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Edição e revisão
Helenice Andrade
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Sumário
Apresentação ............................................................................................................................ 3
1. Premissas, Justificativa e Fundamentação Teórica ............................................... 4
1.1. Treinamento Esportivo e Ensino-Aprendizagem ........................................... 10
1.2. A importância do Desenvolvimento Multilateral ............................................ 15
1.3. Estrutura Temporal ................................................................................................ 16
1.4. Competição .............................................................................................................. 18
1.4.1. O Papel das Competições no GEO ............................................................ 19
1.4.2. Competições Internas ................................................................................... 20
1.5. Modalidades do GEO ............................................................................................. 21
1.6. Premissas – Acordos Essenciais do GEO....................................................... 21
2. Funcionamento da escola ............................................................................................ 23
2.1. Período de Experimentação (Teoria e Funcionamento) .............................. 23
2.2. Ano Esportivo Regular (Grade e Progressão) ................................................ 24
2.2.1. Carga Horária Progressiva........................................................................... 25
2.2.2. Logística das Trocas de Modalidades ...................................................... 25
3. Orientações Curriculares ............................................................................................. 26
3.1. DELP – Desenvolvimento Esportivo de Longo Prazo .................................. 26
3.2. PAE – Plano Anual Esportivo.............................................................................. 26
3.3. Avaliações ................................................................................................................ 28
Bibliografia ............................................................................................................................... 29
Colaboradores......................................................................................................................... 34
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Apresentação
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1. Premissas, Justificativa e Fundamentação Teórica
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O GEO, como herdeiro da base pedagógica desenvolvida para o Ginásio
Experimental Carioca (GEC), tem como um dos marcos de referência uma
educação esportiva para valores, pela qual o estudante é estimulado a
desenvolver a capacidade de iniciativa (ação), de liberdade (opção) e
compromisso (responsabilidade), bem como o fortalecimento dos vínculos de
família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca, em que
se assenta a vida social (COSTA, 2007), como exposto no artigo 32º § III da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96 (BRASIL, 1996).
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Quadro 1: Semelhanças e diferenças entre as escolas analisadas
SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
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SEMELHANÇAS DIFERENÇAS
Orientador/tutor acadêmico
(IMG; Singapure; Laurel
Spring).
Encaminhamento por
interesse, visita guiada com
conselheiro e entrevista
com o Diretor da escola
SELEÇÃO DE (IMG);
ALUNOS
Encaminhamento por
interesse e seleção por
aptidão nos demais
modelos analisados.
Acompanhamento e avaliação do
professor pelo Ministério da
Educação (Sist. Cubano de
Esporte).
Fonte: Elaboração própria. Trevo Tecnologia Social, 2012.
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O GEO se pretende um espaço de estímulo para que os jovens busquem
realizar os seus sonhos e descubram e aprimorem seus talentos e dons.
Sendo assim, um dos objetivos do Programa se traduz na educação pelo
esporte para a integralidade do desenvolvimento humano, por meio dos valores
como excelência (competência), solidariedade (não indiferença, aceitação da
diferença, disponibilidade para entrega, aprendizado com o outro), espírito de
amizade (cooperação), e compreensão mútua (tolerância e respeito), espírito
esportivo e fair play.
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● Aprender a fazer por meio da educação pelo esporte –
modalidade vinculada ao aprender a conhecer, visto que se trata
da aplicação prática de conhecimentos adquiridos. No esporte
espera-se dos praticantes um espírito empreendedor; capacidade
de decisão em ação; solução de conflitos; habilidades e atitudes
permanentes de respeito mútuo; compreensão do outro (parceiro
ou adversário); cooperação; valorização da democracia e atitudes
solidárias. Isso implica trabalhar em grupo, buscar soluções para
problemas comuns, ter autonomia para organizar as próprias
atividades e ter flexibilidade para mudá-las e aprimorá-las
(HASSENFLUG, 2004). Desta forma, abrimos caminho para que
as competências produtivas sejam desenvolvidas.
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uma questão de melhor desempenho em um determinado
momento, mas também pode ser resultado do aproveitamento de
melhores oportunidades durante a disputa. O autoconhecimento
das reações frente aos diferentes comportamentos em situações
diversas, assim como o controle da agressividade e o “saber lidar”
com as frustrações elevam o autodomínio dos jogadores. Desta
forma, abrimos caminho para que as competências cognitivas
pessoais sejam desenvolvidas.
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em cada uma das modalidades (todos com mais de quatro anos de
treinamento), Ratchev concluiu que os melhores resultados em crianças de,
aproximadamente, 10 anos, quanto à melhoria da velocidade, ocorreram com
aquelas que foram submetidas, durante os anos de preparação e estudo, ao
treinamento dessa valência física por meio de jogos.
