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03 Fundamentos Da Administracao Publica
03 Fundamentos Da Administracao Publica
7. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia;
uso e abuso do poder...........................................................................................................................113
8. Lei Federal nº 8.429/92: dever de eficiência; dever de probidade; dever de prestar contas. ........122
10. Noções de Licitação (Lei Federal nº 8.666/93): normas gerais de licitação; conceito; finalidades;
princípios; objeto e modalidades. .........................................................................................................147
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foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
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A administração pública é a forma como o Estado governa, ou seja, como executa as suas atividades
para o bem estar de seu povo. Lembrando que povo são os habitantes de um determinado território. É
organizado política, social e juridicamente, ocupando um território definido e onde normalmente a lei
máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto
interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima: um governo, um povo, um
território. O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max
Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal).
seu sentido contemporâneo, foi no livro Arte da Guerra, do imperador e general que fundou a dinastia dos
Sun Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau Maquiavel.
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus homônimos. Há,
entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil.
O objetivo nãoé ferir a definição tradicional de Estado, mas equiparar a grafia a outros termos não menos
importantes.
O reconhecimento da independência de um Estado em relação aos outros, permitindo ao primeiro
firmar acordos internacionais, é uma condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado
pode também ser definido em termos de condições internas, especificamente (conforme descreveu Max
Weber, entre outros) no que diz respeito à instituição do monopólio do uso da violência.
O Estado é uma organização que conta com o monopólio da violência legítima (uso da força), pelo que
dispõe de instituições como as forças armadas, a polícia e os tribunais, pelo fato de assumir as funções
de governo, defesa, segurança e justiça, entre outras, num determinado território. O Estado de Direito é
aquele que enfoca a sua organização na divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judicial). É
importante esclarecer que os conceitos de Estado e governo não são sinônimos. Os governantes são
aqueles que, temporariamente, exercem cargos nas instituições que conformam o Estado.
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se desenvolveram na Antiguidade, em
várias regiões do mundo, como na Suméria, na América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos,
estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a tutela do governo de um reino ou
império, seja por interesses econômicos mútuos, seja por dominação pela força.
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O Estado como unidade política básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de um
supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso da União Europeia. Os governos
são transitórios e apresentam diferentes formas, que variam de um lugar para outro, enquanto os Estados
são permanentes (ao menos enquanto durar o atual sistema capitalista).
Dessa forma, o governo seria apenas uma das instituições que compõem o Estado, com a função de
administrá-lo. Várias correntes filosóficas opõem-se à existência do Estado tal como o conhecemos. O
anarquismo, por exemplo, promove o total desaparecimento do Estado e a respectiva substituição pelas
associações livres e organizações participativas.
O marxismo, em contrapartida, considera que o Estado é uma ferramenta de domínio que se encontra
sob o controle da classe dominante. Como tal, aspira à sua destruição para que seja substituído por um
Estado Operário como parte constituinte da transição para o socialismo e o comunismo, onde já não será
necessário um Estado, uma vez superada a luta de classes (burguesia x proletariado).
A Nação, por outro lado, tem seu conceito ligado à identidade, à cultura e aos aspectos históricos. Por
nação entende-se um agrupamento ou organização de uma sociedade que partilha dos mesmos
costumes, características, idioma, cultura e que já possuem uma determinada tradição histórica. Alguns
autores chegam a afirmar que o Estado seria a institucionalização da Nação.
Entretanto, observa-se a existência de Estados com muitas nações ou multinacionais e algumas
nações sem Estado constituído. Existem nações sem Estado (nação palestina, nação basca) e Estados
que reúnem e abarcam várias nações. No Direito Administrativo contemporâneo, Governo é a expressão
que define o núcleo diretivo do Estado, alterável por eleições e responsável pela gerência dos interesses
estatais e pelo exercício do poder político. É a organização e autoridade governante de uma unidade
política. O poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e
exerce autoridade. O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração
executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. Os Estados que
possuem tamanhos variados podem ter vários níveis de Governo conforme a organização política daquele
país, como por exemplo o Governo local, regional e nacional. A forma de governo é a política base que
define como o Estado exerce o poder sobre a sociedade. O sistema de governo é a divisão do poder no
Estado. Há ainda o regime político, que é uma relação entre o governante e a força exercida entre ele.
