You are on page 1of 38
i) As romoas 35 ~Bl ANTES D0 BALE VERDE Lygia Fagundes Telles __VENHA VER O POR-DO-SOL 0 NOIVO sistQHf6s, Fle abriu os olhos. Sentou-se na cama, Emilia? Voce, Emilia? ‘K mulher demorow um pouco para responder, A 'Eu queria saber seo stabor J acordou, E que std chegando a hora. Flora do qué? = Hora do easamento! Casamento? Que casamento? "Que casamento, Emilia? la deu uma risadinha —"O senhor jd acordou mesmo? Acho que ose nor ainda esta dormindo, ¢ bom tomar um eats. Vou trazer o café le recostou a eabera no espaldar da cama. Ho- ado casamento. Mas que casamenio? Hojé€quinta- feira, nao? Quina-feira, doze de noverbro. EntGo? {Quem € que se casa hoje? Nio tenho nenlium case mento marcado para hoje. E logo cedo... Vagou 0 ‘lhar pelo quarto. Estava ficando muito velha, co fada, aqui era arterloscleose, imagine, ve baten do na porta daquele jeito, “hora do casamentol..." Bocejou. Os objetos do quarto flutuavam inforsies fem meio da escuridao, Peasou em naufragio num fun {90 de mar. Tae poetico. Apertou 0s olhos eTixou-se no espetho oval que emergia das sombras como tm 9 SEER ant ‘essa, Emilia?! bi cs bertas vantouse. “Bobagem, nto tenho cacenen, ‘eis aah Keahregis Ait en penwckelacnts cae setter hans eiocme ‘Scola ame insert iatnmeneanen faite hatctensode mone fete atta tebeneaete St seer ora pe nm eis inhvies cetaoramseae ya ‘ok ee ances ee int ais greta eae hhoje nto quero fazer nada de importante, nade, Ai $0108 cabelos. Arregacou os labios para examinay (dentes. “Os incisivos teriam que ser mais agados, Jembrou-se eri. Que pesadelo! Chegara a seit nos ravos que se cransformavam em assy a penugern ane, ludada do morecgo, “Como pode o pee vivo...” cantarolou olhan- lo para o espelho. Foi entdo que viu: estendido a Poltrona, estava um fraque. Un fraque mesmo? Ura Fraque, via perfeitamente através do espetho as cal as bem vincadas, 0 colete apontando dentro do, Tet6, a gravata prateada pendendo ate 9 thas “Um fraque", repetu ele fixando o olharassom- bbrado na propria imagem. Mas que fraque era coc? E quem o deixara ali, quem? “Nunca tive nenihors 10 aque, nia agora.” Sopra fumaga do cgaro fa deco cope. “he gue bomen Cte Bran Gen dou ene ree ois? Cane se tees a par sguna inom Pra oc Sins» Emilie io svsog? Hors do cesmeno, Sid na fora do conmenot fase eabarso epelio como une gra de sono, Sopro mus ontya© frag amet titra st apor aldo, teverelxo dtm ho cir de inagens un ac gus pod sr Batts poe un aque qv ers de ningun Ba Sowa cab En nfrago, le exava mesmo pean deumate Um cates devise {rand eau at boro cme! Des ahi psc pl gress pla at fers ever eterna oupa qucagora sede sates ae ete ee Tide? Gur Cave toe gt mu Ua Eada?" Nios nko era bina, Ein er sera deat praeiarem tinct i. Eee Onteédocetava aan? Nem teat Stott! Un sips cqureco Aronia. sStapoleon:esav armas casa do ue. ramen urrecnid, Be qu sea? Ps a Ion pt, cero te como tna magne dover Eagoe too; nates Exannou ofr Rees {ptna o ne Go sft, Cords Or olsos axon S rdis””, murmurou inexpressivamente. Nun- ‘ra aar nee afaate. Apunhow agave enue una aiquea eegate ma que {hme oe i na Pre SE Made In Ae ria. “Nunca estive aa huni eames wi ae ae it Aru atm Dosen aa ‘ata. Um equivoco,é légico: um amig secur i oupa dr park ele fo ont afte Space pou gar Mas quam ste Fie eve un estremecimento: or de Emilia pa- rein ide dentro do espa emia 00 aque? — Que € que tem o fraque? cst ai? = Bet dat amps enarne ~ pe = cmazhaelig Sparen pe, Sagara met ER cet Gad Sree ae ooo ar pr sone Eta tan irpaaa p nnn ey aa 2 lo J aa ‘ott Bene erudite sg, Aes dac alo gt, Mp Set ad oem ata, man plana moral rae eu ean, Pronto para uma cura temporads na oon Sr crap trp oe etnand Sep a o ce ya na de Sie tei aso ence, eda mani hl Bro dele an it on ve ele sei i cata stoi deunsioe ramus paseo, an einer a ser an ty, tee aR sate per ue S20 shatos mas ganho bem, minha mde morreu hd 16S Smosh i ens rea jee ernst nn erga iinet mo mort 9 De to emanate tear ei i CCorrew até a comods, abit gaveta: “No fa- Jei.<", nmurmurou ele apertando 0 medalhdo ene ‘sos. Soria cho de gratidao para o recat da tulerloura que he sora soba manta de rend Oia a no fle? Bayon ¢ madalhao eapannou ts abooaduras verdcs. 14 deteressado,fevou a0 fowido ocebolio de ouro, fer grar a rosea da corda. Tevouredenove ao ourio. Fechou a gavela. "Een: {iot” Esbogou am pesto na direqdo da polrona, Vemnbravarse de tio, de tad menos do easamento. ‘Ste fala da meméra contnuava apagada, 50 nes fe terreno 4 nevoa se fechava indevasave: nome, is, tudo ers escuridio, A comegar pela nowva fi tne nada dude noéler, As cosa e passavam co- mona hii encaniadas, onde opine mandava tira donzca de um rlno distant sem a vito mun {Eo amor construid em toma de um anl de cabe- fo! dour lengo, dew etrato, iE ev nem so tenho. Gute Beier um ao 29 meng um {rato Vagou oolhar plas pared, pelos moves, Ne~ da. Revolve ‘as gavetas. Folheou avidamente o élbum ‘on antigos retratos da familia, caras amarelas emor- tas, desconhecidas na maloria: Nas sltimas paginas, ida no colados, alguns retratos mais recentes:fla> frantes de um piquenique, de um passeio de be fie tuma festa de formatura... Num instantaneo ddo a0 lado de um trem, no meio de um grupo de ami- fos, estava Dora. Passou o polegar na silhueta fensolarada. Amor breve e brutal que comevou na chi ‘cra, com encontros noturnos no celeiro, sob 0 vO0 hnegro dos morcegos. Mas Dora jaestava casada. “E ‘eu nunca me casaria com ela”, pensou ao volar a fo- tha do album. ""Mas vou me’easar agora com uma 2 ee a sabe ol buscar 0 cigarro. “Emilia sabe, pergunto a * Mas perguntar, como? “Emilia, qual €0 nome inhe nolva?’” Ridicilo, Ridiculo. Seria denun- - Vacilou. Mas o que seria agora ‘ear loucura:recusar a realidade ou pactuar com ela? "Abriu de novo o album, apanfiou ao acaso um reirato de Nand. Nao, no, Nand era desquitada. “E teste casamento vai ser na igrea, a noiva € soltcira. B uniive B com personalise, cu jamais esti ese Sraque se no fose obigado.Puharade ns om fraque. Ela deve ter exigido (ode Seay abriu mo de nada, gee, agen Jose uepael esi fiend nso deh ea snes Bara.caraha invade de Rosana Viva Wes Rosana? Nao, nio, taaeee cls?” Tirou ao actbo um posal de Senivorie oo ‘eee us dexconbecda etn To corse abelos comprids eso, suas perms coinosor eek Pouco finas, talvez, A J6. E se fosse a JOr_ Um caso. ques arrasiare quate unos. None E se ela tiveste voludo? Guardou'e tevste an favclone nfo, nao podia ser Jo, alguées Ine aoc. ‘tempos que ela andava viajando som ume cei Plomata. Feshou album, E Cesfia cavade pete sofa ez Amand, ave Amanda da tgs noltadas, deca de bebér. E Regina ier mae ge 60 filhos.E Virginia save on ‘ jg. © Sabor Quer agora'0 cafe? — perguntou Emilia. pane a Ele reecbeu a bande} ‘que ela nao podia gostar ds certo modo equiva, Ama "Sabe as ovis, Era? = Vint pare ase” O enor et atrasado = Posso me veer num instante tan = Sei mas hoje deren Ete deincrou ooiharno café fimegane, seer, Asprouhe o cher, Es en ae ae See ness Frage, ado caso cose nentuma, ae ee rode nada ise casamento une anal Pode " Negro, Interné-lo como louco, “enlouqueceu na manbi do “Geben'o calé. Encarous de novo. iM HC examinouo pict O segundo, Nenhua mesmo sacidindo a cabeys qe cometave doe. fears sch paves. Quando dew srdo dese ‘entava na hora da cerimOnia. A solucdo era prosse Era aor de Frederico, Intnando-se até jor- OY =" Fico pronto num instante, j4 fiz a barba. a ‘Ac au ser oprmeizon ovo a secasar sem tomar ‘banho. Uma nota original, no hd diivida. : inna’ sent et once nes ao Libis Se Techaram numa csastos cee oF Nerval ota lid, Miguel gus palace asa? Mio. = Act ave a neva esté mais calm. = Voot tem aio conser = Quercomite = Bo coramento = Claio ue nao tenho convite nea ue vo gue Tazer com o conve) satum aE € — Quecisa? Neo tem gui ver nada, Mi tamos atrasadissimos, eusei onde agin, Sree, "a, que mal vot quer? Nanea vi um noite actin resmungou Frederico atirando o cigarro pela jancla._ TE exe avo medonho, dena quay apes oe Miguel entegoi-e a graves, Penou cm Ve. fg eral © fone Veal Vena ata a ie Frederico, a mais bonita, a mais graciosa, Seria tla? Sera? Aptipou os boson dovcoke Mg See ime devi estar na alianse, pois laos uasttge STE SS alaneas? somal OM aH a, esqueceu? Mas movase, ‘Quando pasion por Emi, a enxugav a barn do avental. Tocourfe no bees om Voce nao vem, Emilia? " Fete oso deer ee duis de.he. Enum retncedeso- algunas cia de seis em cn da wee devia extar nos cartes dos presente! Mar enn eimpeta pues nde Ma Fret bared” Gutnd nc no car, cereal 4 crispagao dos misculos. Afundou na almot fe chou os olbor Ofraque ert lange demain ni ‘ho apertva e