Diante disso, há que se demandar uma educação sólida que lhes proporcione
condições de usufruir de competências generalizáveis e que possam ser
aplicadas em outras opções na vida. Portanto, iniciar uma educação esportiva
na escola, desenvolvendo os potenciais dos alunos, neste caso, o potencial
esportivo, pode lhes dar um sustento básico de formação técnica, psicológica,
de conhecimentos, moral e cidadã. Com essa base generalizada de formação
humanística, o futuro atleta reunirá condições para se tornar um campeão na
vida. Para isso devemos cuidar para que essa formação seja fundamentada em
princípios sólidos e sob a responsabilidade de profissionais pedagogicamente
capacitados e conscientes do seu papel na sociedade.
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No esporte-educação, afirmam os autores do Manifesto do Desporto (TUBINO,
MOREIRA, 2003), que o treinamento deve selar o compromisso de formação
para a cidadania; somente deve ser estabelecido para o desenvolvimento de
habilidades motoras que permitam aos jovens acumular um acervo de
experiências esportivas. O Esporte Escolar (desenvolvimento de talentos para
o esporte rendimento) e o Esporte Educacional formam a manifestação Esporte
Educação.
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As experiências esportivas desenvolvidas no GEO podem revelar para estes
adolescentes um futuro esportivo promissor, de atletas de alta performance,
mas também irão motivá-los a desenvolver competências para que possam dar
prosseguimento de forma autônoma à própria educação esportiva, decidindo
sobre o que for melhor para suas vidas.
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Inspirado nos estudos de Pablo Juan Greco (2002), o treinamento esportivo é
concebido no GEO como um processo de ensino-aprendizagem-treinamento,
isto é, consiste em um sistema de formação e treinamento que respeita os
processos de desenvolvimento humano; direciona o jovem à iniciação
esportiva; aprimora e qualifica a técnica visando “maximizar” o nível de
rendimento esportivo; valoriza a formação de sua personalidade e prioriza a
contextualização do indivíduo na relação consigo, com os outros e com o
ambiente. Sendo assim o treinamento é um processo educacional e será
considerado um objeto de ensino-aprendizagem.
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1.2. A importância do Desenvolvimento Multilateral
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A proposta de treinamento do GEO visa estimular a vivência do alunado nas
competições estudantis disponíveis na cidade, porém sempre visando um
potencial de alto desempenho futuro, sem atropelar as fases de
desenvolvimento. Interessados na futura formação de atletas bem-sucedidos,
precisamos nos preparar para adiar a especialização pensando em atingir
resultados no médio e no longo prazo, em detrimento daqueles alcançados no
curto prazo, identificado com a máxima da especialização precoce.
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Apoiando-nos na estrutura temporal proposta por Greco e Benda (1998), nos
ateremos às fases 3 e 4 (de orientação e de direção, respectivamente) que
compreendem exatamente o período etário que trabalharemos no GEO (11 a
16 anos).
A “fase de orientação” se inicia por volta dos 11-12 anos e abrange até os 13-
14 anos. A frequência recomendada de atividades curriculares e
extracurriculares sistemáticas deve ser em torno de três encontros semanais,
com duração média de 60 a 90 minutos cada. A técnica deve ser trabalhada na
sua forma global, procurando sua automatização-estabilização, sem insistir na
perfeição do gesto. A correção deve ser dirigida aos elementos grosseiros dos
diferentes programas motores e esquemas de movimento. A possibilidade de
variação das técnicas, no sentido de amplos repertórios de esquemas motores,
deve ser prioridade. É importante entender o conceito da variação das técnicas;
isso significa que devem ser oferecidas atividades nas quais, por exemplo, por
meio do jogo, a criança seja incentivada a desenvolver, aprender e aplicar
técnicas de movimento específicas do esporte, porém sem um alto nível de
perfeição gestual. O aperfeiçoamento da coordenação de movimentos e das
capacidades senso-perceptivas pode ser concretizado por meio do
desenvolvimento das capacidades táticas gerais. Começa assim a se delinear
a finalização do processo de iniciação esportiva.
A “fase de direção” inicia-se por volta dos 13-14 anos e abrange até os 15-16
anos. A frequência de atividades extracurriculares formalmente planejadas
deve ser de, aproximadamente, três vezes por semana para não entrar em
conflito com outros interesses dos jovens.
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Figura 1: Fases e níveis do rendimento esportivo. Duração e relação com
a frequência e a idade de treinamento.
