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DELP – DESENVOLVIMENTO ESPORTIVO

DE LONGO PRAZO DO GINÁSIO


EDUCACIONAL OLÍMPICO – GEO
Produção Editorial
Coordenação da sistematização dos conteúdos e da edição
Alycia Gaspar, Ana Caroline Vieira, Antônio Jorge Gonçalves, Clara Machline,
Neíse Abreu e Roberta Fonseca (Instituto Trevo)

Edição e revisão
Helenice Andrade

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Sumário

Apresentação ............................................................................................................................ 3
1. Premissas, Justificativa e Fundamentação Teórica ............................................... 4
1.1. Treinamento Esportivo e Ensino-Aprendizagem ........................................... 10
1.2. A importância do Desenvolvimento Multilateral ............................................ 15
1.3. Estrutura Temporal ................................................................................................ 16
1.4. Competição .............................................................................................................. 18
1.4.1. O Papel das Competições no GEO ............................................................ 19
1.4.2. Competições Internas ................................................................................... 20
1.5. Modalidades do GEO ............................................................................................. 21
1.6. Premissas – Acordos Essenciais do GEO....................................................... 21
2. Funcionamento da escola ............................................................................................ 23
2.1. Período de Experimentação (Teoria e Funcionamento) .............................. 23
2.2. Ano Esportivo Regular (Grade e Progressão) ................................................ 24
2.2.1. Carga Horária Progressiva........................................................................... 25
2.2.2. Logística das Trocas de Modalidades ...................................................... 25
3. Orientações Curriculares ............................................................................................. 26
3.1. DELP – Desenvolvimento Esportivo de Longo Prazo .................................. 26
3.2. PAE – Plano Anual Esportivo.............................................................................. 26
3.3. Avaliações ................................................................................................................ 28
Bibliografia ............................................................................................................................... 29
Colaboradores......................................................................................................................... 34

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Apresentação

O Ginásio Educacional Olímpico (GEO) é uma escola vocacionada para o


esporte com um modelo particular de escola no mundo. Por essa razão
sentimos a necessidade de desenvolver um material de apoio pedagógico, no
qual treinadores e equipes gestoras possam se apoiar a fim de desenvolverem
melhor seu trabalho. Esse material foi elaborado pelo Instituto Trevo com o
auxílio dos treinadores do GEO e colaboradores especialistas da área de
Educação Física.

Nas próximas páginas desse documento, apresentaremos a filosofia de


pensamento e as principais bases teóricas que pautaram o que chamamos de
DELP: Desenvolvimento Esportivo de Longo Prazo. Percorreremos tudo em
relação às premissas, principais interlocutores teóricos, funcionamento da
matriz de treinamento e orientações para os professores das diferentes
modalidades abarcadas pelo GEO.

Para o desenvolvimento dessas orientações, partimos da premissa de que o


esporte no GEO está fundamentado na educação para o desenvolvimento
humano, mediante a oferta de oportunidades para o aprimoramento das
potencialidades que cada aluno traz consigo, transformando-as em
competências e habilidades que promovam a realização de seus sonhos e
desejos. Desta forma, elaboramos orientações para que os treinadores possam
acompanhar o desenvolvimento de cada aluno-atleta-cidadão, sempre tendo
em mente que esse indivíduo é um só. Ou seja, não queremos que, nos
treinamentos esportivos, seja trabalhado somente o lado “atleta” do aluno. Ao
contrário, é nosso objetivo colaborar para que neste âmbito, estas três
dimensões sejam trabalhadas concomitantemente.

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1. Premissas, Justificativa e Fundamentação Teórica

A existência do GEO se justifica em função da responsabilidade do Estado de


garantir o direito à educação, de acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA, 1990) e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB, 1996), que definem a educação como dever do estado e da
família.

A educação, como um direito de todos, é compreendida aqui como pré-


condição para o desenvolvimento humano. Nesta perspectiva, ela deve ser
capaz de impulsionar as potencialidades de cada sujeito, transformando-as em
competências, isto é, capacidades e habilidades para conhecer, criar, trabalhar
(HASSENPFLUG, 2004).

E, neste cenário, o Ginásio Educacional Olímpico (GEO), na cidade do Rio de


Janeiro, concretiza alguns dos preceitos constitucionais e metas do Plano
Decenal de Esporte e Lazer do país. O GEO, além de oferecer uma educação
vocacionada para o esporte, torna tangível o projeto de Educação pelo Esporte
para o desenvolvimento da integralidade humana, ampliando a oferta de
modalidades para a prática esportiva dos jovens, em um ambiente seguro para
a aprendizagem, como prevê a Convenção dos Direitos da Criança, adotada
pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em 20 de novembro de
1989 e pela Lei Pelé (1998).

O GEO, como programa de política pública da rede municipal de educação da


cidade do Rio de Janeiro, responde a uma demanda educacional da sociedade
na medida em que: (a) desenvolve sua pedagogia baseada em valores
olímpicos, mediada pelo esporte como propulsor do desenvolvimento humano
na formação dos jovens; e (b) democratiza o acesso ao esporte com destaque
para a modalidade de iniciação à competição, integrando o esporte com outras
áreas do conhecimento. O GEO colabora com o avanço de um novo momento
na Educação em geral e, em particular, na educação esportiva dos jovens no
cenário brasileiro, e – mais especificamente - na cidade do Rio de Janeiro,
além de apontar uma possível solução para o problema de conciliação de
rotinas esportivas e escolares de estudantes atletas (Gestão de Dupla Carreira
Esportiva).

Um dos principais méritos do programa GEO é a ampliação do tempo de


permanência dos docentes que irão construir, no âmbito do modelo de gestão
participativa da comunidade escolar, e de forma desafiadora, uma síntese dos
conhecimentos produzidos pela humanidade, cujo objetivo é o exercício pleno
da cidadania.

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O GEO, como herdeiro da base pedagógica desenvolvida para o Ginásio
Experimental Carioca (GEC), tem como um dos marcos de referência uma
educação esportiva para valores, pela qual o estudante é estimulado a
desenvolver a capacidade de iniciativa (ação), de liberdade (opção) e
compromisso (responsabilidade), bem como o fortalecimento dos vínculos de
família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca, em que
se assenta a vida social (COSTA, 2007), como exposto no artigo 32º § III da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96 (BRASIL, 1996).

Considerando que uma das diretrizes da Política de Educação, constituinte do


Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro, é a de universalizar o acesso e
garantir ao estudante ensino em tempo integral, o GEO justifica-se não só por
concretizar estas diretrizes, mas também por representar concepção inovadora
de escola pública brasileira, uma vez que abraça a vocação esportiva dos
alunos, inspirada pelos princípios de uma Educação pelo Esporte para o
Desenvolvimento Humano.

