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37 Capitulo 12 Demonstracées contabeis e financeiras 12.1» DEMONSTRACOES CONTABEIS OBRIGATORIAS 12.1.1 Segundo a Lei das Sociedades por Acdes (Lei n® 6.404/1976) ‘Segundo o disposio no art. 176 da Lei das S/As, a companhia deverd, ao fim de cada exercicio laborar, com base na escriturago mercantil da companhia, as seguintes demonstracdes contabsis, que deverao exprimir com clareza a situago do patriménio da companhia e as muta- ges ocorridas no exercicio: |. Balango Patrimonial (BP). Il. Demonstracao dos Lucros ou Prejuizos Acumulados (DLPA). Ill, Demonstragao do Resultado do Exercicio (DRE). IV. Demonstragao dos Fluxos de Caixa (DFC). V. Demenstragéo do Valor Adicionado (DVA), caso seja companhia aberta. EEE | 2) Acompanhia fechada, com Patriménio Liquido, na data do balanco, inferior a RS 2.000.000,00 || Gois milhoes de reais) ests dispensada da elaboracao ¢ publicagao da DFC. b) A DLPA poderd ser incluida na Demonstragao das Mutagées do Patriménio Liquido (OMPL), || seelaborada e publicada pela companhia. Ainda segundo a mesma lei, as demonstracdes serao complementadas por Notas Explica- tivas outros quadros analiticos ou demonstragdes contabeis, necessarios para esclarecimento da situagao patrimonial e dos resultados do exercicio. aa Contabilidade Basica GEXA. respondentes das demonstragdes do exercicio anterior. 2. Nas demonstragdes, as contas semelhantes poderaio ser agrupadas; os pequenos saldos | 1. As demonstragées de cada exercicio serio publicadas com a indicagao dos valores cor- I poderio ser agregados, desde que indicada a sua natureza ¢ no ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilizagao de designacées genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”, 3. As demonstracées financeiras registrarao a destinacao dos lucros segundo a proposta dos rgaos da administragao, no pressuposto de sua aprovagio pela assembleia-geral 1241 |, aprovado por meio do NBCT 26 (R2) O conjunto completo de demonstragdes contabeis inclui: a) Balango Patrimonial ao final do periodo (BP) b) Demonstracéo do Resultado do periodo (DRE) c) Demonstragao do Resultado Abrangente do periodo (DRA). d) Demonstraco das Mutagdes do Patriménio Liquido do periodo (DMPL), e) Demonstragao dos Fiuxos de Caixa do perlodo (DFC). f) Demonstragao do Valor Adicionado do periodo (DVA), conforme NBC TG 09 - Demonstra- 99 do Valor Adicionado, caso seja exigido legalmente ou por algum érgao regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente. 9) Notas Explicativas (NE), compreendendo um resumo das politicas contabeis significativas © outras informacées explanatrias. h) Balango Patrimonial (BP) no inicio do periodo mais antigo comparativamente apresentado quando a entidade aplica uma politica contabil retrospectivamente ou procede a reapre- sentagao retrospectiva de itens das demonstragées contabeis, ou ainda quando procede a reclassificagao de itens de suas demonstragées contabeis ‘A DRA pode ser apresentada em quadro demonstrative proprio ou dentro das mutagdes do Patriménio Liquido. Percebe-se que 0 conjunto das demonstragoes contabeis, de acordo com as Normas Brasi- leita de Contabilidade, ¢ praticamente coincidente com o preceituado pela Lei das S/As. As dife- rengas sao: a) A exigéncia da Demonstragao dos Lucros e Prejuizos Acumulados (DLPA) é substituida Pela Dernonstra¢ao das Mutagées do Patrimonio Liquido (DMPL). b) Acxigéncia da elaboracao da DRA. Essa Demonstragao indica todas as mulagées do Patri- ménio Liquido que nao decorreram de transagées com sécios ou acionistas da companhia e inclui no apenas receitas e despesas (que resullam de transagées com terceiros), mas também outras mutagdes que impactaram diretamente o Patriménio Liquido da companhia sem transitar pelas contas de resultado, conforme sera explicado em item proprio. ©) ADFC deve ser elaborada por todas as sociedades ¢ estas podem apresentar voluntaria- mente a DYA. Capitulo 12 Demonstiagdes contabeis ¢ financeitas 375 12.1.3. Segundo as exigéncias do Fisco Federal para as sociedades tributadas com base no Lucro Real em relacao ao perfodo de apuracao do imposto |. BP. II. DRE, que para fins tributdrios 6 denominada Demonstrago do Resultado do Periodo de Apuragao. MW, DLPA, | || Periodo de Apuracio representa o prazo pelo qual os contribuintes devem apurar a base de | calculo dos tributos incidentes sobre o lucro [Imposto de Renda das Pessoas Juridicas (IRP)) e Contribuigio Social sobre o Lucro Liquido (CSLL)] pelas regras da legislacao tributiria federal. Consulte a respeito o livro Contabilidade avangada, de nossa autoria. we 12.2 A estrutura do Balanco Patrimonial (BP), a partir dos exercicios findos em 31 de dezembro de 2008 (inclusive) é a estabelecida pela Lei n® 11.941/2009, que modificou o art. 178 da Lei das S/As: Quadro 12.1. Balanco Patrimonial Ativo ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE ATIVO NAO CIRCULANTE PASSIVO NAO CIRCULANTE Ativo Realizdvel a Longo Prazo (ARLP) | PATRIMONIO LIQUIDO Investimentos Capital Imobilizado Reservas Intangivel Outros Resultados Abrangentes Contas redutoras TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO + PL 12.2.1 Contas do Ativo Serao classificadas do seguinte modo: |. No Ativo Circulante (AC): as disponibilidades, os direitos realizaveis no curso do exercicio social subsequente ¢ as aplicagées de recursos em despesas do exercicio seguinte. I No Ativo Realizével a Longo Prazo (ARLP): 08 direitos realizdvels apds 0 término do exerc!- cio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos @ eA sociedades coligadas ou conttoladas, dirolores, acionistas ou participantos no luero da Companhia, que nao constitulrem Negocios ustiais na oxpleragtio do objeto cla companhia, Nl. Em Investimentos: as participagdes fixes ou permanontes om oulras sociodades 0 08 diroitos de qualquer natureza, ndo classificavois no Ativo Circulanto, © quo nao so dostinom a Manutengao da atividade da companhia ou da emprosa. IV. No Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bons corpéroos destinadlos & manuten- ¢80 das atividades da companhia ou da empresa oul exercides com ossa finaliciado, inclu- sive 08 decorrentes de operagdes que transfiram & companhia os bonolicios, riscos © controle desses bens. \._No intangive': os direitos que tenham por objeto bens incorpéreos destinadios A manutengao da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Nas empresas em que o ciclo operacional tiver duracao superior ao clo exercicio social, a classificagdo no Circulante ¢ Nao Circulante (Ativo e Passivo) tera por base o prazo desse ciclo. Define-se ciclo operacional como o prazo decorrido entre a aquisicao de ativos para produgao ou comercializacao e sua transformagio em caixa ou equivalentes-caixa. Por exemplo, socie= dades que produzem maquinas e equipamentos cle grande porte que demandam mais de um ano para sua fabricacio e comercializagdo possem o ciclo operacional superior ao prazo do exercicio social. intabiliddade Basiea ¥ 12.2.1.1 Alivo Circulante contas tipicas desse grupo: a) Caixa: numerario existente na tesouraria da sociedade. b) Bancos Conta Movimento: depésitos a vista da sociedade em instituigdes financeiras. c) Instrumentos Financeiros de Curto Prazo: ativos financeiros destinados a negociagao, dis- poniveis para venda ou cujo prazo de vencimento seja inferior a 90 dias, tais como: quotas de fundos de investimentos, depésitos a prazo (Certificados de Depésitos Bancarios ~ CDB), contas de poupanga, exceto agées etc. 9) Recebiveis de Curto Prazo: so créditos decorrentes de vendas cujo prazo de vencimento seja de até um ano da data de transagao. @) Estoques: de Mercadorias (empresas comerciais), de Matérias-primas, de Produtos em Elaboragao e Produtos Acabados (empresas indusiriais) e de Servigos em Andamento (empresas prestadoras de servigo) f) _ Instrumentos Financeiros em geral: instrumentos financeiros que a entidade pretende man- ter até 0 vencimento, cujo prazo seja superior a 90 dias @ inferior a 360 dias e acdes adqui- ridas em bolsa de valores sem intengao de permanéncia. 9) Despesas do Exercicio Seguinte ~ despesas ja pagas, mas que devem ser reconhecidas pelo regime de competéncia no exercicio social seguinte (ver Capitulo 11, Item 11.3). h) Outras, tais como Adiantamento a Empregados, Adiantamento a Fornecedores etc. (ver Capitulo 11, Item 11.1). lo 12 Demonstragdes contibeis e financeinas WA 7 Ha também contas redutoras do Alive Circulanto (voja 0 Captlulo 11, Subllorn 11.7.3): a) Perdas Provaveis ou Estimadas de Ajuste com Créditos co Liquidagéo Duvidosa b) Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajusto para Redugao clo Bons ao sou Valor lo Morcado. ¢) Perdas Provaveis ou Estimadas de Perdas com Desvalorizagiio do Ativos, Essas contas redutoras também eram chamadas Provis6os, mas a partir da emissao do Pro- nunciamento Técnico CPC n° 25, 0 termo provisées so rofere ospecilicamento a Passivos cujo valor ou prazo so estimados. Essas conlas doravante devordo ser denominadas Perdas Prova- veis ou Estimadas (ver ja mencionado Subitem 11.7.3 do Capitulo 11). A legislagao do IRPJ, no art. 59 da Lei n’ 12,973, de 2014, que adaptou a legislagao tributéria federal as Normas da Contabilidade Internacional, dispds: 59 — Para fins da legislagaio tributdria federal, as referencias a provisdes alcangam as perdas estimadas no valor de alivos, inclusive as decorrentes do sua redu- 80 a0 valor recuperdvel. Dessa forma, para fins tributérios as Perdas Provaveis ou Estimadas de Ativos continuaram a ser tratadas e consideradas como Provisées redutoras do alivo. — SEE 7 : 1. Os depésitos bancérios a vista ¢ 0s instrumentos financeiros de curto prazo sio clenomina- dos equivalentes-caixa, como se ver mais adiante na explicagio da Demonstragao do Fluxo de Caixa (DFC), ¢ as sociedacles costumam agrupé-los em uma conta sintética deno- minada Disponivel. 2. Na medida em que os prestadlores dle servigo tenham estoques de servigos em andamento, devem mensuri-los pelos custos de sua produgao. Esses custos consistem, principalmente, em mao de obra e outros custos com 0 pessoal clrelamente envolvido na prestagao dos servigos, incluindo 0 pessoal de supervisio, o material ulilizado e os custos indirelos alti- buiveis (ver Pronunciamento Técnico CPC n° 18 - Estoques). 12.2.1.2 Ativo Realizdvel a Longo Prazo Classificam-se nesse subgrupo do Ativo Nao Circulante direitos realizdveis apés 0 término do exercicio seguinte, a) Recebiveis derivados de vendas, b) Adiantamento ou empréstimos a sociedades coligadas ou coniroladas, diretores, acionis- tas ou participantes no lucro da companhia, que no conslitulrem negécios usuais na ex- ploragao do objeto da companhia. c) Despesas pagas antecipadamente cujo reconhecimento como despesa se dard apos 0 final do exercicio seguinle ao que se relere o Balango (ver Capitulo 11, em 11.3). d) Ativos fiscais diferidos (ver Subitem 12.2.6) Os recebiveis de longo prazo também devem ser ajustados a Valor Presente, que sera uma conta redutora desse tipo de ativo (ver Capitulo 14, Subitem 14.7.1.3), Contabilidade Basica §(122218tavestimentos ‘S40 classiticadas nesse subgrupo do Ativo Nao Circulante as contas representativas de: a) Obras de arte que possuam valor econémico. b) Propriedades para investimento, antigamente denominados iméveis de renda, ou seja, iméveis que nao estejam sendo usados nas atividades operacionais da entidade nem se- jam destinados a revenda. c) Participagdes societarias fixas ou permanentes (agdes ou quotas de outras sociedades adquiridas com intengo de permanéncia), inclusive em empresas coligadas e controladas d) Perdas Estmadas ou Provaveis com Ajuste ao Valor Recuperavel de Ativos (conta redutora ~ ver Capitulo 14, Subitem 14.3.3). As panticipagées societarias fixas ou permanentes sao as contas mais importantes nesse subgrupo. * Controladas sao as sociedades nas quais a investidora, direta ou indiretamente por meio de outras controladas ou por acordos de acionistas, ¢ titular de direitos de sécio que Ihe assegurem, de modo permanente, preponderancia nas deliberagdes sociais eo poder de eleger a maioria dos administradores. * Coligadas sao as sociedades nas quais a investidora tenha influéncia significativa, ou seja, quando detém ou exerce o poder de participar nas decisoes das politicas financeira ou operacional da investida, sem controlé-la. E presumida influéncia significativa quando a investidora for titular de 20% ou mais do capital votante da investida, sem controla-la Capital votante representa o capital que da direito a voto nas decisées de assembleia, ou seja, 0 capital representado pelas agdes ordinarias. 12.2.1.4 Imobilizado Os direitos que tenham por objeto bens corpéreos destinados & manutengao das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operacbes que transfiram a companhia os beneticios, riscos e controle desses bens, devem ser clasificados no Ativo Imobilizado, tais como: a) Terrenos. b) Edificagées. ¢) Maquinas, Instalagées e Equipamentos. d) Veiculos: €) Imobilizado em Andamento (bens corpéreos destinados 4 manutengdo das alividades da sociedade que estdo em processo de produgao na prépria empresa ou em processo de importagao que ainda nao foi concluldo) 1) Benteitorias em Iméveis de Propriedade de Terceiros. 