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Dados Internacionais de Catalogacio na Publicagio (CTP) (CAmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ‘Manoqoll, Bima Peeps RJ Vous, Te Biblografia. 2 reimpressio, 2017. ISBN 978-85.326.0776-8 1. Curriculos — Planejamento 2. Planejamento educacional I, Sant’Anna, Iza Martins II. Titulo. 08-02439 ep .371.207 Tndies para catdlogosisteméteo: 1. Planeamento escolar: Edueagho 371.207 Maximiliano Menegolla Ilza Martins Sant’Anna POR QUE PLANEJAR? COMO PLANEJAR? CurRICULO — AREA — AULA y EDITORA VOZES Petrépolis, de planejar deve estar destituido de sofisticagées e para isso ele deve exigir objetividade, simplicidade, validade e funcionalidade. O planejamento deve ser um instrumento para 0 professor e para 0 aluno, dirfamos que, principalmente, para os alunos. Em segundo lugar visa, o atendimento aos objetivos da escola ou dos seus setores pedagégico-admi- nistrativos. Ao defrontarmos com esta situacéo de pouca fun- cionalidade dos planejamentos que, de modo especial, acontece com as escolas, na realidade essa situagao se tor- na complexa, pois sempre achamos que os professores se- riam, justamente os professores, os grandes conhecedores em planejar e executar aquilo que foi planejado. Por que é importante planejar o ensino? Sabemos que o homem para poder viver ou, até mesmo, para so- breviver se impoe a necessidade de pensar de forma cons- ciente e critica o seu agir. Pensar o viver € uma exigéncia existencial que provoca ¢ obriga, constantemente, 0 ho- mem atual. ‘So a educagio e 0 ensino meios que se propdem ajudar o homem a enfrentar a sua problematica existen- cial para que tenha condigdes de aprender a viver melhor. Sendo assim, a educagdo, 0 ensino ¢ toda a agdo pedagdgi- ca devem ser pensadas e planejadas de modo que possam propiciar melhores condigées de vida a pessoa. Por isso, o homem deve pensar sobre o seu pasado © 0 seu presente para poder definir 0 seu futuro, sendo esta a realidade inquestiondvel com a qual 0 homem tem que se afrontar para poder viver no presente ¢ no futuro. Decorrente disso, 0 homem sente a urgéncia de se situar perante a vida: mas, para isso, precisa pensar, repensar € planejar a sua vida. ‘A. educaco, a escola ¢ 0 ensino so os grandes meios que 0 homem busca para poder realizar 0 seu pro- jeto de vida. Portanto, cabe a escola e aos professores, 0 dever de planejar a sua agio educativa para construir 0 seu bem-viver. 10 PARTE! FUNDAMENTAGAO TEORICA E PRATICA 1. O ATO DE PLANEJAR ato de planejar € uma preocupagio que envol- ve toda a possfvel ago ou qualquer empreendimento da pessoa. Sonhar com algo de forma objetiva ¢ clara € uma | Situagdo que requer um ato de planejar. O planejar foi uma realidade que acompanhou 4 trajet6ria hist6rica da humanidade. © homem sempre soahou, pensou ¢ imaginou algo na sua vida. O homem eximitivo, no seu modo e habilidade de pensar, imaginou como poderia agir para vencer os obstaculos que se inter- punha na sua vida didria. Pensava as cstratégias de como « Poderia cagar, pescar, catar fntas, e de como deveria ata- car 08 seus mores" © que fez; 0 que deixou de fazer; sobre 0 que est fazendo © © que pretende fazer. O homem no uso da sua razdo sempre pensa ¢ imagina o seu “quefazer”, isto 6, as suas Ges, € até mesmo, as suas agdes cotidianas e mais rudi- -ntares, O ato de pensar nfo deixa de ser um verdadeiro ato de planejar. ‘A mais simples das pessoas diz: quero isto ou aqui- is, como devo agir, que meios tenho para alcangar o de- ‘sejado, qual o melhor caminho a seguir, quem pode me ‘zudar, quando devo fazer? Toda pessoa, ao se levantar, pensa no sen dia, no = i E gee vai acontecer. O seu dia é um constante “devir”. E + i & es a constante “devir” obriga a pessoa a pensar, prever, imaginer, sonar e tomar, a todo 0 momento, decisdes; porém, ela sempre quer tomar as melhores e mais acer- _, 12425 decisbes para a sua acdo, para o alcance dos seus # bjativos. A pessoa que pensa sobre o seu dia esta planejan- do o seu dia, Esta é uma tarefa da pessoa, da simples e da analfabeta, ou do letrado, do sibio, do cientista, do téeni- co, do especial im, todos pensam e planejam o seu planejar a nossa ago para atingir 08 nossos desejos. ‘Algumas pessoas planejam de forma sofisticada e altamente cientifica, obedecendo os mais rigidos princi- pios tedricos, e em nada se afastando dos esquemas sis- témicos que orientam o proceso de planejar, executar € avaliar. Outros, que nem sabem da existéncia das teorias sobre planejamento, fazem seus planejamentos, sem mui- tos esquemas ¢ dominagGes técnicas; contudo sao plane- jamentos que podem ser agilizados de forma simples, mas com bons ¢ étimos resultados. Disto podemos deduzir que ninguém consegue se livrar do ato de planejar; porém, conseguem, isto sim, se evadirem do ato de executar, mas Portanto, jus necessidade de planejar pa- rece nao ser to necessdria; pois, o homem hoje e sempre fez e faz planejamento das suas agGes. Sendo assim, tudo € pensado ¢ planejado na vida humana. A indistria, 0 co- mércio, a agricultura, a politica, os grupos sociais, a familia € 08 individuos fazem os seus planejamentos, por escrito, mental ou oralmente, mas sempre esbocam 0 seu modo de agir. Podem ser planejamentos altamente técnicos ¢ sofis- ticados como os de uma usina atémica; 6timos como os de uma pequena indiistria, razodveis como os de um time de futebol de varzea, simples como os de uma atividade corriqueira; contudo séo planejamentos, Muitos estruturam planos sérios, validos, diteis ¢ vie veis; outros elaboram planos sem validade, sem utilidade, isto 6, planejam até as inutilidades para ver se elas conse- guem se tornarem iteis. Como se pode ver todos fazem seus planejamentos. Tudo € pensado: vou fazer isto ou aquilo; faco isto desta ou Gaquela forma; posso fazer ou no posso fazer; posso fazer om isto ou com aquilo. Isto tudo acontece porque a pessoa quer alcancar alguma coisa para ela ou para os outros, b cS Por isso, planejar é uma exigéncia do ser humano; € ‘utm ato de pensar sobre um possivel e viavel fazer. E como © homem pensa 0 seu “quefazer”, o planejamento se jus- =fica por si mesmo, A sua necessidade é a sua prépria evi- Jncia e justificativa, ee I]. DEFINICAO DE PLANEJAMENTO “Bntende-se por planejamento wm processo de previsdo de necessidades e racionalizagio de emprego dos meios mate- riais e dos recursos huranos disponiveis, afim de alcancar abjetivos concretos, em prazos determinados ¢ em etapas definidas, a parr do conhecimento e avaliagio cientifica da situacéo original” (MARTINEZ; OLIVEIRA LAHONE, 1977, p. 11). Esta definigao nao se caracteriza por um tipo espe- cifico de planejamento; por exemplo, planejamento edu- cacional, econémico ou industrial, mas ela pode se referir a todos os tipos de planejamento, nos seus clementos ba- sicos. Analisando a definicio, num sentido amplo e geral, podemos ver claramente os elementos fundamentais que a constituem e que podem fazer parte inerente de definig5es especificas de qualquer tipo de planejamento. Vejamos os elementos basicos da definigéo: 1. PROCESSO DE PREVER NECESSIDADES: Por processo entendemos uma sucessio de etapas que se desencadeiam numa sequéncia logica, obedecendo normas, métodos e técnicas especificas para atingir algu- mas finalidades, metas ou objetivos. Prever necessidades é ver e pensar sobre 0 que € necessirio ser realizado numa situagio real e presente ou a previsdo de futuras necessidades. 2 pensar sobre 0 pre- seate e sobre o futuro, para sanar problemas existentes ou evitar que surjam novos problemas. 16 ee Prever é perceber, claramente, o que € possfvel fa- zer para se poder resolver situacdes, a partir das intencdes reGricas, a fim de se chegar a um agir concreto. Uma necessidade, em geral, parte sempre de algo concreto objetivo. A necessidade pode ser presente ou fu- tura. Bla pode ser vista ou prevista. O ato de planejar sempre parte das necessidades ¢ uurgéneias que surgem a partir de uma sondagem sobre a realidade. Esta sondagem da realidade é a primeira etapa do processo do planejamento. E através do conhecimento da realidade que se pode estabelecer, com mais preciso, quais as mais importantes urgéncias e necessidades que devam se enfocadas, analisadas e estudadas durante 0 ato de planejat. Necessidades so necessidades, por isso de- vem ser enfrentadas com sabedoria e urgéncia, isto é, de forma objetiva realista, para se poder estabelecer quais as mais urgentes a serem atacadas. 