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T Sexta-feira, 15 de Dezembro de 1995 I Série — N.° 50 RIO DA REPUBLICA OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste mémero — KzR: 60 000.00 Toda a correspondéncia quer oficial, quer relativa a aniincio e assinaturas do «Diftio da Republicas, deve ser dirigida a Imprensn Nacional — U.E.E., om Luanda, Caixa Postal 1306 — End ‘Teleg.: «Imprensar. As trés séries AL série AL" série A 3." série. ASSINATURAS . KR: 790 000.00 ‘© prego de cada Wiha publicads not Dilvion dx Repibica 1.* 2.* abies € de KaR: 562500, para a 3.4 sdrie Kuk: 16 500.00, acrexido do respective imposto do selo, dependeado a publi- Ano IQR: 355 500.00 " KeR: 239 000,00 } sts¥0 da 3.* série, de depérico prévio efecuar | K2R: 195 000,00 | 8 Tesouraria da Imprease Nacional — UELE. 2.° SUPLEMENTO SUMARIO Conselho de Ministros Decreto-Lel 2." 16-A/98: _Aprova 2s Normas do Procedimento e da Actividade Administrativa. CONSELHO DE MINISTROS Decreto-Lei_n. 16-A/95 ‘de 15 de Dezembro A assumpedo do principio da legalidade democrética, consagrada na Constituicdo da Repablica, determina a adop- ‘gio de principios, normas e preceitos préprios no dominio do funcionamento e actividade de Administragdo Publica, através dos quais se deve garantir, no respeito & Lei, por um Jado, na emissao da vontade ¢ no exercicio da autoridade ad- ministrativa € por outro lado, os direitos e interesses legi- timamente protegidos dos particulares. A defesa de tais direitos e interesses requer a aplicagio de instrumentos ¢ mecanismos nio s6 jurisdicionais como também estrictamente administrativos, com o intuito de proporcionar os meios mais adequados para a prevencio € comrecgio de eventuais faltas e irregularidades da administra- ‘gio no cumprimento das suas atribuigbes, Com efeito, deste modo, a adopcio de um diploma nor- mativo que faculte aos particulares e & administragéo as regras fundamentais de relacionamento entre ambos, quer no que respeita a0s prinefpios gerais desse relacionamento, quer dos direitos e deveres recfprocos, quer ainda no que se refere ‘80 comportamento dos cidadios em relagdo ao poder admi- nistrativo € as regras do funcionamento da administrago ‘para com os particulares; Nestes termos, no uso da autorizagao legislativa conce- dida pela Resolugio n.* 6/95, de 1 de Setembro da Assem- bleia Nacional © a0 abrigo do artigo 113% da Lei Constitucional, o Governo decreta 0 seguinte: Artigo 1.8 — E aprovado o diptoma sobre Normas do Procedimento ¢ da Actividade Administrativa que se publica €m anexo ao presente decreto-lei e que dele faz parte inte- grante Art, 2 — O presente diploma entra em vigor um més apés a sua publicaca . 3° — As dividas e omissdes resultantes da aplica- ‘gio do presente diploma serdo resolvidas pelo Conselho de Ministros. Visto ¢ aprovado pelo Conselho de Ministros. Publique-se. Luanda, aos 3 de Maio de 1994, O Primeiro Ministro, Marcolino José Carlos Moco. Presidente da Repiblica, Jost Ebuarbo pos Santos. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CAPITULO I Disposigses Preliminares ARTIGO 1 (Conceito) E considerado procedimento administrativo a sucessio ordenada de actos ¢ forma lidades com vista a formagdo e ma- nifestagdo da vontade dos érgaos de Administragao Publica. » 579(2) ARTIGO 2 1. O presente diploma aplica-se a todos os drgios da Ad- ministragéo Pablica e a todos os actos em matéria adminis- trativa, praticados pelos érgios do Estado que, nao sendo contudo da Administragao Pablica, desempenham fungdes ‘materialmente administrativas. 2. Para efeitos deste diploma sio érgios de Adminis- tragéo Pablica: a) 0s 6rgios Centrais ¢ Locais do Estado que exergam fungdes administrativas; 4) 08 érgios dos Institutos Pablicos e das Associagdes Pablicas. 