4g) Ativos biologicos (animais, vegetais e florestas), h) Equipamentos de processamento eletrénico de dados (hardware), i) Depreciagao, Amortizagao e Exaustéo Acumuladas (contas redutoras do valor do ative imobilizado em tungao do uso ou desgaste - ver Capitulo 11, Subitens 11.7.5 a 11.7.7), i) Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajuste ao Valor Recuperavel de Ativos (conta redutora ~ ver Capitulo 14, Subitem 14.3.3) tulo 12 Demonstragdes contabeis ¢ financeiras WY, 379 Ativos intangiveis sao ativos nao monetarios identificaveis sem substancia tisica. Exemplos de ativos intangiveis: Cay a) Software, b) Marcas. c) Patentes. 4) Direitos autoreis. % ©) Direitos sobre filmes cinematograticos : f) Direitos de concessées piiblicas para exploragao de um servigo. g) Listas de clientes, h) Direitos sobre hipotecas. ji) Licengas de pesca. |) Quotas de importacao, k) Franquias. |) Relacionamentos com clientes ou fornecedores. m) Fidelidade de clientes. 1) Direitos de comercializagao. 0) Gastos com desenvolvimento de produtos, somente quando comprovada a viabilidade técnica e econdmica do bem ou servigo desenvolvido, p) Perdas Provaveis cu Estimadas com Ajuste ao Valor Recuperdvel de Ativos (conta redutora — ver Capitulo 14, Subitem 14.3.3) O Pronunciamento Técnico CPC n° 36 (R1), que trata do reconhecimento e da mensuragao dos ativos intangiveis, alerta que nem todos os itens descritos se enquadram na definicao de ativo intangivel, ou seja, sao identificaveis, controladores e geradores de beneficios econd- micos futuros. Caso um item nao atenda a definigao de ativo intangivel, 0 gasto incorrido na sua aquisi¢ao deve ser reconhecide como despesa. E 0 caso especifico das marcas e patentes, lista de clien- tes, titulos de publicagées e outros itens similares, gerados intenamente, que, de acordo com o Item 63 do Pronunciamento Técnico CPC n° 36 (R1) nao devem ser reconhecidos como ativos intangiveis. Esses itens podem ser reconhecidos como intangiveis quando adqui texto de uma combinagao de negécios e 0 seu valor for identificavel. 4\ 12.2.1.6 Notas sobre 0 antigo Ativo Diferido O antigo Ativo Diferido foi extinto pela Lei n° 11.941/2009. Classificavam-se nesse grupo: a) Despesas pré-operacionais ou pré-industriais. b) Gastos com reorganizagao socictaria c) Gastos com pesquisa & desenvolvimento de produtos. ‘Atualmente, todos esses gastos devern ser escriturados como despesa, exceto os gastos com desenvolvimento de produtos quando comprovada sua viabilidade técnica-econdmica que, como vimos, pode ser classificado como Ativo Intanglvel. Para efeitos tributarios (IRPJ @ CSL), essas despesas serao dedutiveis na base de célculo dos mencionados tributos a razao de 1/60, no mi- imo, por més (art. 72 da Instrugao Normativa da AFB n° 1.515, de 2014), Os ajustes para atender 380 Contabilidade Basica &s normas tributarias so realizados em livro fiscal denominado Livro de Apurag4o do Lucro Real (LALUR) - consulte a respeito o livro Contabilidade avancada, de nossa autoria Entretanto, as sociedades que tinham saldos de Ativo Diferido em 31 de dezembro de 2008, Por se tratar de um direito adquirido, tiveram a opgdio de manter esses saldos até sua completa amortizagao. Entao, embora formalmente esse grupo nao exista mais, em algumas sociedades ele ainda podera constar do Balango Patrimonial. Os itens desse grupo esto sujeitos ao teste de recuperabilidade de seu valor (Capitulo 14, Subitem 14.3.3). W222 contas do Passive | As obrigagées da companhia, inclusive financiamentos para aquisi¢ao de direitos do Ativo Nao Circulante, serao classificadas no Passivo Circulante, quando vencerem no exercicio seguinte no Passivo Nao Circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observando-se, todavia, prazo do ciclo operacional da companhia, se este for superior a um ano, Com a revogagao do grupo resultado de exercicios futuros pela Lei n° 11.941/2009, passaram a fazer parte do Passivo as receitas diferidas - ou receitas recebidas antecipadamente (ver Capi- tulo 11, Item 11.3), deduzidas dos custos e as despesas a ela relativas, Sao contas tipicas desse grupo: a) Forecedores. b) Tributos e Contribuigdes a Recolher (inclusive IRPJ e CSLL) c) Obrigagées Previdenciarias. d) Contas a Pagar de Curto Prazo. e) Empréstimos de Curto Prazo. f) Duplicatas Descontadas. ) g) Provisées. h) Receitas Diferidas (que serao reconhecidas como receita no exercicio seguinte). i) Debéntures a Pagar (quando seu prazo de vencimento encerrar no decorrer do exercicio seguinte) Duplicatas descontadas como Conta de Passivo ) Até a entrada em vigor das novas Normas Brasileiras de Contabilidade, resultantes do pro- cesso de convergéncia para as Normas Internacionais de Contabilidade, era costume em nosso pais apresentar a conta Duplicatas Descontadas como redutora da conta de Duplicatas a Rece- it ber (ver Capitulo 11, Subitem 11.7.2). Entretanto, o Pronunciamento Técnico CPC n° 38, aprovado pela Resolugo n° 1.196/2009 do Conselho Federal de Contabilidade, com vigéncia a partir de 1°de janeiro de 2010, em seu art. 29 dispés que: Se a transteréncia nao resultar em desreconhecimento porque a entidade reteve substancialmente todos os riscos e beneficios da propriedade do ativo transferido, a enlidade deve continuar a reconhecer o alivo transerido na sua totalidade e deve reconhecer um Passivo financeiro pela retribuigao recebida. Em periodos posterio- res, a entidade deve reconhecer qualquer rendimento do ativo transferido ¢ qual- quer gasto incorrido como Passivo financeiro. Capitulo 12 Demonstragdes comlabeis e financetras 301 Seguindo-se 0 comando do Pronunciamento, como a pessoa juridica nao transfere todos os riscos da duplicata a ser descontada no banco, visto que tem direito de regresso caso 0 cliente nao honre seu pagamento, a sua contabilizagao deve doravante ser efetuada como um Passivo financeiro, bem como os encargos financeiros de seu desconto. Provisdes A partir da vigéncia do Pronunciamento Técnico CPC n° 25, aprovado pela Resolugéo n° 1.180/2009, do Conselho Federal de Contabilidade, o temo Provisées 6 definido doravante como um Passivo estimado, por ter prazo ou valor incerta. Sao exemplos de provisdes: a) Proviso para Garantia de Assisténcia Técnica. b) Provisdo para Riscos Fiscais e Trabalhistas. ¢) Proviséo para Danos Ambientais. ) Provisdo para Férias e 13° Saldrio dos Empregados. Classiticam-se nesse grupo: a) Empréstimos e Financiamentos de Longo Prazo. b) Contas a Pagar de Longo Prazo. ¢) Provisées de Longo Prazo. d) Debéntures a Pagar. ®) Passivos Fiscais Diferidos, f) Receitas Diferidas e Custos @ Despesas a elas relativas 0 Patriménio Liquido se divide em: a) Capital Social b) Reservas de Capital ¢) Reservas de Lucros. @) Reservas de Reavaliagao constituldas alé 31 de dezembro de 2007. €) Outros Resultados Abrangentes. f) Contas Retificadoras. O capital social corresponde ao aporte de recursos, em numerario ou bens, efetuado pelos sécios ou acionistas da pessoa juridica. Pode ser dividido em: @) Capital Subscrito ~ compromisso assumido pelos s6cios ou acionistas na constituigae da sociedade. b) Capital Realizado ou Integralizado ~ pagamento parcial ou total do efetivo compromisso assumido pelos sécios ou acionistas. 