Para a construção do modelo de Escola Vocacionada para o Esporte da


Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, foram adotadas como
referência experiências em escolas vocacionadas para o esporte de diferentes
países, como:

(a) IMG Academy Pendentlon School, Flórida, EUA;

(b) Singapure Sports School, Singapura;

(c) Sistema Cubano de Ensino e Esporte, Cuba;

(d) Laurel Spring School, Califórnia, EUA.

Apresentamos, a seguir, quadro comparativo com as análises realizadas.

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Quadro 1: Semelhanças e diferenças entre as escolas analisadas
SEMELHANÇAS DIFERENÇAS

Todas as escolas IMG Academy – sentimento de


apresentam na Missão o auto-confiança e orgulho pelo
Esporte orientado para talento atlético desenvolvido e
formação de valores. pelo potencial para disputar a
entrada nas Universidades de
Todas as escolas associam suas escolhas.
excelência acadêmica à
excelência esportiva. Singapure Sports School –
prepara os alunos para viver
Singularidade do Sistema como campeões do século XXI.
Cubano de Esporte:
educação e esporte
integrados; Esporte: direito Laurel Spring School –
CONCEPÇÃO
do povo e solução dos perseguir os sonhos e descobrir
problemas sociais, uma vez seus talentos e dons.
que promove saudável
entretenimento, valores Sistema Cubano de Esporte –
éticos, morais e a Atleta corresponsável; E.F.
preservação da cultura, obrigatória do pré-escolar à
bem estar do cidadão, vida universidade; 1º grau: Escola de
ativa e promoção da saúde. Iniciação Esportiva Escolar (EIDE)
Provincial – (Educação Física +
esporte); sistema piramidal
(massificação na base até o alto
rendimento); Escola Superior de
Aperfeiçoamento atlético (ESPA).

Exigência de rendimento IMG Academy – Team Teacher:


mínimo para participar das alunos se deslocam pelas salas
competições (IMG) que são dos professores.

Todas mantêm o currículo Singapure Sports School –


acadêmico tradicional, ensino por módulos: se o
associado à prática aluno/atleta perde o módulo, pode
esportiva, seja em fazê-lo em outro momento.
contraturno ou intervalado
com as disciplinas Laurel Spring School (CA) – 3
ESTRUTURA acadêmicas. Grade com tipos de cursos: on line; baseado
CURRICULAR disciplinas obrigatórias e em livro-texto; e em projetos.
eletivas/projetos.
Sistema Esportivo Cubano –
Adaptação ao atleta – aulas Massificação do xadrez:
por materiais instrucionais
ou por EAD; flexibilização
do período de avaliações
quando em fases de
competição.

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SEMELHANÇAS DIFERENÇAS

Orientador/tutor acadêmico
(IMG; Singapure; Laurel
Spring).

Estudo dirigido (IMG;


Laurel Spring)
Currículo misto: presencial
+ EAD (IMG Academy);
Inglês como segunda
língua.

Encaminhamento por
interesse, visita guiada com
conselheiro e entrevista
com o Diretor da escola
SELEÇÃO DE (IMG);
ALUNOS
Encaminhamento por
interesse e seleção por
aptidão nos demais
modelos analisados.

Recebem incentivos Possui vasta experiência no


(cursos, menções de honra, esporte ou já treinaram atletas
novas equipes etc.) e (IMG; Sist. Cubano de
formação continuada. Esportes).

Treinador: Experiência no Possui alguma experiência no


exporte. esporte ou já treinaram atletas
(Singapure).
DOCENTE/
Incentivos para os professores ou
TREINADOR
perda de privilégios (Sist.
Cubano de Esportes).

Academias de Esportes + Instituto


da Performance (IMG).

Acompanhamento e avaliação do
professor pelo Ministério da
Educação (Sist. Cubano de
Esporte).
Fonte: Elaboração própria. Trevo Tecnologia Social, 2012.

A partir da análise e do diálogo com diferentes modelos de Escolas


Vocacionadas para o Esporte, o GEO apresenta como proposta a missão de
integrar o desenvolvimento acadêmico e esportivo, formando talentos na vida e
no esporte. Também adota como visão a igualdade de direitos, com respeito às
diferenças para viver, conviver e produzir no século XXI.

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O GEO se pretende um espaço de estímulo para que os jovens busquem
realizar os seus sonhos e descubram e aprimorem seus talentos e dons.
Sendo assim, um dos objetivos do Programa se traduz na educação pelo
esporte para a integralidade do desenvolvimento humano, por meio dos valores
como excelência (competência), solidariedade (não indiferença, aceitação da
diferença, disponibilidade para entrega, aprendizado com o outro), espírito de
amizade (cooperação), e compreensão mútua (tolerância e respeito), espírito
esportivo e fair play.

Dentre as experiências de educação pelo esporte, da realização dos direitos


humanos na promoção da liberdade e da oferta de oportunidades para o
desenvolvimento das potencialidades dos jovens, encontra-se a proposta na
qual os Quatros Pilares da Educação, listados a seguir, representam a base do
desenvolvimento integral por meio do esporte. O GEO, ao se fundamentar em
tal proposta, se põe teoricamente de acordo com três abordagens: a Pedagogia
da Presença, o Projeto de Vida e o Protagonismo Juvenil, já presentes e
desenvolvidas no Turno Único. Os Quatro Pilares da Educação são aqui
compreendidos como uma via de suporte do desenvolvimento pessoal,
cognitivo, social e produtivo dos jovens, utilizando-se de saberes que
transformam suas potencialidades em capacidades de agir na vida. Nesse
sentido, torna-se imprescindível admitir as recomendações da UNESCO como
elemento sustentador para fornecer coerência metodológica entre as práticas
de ensino nas diferentes áreas de conhecimento, por meio de projetos inter e
multidisciplinares. Com vistas à formação da totalidade da pessoa, as práticas
educativas esportivas vivenciadas pelos Quatro Pilares da Educação são
processualmente incorporadas pelos educandos na forma de habilidades,
capacidades, valores e atitudes (HASSENFLUG, 2004).

● Aprender a conhecer por meio da educação pelo esporte – o


educando constrói o conhecimento, por meio da reflexão das
experiências anteriores, imprimindo-lhes significados. Os projetos
relacionados a conteúdos de esporte, saúde, meio ambiente e
sustentabilidade, história, multiculturalismo e tradições culturais,
artes e outros temas dinamizadores, possibilitam aos educandos
a ação de ler situações da realidade e analisá-las; comparar,
interpretar e organizar informações; compartilhar ideias; criar
ambiente de favorecimento da construção/reconstrução de
experiências pessoais em situações de vivências. Desta forma,
abrimos caminho para que as competências cognitivas sejam
desenvolvidas.