3. O regime fixado no presente diploma € também apli= ccivel aos actos praticados por empresas concessionérias no uso de poderes de autoridade. CAPITULO II Princfpios Gerais ARTIGO 3 (Principia da legalidade) Na sua actuagio os Srgios da Administragao Piiblica de- vem observar estrictamente a lei € 0 dircito nos limites ¢ com os fins para que the forem conferidos poderes ARTIGO (Principio da prossecugdo do lateresse pablico) Aos érgios administrativos cabe prosseguir 0 interesse Pablico, no respeito pelos direitos e interesses dos cidadaos. ARTIGO 5" (Princtpio da proporcionalidade) As decisées dos Srgios da Administragio que entrem em choque com direitos subjectivos ou interesses legalmente Protegidos dos cidadiins nao podem afectar essus posigies ‘em termos desproporcionais aos objectivos a atingir. ARTIGO 6+ (Principlo da imparcialidade) Os 6rgios da Administragio Pablica devem tratar de for- ‘ma imparcial os cidadios com os quais entrem em relacdo. ARTIGO 7 (Principio da colaboracto da administrasdo com os particvlares) No desempenho das suas fungdes os 6rgdos da Adminis- tragio Piblica, devem actuar em estreita colaboragio com os particulares, cabendo-Ihes nomeadamente: 4@) prestar informagGes e esclarecimentos; 5) receber sugestées e informacées. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 8° (Principio da participasto} Aos érgios da Administragdo Publica cabe assegurar. participagio dos particulares ARTIGO 9+ (Principio da decisto) 1. Os 6rgdos administrativos deverio sempre pronun: ciar-se sobre todos os assuntos que the sejam apresentado pelos particulares.. 2, Fica precludido 0 dever de decisio se o 6rgio compe. tente tiver praticado, hé menos de dois anos, um acto admi- nistrativo sobre o mesmo pedido e fundamento. ARTIGO 10 (Principio do acesso & justia) E garantido aos particulares 0 acesso & i trativa na perspectiva de fiscalizagdo contenciosa dos actos da Administragao, para tutela dos seus direitos ou interesses legitimos. CAPITULO IIL Da Competéncia, da Delegacéo de Poderes © da Substituicéo SECCAOT Da competéncta ARTIGO 11 (Hnalienabilidade} ‘Sem prejuizo do disposto quanto a deleyagao de poderes €. substituicdo, a competéncia é irrenuncidvel e inaliendvel SECCAO IL Da detegaso de poderes ARTIGO 12. (Detegusio de poderes) 1. Os 6rgaos administrativos com competéncia de deci- sio em determinada matéria podem, desde que para tal este jam legalmente habilitados, permitir, através de um acto de delegacdo de poderes, que outro 6rgio pratique actos admi- nistrativos sobre idéntica matéria, 2.05 poderes dos érgdos colegiais poderio ser delegados ‘nos respectivos presidentes. ARTIGO 134 (Subdelegasto de poderes) Salvo disposigao tegal em contrério, o delegante pode autorizar 0 delegado a subdelegar. ARTIGO 14 (Requisitos do acto de delegacéo) 1. No acto de delegacio ou subdelegagio, 0 érgao dete- Bante ou subdelegante deverd especificar os poderes que S30 delegados ou subdelegados. I SERIE — N.° 50 — 15 DE DEZEMBRO DE 1995 2. Os actos de delegagio e subdelegagio deverio ser pu blicados no Didrio da Repiiblica. ARTIGO 158 (Mengho da qualidade de delegado ou subdelegado) No exercicio da delegagdo ou subdelegagio o érgao dele- gado ou subdelegaddo deve fazer mengio dessa qualidade. ARTIGO 16" (Poderes do delegante ov subdelegante) 0 6rgio detegante ou subdelegante tem o poder de avo- car e de revogar os actos praticados pelo delegado ou subie- legado nos termos da delegacdo ou subdelegacao. ARTIGO 17" (Extingto da delegacdo ou subdelegacte) A delegacio e & subdelegagio de poderes extinguem-se 4) pela subdelegacdo referida no artigo anterior: b) por caducidade consequente da mudanga dos titulares do 6rgéo delegante ou delegada, ou ao esgotamento, dos seus efeitos. ARTIGO 18! (Substitulgtoy 1, Na falta de designagio peta lei do substitute do titu- lar de cargo ausente ou impedido, a substituicao caberé ao inferior hierérquico imediato, mais antigo. do titular a subs- tituir. 2. O exercicio de fungdes em substituigao abarca os po- deres delegados no substituido. « CAPITULO IV Das Garantias de Imparcialidade ARTIGO 19° (Casos de impedimento} E vedado ao titular de érgio ou tunciondrio da Admi- nistragdo Publica intervir em procedimento administrative ou em actos de contrato da Administragiio Publica nos casos seguintes: 4) quando nele tenha interesse, por si ou como represen- tante de outra pessoa; 'b) quando por si ou como representante de outra,pessoa, nele tenha interesse 0 seu cOnjuge, algum parente ou afim em linha recta ou até ao 2. grau da linha colateral, bem como qualquer pessoa com quem ‘a em comunhdo de mesa e habitacéo; c) quando por si ou como representante de outra pessoa tenha interesse em questao semethante 3 que deva ser decidida ou quando tal