382 Contabilidade Bisica ©) Capital a Realizar ou a Integralizar — parcela do compromisso, assumido pelos proprietérios (sécios ou acionistas), ainda nao quitada (paga); corresponde a diferenga entre o Capital Subscrito e 0 Realizado ou Integralizado. ) Capital Autorizado (art. 168, Lein® 6.404/76) - quando 0 estaluto da sociedade por agdes con- tém autorizagao para aumento do capital social independentemente de reforma estatutaria. Reservas de capital séo aportes efetuados pelos sécios da companhia que nao se confun- dem com 0 aumento de capital, como a reserva de agio na emisséo de agdes. Ocorre agio na emissao de agdes quando 0 sécio integraliza um valor maior do que o valor das ac6es emitidas. ESSER \ sécio adquire 1.000 ages cujo valor nominal é R$ 1,00 e paga R$ 110.000,00. O valor de RS 10.000,00 é 0 dgio € & contabilizado como uma reserva de capital porque é uma contribuigao dos sécios companhia que nao se confunde com a integralizacao do capital social. Geralmente, paga-se Sgio na emissio de agdes quando a companhia vai admitir acionistas novos ¢ quer uma compensacao pela participacdo desses novos acionistas nessas reservas que resultaram do aporte dos sécios mais antigos. Contabilizagio D-Ativo 110.000,00 C- Capital Social a Realizar 100.000,00 C- Reserva de Agio na Emissio de Agoes 10.000,00 Até 31 de dezembro de 2007, eram ciassificadas como Reservas de Reavaliagao as contra- partidas de valores atribuidos a elementos do ativo em virlude de novas avaliagdes, com base em laudo aprovado por Assembleia Geral da companhia, Ey Contabilizagao Méquinas Valor de Mercado (laudo) ? soaR$_ 400.000,00 (Valor ou Custo Contabil do bem R$_(270. (=) Reavaliacao do bem .. .R$_130.000,00 Contabilizagio D - Bem Reavaliado (Ativo) C ~ Reserva de Reavaliagao (PL) 130.000,00 A partir de 1° de janeiro de 2008, a constituicio desse tipo de reserva foi proibida pela Lei n° 11,638/2007. As companhias, no exercicio de 2008, poderiam ler estornado essas reservas ou té-las mantido até sua tolal realizacio. Capitulo 12__Demonsiragdes contibeis ¢ financeitas 303 As reservas de lucros equivalem aos lucros nao distribuldos aos sécios, ou seja, sao lucros retidos pela companhia e constituem garantia e seguranga adicional para a satide financeira da companhia. O principal objetivo da sua constituigao ¢ servir como uma protegdio para compensar eventuais prejuizos contabeis que a companhia venha a incorrer. Constituigao da Reserva - a modificagao ocorrerd apenas na composigao dos elementos do Patrimonio Liquido, no afetando, portanto, o seu valor total. Contabilizagao D —Lucros ou Prejuizos Acumulados (PL) C-Reservas de Lucros (PL) Reversao ~ quando tais Reservas deixarem de ter fundamento, por ja terem ocorrido os moti- vos pelos quais foram constituldas. € efetuada pela reversdo de seus valores para a conta de Lucros ou Prejuizos Acumulados. Contabilizagao quando da reversao D - Reservas de Lucros (PL) C ~ Lucros ou Prejuizos Acumulados (PL) Tipos de reservas de lucros |. Reserva Legal. Il, Reservas Estatutérias, Ill, Reserva para Contingéncias. IV. Reserva de Lucros para Expansao ou de Pianos para Investimentos. V. Reserva de Lucros a Realizar. VI. Reserva Especial de Lucros para Dividendos Obrigatérios. ‘A explanacéo de cada um desses tipos de reservas de lucros foge ao escopo de caraiter intro- dutorio de nosso livro." 1 ‘Séo contrapartidas de contas de Ativo ou de Passivos registradas diretamente no Patrimonio Liquido. Serao explicadas mais adiante no Subitem 12.4. As contas retificadoras diminuem 0 valor do Patriménio Liquido. Sao: 5 Outros resultados abrangentes a) Capital a Realizar ou a Integralizar. b) Dividendos Distribuidos Antecipadamente, ¢) Agées em Tesouraria, d) Custo de Emiss4o de Acoes ) Prejuizos Acumulados, © ltr interessado podera encorivar uma explicagao detalhada no Into Contabihdads avangada, de nossa auioria 384 Contabilidade isiea As duas primeiras contas ja foram explicadas no Capitulo 11, Item 11.8. A terceira também, mas vamos ampliar as informag6es, explicando o que ocorte se elas sao vendidas e, em seguida, veremos as demais. | 1. Agées em Tesouraria Conforme ja explicado no Item 11.8.2, Agdes em Tesouraria sao ages emilidas pela pro- pria companhia, adquiridas nas hipsteses previstas na Lei das S/As. Por exemplo, compra de agoes de sécio minoritario dissidente, Elas sao apresentadas como reduloras de uma reserva que conste do PL. Porque a companhia nao simplesmente diminui o capital, ao devolver os recursos ao sécio que se retira? Ha muitos casos em que a companhia sabe que haverd outras pessoas ou entidades que esto interessadas em adauirir esas agées, motivo pelo qual ela as mantém em tesouraria. Na hipétese da alienagao das referidas agées, essa podera se realizar por valor superior ou inferior 20 da aquisi¢ao. Tanto no primeiro quanto no segundo caso, o excesso serd contabilizado na conta da reserva, diminuida pela aquisigao das agdes, sendo que no primeiro a conta sera creditada (aumentando a reserva) e no segundo, debitada (diminuindo a reserva). ETE A Cia. Flor de Lotus adquire 10.000 agdes de um sécio dissidente, pagando R$ 30.000,00. (O langamento foi feito com a conta Ages em Tesouraria reduzindo uma conta de Reserva de Capital: D ~ Ages em Tesouraria (redutora de Reserva de Capital) C- Disponivel 30.000,00 * Algum tempo depois, alienou tais agdes a outro interessado por R$ 40,000,00 a vista. 