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● Aprender a fazer por meio da educação pelo esporte –
modalidade vinculada ao aprender a conhecer, visto que se trata
da aplicação prática de conhecimentos adquiridos. No esporte
espera-se dos praticantes um espírito empreendedor; capacidade
de decisão em ação; solução de conflitos; habilidades e atitudes
permanentes de respeito mútuo; compreensão do outro (parceiro
ou adversário); cooperação; valorização da democracia e atitudes
solidárias. Isso implica trabalhar em grupo, buscar soluções para
problemas comuns, ter autonomia para organizar as próprias
atividades e ter flexibilidade para mudá-las e aprimorá-las
(HASSENFLUG, 2004). Desta forma, abrimos caminho para que
as competências produtivas sejam desenvolvidas.

● Aprender a conviver por meio da educação pelo esporte – a


convivência entre pessoas que desempenham papéis
antagônicos no esporte – parceiros e adversários – é próprio da
atividade. Devido aos compromissos éticos impostos pela regra, o
esporte se apresenta como um mecanismo agente dessas
aprendizagens. No esporte de rendimento, as regras e sanções
são regulamentadas pelas instituições esportivas internacionais
de cada modalidade e devem ser cumpridas sem discussão. No
esporte educacional, a arte de construir as normas do grupo para
a convivência durante o jogo, implica participação, compromisso e
corresponsabilidade dos praticantes. Desta forma, abrimos
caminho para que as competências pessoais e relacionais sejam
desenvolvidas.

● Aprender a ser por meio da educação pelo esporte – Segundo


Hassenflug, (2004), o “aprender a ser” está intrinsicamente ligado
ao “aprender a conhecer, fazer, a conviver”, despertando e
fazendo emergir as potencialidades dos indivíduos nas dimensões
cognitiva, produtiva, social e pessoal. Trata-se, portanto, da
completa realização do homem como ator e produtor de sua
realidade. Nas práticas esportivas, os indivíduos precisam estar
presentes em sua totalidade durante as ações dos jogos,
precisam estar integrados em seus pensamentos, nas ações
corporais e nas emoções, produzindo movimentos com prontidão,
rapidez de raciocínio, de decisão, muitas vezes antecipando
ações motrizes para maior eficácia do gesto. Nas práticas
esportivas, aprende-se a ter prazer com “vitórias” e a controlar as
frustrações nas “derrotas”, bem como compreender o valor
efêmero de cada um desses resultados; aprende-se que vencer é

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uma questão de melhor desempenho em um determinado
momento, mas também pode ser resultado do aproveitamento de
melhores oportunidades durante a disputa. O autoconhecimento
das reações frente aos diferentes comportamentos em situações
diversas, assim como o controle da agressividade e o “saber lidar”
com as frustrações elevam o autodomínio dos jogadores. Desta
forma, abrimos caminho para que as competências cognitivas
pessoais sejam desenvolvidas.

O que se pretende no GEO com o estudo associativo entre os Quatro Pilares


da Educação e a Prática Esportiva é desenvolver, em todas as suas
dimensões, as potencialidades da ampliação do repertório motor e cognitivo.

A experiência de outras culturas com escolas vocacionadas para o esporte tem


evidenciado que o compromisso com os horários de treinamento, ainda que
respeite as individualidades biológicas e o nível de maturidade dos alunos,
demanda esforços além das exigências comuns em escolas tradicionais.

1.1. Treinamento Esportivo e Ensino-Aprendizagem

Historicamente, a Educação Física e o esporte veiculam a ideia de corpo


saudável, que, por sua vez, estimula a noção de eficiência, privilegiando a
integridade física e funcional do corpo. A perspectiva do esporte e da Educação
Física no GEO irá transcender esta concepção, pois a formação esportiva do
adolescente levará em consideração também o interesse e a vocação como
suas expressões máximas. Os adolescentes, neste projeto de educação
esportiva para o desenvolvimento humano, serão compreendidos como
membros ativos da sociedade, construtores de seu tempo, que com seus
projetos de vida protagonizam a transformação de suas realidades, a partir de
um processo educacional em que múltiplas referências são acionadas. Entre
estas, a disciplina Educação Física e o esporte, ambos ocupando espaço
privilegiado neste Ginásio, integrando um conjunto de ações que podem
promover uma leitura crítica da realidade, apontam para a construção de novas
formas de existência. Nesse sentido, afirmamos que o Ginásio Educacional
Olímpico tem o compromisso de formar talentos no esporte e na vida.

Ao se pensar o esporte na escola, com a intenção de desenvolver talentos


esportivos e, considerando a faixa etária dos jovens do GEO, pontuamos que a
referência do treinamento será desenvolvida por meio de jogos para fortalecer
as dimensões da criatividade, da imaginação, do sonho, do prazer, do
divertimento, da espontaneidade e das percepções em ação.

Tal procedimento se fundamenta em Ratchev (1973), (apud Tubino e Moreira,


2003, p. 236). Após um estudo em 18 modalidades esportivas, com 15 jovens

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em cada uma das modalidades (todos com mais de quatro anos de
treinamento), Ratchev concluiu que os melhores resultados em crianças de,
aproximadamente, 10 anos, quanto à melhoria da velocidade, ocorreram com
aquelas que foram submetidas, durante os anos de preparação e estudo, ao
treinamento dessa valência física por meio de jogos.

O treinamento desportivo direcionado a jovens pode levar a crer que este


apenas exerce influência positiva sobre os aspectos motores. Entretanto,
diferentes autores discutem que as condições dos atletas não se limitam a
questões motoras (VIEIRA, 2004; GALLAHUE; OZUMUN, 2005) e que estas se
relacionam tanto a características herdadas (BEUNEN et al., 1992), quanto a
atributos psicológicos (HUGSON, 1986) e físicos (BEUNEN et al., 1992; BASS;
MYBURGH, 2000).

Diante disso, há que se demandar uma educação sólida que lhes proporcione
condições de usufruir de competências generalizáveis e que possam ser
aplicadas em outras opções na vida. Portanto, iniciar uma educação esportiva
na escola, desenvolvendo os potenciais dos alunos, neste caso, o potencial
esportivo, pode lhes dar um sustento básico de formação técnica, psicológica,
de conhecimentos, moral e cidadã. Com essa base generalizada de formação
humanística, o futuro atleta reunirá condições para se tornar um campeão na
vida. Para isso devemos cuidar para que essa formação seja fundamentada em
princípios sólidos e sob a responsabilidade de profissionais pedagogicamente
capacitados e conscientes do seu papel na sociedade.

Formar esportistas a partir da escola requer a visão humanística de que todos


têm direito a uma formação tecnicamente competente e de valores e que, a
partir dessa formação, poderemos ter campeões no esporte de alto rendimento
e outros, de não menor valor, que desempenharão de modo ótimo no esporte e
no lazer, uma interação com seus pares por meio da performance esportiva, se
assim o desejarem. Mas o importante é cuidar do aprimoramento desse jovem
atleta em formação para que ele se sinta incluído na sociedade e seja portador
de excelência, nos diferentes campos do desenvolvimento humano.