siwacdo se verifique em relagéo & pessoa abrangida pela alinea anterior, 5793) ) quando tenha intervido no procedimento como perito ‘ou mandatério ov haja dado parecer sobre a questéo aresolver; €) quando tenha intervido no procedimento como perito ‘ou mandatério o seu cOnjuge, parente ou afim em linha recta ou até ao 2° grau da linha colateral, bem como qualquer pessoa com quem viva em co- munhdo de mesa ¢ habitacdo; J) quando contra ele, seu cOnjuge ow parente em linha recta esteja intentada acgdo judicial proposta por interessado ou pelo respectivo cénjuge; 8) quando se trata de recurso de deciséo proferida por si ou com a sua intervengio ou proferida por qual- quer das pessoas referidas na alinea 6) ow com intervengao destas. < ARTIGO 204 tArgeisho © declaragto do impedimesto 1. Sempre que se verifique causa de impedimento em relagdo & qualquer titular de Grgao ou tuncionério pablico fi- ca obrigado # comunicar logo o facto ao respectivo superior hierarquico. 2. Qualquer interessado pode requerer a declaragéo do im- pedimento, enquanto no for proferida a decisio definitiva ou praticado acto. 3. Compete ao superior hierdrquico conhecer a existén- cia do impedimento e declard-lo, com audigdo prévia do titu- lar do 6rgao ou funcionario. 4, Tratando-se de impedimento do presidente do érgao colegial, a decisio do incidente compete ao proprio 6rgao, sem intervencao do presidente. ARTIGO 218 (Efeites da arguicée do impediment) 1. Salvo ordem em contrério do respectivo superior hie~ rérquico o titular do érgdo ou agente deve suspender a sua actividade no procedimento logo que faga a comunicagao a que se refere 0 n.® 1 do artigo anterior ou tenha conheci- mento do requerimento a que se refere 0 n 2 do mesmo preceito. : 2. Aos titulares ou funciondrios impedidos nos termos do artigo 19. cabe tomar as medidas inadiaveis por urgéncia ou perigo, sujeitando-as porém a ratificagdo pela entidade {que 0s substituir ARTIGO 22 (Bfelios da dectaragio do impedimente) Declarado o impedimento do titular do 6rga0 ou funcio- nétio seré 0 mesmo imediatamente substituido no procedimento pelo respectivo substitute legal. ARTIGO 23" (Fundamento da recusa ¢ suspelsto) 1, Sempre que ocorta circunstancia pela qual possa sus- peitar-se da isengdo ou da rectiddo da conduta do titular do. érgio ou funciondrio, deve o mesmo pedir dispensa de inter- vir no procedimento e sobretudo; 5794) DIARIO DA REPUBLICA a) quando por si como representante de outra pessoa, ne- le tenha interesse, parente em linha recta ou até 20 3.8 grau da linha colateral, afim ou tutelado ou cu- ratelado dele ou do seu cdnjuge; b) quando o titular do Sérgio ou agente ou o seu cOnjuge, ‘ou algum parente afim for credor ou devedor de pessoa singular ou colectiva com interesse directo no procedimento, acto ou contrato; ©) quando tenha havido lugar ao recebimento de dédivas, antes ou depois de instaurado 0 procedimento, pelo titular do 6rgdo ou agente, seu cOnjuge, parente ou afim; d) se houve inimizade grave ou grande intimidade entre 0 titular do 6rgéo ou agente ou o seu cOnjuge © a pessoa com interesse direito no procedimento, acto ou contrat. 2. Com fundamento semethante 20 do nimero anterior € até ser proferida decisfio definitiva, pode qualquer interessado ‘por suspeigéo a titulares de Grgios ou funcionérios que imtervenham no procedimento, acto ou contrato. ARTIGO 24" (Pormulasto do pedido) 1. 0 pedido com indicagéo precisa dos factos que o justi- fiquem deve ser dirigido & entidade competente para dele ‘conhecer. 2. Por determinacio da entidade a quem for dirigido, o pedido do titular do érgao ou funciondrio, deverd ser formu- lado por escrito, 3. No caso de 0 pedido ser formulado por interessados, ‘no procedimento, acto ou contrato, seré sempre ouvido 0 titular do 6rgéo ou 0 funciondrio visado. ARTIGO 25." (Desisko sobre a escuss ou suspelgto) 1, E deferida nos termos referidos nos n®s 3 ¢ 4 do ar- ‘igo 20 a competéncia para decidir da escusa ou suspeiglo. 2. A decisio devers ser proferida no prazo de & dias 3. Reconhecida a procedéncia a0 pedido, deverd ser ob- servado 0 disposto nos artigos 21.° ¢ 22.8. ARTIGO 26° Sancho) 1. Os actos ou contratos em que tiverem intervido titus lares de 6rgios ou funcionsrios impedidos so anuléveis nos termos gerais de direito. 