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1. Administração pública e governo: conceito e objetivos ....................................................................

2. Evolução dos modelos de administração pública. ..........................................................................10

3. Regime jurídico-administrativo na Constituição Federal de 1988: princípios constitucionais do direito


administrativo brasileiro. .........................................................................................................................21

4. Serviços Públicos: conceito; características; classificação; titularidade; princípios; usuários;


execução; novas formas de prestação dos serviços públicos.................................................................36

5. Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho,


prioridade em serviço .............................................................................................................................45

6. Lei Federal nº 8.112/90. .................................................................................................................63

7. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia;
uso e abuso do poder...........................................................................................................................113

8. Lei Federal nº 8.429/92: dever de eficiência; dever de probidade; dever de prestar contas. ........122

9. Controle da administração pública: conceito; fundamentos; objetivo; natureza jurídica; classificação;


tipos. ....................................................................................................................................................136

10. Noções de Licitação (Lei Federal nº 8.666/93): normas gerais de licitação; conceito; finalidades;
princípios; objeto e modalidades. .........................................................................................................147

11. Contrato administrativo: noções gerais; elementos; características; formalização; cláusulas


exorbitantes; alteração; execução e inexecução; revisão, rescisão, reajustamento e prorrogação;
desfazimento; controle; modalidades; convênios e consórcios administrativos. ...................................157

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A administração pública é a forma como o Estado governa, ou seja, como executa as suas atividades
para o bem estar de seu povo. Lembrando que povo são os habitantes de um determinado território. É
organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido e onde normalmente a lei
máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto
interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima: um governo, um povo, um
território. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max
Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal).

Governo é o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração


pública. A palavra governo tem dois sentidos, coletivo e singular. O primeiro, como conjunto de órgãos
que orientam a vida política do Estado. O segundo, como poder executivo, órgão que exerce a função
mais ativa na direção dos negócios públicos. É um conjunto particular de pessoas que, em qualquer
tempo, ocupam posições de autoridade dentro de um Estado, que tem o objetivo de regrar uma sociedade
política e exercer autoridade. Neste sentido, os governos se revezam regularmente, ao passo que o
Estado perdura e só pode ser mudado com dificuldade e muito lentamente. O tamanho do governo vai
variar de acordo com o tamanho do Estado, e ele pode ser local, regional ou nacional.
O governo é a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança
de um Estado ou uma nação. É formado por dirigentes executivos do Estado e ministros.
A forma de governo é a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a
relação entre governantes e governados. Existem diversos tipos de governo, como anarquismo (quando
existe a ausência ou falta de governo), democracia (os cidadãos elegíveis participam igualmente),
ditadura (não há participação popular), monarquia (chefe de governo se mantém no cargo até a morte),
oligarquia (poder político concentrado em um pequeno número de pessoas), tirania (utilizada
normalmente em situações excepcionais) e outros.
O sistema de governo não pode ser confundido com a forma de governo, pois a forma é o modo
como se relacionam os poderes e o sistema de governo é a maneira como o poder político é dividido e
exercido no âmbito de um Estado.

seu sentido contemporâneo, foi no livro Arte da Guerra, do imperador e general que fundou a dinastia dos
Sun Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau Maquiavel.
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus homônimos. Há,
entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil.
O objetivo nãoé ferir a definição tradicional de Estado, mas equiparar a grafia a outros termos não menos
importantes.
O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro
firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado
pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max
Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência.
O Estado é uma organização que conta com o monopólio da violência legítima (uso da força), pelo que
dispõe de instituições como as forças armadas, a polícia e os tribunais, pelo fato de assumir as funções
de governo, defesa, segurança e justiça, entre outras, num determinado território. O Estado de Direito é
aquele que enfoca a sua organização na divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judicial). É
importante esclarecer que os conceitos de Estado e governo não são sinônimos. Os governantes são
aqueles que, temporariamente, exercem cargos nas instituições que conformam o Estado.
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na Antiguidade, em
várias regiões do mundo, como na Suméria, na América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos,
estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a tutela do governo de um reino ou
império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força.

