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  • ROBIM, Régine - para Uma Memória Hipertexto.

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    3 Novos espagos de escritura soculeurais se encontram pereurbadas pela “Todas as priticas soci «entrada da era do iclarmente as pdtcas dees I Mas ¢talvez por af que a memériaprogramads podera dar lugar a uma outea meméria, mais “yerdadeira’ (pee nova texewalidade eimp6ehejenainernet.cu dimen sao é considerivel © hipertexto se insreve nama em que rnplerdade, a mulpliidae a hterogenidade aleatorio.a sebilidade,afagmentaco,aredefnigiode nos, meioambient lentidades reinam na nossa vida cotidiana. tituido de ‘documentos dos ligados entre si por sso ripido mor poe cia que permit Um | | | 438 ree ———o_ REGINE Rony cada um dos elementos consti doconjunto, rede dos links potenciais, dos cam na obra assim constituids, Para melhor com, awetematelacomo suporte,étotalness Pa Bar um dado concrete ¢ preciso impr vers Alan dos hos Eo que expliea cave fitancoolivo consti umatotlidndc ge objeto virtual, infinto, Eu nao apteen ima ver. ct NS te 38 piginae da ela op 2s ‘stabeleci pelos inks quer quer esse caminho estabelecido por mim seo Ohipertexto de fcsio nio continuidade, Se pega nett Ele nao € para ser ldo em Pisiha 805s pégina, 2s quais sto, ok ©, nume- rads Pos pers eum ne voltar atrds, encontrar ‘outros percursos, podegcneonra ‘em poder fazer sentido, amos gules Pesto: M Joys. fem Garden. sage Spec, [A MEMORIA SATURADA 40 temum inicioeum fim, ohipertexto coo desma nen fn chieron Enea nda que eenha um inicio ens, pode oma ficgio ai ic suas potencialidac oem = se Be Lenjames putea, 00s hibio usu otro momen por ma cee clade umainder de coe rairveainfinita. Longe de exatna es sada ina One eee assemelha 208 textos modernistas cymes Peer ei vecsamente ade destruiralbgica os lags hipod dade foi prec : ae s40 sempre diferente, de te Lnearidade,aberrureinfinita, versio emp diaems io dade endo io conde a uma nova srdade dol “ abgames i uma t ra passiva, mas: cae 10s hoje que o leitor nunca: foi See Pe Svasmasé wetade que o ipeterco, por su pare, demanda un a ee eee: co sejaverdadeiramententerativo(n ae a vas © leitor cria seu caminho na coer clothe os inks quee fem passar de uma pagina de tela bra, ele escolhe os links que o deemed a Si para si caminhos aleernativos, pelo qu {endow pode propor uma nova gua, do ureder,puramosta er i /o lugar de coleitor ¢ co- es do autor e do leitor, um novo luga ~ ando as fronteiras " tira’ se tomna outa cist, apagandoss : ates .do uma “indefinigio” na perpétua met de géneros, provocando morfose. Os hipertextos de ficgao is pés-moderno e expe- movimento modemist, depois pos modemo espe cold lgeraruaeseeincliao par dso dasformas Siar va desconnidade,a fragmenta, ruin do rations delinaiade Hl nie peas do oman popula ismo ¢ as do cinema, assim nn oe inc Omorneroatipemtnih la montagem¢ da co one dip cana cro so mesmo tempo nonoso cneraliaram se movimente 2 mesmo fp aripiente cotidianoenas novas possibildad ambiente Em Le jardin aux sentiers din aus sentiers qui by f hos quese bfurcam), Jorge Lute ee ‘ ‘ajoauror morreudeixando uma térios impossiveis deordenat ec 20s numerosos fturos (no a vaden Sues os) meu jardy aves nO naar tena explcarees im sentido & heterogencidade dos tase, cor fess dion uma vez feta aescolhg, eS rags na Cursos séo descartados, nesse aut: 1, todas ag Tan SS ottt05 simuleaneamente, monod SAeTSe toad im dog et dtixg cami frase ¢ ho, anto, has Per. "adas is exemplos: Composition m1, de Mate Saporta,é desconectadas, & Be & 3E : z z a 3 possibilidades, b, da revolucio seem Ri SATURADA oderiam ser convacados neste contexto, como par scondé de Michel Bator, 0 Cont mille 10.00 ef de Raymond Queneau’ rd de Pe ertextos de fegio © obras romaneseas desi tipo Imniencton jon gragas am sofitoare especial, Story Space, peo- foram