2. Constitui falta grave para efeitos disciplinares a omissdo do dever de comunicacdo a que alude o artigo 202, asi. CAPITULO V Dos Interessados ARTIGO 27° Clatervengho no procedimento aduinistrativo) 1. B assegurado a todos os particulares o direito de inter- vir pessoalmente no procedimento administrative ou de nele ” se fazerem representar ou assistir. 2. A capacidade de intervenco no procedimento € regu- lada pela capacidade de exercicio de direitos segundo a lei civil, aplicavel também ao suprimento da incapacidade. ARTIGO 28+ (Legitimidade) 1. Para iniciar 0 procedimento administrativo e para nele intervir tam legitimidade os titulares de direitos subjectivos ‘ou interesses legalmente protegidos. 2. Consideram-se, ainda dotados de legitimidade para a protecco de interesses difusos, os cidadaos a quem a actua- gio administrativa provoque ou possa previsivelmente pro- vocar preju(zos relevantes em bens fundamentais como, en- tte outros, a sade pablica, a habitagio, a educagio, o patri- ménio cultural, o ambiente, o ordenamento do territério e a qualidade de vida. 3. Os particulares que sem reserva tenham aceitado, ex- pressa ou tacitamente um acto administrativo, depois de praticado ndo podem recorrer. CAPITULO VI Do Procedimento Administrative SECCAO] Das disposigées gersis ARTIGO 29 ‘niciativa) O procedimento administrativo inicia-se oficiosamente ow a requerimento dos interessados. ARTIGO 30 (Comunicagho aos interessados) 1, Seré comunicado as pessoas cujos direitos ou inte- resses legalmente protegidos possam ser desde logo nomi- nalmente identificados, 0 inicio do procedimento oficioso. 2. Deixa de haver lugar & comunicagao determinada no mimero anterior nos casos em que a lei a dispense e naque- Jes em que a mesma possa prejudicar a natureza secreta ou confidencial da matéria, como tal classificada pela tei ou a oportuna adopgéo das providéncias visadas pelo procedimen- to. 3, Deverd constar na comunicacéo a entidade que orde- ‘nou a instauragdo do procedimento, a data do seu infcio, 0 servigo por onde corre ¢ 0 respectivo objecto. ARTIGO M1 (Dever de celeridade) Os érgéos da Administragdo Piblica devem providenciar pelo répido e eficaz andamento do procedimento, recusando o que for impertinente ou dilatério & promovendo o que for necessério ao seguimento e a justa e oportuna deciséo. ARTIGO 328 (Prazo gecat para a conclusto) 1. Ressaivando o disposto na lei ou ocorrendo circuns- tncias excepcionais, 0 procedimento deve ser concluido no prazo de 2 meses. I SERIE — N.° 50 — 15 DE DEZEMBRO DE 1995 2. A inobservancia do prazo a que se refere on? | deve ser justificada pelo érgao responsével perante 0 imediato su- perior hierérquico, dentro dos 10 dias seguintes ao termo do ‘mesmo prazo. ARTIGO 338 (Auaiéncla dos interessados) Os 6rgdos administrativos podem ordenar a notificagio dos interessados para se pronunciarem acerca de qualquer questo em qualquer fase do procedimento. SECGAO Do direito 2 informaséo ARTIGO 348 (Direlto dos tateressades & Informasio) 1. Aas particulares € assistido 0 direito a ser informados pela Administracdo, sobre o andamento dos procedimentos em que sejam directamente interessados, bem como o diteito de conhecer as resolucdes definitivas que sobre eles forem tomadas. 2, As informagbes a prestar podem incidir sobre a indi- cago do servigo onde © procedimento se encontra, os actos e diligéncias praticados, as eventuais deficiéncias a suprir pelos Interessados, as decisbes adoptadas © quaisquer outros elementos solicitados. 3. As informagGes referidas neste artigo deverdo ser for- necidas no prazo méximo de 10 dias. ARTIGO 35. (Consulta do processo e passagem de certiddes) 1. interessados t@m o direito de consultar © processo que nao contenha documentos classificados e obter as certi- dées ou reprodugées autenticadas dos documentos que o inte- gram. 2.0 direito referido no niimero anterior abrange os do- cumentos nominativos relativos & terceiros, desde que ex- cluidos os dados pessoais que nfo sejam ptiblicos, nos ter- mos legais. ARTIGO 36! (Certiddes independentes de despacho) Independentemente de despacho e no prazo de 10 dias & contar da apresentacio do respectivo requerimento, os fun- cionétios competentes so obrigados a passar aos interessa- dos certidio, reprodugio ou declaragio autenticada de docu- mentos nao classificados de que constem todos ou alguns dos seguintes elementos: 4a) data de apresentagio de requerimento, petigdes, recia- ‘magoes, recursos ou documentos semethantes; b) contetido desses documentos ou pretensfo neles for- mulados; ¢) andamento que tiveram ou situago em que se encon- tram; 4) resolugio tomada ou falta de resolugéo. ARTIGO 37" (Extensio do direito de informagho) 1. Sdo extensivos & quaisquer pessoas que provem ter interesse legitimo no conhecimento dos elementos que pre- tendam, os direitos previstos nos artigos 34.