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ISABELA MARIA FRANGOULIDIS TRINDADE

Contribuições da Terapia Ocupacional na prevenção e controle de quedas em

idosos

São Paulo,
2017
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ISABELA MARIA FRANGOULIDIS TRINDADE

Contribuições da Terapia Ocupacional na prevenção e controle de quedas em

idosos

Relatório de Pesquisa apresentado à


disciplina MFT0254 Iniciação à
Pesquisa II - Terapia Ocupacional e a
pessoa com deficiência. Curso de
Terapia Ocupacional do Departamento
de Fisioterapia, Fonoaudiologia e
Terapia Ocupacional da Faculdade de
Medicina da Universidade de São
Paulo.

Orientadora: Professora Doutora Maria


Helena Morgani de Almeida

São Paulo,
2017
3

SUMÁRIO

RESUMO…………………………………………………………………………………....4

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………….…5

1.1 Fatores associados às quedas em idosos……………………………………...6

1.2 Intervenções do terapeuta ocupacional voltadas à prevenção e controle de

quedas em idosos……………………………………………………………………...8

2. OBJETIVO GERAL……………………………………………………………………..11

3. METODOLOGIA………………………………………………………………………..11

3.1 Tipo de pesquisa……………………………………………………………….....11

3.2 População alvo e critérios de inclusão……………………………………….…11

3.3 Coleta de dados…………………………………………………………………...11

3.4 Forma de análise de resultados………………………………………………....12

4. RESULTADOS………………….….…………………………………………………...13

5. DISCUSSÃO….………………………………………………………………………...21

6. CONCLUSÕES.....................................................................................................26

7. REFERÊNCIAS....................................................................................................28

ANEXOS..................................................................................................................32

I. Questionário para terapeutas ocupacionais em relação “Quedas de idosos”.32

II. Termo de Consentimento Livre Esclarecido...................................................35


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TRINDADE, I. M. F.; ALMEIDA, M. H. M. Contribuições da Terapia Ocupacional na


prevenção e controle de quedas em idosos. São Paulo: Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo; 2017.
RESUMO
INTRODUÇÃO: O Brasil vive um acelerado período de envelhecimento demográfico,
com importantes implicações para os indivíduos, suas famílias e sociedade. Algumas
condições da população idosa comprometem o envelhecimento saudável, entre elas a
predisposição às quedas. Os fatores associados às quedas nos idosos são intrínsecos
e extrínsecos. Os fatores intrínsecos estão ligados ao próprio processo de
envelhecimento e são relacionados às alterações sensoriais e musculoesqueléticas,
declínio cognitivo, dependência funcional, doenças crônicas e polifarmácia. Os fatores
extrínsecos são aqueles referentes ao ambiente domiciliar e extradomiciliar, como
baixa iluminação, falta de corrimão nas escadas, piso escorregadio, buracos nas vias,
desníveis, calçadas em mal estado de conservação, sapatos inadequados, entre
outros. Diante desse cenário, é possível identificar uma demanda por cuidados de
idosos no que diz respeito à prevenção e controle das quedas, envolvendo
intervenções multiprofissionais, incluindo a Terapia Ocupacional. OBJETIVOS:
Identificar as contribuições da Terapia Ocupacional na prevenção e controle de quedas
em idosos. METODOLOGIA: O estudo, de natureza qualitativa, foi do tipo exploratório
e descritivo e realizado através da aplicação de questionário não presencial, contendo
questões voltadas aos âmbitos de atuação do profissional nas áreas de geriatria e
gerontologia (assistencial, ensino, pesquisa e gestão) e descrição das ações de
atenção às quedas. O questionário foi enviado via correio eletrônico aos terapeutas
ocupacionais com experiência na área em questão e que tenham expressado aceite
formal em participar do estudo. Os resultados foram analisados por meio da técnica de
análise temática.

Descritores: quedas, idosos, terapia ocupacional, geriatria, gerontologia.


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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, chegar à velhice é uma realidade populacional mesmo nos países


mais pobres, ou seja, envelhecer não é mais privilégio de algumas poucas pessoas
(Veras, 2009).

O Brasil vive um período de acelerado envelhecimento demográfico, com


importantes implicações para indivíduos, famílias e sociedade. O segmento
populacional que mais aumenta na população brasileira é o de idosos, com taxa de
crescimento de mais de 4% ao ano no período de 2012 à 2022. (Borges, et. al, 2015).
A expectativa de vida do brasileiro passou de 62,7 para 73,9 anos entre 1980 e 2013,
mostrando um crescimento de 11,2 anos (DATASUS, 2015a). Foi declarado, pela
Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), que nas próximas décadas a população
mundial com mais de 60 anos vai chegar a 2 bilhões até 2050 e que já em 2020 o
número de pessoas idosas vai ser maior que o de crianças com até 5 anos.

Embora a OMS (2014) estabeleça como prioridade global o envelhecimento


saudável, algumas condições são prevalentes em idosos e comprometem essa forma
de envelhecer. Quedas e lesões relacionadas às quedas são o principal problema de
saúde, na população idosa (Feldman & Chaudhury, 2008). Nessa população, esse
evento tem relação causal com 12% de todos os óbitos, constituindo a 6° causa de
morte em pacientes com mais de 65 anos (Prata e Scheicher, 2016). Conforme
estimativa da OMS (2012), 424 mil pessoas morrem por ano em todo o mundo devido
às quedas, 30% a 60% da população com mais de 65 anos cai anualmente e, 40% a
60% dessas quedas resultam em algum tipo de lesão (DATASUS, 2015b). As lesões
consequentes de uma queda não trazem apenas sofrimento para os indivíduos que
caem, mas também representam um enorme custo para a sociedade. Até mesmo
quando não há lesões, a queda por si só traz consequências psicológicas para o idoso
que refletem no seu dia a dia (Feldman & Chaudhury, 2008).
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1.1 Fatores associados às quedas em idosos

Prata e Scheicher (2016) nos contam que há fatores extrínsecos e intrínsecos


determinantes das quedas.

