentro de Fort Wills. Nós não sabemos


quem são eles, mas Tiny contatou Devil. Chaos Bleeds está a caminho
— disse Lash.

Murphy estava branco como um fantasma. Notando que havia


alguma coisa entre os dois homens, Edward soube que eles estavam
escondendo algo dele. — O que está acontecendo?

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— Quem quer que sejam nossos inimigos, eles foram atrás de
nossas mulheres.

— O quê? — perguntou Sophia. Ela andou para ficar ao lado dele.


Os Skulls nunca batiam em mulheres ou em civis. Eles seguiam o seu
próprio código de como lidar com as coisas.

— Tate está no hospital. Ela foi atropelada por um carro sem


placa. Havia testemunhas, mas tudo é confuso.

— Ela vai ficar tudo bem? — perguntou Edward. Murphy ainda


não tinha dito nada.

— Eles descobriram que ela estava grávida, mas ela e o bebê


estão bem, mesmo depois do trauma. Mas os médicos advertiram que
ela ainda pode perder, de qualquer maneira, — disse Lash.

— Isso não é tudo, não é? — perguntou Sophia.

— Eva foi atacada em um supermercado e está em coma. Kelsey


foi baleada no braço, e Sandy foi esfaqueada quando foi trabalhar esta
manhã. Parecem eventos completamente aleatórios, mas todos eles têm
uma coisa em comum... nós. — Lash bateu a mão na mesa. — Eu
coloquei Angel em um bloqueio6. Eu acho que é hora de você fazer o
mesmo.

— Eu não sou conhecia por estar em torno dos Skulls. Eu estou


ficando sem roupas aqui e preciso ir ao meu apartamento. Já faz
algumas semanas, — disse Sophia.

— Não, você vai para o bloqueio, — disse Edward. As mulheres


eram o alvo. — As únicas mulheres que foram atacadas são as que têm
relação com os Skulls?

— Sim. Tate estava saindo do salão de beleza quando foi atacada,


— disse Murphy. — Eu nem sequer pensei em colocar um prospecto na
bunda dela. Ela estava tão animada sobre Nash voltar e Sophia estar
com ele. Eu sou tão estúpido...

Sophia pegou o braço de Edward, forçando-o a se virar para lhe


encarar. —É preciso ajudar os seus irmãos. Você não pode ser
preocupar comigo quando eles são mais importantes.

6Um bloqueio, que pode ser do clube todo ou de algumas pessoas, é quando essas
pessoas, que estão sofrendo algum tipo de ameaça, ficam trancadas em um lugar
seguro, sem poder sair, até que a ameaça seja eliminada.

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— Você não vai para casa. — Ele não estava disposto a arriscar
sua vida. Sophia era a única razão pela qual ele lutou tanto na
desintoxicação. Se ele a perdesse, voltaria a usar drogas para encontrar
a felicidade que ele sempre encontrava ao lado dela.

— Eu sei que não é o apropriado, mas nós estávamos vindo aqui


hoje para lhe dizer que você ganhou seu patch de volta. Todo mundo
ficou impressionado com a sua desintoxicação. A sua força voltou com
isso, e todos nós precisamos de você agora, — disse Lash. Ele entregou
ao irmão a jaqueta de couro que estava segurando. — Tiny tinha outras
coisas para fazer, mas ele pediu desculpas pelo dano que caiu. Ele
queria que eu o deixasse saber que ele não deveria ter te atacado como
ele fez. Você merecia a surra, mas não por aquele motivo. Tiny quer ter
certeza de que está tudo bem entre vocês dois.

— É claro. Eu fui a porra de um idiota. — Edward ficou chocado


com a jaqueta. Não, ele não era mais Edward agora. Ele era Nash. Ele
ganhou seu patch, mais uma vez, e de jeito nenhum iria perdê-lo
novamente. Passando as mãos sobre a jaqueta de couro, ele se sentiu
completo. Isso era tudo o que ele sempre quis.

Olhando para os dois homens ele passou a jaqueta pelos ombros.

— É bom ter você de volta, mano, — disse Lash, lhe abraçando.


Murphy lhe deu um tapa no ombro e depois se virou para Sophia.

Ela passou as mãos na frente da jaqueta dele. — Você está sexy,


Nash, — disse ela.

Ele estava de volta e pronto para lutar pelo seu clube.

— É hora de ir para o clube. O clube precisa de você. — Lash saiu


da sala, deixando a porta aberta para a sua liberdade.

— Você está pronta para ir para casa comigo? — perguntou Nash.

Sophia estava sorrindo. — Você parece tão preocupado que eu


não te queira mais.

— Eu nunca vou lhe dar uma chance de se arrepender disso, —


disse ele.

— Eu não vou. — Ela desapareceu do quarto de hóspedes e voltou


com a sua bolsa de viagem.

— Eu não vou te levar para casa. — Ele pegou a bolsa dela e saiu.
Lash e Murphy não vieram de moto. Eles estavam com um caminhão.

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Depois de ajudar Sophia a subir na parte de trás, ele subiu ao lado dela
e bateu a porta fechada.

Nash colocou os braços ao redor de sua mulher, segurando-a


perto. Ela descansou a cabeça contra ele. As mãos dela estavam frias,
mas ele olhou para fora da janela, querendo ver tudo passando por eles
em velocidade.

— Nós temos alguma pista? — perguntou Nash.

— Não. Tiny acha que é a família traficante de drogas que nos


atacou ano passado. Mas não conseguimos confirmar. Killer não acha
que são os Lions. Ele não acredita que seu antigo clube ficaria tão
quieto sobre tomar o controle da cidade, — disse Murphy.

— E se for independente? — perguntou Sophia, falando pela


primeira vez.

Lash estava dirigindo, mas Murphy virou-se para olhar para ela.

— Quê? — Os três homens latiram a palavra em uníssono.

Sophia levantou as mãos. — Nenhum de vocês tem uma pista de


quem é o responsável pelos ataques. Só acho que é um pouco insensato
pensar apenas nas pessoas que vocês já conhecem. Por que não pensar
fora da caixa? Talvez seja uma ameaça com a qual vocês não estão
acostumados. Alguém que ficou observando e esperando.

Nash viu que ela tinha razão. Os últimos meses tinham sido um
pouco vagos devido ao seu consumo de drogas. Ele esteve fora do
circuito de várias maneiras.

— Olha, estamos voltando para a sede do clube, e então você pode


dizer a Tiny toda essa porcaria quando chegarmos lá. Ele está pirando
por causa de Tate e Eva, — disse Lash. — Não, ele não está pirando. Ele
está além disso. Ele quer acabar com esses filhos da puta.

Segurando sua mulher com firmeza, Nash não podia sequer


pensar em qualquer coisa acontecendo com ela. O simples pensamento
de ter que visitá-la no hospital o fazia ficar enjoado.

— Nada vai acontecer comigo, — disse ela. — Eu não vou a lugar


nenhum.

O caminho era longo. A fábrica onde ele esteve hospedado era na


periferia da cidade, no sentido oposto ao do clube.

~ 138 ~
Na parte de trás do caminhão não havia janelas para ver do lado
de fora. Ele olhou para a parede de metal branco, desejando que
houvesse algo que pudesse fazer ou se lembrar para ajudar. Um inimigo
desconhecido era o pior tipo de inimigo. Sem saber com quem era o
problema, eles estavam presos, sem saber o que fazer ou para onde se
virar.

Os Skulls eram uma força a ser reconhecida. Só um idiota iria


provocá-los e achar que conseguiria sair impune.

— Cuidado! — gritou Murphy.

Enrijecendo, Nash se virou para olhar quando o caminhão colidiu


na lateral. Ele foi jogado para frente, e Sophia também. Nash não
conseguiu segurá-la e assistiu, impotente, ela ser arremessada do outro
lado do veículo e bater a cabeça.

— Porra! Lash, cuidado!

Outra batida o enviou para cima de Sophia. Ele ouviu algo se


partindo e não sabia se era ele, Sophia ou o maldito caminhão.

Os pneus estouraram, e o choque final acabou virando o veículo.


Não havia nada onde ele e Sophia pudessem se agarrar. Eles estavam
virando com o caminhão sem nada que os ajudasse. Ele esperava que
seu irmão estivesse usando cinto de segurança enquanto eles
capotavam.

O caminhão parou, balançando de cabeça para baixo.

Tossindo, Nash sentiu algo atravessando seu braço. Olhando para


baixo, ele viu um arame e o puxou para fora, gritando ao fazer isso. As
portas do caminhão foram abertas, e homens com máscaras entraram.
Antes que pudesse se levantar e lutar, ele foi puxado pelos pés.

— Lembre-se, precisamos deles vivos, — disse uma voz


masculina. Essa foi a única coisa que Nash ouviu.

Algo prendeu seu pescoço, e tudo o que ele podia ouvir era a voz
de Lash. Mas o que mais o aterrorizava não era a voz de seu irmão. Era
o fato de que Sophia não tinha dito uma palavra. Ela não estava nem
mesmo se mexendo.

*****

~ 139 ~
— Nash! — Lash gritou para seu irmão entre a dor e o nevoeiro
em sua mente. Ele não conseguia entender nada além do fato de que
seu irmão estava sendo levado. Quando ele viu Sophia sendo levantada,
ouviu as risadinhas dos homens. Tossindo, ele lutou contra o cinto de
segurança que o segurava. Murphy estava gemendo ao seu lado.

Ao som do caminhão que tinha batido neles, Lash perdeu a


cabeça. Ele começou a rasgar o cinto de segurança que o amarrava. Ele
precisava sair da porra do caminhão e chegar ao seu irmão antes que
algo acontecesse a ele.

— Lash, se acalme, — disse Murphy, gemendo. — Merda, eu


odeio estar em acidentes de carro. Eu prefiro a porra da minha moto.

— Eles levaram meu irmão, porra. — Colocando a mão no bolso,


ele pegou o celular. Forçando-se a agir, ele digitou o número do clube,
batendo com os dedos no volante. O para-brisa tinha quebrado, e havia
vidro em tudo ao seu redor. Ele tinha certeza que alguns fragmentos
estavam em seu rosto.

— Olá, — Angel disse, atendendo no quinto toque.

