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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título de Segunda Licenciatura
em Educação Especial.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


2022
DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Autor1,

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- A mera acomodação do espaço e a convivência com os demais alunos da escola regular não
são suficientes para integrar verdadeiramente os alunos com necessidades educacionais especiais.
Neste artigo, será apresentado o objetivo das escolas de terem práticas realmente inclusivas, juntamente
com diretrizes e parâmetros legais para a inclusão nas escolas brasileiras, bem como a compreensão de
seus referenciais teóricos.

PALAVRAS-CHAVE: Diretrizes. Educação. Inclusão.

1
1 INTRODUÇÃO

A educação inclusiva é um conceito recente no Brasil, que vem tomando forma


com o passar do tempo e a criação de políticas públicas voltadas ao atendimento dos
alunos com deficiência. A inclusão se define como o processo por meio do qual a
sociedade se reestrutura e se adapta para receber, nos seus sistemas, pessoas
consideradas diferentes das demais. Nesse processo, tanto a comunidade quanto as
pessoas com deficiências (sejam elas físicas, mentais ou de qualquer outra ordem)
precisam discutir e buscar soluções adequadas de adaptação; ou seja, a sociedade
precisa ser capaz de receber efetivamente as diferenças, promovendo a igualdade de
oportunidades para todos. Com a educação não seria diferente. Deste modo é notável a
importância de compreender políticas e diretrizes da educação inclusiva.
2 DESENVOLVIMENTO