Os fatores intrínsecos estão associados ao próprio processo de


envelhecimento e envolvem alterações sensoriais, alterações musculoesqueléticas,
declínio cognitivo, dependência funcional, doenças crônicas e polifarmácia. Mello
(2007) afirma que os déficits com o envelhecimento progridem lentamente, fazendo
com que muitos idosos não percebam suas dificuldades, a não ser quando essas
passam a gerar limitações mais severas.

As alterações sensoriais e musculoesqueléticas são determinantes de quedas


pois acarretam prejuízos no equilíbrio, na percepção do corpo no espaço, redução da
sensibilidade e perda de mobilidade articular (Prata e Scheicher, 2016).

Em estudo realizado por Cruz et. al (2015) verificou-se associação entre déficit
cognitivo e ocorrência de quedas, sendo que a prevalência de quedas entre os idosos
com comprometimento cognitivo foi de 42%. O grande número de quedas entre idosos
com esse comprometimento pode ser explicado pelo declínio em domínios cognitivos
específicos, como função executiva, atenção e memória. Os sistemas motor e sensorial
estão ligados por processos neurológicos de ordem superior, relacionados à cognição e
necessários para o planejamento motor, atenção em dupla tarefa e respostas ao
ambiente. Assim, é possível que o idoso com comprometimento cognitivo apresente
déficits de mobilidade, lentificação de movimentos, alterações comportamentais e
tempo menor de reação frente aos desequilíbrios, aumentando assim o risco de queda.
(Cruz, et. al. 2015).

A Pesquisa Nacional de Saúde revelou que 6,8% dos idosos têm limitações para
realizar atividades de vida diária - como comer, tomar banho, ir ao banheiro, vestir-se e
andar pela casa, o que predispõe essa população a maior ocorrência de quedas. As
limitações aumentam com a idade: 2,8% entre 60 a 64 anos, 4,4% entre 65 a 74 anos e
15,6%, entre 75 anos ou mais. (DATASUS 2015a).
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Nos idosos a dor crônica é, geralmente, relacionada a doenças degenerativas do


aparelho locomotor, doenças neuropáticas e oncológicas. A dor pode estar entre as
múltiplas causas de queda. (Cruz, Pimenta, Dellarozza e col. 2011). Em estudo
realizado pelos mesmos autores, concluiu-se que a alta prevalência de quedas entre
idosos esteve relacionada à dor por mais de um ano.

Os fatores extrínsecos determinantes de quedas são caracterizados pelo uso


de calçados inadequados, iluminação imprópria, tapetes soltos, superfícies
escorregadias, escadas sem corrimão, objetos e fios elétricos soltos pelo ambiente,
móveis em locais inapropriados, entre outros (Prata e Scheicher, 2016). Acrescenta-se
que ambientes externos pouco acessíveis ou mal conservados contribuem para quedas
assim como uso inadequado de medicamentos. Como nos conta Tindeiksaar (2003),
sempre que uma pessoa idosa se expõe a um ambiente novo ou que tenha passado
por mudanças físicas, ela fica mais exposta a condições ambientais adversas, como
por exemplo, presentes no mobiliário, iluminação e superfície do chão. Qualquer
condição que interfira na locomoção do indivíduo coloca-o diante de um determinado
risco. Dessa forma, as pessoas com capacidade funcional restrita, apresentam um
risco maior de caírem.

Cruz at. al. (2015) afirmam que, quando o idoso passa por um episódio de
queda, essa normalmente vem acompanhada do receio de novas quedas, fomentando
a perda da capacidade funcional e da independência. Essas perdas induzem ao
isolamento social e predispõem à institucionalização, levando ao agravamento da
dependência, gerando perda de mobilidade e incidência às novas quedas, instalando
assim um circulo vicioso.

Ainda, Lopes et. al. (2009) afirmam que o medo de cair tem consequências
negativas no bem estar físico e funcional dos idosos, levando também a restrição de
atividade física, explicando em parte o grau de prevalência do estilo de vida sedentário
nos idosos.
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1.2 Intervenções do terapeuta ocupacional voltadas à prevenção e controle


de quedas em idosos

Nos conta, Almeida 2010 que,

O processo de envelhecimento cursa com frequência com doenças


crônicas, incapacidades, perdas de papéis e isolamento social. Essas e
outras condições adversas que acompanham grande contingente
daqueles que envelhecem impõem desafios a serem equacionados pela
sociedade em geral, com destaque para gestores, administrações de
serviços sociais e de saúde e, equipe interprofissional (p. 131)

Diante do exposto, identifica-se a demanda da população idosa por cuidados no


que se refere às quedas. Os programas de reabilitação nessa área envolvem
preferencialmente ações integradas e executadas por uma equipe interprofissional,
incluindo o terapeuta ocupacional, e tem como objetivo comum e principal evitar o
escalonamento de incapacidades funcionais, as quais geram perda de independência e
autonomia.

Tendo em vista a restrição que as quedas impõem ao universo ocupacional e a


capacidade funcional do indivíduo, as intervenções da terapia ocupacional visam
prevenção e controle de quedas e envolvem, basicamente, apoio, orientações e
acompanhamento aos idosos, seus familiares e cuidadores para realização de
adaptações comportamentais, ambientais e/ou adoção de tecnologia assistiva
(Almeida, 2004). Essas intervenções compõe conjunto de ações a serem
empreendidas por esse profissional com propósito maior de promoção dos direitos de
cidadania, de inclusão e participação social de idosos (Almeida, 2011).

Um dos princípios fundamentais para a efetividade das ações do terapeuta


ocupacional refere-se ao estabelecimento de um vínculo entre o profissional e o idoso.
A partir do qual é possível dar prosseguimento a intervenção, realizar a avaliação do
ambiente, discutir com o idoso, seus familiares e cuidadores, eleger as prioridades,
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planejar as ações a curto, médio e longo prazo, efetuar a modificação ambiental,


orientar e treinar idosos nas atividades de vida diária, monitorando o caso e realizando
novas avaliações sistemáticas (Barreto e Tirado, 2002).