Segundo o Manifesto do Desporto (1968), o esporte na escola prepara a


criança e o jovem, como contribuição para o desenvolvimento físico e
harmonioso, fisiologicamente para o esforço, auxiliando-os em seu equilíbrio
físico e psíquico. O esporte participa na formação da vontade, do caráter e da
adaptabilidade social, contribuindo para a expansão das potencialidades e
melhor integração social. No que tange ao desenvolvimento do talento
esportivo, o documento aponta para uma harmoniosa diversificação na
educação esportiva e treinamento conveniente, sempre a partir do interesse e
gosto da criança, sem sacrificar-lhe o futuro. Ressalta ainda a realização
humana do campeão e a importância do fair play e espírito esportivo,
conferindo ao esportista o caráter cavalheiresco.

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No esporte-educação, afirmam os autores do Manifesto do Desporto (TUBINO,
MOREIRA, 2003), que o treinamento deve selar o compromisso de formação
para a cidadania; somente deve ser estabelecido para o desenvolvimento de
habilidades motoras que permitam aos jovens acumular um acervo de
experiências esportivas. O Esporte Escolar (desenvolvimento de talentos para
o esporte rendimento) e o Esporte Educacional formam a manifestação Esporte
Educação.

Outros autores definem o treinamento como:

a. “uma preparação sistemática do organismo, respeitando processos de


adaptações psicobiológicas e que visam obter um alto rendimento”,
(HEGEDUS, 1973);

b. “a soma de solicitações corporais repetidas, executadas em espaços de


tempos determinados, destinadas a aumentar o rendimento, as quais
levam a modificações morfológicas e funcionais do organismo”
(HOLLMAN, 1983);

c. “meio de capacitação individual e social do esportista, através da


otimização dos processos formativo-educacionais” (sob o ponto de vista
pedagógico-social) (SAMULSKI, 1999);

d. “fenômeno pedagógico é processo especializado de Educação Física


orientada, objetivando alcançar elevados resultados esportivos. A
preparação esportiva compreende o aproveitamento de todo conjunto de
meios que asseguram a obtenção e a elevação da predisposição para
alcançar resultados desportivos”(MATVÉIÉV, 1977).

Todos os conceitos acima citados ressaltam o processo, desde a


aprendizagem ao aperfeiçoamento e à especialização, considerando a
preparação técnico-tática, física e psicológica.

A adolescência (alunos entre 11 e 14 anos) é uma fase de aprendizagens, que,


se bem conduzidas, não só podem orientar melhor o presente, como estruturar
um futuro mais promissor. Muitos dos alunos que têm aptidão e interesse pelo
esporte podem não ter a ambição esportiva profissional nem mesmo a
possibilidade de se tornarem atletas de alta performance no futuro, mas terão,
com certeza, um acervo de saberes que lhes permitirá desfrutar de uma boa
qualidade de vida com exercício físico e saúde, podendo adotar a prática
esportiva em momentos de lazer.

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As experiências esportivas desenvolvidas no GEO podem revelar para estes
adolescentes um futuro esportivo promissor, de atletas de alta performance,
mas também irão motivá-los a desenvolver competências para que possam dar
prosseguimento de forma autônoma à própria educação esportiva, decidindo
sobre o que for melhor para suas vidas.

Desta forma, a rotina esportiva implantada para os alunos do GEO implica a


experimentação de diferentes modalidades esportivas individuais e coletivas do
6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, orientada para a formação de sujeitos
conscientes, críticos e reflexivos. A Pedagogia do Esporte proposta se orienta
pelo paradigma da complexidade (complexidade, instabilidade,
intersubjetividade), em que o pensar e o agir estão comprometidos com a
condição humana do sujeito (SANTANA, 2005; BALBINO, 2005).

Preocupado com os excessos do treinamento em busca do rendimento máximo


de atletas obtido a qualquer preço, o Código Europeu de Ética Esportiva (1992)
recomenda que o trabalho esportivo com crianças e jovens deve fazer
prevalecer a saúde, o bem-estar e a segurança sobre o resultado individual ou
sobre a reputação da escola, do treinador ou do país. Da mesma forma, lembra
que a experiência desenvolvida com jovens em treinamento precisa incitá-los
ao hábito de participarem de atividades físicas saudáveis ao longo da vida.
Desse modo, o treinamento esportivo de jovens precisa desenvolver, além da
técnica, uma atitude frente ao esporte como saúde e qualidade de vida.

Para obter altos desempenhos e vitórias em competições, há que se ter em


mente um treinamento esportivo adequado às fases de desenvolvimento motor
dos jovens que viabilize o seu desenvolvimento integral, nos aspectos da
proficiência motora, cognitiva e ética. Tubino (2007; 2003), ao discutir o
treinamento esportivo no âmbito do esporte escolar, corrobora com esse
pensamento e diz que este deve fomentar o desenvolvimento esportivo de
jovens, sem perder de vista a formação da cidadania. Ressalta ainda que as
experiências esportivas, além de terem a finalidade de fomentar a
internalização de valores olímpicos e do esporte, devem se voltar para a
aprendizagem e desenvolvimento motor das habilidades técnicas esportivas,
enfatizando as valências físicas de base. Ressalta ainda a importância do
treinamento de técnicas específicas do esporte, para o desenvolvimento do
pensamento tático e do espírito esportivo.

Sabe-se que o treinamento é a variável preponderante nos resultados das


competições e, na ânsia de alcançar a vitória, muitas vezes este pode ser
exacerbado, prejudicando a saúde dos atletas. Treinar esportivamente um ser
humano é conduzi-lo ao pleno desenvolvimento de seu organismo com vistas à
consecução de um desempenho de extraordinária complexidade motriz, é
treiná-lo considerando toda uma miríade de variáveis capazes de alterar a
performance.

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Inspirado nos estudos de Pablo Juan Greco (2002), o treinamento esportivo é
concebido no GEO como um processo de ensino-aprendizagem-treinamento,
isto é, consiste em um sistema de formação e treinamento que respeita os
processos de desenvolvimento humano; direciona o jovem à iniciação
esportiva; aprimora e qualifica a técnica visando “maximizar” o nível de
rendimento esportivo; valoriza a formação de sua personalidade e prioriza a
contextualização do indivíduo na relação consigo, com os outros e com o
ambiente. Sendo assim o treinamento é um processo educacional e será
considerado um objeto de ensino-aprendizagem.

Segundo Tudor O. Bompa (2002,) os jovens que comporão o corpo discente do


GEO estarão no estágio da idade anatômica que varia entre pré-púberes e pós-
púberes, como demonstra a tabela abaixo.

Quadro 2: Estágio da Idade Anatômica de Crianças e Jovens Adultos

Fonte: Treinamento Total para Jovens Campeões (Bompa, 2002)

14
1.2. A importância do Desenvolvimento Multilateral

Um dos princípios mais importantes para o treinamento de crianças e jovens


chama-se Desenvolvimento Multilateral, que prevê que as crianças
desenvolvam várias habilidades fundamentais, que as ajudarão na construção
do seu repertório motor, na formação pessoal e sociocognitiva, antes de
começarem a treinar em um determinado esporte.