— Baby, eu preciso falar com Tiny. Agora. — Ela não discutiu e


fez exatamente o que ele pediu.

— Se fosse Tate, ela teria a minha bunda por falar assim com ela,
— disse Murphy.

— Eu sei. É por isso que eu sou casado com Angel.

Ele ouviu o barulho de fundo da ligação e esperou por Tiny.

— Que porra é essa, Angel? Eu não tenho tempo para essas


ligações de merda. — Quando ele visse Angel, ia lhe dar o melhor tempo
da sua vida, para recompensá-la pela forma como Tiny tinha acabado
de falar com ela.

— É Lash. Parece urgente.

— É melhor ser urgente pra caralho, Lash — Tiny disse, falando


baixo na linha.

— Coloque Angel longe do telefone. Diga a ela para ir cozinhar ou


algo assim. — Lash esperou Tiny dar a ordem.

— O que está acontecendo? — perguntou Tiny.

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— Neste momento eu estou de cabeça para baixo no caminhão.
Os cintos funcionaram que foi uma beleza. Não consigo me livrar dessa
porra.

Silêncio seguiu sua declaração. — O que diabos esta


acontecendo?

— Para encurtar a história, caminhões nos empurraram para fora


da estrada, estouraram nossos pneus e depois sequestraram meu irmão
e Sophia. Murphy e eu estamos presos. Precisamos de ajuda para sair.

Tiny socou alguma coisa.

— Killer e Zero estão a caminho. Chaos Bleeds vai chegar aqui


logo. Voltem rápido para cá.

A ligação foi encerrada e Lash desabou em seu assento. Esta era


a última coisa com a qual ele queria lidar hoje.

— Você acha que Sophia foi apenas uma coincidência ou você


acha que eles estavam atrás dela? — perguntou Murphy.

— Eu não sei, porra. Eles estavam atrás de Nash. Nós sabemos


isso. Eu ouvi um deles dizer que ele precisava ser mantido vivo. Tudo
que eu sei é que eu preciso dar o fora daqui e achar o meu irmão.
Qualquer um que mexa com ele pode fazê-lo ter uma recaída. Não posso
deixar isso acontecer.

*****

Cada parte de seu corpo estava doendo. Não havia uma parte dela
que não doía. Sophia gemeu, tentando apertar a cabeça com as mãos,
só para ser parada quando viu que seus braços estavam presos.
Abrindo os olhos, ela gemeu de novo por causa da dor. Sua cabeça doía
tanto que estava lhe deixando enjoada.

— Será que ela faz tanto barulho quando está trepando?

Franzindo a testa, Sophia virou a cabeça na direção do barulho.


Ela não teve coragem de abrir os olhos porque a dor era demais.

— Porra. — A voz de Nash a obrigou a abrir os olhos. Uma dor


diferente de tudo que já sentiu a obrigou a fechá-los novamente. Ela

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não tinha conseguido uma visão clara de tudo o que estava
acontecendo.

O som de carne batendo em carne chegou aos seus ouvidos. Ela


estremeceu com o grito de dor de Nash que chegou aos seus ouvidos.

Abra os olhos, Sophia. Abra.

Lentamente, ela olhou através da fenda. A sala onde eles estavam


era iluminada, muito iluminada. Olhando para cima, ela viu que o
telhado era feito de vidro, derramando luz do sol sobre eles. As portas
se abriram, e foi quando ela percebeu que eles estavam em um
armazém abandonado. Havia muitos deles nos arredores de Fort Wills
após a crise econômica. O armazém mais próximo que não era
propriedade dos Skulls, estava cerca de 32 quilômetros ao sul da
cidade. O armazém esteve abandonado por anos. Ela ouviu rumores de
que uma grande quantidade de jovens vinha aqui para transar, mais do
que qualquer outra coisa.

— Aposto que ela é uma maldita estrela do rock no sexo. Uma


grande mulher como essa precisa ser capaz de gritar. Por que alguém
ficaria com ela se não fosse assim?

Ela não reconheceu a voz. A voz de Nash era a única que ela
conhecia.

— Você é um homem morto se machucá-la, porra.

Risos seguiram a sua declaração. Alguém puxou o cabelo dela, o


que enviou uma espiral elétrica de dor através de seu sistema. Lágrimas
encheram seus olhos, e ela tentou acompanhar os movimentos do cara
agarrando seu cabelo. A dor era insuportável.

— Eu estou aqui machucando ela, seu filho da puta. Até o final


da noite eu vou ter machucado ela de jeitos que vão fazer você se sentir
mal. Gill quer ela para si, mas suas ordens são para mantê-lo vivo.

O seu mau hálito a deixou enjoada. Se Inclinando para frente, ela


vomitou o que tinha comido de manhã. Nenhuma das palavras do
homem fazia sentido. Quem queria Nash vivo?

— Esta puta é nojenta. Eu não sei por que alguém iria querer
ficar com ela.

Os homens estavam falando grosso e rápido. Ela não conseguia


entender uma única palavra. Quando ela se atreveu a abrir os olhos, se
virou para Nash. Ele estava sentado em uma poltrona com braços. Um

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cinto foi enrolado ao redor do seu tronco, e uma corda amarrava os
seus pulsos e as pernas na cadeira.

Ela odiou a visão dele amarrado e desejou que houvesse algo mais
que pudesse fazer para lhe ajudar. Ele estava olhando para ela. Ele
arregalou os olhos quando viu que ela estava acordada.

— Nós estamos indo lá fora para fumar um cigarro. Não tente


fazer nada estúpido. — O cara puxou o cabelo de Nash antes de
empurrá-lo.

Sophia não reconheceu nenhum dos homens.

— Eu pensei que você estivesse morta, — disse Nash, chamando


a atenção dela. Abrindo os olhos, ela se virou para ele.

— Por que estamos em um armazém? O que há com vocês,


homens, e armazéns? — perguntou ela.

— Eu não conheço esse lugar. Pelo menos sabemos quem esses


homens são, ou como eles se parecem.

— Eles são seus amigos? — Ela levantou a mão e parou. Houve


um tilintar do metal enrolado em seu pulso travando seus movimentos.
Ela tinha sido acorrentada a uma mesa no centro do armazém. Não
entre em pânico agora.

— Não, eles não são meus amigos ou do clube. Qual é a última


coisa que você se lembra? — perguntou ele.

Ela se concentrou em suas últimas memórias. Sophia se viu


vasculhando sua própria mente. Nash tinha seus braços em volta dela,
e então o caminhão virou. Ela se lembrou de bater contra o lado oposto
de onde estavam sentados e depois nada. Tudo o que aconteceu foi um
borrão. Depois de contar a Nash, ela esperou que ele dissesse alguma
coisa.

— A batida deve ter feito você desmaiar. Eles bateram na gente


mais algumas vezes antes do caminhão rolar.

— Nós capotamos?

— Sim. Lash estava bem. Ele estava me gritando quando saímos


do caminhão. Os filhos da puta injetaram algo em mim. Essa porra
totalmente me nocauteou, — disse Nash. — Nós vamos sair dessa.

Mesmo em meio à dor, ela começou a rir.

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— Por que você está rindo? — ele perguntou.

— Estamos encalhados no meio do nada. Você está amarrado a


uma cadeira, e eu estou amarrada a uma mesa junto de pessoas que
não sabemos quem são. Eu não acho que vamos sair dessa facilmente.
— Ela sentiu as lágrimas enchendo seus olhos.

— Ah, baby, não chore.

Sophia ficou tensa quando reconheceu a voz. Virando a cabeça,


viu Willy e Gill de pé juntos. Seu ex-patrão e seu algoz pareciam muito
íntimos para o seu gosto. Quando ela viu o que eles carregavam, medo
tomou cada parte do seu corpo.

— Você conhece esses homens? — perguntou Nash.

Ela assentiu com a cabeça, não querendo desviar o olhar da


ameaça na sala. A bolsa que estavam carregando parecia assustadora.
Ela tinha visto filmes onde os homens levavam bolsas semelhantes e
ninguém saía do quarto vivo ou em um pedaço só.

— Sophia aqui nos deve uma coisinha, — disse Gill, movendo-se


em direção a ela. — Ela é nossa, mas você está aqui para a coleção.
Vamos buscar o nosso dinheiro, então.

Enrijecendo todo o seu corpo, ela sentiu as lágrimas escorrendo


para fora de seus olhos e enquanto ele se aproximava. Gill não estava
fazendo nenhum sentido, mas ela nunca tinha entendido o que ele dizia
mesmo. Ele estendeu a mão, tocou em seu estômago e curvou-se para
acariciar seus seios. Cada músculo de seu corpo protestou e os
sensores da dor atearam fogo em seu cérebro. Sophia gritou.

— Tire a porra das mãos de cima dela. — Nash puxou as cordas.


Ela o viu lutando para se libertar. Ela sorriu para ele, tentando
incentivá-lo a romper as amarras.

Nada aconteceu.

— Gill, deixe ela em paz. Nós não estamos aqui para isso, ainda.
Temos que esperar até eles chegarem. Eu não estou disposto a arriscar
minha bunda até que negócio esteja concluído. — Willy empurrou a
mão do outro homem para longe. — Nós temos muito mais surpresas
na manga antes disso.

— Eu peço a Deus para que seja um fantoche. Eles são as únicas


coisas que me fazem morrer de medo, — disse Nash.

~ 144 ~
Fechando os olhos, ela queria pedir a ele para calar a boca. Estes
homens eram perigosos pra caralho. Ela sentia isso vindo deles desde o
primeiro momento em que os viu.

— Ele é super hilário, — disse Willy.

— Não se deixe enganar por ele, Willy. O bastardo sabe dar um


soco. — Um terceiro indivíduo havia se juntado a eles na sala. Sophia
olhou para cima, e não o reconheceu. Ele estava carregando uma bolsa,
e ela viu Nash ficar tenso.

— Acho que você o conhece, — perguntou Sophia.

— Claro que conhece. Ele não sabe o meu nome. Eu sou o seu
fornecedor. O fornecedor em quem ele deu uma surra. Você se lembra
de mim, Nash?

Todo o armazém ficou tenso, ou pelo menos ela e Nash ficaram.