As orientações devem focar-se na adaptação de comportamentos e hábitos que


possam oferecer riscos à segurança, como por exemplo, subir em escadas ou cadeiras
para pegar objetos no alto e o uso de sapatos inadequados e que possam predispor às
quedas. É importante o idoso desenvolver o autocuidado, reconhecer a importância de
observar o ambiente no qual está inserido e evitar atividades de risco desnecessárias.
Ainda, faz parte ressaltar ao idoso a importância da realização das atividades de lazer,
uma vez que possibilitam uma vivência intergeracional, exercício físico, comunicação e
modificam o comportamento (Barreto e Tirado, 2002).

O uso da tecnologia assistiva é recomendado no momento em que as atividades


de rotina forem muito complexas e suas realizações dificultadas. Assim, poderão ser
adaptadas, preservando a independência e a rotina do idoso. Os equipamentos podem
ser usados para facilitar a alimentação, como engrossadores de cabo de talheres; a
higiene, como adaptadores para escovas (de dentes e de cabelos) e a mobilidade,
como andadores e bengalas (Barreto e Tirado, 2002). Assim, faz parte das ações da
terapia ocupacional introduzir no dia a dia do idoso o uso das tecnologias assistivas,
quando necessário, e orientar e treinar a sua utilização.

Terapeutas ocupacionais são capacitados e reúnem experiência no que se


refere ao ambiente das residências e as possíveis mudanças que devem ser feitas
visando a remoção dos perigos ali oferecidos. Quando sua remoção não for possível,
cabe ao profissional orientar o sujeito a respeito da maneira mais segura de lidar e
conviver diante daquele risco (Cumming, et. al. 1999). A visita domiciliar permite não só
a observação e alteração dos riscos existentes como também o conhecimento das
reais condições de vida do sujeito e, consequentemente, adaptar as orientações de
acordo com suas verdadeiras necessidades (Pardessus, 2002), o que revela a
importância de se conhecer de fato o contexto domiciliar.
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A adaptação ambiental deve, sempre que possível, ser realizada junto com o
idoso, com o objetivo de ouvir suas demandas e sugestões diante das mudanças. As
orientações a serem feitas dirigem-se não só aos idosos, como também a seus
familiares e/ou cuidadores visando à prevenção de acidentes domésticos. A adaptação
do ambiente não é simplesmente uma técnica, e sim, um processo relacionado à
adaptação interna do idoso e que define seu desempenho funcional (Barreto e Tirado,
2002).

Devido à necessidade de enfrentamento e redução de quedas de idosos, e o


papel dos terapeutas ocupacionais, voltado a essa finalidade, propõem-se levantar
junto a esses profissionais conhecimentos e experiências no que se refere à prevenção
e controle de quedas em idosos, e as possíveis articulações entre suas intervenções e
aquelas conduzidas pelos demais profissionais da equipe interprofissional.
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2. OBJETIVO GERAL

Identificar as contribuições da Terapia Ocupacional na prevenção e controle de


quedas em idosos.

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Foi realizado estudo de natureza qualitativa, do tipo exploratório e descritivo.


Ressalta-se que os dados qualitativos “(...) trazem para o interior da análise, o subjetivo
e o objetivo, os atores sociais e o próprio sistema de valores do cientista, os fatos e os
significados, a ordem e os conflitos” (Minayo, 1993 apud Almeida, 20091).

3.2 População alvo e critérios de inclusão

A população do estudo é composta por terapeutas ocupacionais que atuaram ou


ainda atuam nos âmbitos da assistência, ensino e/ou pesquisa nas áreas de geriatria e
gerontologia, que demonstrem interesse em participar do estudo, expresso em termo
de consentimento.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação de questionário não


presencial, enviado por correio eletrônico aos terapeutas ocupacionais participantes do
estudo.
O questionário versou sobre: ano que foi concluída a graduação em terapia
ocupacional, universidade pela qual se graduou, áreas de atuação profissional,
formação continuada, período no qual o profissional atuou ou ainda atua nas áreas de

1
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2a ed. São Paulo:
Hucitec Abrasco, 1993.
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geriatria e gerontologia, âmbitos de atuação na área, descrição de experiências de


atuação individuais e compartilhadas com demais membros das equipes com o tema
quedas em idosos, nos âmbitos da assistência, gestão, ensino e/ou pesquisa e
desafios referentes à atuação nessa temática.

3.4 Forma de análise de resultados

Os resultados foram analisados em seu conteúdo, por meio da técnica de


análise temática (Minayo, 1993 apud Almeida, 20092). A análise temática “consiste em
descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença ou
frequência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico visado” (Minayo, 1993
apud Almeida, 2009²). Foi tomado como referência para análise do conteúdo, as
variáveis previamente definidas, correspondentes às questões contidas no
questionário, admitindo além destas variáveis não previstas (Almeida, 2011).

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MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2a ed. São Paulo:
Hucitec Abrasco, 1993.
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4. RESULTADOS

Quadro 1 - Caraterização de participantes quanto ao tempo e local de formação,


natureza da instituição e formação continuada.

Tempo de formação N° %

Até 3 anos 3 21,4%

De 3 a 10 anos 6 42,8%

Acima de 10 anos 5 35,7%

Local de formação N° %
(Estado)

São Paulo 12 85,6%

Minas Gerais 1 7,1%

Espírito Santo 1 7,1%

Natureza da instituição N° %

Pública 11 78,5%

Privada 3 21,4%

Formação continuada N° %

Lato Sensu 13 92,8%

Stricto Sensu 5 35,7%

A maioria dos entrevistados tem três ou mais anos de formados (78,5%). Todos
os participantes da pesquisa graduaram-se por universidades localizadas na região
Sudeste do Brasil, notadamente no estado de São Paulo. A grande maioria concluiu
sua graduação em universidades públicas. Quanto à formação continuada, concluída
ou em andamento, destaca-se que 4 participantes (28,5%) referem os dois tipos de
formação (lato e stricto sensu).
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Quadro 2 - Caracterização dos participantes quanto à atuação em diferentes


contextos assistenciais, populações atendidas e âmbitos de atuação.

