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Quarta-feira, 12 de Janeiro de 1994 I SÉRIE - Número 2

BOLETIM DA REPÚBLICA
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE ARTIGO 3
(Princípio electivo)
A V I S O O Presidente da República e os deputados da As-
A matéria a publicar no «Boletim da República» dava ter sembleia da República são eleitos na base do sufrágio
remetida am cópia devidamente autenticada, uma por cada universal, igual, directo e secreto dos cidadãos nos termos
assunto, dorida conste, além das Indicações necessárias para da presente lei.
asse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado:
Para publicação no «Boletim da República». ARTIGO 4
(Direito e dever do sufrágio)
1. O sufrágio é um direito pessoal e inalienável e o seu
SUMARIO exercício constitui um dever cívico.
2. O recenseamento eleitoral dos cidadãos é condição
Assembleia da República: indispensável para o exercício do direito de voto.
Lei n.o 4/93:
ARTIGO 5
Estabelece o quadro jurídico para a realização das primeiras
eleições gerais multipartidárias (Liberdade e igualdade)
Moção: O processo eleitoral implica liberdade de propaganda
Sobre a Lei Eleitoral. e igualdade de candidaturas.
ARTIGO 6
(Marcação da data das eleições)

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 1. A marcação da data das eleições presidenciais e le-


gislativas é feita com antecedência mínima de setenta e
Lei n.° 4/93 cinco dias pelo Presidente da República, por decreto
presidencial, sob proposta da Comissão Nacional de Elei-
de 28 de Dezembro
ções.
Havendo necessidade de estabelecer o quadro jurídico 2. As eleições realizam-se simultaneamente em dois dias
sobre o qual irão decorrer as primeiras eleições gerais mul- consecutivos em todo o território nacional.
tipartidárias na República de Moçambique, usando da com-
petência estabelecida na alínea c) do n.° 2 do artigo 135 ARTIGO 7
da Constituição, a Assembleia da República determina: (Tutela jurisdicional)

TÍTULO I A verificação da regularidade e da validade dos actos do


processo eleitoral compete à Comissão Nacional de Elei-
Disposições Gerais ções e ao Tribunal Eleitoral.
CAPÍTULO I ARTIGO 8

Princípios Fundamenteis (Observação intemacional)


ARTIGO 1 O recenseamento eleitoral e demais actos referentes ao
(Âmbito da lei) processo eleitoral, relativamente às primeiras eleições gerais
multipartidárias estão sujeitos a verificação e fiscalização
A presente lei estabelece, relativamente às primeiras de observadores internacionais nos termos de regula-
eleições gerais multipartidárias, o quadro jurídico do mentação a ser estabelecida pela Comissão Nacional de
recenseamento eleitoral dos cidadãos, a eleição do Pre- Eleições.
sidente da República e a eleição dos deputados da Assem- ARTIGO 9
bleia da República.
(Administração do processo eleitoral)
ARTIGO 2
(Definições) O recenseamento eleitoral e demais actos do processo
eleitoral, para as primeiras eleições gerais multipartidárias,
O significado dos termos utilizados consta do glossário, decorrem sob jurisdição da Comissão Nacional de Elei-
em anexo I à presente lei, de que faz parte integrante. ções.
CAPÍTULO II TÍTULO II

