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Bromatologia
Organizadores Daniela Hartmann Jornada
Luciano Senti da Costa ALIMENTOS E
BROMATOLOGIA
Organizadores: Daniela Hartmann Jornada;
Luciano Senti da Costa; Camilla Oliveira.
CM
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CMY
LIVRO 2
BROMATOLOGIA
eBook Completo para Impressao - Bioquimica dos alimentos - Aberto.indd 1 09/04/2020 16:54:45
© by Editora Telesapiens
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Bioquímica
dos Alimentos
Créditos Institucionais
2019 by Telesapiens
Todos os direitos reservados
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A AUTORA
CAMILLA OLIVEIRA
Olá. Meu nome é Camilla Oliveira. Sou formada em
Ciências da Nutrição com uma experiência técnico-profissio-nal
na área de docência e prática clínica de mais de 6 anos. Tenho
Mestrado em Nutrição e Saúde e Doutorado em Fisiologia da
Nutrição em andamento. Amo minha formação e sou apaixonada
pelo que faço, principalmente a área da docência, onde
posso transmitir minha experiência de vida àqueles que estão
iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito
estudo e trabalho. Conte comigo!
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ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem
significam:
OBSERVAÇÃO
OBJETIVO
Uma nota explicativa
Breve descrição do objetivo
sobre o que acaba de
de aprendizagem; +
ser dito;
RESUMINDO
CITAÇÃO
Uma síntese das
Parte retirada de um texto;
últimas abordagens;
TESTANDO
DEFINIÇÃO
Sugestão de práticas ou
Definição de um
exercícios para fixação do
conceito;
conteúdo;
IMPORTANTE ACESSE
O conteúdo em destaque Links úteis para
precisa ser priorizado; fixação do conteúdo;
++
EXPLICANDO
SOLUÇÃO
+ DIFERENTE Resolução passo a
Um jeito diferente e mais passo de um problema
simples de explicar o que ou exercício;
acaba de ser explicado;
EXEMPLO CURIOSIDADE
Explicação do conteúdo ou Indicação de curiosidades
conceito partindo de um e fatos para reflexão sobre
caso prático; o tema em estudo;
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SUMÁRIO
UNIDADE 01
Compreendendo o papel do profissional Nutricionista e
a relação do mercado de trabalho com a bioquímica dos
alimentos......................................................................................13
Breve histórico da nutrição no Brasil........................................13
Papel do nutricionista na sociedade..........................................14
Nutrição Clínica................................................................14
Alimentação coletiva.........................................................15
Docência............................................................................16
Nutrição e Saúde Coletiva.................................................16
Indústria de alimentos.......................................................17
A bioquímica dos alimentos......................................................18
Identificar os principais nutrientes envolvidos na composição
dos alimentos...........................................................................20
Água..........................................................................................20
Carboidratos..............................................................................22
Proteínas....................................................................................23
Lipídios.....................................................................................24
Vitaminas..................................................................................26
Minerais....................................................................................27
Compreendendo a água..........................................................28
Estrutura da molécula da água – as ligações de hidrogênio .....28
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Propriedades..............................................................................32
Propriedades químicas.......................................................33
Propriedades físicas...........................................................34
Arranjo da água nos alimentos..................................................36
Atividade de água e umidade............................................37
Água livre e água combinada............................................37
Atividade de água e crescimento de microorganismos.....37
Atividade de água e as reações..........................................38
Água na indústria de alimentos.............................................39
UNIDADE 02
Compreender o: conceito, classificação e atividade óptica
dos carboidratos......................................................................49
Visão geral dos carboidratos na indústria de alimentos............49
Conceito e classificação............................................................50
Monossacarídeos...............................................................51
Oligossacarídeos................................................................53
Substâncias pécticas..........................................................55
Atividade óptica dos carboidratos.............................................56
Solubilidade..............................................................................58
Higroscopicidade......................................................................59
Capacidade de retenção da umidade.........................................60
Cristalização e estado vítreo.....................................................60
Inversão da sacarose.................................................................60
Aumento da velocidade de fermentação...................................61
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Compreender sobre o conceito, constituição e propriedades
do polissacarídeo amido.........................................................62
Amido.......................................................................................62
Gelatinização e recristalização do amido..................................64
Amido modificado....................................................................64
Amido resistente.......................................................................66
Entender sobre as reações de escurecimento enzimático e
não enzimático na indústria de alimentos.............................66
Escurecimento enzimático........................................................67
O substrato e as enzimas...................................................67
Métodos de controle - temperatura....................................68
Métodos de controle – agentes químicos..........................69
Escurecimento não-enzimático..............................................71
Reação de Maillard............................................................71
Caramelização...................................................................73
UNIDADE 03
Compreendendo o conceito e a classificação das proteínas,
suas propriedades funcionais e como se alteram.................81
Conceito das proteínas..............................................................81
Desnaturação.............................................................................83
Propriedades físicas e químicas................................................85
Propriedades funcionais............................................................85
Emulsificação....................................................................86
Hidratação.........................................................................87
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Bioquímica dos Alimentos 9
Viscosidade .......................................................................87
Geleificação ......................................................................88
Formação de espumas ......................................................88
Solubilidade ......................................................................89
Compreender o conceito e a classificação dos lipídios, suas
propriedades e as principais alterações dessas moléculas que
afetam os alimentos ................................................................92
Conceito e classificação ...........................................................92
Características físicas ...............................................................93
Ponto de fusão ..................................................................94
Polimorfismo ....................................................................94
Refração............................................................................95
Saponificação....................................................................95
Hidrogenação....................................................................96
Interesterificação ..............................................................97
Influência nos alimentos ........................................................97
Lipólise .............................................................................98
Rancidez hidrolítica..........................................................98
Autoxidação......................................................................98
Fotoxidação ......................................................................99
Rancidez enzimática .......................................................100
Identificas propriedades de carnes, pescados e derivados e
os pigmentos envolvidos com esses produtos na indústria
alimentícia.............................................................................100
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10 Bioquímica dos Alimentos
Definição ................................................................................100
Capacidade de retenção de água ............................................102
Cor..........................................................................................102
Pigmentos .......................................................................102
Alterações na cor ............................................................103
Sabor e aroma ........................................................................104
Suculência ..............................................................................104
Maciez ....................................................................................104
Entender sobre a bioquímica do leite e seus derivados e os
processos industriais na produção desses alimentos .........105
Características organolépticas ................................................106
Valor nutricional.....................................................................106
Processamento industrial .......................................................106
Derivados........................................................................108
UNIDADE 04
Compreender a composição e estrutura de grãos e cereais .. 113
Visão geral da estrutura e do processamento de cereais .......113
Processamento do arroz .........................................................116
Processamento do milho ........................................................118
Processamento da cevada .......................................................120
Compreender a bioquímica dos produtos de panificação..... 122
Introdução ..............................................................................122
Ingredientes ............................................................................122
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Bioquímica dos Alimentos 11
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12 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 13
01
UNIDADE
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14 Bioquímica dos Alimentos
INTRODUÇÃO
Estamos prestes a iniciar o estudo da Bioquímica dos
alimentos, uma área que é diferencial na atuação do profissional.
Saber dos componentes da alimentação e das interações no
corpo humano permite que você atue em muitas vertentes e com
muita firmeza na sua conduta. Essa área é uma disciplina básica
na área da saúde e te oferece a oportunidade de ter os primeiros
conhecimentos sobre alimentos, reações no corpo e uma visão
nova sobre o papel da água na nossa vida. Nessa unidade
você deverá ser capaz de absorver todos os conhecimentos
introdutórios para nas próximas ser capaz de aplicar na prática
todo o conteúdo. Ao longo dessa unidade iremos falar sobre
conceitos básicos e já iniciar as aplicações deles no nosso dia-a-
dia. Estão prontos? Vamos lá!
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Bioquímica dos Alimentos 15
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1
Compreender que a APO é uma importante área
na Administração e que o seu desenvolvimento
histórico pode ser encontrado em diversas
organizações;
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16 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 17
OBJETIVO
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18 Bioquímica dos Alimentos
Fonte: Freepik
Nutrição Clínica
A Nutrição Clínica é uma das mais importantes áreas de
atuação do nutricionista. Ela envolve atendimentos individuais
ou coletivos com o objetivo de tratar pessoas enfermas através
da prescrição dietética adequada. Segundo o Conselho Federal
de Nutrição (CFN), compete ao Nutricionista nesse área: prestar
assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos
enfermos, em nível hospitalar, ambulatorial, domiciliar e em
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Bioquímica dos Alimentos 19
IMPORTANTE
Alimentação coletiva
A área de alimentação coletiva, também importante
atuação do nutricionista, é uma das primeiras oportunidades
de estágios e empregos para os profissionais. As possibilidades
de engajamento são em unidades de alimentação e nutrição
(chamadas também de UAN’s), alimentação escolar e alimentação
do trabalhador. Nesse caso, o objetivo do profissional é garantir
segurança alimentar e nutricional para a população de interesse,
participando do processo de recebimento, armazenamento,
produção de alimentos, bem como oferecer atividades educativas
com o intiuito de promover saúde e qualidade de vida.
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20 Bioquímica dos Alimentos
Docência
Essa talvez seja uma das áreas mais recentes da Nutrição.
Prova disso é o exemplo de alguns professores que ainda se
mantêm resistentes às inovações das tecnologias e metodologias
do processo de ensino-aprendizagem.
O objetivo do profissional nutricionista nesse caso é
coordenar projetos de pesquisa e extensão, oferecer uma
formação de alunos atualizada e seguindo as necessidades do
mercado e produzir material técnico-científico além de lidar
com as burocracias institucionais das universidades em que
estão inseridos.
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Bioquímica dos Alimentos 21
Indústria de alimentos
A área da indústria de alimentos e sua história acompanha
a transição demográfica e nutricional do mundo.
Com o crescimento populacional, o homem viu a nece-
ssidade de aperfeiçoar e modernizar os métodos de produção,
conservação e armazenamento de alimentos. Se antes a
descoberta do fogo e o uso do sal eram suficientes como
métodos de conservação, com o crescimento da população
essas estratégias já não forneciam suporte suficiente. Foi na
busca por tecnologias e formas inovadoras que aconteceu
o desenvolvimento da indústria de alimentos para sanar os
problemas de armazemento e comercialização, originando assim
produtos de maior durabilidade e com melhor aproveitamento
das máterias-primas.
O profissional nutricionista nessa área é responsável
por: atuar na parte do marketing dos produtos, desenvolvendo
estudos sobre aceitação, sabor, textura e enriquecimento
nutricional; controlar a qualidade do processo de produção até
a chegada ao consumidor final; coordenar equipes de criação
de novos produtos alimentícios; elaborar documentos técnicos-
científicos do processo de produção e/ou criação; treinar a
equipe de forma especializada em alimentação e nutrição.
SAIBA MAIS
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22 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 23
RESUMINDO
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24 Bioquímica dos Alimentos
OBJETIVO
Água
É a única biomolécula que não é sintetizada pelo nosso
corpo, no entanto, dada sua importância para a ocorrência dos
processos vitais, ela então é classificada como tal. É composta
basicamente por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio,
sendo a fórmula simplificada expressa por H2O (Figura 2). Por
conta das características da sua estrutura, é um solvente universal
sendo capas de diluir variadas substâncias como os açúcares,
por exemplo. Dado suas características, a água possui funções
importantes no corpo humano:
Participa de reações quimícas;
Participa do transporte de substâncias;
Participa da eliminação de substâncias tóxicas;
Atua como regulador térmico.
Proteção de algumas estruturas corporais.
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Bioquímica dos Alimentos 25
Fonte: freepik
DEFINIÇÃO
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26 Bioquímica dos Alimentos
Carboidratos
Os carboidratos também são conhecidos como hidratos de
carbono ou, mais comumente, como açúcares. São os tipos de
moléculas mais abundantes na natureza e estão na maioria dos
utensílios de madeira, nas nossas vestimentas de algodão, e em
grande parte da nossa alimentação, abundantemente presentes em
alimentos como macaxeira, milho, pães, biscoitos, arroz e macarrão.
Possuem uma estrutura química básica composta por:
carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), e, em algumas
situações, podem apresentar fósforo (P), enxofre (S) ou
nitrogênio (N) na composição de suas moléculas. Na expressão
da fórmula generalizada temos: Cn (H2O)n. Percebam que pela
fórmula geral podemos observar que há 1 átomo de carbono para
1 molécula de água, daí o nome de hidratos de carbono, ou seja,
carbono hidratado.
Dentre as principais funções exercidas pelos carboidratos,
podemos listar:
Energética: é a principal fonte para fornecimento de
energia dos seres vivos;
Estrutural: atuam como parte estrutural dos tecidos
conjuntivos de animais e também como componente
estrutural e de proteção nas paredes celulares de bactérias
e vegetais.
Os carboidratos possuem como subunidade de
formação os monossacarídeos. Dependendo da quantidade
de monossacarídeos que compões determinada molécula de
carboidrato, ela pode ser classificada como: monossacrídeo
(1 molécula de subunidade formadora), oligossacaríedo (de 2
a 10 subunidades formadoras) ou polissacarídeos (mais de 10
subunidades formadoras).
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Bioquímica dos Alimentos 27
Proteínas
As proteínas são biomoléculas extremamente importantes
para a formação da estrutura das células. A ausência de
proteínas via alimentação gera prejuízos enormes para o bom
funcionamento do organismo, considerando são moléculas
presentes (seja por participar da estrutura ou por auxiliar no
funcionamento) em todos os órgãos e tecidos humanos.