° a 36... 2. 0 exercicio dos direitos referidos no némero anterior, depende de despacho do dirigente do servigo, sobre requer ‘mento instruido com os documentos comprovativos do inte- resse legitima invocado. ‘SECCAO I Das notificagbes e dos prazos ARTIGO 38° (Dever de notificar) Os interessados deverdo ser sempre notificados dos actos administrativos que: 42) decidam sobre quaisquer pretensdes por eles formula- das; b) imponham deveres, sujeigdes ou sangdes ou causem prejutzos; ©) criem, extingam, aumentem ou diminuam direitos ou interesses legalmente protegidos ou afectem as ccondlgoes do seu exercicio, ARTIGO 39° (Diapensa de notificago) 1. O dever de notificago referido no artigo anterior serd dispensado nos casos adiante indicados: 12) quando sejam praticados oralmente na presenga dos in- teressados; b) quando o interessado, através de qualquer intervengio ‘no procedimento, revele perfeito conhecimento do contetido dos actos em causa. 2. Os prazos cuja contagem se inicie com a notificacio, comegam a correr no dia seguinte ao da pratica do acto ou no ja seguinte aquele em que ocorrer a intervengdo respecti- vamente nos casos previstos nas alineas a) € b) do niimero anterior. ARTIGO 40" ‘(Conteéde da notificacto) 1. Deverio constar da notificagao: 42) 0 texto integral do acto administrativo; —- b) a identificagdo do procedimento administrativo, in- Cluindo a indicagéo do autor e a data deste; c) o 6tgio competente para apreciar a impugnacao do ‘acto e 0 prazo para este efeito, no caso de nio ser susceptivel de recurso contencioso. 2. Quando o acto tiver deferido a pretengéo do interessa- do ou respeite & pratica de diligéncias processuais, 0 texto 5796) integral pode ser substituido pela indicagdo resumida do seu contedido e objecto. ARTIGO 41 (Prazo das notifiengses) Nio se achando fixado prazo especial, 0s acios adminis- trativos devem ser notificados no prazo de 8 dias. ARTIGO 42° ‘(Forma das notificasées) 1. As notificagées podem ser feitas: a) por via postal, desde que exista distribuigdo domicilid- ria na localidade de residéncia ou sede do notificado; b) pessoalmente, se esta forma de notiticagdo nao preju- dicar a celeridade do procedimento ou se for invia- vel a notificagao por via postal; ¢) por telegrama, telefone, telex ou telefax, se a urgéncia do caso recomendar 0 uso de tais meios; ) por edital a afixar nos locais do estilo ou anincio a publicar no Didrio da Reptblica, 2. A notificagdo feita por telegrama, telefone, telex ou telefax deverd ser confirmada nos termos das alineas a) ¢ b) do ndmero anterior, consoante os casos, no dia util imedia- to, sem prejuizo da notificagio se considerar feita na data da primeira comunicagao, ARTIGO 43" (Prazo gerai) 1. Ressalvando 0 disposto nos artigos 58! ¢ $9." e na falta de disposigdo, 0 prazo para os actos a praticar pelos Grgios administrativos & de 15 dias. 2. E também de 15 dias o prazo para os interessados re- quererem ou praticarem quaisquer actos, promoverem dili- Béncias, responderem sobre os assuntos acerca dos quais se devem pronunciar ou exercerem outros poderes no procedi- mento. ARTIGO 44" (Contagem dos prazes) Sho aplicavers a comtagem dos prazos as regras adiante indicadas: 4) no se inclui na contagem o dia em que ocorrer 0 ‘evento a partir do qual 0 prazo comega a correr; +5) 0 prazo comega a correr independentemente de quais- quer formalidades e suspende-se nos Sabados, Do- mingos e Feriados; 6) 0 termo do prazo que caia em dia em que o servigo pe- ante © qual deva ser praticado 0 acto ndo esteja aberto ao piiblico ou nao funcione durante 0 perfo- do normal, transfere-se para 0 primeiro dia Gtil