Algo dizia a ela que eles foram pegos para algo mais do que matar. Seu
dia estava prestes a ficar muito mais difícil.

~ 145 ~
Capítulo Doze

Lash viu como Devil entrou no


complexo dos Skulls. O líder do Chaos Bleeds
parecia ameaçador enquanto olhava em
volta. Tiny foi ficou de frente para o outro
homem, esperando.

— Quando recebi o seu convite eu


estava esperando algum tipo de reunião.
Não esta merda que você está trazendo
para mim, — disse Devil. Este homem
era o oposto de Tiny. Ele tinha passado vários
anos na prisão, e seu clube estava metido em
todos os tipos de transações. Lash não conseguia
pensar em uma única coisa positiva sobre o outro clube além do fato de
que eles eram leais pra caralho. Ele preferia ter o Chaos Bleeds ao seu
lado do que contra eles.

Ao longo dos anos ele tinha ouvido quantos homens haviam


perdido a vida pelas mãos de um dos membros do clube. Eles eram
leais, e os traidores eram enforcados e tinham que pagar o pato pelas
suas declarações.

— Um dos meus homens foi levado. Minha filha está no hospital,


e ela quase perdeu o meu neto. Eva, a minha mulher, está em coma. Eu
não posso deixar isso passar. Eu preciso que você me ajude, e nós
vamos ficar em dívida com vocês, eu prometo. — Tiny estava colocando
tudo na mesa. O outro clube não era bem-vindo para ficar para sempre,
mas pelos próximos dias, eles eram sim.

Lash observou quando um dos homens sussurrou no ouvido de


Devil. O líder ficou tenso e assentiu.

— Nós estamos sempre prontos para a festa, mas esperamos o


pagamento.

— Eu tenho dinheiro, — disse Tiny.

~ 146 ~
— Eu não preciso de dinheiro. Os meninos e eu paramos de
viajar, e nós já nos estabelecemos em um lugar nosso. — O outro
homem caiu sentado em uma cadeira. Lash ficou surpreso pela madeira
não quebrar sob o seu peso. Devil não era gordo, mas ele era um filho
da puta grande e perigoso. Ele colocou a arma sobre a mesa, assim
como um maço de notas de cem dólares. — Eu tenho dinheiro suficiente
para comprar o que eu quiser. Vou te ajudar a matar esses filhos da
puta, e eu quero dizer mortos e enterrados, e então você vai me ajudar
com algumas informações.

— O que você quer? — Tiny perguntou.

— Estou à procura de uma garota, uma prostituta. Ela teve um


caso comigo há mais de um ano e então desapareceu.

Lash assistiu a negociação, sabendo que teria que esperar para


garantir a segurança de seu irmão. Ele faria qualquer coisa por Nash,
até mesmo ouvir sobre vida amorosa deste filho da puta.

— O que essa puta tem de tão importante? — Tiny perguntou.


Havia realmente uma diferença em seu mundo. Existiam putas e putas.
Algumas só fodiam com motoqueiros, e outras fodiam com qualquer um
por dinheiro.

— Ela ficou grávida do meu filho. Não dou a mínima para a


cadela, mas eu quero o meu filho. Ela não me deixa dar nada para a
criança.

— Você vai machucar ela? — perguntou Tiny.

— Eu vou garantir que todos recebam a mensagem que não


devem mexer comigo, Tiny. Se você fizesse isso, não teria esses
bastardos ferindo as suas mulheres e sequestrando seus homens. —
Devil olhou ao redor do clube. Angel estava ao seu lado, e Lash viu os
olhos do outro homem sobre ela. Ele não gostou do interesse que viu
ali.

— Prostituta ou old lady? — perguntou Devil.

— Old lady grávida, — disse Lash, cerrando os dentes para falar.

Devil sorriu. — Se você enjoar dele, meu doce, eu vou cuidar de


você.

Lash apertou seu abraço ao redor de sua mulher e olhou para


Tiny.

~ 147 ~
— Não sacaneie ninguém no meu território, Devil.

— Olhe, eu vou lidar com minhas coisas do meu jeito, e você lida
com a merda em seu caminho. Temos um acordo — perguntou Devil.

— Temos. Me diga o nome da sua mulher, — disse Tiny.

— Kayla Howard. — A palavra foi cuspida por Devil. Lash sabia


que era melhor a mulher estar morta quando o outro homem a
alcançasse. Tudo que ela fez tinha lhe deixado no limite.

— Nunca ouvi falar, — disse Tiny.

— Você tem alguém que possa encontrar essa vadia? Eu não tive
sorte até agora.

— Whizz, procure esse nome. — Tiny não quebrou o contato


visual enquanto dava a ordem. Whizz deixou o grupo e foi para o
computador mais próximo. — Ele vai conseguir as respostas que você
precisa.

— Bom. Agora me conte sobre o bastardo que pegou o seu rapaz.


Ninguém toca nas cadelas do clube e sai impune. Elas são tão doces
quanto açúcar, não é? — perguntou Devil.

Lash abraçou Angel com mais força, mostrando o seu domínio.


Quanto mais cedo eles encontrassem seu irmão, mais cedo esse clube
voltaria para a estrada e mais feliz ele seria.

*****

Nash olhou para seu antigo fornecedor. Os hematomas do cara


tinham praticamente desaparecido desde a última vez que ele tinha
espancado o filho da puta. Ele não deveria ter se deixado isso pra lá.
Qual era o nome do cara? Os homens que tinham a intenção de
infernizar sua vida saíram da sala. Sophia estava chorando em cima da
mesa.

— Qual é o problema, baby? Nós vamos sair dessa.

— Gill, aquele que me tocou, ele e seus capangas foram os que me


atacaram. Se não fosse pelo seu irmão, eu teria sido muito pior.

Seu aperto sobre a cadeira aumentou. Ele não sabida da conexão


dos homens com a sua mulher. Porra, ele precisava tirar ela dali.

~ 148 ~
— Eu vou te proteger.

— Ele é o seu fornecedor, não é? — perguntou ela.

— Sim, e eu deixei ele puto.

Ela riu. — Você realmente acha que vamos sair daqui? — Ela não
estava lutando contra as restrições, e ele não gostava de como ela
parecia desolada.

— Nós vamos sair daqui. Meus irmãos virão atrás de nós dois.
Eles não vão nos abandonar. Eu sei que eles não fariam isso, — disse
Nash. Ele pedia a Deus que eles trouxessem o Chaos Bleeds junto.
Antes de ser sequestrado, ele não queria esse clube perto de Fort Wills,
mas agora ele podia ver o valor dos motoqueiros.

— Bem, nós estamos cansados de toda essa melação dentro dessa


sala, — disse Willy entrando pela porta de trás do armazém.

Nash olhou para o homem mais velho, desejando estar livre. Ele
adoraria arrancar o sorriso do rosto do bastardo. Willy sequer lhe deu
atenção. O outro homem caminhou para o lado de Sophia.

— Você realmente deveria ter sido melhor para mim no trabalho,


— disse Willy, acariciando seu rosto. — Tudo seria diferente agora.

Ela virou a cabeça para longe dele.

Lute, Sophia. Não os deixe ganhar.

— Vai se foder, — disse Sophia.

Willy riu e deu um tapa em torno em seu rosto. Ela já estava


machucada do acidente na estrada. Sophia gritou, choramingando.

Os outros dois homens entraram na sala, Gill e o fornecedor de


Nash, carregando bolsas com eles. O que quer que eles tivessem
planejado, Nash sabia que não ia gostar.

— Então, nós acabamos de ter uma conversinha aqui. O seu


fornecedor, vamos chamá-lo de John, já que você não sabe o seu nome,
nos deu um monte de informações. Você gosta de coca.

Gill levantou um saco branco de pó.

— Eu estou livre dessa merda, — disse Nash.

— Nós ouvimos. — Willy falou. — Eu tenho um pequeno


problema, Nash. Alguém me contratou para chegar até você. O fato de

~ 149 ~
que Sophia é parte do negócio é apenas um bônus para mim. — Willy
acariciou um dedo pelo seu rosto. — Eu não sei o que vai acontecer com
você, mas eu estou entediado, e eu gosto de machucar as pessoas.

Nash não gostou de onde esta conversa estava indo. Quem diabos
havia contratado Willy e Gill, junto com todos os capangas que ele tinha
visto? Havia muito mais coisas acontecendo do que ele pensava.

— Então, nós estamos pensando em torturar você e dopar Sophia,


— disse Gill. — Nossas ordens são para te manter vivo e talvez te
enfraquecer um pouco. Eles nunca disseram nada sobre te machucar.

— Que porra é essa? Quem diabos te contratou? Será que você


tem alguma merda de ideia de com quem está lidando? Ela é inocente.
O que você espera conseguir drogando ela e me dando uma surra? —
perguntou Nash. Ele precisava proteger Sophia. Afastar ela do perigo
era sua prioridade, mas ele tinha que saber quem queria lhe manter
vivo.

— Fort Wills não vai mais ser comandada pelos Skulls. Você e
seus homens já não são mais bem-vindos. É hora de sangue fresco
assumir a cidade, e os homens que nos contratam são os únicos
capazes de fazer isso.

Nash esperou por mais. — Então é isso? Seu plano diabólico é se


livrar dos Skulls. — Quem teria contratado esses malditos bandidos e
que queria derrubar os Skulls?

Quando eles não disseram mais nada, Nash começou a rir. —


Você não tem chances de se livrar do clube, seu merda. Nós somos a
porra da cidade.

Gill se aproximou e deu um soco no rosto de Nash. Sophia gritou.


Encarando o homem que tinha machucado sua mulher, Nash focou
todo o seu ódio no sujeito de pé à sua frente. — Nós vamos tirar tudo de
você, filho da puta. Os Skulls não vão saber o que os atingiu quando a
merda toda acontecer. Eu acredito que o seu futuro e o do seu clube vai
ser enterrados a sete palmos.

Novamente Nash riu. — Eu não vou te dar nada.

— Não? — perguntou Gill.

Ele ficou em silêncio, olhando para os olhos do homem que ele ia


matar. Nash ia arrancar membro por membro de Gill, e ia apreciar
muito isso.

