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Índice

1.0 Introdução ............................................................................................................................. 3


1.1 Objectivos ............................................................................................................................. 4
1.2 Geral ..................................................................................................................................... 4
1.3 Específicos ............................................................................................................................ 4
1.4 Metodologias ........................................................................................................................ 4
2.0 A regionalização e o seu impacto no desenvolvimento de Moçambique ............................. 5
2.1 Conceito de geografia regional ............................................................................................. 5
2.2 Regionalização...................................................................................................................... 5
3.0 Regionalização em Moçambique ......................................................................................... 6
3.1 Localizacao geografica ......................................................................................................... 6
3.2 A divisão político – territorial .............................................................................................. 6
4.0 Regionalizacao moçambicana quanto ao clima, relevo e Vegetação .................................. 7
4.1 Quanto ao relevo................................................................................................................... 7
4.2 Quanto ao clima .................................................................................................................... 7
4.3 Quanto a Vegetação .............................................................................................................. 7
4.4 As variáveis de regionalização económica do pais e o seu impacto .................................... 7
5.0 Impacto da pandemia de Covid19 na economia de Moçambique ........................................ 8
5.1 Actividades Económicas ...................................................................................................... 8
6.0 Principais Sectores Económicos ........................................................................................... 9
6.1 Sector da Agricultura e Pecuária .......................................................................................... 9
6.2 Pescas e Aquacultura .......................................................................................................... 10
6.3 Sector industrial .................................................................................................................. 10
7.0 Impacto econômico e social ............................................................................................... 11
7.1 Dívida pública como factor estruturante e desestabilizador da economia Nacional .......... 12
8.0 Integração Econômica regional de Moçambique ............................................................... 13
8.1 Impacto da Integração Económica regional ...................................................................... 14
9.0 Considerações finais ........................................................................................................... 15
10.0 Referências bibliográficas ................................................................................................ 16
1.0 Introdução
A regionalização aparece-nos como uma opção capaz de compaginar uma escala de
planeamento eficaz com a necessidade de se evitar uma hiper-organização que coloque em
risco a existência das exigências democráticas. A regionalização não designa apenas um
método para identificar regiões, mas fundamentalmente constitui-se como um processo de
formação e transformação de regiões, estruturada na base de três critérios: homogeneidade,
polarização e planeamento. O conceito de regionalização surge como uma necessidade técnica
do planeamento do desenvolvimento económico, dado que este exige uma divisão territorial
funcional dentro do âmbito nacional, de modo a fazer um aproveitamento eficiente e eficaz dos
recursos disponíveis. Sendo assim neste presente trabalho vai se falar sobre a regionalização e
o seu impacto no desenvolvimento de Moçambique. No âmbito deste trabalho vai se definir o
conceito de geografia regional, e vai se identificar as variáveis de regionalização física e
economica e o seu impacto.

Regionalizar significa dividir o espaço geográfico, a fim de um melhor entendimento dos


fenômenos físicos, sociais, políticos e naturais. Compreende-se a ideia de diferenciação de
áreas no contexto geral e de aproximação dessas áreas por meio de suas características comuns.
Uma região configura-se como uma área delimitada, definida por suas características comuns
Dentre os os aspectos naturais que são utilizados nesse processo de regionalização podem estar
entre eles o clima, a vegetação, o relevo, entre outros. Entre as ações humanas que são
utilizadas para auxiliar no processo de regionalização podem ser considerados a agricultura,
a industrialização, as influências culturais, as questões demográficas, históricas,

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1.1 Objectivos

1.2 Geral
 Conhecer a regionalização de Moçambique e o seu impacto no desenvolvimento

1.3 Específicos
 identificar as variáveis de regionalização física e economica e o seu impacto;
 Descrever a regionalização de Moçambique