0D - Disponivel 40.000,00 C -Agées em Tesouraria (pela eliminagao da conta) 30.000,00 C - Reserva de Capital 10.000,00 Se a alienagao fosse efeluada por R$ 25.000,00, o langamento seria’ D - Disponivel 25.000,00 D - Reserva de Capital 5,000,00 C - Agées em Tesouraria 30.000,00 EO Il. Custo de emissao de agdes De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26, que disciplinou a apresentagao das demonstragdes contabeis de acordo com as Normas de Contabilidade Internacionais, os gastos incorridos para realizar o aumento de capital da entidade nao clevem ser mais clasificados como despesas, porque so considerados como uma relagao da enlidada com os sécios e, Portanto, s40 clasificados como uma conta redutora do Capital, denominada custo de emis- so de ages. Capitulo 12___Demonstragdes contsbeis e financeiras 385 A Cia. Monte Azul resolveu abrir seu capital, promovendo uma Initial Public Offer ~ Oferta Publica Inicial (IPO), com a emissao de agées preferenciais, sem direilo a voto, no valor total de RS 10.000.000,00. Contratou o Banco de Investimento XYZ, que vendeu a totalidade das agdes no mercado cobrando comissdes e custas de R$ 300.000,00, depositando o valor liquido na conta- -corrente da empresa no banco comercial do mesmo grupo. Apés a emissao, o Capital Social da companhia alcangou R$ 20.000.000,00. Contabilizagao D Banco C/ Movimento (AC) 9.700.000,00 D - Custo de Emissdo de Agées (redutora do PL) 300.000,00 C Capital Social (PL) 10.000,000,00 No Balango Patrimonial ficaria assim: Capital Social 20.000.000,00 (-) Custo de Emissao de Agées (-) 300.000,00 19.700.000,00 Para eieitos tributarios, entretanto, 0 custo com a emissao das acdes continua sendo classifi cado como despesa e é dedutivel da base de calculo do IRPU e da CSLL, em caso de op¢ao da pessoa juridica pelo Lucro Real art. 202, § 6°, da Lei das S/As (Lei n° 6.404/1976) disp5e que lucros nao destinados a cons- tituigéo de reserva de lucros deverdo ser distribuldos obrigatoriamente como dividendos. Por outro lado, © art. 178 da mesma lei, em seu § 2°, estipula que o Patrimonio Liquido seja dividido nas seguintes contas: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliagao patrimonial, reservas de Iucros, ages em tesouraria e prejulzos acumulados. O que se pode depreender desses dois comandos? Em primeiro lugar, conclul-se que se a ‘companhia tiver lucro no exercicio, deverd encerrar a conta de apuragao do resultado do exercicio. contra @ conta Lucros ou Prejuizos Acumulados (LPA), que tera saldo credor. Desta, devem ser apropriados os dividendos e constituidas as reservas de lucros. Na hipotese de saldo credor na conta LPA, ele devera ser obrigatoriamente destinado aos acionistas como Dividendos a Pagar. 'sso significa que a conta Lucros ou Prejuizos Acumulados jamais podera ter saldo credor na estrutura do Balango Patrimonial das sociedades por agées. Entretanto, a relerica conta, caso tenha saldo devedor (prejuizo acumulado), deverd obrigatoriamente constar como redutora do grupo do Patriménio Liquido. SINOTAN Vale ressaliar que os comandos citados sio vilidos apenas para as sociedades por ages. Os demais tipos de sociedade, inclusive as limitadas, poclerio apresentar saldo credor na referida conta, 386 Contabilidade Bi Sobre esse importantissimo tema, consultar a explanagao que serd feita no Capitulo 14, tem 14,7, onde o assunto sera tratado em detalhes. Patrimonial ongo Prazo no B Os arts. n° 175, 176, 179 e 180 da Lei n° 6.404/1976 indicam que: (1) exereicio social nao 6, necessariamente, igual a ano-calendério; (2) a duracao de um exercicio social é de exatamente um ano, isto é, doze meses; (3) quando trata do Balango Patrimonial ao longo de todo o Capitulo XV, a lei refere-se especifica- mente 20 balango de encerramento do exercicio social; ¢ (4) no Circulante classifi- cam-se todos 0s diteltos e obrigagbes realizdveis e exigivels no curso do exercicio social subsequent ao do encerramento do balango, ou seja, nos doze meses seguintes, ressalvando-se as situacdes de duraeao do ciclo operacional superior 20 periodo de doze meses. © Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), por meio de seu Pronunciamento “I - Ativo Circulante’, corrobora esse entendimento, ‘quando afirma: 1. O Ativo Circulante das empresas mercantis é representado pelas Gisponibilidades financeiras e outros bens @ direitos que se espera sejam transfor- mados em disponibilidades, vendidos ou usados dentro de um ano ou no decorrer do ciclo operacional. (Grifo nosso). ‘Servindo como instrumento de prestagao de contas, ou como pega informativa que serviré de base para a tomada de decisées, néo havendo confianga por parte dos usudrios quanto as infor- mages recebidas via demonstragées contabeis, a informagao perde a sua utilidade, ou seja, perde 0 seu sentido de ser. Contianga, da forma aqui comentada, diz respeito a todos os aspectos envolvidos na informa- 40, inclusive a correta classificagao das contas dentro das demonstragdes. Desse modo, uma classificagao inadequada pode conduzir a decisées, da mesma forma, inadequadas. Por exemplo, as decisées relativas & concessao de crédilos normalmente esto relacionadas com a capacidade de liquidez da empresa, Uma classificagao incorrela dos Ativos e Passivos, no que diz respeito a0 critério Circulante e Longo Prazo, conduzira a uma visdo de liquiclez nao apro- priada e, eventualmente, a uma decisdo incorreta Nessa linha de raciocinio, no caso dos registros efetuados, por exemplo, només de marco/1999, a classificagao no Circulante respeitaria um perlodo de 21 meses (abril/1999 até dezembro/2000). Ja para um registro efetuado no més de agosto/1999, a mesma classilicagao no Circulante respei- taria um periodo de 16 meses (setembro/1999 até dezembro/2000). Deve ser lembrado que Balango Patrimonial ndo é apenas relativo ao encerramento do exerci- cio social. A Contabilidade, por intermédio dos seus profissionais, tem condicoes (e efetivamente 0 faz) de elaborar um Balango Patrimonial da entidade contabil em qualquer data, independente- mente daquela de encerramento do exercicio social. ‘Como explicar, entao, para 0 usuario que, no balango elaborado em 31 de marco de 1999, 0 Circulante contempla um periodo de 21 meses, enquanto, no balango elaborado em 31 de agosto de 1999, 0 mesmo grupo contempla um perlado diferente, agora de 16 meses, e que, no balango de 31 de dezembro de 1999, o Circulante contempla um perlodo de apenas 12 meses? 