Capacidade Eleitoral Activa Organização do Processo Eleitoral


ARTIGO 10 CAPÍTULO I
(Capacidade eleitoral activa) Comissão Nacional de Eleiçõas
ARTIGO 13
1. São eleitores os cidadãos moçambicanos, de ambos
os sexos, que à data das eleições, sejam maiores de 18 anos, (Definição)
regularmente recenseados como eleitores e que não estejam A Comissão Nacional de Eleições é o órgão responsável
abrangidos por qualquer das incapacidades previstas na pela organização, direcção, coordenação, execução, con-
presente lei. dução, realização do recenseamento eleitoral e de todas as
2. Os cidadãos moçambicanos não residentes habitual- actividades relativas ao processo eleitoral.
mente no território nacional gozam de capacidade eleitoral
activa para as eleições legislativas. ARTIGO 14
(Natureza)
ARTIGO 11
A Comissão Nacional de Eleições é um órgão autónomo
(Moçambicanos residentes no estrangeiro) e independente de todos os poderes de Estado.
1. Os cidadãos moçambicanos recenseados, residentes no ARTIGO 15
estrangeiro, podem exercer o direito de sufrágio nas eleições (Composição)
legislativas junto da respectiva representação diplomática
da República de Moçambique, desde que preencham uma 1. A Comissão Nacional de Eleições é composta por vinte
das seguintes condições: e um membros que pelas suas características profissionais e
pessoais dêm garantias de equilíbrio, objectividade e
a) sejam emigrantes, e mantenham a nacionalidade independência em relação a todos os partidos políticos e
moçambicana à data das eleições e tenham emi- tem a seguinte composição:
grado de Moçambique há mais. de um ano à
data do início de recenseamento eleitoral; a) dez membros apresentados pelo Governo:
b) quando se encontrem destacados em missão de b) sete membros apresentados pela Renamo;
Estado ou de serviço público reconhecido como c) três membros apresentados pelos partidos políticos,
tal pela autoridade competente, ou sejam cônjuge excluindo a Frelimo e a Renamo;
ou filhos de quem se encontra nessa situação d) uma personalidade que será o presidente da Co-
e com eles residam; missão.
c) não se encontrando nas circunstâncias referidas
nas alíneas anteriores, estejam em serviço das 2. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições é
instituições ou organismos nacionais legalmente nomeado pelo Presidente da República sob indicação dos
constituídas. membros da Comissão Nacional de Eleições.
3. Na falta de consenso para indicação referida no nu-
2. Os actos eleitorais no estrangeiro não terão lugar se a mero anterior, caberá ao Presidente da República designar
Comissão Nacional de Eleições não chegar a consenso de o presidente da comissão, dentre cinco personalidades
que estão criadas as necessárias condições materiais e os apresentadas pelos membros da Comissão Nacional de
mecanismos de controle, acompanhamento e fiscalização Eleições.
dos referidos actos numa das regiões que constitui o círculo 4. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições e
eleitoral das comunidades moçambicanas no estrangeiro. coadjuvado por dois vice-presidentes sendo um apresentado
3. Caso não tenham lugar os actos eleitorais referidos pelo Governo e outro pela Renamo.
no número anterior a Comissão Nacional de Eleições fará, 5. Os partidos políticos poderão designar um seu re-
de acordo com os critérios fixados na presente lei, a redis- presentante para, sem direito a palavra e a voto, assistir
tribuição pelos círculos eleitorais provinciais dos três as sessões da Comissão Nacional de Eleições
mandatos do círculo eleitoral das comunidades moçam- 6. A ONUMOZ poderá designar um seu representante
bicanas no estrangeiro. para, sem direito a palavra e a voto, observar as sessões da
ARTIGO 12 Comissão Nacional de Eleições.
(Incapacidade eleitoral activa) 7. O exercício do cargo de membro da Comissão Na-
cional de Eleições e os seus órgãos é incompatível com a
Não são eleitores: qualidade de candidato a Presidente da República e a
a) os interditos por sentença com trânsito em julgado; deputado da Assembleia da República.
b) os notoriamente reconhecidos como dementes ainda ARTIGO 16
que não estejam interditos por sentença, os (Competências)
internados em estabelecimentos psiquiátricos e
os como tal declarados por junta médica; 1. Compete a Comissão Nacional de Eleições:
c) os delinquentes condenados em pena de prisão por a) estabelecer medidas para que o processo eleitoral
crime doloso de delito comum enquanto não se desenvolva em condições de plena liberdade,
hajam expiado a respectiva pena; justiça e transparência;
d) os cidadãos sob prisão preventiva, por decisão ju- b) organizar e dirigir o recenseamento eleitoral e o
dicial. processo eleitoral;
c) assegurar a igualdade de tratamento dos cidadãos ARTIGO 1 8
em todos os actos do recenseamento eleitoral e (investidura e mandato)
em todas as operações eleitorais;
d) assegurar a igualdade de oportunidade e de tra- 1. Os membros da Comissão Nacional de Eleições tomam
tamento das diversas candidaturas; posse perante o Presidente da República.
e) registar as coligações dos partidos para fins elei 2. A Comissão Nacional de Eleições inicia a sua activi-
torais; dade com o número de membros existente à data da to-
f ) aprovar os modelos de boletim de recenseamento, mada de posse.
de caderno de recenseamento eleitoral, do cartão 3. O mandato dos membos da Comissão Nacional de
do eleitor, de boletim de voto e de actas de Eleições inicia com a tomada de posse, imediatamente após
votação das assembleias de voto e quaisquer a publicação da presente lei, e cessa com a apresentação
outros impressos ou materiais a serem utilizados do relatório final, cento e vinte dias após a publicação do
no processo eleitoral; mapa oficial das eleições.
g) aprovar os regulamentos, as instruções e directivas 4. Os membros das comissões provinciais de eleições
respeitantes à condução do recenseamento elei- tomam posse perante o Presidente da Comissão Nacional
toral e do processo eleitoral, que são publicados de Eleições.
na 1.a série do Boletim da República; 5. Os membros das comissões distritais de eleições
h) efectuar os sorteios referentes a lista dos can- tomam posse perante o presidente da respectiva comissão
didatos; provincial de eleições.
i) determinar os locais de constituição e funciona- 6. O mandato dos membros das comissões provinciais
mento das assembleias de voto de acordo com de eleições e das comissões distritais de eleições inicia
as propostas dos órgãos eleitorais de escalão com a tomada de posse e cessa cento e vinte dias após
inferior; o sufrágio.
j) promover através dos órgãos de comunicação e ARTIGO 19
outros meios de difusão massiva a educação e (órgão de administração do processo eleitoral)
o esclarecimento cívicos dos cidadãos sobre as
questões inerentes ao processo eleitoral; 1. No exercício das suas atribuições e competências, a
l) proceder à distribuição dos tempos de antena na Comissão Nacional de Eleições é apoiada por um órgão
rádio e televisão do sector público pelas di- permanente designado por Secretariado Técnico de Admi-
ferentes candidaturas; nistração Eleitoral, cujo funcionamento será regulado por
m) garantir que as autoridades competentes criem as Decreto do Conselho de Ministros, sob proposta da Comis-
condições de segurança necessárias à realização são Nacional de Eleições.
das eleições em todo o território nacional; 2. O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral
n) proceder às operações de apuramento dos re- subordina-se à Comissão Nacional de Eleições durante o
sultados das eleições; funcionamento desta.
o) participar ao Ministério Público quaisquer actos de 3. O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral
ilícito eleitoral de que tome conhecimento; é dirigido por um director-geral designado pelo Presidente
p) propor ao Presidente da República as datas para da República.
a realização das eleições; 4. O Director-Geral do Secretariado Técnico de Admi-
q) desempenhar as demais funções que lhe sejam atri- nistração Eleitoral é coadjuvado por dois directores-gerais
buídas pela presente lei. adjuntos, sendo um apresentado pela Renamo e outro pelos
restantes partidos políticos.
2. No que concerne à tutela jurisdicional do processo 5. O Director-Geral e os dois Directores-Gerais Adjuntos
eleitoral compete à Comissão Nacional de Eleições: do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral têm
a) zelar pela aplicação das disposições constitucionais assento na Comissão Nacional de Eleições, com direito a
e legais relativas ao processo eleitoral; palavra mas sem direito a voto.
b) receber, examinar e deliberar sobre as queixas e 6. O disposto nos n.os 3, 4 e 5 será aplicado com as
reclamações quanto à validade das eleições, bem necessárias adaptações aos órgãos locais do Secretariado
como apreciar as observações dos observadores Técnico de Administração Eleitoral.
internacionais; 7. O regulamento a que se refere o n.° 1 do presente
c) validar e proclamar os resultados eleitorais, man- artigo estabelecerá o quadro de pessoal necessário para
dando publicar no Boletim da República os re- cada escalão, contemplando a participação, para além
sultados das eleições; do Governo, da Renamo e dos outros partidos políticos
d) verificar a regularidade das contas eleitorais. bem como da Organização das Nações Unidas.
ARTIGO 2 0
3. No exercício das suas atribuições e competências, a
(Dever de colaboração)
Comissão Nacional de Eleições não pode deliberar em
termos contrários às disposições referentes ao processo Os órgãos e agentes da Administração Pública, entidades
eleitoral constantes do Acordo Geral de Paz, aprovado pela privadas e os partidos políticos estão obrigados a prestar
Lei n.° 13, de 14 de Outubro de 1992. à Comissão Nacional de Eleições e seus órgãos o apoio e
colaboração necessários ao eficaz exercício das suas funções,
ARTIGO 1 7
bem como prestar informações sobre o processo eleitoral.
(Estatuto dos membros)
ARTIGO 2 1
Os membros da Comissão Nacional de Eleições são ina- (Dever especial de colaboração)
movíveis e não respondem durante o seu mandato pelos
actos praticados no exercício das suas funções, salvo os 1. Os órgãos da administração central do Estado, assim
que possam influenciar os resultados das eleições. como as autoridades administrativas locais, são obrigados
a prestar à Comissão Nacional de Eleições e seus órgãos d) efectuar o apuramento de votos e registar os re-
o apoio e colaboração necessários à realização das ope- sultados das votações ao seu nível;
rações do recenseamento eleitoral e do sufrágio. e) receber as reclamações sobre o processo eleitoral e
2. As forças de manutenção da lei e ordem ficam encaminhá-las à Comissão Nacional de Eleições;
obrigadas a tomar as providências necessárias à manutenção f ) remeter à Comissão Nacional de Eleições as actas
da ordem pública e estabilidade, durante os actos elei- dos resultados eleitorais.
torais.
2. Compete ainda às comissões provinciais de eleições
ARTIGO 2 2
a execução de instruções e directivas emanadas da Co-
(Funcionamento) missão Nacional de Eleições.
1. A Comissão Nacional de Eleições funciona regular- ARTIGO 2 6
mente em plenário, podendo adoptar outras formas de (Composição das comissões distritais de eleições)
funcionamento.
2. A Comissão Nacional de Eleições toma as suas deli- 1. As comissões distritais de eleições têm a seguinte
berações por consenso. composição:
3. Nos seus impedimentos e ausências o Presidente da a) três membros designados pelo Governo, um dos
Comissão Nacional de Eleições é substituído por um dos quais será o presidente da Comissão;
vice-presidentes da mesma comissão, num sistema rotativo. b) dois membros designados pela Renamo;
4. A Comissão Nacional de Eleições aprovará o seu re- c) um membro indicado por cada um dos partidos
gimento interno, que deverá ser publicado na 1.a série do registados à data da entrada em vigor da pre-
Boletim da República. sente lei.
ARTIGO 2 3 2. O presidente da comissão será coadjuvado por um
(Órgãos) vice-presidente a ser indicado pela Renamo dentre os dois
membro da comissão, referidos no número anterior.
1. São órgãos da Comissão Nacional de Eleições: 3. A ONUMOZ (Operações das Nações Unidas para
a) as comissões provinciais de eleições; Moçambique) poderá designar um seu representante.
b) as comissões distritais de eleições 4. O exercício do cargo de membro da comissão distrital
de eleições é incompatível com a qualidade de candidato
2. A Comissão Nacional de Eleições tem, igualmente, um a Presidente da República e a deputado da Assembleia da
órgão executivo permanente cuja composição e funciona- República.
mento serão definidos no regimento referido no artigo ARTIGO 2 7