a cabeca ja dota sem dislatce: Nos agora ‘stava (rangi, miserlosmens aed 15 Delxava-se conduzir. Para onde? No importava. Fre derico sabia. E era Frederico quem estava na dinero, SMA iereia € longs? — Estamos diante deta — disse Frederico arre- fecendo a marcha do carro. — Limpe esse corte que ald sangrando. MPerto, nio?”, pensou Miguel num sobeessal- to. E quanta gente, ineu Deus, quanta gene. Ela de laser muito relacionada para atrai tanta gene asim. Fechou o vidro da janela. Queria ser aquele menin- nho all adiante que vendia agulhas, queria ser aquele {inho preto que se sentara no ultimo desrau da es- ‘adaria¢ lambia a pata, os olhos apertados por eau- fi do sol, queria ser a sombra do gatinho, sO a tombra, Guardou no bolso Tengo com a nédoa de sangue — 0 noivo, o noivo! — exclamaram os cucio- 0s espiando para dentro do carro. ‘Num andar de autémato, Miguel foi aminhan- {do em meio dos convidados que se agitaram, fara thantes. O suor descia-Ihe pelas témporas. Seatiu 0s labios sevos, a boca seca. Enxugou a testa sentindo to brago, delicada mas enérgiea, a pressio dos de- ddos de Frederico impelindo-o para o altar. O perfu- ime das flores era morno como nos veldros. E anddoa fo lengo. Sentia-se enfraquecido como se todo 0 set sangue endo apenas algumas gotastivesse se esvaido naquele corte. Apalpou-o. — Esse chelto, Frederico, — Que cheiro? Toda igreja... entdo no sabe? AAinda.sangra’? ‘Nao respondew. Viu ia Sénia num dramético cehapéu preta e vermelho. Viu as gémeas cochichan- doe rindo, Viu mais alfm — e 0 coragdo pesouslhe [Nand ao lado dos dois meninos,viu-arapidamen- temas péde sentir o quanto estava triste, “mas 0 que isto, eu ndo sabia de nada, Miguel?" Bor que voce ‘no me contou?” Viu Pedro conversando com alguns Colegas de escritério, todos com aquele sorriso mali- ‘ios, detestavel. Via Amanda —estaria bebada? melo vacilante sob o chapelio de palha, E viu Vera. v7 Num desfalecimento, Miguel quis se apoiar em ‘alauma coisa ao seu aleance, Mas nto havia nada a0 Seu aleance para se apoia. A cabeca latejou com mais Violéncia, Vera, Veraentreos convidados, a Verinha toda vestida de preto, nto podia haver um vestide ais preto, “nip ¢ voce, Veral?..." — Ela acabou de chegar’—"avisou tia SOnia aproximando-se, afobada. — Estd tio linda! Eseancarouw-se a porta: no alto daescadaria a not ve foi surgindo lentamente, como se tivese estado submersa abaixo do nivel do tapete vermetho. E ago ‘a viesse& tona sem nenhuma pressa: primeira, a ea: bbega, depois os ombros, os bragos.. Tila © rosto coberto por um denso véu que flutuava na eorrente za do vento como a vela desfraldada de um barco, Tawra? la foi se aproximando, obediente ao compasso grave da marcha. Miguel apertou os olhos mlopes Como era denso’o veul Quem estaria por dettas, quem? S6 vestdo, s6 rendas, flores, mas flores (aS Limidas, tao brilhantes..O vento soprando a nebu losa que deslizava pelo iapete, indevassavel e tio di ana, Leve. Subia agora os dégraus do altar. Miguel Adiantou-se. Dev-Ihe o brago adivinhando-a sort Ik no fundo das véus. Nao seria Margarida’ Forum momento ele fixou 0 olhar na mao en vada que se apoiou no seu brago. Era leve como se a luva estivesse vazia, nada la dentro, ninguem 306 9s véus, $6 névos. Nevo. A sedugio do mister envolvel-o como num sortilésio, agora ertava exch, {ado demais para recuar. Eniregou-se. No pello, 0 ‘agudo grto da cantiga de roda com a menina a)0¢, Iada tapando o rosto com 0 leago, “Senhora Dona Sancha, coberta de ouro prata =. Ele avangou pa aa roda, entrou no meio onde a menina se escondia © descobritna, “queremos ver sua earal™ O siléncio. Era como se estivese alt espera ndo alguns minutos mas alguns anos. Mulioe anos. Ad ago de uma vida, Quando ela apantiou as pontas do véu que he descia aé'0s ombros, ele eve o sen, mento de que estava chegando ao fim. A cantiga da Infancia voltou mais préxima, "Senhora Dona Sati. 18 chat..." Quem, quem? O véu foi subindo devagar, ito devaga, diel ogeto, Edo fl Aiou' pa” fi trde num movimento suave mas firme, Miguel encarou-a. “Que estranho. Lembrei-me dd tantast Mas justamente nela ew nao tinha pensa- ao." Inctinow-se para beijéta NATAL NA BARCA Ke «Zio quero nem devo lembrar aqui por que sme encontrava naguela barea, 8 se1 qué em tudo ea slencio-e teva, E tie emia ber maser, solidlo. Na embarcapao desconfortivel tases ee ‘as quatro pasrageiros, Uma lanterna nc nalicges com sua luz vactlante: um velho, una mulher ove ta erlang e ou © velo, um bebado esfarrapado, detarase de comprido no banco, dirgra palgwas amcnas are ‘ztho invsvee agora dora: A muler esata sen tada entre ats, apertando nos bragos&crianga ese laa em panos.‘Era ume mulher foven ¢ patie © Jongo maato eseuro que he cobra tcabesa dav ihe © aspecto de uma figura antiga ‘Bensei em falarine assim que entre na barca Mas deviamos estar quase ni aguele instante ni me oeoreera dzet- Ine quaigues Balara. New combiavamesn com a bac oe. Poiada, fo sem arfcis, a octosdade de uh aa. 0, Estvatos son Eo ior ainda ra fazer ‘ada, no dizer nada, apenas ohar 0 SuCo nepr ue aembarcagte ta fazzado no rio, Ue SO Debrucelsme na grade de madeira carcomi ‘cena um cigarro. All etévamos os quatto, sees {0s como mortos num antigo barco de orton dy. Hiando na escurd. Contado, estavamos vos era Natal, es ve 20 A caixa de fsforos escapou-me das mise quase renvalou para o ro, Agachel-me para apanhé-la. Sen tindo entdo alguns respingos no rosto, incinel-me ‘mais até mergulhar as pontas dos dedos na agua. (0 gelada — extranhei, enxugando a mo, — Mas de mana & quence Volteime para a mulher que embalava a erian- (a € me observava com um meio sorrso. Sentei-me hho banco ao seu lado, Tina belos olhos claros,ex- {taordinariamente bilhantes, Vi que suas roupas pul- dus Gnham muito cariter, revestidas de uma certa dignidade. — De manhii esse rio é quente — insist ela, me cencerando, quent? — Quente e verde, t4o verde que a primeira vez gue lavenele uma peg deroupa, pense que aoupa fost sar esverdeada, Fa primeira ver que vem por ceitas bandas? ‘Desvieioolhar para o cho de largastibuas gas- as, E respondi com uma outra pergunta: "Mas a sealiora mora aqul por perto? = Em Lucena. 14 tome esta barca ndo sei quan- tas vezes, mas do esperava que justamente hoje. ‘A ctianga agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mals contra © peito. Cobriu-lie a cabeca com 0 xale epos-se a ningla com um brando movi- ‘mento de cadera de balango. Suas mos destacavam- re exaliadas sobre 0 xale prefo, mas 0 rosto era ‘ranqaito. Seu fio? . E, Estd doente, vou a0 especialista, o farma- utico de Lucena achou que eu devia consultar um ‘nédieo hoje mesmo. Ainda ontem ele etava bem, mas dle repente piorou. Uma febre, s6 febre... — Levan- tou a cabega com energia. O queixo agido era alt vo, mas oolhar linha a expresso doce. — SO sei que Deus ng vai me abandonar. = Eo cacula? = Eo iinico. O meu primeiro morreu 0 ano pas- ado, Subiu no riuro, estava brincando de maico {quando de repente avisou, vou voar! A queda nio fei 2 stande, o muro nfo era alto, mas cau de tal eto. Tinka pouco mas de quatro ans [Alte ocigatro na direedo 0 rio, mas 0 toco bateu na grade e voltow,rolando acto pelo cho Alcance-o com a ponta do sapato eiguel a saves to devagar. Era presto devin oasunto para ge te filho que estava ali doente, embora, Mas we ~ B esse? Que idade tem? ~ Vai complet um ano, — E,noutro tom, n- ctinando a cabega para‘ omnbro: ~'Eva um meio to ons, to legre. Tha verdad maria com migieas. Claro que ao sul nada, ins cra muito on. arasado.. $6 atime masa qc fee fel perf ‘ou voar! — disse abrindg os Sages E Yeon Lovanii me. Fu que fier 56 haquee nile, sem lembrangas, sm piedade, Mas os lgos ovals lagos humanos ~j4 ameagavam me envolver Con Seguiraevt-los aiéaquete instante: Mas agora nao tiaha forgas para rompe tos. Seu marido ext sun espera? = Meu mmardo me abandon Senter novament tive votiade de rit. Era incrive. Fora uma lovcua fazer a primera erga #8; mas agora ‘nao podia mais para 114 muito tempo? ~ Faz ns seis mies, Imagine que ns viviames ‘to bem, mas tf bem! Quando te econtou por ase {o.com és antiga namoradafaloucomigosootels, fer até uma brineadeira, a Dea enfeousde nos do ful eu que aca feando mals Boalt. alo alow ‘mais no assunto, Una manhd ese fevantoy came todas as manhas, tomo ea, feu o Jornal incon com omenino efi trabalhar, Antes e saranda oe ‘cenou, eu estava na cozina lavando @ luge sels ‘me aceon araves da tea de arame da peta, en to até que eu quis abi a porta nto gosto de ver ninguém falar comigo com aqua tela de arame no melo... Mase esava com amao molhada, Rect ‘cata de tardioha, ce