~ 150 ~
O homem se voltou para o seu ex-fornecedor, que estava
segurando uma seringa. O cara amarrou um torniquete em volta do
braço dela e encontrou uma veia. A agulha foi pressionada no braço de
Sophia. Nash observou sua mulher ficar tensa. As drogas na seringa
entraram no seu sistema.

— Um pouco de heroína pode fazer você percorrer um longo


caminho, — disse Gill. — Você começa a falar ou Sophia recebe outra
dose. Gostaria de saber quanto dessa merda ela pode suportar. Lembre-
se, Nash, nossas ordens são para manter você vivo. Podemos encontrar
outras putas para foder. Ela é apenas um bônus doce.

Olhando fixamente para a sua mulher sobre a mesa, Nash viu a


loucura tomar conta dela. A dor que ela estava sentindo momentos
atrás tinha ido embora.

Porra, porra, porra, porra. Porra, Lash, eu preciso de você agora.

Ele sabia como as drogas eram poderosas. Sophia não


sobreviveria a elas. Heroína era forte pra caralho, e é por isso que ele
nunca tinha toca nessa merda. Porra, ele precisava levar Sophia para
longe deles. Ela ia morrer se ele não fizesse algo para impedi-los.

Cerrando os dentes, Nash olhou para o homem na sua frente. Ele


conhecia o seu clube muito bem para saber que os homens estavam
fazendo tudo que podiam para chegar até ele. Ele podia enrolar com
esses caras aqui, mas precisava ter cuidado para Sophia não acabar
mais machucada.

Pense idiota, pense.

— Então por que eu vou te dar informações? Os Skulls são


homens duros. O que você tem que nós não sabemos? Quem me quer
vivo? — perguntou Nash.

Ele olhou para os três homens. Willy estava olhando para Sophia
um pouco intensamente demais. Porra, ele esperava que ela não fosse
alérgica a qualquer merda dentro da droga. Hoje era para ser o melhor
dia do caralho da sua vida, e no momento estava se transformando na
pior merda da sua vida.

Soltando a respiração, ele voltou seu foco para Gill.

— Você acha que somos estúpidos? Recebemos uma chamada.


Atendemos por um preço. Mas eu vou te dizer uma coisa. Cada um de
nós aqui é alguma coisa.

~ 151 ~
— Ladrões sem importância? — perguntou Nash.

Outro soco veio para sua mandíbula. Quando ele estivesse livre,
ia cortar fora as bolas desse homem e alimentá-lo com elas.

— Nem perto disso, — disse Gill. — Assassinos, estupradores e


alguns ladrões cruéis adicionados à mistura. Queremos um lugar para
nos estabelecer, e Fort Will é perfeita para nós.

— Você acha que vai assumir o controle da cidade sem ter


problemas com a polícia? — perguntou Nash. Os Skulls eram bem
sucedidos nisso porque ajudavam a cidade. Eles eram a lei. Estes
homens eram criminosos. O povo da cidade cairia em cima deles em um
instante, assim que descobrissem a verdade.

— Sophia é um pouco gostosa, — disse Willy, desabotoando a


frente do vestido que ela estava usando. Olhando por cima do ombro de
Gill, Nash lutou contra suas restrições. Ele estava tão ocupado
assistindo Sophia que não viu a faca sendo empurrada por sua coxa até
que ela já estava lá.

Ele gritou com o golpe instantâneo de dor. Sim, ele ia matar todos
os filhos da puta nesta sala, e ia rir enquanto fizesse isso.

— Isso pode ser mais fácil ou mais difícil, — disse Gill. — Você
decide.

O vestido dela estava aberto até a cintura. Ele ficou satisfeito


porque Sophia tinha insistido em usar sutiã. Cada coisa suja e dolorosa
que ele pudesse pensar Nash ia fazer com estes homens.

— Ela não está nem lutando contra mim, — disse Willy. — Talvez
eu devesse obrigar ele a ver enquanto a toco?

— Faça o que quiser. Lembre-se que você me prometeu uma


rodada, mas não estrague tudo. Scars quer tudo limpo, — disse Gill.

— Fique longe dela, caralho. — Nash cuspiu as palavras gritadas


no rosto de Gill. Ele ganhou outra facada na perna e socos no rosto.
Com a atenção dos homens voltada para ele, eles deixariam sua mulher
em paz.

Eu sinto muito, Sophia.

Se ele não tivesse se viciado em drogas, ele não teria colocado ela
nessa posição. Ele ia fazer tudo ao seu alcance para arrumar as coisas.

Não há mais drogas. Não mais, porra.

~ 152 ~
— Você não está em condições de pedir nada. — O homem que o
torturou andou em torno dele, formando um círculo. Estes homens
sabiam que ele tinha ido até o inferno e voltado? O que eles estavam
jogando para ele não era nada que os Skulls não pudessem fazer.

Ele começou a rir enquanto pensava nos homens, até mesmo os


criminosos do grupo de motoqueiros de fora. Se Tiny tivesse o Chaos
Bleeds com eles, então esses homens estariam gritando como
garotinhas dentro de instantes.

Outro golpe em seu rosto não impediu o seu riso. Willy se afastou
de Sophia. Nash queria mantê-los longe dela.

— Pare de bater nele, Gill. Eu quero saber o que ele acha tão
divertido. — Willy parou com os braços cruzados.

Pendurando a cabeça para frente, Nash fez com que os homens


estivessem completamente sobre ele. Agora, tudo o que ele precisava
fazer era manter sua atenção. Ele não sabia quanto tempo tinha estado
no armazém, mas o sol já estava começando a descer.

— Vamos lá então, me ilumine, — disse Willy, inclinado para


frente.

Cuspindo sangue que se acumulava em sua boca, Nash levantou


o olhar. — O que eu acho tão engraçado é que vocês pensam que podem
ganhar, e até esses imbecis que contrataram vocês também pensaram
isso também.

— Nós temos força suficiente para acabar com vocês. — Willy já


não parecia tão confiante. O outro homem continuou sacudindo a
cabeça na direção da porta onde estavam montando guarda.

— Vocês são homens procurados. Estupradores, assassinos e


alguns ladrões malditos para comandar o show. Quem está por trás
disso tudo é um estúpido. Vocês são peões em jogo maior, caralho. —
Nash inclinou a cabeça para trás, olhando para o teto.

Fale devagar. Prenda a atenção de todos.

Olhando além de seus ombros ele viu Sophia o encarando.


Lágrimas escorriam de seus olhos.

— Eu te amo. — Ele viu a boca dela formar as palavras para ele.

Willy agarrou seus ombros. — Meus homens matam sem pensar.

~ 153 ~
— Seus homens foram capturados. Os Skulls, — Nash parou para
rir, — eles são assassinos. Meu irmão quebrou o pescoço de um homem
por tocar na mulher dele. Vocês não iriam durar dez minutos com os
meus irmãos. — Eles também tinham Killer junto com vários outros
homens. — Nós mataríamos todos vocês em um piscar de olhos.

O silêncio era ensurdecedor. Willy parecia tenso enquanto Gill


ficou pálido. Seu ex-fornecedor estava segurando sua bolsa de truques
como se fosse uma tábua de salvação.

— Você disse que tinha isso na bolsa. Você disse que eu ia ser
protegido e que eles garantiam nossa proteção, — disse o traficante.

— Ele está blefando. Eles não têm nada. Eu já prometi, ninguém


passa por Scars ou o clube dele.

*****

Sophia estava consciente da conversa, mas sentia as drogas em


seu sistema. Era celestial. Não havia uma única preocupação na sua
mente. Quando virou a cabeça e viu como Nash foi golpeado, ela soube
que as drogas estavam mascarando a dor.

Não deixe que elas tomem o controle.

Ela tinha ouvido falar que uma dose podia te deixar viciado.
Deitada na mesa, em perigo que algo muito pior fosse feito com ela,
Sophia estava determinada a não ficar viciada nisso. Ela ia entrar em
qualquer programa que fosse necessário para não entrar nessa.

O cara que havia injetado heroína nela se moveu para trás. Mais
gritos voaram pelo ar.

— Vocês não vão a porra de lugar nenhum. Estamos nisso juntos,


— Gill disse, apontando uma faca ensanguentada para homem.

Eu quero sair daqui.

Antes das drogas sua boca se sentia horrível e inchada. Agora, ela
não conseguia sentir nada ou sentir qualquer toque ou gosto.
Lambendo os lábios ela olhou para o teto, onde tinha havido luz solar
horas atrás. Sophia não sentia mais a dor das lesões, o que ela sabia
que era um mau sinal.

~ 154 ~
Mantendo o seu olhar no teto, ela se perguntou como eles iam
sair dessa. Se os Skulls não chegassem logo ela sabia que em seu
destino haveria algo do que ter drogas injetadas contra sua vontade.
Seu vestido estava meio aberto, e a malícia que tinha visto nos olhos de
Willy não podia ser confundida com qualquer outra coisa. Ela também
ouviu o que Gill disse. Eles iam se revezar enquanto a estupravam.

Seu corpo parecia tão leve. Sophia tentou manter o foco sobre
esse pensamento, mas nada estava acontecendo.

Willy se moveu ao lado dela, estendendo a mão para tocá-la. Sua


mão pairou sobre o seio. Ela começou a rir. Sem a dor para imobilizá-la,
ela não conseguia pensar em outra coisa.

Ele segurou seu rosto com força. — Do que diabos você está
rindo, sua puta?

A mão dele tremia enquanto a segurava no lugar.

— Você vai morrer. Vocês todos vão morrer, — disse ela, rindo
mais.

— Essa é a minha mulher, rapazes. Ela reconhece uma causa


perdida quando vê uma, e vocês todos são causas perdidas.

— Você está blefando, e você quer saber, eu vou foder a sua puta
aqui mesmo, — disse Willy.

Sophia se contorceu nas algemas, desejando poder se libertar.


Olhando para o teto, ela ouviu o som de roupas sendo arrancadas.

Vamos lá, alguém nos salve. Por favor, por favor, por favor.

Ela implorou e suplicou, esperando e implorando que alguém


aparecesse para salvá-los.

Nash estava gritando e xingando mais uma vez. O medo na voz


dele não ajudou a acalmar os seus nervos. Ela não sabia como lidaria
com tudo se Willy a estuprasse.