2, PROCESSO DE RACIONALIZAGAO DOS MEIOS E DOS RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS Racionalizar € um processo di senvolve a partir de proposigdes ou calocagées evidentes bem definidas, através das quais se pretende chegar a no- vas situagdes. Racionalizar é saber usar, com sabedoria, a razfio para se poder efetivar uma real previsdo de todas as condigées e dos meios necessérios, a fim de poder execu- tar, com eficiéneia, o plano. E saber tomar decisées sobre ‘0 que se deve usar e sobre quem vai executar o plano, © ato de planejar requer habilidade para prever uma agéo que se realizar posteriormente, por isso se exi- ge uma acertada e racional previsio de todos os meios ¢ recursos necessérios nas diferentes etapas do planejamen- to, do seu desenvolvimento e da sua efetiva execucao, para alcancar os abjetivos desejados. y A previsio ¢ a tomada de decisées a respeito dos recursos € meios posstveis e disponiveis, que devem scr relacionados, para uma ago posterior, 6 fundamental, a fim de que possam se tornar fatores de ajuda na conquista dos objetivos. Essa previsio é um momento que envolve uma anélise profunda da A relacéo organizagio dos melhores meios ¢ recursos requer um estudo profundo, objetivo e realista, para que estes sejam os mais adequados aos objetivos que se pretende atingir, através da sua adequada aplicacao ¢ utilizacéo, Os melhores e mais eficazes meios ¢ recursos sempre devem ser selecionados ¢ organizados a partir dos objetivos do planejamento. Sao os objetivos que devem decidir sobre os recursos ¢ meios. ‘3. O PROCESO DE PLANEJAMENTO VISA 0 ALCANCE DE ‘OBJETIVOS EM PRAZOS E ETAPAS DEFINIDAS Conbecida a realidade, surge a necessidade da de- finigdio dos objetivos para se processar uma mudanca da mesma, Uma das etapas principais do processo de plane- jamento é a definicao e selegéo dos melhores objetivos. Porque séo os objetivos que vao dar toda a orientago e diregao a dinamica do processo de planejamento, como também a sua execugio. Os objetivos constituem o nticleo ea dindmica do planejamento; sio eles que determinam ¢ orientam todas as demais etapas do ato de planejar. Os objetivos ndo s6 expressam intengoes claras ¢ bem definidas, como também estabelecem, em termos bem determinados, as etapas e prazos a serem desenvol- vidos. O ato de planejar requer que se pense sobre eta- as ¢ prazos: Quando se deve iniciar a execugio; até onde podemos ir, quando podemos ou devemos terminar? $40 perguntas que os planejadores devem fazer e responder coretamente, durante 0 processo de planejar, para que este possa delinear toda a dimensao e execucao do plano. s objetivos para qualquer tipo de planejamento devem ser expressos em termos claros, concretos ¢ de for- ma que digam exatamente o que se quer alcangar. eh 4. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO REQUER CONHECIMENTO F AVALIAGAO CIENTIFICA DA SITUAGAO ORIGINAL ad Dado que o objetivo do planejamento ¢ prever mudangas de uma situacdo real, o préprio ato de plane- Jar deve se submeter a uma constante avaliaco durante todo 0 processo. A avaliagdo do processo de planejamento deve ser a mais criteriosa e cientifica, para se evitar falhas ha sua elaboraco e estruturacdo. O planejamento deve Ser constantemente avaliado e reavaliado, para se poder observar a concordancia ou discordancia entre os seus ele- entos constitutivos. Coneluindo, podemos dizer que todo o planeja- siento requer: = conhecimento da realidade, das suas urgéncias, necessidades e tendéncias; = definigao de objetivos claros e significativos; — determinacdo de meios e de recursos possiveis, vidveis e dispontveis; — estabelecimento de critérios ¢ de prineipios de para 0 processo de planejamento e exe- say 7 = estabelecimento de prazos ¢ etapas para a sua execucdo. Planejar, portanto, é pensar sobre aquilo que exis- sobre o que se quer alcancar, com que meio se pretende S como avaliar o que se pretende atingir, If]. O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NUMA PERSPECTIVA HUMANA “No basta que exisia educagio para que um povo tena seu destino garantido. fpre- iso determinar o teor educacional para que sesaiba em que direcdo esté caminhando ou deixando de caminhar uma nagdo” (ARDUINE, 1975, p. 117). ‘A educagio, como processo de reconstrugéo do homem em todas as suas dimens6es, pessoais, sociais, cul- turais e hist6ricas, realiza-se no mundo dos homens, pro- movendo uma acao de desequilforio perante a realidade da natureza do homem, pois o homem, agindo ou interfe- rindo no processo evolutivo da natureza, é capaz de provo- car a ruptura necesséria para mudar a prépria diregao dos fen6menos deterministicos. ‘© homem esté situado em um mundo cujas leis € prinefpios parecem imutaveis como se fossem sua propria destinacdo. Porém ele ndo ¢ um ser destinado a ter um viver determinado pelas forcas que o circundam. Pois 0 seu destino nao é um destino pronto ou acabado, mas um buscar continuo de uma determinacio que jamais podera estabelecer-se como definitivo. O definitivo conduziria 0 homem pata a impossibilidade para a estaticidade, con- trariando a sua natureza dinamica a sua possibilidade de fazer e refazer o seu mundo. O viver do homem, o seu modo de ser e existir Ihe so autOnomos; nao dependem, portanto, da dura deter- ‘minagéo da natureza, na qual est4 inserido. Pertencer 2 natureza nio significa que 0 homem nao possa determinar s, Sag seu modo de ser na natureza. O poder pensar o seu modo ge agir pa natureza configura ao homem 0 poder de esco- ‘Mer o scu modo particular de ser. Um aspecto inaliendvel “ “dhomem, na natureza, é a sua capacidade de fazer a sua zsdatha, de pensar o seu pensar, de querer 0 seu querer, de atir-se como alguém capaz de ser junto com a natureza; paz de se libertar das opressGes da natureza. "ss O destino do viver faz parte da propria natureza, to é, ele é determinado e dado pela natureza. Porém, 0 “Sgiestino de como viver no é determinagao exclusiva da na- 2" Soreza, mas, essencialmente, do homem. Partindo da ideia de que a educagao nao basta para Zar ao homem um destino garantido, devemos entendé- -gomo um. processo que nao consegue ao homem tudo .é= que ele necessita. Deve ser entendida e desenvolvida a Pe de uma visio total de homem e de mundo, no qual e314 inserido como um ser que tem uma trajetéria a veacer. Mas, para que tenhamos esta visio total, necessé- J se faz entender o homem em todas as suas dimens6es g & fe (2 esoais, pra ajudé-lo a escolher os seus melhores cami- ‘= shes, ou o seu melhor destino. O destino deve e pode ser *““Sempre uma opeio livre e consciente de uma pessoa cons- ‘Sate e livre. i Para que o homem possa escolher ¢ fazer as suas a apgdes, € necessirio que seja estabelecido 0 objetivo edu- eacional, isto €, 0 teor da cducagio, a fim de que mem possa fazer suas apgoes ¢ estabelecer a sua trajetdria; © ravendo, enfim, ser ele proprio, desenvolvendo-se como ema totalidade existencial. i Ajudar 0 homem para que cle mesmo escolha e crie YS .cu proprio modo de viver nao é, simplesmente, querer = azudé-lo através de um processo que parta de uma atitude {_ eramente assistematica, sem bases cientificas, que se fun- ‘Wi Somente somente no bom-senso € no idealismo anticien- ‘SSseico. Deste modo, desencorajamos toda a metodologia shoe a cientifica que nos possa ajudar a melhor educar 0 homem ea favorecer 0 processo educativo, a fim de que seus fins possam ser alcangados. A educagao deve estabelecer as diregbes, tracar caminhos, indicar metas, fins e objetivos. Para isso € necessirio que o proceso da educagao faca ‘uma previsio, isto é, que se estruture através de atitudes cientificas. A primeira dessas atitudes 6 a revisao ¢ 0 pla- nejamento de todo o proceso educacional. A partir disso, deduzimos que o planejamento ¢ 0 instrumento basi todo o proceso educativo, que nos pode indicar as dire- Gies a seguir, Contudo, este planejamento deve partir da realidade radical, que € 0 homem ¢ o seu viver. 1, PLANEJAR O PROCESSO EDUCATIVO necessério um planejamento que dimensione 0 processo educativo ¢ reconstrutivo do homem, que vise planejar a ago educativa para que o homem viva 0 pre- sente, e, a0 mesmo tempo, se projete para o futuro, que est cada yez mais proximo. Ainda é necessdrio planejar © proceso educativo para que 0 homem, submergido na problematica existencial, sc lance na vida em busca do seu ‘iver, para que encontre um sentido de vida e solugao para seus problemas. O homem através da agio educativa visa superar os obstéculos da prépria existéncia, de modo cons- ciente e compromissado com agir € o viver. Tal plapeja- mento pode possibilitar 20 homem que ele préprio possa determinar os seus destinos vivenciais. Portanto, ¢ feces- sirio planejar 0 processo educativo para que o homém no se limite, mas se liberte, numa perspectiva din&mic# de ser para a vida, Deste modo, planejar nao significa determinar 0s limites do homem circundando-o num viver estdbeleci- do. Trata-se antes, de planejar para que 0 homem possa, com coragem, encaminhar-se para 0 desconhecido, com lucidez c autonomia, como uma pessoa liberta que € capaz de escolher 0s seus caminhos. Devemos planejar nao para formar um tipo exclusivo de homem, ao contririo para que © homem possa determinar as suas escolhas, a partir dos > seus direitos e das suas possibilidades. Planejar um tipo de homem, através da educagio, seria robotizar o prdprio homem, sem possibilitar-Ihe as escolhas, pois uma educacéo inteiramente dirigida, com a Snalidade de também dirigir e manipular o homem, nio £ ike possibilitando sua autodeterminacio, néo € verdadei- bs ta. cducacdo. Esta educagio planejada de modo rigido e f inflexivel poder criar tipos de pessoas totalmente desen- " gajadas da realidade. Resultando, entdo, em instrumentos | Srigfveis, manipuldveis pela sociedade tecnocrata, seres "1. alicnados e massificados, com poucas oportunidades de yey ertacto. "A educagio também nfo deve ter 0 objetivo de DS crise @ aprendizagem & exclusividade de certos assun- 10s determinados, propostos por sistemas politicos ou por . _ sertas ideologias, Tal educago impediria o educando de & comar suas decisbes e fazer suas opgdes pessoais. D: gue se faz necessdrio planejar a educagio para que ela no 4.5 Bloqucie os processos de crescimento ¢ a evolucso do ho- m0. i ES Planejar 0 processo educativo € planejar 0 indefi- (nado, porque a educaco nao é um proceso, cujos resulta- “sos podem ser totalmente pré-definidos, determinados ou |, eEesulidos, como se fos prods desorrentes de cas aco puramente mecinica ¢ impensdvel. Devemos, ‘20%. planejar a aco educativa para o homem, nao The im- diretrizes que 0 alheiem, permitindo, com isso, que ucacio ajude o homem a ser criador de sua histétia. ‘O planejamento educativo nao significa estabelecer (+ @:@efinitivo, através da determinacdo de finalidades edu- * cafivas, as quais, por sua natureza, absolutizar os valores 3 que o homem deve aceitar, sem pos: escolha e a criacdo de novos valores. Segundo Edgar Faure: todo 0 fato educativo se situa num proceso que tende a um fi fins obedecem a finalidades gerias. E estas finalidades so essencialmente dita- das pela sociedade [..]