1) Monarquia: cujo governo tem caráter hereditário, visa o bem comum, como a obediência ás leis e
ás tradições. O governo cabe a uma única pessoa, que possui poderes não só para fazer as leis, como
também para aplicá-las. A forma distorcida da monarquia é a Tirania, na qual o governo é de um homem
só que ascende ao poder por meios ilícitos.
2) Aristocracia: o Estado é governado por um pequeno grupo de pessoas, que tem tese, seria o grupo
ou classe mais apta a conduzir o Estado. No entanto, a distorção da aristocracia, e a Oligarquia, uma
forma impura de governo. Na oligarquia em governa são os mais poderosos, geralmente, os mais ricas,
possuidores de títulos de nobreza ou que conquistaram o poder pela força.
3) Politéia: governo do povo, exercido com respeito ás leis e em benefício de todos. A forma distorcida
da Politéia é a Democracia, na qual a maioria exerce o poder, favorecendo preferencialmente os pobres
(POLIZEL, 2010). Apresentamos as formas puras de governo (Monarquia, Aristocracia e Politéia) que
forma propostas por Aristóteles, e também as formas impuras (Tirania, Oligarquia e Democracia).
No entanto, a Democracia, no ocidente, tem uma conotação mais expandida, por exemplo, para
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competição controlada pelo monopólio, apenas um segmento da nobreza, o segmento cortesão, concorria
pelas oportunidades dispensadas pelo governante monopolista, e ela vivia ao mesmo tempo sob a
constante pressão de um exército de reserva formado pela aristocracia do interior do país e por elementos
em ascensão da burguesia.
A corte era a forma organizacional dessa competição restrita. Com o surgimento de uma classe social
e econômica, formada de moradores da cidade, homens livres, comerciantes, banqueiros, estudiosos,
artesões, entre outras atribuições autônomas e sustentáveis, que conseguiram por meio de seus dotes e
por meio do pagamento de tributo de proteção aos senhores feudais formarem os burgos, vindo daí a
evoluindo para o absolutismo ao mesmo tempo em que a classe burguesa igualmente evoluía, mas
achacada pelos altos tributos cobrados de todos os meios e de todos os lados, evoluindo para uma
situação, quem em torno do século XVIII já seria insustentável. Classifica-se a evolução do Estado de
Direito em:
a) Estado Liberal - Liberalismo é forma ao mesmo tempo racional e intuitiva de organização social em
que prevalece a vontade da maioria quanto à coisa pública, e que está livre de qualquer fundamento
filosófico ou religioso capaz de limitar ou impedir a liberdade individual e a igualdade de direitos, e no qual
o desenvolvimento e o bem estar social dependem da divisão do trabalho, do direito de propriedade, da
livre concorrência e do sentimento de fraternidade e responsabilidade filantrópica frente à diversidade de
aptidões e de recursos dos indivíduos. Surge com a revolução burguesa na França, suas características
básicas são a não intervenção do Estado na economia, igualdade formal, autonomia e divisão dos
poderes. A Constituição é tida como norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantidora de
direitos fundamentais individuais. Segundo parte da doutrina, nesse estado somente se fala nos direitos
de primeira geração que são aqueles que pregam a liberdade, também chamados de direitos individuais,
posto que protegem o cidadão contra os arbítrios e abusos do Estado.
b) Estado Social Segundo La Bradbury (2006), a igualdade tão somente formal aplicada e o
absenteísmo do Estado Liberal em face das questões sociais, apenas serviram para expandir o
capitalismo, agravando a situação da classe trabalhadora, que passava a viver sob condições miseráveis.