7 Vata pubieda ra Revita Brasiova do Coaabiso, 12, phones 171475, de ora do Prolsser Pao Rbero Nobrega Cavalcante fo ober Capitulo 12___ Demonstiagdes contabeis e financeitas 387 © bom senso nos leva a acreditar que tal procedimento nao faz sentido e parece desprovido de sustentacao técnica. Muito provavelmente esta serd, também, a conclustio do usuario da de- monstracao contabil. Consequéncia: descrédito para a informagdio contébl e desvalorizagdo para © profissional que a prepara. Em nome do bem informar, a informagao contabil perde a confianga por parte dos usuarios e, portanto, 0 seu valor, e, em respeito & uniformidade de métodos e critérios, estamos diante de flagrante desrespeito aos Principios Fundamentais de Contabilidade e das disposigées legais. A classificagao de itens Ativos ou Passivos, entre 0 Circulante e 0 Longo Prazo, nao pode ter 0 parametto fixado em "Balango Patrimonial de 31 de dezembro de cada ano’. Se, conforme determina a Lei n° 6.404/1976, na elaboragao do balango de encerramento do exercicio social o critério a ser observado para classificagao dos Ativos e Passivos entre o Circulante @ Longo Prazo tem por base os doze meses seguintes, 0 mesmo critério deve ser observado na elaboragao de qualquer balango, independentemente da data na qual essa pega seja elaborada A rigor, considerando-se que os registros formam a base de elaboracao das demonstracbes contabeis, 0 critério de classificagao de Ativos ¢ Passivos entre Circulante ¢ Longo Prazo deve ser observado desde o registro inicial da transag&o, sendo ajustado ao longo do tempo, de modo a continuar a respeitar o critério. Em resumo, 0 conceito contabil de Circulante e Longo Prazo que deve ser observado em qualquer tempo é: * Circulante - tomando-se por base 0 Ultimo dia de cada més do ano-calendario, classiti- cam-se no Circulante os direitos realizaveis e as obrigagées exigiveis no curso dos 12 meses seguintes. ‘+ Longo Prazo - tomando-se por base 0 ultimo dia de cada més do ano-calendario, classifi- cam-se no Longo Prazo os direitos realizaveis e as obrigagdes exigiveis a partir do décimo terceiro més subsequente. Aplena observacao dos conceitos acima conduzir4, invariavelmente, a demonstragdes conta- beis uniformes, independentemente da data de elaboragao, faciitando a compreensao de tais, pegas por parte dos usuarios, tornando-as, por consequéncia, mais contidveis. Em nosso entender, a classiticagao dos Ativos ¢ Passivos entre Circulante e Longo Prazo, da forma aqui colocada, tem amparo na Lei n® 6.404/1976, @ atende, da mesma forma, as recomen- dagoes e determinacées existentes, em especial as normas do Conselho Federal de Contabili- dade (CFC), respeitando de forma plena os Principios Fundamentais de Contabilidade 12.2.6 Diferencas tempordrias OIRPY ¢ a CSLL sao dois tributos que incidem sobre o Lucra Liquido das empresas, Sua base de calculo nao necessariamente coincide com o lucro contabil, uma vez que ha despesas que dela nao podem ser deduzidas e receitas que nela ndo sao computadas, por serem nao tributaveis. A base fiscal de um Ativo ou Passivo ¢ 0 valor atribuldo a um Ativo ou Passivo para fins tribu- tarios. Seu valor pode au nao coincidir com seu valor contabll. Quando nao coincidentes, originam as chamadas diferengas temporérias. Diferencas Temporarias, portanto, s40 as diferengas que impactam ou podem impactar na apuracao do IRPJ e da CSLL decorrentes de diferengas tempordrias entre a base fiscal de um Ativo ou Passive e seu valor contabil no Balango Patrimonial. Elas podem ser: a) tributavels, ou seja, que resultarao em valores a serem adicionados no calculo do resul- tado tributavel de periodos futuros, quando o valor contabil do Ativo ou Passivo for recupe- rado ou liquidado; originam as obrigagées fiscais diferidas. 388 Contabilidade Basica b) dedutiveis, ou seja, que resultarao em valores a serem deduzidos no calculo do resultado tributavel de periodos futuros, quando o valor contabil do Ativo ou Passivo for recuperado ou liquidado; origina os Ativos Fiscais Diferidos. Obrigagées Fiscais Diferidas sao 0s valores do IRPJ e da CSLL a pagar em periodos fuluros, com relacao a diferengas tempordrias tributaveis. Serao clasificados no Passivo Circulante (PC) ou Passivo Exigivel a Longo Prazo (PELP), conforme a expectativa de tempo para serem incluidas na base de calculo dos tributos. Ativos Fiscais Diferidos so os valores do IRPJ e da CSLL a recuperar em periodos futuros, com relagao 2 a) diterengas temporérias dedutiveis; b) compensacao futura de prejuizos fiscais nao utilizados. Sé0 clasificados no Ativo Circulante (AC) ou no Ativo Realizavel a Longo Prazo (ARLP), con- forme a expectativa de tempo para sua dedugao da base de calculo dos referidos tributos. O leitor interessado em mais detalhes deveré consultar o livro Contabilidade avangada, de nossa autoria, e a Deliberagao n° 273, da Comissao de Valores Mobiliérios (CVM), que tratam do assunto com maior profundidade. Posteriormente, este assunto foi tratado no Pronunciamento fécnico n° 32, do CPC, que trata dos tributos sobre o lucro, aprovado pela Deliberacao CVM 1n? 59/2009 e pela Resolucéo CFC NBC TG (R2) de 2014. ¥ O plano de contas representa uma relagao ldgica € ordenada dos titulos (nomes) das contas que compéem a escrituragao contabil de uma entidade. Os principais objetivos de um plano de contas sao: * Uniformizar os registros contabeis. * Permitir 2 incluso ou exclusao de contas (0 plano deve ser flexivel). * Os titulos das contas devem identificar, da melhor maneira possivel, os fatos efetivamente ‘corridos, No plano, cada conta deve ser classificada com um cédigo numérico ou alfanumérico para se distinguir das demais. Por exemplo: Quadro 12.2 Classificac3o no plano de contas { Saver ie 1 tivo devedores 2 Passivo credores 3 Despesas/Custos, devedores 4 Receitas credores 5 Outras” - (*) Conas Ausilares na spuragio do resultado ou Conta de Compensagio. Capitulo 12 Demonstragdes contabreis ¢ financeitas 309 As principais partes de um plano de contas sao: a) Elenco de Contas - relagao légica e ordenada dos titulos (nomes) das contas que com- pdem um plano, b) Fungo das Contas - defini¢ao da conta, seu comportamento e seu objetivo. Exemplo: TITULO: Caixa FUNGAO: registrar os recebimentos e pagamentos efetuados pela empresa em dinheiro, ) Funcionamento - mostra 0 movimento da conta e a forma de se debitar e creditar. Exemplo: Caixa Debitada — pelos recebimentos efetuados em dinheiro. Creditada — pelos pagamentos efetuados em dinheiro. O plano de contas apresentado a seguir refere-se a estrutura das demonstragdes contabeis a partir de 1° de janeiro de 2008 1.1 CIRCULANTE 1.4.1 DISPONIVEL Caixa Bancos Conta Movimento: Aplicagdes de liquidez imediata (até 90 dias) 1.1.2 CREDITOS Duplicatas a Receber () Perdas Provaveis ou Estimadas com Créditos de Liquidagéo Duvidosa ‘Cheques em Cobranga Juros a Receber Participagoes Societérias Temporarias Aplicag6es