mandou uma carta, Fas ie far com mitha me numa casa que nagar pero da minha escolnha. Sou profesoras 2 se. ein toon iigsctaral aati: Sarre pyres macs tenor revola,confant, Tatocavel. Apaia? Nao, rcs aint: = nn =e ahaa woh cae on es congas ets mene sue Fol logo depois da morte do meu menino. ianmaasncses ava na minha ago om sua do de iz vio meu ici eames asp ae 2 igus sem saber o que dizer. Esboce um gesto emsequia, apenas para fare algime cls, vant 4 pomta do ale que cobriaacabeya da erlang, Det {eteairoxale ovamente cvolle oolhar paras chao, O menino etava morto.Enteace as mos part do: sinaro tremor que me sada. Exava moro, Ame otiniaa enn, apetano-o conta pli: Mas die estava moro. Debrucei-me na grade da barca e respite peno- samente fa como se enivese metguhads te ope Gogo naueladgua. Sen quea mulher seaptou stds de nim, “Estamos chegando — anuncioy AApanhe depressa minha pasa. O importante agora ea sai, fugeantes queela descobrises ete "el demas, ndo queria ver. Dininuindo saree, bar ac in rar anes de sacar: cro aparece © posse a mcudit 0 velho que dormia: p a ‘Chegamos! Ei chepsmost Aproximetme, evtando encarta, ~"Acho melhor aos despedirmos aqui ~ disse atropeledamente,esendendo 8 lo, Ta parece nfo notar meu gesto. Levantou-se ¢ fez umm movimento como se fosse negara sacle ‘Aude, mas ao invés de apanar a sacola que Ine sstendi antes mesmo que eu pudese imped afas {ou xale que cobria'a cabeea de ihe —Acordou o dorminhosa! E ola a, deve os. tar agora sem nenhuna fee se Acordou ia teve um socio Vein Inclie\-ie, A erianga abrira 08 olhos — aque- des cos que ea vira eras ao definitivameat. E Docejava, efregando a ndocaha na face de novo so. ‘ada. Figue olbando sem consegit far, — Entdo, bom Neill — dss cla, enfiando a sacola no bago. near. Sob o manto preto, de ponascruza dase ainda’ para trie, sou Toate replendeda, ™ pee ere gree amt orn sg er x sn Tae cet a eis mat Invinivel. Sai por ilkimo da barca. Duas vezes voltei- me alnda para vero io. E pude imagind-lo como se- tla de manha cedo: verde e quente. Verde e quente VENHA VER 0 POR-DO-SOL See ormeacmenemtac Ge eintante ce iat Tne que doer 6 is tongs ja ae ge ‘guas, lembra? patie ° ; — Ah, Raquel... — ¢ ele tomou-a pelo braco, Vocé esia uma coisa de linda, B fuma agora uns ‘lqurrinhos pilantras, azal © dourado... Juro que eu tinha que ver ainda Uma vez toda essa beleza, sentir ome perfume. Entio? Fiz mal? P*'Podia ter escolhido um outro lugar, no? — Abrandara a vor, — E que € isso af? Um eemitério? le voltou-se para 0 velho muro arruinado. In- Udcou com o olhar 0 portae de ferro, carcomido pela Terrugem. = Cemitério abandonado, meu anjo. Vivos ¢ os, desertaram todos. Nea os fantasmas sobra- im, olha ai como as criancinhas brincam sem medo = Wirescentou apontando a eriangas na sua ciranda. Ela tragou lentamente. Soprou a fumaga na ca- 1 do compankeiro. B agora? Qual ¢ 0 “Ricardo ¢ suas iddias, programa? Brandamente cle a tomou pela cintura = Conheco bem tudo isso, minha gente estéen- tera a: Varos ena am sat ee mostrar 0 por-do-iol mais lindo do mundo. Ela encarou-o um instante. E veigou a cabesa p+ tw ris uma reads, ‘= Vero por-do-soll.. Ah, meu Deus... Fabu- loo, fabuloso!.. Me impiora tim ultimo encontro, ime atormenta das seguidos, me faz vir de Longe para cw buragueira, sO mais uma vez, sO mais uma! E pura qué? Para ver 0 pér-do sol num cemitério, ile riu também, aletando eneabulamento como wm menino pilhado’ em fata Raguel, isha querid, nfo faca assim com wo, Voc® sabe que eu gostaria cra de tlevar a0 meu Ipriamento, mas fiquei mals pabre ainda, como se |nwo fosse possivel, Moro agora numa pensio horren- «ln, dona é uma Medusa que vive espiando pelo Bu- iGo da fechadura, 'E vo? acha que eu ria? Nao se zangue, ei que no iri, voc esté sen Al fidetissima. Entio peasei, se pudéssemos conver ‘ir um pouco numa rua afastada... — disse ce, Uproximando-se mals, Acaricouthe o brago com as 7 Pontas dos dedos. Ficou stro. E a0s poucos, intime- "ge Raazinbas frame formando em redor dos ses olhos ligeiramente aperiados. Os leques de rugas se aprofundaram numa expressio astuta, Ni era nes- se instante tio jovem como aparentava, Mas logo sor. ru ca rede de rugas desaparcceu sem deixar vestigio. Voltou.the novamente o ar inexperiente e meio des tent, Ware er bem em i [p,Quet dizer que o programa... E no podia- ‘mos tomar alguma coisa num bar? = Estou sem dinheiro, meu anjo, véseentende. = Mas eu pago, = Como dinheiro dele? Pretiro beber formici- a. Escolhi este passeio porque ¢ de gragae muito de- cente, nfo pode haver um passsio mais decente, nto ‘concorda comigo? Até romantico, Ela olhou em redor. Puxou 0 brago que ele apertava. “ecjmm Fol um rsco enorme, Ricardo. Ele ciumen- tissimo, Esté farto de saber que tive meus casos. Se ‘os pila juntos, entao sim, quero $6 ver sealguma ddas suas fabulosasidéias vai me consertar a vida, — Mas me lembrei deste lugar justamente por {que no quero que vooé se arrisaue, meu anjo. Nao tem lugar mais discreto do.que um cemiterio aban donado, veja, completamente abandonado — pros. Sezuiu ele, abrindo 0 portao, Os velhos gonzos ‘gemeram, — Jamais seu amigo ou um amigo do seu Amigo saberd que estivemos aqui a, ¥oo8 ndo imagina como &eneantador ‘Nunca vumabelera igual, que encanto de mova! To Dalal, 0 simples e 0 meso tempos (No slegan tey tho bem euldada,”. Fo! tao carinhosa comigot Figotolhando para as pera finas de ia Pom binna com as melas murchas cor de cenoura. Bom, nl tudo tina rmudado, ‘Quer dlzer que a seahora gostou dela? ito, fique memo cativadat E rune pre- sentes, vena vet — disse, purando-me pelo Bago. "Tes cores de sedafnisma para mite pare v0: @@ uma boneca francesa... Lou, ural m™ Teno Odio de boncea — Duchal Voo! val gosta desea, é coisa mais linda que jie vu, olha ty nto € linda? ‘gue olhando a boneca dentro da cana, Usava lovinhas de renda. ia eave de lave? — Eaava: Uma luva verde, combinando com ot sapaton. No comeso agente exranba a luva soa guela mio, Mas ndo é mesmo dese extraahar? Podia, fazer uma plastica... Enfim, deve fer motvos, Um amor de moral ‘Aconverra no més seguinte com acorinheira de tio Ed ferme esquece te os zeros sucesivos que t- Veen matemsbca- A coucira Vice indaga Con {eigdo sabia de um bom emprego, desde'a vespera ‘Stave desempregada, Tia Portia tna do to net ” ‘ado, pudemos falar & vontade enquanto Conceigao fazia’6 almoso. — Seu tio & muito bom, caitado, Gosto demais dele — comecou ela enquante beliscava um bolinho ‘que Coneciedo trara da frigideira. — Mas nao com: bino com dona Daniela, Fazer aquilo com 0 pobre do cachorto, no me conformo! = Que cachorro? — O Kleber, ld da chicara. Um cachorro tio en- sragadinho, coitado. S6 porque ficou doente e ela chou que ele estava softendo... Tem cabimento fa 2er Isso com um eachorro? = Mas o que foi que ela fez? = Deu um tiro nele. = Um tira? — Bem na cabera. Encostou o revélver na ore- tha e pum! matou assim como se fosse uma brinea- deira... Nao era para ninguém ver, nem 0 sev tio, que estava na cidade, Mas cu vi com estes olhos que a terra hhé de comer, eta pegou o revdiver com aquela mio cnluvada e atirou no pobrezinno, morteu ali mesmo, sem um gemido... Perguntel depois, mas por que & senhore fez sso? bicho & de Deus, nl se az com lum bicho de Deus uma coisa dessas! Ele entdo res pondeu que o Kleber esiava sofrendo muito, que a ‘morte para ele era um descanso, —'Dise isso? ‘A mulher deu uma dentada no bolinho, Ficou soprando um pouco porque estava quente como 0 i= bo, eu mesma nao conseguia dar cabo do meu — Disse que a vida tinha que ser... Ah nao lem- bro. Mas falou em misica, que tudo tinha que ser co- ‘mo uma miisca, fol fsto, Adoenga sem remédio era © desafino, o melhor era acabar com 9 insirumento bra ndo tocar mais desafinado. Até que fol muito edi ada comigo, viu que eu estava nervosa e quis me ex- blicar tudo diretinno. Mas podia ficar me explicando até gastar todo o cuspe que eu nunea ia entender, aque entend muito bem foi que 0 Kleber estava mor- 10, O pobre, Mas ela gostava dele? “ — Acho que sim, estavam sempre juntos. Quan do ele ainda estava bom, ia tao alegriho tomar ba ‘ho com ela na cascata... SO faltava falar aquele eachorro, ° Ea nerguniu por que vot ia embora? — Nao: Nio perguntou nada. Nunca me tratou smal, justiga sea fetta, sempre foi muito dlicada com todos os empregados. Mas no sei, eu. me aborreci por demais.. sso de matar 0 Kleber! E montar em pélo como mionta, feito indo, e tomar banho sem rou ps... Uma noite a mesa do jatar virou intra, O dou for disse que foi ele que esbarrou no pé da mesa, pra ‘no calr, agarrou a toala e velo do pro chlo. Mas ‘nguéa