. Mas so também o produto das vontades € das escolhas subjetivas dos partici- antes no ato educativo como dos fins comuns para que atende a colstividade. Marcar uma finalidade na educacio no é investi-la nesta ou naquela fin Gao, mas € mostrar que as fungées que lhe so pré- Prias devem exercer finalidades que as transcen- dam (FAURE, 1974, p. 227). O planejamento educativo, embora parta de uma realidade ¢ seja dirigido pelas normas ¢ necessidades da Sociedade, nao pode estabelecer princfpios mistificadores ou dominadores. A grande finalidade da educacdo nao estabelece © definitivo para um planejamento educativo. Ela orienta © processo em busca de novos caminhos para novas solu- Ges. Por isso, ela nio é definitiva. Para Pierre Furter: “a finalidade nfo consiste em aprender metas pos- tuladas, nem repetir generalidades sem contetido, mas a se engajar num auténtico “éxodo pata fren- te”, num constante aperfeicoamento da realidade, num esforgo nunca acabado, sempre intenso. A finalidade, mais do que uma seta diigida para 0 futuro, é uma frente que orienta nossa aco e que est sempre se deslocando para a perfcicéo (FUR- ‘TER, 1972, p. 117). Esta finalidade nao pode ser estabclecida como se fosse algo j4 pronto ou acabado para as mais diversas reali- dades circunstanciais. Se assim procedesse, nao permitiria m 20 individuo “caminhar para a frente”, assumir a sua inde- pendéncia ¢ se compromissar com a realidade de maneira consciente. Planejar uma educacdo que configure a pessoa dentro das estruturas sociais, que oprima a pessoa pelas diregbes definitivas © acabadas, é barrar a libertacéo da © pessoa. J fazer da educacdo um instrumento de confor- i mismo de massas. E impedir 0 comprometimento e 0 de- senvolvimento integral da pessoa humana. E dar espaco 3 indiferenca ¢ a inércia, distanciando-se da problemética do homem, tommando-o um verdadeiro alienado, incapaz de assumir uma atitude critica diante da problemitica so- sial, econdmica, politica ¢ religiosa. Partindo da ideia de que a educaco é um processo gue deve libertar, conscientizar ¢ compromissar a pessoa diante do seu mundo, ajudando a pessoa do educando a ser sujeito da sua aco educativa, no podemos, através de 22 planejamento educacional, fazer com que os sistemas educacionais mantenham as estruturas tradicionais em uma exclusiva direedo, impedindo a pessoa de desenvolver sua originalidade e sua responsabilidade individual e so- sisl. A partir disso, o planejamento da educacéo deve ser ‘de tal maneira que nao venha a restringir todo o potencial 2 pessoa, impedindo que ela se autodetermine, que possa sscolher os seus valores, seus caminhos, estabetecer suas diregGes ¢ tomar as suas decisdes. O planejamento educacional nao pode estar limi- ado por uma visio individualista, que procure conformar > Ser humano a um sistema de restritas vis6es, sem que as suas necessidades bésicas sejam satisfeitas, Partindo destes principios, é preciso planejar uma esiucacdo que, pelo seu proceso dinamico, possa sex cria- pdoza c libertadora do homem. Planejar uma educacio que +40 limite, mas que liberte, que conscientize e compro- ela o homem diante do seu mundo, Este € 0 teor quese eve inserir em qualquer planejamento educacional. A educagao deve atender ao objetivo mais signifi- cativo do homem, que é o de alcangar € conquistar a sua libertagao. Por isso, a educacao deve, necessariamente, partir de uma viséo antropolégica, para que possa atender € compreender homem na sua totalidade de ser existen- cial. Deste modo, todo o planejamento educacional deve ser orientado por uma profunda filosofia da educacio. Por que a filosofia como orientadora do planeja- mento? Porque é a filosofia que determina um qué fazer cum como fazer diante da realidade existencial. E ela um clemento inexoravel da verdade ¢ dos valores 6nticos que guiam o viver do homem, ajudam-no a ultrapassar 0s pto- blemas que se interpdem diante do seu fazer. A filosofia € a orientadora do “qué fazer” humano. B a verdadeira impulsora da aco educativa numa diregao antropologica. Concluindo, podemos dizer que o planejamento cducacional deve tet como ponto de partida 0 homem como realidade primeira e fundamental e a sociedade constituida de homens, caracterizada por toda uma proble- mitica social. O planejamento deve refletir sobre os prin- cipios educacionais que so capazes de orientar o homem, sendo este entendido como ser que constitui ¢ da sentido a0 universo. Deve refletir sobre que tipo de educaco é ne- cesséria para a integtacéo e desenvolvimento do homem ¢ da sociedade. Uma sociedade que se ajuste as necessida- des do seres humanos, respeitando ¢ defendendo os direi- tos dos homens. Um planejamento que se preocupe em devolver aos individuos a revitalizacdo pessoal, os direitos, as responsabilidades ¢ 0 comprometimento para consigo € com os outros. Um planejamento que tente deseavolver nas pessoas 0 sentido da vida, 0 desejo de querer viver e de permitir viver. Que devolva a liberdade e 0 espfrito critico, aconsciéncia de viver e o autorrespeito. Um planejamento que tenha, como ponto de apoio, o homem e o seu viver, 08 valores € as necessidades humanas, os problemas ¢ 0 desejo de vencer, enfim, o homem como um ser que vive asua ida, 2. PLANEJAMENTO EDUCACIONAI. O que nao 6, € 0 que é planejamento educacional. Segundo a Unesco (1968), seria methor comegar por dizer 0 que no é planejamento educacional. Nao & “ma panaceia miraculosa para a educagao e para o ensino, ue sofrem muitos males; ndo é uma formula magica para “zodos 0s problemas; nao é, também, uma conspiragéo para suprimir as liberdades dos professores, administradores ¢ estudantes, nem um meio para grupos decidirem sobre ob- * Jstivos e prioridades da educacao e do ensino. O planejamento nao é um oréculo inspirador de to- as as solugdes para os problemas que se referem & educa- ‘20 e ao ensino. Nao € um ditador de normas ¢ de esque- 724s rigidos e inflexiveis, que podem e devem ser aplicados “Gniversalmente em todas as situagbes e lugares. Nao é um ‘Selimitador de ideias, desejos e aspiragdes das mais diver- 535 tendéncias sociais, politicas, econdmicas ¢ religiosas. O ~.. clanejamento nao € um ditador, mas é algo altamente de- ‘aocratico e desencadeador de invocagées; por isso, é um = Srocesso que evohui, que avanga e néo permanece estatico. e A educac4o, como processo de transformagéo ¢ de Sperfeigoamento da cultura e do viver humano, por exi- soncia da sua propria esséncia, é uma viséo que se projeta im do momento presente. Sendo que a educagao nao se Smita e ndo tem por objetivo apenas conhecer e analisar 0 presente, ou querer conservar o status quo da cultura ¢ do ‘teiber, ela tende a pensar o futuro, a buscar novos horizon- +5 € novas perspectivas pra o homem. A educagao no pode se limitar a enfatizar 0 pas- sido ou o presente, como eles se manifestam, mas deve _4er um processo que se antecipe, que se projete para além. ‘45 pasado ¢ do presente, para que o homem saiba en- Erentar as mutagées radicais que se processam. O homem “Bie aprender a viver e a planejar o seu futuro, porque o passado jé passou e o presente 6 to radicalmente répido que no mais parece existir. futuro parece nao ser tao incerto como se pensa, Ble pode ser visto, sentido e pensado no presente; mas exi- ‘ge que as pessoas aprendam a vé-lo como futuro, a senti-lo © a percebé-lo como futuro que, inevitavelmente, se torna presente. O futuro é um prolongamento do presente e des- te faz parte. ‘Todo o ser humano pensa no futuro, quer saber do seu futuro e partir desta ansiedade pelo futuro faz. seus planos. Ele pensa no que vai fazer e no que pretende fa- zer. Planeja 0 seu agir, a sua vida, 0 seu trabalho, as suas economias; enfim, tudo aquilo que possa interferir na sua vida. A educacéo, como sendo uma atividade eminen- temente humana, ¢ pela qual o homem se preocupa de maneira especial, deve ser planejada cientificamente para dar-Ihe uma diregéo que venha atender as urgéncias hu- manas. Sendo a pessoa o fim tiltimo da educacdo, neces- sério se faz refletir, profundamente, sobre a esséncia da educagao ¢ sobre 0 proprio processo da educacéo, que tem como meta final a formacdo integral do homem. ‘A educagéo nao pode ser desenvolvida sem uma meta, sem um caminho que a direcione para o seu fim es- sencial, ou seja, o homem como uma realidade em busca de realizacao. E, como poderé ajudar 0 homem, na bus- ca da sua realizagio, se este processo nao for estruturado profundamente, em bases sélidas? Ao se afirmar que a educacao € essencial a0 ho- mem, nfo se pode pensar num processo educacional como sendo uma série de agdes que pretendam atingir um fim; ou uma quantidade de normas institucionais que nao par- tam da realidade existente; ou, mesmo, num processo que surja do simples bom-senso ou de ideais : Seet Dada a complexidade atual dos problemas educa- cionais, no se pode conceber o proceso educacio- nal com uma série de atividades e normas