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UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Departamento de Zootecnia
Campus Diamantina

Aula 6 e 7: Instalações e ambiência


e Manejo de leitões na maternidade
e creche
Professor: Leonardo da Silva Fonseca
Disciplina: Suinocultura (ZOO 069)
Instalações

• Gestação e pré-gestação;
Conjunto de • Maternidade;
prédios que o • Creche;
• Crescimento e terminação;
produtor deve
• Machos;
possuir para • Fêmeas de reposição;
racionalizar sua • Quarentena;
criação • Fábrica de ração;
• Escritório;
• Embarcadouro.
Equipamentos

Conjunto de • Comedouros;
utensílios, acessórios • Bebedouros;
e máquinas para uso • Veículos (tratores, caminhões);
na propriedade • Máquinas para preparo de misturas
visando  a (moedores, misturadores);
eficiência na • Gaiolas;
produção • Aquecedores (leitões);
• Instrumental veterinário;
• Equipamentos de limpeza.
Distribuição dos prédios
• Dentro da granja; • Fora da granja;
- Reprodução; - Embarcadouro;
- Gestação; - Escritório e banheiro;
- Lactação; - Fábrica de ração.
- Creche;
- Crescimento e terminação/engorda;
- Fábrica de ração.
Vista geral
Granja - Ciclo completo
Granja Isolada
Unidade produtora de leitões
Unidade terminadora de leitões
Pré-Gestação, Cobertura e Gestação
• Instalações abertas (cortinas);

• Fêmeas = baias coletivas ou gaiolas de gestação;

• Cachaços = Baias individuais (próximas fêmeas em pré-gestação);


Pré-Gestação, Cobertura e Gestação
• Gaiolas individuais:

• Na frente da gaiola: comedouros e bebedouros (canaleta – PVC,


cimento, azulejos);

• Piso: parcialmente vazado (1/3);

• Declividade 3% sentido canaletas drenagem;


Pré-Gestação, Cobertura e Gestação

2
Área / animal, m
Gestação em gaiola 1,32
Gestação coletiva (baia) 3,0
Cachaço (baia) 6,0 a 8,0

No animais / baia
Gestação coletiva 4a6
Reposição/pré-gestação 4a6

Pé-direito:
Telha de barro 2,80 m
Telha fibrocimento 3,50 m

Altura paredes baias


Entre fêmeas 0,90 m
Entre machos 1,10 m

Declividade do piso 3 a 5%

No mínimo bebedouros (baias) 1 para 4 animais


Pré-Gestação, Cobertura e Gestação
Pré-Gestação, Cobertura e Gestação
Maternidade

• Fase + sensível produção = ↑ % mortalidade


• 2 ambientes distintos = porcas vs. leitões

• Cuidados: excesso umidade, esmagamento leitões, calor ou frio


em excesso  ↑ % mortalidade.
Maternidade
• Gaiola de parição: 3 partes;
1) Local onde fica alojada a porca;
- Parte dianteira com 1,30 m em piso compacto
- Parte traseira com 90 cm, em piso vazado

2) Escamoteador, largura de 0,60 m e comprimento de 1,20 m;

3) Áreas adjacentes – laterais da baia (piso “vazado”) .


Maternidade
Cela Parideira
Área da cela parideira Superior a 3,96 m 2
Espaço para porca 0,60m x 2,20 m
Espaço leitões 0,60 m cada lado x 2,20 m
Altura divisórias 0,40 m a 0,50 m

Escamoteador
2
Área mínima do piso 0,80 m
Fonte de calor (lâmpada incandescente) 100W inverno e 60W verão
Altura 0,80 m
o
Temperatura interna entre 28 e 30 C

Corredor de serviço mínimo 1,0 m largura

Pé-direito:
Com forro 2,80m
Telha de barro 2,80 a 3,0 m
Telha fibrocimento 3,20 a 3,50 m