— O que diabos você está fazendo? — perguntou o fornecedor. —


Isso não fazia parte da merda do plano. Eu sou totalmente a favor de
diversão, mas essa não é a porra do jeito de fazer isso. Não foi o acordo
que vocês me falaram. Eles devem chegar a qualquer momento.

Por uma fração de segundo Sophia gostou dele, mas depois ela se
lembrou do que ele tinha feito para ela. O pânico parecia estar em
outras partes do seu cérebro. Ela não podia se mover, mas sentia suas

~ 155 ~
emoções, em vez de reagir a elas. Aquele filho da puta estava vindo
machucá-la. Como ele se sentiria ao ter suas próprias drogas de merda
injetadas na porra do seu braço?

Sua mente estava em todo o lugar. Ela não podia lidar com uma
forma sólida. Seu vestido foi rasgado um pouco mais e ela gritou,
precisando, querendo empurrar o homem o mais longe possível dela.

— Ela vai aprender o seu lugar, e esse fodido está prestes a ver
isso, — disse Willy.

— Não, se você transar com ela, estamos todos ferrados. Isso não
faz parte do plano. Há um clube inteiro procurando por eles. Eu não
vou arriscar minha vida por isso. Ela pode ser sua uma vez que ele
esteja fora da equação e nós estejamos a quilômetros de distância desse
lugar do caralho. — Seja lá o que Nash fez com seu fornecedor, o deixou
com muito medo.

O traficante se afastou em direção à porta. Gill parecia prestes a


dizer algo mais.

De repente ela virou a cabeça ao som de motos rugindo ecoando


pelo armazém. Ela nunca pensou que acharia esse som reconfortante.
Naquele rápido momento esse som foi o paraíso para seus ouvidos.
Nash estava sorrindo enquanto encarava os homens.

— É hora do show.

~ 156 ~
Capítulo Treze

Nash ia beijar todos os motoqueiros


que visse. Willy puxou sua calça jeans para
cima quando ouviu o rugido dos motores. A
porta da frente do armazém foi derrubada e
mostrou Lash segurando um taco de
beisebol. Homens estavam por toda
parte, com Gill, Willy e o traficante
correndo da luta.

Com o canto do olho, ele viu motoqueiros


com o emblema do Chaos Bleeds. Ele devia
muito a Tiny por trazer o outro clube. Lash foi
para o seu lado.

— Devil sabia onde você estava. Ele perguntou por você pela área
e apareceu com isso. Eu não podia sequer pensar nessa porra, — disse
Lash.

— Eu não dou a mínima. Você está aqui, e isso é tudo o que


importa. — A dor na coxa era insuportável, e seu corpo doía em todos
os lugares por causa do acidente. Levantar foi uma tarefa árdua, mas
ele conseguiu.

Lash lhe ajudou a ficar de pé. Os sons de tiros e gritos podiam ser
ouvidos de longe. Ele estava tão feliz que os homens tinham saído do
armazém para ajudar seu grupo. Mancando até a mesa, ele colocou o
vestido de Sophia no lugar. Ele pegou a faca de Lash e cortou a corda
que a prendia no lugar.

Segurando seu rosto, ele roçou seus lábios nos dela.

— Eles injetaram heroína nela. Eu preciso que você fique com ela,
Lash. — Nash acariciou sua bochecha. — Amo você, baby, mas eu vou
lá ferir alguns homens.

— Não vai, — disse ela.

~ 157 ~
— Eu vou levar ela pra fora, Nash. Não se preocupe com isso.
Temos homens mais que suficiente para conter a gangue que pegou
você. Eles não vão sair daqui vivos. — Lash enxugou a testa. — Nós
corremos muito para chegar até aqui.

— Eu fico feliz. Duvido que eles fossem fazer qualquer coisa


divertida. — Nash ajudou Sophia a se sentar. O corpo dela estava
coberto de uma camada de suor.

— Eu vou cuidar dela, — disse Lash. — Vá.

Ele segurou o rosto dela entre as mãos. — Os homens que


tocaram em você, todos eles vão morrer.

Lash assumiu, segurando-a firme enquanto Nash saía do


armazém. Ele estava mancando mesmo em meio à determinação de dar
fim aos homens que ameaçaram sua mulher. Do lado de fora ele viu
vários corpos no chão. Os três homens que ele queria foram presos
pelos Skulls. O Chaos Bleeds estava lutando contra alguns dos outros
homens.

Nash não se preocupou com os outros. Havia três homens com


quem ele queria terminar. Atrás dele, ele ouviu Lash ajudando Sophia a
sair do prédio. No momento em que ele tivesse acabado, iria levar ela ao
hospital. Zero estava livre e se moveu em direção a Sophia. Olhando
para trás, ele viu o motoqueiro ajudando-a a caminhar.

— Vamos, vamos levar ela ao hospital, — disse Zero.

— Não, eu quero ver isso, — disse Sophia, obrigando os dois


homens a parar.

Tiny estava segurando Gill pela garganta. — Eu ouvi que houve


uma rebelião na minha cidade. Eu trouxe reforços e agora é de mostrar
a vocês o que acontece quando os Skulls estão no comando.

Andando mais perto, Nash pegou a faca e a arma que Murphy e


Butch lhe entregaram.

— Estes três estavam dentro do armazém. Os vimos saírem e


nosso irmão aqui gostaria de cuidar dos imbecis.

Willy estava choramingando e o fornecedor estava chorando aos


soluços.

— Esse aqui já se mijou nas calças, — disse Blaine, segurando


Willy no lugar.

~ 158 ~
Nash olhou para os três homens sentindo a raiva crescer dentro
dele. Ele precisava acabar com eles, mas antes disso ele se virou para
sua mulher.

As contusões no corpo dela eram visíveis para ele agora. Sangue


seco revestia sua cabeça e havia marcas ao longo do braço. Ela estava
segurando os pedaços do seu vestido juntos. Sophia estremeceu. Seu
cabelo preto caía em torno dela em ondas. Ela parecia um anjo vindo
diretamente do inferno.

— Mate eles, Nash. Eles iam nos torturar. — Ela parou, lambendo
o lábio cortado. — E eles iam fazer coisas muito piores comigo. Eu
preciso ver todos mortos, não quero ter que passar a vinda olhando por
cima do meu ombro.

Olhando fixamente em seus olhos, Nash viu a verdade ali. Os


homens em frente a ele tinham que morrer antes para que ela pudesse
se sentir segura novamente.

Voltando-se para os homens, ele apontou para Gill. — Você, eu


vou acabar com você por último.

Ele se moveu até o fornecedor. Inclinando-se, ele pegou três


seringas e se dirigiu para os homens.

O fornecedor começou a gritar e lutou contra o aperto que os


membros do clube tinham sobre ele. — Você injetou essa merda na
minha mulher e ficou feliz em fazer isso. — Pegando as seringas, Nash
olhou fixamente em seus olhos quando mergulhou a porcaria em seu
corpo. — Vamos ver se você gosta.

Nash não parou de injetar no homem até que não houvesse mais
pulsação. Não houve satisfação dentro dele. Ele se virou para se
certificar que Sophia estava conseguindo lidar com o que estava vendo.
Quando ele não viu repulsa em seus olhos, andou até Willy.

Ele sentiu o respeito e o amor do seu clube atrás dele. Eles


estavam cobrindo suas costas e agora era o momento de provar que ele
nunca iria sair dos trilhos outra vez. Quando Willy parou de gritar e,
finalmente, deixou de viver, ele focou todo seu ódio em Gill. Esse filho
da puta ia ter o pior tratamento de todos.

*****

~ 159 ~
Snitch ficou furioso ao ver seu plano desmoronar. Tiny estava
com Devil do Chaos Bleeds. Se o outro clube de motoqueiros tivesse
escolhido isso não teria importado. Ele teria conseguido o que mais
queria, vingança contra Tiny, o líder dos Skulls.

— Nós temos que sair daqui, chefe, — disse Scars.

— Você estragou tudo. Você me prometeu que esses homens


fariam o trabalho. Eles deixaram o irmão dele vivo e agora estão sendo
mortos. — Snitch agarrou o guidão de sua moto com força.

— Eu dei as ordens e ele foderam com tudo, — Scars


argumentou. — Temos que formular outro plano. Se não sairmos daqui,
vamos ser os próximos na lista desses filhos da puta a morrer.

Snitch manteve seu olhar sobre a cena no armazém. Eles tinham


se atrasado poucos minutos para chegar até Nash. Tudo que ele queria
era Nash vivo. Com ele vivo, e ao mesmo tempo fraco, perto de Tiny, ele
conseguiria pegar informações do imbecil antes de matá-lo. Matar os
Skulls um por um tinha sido um bom plano. Fixando o olhar em Tiny,
ele sabia que teria que ter paciência para chegar ao homem que tanto
queria. Ele ia matar Tiny, reivindicar a cidade e finalmente ter sua
vingança.

Espere, planeje e tenha sucesso.

— Durma bem, Tiny. Você não vai dormir por muito tempo. —
Ligando sua moto, ele se afastou sem ser visto.

*****

Sophia estava deitada na cama do hospital, ouvindo enfermeiros e


médicos por todo o quarto. Nash estava na sala de emergência tratando
de seus ferimentos enquanto ela foi colocada em um quarto para
esperar a heroína sair do seu sistema. Quando o médico disse que ela
poderia estar limpa das drogas, ela nunca se sentiu tão feliz em toda
sua vida. O problema viria depois que as drogas tivessem saído
totalmente do seu sistema. Eles estavam monitorando as suas reações.
Ela estava apavorada com as consequências da droga dentro dela, e
saber que elas ainda poderiam causar efeitos a assustava ainda mais.
Tudo o que restava era esperar.

~ 160 ~
Ela também estava com uma concussão e várias costelas
quebradas. O acidente no caminhão tinha lhe causado danos muito
maiores do que as drogas. O médico não gostou do que viu e mandou
que ela fizesse alguns exames, como raio-X e exame de sangue.
Encarando a parede branca, Sophia queria lhe atualizasse sobre o que
estava acontecendo.

Uma voz feminina limpou a garganta. Levantando o olhar, Sophia


viu Tate sentada em uma cadeira de rodas à porta. Ela usava um
vestido de hospital.