anterior. (Competências das comissões distrital» do eleições)


ARTIGO 2 4 Compete às comissões distritais de eleições:
(composição da comissão provincial da eleições)
a) controlar o processo eleitoral, assegurando a obser-
1. As comissões provinciais de eleições têm a seguinte vância da Constituição e das disposições da pre-
composição: sente lei;
b) organizar e dirigir o processo eleitoral e em especial
a) três membros designados pelo Governo, um dos distribuir às assembleias de voto os boletins
quais será o presidente da comissão; de voto, as urnas, selos e outros materiais indis-
b) dois membros designados pela Renamo; pensáveis ao acto de votação;
c) um membro indicado por cada um dos partidos c) dar a conhecer publicamente as listas das ca
registados à data da entrada em vigor da pre- didaturas utilizando a forma de comunicação
sente lei. mais eficaz;
d) apurar, registar e rubricar os resultados das vo-
2. O presidente da comissão será coadjuvado por um tações e remeter às comissões provinciais de
vice-presidente a ser indicado pela Renamo dentre os dois eleições as respectivas actas;
membros da comissão, referidos no número anterior. e) receber as reclamações sobre o processo eleitoral
3. A ONUMOZ (Operação das Nações Unidas para Mo- e remetê-las à comissão provincial de eleições
çambique) poderá designar um seu representante. para os efeitos legais.
4. O exercício do cargo de membro da comissão pro-
vincial de eleições é incompatível com a qualidade de can- ARTIGO 2 8
didato a Presidente da República e a deputado da As- (Direito a subsidio)
sembleia da República.
1. Os membros das comissões de eleições têm direito a
ARTIGO 2 5 um subsídio do orçamento do Estado.
(Competências) 2. Quando os meios financeiros provenham de outras
fontes que não o orçamento geral do Estado, a fixação de
1. Compete às comissões provinciais de eleições: um subsídio complementar competirá à própria Comissão
a) coordenar a seu nível a implementação da presente Nacional de Eleições.
lei; ARTIGO 29
b) controlar o processo eleitoral e assegurar a obser- (Orçamento)
vância da Constituição e das disposições da
presente lei durante a realização do recensea- Os encargos com o funcionamento das comissões são
mento eleitoral e do sufrágio; cobertos por dotação orçamental do Estado a atribuir ao
c) participar ao Ministério Público quaisquer actos de Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, sem pre-
ilícito eleitoral de que tome conhecimento; juízo do reforço com outros tipos de fundos.
CAPÍTULO II disposição quaisquer documentos que interessem ao conhe-
cimento da causa.
Tribunal Eleitoral
8. As deliberações do tribunal revestirão a forma de
ARTIGO 3 0 acórdão e serão proferidas dentro de vinte e quatro horas
(Definição e competência) após o decurso do prazo para a apresentação da resposta
das partes recorridas.
O Tribunal Eleitoral é o órgão jurisdicional a quem 9. As deliberações do tribunal são tomadas por maioria
compete apreciar, em única instância, os recursos de con- de votos dos membros presentes. O membro que não se
tencioso eleitoral interpostos das decisões proferidas pela conformar no todo ou em parte com o voto da maioria, as-
Comissão Nacional de Eleições. sinará vencido.
ARTIGO 31 10. O processo é isento de custas e quaisquer outros
(Independência) encargos.
ARTIGO 3 5
O Tribunal Eleitoral é um órgão independente de todos (Quotum)
os poderes do Estado.
ARTIGO 3 2 O tribunal só poderá deliberar achando-se presentes,
(Composição e posse dos membros) pelo menos, dois dos seus membros, além do presidente.