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O Estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um
supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Europeia. Os governos
são transitórios e apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os Estados
são permanentes (ao menos enquanto durar o atual sistema capitalista).
Dessa forma, o governo seria apenas uma das instituições que compõem o Estado, com a função de
administrá-lo. Várias correntes filosóficas opõem-se à existência do Estado tal como o conhecemos. O
anarquismo, por exemplo, promove o total desaparecimento do Estado e a respectiva substituição pelas
associações livres e organizações participativas.
O marxismo, em contrapartida, considera que o Estado é uma ferramenta de domínio que se encontra
sob o controle da classe dominante. Como tal, aspira à sua destruição para que seja substituído por um
Estado Operário como parte constituinte da transição para o socialismo e o comunismo, onde já não será
necessário um Estado, uma vez superada a luta de classes (burguesia x proletariado).
A Nação, por outro lado, tem seu conceito ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos. Por
nação entende-se um agrupamento ou organização de uma sociedade que partilha dos mesmos
costumes, características, idioma, cultura e que já possuem uma determinada tradição histórica. Alguns
autores chegam a afirmar que o Estado seria a institucionalização da Nação.
Entretanto, observa-se a existência de Estados com muitas nações ou multinacionais e algumas
nações sem Estado constituído. Existem nações sem Estado (nação palestina, nação basca) e Estados
que reúnem e abarcam várias nações. No Direito Administrativo contemporâneo, Governo é a expressão
que define o núcleo diretivo do Estado, alterável por eleições e responsável pela gerência dos interesses
estatais e pelo exercício do poder político. É a organização e autoridade governante de uma unidade
política. O poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e
exerce autoridade. O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração
executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. Os Estados que
possuem tamanhos variados podem ter vários níveis de Governo conforme a organização política daquele
país, como por exemplo o Governo local, regional e nacional. A forma de governo é a política base que
define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. O sistema de governo é a divisão do poder no
Estado. Há ainda o regime político, que é uma relação entre o governante e a força exercida entre ele.

Aristóteles (384-322 a.C.) na obra Política, dividiu o governo de três formas:

1) Monarquia: cujo governo tem caráter hereditário, visa o bem comum, como a obediência ás leis e
ás tradições. O governo cabe a uma única pessoa, que possui poderes não só para fazer as leis, como
também para aplicá-las. A forma distorcida da monarquia é a Tirania, na qual o governo é de um homem
só que ascende ao poder por meios ilícitos.

2) Aristocracia: o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas, que tem tese, seria o grupo
ou classe mais apta a conduzir o Estado. No entanto, a distorção da aristocracia, e a Oligarquia, uma
forma impura de governo. Na oligarquia em governa são os mais poderosos, geralmente, os mais ricas,
possuidores de títulos de nobreza ou que conquistaram o poder pela força.

3) Politéia: governo do povo, exercido com respeito ás leis e em benefício de todos. A forma distorcida
da Politéia é a Democracia, na qual a maioria exerce o poder, favorecendo preferencialmente os pobres
(POLIZEL, 2010). Apresentamos as formas puras de governo (Monarquia, Aristocracia e Politéia) que
forma propostas por Aristóteles, e também as formas impuras (Tirania, Oligarquia e Democracia).
No entanto, a Democracia, no ocidente, tem uma conotação mais expandida, por exemplo, para

na liberdade de consciência, trabalho, religião, igualdade etc.


Podemos considerar o Estado moderno como uma sociedade com base territorial, dividida em
governantes e governados, com ambições, dentro do território que lhe é reconhecido e com supremacia
sobre todas as demais instituições. Estão sob seu domínio todas as formas de atividade cujo controle ele
julgue conveniente. Surge no auge da monopolização do poder do governante do estado.
Segundo Norbert Elias, o governo monopolista, fundamentado nos monopólios da tributação e da
violência física, atingira assim, nesse estágio particular, como monopólio pessoal de um único indivíduo,
sua forma consumada. Era protegido por uma organização de vigilância muito eficiente. O rei latifundiário,
que distribuía terras ou dízimos, tornara-se o rei endinheirado, que distribuía salários, e este fato dava à
centralização um poder e uma solidez nunca alcançados antes. O poder das forças centrífugas havia sido
finalmente quebrado. Todos os possíveis rivais do governante monopolista viram-se reduzidos a uma
dependência institucionalmente forte de sua pessoa. Não mais em livre competição, mas apenas numa