1.4 Metodologias
Para a elaboração do presente trabalho usou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica, que
segundo Lakatos e Marconi (2009:192) pesquisa bibliográfica é um apontamento geral sobre os
principais trabalhos já realizados, revistados de Importância por serem capazes de fornecer
dados actuais e relevantes relacionados com o tema. Portanto, este método constitui na escolha
selectiva dos autores que abordaram os temas em estudo

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2.0 A regionalização e o seu impacto no desenvolvimento de Moçambique

2.1 Conceito de geografia regional


A Geografia Regional é uma corrente da Geografia que procura compreender e definir as
caraterísticas únicas de cada região em particular, bem como os fenómenos e dinâmicas
humanas e naturais que aí ocorrem. Desenvolvida inicialmente por Vidal de La Blanche, apoia-
se na concepção antipositivista e historicista, contestando a corrente determinista cujo principal
representante foi Friedrich Ratzel, podendo assim ser considerada como uma forma de
abordagem ao estudo das ciências geográficas.

A existência de regiões geográficas, defendida pela geografia regional, resulta da harmonia


entre as condições naturais, as heranças históricas e a criação humana, daí resultando um
espaço com características individualizadas e únicas. Este novo paradigma teve forte impacto
em diversas as áreas científicas da geografia, em particular geografia económica, a
geomorfologia, a biogeografia, entre outras. Ainda hoje, os princípios que estiveram na génese
da Economia Regional são os mesmo que são utilizados na criação de regiões administrativas
regionais como por exemplo as áreas metropolitanas.

2.2 Regionalização
A regionalização é um processo macroeconómico adoptado por forças politicas estatais entre
países ou grupo de países com proximidade geográfica, com vista adiminuir as diferenças e os
obstáculos intra-regionais para a livre circulação de bens, pessoas, capitais e tecnologia, bem
como, tornar mais competitivoo respectivo espaço económico.

Ela pode ser definida como um conjunto de reformas institucionais que, integradas num
processo evolutivo ao longo do tempo, conduzam à criação de instituições regionais e ao
reforço da sua capacidade de decisão autónoma.

Regionalizar significa dividir o espaço geográfico, a fim de um melhor entendimento dos


fenômenos físicos, sociais, políticos e naturais.

Compreende-se a ideia de diferenciação de áreas no contexto geral e de aproximação dessas


áreas por meio de suas características comuns. Uma região configura-se como uma área
delimitada, definida por suas características comuns

Dentre os os aspectos naturais que são utilizados nesse processo de regionalização podem estar
entre eles o clima, a vegetação, o relevo, entre outros. Entre as ações humanas que são

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utilizadas para auxiliar no processo de regionalização podem ser considerados a agricultura,
a industrialização, as influências culturais, as questões demográficas, históricas, etc.

3.0 Regionalização em Moçambique

3.1 Localizacao geografica


Moçambique situa-se na faixa sul-oriental do Continente Africano, entre os paralelos 10/27' e
26/52'de latitude Sul e entre os meridianos 30/12' e 40/51' longitude Este. Ao Norte limita com
a Tanzânia; ao Oeste com o Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e Swazilândia; e ao Sul com a África
do Sul.

Toda a faixa Este, banhada pelo Oceano Índico numa extensão de 2,470 km, tem um
significado vital tanto para Moçambique como para os países vizinhos situados no interior que
só têm ligação com o oceanoatravés dos portos moçambicanos. A superfície do seu território é
de 799,380 km2.

O país está dividido em 11 Províncias: ao Norte, Niassa, Cabo Delgado e Nampula, ao Centro,
Zambézia, Tete, Manica e Sofala, ao Sul, Inhambane, Gaza, Maputo e Maputo Cidade.

3.2 A divisão político – territorial


Na Republica de Moçambique as condições naturais e económicas a população, os
povoamentos e a produção distribuem-se no território muito diferenciadamente.

De acordo com a Constituição da República de Moçambique, as unidades politico –


administrativas regionais designam-se por províncias, distritos, postos administrativos e
localidades. Estas unidades territoriais representam parcelas de divisão administrativa estatal
cujo desenvolvimento se baseia nos objectivos estatais. Simultaneamente, como unidades
territoriais políticas administrativas, elas representam regiões económicas, embora sejam de
categorias diferentes.