me Ura da cabeya que quem Vrou a mesa fol ela — Por qué? Por que fez isso? = Quando fica brava... A gente tem vontade até eirar sum buraco.O olho dla © azul, muda decor. “Ni tira a luva, nunca? — Capazl... Acho que nem o doutor vu aquela mao, Jé amanhece de luvinha. Até na caseata usa uma Tuva de borracha. Conceicdo velo interromper a conversa para mos trar 8 amiga uma bolsa que tinha comprado. Fics ram as duas cochichando sobre homens. Quando ta Pombinha chegou, a mulher j estava se despedindo, © que foi uma sorte, Nao falei com ninguém sobre essa historia. Mas Jevei o maior susto do mundo quando dois meses de- pois a Danicl telefonou da chscara para avisar que fio Ed estava muito daente, Tia Pombinna comesot a tremer. O pescogo ficou una mancha ‘Deve'ser a Uloera que voltou... Meu querido Fal Cisto-Rei, sera que é mesmo grave? Ducha, de press, val bustar 0 calmante, quitze gotas num co- po de gua agucarada.,..Cristo-Rei! A. lcera ‘Contel dnglenta. E carreguet no agdcar para ds fargar o gosto. Antes de levar 0 copo, despeje ainda mals umas gotas. ‘Assim que acordou, & hora do jantar, desandou nos telefones avisando 4 velharia da irmandade que ‘0 'menino estava doente™. o E ta Daniela? — perpuntet quando parou de choremingn. waTem ido dedicadsima, no side perto de- Je um sé minuto. Fale também com o médieo, disse que nunca encortrou cratura id ecient, tem sid0 tia enfermetra tanto. Eo que me dexa mals des. ‘ansada. Meu querido menino.. Quando Conceeso veio me anunciar que ele t- nha se matado com um iro, assustet me & Bee. Mas aquele primero susto que evara quando me disseram Ave esta doen, foram sist maior sinda, Bu che {ava da escola qiando Conceigdo veio correndo 40 "Seu tio Fa se matou hoje de manha Se ma- tou com um tro! argue! a pasa "Um tire no ouvido? = Lasse fot no ouvido, no me contaram mais nada, dona Pombinha paresialouea, mal podia fa: ier J seguiu com aside para a chica, fol um taruanho berriro! Todas befravem a0 mesino tctt= Po, um horror! Des ver achel muito bom que eu exivesse na ¢scola quando chepou a noticia, Conceico enxugou das lgrimas na barra do avental enguanto frtava batas: Pepuel uma butte que ealra da figietra ¢ afunde-a no sal. Estava guise crus. "Mas por que ele fez ito, Conceigho? — Ningutm sabe, Néo detxou carta nada, nis aguém sabe! Val ver que fol por causa da doencéy no mesmo? Yoo? taribem ndo acha que foi por causa fa doenga? “acho — concorde, enguanto esperava que caine oura batata da figdera. Penave agora mn tia Daniela metida num vestidopreto. Ede lava tam bém preta, como ndo podia deixar de se. BIRUTA bacia cea de louga fa, Andava com difeldade, Tenlando eaulfrars cia que era demasiado pes a para seus bracinhos Tin. | Biruta, h, Biruta! — chamou sem se voltar. © cachor‘o salu de denio da garagem. Era pe dqzenino ebranco, uma ore em pec outra com pletamente cada sSSenese ai, Birala, que vamos ter uma con versinha dive Alonso pousandobacia a0 ado to tangue.Ajocibol-e,arepagou as mangas da ce isa e comegou lava os praios icutasentou-e muito stent ipclinando inter rogaivamente a eabega ora para é dicta, ora para £esquerda, como se quserse aprender melhor as pa invras do seu dono. A orlba caida erguest um pot fo, enguanto a outra empinou, aguda e rea, Etre {ins ormarar-se dls vitcos, proprios de uma esta franzida no esforco da moditaaa. = Ledulna dase que voc’ entrou no quarto de- la — comeyou o menino num tom brando. — sv tia em cima da cama cfociabow as cobertase mordea tim earterinha de couro que ela deixoua, Acartel- ‘aera cio velna¢ ela nde ligou muito. Masse fose tim carieira nova, Brutal Sefosse uma cartetra no- Ya! Me diga agora 0 que € que ia acontecr se ela st cee a me Sioreme tree omer ‘essa cara de inocentel. p ‘ eu ee ie eur Penaetninecth tae aaa Sem oer Sure caves ane mente te uy ou an i, gn Secu as ms chia de espa. nha malas de ‘Alonso, anda ligeito com essa louga! — gri- tou Leduins, jarecendo por um momento na janela A cori. — Id et escaresendo, tenho que si! Jd vou indo — respondes o'menino enquan- to removia agua dabacia Vollow-se para oeaehor. fo. E seu rontiho paid se confrangeu de sted Por que Biatando se emendava, por que? Por due os esforeava um poueo pat ser mehnoranho? Do. ‘a Zula Ja andava impactente, Ledina também, Gk uta fee isso, Biruta fer aqui Lembrot-se do dia em que © achorro entrou na seladera¢ trou de i acarne, Leduina ficou deses- Pera, vinham visitas para o Jantar, precsava en: her of pastels, “Alonso, vos® ndo vid onde deine carne!" Ele ctremeceu. Birsta! Distargadamcate, fot a garagem no fundo do quital, onde Gormia com cachorro num velho colehto metido num Angulo da pared, Bt etav deka be mca drat Yessio, coma posta de care ene a pata, comeno tranatilamente. Alonso arrancourlhe "a carne, cecondet-a dentro da camisa ¢ voliou & cozinha DDetevesena porta ao ouvir Leduina queinarse& do nna Zulu que a carne desaparecera, aprosimava-se a 32 hhora do jantar ¢ 0 acougue jd estava fechado, “que que ei fago, dona Zulu?” “Ambas estavam na sala. Podia entrever a patroa a escovar freneticamente os cabelos. Ele nao tou, a carne de dentro da camisa, ajeitou 0 papel jé todo Toto que a cnvolvia © entrou com a posta na mo, = Es aqui, Leduina, Mas falta'um pedaco! — Esse pedaco eu tri pra mim. Eu estava com vontade de comer um bife e aprovetiei quando voce foi na quitanda. “Mas por que voe8 escondeu © resto? — per sguntou a patroa, aproximando-se Porque fique! com medo, Tinha bem viva'na meméria a dor que sentira nas ‘mos corajosamente abertas para os golpes da esco- ‘va, Lagrimas saltaram-the dos los. Os dedos foram Ficando rovos, mas ela continuava batendo com aque- le mesmo vigor obstinado com que escovara os cabe- los, batendo, batendo como se ado pudesse parar — Atrevido! Ainda te devolvo pro aslo, seu la- draozinho! ‘Quando ele voltow a garagem, Biruta jé estava 1, as duas orelhas eaidas, 0 focinho entre as alas, piscando, piscaado os olhinhos ternos. “Biruta, Tuts, apanhel por sua caus, mas nao faz mal. NEO az mal.” Biruta entdo ganiusentidamente. Lambeu-the as grimas. Lambeuhe as muos, Isso tinha acontecido ha duas semanas. E agora Biruia mordera a carterinha de Leduina, E se fosse a carteira de dona Zulu? “Hem, Biruta?! E se fosse a carteira de dona Zulu? “d desinteressado, Biruta mascava uma folha “— Por que voo8 nfo artebenta minhas coisas? — prosseguit © menino elevando a vor. — Voct sa- bbe Que tem todas as minhas coisas pra morder, no sabe? Pois agora ngo te dou presente de N acabado. Voct vai ver se gaa alguma cosa. Voce Sis sobre 0 clanares, dando a casts 20 cachoro, Resmungou ainda enguantoemplaya 9 iouga na bac Em suid, clout, eperando gual Aer veapao pot parte do cachorro: Como @ rego {ardasse,langou-tne um otha furtvo, Buta dorms profundamcnt, Alonso eno sori, Brut era como uma cran- ca, Por ae no entendiam nso? No faa na por ml, queria brincar. Porque dona Zl a fan tavaiva dele? Ele s6 queria brncar, como a5 cian. fs Por qus dona Za tinha tana ava de crangas? ‘Uma expresso deslada atnarfanhowo ost do mening. "Por que dona Zul tem que ser asin? G'doutor€ bom, auer dizer, nunca se importow em omgo tem com Yost, €soino wea gente ado cx se. Leia tom aguce jetao dees mas dus Yess {i'm protege, So dona Zulu no éntende que voce que nem uma craneinha, Ab, Brut Bina, ces. selogo, pelo amor de Deus Ciesya logo eau sh Sachorrosoeeaso, som bastante pelo es dat ote thas de pet Voct vai ear lindo quando crscer, Bi ula, eu sei que vail” ~S"alonio! — Era a vor de Leduina, — Deixe de fale ono erga logo xn basa Tost ase ‘Chega ‘de dormir seu vagabundo! — disse ‘longo esparpindo agua no fociho do cachoro. ses bt lon bon} com mde levantoue,enrando as patas dant, mun on ‘espreguigamento. = ‘Sinenino oqulibou penosamente a bacia na ca bea, Bua sept-o aos ple, mordendo Ie oso. nowzios, dependurando-se com os dents na barra do Sev avental =r Aproveia, seu bandinho! — ru-se Alonso, — Aprovelia que eu estou com a milo ocupade, sproveta! "Asin que colocou a bacia na mesa, ele nelinou- se para agataro cachorro. Mas Birua equlvouse, inlndo. © menino vergouo corp sacudide neo es. 4 Ai, Ledina, que o Biruta judiou de mim! ‘Acmpreeada ps3 a puardarfapidamente lou ca Eatenteurihe uma eaparola com batatas: Oia al para o se jantar. Tem ainda arcoz © carne 20 Lorn. Mas 50, cv vou Jantar? — surpreendeu-se Alonso ajetando a cagavola no cola ne Hoje dia de Natal, meno. Ele vo Jantar for, eu tambén tenho a minha festa, Voot vai ane tar soniaho. “Alonso inlinow se, E expiow apreensvo para de- baixo do fordo. Doi sins briftaram no escuro: Biruta ainda estava i. Alonso suspirou. Erato bom {uando Bua resolv