1. O Tribunal Eleitoral é constituído por cinco membros, ARTIGO 3 6


designadosdo seguinte modo: (Obrigatoriedade das deliberações)
a) dois magistrados judiciais com mais de cinco anos
de serviço, indicados pelo Conselho Superior da As deliberações do tribunal são de cumprimento obri-
Magistratura Judicial; gatório para todos os cidadãos e demais pessoas jurídicas,
b) três juízes de reconhecida competência técnica e sendo de execução imediata.
profissional, com mais de cinco anos de ex-
periência, indicados pelo Secretário-Geral das ARTIGO 3 7
Nações Unidas, sob proposta do Conselho de (Sede, entrada em funcionamento e extinção)
Segurança.
1. O Tribunal Eleitoral tem a sua sede na cidade de
2. Os membros do Tribunal Eleitoral tomam posse Maputo.
perante o Presidente da República. 2. O tribunal entrará em funcionamento sessenta dias
3. Os membros do tribunal elegerão, de entre si, o pre- após o início de funções da Comissão Nacional de Eleições
sidente em sessão a realizar até oito dias após a tomada e extinguir-se-á trinta dias depois da extinção desta.
de posse.
ARTIGO 3 3
CAPÍTULO III
(Incompatibilidades)
Recenseamento Eleitoral
O exercício do cargo de membro do Tribunal Eleitoral
é incompatível com a qualidade de candidato a Presidente SECÇÃO I
da República e a deputado da Assembleia da República. Disposições Gerais
ARTIGO 3 4 ARTIGO 3 8
(Formalismo processual) (Regra geral)
1. O recurso interpõe-se por meio de petição entregue na O recenseamento eleitoral é oficioso, obrigatório e único
secretaria do tribunal, no prazo de quarenta e oito horas para as eleições presidenciais e legislativas.
após o conhecimento da decisão controvertida.
2. Na petição deve expor-se desenvolvidamente o objecto
e os fundamentos do recurso, concluindo-se pelo pedido, ARTIGO 3 9

que declarará os termos em que o recorrente pretende que (Universalidade)


se julgue e por requerimento para a citação ou notificação
das partes interessadas, se as houver. Todos os cidadãos de nacionalidade moçambicana, de-
3. Todos os documentos em que o pedido se fundar serão vidamente comprovada, residentes no país ou no exterior e
entregues juntamente com a petição, não podendo ser re- com dezoito anos de idade completos ou a completar à
cebidos ulteriormente. data da realização das eleições, estão sujeitos ao recensea-
4. Autuada e registada a petição, será esta logo presente mento eleitoral.
à distribuição. ARTIGO 4 0
5. Recebidos os autos, o relator mandará citar ou noti- (Obrigateriedade e oficiosidade)
ficar as partes interessadas, se for caso disso, para res-
ponderem no prazo de vinte e quatro horas. 1. Todo o cidadão tem o direito e o dever cívico de
6. A resposta das partes citadas ou notificadas, apre- promover a sua inscrição no recenseamento, de verificar
sentada no prazo indicado no número anterior, é a con- se está devidamente registado e de, em caso de erro ou
testação ou defesa acerca do pedido, valendo para todos omissão, requerer a respectiva rectificação.
os efeitos como audiência contraditória. 2. As brigadas de recenseamento devem promover, nas
7. Antes da apresentação do projecto de decisão à con- respectivas unidades geográficas, a inscrição nos cadernos
ferência, o relator poderá ordenar à Comissão Nacional de eleitorais, de todos os titulares do direito de voto, de que
Eleições que preste informações pertinentes ou ponha à sua tenham conhecimento, ainda não inscritos.
ARTIGO 41 recenseamento, sob coordenação do Secretariado Técnico
(Unicidade de Inscrição) de Administração Eleitoral.
5. No estrangeiro o recenseamento eleitoral é realizado
Cada cidadão só se pode inscrever uma vez no recensea- pelas missões diplomáticas e consulares sob a direcção da
mento. Comissão Nacional de Eleições.
ARTIGO 4 2
ARTIGO 47
(Presunção da capacidade eleitoral)
(Tipo e composição de brigadas do recenseamento)
1. A inscrição de um cidadão no caderno de recensea-
mento implica a presunção de que tem capacidade eleitoral. 1. As brigadas do recenseamento eleitoral são fixas ou
2. A presunção referida no número anterior só pode ser móveis e a sua identificação processa-se por numeração
ilidida por documento comprovativo da morte do eleitor cardinal.
ou da alteração da respectiva capacidade eleitoral, que a 2. A criação de brigadas depende do número previsível
entidade recenseadora possua ou lhe venha a ser apre- de eleitores e da sua dispersão geográfica.
sentado. 3. As brigadas do recenseamento eleitoral são consti-
ARTIGO 4 3 tuídas por funcionários eleitorais, empregados de ins-
(Âmbito territorial) tituições privadas e outros cidadãos maiores de dezoito
anos, com habilitações literárias mínimas de 6.a classe ou
1. O recenseamento eleitoral tem lugar em todo o ter- equivalente, a serem seleccionados pelos órgãos locais de
ritório nacional. Administração Pública com o apoio do Secretariado
2. As unidades geográficas de realização do recensea- Técnico de Administração Eleitoral.
mento eleitoral são: 4. Cada brigada do recenseamento eleitoral terá um mí-
a) bairro, aldeia, localidade, no interior do país; nimo de cinco e um máximo de sete elementos, sem
b) a área de jurisdição consular correspondente a prejuízo de composição diferente a determinar pelas co-
representação diplomática, no exterior do país. missões eleitorais, de acordo com as especificidades locais.
Pelo menos, um dos membros da brigada deverá falar a
3. O recenseamento eleitoral no estrangeiro, a ser de- língua local da área do posto de recenseamento.
liberado em tempo oportuno pela Comissão Nacional de
Eleições, é realizado desde que sejam criadas as condições ARTIGO 4 8
materiais e os mecanismos de controlo e acompanhamento. (Competências das brigadas do recenseamento eleitoral)
Às brigadas do recenseamento eleitoral compete pro-
ARTIGO 4 4
ceder à realização dos actos do recenseamento eleitoral
(Local do recenseamento eleitoral) dos cidadãos, nas áreas das unidades geográficas.
1.O cidadão eleitor inscreve-se no local de funciona- ARTIGO 4 9
mento da entidade recenseadora da unidade geográfica
(Posto de recenseamento eleitoral)
da sua residência habitual.
2. O recenseamento de cidadãos militares ou membros 1. O posto de recenseamento eleitoral é o local onde
das forças de manutenção da lei e ordem tem lugar na funciona a brigada de recenseamento.
unidade geográfica próxima da sua unidade. 2. O posto de recenseamento eleitoral coincide, sempre
que possível, com o local de funcionamento da assembleia
ARTIGO 4 5 de voto.
(Âmbito temporal) 3. Não é permitida a constituição e funcionamento de
postos de recenseamento em:
O recenseamento eleitoral dos cidadãos decorrente da a) unidades policiais;
aplicação da presente lei, vale por tempo indeterminado, b) unidades militares;
sem prejuízo da sua actualização periódica.
c) residências de ministros de culto;
SECÇÃO I I
d) edifícios de qualquer partido político ou orga-
nização religiosa;
Estrutura Orgânica do Recenseamento e) locais onde se vendam bebidas alcoólicas;
f) locais de culto ou destinados ao culto;
ARTIGO 4 6
g) unidades sanitárias.
(órgãos do recenseamento eleitoral)
SECÇÃO III
1. O recenseamento eleitoral é organizado e dirigido a Papel dos Partidos Políticos
nível central pela Comissão Nacional de Eleições, através no Recenseamento Eleitoral
do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e a
sua execução incumbe à Administração Pública, por inter- ARTIGO 5 0
médio dos seus órgãos locais. (Colaboração dos partidos poli ticos)
2. Nas províncias a organização e direcção do recensea-
mento eleitoral compete às comissões provinciais de elei- 1. Qualquer partido político legalmente constituído pode
ções. colaborar com as brigadas de recenseamento eleitoral,
3. A nível dos distritos, a organização e direcção do competindo a Ettas, sem discriminação, definir a neces-
recenseamento eleitoral compete às comissões distritais sidade e o âmbito daquela colaboração.
de eleições. 2. A colaboração dos partidos políticos faz-se através
4. Nos bairros, aldeias e localidades o recenseamento de elementos que aqueles indiquem às comissões distritais
eleitoral e realizado, para efeitos das eleições gerais multi- de eleições até cinco dias antes do início do período do
partidárias, pelos órgãos locais através de brigadas do recenseamento
ARTIGO 5 1 ARTIGO 5 7
(Fiscalização pelos partidos políticos) (Novo período da Inscrição)