O descompromisso com o aspecto social, agravado pela eclosão da Revolução Industrial, que submetia
o trabalhador a condições desumanas e degradantes, a ponto de algumas empresas exigirem o trabalho
diário do obreiro por doze horas ininterruptas, culminou com a Revolução Russa de 1917, conduzindo os
trabalhadores a se organizarem com o objetivo de resistir à exploração. Esse movimento configurava a
possibilidade de uma ruptura violenta com o Estado Liberal, devido à grande adesão de operários do
ocidente europeu. A burguesia, hesitante à expansão dos ideais pregados pela Revolução Russa, adotou
mecanismos que afastassem os trabalhadores da opção revolucionária, surgindo, então, o Estado Social,
com as seguintes características: intervenção do Estado na economia, aplicação do princípio da igualdade
material e realização da justiça social. A burguesia, agora detentora do poder político, passou a defender
o intervencionismo estatal no campo econômico e social, buscando acabar com a postura absenteísta do
Estado, preocupando-se com os aspectos sociais das classes desfavorecidas, conferindo-lhes uma
melhor qualidade de vida, com o único intuito de conter o avanço revolucionário. Para alcançar tal intento,
os capitalistas tiveram que substituir a igualdade formal (igualdade perante à lei), presente no Estado
Liberal, que apenas contribuiu para o aumento das distorções econômicas, pela igualdade material
(igualdade de fato), que almejava atingir a justiça social. O princípio da igualdade material ou substancial
não somente considera todas as pessoas abstratamente iguais perante a lei, mas se preocupa com a
realidade de fato, que reclama um tratamento desigual para as pessoas efetivamente desiguais, a fim de
que possam desenvolver as oportunidades que lhes assegura, abstratamente, a igualdade formal. Surge,
então, a necessidade de tratar desigualmente as pessoas desiguais, na medida de sua desigualdade. O
Estado Social (ou do Bem Estar), apesar de possuir uma finalidade diversa da estabelecida no Estado de
Direito, possuem afinidades, uma vez que utiliza do respeito aos direitos individuais, notadamente o da
liberdade, para construir os pilares que fundamentam a criação dos direitos sociais. Surgem, desta forma,
situam no plano do ser, de conteúdo econômico e social, que
almejam melhorar as condições de vida e trabalho da população, exigindo do Estado uma atuação positiva
em prol dos explorados, compreendendo, dentre outros, o direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à
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se um Estado Social, positivamente atuante para ensejar o desenvolvimento (não o mero crescimento,
mas a elevação do nível cultural e a mudança social) e a realização da justiça social (é dizer, a extinção
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c) Estado Democrático - Surge após a Segunda Guerra Mundial, dissociando-se das políticas
totalitárias como o nazismo e fascismo, sendo suas características principais a representatividade política
pelo voto do povo, detentor da soberania e uma Constituição não apenas limitadora de poderes e políticas
públicas, mas regulamentadora das prestações positivas do Estado em prol do cidadão e da coletividade.
Declara e assegura direitos fundamentais individuais e coletivos, tais como, direito a paz, ao meio
ambiente ecologicamente correto, às tutelas de liberdade do pensamento, expressão, autoria e
intimidade, o respeito e a autodeterminação dos povos, as políticas de reforma agrária e moradia popular,
os benefícios e aposentadorias previdenciários, a assistência social, entre outros, surgindo os direitos de
terceira geração e outros, denominados de quarta geração, ligados ao constante progresso científico e
tecnológico contemporâneo e outros fenômenos políticos como a globalização e a unificação dos países,
de modo à regular a cibernética, a informática, a biogenética, entre outros.
a) Poder Executivo: No exercício de suas funções típicas, pratica atos de chefia do Estado, do
Governo e atos de administração, ou seja, administra e executa o ordenamento jurídico vigente. È uma
administração direita, pois não precisa ser provocada. Excepcionalmente, no exercício de função atípica,
tem o poder de legislar, por exemplo, via medida provisória.
b) Poder legislativo: No exercício de suas funções típicas, é de sua competência legislar de forma
geral e abstrata, ou seja, legislar para todos. Tem o poder de inovar o ordenamento jurídico. Em função
atípica, pode administrar internamente seus problemas.
c) Poder judiciário: No exercício de suas funções típicas, tem o poder jurisdicional, ou seja, poder de
julgar as lides, no caso concreto. Sua atuação depende de provocação, pois é inerte.
A partir do momento que a controvérsia é julgada em decisão transitada em julgado, é impossível
modificá-la.
Como vimos, o governo é o órgão responsável por conduzir os interesses de uma sociedade. Em
outras palavras, é o poder diretivo do Estado.
Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição
pode ser modificada mediante eleições.1
O Governo organiza-se em:
Ministérios: órgãos subordinados ao presidente da República e que auxiliam nas atividades do Poder
Executivo.
Secretarias: também são subordinadas à presidência da República e estão relacionadas a assuntos
de interesses sociais.
Conselhos: são responsáveis por recomendar diretrizes, tomar decisões relacionadas às políticas ou
administrar programas.