seguinte. SECGAO IV, Da marcha do procedir-ento ARTIGO 45. (Requerimente inicial; 1. O requerimento inicial dos interessados deve ser fore ‘mulado por escrito e conter: DIARIO DA REPUBLICA a) a designagio do érgio administrativo a que se dirige; +b) a identificagio do requerente, pela indicagao do nome estado, profissdo € residencia, ©) a exposicao dos factos em que se baseia o pedi d) a indicagao do pedido, em termos claros € precisos; €) a data € a assinatura do requerente ou de outrém a seu Togo, se © mesmo ndo souber ou ndo puder assi- nar. 2. Em cada requerimento nao pode ser formulado mais de um. pedido, salvo se se tratar de pedidos alternativos ot subsididrios, ARTIGO aoe ‘Apresentagio de requerimento} 1. Salvo o disposte nox ntimeros seguintes, os requerl mentos devem ser apresentados nos servigos dos Srgd0s 0: ‘quais sto dirigidos. 2. Podem ser apresentados nox servigos locais descon cemtrados os requetimentos dlrigidos ans drgios centrais, ‘quando o interessados residam na drea de competéncia da queles. 3. Os requetimentos dirigidos a drgos que nao dispo- anham de servigos ma drea da residéneia dos interessados, po: dem ser apresentadios na Secretaria do Governo da respective Provincia 4. Os requerimentos apresentados nos termos dos ntime- ros anteriores deverdo ser remetidos aos 6rgaos competentes pelo registo do correio e no prazo de 3 dias apyis o seu rece- bimento, com a indicagdo da data em que este se verificou. ARTIGO 47 (Registo de apresentagdo de requerimento) 1. Seja qual for o modo por que se apresente, o requeri- mento seré sempre objecto de registo, © qual deveré men- cionar 0 respectivo atimero de ordem, a data, 0 abjecto do requerimento, 0 nimero de documentos juntos € 0 nome do requerente, 2. Os requerimentos deverdo ser registados segundo a or- dem da sua apresentagio, com anotacao do respectivo nome- roe data, ARTIGO 48° ‘Recibo da entrega de requerimentas) 1. Os interessados podem exigir recibo comprovativo da centrega dos requerimentos apresentados. 2.0 recibo pode consistir em averbamento no duplicado ou na fotocspia do requerimento que para o efeito o reque- rente apresente. SECCAO Das medidas provisirias ARTIGO 49" (Admissibllidade de medidas provisérias) 1. Oficiosamente ou & requerimento dos interessados pode 0 drgéo competente para a deciséo final, em qualquer fase do procedimento, ordenar as medidas provis6rias que se mostrem necessérias, se houver justo receio de, sem tais 1 SERIE — N.° 50 — 5 DE DEZEMBRO DE 1995 5791) medidas, se produzir lesdo grave ou de dificil reparagao dos interesses piblicos em causa. 2. A deciséo de ordenar ou alterar ay medidas provissrias deve ser fundamentada e fixar o respectivo prazo de validade. 3. A revogagao das medidas provisérias deve ser objecto da fundamentagao referida no nimero anterior, ARTIGO 50° (Caducidade das medidas provisbrias) Exceptuadas as disposigdes especiais, as medidas provi- sérias caducam: 4) uma vez proferida decisio definitiva no procedimento; 6) com 0 decurso do prazo que thes tiver sido fixado ou a respectiva prorrogagio; ©) exgotado 0 prazo fixado na lei para a decisio final d) se, nao estando estabetecido tal prazo, « decisao final nao for proferida ve instauragdo do proc ro dos 6 meses seguintes 2 jimento, SECGAO VI Da instrugio ARTIGO Si (Direcgio da instrusdo) 1. Sem prejuizo do disposto nos diplomas orgiinieos dos servigos ou em preceitos especiais, a direcgio e a instrugio abe ao rgio competente para a decisdo. 2. Exceptuando os casos em que a lei imponha direegio pessoal, o drgio competente para a decisdo pode a delegar a competéncia em subordinado seu. 3. © orgdo competente para dirigir a instrucio pode en carregar subordinado seu da realizagdo de diligéncias instru- \irias especificas ARTIGO 52" (Audiéncia dos interessedos) 1. Salvo o disposto no artigo seguinte, uma vez con- cluida a instrugdo, os interessados tém © direito de ser ou- vidos no procedimento antes de ser tomada a decisio final 2. O érgio instrutor decide, em cada caso, se a audiéncia dos interessados é escrita ou oral, ARTIGO S3* (inextstenciae dspensa de audiénca dos interessados) 1. Deixa de haver audiéneia dos interessados: 4) no caso da decisio ser urgente: +b) desde que seja de prever que a diligéncia possa com- prometer a execucdo ou a utilidade da deciséo. 