1. Os partidos políticos legalmente constituídos têm 1. A Comissão Nacional de Eleições pode, a título ex-
poderes de fiscalização dos actos de recenseamento eleitoral cepcional, fixar um período para novas inscrições, sem
para verificar a sua conformidade com a lei. prejuízo do prazo previsto no artigo 68 da presente lei.
2. A fiscalização pelos partidos políticos realiza-se 2. Podem recensear-se, durante o novo período de ins-
através de fiscais por eles indicados e cujos nomes são crição, os cidadãos que, não o estando, reúnam as seguintes
comunicados às comissões provinciais de eleições e às co- condições:
missões distritais de eleições, até dez dias antes do início a) tenham readquirido a capacidade eleitoral activa
do recenseamento eleitoral. com a reaquisição dos direitos civis e políticos;
3. Na falta da comunicação prevista no número anterior, b) tenham estado temporariamente impossibilitados
entende-se que os partidos políticos não pretendem indicar de se recensear, por virtude do exercício da sua
quem os represente nos actos do recenseamento eleitoral. profissão;
4. As comissões provinciais de eleições e as comissões c) tenham estado impossibilitados por razões de
distritais de eleições devem emitir credenciais, de modelo saúde;
anexo, para os fiscais e proceder à sua entrega ao partido d) tenham regressado ao país.
político interessado no prazo de cinco dias após solicitação.
5. Os partidos políticos são representados em cada bri- ARTIGO 5 8
gada por um fiscal, sem prejuízo da possibilidade da fis- (Teor da inscrição)
calização de várias brigadas pela mesma pessoa.
1. A inscrição dos cidadãos eleitores é feita pelo seu
ARTIGO 5 2 nome completo, filiação, data e local de nascimento, bem
(Direitos d o s fiscais d o s partidos políticos) como endereço completo do local de residência habitual.
2. Da inscrição consta ainda o número e a entidade
São direitos dos fiscais dos partidos políticos: emissora do bilhete de identidade ou do passaporte, sempre
a) solicitar e obter informações sobre os actos do que o cidadão o exiba, ou esse número possa ser apurado,
processo do recenseamento eleitoral; mesmo que haja expirado o seu prazo de validade.
b) apresentar por escrito, reclamações e recursos sobre 3. Caso o cidadão eleitor não possua os documentos re-
as decisões relativas à capacidade eleitoral feridos no número anterior, a identificação far-se-á por uma
activa. das seguintes formas:
ARTIGO 53 a) por qualquer outro documento que contenha fo-
(Deveres d o s fiscais d o s partidos políticos) tografia actualizada, assinatura ou impressão
digital e que seja geralmente utilizado para
Os fiscais dos partidos políticos têm os seguintes deveres: identificação, nomeadamente, mas não exclusi-
a) exercer uma fiscalização conscienciosa e objectiva; vamente, carta de condução, cartão de resi-
b) abster-se de apresentar reclamações ou recursos de dência, cartão de trabalho, cartão de recensea-
má fé. mento militar, cartão de identificação militar,
SECÇÃO IV caderneta de desmobilizado;
Operações do Recenseamento Eleitoral b) reconhecimento da identidade do cidadão pela
brigada de recenseamento;
ARTIGO 5 4
c) através de prova testemunhal feita por dois ci-
(Determinação d o período de inscrição) dadãos eleitores inscritos no mesmo posto de
recenseamento ou por entidades religiosas, tra-
O período de inscrição no recenseamento eleitoral, em
dicionais e outras;
todo o território nacional e no estrangeiro, inicia e termina
em data a fixar pela Comissão Nacional de Eleições. d) através da cédula pessoal, certidão de nascimento
ou outro documento legal bastante.
ARTIGO 5 5
ARTIGO 5 9
(Anúncio d o período d e inscrição)
(Inscrição n o exterior d o pais)
A Comissão Nacional de Eleições, as comissões pro-
vinciais e as comissões distritais de eleições anunciam A inscrição no exterior do país, faz-se com base num
através de editais a afixar nos locais públicos habituais e dos seguintes documentos comprovativos da nacionalidade
por meio dos órgãos de comunicação social nacionais, o pe- moçambicana:
ríodo do recenseamento eleitoral, até trinta dias antes do a) passaporte ou bilhete de identidade moçambicanos
seu início. dentro do prazo de validade;
ARTIGO 5 6 b) bilhete de identificação de cidadão estrangeiro re-
(Aceitação condicional de inscrição) sidente, actualizado, passado pelo respectivo
país.
1. Quando, no acto de inscrição, se suscitem dúvidas ARTIGO 60
sobre a sanidade mental do cidadão, pode a inscrição ser
(Processo d e inscrição)
aceite sob condição de o interessado apresentar, no prazo
de quinze dias, documento comprovativo da sua sanidade 1. O boletim de inscrição de modelo anexo é assinado
mental. e datado pela brigada de r e c e n s e a m e n t o .
2. Em caso de dúvida sobre a cidadania moçambicana, 2. Se o eleitor não puder assinar o boletim de inscrição
o interessado deve apresentar, no prazo de quinze dias, nem apresentar sua impressão digital por impossibilidade
a necessária confirmação, à qual fica condicionada a acei- física notória, deve esse facto ser anotado pela brigada de
tação da inscrição. recenseamento no próprio boletim.
ARTIGO 6 1 recenseamento, os quais devem conter a assinatura dos
(Cartão do eleitor) membros da brigada respectiva e dos fiscais que a ela
estejam adstritos.
1. No acto de inscrição é entregue ao cidadão um cartão
do eleitor conforme modelo anexo, devidamente auten- ARTIGO 6 6
ticado pela brigada de recenseamento, comprovativo da
sua inscrição e no qual constam obrigatoriamente: (Comunicação doe dados)