— Murphy me contou o que aconteceu. Ele foi buscar novidades e


eu pensei em vir ver você. — Tate empurrou sua cadeira para dentro do
quarto.

— Você está bem?

— Considerando que fui atropelada por um maníaco, eu estou


bem, — Tate disse, acariciando a barriga. — Estou tranquila agora. Meu
bebê está bem. Como você está?

— Estou lidando com tudo isso. — Sophia sentou-se, estendendo


a mão para pegar a dela.

— Eles vão me manter em observação. — Tate apertou a sua mão.

— Sinto muito por tudo o que aconteceu com você.

Lágrimas brotaram nos olhos de Tate. — É um risco que você


corre por estar com eles. Murphy não suporta a ideia de que algo ruim
me aconteça. Mas ele vai ter que se acostumar com o fato de que eu não
vou a lugar nenhum. Eu amo aquele homem e não vou deixá-lo. Eu sou
a sua old lady e ele é o meu old man7.

Ela ouviu Tate falar. Era bom ouvir a outra mulher falar, pra
variar. Ela esteve tanto tempo sozinha com motoqueiros que começou a
se esquecer de como era ter uma companhia feminina.

— Você vai me contar o que aconteceu esta noite?

Sophia mordeu o lábio. Assistir Nash matar os três homens não a


incomodou, e ela não sabia se isso era o que a incomodava ou não. Ela
contou tudo a Tate, como ele matou o traficante de drogas com as
próprias mãos e cortou o pau de Willy fora e o alimentou com ele. Com

7Na verdade essa expressão não existe no mundo MC, mas ela faz um paralelo com a
expressão old lady, que é como se fosse ‘primeira-dama’ e old man seria o masculino
disso.

~ 161 ~
Gill, ele tinha esmagado seu rosto. Ela não tinha medo de Nash. Ele
tinha lhe protegido quando ela precisou. Seu amor não estava
vacilando. Ela ainda queria estar em sua vida, sem qualquer dúvida.

Murphy pigarreou, alertando ambas sobre a sua presença. —


Nash está causando um tumulto para te ver. Os médicos e enfermeiros
não vão deixá-lo entrar aqui até que ele faça os exames. Ele sofreu um
acidente também. — Ele entregou um chá a Tate.

Sophia observou Murphy beijar a bochecha de Tate e depois


acariciar seu ombro. — Como você está se sentindo? — ele perguntou.

— Eu estou bem, baby. Nada vai acabar comigo assim tão fácil.
Estou um pouco inchada, e em parte é pelo bebê. — Tate cobriu a mão
dele, sorrindo.

— Nós vamos passar por isso.

— Quando você encontrar Nash, diga a ele que eu estou


esperando, — disse Sophia. Murphy assentiu e uns 10 minutos depois,
puxou a cadeira de rodas de Tate, a levando para o seu quarto. Ela
observou a outra mulher ir embora.

Sozinha mais uma vez, ela se deitou e esperou seu homem


aparecer. O som de uma voz masculina limpando a garganta a avisou
que estava sendo observada. Ela olhou para porta e viu Zero encostado
no batente da porta.

— Nash está vindo. Ele está bem, e está assinando a papelada de


vocês dois, — disse Zero.

Ela assentiu com a cabeça. — Obrigada por cuidar de mim, —


disse ela.

— Eu sempre vou cuidar de você. — Ele entrou no quarto, indo


até a cadeira ao lado da cama e segurando a sua mão. — Você vai fazer
parte da nossa família em breve, e eu vou fazer tudo ao meu alcance
para te proteger.

— Eu realmente aprecio isso. — A mão dele estava quente, e ela


percebeu que ele acariciava o seu pulso. Zero correu o polegar sobre a
sua pele.

— O pensamento de que alguma coisa aconteça com você me faz


ficar enjoado.

Sua honestidade estava lhe assustando.

~ 162 ~
— Zero, eu estou com Nash.

Ele parou de falar, acenando com a mão no ar. — Por favor, me


deixe terminar.

— Eu sei que você tem sentimentos por mim. O jeito como você
me trata é diferente de como trata as outras mulheres. Eu vi naquele
dia que você estava testando Nash. Você não tratou nenhuma das
outras mulheres de um jeito diferente. — Ela não podia ignorar esses
pensamentos quando sabia a verdade.

Ela levantou o olhar quando ele se sentou na cama, descansando


sua mão na própria coxa.

— Sim, eu tenho sentimentos por você. Eu não sei a profundidade


deles, ou como isso começou. Tudo que eu sei é que, quando for você,
sempre vou estar por perto. Não vou deixar Nash te machucar.

Lágrimas encheram seus olhos. Ela não sentia nada por esse
homem que não fosse amizade.

— Eu não posso te oferecer nada, — disse ela.

— Eu sei. Pela primeira vez na minha vida estou fazendo algo sem
pedir nada em troca. — Ele se inclinou para baixo, pressionado os
lábios nos dela. — Isso é tudo que eu vou tirar de você.

Ele se levantou e começou a sair do quarto. — Não se preocupe


com nada, Sophia. Os Skulls sempre estarão por perto para você. E
você nunca mais vai estar sozinha outra vez.

Ela observou ele ir. Deitada na cama, ela soltou um suspiro. Seus
pensamentos correram para Nash. Talvez se ela tivesse conhecido Zero
primeiro pudesse ter havido uma chance para eles, mas ela duvidava.
Zero não fazia seu coração correr. Ela nunca procurou por ele no
quarto. Nash a atraía de uma maneira que ela não entendia. Seu amor
por ele tinha sido parte dela por tanto tempo que ela sabia que não
poderia desistir desse relacionamento.

*****

Nash ficou do lado de fora da porta do quarto de Sophia,


esperando Zero sair. Ninguém dentro do quarto conseguia lhe ver

~ 163 ~
enquanto ele dava aos dois um pouco de espaço. Checando o relógio, ele
concedeu a Zero a chance de colocar seus sentimentos para fora.

Quando o outro irmão saiu do quarto, parou de repente quando


viu Nash.

— Nash, — disse Zero.

Cruzando os braços sobre o peito, Nash olhou para seu irmão e


companheiro nos Skulls. — Será que vamos ter um problema? —
perguntou Nash.

— O único problema que vamos ter é se você não tratar essa


mulher como a princesa que ela é. — Zero deu vários passos, se
afastando. — Eu nunca vou machucar vocês dois. Eu só precisava tirar
isso do peito. — Ele deu de ombros. — Ela é apaixonada por você.

— Eu não vou machucar ela, Zero. Sophia é o amor da minha


vida.

Nash viu o sorriso no rosto de Zero.

— Então nós vamos estar bem. Vejo você amanhã. — Nash


recebeu um tapa nas costas e então Zero se virou e partiu.

Franzindo o cenho, Nash balançou a cabeça. Ele não queria


entrar nessa com Zero.

Indo para a porta, viu que Sophia estava deitada na cama


olhando para o teto.

— Hey, baby, — disse ele.

Seu rosto se iluminou. — Eu estava me perguntando quando você


iria chegar.

— Todo o clube está aqui. Tiny de olho em Tate e Eva.

— Como está Eva?

— Ela saiu do coma, e nós estamos esperando que ela fique bem
para ir para casa em breve. Todos os rapazes estão cansados de sempre
acabarmos no hospital. Nossas mulheres devem ser protegidas o tempo
todo. — Ele fechou a porta e foi até a cama. Nash não se sentou. Ele se
deitou ao lado dela e Sophia se enroscou nele.

— Se uma enfermeira pegar você aqui, ela vai enlouquecer, —


disse Sophia.

~ 164 ~
— Não dou à mínima. Eu não pude te abraçar hoje e eu preciso
disso.

O clube não ia voltar para a sua sede. Whizz estava pesquisando


as coisas para Devil. Lash tinha lhe atualizado sobre tudo que ele
perdeu.

— Eu sei que este é provavelmente o pior momento para


perguntar, mas você vai se casar comigo? — perguntou Nash.

Ela olhou para ele. — Sim, eu vou me casar com você.

— As drogas estão fora da minha vida, baby. Eu não vou ter nada
a ver com elas. Eu vou lutar contra isso a cada passo do caminho.
Depois do que aconteceu hoje, eu vou estar com você. Você não vai se
livrar de mim.

Sophia pressionou um dedo sobre os seus lábios.

— Eu amo você. Não há porque argumentar. Eu vou me casar


com você. Agora cale a boca e me abrace.

Ela se acomodou mais perto dele. Ele a segurou com força,


fechando os olhos e sabendo que eles iam ficar ainda mais próximos
daquele dia em diante.

Beijando o topo de sua cabeça, ele fechou os olhos. As últimas


vinte horas tinham sido um pesadelo. Ele não poderia imaginar passar
por algo assim e no final sair mais forte. Sophia o deixou mais forte
ficando ao seu lado.

O sono chegou até ele, e nem mesmo a enfermeira poderia fazê-lo


ir embora quando ele acordasse.

~ 165 ~
Capítulo Catorze

O rumor que se espalhou pela cidade


sobre o que tinha rolado no armazém era que
se tratava de uma apreensão de drogas que
tinha acabado mal. Nash pensou que isso era
muito criativo, mesmo que todo mundo
soubesse a verdade. O clube e o Chaos
Bleeds tinham cuidado do enterro de
todos. Whizz descobriu que todos os
homens eram criminosos procurados,
até mesmo Willy. O que eles não tinham
conseguido descobrir era quem os havia
contratado. Ele não sentia nenhum remorso por
matar os homens. Nash faria isso novamente em um piscar
de olhos para proteger sua mulher.

Dentro de um mês o clube estava de volta ao normal. Sophia não


teve quaisquer efeitos duradouros da heroína em seu sistema, o que foi
a porra de um alívio. Eva estava saudável outra vez, mesmo que
parecesse um pouco pálida e nunca saísse sem a companhia de um
prospecto. Nash sabia que o prospecto era mandado por Tiny. Seu líder
não conseguia deixar Eva sozinha. Tate também voltou a ser a
mandona de sempre. Havia um nervosismo em seus olhos que Nash
esperava que desaparecesse com o avanço dos meses de gravidez. Ele
fazia questão de ser paciente com ela o tempo todo. Naturalmente, Tate
soube o que ele estava fazendo e tornou muito difícil para ele querer ser
legal com ela.