A proposta do GEO é que o corpo discente desenvolva habilidades


fundamentais como correr, saltar, arremessar, subir, descer, rolar, receber,
lançar e equilibrar, entre outras, para que se tornem coordenados e adquiram
habilidades fundamentais em direção ao desenvolvimento e aprimoramento, a
partir das diferentes modalidades individuais e coletivas que o GEO oferece.

O objetivo do Desenvolvimento Multilateral é melhorar a adaptação geral.


Crianças e jovens que desenvolvem várias habilidades e aptidões motoras
estão mais propensas a se adaptarem a cargas de treinamento elevadas, sem
experimentar tensões associadas à especialização precoce. A figura a seguir
ilustra a abordagem sequencial para o desenvolvimento de talento esportivo.
Embora as idades variem de um esporte para o outro, e entre indivíduos, o
modelo demonstra a importância do desenvolvimento progressivo. Nessa
figura, apresenta-se a comparação entre a especialização precoce e o
desenvolvimento multilateral.

Quadro 3: Comparação entre a especialização precoce e o


desenvolvimento multilateral
Filosofia de Treinamento

Especialização Precoce Programa Multilateral

Rápido progresso no desempenho. Progresso mais lento no desempenho.

Melhor desempenho aos 18 anos ou


Melhor desempenho obtido aos 15-16 mais, que é a idade de amadurecimento
anos em consequência da rápida fisiológico e psicológico.
adaptação.
Consistência do desempenho nas
competições.
Inconsistência do desempenho nas
competições. Vida esportiva mais longa.

Por volta de 18 anos, muitos atletas


estão exaustos e abandonam o
esporte. Pouquíssimas lesões.

Propensão a lesões em consequência


da adaptação forçada.
Fonte: Treinamento Total para Jovens Campeões (Bompa, 2002).

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A proposta de treinamento do GEO visa estimular a vivência do alunado nas
competições estudantis disponíveis na cidade, porém sempre visando um
potencial de alto desempenho futuro, sem atropelar as fases de
desenvolvimento. Interessados na futura formação de atletas bem-sucedidos,
precisamos nos preparar para adiar a especialização pensando em atingir
resultados no médio e no longo prazo, em detrimento daqueles alcançados no
curto prazo, identificado com a máxima da especialização precoce.

1.3. Estrutura Temporal

Pensando na sequência de fases e momentos que caracterizam e compõem os


diferentes níveis de rendimento esportivo conforme as diferentes faixas etárias
e acervo de experiências, Greco e Benda (1998) propõem a estrutura temporal.
As opções de performance podem ser idealizadas como metas. Em cada faixa
etária, o nível de desempenho a ser alcançado deverá considerar fatores como:
experiência anterior, horas de dedicação, material, estrutura político-filosófica,
etc.

O treinamento com crianças e adolescentes deverá ser um passo no âmbito do


processo de ensino-aprendizagem-treinamento e não somente servir como
objetivo para atingir altos rendimentos. Treinamento com crianças e
adolescentes é treinamento de formação, de preparação, não somente para o
alto nível, mas também preparação para uma vida salutar, em que a atividade
física é um meio que o indivíduo internalizou.

Baseados em princípios pedagógicos, biológicos, metodológicos e de gestão


do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, Greco e Benda (1998)
sugerem uma divisão do mesmo em nove fases, visando sistematizar o
processo de formação esportiva. O modelo a seguir dirige-se
fundamentalmente aos jogos esportivos coletivos, mas podem ser adaptados
às modalidades individuais resguardando-se as particularidades específicas
das modalidades implantadas no GEO.

1. Fase pré-escolar (3 a 6 anos);


2. Fase universal (6 a 12 anos);
3. Fase de orientação (12 a 14 anos);
4. Fase de direção (14 a 16 anos);
5. Fase de especialização (16 a 18 anos);
6. Fase de aproximação/integração (18 a 21 anos);
7. Fase de alto nível (21 anos);
8. Fase de recuperação/readaptação (readaptação do ex-atleta à
sociedade);
9. Fase de recreação e saúde (manutenção da função fisiológica).

16
Apoiando-nos na estrutura temporal proposta por Greco e Benda (1998), nos
ateremos às fases 3 e 4 (de orientação e de direção, respectivamente) que
compreendem exatamente o período etário que trabalharemos no GEO (11 a
16 anos).

A “fase de orientação” se inicia por volta dos 11-12 anos e abrange até os 13-
14 anos. A frequência recomendada de atividades curriculares e
extracurriculares sistemáticas deve ser em torno de três encontros semanais,
com duração média de 60 a 90 minutos cada. A técnica deve ser trabalhada na
sua forma global, procurando sua automatização-estabilização, sem insistir na
perfeição do gesto. A correção deve ser dirigida aos elementos grosseiros dos
diferentes programas motores e esquemas de movimento. A possibilidade de
variação das técnicas, no sentido de amplos repertórios de esquemas motores,
deve ser prioridade. É importante entender o conceito da variação das técnicas;
isso significa que devem ser oferecidas atividades nas quais, por exemplo, por
meio do jogo, a criança seja incentivada a desenvolver, aprender e aplicar
técnicas de movimento específicas do esporte, porém sem um alto nível de
perfeição gestual. O aperfeiçoamento da coordenação de movimentos e das
capacidades senso-perceptivas pode ser concretizado por meio do
desenvolvimento das capacidades táticas gerais. Começa assim a se delinear
a finalização do processo de iniciação esportiva.

A “fase de direção” inicia-se por volta dos 13-14 anos e abrange até os 15-16
anos. A frequência de atividades extracurriculares formalmente planejadas
deve ser de, aproximadamente, três vezes por semana para não entrar em
conflito com outros interesses dos jovens.

Pode-se começar com o aperfeiçoamento e a especialização técnica em uma


modalidade esportiva. É importante destacar a necessidade de que o jovem
realize e participe de duas ou três modalidades esportivas, preferencialmente
complementares, ou seja, daquelas nas quais não existam fatores que possam
interferir no processo de transferência de técnicas.

Esta fase estende-se por, aproximadamente, dois anos e, ao final da mesma, o


aluno do GEO terá um arcabouço e um acervo motor que permitirão - conforme
seus interesses - necessidades e ofertas do meio ambiente. A escolha pela
prática do esporte ou o treinamento do esporte com vistas ao alto nível de
rendimento.

A figura a seguir resume as fases e níveis de rendimento esportivo e foi


adaptado de Greco e Benda (1998), com o objetivo de ressaltar as fases que
serão trabalhadas com o corpo discente do GEO.

17
Figura 1: Fases e níveis do rendimento esportivo. Duração e relação com
a frequência e a idade de treinamento.

Fonte: fases e níveis de rendimento esportivo (GRECO e BENDA, 2007).