Os fundamentos para actual divisão administrativa são, os interesses nacionais e a função do


estado tendo em conta as particularidades das unidades regionais, a composição étnica da
população, os órgãos administrativos, número e densidade da população e os aspectos ligados a
defesa da soberania e integridade nacionais.

Incluindo a cidade de Maputo, província-capital, a República de Moçambique subdivide-se em


11 províncias

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4.0 Regionalizacao moçambicana quanto ao clima, relevo e Vegetação

4.1 Quanto ao relevo


O território moçambicano, como toda a região Austral do Continente Africano, não apresenta
grande variedade de paisagem. Da costa para o interior podem-se distinguir três tipos de
relevos:

 planícies,
 planaltos
 montanhas.

4.2 Quanto ao clima


O Clima em Moçambique é tropical úmido, influenciado pelas monções de nordeste que
chegam do Oceano Índico e pelas correntes quentes provenientes do canal de Moçambique.
Este clima é caracterizado por ter duas épocas: a estação das chuvas e a estação seca. Nas
regiões montanhosas o clima é tropical de altitude.

4.3 Quanto a Vegetação


Moçambique apresenta três tipos de vegetação: floresta densa nas terras altas do Norte e Centro
do país; floresta aberta e savana no Sul e, já na zona costeira estão os mangais (plantas com
adaptações específicas para sobreviver em condições de submersão em águas salobras)

4.4 As variáveis de regionalização económica do pais e o seu impacto


A economia de Moçambique desenvolveu-se desde o fim da Guerra Civil
Moçambicana (1977–1992). Em 1987, o governo embarcou em uma série de reformas
macroeconómicas destinadas a estabilizar a economia. Essas medidas, combinadas com a
assistência dos doadores e com a estabilidade política desde as eleições multipartidárias em
1994, levaram a melhorias dramáticas na taxa de crescimento do país.

A inflação foi reduzida para um dígito durante o final dos anos 1990, embora tenha voltado
para dois dígitos em 2000-02. As reformas fiscais, incluindo a introdução de um imposto sobre
o valor acrescentado e a reforma do serviço alfandegário, melhoraram a capacidade do governo
de arrecadar receitas. Apesar destes ganhos, Moçambique continua dependente da assistência
externa para grande parte do seu orçamento anual.

As principais fontes de receitas são provenientes da agricultura, pesca (principalmente


camarão), agricultura (cana-de-açúcar, algodão, mandioca, etc.), mineração (bauxita, ouro e
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pedras preciosas), extração de gás natural, exploração de madeira e do turismo. O setor
industrial também é importante, atuando nos segmentos de bebidas e tabaco.

O desempenho econômico essencial de um país pode ser visto em seu produto interno bruto
PIB Ou seja, a quantidade total de todos os bens e serviços vendidos no país. Em todo o
mundo, o produto interno bruto 2021 foi de 10.301 dólares per capita. Em contraste, o PIB de
Moçambique atingiu 416 euros por habitante, ou 13,34 bilhões de dólares para o país como um
todo. Moçambique é, portanto, uma das economias menores e ocupa atualmente a 127ª
posição. Se isto for calculado por habitante, levando em conta a paridade do poder de compra,
Moçambique ocupa a 185ª posição na lista dos países mais ricos do mundo.

A taxa de inflação em Moçambique em 2021 foi de aproximadamente 5,69%. Dentro da UE, a


média no mesmo ano foi de 2,55%. O índice de percepção de corrupção no setor público é de
26, que é esmagadoramente pobre pelos padrões globais.