1.4. Competição
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Quando o objetivo é a obtenção de altos desempenhos e vitórias em
competições, há que se ter em mente um treinamento esportivo adequado às
fases de desenvolvimento motor dos jovens que viabilize o seu
desenvolvimento integral, nos aspectos da proficiência motora, cognitiva e
ética. Nesta perspectiva, a competição no esporte escolar precisa construir
uma proposta pedagógica que desencadeie a formação integral do atleta, que
estruture a concepção da vitória em competição com a realização das metas
estabelecidas, e não apenas como a derrota do adversário.
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Considerando o importante papel das competições no GEO, os alunos poderão
adquirir excelência, confiança, espírito esportivo e aprimoramento de valores
humanitários nesses eventos. O foco no ensinamento desses valores é
necessário para que os alunos adquiram expectativas positivas sobre seu
futuro. Além disso, o processo da competição envolve a tomada de decisão, a
interação social e o entendimento de performance cognitiva. Nesse processo, a
presença de adultos responsáveis e experientes no diálogo com crianças e
adolescentes é essencial nas experiências de competição esportiva que
conduzam ao desenvolvimento de valores da vida.
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1.5. Modalidades do GEO
As unidades do GEO são atualmente seis, divididas nas regiões centro, Ilha do
Governador e zona oeste da cidade. As modalidades comuns aos GEOs são:
judô, o tênis de mesa, o atletismo, o voleibol, o handebol, a natação, o
badminton, o futebol, a luta olímpica, o basquetebol e o xadrez.
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Physical Education/USA), apresentamos aqui algumas premissas, adaptadas,
relativas ao o quê os educadores concordam em oferecer aos alunos.
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2. Funcionamento da escola
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Ao final do processo de experimentação, temos o conselho de classe esportivo,
em que a equipe dos professores treinadores irá definir as turmas das
diferentes modalidades. Nessa reunião, o responsável pela condução
(possivelmente o coordenador esportivo) deve apresentar as fichas de
preferência do aluno, preenchidas pelos discentes. Paralelamente, cada
treinador deve levar uma avaliação dos alunos e a lista dos que gostaria que
compusessem seu time.
● 1° patamar: 6° ano
● 2° patamar: 7° ano
● 3° patamar: 8°e 9° anos
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2.2.1. Carga Horária Progressiva
Para 2° e 3° patamares
Cada escola pode definir os critérios para trocas de modalidade por parte dos
alunos, sugerimos que se aguarde ao menos o fim dos semestres e que não
seja feito exclusivamente por causa de uma competição específica. O ideal é
que o aluno justifique por escrito a razão da troca.
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3. Orientações Curriculares
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Neste documento é especificado o patamar do treinamento em uma respectiva
modalidade esportiva, com possibilidade de registro dos treinos previstos e
realizados em cada semestre, além de permitir o preenchimento sistemático e
regular das:
● APRENDIZADO PERMANENTE
Conhecimentos que o aluno poderá levar para sua vida além do esporte
abarca a compreensão do Esporte como instrumento de
desenvolvimento humano. Foca em conceitos amplos, princípios, ou
processos. Aprendizado que pode e deve ser transferido e aplicado em
novas situações dentro do assunto ensinado ou além do mesmo. Deve
estimular o pensamento e o debate. Ajuda a delinear a abordagem do
currículo por meio do esporte que está sendo aprendido.
● RESULTADOS DESEJADOS
Descrição dos conteúdos a serem trabalhados para o desenvolvimento
das competências esportivas específicas e emocionais. Habilidades
essenciais esperadas.
● EVIDÊNCIAS DO APRENDIZADO
Definição dos tipos de aprendizado com seus respectivos instrumentos
de avaliação.
● PLANO DE TREINAMENTO
Definição dos recursos necessários, referências bibliográficas e
sugestões de atividades.
● CRONOGRAMA
Definição, em linhas gerais do cronograma de trabalho, contendo as
competições principais de cada modalidade.
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3.3. Avaliações
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Bibliografia
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BREGOLATO, R.A. Cultura Corporal do Esporte: livro do professor e do
aluno. São Paulo: Ícone, 2003.
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GRECO, P.J. Métodos de Ensino-aprendizagem-treinamento nos jogos
esportivos coletivos. In: GARCIA, E. S.; LEMOS, K. L. M. Temas atuais VI
em Educação Física e esportes. Belo Horizonte: Saúde, 2001.
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TEVES N.F. O esporte na formação do cidadão. In Memórias. Conferência
Brasileira de Esporte Educacional. Rio de Janeiro: Editoria Central da
Universidade Gama Filho, 1996.
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Links para acesso aos sites das escolas/modelos analisados
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Colaboradores
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