Dentre as principais funções exercidas por esse grupo
podemos citar:
Controle do metabolismo: exercem essa função através
das enzimas;
Defesa: atuam na defesa do organismo através dos
anticorpos;
Tranportam substâncias através de moléculas como a
hemoglobina.
Os aminoácidos são as unidades formadoras de proteínas.
Eles são formados basicamente por um grupo amino (NH2) e um
grupo carboxila (COOH) que tem um teor ácido. Dessa junção
formada vem o nome: amino (do grupo amino) e ácido (do teor
ácido do grupo carboxila.
Como alimentos fonte de proteínas podemos citar: carnes
(todos os tipos) e ovos, laticícios no geral (leite, iogurte, queijos
e cremes a base de queijo).
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28 Bioquímica dos Alimentos
DEFINIÇÃO
SAIBA MAIS
Lipídios
Os lipídios são compostos orgânicos comumente
conhecidos como óleos e gorduras. Como importante
característica e diferencial desse grupo em relação aos grupos
já estudados, tem-se o fato de não serem solúveis em água e sim
em solventes orgânicos (éter e álcool, por exemplo).
Como estrutura química básica possuem a composição
de: carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), e, em algumas
situações, podem apresentar fósforo (P), enxofre (S) ou
nitrogênio (N) ligados à suas moléculas.
Eles exercem importantes funções no organismo humano,
dentre elas podemos listar:
Composição das membranas das células que formam
órgãos e tecidos;
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Bioquímica dos Alimentos 29
IMPORTANTE
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30 Bioquímica dos Alimentos
Vitaminas
As vitaminas compões o grupo de micronutrientes que
exercem funções vitais para a vida. De uma forma geral elas não
são produzidas pelo nosso organismo e devem ser adquiridas
diariamente, em quantidades suficientes, via nossa alimentação.
Descrever as funções das vitaminas no organismo engloba
muitos aspectos, visto que elas participam da saúde do corpo no geral.
No entanto, algumas dessas funções podem ser listadas a seguir:
Metabolismo de macronutrientes (carboidratos, proteínas
e lipídios): isso porque para esses nutrientes serem
incoporados nas células e utilizados para o metabolismo
necessitam da ação das vitaminas;
Beleza e estética: nessa área as vitaminas agem no
fortalecimento de dentes, unhas e cabelo, bem como
na saúde e proteção da pele evitando o envelhecimento
precoce;
Gestação e lactação: isso porque durante esses períodos as
vitaminas ajudam na preparação do corpo materno e em
todas as adaptações fisiológicas necessárias;
Transporte de nutrientes: nesse caso as vitaminas atuam
na formação dos glóbulos vermelhos do sangue e na
conservação de vasos sanguíneos o que é de fundamental
importância para a circulação de nutrientes no corpo;
Defesa: as vitaminas agem nos mecanismos que aumentam
a resistência a infecções.
Elas são divididas em dois grupos:
Vitaminas Lipossulúveis: que são aquelas que necessitam
do auxílio das gorduras para serem absorvidas. São elas as
vitaminas: A, D, K e E;
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Bioquímica dos Alimentos 31
Minerais
Os sais minerais são substâncias inorgânicas que
participam de processos fundamentais para a manutenção da
vida e da saúde. Assim como as vitaminas, fazem parte do grupo
de micronutrientes e não são produzidos pelo nosso organismo.
Necessitam assim serem ingeridos diariamente, nas quantidades
recomendadas via alimentação.
Dentre as funções desempenhadas por esses componentes estão:
Formação de ossos e dentes;
Passagem do impulso nervoso;
Respiração celular;
Troca e passagem de substâncias pelas membranas celulares.
SAIBA MAIS
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32 Bioquímica dos Alimentos
Compreendendo a água
OBJETIVO
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Bioquímica dos Alimentos 33
Fonte: freepik
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34 Bioquímica dos Alimentos
IMPORTANTE
Composição
Como já mencionado aqui, a água é uma substância líquida,
inodora e incolor, formada por dois átomos de hidrogênio e
um átomo de oxigênio e de fundamental importância para o
desenvolvimento da vida na forma que a conhecemos.
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Bioquímica dos Alimentos 35
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36 Bioquímica dos Alimentos
Propriedades
Pelo que se sabe até hoje, todas as formas de vida conhecidas
dependem da água. As características das ligações de hidrogênio
já vistas aqui, conferem capacidade a água que a tornam um
recurso único e fundamental. Para todos os processos ocorridos
no corpo com a atuação do solvente universal, há algumas
informações sobre as propriedades químicas e físicas da água
que serão discutidas agora. Além disso, existem determinadas
propriedades específicas da água no alimento, que também serão
abordadas a seguir.
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Bioquímica dos Alimentos 37
Propriedades químicas
A principal propriedade química da água é sua capacidade
de ser solvente universal, ou seja, de dissolver substâncias para
formar soluções aquosas. Quando um sal ou açúcar é quebrado
pela água, eles ficam em partes tão pequenas que não se consegue
mais enxergar. Nesse nosso exemplo, a água é o solvente e o
açúcar ou sal são solutos. A mistura de um solvente com um
soluto resulta em uma solução. Se o solvente for água, essa
será uma solução aquosa. Essa capacidade da água de dissolver
substâncias, ou seja, de diluir um soluto e fomar uma solução, é
conferida devido à polaridade da sua molécula e a capacidade de
formar as ligações de hidrogênio.
O termo “solvente universal” é bastante aplicado à água.
Como ela consegue dissolver variados solutos recebe esse
termo. No entanto, existem algumas substâncias (como os
óleos de gorduras) que não podem ser dissolvidos pela água.
Por isso, é importante lembrar que a palavra universal do termo
tem limitações.
Vamos a um exemplo: imagine a dissolução de sal
de cozinha na água. O sal de cozinha é cloreto de sódio, ou
seja, formado por íons de sódio (Na+) e cloro (Cl-). Quando
colocado na água esses íons se dissociam, se separam. Os
íons positivamente carregados (nesse caso os íons de sódio)
ficam rodeados pelas cargas negativas de oxigênio. Já os íons
negativamente carregados (nesse caso os íons de cloro) ficam
rodeados pelas cargas positivas do hidrogênio.
Depois de entender esse exemplo, é possível também
entender porque algumas moléculas não possuem a capacidade
de se dissolver na água. Moléculas como óleos e gordura não tem
regiões com cargas positivas ou negativas (como os íons sódio
e cloro do sal de cozinha), sendo assim, elas não têm como se
ligar nos polos positivos e negativos da molécula de água.
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38 Bioquímica dos Alimentos
Propriedades físicas
Um tópico importante quando se fala de propriedades
físicas água é sobre os seus estados de acordo com a temperatura.
Alguns desses estados são bem comuns na nossa vida cotidiana,
como por exemplo o estado líquido que está a água que bebemos
e o estado sólido que é o gelo que está presente para gelar a
cerveja do fim de semana ou para amenizar a dor de machucados
e pancadas. Ao total existem três estados físicos da água (sólido,
líquido e gasoso) e cinco processos pelos quais ela muda de um
estado para outro (Figura 4). São eles:
Vaporização: se trata do processo onde a água passa do
estado líquido para o gasoso. Isso pode ocorrer ainda
de 3 formas: pela ebulição, que é quando você esquenta
a água por exemplo, por aumento de temperatura; pela
evaporação, que é quando colocamos roupas para secar,
processo mais demorado e de forma natural; por calefação,
que é uma maneira bem rápida, sob temperaturas elevadas
(acima de 100º que é na ebulição), que você pode observar
quando cai uma gota de água em uma superfície quente,
como boca de fogão ou ferro de passar;
Solidificação: é a mudança do estado líquido para o solo.
Talvez um dos processos que estejamos mais habituados
a ver quando colocamos água em formas de gelo no
congelador e então, quando ela alcança a temperatura de
0º ela fica sólida (gelo);
Liquefação: é a transformação do estado gasoso para
o líquido. Um bom exemplo deste é a precipitação de
chuvas, ou seja, o vapor de água (gasoso) que subiu para
a atmosfera, cai em forma de chuva (líquido) após a
temperatura baixar;
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Bioquímica dos Alimentos 39
Fonte: freepik
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40 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 41
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42 Bioquímica dos Alimentos
Alimentos que tem valores menores que 0,85 não tem riscos de
desenvolver microorganismos patogênicos. Além de transmissão
de doenças, os microorganismos presentes nos alimentos
também causam sua deterioração. Caso eles estejam em um
ambiente com atividade de água favorável, essa deterioração vai
ocorrer de forma mais rápida. Caso seja o contrário, ambientes
com atividade de água desfavorável, essa deterioração pode
ficar mais lenta ou até mesmo parar até que as condições fiquem
melhores. No entanto, só parar o desenvolvimento desses
microorganismos não quer dizer que a deterioração também
vai se interromper. Ela pode ocorrer via reações químicas e
enzimáticas, que discutiremos a seguir.
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Bioquímica dos Alimentos 43
RESUMINDO
OBJETIVO
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44 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 45
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46 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 47
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48 Bioquímica dos Alimentos
SAIBA MAIS
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Bioquímica dos Alimentos 49
02
UNIDADE
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50 Bioquímica dos Alimentos
INTRODUÇÃO
Estamos prestes a iniciar o estudo da Bioquímica dos
alimentos, uma área que é diferencial na atuação do profissional.
Saber dos componentes da alimentação e das interações no
corpo humano permite que você atue em muitas vertentes e com
muita firmeza na sua conduta. Essa área é uma disciplina básica
na área da saúde e te oferece a oportunidade de ter os primeiros
conhecimentos sobre alimentos, reações no corpo e uma visão
nova sobre o papel da água na nossa vida. Nessa unidade
você deverá ser capaz de absorver todos os conhecimentos
introdutórios para nas próximas ser capaz de aplicar na prática
todo o conteúdo. Ao longo dessa unidade iremos falar sobre
conceitos básicos e já iniciar as aplicações deles no nosso dia-a-
dia. Estão prontos? Vamos lá!
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Bioquímica dos Alimentos 51
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a nossa Unidade 2, nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1
Compreender que a APO é uma importante área
na Administração e que o seu desenvolvimento
histórico pode ser encontrado em diversas
organizações;
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52 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 53
OBJETIVO
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54 Bioquímica dos Alimentos
Conceito e classificação
Poliidroxicetonas ou poliidroxialdeídos são outras
nomenclaturas possíveis para esses compostos. Em resumo,
carboidratos são substâncias que por reação de hidrólise
liberam esses compostos. A principal função deles no corpo
humano é fornecer energia, por isso, também são chamados
de alimentos energéticos. Além de fornecer energia também
exercem outras funções:
Estrutural: formam e dão sustentação a estruturas como a
celulose, encontrada nas plantas, a quitina, encontrada nos
esqueletos de seres artrópodes entre outros;
Função celular: os carboidratos desempenham função
na adesão e reconhecimento celular através da estrutra
do glicocálix, que é uma camada celular de glicolipídios
e glicoproteínas localizada na superfície externa das
membranas. Processos como adesão de uma bactéria,
estímulo ou inibição de crescimento celular por contato
são desempenhadas por essa estrutura composta também
por carboidratos.
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Bioquímica dos Alimentos 55
Monossacarídeos
São as unidades formadores dos carboidratos, ou seja,
as unidades mais simples, que não podem ser quebradas por
hidrólise. Exemplos de monossacarídeos: glicose, frutose,
ribose, galactose entre outros. Podem ser classificados em
cetose e aldose, dependendo da localização do grupo carbonila
(C=O). As cetoses têm função orgânica de cetona, e são os
monossacarídeos com o grupo carbonila em qualquer parte
da molécula, exceto na extremidade. Já as aldoses tem
função orgânica de aldeído e o grupo carbonila se localiza na
extremidade da cadeia de monossacarídeo.
Figura 2: Estrutura da D-glicose e D-frutose
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56 Bioquímica dos Alimentos
Fonte: <https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-de-alagoas/
bioquimica/anotacoes-de-aula/transcricao-carboidratos-3/4433877/view>.
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Bioquímica dos Alimentos 57
Fonte: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2207606/mod_
resource/content/0/Resumo_02_Gr_06.pdf>.
Oligossacarídeos
Os oligossacarídeos contêm diferentes quantidades de
monossacarídeos, dependendo da referência utilizada. Alguns
autores classificam como oligo de 2 a 20 unidade de mono,
outros classificam com 2 a 10 unidades de monossacarídeos
unidos por ligações glicosídicas. Os principais exemplos de
oligossacarídeos são:
Sacarose: é um dissacarídeo (ligação de glicose com
frutose) proveniente da cana de açúcar e beterraba e
amplamente utilizado como adoçador;
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58 Bioquímica dos Alimentos
IMPORTANTE
Polissacarídeos
São as mais longas cadeias de carboidratos, sendo
compostas por mais de 10 unidades de monossacarídeos
(naquelas referências onde a cadeia dos oligossacarídeos vai até
10 unidades). Se tiverem sua cadeia composta apenas por um
tipo de monossacarídeos são denominados homoglicanos e se
são compostos por mais de um tipo de unidade são denominados
heteroglicanos. Os maiores exemplos de polisscarídeos são as
reservas energéticas dos vegetais e animais que são amido e
glicogênio, respectivamente. A maioria desses compostos
são solúveis em água, fugindo a regra apenas a celulose e
hemicelulose, componentes das fibras dietéticas.