Kelsey estava passando por um período complicado com Killer. A


enfermeira dental não o visitava. Kelsey falava com as mulheres e Nash
até mesmo a viu pendurada com elas no salão principal do clube, mas
ela não dava a Killer uma hora do seu dia.

Fora da sua névoa induzida por drogas Nash foi capaz de chorar
decentemente pela morte de Mikey e até mesmo levou flores para o
túmulo de Kate junto com Sophia. Justo, eles se despediram da sua
irmã. Ele não se sentiu tentado a usar drogas, e não estava bebendo
~ 166 ~
nada também. Durante as festas loucas do clube ele sempre ficava na
água ou no refrigerante. Ele não estava preparado para sair dos trilhos
outra vez.

Sophia ficou com ele e até mesmo voltou para a faculdade. Após
três semanas procurando, eles acharam uma casa perto da do seu
irmão. Eles tinham alugado um depósito e estavam se mudando na
próxima semana. Os irmãos do clube estavam ajudando com tudo. Zero
também ajudou e ele passava muito tempo com Sophia. A amizade
entre os dois era confusa, mas funcionava, e ele não ia fazer algo para
afastá-los. Nash não podia parar os sentimentos do homem. Ele só
esperava que Zero não fosse estúpido o bastante para tentar alguma
coisa.

Depois de tudo o que aconteceu, Chaos Bleeds ficou na cidade


por algum tempo, celebrando o sucesso da missão e as pessoas que
mataram. Nash na verdade gostou da sua companhia. Devil era um
filho da puta. Ele não sabia como o homem e Tiny eram amigos, mas
todos podiam ver a ligação entre eles. Dava para ver que eles já tinham
passado por muita coisa juntos.

O outro grupo de motoqueiros só deixou a cidade quando Whizz


finalmente cuspiu algumas informações. Kayla tinha uma irmã
chamada Lexie. Eles tinham conseguido o endereço da mulher. Com
isso guardado no bolso, Devil montou em sua moto e partiu, levando
todo seu clube com ele.

Sentado na beira da cama, Nash levantou o olhar para ver Sophia


saindo do banheiro. Ela usava uma saia jeans que terminava na altura
dos joelhos e uma das suas camisetas de banda de rock. Seu pau
engrossou e ele quis jogar ela na cama e fazer sexo de explodir a mente.

— O que você está fazendo? — ela perguntou, olhando para o


notebook no qual ele estava trabalhando e então de volta para ele.

— Eu estou fazendo alguns cálculos para o trabalho que


queremos fazer. Os caras concordaram em ajudar com a construção. —
Ele bateu com o lápis no livro. Trabalhar na casa levou para longe todas
as preocupações da sua cabeça, inclusive o fato de que Sophia ainda
não tinha menstruado. Durante todo o tempo em que estavam juntos,
ela nunca tinha impedido Nash de nada.

Ela se aproximou, pressionando a mão na página. — Pare de se


preocupar com as despesas. Eu não preciso de tudo pronto
imediatamente. Eu gosto de tomar meu tempo com os projetos. Tudo
vai ficar bem.
~ 167 ~
Deixando cair o livro no chão, ele estendeu a mão, afundando os
dedos em seus cabelos e puxando-a para perto. — Então me beije,
baby.

Ele engoliu o gemido dela quando a outra mão correu até o


interior de sua coxa. Nash não conseguia manter as mãos longe dela.
Tudo o que ele queria fazer era foder ela duro.

— Parem com essa pegação aí vocês dois. Está na hora de ir para


a festa, — disse Lash, chutando a porta enquanto passava.

Sophia riu, deixando cair a cabeça contra o seu peito. Rindo,


Nash tirou as mechas de cabelo do seu rosto. — É melhor ir encarar a
música. Tiny vai chutar nossa bunda até lá.

— Venha. É hora de ir, — disse ela, segurando sua mão. — Eu


estou pronto para a festa.

Eles saíram do quarto juntos, e enquanto desciam as escadas, a


sala irrompeu em aplausos. Nash sorriu, apreciando os assobios e
gritos que acompanhavam seu caminho. Sophia era um deles agora, e o
clube já tinha lhe aceitado como parte da família. Ele não poderia ter
pedido nada mais.

Ela não tinha se casado com ele ainda. Tate estava organizando o
casamento para o Natal. Ele não se importava, desde que seu nome
estivesse em um pedaço de papel comprovando que eles eram marido e
mulher.

Tiny e Eva estavam lado a lado, olhando para eles.

— Hoje estamos comemorando o fim de nossos inimigos e o início


de novos começos, — Tiny disse, erguendo o copo.

Nash pegou um copo de refrigerante e notou que Sophia fez o


mesmo.

— Os últimos dois meses, na verdade os últimos anos, têm sido


difíceis para todos nós. — Tiny se virou para Angel e Lash. — Somos
todos mais fortes tendo uma mulher preparada para assumir os riscos.
— Ele se virou para Tate e Murphy. — Nós perdemos algo que nunca
teremos de volta, e eu sei que Mikey teria muito a dizer. Ao lado de toda
a merda, no entanto, estamos tendo a oportunidade de continuar a
viver, seguirmos em frente e trazermos novos Skulls para o rebanho.

A emoção foi brotando dentro de Nash.

~ 168 ~
— Então, eu proponho um brinde a Angel e Lash, ao seu filho
ainda não nascido e à criança que perderam. Vocês merecem tanta
felicidade, e eu sei que essa criança vai ser mimada. À Tate e Murphy,
nós nunca nos esqueceremos do que vocês poderiam ter perdido, e
vamos abraçar o que futuro trouxer. E à minha neta. Um brinde à
Nash, você fodeu tudo cara, mas isso está no passado. Eu tenho sorte
de ter você no clube. Sophia, você o trouxe de volta e fez dele um
homem melhor. Os Skulls sempre irão te proteger, pelo resto da sua
vida. — O copo de Tiny subiu ainda mais alto. — Aos novos começos,
aos maus términos e a um futuro cheio de promessas.

Bebendo o refrigerante Nash, passou o braço em volta dos ombros


de Sophia. Sandy estava de pé ao lado da caixa de música. A boa
médica tinha finalmente se recuperado depois de ter sido esfaqueada.

— Vamos fazer um pouco de barulho. — A música subiu até


explodir. Sandy subiu na mesa seguida por várias prostitutas, Rose e
Tate. A dança não foi áspera ou provocativa. As mulheres que tinham
sido feridas pegaram leve. Nash viu Tate tomando cuidado enquanto se
movia. Murphy estava lá, lhe dando apoio.

Ele ouviu Sophia rindo da dança deles. Ela colocou o copo na


mesa e envolveu os ombros dele com seus braços.

— Nah, vocês não têm chance, — Tate disse, estendendo a mão


para pegar a de Sophia. Sua mulher não deixou Tate se machucar. — É
hora de dançar. Angel, você pode estar grávida, mas traga esse rabo
aqui pra cima. Espere, eu estou grávida também. Porra, temos que
comemorar.

Nash ficou para trás, enquanto observava sua mulher cercada por
suas amigas. Ele tinha tanta sorte por chamá-la de sua mulher.

Ele bebeu mais refrigerante enquanto olhava o amor da sua vida.


Ele não iria estragar isso pra ela.

Lash estava ao lado dele. — Assistir minha mulher dançar é um


dos meus passatempos favoritos.

Ele entedia a razão. Assitir Sophia balançar os quadris de um


lado para o outro no ritmo da música lhe deixou excitado pra caralho.
No momento em que eles chegassem em casa, ele ia ter a sua bunda.
Todas as preocupações ficaram para trás. Em algum momento eles
estariam casados.

~ 169 ~
Depois de vê-la dançar e cantar por quatro horas junto com as
outras old ladies e prostitutas, Nash perdeu a paciência. Ele a pegou e
levou para o carro. Sua moto estava precisando desesperadamente de
alguns reparos.

Ao mesmo tempo em que fazia reformas na casa, ele trabalhava


em sua moto.

— Estávamos nos divertindo lá, — disse Sophia, fazendo


beicinho.

— Estamos prestes a ter mais diversão.

Ele quebrou o limite de velocidade para chegar em casa rápido.


Estacionando o carro, ele deu a volta para o seu lado da porta.
Levantando ela nos braços, ele segurou sua bunda enquanto Sophia
colocava as pernas em volta de sua cintura. Sua risadinha estava lhe
deixando louco.

— Eu posso sentir o seu pau, Nash. Você tem alguma merda


safada planejada para mim hoje, não é? — perguntou ela.

Resmungando, ele procurou as chaves e abriu a porta depois de


várias tentativas. Não olhando para onde estava indo, ele bateu a porta
e foi direto para as escadas. Tate tinha lhe dito que já havia equipado o
quarto. Eles tinham móveis suficientes.

Largando ela na cama, ele arrancou suas próprias roupas e foi


para ela. Sophia ficou completamente nua em poucos minutos. Abrindo
suas coxas, ele a arrastou até a beirada da cama. Seu clitóris inchado
ficou exposto e ele caiu de boca, chupando firme.

Ela gritou, empurrando-se para encontrar suas investidas. Sophia


já estava encharcada, e ele engoliu cada gota. Com os dedos, ele
revestiu seu ânus, deixando-o escorregadio.

Quando ela gozou pela primeira vez, explodindo em sua língua,


Nash deu um passo para trás. Ele foi até as gavetas e pegou um tubo de
lubrificante. Revestindo seu eixo com uma grande quantidade do gel, ele
voltou para a cama.

Palavras não eram necessárias. Ele estava tão apaixonado por ela,
e tudo que ele queria era se afogar no seu perfume. Segurando seus
quadris, ele a pôs de quatro. O cu dela brilhou para ele na meia luz.

Ele mal podia esperar para estar dentro dela.

~ 170 ~
*****

Sophia estava tão excitada que não podia mais esperar para
transar com ele. Ao longo das últimas semanas ele sempre tinha
brincado com a sua bunda, fazendo com que ela tivesse pensamentos
selvagens dele a comendo por trás. Olhando para ele por cima do
ombro, ela sorriu. Ele estava se masturbando, acariciando seu eixo. Seu
olhar estava fixo na bunda dela.