Contextos assistenciais N° %

Hospital 5 35,7%

● Ambulatório hospitalar 2 14,2%

Atenção Básica 2 14,2%

● Núcleo de Apoio à Saúde da Família 3 21,4%

Home Care 2 14,2%

População atendida N° %

Criança 4 28,5%

Adulto e Idoso 6 42,8%

Idoso 14 100%

Pessoa com deficiência 10 71,4%

Pessoa com sofrimento psíquico 3 21,4%

Âmbitos de atuação N° %

Assistencial 14 100%

Gestão de serviços/equipes 5 35,7%

Ensino/pesquisa 6 42,8%

Em resposta ao questionamento sobre a área de atuação, parte dos


profissionais se referiu aos contextos enquanto outros se referiram às populações
atendidas. A assistência em contextos hospitalares foi citada com maior frequência
pelos respondentes. Assim como 100% dos participantes disseram atuar com a
população idosa. Dez participantes (71,4%) têm até dez anos de atuação com essa
população enquanto que 4 (28,5%) tem mais de dez anos de atuação nas áreas de
geriatria e gerontologia.
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A atuação na área de Saúde Pública foi citada por 1 profissional (7,1%) e na


lógica da promoção da saúde, por 2 respondentes (14,2%).

No que se refere aos âmbitos de atuação, 4 participantes (28,5%) disseram


atuar em todos os âmbitos (ensino, pesquisa, assistencial e de gestão).

Quadro 3 – Experiência com a questão das quedas de idosos nos diferentes


âmbitos

Âmbitos N° %

Assistencial 14 100%

Gestão de 4 28,5%
serviços/equipes

Ensino/pesquisa 5 35,7%

A totalidade dos participantes atua com a questão das quedas em idosos no


âmbito assistencial, mais da metade (64,3%) atua em mais de um âmbito e três deles
abordam a questão em todos eles sugerindo que o tema convoca os terapeutas a
abordá-los com distintas populações (idosos, familiares, alunos e profissionais) e em
diversas situações (serviços, salas de aula, eventos entre outras).

Ações realizadas tanto pelo terapeuta ocupacional quanto pelos demais


profissionais nos diferentes âmbitos

Âmbito assistencial:

Treze participantes (92,8%) disseram realizar algum tipo de orientação a idosos.


Foram identificadas: orientações gerais aos idosos e familiares quanto à prevenção de
quedas (92,8%), quanto a adaptações ambientais (78,5%), em relação a
comportamentos que propiciam as quedas (14,2%), e voltadas a manutenção ou
melhora da capacidade funcional (7,14%). Alguns respondentes mencionam ainda o
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veículo ou local onde prestam suas orientações, assim 02 participantes (14,2%)


disseram realizar as orientações através de cartilhas e três (21,4%) realizam
orientações como parte de sua atuação em ambulatório hospitalar, específico para
prevenção de quedas.

Todos os participantes realizam algum tipo de avaliação sendo elas: Avaliações


não especificadas do ambiente (92,8%), de equilíbrio e desempenho funcional (28,5%),
de aspectos cognitivos (14,2%) e de fatores de risco intrínsecos (7,1%). Poucos
participantes mencionam avaliações padronizadas, sendo elas o Mini exame do estado
mental (14,2%), Geriatric Depression Scale (GDS) (14,2%), Escala de eficácia de
quedas (FES I) (7,1%).

No tocante às formas de intervenção nas quedas de idosos, metade dos


participantes menciona intervir através de grupos, sendo que 06 participantes (42,8%)
realizam grupos voltados para prevenção de reincidência de quedas, 02 participantes
(14,2%) realizam grupo de Dança Sênior, 01 (7,14%) afirmou realizar grupo com
orientações quanto ao aspecto cognitivo, 01 (7,14%) conta promover o Grupo Balance
que envolve a prática de exercícios e conscientização corporal, além de adaptações e
orientações. Um participante (7,14%) afirma desenvolver grupo para adaptações
ambientais e 01 (7,14%) diz realizar também encaminhamentos para outros grupos de
acordo com a demanda do idoso.

O cotidiano também se configura para parte dos respondentes (42,8%), como


alvo de atenção na prevenção e combate das quedas em idosos. Cinco participantes
(35,7%) propõem adequações nas atividades realizadas pelo idoso e 01 (7,1%) diz
realizar a solicitação de equipamentos de auxílio.

Outras formas de intervenção mencionadas foram: atividades para estimulação


da memória (7,1%) e Qi Kung (práticas integrativas) (7,1%). Alguns profissionais não
especificam sua forma de atuação, mas apenas que se desenvolvem como parte das
ações de reabilitação (21,4%), das visitas domiciliares (14,2%) e em ambulatório
especializado de prevenção de quedas (21,4%).
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Âmbito de gestão de equipes e/ou serviços:

Três participantes (21,4%) contaram que realizam capacitação a respeito do


tema, tanto para agentes comunitários de saúde e cuidadores quanto para própria
equipe; três respondentes (21,4%) citaram a participação em reuniões
multiprofissionais nas quais abordam o tema; dois (14,2%) orientam as equipes quanto
à prevenção das quedas; dois (14,2%) disseram gerenciar os episódios de queda
dentro das instituições nas quais atuam ou atuaram e também, realizar ações voltadas
para a prevenção de quedas nesses locais; 1 participante (7,1%) relatou realizar
matriciamentos, 1 (7,1%) conta que discute o tema em fóruns de rede e também 01
(7,1%) realizou campanhas voltadas para a prevenção de quedas.