descone- as, mas como resultado de um verdadeiro plane- jamento, continuamente renovado, composto dos seguintes elementos: reconhecimento das urgéncias na educacio: — elaboracio das metas educacionais, fixando as prioridades; = senso e ordenacSo dos recursos humanos dispo- niveis; — senso dos instrumentos ¢ meios institucionais, f- naneeiros e outros; —elaboraco das etapas do planejamento (Conclu- sbes de Medellin, 1968, p. 78). A educagio, como processo, jamais pode ser de- senvolvido isoladamente, quer dizer, fora do contexto na- ional, regional e communitdrio da escola, na qual o homem 514 inserido, como agente ¢ paciente das suas circunstn- ‘as existenciais. Por isso, todo 0 processo educacional re- quer um planejamento em termos nacionais, estaduais, re~ onais, comunitarios, e requer também um planejamento 2 nivel de escola e um outro especifico de ensino, relativo 43s diferentes disciplinas e contetidos. O planejamento, em relacio aos diversos niveis, deve ser o instrumento direcional de todo 0 proceso edu- cacional, pois ele tem condig6es de estabelecer e determi- nar as grandes urgéncias, de indicar as prioridades bésicas ede ordenar e determinar todos os recursos e meios ne- cessérios para a consecucio das metas da educacéo. O planejamento educacional torna-se necessério, ~.tendo em vista as finalidades da educacio; mesmo porque, €o instrumento basico para que todo 0 processo educacio- nal desenvolva a sua acio, num todo unificado, integrando todos os recursos € direcionando toda a ago educativa. E, o planejamento educacional que estabelece as finalidades » da educacdo, a partir de uma filosofia de valores educacio- nais. Somente com a elaboragéo do planejamento se pode estabelecer 0 que se deve realizar para que essas finalida- des possam ser atingidas, e ver como podemos pér em aco todos 0s recursos e meios para atingir os objetivos a que se propée a educaco. Por isso so elaborados Planos Na- cionais e Estaduais, como também os Planos Regionais de educagio. Esse procedimento deve ser seguido pelas esco- Jas na elaboracdo dos seus planos curriculares e de ensino. Portanto, partindo desses prineipios, o planejamen- to educacional deve ser entendido e visto como um instru- ‘mento educacional a nivel nacional, estadual, regional ou, ‘mesmo, a nfvel escolar. planejamento educacional nao pode ser confun- dido ou interpretado como se fosse uma planificacio das atividades de ensino ou das atividades didaticas de uma es- cola, Pois a planificacio de atividades escolares, no dizer de Osvaldo Ferreira de Melo (1969), sdo técnicas de trabalho usadas pela escola € pelos professores, no constituindo, propriamente, o planejamento educacional. Dessa forma, 0s planos elaborados pela escola pelos professores no podem ser estruturados sem uma inter-telagéo com o pla- nejamento educacional. O planejamento escolar nao deve negar o valor ¢ a necessidade do planejamento educacio- nal, um no deve limitar ¢ excluir a necessidade do outro. Ser4 alienacio do especialista (ou professor) con- centrar toda a sua atengio no planejamento ¢sco- lar, esquecendo-se que esta técnica de previsio do professor ou da escola, para os seus respectivos pro- gramas de trabalho, néo pode excluir o estudo do planejamento global do fato educativo, dentro do qual scrao considerados também a aco docente e ‘as questdes de administragio escolar (FERREIRA, DE MELO, 1969, p. 21). 30 A Conferéncia promovida pela Unesco, sobre a planificacio da educacdo, assim define planejamento edu- cacional: Planejamento educacional é, antes de tudo, apli- car & propria educagéo aquilo que os verdadeiros ‘educadores se esforcam por inculcar a seus alu- nos: uma abordagem racional e cicatifica dos pro- } blemas. Tel abordagem supde a determinagio dos objetivos e dos recursos disponiveis, a andlise das & consequéncias que advirao das diversas atuagdes } possfveis, a escolha entre essas possibilidades, a determinacéo de metas especificas a atingir em ¥ prazos bem definidos ¢, finamente, 0 desenvol- vimento dos meios mais cficazes para implantar a politica escolhida. Assim concebido, o planeja- a mento educacional significa bem mais que a ela~ f boracdo de um projeto: é um proceso continuo que engloba uma série de operagbes interdepen- é. dentes (UNESCO, 1968, p. 14). * A partir desta definicio podemos destacar e anali- __ sar os aspectos mais importantes que caracterizam o pla- *.nejamento educacional. "se as Uma abordagem racional ¢ cientifica dos problemas ee De acordo com esse enfoque somos levados a di- 4 Ser que o primeiro passo que antecede ao ato de planejar ? “Ffazer uma sondagem da realidade educacional, a que sai se destinar 0 plano. Essa abordagem deve, natural- -nte, ser embasada e orientada cientificamente. Deve S¢ aprendizagem. Portanto, se o professor planejar 0 seu ssino € para ele ¢ para scus alunos, em primeiro lugar. B plano passa aser um instrumento de uso pessoal entre ssores ¢ alunos. E s6 em segundo lugar o plano po- servir a outros setores da escola, para cumprir certas gacdes e exigéncias administrativas ou burocraticas, 48 Mas o importante é que professores ¢ alunos fagam 0 seu planejamento, a fim de que possam trabalhar eficazmente na sala de aula. Isto porque os atuantes na sala de aula so os professores € os alunos. Portanto, o plano € para os profeessores e seus alunos. Ora, dessa forma, quem deveria exigir dos professores o planejamento séo os alunos. Para alunos e professores o plano é um roteiro de uso didrio na sala de aula; 6 um guia de trabalho; € um ma- nual de uso constante; enfim, é um roteiro que direciona ‘uma linha de pensamento e ago. Por isso, planejar para depois nao trabalhar com o plano, é uma incoeréncia pe- isto pode ocorrer quando o plano é algo que serve, simplesmente, para cumprir com a obrigagio bu- 4 rocratica, quer por diletantismo pedagégico ou por mera satisfac profissional para honrar 0 cargo. Portanto, pla~ nejar para trabalhar com o seu plano. Pois o que dizer de alguém que faz uma planta para construir uma casa, toda sofisticada, mas que, durante a construgéo, tal planta nao € consultada, nem examinada pelos construtores e trabalha- dores? Em vez de uma mansio poder-se-4 ter um amontoa- do de tijolos ¢ pedras fadados ao desmoronamento. Os setores pedagégicos da escola, nio devem de- terminar uma forma tinica para planejar todas as discipli- nas, como se todas fossem iguais; como se todos os profes- sores ¢ alunos fossem uniformes, agissem da mesma for- ma, tivessem 0s mesmos objetivos, interesses ¢ as mesmas habilidades. Existem muitos tipos, esquemas ou modelos de pla- J nejamento, que so étimos, mas nao existe 0 melhor mo- delo. Nem todos os modelos sao os melhores para todas as situagbes de ensino. O professor deve escolher 0 modelo que melhor atenda sua realidade e a dos alunos, isto é, que seja funcional e possivel de ser agilizado na sala de aula que dé bons resultados no ensino. “4 s setores pedagégicos podem e devem fornecer propostas € orientagdes aos professores de como devem ‘olanejar, mas o que decide o modelo de pl aetivos dos alunos, do professor e as pos ‘szecuté-lo numa determinada classe, considerando a sua cealidade, E bom que haja certa uniformidade na agio € ft 42de no se pode prejudicar o aluno e a acao pedagégica 3 professor na sala de aula. Por isso, nos parece invidvel | ©-plaaejar uma mesma disciplina, de uma forma tinica, para E ga. J8vi98 turmas de uma mesma série, pois as turmas no so s-e2iormes, homogéncas c idénticas. Se numa mesma tur- “ie encontramos grandes diversidades entre os alunos, 0 32 dizer das diferengas entre as varias turmas? Portan- ~ cada professor faga o seu plano para a sua turma. Um } plano para uma situacéo dificilmente serviré para outra ‘szsacio, embora haja algumas semelhangas. Cada turma, sob a orientacio do professor, deve sisnejar a sua disciplina, para que o aluno seja, de fato, <= istrumento orientador para o professor c, de modo cial. para si mesmo. Por isso, o plano deve ser muito sem explicito e claro para que os alunos possam se orien- seie‘através dele. Surge, com isso, a necessidade de todos =#2vnos participarem do planejamento e terem em maos, ‘pare manusearem e consultarem, o plano da disciplina; =. asm. os alunos aprenderao a trabalhar, obedecendo e se- ggecoso um planejamento. O importante € que o plano sirva para o professor = os alunos. Que ele seja util e funcional 2 quem se objetivamente, através de uma ago consciente, Le libertadora, © Quem esté na escola, para ensinar e para aprender, cS que tém as melhores condic6es e obrigacio de pla- Se 2 sua aco docente e discente. 