As diretrizes atuais da educação inclusiva, de acordo com os principais


documentos estruturadores dessa modalidade de ensino, propõem que a educação é
direito de todos e que a educação de pessoas com necessidades especiais deve ser
feita, preferencialmente, na rede regular de ensino, em escolas e classes onde essas
pessoas convivam e interajam com as demais. Essa prática vem ao encontro do
paradigma de que é direito de todos a convivência em sociedade, a frequência e o
usufruto de todos os espaços sociais. De acordo com as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001), a educação inclusiva se
configura como uma ação conjunta entre o sistema regular de ensino e a educação
especializada. Existem diversas possibilidades de interação entre a escola comum e a
escola especial. Por exemplo: Atendimento na classe comum: o planejamento é feito
pelo professor da turma em conjunto com o professor especializado, com o intuito de
garantir a inclusão da criança. Atendimento nas salas de recursos: o processo de
aprendizagem se dá em outro espaço da escola que não a sala de aula, com professor
especializado, aulas em horário diverso do período regular e atendimento itinerante.
Nesse caso, o professor especializado faz visitas sistemáticas à escola com o intuito de
orientar e auxiliar o professor da classe comum nas dificuldades que este encontre na
prática inclusiva.
Já as classes especiais são criadas para o atendimento às crianças e
adolescentes cujo comportamento ou desenvolvimento dificultam a aplicação do
currículo na classe comum. A escola regular pode criá-las, caso existam alunos que
necessitem da atenção constante do professor especializado, em caráter transitório e
de forma extraordinária, pois os alunos deverão permanecer nelas por um tempo
limitado, evitando a segregação. Além dessas práticas, o atendimento nas escolas
especiais é oferecido aos alunos que necessitem de ações individualizadas contínuas,
sistemáticas e intensas, o que exige profissionais especializados para a sua execução.
É necessário que os alunos atendidos nessa modalidade estejam sob avaliação
constante, uma vez que deve ser levada em conta a possibilidade de, em algum
momento, esses alunos serem inseridos em classes na escola regular.
O momento histórico em que vivemos atualmente nos remete ao paradigma da
inclusão. Este determina que somente aqueles alunos com quadros comportamentais
severos sejam mantidos na escola especial, já que comprometeriam o desenvolvimento
da classe regular como um todo. Apesar disso, é importante que esses alunos estejam
sob avaliação constante, com o objetivo de verificar a possibilidade de inseri-los em
classes da escola regular, de acordo com as suas condições.
É necessária, ainda nos dias de hoje, a discussão sobre as dificuldades e
desafios para a implantação da educação inclusiva no Brasil, pois ela ainda não é uma
realidade em muitas escolas. O princípio da educação para todos é colocado em prática
quando as instituições de ensino se estruturam e se organizam em todas as suas
instâncias para acolher e oferecer uma educação de qualidade aos alunos com
necessidades especiais, atingindo progressos educacionais significativos com esses
estudantes. No caso da educação inclusiva, a adaptação da escola na sua totalidade
(espaço físico, currículo, metodologias, material didático, etc.) para receber os alunos
com deficiência é garantida por lei. Apesar disso, sabemos que, na realidade, as
instituições de ensino não estão preparadas para receber e incluir os alunos com
deficiência, mas é preciso, mesmo assim, que se dê o primeiro passo no sentido de
matriculá-los na escola regular enquanto se repensa e implanta novas práticas.
Tornar a escola inclusiva é um desafio no dia a dia dos envolvidos no processo.
Atualmente, você pode perceber que as principais dificuldades em relação à inclusão
estão na preparação dos professores para atender aos alunos com necessidades
educacionais especiais e na falta de investimentos na área por parte das autoridades
responsáveis. A formação dos professores é um aspecto que merece destaque. Muitos
deles (assim como muitos futuros professores) ficam inseguros diante da possibilidade
de receber um aluno com necessidades educacionais especiais na sua classe, pois não
se sentem preparados para lidar com essas crianças e adolescentes.
Salvo aqueles professores que possuem formação na área de educação especial
e inclusiva, muitos dos que cursaram pedagogia ou licenciaturas chamam a atenção
para a questão de os currículos dos respectivos cursos não prepararem os docentes
para o atendimento aos alunos com deficiência. Além disso, ainda há poucas
oportunidades de capacitação, dificultando o preenchimento da lacuna deixada pelo
currículo do ensino de graduação na formação dos professores.
Além das questões que envolvem a formação, há uma precarização do ensino no
Brasil, que resulta das dificuldades relativas ao orçamento e da escassez dos recursos
destinados à educação no geral, o que afeta também os investimentos na área da
inclusão. Para a implantação e a manutenção da educação inclusiva, é necessária uma
ampliação da destinação de recursos orçamentários. Isso implicaria uma melhor
distribuição desses valores entre as necessidades educacionais essenciais para a
inclusão, como a adaptação da arquitetura dos estabelecimentos de ensino, a aquisição
de material didático adequado e a formação dos professores. Desde observamos o
essencial papel da inclusão.
Você deve saber que o paradigma da educação inclusiva surgiu, primeiramente,
de uma necessidade social e de uma mudança de mentalidade. A partir da década de
1980, começaram a surgir os movimentos dirigidos por pessoas com deficiência, o que
deu início a um despertar da consciência da sociedade em geral para o acesso dessas
pessoas à educação, ao trabalho, aos bens e serviços a que tinham direito e que não
vinham sendo garantidos de forma eficaz. Com isso, houve a necessidade de se pensar
em colocar em prática certas mudanças na sociedade com o objetivo de integrar e,
mais tarde, incluir essas pessoas, garantindo os seus direitos básicos e o acesso a uma
educação inclusiva e à acessibilidade no que diz respeito aos serviços essenciais. A
partir dessa necessidade, criou-se o modelo social de deficiência, que tem por
característica principal apontar as barreiras existentes na sociedade que impedem o
desenvolvimento das pessoas com deficiência e a sua inserção social.
Em termos de educação, a inclusão se tornou necessária na medida em que a
sociedade moderna vem levando cada vez mais em conta a participação das pessoas
com deficiência nos seus diversos segmentos. A valorização da diversidade humana
vem ganhando mais espaço e criando oportunidades para que cada aluno possa dar a
sua contribuição para o desenvolvimento de um ensino-aprendizagem cooperativo.
A educação inclusiva parte de pressupostos como o direito de todas as crianças
e jovens com ou sem deficiência de estudarem juntos e conviverem solidariamente.
Nesse processo, a construção dos vínculos pode contribuir para o desenvolvimento de
um ambiente escolar mais democrático, calcado na aceitação das diferenças e que
combata os preconceitos e ideias preconcebidas a respeito da participação de pessoas
com deficiência em todos os ramos da sociedade. Quando há inclusão, as
características e singularidades do indivíduo são respeitadas, fazendo com que ele se
torne parte do todo.
A proposta da educação inclusiva traz consigo a exigência da mudança de
paradigmas, sejam eles educacionais ou sociais. Ela cria a demanda de romper com o
velho modelo escolar e incentiva a construção de um modelo educacional que
considera as necessidades de todos os alunos, promovendo a sua capacidade de
reconhecer e entender o outro. Com isso, a principal meta da educação inclusiva é não
deixar nenhum aluno à margem do ensino regular, propondo um modelo baseado na
cooperação, na fraternidade, no reconhecimento do valor das diferenças, que
desenvolva a cidadania e que esteja de acordo com os direitos garantidos pela
Constituição.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
estabelece as normas e diretrizes para a implantação, a implementação e a
manutenção da inclusão nos estabelecimentos de ensino da rede regular (BRASIL,
2008). Você verá, aqui, algumas delas, consideradas de caráter essencial. Mas, para
um maior aprofundamento sobre o assunto, você deve fazer a leitura do documento
orientador na íntegra. A educação especial é uma modalidade de ensino que deve
perpassar todos os níveis, etapas e modalidades. Ela engloba realizar o atendimento
educacional especializado, disponibilizar os recursos e serviços e orientar quanto à sua
utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino
regular. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar
e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a
plena participação dos estudantes, considerando suas necessidades específicas. As
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado se diferenciam
daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização e
complementando a formação dos estudantes.
O acesso à educação tem início na educação infantil, na qual se desenvolvem as
bases necessárias para a construção do conhecimento e o desenvolvimento global do
aluno. Na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional, as
ações da educação especial possibilitam a ampliação de oportunidades de
escolarização, a formação para o ingresso no mercado de trabalho e a efetiva
participação social.
Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que
promovam o acesso, a permanência e a participação dos estudantes. Essas ações
envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da
acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de informação e nos
materiais didáticos e pedagógicos que devem ser disponibilizados nos processos
seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a
pesquisa e a extensão.
A avaliação pedagógica deve considerar tanto o conhecimento prévio e o nível
atual de desenvolvimento do aluno quanto as possibilidades de aprendizagem futura.
Assim, deve configurar uma ação pedagógica processual e formativa, que analisa o
desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual. Na avaliação, deve-se
destacar os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do
professor. Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e
conhecimentos específicos da área.
3 CONCLUSÃO