Financeiras de prazo superior a 90 dias Adiantamentos a Empregados e a Fornecedores Depésitos para Incentivos Fiscais PIS a Recuperar COFINS a Recuperar ICMS a Recuperar IPI a Recuperar IRRF a Compensar Créditos Fiscais de IRPJ e CSLL - Dilerengas Temporérias 1.1.3 ESTOQUES Mercadorias para Revenda Produtos Acabados Produtos Semiacabados Matéria-prima Material de Embalagem (-) Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajuste de Bens ao Valor Liquido de Realizacao (continua) 390 144 1.24 1.2.2 (continuacao) Contabilidade Basica DESPESAS DO EXERCICIO SEGUINTE (ANTECIPADAS) Seguros a Vencer Aluguéis a Vencer Assinaturas de Revistas e Jornais a Vencer Despesas Financeiras Antecipadas (Juros a Vencer) 1.2. ATIVO NAO CIRCULANTE ATIVO REALIZAVEL A LONGO PRAZO 1.2.1.1 CREDITOS Duplicatas a Receber (-) Perdas provaveis ou Estimadas com Créditos de Liquidacao Duvidosa Adiantamentos a Fornecedores Aplicagées Financeiras (Valores Mobilidrios) Empréstimos a Receber de Pessoas Ligadas ~ negécios nao usuais (Coligadas, Controladas, Socios, Acionistas, Gerentes etc.) Depésitos Compulsérios (Eletrobras, Veiculos e Combustiveis) Depésitos Judiciais Créditos Fiscais de IRPJ CSLL - Diferengas Temporarias 1.2.1.2 ESTOQUES de Longo Prazo (-) Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajustes ao Valor Liquido de Realizagao 1.2.1.3 DESPESAS ANTECIPADAS Seguros a Vencer e Outras de Longo Prazo INVESTIMENTOS Patticipagées Societarias (em Coligadas, Controladas e Outras) (-) Perdas Proyaveis ou Estimadas com na Alienagao de Investimentos (4) Mais ou Menos valia oriundas de combinagao de negécios (ver conceito no livro Contabilidade avangada, de nossa autoria). (+) Agio por Rentabilidade Futura (Goodwill) — (ver conceito no livro Contabilidade avangada, de nossa autoria) Aplicagdes em Incentivos Fiscais Propriedades para Investimentos Florestas Ambientais e as Destinadas a Protegdo e Conservagao do Solo Investimentos Decorrentes de Incentivos Fiscais (FINOR, FINAM e FUNRES) Obras de Arte (© Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajustes a Valor Recuperavel de Ativos (continua) | \ ' i —aa Capitulo 12 Demonstragiies contibels e financeitas 301 (continuagac) 1.2.3 IMOBILIZADO Iméveis (Terrenos, Edificios e Construgdes) Construgdes em Andamento Importagao de Bens Fixos em Andamento Maquinas e Equipamentos Instalagoes (Comerciais, Industtiais e Outras) Moveis e Utensilios Veiculos Ferramentas Arrendamento Mercantil Financeiro Recursos Minerais Florestamento e Reflorestamento Direitos Contratuais de Exploragao de Florestas (com prazo de explorag¢aéo superior a 2 anos) Ativos Biolégicos (-) Depreciagao e Exaustdo Acumuladas (-) Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajustes a Valor Recuperavel de Ativos 1.2.4 INTANGIVEL Marcas, Patentes e Titulos ou Periddicos Fundo de Comércio Ponto Comercial Gastos com Desenvolvimento de Produtos Arrendamento Mercantil Financeiro Intangivel Softwares Licengas ¢ Franquias Direitos Autorais Receitas, Formulas, Modelos, Projetos e Protétipos (©) Amortizagao Acumulada (~) Perdas Provaveis ou Estimadas com Ajustes a Valor Recuperavel de Ativos 1.2.5 DIFERIDO* (9) Apenas para as sociedades que optaram por mantor seu saldo até a sua completa ‘amortizagio (ver Subitem 12.216) NSW 2.1. CIRCULANTE 2.1.1 OBRIGAGOES COMERCIAIS Fornecedores Contas a Pagar Fretes a Pagar (continua) 392 2.2 23 (continuagao) Contabilidade Basiea 2.1.2 OBRIGACGES FISCAIS ICMS a Recolher, ISS a Recolher, IPI a Recolher IRRF a Recolher Provisdio para o Imposto de Renda (PIR) Demais Contribuigdes e Taxas a Recolher Débitos Fiscais de IRPJ @ CSLL - Diferengas Temporarias 2.1.3 OBRIGAGOES SOCIAIS PIS a Recolher COFINS a Recolher Contribuigao Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) a Recolher INSS a Recolher FGTS a Recolher 2.1.4 OBRIGACOES TRABALHISTAS Salarios a Pagar Férias a Pagar (Inclusive Proviso para Férias) Comissées a Pagar 13° Saldrio a Pagar Honorérios a Pagar 2.1.5 OBRIGAGOES FINANCEIRAS Debentures a Pagar (Curto Prazo) Empréstimos e Financiamentos a Pagar (-) Contas Retificadoras 2.1.6 OBRIGACOES DIVERSAS Dividendos Propostos Lucros Creditados Aluguéis a Pagar Arrendamento Mercantil a Pagar Seguros a Pagar Outras Contas PASSIVO NAO CIRCULANTE 2.2.1 EXIGIVEL A LONGO PRAZO OBRIGAGOES COMERCIAIS OBRIGAGOES FISCAIS - PARCELAMENTO OBRIGAGOES SOCIAIS - PARCELAMENTO OBRIGAGOES FINANCEIRAS OBRIGAGOES DIVERSAS 2.2.2 RESULTADO DIFERIDO 2.2.2.1. RECEITAS DIFERIDAS 2.2.2.2 (-) CUSTOS E DESPESAS DIFERIDOS PATRIMONIO LIQUIDO 2.3.1 CAPITAL SOCIAL Subsorito (a Realizar (a Integralizar) (-) Custo de Emissao de Agdes (continua) Capitulo 12__ Demonstragdes contabeis ¢ financeiras 393 (continuagao) 2.3.2 RESERVAS 2.3.24 CAPITAL 2.3.2.2 REAVALIACAO(*) (©) Somente para as companhias que optaram por manter as reservas constituidas até 31 de dezembro de 2007 até sua total realizagao. 2.3.2.3 LUCROS 2.3.3 OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 2.3.4 OUTRAS CONTAS RETIFICADORAS () Agées em Tesouraria (-) Quotas Liberadas (consulte 0 Subitem 11.8.3) (-) Dividendos Antecipados (-) Prejuizos Acumulados 12.3} DEMONSTRACAO DO RESULTADO DO EXERCICIOWDRE)— - 12.3.1 Estrutura’segundoaibeiidas S/As O art. 187 da Lei das S/As (Lei n° 6.404, de 1976) consagra a adogao do principio da compe- tencia, ao determinar que sejam computados na determinagao do resultado do exercicio: a) as receitas e os rendimentos ganhos no perlodo, independentemente da sua realizago em moeda: ») os custos, as despesas, os encargos ¢ as perdas, pagos ou incorridos, correspondentes @ essas receitas e rendimentos, No mesmo artigo, ela discrimina a forma de apresentagao do resultado: @ receita bruta das vendas e servigos, as dedugdes das vendas, os abatimentos e os im- postos sobre vendas; |. a receita liquida das vendas e servigos, o custo das mercadorias @ servigos vendidos e 0 lucro bruto; Ill, as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despe- Sas gerais e administrativas, ¢ outras despesas operacionais; IV. © lucro ou prejuizo operacional, as outras receltas @ as oulras despesas; V. 0 resultado do exercicio antes do Imposto sobre a Renda e a provisao para o imposto; vi as participagées de debéntures, empregados, administradores e partes beneficidrias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituigdes ou fundos de assisténcia 0u previdéncia de empregados, que nao se caracterizem como despesas; VII. © lucro ou prejuizo liquido do exercicio ¢ o seu montante por acdo do capital social; 304, Contabilidade Basica | até 31 de