4s -_ Estes planos de ensino se situam num nivel bem {, taais especifico e concreto em relacio aos outros. Hles de- Snem ¢ operacionalizam toda a aco escolar, configurada x0 plano curricular da escola. © processo de planejamento educacional € feito € Os planos de ensino so os meios para dinamizar a se desenvolve em varios e bem determinados niveis. "Te- %._ *ducacdo e o ensino, numa realidade escolar bem concre- mos 0 planejamento em nfvel nacional, estadual ou de um através do proceso de ensino. sistema determinado através 0 qual se definem ¢ estabe- __ Nos planos de ensino séo trabalhados os compo- ecem as grandes finalidades, metas e objetivos da educa-f; 776s fundamentais do plano curricular. Tais componen- gio, onde deve estar impliita a propria filosofia da e 5 so a filosofia educacional da escola, os objetivos, as cago que a Nagio pretende professar, No plano nacional iplinas ¢ os conteddos. Por sua vez. 0s planos de en- de educagio se reflete toda a politica educacional de um specificam os objetivos, os contetidos, os recursos ‘povo, inserido num contexto hist6rico, que é desenvolvida ©s procedimentos ¢ 0 processo de Oaees mia oa ao pines? s de ensino compreendem os planos Num segundo nivel, menos abrangente, temos os planos das escolas, com 0s seus respectivos cursos, dos | quais decorrem os planos curriculares, que definem ex- pressam a sua filosofia de ago, seus objetivos ¢ toda a di-. | namica escolar, os quais fundamentam-se, naturalmente, na filosofia da educagdo, expressa nos planos nacional e estadual. ‘A partir dos planos curriculares, é planejada, de maneira sistemética e global, toda a aco escolar. Os pla- nos das escolas vio operacionalizar, através dos scus pla- nos setoriais e de ensino, 0 plano nacional de educacéo;% por isso, é de suma importéncia que os professores, a0 ela- borarem seus planejamentos de ensino, analisem o plano“ global de educagao, para podere: nos planos de ensino, a filosofia de educacdo, adapt a propria escola. Num tereiro nfvel, surgem, como decorréncia des planos curriculares, os planos de ensino, que s40 os plano: de disciplinas, de unidades ¢ experiéncias propostas pele escola, professores, alunos ou pela comunidade. VI. NIVEIS DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL EDEENSINO ca VII. O CURRICULO ESCOLAR que nfo € curriculo: Antes de definir o que é um curriculo, vamos ver 0 que no é um curriculo escolar. O curriculo nao é mais entendido, simplesmente, como sen- do a relacéo ¢ distribuigéo das disciplinas, com a sua res- pectiva carga hordria, Nao é, também, o néimero de horas- aula € dos dias letivos. Ele ndo se constitui apenas por uma seriagio de estudos, que chamamos de base curricular para um deter- minado curso, ou uma listagem de conhecimentos ¢ con- tetidos das diferentes disciplinas para serem ensinados de forma sistematica, na sala de aula. 0 curriculo nao deve ser concebido apenas como uma relagéo de contetidos ou conhecimentos delimitados ov isolados, estabelecendo t6picos estanques numa rela- céo “fechada”, sem uma integragdo envolvente ¢ ampla com todas as dimensdes do conhecimento. Curriculo nao é, simplesmente, um plano padroni- zado, onde esto relacionados alguns principios e normas para o funcionamento da escola, como se fosse um manual de instrugées para se poder acionar uma maquina. 0 curriculo escolar no se delimita em relacionar smmatérias, cargas hordrias ou outras normas relativas & vida g escolar que um aluno deve cumprir na escola. O curricula, no € algo restrito somente ao ambito da escola ou da sala de aula. ‘O que € curriculo: O termo curriculo nos daa ideia de um caminho percorrido durante uma vida, ou que se vai percorrer. Daf termos a expresso Curriculum Vitae. Desta forma o curriculo é algo abrangent mico e existencial, Ele € entendido numa dimenséo pro: funda ¢ real que envolve todas as situacSes cizcunstanciais da vida escolar e social do aluno. Poderiamos dizer que € a escola em acdo, isto 6, a vida do aluno e de todos os que ‘obre ele possam ter determinada influéncia. Fo interagir de tudo e de todos que interferem no proceso educacio- ‘pe Bal da pessoa do aluno. O curriculo se refere a todas as situacdes que iggsaluno vive, dentro € fora da escola. Por isso, 0 curriculo ‘escolar néo se limita a questées ou problemas que s6 se re- mam ao dmbito da escola. Ele ndo se restringe as pare- ‘des da escola € néo surge dentro da escola, Nasce fora da sscola. Seu primeio “paso” 6 dado fora da escola, para coder entrar nela. Esse procedimento se justifica porque + curticulo é constituido por todos os atos da vida de uma do passado, do presente e tendo, ainda, uma pers- iva de futuro, O curriculo é um curriculo da vida de uma pessoa, ¢ a vida do aluno nio est enclausurada dentro de uma sigola ou de uma sala de aula. A vida do aluno no é so- =ente 0 resultado daquilo que o professor ensina na sala juantos conhecimentos, quantas experiéncias e do adquirias ¢ assimiladas fora da escola? Todo “exe cabedal de conhecimentos nao escolares adquiridos = Sz parte integrante do seu Curriculum Vitae, por isso, nao +r desprezado pelo curriculo escolar. O curriculo ar no pode estar dissociado do Curriculum Vitae. Poderfamos também dizer que 0 curriculo deve ser mnizacao da vida que o aluno vive fora e dentro da sendo, com isso, a estruturagao ¢ toda a acéo de- la na escola, para organizar ¢ desenvolver 0 Cur- fae do aluno, fodas as atividades e experiéncias realizadas ¢ vi- | ‘weactedas pelo educando e por todo o pessoal envolvido aymio educando devem constituir o curriculo escolar. Por podemos dizer que 0 curriculo ¢ a vida do aluno e da que mais faciimente favorecem a consecucio que possam ser titeis & vida futura do individuo. Deve 16 cbjtivos. lacionar, de forma gradual, todas as experiéncias que pos _"F8} Selegdio dos recursos materiais ¢ humanos q¥e sam ser desencadeadas ¢ promovidas no ambiente escolar, -orecem e ausiliam 0 professor ¢ 0 aluno na efeti- Deve, ainda, evidenciar todas as oportunidades de integra do ensino e da aprendizagem. 60 e correlagao das conhecimentos, para que o educando-s -F #8) Definigio © organizagio de unt Prov i pose promover a aplicacio do aprendido na vid pratia, aE, relacionado e adlequado aos objetivos ‘propostos piano curricular. se fodos esses elementos estruturados, tendo como 1. FASES PARA O PLANEJAMENTO CURRICULAR Seance dos objetives, constituem as partes inte- 2 de um plano curricular. Devem estar intimamente O primeiro passo a ser dado para elaboragao qpnados entre si. ‘Contudo, sempre numa dependén- ‘um planejamento curricular é um amplo e profundo est = ¢ bierrquica com os objetivos; por isso, cles $80 do da realidade social, politica, econdmica e religiosa da, “ -rminantes dos outros elementos, que formam e ¢s- Comunidade a que se destina 0 pretendido currfculo. sem o plano curricular. Para a elaboracao de um planejamento curricular ‘Num segundo momento, se torna necessério 0 €s- tudo do flosoke que orienta a educagao e que estabelece “MET wene-<: seguir os soguintes Passos, segundo 0s ideais ¢ os valores humanos. eee fluxograma: 3 2 ELUXOGRAMA 2. RELACKO ENTRE 0S ELEMENTOS QUE CONSTITUEM 0 PLANO CURRICULAR ‘Planejamento curricular 1 Os elementos que dao forma e estrutura ao plano Bases para o planejamento curricular curricular procisam estar intimamente relacionados, de tal ido a constitufrem um todo unificado. Devemos verificar snduy [Bases ][Bases|[Bases| [Teo- | Base socio-| | psico-| togi- |) ogi rias del |le~ lensi- || gais cas iterdependéncia que existe entre eles ¢ os seus princi integradores, quc Ihes dio consisténcia ¢ unidade. 6 essencial identificar os principios de organizacdo, gracas ‘905 quais todos esses fios poderdo ser entrelagados num tecido coeso” (TYLER, 1974, p. 89). O relacionamento 2 a integracdo dos elementos dao ao plano toda aquela trutura que assegura a coesio ¢ a unidade nas suas di- 1 Sondagem q Definigio dos objetivos I SOP Sclegio das disciplinas e conteddos ¥ Seleciio dos procedimentos wovaaaad + es etapas de elaboracdo e desenvolvimento. Facilita idade, a continuidade, a sequéncia e a integragéo de io 0 processo de ensino e dos préprios elementos que ituem 0 plano como agente integrador ¢ dinamizador : acdo didatica, ‘Tyler fala de “fios” que nfo s6 unem 0 todo, mas formam um todo coeso ¢ Ginico; por outro lado, Hilda 2 afirma que: “para um plano é especialmente impor- detetminar claramente como se relacionam entre si ‘ersos elementos e os critérios conectados com eles” "ABA, 1974, p. 549). Portanto, é necessério verificar todas as relagdes entes e 08 principios e critérios que s¢ relacionam, jelogiio dos recursos humanos ‘S094 emateriais + Processos de avaliacio pelecendo as diferencas e semelhancas entre os ele- 10s, Tomar uma decisao a respeito dos elementos, sem tificar as relagées com os demais, que formam o todo, ma atitude que poder4 afetar todo o plano, porque ‘2 elemento do plano adquire significado ¢ substan- a sua referéncia com os demais elementos” (TABA, -mdyng. Plano curricular “4. p. 550). Dessa forma, um elemento é consequéncia @airo, um princfpio est relacionado a outro, de modo Plano de acio podem ser deduzidos varios elementos, sendo que en- ‘om e outro existem relagbes de interdependéncia. $5 Os clementos que fazem parte integrante do plano so: 0s resultados da sondagem, os objetivos, os contetidos, 05 procedimentos, 0s recursos e 0 ptocesso de avaliagio, sendo que todos eles devem estar intimamente relaciona- dos com os objetivos. Hilda Taba apresenta um modelo esquemético para demonstrar as relagdes entre os elementos (TABA, 1974, p. 551). VIII. PLANOS DE CURSO E PLANOS DE DISCIPLINAS Plano de curso € a organizagéo de um conjunto de |... matérias, que vao ser ensinadas e desenvolvidas em uma F yescola, durante um perfodo relativo & extenso do curso jem si, exigido pela legislacao ou por uma determinacio licita, que obedece a certas normas ou prinefpios orien- OBIETIVOS waidores. eee “ “Uma série de matérias ensinadas numa escola ou MATERIAS ORGANIZACAO sjasse, de acordo com um programa, constituem um curso oe et eos. | __ 218 diferentes niveis de ensino, como, por exemplo, en- 'AVALIACAO o fundamental, médio ou superior. Estas matérias do 0 so estruturadas de acordo com um nticleo comum, ‘igat6rio ¢ por uma parte diversificada. Oplano de curso pode ser considerado, ainda, como == conjunto de elementos que constituem a organizacio Lees de um determinado evento promocional, em re- 8 educacéo, ao ensino, ou aprendizagem de alguma srodissfo, atividades, ou o desenvolvimento de habilidades geigesiticas, dentro de um campo geral ou especifico. Te- ~smes. por exemplo, os cursos especificos de Magistério, de Contabilidade, de Educagéo para o trabalho, e outros que rélativos ao cnsino médio. No ensino superior temos 10S cursos, como por exemplo Pedagogia, Direito, a.