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competição controlada pelo monopólio, apenas um segmento da nobreza, o segmento cortesão, concorria
pelas oportunidades dispensadas pelo governante monopolista, e ela vivia ao mesmo tempo sob a
constante pressão de um exército de reserva formado pela aristocracia do interior do país e por elementos
em ascensão da burguesia.
A corte era a forma organizacional dessa competição restrita. Com o surgimento de uma classe social
e econômica, formada de moradores da cidade, homens livres, comerciantes, banqueiros, estudiosos,
artesões, entre outras atribuições autônomas e sustentáveis, que conseguiram por meio de seus dotes e
por meio do pagamento de tributo de proteção aos senhores feudais formarem os burgos, vindo daí a

evoluindo para o absolutismo ao mesmo tempo em que a classe burguesa igualmente evoluía, mas
achacada pelos altos tributos cobrados de todos os meios e de todos os lados, evoluindo para uma
situação, quem em torno do século XVIII já seria insustentável. Classifica-se a evolução do Estado de
Direito em:

a) Estado Liberal - Liberalismo é forma ao mesmo tempo racional e intuitiva de organização social em
que prevalece a vontade da maioria quanto à coisa pública, e que está livre de qualquer fundamento
filosófico ou religioso capaz de limitar ou impedir a liberdade individual e a igualdade de direitos, e no qual
o desenvolvimento e o bem estar social dependem da divisão do trabalho, do direito de propriedade, da
livre concorrência e do sentimento de fraternidade e responsabilidade filantrópica frente à diversidade de
aptidões e de recursos dos indivíduos. Surge com a revolução burguesa na França, suas características
básicas são a não intervenção do Estado na economia, igualdade formal, autonomia e divisão dos
poderes. A Constituição é tida como norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantidora de
direitos fundamentais individuais. Segundo parte da doutrina, nesse estado somente se fala nos direitos
de primeira geração que são aqueles que pregam a liberdade, também chamados de direitos individuais,
posto que protegem o cidadão contra os arbítrios e abusos do Estado.

b) Estado Social Segundo La Bradbury (2006), a igualdade tão somente formal aplicada e o
absenteísmo do Estado Liberal em face das questões sociais, apenas serviram para expandir o
capitalismo, agravando a situação da classe trabalhadora, que passava a viver sob condições miseráveis.
O descompromisso com o aspecto social, agravado pela eclosão da Revolução Industrial, que submetia
o trabalhador a condições desumanas e degradantes, a ponto de algumas empresas exigirem o trabalho
diário do obreiro por doze horas ininterruptas, culminou com a Revolução Russa de 1917, conduzindo os
trabalhadores a se organizarem com o objetivo de resistir à exploração. Esse movimento configurava a
possibilidade de uma ruptura violenta com o Estado Liberal, devido à grande adesão de operários do
ocidente europeu. A burguesia, hesitante à expansão dos ideais pregados pela Revolução Russa, adotou
mecanismos que afastassem os trabalhadores da opção revolucionária, surgindo, então, o Estado Social,
com as seguintes características: intervenção do Estado na economia, aplicação do princípio da igualdade
material e realização da justiça social. A burguesia, agora detentora do poder político, passou a defender
o intervencionismo estatal no campo econômico e social, buscando acabar com a postura absenteísta do
Estado, preocupando-se com os aspectos sociais das classes desfavorecidas, conferindo-lhes uma
melhor qualidade de vida, com o único intuito de conter o avanço revolucionário. Para alcançar tal intento,
os capitalistas tiveram que substituir a igualdade formal (igualdade perante à lei), presente no Estado
Liberal, que apenas contribuiu para o aumento das distorções econômicas, pela igualdade material
(igualdade de fato), que almejava atingir a justiça social. O princípio da igualdade material ou substancial
não somente considera todas as pessoas abstratamente iguais perante a lei, mas se preocupa com a
realidade de fato, que reclama um tratamento desigual para as pessoas efetivamente desiguais, a fim de
que possam desenvolver as oportunidades que lhes assegura, abstratamente, a igualdade formal. Surge,
então, a necessidade de tratar desigualmente as pessoas desiguais, na medida de sua desigualdade. O
Estado Social (ou do Bem Estar), apesar de possuir uma finalidade diversa da estabelecida no Estado de
Direito, possuem afinidades, uma vez que utiliza do respeito aos direitos individuais, notadamente o da
liberdade, para construir os pilares que fundamentam a criação dos direitos sociais. Surgem, desta forma,
situam no plano do ser, de conteúdo econômico e social, que
almejam melhorar as condições de vida e trabalho da população, exigindo do Estado uma atuação positiva
em prol dos explorados, compreendendo, dentre outros, o direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à
-
se um Estado Social, positivamente atuante para ensejar o desenvolvimento (não o mero crescimento,
mas a elevação do nível cultural e a mudança social) e a realização da justiça social (é dizer, a extinção