SAIBA MAIS
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Bioquímica dos Alimentos 59
Substâncias pécticas
Substâncias pécticas é o nome dados à polímeros lineares
de ácido galacturônico. Essas substâncias são encontradas nas
paredes e espaços intracelulares dos vegetais (Figura 5) e os
grupos carboxila se encontram esterificados com metanol em
proporções diferentes. Talvez o exemplo mais conhecido seja a
pectina, onde as carboxilas estão estereficadas. Outro exemplo é
o ácido péctico onde as carboxilas não estão esterificadas.
Para determinar a capacidade geleitificante desses
compostos, o tamanho da cadeia e a presença de esterificação
é importante. Quanto mais esterificação, maior a capacidade
de geleificação. Ou seja, pectinas chamadas de alto grau de
metoxilação (HM) tem mais da metade dos radicais caboxila
esterificados e geleificam na presença de açúcares. Já as
denominadas de baixo grau de metilação (LM) tem menos da
metade dos grupos carboxila esterificados com metanol e só
geleificam na presença de cátions como o cálcio.
Figura 5 – Estrutura vegetal contando a pectina
Fonte: <http://biotecnologiaindustrialufpb.blogspot.com/2016/06/as-substancias-pecticas.html.>
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60 Bioquímica dos Alimentos
RESUMINDO
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Bioquímica dos Alimentos 61
OBJETIVO
Doçura relativa
O poder adoçante dos carboidratos é uma propriedade
funcional importante e bastante utilizada na produção industrial.
O sabor doce dos alimentos é sentido pelas papilas gustativas na
região da extremidade. A doçura relativa dos carboidratos é uma
característica intrínseca e pode variar segundo a temperatura.
+
++ EXPLICANDO DIFERENTE
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62 Bioquímica dos Alimentos
Solubilidade
A solubilidade é uma propriedade importante na indústria
de alimentos para a aquisição de textura e outros efeitos
necessários na cadeia da produção alimentícia. Isso porque a
capacidade de ligação entre açúcares e água não gera aumento
da atividade de água. Em geral os açúcares apresentam de 30 a
80% de solubilidade em água.
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Bioquímica dos Alimentos 63
RELEMBRANDO
Higroscopicidade
Outra propriedade importante é a higroscopicidade, que
se caracteriza pela abilidade do açúcar na forma cristalizada
absorver umidade do ar e ficar empedrado, como espécie de
torrões, processo não interessante para a indústria. Isso só
acontece quando o armazenamento é feito de maneira errada,
e existem açúcares como o refinado (menores) que são mais
suscetíveis a esse efeito do que açúcares maiores, como o açúcar
do tipo cristal.
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64 Bioquímica dos Alimentos
Inversão da sacarose
Vocês já devem ter se deparado com alguma lista de
ingredientes de produtos industrializados que tem o açúcar
invertido não é mesmo? Pois bem, o açúcar invertido é um
procedimento via enzima invertase onde a rotação do poder de
solução da sacarose vai de +66,5º para -20º. Esse procedimento
causa hidrólise da molécula de sacarose, liberação de frutose
e glicose e confere um aumento no poder adoçador e de
solubilidade, já que a frutose (proveniente da quebra da sacarose)
é mais solúvel. Além disso, o açúcar invertido é utilizado também
com o intuito de reter mais umidade, resistir a contaminação
microbiológica entre outros.
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Bioquímica dos Alimentos 65
RESUMINDO
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66 Bioquímica dos Alimentos
OBJETIVO
Amido
O amido representa a reserva energética dos vegetais e é
principalmente encontrado em sementes de cereais como milho
e arroz. Ele é amplamente utilizado na indústria e até mesmo na
culinária cotidiana pela sua capacidade espessante.
Essa ação é conferida pela sua forma de apresentação na
natureza que é como grânulos. Esses grânulos possuem pouca
capacidade de hidratação e são compostos por uma cadeia linear
(amilose) e cadeia ramificada (amilopectina), que constitui
aproximadamente 75% da molécula de amido (Figura 5).
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Bioquímica dos Alimentos 67
Figura 5 – estrutura dos dois polissacrídeos que compõem o amido: amilose e amilopectina
Fonte: <http://mundodabioquimica.blogspot.com/2017/>.
Fonte: <http://revista-fi.com.br/upload_arquivos/201606/2016060302306001466693820.pdf>.
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68 Bioquímica dos Alimentos
Fonte: <http://nutrio2009.blogspot.com/2009/11/experiencia-com-amido.html>.
Amido modificado
O amido modificado é aquele com uma única ou algumas
características da molécula original alterada por algum processo
industrial. Esse composto possui aplicações em diversos setores
da indústria de alimentos por ser utilizado no alcance de texturas,
auxiliar na aparência, consistência, estabilizar a vida de prateleira
e também substituto para matérias-primas de alto custo.
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Bioquímica dos Alimentos 69
SAIBA MAIS
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70 Bioquímica dos Alimentos
Amido resistente
O amido resistente começou a ser interesse da indústria
quando o consumidor passou a buscar alimentos condizentes
com uma vida saudável. Essa porção do amido é aquela não
digerida, que passa intacta até o intestino delgado e serve de
alimento para a proliferação das bactérias ds flora intestinal.
Ele apresenta efeitos semelhantes aos das fibras dietéticas.
Os benefícios oferecidos por serem resistentes à digestão são
também os mesmos desempenhados pelas fibras dietéticas
que são: produção de ácidos graxos de cadeia curta, redução
na absorção de glicose e lipídios vindos da dieta e aumento da
saciedade, contribuindo com o controle de peso.
Além desses benefícios à saúde, o amido resistente
apresenta vantagens no processo industrial. Ele produz produtos
com uma textura mais fina, mais aveludada, de sabor mais
palatável. Preparações feitas com amido resistente são mais
fáceis de resultar em bons produtos do que aquelas feitas com
fibras convencionais. A crocância também é outro efeito da
utilização desse amido quando os produtos são submetidos a
aquecimento na superfície. A textura aveluldada e mais macia se
mantem durante a vida de prateleira do produto.
OBJETIVO
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Bioquímica dos Alimentos 71
Escurecimento enzimático
É comum quando vamos ao supermercado fazer compras,
observarmos a aparência dos produtos que estamos comprando.
Observamos a cor, o cheiro, a textura e outros aspectos. Em alguns
casos o escurecimento causado por enzimas é indesejável, como
nas frutas (banana, maçã) e em outros casos, como a ameixa seca,
é desejável. Existem dados que mostram que o escurecimento de
frutas e vegetais (indesejado) é uma das causas de mais perda
na indústria, sendo que 50% das frutas tropicais tem perdas por
causa dessa reação.
Essa cor mais escura, esse escurecimento ocorre de forma
natural e industrial e se baseia na reção de uma enzima com seu
substrato. Uma enzima é uma proteína com a função de acelerar
reações. Essa função é de extrema importância para manutenção
da vida. As reações enzimáticas necessitam de uma enzima e
um substrato. Substrato são as substâncias que serão “utilizadas”
pelas enzimas na reação.
O substrato e as enzimas
No caso do escurecimento enzimático de alimentos temos
alguns substratos de mais importância:
Tirosina: alface e cogumelo;
Ácido clorogênico: pera, batata, café e maçã;
Tanino: pêssego;
Ácido cafeico: berinjela
As enzimas responsáveis pelo escurecimento enzimático
são as polifenol oxidases (PPO). Elas reagem com compostos
fenólicos que se encontram nos alimentos e resultam na formação
da ortoquinona ou quinona. Esse composto se condensa e forma
pigmentos escuros, que são as melanoidinas.
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72 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 73
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74 Bioquímica dos Alimentos
SAIBA MAIS
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Bioquímica dos Alimentos 75
Escurecimento não-enzimático
Como vimos no tópico anterior, existem reações de
escurecimento que são desejadas e induzidas pela indústria.
Várias delas são até esperadas pelos consumidores no produto
fnal como a crosta do pão, a casac do bolo, as bolachas, amendoim
e café. No entanto, mesmo sendo desejado, o escurecimento
não pode ocorrer em excesso, visto que esse processo vem
acompanhado de várias mudanças estruturais nas moléculas do
alimento, aroma, sabor e textura e também de uma redução do
valor nutricional daquele produto.
A maioria das reações de escurecimento não-enzimáticas
são feitas por açúcares ou compostos relacionados. A seguir,
iremos abordar duas vias de escurecimento envolvendo
carboidratos que são: reação de Maillard e caramelização.
Reação de Maillard
Essa reação recebeu o nome do primeiro a percebê-la
quando aqueceu glicose e glicina dissolvidas em água. Com o
decorrer do tempo, foi visto que as proteínas também faziam
a reação com o açúcar redutor e resultava no mesmo produto
(Figura 8). Esse processo pode ser visto quando os alimentos são
assados ou cozidos e resultam em um aspecto dourado.
Figura 8 – Reação de Maillard
Fonte: <https://cienciasdosalimentos.wordpress.com/2013/04/21/carboidratos>.
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76 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 77
Caramelização
Existem duas principais diferenças dessa reação para a
reação estudada anteriormente, são elas: nesse caso, não existe
a participação de aminoácidos; não há que ser necessariamente
um açúcar redutor. No entanto, o produto final são compostos
escuros denominados maloidinas. Acontece quando o açúcar é
aquecido em temperaturas acima de 120ºC o que desencadeia
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78 Bioquímica dos Alimentos
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RESUMINDO
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80 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 81
03
UNIDADE
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82 Bioquímica dos Alimentos
INTRODUÇÃO
Estamos prestes a iniciar o estudo da Bioquímica dos
alimentos, uma área que é diferencial na atuação do profissional.
Saber dos componentes da alimentação e das interações no
corpo humano permite que você atue em muitas vertentes e com
muita firmeza na sua conduta. Essa área é uma disciplina básica
na área da saúde e te oferece a oportunidade de ter os primeiros
conhecimentos sobre alimentos, reações no corpo e uma visão
nova sobre o papel da água na nossa vida. Nessa unidade
você deverá ser capaz de absorver todos os conhecimentos
introdutórios para nas próximas ser capaz de aplicar na prática
todo o conteúdo. Ao longo dessa unidade iremos falar sobre
conceitos básicos e já iniciar as aplicações deles no nosso dia-a-
dia. Estão prontos? Vamos lá!
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Bioquímica dos Alimentos 83
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3, nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1
Compreender que a APO é uma importante área
na Administração e que o seu desenvolvimento
histórico pode ser encontrado em diversas
organizações;
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84 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 85
OBJETIVO
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86 Bioquímica dos Alimentos
SAIBA MAIS
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Bioquímica dos Alimentos 87
Desnaturação
Como vimos no item anterior as proteínas podem ter
algumas conformações estruturais e espaciais que é determinada
pela forma como os aminoácidos se ligam, se linear ou não.
Essa estruturação (conformação) é importante porque para
cada função diferente, cada proteína precisa assumir o formato
correto. Por exemplo, se você tem uma proteína com a função
estruturar, e precisa estar na configuração linear (primária),
caso essa proteína assuma a configuração secundária, ela não
conseguirá executar sua função.
Desnaturação protéica é o termo que se dá quando ocorre
a mudança na configuração da estrutura da proteína, resultando
na perda da atividade e da função desta molécula.precisa estar
na configuração linear (primária), caso essa proteína assuma a
configuração secundária, ela não conseguirá executar sua função.
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88 Bioquímica dos Alimentos
IMPORTANTE
RELEMBRANDO
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Bioquímica dos Alimentos 89
Propriedades funcionais
As propriedades funcionais tratam das características
físico-químicas que influenciam no comportamento desse
macronutriente nas etapas de preparo, processamento e
armazenamento e que podem influenciar também em atributos
sensoriais do produto final.
Na tabela 1 podemos ver algumas propriedades que serão
discutidas nos tópicos a seguir e suas utilizações na indústria.
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90 Bioquímica dos Alimentos
PROPRIEDADE ALIMENTO
Solubilidade, viscosidade Bebidas
Viscosidade, capacidade de Cremes, sopas e molhos
absorção de água, emulsificação
Formação da massa Massas alimentícias, pães
Formação de espuma, Pães, bolos, biscoitos
emulsificação, capacidade de
absorção de água
Geleificação, formação de Sobremesas lácteas, merengue
espuma
Emulsificação, viscosidade, Queijos
geleificação
Geleificação, capacidade de Produtos de carne cozidos
absorção de água, emulsificação
Texturização, fixação de aromas, Similares da carne
absorção e retenção de água
Emulsificação Maionese, manteiga
Geleificação, formação de Produtos do ovo
espumas
Fonte: cursos.unipampa.edu.br
Emulsificação
Emulsões são preparados onde dois líquidos são insolúveis
entre si, ou até mesmo, pouco soúveis. Essa propriedade das
proteínas leva seu uso em produtos como queijos, maionese e
manteiga, porque elas são bons agentes emulsificantes.
Essa característica é dada porque nas moléculas de proteína
existem regiões hidrofóbicas (não solúveis) e hidrofílicas
(solúveis), o que leva a uma boa interação na interface da emulsão.
Alguns fatores levam as proteínas a perderem ou reduzirem
seu poder nessa característica como: presença de sais, aquecimento,
pH com valores próximos ao pI (ponto isoelétrico) e outros.