Âmbito do ensino/pesquisa:

No que se refere ao ensino, 04 profissionais (28,5%) disseram ser


orientadores/supervisores de estagiários e residentes e um (7,1%) diz ainda promover
a capacitação de alunos e residentes para o uso de instrumentos de avaliação
específicos. Dois participantes (14,2%) disseram que ministram aulas a respeito do
tema e apenas 01 (7,1%) afirma elaborar material educativo, realizar tutoriais e atuar
também como palestrante.

No que se refere à pesquisa, 04 terapeutas (28,5%) disseram participar no


desenvolvimento de projetos que abordam o tema, 1 (7,1%) diz atuar no
desenvolvimento de cartilhas sobre a prevenção de quedas, e 01 (7,1%) refere ter
atuado em comitês e em organização de eventos. Esse mesmo participante foi o único
que afirmou realizar avaliação de efetividade de programas preventivos.
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Quadro 4 – Áreas com as quais os profissionais de terapia ocupacional


mencionam realizar ações compartilhadas no enfrentamento das quedas de
idosos

N° %

Fisioterapia 13 92,8%

Enfermagem 10 71,4%

Medicina 8 57,1%

Nutrição 7 50%

Fonoaudiologia 7 50%

Psicologia 4 28,5%

Farmácia 3 21,4%

Educação Física 2 14,2%

Agentes Comunitários de 2 14,2%


Saúde

Assistência Social 2 14,2%

Técnico em enfermagem 1 7,1%

Musicoterapia 1 7,1%

Arquitetura 1 7,1%

Um participante (7,1%) diz atuar junto a profissionais de 10 áreas distintas, 01


(7,1%) atua com profissionais de cinco áreas diferentes entre si, 05 participantes
(35,7%) compartilham ações com 5 especialidades diferentes da sua mas não
necessariamente diferentes em si, 03 terapeutas ocupacionais (21,4%) intervém em
conjunto com profissionais de 4 outras áreas, 02 respondentes (14,2%) trabalham junto
a 3 profissionais de outras áreas e 02 terapeutas ocupacionais (14,2%) disseram atuar
com outros 2 profissionais distintos. Depreende-se que grande parte dos terapeutas
(35,7%) interage com cinco profissões distintas nas intervenções que envolvem o tema.
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Quadro 4 - Desafios

Desafios encontrados N° %
nas equipes
profissionais

Necessidade de 5 35,7%
investimento maior na
prevenção do que na
reabilitação após a queda.
Alerta para as
consequências das quedas
e para medidas de
segurança nas atividades

Necessidade de maior 4 28,5%


aprofundamento em
relação a multifatoriedade
do tema

Necessidade de melhora 5 35,7%


no acompanhamento
sistemático de idosos e
inclusão de protocolos
para intervenções após
quedas

Necessidade de trabalho 5 35,7%


multiprofissional mais
integrado, com melhora na
articulação dos serviços e
reconhecimento da
intervenção da Terapia
Ocupacional

Desafios encontrados na N %
população °

Sedentarismo 1 7,1%

Dificuldade de adesão às 4 28,5%


mudanças no
comportamento e de
reconhecimento dos riscos
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Desafios encontrados no N° %
território

Pobreza 1 7,1%

Falta de acessibilidade 4 28,5%


urbana (buracos nas vias,
desníveis, escadas mal
planejadas, etc).

Todos os participantes alegaram que há desafios a serem superados no


combate às quedas, sendo a maioria deles vivenciada dentro das equipes
multiprofissionais como pouca articulação e integração entre profissionais e serviços.
21

5. DISCUSSÃO

A grande maioria dos participantes (92,8%) tem formação continuada, sendo


que parte deles em nível de pós graduação stricto sensu. A capacitação de recursos
humanos especializados na área gerontológica constitui-se importante estratégia para
o enfrentamento dos desafios atuais do envelhecimento. Através da formação
qualificada, o profissional poderá intervir em diferentes níveis de atenção junto a essa
população, incluindo a promoção da saúde, manutenção e melhora de sua
funcionalidade e autonomia (Almeida et al, 2010).

A assistência em contextos hospitalares, citada por aproximadamente 50% dos


respondentes justifica-se devido às relevantes contribuições da terapia ocupacional e
grande frequência de idosos nesse cenário, pela fragilidade que acomete parcela
significativa dessa população. Em estudo realizado por Santos e De Carlo (2013) vê-
se que as intervenções do terapeuta ocupacional proporcionam aos pacientes
internados melhor enfrentamento da situação de adoecimento, maior independência,
funcionalidade e qualidade de vida. Ainda, essas intervenções favorecem a retomada
da vida cotidiana e também a participação social do sujeito.

A atenção em relação às quedas em idosos é prestada por 100% dos


entrevistados no âmbito assistencial, o que nos mostra o quanto essa condição afeta a
população idosa. Segundo Feldman & Chaudhury, (2008), questões relacionadas às
quedas constituem-se como o principal problema vivenciado por essa população. Em
consonância com o envelhecimento, os déficits passam a progredir lentamente e
acabam passando despercebidos por muitos idosos (Mello, 2007) contribuindo para a
alta recorrência de quedas.

O tema em questão também foi abordado por uma quantidade considerável de


participantes no âmbito do ensino de graduação e pós-graduação, bem como, da
pesquisa (35,7%). O preparo do profissional para atuar na prevenção e controle das
quedas de idosos faz-se necessário diante do impacto que as quedas têm na vida
dessa população, de suas famílias e da sociedade em geral. Segundo Silva (2012), as
22

quedas constituem-se um problema de saúde pública, acarretando um enorme custo


para a sociedade tendo em vista sua alta incidência e as complicações geradas à
saúde (Silva, 2012). Considera-se ainda que os terapeutas ocupacionais exercem
papel relevante para prevenção e controle de quedas, ao objetivarem e produzem
intervenções voltadas a manutenção ou melhora da capacidade funcional,
independência, autonomia e participação social. Nessa perspectiva as atividades de
ensino e pesquisa são estratégias fundamentais para o desenvolvimento e
aprimoramento desse papel.