Temperatura da sala

3
Volume de ar / porca 25 m

o
N máximo celas / sala 12
Maternidade
Maternidade
Creche
• Galpões  salas  lotes (“all in all out”);
- Paredes
- Altas = janelas amplas (regiões frias);
- Baixas = cortinas (regiões quentes);
• Baias ao nível do piso ou então elevadas;
• Pisos;
- 2/3 compacto e 1/3 vazado;
- Totalmente vazado (gaiolas).
2
Área / leitão, m
Piso totalmente compacto 0,45
Piso totalmente ripado 0,30
Piso parcialmente ripado 0,35

Fonte de calor , W
Lâmpada incandescente 150
Resistência elétrica para piso 200 a 600

Pé-direito:
Com forro 2,80m
Telha de barro 2,80 a 3,0 m
Telha fibrocimento 3,20 a 3,50 m

Altura paredes baias 0,5 a 0,7 m

Declividade do piso 5%

3
Volume ar / leitão, m > 1,5

o
N animais / baia 10 a 20

o
N máximo baias / sala 8 a 10
Crescimento e Terminação
• Sistema all in all out;
• Baias coletivas;

• Piso:
• Compacto (desaconselhável)
• Totalmente vazado (vigas concreto);
• Semi-vazado (1/3 vazado);
• Lâmina d’água.
2
Área / animal, m
Piso totalmente compacto 1,00
Piso parcialmente ripado 0,80
rrrrrrrrrrrrrriiripadoripado
Piso totalmente ripado 0,70

Pé-direito:
Telha de barro mínimo 2,80 m
Telha fibrocimento mínimo 3,50 m

Altura paredes divisórias 0,9 a 1,1 m

Declividade do piso 3 a 5%

No animais / baia 10 a 20
Crescimento e Terminação
• Construções suplementares

- Balanças
- Balanças móveis: controle a cada troca de fase (nascimento,
desmame, saída creche);
- Balança fixa = embarcadouro (desempenho + aferição frigorífico);

- Rampa de embarque
- Facilitar carga animais para abate (próximo terminação);
Quarentenário
• Renovação constante do plantel de reprodução:

• Renovação material genético

• Evitar expor plantel à doenças exóticas;

• Pequeno prédio  área isolada da criação (submetidos exames e


vacinação);
Escritório e barreira sanitária
• Sistema controle criação;
- Financeiro;
- Zootécnico;

• Área banho e troca de roupa (funcionários e visitas);

• Pulverização veículos (desinfetantes).


Ambiência e modificações ambientais
Índices bioclimáticos
• Desenvolvidos em testes para predição de conforto e desconforto térmico
dos animais.

• Duas ou mais variáveis


Índices bioclimáticos

• Índice de temperatura e umidade (ITU)

• Índice de temperatura de globo e umidade (ITGU)

• Carga Térmica Radiante (CTR)


Modificações ambientais
• Identificar as faixas de conforto do animal

• Clima: favorável?

• Mecanismos que ajudam no bem-estar e conforto térmico dos animais:


- Modificações ambientais primárias
- Modificações ambientais secundárias
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Devem ser realizadas no projeto das edificações rurais

• Objetivos:
- Trabalhar no macro ambiente
- Aproveitar os recursos naturais
- Ser de execução simples
- Reduzir a necessidade de modificações secundárias
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Localização do galpão
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Localização do galpão
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Ventilação
Galpão

Galpão
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Ventilação
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Largura do galpão e altura do pé direito

Fonte: Tinôco, 1998


Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Telhado
- Inclinação
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Telhado
- Inclinação
- Material de cobertura
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Telhado
Inércia térmica
- Inclinação Tipo de telha
(minutos)
Sem forro 18
- Material de cobertura Forro de isopor 25
Barro
Forro de madeira 25
Forro lã e vidro 25
Sem forro 7
Fibrocimento Forro de isopor 15
(6mm) Forro de madeira 13
Forro lã e vidro 15
Sem forro 0
Forro de isopor 7
Alumínio
Forro de madeira 7
Forro lã e vidro 7
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Telhado
- Inclinação
- Material de cobertura
- Cor do telhado
Cor Temp. superficial (ºC)
Sem pintura 60
Preta 70
Vermelha 63
Alumínio 50
Creme 48
Branca 44
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Telhado
- Inclinação 1º42’
45º12’