se ena! Melhor anda qua db dormia: Tinha ent a certeza de que nao xtava Scontecnd nada, A iegus. Voliou-se para Leduina “SO que 0 seu filho val gankar? = Unive — dies muer. A vor sa vizou, Quando cle acordaramathd, val encontrar ‘cavalinfo dentro do sepato dele. Viva me atormen fando que queria um eavaliaho, que queria win ‘alnho. "Aliso pegos uma bataa corids, morna ainda Fechouna nas mos areas. ora no aslo, no Natal, apareciam, umas mo- ¢ascom uns sauinhos de balas¢roupas Tinka uma {ieee conhecia, me dava sempre dois pacotinhos emlugar de um, A'madrinba. Um dia, me dev sap2 ffx, um casaquino de malha e uma cams. "Yor que cia nfo ficou com voce? — His dse‘uma vez que ia me Tevar, ela disse Depois nfo sei por que ela nfo apareced mas. eou: ‘air na cagarola a batata jd fria. E ficou fem slenio, a5 mos sbertas em torno da vasa ‘Xpertou os ols. Dees, iradiou-s para todo 0ros- {o'uma expresodo dura Dois anos seguidosesperon por ela, Pois nao prometera levito? Nao promete- FRE Nom ite see 0 nome saa nad petty era apenas “a madritha’. tnutimente. a Prostrava entre as mogas auc apaesiam no fim do bho com os pacotes de presenes,Inutilmente canta a mals alt do que tour no fm da festa, quando $5 entdo se reuni aos meninos na capla. Ah, se lap desse ouvi-lo! i: aaa “re O bom Jesus & quem nos tae {A mensogem de amor © alg ~ Tambei, é mula esponsabilidade tar cian- a pra cia! — dise Leduina desamarrando 0 sven tan Te choga of que a gente tem. ‘Alonso baixou 9 olhat E de repente, sua fiso somia iluminou'se, Puxou 0 cachorro pelo abo. — Eh, Birulal Esta com fome, Binuta? Seu vagabando! vagabundo!.. Sabey Teduia, Biota {ambem vai gankar um presente’ que esta cseond do lg debalxo do meu ttvesero, Com equele di hetrinho que voct me de, embra? compel ua bo- linha de borracha, uma beleza de bolat Agora cle nto sa reir ae moder sa colt em a olathe 36 pra ito, Ele no vai mais mexer em nada, sabe, ‘Leduina? oma — Hoje cedo ele nfo esteve no quarto de dona Zant © menino empalideen — 86 fol na hora que fi avaroautomével Por qu, Ledunat Por gue? Que fo que aconccedt is estou. E'encolu os ombvos. Nada. Pergomt 4 ton ‘A porta abrivsebruscamente ea patron apare eu. Alonso encolhev'se um pouco, Sondou a fii fomia da mulher Nas la estana sotidene: © ‘men sori também, = Ainda io To ras feta, Leduina? — per- funfoua mora num tom aie: Abotava os pathos do vest de ends. ~ Pens: que vores a et mys 8 cada terme ‘ous pra Alonso: ~ Eno? Preparando se jas Tarzinho? , O meninobaixou a cabec. Quando ela he fala va assim mamsamente, sie mio sbiao que de O Biruta eta impo, nio esa? —"prossegsiu a muler,inclinando-te pars fats uma calc bac inca do cachoreo, Bra balou sore, genta do. Tondo ¢excondewse debaxo do fondo. 56 Alonso tentou eneobriihe a fag: ‘Aiirta, ita! Cachorro mals bobo, dev ago- radese econ... Voliouse para a patron Esor- ‘iu desculpando-se: — Ate de mim ele se esconde. "A mulher pousou a mio no omibro do menino vou numa fesa onde tem um meninhoas- sim do seu tamanho, Ele edora cachorros.Entdo me Jembrel de evar Birutaemprestad spor eta m0 {e0 peaweno est doent, val fea radiant, © po besos Voce empresa sca Bicua so por ho}, io empresa? © autombvel jf etd na porta, Ponba ele ff gue ft estamos de sald, : “6 rosto do mening resplandeceu. Mas entio era isso. Dona Zulu pedindo o Biraa empresa, pre Sond do piral bru a boea para Jizer-he aoe Sim, que‘ Biruaestava lipinbo e qe fcariacon- iente de emprest-o ao menino doente, Mas em dar- The tempo de responder, a mulher salu apressadamente a connha. 7a, Birta? Voce vai numa festa! — excla mou; — Numa festa com crangas, com doces, em {od Num fsa seu sem-verponhal — rene, bet Jando o fociaho do cachoreo. ~ Mas, plo amor de ‘Beas ena juso, nada de desordenst Se vod com port, aman cedino te dou una cosa. Vou tees evar ‘acordado, hem? ‘Tem um presente n0 set SSpeto. acrelcentou num susuto, com boea en Contada ha oretha do cachorto, Apertou tne a pata fe espero acordado, Br. Ms no demore matol © patrio Ja estava na diresdo do carr Alonso =O Biruta, doutor. © fomem oltoute lgsramente. Baixou os thos. sts bem, exté bem. Deixe ele a stds. ‘Alonso ands bejou ofocinho do cachorro. Em seguica fez Ine uma titina cara, eolorat-0 no a Sento do sulomdrel e afastou-se correndo, © puta val adorar festa! — exclamou assim aque cntou na cozinha, ~ Els em doves, tm cian Gos cle ndo. quer outra coal —~ Fee una pausa 7 Sentou-se. — Hoje tem festa em toda parte, nto, Veduinat "A mulher j se preparava para sar. a Decera. ‘Alonso pe a agar pensadvamene For hoje que Nossa "Senhora fugis no burrinho? ane " ~'Nao, menino, Foi hoje que Jesus nasceu. De- pois entéo que agtele re manda prender os tes. Alonso concenrou-se: “Babe, Ledulna, salgum rei malvad quiss- se matar 0 Biruta, ew me escondia com se no meio do mato efcava morando léa vida ines, s6 nos dois! Riusse metendo uma batata na boca, Ede fepente ficou séro, ouvindo oruldo do caro que Jt Sela. ~ Dona Zola estava finds, no? Exava, Fo boazinha, Voct no achow que hoje eta esava boazinha? "Erava, extava muito boszinba = Ponte voc st rnd? — Naga “espondeu ela pegando a sacle Dirigiuse & porta, Mas antes, puesa quete de’ aualguer coisa de desagradavel por ito esi ontaindo a boca. ‘Alonso observou-s Ejulgou advinhar o que a preocupars = Sebe, Leduina, voc! nto precisa dizer pra do- 1a Zulu que ele mordeu sua caterinha, ex fale Cam ele, surrel ele. Ndo vai fazer mais iso munca, eu prorieto que nfo "A mulher volts para o menino, Pea prime! ta ver, cncarouo. Vaclow ainda ‘um tetane, Decide: Gia aqui, se eles gost de enganar os ou- tzos, cu nfo gosto, entendeut Ela ment pa Ye, Buta ndo val mas volta = 'Nio vaio qué? — perguntou Alonso pondo aacagarolaem cima da mest Engoit com aie dio pedayo de batata que ainda tinha fa. boca. Yevantowse, — Nao vaio qué, Ledulna? 38 — io vai mais volar. Hoje cedo ele foi n0 arto dela ¢ rasgou ui pé de mela que esava no ao Ela cou daguce jeto. Mas note dise nada agora de tardinba, enquanio voce lavava a lousa, scutes conversa dla como doutor: que nao queria. fhals ese vradata, q ele nha que it embora hoje Inesmo,€ mais 0, © mai aguilo.O doutor peda Dre cla eaperar, que amanbd dava im jeto, voce ia Shnuirmulfo, hoje era Natal. Nao adiatou. Vao sor taro cachorro bem longe dagu e depos seguem pra festa, Amani ca vinha dizer que’ocachorro fast dh case doll menino, Mas ev no gost dessa histo fia de enganar os outros, no goo. E melhor que ‘oct fiquesabendo desde jo Birua nfo vai volt. ‘Alonso fixow na mulher o olhar inexpressivo, Abrit a boca. A vo# ea Um Sopro. NiO? Bla pertsbou'se. Eh ac gente também! —explodiy, Bateu desa- jeitadamente no ombro do menino. —Nio se impor- fe, ndoy iho. Val, vai Jantar IE denow eat os bragos ao longo do corpo. E ecrastando ov psn andar develo anda pm ao quintal, Diigiuse& garagem. A porta de ferro (Stave ergua A uz friado har chegava até a or- Gado colshio desmantcledo, ‘Alonso cravou os olhos brilhantes num pedaco de oss0 roldo, melo encoberto sob um rasgio do len Gok Ajostbou-se Estendeu a mao tateane, Tirou de Eaixo do travescro uma bola de borracha 2 pinata — chamou baixiaho. — Birita... — deata vez s6 05 labios se moveram e ndo salu som algum Fe Niuito tempo cle ficou ali ajocthado, seyurando a bola: Depots aperou-foriemente conta o ores. ANTES DO BAILE VERDE passistas vestidos & Luis XV e sua porta-estandarte fe peruca prateada em forma de pirdmide, os cachos desabados na testa, a cauda do vestido de cetim arrastando-se enxovalhada pelo asfaito. O negro do bbumbo fez uma profunda reveréneia diante das duas niutheres debrugadas na janelae prosseguiu com seu cchapéu de tres bicos, fazendo rodar a capa encharca- dda de suor, — Ele gostou de voc’ — disse a jover, votando- se para a mulher que ainda aplaudia, — © eumpei- ‘mento foi na sua direcdo, viu que chique? ‘A preta dev uma risadinha, ‘Meu homem é mil vezes mais bonito, pelo me- ‘nos na minha opinido. E jd deve esar chegando, {i= cou de me pegar as dez na esquina. Se me atraso, ele ‘omega aencher a caverae pronto, no si mais nada ‘A jovem tomou-a pelo braco e arrastou-a alé a rmesa-de-cabectira. O quarto estava revolvido como sem ladriotivesse passado por ali e despejad cal as © gavelas = Estou atrasadissima, Lu! Essa fantasia éfo- go... Tenha paciéncia, mas voc? vai me ajudar um ouguinho, ‘Mas voe# ainda nao acabou? 