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c) Estado Democrático - Surge após a Segunda Guerra Mundial, dissociando-se das políticas
totalitárias como o nazismo e fascismo, sendo suas características principais a representatividade política
pelo voto do povo, detentor da soberania e uma Constituição não apenas limitadora de poderes e políticas
públicas, mas regulamentadora das prestações positivas do Estado em prol do cidadão e da coletividade.
Declara e assegura direitos fundamentais individuais e coletivos, tais como, direito a paz, ao meio
ambiente ecologicamente correto, às tutelas de liberdade do pensamento, expressão, autoria e
intimidade, o respeito e a autodeterminação dos povos, as políticas de reforma agrária e moradia popular,
os benefícios e aposentadorias previdenciários, a assistência social, entre outros, surgindo os direitos de
terceira geração e outros, denominados de quarta geração, ligados ao constante progresso científico e
tecnológico contemporâneo e outros fenômenos políticos como a globalização e a unificação dos países,
de modo à regular a cibernética, a informática, a biogenética, entre outros.

A organização político-administrativa do Estado brasileiro compreende a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. Os Estados podem
incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar. A criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios far-se-á por lei estadual, dentro do período determinado por lei
complementar federal e dependerá de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei. Passemos ao estudo específico da Administração Pública.
O Estado brasileiro adotou a tripartição de poderes, assim são seus poderes o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário, conforme se infere da leitura do art. 2º da Constituição Federal:

São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o


Judiciário

a) Poder Executivo: No exercício de suas funções típicas, pratica atos de chefia do Estado, do
Governo e atos de administração, ou seja, administra e executa o ordenamento jurídico vigente. È uma
administração direita, pois não precisa ser provocada. Excepcionalmente, no exercício de função atípica,
tem o poder de legislar, por exemplo, via medida provisória.

b) Poder legislativo: No exercício de suas funções típicas, é de sua competência legislar de forma
geral e abstrata, ou seja, legislar para todos. Tem o poder de inovar o ordenamento jurídico. Em função
atípica, pode administrar internamente seus problemas.

c) Poder judiciário: No exercício de suas funções típicas, tem o poder jurisdicional, ou seja, poder de
julgar as lides, no caso concreto. Sua atuação depende de provocação, pois é inerte.
A partir do momento que a controvérsia é julgada em decisão transitada em julgado, é impossível
modificá-la.

Como vimos, o governo é o órgão responsável por conduzir os interesses de uma sociedade. Em
outras palavras, é o poder diretivo do Estado.

Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição
pode ser modificada mediante eleições.1
O Governo organiza-se em:
Ministérios: órgãos subordinados ao presidente da República e que auxiliam nas atividades do Poder
Executivo.
Secretarias: também são subordinadas à presidência da República e estão relacionadas a assuntos
de interesses sociais.
Conselhos: são responsáveis por recomendar diretrizes, tomar decisões relacionadas às políticas ou
administrar programas.
Agências reguladoras: fiscalizam os serviços públicos realizados pelas entidades privadas.