€ outros mais, Estes cursos de nivel médio e superior so constitui- por uma série de matérias, que so ensinadas durante periodo de 3 ou 4 anos, com um méimero minimo de “Aveesaula e dias letivos. Existem também outros cursos E uns Eecificos, que sao desenvolvidos a médio ou a curto Pe como os cursos de extensio universitéria, com um -0 determinado de horas e uma série de conferéncias um assunto determinado, Além desses, temos cur- Didos de treinamento para determinadas atividades. Podemos observar que cada um dos elementos esté relacionado aos demais; um dependendo do outro. De modo que todas as decis6es, tomadas em relacdo a um dos elementos, dependem, na sua esséncia, das decisées que se adote em relagdo aos demais, ‘Todas as decisdes a serem tomadas, durante o pro- cesso de ensino, dependem das decisdes estabelecias no ato de planejar a disciplina; se isso nao ocorrer, surge uma dis crepancia entre 0 que foi decidido ¢ o que seré executado Por isso, “um bom projeto descreve todos os elementos, as relagdes entre eles ¢ seus prinefpios sustentadores, de tal modo que indique prioridades entre os fatores ¢ os princi- pios que devem ser considerados” (TABA, 1974, p. 553). ‘Talvez a tarefa mais complexa seja a de determinar quais sio realmente as relacGes, os critérios ¢ os prineipios pelos quais o planejador deve decidir-se. Contudo, a pri- meira deciséo a ser tomada recai sobre os objetivos, poi: desta dependem todas as outras. Portanto, os objetivos se constituem na mola propulsora que vai guiar o planejador: na tomada de decisoes quanto aos contetdos, procedin mentos, recursos ¢ avaliacao. 56 37 Se faz mister considerar que cada tipo de curso apresenta a sua especificidade ¢ as suas caracteristicas particulares, Aqui, € necessério estabelecer uma distingao entre plano de curso e plano de disciplina. Os professores néo fazem o plano de curso porque existe na escola, € aquele elaborado quando 0 cur- so foi implantado. Caso ocorra a implantagéo de um novo curso na escola 0s professores podem e devem participar do mesmo. Fora isso, o que os professores devem fazer fazem, anual, semestral ou bimensalmente, séo os planos de duas disciplinas. © plano de disciplina é uma decorréncia légica do plano de uso e do plano curricular da escola. O plano de disciplina segue uma metodologia pr6- pria © bem diferente do plano de curso. Por sua vez, o pla- no de disciplina é bem mais especifico, sedo relative a uma disciplina ou parte de contetidos desta mesma disciplina, 0, os planejamentos relativas as disciplinas nao so planejamentos de curso, mas de disci 58 IX. OS ALUNOS E O PLANEJAMENTO DA DISCIPLINA 2 A Unesco, em 1968, alertava, na oportunidade, os especialistas em planejamento, para o seguinte: estar cada vez mais consciente de que um pla- nojamento educacional realista ¢ eficaz supde a in- formagio ¢ a consulta ao conjunto da sociedade, € de cle proprio se constituir num instrumento de democracia e educagi lanejamento nao é privilégio de um grupo, pelo partilhar das decis6es e responsabilidades. O planejamento participative € a nova visio que se *tende dar ao processo de planejamento, principalmen- nos setores de educagao, da escola e do ensino. Planejar é um ato participativo e comunitério, e nao simplesmente uma ago individualista ou de um grupo fe- tada, que pode se opor e contrariar ideias mais -abrangentes ¢ si um instrumento de coacao ¢ imposi¢ao, pois toma deci- 's para um universo de pessoas, sem que estas estejam scriamente envolvidas na tomada de decisbes. Ele desres- . lualidades, as diversidades, as tendéncias e as dos grupos, porque propde um agir ex- ica visio. sm a participacao direta dos que vao so- frer a agao do plano s6 acontece quando estes so seres, 39 ssa a ter condigécs de criar o seu processo de aco. E da icipaco grupal vao surgindo as ideias e a organizacdo chegarem a execugio pritica, Assim, o grupo se torna 0 dono do grupo e nao 0 planejamento o dono do grupo, pois € 0 grupo que deve nsar € decidir sobre o planejamento ¢ a sua execucdo. if O planejamento, num primeiro momento, deveria ‘ser pensado pelo professor com seus alunos ¢, num segun- ‘gp momento, deveria ser discutido ¢ analisado por todos ‘Sp professores c setores pedagégicos da escola. E, por fim, _.2#planejado pelo professor com seus alunos, que so os 2 Vao tomar as decisdes finais sobre o plano. inanimados ou passivos e sem capacidade prépria para to- mar decisécs. No caso da escola, que se “aprimorou” em planeja- mentos, em fazer e exigir planejamentos, parece-nos que tem sido a que menos se ocupa com o plancjamento par cipativo ou comunitério. ‘Um planejamento que, dessa forma, seja executado ara o aluno, torna o aluno um sujeito que somente sofre a aco, nao participando, por isso, de todo o processo diné- mico do plano. Dado que o aluno 6 um ser fundamental da acho, necessariamente, deveria participar da preparagio da agio, ¢ nao ser exclufdo do ato de planejar. Os atos de planejar ¢ executar devem ser acdes Conjugadas e no separadas e exclusivas, Os que véo ser 08 sujeitos para os quais se dirige a ago do plano devem participar do planejamento, expressando as suas ideias, os seus problemas, os sous interesses, as suas necessidades, 08 seus objetivos ¢ as suas possibilidades, para agilizarem, com maior eficiéncia, a acio transformadora. Sabemos que 0 ato de planejar nao € um ato de ditadura, mas algo democrético e participativo; nio é im- Posi¢do, mas discussdo ¢ abertura, onde todos os envolvi dos no processo ensino-aprendizagem agem e interagem, durante todo o proceso. Portanto, esta interagao deve s dar também no processo do planejar. Planejar a educacéo ou o ensino para as pessoas no é decidir a vida para as pessoas, mas é, juntamente com elas descobrir uma melhor forma de vida para elas. O planejamento participativo surge das necessida- des de um grupo, devido as suas urgéncias, dos seus proble- mas ¢ dos seus objetivos. Uma vez percebidas e analisadas as urgéncias ¢ as necessidades, devem partir para o pensar coletivo. O que sc deve fazer, entdo? Ea primeira questo, A partir da situagio deve ser pensado um processo para tentar modificar a realidade. Feito isto, 0 proprio grupo i a X. O PLANO DE DISCIPLINA Plano de disciplina € um instrumento para siste- matizar a aco concreta do professor, a fim de que os ob- Jetivos das disciplinas sejam atingidos. £ a previsiio dos conhecimentos ¢ contetidos que serio desenvolvidos na sala de aula, a definigéo dos objetivos mais importantes, assim como a selegao dos melhores procedimentos ¢ téc- nicas de ensino, como também, dos recursos humanos € materiais que serdo usados para um melhor ensino ¢ aprendizagem. Além disso, o plano de disciplina prope 2 determinacao das mais eficazes téenicas e instrumentos de avaliacdo para verificar o alcance dos objetivos em re- aco aprendizagem. A partir da filosofia educacional da dos ob- jetivos especificos do curso, dos objetivos da clientela, os professores vao planejar as suas disciplinas para atender estes aspectos fundamentais favorecendo, deste modo, um melhor ¢ mais eficaz ensino. Ao planejar a disciplina, o que o professor real- mente faz € planejar o contexto geral da sua disciplina. ‘Mas este contexto deve estar intimamente relacionado a ser uma decorténcia logica dos objetivos dos alunos ¢ da escola. Por isso, deverd expressar uma unidade de ideias, de principios e de agio. Ao planejar a disciplina ¢ os seus contetidos, o pro- fessor sempre deve ter em mente que os contetidos sio meios para atingir os objetivos, pois eles nao sio fins Portanto, a orientagéo da agao de planejamento e exe- cugao deve estar fundamentada nos objetivos e nfo nos contetidos. a AIMPORTANCIA DO PLANO DE DISCIPLINA PARA 0 PROFESSOR Como observamos, anteriormente, toda a pessoa pensa o seu agir, isto €, ela tenta planejar a sua vida c as szas atividades particulares ¢ coletivas. ‘Todos pensam no -¢ devem ou no que néo devem fazer. Esta realidade nao apenas um hdbito, mas uma necessidade, nao se restrin- indo apenas a alguns aspectos da vida da pessoa, mas a ‘odos 08 setores da vida pessoal e social. ‘Tudo € sonhado, imaginado, pensado, previsto ¢ Panejado para set executado. De modo especial, as ativi- dades educacionais e de ensino exercidas pelos professo- na sala de aula, exigem pedagogicamente um planeja- ato. ducar ¢ ensinar nao é 0 mesmo, podendo dlivergir, da- 25 08 elementos envolvidos no ato de planejar, como por ezemplo a construgéo de uma casa, Ao planejé-la se pensa pedra, tijolos, arcia, espago, possibilidades materiais e vatras coisas possiveis de serem manipuladas. Mas, ao se ‘ancjar a educacio e o ensino, se deve pensar que os ele- meatos envolvidos véo ser pessoas, individuos ou grupos Socials; por isso, a visio do planejamento deve ser diferen- partir dessa realidade, o professor necessita pensar jamente © com responsabilidade sobre a sua acio, isto planejar com seriedade e consciéncia a sua agi. Pensar antes de agir é um ato de habilidade e de ibedoria. Pois é de muita importncia para 0 professor anejar, da melhor forma possivel, a sua disciplina, em 1408 08 aspectos. O