1.4. Competição

A formação de uma possível carreira esportiva de um jovem atleta está


relacionada com as condições técnico-pedagógicas dos treinamentos e das
participações em competições. Admitida como um dos fundamentos do
esporte, a competição é aqui definida no contexto do GEO como a comparação
de rendimentos esportivos dos atletas em disputas, exaltando a proficiência
física e esportiva dos participantes, se constituindo, dessa forma, num espaço
de superação para os jovens e de busca de excelência. Esta definição, no
entanto, não nos exime de, em nome da dialética, considerar o que poderíamos
denominar como a “exacerbação da excelência” que se verifica em espetáculos
esportivos, em nome da qual acontecem o doping (dopagem bioquímica), as
violências e as fraudes, deturpando a formação dos jovens. Desse modo, a
“competição exacerbada” não é outra coisa senão o lado não ético da
competição, passando a ser questionada em seus excessos e modelos de
seletividade.

18
Quando o objetivo é a obtenção de altos desempenhos e vitórias em
competições, há que se ter em mente um treinamento esportivo adequado às
fases de desenvolvimento motor dos jovens que viabilize o seu
desenvolvimento integral, nos aspectos da proficiência motora, cognitiva e
ética. Nesta perspectiva, a competição no esporte escolar precisa construir
uma proposta pedagógica que desencadeie a formação integral do atleta, que
estruture a concepção da vitória em competição com a realização das metas
estabelecidas, e não apenas como a derrota do adversário.

Desse modo, o ensino de esportes no GEO, com vistas à formação de um


aluno-atleta-cidadão, passa também por considerar a competição como objeto
de ensino-aprendizagem, fazendo desta uma oportunidade pedagógica,
configurando-a como importante ferramenta de inclusão social, de formação
ética e de cidadania. A competição, assim entendida, não se limita apenas ao
tempo-espaço das práticas esportivas.

1.4.1. O Papel das Competições no GEO

Os benefícios do esporte, aqui citados podem ser estender para a prática


saudável das competições. No GEO, as experiências competitivas refletem a
filosofia dessa instituição na qual a participação esportiva competitiva colabora
com o desenvolvimento social, físico e ético do aluno. A intervenção do
professor-treinador em momentos cruciais do pré-jogo, do decorrer do jogo e
do pós-jogo é fundamental para a solidificação da autoestima, autoconfiança,
regulação emocional, autoeficiência e administração do conflito através da
contextualização de dilemas morais que constantemente ocorrem durante os
torneios e a preparação para estes. Tais habilidades também fazem parte da
vida acadêmica, social, emocional e na vida fora da escola do educando.
Diante do processamento das habilidades de vida que constantemente surgem
em situações de competições, estas podem ser transferidas da arena esportiva
para outros campos da vida do aluno.

Além do mais, a proposta do GEO incentiva o contrato acadêmico com foco na


excelência como forma de manutenção nos times esportivos da escola. Esse
acordo proporciona uma diminuição da evasão escolar e evidencia uma
melhora no desenvolvimento de perspectiva de vida futura.

À medida que o aluno se prepara para competir na idade adequada, ele


aprende a lidar com o prazer da vitória, frustações, sucessos e fracassos. Para
todos usufruírem dos benefícios da competição, deverão existir oportunidades
de participação de todos no processo competitivo. A vitória, quando ocorrer,
deve ser vista como consequência e será comemorada sem ser o foco principal
das equipes.

19
Considerando o importante papel das competições no GEO, os alunos poderão
adquirir excelência, confiança, espírito esportivo e aprimoramento de valores
humanitários nesses eventos. O foco no ensinamento desses valores é
necessário para que os alunos adquiram expectativas positivas sobre seu
futuro. Além disso, o processo da competição envolve a tomada de decisão, a
interação social e o entendimento de performance cognitiva. Nesse processo, a
presença de adultos responsáveis e experientes no diálogo com crianças e
adolescentes é essencial nas experiências de competição esportiva que
conduzam ao desenvolvimento de valores da vida.

1.4.2. Competições Internas

A fim de proporcionar e oportunizar aos alunos do GEO à experiência da


competição, recomenda-se a institucionalização de competições interclasses
e/ou entre patamares, assim como, amistosos com outras instituições de
ensino que também valorizem a ação educativa por meio da competição. As
competições internas devem estar listadas no calendário anual escolar, de
forma a envolver a toda a comunidade da unidade do GEO. O objetivo da ação
educativa esportiva deve estar claro para todos os membros da comunidade
GEO, inclusive e, principalmente, dos professores das matérias propedêuticas.
A estruturação logística antecipada facilita a disponibilidade de espaço físico,
recursos humanos, materiais e adequação do calendário. Critérios de
premiação e avaliação do evento também devem ser observados.

A competição escolar é atraente para o jovem, estimula a presença do mesmo


na escola, fortalece o relacionamento entre pais, professores e alunos e os faz
perceber os componentes fundamentais da intenção educativa e da proposta
metodológica da competição. O formato e os objetivos pedagógicos da
competição deverão ter seus valores propagados a fim de dar significado aos
treinos, possibilitando a aplicação prática do que é aprendido. A competição
evidencia a necessidade de refinar habilidades esportivas específicas, técnicas
e táticas mais complexas e avançadas, contribuindo, como consequência, para
uma maior dedicação aos treinos por parte do aluno. Alunos de outras
modalidades podem atuar como mesários, estatísticos e voluntários em geral,
visando o incentivo do protagonismo juvenil. Quando estes forem competir nas
suas modalidades, os papéis se inverterão.

A grande contribuição das competições internas, no entanto, é proporcionar


oportunidades aos menos habilidosos e iniciantes de vivenciarem situações
competitivas sob o olhar e intervenção de adultos tecnicamente preparados.

20
1.5. Modalidades do GEO

As modalidades do GEO foram selecionadas para oportunizar aptidões


esportivas nos alunos bem como desenvolver suas potencialidades.

As modalidades oferecidas do GEO abrangem aspectos da cultura nacional


como o futebol; vislumbram o desenvolvimento das lutas por meio do judô e da
luta olímpica; esporte de raquete com o tênis de mesa e badminton; esporte
aquático pela natação; esportes coletivos com e sem contato como o handebol
e o voleibol respectivamente, e o universalismo tradicional do atletismo com
seu misto individual e de equipe.

As unidades do GEO são atualmente seis, divididas nas regiões centro, Ilha do
Governador e zona oeste da cidade. As modalidades comuns aos GEOs são:
judô, o tênis de mesa, o atletismo, o voleibol, o handebol, a natação, o
badminton, o futebol, a luta olímpica, o basquetebol e o xadrez.