1
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo/Alexandre Mazza. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 49

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo (com função
política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa,
executando os planos governamentais). Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir
Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a
função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada,
apenas, pelos órgãos administrativos.

Administração Pública
Sentido amplo Sentido estrito
órgãos governamentais (políticos) + órgãos administrativos exclusivamente, órgãos administrativos.

Sentido formal, subjetivo ou orgânico

Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a
estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que
desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de atuação da
Administração Pública.
Entes, Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração
Direta e Indireta.
Os Entes Políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (todas com
personalidade jurídica de Direito Público).
Os Entes Administrativos são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse
caso, temos entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função
administrativa, e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e
sociedades de economia mista (CF, art. 173).
Órgãos Públicos são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma
pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 os conceitua
como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta.
Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja, são pessoas físicas
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.
Há ainda as Entidades Privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias de
serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As atividades
exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez que o Brasil se
baseia no critério formal.
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade realizada,
é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em sentido subjetivo,
com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades

conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do

Pela acepção formal / subjetiva / orgânica, deve-

Sentido material, objetivo ou funcional

Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa
desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a
Administração Pública.

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Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém,
os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades
administrativas englobam:
1) Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma necessidade
pública, ou que tenha utilidade pública.
2) Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização.
3) Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios ou
incentivos fiscais.
4) Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada (desapropriação,
tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo e regulador (agências
reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da concorrência, formação de
estoques reguladores etc.
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de

CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico, está sujeito
predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica em sentido estrito.
Nessa acepção, estaríamos adotando uma concepção subjetiva, atribuindo relevância à pessoa que
exerce a atividade, caracterizando uma contradição incontornável, porque se estará abandonando o
critério objetivo (o que é realizado?) e conferindo primazia ao critério subjetivo (quem realiza?) em uma
acepção que, por definição, deveria ser objetiva.

Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de administração pública divide-se em dois
sentidos:
- Objetivo (material/funcional): "Em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública
pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de

É a atividade administrativa executada pelo Estado, por seus órgãos e agente, com base em sua
função administrativa. É a gestão dos interesses públicos, por meio de prestação de serviços públicos. É
a administração da coisa pública (res publica).
- Subjetivo (Formal/Orgânico): -se definir
Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o
exercício da função administrativa do Estado".
É o conjunto de agentes, órgãos e entidades designados para executar atividades administrativas.

Em resumo:

Administração Pública
Sentido formal / subjetivo / orgânico órgãos + agentes + entidades (quem faz a Adm. Pública?)
Sentido material / objetivo / funcional atividade administrativa (o que faz a Adm. Pública?)

A Administração Pública organiza-se de acordo com a divisão abaixo:

Administração direta:
- União
- Estado
- Municípios
- Distrito Federal

Administração Indireta:
- Autarquias
- Associações públicas
- Agências reguladoras
- Fundações públicas
- Empresas públicas
Sociedades de economia mista.

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Questões

01. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa CESPE/2014). No que se refere ao Estado,
governo e à administração pública, assinale a opção correta.
(A) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na sociedade e
na economia.
(B) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de
governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo.
(C) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa.
(D) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa exercida pelas
pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa.
(E) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas as
atividades executivas, legislativas e judiciais.

02. (SEGER/ES - Todos os Cargos CESPE/2013). Acerca de governo, Estado e administração


pública, assinale a opção correta.
(A) Atualmente, Estado e governo são considerados sinônimos, visto que, em ambos, prevalece a
finalidade do interesse público
(B) São poderes do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público.
(C) Com base em critério subjetivo, a administração pública confunde-se com os sujeitos que integram
a estrutura administrativa do Estado.
(D) O princípio da impessoalidade traduz-se no poder da administração de controlar seus próprios
atos, podendo anulá-los, caso se verifique alguma irregularidade
(E) Na Constituição Federal de 1988 (CF), foi adotado um modelo de separação estanque entre os
poderes, de forma que não se podem atribuir funções materiais típicas de um poder a outro.