planejamento é importante para o professor por- st — ajuda 0 professor a definir os objetivos que aten- dam os reais interesses dos alunos; = possibilita ao professor selecionar e organizar os} contetidos mais significativos para seus alunos; ~ facilita a organizacao dos contetidos de forma 16- gica, obedecendo a estrutura da disciplina; — ajuda 0 professor a selecionar os melhores proce- dimentos ¢ os recursos, para desencadear um ensi no mais eficiente, orientando o professor no como com que deve agir; ~ ajuda o professor a agir com maior seguranca na sala de aula; ~ 0 professor evita a improvisacdo, a repeti¢ao e a rotina no ensino; ~ facilita uma melhor integracao com as mais diver- sas experiéncias de aprendizagem; ~ facilita a integragio e a continuidade do ensino; ~ ajuda a ter uma visio global de toda a ago do- cente € discente; ~ ajuda o professor ¢ os alunos a tomarem decisdes de forma cooperativa e participativa. idade € que deve caracterizar todo e qual- m plano que nao sej ica, 0 plano deve ser adequado a esta cle nao atender a esta realidade, néo 6 um ‘0 objetivo e realista. Nem sempre, um mesmo plano serve para qualquer situago ou realidade. areza deve ser um elemento essencial nos pr6- i ivos, na determinagao exata dos contetidos mais [ onieianace eae] ‘sportante nos mods operacionai. Ela deve se ref =2 determinacdo das técnicas, na determinacao objetiva Tecursos € na definicéo clara e objetiva do processo de aliacdo. Funcionalidade. ____ Como o plano & um instrumento orientador para Paar € para os alunos, ele deve ser o mais possivel ara que possa sr executado com facilidade c tividade, Todo plano de ensino, estruturado de forma com- até pode ser funcional para o professor, mas defi- © Para os alunos. Sendo que os alunos so os prin- agentes do plano, este deve ser pritioo. Se 0 plano 6s seus alunos. As pessoas sio, de fato, pontos de referénci para a elaboragio de um plano. Ou seja, o plano deve ser claborado em funcéo das pessoas, nao o contrério. Com esse procedimento, nao ha lei ou norma administrativa ou pedagégica que impega mudancas. Por exemplo, se para uma determinada série esti- vesse programado um contetido X, ja previsto no plano curricular, para ser desenvolvido; mas caso fosse observ: do, neste meio tempo, a partir de uma sondagem ou por meio de outras constatagbes, que os alunos ainda nfo es- tivessem dominando certos contetidos que deveriam ter aprendido em séries anteriores, o professor deveria, do, mmudar o seu plano para retornar os conte‘idos de uma ou de séries anteriores, e ensind-los aos alunos. professor nao pode dizer que o contetido ¢ tal, porque assim foi planejado, pelo ato de que a determing. 40 do planejamento dos contetidos reside na realidade dos alunos. Antes de agilizar o plano, os professores deve se tivos propostos e definidos signifi- ores h presenta principios shes pr ens nes Sprunelbios validos para o ser bumano, em todas as sua dimens6es? So 0s contetidos relacionados e estruturat no Plano de ensino, contetidos com contetidos significalt, os? Ou serdo meras linguagens, sem sequéncia, estrutn, ¢ utilidade? Para serem titcis os contetidos necessita © organizacdo e integracdo de ene experiéncias em relacdo aos objeti Pe lac&o aos objetivos ¢ interesses dos ae aprendizagem do aluno e a aco do professor, Tais iementos devem estimular e des 0 ‘ie deren sencadear novas e profun- gn Alki das outras cazactersticas, a utilidade requer = questionamento ‘sério © profundo. Enfim, o que foi Beanejado 86 sera valido se for algo importante ¢ tl para no, que tenta buscar, na escola, a sua formacio Inte. como pessoa humana. 25. Utilidade A.utilidade, a validade e a profundidade so prin- cipios que dao consisténcia a toda estrutura do plano, no que diz respeito ao seu contetido e sua dinfimica. plano, no seu contexto geral, poderd, de fato, ajudar, ser tril e significativo a todos os que nele vio se envolver? Este & um questionamento que os professores devem fazer. A.utilidade de qualquer plano de ensino vai depet der da possibilidade de transformagao e em que nivel se processa esta transformacéo no aluno. ‘Toda a mudane: que nao seja significativa e profunda, ela passa a ser desti tuida ‘de qualquer significado. Um plano para ser stil e significative, antes tudo, deve ser constituido de uma seriedade pedagogicé. que atenda as reais urgéncias e necessidades dos alunos. 8 XI. ETAPAS PARA A ELABORAGAO DE UM PLANEJAMENTO DE DISCIPLINA Sendo que o planejamento é um processo evo yo, que se desenvolve numa sequéncia dinémica e prost siva, torna-se importante estudar e anal etapas do planejamento, na sua ordem légica para poder- ‘mos entender a sua estrutura e organizacao funcional ‘Ao se planejar uma disciplina para uma det nada turma ou classe, temos que obedecer a seguinte o dem ou estratégia para um melhor entendimento da sua soquéncia e das suas etapas; quais sejam: — conhecimento e andlise da realidade do aluno, do professor, da escola e da comunidades « defini¢do dos objetivos dos alunos e dos profess res em relagéo a disciplina; = delimitagéo dos contetidos mais significativos para atingir os objetivos; = escolha dos melhores procedimentos ¢ técnicas de ensino; =selegio d nos € 1: ~ estabelecimento dos melhores processos de ai liacho, assim como as melhores técnicas € inst mentos. wssiveis e melhores recursos huma- 0 FLUXOGRAMA SONDAGEM Aluno — Professores — Escola - Comunidade | OBJETIVOS Selegiio dos Procedimentos ou Modos ‘operacionais Planejamento ‘Determinagao do proceso de avaliagtio Agilizagio do plano 1. SONDAGEM: ALUNOS, PROFESSORES, ESCOLA E COMUNIDADE Sondagem é um processo que proporciona a possi- ilidade de pensar sobre a realidade manifesta ¢ a obscu- 1a, nos seus mais diversos aspectos, que possam interferir numa futura acd. Sondar 6 tentar conhecer a fundo uma situacdo conereta e real sobre a qual se pretende atuar. investigar ou pesquisar a realidade, para poder, a partir da sua situagio, pensar ¢ preparar uma agao consciente, realista, organizada e apropriada para aquela situacio de- terminada. Havendo uma situagao a ser modificada ou trans- .cedimento requer um estudo sétio ¢ pro- situagio real; 0 que se poderé fazer para tal; como se poder agir; que meios sero necessérios para a aco; quando e como se deverd agir. Para o professor que pretenda desenvolver o ensino de uma disciplina, para uma determinada classe de alunos, € de suma importancia realizar uma sondagem. Agindo assim, cle tem condigGes de realizar um diagndstico de to- dos 0s fatores que interfiram, positiva ou negativamente, sobre 0 comportamento dos seus alunos. professor deve conhecer os seus alunos e os alu- nos devem conhecer scu professor. Professor ¢ alunos devem se conhecer de forma clara e profunda. Para que tal conhecimento ocorra, de fato, antes de planejar a discipli=@ na, 0 professor necessita conhecer alguns aspectos sobre seus alunos, tais como: = seus objetivos, interesses, motivos, gostos pessoais; — suas habilidades individuais, expectativas e ten: déncias; ‘ = suas necessidades e possibilidades humanas €! materiais; —as capacidades individuais e grupais; — 0 dominio de determinados contetidos ou conhe- cimentos; ine caréncias sociais, culturais e de conhecimen- ~Seus habitos de estudo; ~as influéncias que sofrem fora da escola; ~as caréncias humanas, na famtl Sc eee ilia, na escola e na ~0 comportamento individual e ~a heranga cultural, sociale fa ~avivencia social “ _ Asondagem oferece os dados ; para que possam 1 planejar de forma real c objetiva, isto é, plaueerey act sf aluno ¢ para o aluno, tendo em vista 0 que ele espera St © o que ele poderd ser. Ao planejarmos uma discipi i iplina para uma determi- sggpada classe, nao podemos ter como bese, exclusivamente, + disciplina como tal. Pois o foco de refer 1 sou negativas, — idos de uma disciplina SESS estar centrado numa decorrénciaclarae cvidente dos feos obtidos através da sondagem. O planejamento para 2 realidade concreta tem i B sie realiace que partir da coleta de dados Para que a sondagem possa ser fiel e v a reridica nos resultados € importante que seja muito bem pensada iturada, a fim de se obter os dados mais significati- relevantes que reflitam a situacio real dos alunos, Ao se realizar a sondagem, numa classe de alunos, =speito de uma determinada disciplina, se torna impor. Se organizar e aplicar uma série de testes, trabalhos e dades diferentes e Ree cola ¢ do professor com maior fidedignidade. Procedendo | desse modo, a sondagem se torna mais significativa. eis sondagem Serd necessria principalmente, se o professor ou a escola nio tiverem dados concretos sobre os alunos, de modo especial, se estes lhe sio desconhecidos. Obtidos os dados, ¢ feita a anélise e interpretacao dos mesmos, € que podem ser estabeleci tros que orientardo o planejamento da dis : isso, © planejamento da disciplina s6 pode ser realizado apés a sondagem, proporcionando a determinacéo de um verdadeiro diagnéstico que permita ao professor e aos alt- nos projetarem 0 seu trabalho sobre a disciplina. 