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Bioquímica dos Alimentos 91
Hidratação
O poder de hidratação das proteínas vai depender dos
aminoácidos que a compõe. Se houver mais aminoácidos
hidrofóbicos, essa molécula proteica apresentará baixa
capacidade de hidratação quando comparada à uma outra
molécula proteica composta, em sua maioria, por aminoácidos
hidrofílicos.
Como já visto em outras características, com as condições
de pH favoráveis ao ponto isoelétrico, a capacidade de hidratação
das proteínas é mínima. Já com valores de pH enre 9 e 10
grande parte das proteínas tende a ter sua capacidade máxima
de hidratação.
Na presença de soluções salinas com concentração de sais
elevadas e com o aumento da temperatura, o poder de hidratação
das proteínas reduz.
Viscosidade
Viscosidade é definida como a resistência de um líquido
em escoar, fluir por uma superfície. Não tem relação direta com a
densidade. Um exemplo de líquidos com viscosidade diferentes
é: água e óleo, onde o óleo é mais viscoso que a água.
Essa capacidade das proteínas é muito utilizada na
indústria para oferecer cremosidade em produtos como sopas,
cremes e molhos.
A viscosidade pode ser afetada principalmente pela
redução no diâmetro das moléculas de proteína, mas também
pelo pH, presença e concentração de sais e temperatura.
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92 Bioquímica dos Alimentos
Geleificação
DEFINIÇÃO
Formação de espumas
As espumas alimentícias são dispersões de gotas de gás
em uma fase líquida ou semi-sólida (Figura 2). Exemplos de
alimentos com uso delas: merengue, nata batida, pão.
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Bioquímica dos Alimentos 93
Solubilidade
Para todas as propriedades que vimos até aqui (emulsão,
geleificação, viscosidade) a solubilidade apresenta um
papel fundamental. Isso ocorre porque para exercer todas as
propriedades funcionais na indústria alimentícia já citadas, as
proteínas requerem alta solubilidade.
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94 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 95
RESUMINDO
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96 Bioquímica dos Alimentos
OBJETIVO
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Bioquímica dos Alimentos 97
Características físicas
Em geral, as propriedades físicas dos lipídios estão
relacionadas as características hidrofóbicas das moléculas. Na
verdade, todas as funções exercidas pelos lipídios advêm dessa
característica de ser insolúvel em água, o que nos fornece uma linha
de separação entre os componentes solúveis e outros compostos.
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98 Bioquímica dos Alimentos
Ponto de fusão
O ponto de fusão é a temperatura onde as gorduras passam
para o estado dos óleos, ou seja, as gorduras passam do seu
estado natural sólido para o estado líquido. A forma sólida ou
líquida das gorduras e óleos, respectivamente, é conferida pelas
ligações entre os ácidos graxos. No caso das gorduras, vindas
principalmente de origem animal, as ligações saturadas, ou seja,
sem a presença de duplas ligações, confere o estado sólido. No
caso dos óleos, principalmente de origem vegetal, a cadeia que
é mais insaturada, ou seja, tem ligações duplas, lhe confere o
estado líquido. Quanto mais ácidos graxos de cadeia curta e com
instaurações (ligações duplas) o composto tiver, menor será o
ponto de fusão dele, logo, maior terá que ser a temperatura para
que ele alcance o estado sólido.
Polimorfismo
O polimorfismo também pode ser entendido pela
propriedade de compostos sólidos existirem em mais de uma
forma cristalina. No caso dos lipídios, a forma sólida que é
conferida pelas ligações saturadas nada mais é que cristais
formados em grande proporção, que se mantém unidos por
forças conhecidas como força de Van der Waals.
Essa capacidade de cristalizar tem importantes aplicações no
processo industrial. Determinados alimentos dependem da formação
desses cristais (chocolates e margarinas, por exemplo). Entender
sobre a formação desses cristais irá trazer decisões importantes
sobre os processos e armazenamento de óleos e gorduras.
Sendo assim, o polimorfismo é uma característica impor-
tante porque monoglicerídeos, diglicerídeos e triglicerídeos
podem formar diferentes formas de cristais.
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Bioquímica dos Alimentos 99
SAIBA MAIS
Refração
DEFINIÇÃO
Saponificação
Saponificação é uma reação entre um ácido graxo e uma
base, resultando na formação de sais (sabão). Existem lipídios
saponificáveis e os insaponificáveis. Os que reagem e formam
sabão são: glicerídeos (mono, di e tri), ceras, ésteres de esteróis,
glicolipídios e fosfolipídios. Os insaponificáveis são: esteróis e
ácidos graxos livres.
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100 Bioquímica dos Alimentos
Fonte: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/reacao-saponificacao.htm>
Hidrogenação
A hidrogenação é uma modificação obtida por inserção de
átomos de hidrogênio. Esses átomos são inseridos nas ligações
duplas das insaturações.
Além de ser utilizada para a criação de produtos como
a margarina, onde óleos líquidos a temperatura ambiente, são
convertidos em sólidos, também apresenta importância para
alguns determinados óleos por reduzir a chance de deterioração
oxidativa, ou seja, aumenta o tempo de conservação de produtos,
principalmente em países de clima tropical como o Brasil, além
de oferecer uma textura crocante que agrada o paladar.
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Bioquímica dos Alimentos 101
Fonte: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/isomeros.htm>
Interesterificação
Esse processo apresenta o mesmo objetivo do processo de
hidrogenação, deixar óleos sólidos na temperatura ambiente. No
entanto, na interesterificação não ocorre a formação de isômeros
trans. É uma reação entre álcool e éster ou ácido e éster que
sempre vai resultar em um novo éster.
Com a crescente preocupação dos efeitos dos ácidos graxos
trans na saúde humana, como relatado no tópico anterior, a
interesterificação tem sido bem utilizada na preparação de gorduras.
O processo pode ser químico ou enzimático, podendo ser utilizados
ácidos ou bases e enzimas como a lipase, respectivamente.
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102 Bioquímica dos Alimentos
Lipólise
A reação de lipólise é a quebras dos glicerídeos (di ou tri),
causando a liberação de ácidos graxos livres. Essa reação ocorre
via enzimas (fosfolipases ou lipases) ou ainda pelo aquecimento
de gorduras com água.
Os ácidos graxos livres resultantes da reação são mais
propícios a serem oxidados, resultando em um sabor estranho
conhecido popularmente por ranço.
Rancidez hidrolítica
A rancidez hidrolítica é a característica resultante do
processo de lipólise. Com a ação de enzimas ou de agentes
químicos os ácidos graxos liberados sofrem oxidação e com
isso, tornam a qualidade da gordura menor por alterar cor
(escurecimento), odor e o sabor das preparações.
Um claro exemplo disso são os óleos comumente
utilizados várias vezes para frituras de diversos alimentos. Por
isso existe a recomendação de se utilizar poucas vezes o mesmo
óleo, principalmente se os alimentos fritos forem ricos em água,
para evitar o sabor rançoso nos alimentos.
Autoxidação
O processo de autoxidação pode acontecer via enzimas
ou não. Nesse caso temos a reação das insaturações (ligações
duplas) das moléculas de ácidos graxos insaturados com o
oxigênio atmosférico, resultando em compostos como cetonas,
álcoois ou aldeídos e levando a rancidez.
Além de modificar características já citadas como cor,
odor e sabor das preparações submetidas a esse óleo, a oxidação
também leva a perca de valor nutritivo como destruição de
vitaminas, de pigmentos, ácidos graxos essenciais e de vitaminas.
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Bioquímica dos Alimentos 103
Fotoxidação
Corresponde ao processo de oxidação pela reação entre
os compostos fotosenssores presentes nos alimentos de origem
vegetal ou animal e o oxigênio, resultando na formação de
radicais livres.
+
++ EXPLICANDO DIFERENTE
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104 Bioquímica dos Alimentos
Rancidez enzimática
A rancidez oxidativa se trata também da reação do
oxigênio com ácidos graxos insaturados. Nesse caso, essa
reação é catalisada pela enzima lipoxigenase que está presente
em vegetais. Os compostos radicais livres formados durante
a reação fazem a oxidação de compostos pigmentares com
importância nutricional e levam a descoloração do alimento.
OBJETIVO
Definição
Segundo o decreto 30.691/52, carnes são definidas
como: “massas musculares maturadas e demais tecidos que as
acompanham, incluindo ou não a massa óssea correspondente,
que procede de animais abatidos sob inspeção sanitária” e
pescados como: “denominação genérica para peixes, crustáceos,
moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou
salgada, utilizados na alimentação humana”.
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Bioquímica dos Alimentos 105
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106 Bioquímica dos Alimentos
Cor
A cor corresponde ao primeiro aspecto visto pelo
consumidor no momento de comprar a carne. O esperado é
uma cor vermelho-brilhante. A espécie, idade e atividade física
do animal irão afetar nessa cor. Por exemplo, carnes bovinas
possuem essa cor mais vermelha, enquanto os suínos apresentam
uma cor mais esbranquiçada.
Pigmentos
Os pigmentos conferem cores aos produtos animais ou
vegetais. Se forem provenientes de extração de susbtâncias
presentes naturalmente em vegetais e animais são naturais.
Se forem produzidos quimicamente são artificiais. No caso
das carnes, os pigmentos que conferem a cor vermelha são
mioglobina e hemoglobina. Destas duas, a mioglobina é a
principal responsável pela coloração. As carnes bovinas,
dependendo da idade, possuem mais mioglobina que as carnes
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Bioquímica dos Alimentos 107
Alterações na cor
A molécula de mioglobina é formada por duas partes: uma
parte proteica e uma parte não proteica conhecida como grupo
heme. O grupo heme possui um átomo de ferro no centro de
sua porção. A coloração vai variar de acordo com o estado do
ferro da molécula de mioglobina. Caso a mioglobina esteja o
estado oxigenado, isto é, com troca de elétrons com o oxigênio,
a coloração resultante será a preferida pelo consumidor,
vermnelho brilhante. Caso a mioglobina esteja em seu estado
normal, resultará em uma coloração vernelho púrpura. E caso a
mioglobina esteja oxidada, o resultado é uma coloração marrom
ou pálida (Figura 5).
Figura 5 – Molécula de mioglobina e suas formas
Fonte: <https://slideplayer.com.br/slide/11815795>.
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108 Bioquímica dos Alimentos
Sabor e aroma
O aroma e o sabor da carne podem ser influenciados pela
temperatura e processo de cocção ao qual ela é submetida. Essas
caraterísticas são acentuadas pelo processo culinário, não sendo
muito presentes na carne crua. O aroma e sabor característicos
da carne são devidos aos compostos que se formam como
aminoácidos, açúcares, lipídios, cetonas, álcoois e aldeídos.
Suculência
A suculência é a sensação de umidade no início da
mastigação. Essa umidade é proveniente da liberação de líquidos
pela carne. Essa característica da carne é responsável também
pela palatabilidade desse alimento, isso porque ela estimula a
produção de saliva e ocasiona lubrificação do bolo alimentar.
É uma característica bem modificada pelos procedi-
mentos culinários. Carnes com preparo malpassado são mais
suculentas porque são submetidas ao processo térmico de forma
mais amena.
Maciez
A maciez da carne é uma propriedade atrativa para os
amantes desse alimento. Existem algumas impressões que são
geradas na mastigação que definem a maciez. Uma delas é a
força aplicada para os dentes cortarem as fibras da carne. E a
outra é o contato da carne com a língua que percebe se ela é mole
ou mais dura. Fatores do animal e fatores do preparo podem
interferir na maciez.
Fatores ante mortem: a idade do animal pode inteferir
numa carne mais macia ou mais dura (novilhos, por
exemplo, tem a carne mais macia e com menos pigmento
mioglobina); fatores genéticos ligados à raça e a espécie;
Fatores post mortem: músculos congelados rapidamente
após o abate, antes mesmo de atingir o rigor mortis, ocorre
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Bioquímica dos Alimentos 109
Fonte: <https://2013.temperonoforte.com.br/artigos/
passo-a-passo-para-tornar-a-sua-receita-um-sucesso>.
OBJETIVO
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110 Bioquímica dos Alimentos
Características organolépticas
O sabor e aroma do leite são bem característicos. Sabor
adocicado por conta da lactose e de cloretos. Aroma suave.
As condições de transporte e armazenamento podem interferir
nessas duas características pela absorção de cheiros do ambiente
e pela proliferação microbiana.
O aspecto do leite deve ser homogêneo e com a cor
branco opaco.
Valor nutricional
A composição nutricional usual do leite é de
aproximadamente: 80% de água, 5% de carboidratos, 3,8% de
gorduras, 3,2% de proteínas e 0,9% de sais minerais, enzimas
e vitaminas.
Processamento industrial
O processamento industrial do leite tem principalmente
duas finalidades: leite pasteurizado e leite UHT para consumo e
a produção de derivados. Para isso, uma série de etapas precisam
ser executadas (Figura 7).
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Bioquímica dos Alimentos 111
Fonte: <http://www.agais.com/telomc/b022_processamento_bovinoleite.pdf>.
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112 Bioquímica dos Alimentos
Derivados
A manteiga é um produto feito a partir do creme de leite
pasteurizado, que passa por processos mecânicos e deve ser
composta exclusivamente de gordura do leite.