03. (UFAL - Auxiliar em Administração COPEVE-UFAL/2014). O termo Administração Pública, em


sentido estrito e objetivo, equivale
(A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
(B) à noção de governo.
(C) ao conceito de Estado.
(D) ao conceito de função administrativa.
(E) ao Poder Executivo.

04. (STJ -: Técnico Judiciário Administrativa CESPE/2015). Julgue o item a seguir, acerca dos
conceitos de Estado, governo e administração pública.
A Presidência da República integra a administração pública federal direta.

( ) Certo ( )Errado

05. (CESPE INSS - Perito Médico Previdenciário CESPE/2010). Acerca do direito administrativo,
julgue os itens a seguir.
Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
( ) Certo ( ) Errado

06. (AL-GO -Assistente Legislativo - Assistente Administrativo CS-UFG). Em sentido estrito, a


Administração Pública compreende,
(A) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto subjetivo, apenas a
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função
política.
(B) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função
política.
(C) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto formal, apenas a função
administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.
(D) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto hierárquico, apenas a
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função
política.

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07 (TCE/CE- Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental FCC/2015). A
Administração pública burocrática
(A) caracteriza-se pelo controle rígido, exercido prioritariamente por indicadores de gestão.
(B) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a definição de metas para a atuação dos
servidores públicos e, consequentemente, a sua progressão na carreira.
(C) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a importância do cumprimento de regras e
procedimentos rígidos.
(D) baseia-se no princípio do mérito profissional e atribui grau limitado de confiança aos servidores e
políticos, recomendando, para isso, o contrato de gestão.
(E) foi adotada em substituição à Administração patrimonial, que distinguia o patrimônio público do
patrimônio privado.

08 (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Administrativa FCC/2012). Em seu sentido subjetivo, a


administração pública pode ser definida como
(A) a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob o regime de direito público, para a
realização dos interesses coletivos.
(B) o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a Lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado.
(C) os órgãos ligados diretamente ao poder central, federal, estadual ou municipal. São os próprios
organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias.
(D) as entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades de
Governo de forma descentralizada. São exemplos as Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista.
(E) as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital
exclusivo da União, se federal, criadas para exploração de atividade econômica que o Governo seja
levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa.

09. (PC/SP - Delegado de Polícia VUNESP/2014). A Administração Pública, em sentido


(A) objetivo, material ou funcional, designa os entes que exercem a atividade administrativa.
(B) amplo, objetivamente considerada, compreende a função política e a função administrativa.
(C) estrito, subjetivamente considerada, compreende tanto os órgãos governamentais, supremos,
constitucionais, como também os órgãos administrativos, subordinados e dependentes, aos quais
incumbe executar os planos governamentais.
(D) estrito, objetivamente considerada, compreende a função política e a função administrativa.
(E) subjetivo, formal ou orgânico, compreende a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.

10. Assinale certo ou errado para a assertiva abaixo:


( ) Em sentido objetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades
que desempenham a função administrativa.

11. (AGEHAB - Analista Técnico Contador FUNDAÇÂO SOUSÂNDRADE). A professora Maria


Sylvia Zanella Di Pietro, ao conceituar administração pública, revela que esta possui dois sentidos:
subjetivo e objetivo. Considerando o ponto de vista desta doutrinadora, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A administração pública em sentido subjetivo é também chamada de material ou funcional.
(B) A administração pública em sentido objetivo é também chamada de material ou funcional.
(C) A administração pública em sentido subjetivo é também chamada de funcional.
(D) A administração pública em sentido objetivo é também chamada de formal.
(E) A administração pública em sentido objetivo abrange todos os entes aos quais a lei atribui o
exercício da função administrativa.

Respostas

01. Resposta: E
O Estado, sob o ponto de vista constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; é uma nação
politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito
público que contém seus elementos e três Poderes.

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