5.0 Impacto da pandemia de Covid19 na economia de Moçambique


O impacto da pandemia de Corona não foi significativo em Moçambique 2020. No total, o
produto interno bruto (PIB) em 2020 caiu de 13,75 bilhões dólares para 12,28 bilhões dólares.
Com uma grande queda de 10,66%, a economia em Moçambique tem lutado significativamente
mais do que em outros países. Em 2021, já havia uma recuperação e o produto interno bruto
subiu para 13,34 bilhões dólares americanos (=97,0% de 2019).

5.1 Actividades Económicas


A principal actividade económica de Moçambique é a agricultura, empregando cerca de 70%
da população activa total e representando 26% do PIB (2019). Existe uma grande variedade de
culturas e produtos agrícolas em Moçambique, que segundo a FAO é o 18º maior produtor
mundial de mandioca (2019)

Os produtos mais cultivados incluem sementes oleaginosas, milho, feijão, arroz e açúcar. 9%
do total da população activa trabalha no sector industrial .As exportações minerais importantes
incluem alumínio, carvão, minério de ferro, ouro, bauxite, grafite, mármore e tantalite Para
além dos bens de exportação acima mencionados, a electricidade é uma das exportações mais
valiosas de Moçambique. Cahora Bassa é uma das maiores barragens do mundo. 65% da
electricidade produzida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) é exportada para a África

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do Sul. Os restantes 35% estão divididos entre a energia eléctrica das regiões do norte de
Moçambique e a exportação para o Zimbabwe.

Um recurso natural importante encontrado em Moçambique é o gás natural liquefeito (GNL).


Empresas energéticas estrangeiras como a Anadarko e ENI, descobriram depósitos
significativos de gás natural na Bacia do Rovuma, na costa de Cabo Delgado, em 2015.
Considerando a grande dimensão das reservas de gás, Moçambique tem o potencial de ser um
dos maiores mercados de GNL na região subsaariana. Existem já três grandes projectos de
GNL com investimentos na indústria de GNL de Moçambique. No entanto, devido aos
conflitos internos em Cabo Delgado, a Total (um dos investidores) congelou os seus
investimentos indefinidamente em Abril de 2021

6.0 Principais Sectores Económicos

6.1 Sector da Agricultura e Pecuária


Em Moçambique, a agricultura é o esteio da economia e o país tem um grande potencial de
crescimento no setor. A agricultura emprega mais de 80% da força de trabalho e fornece meios
de subsistência para a vasta maioria de mais de 23 milhões de habitantes. A agricultura
contribuiu com 31,5% do PIB em 2009, enquanto o comércio e os serviços responderam com
44,9%. Em contraste, 20 por cento do valor total das exportações em 2009 teve origem no setor
agrícola, principalmente por meio da exportação de peixes (principalmente camarões e
camarões), madeira, copra, caju nozes e citrus, algodão, cocos, chá e tabaco.

A economia de Moçambique desacelerou no último quinquénio (2015-2019), tendo o produto


interno bruto (PIB) crescido a uma taxa média anual de 3,9 %. Esta tendência de desaceleração,
que dada a conjuntura actual poderá manter-se nos próximos anos, contrasta com o crescimento
acelerado e sustentado de 7,5 % registado na primeira década e meia do presente século (2000-
2014) (INE, 2020). A agricultura, cujo crescimento tem sido muito lento, continua a ser o
sector que mais contribui para o PIB, com uma média anual à volta de 20 % nas últimas duas
décadas.

O desenvolvimento da agricultura tem ocupado um lugar central nos planos e programas de


governação e de desenvolvimento do País ao longo deste período (Governo de Moçambique
[GdM], 2008, 2011a, 2011b, 2015). Contudo, os ganhos do rápido crescimentoe da expansão
da economia neste período pouco se reflectiram no desenvolvimento de forças produtivas na
agricultura e no meio rural em geral. Ou seja, o padrão de crescimento económico traduziu-se

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em poucos ganhos no aumento da produção e produtividade agrícolas, sobre-tudo do «sector
familiar», oficialmente anunciado como o centro da política agrária. As condições de produção
e reprodução da agricultura familiar tornaram-se cada vez mais críticas.

