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Ensino de Química
Schrödinger
A equação de Schrödinger é uma equação diferencial de segunda ordem na coordenada
espacial, muito similar a conhecida equação que descreve o movimento de ondas (por ex. ondas
sonoras, ondas em um meio como ondas na água). Entretanto no caso da equação de Schrödiger,
a solução descreve o estado de partículas! Tipicamente, quanto menor a massa da partícula maior
o seu caráter ondulatório. Esta relação já havia sido proposta por Luis de Broglie, que relaciona o
ℎ
momento linear (p=mv) de uma partícula com seu comprimento de onda característico (𝑝 = 𝜆) e
a energia total. As funções soluções 𝛹(x) são as funções de onda deste sistema.
Figura 1: Soluções da equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio elevadas ao quadrado. As letras
s, p, d correspondem a distintos números quânticos angulares l= 1,2,3 respectivamente. Note as regiões no
espaço onde a função é zero. Por estarem elevadas ao quadrado, a intensidade da imagem esta
relacionada com a densidade de probabilidade de encontrar o elétron. Figura retirada da página
https://en.wikipedia.org/wiki/Hydrogen_atom#/media/File:HAtomOrbitals.png.
Uma diferença marcante produzida pela descrição dada pela equação de Schrödigner e
pela Mecância Quântica é que não conseguimos determinar simultaneamente a posição e
momento de uma partícula. Para elétrons, diz-se que não conseguimos determinar sua posição e
velocidade ao mesmo tempo. Outra diferença marcante é que a o módulo ao quadrado da função
de onda, e não a função de onda em si, define a distribuição de probabilidade de encontrar a
partícula no espaço. No caso particular do átomo de hidrogênio, o módulo ao quadrado do orbital
em que se encontra o elétron define a região no espaço onde podemos encontra-lo. Aa função de
onda proveniente da eq. de Schrödinger não define uma trajetória para o elétron, assim como as
leis de newton definem trajetórias com posições definidas para partículas na mecânica
newtoniana. Por este motivo, diz que a mecânica quântica tem uma natureza probabilística e não
determinística como a mecânica newtoniana (também conhecida neste contexto como mecânica
clássica, em oposição a mecânica quântica). Uma analogia muito usada para a interpretação
probabilística da mecânica quântica para orbitais é que seu quadrado define uma nuvem
eletrônica, ou seja, uma região no espaço onde conhecemos a probabilidade de encontrar o
elétron.
Figura 2: Orbitais do átomo de hidrogênio organizados por n ao longo das linhas e por l e ml ao longo
das colunas. As cores dependem de l e a alternância com a cor branca indica a mudança de sinal do
orbital. Figura retirada do site webelements https://www.webelements.com/.
Um elétron ocupando um certo orbital do átomo de hidrogênio com número quântico n
possui uma energia dada pela equação de Bohr:
1
ou seja, a energia de ligação do elétron ao átomo depende somente de 𝑛2 , do quadrado da carga
Átomos Multieletrônicos
A função de onda para átomos multieletrônicos (com mais de um elétron) pode ser
construída a partir dos orbitais do átomo de hidrogênio e algumas aproximações. Primeiramente
Figura 3: Regra de Madelung com diagrama mnemônico para gerar as configurações eletrônicas. Figura retirada do link
https://en.wikipedia.org/wiki/Aufbau_principle#/media/File:Scheme_of_Madelung_Rule.jpg.
se introduz uma dependência em l nos orbitais, em particular se postula uma ordem sequencial
energética dada pela regra de Madelung. Segundo a regra de Madelung os orbitais seguem a
seguinte ordem energética 1s < 2s < 2p < 3s < 3p < 4s < 3d < 4p < 5s < 4d < 5p < 6s < 4f < 5d < 6p <
5f < 6d. Note que introduzimos uma dependência em l na ordem energética dos orbitais!
Em segundo lugar utiliza-se o princípio de Aufbau para gerar as configurações, ou
distribuições eletrônicas. Segundo o princípio de Aufbau cada orbital é preenchido com até dois
elétrons, partindo do energeticamente mais estável até o menos estável. Estas regras reproduzem
as configurações eletrônicas de átomos neutros no estado de menor energia (conhecido como
estado fundamental). Em alguns casos, onde há a possibilidade gerarmos orbitais
semipreenchidos, utiliza-se a regra de Hund, ou regra da máxima multiplicidade.
Utilizando os orbitais atômicos, a regra de Madelung e o princípio de Aufbau somos
Tabela Periódica
A tabela periódica (figura 8) pode ser considerada com um dos maiores feitos da ciência
química. Dmitri Ivanovich Mendeleev propôs em 1869 a organização dos elementos químicos em
uma tabela na forma que conhecemos hoje. Ele organizou os elementos de acordo com a sua
massa atômica e reconheceu o comportamento periódico de várias propriedades químicas dos
elementos. Com isso, ele foi capaz de organizar resultados aparentemente desconexos e realizar
previsões. Não muito depois, Gilbert N. Lewis propôs em 1901 que átomos vizinhos na tabela
periódica diferem apenas por um elétron, abrindo caminho para a conexão com o modelo atômico
do átomo. Note, no entanto, que isto foi feito antes da formulação de modelos quânticos para o
átomo.
Particularmente importante para o nosso contexto estão o comportamento periódico do
potencial de ionização e da eletroafinidade. Define-se como potencial de ionização como a energia
necessária para formar o íon positivo, enquanto que eletroafinidade é a energia liberada ao
formar um íon negativo.
Figura 4: Tabela periódica dos elementos. As cores designam os elementos com mesmo l semipreenchido na
configuração do estado de menor energia.Figura retirada do site www.webelements.com