a) fotografia; 1. Cumpridas as formalidades previstas no artigo


b) o número de inscrição; anterior, as brigadas de recenseamento devem proceder
c) o posto e unidade geográfica de recenseamento; imediatamente à comunicação às comissões distritais de
d) o nome do eleitor; eleições do número de eleitores inscritos na respectiva
e) data e local de nascimento; unidade geográfica e ao envio de todos os documentos
f) assinatura ou impressão digital; inerentes ao processo de recenseamento eleitoral.
g) número e entidade emissora do bilhete de identi- 2. As comissões distritais de eleições devem, após o
dade ou passaporte, sempre que possível. período de reclamações referido no n.° 1 do artigo 71, co-
2. Em caso de extravio do cartão, o eleitor deve co- municar às comissões provinciais de eleições o número de
municar o facto ao posto de recenseamento ou às auto- eleitores e enviar as cópias dos respectivos cadernos de
ridades de administração local, devendo estas emitir novo recenseamento eleitoral.
cartão com indicação de se tratar de segunda via. 3. As comissões provinciais de eleições devem co-
3. A emissão da nova via a que se refere o número municar à Comissão Nacional de Eleições o número de
anterior pode ser feita até ao trigésimo dia anterior à data eleitores inscritos na sua área de jurisdição mediante o
da realização das eleições. envio de cópias dos respectivos cadernos de recenseamento
eleitoral.
ARTIGO 6 2
ARTIGO 6 7
(Modificação do noma do cidadão eleitor)
(Exposição de cópia dos cadernos)
1. Qualquer modificação do nome do cidadão eleitor Entre o quarto e o décimo terceiro dia posteriores ao
inscrito é comunicada à administração local pelo com- termo do período previsto no artigo 54, são expostas nas
petente serviço, e ao posto de recenseamento para efeitos sedes das autoridades de administração local das unidades
de alteração na inscrição. geográficas do recenseamento eleitoral cópias fiéis dos
2. A alteração do nome do cidadão eleitor não acarreta cadernos do recenseamento, para efeitos de consulta e re-
alteração do número inicial da sua inscrição. clamação dos interessados.
SECÇÃO V
ARTIGO 6 8
Cadernos de Recenseamento
(Publicação dos cademos definitivos)
ARTIGO 63

(Elaboração) Os cadernos de recenseamento definitivos devem estar


preparados e tornados públicos até à data do início da
1. O número da inscrição e o nome dos cidadãos eleitores campanha eleitoral.
constam dos cadernos de recenseamento de modelo anexo.
2. Haverá tantos cadernos quantos necessários para que ARTIGO 6 9

em cada um deles figurem sensivelmente mil eleitores. (Periodo de Inalterabilidade dos cademos
3. Os cadernos de recenseamento são elaborados se pos- da recenseamento)
sível com recurso a meios mecanográficos e magnéticos.
Os cadernos de recenseamento eleitoral não podem ser
4. No estrangeiro, os cadernos de recenseamento são
alterados depois do início da campanha eleitoral.
obrigatoriamente dactilografados, sempre que os postos de
recenseamento das unidades geográficas não disponham SECÇÃO VI
dos meios referidos no número anterior.
5. Os cadernos de recenseamento são rubricados, em Reclamações e Recursos
todas as suas folhas, pela brigada de recenseamento e tem ARTIGO 7 0
termos de abertura e de encerramento, por ela subscritos.
(Reclamações)
6. A numeração dos cadernos de recenseamento deve
coincidir com a numeração do boletim de recenseamento e 1. Durante o período da exposição da cópia dos cadernos
do cartão de eleitor. de recenseamento, qualquer eleitor ou partido político
ARTIGO 6 4 pode, nos cinco dias seguintes à afixação, reclamar, por
(Rectificação) escrito, perante as respectivas comissões distritais de elei-
ções das omissões OU inscrições indevidas nos cadernos de
Durante o período previsto no artigo 54 da presente lei, recenseamento.
as brigadas de recenseamento ou as autoridades da admi-
nistração local procedem às rectificações de erros materiais 2. As comissões distritais de eleições, após receberem a
eventualmente ocorridos no processo de realização do re- reclamação, mandarão notificar imediatamente o eleitor
censeamento eleitoral. cuja inscrição seja considerada irregular pelo reclamante,
ARTIGO 6 5
sendo este o caso para, querendo, se pronunciar no prazo
de três dias, juntando as provas que entenda por conve-
(Encerramento dos cadernos da recenseamento niente.
eleitoral)
3. Decorrido o prazo estabelecido no número anterior,
Terminadas as operações do recenseamento eleitoral, as comissões distritais de eleições enviarão todo o ex-
são lavrados os termos de encerramento dos cadernos de pediente, devidamente informado e com todos os elementos
de prova produzidos à Comissão Nacional de Eleições, no CAPÍTULO III
prazo de dois dias, dando disso conhecimento à respectiva
comissão provincial de eleições. Verificação e Publicação de Candidaturas
4. A Comissão Nacional de Eleições decidirá sobre a ARTIGO 7 5
reclamação apresentada, no prazo de dez dias. (Legitimidade e modo de apresentação de candidaturas)