O crescimento da agricultura registado entre 2005 e 2015 deveu-se à expansão da produção de


mercadorias primárias para exportação (madeira, tabaco, algodão, caju, açúcar e bananas), que,
no passado, constituíam algumas das principais fontes de divisas para o País (Castel-Branco,
2017a, 1994).

6.2 Pescas e Aquacultura


A pesca industrial e semi-industrial constituem os subsetores envolvidos em actividades pes-
queiras comerciais, cuja produção é essencialmente para o mercado externo. Contudo, é
importante notar que a estratégia de desenvolvimento do subsector da Pesca Artesanal e da
Aquacultura tem como objectivo aumentar a produção nestes sub-sectores e criar mecanismos
de acrescentar valor a esses produtos para que tenham acesso ao mercado internacional, bem
como melhorar o abastecimento a nível do mercado interno, contribuindo para a segurança
alimentar e nutricional das populações e melhoria das condições de vida. As potencialidades
para o desenvolvimento da aquacultura em Moçambique são vastas:

a existência de um ambiente favorável para investimentos, de condições climáticas favoráveis


(clima tropical e subtropical); ambiente livre de poluição, baixa pressão populacional e
recursos extensos; um potencial de 33.000 ha adequados para a aquacultura costeira; a
existência de espécies selvagens com grande potencial comercial. Moçambique exporta ainda
matéria-prima não processada, essencialmente produtos congelados a bordo pela frota
industrial.

6.3 Sector industrial


Uma das principais dinâmicas económicas no continente africano é a rápida aceleração do
processo de integração económica e a criação de um mercado único, evidenciado pela
assinatura, do acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continental em Março de 2018. Há,
portanto, a necessidade de avaliar criticamente o impacto dos acordos de integração regional já
existentes, como o caso da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC,
sigla em inglês), da qual Moçambique é membro, particularmente sobre o desenvolvimento
industrial local, uma das principais prioridades estabelecidas pelos países-membros da SADC.
De facto, o crescimento económico da região é, em grande medida, movido pela mineração e

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por outros sectores extractivos com fraca diversificação para actividades ligadas a
transformação industrial.

A contribuição média do valor agregado da indústria manufactureira no Produto Interno Bruto


(PIB) da região reduziu de 17,4% em 1990 para 12,7% em 2015, uma tendência que se verifica
em todos países-membros, com a excepção do Lesoto. No entanto, há diferenças significativas
no desenvolvimento de capacidades industriais entre os vários países dentro da região que
podem ameaçar o papel da integração económica como uma plataforma de promoção de
desenvolvimento económico induzido pela transformação industrial. O desenvolvimento de
competitividade industrial é essencialmente a capacidade de os países aumentarem a sua
presença em mercados domésticos e internacionais ao mesmo tempo que desenvolvem os seus
sectores industriais com um nível cada vez mais elevado de valor agregado e de incorporação
de tecnologia (Lall, 2001; UNIDO, 2002).

A indústria manufactureira (também referida como indústria transformadora) é apontada como


um importante impulsionador da competitividade industrial, dada a sua capacidade de
multiplicar ligações produtivas dentro da economia (Amsden, 2001, 1989; Andreoni, 2013;
Chang, 1994; Hirschman, 1958).

7.0 Impacto econômico e social


A Guerra Civil Moçambicana (também conhecida como Guerra dos Dezasseis
anos Moçambique) foi um conflito civil que começou em 1977, dois anos após o fim da Guerra
de Independência de Moçambique, e que foi semelhante à Guerra Civil Angolana, visto que
ambas eram guerras secundárias dentro do contexto maior da Guerra Fria. Os ideais do partido
no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), bem como os das forças armadas
moçambicanas eram violentamente opostos aos da Resistência Nacional Moçambicana
(RENAMO), que recebia financiamento da Rodésia e, mais tarde, da África do Sul. Durante o
conflito, cerca de um milhão de pessoas morreram em combates e por conta de crises de fome.
Além disso, cinco milhões de civis foram deslocados e muitos sofreram amputações por minas
terrestres, um legado da guerra que continua a assolar o país.