Nota-se, portanto, a presença da valorização do ideal olímpico por meio de


esportes tradicionais, a preocupação com diversificação e ampliação do
repertório motor, adaptabilidade de instalações e equipamento de cada unidade
do GEO, assim como o incentivo ao aprendizado de modalidades externas
aquele bairro, proporcionando benefícios na expansão de novos
conhecimentos. Esses benefícios geram aprendizagem significativa, pois
desafiam o educando a experimentar e engajar-se em um esporte diferente
pela primeira vez. Essa concepção esportiva exploratória pode ser
desconfortável à princípio, porém, desenvolve o senso de realização, orgulho e
habilidade de relacionar-se em equipes de forma diferente da usual.

As modalidades esportivas do GEO sejam elas diferenciadas ou semelhantes


da cultura brasileira e carioca, geram a possibilidade de revelar talentos e
potencial esportivo, pois impulsionam o aparecimento e o crescimento dessas
competências em vários aspectos da vida que podem estar adormecidas.

Muitos atletas nunca saberiam que seriam capazes de demonstrar e despontar


suas capacidades até terem tentado alguma modalidade pela primeira vez e
serem vistos com grande potencial. Um dos objetivos do GEO é plantar a
semente da curiosidade esportiva.

1.6. Premissas – Acordos Essenciais do GEO

Com base no Currículo de Educação Física e Esportes da Escola Americana


do Rio de Janeiro, norteado pela NASPE (National Association for Sport and

21
Physical Education/USA), apresentamos aqui algumas premissas, adaptadas,
relativas ao o quê os educadores concordam em oferecer aos alunos.

● Utilizar-se de atividades de soluções de problemas a fim de


desenvolver o pensamento crítico, aceitação de desafios e
responsabilidades de liderança;
● Oferecer aos alunos oportunidades iguais para crescer
socialmente reconhecendo, compreendendo e aceitando as
diferenças, costumes, e características dos outros;
● Oferecer uma variedade de esportes individuais e coletivos,
enfatizando a segurança, o esforço e a justiça;
● Promover atitudes positivas em relação a atividades físicas;
● Desenvolver o entendimento dos alunos sobre os benefícios que
a atividade física e o esporte proporcionam ao bem-estar físico,
emocional e social;
● Ampliar o desenvolvimento cognitivo por meio da educação
corporal e do movimento;
● Aprimorar e desenvolver as habilidades psicomotoras dos alunos.

22
2. Funcionamento da escola

2.1. Período de Experimentação (Teoria e Funcionamento)

A experimentação pode ser considerada uma pré-temporada para os novos


alunos. O objetivo é que cada um tenha um primeiro contato com cada
modalidade e a oportunidade de experimentar as diversas situações das
diferentes práticas esportivas, tanto a parte lúdica, quanto educativos e
situações de jogo (adaptados, se necessário). Com isso, eles podem escolher
a modalidade em que se sentirem melhores e mais confortáveis para viver a
rotina de treinos e competições. Já possuímos evidências, fornecidas pelos
GEOs de que a experimentação minimiza os pedidos de troca de modalidade
por parte dos alunos ao longo do ano.

Nesse processo, os novos alunos devem ser divididos em grupos de igual


número e distribuídos por todas as modalidades oferecidas na escola. Divide-
se o 1° bimestre pelo número de modalidades.

Desta forma, os grupos de alunos permanecem um determinado período (em


torno de uma semana) em cada modalidade. Ao final de cada semana, os
alunos devem avaliar aquela modalidade, preenchendo uma ficha de duas vias
(sugerimos o Relatório Semanal do Aluno), guardando uma ficha consigo e
outra entregando para alguém da equipe gestora, como o Coordenador
Esportivo. Paralelamente, os treinadores devem elaborar um planejamento
para esse período de experimentação.

Oferecemos, a seguir, um conjunto de orientações de apoio para facilitar o


acompanhamento de cada etapa por parte da equipe gestora, que
denominamos de Plano de Experimentação. É interessante que cada treinador
insira nesse planejamento tanto situações lúdicas, quanto de treino, além de
jogos adaptados. Desta forma, os alunos entrarão em contato com o dia a dia
dos treinos, tendo experimentado o lado divertido e o lado mais desafiador de
cada modalidade em sua totalidade. Durante esse período, os treinadores irão
avaliar os alunos. Oferecemos aqui, como auxílio, o “Guia de Observação do
Professor”.

No fim da experimentação, cada aluno deve indicar quais são as modalidades


de sua preferência. Para isso, oferecemos a ferramenta “Ficha de Preferência
do Aluno”.

23
Ao final do processo de experimentação, temos o conselho de classe esportivo,
em que a equipe dos professores treinadores irá definir as turmas das
diferentes modalidades. Nessa reunião, o responsável pela condução
(possivelmente o coordenador esportivo) deve apresentar as fichas de
preferência do aluno, preenchidas pelos discentes. Paralelamente, cada
treinador deve levar uma avaliação dos alunos e a lista dos que gostaria que
compusessem seu time.

A partir daí deve-se traçar uma relação entre o desejo do aluno


(prioritariamente) e a avaliação dos professores. Com esse processo, espera-
se minimizar as trocas de modalidade por parte dos alunos durante o ano letivo
regular. Além disso, pautados pela afinidade e desejo, esperamos alunos mais
envolvidos e motivados para o treinamento.

2.2. Ano Esportivo Regular (Grade e Progressão)

Os alunos do GEO são divididos em três patamares:

● 1° patamar: 6° ano
● 2° patamar: 7° ano
● 3° patamar: 8°e 9° anos

Essa divisão fundamenta-se na ideia de que, em geral, o amadurecimento


físico e psicológico dos alunos pode ser minimamente agrupado em
determinadas idades resguardando o desenvolvimento motor. Consideramos
também a defasagem idade/série, e a participação em competições escolares.

De forma geral, independente da modalidade principal escolhida pelo aluno,


individual ou coletiva, de luta, ou aquática, de contato ou sem, a ênfase do 1º
patamar é na experimentação das modalidades, na prática de movimentos
técnicos e táticos básicos, na experiência lúdica da competição inclusiva, na
experimentação de capacidades condicionantes da aptidão física para a
performance, na identificação de técnicas, assim como, movimentações das
habilidades motoras específicas (fundamentos do esporte).

No 1º patamar, o aluno reconhece, e identifica os equipamentos e as regras


básicas da modalidade, observa sua própria performance e de seu colega.

No 2º patamar, a ênfase é no aperfeiçoamento da técnica utilizada na


modalidade, assim como na ampliação do repertório motor do esporte.

No 3º patamar, opta-se pelo refinamento da habilidade motora específica.

24
2.2.1. Carga Horária Progressiva

Dentro da lógica da progressão, temos também uma adequação da carga


horária para os diferentes patamares da seguinte forma:

Para o 1° patamar (6° ou todas as séries em escolas no primeiro ano de


funcionamento):

O 1° bimestre é ocupado com a experimentação. O restante do ano letivo


funciona da seguinte forma:

Os alunos participam da modalidade principal duas vezes por semana, cada


dia contando com dois tempos de 50 minutos seguidos (exemplo: seg/qua).
Nos outros dois dias, eles fazem o desenvolvimento multiesportivo em uma das
outras modalidades da escola (exemplo: qui/sex).