Você me quer, baby? — perguntou Nash.

— Sim. Vem me comer, Nash.

Ele bateu na sua bunda e a fez gritar. Ela prendeu a respiração


quando ele agarrou seus quadris e a ponta do pau pressionou na sua
entrada. Ofegante, ela ficou tensa esperando a dor.

— Não fique tensa. Pense em como você gostou dos meus dedos.

Fechando os olhos, ela descansou a cabeça na cama e voltou a


respirar, finalmente relaxando. Ele empurrou a ponta do pau dentro
dela, passando pelo anel apertado até que a cabeça entrou toda. A
queimação lhe deixou chocada, mas o prazer não. Ela adorava essa
ardência, a dor era uma alavanca para o prazer.

— Bonita pra caralho. Eu posso ver a sua bunda se abrindo e


engolindo o meu pau.

Gemendo, ela sentiu um impulso respondendo no fundo da sua


buceta.

— Se toque. Eu quero que você exploda de prazer.

Ela fez o que ele pediu a acariciou seu clitóris. Seu orgasmo
estava tão perto da superfície, e ela sentiu Nash indo mais fundo na sua
bunda. Ele levou o seu tempo com as estocadas, indo mais devagar
nesse momento.

— Eu quero sentir você gozando antes de te foder de verdade.

Trabalhando em seu clitóris, ela se acariciou enquanto ele


passava as mãos pelas suas costas e nádegas. Seu pau pulsava como
um ferro quente dentro da sua bunda.

Sua buceta estava molhada, e ela não precisava de nenhum


lubrificante para acariciar a si mesma.

~ 171 ~
Gemendo, ela fechou os olhos e se permitiu partir sob o seu
assalto. Aos gritos, ela gemeu quando seu orgasmo tomou conta,
batendo dentro dela.

Ele puxou para fora até a metade do caminho em meio ao


orgasmo. — Porra, você vai ter que se acostumar a me ter dentro do seu
cuzinho, baby.

Nash agarrou seus quadris e montou ela com força. Não havia
dor, apenas o prazer que a levava até a borda.

Ela se segurou na cama quando ele chegou ao ponto de fazer com


que ela gozasse outra vez enquanto a fodia.

Sophia não conseguia entender o que estava acontecendo.


Nash estava no comando absoluto de tudo que eles estavam fazendo.
Ela não conseguia pensar direito.

O seu pico de prazer era o maior de todos os tempos, e não tinha


nenhuma maneira de impedir que continuasse. Gritando, ela se
empurrou contra Nash, precisando que ele fizesse isso queimar.

Quando ele deu outro tapa no seu rabo, ela gritou, querendo mais
dele. Ela empurrou mais contra ele e aumentou os golpes contra o
clitóris.

Eles foram em direção ao pico juntos, até que finalmente ela foi
arremessada além da borda. Sophia o sentiu enrijecer dentro da sua
bunda e calor veio em seguida. Caindo sobre a cama, ela respirou fundo
várias vezes, tentando acalmar seus nervos.

Ela estava tremendo toda. Nash arrastou os seus dedos pela sua
pele, seu corpo curvado atrás do dela. — Você é tão sexy. Eu sou o
homem mais sortudo do mundo, — disse ele, sussurrando em seu
ouvido. Ele beijou a bochecha dela e depois o pescoço. Seus mamilos
endureceram e ela ficou excitada.

— Isso foi incrível, — disse ela.

— Não foi a última vez. Nós vamos fazer isso de novo e de novo.

Fechando os olhos, ela gemeu. — Eu não acho que eu posso lidar


com mais uma rodada agora. Estou ficando velha.

Ele riu. — Vamos aumentar a sua resistência. Você vai querer


isso o tempo todo.

~ 172 ~
— Eu quero isso o tempo todo. Eu vou ter que ser forte quando as
aulas começarem mês que vem. — Ela tinha voltado para a faculdade.
Seus professores tinham exigido que ela fizesse vários trabalhos e
fizesse uma prova antes de ser autorizada a retomar o curso de onde
parou. Eles queriam ter certeza de que ela era dedicada e não ia
desistir.

Ela tinha feito tudo, menos a prova. Havia um problema, no


entanto, e ela realmente precisava dizer a Nash. Ele ia começar a se
perguntar por que ela estava engordando e não querendo ir para a aula.

— Deus, eu te amo. Mal posso esperar para estar casado com


você.

— E que tal um bebê? — perguntou ela, arriscando um olhar


para ele.

— Um bebê?

— Sim, eu espero que um bebê esteja em nosso futuro. Eu fiz um


teste e deu positivo. Nós vamos ter um menino ou uma menina. — Ela
falou rápido para que ele não pudesse interromper a sua declaração.

— Grávida. Você está grávida?

Ela assentiu com a cabeça. — Eu preciso marcar uma consulta,


mas pensei em descobrir com quem Angel está se cuidando e ir até lá
com ela. — A fala de Sophia foi cortada quando Nash beijou sua boca.

— Você sabe como surpreender um cara.

— Você está feliz?

— Eu estou em êxtase. Não vejo a hora de contar para os caras.


Isso vai fazer bem pra caralho pro meu ego. — Ela virou o rosto para
ele, beijando seus lábios.

— Você tem certeza sobre isso? — perguntou ela. — Uma criança


é um passo importante.

— Essa criança é o nosso passo importante, e eu não conseguiria


pensar em uma maneira melhor de viver a minha vida do que com ela.

Seus temores se dissiparam quando ele a beijou profundamente. —


Precisamos tomar banho. E depois eu vou foder essa buceta.

~ 173 ~
Nash nunca ia ganhar um prêmio por ser o homem mais
romântico, mas Sophia o amava desse jeito, e não havia nada que ela
não faria por ele. Ser uma old lady certamente tinha suas vantagens.

Ela riu quando ele a levou em direção ao banheiro. Ele estava


cantando, e o sorriso em seu rosto iria ficar com ela para sempre.

~ 174 ~
Epílogo

Tiny observou quando o prospecto que


ele tinha designado para tomar conta de Eva
em casa deixou o lugar. Ele apertou o código
de segurança para bloquear o portão atrás
dele. Ele não iria mais colocar a vida dela
em risco. De todas as mulheres, Eva
parecia ser a que sempre acabava em
mais perigo, e isso não ia mais
acontecer. Especialmente com o histórico
do seu clube e a sua própria história.

Eles dois não tinham discutindo, o que ele


considerava uma coisa boa. Ela não estava dando
nada a ele. Desde o tempo que passaram juntos em Vegas, Eva não
estava lhe dando uma hora do seu dia. Na noite em que se embebedou,
ela o forçou a relembrar um monte de coisas. Ela tinha odiado a sua
noite juntos e não queria nada com ele que fosse além da amizade.

Ele estava tentando, mas em sua mente e coração Eva era sua
mulher.

Abrindo a porta de sua casa, ele caminhou silenciosamente até o


quarto dela. Ela estava sentada à mesa, tirando suas joias e escovando
o cabelo. Ela era tão linda. Seus olhos eram de um tom castanho
escuro, assim como seu cabelo, mas algo nela o atraía. — O prospecto
acabou de sair. Você deixou a sua festa para me seguir? — ela
perguntou, olhando para ele pelo espelho.

— Você saiu sem se despedir.

— Eu raramente fico nas suas festas. Eu só fui convidada para


algumas poucas e estava lá apenas porque o prospecto precisava estar
lá, — disse ela.

Ela largou a escova e se virou para ele.

— A sede do clube é para você, Eva.

~ 175 ~
— Você trepou com as suas mulheres lá, Tiny. Eu já ouvi todas
elas falando das suas proezas na cama. Você é um monstro, uma
máquina de sexo. Essa vida não é para mim. Tate está crescida. Lash e
Nash estão de volta aos trilhos. Você não precisa mais de mim.

Se aproximando dela, ele afundou os dedos no seu cabelo. — Eu


não preciso de você?

— Você nunca precisou de mim.

Ele bateu os lábios nos dela, saboreando o gosto de baunilha que


era o sabor do chá que ela tanto amava. Tiny a proibiu de beber depois
da sua explosão. Ele ficou surpreso quando ela concordou com ele.

Ver Devil lhe lembrou de muitas coisas sobre o seu passado. Os


homens que ele tinha deixado para trás em sua busca pela perfeição. O
passado sempre tinha uma maneira de voltar quando você menos
esperava. Em seu íntimo Tiny tinha a impressão de que seu passado
estava prestes a alcançá-lo. Quando se tratava de Eva, ele vinha
fugindo do que ela o fazia sentir. Até mesmo Alex, irmão de Patrícia,
tinha lhe dito para seguir em frente. Patrícia estava morta e não ia
voltar.

O que ele sentiu uma vez por Patrícia não chegava nem perto do
que ele sentia agora por Eva. A mulher diante dele tinha trabalhado um
caminho para debaixo da sua pele, e não havia como fugir disso. Eva
estava em seu sangue.

Seu pau engrossou, precisando estar dentro dela.

Ela se afastou dele. Suas mãos foram para os seus braços,


segurando-o a uma certa distância. — Pare com isso, Tiny. Eu não sou
sua esposa morta, nem nunca vou ser.

Ele tinha cuidado dela uma e outra vez. Fazia anos que Tiny já
não senta mais nada por Patrícia. Essa parte da sua vida se foi, e assim
como Devil, ele estava indo tomar o que queria.

— Isto não é sobre ela. É sobre nós. — Ele a puxou para mais
perto, acariciando seus seios. — E nós vamos fazer isso, Eva. Você vai
ser minha mulher.

Ela bufou. — Isso não vai durar muito tempo

— Por que não? — perguntou ele, com a intenção de mantê-la ao


seu lado mesmo que para isso tivesse que se prender a ela usando um
maldito par de algemas.

~ 176 ~
— Meu pai está vindo me buscar. Estou deixando Fort Wills
definitivamente. Eu vou voltar para Las Vegas.

Só por cima do seu cadáver do caralho!

Fim!

~ 177 ~

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