O creme de leite é o produto retirado do leite para o
alcance do teor de gordura padronizado. Se apresenta na
forma de emulsão de gordura em água e pode ser submetido a
pasteurização ou ultra-pasteurização.
Os queijos são obtidos a partir da separação parcial do
soro do leite que sofrem coagulação impulsionada por enzimas,
ácidos ou coalho. Por conta dos variados processos tecnológicos
que podem ser utilizados, existe uma variedade de tipos de
queijos.
Leite condensado é um produto obtido a partir da
desidratação do leite e adição ou não de xaropes ricos em açúcar.
Quando não adicionado de xarope, també pode ser chamado de
leite evaporado.
Leite em pó é o produto proveniente da desidratação do
leite de vaca (de todos os tipos).
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Bioquímica dos Alimentos 113
04
UNIDADE
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114 Bioquímica dos Alimentos
INTRODUÇÃO
Estamos prestes a iniciar o estudo da Bioquímica dos
alimentos, uma área que é diferencial na atuação do profissional.
Saber dos componentes da alimentação e das interações no
corpo humano permite que você atue em muitas vertentes e com
muita firmeza na sua conduta. Essa área é uma disciplina básica
na área da saúde e te oferece a oportunidade de ter os primeiros
conhecimentos sobre alimentos, reações no corpo e uma visão
nova sobre o papel da água na nossa vida. Nessa unidade
você deverá ser capaz de absorver todos os conhecimentos
introdutórios para nas próximas ser capaz de aplicar na prática
todo o conteúdo. Ao longo dessa unidade iremos falar sobre
conceitos básicos e já iniciar as aplicações deles no nosso dia-a-
dia. Estão prontos? Vamos lá!
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Bioquímica dos Alimentos 115
OBJETIVOS
Olá, seja muito bem-vindo a nossa Unidade 4, nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1
Compreender que a APO é uma importante área
na Administração e que o seu desenvolvimento
histórico pode ser encontrado em diversas
organizações;
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116 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 117
OBJETIVO
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118 Bioquímica dos Alimentos
Fonte: Freepik
RELEMBRANDO
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Bioquímica dos Alimentos 119
Fonte: <https://pt.slideshare.net/dervoz/tecnologia-de-cereais>.
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120 Bioquímica dos Alimentos
Processamento do arroz
Durante o processamento do arroz existe uma diferença
nos percentuais de perda. Em valores aproximados perde-
se 2,4% na etapa de processamento, 7% no armazenamento e
12,6% na colheita.
O primeiro procedimento a se fazer é determinar de forma
correta o período exato para a colheita do grão. Isso porque grãos
colhidos antes ou após o tempo certo podem acarretar efeitos
negativos em todas as outras etapas do processamento, como
por exemplo:
Colheita antes do período correto: grãos com maior
umidade, verdes e malformados que ficam parados na
trilha do processamento e que geram baixo rendimento
da máquina. Além disso os grãos verdes produzem mais
grãos quebrados na etapa de beneficiamento que reduz a
aceitação e o valor comercial do produto;
Colheita após o período correto: grãos muito secos e com
mais ataques de insetos, roedores e pássaros o que reduz a
quantidade de grãos inteiros.
A colheita pode ser manual, semi-mecanizada ou
totalmente mecanizada. Seja como for, o objetivo nessa primeira
parte é cortar a planta, separar os grãos das partes de suporte as
quais estão presos, separar o grão da palha e fazer a limpeza.
O próximo passo é a secagem, que deve ser feita logo
após a colheita (até 24 horas), e pode ser natural ou artificial. A
secagem natural é feita ao ar livre, com aquecimento pelo sol e
com baixo custo. No entanto depende de uma série de cuidados
e das condições climáticas. No caso da secagem artificial pode
acontecer cem equipamentoa com a movimentação apenas do ar
ou com a movimentação do ar e dos grãos durante o processo.
Após a secagem segue a etapa de armazenamento em
silos com necessidade de monitoramento da temperatura (com o
objetivo de evitar fermentações).
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Bioquímica dos Alimentos 121
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122 Bioquímica dos Alimentos
IMPORTANTE
Processamento do milho
O grão de milho é constituído de pericarpo, que é uma
película com função de proteção, endosperma, que é a reserva
de energia e corresponde a cerca de 80% do peso do grão e do
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Bioquímica dos Alimentos 123
Fonte: <https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/fisquitecnolmilho_000fgb2k97i02wx5eo0bp3uwfl1aa0n7.pdf>.
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124 Bioquímica dos Alimentos
Processamento da cevada
A produção do malte é feita através do grão da cevada. Após
a colheita o grão é colocado em depósitos de armazenamento,
os silos, com controle de umidade e temperatura. Na empresa
de produção de malte o grão é colocado para germinação e o
processo é interrompido logo no início. Esse grão resultante dessa
germinação inicial contém várias características importante para
a fabricação da cerveja como o amido em cadeias menores,
enzimas para a fabricação do produto, entre outros.
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Bioquímica dos Alimentos 125
RESUMINDO
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126 Bioquímica dos Alimentos
OBJETIVO
Introdução
Pão é um alimento super presente na nossa vida. Faz parte do
nosso café da manhã, dos nossos lanches e compõe até sanduíches
no jantar. Ele fornece aproxidamente 19% das nossas necessidades
de energia e também nutrientes como vitaminas e minerais.
A receita básica de pão inclui farinha de trigo, água,
fermento biológico e sal. Com a evolução da culinária outros
ingredientes foram incorporados a receita como leite, frutas,
farinha de soja, emulsificantes entre outros.
Ingredientes
Farinha de trigo
A qualidade da farinha de trigo é crucial para um resultado
de pão saboroso e vendável. Essa qualidade depende de fatores
inerentes ao trigo e também do armazenamento dessa farinha. O
amido presente nesse ingrediente é impor-tante por ser alimentos
para as leveduras e contribuir no envelhecimento do pão.
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Bioquímica dos Alimentos 127
Água
A água é o agente dissolvente. É necessária para dar
fluidez a mistura e para permitir a ocorrência das reações
de fermentação. Além disso ela dissolve os sais, açúcares e
enzimas, controla a maciez e contribui para a palatabilidade
do pão, controa a temperatura, facilita a junção das proteínas
que originam o glúten e é capaz também de deixar o amido
mais digerível.
A qualidade da água quanto a dureza (presença de magnésio
e cálcio) e o pH podem interferir em vários fatores no processo
de produção do pão. Um deles é que a água muito dura reduz a
fermentação e deixa a estrutura do glúten inflexível. Já a água
com pouca dureza deixa a massa “pegajosa” por influenciar no
desenvolvimento da rede da proteína do glúten. O pH iinfluencia
no sabor porque pode prejudicar a fermentação.
RELEMBRANDO
Fermento biológico
As leveduras são responsáveis pela fermentação do açúcar
do pão. A fermentação tem como principal resultado a produção
do gás dióxido de carbono (CO2) que expande a massa nos
processos de produção.
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128 Bioquímica dos Alimentos
SAIBA MAIS
Fonte: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/quimica-pao.htm
Sal
Não é um dos ingredientes mais utilizados em quantidade,
no entanto, sua presença influencia nas características de
firmeza da massa (porque dificulta a dissolução da gliadina),
na crocância da crosta, na melhora do sabor final e também
na fermentação do produto. Na figura 3 é possível observar a
importância do fermento biológico para o crescimento do pão.
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Bioquímica dos Alimentos 129
Emulsificantes
Os emulsificantes tem o objetivo de prolongar a vida de
prateleira dos produtos panificados. Além disso, eles também
permitem uma massa mais leve.
Como outros efeitos dos emulsificantes temos: estrutura
mais fina, mas maciez no pão, aumento de volume e da
estabilidade da massa.
Leite
O uso do leite melhora o gosto e a maciez do produto. Além
disso o uso desse ingrediente proporciona uma cor marrom, uma
cor dourada na casca. Aumenta o valor nutricional por conter
vários minerais e proteínas.
A forma do leite que pode ser utilizada é o leite em pó ou
soro do leite. Os dois conferem benefícios bem semelhantes.
No entanto, o uso do soro do leite reduz o custo total do
produto, quando entra em substituição ao leite em pó e aos
derivados de ovo.
Melhoradores
Os melhoradores são todos os ingredientes utilizados para
melhorar o potencial de panificação da farinha. Eles podem ser:
Agentes oxidantes: bromato de potássio, ácido ascórbico;
Agentes redutores: L-cisteína;
Emulsificantes: ésteres de ácidos graxos, lactatos entre outros;
Enzimas: alfa-amilase.
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130 Bioquímica dos Alimentos
Processamento
Agora vamos seguir para o momento do processamento,
isto é, de produção do pão. Vamos juntar todos esses ingredientes
que vimos como agem e de que foram interagem para o resultado
do produto final.
Nesse processo existem quatro parâmetros que devem ser
sempre controlados, são eles: quantidade, temperatura, umidade
e tempo.
Mistura
É o momento da formação do complexo proteico que se
forma com a mistura da água com a farinha, o glúten.
O glúten é formado pela glutenina, que confere elasticidade
a massa, e pela gliadina, que confere exten-sibilidade. Juntas,
essas duas propriedades, formam a massa ideal de pão. Isso
porque a rede do glúten é capaz de reter o dióxido de carbono
produzido na fermentação.
Nessa etapa, a temperatura mais ideal é entre 26-28º.
Outro fator importante no momento da mistura são as
enzimas. Elas tem o papel de controlar a qualidade da massa e de
esbranquiçar a farinha. Elas também aumentam a fermentação,
aumentando assim a produção de gases, aumentando o volume
do pão. Dentre as enzimas, vamos destacar aqui três classes:
Amilases: são responsáveis por converter o amido da
massa em açúcar;
Proteases: são responsáveis por reduzir o tempo de mistura,
aumentar a ação da gliadina (extensibilidade) e aumentar a
vida útil dos produtos;
Lipases: são responsáveis por aumentar a estabilidade e o
tempo de armazenamento.
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Bioquímica dos Alimentos 131
Fermentação
Na etapa de fermentação é onde vai acontecer a ação das
enzimas com formação de diversos compostos (maltose, glicose,
frutose, álcool entre outros).
É uma fermentação alcóolica e anaeróbia, isto é, sem a
presença de oxigênio), por ação das leveduras nos açúcares
presentes na massa. A fermentação pode ser dividida em 3 etapas:
Fermentação principal: tem como principal função a
produção de gá carbônico que vai ser importante para as
características palatáveis do pão. Tem subetapas de divisão
e boleamento, que consite em obter pedaços da massa com
peso apropriado e a de boleamento é aquela que auxilia
na formação de uma superfície contínua, homogênea. Tem
uma duração média de 3 horas;
Fermentação secundária: tem como principal função
oferecer a característica de extensibilidade que foi
perdida na parte de boleamento. Acontece nas câmaras de
fermentação e tem como temperatura ótima entre 26-30º e
umidade relativa ótima entre 75-80%;
Fermentação final: tem como principal função fazer a massa
readquirir o volume adequado que foi perdido nas etapas
anteriores. Dura de 40 a 120 minutos e tem condições de
temperatura e umidade controladas em câmaras.
Cozimento
Nessa etapa ocorre a formação da crosta, a inativação das
enzimas e do fermento e o desenvolvimento do aroma e do gosto
do produto. O tempo e a temperatura de cozimento devem ser de
acordo com a receita de pão e o produto final que se quer chegar.
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132 Bioquímica dos Alimentos
Resfriamento
Essa etapa vai depender do tipo de pão. Caso seja um pão
que precise fatiar para embalar, deve-se primeiro alcançar a
temperatura ambiente. Isso porque se fatiado ainda quente gera
um produto com aspecto deformado, se embalado ainda quente
promove maior crescimento microbiano, além de perder as
características de palatabilidade.
Embalagem
A parte da embalagem é o processo final podendo ser feita
de forma manual ou por máquinas esqpecíficas, que tornam o
processo muito mais rápido.
Compreender a composição e a
pós-colheita de frutas e hortaliças
OBJETIVO
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Bioquímica dos Alimentos 133
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134 Bioquímica dos Alimentos
Pré-processamento
O pré processamento inclui uma variedade de etapas que
tem como principal objetivo garantir a qualidade do produto que
será submetido ao processamento industrial.
O momento da colheita tem como objetivo preservar
a estrutura dos alimentos da melhor forma possível, evitando
quedas, amassamentos e lesões no geral. O período da colheita
também deve respeitar a melhor época de maturação das frutas.
No caso de hortaliças, além dos cuidados já descritos com
as frutas, deve-se ter atenção para guardá-las em depósitos
apropriados logo após a colheita. Após a colheita o produto segue
para o transporte até a indústria, onde é recebido em um área
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Bioquímica dos Alimentos 135
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136 Bioquímica dos Alimentos
Em conserva
As frutas e hortaliças que seguem para comercialização em
conserva são submetidas à técnica denominada appertização. Ela
utiliza o calor em recipientes hermeticamente fechados e então,
as frutas e hortaliças que ali ficarão são adicionadas jutamente
com calda (no caso das frutas que é composta de água e açúcar)
e salmoura (no caso de vegetais que é composta de água com
sal). O objetivo do uso do calor é destruir os microorganismos e
impedir totalmente seu desenvolvimento.
Dependendo de cada produto existe um tempo e
uma temperatura mais recomendados. Isso varia até pelas
características microbianas de determinados alimentos, pela
rapidez com que o calor penetra na embalagem e pela temperatura
inicial do produto.