Outra consequência negativa desse conflito foi a destruição da infraestrutura, afetando


diretamente a economia nacional.

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A recessão económica e social, o totalitarismo marxista, a corrupção política, a pobreza, as
desigualdades económicas e o insucesso do planeamento central, fizeram nascer uma vontade
revolucionária.

Moçambique, assim como a maioria dos países da África Subsaariana, apresenta vários
problemas socioeconômicos. Conforme dados divulgados em 2010 pela Organização das
Nações Unidas (ONU), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país é o quinto menor
do mundo: 0,284. A expectativa de vida dos habitantes é de apenas 42,2 anos; o analfabetismo
atinge mais de 55% da população; a taxa de mortalidade infantil é de 86 óbitos a cada mil
nascidos vivos."

7.1 Dívida pública como factor estruturante e desestabilizador da economia Nacional


A magnitude, peso na economia, estrutura e velocidade de crescimento da dívida pública têm
claras consequências.

O impacto que a dívida pública tem na estruturação da despesa pública e dos serviços públicos
é de:

 Limitar a capacidade do Estado de prosseguir políticas económicas e sociais mais


amplas, forçando a crescente mercantilização dos serviços públicos o que limita o
acesso, embora crie novas oportunidades de lucro para capitalistas nacionais forçando
o Estado a priorizar credores e especuladores em vez do bem-estar social, e projectos
de elevado interesse para as multinacionais, em vez de programas de elevado benefício
social;
 o endividamento público e as modalidades do seu financiamento encarecem o capital e
tornam o acesso a meios de financiamento muito mais difíceis para a pequena e média
empresa, e transformam o sector financeiro doméstico num mercado de títulos de
dívida, pouco interessado no desenvolvimento da base produtiva. Portanto,
privilegiando o grande capital que criou a sua dívida, o Estado sufoca o resto da
economia;

O endividamento tão grande, rápido e concentrado, numa economia tão dependente de


importações (para consumo e investimento), e de fluxos externos de capital, desestabiliza a
economia em múltiplas formas:

 tem efeito directo na disponibilidade de moeda estrangeira e, por consequência, na


instabilidade da taxa de câmbio e, por essa via, na instabilidade dos preços;
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 afecta os custos de produção e os custos de vida, reduzindo o salário real e causando
instabilidade política e social;
 provoca retracção do investimento e do emprego, sobretudo nas pequenas e médias
empresas; (iv)
 Aumenta as mais altas taxas de juro do mercado e períodos curtos de reeembolso.
 a crise da dívida faz explodir a bolha económica (crescimento com base especulativa
gerada pelo empolamento das expectativas sobre o futuro, alimentadas por
endividamento público e financeirização dos activos estratégicos nacionais), o que, por
sua vez, afecta negativamente as expectativas sobre retornos especulativos no futuro,
gerando as dinâmicas de implosão da economia (retracção do investimento, do
crescimento e do emprego, com implicações fiscais imediatas).

8.0 Integração Econômica regional de Moçambique


Quando se fala em integração de economias, a UE aparece como o paradigma de estudos
"comparativos" para todos os demais processos de integração cconómica mundial. Quase todas
as grandes economias mundiais encontram-se, de alguma forma, envolvidas em processos de
integração económica. Temos como exemplos, os Estados Unidos (NAFTA), Europa (UE),
América Latina (Pacto Andino e MERCOSUL).

Há integração quando vários países procuram constituir um espaço económico no qual os


obstáculos e as disparidades se reduzem, c, no horizonte, se pretende o seu desaparecimento
(Guillochon, 1993, p. 200 apud Cossa 2006).