Para 2° e 3° patamares

Os alunos participam da modalidade principal duas vezes por semana, cada


dia contando com dois tempos de 50 minutos seguidos (exemplo: seg/qua).
Nos outros dois dias, eles fazem o desenvolvimento multiesportivo em uma das
outras modalidades da escola (exemplo: qui/sex).

2.2.2. Logística das Trocas de Modalidades

Cada escola pode definir os critérios para trocas de modalidade por parte dos
alunos, sugerimos que se aguarde ao menos o fim dos semestres e que não
seja feito exclusivamente por causa de uma competição específica. O ideal é
que o aluno justifique por escrito a razão da troca.

25
3. Orientações Curriculares

3.1. DELP – Desenvolvimento Esportivo de Longo Prazo

O DELP (Desenvolvimento Esportivo de Longo Prazo) é um documento


esquemático norteador do planejamento pedagógico das aulas de treinamento
esportivo que serve como um instrumento de sequenciação de ensino de
conteúdos esportivos a serem apresentados ao aluno ao longo do aprendizado
do esporte escolar.

Esse documento apresenta a filosofia do GEO como escola vocacionada, na


qual o esporte é o fio condutor para o desenvolvimento integral que promove a
aprendizagem a partir dos quatro pilares: aprender a conhecer, fazer, conviver
e ser. Esses pilares são traduzidos nos seguintes domínios:

• Domínio Psicomotor  Conteúdos Procedimentais ou “o saber fazer”;

• Domínio Cognitivo  Conteúdos Conceituais ou “o saber sobre o saber


fazer”;

• Domínio Afetivo  Conteúdos Atitudinais ou “o saber ser”.

Em cada domínio são especificadas as habilidades desenvolvidas, cujo


desenvolvimento pessoal e acadêmico é alinhado com a prática esportiva,
tendo como base a excelência e imbuído do ideário dos valores olímpicos.

A leitura do documento descritivo do DELP se faz de forma horizontal e vertical.


Sua horizontalidade demonstra a progressão do aluno do 6º ao 9º ano dividida
em três patamares, nos quais, o 6º ano representa o 1º patamar, o 7º ano
representa o 2º patamar e o e o 8º e 9º anos o 3º patamar, como apresentado
anteriormente.

Ao final dos três patamares lista-se na coluna da direita do documento, o


comportamento, as características esperadas dos educandos e aquisições
desejadas do aluno GEO, cujo perfil sintetiza os conhecimentos apreendidos
ao final do ciclo.

3.2. PAE – Plano Anual Esportivo

O PAE (Plano Anual Esportivo) é um instrumento de planejamento anual das


modalidades esportivas oferecidas no GEO com o foco na periodização do
treinamento, bem como para avaliação do docente sobre sua prática,
possibilitando uma reestruturação e um alinhamento das habilidades e
competências ensinadas.

26
Neste documento é especificado o patamar do treinamento em uma respectiva
modalidade esportiva, com possibilidade de registro dos treinos previstos e
realizados em cada semestre, além de permitir o preenchimento sistemático e
regular das:

• Competências esportivas específicas;


• Competências esportivas específicas cognitivas;
• Competências esportivas multilaterais de saúde;
• Competências esportivas multilaterais de performance;
• Competências esportivas socioafetivas (sociais e emocionais).

No PAE de cada modalidade esportiva é, também, especificado:

● APRENDIZADO PERMANENTE
Conhecimentos que o aluno poderá levar para sua vida além do esporte
abarca a compreensão do Esporte como instrumento de
desenvolvimento humano. Foca em conceitos amplos, princípios, ou
processos. Aprendizado que pode e deve ser transferido e aplicado em
novas situações dentro do assunto ensinado ou além do mesmo. Deve
estimular o pensamento e o debate. Ajuda a delinear a abordagem do
currículo por meio do esporte que está sendo aprendido.

● RESULTADOS DESEJADOS
Descrição dos conteúdos a serem trabalhados para o desenvolvimento
das competências esportivas específicas e emocionais. Habilidades
essenciais esperadas.

● EVIDÊNCIAS DO APRENDIZADO
Definição dos tipos de aprendizado com seus respectivos instrumentos
de avaliação.

● PLANO DE TREINAMENTO
Definição dos recursos necessários, referências bibliográficas e
sugestões de atividades.

● CRONOGRAMA
Definição, em linhas gerais do cronograma de trabalho, contendo as
competições principais de cada modalidade.

27
3.3. Avaliações

A avaliação do processo de Desenvolvimento Esportivo de Longo Prazo


(DELP) se dá por meio de evidências de aprendizagem, onde são definidos os
tipos de aprendizados e seus respectivos instrumentos de avaliação. Nesse
sentido, foram elaborados dois instrumentos que a equipe gestora pode adotar
para avaliação e auxílio no trabalho com os alunos, a saber:

1. Ficha de Avaliação do docente feita pelos alunos;


2. Ficha de Acompanhamento para gestores.

Os modelos de tais instrumentos são disponibilizados para as equipes


docentes e gestoras nos programas de atualização sobre o Ginásio
Educacional Olímpico.

28
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Singapure Sports School, Singapura: https://www.sportsschool.edu.sg/home

Sistema Cubano de Ensino e Esporte, Cuba.

33
Colaboradores

Ademilson Pinheiro de Souza, Ademir Assis Figueira Rodrigues Junior, Alessandro


Jesus Carmo, Alexander de Araujo Ferreira, Ana Christina Quintela, André Couto,
Antônio Manoel Lima de Holanda, Bernardo Ferreira Pedro, Bruno Castro, Carla
Amrein, Carlos Augusto Soares, Celma Bastos Chrispim de Souza, Claudio Ferreira
Ribeiro, Cleber Luís da Silveira Bastos, Cristina Sudo, Daniel Corrêa de Matos,
Daniela Rodrigues Guimarães, Edson Fernando da Silva Junior, Emanuel Fraga de
Oliveira, Érica Salles Barbosa, Fabricio Xavier do Carmo, Fatima Bispo, Gilberto
Arbues, Gilberto Bello, Janaina da Silva Ferreira, Kátia Váleria Marques Rocha Merly,
Lauter Nogueira, Leonardo Béda Vasconcelos, Leonardo Mataruna, Leonardo Mussel,
Ludmila Mourão, Manoel Ribeiro Netto, Marco André Silva de Almeida, Mario Roberto
Guagliardi Júnior, Marcus André Zeitone, Orlando Folhes, Paulo Estêvão de Macedo
Souza, Pedro Paulo Oliveira dos Santos, Rafael Araujo Campos, Rafael Béda
Vasconcelos, Rodrigo Vianna Mulatinho, Rodrigo France, Simone Siciliano Serpa,
Silvio Telles, Vânia Valentino da Silva, Vera Lúcia de Menezes Costa.

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