De forma simplificada, os produtos pré processados
são colocados nos recipientes (já tratados termicamente) e os
espaços preenchidos por calda ou salmoura. Após isso ocorre
uma perfuraçãoo feita por garfos para que a fruta e o líquido
do reciepiente entrem em contato. Segue-se a etapa de exaustão
onde é retirado todo o ar do recipiente e estes são fechados
hermeticamente.
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Bioquímica dos Alimentos 137
Polpas
Uma das principais motivações na criação da polpas foi
para garantir a disponibilidade de frutas e hortaliças mesmo em
períodos de não safra daquele alimento. A polpa é o produto
da parte carnosa das frutas (ou seja, não tem a parte fibrosa,
sementes ou restos de casca).
O processamento industrial parte da obtenção da matéria
prima seguindo todos os cuidados aqui já mencionados. A
primeira parte nesse processo é retirada da polpa da fruta, parte
carnosa sem a casca e sem a semente. É feita com o auxílio de
equipamentos. Dependendo da fruta o rendimento é diferente. A
partir disso é feito o acabamento ou refino, onde a polpa passa em
peneiras de dimensões menores seperando ainda mais partes que
restaram de sementes e cascas. Depois da polpa propriamente
dita pronta, ela passará por processos de retirada do ar e de
pasteurização que tem como principais objetivos evitar reações
de oxidação que levam a mudanças na cor, aroma e sabor,
inativar enzimas e reduzir a carga microbiana. Após isso a polpa
é envasada com o uso de calor e segue para resfriamento em
sacos plásticos, podendo ou não ser adicionados conservantes.
Sucos e néctares
São produtos que apresentam pequenas diferenças no
processamento industrial. Diferem entre si basicamente pela
quantidade de fruta ou polpa que devem ter na sua constituição.
No caso dos sucos deve ter 50% de polpa e no caso de néctar pelo
menos 20%. A adição de açúcar no suco é opcional, devendo
ser informada ao consumidor e no caso do néctar faz parte do
processamento.
As etapas para a produção desse produtos se iniciam com
as etapas já descritas de colheita, recepção na indústria, bem
como de retirada da polpa. Caso o produto seja originado por
frutas que não contém polpa, é feita a prensagem da fruta com
consequente escoamento do líquido.
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138 Bioquímica dos Alimentos
Desidratados
O processo de desidratação é um antigo e praticado já
há muitos anos através da exposição ao sol do alimento que se
quer retirar a água. As frutas que seguem para desidratação tem
aplicação em diversos produtos da indústria como granolas,
produtos de confeitaria, barras de cereais e outros. São exemplos
dessas frutas a banana, uva, maçã e ameixa. Já as hortaliças
que seguem para desidratação tem sua utilização na produção
de sopas desidratada e macarrões tipo instantâneo. São elas
cenoura, batata, tomate, orégano e cebola.
Aqui segue-se o mesmo procedimento de colheita,
recebimento, lavagem, descascamento e branqueamento da
matéria prima, com todos os cuidados já descritos.
A primeira etapa específica da desidratação se chama
sulfuração, que é feita em locais hermeticamente fechados
e expõe o produto ao SO2. Esse processo tem o objetivo a
inativação de enzimas e de outros compostos que levam à
reações de escurecimento.
eBook Completo para Impressao - Bioquimica dos alimentos - Aberto.indd 138 09/04/2020 16:55:02
Bioquímica dos Alimentos 139
Minimamente processados
São produtos que atendem a duas demandas do mercado
atual. Manter uma alimentaçãoo saudável com a presença de
produtos frescos e ter praticidade nesse hábito.
Como já visto na obtenção de outros produtos, as primeiras
etapas de colheita, recebimento, lavagem e descaroçamento
permanecem as mesmas. No caso dos produtos minimamente
processados será feito a seguir o processo de sanitizaçãoo
com lavagem em solução de hipoclorito para eliminação de
contaminantes microbianos.
Segue-se a etapa de enxague para reduzir o cloro da
substância utilizada no procedimento anterior e conservação em
locais frios, com ou sem adição de aditivos químicos, ou ainda
a conservaçãoo por agentes protetores, irradiação entre outros.
Em casos de hortaliças tem-se a etapa de centrifugação,
para retirar a água que fica na superfície do alimento. A
velocidade e o tempo utilizados nesse processo vai variar entre
cada produto e deve-se manter a estrutura intacta. A última etapa
segue a embalagem que deve ser de forma a evitar qualque lesão
no alimento, deve manter a umidade e a sanitização, podendo ser
plástica ou a vácuo.
eBook Completo para Impressao - Bioquimica dos alimentos - Aberto.indd 139 09/04/2020 16:55:02
140 Bioquímica dos Alimentos
Legislação
No Brasil o órgão responsável por coordenar e fiscalizar
as atividades que dizem respeito a produção de alimentos dentre
outros ramos da indústria é a ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária). Ela regula e fiscaliza dentre outras coisas
o limites do uso de aditivos alimentares.
Em território nacional existe a obrigatiriedade da
implantação das Boas Práticas e fabricação para todas aquelas
empresas que estão envolvidas na produção e venda de alimentos.
A implantação desse manuais tem como objetivo estabelecer
regras e diretrizes para diminuir a ocorrência de perigos na cadeia
produtiva de alimentos. Evitar contaminação microbiológica,
fiscalizando se as condições necessárias estão de acordo, evitar
contaminação física e ainda, química, verificando o uso correto da
quantidade de aditivos e agentes utilizados no processo.
Para cada tipo de produto existe uma legislação específica
que concentra todas as informações condizentes com aquela
realidade e aquela situação.
OBJETIVO
eBook Completo para Impressao - Bioquimica dos alimentos - Aberto.indd 140 09/04/2020 16:55:02
Bioquímica dos Alimentos 141
Introdução
O uso de conservantes foi pensado para garantir a segurança
dos alimentos comercializados por mais tempo e para dispor de
todos os tipos de alimentos durante todas as estações do ano,
sem ter ausência ou escassez de determinada fruta ou hortaliça
ou até mesmo cereal em algum período de mudança climática.
Quanto a segurança, o uso de conservantes tem como
principal objetivo impedir a contaminação microbiana nos
produtos em que são adicionados, tanto para não acontecer a
contaminação pelo próprio microorganismo como pelas toxinas
produzidas por estes que podem ser maléficas a saúde humana.
Principais conservantes
Considerando as razões pelas quais os conservantes são
utilizados, existem vários tipos que podem ser empregados
dependendo do produto. Aqui vamos listar seis exemplos mais
utilizados pela indústria hoje.
Ácido sórbico
Esse composto é um ácido graxo insaturado e é encontrado
nas células de microorganismos. Tanto o ácido como o seu sal, o
sorbato de potássio, são utilizados em produtos com pH menor
que 6,5 (por exemplo, queijos, carnes, produtos à base de peixe,
produtos de confeitaria entre outros). Não há nenhum efeito
adverso relatado do uso destes compostos.
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142 Bioquímica dos Alimentos
Ácido benzoico
Esse composto é um dos mais utilizados pelo seu custo
baixo e foi o primeiro a ser aprovado pela FDA, o órgão
americano que regula o uso de conservantes na indústria no país.
Tanto o composto como seus sais benzoato de sódio e benzoato
de potássio podem ser utilizados em produtos com pH menor
que 4,2. Tem uma ótima ação bactericida e fungicida e também
efetividade na ação contra lactobacilos, o que limita seu uso
em produtos originados por fermentação. Além disso, seu uso
também é limitado pelo sabor apimentado e forte que confere
aos alimentos. Pode ser utilizado em bebidas carbonatadas,
geleias, saladas de frutas e outros alimentos. Apesar de não
haver comprovação de efeitos adversos, há alguns anos pela
publicaçãoo de estudos que mostraram raras reações alérgicas,
foi definido um limite máximo de ingestão por dia de 5mg/kg de
peso corporal.
Ácido propiônico
Se constitui como ácido graxo resultante da digestão
da celulose por bactérias em herbívoros. Tanto o ácido como
seu sal, o propionato, são efetivos contra bolores e bastante
utilizados na indústria de panificados por não causarem a perda
de função dos fermentos biológicos desses produtos. Apesar de
na Alemanha e Áustria terem sido proibidos como conservantes,
não há relatos ou comprovação de reações adversas, bem como
não há dosagem máxima.
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Bioquímica dos Alimentos 143
Dióxido de enxofre
O dióxido de enxofre e seus sais são utilizados desde
os tempos antigos e tem ação bem efetiva contra bactérias,
leveduras e mofo e contra as reações de escurecimento de alguns
alimentos. O dióxido de enxofre tem muita indicação para
conservar vinhos e contra indicação na conservação de carnes
e seus derivados, por inativar a vitamina B1 (vitamina a qual
esses alimentos representam-se como alimentos fonte na nossa
alimentação) e porque mascaram a deterioração desse produtos.
Já o sal sulfito é comumente utilizado em frutas e vegetais.
Ácido lático
O ácido e seus sai são efiecientes no controle de bactérias,
agindo de forma direta no seu metabolismo e no bloqueio da
atividade de água (Aw). Atuam também contra microorganismos
patógenos como a salmonela.
RELEMBRANDO
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144 Bioquímica dos Alimentos
Nitratos e nitritos
Os conservantes de produtos de carne e derivados essa
classe talvez seja a mais utilizada e conhecida. Agem de forma a
evitar a degradação desse produtos, evitando a oxidação. Mesmo
com todas as notícias sobre a toxicidade desses compostos pela
geração de nitrosaminas, eles são muito importantes para impedir
o crescimento da bactéria Clostridium botuliniun, responsável
por causar a grave doença do botulismo.
Propriedades sensoriais
Através dos nossos cincos sentidos podemos avaliar a
qualidade, palatabilidade e características dos alimentos.
Cor
Como já mencionamos quando estudamos sobre carnes o
aspecto da cor é um dos mais decisivos na hora da compra para
o consumidor. É comum que quando um determinado alimento
não tem a cor e a aparência que são esperados causarem uma
reação vistosa pelo indivíduo.
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Bioquímica dos Alimentos 145
Odor
O odor é o sentido olfativo que é estimulado por
substâncias voláteis presentes nos alimentos. Dependendo do
tipo de alimento eles podem ter notas de cheiro mais doces, mais
azedos e até ácidos, que caracterizam esse alimento. O aroma,
por sua vez, é outro conceito que se define como a capacidade
de perceber essa característica do alimento depois de levá-lo a
boca. É fácil identificar esse conceito quando lembramos que
em momentos que estamos resfriados não sentimos o gosto dos
alimentos, percebe?
Textura
É a propriedade exercida pelo tato, capaz de sentir as
características estruturais da superfície e do alimento como
um todo. No caso de alimentos líquidos temos a característica
de fluidez e em alimentos semi-sólidos, temos a característica
de consistência.
Gosto
É a propriedade da boca que se relaciona com o paladar.
Se dá através das papilas gustativas que são capazes de sentir
o gosto dos alimentos. Já o conceito de sabor inclui, além
do paladar, as sensações táteis de temperatura e as sensações
olfativas também.
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146 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 147
REFERÊNCIAS
UNIDADE 01
AZEREDO et al. Perspectivas do profissional nutricionista
no mercado de trabalho. Revista de trabalhos acadêmicos
- Universo campos dos Goytacazes. Acesso em 10 de ago de
2019. Disponível em: <http://revista.universo.edu.br>.
Carboidratos em bioquímica. Portal Educação. Disponível
em:<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/
farmacia/carboidratos-em-bioquimica/33777>. Disponível em:
10 ago de 2019.
Proteínas. Cola da web. Disponível em <https://www.
coladaweb.com/biologia/bioquimica/proteinas>. Disponível
em: 10 de ago de 2019.
Lipídios. InfoEscola. Disponível em <https://www.
infoescola.com/bioquimica/lipidios/>. Disponível em: 11 de ago
de 2019.
Castro, Viviane Guimarães, Utilização da água na indústria
de alimentos. 2006. 45f. Trabalho de conclusão de curso -
Universidade Castelo Branco, São Paulo, 2006.
Quais as características da água destinada ao uso
industrial? Cursos CP. Disponível em <https://www.cpt.com.
br/cursos-meioambiente/artigos/quais-as-caracteristicas-da-
agua-destinada-ao-uso-industrial>. Disponível em: 11 de ago
de 2019.
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148 Bioquímica dos Alimentos
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Bioquímica dos Alimentos 149
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Bioquímica dos Alimentos 151
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152 Bioquímica dos Alimentos
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Bromatologia
(Livro 2)
Créditos Institucionais
2020 by Telesapiens
Todos os direitos reservados
RESUMINDO
CITAÇÃO
Uma síntese das
Parte retirada de um texto;
últimas abordagens;
TESTANDO
DEFINIÇÃO
Sugestão de práticas ou
Definição de um
exercícios para fixação do
conceito;
conteúdo;
IMPORTANTE ACESSE
O conteúdo em destaque Links úteis para
precisa ser priorizado; fixação do conteúdo;
++
EXPLICANDO
SOLUÇÃO
+ DIFERENTE Resolução passo a
Um jeito diferente e mais passo de um problema
simples de explicar o que ou exercício;
acaba de ser explicado;
EXEMPLO CURIOSIDADE
Explicação do conteúdo ou Indicação de curiosidades
conceito partindo de um e fatos para reflexão sobre
caso prático; o tema em estudo;
01
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Você sabia que a bromatologia é uma ciência muito antiga?