- Material de cobertura
- Cor do telhado
- Tamanho do beiral

Face Face
Sul Norte
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Telhado
- Inclinação
- Material de cobertura
- Cor do telhado
- Tamanho do beiral
- Lanternim
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Sombreamento
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Tipos de piso

Ganho de peso de leitões alojados em diferentes pisos


Ganho de Peso (kg)
Idade (d) Concreto Forrado Concreto
aquecido Madeira
3 1,5 1,7 1,6
21 5,3 5,4 5,4
56 15,1 16,7 11,1
Modificações ambientais
Modificações ambientais primárias

• Quebra ventos

Fonte: Baêta e Souza, 1997


Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Executadas para corrigir problemas com gasto maior de energia

• Objetivos:
- Trabalhar no micro ambiente
- Uso de recursos artificiais
- Onerosas
- Executadas após aproveitamento completo das modificações
primárias
Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Ventilação forçada
Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Ventilação tipo túnel


Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Ventilação localizada
Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Resfriamento adiabático evaporativo


Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Ventilação associada à nebulização


Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Aquecimento do ar
Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Aquecimento do piso
Modificações ambientais
Modificações ambientais secundárias

• Aquecimento localizado
Na Maternidade
Cuidados com leitões
Cuidados com leitões

• Secagem do leitão: com papel toalha ou outros métodos


Cuidados com leitões

• Amarração, corte e antissepsia do umbigo:


Transferência de leitões

• Uniformização por peso?


• Até 24 horas após o parto
Cuidados com leitões

• Aplicação de ferro (200 mg) no 3º dia:


Cuidados com leitões

• Corte ou desgaste dos dentes no 3º dia:


Cuidados com leitões

• Corte da cauda no 3º dia:


Castração

• Até 10º dia de vida:


Castração
Alimentação
Chegou o dia DDesmame
Na Creche
Creche

• Novo ambiente;
• Nova hierarquia;
• Nova dieta;
• Mistura de animais.

Desmame natural: 11ª a 17ª semana de vida


Qualidade do leitão ao desmame...

• Peso ao nascimento;
• Produção de leite;
• Manejos iniciais;
• Idade ao desmame;
• Variabilidade;
• Estratégia sanitária.
Objetivos do produtor na fase de creche

• Não perder peso na 1ª semana pós desmame;


• Bom consumo de ração;
• Controle rigoroso de diarreia;
• Taxa de mortalidade menor - 2%;
• Peso 30 Kg - 70 Dias idade.

116
O processo de desmame

• Limitações de consumo;
• Misturas e redefinição hierárquica;
• Transição leite: ração (fatores imunológicos);
• Desidratação;
• Adaptação a bebedouros e comedouros.
Desempenho na desmama
Qual a melhor idade para o desmame?

• Desmame natural : 11 a 17 semanas


• Desmame técnico : 18 a 28 dias
• Muito ESTRESSE para o leitão
• Desmame precoce:
• Melhor aproveitamento das instalações
• Aumento do número de leitões/porca/ano
• Diminuição dos dias não produtivos
• Menor consumo de ração por fêmea
• Mas será que é realmente melhor???
Principais problemas após o desmame

• Peso desuniforme;

• Digestão no estômago;

• Vilosidades intestinais;

• Baixa produção de enzimas.


Estratégias para reduzir a variabilidade

• Manejo nutricional na gestação;


• Ingestão de colostro maternidade;
• Status de saúde nos lotes;
• Idade de desmame (planejamento);
• Trabalhar os leitões menores de forma
diferenciada;
• Manejo de água e ração;
• Ambiência.
Problema com digestão no estômago

• Para a boa digestão após o desmame o pH do estômago deve ser


ÁCIDO (pH 2);

• Após o desmame o pH do estômago é 4,9;

• Neste pH, a ração não é bem digerida;

• Fermenta no Intestino  diarreia!!!!