Quanto às intervenções realizadas pelos terapeutas ocupacionais no que se


refere à questão das quedas no âmbito assistencial, observou-se que as mais citadas
foram caracterizadas como orientações, avaliações e realizações de grupos.

As orientações não se limitam apenas ao idoso, elas se estendem também ao


cuidador e aos familiares. As principais orientações comentadas pelos entrevistados
referem-se à prevenção de quedas e adaptações ambientais.

As orientações oferecidas sobre a prevenção das quedas alertam para seus


riscos e consequências. Segundo Silva et. al. (2014),

“o conhecimento em relação aos fatores causais relacionados à


queda constitui condição necessária e antecede as ações do
indivíduo para sua prevenção. As ações educativas constroem a
base para a promoção da saúde e podem auxiliar na prevenção de
quedas em pessoas idosas, aumentando a capacidade dos
indivíduos de tomar decisões relativas a comportamentos que
influenciarão no risco de cair.” (p. 143)

As orientações quanto à adaptação ambiental vêm como meio também de


prevenir a incidência e/ou recorrência de novas quedas. Os terapeutas ocupacionais
possuem no escopo de suas ações, meios para propor possíveis mudanças que
reduzam os riscos no ambiente.
23

Em estudo realizado por Cavalcante et. al. (2015), grande parte das quedas
analisadas foram decorrentes da diversidade da superfície do solo, convocando o
terapeuta ocupacional a pensar no planejamento do ambiente, tanto residencial quanto
urbano. Os profissionais da saúde, cuidadores e familiares também devem estar
atentos quanto à adaptação ambiental a fim de evitar a ocorrência de quedas
(Cavalcante, et. al 2015).

Como foi visto, as avaliações compõem as intervenções dos profissionais. As


que mais foram mencionadas (92,8%) referem-se ao ambiente. Através da visita
domiciliar, consegue-se perceber o contexto vivido por cada pessoa e como ela está
inserida nele. A visita se torna um instrumento importante para a intervenção adequada
do usuário. Ainda, é possível entender a dinâmica familiar e os vínculos existentes
(Fonseca, 2016) fatores importantes para que a avaliação e intervenção sejam
eficazes.

Corroborando as ações dos participantes, em estudo realizado por Smith et. al.
(2017), identificou-se que baixo desempenho cognitivo aumenta o risco do sofrimento
de quedas, uma vez que a percepção dos riscos diminui e há um aumento da
desorientação espacial. Outro estudo, realizado por Lipardo et. al. (2017) conclui que
exercícios, quando associados ao treinamento cognitivo, tem efeito sobre a redução de
quedas, uma vez que essa combinação melhora fatores específicos associados às
quedas, como o equilíbrio.

Praticamente metade dos respondentes (42,8%) disse utilizar os grupos como


intervenção frente à prevenção de quedas. A ação através dessa modalidade é
positiva, segundo Samea (2008), a abordagem grupal configura-se como um
dispositivo, um espaço promotor de encontros, trocas, questionamentos, partilhas,
identificações e confrontos. Dessa maneira, orientações e conversas assumem um
impacto diferente sobre os idosos.

No universo da reabilitação, o espaço grupal, pode gerar perspectivas


inovadoras e a produção de novos sentidos e re-significações para os
participantes. A possibilidade da elaboração de alguns limites e obstáculos, de
forma coletiva, e a vivência concreta de potencialidades oferecem aos sujeitos a
24

oportunidade de maior conhecimento e apropriação de si mesmo, de sua


condição e da realidade. Como lugar de diálogo, os grupos podem promover a
construção de novas relações, na direção de maior autonomia e criação (Samea
2008).

Como afirma Almeida et. al. (2016), a participação de idosos em grupos com
ênfase na promoção da saúde gera bem estar aos mesmos na medida em que esses
grupos contribuem para troca de experiências e favorecem a conscientização para a
importância do autocuidado. Ainda, percebeu-se que idosos que participam de grupos
de promoção da saúde são incentivados a sair mais de casa, conhecer mais pessoas,
a ter maior autonomia e a apresentar maior cuidado diante do seu bem estar físico,
mental e social.

Em se tratando das intervenções multiprofissionais, a quase totalidade (92,8%)


dos terapeutas ocupacionais respondentes disseram compartilhar ações junto a
fisioterapeutas. O processo de envelhecimento é progressivo e dinâmico, caracterizado
por alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Ainda, há
alterações anatômicas, como as mudanças na postura do tronco, o enrijecimento das
articulações (que limita a flexibilidade e a movimentação), alterações no equilíbrio e
marcha, diminuição da força, da excitabilidade neural e da propriocepção (Fonseca,
2016). Todas essas questões são influenciadoras das quedas e mostram sua
multifatoriedade, indicando que apenas o cuidado uniprofissional não é suficiente.

Como afirma Peduzzi et. al. (2013), profissionais com diferentes formações na
área da saúde articulam seus saberes específicos entre si na organização do trabalho,
o que possibilita o compartilhamento das ações, nos moldes de uma prática
colaborativa. No que se refere à temática das quedas, o compartilhamento dos saberes
e das ações impulsiona a intervenção, atingindo uma eficácia maior do que a que se
teria caso o trabalho fosse uniprofissional. Dessa forma, é possível que o cuidado ao
idoso seja muito mais amplo e abrangente.