Estudos revelam que as análises de alimentos se iniciaram
em meados do século XVIII, e ao longo dos anos foram
evoluindo e adaptando seu conceitos às nossas necessidades
atuais. Neste capítulo você conhecerá os principais materiais,
equipamentos e normas de boas práticas em um laboratório de
bromatologia. Além disso, saberá como ocorre o fluxo da análise
bromatológica, iniciando-se na amostragem e suas particulares.
Falaremos também sobre o preparo, a conservação da amostra
quando ela não pode ser processada logo após a coleta. Você
conhecerá mais sobre a escolha do plano de amostragem,
parâmetros de confiabilidade dos laboratórios de análises e
finalmente, conhecerá a garantia da qualidade. Este conceito
está diretamente relacionado à acreditação dos laboratórios
analíticos, e envolvimento da equipe através de conhecimentos
multidisciplinares, que contribuirão para a credibilidade dos
resultados do laboratório. Preparado (a)? Seja bem-vindo (a) e
bons estudos!
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:
OBJETIVO
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
SAIBA MAIS
+
++ EXPLICANDO DIFERENTE
OBSERVAÇÃO
+
REFLITA
SAIBA MAIS
EXEMPLO
RESUMINDO
SAIBA MAIS
RESUMINDO
O Laboratório de Bromatologia
OBJETIVO
Materiais de laboratório
O conhecimento e utilização dos materiais de laboratório
são muito importantes nas análises de alimentos, tanto para
segurança quanto para qualidade experimental. A seguir serão
apresentados os principais materiais e vidrarias utilizados no
laboratório de bromatologia.
Almofariz e pistilo: a utilização desse material é triturar
sólidos para gerar partículas menores.;
Figura 1: Almofariz
Fonte: Pixabay
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
Figura 2: Bureta
Fonte: Wikimedia
Fonte: Wikimedia
SAIBA MAIS
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
Equipamentos de laboratório
De modo geral, os principais equipamentos de laboratório
são os necessários para a análise e quantificação dos nutrientes
encontrados nas amostras de alimentos. A seguir serão apresentados
os principais equipamentos utilizados e suas principais funções.
Agitador: os agitadores podem ser magnéticos, mecânicos
ou múltiplos. A função deles é agitar amostras, alguns equipamentos
possuem a função de aquecimento;
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
OBJETIVO
VOCÊ SABIA?
IMPORTANTE
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
RESUMINDO
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
Fonte: A autora
OBSERVAÇÃO
+
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
EXEMPLO
IMPORTANTE
+
++ EXPLICANDO DIFERENTE
OBSERVAÇÃO
+
SAIBA MAIS
Preparo da amostra
No processo de preparo da amostra são realizadas algumas
mudanças físicas ou químicas no alimento, como moagem,
filtração, eliminação de gases, entre outras. Além disso,
inicialmente a amostra bruta é grande demais para ser analisada,
por isso recolhe-se uma fração dela, a chamada subamostra.
No caso de alimentos secos, a obtenção da subamostra pode
ser feita de forma manual ou automatizada. O fracionamento
manual é chamado de quarteamento, sendo feito da seguinte
forma: coloca-se a amostra em cima de uma superfície limpa,
Fonte: A Autora
SAIBA MAIS
OBSERVAÇÃO
+
EXEMPLO
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
+
++ EXPLICANDO DIFERENTE
EXEMPLO
RESUMINDO
Garantia da Qualidade
OBJETIVO
EXEMPLO
SAIBA MAIS
RESUMINDO
02
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Agora que você aprendeu sobre a importância da análise
de alimentos, a utilização do laboratório de bromatologia e
garantia da qualidade, vamos aprender sobre quais são os
constituintes dos alimentos. Agora que a amostra chegou ao seu
laboratório...quais são os principais constituintes da amostra???
Você aprenderá sobre a composição centesimal dos alimentos,
os nutrientes que devem ser encontrados e a importância da
água na conservação e palatabilidade dos alimentos. Falaremos
sobre os carboidratos e as fibras, o papel deles nos alimentos, em
nosso organismo e as formas de análise laboratorial; os lipídios e
seus constituintes, as principais adulterações e sobre o processo
de rancificação. Você aprenderá sobre as proteínas, as principais
proteínas que compõem os alimentos e as principais formas de
quantificação delas, bem como sua importância na indústria de
alimentos. E aí? Animado (a)?
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:
3
Conhecer sobre os lipídios e os grupos que os
compõem, as principais adulterações, processo
de rancificação e métodos laboratoriais de
quantificação e detecção;
OBJETIVO
ACESSE
A água
Apesar de não ser considerada um nutriente, a água exerce
papel importante nos alimentos e na análise dos alimentos. Sabe-
se que o maior constituinte dos seres vivos é a água e, por isso,
ela é encontrada em grande quantidade nos alimentos, tanto de
origem vegetal quanto animal. O conteúdo de água nos vegetais
pode chegar a 95%, enquanto na carne 70%.
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
EXEMPLO
Fonte: A Autora
IMPORTANTE
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
Minerais e vitaminas
Os minerais são encontrados em baixas concentrações
nos alimentos. Apesar disso, são importantes no funcionamento
de diversos mecanismos reguladores do organismo. Na área
de alimentos, os minerais representam todos os componentes
diferentes de hidrogênio, carbono, oxigênio, nitrogênio (que
representam cerca de 99% do total dos alimentos). Eles são
obtidos através da queima de todo o material orgânico, restando
somente os minerais, que constituem a matéria inorgânica.
Existem cerca de 90 elementos químicos de ocorrência
natural no planeta, 25 deles são considerados elementos
essenciais para o nosso organismo. Isso quer dizer que esses
nutrientes não podem ser sintetizados pelo nosso organismo e
por isso, precisam ser adquiridos através dos alimentos.
Os minerais são divididos entre macro e microelementos,
os primeiros possuem ingesta diária entre 0,1-1,0 grama por
dia, sendo fósforo, sódio, potássio, cálcio e magnésio os mais
importantes. Já os microelementos, são aqueles que devem ser
consumidos em quantidades reduzidas, menos de 0,1 grama por
dia, como iodo, alumínio, ferro, manganês, cobre e selênio.
OBSERVAÇÃO
+
EXEMPLO
Fonte: A Autora
SAIBA MAIS
OBSERVAÇÃO
+
EXEMPLO
SAIBA MAIS
RESUMINDO
Carboidratos e fibras
OBJETIVO
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
SAIBA MAIS
EXEMPLO
EXEMPLO
Fonte: A Autora
EXEMPLO
EXEMPLO
Fonte: A Autora
RESUMINDO
Lipídios
OBJETIVO
Fonte: Wikimedia
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
Fonte: Wikimedia
SAIBA MAIS
Fonte: Wikimedia
Fonte: Wikimedia
Fonte: Wikimedia
SAIBA MAIS
ACESSE
Figura 6: Espectrofotômetro
Fonte: Wikimedia
Fonte: Wikimedia
Análises de lipídios
O principal método de análise de lipídios consiste na
extração desses nutrientes com solventes à quente. Esse processo
é realizado em três etapas: extração com o solvente orgânico,
evaporação do solvente e quantificação (pesagem) da gordura
extraída.
Esse processo é dependente do tamanho da partícula e do
volume do solvente, quanto mais particulado for, maior a penetração
do solvente no alimento. O mesmo ocorre com a quantidade de
solvente, quanto mais solvente se utiliza, maior a penetração
do solvente, porém, deve-se avaliar a questão do alto custo dos
solventes.
EXEMPLO
EXEMPLO
Tabela 5: Massa obtida do extrato etéreo de biscoito (4 g) para quantificação de lipídios totais
Fonte: A Autora
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
RESUMINDO
Proteínas
OBJETIVO
Figura 8: Estrutura geral dos aminoácidos, com a porção amino e carboxila e a porção R (variável)
Fonte: Wikimedia
EXEMPLO
SAIBA MAIS
Análise de proteínas
A forma de detecção e quantificação de proteínas é feita
através da análise de átomos que fazem parte dos aminoácidos,
como carbono e nitrogênio ou através de grupos como detecção
de aminoácidos e ligações peptídicas. A partir dos valores
obtidos, utiliza-se um fator para conversão em valores estimados
de proteínas.
O método mais utilizado é o método de detecção de
nitrogênio, chamado de método Kjeldahl. Esse ensaio foi criado
em 1883, e desde então vem sendo modificado, mas utiliza
basicamente 3 etapas: digestão, em que a amostra é digerida,
liberando o conteúdo de nitrogênio na forma de sal amoniacal; a
destilação, que serve para liberar o nitrogênio do sal amoniacal,
transferindo-o para uma solução ácida de concentração conhecida
e titulação, em que é feita a determinação do nitrogênio pela
titulação do excesso de ácido.
EXEMPLO
Tabela 6: Resultados da análise de proteínas totais pelo método de Kjeldahl para 1 grama de aveia.
Fonte: A Autora
OBSERVAÇÃO
+
OBSERVAÇÃO
+
RESUMINDO
03
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Você sabia que em 2018 existiam mais de 3240
estabelecimentos produtores de alimentos de origem animal
sujeitos à inspeção federal? Nessa unidade, você aprenderá sobre
os principais alimentos de origem animal, carnes, leite, pescado
e mel; e suas análises físico-químicas exigidas pela legislação
brasileira. Esses ensaios são de extrema importância para
prevenção de doenças e manutenção da saúde dos consumidores.
A industrialização e a manipulação dos alimentos por terceiros
exigiram que a legislação contemplasse várias formas de análises
que garantam a segurança dos produtos de origem animal, além,
é claro, dos seus padrões de identidade e qualidade. Neste
capítulo, você aprenderá também, sobre processos intrínsecos
dos alimentos e como seus constituintes podem ser avaliados e
nos dizem muito sobre a vida de prateleira desses produtos. E
então? Preparado (a) para mergulhar neste universo?
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3. Nesta
unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das
seguintes competências profissionais:
OBJETIVO
IMPORTANTE
DEFINIÇÃO
CURIOSIDADE
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
CURIOSIDADE
DEFINIÇÃO
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
++
+
EXPLICANDO DIFERENTE
SAIBA MAIS
RESUMINDO
OBJETIVO
Leite
O leite é caracterizado como a secreção glandular
proveniente das glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos.
Seus principais componentes constituem: água, lactose, gorduras
e proteínas e em menores quantidade vitaminas, minerais e gases.
Essa composição varia de acordo com a raça, espécie, idade do
animal, número de partos e alimentos recebidos pelo animal.
Após a ordenha, o leite deve ser processado, ou seja,
pasteurizado, a fim de garantir as propriedades nutricionais e
condições higiênico-sanitárias. A pasteurização é caracterizada
por submeter o leite à temperaturas entre 72 a 75°C durante 15
a 20 segundos, e imediatamente, resfriar o leite à temperatura
igual ou menor a -4°C.
CURIOSIDADE
IMPORTANTE
IMPORTANTE
EXEMPLO
CURIOSIDADE
CURIOSIDADE
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
IMPORTANTE
RESUMINDO
OBJETIVO
Pescado
De acordo com o MAPA classifica-se pescado como peixes,
crustáceos, moluscos, anfíbios, répteis, mamíferos de água doce
ou salgada e as algas utilizadas na alimentação humana. Nesse
contexto, peixes são animais aquáticos de sangue frio, com
exceção dos mamíferos aquáticos, anfíbios e invertebrados.
Enquanto peixe fresco caracteriza-se pelo produto obtido a partir
dessas espécies saudáveis, lavado e armazenado sob refrigeração
em temperatura próxima ao ponto de fusão do gelo.
Entre o pescado destaca-se o peixe, em virtude do alto
valor biológico, baixo valor calórico e de gorduras saturadas.
Apresentam teor proteico de cerca de 15 a 20 g/ 100 g, quantidade
equivalente à carne bovina, suína e de frango. Sua proteína é de
elevada qualidade não sendo superior, somente ao ovo.
Com relação aos lipídios, representam a maior reserva
natural de ácidos graxos da série ômega-3, além de possuírem
vitaminas lipossolúveis (D e E) e sais minerais (Mg, K, Se, Zn).
Entre a série ômega-3 o eicosa-hexaenoico (EPA) e o docosa-
EXEMPLO
EXEMPLO
SAIBA MAIS
EXEMPLO
EXEMPLO
RESUMINDO
OBJETIVO
Mel
O mel é caracterizado como a substância doce e viscosa
produzida por abelhas, a partir de: néctar de flores, secreções
de plantas, excreções de insetos sugadores de plantas. Esses
extratos são transformados pelas abelhas, juntamente com
substâncias específicas próprias e são armazenados e maturados
em favos na colmeia.
CURIOSIDADE
IMPORTANTE
SAIBA MAIS
IMPORTANTE
RESUMINDO
04
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Os nutrientes são essenciais para a sobrevivência dos
seres vivos, tanto humanos, animais e até plantas. Grande parte
destes nutrientes vem da natureza, quer sejam vegetais, minerais
ou animais. Os seres vivos se beneficiam destes elementos da
natureza para a alimentação. Desde os primórdios da humanidade
os alimentos tem sido motivo de muita preocupação e a indústria
alimentícia procura auxiliar neste assunto. Antigamente os
métodos de conservação dos alimentos eram bastante precários,
principalmente para as pessoas que não possuíam geladeira.