Agências reguladoras: fiscalizam os serviços públicos realizados pelas entidades privadas.
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MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo/Alexandre Mazza. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 49
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo (com função
política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa,
executando os planos governamentais). Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir
Administração Pública como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a
função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada,
apenas, pelos órgãos administrativos.
Administração Pública
Sentido amplo Sentido estrito
órgãos governamentais (políticos) + órgãos administrativos exclusivamente, órgãos administrativos.
Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a
estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que
desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de atuação da
Administração Pública.
Entes, Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração
Direta e Indireta.
Os Entes Políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (todas com
personalidade jurídica de Direito Público).
Os Entes Administrativos são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse
caso, temos entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função
administrativa, e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e
sociedades de economia mista (CF, art. 173).
Órgãos Públicos são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma
pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 os conceitua
como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta.
Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja, são pessoas físicas
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.
Há ainda as Entidades Privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias de
serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As atividades
exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez que o Brasil se
baseia no critério formal.
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade realizada,
é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em sentido subjetivo,
com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades
conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa
desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a
Administração Pública.
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Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém,
os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades
administrativas englobam:
1) Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma necessidade
pública, ou que tenha utilidade pública.
2) Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização.
3) Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios ou
incentivos fiscais.
4) Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada (desapropriação,
tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo e regulador (agências
reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da concorrência, formação de
estoques reguladores etc.
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de
CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico, está sujeito
predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica em sentido estrito.
Nessa acepção, estaríamos adotando uma concepção subjetiva, atribuindo relevância à pessoa que
exerce a atividade, caracterizando uma contradição incontornável, porque se estará abandonando o
critério objetivo (o que é realizado?) e conferindo primazia ao critério subjetivo (quem realiza?) em uma
acepção que, por definição, deveria ser objetiva.
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de administração pública divide-se em dois
sentidos:
- Objetivo (material/funcional): "Em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública
pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de
É a atividade administrativa executada pelo Estado, por seus órgãos e agente, com base em sua
função administrativa. É a gestão dos interesses públicos, por meio de prestação de serviços públicos. É
a administração da coisa pública (res publica).
- Subjetivo (Formal/Orgânico): -se definir
Administração Pública, como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o
exercício da função administrativa do Estado".
É o conjunto de agentes, órgãos e entidades designados para executar atividades administrativas.
Em resumo:
Administração Pública
Sentido formal / subjetivo / orgânico órgãos + agentes + entidades (quem faz a Adm. Pública?)
Sentido material / objetivo / funcional atividade administrativa (o que faz a Adm. Pública?)
Administração direta:
- União
- Estado
- Municípios
- Distrito Federal
Administração Indireta:
- Autarquias
- Associações públicas
- Agências reguladoras
- Fundações públicas
- Empresas públicas
Sociedades de economia mista.
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Questões
01. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa CESPE/2014). No que se refere ao Estado,
governo e à administração pública, assinale a opção correta.
(A) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na sociedade e
na economia.
(B) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de
governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo.
(C) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa.
(D) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa exercida pelas
pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa.
(E) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas as
atividades executivas, legislativas e judiciais.
04. (STJ -: Técnico Judiciário Administrativa CESPE/2015). Julgue o item a seguir, acerca dos
conceitos de Estado, governo e administração pública.
A Presidência da República integra a administração pública federal direta.
( ) Certo ( )Errado
05. (CESPE INSS - Perito Médico Previdenciário CESPE/2010). Acerca do direito administrativo,
julgue os itens a seguir.
Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
( ) Certo ( ) Errado
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07 (TCE/CE- Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental FCC/2015). A
Administração pública burocrática
(A) caracteriza-se pelo controle rígido, exercido prioritariamente por indicadores de gestão.
(B) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a definição de metas para a atuação dos
servidores públicos e, consequentemente, a sua progressão na carreira.
(C) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a importância do cumprimento de regras e
procedimentos rígidos.
(D) baseia-se no princípio do mérito profissional e atribui grau limitado de confiança aos servidores e
políticos, recomendando, para isso, o contrato de gestão.
(E) foi adotada em substituição à Administração patrimonial, que distinguia o patrimônio público do
patrimônio privado.
Respostas
01. Resposta: E
O Estado, sob o ponto de vista constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; é uma nação
politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito
público que contém seus elementos e três Poderes.
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