dezembro de 2007, a lei discriminava, no item IV, apenas © lucro ou prejuizo ) operacional e acrescentava no item seguinte a adigao ou diminuigio do resultado nao opera- ional. Apés a edigdo da Lei n° 11.638/2007, e de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade, todas as receitas e despesas passaram a ser operacionais. Como serd ressaltaclo no Capitulo 14, essa distinc3o deixou de exist, exceto para o Fisco Federal, uma vez que 2 legislacao tributiria veda a compensagao dos antigos prejuizos nio operacionais com lucros operacionais. O art. 43 da Lei n° 12.973 de 2014, convalida a presente vedagao entre a com- pensacio de prejuizos nao operacionais com lucros operacionais 2.3.1.1 Conceitos utilizados pela lei Receita bruta de vendas - compreende 0 produto de venda de mercadorias, produtos ou servigos. Nao se incluem na receita bruta os impostos ndo acumulativos cobrados destacada- mente de comprador, além do preco do bem ou servico e dos quais 0 vendedor seja mero depo- sitério (no caso, apenas 0 IPI ¢ o ICMS - Substituigo Tributaria, que sao tributos que nao estao incluidos no prego de venda) Impostos incidentes sobre venda - sao 0s tributos que quardam proporcionalidade com 0 preco da venda efetuada ou dos servigos prestados, tais como o ICMS, ISS, IE, PIS e COFINS incidentes sobre a receita bruta. Estes tributos jd esto incluldos no prego de venda. Vendas canceladas — correspondem a anulagao de valores registrados como receita bruta de vendas e servigos. As vendas canceladas de periodos anteriores devem ser consideradas como despesas operacionais.* Descontos ou abatimentos incondicionais concedidos - sdo parcelas redutoras do prego de venda, quando constarem da Nota Fiscal (NF) de Venda ou da Fatura de Servicos, que nao, dependam, para sua concessao, de evento posterior @ emissao desses documentos. Despesas operacionais - sao os gastos (no computados no custo) necessarios a alividade da empresa e a manutengdo da respectiva fonte produtora. 12.3.2 Estrutiira segundo 0 Pronunciamento Técnico CPC n°26 © Pronunciamento Técnico CPC n° 26, que trata da apresentacao das demonstracdes conta- beis, estabeleceu a seguinte estrutura de apresentacao da demonstragao de resultado, que difere da constante na Lei n° 6.404/1976. Segundo esse pronunciamento, a demonstragao do resultado do periodo deve, no minimo, incluir as seguintes rubricas, obedecidas também as determinagoes legais: a) Receitas de vendas. b) Custos dos produtos, das mercadorias ou dos servigos vendidos c) Lucro bruto. d) Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras desposas @ receitas operacionais .s reconhecida por meio do método de equi- e) Parcela dos resultados de empresas investida valéncia patrimonial. 1) Resultado antes das receitas e despesas financeiras. Para saber mai sobre o tema, consuite © Capiuo 8 ‘bois ¢ financeiras 395, Capitulo 12 Demonstragdes co! 4g) Despesas e receitas financeiras h) Resultado antes dos tributos sobre o lucro. i) Despesa com tributos sobre 0 lucro (CSLL ¢ IRPW). j) Resultado liquido das operagées continuadas. k) Valor liquido dos seguintes itens: |. Resultado liquido apés tributos das operagdes descontinuadas. ll. Resultado apés os tributos decorrentes da mensurago ao valor justo menos despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de aivos a disposigao para venda que constituem a unidade operacional descontinuada. 1) Resultado liquido do period. 4 12.3.2.1 Cémputo da Receita de Vendas De acordo com 0 Pronunciamento Técnico CPC n’ 30 (R1), receita é 0 ingresso bruto de be- neficios econémicos durante o periodo observado no curso das atividades ordindrias da enlidade, que resultam no aumento do seu Patrimdnio Liquido - exceto os aumentos de Patriménio Liquido relacionados as contribuigdes dos proprietarios. Em consonancia com a detinigao acima, o referido pronunciamento esclarece que, para fins de divulgagae na demonstragao do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de benefi- cios econémicos recebidos e a receber pela entidade quando origindrios de suas proprias ativida- des. As quantias cobradas por conta de terceiros, tais como tributos sobre vendas, tributos sobre bens e servigos e tributos sobre valor adicionadé nao sao beneficios econdmicos que fluam para a entidade e nao resultam em aumento do Patrimdnio Liquido. Portanto, so excluidos da receita. Logo, 0 conceito de receita de vendas exclui todos os tributos incidentes sobre vendas © prestacao de servicos. Em nosso pais, esses tributos s40 0 IPI, 0 ICMS, 0 ISS, 0 PIS e a COFINS, somente para citar os principais. Doravante, para fins contabeis, esses tributos devem ser conta- bilizados diretamente como obrigacdes, em vez de integrarem a receita bruta de vendas e serem delas deduzidos como despesas, Pronunciamento em comento estabeloce que os descontos incondicionais também nao devem fazer parte da receita de vendas e as devolugées de vendas devem ser tratadas como Passivo, de modo que a atual receita de vendas deve corresponder ao antigo conceito de receita liquida de vendas e servigos. Da mesma forma que os tributos, esses beneficios econdmicos nao fluem para a entidade e nao resultam no aumento real de seu patriménio, Na relacdo de agenciamento (entre o principal e 0 agente), os ingressos brutos de beneficios econémicos provenientes dos montantes arrecadados pela entidade (agente), em nome do prin- cipal, nao resultam em aumento do Patrimonio Liquido da entidade (agente), uma vez que sua receita corresponde tao somente & comissao combinada enire as partes contratantes. £ 0 caso, por exemplo, das agéncias de publicidade que cobram de seus clientes o valor total dos servi¢os, incluindo pagamentos a outras entidades da midia (jornais, revistas, televisdo etc.). Essas agén- cias considerarao coro receita somente a parte que thes cabe, visto que o restante de sua su- posta receita corresponde a quantias cobradas em nome de terceiros, Outra importante modificagao no conceito de receita de vendas e prestagao de servicos € que ela deve ser avaliada pelo seu Valor Presente em caso de operagées feltas a prazo em que 0 vendedor ou prestador de servigos financia o comprador. A diferenga entre o valor nominal da operaco e seu Valor Presente deverd ser reconhecida na demonstragao de resultado como re- ceita financeira. O Ajuste a Valor Presente deverd ser feito em todas as operagées de longo prazo e nas de curto prazo, se a operagao for relevante. Para saber mats scbte o tema, consulte 0 Capitulo 9.

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