ARTIGO 71
A legitimidade e o modo de apresentação de candidaturas
rege-se pelo disposto nos Títulos VI e VII da presente lei.
(Comunicação da decisão sobre a reclamação)
ARTIGO 7 6
A decisão da Comissão Nacional de Eleições, relativa- (Mandatários de listas)
mente à reclamação apresentada, será imediatamente
notificada: 1. Os candidatos devem designar de entre eles ou de
a) à comissão distrital de eleições, que informara à entre os eleitores inscritos um mandatário para os repre-
sentar em todas as operações do processo eleitoral cuja
respectiva comissão provincial de eleições. representação seja permitida nos termos da presente lei.
b) ao recorrente; 2. A morada ou domicílio do mandatário é sempre in-
c) aos demais interessados. dicada no processo da candidatura para efeitos de noti-
ficação.
TÍTULO III ARTIGO 7 7
(Verificação das candidaturas)
Estatuto dos Candidatos
1. Findo o prazo para apresentação das listas de can-
CAPÍTULO I didatos e antes da sua apreciação pela Comissão Nacional
Estatutos dos Candidatos de Eleições, o presidente manda afixar à porta do edifício
onde esta funciona cópias das listas recebedidas.
ARTIGO 7 2
2. A regularidade do processo, a autenticidade dos do-
(Direito de dispensa de funções) cumentos que o integram e a elegibilidade dos candidatos
são verificadas pela Comissão Nacional de Eleições, nos
Nos quarenta e cinco dias anteriores à data das eleições, oito dias subsequentes ao termo do prazo de apresentação
os candidatos a Presidente da República e a deputados da de candidaturas.
Assembleia da República, têm direito a dispensa do exer- ARTIGO 7 8
cício das respectivas funções, sejam privadas ou públicas, (Suprimento de irregularidades processuais)
contando esse tempo para todos os efeitos, incluindo o
direito à retribuição, como tempo de serviço efectivo Verificando-se irregularidade processual, é o mandatário
da lista imediatamente notificado a mando do Presidente
da Comissão Nacional de Eleições para a suprir no prazo
ARTIGO 7 3
de cinco dias.
(Suspensão do exercício da função e passagem ARTIGO 7 9
à reserva)
(Causas de rejeição de candidaturas)
1. Os magistrados judiciais, do Ministério Público e os Apenas podem ser rejeitadas as candidaturas de can-
diplomatas chefes de missão que nos termos da presente lei, didatos incapazes ou inelegíveis, nos termos da presente
pretendam concorrer às eleições presidenciais ou legis- lei.
lativas, devem solicitar a suspensão do exercício da função, ARTIGO 8 0
a partir do momento da apresentação da candidatura. (Efeitos da rejeição)
2. O período de suspensão conta para todos os efeitos
como tempo de serviço efectivo. 1. Em caso de rejeição, os mandatários das candidaturas
3. Os militares e agentes para-militares em serviço activo, devem ser imediatamente notificados para, querendo, pro-
que pretendam candidatar-se a Presidente da República cederem à substituição do candidato ou candidatos no prazo
ou a deputados da Assembleia da República carecem da de cinco dias.
apresentação de prova documental da passagem à reserva 2. Findo o prazo previsto no n.° 1, nas quarenta e oito
ou reforma. horas subsequentes, o Presidente da Comissão Nacional
Os órgãos de que dependem os militares e agentes de Eleições faz operar nas listas as rectificações ou adita-
para-militares referidos no número anterior, devem con- mentos requeridos pelos respectivos mandatários.
ceder a respectiva autorização sempre que tal lhes seja so-
ARTIGO 8 1
licitado.
(Divulgação das listas definitivas)
ARTIGO 7 4
(Imunidade) 1. A Comissão Nacional de Eleições procede à divulgação
das listas definitivas quando:
1. Nenhum candidato a Presidente da República ou a a) não tenha ocorrido nenhuma das situações pre-
deputado da Assembleia da República pode ser sujeito a vistas nos artigos 79 e 80, n.° 2;
prisão preventiva, a não ser em caso de flagrante delito, b) não tenha havido reclamações;
por crime doloso punível com pena de prisão maior. c) tenham sido decididas as reclamações devidamente
2. Movido processo crime contra algum candidato que apresentadas.
não esteja em regime de prisão preventiva, e indiciado
este por despacho de pronúncia ou equivalente, o processo 2. Um exemplar da relação das listas referidas no número
só pode seguir seus termos após a proclamação dos re- anterior deve ser afixado à porta da Comissão Nacional
sultados das eleições. de Eleições e enviado aos mandatários de lista.
ARTIGO 8 2 ARTIGO 8 7

(Listas de candidatos) (Uberdade de expressão e de Informação)