 Estratégia ácidos orgânicos, poder
tamponante da dieta, nível de lactose... 122
Problemas das vilosidades intestinais

• Funções das vilosidades:

- Produção de enzimas digestivas;


- Maltase, lactase e peptidase;

- Aumentar absorção dos nutrientes.


Problemas das vilosidades intestinais

Alterações nas vilosidades intestinais após o desmame aos 21 dias


de idade.

2 10 21 24 28 35 42

Idade (dias)
DESMAME
Problemas das vilosidades intestinais
Bom consumo de ração está relacionado

• Ração sempre limpa;


• Sempre fresca;
• Atrativa;
• Ter boa palatabilidade;
• Ter alta digestibilidade.
Início da alimentação na creche - Ração
• Leitões precisam encontrar facilmente a ração;

• Comedouros - Adequados e de fácil acesso;

• Ter sempre ração disponível;

• Estimular o consumo de ração;

• Identificar e ajudar os leitões refugos.


Creche - ambiência

• Temperatura ideal:
Idade (dias) 21(28) - 35 36 - 42 43 – 56 57 – 63(70)
Temperatura (ºC) 28 - 30 25 24 23
Adaptado de EMBRAPA, 2011

• Cortinas.
• Aquecedores.
• Ventiladores.
• Evitar grandes variações de temperatura.
Creche

• Recomendação:
PRÉ-INICIAL 1 28 aos 35 dias de vida 3,5 kg consumido/fase
PRÉ-INICIAL 2 36 aos 49 dias de vida 7,0 kg consumido/fase
INICIAL 50 aos 63 (70) dias de vida 13,0 kg consumido/fase

EMBRAPA, 2011.

• Exigência em PB% e EM:

PRÉ-INICIAL 1 20,00 % 3400 kcal/kg


PRÉ-INICIAL 2 21,00 % 3375 kcal/kg
INICIAL 17,35 % 3230 kcal/kg
Rostagno, 2011.
Creche – manejo alimentar

• Primeira semana pós desmame:


• Estimular o consumo de ração e água (adaptação).
• Mudança gradual da ração.
• Arraçoamento: 6 a 8 vezes/dia.
• 2 partes de ração para 1 parte de água.
• Semanas seguintes:
• Ração a vontade.
• Forma farelada (geralmente mais usada).
• Água limpa e fresca.
Creche – manejo alimentar

• Acesso à ração
Creche – manejo alimentar

• Acesso à ração
Creche – manejo alimentar

• Acesso à ração
Alimentação
• Maior digestibilidade da ração pós-desmame: melhor o consumo e o desempenho sem
aumentar a incidência de diarreia.

• Fontes de nutrientes: coprodutos do leite, farinha de peixe, produtos de sangue e


cereais cozidos.

• A partir de 11 kg  ração comum (M+FS).

• Consumo pós-desmame  inicialmente não proporciona nível adequado de energia e


de outros nutrientes  perda de reservas nutricionais corporais  PERDA DE PESO.

• Ração peletizada (diminui perdas)  2mm de diâmetro e péletes macios.


Alimentação
• Deve ser de alta digestibilidade e baixos níveis de antígenos dietéticos  minimizar
problemas de má absorção e proliferação microbiana intestinal.

• Leite da porca (principal dieta dos leitões)  alta lactose, de gordura e de aa essenciais
 altamente digestíveis.

• Adição de açúcar (5%)  melhorar a aceitabilidade.

PRODUTOS FARELO DE
Desempenho
LÁCTEOS SOJA

Ganho de peso (g/dia) 326 182

Consumo de ração
(g/dia)
301 251

Conversão alimentar 0,99 1,38


LI et al. (1991)
Obrigado pela
atenção!!!!

Prof. Leonardo da Silva Fonseca


leofonseca29.lsf@gmail.com
(31) 99745-8077 ou (31) 99299-8435

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