0 Sentndo-se a cama a jovem ari sobre 0 joe thos. slots verde, Usava guint € meas rendaias também verdes a sabelo qué! fala pregar tudo iso sda, cla gi. Finenar uma epee iting ‘Apres apoximoe, sandy com a5 mos © aquimono de sds brihant. Eepetad na carapiha {lana um srisintemo de papestepom verrcbo. SShiow-se a inca da os O° Raimundo deve estar chegando le ca uma onga semi atrxo.A pene Val ver 05 Fachos, oje aero ver todos Fem tempo, sxsegt — atalhou a jovem, [fasion os eaelo Qe Ie eam nos ols. Leva {Rio bajar que tombou na mesinha, — Ndosei co to ft estar dvs jet Wt Mas ndo posso perder 0 defile, vu, Tatisa? ‘Tudo, menos perder 9 deste! oe quem ext dlzendo que vor vai perd:? ‘Armulereniono Gedo no pote de ola sbao0- ode eve nas fantjoulas do pir, Em seqlda levou 9 dado ao sent cali dstou asiantejoaas formar diluma constelagao desordenada, Calbe umn lan- {Souln qu escapee decadamentetocou com ela nal, Bepotoua tsaoe,tano-ecom pam eas tv Ue pregar as lanejolas emo do 0 site a WSmesou a qucxagi? Ache qu davatem- po e agora mio poso arr a ois pela meade, ve Be datdet Voctajudanto vai mm insane, jeme intl, on a que tal mina care? Vast nem se Raa sua broxa! Hen? Que tl? "ficou bonito, Tata, Como cabelo asim ver- de, vost eta parecendo uma seschofa, 0 gorado. ‘io gosto € dese vere na una, fee esqusto. Rum movimento protco, Jovem levantou 8c ‘besa para ropirar msor: Passou 9 dorso da 20 ma fate afogueade was a unas € que do a nota, sua toni, E sum baile verdes as fanasas tm qu se verdes, tudo ‘erde. Mas nfo precisa fcar me lhando, vamos, nio Date, pode falar as va traatnando, Falta al da meade, tat “S esou sem dculos, nfo enxerao dit em os éculos. mero ~ to faz mal — esse a jovem,limpando no lengolo excess de cola qu Ihe ecorfeu peo dedo. =V4 grudando de qualquer jeito que la dentro nin: iguém val tepaas, val tr gente a boa, O que etd me fdoidando ¢ este calor, aguento mals tenho a \impresso de que eto me dereetendo, vost nao sen tePGaior barbara! ‘A mulher tentou render o cistntemo que rs- valara para o pscogo. Francia tesla alto (mh de vor Estve i = Eat — Bie esté morrendo Um caro passou nara, buzinando frentcamen- te, Alguns meninos pseram-sea cantar aos gritos, 0 Ceimpasso mareado pela baticas numa frigdera ‘orow do re no € Ge ouro nem de Prt = arece que estou mum forno geen a jo vem, dlatando as narinas porejadas de suor. ~ Se Soubeste tenis inventado una fentasis mais love Pais leve do que sso? Voce etd quase nia, ‘Tatisa, Buia com a minha bavalana,mas's6 porque aparece um peng da coxa o Raimundo implica, Ina ine woot eno. Com &ponta da unha, Taisa cotheu um lane- joule ques tnrfara na rede da mia Denon cai $e pena onto ee amanda ara do Ssictee ficou raspando pensalfamente um pngo Sequido de cola que the cairano joclho, Vagava 6 oli eos objeo, em far cnn Fou Voce acha, Lut = Aca o que? = Que'ee etd morrendo? = Ah, eid sim. Cones bem iso, j4 vi um ronie de gente morer, agora Ja selcomo'é Ee no passa desta 62 — Mas voc se enganou ua ver, embra? Dis se que leis morrer que etava haa mas. E no Sia SGgtate cf peta ete, radiate “Eifadlante? — espantow-se a empregada. Fe- chow mutt muoxo 0: Hlospintados de vermelho- Ste Es depois eu nfo dase nfo senbora que Sefaniorer edie gue cea um, ff te St dite Ma hoje ¢ ferent, Tati. Espiel da por fa, nom precise enter para ver que ele esté morrendo. =m Rs quando fu lt sie etava dormindo 0 calm, Lie gull nfo & sono. E outra coisa “Atandntobruscameneo stot abeto nos joc- thos,'a Jovem evantou se. Foi ates mesa, pegou a tneraia-de usque e prosufou um copo em eto da {Exordem dos frasos ecalxas, Achouo debaixo da sBenirde aria. Soprouo funda cielo de po-de sor sehen em argos poles, apertando os maxi {Ss esptou e bose aber: Dirge & peta — Pomel muita ceveja, se misturo dé dasa Z jovers despejou mas usque no cope, ‘A fina pinta no ext drecendo? Veja se co verde dos lige ndo boron. Nunca transpire ta forint o sangue fever. ne Sc ea ebendo demas. F nessa cortri Tamim nio se por que ess invengto de slot b dads a amcjoulas sao se desgruar todas no ape {oc pior tue nto posto caprichar, com 0 Pett SSinento no Raimundo tna exquna. emsoct&chata, no, Lu? Ml ves fea epe tindo a meima cose, (aque taque-tagueague! Esse Entra pode esperar um poveo? rae Boer ade respondee, Ouva com expresso detiiada'a sen de om bloco que pasava ja lon finguo’ Cantarlov em falseter Acabou chorando. Scabou choranao, ee Ae putt carnaval entrel num bloco de sujos ceme divers grande, Meu sapato a desmanchou Setanta que dane + Tuna cama, podre de gripe lembra? Neste aqueco me esaldar a —E seu pai? Lentamente a jovem fot timpando no lengo as ppontas dos dedos esbranquicados de cola. Tomou um Bole de uisque, Voltou a afundar o dedo no pote ~Vost quer que et fique aguichorando, nfo sso que voce quer? Quer que eu cubraaeabegs com cinzaefique de jochos rezando, ndo € isso que vos? fstd qerendo? Ficow olhando para a pont do de do coberto de lantejoulas. Foi dexando no saiote 0 dledal cintlante. — Que é que eu porso fazer? Nao so Dax, su? Enaot Se clei or, qe curate = Nao estou dizendo que voc® é culpada, Tat sa. Nio tenho nada com iss, ele ¢ eu pl, nl meu Faca 0 que bem entender, — Mas voce comeca a dizer que ele esté mor- senda! = Pois esté mesmo. do, auth adsl Tab sii, le xt dorin o, ninguémn morre dormindo daguele jlo Endo nlo eva sass ‘A jovem foi até a jancla ofereceu a face ao céu rgx0. Ne aleda, um bando de meninos nea com snagas de plsiico em formato de banana, esgu- ehando gua um na cara do outro. Inerromperam & brincadewa para vaiar um homem que passou ves" {ido de mulher, pisando para fora nos sapatos de al- {os altisimos. “Minha lindara, vem comigo, minha lindurat”"~ gritou o moleque maior, correndo ars do homem. Ela assstia& cena com indiferenga. Pu ou com forea as melas press aos elistcos do big —"Estou transpirando feito um cavalo. Turo que se nao tivesse me pintado, me meta agora num chi vero, besteira a gente se pintar antes. eu nto agiento mais de sede — resmungou ‘a empresada, artegacando as mangas do quimono, — All uma cerveja bem geladinna, Gosto mesmo & de cervja, mas 0 Raimundo preferecachaga, No ano ppassado, cle ficou de porre os ts dias, fal sorinha ‘ho desfie. Tinha um carro que fol o mis bonito de todos, representava um mat Voe® precisa ver aquele monte de sereias enroladas em pérolas. Tinha pesca 6 Jor, aha pita, iba pov, tdo! Be em Sera itade de una conch abrindo efshando, © SERS Garcon fees a oe anou ma ez — atalhou a - vem. — fle nap pode estar morrendo, nao pode. We eis Bees [toc ee cia dorado Haan eine eronece, fc sae reee i olan e depos soa, oot cd ‘bem papai?, perguntei ¢ ele no respondeu, mas vi bem pap Fettaameats © ave ed meal de fon, clad Be fa canst ; Bee oem o seu all, no ue aa palar como elcome com stir rante—_tglgdv Joven trando no chia fo FaSmonadas ne Cama, Renton Boos deme cance Wok pogo met gro? Te nin arcs no reso doy su = fe nea Smelt tando ot arapith da mle = Eu ni tarde tod, ene etna Jeg ina ajc Sam atie Aco ur es ra sen al Ser age fo ccercen dag castes Manes el ehorardagune ho, ce" Ghore' so daqvl Tad, ums gina 86 i exaa depend Be al Seven pean Pas deb car cortor at parse de ce qt gu ea hae Pa Sa kta rept hss pot aut a ne peau endo qu! Que ek ponds, Ne woven Tata, gv Spi Seba da cama, Pusou um pe de san er Reehon tnsfoando or cable destin Aten gue, Sion em dor foe Se ca, eraho ane data, AbanouS orn pote aA se voot desse um pulo 14 s6 para ver? — faus voot quer oo que alae ina? — mule ganea clsprad, ebind ¢fechando os 6 eos restequidos de cola. —O Reimendo tem éio Ae pear, hoje ainda apano! “Rjovém levantou se, Fungo, andando répido ‘num aar de Beno na aula: Chitouo sapato que fncontrow no caminho. Al medio mieréve, Tudo culpa daqula ticha:Eubem dle queso podia fear com dleagut em casa, et dase que ndo stratar de doen, tho fen seit, ndo poo! Se vost fosse bossa, voce ‘me ajidava, mas voce ndo passa de ua elt, uma hata que nio quer saber de nada, Sua epoWial = Mas Tats, le nfo € meu pay no feo da com ho, ate que ajo muito sm Senora como to? Todow ees meses quem ¢ que tm agbentado ® tranco? Nio me qucio porges cle ¢ muta bom, Coliado, Mas tenia sant patent, hoe mt 1d txt fazendo demas agu plantada vane deva c= Com um esto fatgado, a jover abri a porta do armdro, Ohou-seno expaha. Belscou a Gta. ngoeds, ‘Vor, gorda? Mas vot €x8 oso, menina, Seu samorado nto tem onde pogar. Ou fin? ig ensioa com os qeadrs urn movimento las civo, Ri. Os olbos snimaram-e: =a, tu, pelo amor de Devs, acabe logo que 4 meianateee'vem me buscar: Mandou farm Pier verde S"Também me fantase de pirrO. Mas faz tempo. ‘Vem num Tuff, viu que chique? = E.um carro muito bacana, vermelho. Mas no fique ai me othando, depressa, Li, voce no V8 que... = Passou ansiosamtente a mo no pescoco. — Lil, Lu, por que ele nlo ficou no hospital?! Esiava 26 ‘bem ‘no hospital = Hospital de graga € assim mesmo, Tatsa. Eles rio podem ficat a vida incera com um doente que ndo resolve, tem doente esperando até na calcada. — Ha meses que venho pensano ness bale. Ele viveusesenta esis anos. Neo podia vive mais un dia? 66 A prea sacudiuosloteeexaminowo wna cer ta disdncia. Abriuro de novo no cal ¢inclinowse pata pres de laniejoulas. 