Segundo Salvatore (2000, p. 175), a integração económica refere-se à política comercial de


reduzir ou eliminar as barreiras comerciais, de forma discriminatória, somente entre as nações
interligadas. Desta definição pode-se aferir que o processo de Integração Económica Regional
tem em vista criar bases para uma maior fluidez nas trocas comerciais de bens e serviços,e na
movimentação eficiente de factores de produção e tecnologia, alargando a actuação da oferta e
da procura, e como resultado de uma politica comum visando a eliminação das distorçoes das
economias dos estados interligados.

Os paises que se beneficiam imensamente da integração económica regional sãoaqueles que


projectam e implementam políticas domésticas que sustentam eestimulam a produção, os
investimentos e o comércio, o que nos remete a avaliar emseguida o impacto que uma
integração pode ter na economia.

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8.1 Impacto da Integração Económica regional
Segundo a Estratégia de Moçambique para o processo de integração regional na SADC (2008),
a abertura do comércio estimula toda a economia: aumenta as receitas dos países exportadores
e proporciona aos consumidores dos países importadores uma escolha mais vasta de bens e de
serviços, a preços mais baixos, graças a uma maior concorrência, além de permitir que os
países possam produzir e exportar os bens e os serviços em que são mais competitivos.

De facto, a ampliação do mercado resultante da integração económica, pode conduzir a uma


intensificação da concorrência com uma série de efeitos favoráveis para o pais e o consumidor
em particular, como preços mais baixos, maior quantidade, melhor qualidade, aceleração do
processo tecnológico, redistribuição do rendimento entre os habitantes de diversos países e
dentro de cada pais.

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9.0 Considerações finais
Chegando ao fim deste trabalho, pode se concluir que , a agricultura em Moçambique é o esteio
da economia e o país tem um grande potencial de crescimento no setor. A agricultura emprega
mais de 80% da força de trabalho e fornece meios de subsistência para a vasta maioria de mais
de 23 milhões de habitantes. A agricultura contribuiu com 31,5% do PIB em 2009, enquanto o
comércio e os serviços responderam com 44,9%. O desenvolvimento da agricultura tem
ocupado um lugar central nos planos e programas de governação e de desenvolvimento do País
ao longo deste período (Governo de Moçambique [GdM], 2008, 2011a, 2011b, 2015).
Contudo, os ganhos do rápido crescimentoe da expansão da economia neste período pouco se
reflectiram no desenvolvimento de forças produtivas na agricultura e no meio rural em geral.
Ou seja, o padrão de crescimento económico traduziu-se em poucos ganhos no aumento da
produção e produtividade agrícolas, sobre-tudo do «sector familiar», oficialmente anunciado
como o centro da política agrária. As condições de produção e reprodução da agricultura
familiar tornaram-se cada vez mais críticas.

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10.0 Referências bibliográficas
AFONSO, R. S. A. Geologia de Moçambique. Nota explicativa de carta geológica de
Moçambique 1: 2000 000. Imprensa Nacional de Moçambique. Maputo, 1976.

Atlas Geográfico de Moçambique. Lourenço Marques Imprensa Nacional. 1952 e 1964.

BARRADAS, L., As águas fluviais na politica agrária do Sul de Moçambique.Informação e


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BOLEO, J.O., Geografia Física de Moçambique. Imprensa Nacional Lisboa 1950.

BOUDEVILLE, J. (1973) Os espaços econômicos. Ed. Difel, São Paulo.

BREITBACH, A. (1988) Estudo sobre o Conceito de Região, FEE, Porto Alegre.

CAILLEUX, A., Biogeografia Mundial, Presse Universitaire de France que sais je?

FREITAS, A. J., A geologia e o desenvolvimento económico e social de Moçambique.


Lourenço Marques. 1959.

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GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE — T.C.F. Hall e P. Vasconcelos — Agência Geral das


Colónias, Lisboa 1948

KLARMANN, Herbert. (1999) Região e Identidade Regional: um estudo da espacialização e


representatividade regional no Vale do Rio Pardo. Dissertação de Mestrado em
Desenvolvimento Regional. Santa Cruz do Sul: UNISC.

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