As carnes eram conservadas em bases salgadas e desidratadas
e alguns outros alimentos eram conservados em soluções de
vinagre e sal, ou mesmo em potes de gordura. Até hoje ainda
existem alimentos conservados em soluções de vinagre e sal,
como chamamos de “conservas”. A indústria alimentar, com
as pesquisas sobre os alimentos, agregou inúmeras tecnologias
aos alimentos, reduzindo perdas, inserindo sabores, cores,
texturas, etc. É notória a importância da pesquisa e da indústria
no desenvolvimento do mercado alimentício, mas muitos
elementos adicionados aos alimentos podem causar problemas
à saúde dos consumidores. Para isto existem regulamentações e
normas específicas, na tentativa de reduzir os impactos à saúde
das pessoas. Estas leis, criadas por entidades governamentais
tem a função de normatizar a cadeia dos alimentos, desde a
produção até a mesa das pessoas, tendo em vista nutrir as pessoas
com alimentos que apresentem segurança e qualidade. Estes
mesmos órgãos federativos possuem a capacidade de fiscalizar
e controlar os estabelecimentos que trabalham com alimentos,
mas em alguns casos, apresentam falhas nos processos. Nesta
disciplina iremos estudar estes assuntos e espero que você possa
desfrutar deste material que foi produzido especialmente para
o seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Lhe desejo
muito sucesso neste estudo!
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 4. Nesta
unidade, o nosso objetivo é auxiliá-lo no desenvolvimento das
seguintes competências profissionais:
Aditivos alimentares
OBJETIVO
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Classificação
Diferentes percepções interferem em nossa alimentação,
sendo elas a aparência dos alimentos, o odor volátil que chega
através de moléculas até as narinas, a textura e finalmente o
sabor que é influenciado também pelo aroma. A alimentação que
em seus primórdios era completamente natural, com o avanço
da tecnologia de alimentos tornou-se mais industrializada e,
portanto, incorporando o uso de aditivos com grandes vantagens.
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EXEMPLO
IMPORTANTE
Acidulante
Serve para aumentar ou conferir acidez ao alimento,
regular o pH, atuar como tampão ou como agente fermentador,
aromatizar, disfarçar o gosto de outra substância, impedir que os
alimentos escureçam, auxiliar no combate a bactérias, modificar
a textura de um alimento, realçar determinada cor, alterar o
sabor, entre outras funções.
EXEMPLO
SAIBA MAIS
Antioxidante
Substância utilizada para retardar o aparecimento de
oxidação no alimento, que é uma reação química que ocorre
na presença de oxigênio. Também evita que o alimento fique
rançoso.
EXEMPLO
Aromatizante
Substância utilizada para conferir ou melhor o aroma de
um alimento. Podem ser naturais ou sintéticos, sendo que os
sintéticos podem ter aroma idêntico ao natural ou artificial.
Os aromatizantes idênticos ao natural são compostos por
substâncias químicas que são iguais aos naturais, enquanto
que os artificiais são substância não encontradas na natureza.
Um aromatizante artificial é utilizado principalmente quando o
natural tem alto custo ou é difícil de ser encontrado.
EXEMPLO
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Conservante
Responsável por impedir ou retardar a degradação ou
alteração dos alimentos provocada por ação enzimática ou
de microrganismos. Os conservantes mais antigos que se tem
conhecimento são a fumaça de madeira, o açúcar e o sal, porém
graças a Química, novos conservantes estão sendo utilizados.
O benzoato de sódio é utilizado em vários alimentos como
sucos e molhos. O ácido sórbico é mais utilizado para conservar
queijos, pães e margarina e o dióxido de enxofre para conservar
produtos como vinhos e frutas.
Para determinação de nitritos, nitratos e cloreto de sódio
utiliza-se espectrofotometria simultânea. Para ácido ascórbico
e sorbatos é utilizada destilação com arraste de vapor d’água
e identificação por cromatografia em papel ou com ácido
Corante
Substância capaz de proporcionar, intensificar ou restaurar
a cor de determinado alimento. Podem ser naturais ou artificiais,
sendo que os artificiais possuem maior poder de coloração.
São classificados em:
Corante orgânico natural (cochonilha, clorofila,
carmim, carotenoides, etc.);
Corante orgânico sintético (não encontrado
naturalmente, amarelo crepúsculo, tartrazina, etc.);
Corante artificial (azul brilhante, eritrosina, etc.);
Corante orgânico sintético idêntico ao natural (caramelo
II, III e IV);
Corante inorgânico (prata, ouro e óxidos e hidróxidos
de ferro).
A cochonilha é utilizada em salsichas, iogurtes e gelatinas.
O azul brilhante é usado em balas de goma e chicletes, o
corante caramelo utilizado em refrigerantes e o ouro usado em
decorações de bolo.
Edulcorante
Substância, exceto o açúcar, com função de adoçar os
alimentos, também são classificados em naturais e artificiais.
Geralmente são utilizados por pessoas que querem consumir
menos calorias ou que tem restrições aos açúcares, como os
diabéticos.
A stevia é um edulcorante natural proveniente de uma
planta, do mesmo nome, com poder de adoçar 300 vezes mais que
a sacarose (açúcar comum), já a sacarina é sintética e possui uma
grande capacidade de adocicar, cerca de 250 vezes maior que a
da sacarose (açúcar comum), mas possui um sabor desagradável
Emulsificante
Utilizado para misturar uniformemente de uma ou mais
fases imiscíveis, como o óleo e água. Podem ter origem natural,
como o ovo ou artificial como o mono e o diglicerídeo.
A emulsão ocorre, pois, a substância possui uma parte que
interage com a água e outra que interage com o óleo.
A lecitina é um emulsificante natural em sua maioria
extraída da soja, usada em chocolates, biscoitos, margarinas,
sopas e vários outros produtos.
Espessante
Substância que aumenta a viscosidade dos alimentos para
que fiquem menos líquidos. Alguns deles são: carragena, goma
guar, carboximetilcelulose, goma xantana, goma gelana e a
dextrana.
EXEMPLO
EXEMPLO
Estabilizante
Mantém uma dispersão uniforme de duas ou mais
substâncias imiscíveis, não tendo separação entre as fases, o que
permite que o alimento tenha uma boa textura. Podem ser naturais
extraídas de algas (agar-agar), de bactérias (goma xantana),
cartilagem e pele de animais (colágeno) ou semissintéticos,
como o CMC produzido através de celulose modificada.
Figura 7: Balas utilizam colágeno animal
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EXEMPLO
SAIBA MAIS
ACESSE
Segurança no uso
O uso de alimentos processados nas últimas décadas vem
aumentando, seja pela praticidade, preços acessíveis ou pela
maior durabilidade. Porém, a este tipo de alimento são atribuídos
grandes males como obesidade, diabetes do tipo 2, hipertensão
e até câncer. Em relação especificamente aos aditivos, estes têm
sido alvo de duras críticas e muitas pessoas tentam substituir o
uso dos tipos artificiais por naturais. Porém, tanta preocupação
é realmente válida, aditivos alimentares podem causar efeitos
ruins ou estarem contaminados? Veremos a seguir.
É importante destacar que nenhum aditivo pode ser usado
livremente sem antes passar por testes rigorosos, nos quais se
incluem avaliações toxicológicas responsáveis por descobrir
qualquer possível efeito maléfico que um aditivo possa causar.
Os testes são realizados por agências controladoras, como por
exemplo, a ANVISA no Brasil. No âmbito mundial, o controle é
feito pelo Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives
(JECFA), da Organização Mundial da Saúde.
Muitas vezes a toxicidade está relacionada a dosagem do
aditivo que recebe pela ANVISA um limite para uso máximo em
cada alimento.
Um aditivo muito utilizado na indústria alimentícia é o
aromatizante de fumaça, responsável por conferir aroma e sabor
de defumado em alguns alimentos como queijos e embutidos.
A ANVISA disponibiliza uma lista das espécies vegetais que
podem ser utilizadas para esta finalidade, dentre elas o eucalipto
(Eucalyptus sp.) e a castanheira-americana (Carya ovata).
Segundo a norma, “Os aromas de fumaça não devem transferir
mais que 0,03 µg/Kg de 3,4-benzopireno ao alimento final”
para que seja considerado seguro, valores acima disto podem
trazer efeitos adversos, por ser um composto com potencial
cancerígeno, também encontrado na fumaça do cigarro e
escapamentos de automóveis.
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REFLITA
ACESSE
SAIBA MAIS
Condimentos alimentares
De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, condimento
é “o produto contendo substâncias aromáticas, sápidas, com
ou sem valor alimentício, empregado com o fim de temperar
alimentos, dando-lhe melhor aroma e sabor”.
Diferentemente dos aditivos alimentares, os condimentos
podem ou não ter valor nutricional e são divididos em especiarias
(plantas ou parte delas) e condimentos compostos (união de
plantas com outros alimentos) que sejam aromáticos, picantes
ou fortes para alterar o sabor dos alimentos.
Os condimentos, além de deixarem a comida mais saborosa
e com melhor cheiro também podem possuir propriedades
similares dos aditivos, como a conservação e efeito antioxidante.
O uso de especiarias remonta à Antiguidade, veremos a seguir
um pouco mais sobre a origem dos condimentos.
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20. Pimentas:
Branca (é o mesmo fruto, porém descortiçado);
Preta (piper nigrum, L.);
Vermelha ou p. de Caiena (capsicum baccatum L.);
Malagueta (Capsicum pendulum velloso);
21. Pimento (Pimenta officinalis Lindl.);
- sinon.: alespice, pimenta de jamaica, pimenta inglesa ou
condimento de quatro espécies);
22. Pimentão (Paprika) - (Capsicum annuum, I)
23. Salva (Salvia) - (Salvia officinalis, L.);
24. Tomilho (Thymus vulgaris, L.).
Condimentos preparados como ketchup, mostarda,
maionese, molho inglês, molho shoyu são incluídos nas normas
de alimentos e bebidas.
Segurança no uso
Quando usados na dosagem correta os condimentos
oferecem benefícios à saúde, com efeitos antimicrobianos
(alho), melhorando a digestão e também oferecendo uma
proteção antioxidante, porém se utilizados acima da dosagem
recomendada, podem trazer efeitos adversos, especialmente no
trato gastrointestinal.
Caso não sejam manipulados e armazenados adequada-
mente, os condimentos podem ser fontes contaminantes nos
alimentos.
EXEMPLO
SAIBA MAIS
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Métodos de análise
O que dá os aromas e sabores característicos de cada
condimento são os álcoois, ésteres, aldeídos, fenóis, ácidos
orgânicos e diversos outros elementos presentes nas plantas.
De acordo com o Manual do Instituo Adolfo Lutz sobre
as especiarias simples, “A análise química destes produtos
consiste nas determinações, entre outras, de substâncias voláteis,
cinzas, cinzas insolúveis em ácido clorídrico a 10%, extrato
etéreo, extrato alcoólico e teor de óleos essenciais. A análise
microbiológica também é relevante no caso desses produtos,
tendo em vista os procedimentos durante a colheita e pós-
colheita a que estão sujeitos”.
Já em relação aos condimentos preparados, o mesmo Manual
informa que “A análise destes produtos inclui, entre outras: as
determinações de substâncias voláteis, glicídios redutores, em
glicose, glicídios não-redutores, em sacarose, amido, cinzas,
extrato etéreo, cloretos em cloreto de sódio, corantes artificiais e
acidez, dependendo da composição do produto”.
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OBJETIVO
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SAIBA MAIS
Bebidas alcoólicas
De acordo com informações do Conselho Regional
de Química (CRQ), “as bebidas alcoólicas são geralmente
classificadas em dois grandes grupos: fermentadas e destiladas.
As primeiras são produzidas com o auxílio de micro-organismos
que se alimentam dos açúcares da matéria-prima (por exemplo,
a uva), liberando álcool e gás carbônico. As destiladas, por sua
vez, são obtidas depois de passar pela evaporação e posterior
condensação do líquido que vai dar origem à bebida, processo
no qual são eliminadas as impurezas”.
SAIBA MAIS
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Fonte: DOCPLAYER
OBJETIVO
ACESSE
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Outros órgãos
Além dos órgãos que apresentamos anteriormente, existem
alguns de apoio que auxiliam em assuntos também relacionados
ao controle da qualidade dos alimentos e na garantia da segurança
alimentar da população. Dentre estes, existem a Delegacia de
Polícia de Defesa do Consumidor (DECON), o Programa de
Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) e o Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
A função básica da DECON é realizar a análise e instituir
infrações em casos de não cumprimento dos direitos do
consumidor. Já o PROCON, fornece apoio às relações entre os
consumidores e os fornecedores, garantindo as relações entre as
partes, em alguns casos o órgão pode interditar estabelecimentos
e aplicar multas. O INMETRO tem como objetivo levar a
melhoria de qualidade dos produtos e serviços, fortalecendo as
empresas e aumentando sua produtividade. Uma das atribuições
do INMETRO é fiscalizar a rotulagem dos produtos, avaliando
conformidade e detectando desvios nas características como
volume, peso, etc., evitando assim as fraudes.
ACESSE
RESUMINDO
REFERÊNCIAS
UNIDADE 01
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Saúde. (3 de junho de 2015). RESOLUÇÃO DA DIRETORIA
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (23 de julho
de 2019). Guia para comprovação de segurança de alimentos e
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