2 Falta 6 um pedo. = Umels mas Vem me jit, Taisa, nbs duas pregando "Apora amas rabulbavam num imo aclerado, as mags indo e vindo do pote de cola ao pres © do ire a0 snot, curvo Como ima asa verde, pesada ae ianejouta. wmeoje © Raimundo me mata —recomesou @ ‘mulher, grodando as lanejouas meio ao asaso. Pas Sou o dogo da mao na testa molhada- Fou com a mao parada no ar. Voce nao outa? joven demorou para responder. 28 cue! = Pate que ouvi um gem ia barcow'o othr. roi na 08 Tncinaram a cabegasirmanadas soba uz ama- rela do abajo tt, Lo, se voct pudese ca hoje, s6 hole — comesou ea um tom mango. Apresouse:~ Eu {e dara meu vestdo Branco, aguele mea bra tqual €7E também os patos extho novos aid Wood sabe que eles estio novos, Voc® pode sat sn 1a, voe® pode sar todos os cas, mas plo amor de Dave, La, ea hoe! " “A‘cniprepada empertigou-s,tiunfane * Gintou, Tatsy custou, Desde 0 comero eu jf esta esperindo, Aby mas hoje nem que me ma thse eu flctva hve nao. O crisanemo cau en fuano cla sacuda a caboga, Prendou-o com. uh {rampo que abr entre os denies, —Perder ese des filet Nunea Je fz muito — acrescento, sacudindo ‘alove.~ Prout, pode vest Eta um servi po ov mas ningueen va reparar Tu podia te dar 0 casicoazal — murmorou a jovern, linpando 0s deos no lenvol “=m gue fosse para fear com mca pai eu = cava, ouvu ss Tata? Nem com meu Pal, Boje nto. 7 Levantando-se de um salto, a moga foi atéa gar- rafae bebeu de olhios fechados mais alguns goles. Ves. ‘Berri! Esse uisque ¢ uma bomba —resmun- ou, aproximando-se do espelho. — Anda, venha aqui ‘me abotoar, no precisa far ai com essa cara. Sua hat ‘A mulher tateou os dedos por entre o tule —'Nio acho os colchetes, ‘A jovem ficou diante do espelho, as pernas aber- tas, a caboya levantada, Olhou para'a muller, tra ‘Es do espelhor Morrendo coisa nenhuma, Lu. Voot estava sem os culos quando entrou no quarto, nio estava? Entio aio viu direlto, le estava dormindo. @ "Pode ser que me enganasse mesmo, — Claro que se enganou, Ele esteva dormindo, ‘A mulher franziu a testa, enxugando na manga 4o quimono o suor do queixa. Repetiu como um eco: "— Estava dormindo, sim. = Depressa, Lu, faz uma hora que esté com es- ses colehetes! — Pronto — disse a outra, baixinho, enquanto ecuava aié a porta, — Nao precisa mais de mim, no — Esperal — ordenou a moca, perfumando-se rapidamente, Retocou os labios, airou o pincel 20 lado do vidro destapado. — Ja estou pronta, vamos deseer juntas —Tenho que ir, Tatisat — Espera, j4 disse que estou pronta — repetiu, bbalxando a vor. — 56 vou pegar a bol... Voce vai deixar a luz acosa? — Melhor, ndo? A casa fica mais alegre assim. No topo da escada ficaram mals juntas, Olha- am na mesma diregao: a porta estava fechada. 1m6- veis como se tivessem sido petrificadas na fuga, as ‘duas mulheres ficaram ouvindo o relogio dasa. Foi ‘a preta quem primeiro se moveu. A voz era um Sopro: "Quer ir dar uma espiada, Tatisa? = Wa voce, Le 68 “Trocaram um répido olhar, Baga de suo eo" siam pees Lemporas verdes da jovem, um suoe LurVO ‘Sip’ sums de una case de indo. O om ran Jo de wna buzin forse fragmentando i ora, Se it poderoso 0 som do relogio, Brandamente a emprceada desprendeu-se da mao da jovem. Fol des- Sendo. escada na ponia dos pes. Abriu a poria da ™* tat Lut — a jovem chamou num sobressal- to, Contaharse para nao gitar. ~ Bspera a, 4 vou int apaiando se 2 cortndo, colada ele, desea recipitadamente. Quando batea a porta aris de si Tolaram pola excada algumas lantejoulas verdes na testa dreqdo, como Se quisessem alcangéla 0 MENINO NS Leemnnovaas en oe Boe epee Danes nroracema se Seen ear aaa também? 2 C pan —— Sete ey ee axes eens fi — Agora vamos que a sesso comera as oito — vison ela, retocando apressadamente os ldbios ‘O menino deu um grito, montou no corrimao da escada e foi esperd-la embaixo. Da porta, ouvit-a di der empresa qe sia ao dowtor que unham 'Na rua, ele andava pisando forte, 0 queixo er ‘auido, os olhos acesos. Tao bom sair de mos dadas Eom ine, Melhor ainda quando o pai no ia junto porque assim ficava sendo 0 cavalheiro dela. Quan- Ro tescesse haveria dese easar com uma moga igual ‘Anits nao servi que Anite era sardenta, Nem Maria {Inés com aqueles denessaltados. Tinha que ser igual> ainha a mae. Voc? acha a Maria Inés bonita, mamie? = E’bonitinha, sim. = Ant tem dentao de clefante Eo menino chutou um pedregulho. Nao, tiaha ‘que ser assim como a mde, igualzinha & mae, E com ‘auele perfume = ‘Como é 0 nome do seu perfume? = Vent Vert. Por qué, fh? Vocé acha bom? = Que é que quer dizer isso? = Vento Verde. Vento verde, vento verde, Era bonito, mas exis- tia vento verde? Vento nao tinha cor, s6 chiro. Ri, Posto te contar uma anedota, mie? Poss0? efor anedota limpa, pode. = Nao ¢ limpa nio. = Ent ato quero sabe, = Mas por qué, pO!? Bu jd aisse que no quero que voce diga po. Fle chutow uma caisa de fésforos. Pisou-a em sepuida, ‘otha, mie, a casa do Sitio Title conversava com alguns colceas no portio. (© menino fez quest4o de camprimentévios em voralta [para que todor se voltassem eficassem assim mudos, Bihando, Vejam, esta é minha mae! —teve vontade Ge grtar-hes, Nenu de voces tem uma mie tind ‘sim! Elembrow se deliciado que a mae de Sitio era 1 gfandalhona © som rae, sempre de chnelo «con Sertando mela. Julio devia estar agorsroxo de inva — Ele é bom aluno? Esse Jiilio. ve = Que nem et. = Entao nto & (© menino dev uma rsadinna, Que ta agente val ver? Rio sey meu bem Ela nao respondeu. Andava agora tdo rapida- pgm auras vere mepin eat ano as para acompanhiia. Quando shegaram porta do cinema, ee afavas Mastaha no fose una verne Id eli. ‘A sala de espera estava vasa. Ela comprou os ingressos com Seguida, como se ves perdido toda apressa, ficou trangilamente encostada a uma co funa, lendo o programs. © menino dev-ihe um pu ‘Mic, mas o que € que vod est fazendo?! A sesso ja comeyou, 4 entfou todo mundo, pol Eni pra. Falou un oat muito suave, mas 0s ldbios se aperavam comprimindo as palaras solo inham aguela expressio que one Fino conbesiamulto bem: munca se evalavs, nunea clevava a vor. Mas de sabia que quando ea falava assim, nem aplcs nem Karna onsersiam ft “ASE que J comegou mas no vamos entrar agora, ouvia? No vamon entrar agora, espera mening enfiou as mis nos bole enterrou ‘2 qusio no peo, Langou & mae um olharsombro, Por que ¢ que ndo entravam logo? Tiaham corido feito dois oucose agora aquelacalma, espera, Espo ar 0 qug, po? “AE he a gente ja est atasado, mie — Vaal no baleto comprar chocolate — orde- nou ela, entregandosihe uma nota nervosamente ‘amarfanhada le atravessou a sla num andar arrastado, chu tando as pontas de eigaro pela featc. Ora shocla. 2 te: Quem & que quer chocolate? Ee ented fose & Gime, quam gue entender chegando ssi c- Spesadot Som eahum eatulm, pedi tm fabee ‘own Vac ute Pos om sue tn ao de degen de Ho um pacoe de carame Ios de ete, promt, tambim gastave A besa. Recebeu ‘Ghoco de hr echadn,Ouvi eto om pies apr ‘ao da me que Ie etenden a mio com impacts =eVamon, meu bem, vamos ena. Num mllo,"o menus pose 20 lado dela Apertotbe arto frensieamente - Depressa que a fita j4 comepou, néo esté ou- vind a misie? Sd cau, fcaram um instante paredos en solvidos por um grupo de pessoas, alguras ett Sor outa indo. Fol quando ea eslven, omen vindo ats de mi. x slorJomenin devaaram » penumbra [Apontow para diss polionas vrs 7 PMmaeznha, 1 tem duss, vamos lat ia ofhava ara im indo, para outro, emo decid mais dus, esté vendo? Aqui olhava afito para tla, e olhava de novo para as poltronas vazias que aparesiam aqui e ali como cole fulos de sombra. — La tem mais duas, est vendo? Ela adiantos-se até as primeirasfllas e vol‘ou em seguida até 0 melo do corredor. Vailou ainda um m0- mento, E decidit-se, Impeiu-o suave, mas resol tamenie. Baue al — Licence? Licenga?... — ele foi, pedindo, ‘Sentou-se na primeira poltrona desocupada que en ontrou, 20 lado de uma outra desocupada também. S"xqul, nfo €, mac? ‘SP Nao, ou bem, ali adiante — marmurou els, fazendoo levantarse. Indicou 0s tés lugares vagos ‘quase no fim da flea. — Lé ¢ melhor. ‘Ble resmungou, pediu “licenga, licensa deixoussecair pesadamente no primeiro dos ts Iu- fares. Bla sentou-se em seguida 8 = Ih, 6 fica de amor, pdt = Qiieto, sim? (© menino porse a beirada da poltrons. Est coo pescoco,clhou paraa dirs, para esquerda, "essa bruta cabegona ai na