2. O érgio instrutor pode dispensar @ audiéncia dos inte- ressados nos seguintes casos: 4a) se os interessados jé se tiverem pronunciado no proce- dimento sobre as questOes que importem a decisao € sobre as provas produzidas, 'b) se 08 elementos constantes do procedimento conduzi: rem A uma decisio favordvel aos interessados. ARTIGO $42 (Relatério do ins a instrutor elaboraré um relatério no qual indica 0 pe dido do interessado, resume 0 conteddo do procedimento ¢ formula uma proposta de decisdo, simtetizando as razées de facto e de diteito que a justificam. SECGAO Vitt Da decistoe outrascausas de extingho ARTIGO 55 (Cansas de extingéo) O procedimento extingue-se pela tomada da deciséo fina © por qualquer dos outros factos previstos nesta secgio. ARTIOO 56 (uvectsaofinat express) Na decisdo final expressa deverdo ficar resolvidas todas a questies suscitadas durante 0 procedimento e que néo hajam sido decididas em momento anterior. ARTIGO S7# (Deferimento técitoy 1. Estando a prética de um acto administrativo ou o exer- ccicio de um direito por um particular dependente de aprova- ‘cdo ou autorizagao de um érgéo administrativo, consideram- se estas concedidas, salvo disposigao em contrario, se decisio nio for proferida no prazo estabelecido por lei. 2, Se nao estiver fixado por lei prazo especial, o prazc de produgio do deferimento ticito serd de 90 dias a contar da formulagao do pedido ou da apresentagdo do proceso para efeit. 3. Para os efeitos do disposto neste artigo, consideram- -se dependentes de aprovacéo ou autorizagio de érgio admi strativo, para além daqueles relativamente 40s quais leis especiais prevejam o deferimento técito, os casos de: 4) licenciamento de obras particulares; ») alvards de loteamento; ¢) autorizacdo de investimento estrangeiro; ) autorizacdo para laboragdo continua; £) autorizagéo de trabalho por turnos; J/acumulagdo de fungdes pablicas ¢ privadas; 4, Para 0 cOmputo dos prazos previstos nos 1.85 1 ¢ 2 considera-se que os mesmos se suspendem sempre que procedimento estiver parado por motivo imputével ao par ticular, ARTIGO Sa* (Indeferimente técito) 1. Sem prejuteo Wo disposto no attigo anterior, a falt no prazo fixado para a sua emisséo, de decisio final sobre pretensao dirigida a 6rgdo administrativo competente confer 40 interessado, salvo disposigo em contrério, a faculdade d presumir indeferida essa pretensio, para poder, querendo exercer o direito de impugnagso. 579(8) 2. E de 90 dias 0 prazo a que se refere 0 mimero ante- rior. CAPITULO VIL Da Actividade Administrativa ARTIGO 59? CAmbito de splicasto) As disposigdes da presente secedo aplicam-se & todos os regulamentos da Administragio Pablica. ARTIGO 60° (Petigbes) 1. Os interessados podem apresentar aos 6rgios compe- tentes petigées fundamentadas emrque solicitem a elabora- io, modificagéo ou revogagao de regulamentos. 2. O 6tg0 com competéncia regulamentar informard os interessados do destino dado &s petigdes formuladas dos fundamentos da posigo que tomar em relacdo as mesmas. ARTICO 61 (Projecto de regulamentoy Todo 0 projecto de regulamento deve estar acompanhado de uma nota justificativa fundamentada. ARTIGO 62° (Audigncia dos interessedos) 1, Tratando-se de regulamento que imponha deveres, su- jeigées ou encargos ¢ quando # isso nao oponham razées, fundamentadas de interesse piiblico, o 6rgéo com competén- cia regulamentar deverd ouvir, em regra, sobre o respectivo projecto, as entidades representativas dos interesses afecta- dos, caso existam. 2. No predmbulo do regulamento far-se-& mengio das entidades ouvidas. SECCAO It Do acest ARTIGO 63 (Concelto de acto administrative) Para os efeitos do presente diploma, consideram-se actos administrativos as decisOes dos Grgios da Administragéo que 20 abrigo de normas de diteito piblico visem produzir efei- tos juridicos imediatos numa situagio individual e concreta. ARTIGO 64" (Condigto, terme ou modo) 0s actos administrativos podem ser sujeitos & condigio, termo ou modo, desde que no sejam contrérios & lei ou 20 fim a que 0 acto se destina, ARTIGO 65° (Forma dos actos) Desde que outra forma no seja prevista por lei ou im- posta pela natureza ¢ circunstincias, os actos administra- tivos devem ser pratiéados por escrito. DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 66* (Objecto) 1. Os actos administrativos devem enunciar com preci 40 0 respectivo objecto, de modo a poderem determinar-s inequ(vocamemte os seus efeitos jurfdicos. 