claboesegate System. Ausiliarindispenstvel, ele permite dude PO cores proponham aosleitores que liquem em lugares gue OF Tg eaminhem de acordo com o peteiso programado priegiare ou que encontcem sea proprio caminho na obra, pelo sftmemum certo nimero de combinagSese trajeros poses. cor nnis extimplos desss ciagBes ainda pouco conhecdas. Ufienaon de Michael Joyce, compée-s de 539 paginas deca gadis por 950 inks (dsposiivo informstico que permite passat ide um espago-texto a outro). E impossivel ler na sequéncia essas quis. Senos contentissemos em 599 paginas, pois oaucor asim oq “ Terar elas de forma sequencal, em um dade momento ndo pode- siamos prosseguir, O leitor, para se mover na histbra, deve, em tos lugares, responder sim ou nfo a perguntas, oq ‘fovos pereursos no espago-texto. Ee pode ambém ; algumas palavras para se movimentar no exto, ms sss palaveas hao extdo destacaas,€ preciso que olior as descubra. sequéncia da histéria dependeré do caminho percorrdo. serd.a mesma para todo mundo, Trata-se de uma narativa “bor gesiang’; labirintica, em eterna metamorfose ¢ recomposigio sem, ficgio, o fecho € uma qualidade suspeita, mas aqui ainda mais cevidente, Quando ahistéria ni progride mais, ou quando cla gita «em clrculo ou quando voeds estiverem cansados de seguir os ca- “0 eee REGINE ROBIN ‘minhos, a experigneia da sua leieura t inicios possiveis, 20 forma erminow" f deentrar no dispo Hi com g fsa 25 tivo texty, conega com eta fas: “I want os T may haveacen on Ula lay gostatia de dizer que talvezeu tenha ying? 2" impossivel co 3 Visto mew ides, atotalidade dos per otempo todo, desprcita. De alga nafirmisce ea texto, leitor constrdi seu pra” seus préprios percursos, No caso de fiom nt POPtio 1a forma, cl Aiernow Joyce retomou seu texto de 1986 a 1992, ¢ 0 fernoon, Michae| temente, O medium aceni a retomar e sempre tetom Como, com efeico, nao ser pr [MEMORIA SATURADA usiasmos como mm encusiasm: guscitar mas cam tue 08 1505 Cth Do correio eletrénico aos grupos de dis mos 4 jincerativos. roxas comunic m centro de inter tes fe falam em tais ambientes, na Fe: lad se escrevern, por enaticons ogo, contentame! pela adogio de formas mais cureas, numa goes. Submetidas a menos press onteiras entre 0 oral eo escrito num os de Robert Coover, de George Them questionamentos. Recentemente, especia- veo como Michael Joyce ¢ Stuart Moulthrop nfinito de possibilidades do hipercexto dda muito cedo para testar as Conquistas ¢ os pro 5 por essa pritica, No ambience eletrénico,sabe- dianos nao sio literdrios, mas forten inte sso, nume- cdades virtuais se constroem em rorno de participan- interesse comum. As pessoas que pois tudo exto. As apresentagoes de si, assim como os ditlogos, inscrever por gestos, acblera, 0 ‘essio cransformam pias, feones eabre- normativa, ssas mice pontos de refesén veo hipertexto de fi . for Jue teve sua mdet, a num vagio de lomapa de Beshin com n linkaclat. Assirm 4 “lt am blocadena maleta © programa 5 Os novos laneurs iancedas cxtéserofes anuncladas da ifesembocarn mais sobre ocxqueciment do que sat memorial, seria bom reencontrar 0 gest ambi Gores c eseritores como Benjamin, Kracauer ¢ Hess 1 dos anos 1920. Sedenunciavam os perigos: poca, ees igualmente viam nel: © flaneur, como sabernos, é uma figura do sé baudelairiana, se € que efetivamente 0 foi. Benjami c. A flinerie se antes de Hauss- mann, Paris tem poucas cal adas cela so estreitas. Baudelaire se pauta em“o homem das multidées, do conto de Edgar Allan Poe. (© personagem no conto de Poe se esconde literalmente na mul- ‘i imo das novas sociedades de solidio, O flaneur de Baudelaire, diz ainda Walter Benjamin, “seré ocioso como um hhomem que tem uma personalidade; ce protestacontraa diviséo do trabalho que faz das pessoas especalstas. Ele protest igual- mente contra ua atvidade diligent Por volta de 1840,eracoseume levar tartarugas para passear nas passagens Ojléneur se compra «em seguir o ritmo de sua caminhads..’