frente! = Quieto, ia disse Mas € ase nao estou enxereando rst, mae! ‘roca comigo que nto estou enxergando! Eis apetouhe o brago. Esse gsto cle conhecia tem e signifieava apenas! no instal <'Mas mde Tnclinando-e até ele, eta faloushe baixizho, naqucie tom perigos0, meio entre os centese que era {usado quando estava ho age um fom 0 macio que quem a ouviaee juleera que ela Ihe faa am clo fio. Mas 36 le sabia 0 que havin debaixo daguela ‘No quero que mude de lugar, est me ese tando? Nio quero. E ado insista mals ‘Contendosse para ndo dar wm forte pontapé na polirona da frente ele enrolou pulever como uma Point seutow ac ext cma, Gernen. Mas porque aqui- Ip tudo? Por que a mde Ihe Talava daguee jlo, por Qe? Nao fizera nada de mal, 6 quena mudat del Est sSko. No, dea ver da nan exara endo nem {im pouguinho.camarada.. Volou-se entao lembrar-he que esava shegando muita gene, sno ude de gr inedatamene depo mo poe tia mas porave aqueie era o ultimo lugar vago que Testava, ola al mame, acho que aquel home ‘em pra cal" Velo, Velo esentou se na polirona va 2ia 20 lado dea, ‘© menino gemeu, “ail mev Deus.” Pronto, ‘Agora € que née haveiatnesmo tenia experan Ga: aqueles dois enjoados lana fita numa conversa Somprida que ndo acabava mais, ela vestida de en: fermeira, cle de soldado, mas por que tipo nic Ia pra guerra, po... E seabosona da mulher nasa fren {eindo evindo para aesquerda, para dieta, os ca- belos armadoe afore "ma tela Comg tas ‘monsirosas de uma trae. Us punbado de os fore 4 raya um frouxotopete que chezavaaiéo queixo da sta. © menino dev uma gargalhada © Sues daguletvejoa foc de cavanaque! = Nio Yaga assim fio, lag wise. ha, presta atengdov agora le val ter que fugit eos outro Rome. © pace val atrumar pastapore as porque len vipa guerra duma vez? —Poraue cle conta a gusta, tho, ee nio quer matar nnguem —susutroushe mle um ‘om Shao. Deva estar sorindoe slesori tambe, ah! {i bom, amie nfo estava mais nervosa nao estava Stns nervosa Ax cosas comeravam a melhora para aloe agra, a mutber €xpoltona a frente TBvantouse iu, Diante dos seus ots aparece © ‘etingsio ier da tela nae Reora sin! — disse baixnho, desembrulhan do.o tablet de chocolate, Meteuolatero na boca etiou os earamclos do boiso para ofeectts a mie Eni vu: mao pequena e banca, muito brane, Galizou pelo brago da poltrona e pousou devagai tho aos foshos do omem que scars de chee. ‘O menino continuos oltando, imével Pasta: do, Porque’ sue ari agli’! Bor que a mae Sh aqui. Teou olfando sem nenhum pens Jrentg, sem enhum gesto, Fol endo que as mos Tacs morenas Go Homer tomaram avidamente {mio peauena «banca, Aperara-a com Tanta Tora que parctiam querer exmagala eto etemeceu. Sei ocorado bate des- compass, ater como s6 ators naqucle diana fa Senda, quando teve de corer como louco,prseguido de perts por um touro. O sus resseou te a boca. © Siocolste fot uansformande numa massa vis: Sosa Samarga: Engoluco com esforg, como se fos seit boa J papel, Redondos estos, 0 lhos Seavarany Sena tela, Movia-se as imagen sem =~ {ido num sonfo fragmentado. Os letczos dangavarn {se fundiam pestdamente, como chub derreido. Mss o menino continuava imovel, ohando obstin MWikcae Um barem Toauio, bias, fuga do mo ode capa perseguldo pela serela a policy mals eins nna csquina, tires. A mao pequena e banca 8 4 deslizarno escuro como um bicho, Torturas¢ gi- ios nos coredoe pron dt poo hots agarrando as porta de grade, mais congpragtes, Mas hhomens, A mo pequena e Branca. A fuga, os farcis na noite, os grits, mais ios, tron. Oearro derra- pando stn eos. Tiros. Espantosamententide Ineio do fervihar de sons falas —e cle ndo queria, no queria ouvir! —-o ella deicado dos dos aun Aialogo entre os dentes “Antes de terminar a sesso — mas isso no aca- ‘a mals, io acaba —, le enti, mado que sen- ti, adivinhou a mao pequena e branca cesprender sc das maos morenas.E, do mesmo modo manso come fvangara, recuardesizando pela poliona volar ¢ Seunira indo que ficaradescansendo no regaso. All Aearam enelagadas «qlee como estveram ants, sta gostando, meu bem? ~~ perguntou ela Incinandose para onening, PTeUnOU Slt ___Ele fez ques com a cabo, os ohos duramente fixos na cena final. Abril a boea Guando.o moso ta ‘bém abria'a sua para beljar a enfermela, Apertou os olhos enquanto dirou 0 beljo. Entdo.0 homer levantou-se embueado ia mesma escuridao ent que egra © meno retesouse os malas contrat is, teimlo. Feehou os punbos. "Bu palo no 090 dele, cu gana det aaa O obiardesvairado estava agora nas esptuaslr- ss interceptando a tla como um muro neato, Por tim brevssmo instante fearam paradas em sus Ten. te: Proximas, tio proximas. Sentv a perna muscalo. $2 do homem rogar no seu joelhos cauetrandose rapida. Aguele contato foi como pont de un afin: te num baldo dear. O menino forse descontraindo Encolheu-se murcho no fund da polironae pened a Cabesa para 0 peta, ‘Quando as ures se acenderam,teve um olhar pa- ‘a polrona vaia, Olhou paras me, Ela sora Com aque mesma expressdo que tvera diante do ape iho, enauanto se perfumava. Esava corad, bia Stamos, bot! stremecey quando a mo dela pousou no seu ‘ombro, Sentutheo perfume, voltou deprcsa aca 76 para o outro lado, a cara pid, a boca apera da'como se (ove cusprs Engoliv peoosamente. De fuotltova mao dela agarzou a sua. Sentra quete, nada, Endurecen as potas dos deos, retesado: que- Tia eravar as unbas Raquela carne TavAh nd ema andat de mos dadas co imigo? Het, tote? "ie incinarase, demorando mais do que one cessirig para dobrai a barra da ealga rancheie ee Ge nto sou mals crlana, ‘Ait neneninho creveu Cresceu? — Ela siu baninho, Beljoutheo rosto. — Nao anda mais ‘de mao cada? ‘Omenio esfregou as pontas dos dedos na uni dade dos beijos no eso, na ota, Limpou as ma Gascom a mesma expresso com qu lipava as mos fos funds da calga quando cortava as minfocas para oa020 ‘Nn nitnhada de vot, ela flou sem parr, co- mentando excaga © credo do fim. Explcando. Ee respondia por monossiabos, Masque aue vor ten iho? — Ema me dsendo 9 die = Gutta vex? Quer dizer que fupiu do demista? Voeé tnha hora ontem, 20 uaa? «He botou uma roars. Estd doendo — mur- mmurou, inclnandosse para spanhr una folha seca. ‘rurous no fun do bls resp abriado 4 toca. ~ Como 48), PD. “aS que chegarmos voc toms uma api na, Mas nfo dlga, por favor, essa palavnha que ‘deiewo. Nao digo mais. Diante da aa de il, inwnvamente re tardou passo. Teve um ola para janela aces ‘Vislmbroc uma somtradisforme passa aravs da Dona Margarida = Rum? = le do iio. 4 juando entraram sa sala, o pai estavasentado na cagera de Balango,lendo 0 Jornal: Como todas 7 jou mado. 4 ote, como todas a notes. mening eacou na Porta. A‘eteza de que gua sols terre ia aco ter paraisou tonto, sbumbrado O alr em no progurou ts maby do pul ~"Entdo, mea amor, ldo o sex jornalzino? — perguntou la bejando homer face Ne air Bo etd mito face? “=A lmpaca maior gucimou, iu esa por en qquanio ~ de le. tomanco smo da truth ‘Below demoradamente: Tue bem? ado bern O menino mordes obi até sentir gosto desan- eve na boca, Como nas outas noite, ual etal Enido, ihe? Costu da its?" pergunton xpi, dora oon Ete mise men ‘toe Goma outracomesow' searcaro brag mu da tmulher.—~ Pela soa care decom que m0 Gost sim — Ah, confess ote, vor dtestou, ni foi? ~ conti ia. Nemeu ented art una com Beaco des cabo, eaplonager, gue mia: VO. io podia ter enone ~Entendi: Enend ido ~ ele quis grtar ea ‘vor slit mum sopra tao del que 6 te ouvia, “ainda com dor de dene! acrecceton ea, despraendose do homemn ¢ subinds a sean, ‘Air ji eaqucendo a npn © menino voltow para exeada 0s olhoschos de tdgrimas. = Que € isso? — esirnon 0 pal. — Parece até aue voct vi astombragi. Que fo? O menino encarowa demorseamente Agule ea @ pai, O pa Os cabcio gals, Ov Seals pose des: © roma fetoe bom, Pale. ““murmiros, aproximando-se.E e- pei mim fio de vor! Pa “Mas meu iho, ve acontscea? Vamos, diga! = Nada. Nada. Feehou solos para prender as Kriss, En volven'e pai tum aperendo aba. 78 Lyoia Fagundes Teles consitera tro vivo o que est venta nas Iara, av alcanc do ft Ciranda de pedra, romance Verso na aquéri, romance ‘As meoninas, romance, Antes do baile verde, contos, Seminario de rates, cons A disciptina do amar, fragments. Mistrios, cons. ‘As horas nuas, romance, ‘estrutura da botha de sabao, conios, JOGRAFICAS DOS TEXTOS REFERENCIAS BI 0s tes de Lia Fapunes Teles inches na alga rar xvas cas saquesors ura TELLES Ly Fagooes. Atos do bale verde fice ant. Nova Fron, 1986, (Rat me barca” ena ver 0 p-do-ea "Dj Seg Artes do wae verde". 0 mena) = Wisteria, Rio Ge Jane, Nowa Foes. 1881 ‘Drawo Astoria) ‘ct av rene oe verso da aes

You might also like