2. Sem prejufzo de outras referencias, especialmente devem constar sempre do acto: 4) a indicagéo da autoridade que o praticou e a mengdo d delegacdo ou subdelegagio de poderes, quando exis 1a; b) a identidade adequada do destinatétio ou destinatarios; ©) a enunciagao dos factos ou actos que the deram ori gem, quando relevant 4d) a fundamentagio, quando exigivel; €) 0 conteiido ou o sentido da deciséo; J)a data em que € praticado; 8) a assinatura do autor do acto ou do presidente do 6r- Bio colegial de que emane. ARTIGO 67 (Dever de fundamentagho) Para além dos casos em que a lei especialmente o exija, devem ser fundamentados os actos administrativos que, tota ‘ou parcialmente: a) neguem, extingam, restrinjam ou afectem por qual- quer modo, direitos ou interesses legalmente prote- Bidos ou agravem deveres, encargos ou sangdes; b) decidam reclamagio ou recurso; ¢) decidam em contrério de pretensdo ou oposigio for- mulada por interessado ou de parecer, informagio ou proposta oficial: d) decidam de modo diferente da pratica habitualmente seguida na resolugéo dos casos semethantes ou na interpretagao e aplicagaio dos mesmos principios ou preceitos legais; €) impliquem revogagio, modificagio ou suspensic de acto administrativo anterior. ARTIGO 68 (Requisitos da fundamentacio) 1. A fundamentagdo deve ser expressa, através de suscin- ta exposigdo dos fundamentos de facto € de direito da deci- io, podendo consistir em mera declaragio de concordancia com 0s fundamentos de anteriores pareceres, informagées ou propostas, que constituiréo neste caso parte integrante do Tespectivo acto. 2, Equivale & falta de fundamentagio a adopgio de funda- mentos que, por obscuridade, contradicao ou insuficiéncia, nao esclarecam coneretamente a motivagao do acto. ARTICO 69 (Fundamentagha de actos oral) 1. A fundamentagio dos actos orais abrangidos pelo 12 1 do artigo 68.2 que néo constem de acta, devem, & re- quetimento dos interessados e para efeitos de impugnagao, TSERIE — N.° 50 — 15 DE DEZEMBRO DE 1995 ser seduzida & escrito e comunicada integralmente Aqueles, no prazo de 10 dias, através da expedicao de officio sob registo do correio ou de entrega de notificagao pessoal, a cumprir no mesmo prazo. 2. O nao exercicio pelos interessados, da faculdade con- ferida pelo nimero anterior, nao prejudica os efeitos da eventual falta de fundamentacSo do acto. SECCAO IIL Da effescia do acto administrative ARTIGO 709 (Regra geral) 1. 0 acto administrative produz os seus efeitos desde a data em que for praticado, excepto nos casos em que a lei ou © préprio acto Ihe atribuam eficdcia retroactiva ou diferida. 2. Para efeitos do disposto no mimero anterior, o acto considera-se praticado logo que estejam preenchidos os seus elementos, nio obstando a perfeigio do acto, para esse fim, qualquer motivo determinante de anulabilidade. ARTIGO 7 (Efleseia retronc 2) 1. Tém eficdcia retroactiva os actos administrativos: 4) que se limetem & interpretar actos anteriores; b) que déem execugio a decisées dos tribunais, anulaté- rias de actos administrativos; ¢) aque a lei atribua efeito retroactive. 2, Fora dos casos abrangidos pelo nimero anterior, 0 autor do acto administrativo s6 pode atribuir-lhe eficécia retroactiva: 4) quando a retroactividade seja favorsvel para os interes- sados € nao lese direitos ou interesses legalmente protegidos de terceiros, desde que & data a que se pretende fazer remontar a eficdcia do acto 4 exis- tissem os pressupostos justificativos da retroactivi- dade; 6) desde que estejam em causa decisdes revogatérias de actos administrativos tomadas por rgio ou agen- tes que 0s praticaram, na sequéncia de reclamacdo ‘ou recurso hierdrquico; c) sempre que a lei o permitir. ARTIGO 72. (Efickcla dieriday O acto administrativo tem eficécia diferida: 4a) se estiver sujeito & aprovagéo ou & referendo; 1b) desde que os seus efeitos fiquem dependentes de condi- 80 ou termo suspensivos; ©) quando os seus efeitos, pela natureza do acto ov por

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