O trabalho multiprofissional aparece mais uma vez, quando é perguntado aos


participantes a respeito dos desafios a serem enfrentados. A maioria deles é
25

encontrada dentro das equipes, indicando a complexidade do trabalho envolvendo


diversas profissões da área da saúde. Segundo estudo realizado por Peduzzi et. al.
dentre as dificuldades a serem enfrentadas pelas equipes multiprofissionais, encontra-
se a ausência do conhecimento do papel/trabalho dos demais membros, conflitos frente
a abordagem que deve ser tomada diante de determinado caso, atribuição de valores
desiguais para especificidades e saberes técnicos, entre outras. Assim como foi
apontado pelos terapeutas respondentes desse presente estudo.
26

6. CONCLUSÕES

O presente estudo teve como objetivo principal identificar as contribuições da


Terapia Ocupacional na prevenção e controle de quedas em idosos, por meio de ações
uniprofissionais e compartilhadas, nos diferentes âmbitos de atuação, não se
restringindo ao assistencial, além dos desafios enfrentados. As formas de intervenção
são diversas e amplas e abrangem orientações que não se limitam apenas aos idosos,
mas se estendem aos familiares e cuidadores, adaptações no ambiente domiciliar e as
diversas formas de avaliações.

As intervenções, com muita frequência, são compartilhadas com demais


profissionais, tendo em vista a multifatorialidade do tema. Ações envolvendo diferentes
aspectos e abordagens foram mapeadas e abrangiam aquelas que tinham como foco
aspectos biológicos e funcionais, abordando o equilíbrio e a cognição, mas também
incluíam orientações para prevenção de quedas, por meio de cartilhas educativas
abrangentes, entre outras.

Os desafios relatados eram vivenciados dentro das equipes multiprofissionais,


mas também se referiam a própria população idosa e ao território. No que diz respeito
às equipes, considera-se necessário um investimento maior na prevenção de quedas,
no alerta para suas consequências e no trabalho multiprofissional mais integrado.
Tangente à população específica, a dificuldade é encontrada no sedentarismo e na
adesão às mudanças de hábito recomendadas pelos profissionais. Quanto ao território,
a falta de acessibilidade urbana, caracterizada pelas calçadas desniveladas, buracos
nas vias, escadas mal planejadas, entre outros também foram apontados como
desafios para o enfrentamento do controle e prevenção de quedas.

Reconhece-se que o estudo aqui exposto poderia abranger ainda outras formas
de intervenção caso a amostra de terapeutas ocupacionais participantes fosse maior.
Ainda, houve grande dificuldade de encontrar na literatura trabalhos que abordassem a
utilização de grupos especificamente na prevenção de quedas.
27

Diante do que foi produzido, é possível perceber a importância de novos estudos


voltados a levantar intervenções individuais e grupais a idosos para prevenção de
controle das quedas.
28

7. REFERÊNCIAS

Almeida, M. H. M.; Batista, M. P. P.; Lucoves, K. C. R. G. Reflexões sobre a formação


do terapeuta ocupacional para atuação com pessoas idosas em distintas modalidades
de atenção: contribuições de egressos da USP-SP. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v.
21, n. 2, p. 130-138, maio/ago. 2010.

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em gerontologia: contribuições de docentes de cursos de graduação em terapia
ocupacional no Brasil. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 22, n. 3, p. 289-297,
set./dez. 2011.

Almeida, M. H. M. Elaboração e validação do instrumento CICAc: classificação de


idosos quanto à capacidade para o autocuidado. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, São
Paulo, v. 15, n. 3, p. 112-20, set./dez., 2004.

Almeida, M. H. M. et al. Reflexões sobre a formação. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo,
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Barreto, K. M. L., Tirado, M. G. A. Terapia Ocupacional, capítulo 4. 2002

Borges, G. M., Campos, M. B., Silva, L. G. C. Transição da estrutura etária no Brasil:


oportunidades e desafios para a sociedade nas próximas décadas. IBGE, 2015.

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atendidos em ambulatório de geriatria e gerontologia no distrito federal. Rev. Kairós
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2017

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global/> Acesso em 11 de abril de 2017.

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Samea, M. O dispositivo grupal como intervenção em reabilitação: reflexões a partir da


prática em Terapia Ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 19, n. 2, p. 85-90,
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Santos, C. A. V.; DE CARLO, M. M. R P. Hospital como campo de práticas: revisão


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2012.

Silva, N. S. M. et. al. Conhecimento sobre fatores de risco de quedas e fontes de


31

informação utilizadas por idosos de Londrina (PR). Rev. Kairós; 17(2): 141-151, jun.
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Smith, A. A. et, al, Avaliação do risco de quedas em idosos residentes em domicílio.


Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.25 Ribeirão Preto 2017 Epub 06-Abr-2017.

Tindeiksaar, R. As quedas na velhice – prevenção e cuidados. Ed. Andrei. 2° Edição


2003.

Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e


inovações. Rev Saúde Pública. 2009;43(3):548-54
32

ANEXOS

I. Questionário para terapeutas ocupacionais em relação “Quedas de idosos”

1. Há quanto tempo você concluiu sua formação em Terapia Ocupacional?

______________________________________________________________________

2. Por qual Universidade você se graduou?

______________________________________________________________________

3. Quais foram suas áreas de atuação profissional, desde que se formou?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4. Você possui formação pós-graduada? Descreva

Lato sensu ( )______________________________________________

Stricto sensu ( ) ____________________________________________

5. Há quanto tempo você atua ou por quanto tempo você atuou nas áreas de

geriatria e gerontologia?

_____________________________________________________________________

6. Em qual (is) âmbitos você atua ou atuou nessas áreas?

Assistencial ( ) Gestão de serviços / equipes ( ) Ensino ( ) Pesquisa ( )

7. Em sua experiência profissional em geriatria e gerontologia, você vivenciou ou


33

tem vivenciado a questão das quedas em idosos? Se sim, em quais âmbitos tem

atuado com essa problemática?