2. DEFINICAO DOS OBJETIVOS. Conhecida ¢ analisada a realidade dos alunos, dos professores ¢ da escola, o momento mais importante passa a ser a definigao ¢ a delimitagao dos objetivos dos alunos e dos professores, em relago & disciplina e aos contetidos. que vo ser ensinados e estudados. Os dados oletados, através da sondagem, vio servir de parametros orientadores para a selecao e determinacdo dos melhores objetivos. Portanto, os objetivos fundamen. tais dos contesidos surgirio da realidade, das necessidades € dos interesses dos alunos. Nao so os contetidos os de-, terminantes dos objetivos, mas os objetivos dos alunos que determina os contetidos. Os contetidos sé meios e nao fins. A definigéo ¢ a delimitagéo dos objetivos consti tuem o momento mais importante e crucial do ato de ple | nejar. E 0 momento em que se vai estabelecer concreta ¢ objetivamente o que se quer aleancar, onde se quer chegar com que meios se pretende agir. Os objetivos se tornarao os: determinantes de todas: estrutura ¢ desenvolvimento do ato de planejar e executas ” 2 plano na sala de aula. Todas as decisdes a serem tomadas ono planejamento ¢ na propria dindmica da agilizagdo do lano devema se fundamentar nos objetivos, pois estes sao ES forca e a alma do plano. Além disso, 0s objetivos sao os indicadores e contém os critérios para a selecdo dos outros gg#'*mentos que constituem 0 plano, tais como: contetidos, ocedimentos, recursos e 0 proceso de avaliacéo. O processo de planejamento exige, portanto, a des- = FS4O dos objetivos e, apds essa descricao, a estruturagio | &s ctapas seguintes que devem estar em consonAncia di- ‘2 com os objetivos definidos. Nao definido exatamente objetivos, € impossivel estruturar os demais elementos e-plano, ou mesmo desenvolver um processo de ensino p= © maneira eficiente, “Quando nfo existem metas claras ¢ }.Snidas, € impossivel analisar conscientemente um curso rogram, sem se ter uma base solida para selecionar 8 didticas, o contetido e os métodos apropriados” AGER, 1973, p. 3). Os objetivos indicam as linhas, os caminhos ¢ os ios para toda a agéo. Sem direcio, o fim seré incerto e sridoso, Portanto, a partir do conhecimento da realidade stiolar ¢ da realidade da clientela, 0 primeiro passo a ser #acs-no proceso de planejamento € definir os objetivos gesais ¢ especificos das disciplinas. E somente a partir des- ‘apa € que se pode passar para a seguinte, depois de jé er delimitado e definido o que se pretende alcancar no Heal de um proceso. 21 Caracteristicas para uma boa definigéo dos objetivos He? O que € um objetivo? O objetivo é um propdsito ou | ABO sue se pretende atingir. O objetivo é tudo aquilo que sgeer alcancar através de uma aco clara e explicita, © que € ser objetivo? f ser claro, simples, visivel, =ss0, evidente, manifesto. Em outras palavras, ser ob- 15 jetivo € ser objetivo nada mais. Nao temos outras defi- nig6es mais sofisticadas que ser objetivo. A objetividade nega e refuta toda € qualquer ideia de complexidade, Ser objetivo é expressar a evidéncia que se manifesta por si mesma, seria quase que tentar explicar 0 Gbvio. A objeti- ‘vidade é a manifestagao da realidade concreta, de forma clara ¢ evidente. Além disso, ela é a determinac&o exata € precisa do que se quer atingir. Logo, para ser objetivo, nao se pode jamais tornar as coisas complexas, dificeis € rebuscadas. ‘Uma boa definicao dos objetivos para uma diseiph- na ou contetidos deve apresentar algumas caracteristicas: clareza, simplicidade, validade, operacionalidade ¢ poder ser avaliado. ~Clareza: Todo 0 abjetivo deve descrever ¢ comuni- car claramente 0 que se quer alcanear, se isso no ocorrer, cle no pode ser considerado um bom objetivo. Clareza na sua expressio, na sua comunicaedo, na sua elaboracio © construgéo; clareza nas suas ideias © intengOes, sendo deixa de ser objetivo. Um objetivo quando ¢ claro, na sua 7 comunicagéo, néo permite alternativas ¢ interpretacoes vagas, tornando-se inteligfvel ¢ compreensivel a todos. Ele se torna claro, na comunicagao, se expressar exatamente © que se quer dizer, por isso se faz necessario usar uma linguagem que transmita, de forma concreta ¢ objetiva, 0 que se quer alcangar. bom objetivo. ‘A clareza é uma caracteristica fundamental ¢ ne- cesséria para que 0 objetivo se tore algo conereto, intel givel e possivel de ser trabalhado e avaliado. 6 rr vezes, certas construgoes lite. rrias tornam 0 objetivo complexo e obscuro na comuni= cacdo das intengdes, porque so usadas termos, palavras | ow expresses com contetido inadequado, nao exprimin- do objetivamente o que foi pretendido. O objetivo, que desereve com clareza 0 desempenho ou comportamento, desejado da parte do professor e do aluno, passa a ser um ___ ~Simplicidade: Nestas circunstancias, simplicidade niio tem o cardter ou o sentido de vulgaridade e de ideias banais © sem sentido. A simplicidade, na definico dos objetivos € uma exigéneia da propria realidade conereta x dos alunos, dos professores e das escolas. Pouco resolve, em determinadas situagdes de ensino, apresentar longas © complexas listagens de objetivos que, pela sua propria nafureza, no possam ser trabalhados pelos alunos e pro- fessores. Um objetivo, significativo ¢ importante no seu con- E. -. '20do, pode ser expresso de forma simples ¢ clara, 0 que “880 impede que ele transmita as mais profundas idei 25 mais importantes valores. ieeit Ao se definir os objetivos de ensino se faz necessé- #20 algumas perguntas. Serdo estes objetivos adequados & idade dos alunos? Seré possivel trabalhé-los junto aos 0s? Por isso, todos os objetivos complexos e amplos —s set especiticados e operacionalizas, isto 6, tomna- ais Claros € concretos para se pode fic i- dade deealzalos, Pt nara Poss ~ Validade: Podemos dizer que um objetivo seré vé- p*So e util quando, de forma explicita e clara, manifestar /teasisténcia e profundidade no seu contexto ¢ contetido, to ¢, que seu contexido seja portador de profundos ¢ reais pres. A validade de um objetivo de ensino depende das B *Seessidades e urgéncias, dos interesses ¢ possibilidades das pessoas, isto porque o objetivo 6 decorréncia ¢ conse- cia da realidade existencial do aluno. Os objetivos sem contetidos séo de ‘ en pouca ou ne- validade ¢ utilidade, 36 servindo de enfeites ou Bios iteréros para omamentar 0s planos de ensino. B Beles objetivos, sem validade e utilidade, so i obit se apenas dis- Ao definir os abjetivos, os professores devem se ~Euntar se esses objetivos so significativos c titeis para 7” 0s alunos. Pois a validade dos objetivos depende das ne- cessidades, interesses © capacidades dos alunos. Se isto nao ocorrer eles sero insignificantes ¢ insiteis. — Operacionalidade: O objetivo é algo que se quer alcangar através de um agir possivel, concreto ¢ vidvel ‘Tudo o que pode ser feito, trabalhado, agilizado ou o ionalizado demonstra ser um bom objetivo. O que vel, inexecutavel e impraticével nfo é um bom objetivo. Qualquer objetivo de ensino exige algumas pergun- tas muito sérias, tais como: O objetivo pode ser trabalhado ou operacionalizado através de uma acéo concreta que de- monstre resultados observaveis? Como, onde € com que meios poderd ser agilizado tal objetivo? ‘Terao os professo- es ¢ alunos condig6es humanas ¢ materiais para trabalhar tais objetivos? Sabemos que todo e qualquer objetivo que no pu- der ser operacionalizado € algo sem valor, e inttil sera a sua definigéo. — Observivel: Toda a agio, em qualquer nivel ou setor, exige, por consequéncia, um resultado concreto e observavel. Sempre que a pessoa faz alguma coisa, no final da agdo quer ver 0s resultados da sua aco. Nao seria sen sato agir sem ter a possibilidade de se prever e obter resul- tados naquilo que se quer atingir. Estes resultados podem © ser verificados ¢ observados a longo, médio ou curto pra~ zo, contudo, se faz necessério ter condigGes para verificar os resultados. No ensino se processa toda uma ago para promo- ‘ver mudangas na aquisig4o de conhecimentos, novas atitu- des, comportamentos ¢ habilidades. Sendo assim, a aco requer a possibilidade de constatar se houve mudancas, e em que grau e nfvel se processaram. Logo, um dos requisi- tos importantes de um objetivo é que ele possa ser obser- vado ou avaliado para que se possa comprovar o alcance. das inteng6es. Nao se antevendo resultados concretos € Feais, a ago passa a ser uma aventura que, as vezes, pode ser inconsequente. O ato de ensinar, muitas vezes, pode se tornar uma ventura, por isso, sempre é necessdrio pensar nas neces- ‘idadles meios de verificar 03 resultados. Portanto, ao de- Snirmos um objetivo, devemos perguntar se esse objetivo ode ser observado ¢ avaliado. Se temos condicées e meios de saber até que ponto cle seré atingido. Isto porque apés 2 agio se faz necesséiria a verificacdo os resultados ou dos cass0s, O objetivo que nao pode ser observado ¢ avaliado, ‘=m termos de resultados, ndo é um bom objetivo. 2.2. Niveis dos objetivos de ensino Os objetivos de ensino na sala de aula so defini- 50s pelos professores, em trés niveis, que obedecem a uma ta ordem de especificidade I6gica, partindo do geral até vel da operacionalidade, que se processa concretamen- xa sala de aula através da agao. Uma plataforma de objetivos educacionais ou nse ensino deve ser constituida por uma série gradual de ‘Sécis. Dessa forma os grandes fins da educacio, até os Sjetivos mais especificos e operacionais na sala de aula, 2, assim, aumentando a sua especificidade e operaciona. séade, Essa especficidade processa-se em nivel de escola ‘Segundo Nélio Parra (1972, p. 7), podemos constatar a se- inte graduago de niveis dos objetivos: _1°) Os objetivos gerais de um curso, por exempio, ‘= cbjetivos do ensino fundamental e médio estabelecidos 2 Lein, 9,394, 28) Os objetivos gerais dos diversos anos definem 2eSes comportamentais que os alunos devem apresentar nal do ano letivo. 3°) Os objetivos gerais das atividades, éreas de es- @ disciplinas no ano. 6

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