- © homem da multidao dum liente” que no pode excapar ao fetichismo da mercadorias « flancur, a conto, rocuraoprster do Sci. O flan ests Giant da cidade como diante dos panoramas que exiber as ima- gens Ele simboliza um tempo que recusaaaceleragio. nésia ges fcone da Paris do século XIX, jé na contracorres efetua sobretudo nas famosas “passagens’, poi ele Eo and 3 grep, Chars Bar, a Pat 179. “7 Todos o olh ai » Ele séo um do quer entrar hota dos a hates de Berl, E ele con Pt® interior cadoresdenealgnn © COR pel mee Mas eu também = ‘eas dkimasbrinedcine im como outta figura Bauder iana, ae [A MEMORIA SATURADA s abereuras que ela propée sioacena imensa da/léne- ‘erminat.E eis que cla ceviveria aqui, em 6ria. A dieamos AURCO iecla nunca floresceu de ral maneira! propria ean. ond Beri ‘io seca, no encanto de sobjetvidadesfaruantes, mas de um ner que ota chogues« bisa renconcat experiéncia, ual) que as expedigbss” de um Keacauer na cidade, suas fl Bago experinciassocil6gicas que demandam uma novaarte ners over, quesethoFolhetien” do jornal ou avinheta,a mini ura urbana: 1 aclaé precisamente aintengio de um géncrolicerdrio do qual igualmente, no sentido figurado, narrativas de Miagem. A diferenga de que as viagens is quas classe dedicam realizam-se tem sentido inverso, Essas expedis6e ‘clas exploram o territério que nés habitam« costas, mas comegam a lucidar 0 ser social que con rnossos pensamencos. Em suma tratase de uma literatura socolégica que parece mais ¢ mais se afirma Esta flénerie esti em perigo. Nao € s6 porque ela nio estaria ‘mais em condigdes de absorver 2 meméria da cidade: € porque suas condigées de possibilidade estéo em via de desaparecimento: tecido urbano, lugares ¢, sobrerudo, ruas. Hi alguns anos, em Las Vegas, no Mirage, um desses grandes hotéis dedicados 20 jogo, 20 glamour e ao espeticulo, 20falso, 20 simulacro, eu pude sentir que oestabelecimento era uma totalidade ‘comercial da qual era dificil escapar, pois tinha tudo: grandes halls com miquinas de jogo, restaurantes de coda espéce, bares que ficavam abertos quando os restaurantes fechavam, bares com or- spd Gi somyholge del (ong) Cue demas moder Pais dons dela vdeo, 201.» 196 ¢ \ 449, Caminhara pé,y eraseun “sr4 num auromével ou avian eo uaviio, Wy, Benjamin. Sons wnigue Py ‘a mamORiA SATURADA dar de ritmo, transgredis.. E precisamente isso nua jg Cortaza e Carol Dunlop em Les Auto idem fazer Mire, les pegam a autoestrada de Paris a de le oor ares de outros turistas. Mas, 20 invés de core eerada para it © rais rapido possivel, parando ssltarem 2 gios eer alguns posts de combusivel para apenas nos Pe car ou almogat rapidamence, cles apostam no abastecet = i em todos os estacionamentos, com didtio de inves Pr loclizagio de lugares, descrgBes, como se se tratase ees eapedigéo longings, de uma avencura épica Emnologia ein edo “eursta, 20 modo de “como podemos ser persas?™, waerrpapedigao” € voralmente exética e toma a auroestrada no a gaus, tal como esas familias que instalam bancos de lona nos acostamentos para apreciar a “paisagem’. ‘Usa outra experiéncia de desvio do nao lugar, no sentido em que o encende Mare Augé, foi prevista por George Perec. ‘Um de seus amigos tinha feito 0 projeto de viver durante um més num aeroporto internacional, sem nunca sat. Naverdade, ele poderia deixar © aeroporto apenas para pegar um avido e se des- Jocar paraum outro aeroporto internacional. Nao vemos, meditava Georges Perec, o que teria podido impedir tal projeto de ser co- Jocado em pritica: ‘© essencial das atividades vitais ea maior parte das atividades socials podem sem dificuldade se realizar nas dependéncias de um aeroporto Internacional ali enconteamos poltconas grandes, ¢ bancos nio tio des-

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