Assistencial ( ) Gestão de serviços / equipes ( ) Ensino ( ) Pesquisa ( )

8. Descreva as ações que são realizadas exclusivamente por você em relação às

quedas de idosos nos distintos âmbitos de sua atuação:

Âmbito assistencial:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Âmbito de gestão de serviços / equipes:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Âmbito do ensino:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Âmbito da pesquisa:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

9. Ainda em relação às quedas de idosos, descreva as ações compartilhadas com

outros membros da equipe no distintos âmbitos de atuação e quais são as áreas de


34

especialidade desses profissionais:

Âmbito assistencial:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Âmbito de gestão de serviços / equipes:


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Âmbito do ensino:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

Âmbito da pesquisa:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

10. Você identifica desafios a serem enfrentados para atuação em relação às

quedas de idosos? Comente:

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
35

II. Termo de Consentimento Livre Esclarecido

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

_________________________________________________________________

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL


LEGAL

1.NOME:....................................................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ...................................... SEXO: M □ F □
DATA NASCIMENTO: ......../......../.......
ENDEREÇO:.....................................................................Nº:............APTO:..........
BAIRRO:......................................................................CIDADE:.............................
CEP:........................................TELEFONE:DDD(...........)..........................................
2.RESPONSÁVEL LEGAL: .......................................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.):............................................
.................................................................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE:....................................SEXO: M □ F □ DATA
NASCIMENTO: ....../......./......
ENDEREÇO:.................................................................Nº............... APTO:..........
BAIRRO:................................................................................CIDADE: ..................
CEP:..............................................TELEFONE: DDD (............).............................

_________________________________________________________________

DADOS SOBRE A PESQUISA


1. TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Contribuições da Terapia
Ocupacional na prevenção e controle de quedas em idosos.

PESQUISADORA: Maria Helena Morgani de Almeida


CARGO/FUNÇÃO: Docente do Curso de Terapia Ocupacional da USP
INSCREÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº 1627 - TO
UNIDADE DO HCFMUSP: Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
36

2. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:


RISCO MÍNIMO X RISCO MÉDIO □
RISCO BAIXO □ RISCO MAIOR □

3.DURAÇÃO DA PESQUISA: 01/03/2017 a 31/01/2018

FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Termo de consentimento Livre e Esclarecido

É possível perceber a necessidade de aprofundar-se nos conhecimentos e


experiências dos profissionais de Terapia Ocupacional no que se refere à prevenção
e controle de quedas em idosos e as possíveis articulações entre suas intervenções
e aquelas conduzidas pelos demais profissionais da equipe interprofissional. Através
do presente estudo, intitulado “Contribuições da Terapia Ocupacional na prevenção e
controle de quedas em idosos”, objetivamos: Identificar as contribuições da Terapia
Ocupacional na prevenção e controle de quedas em idosos.

Convidamos o (a) sr (a) a participar deste estudo por atuar como terapeuta
ocupacional no campo da assistência, ensino e/ou pesquisa nas áreas de geriatria e
gerontologia por dois anos mais.

A participação no presente estudo é voluntária, não implicando em despesa de


qualquer espécie ou recebimento de pagamento, e consistirá na aplicação de um
questionário com questões pertinentes ao estudo. O questionário contará com
perguntas voltadas para o ano de formação acadêmica, a universidade pela qual foi
graduado, as áreas de atuação profissional, período no qual atuou ou ainda atua nas
áreas de geriatria e gerontologia, os âmbitos de atuação e as experiências de ações
individuais e compartilhadas com os demais profissionais das equipes de atenção às
quedas em idosos e ainda os desafios encontrados referentes à atuação nessa
temática. A duração para resposta ao questionário é de aproximadamente 30
minutos.
37

A participação nesta pesquisa prevê risco mínimo, visto que a mesma pode
gerar desconforto ou constrangimento ao responder as questões do questionário, fato
que poderá ser contornado mediante as orientações realizadas pelo pesquisador
responsável.

Através desse estudo almejamos produzir contribuições para a prática


profissional do terapeuta ocupacional na atenção às quedas em idosos. Pretendemos
divulgar os resultados obtidos, após a conclusão da pesquisa, em publicações e
eventos científicos, mantendo seu nome em sigilo.

Salientamos ainda que o (a) sr (a) terá acesso, a qualquer momento, às


informações referentes aos objetivos, procedimentos, resultados parciais, riscos e
benefícios relacionados à pesquisa e, inclusive para solucionar eventuais dúvidas.

Sendo sua participação voluntária, poderá retirar seu consentimento e sair do


estudo em qualquer ocasião, sem que isso lhe cause prejuízo de nenhum tipo.

Se você possuir alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre


em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) Av. Dr.

Arnaldo, 251 - 21º andar - sala 36. Cerqueira César - São Paulo – SP. CEP: 01246-
000. Fone/Fax: 55+11+3893-4401/4407. E-mail: cep.fm@usp.br
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li
ou que me foram lidas, descrevendo o estudo “Contribuições da Terapia Ocupacional
na prevenção e controle de quedas em idosos”.

Afirmo que discuti com a pesquisadora a minha decisão de participar neste


estudo, estando esclarecido sobre os objetivos, procedimentos, riscos e garantia de
confidencialidade. Está claro que a minha participação é isenta de despesas e que
tenho direito ao acesso das informações do estudo. Diante disso, concordo
voluntariamente em participar deste estudo, havendo a possibilidade de retirar o meu
consentimento a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízos.

___________________________________________________ Data __/__/__

Assinatura do sujeito da pesquisa


38

(Somente para os responsáveis pelo projeto)

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e


Esclarecido deste indivíduo ou representante legal para a participação neste estudo.

___________________________________________________ Data __/__/__


Assinatura do responsável pela pesquisa

Pesquisadora responsável: Profa Dra. Maria Helena Morgani de Almeida


Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP Rua
Cipotânea, 51. Cidade Universitária. Butantã. São Paulo – SP.
CEP. 05083-160.

Tel: (11)3091-7457

___________________________________________________ Data __/__/__


Assinatura do responsável pela pesquisa

Pesquisadora executante: Isabela Maria Frangoulidis Trindade


Rua Oscar Freire, 1221 – Jardim Paulista – São Paulo – SP.
Tel: (11) 99277-3986

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