Tendo em vista os aspectos observados, podemos afirmar que a educação é um


direito de todos e que a educação para pessoas com necessidades especiais é melhor
realizada nas redes formais de ensino, nas escolas. Essa abordagem está alinhada ao
paradigma de que todos têm o direito de conviver, participar e usufruir de todos os
espaços sociais da sociedade. De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica, a educação inclusiva configura-se como uma ação
conjunta do sistema formal de educação e da educação profissional.
Por outro lado, as turmas especiais são criadas para atender crianças e
adolescentes cujo comportamento ou desenvolvimento dificulta a aplicação das aulas
nas turmas regulares. Se há alunos que precisam da atenção constante de professores
profissionais, as escolas regulares podem criá-los de forma efêmera e extraordinária,
pois os alunos devem permanecer na escola por tempo limitado e evitar o isolamento.
Além dessas práticas, as escolas especiais atendem alunos que necessitam de ações
contínuas, sistemáticas e intensamente individualizadas que requerem profissionais
especializados para sua execução. A avaliação contínua dos alunos que recebem
atendimento dessa forma é necessária, pois deve-se levar em consideração a
possibilidade de esses alunos serem colocados em escolas regulares em algum
momento.
Por fim, é valido ressaltar a importância de se continuar discussões sobre as
dificuldades e desafios da implementação da educação inclusiva no Brasil, pois está
ainda não é uma realidade em muitas escolas.
4 REFERÊNCIAS

BOMBEIRO OSWALDO. Entendendo a Política Populacional - Exclusão -


Segregação - Integração – Inclusão. [S.l.]: Bombeiro Oswaldo, 2016.
BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: Presidência
da República, 2015.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes
nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: MEC, 2001.
MOREIRA, C. Marcos históricos e legais da educação especial no Brasil. [S.l.]:
Jusbrasil, 2013.
SMITH, D. D. Introdução à educação especial: ensinar em tempos de inclusão. 5.
ed. Porto Alegre: Atmed, 2008. cap. 1.

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