1. As listas de candidatos propostos pelos partidos po- 1. No decurso da campanha eleitoral não pode ser
líticos ou coligações de partidos devem indicar os nomes imposta qualquer limitação à expressão de princípios po-
completos de cada candidato, discriminados por círculos líticos, económicos e sociais.
eleitorais provinciais e pelos círculos de cidadãos eleitores 2. Durante o período da campanha eleitoral não podem
moçambicanos residentes no exterior do país. ser aplicadas às empresas que explorem meios de comu-
2. Os partidos políticos ou coligações de partidos podem nicação social, nem aos seus agentes, quaisquer sanções
concorrer às eleições em todos os círculos eleitorais ou por actos integrados na campanha.
apenas em alguns deles.
ARTIGO 8 8
3. Sempre que os partidos políticos ou coligações de
partidos concorram às eleições num círculo eleitoral deter- (Liberdade de reunião e de manifestação)
minado devem obedecer aos limites fixados nos números
seguintes do presente artigo. 1. No período da campanha eleitoral, a liberdade de
4. O número de candidatos efectivos apresentados não reunião e de manifestação para fins eleitorais, rege-se pelo
deve ser superior ao número total de mandatos corres- disposto na Lei n.° 9/91, dc 18 de Julho, corn as espe-
pondente ao círculo eleitoral a que se refiram. cificidades constantes dos núnieros seguintes.
5. As listas de candidatos referidas no n.° 1 deverão 2. Os cortejos e desfiles podem realizar-se em qualquer
igualmente indicar o nome dos candidatos suplentes cm dia e hora respeitando-se os limites impostos pela manu-
cada círculo eleitoral dentro dos seguintes limites máximos: tenção da ordem pública, do ordenamento do trânsito e do
período de descanso dos cidadãos.
a) até dez suplentes por círculo eleitoral provincial; 3. A presença de agentes da autoridade em reuniões e
b) até dois suplentes pelo círculo das comunidades no manifestações organizadas por qualquer candidatura apenas
exterior pode ser solicitada pelos seus órgãos competentes, ficando
ARTIGO 8 3 a entidade organizadora responsável pela manutenção da
(Sorteio das listas) ordem quando não faça tal solicitação.
4. O prazo para o aviso, a que se refere o artigo 10 da
1. Nos trés dias posteriores à publicação das listas de- Lei n.° 9/91, é, para efeitos de campanha eleitoral, re-
finitivas a Comissão Nacional de Eleições procede, na duzido para vinte e quatro horas.
presença dos candidatos ou mandatários que compareçam 5. O prazo para o aviso, a que se refere o n.° 1 do ar-
ao sorteio das listas apresentadas, para fixação da sua tigo 11 da Lei n.° 9/91, e, para efeitos da presente lei.
ordem no boletim de voto, lavrando-se o auto do sorteio. fixado em doze horas.
2. O resultado do sorteio é publicado na 1.a série do
ARTIGO 8 9
Boletim da República, devendo ser enviadas aos órgãos dc
comunicação social cópias do auto do sorteio para efeitos (Proibição d e divulgação de sondagens)
de divulgação
TITULO IV
Ê proibida a divulgação de sondagens ou inquéritos
relativos à atitude dos eleitores perante os candidatos,
Campanha e Propaganda Eleitoral desde o início da campanha eleitoral até ao dia imediato
ao do encerramento das mesas de voto.
CAPITULO I
ARTIGO 9 0
Campanha Eleitoral (Normas éticas da campanha)
ARTIGO 8 4
(Inicio e termo da campanha eleitoral) O apelo à desordem ou à insurreição ou incitamento ao
ódio, à violência ou à guerra são proibidos durante a
A campanha eleitoral tem início quarenta e cinco dias campanha eleitoral.
ARTIGO 9 1
antes da data das eleições e termina quarenta e oito horas
antes do início da votação. (Locais onde e interdito o exercício de Propaganda
politica)
ARTIGO 8 5
(Promoção e âmbito da campanha)
E interdito o exercício de propaganda política em:
a) unidades militares e militarizadas;
1. A campanha eleitoral é levada a cabo pelos condidatos
b) instituições públicas e centros de trabalho durante
e seus proponentes, sem prejuízo da participação dos ci
dadãos. os períodos normais de funcionamento;
2. A campanha eleitoral é desenvolvida livremente em c) instituições de ensino durante o período de aulas;
todo O território da República de Moçambique cm igualdade d) locais de culto.
de circunstâncias para todos os candidatos ARTIGO 9 2
(Lugares e edifícios públicos)
ARTIGO 8 6
1. A utilização de lugares públicos para fins eleitorais
(Igualdade de oportunidades das candidaturas)
é partilhada equitativamente pelas diversas candidaturas,
Os candidatos, os partidos políticos ou coligações de nos termos do regulamento a ser elaborado pela Comissão
partidos políticos, bem como os grupos de cidadãos eleitores Nacional de Eleições, sem prejuízo dos regulamentos
previstos nos n.os 2 e 3 do artigo 184, tem direito a igual internos dessas instituições.
tratamento por parte das entidades públicas e privadas a 2. As autoridades da administração local deverão as-
fim de, livremente e nas melhores condições, realizarem a segurar a cedência, de acordo com o número de candidatos
sua campanha eleitoral. apresentados por cada partido, para fins de campanha
eleitoral, de edifícios públicos e recintos pertencentes ao 2. Não é permitida a afixação de cartazes nem a rea-
Estado e outras pessoas colectivas de direito público, para lização de pinturas murais em monumentos nacionais, em
a sua utilização pelas diversas candidaturas. templos e edifícios religiosos, sedes de órgãos do Estado
a nível central e local ou onde vão funcionar as assembleias
CAPITULO II de voto, nos sinais de trânsito ou placas de sinalização
Propaganda Eleitoral e Educação Cívica rodoviária ou ferroviária e no interior das repartições ou
edifícios públicos.
ARTIGO 9 3
(Propaganda eleitoral) ARTIGO 1 0 0
(Deveres dos órgãos públicos de informação escrita)
Entende-se por propaganda eleitoral toda a actividade
que vise directa ou indirectamente promover candidaturas, 1. Os órgãos de informação escrita pertencentes a en-
seja dos candidatos, dos partidos políticos, dos titulares dos tidades públicas ou delas dependentes deverão inserir nas
seus órgãos ou seus agentes ou de quaisquer outras pessoas, suas publicações matéria eleitoral.
nomeadamente a publicação de textos ou imagens que ex- 2. Sempre que os órgãos de informação escrita referidos
primam ou reproduzam o conteúdo dessa actividade. no número anterior incluam informações relativas ao
processo eleitoral, reger-se-ão por critérios de absoluta
ARTIGO 9 4 isenção e rigor, evitando qualquer discriminação entre as
(Objectivos) diferentes candidaturas, quer no que se prende com o
tratamento jornalístico que lhes for dado, quer no que
A propaganda eleitoral tem como objectivo o desenvol- respeita ao volume dos espaços a elas destinados.
vimento de actividades, visando a obtenção do voto dos
3. As publicações gráficas que sejam propriedade do
eleitores através da explicação dos princípios ideológicos,
Estado ou estejam sob o seu controlo devem inserir obri-
programas políticos, sociais e económicos, plataformas de
gatoriamente material respeitante aos actos eleitorais em
governação por parte dos candidatos, dos titulares dos
em todos os seus números editados durante o período de
órgãos que os propõem, seus agentes ou quaisquer outras
propaganda eleitoral, pautando-se pelos princípios referidos
pessoas.
nos números anteriores do presente artigo.
ARTIGO 9 5
(Direito de antena) ARTIGO 101
1. Os candidatos ao cargo de Presidente da República, (Utilização em comum ou troca)
os partidos políticos e as coligações de partidos concor-
rentes às eleições têm direito à utilização do serviço público Os candidatos podem acordar entre si a utilização em
de radiodifusão e televisão, durante o período oficial da comum ou a troca de tempo de antena ou espaço de pu-
campanha eleitoral. blicação que lhes pertençam.
2. A regulamentação do exercício do direito de antena
ARTIGO 1 0 2
cabe à Comissão Nacional de Eleições.
(Educação cívica)
ARTIGO 9 6
1. A Comissão Nacional de Eleições promove através
(Deveres das publicações Infomativas) dos órgãos de comunicação social, o esclarecimento dos
cidadãos sobre os objectivos das eleições, o processo
1. As publicações periódicas informativas públicas devem eleitoral e o modo como cada eleitor vota.
assegurar igualdade de tratamento às diversas candidaturas.
2. Os comunicados, as notas oficiosas e demais actos da
2. Às publicações partidárias não ê aplicável o disposto Comissão Nacional de Eleições são publicados pelos órgãos
o número anterior. de informação do sector público com prioridade e gratui-
ARTIGO 9 7
tamente.
(Publicações dos órgãos subscritores de candidaturas) ARTIGO 1 0 3

1. Durante a campanha eleitoral os candidatos e os (Propaganda eleitoral após o termo da campanha)


órgãos que os propõem, podem, para além da sua pro-
paganda corrente, publicar livros, revistas, panfletos, Após o termo do prazo previsto no artigo 84, não é
permitida qualquer actividade de propaganda eleitoral.
colantes, entre outros, e fazer uso da imprensa escrita, da
rádio e televisão, nos termos da presente lei e do regu- CAPÍTULO III
lamento referido no n.° 1 do artigo 92.
2. Toda a propaganda eleitoral deve identificar a en- Financiamento Eleitoral
tidade subscritora da candidatura que o emita.
ARTIGO 1 0 4
ARTIGO 9 8 (Financiamento da campanha eleitoral)
(Propaganda sonora) 1. No orçamento geral do Estado deverá ser prevista
uma verba para o financiamento da campanha eleitoral.
O recurso à propaganda com utilização de meios sonoros 2. A campanha eleitoral pode ainda ser financiada por:
não carece de autorização, nem de comunicação às auto-
ridades administrativas e só é permitido entre as sete e as a) contribuição dos próprios candidatos e dos partidos
vinte e uma horas. políticos;
ARTIGO 9 9 b) contribuição voluntária de eleitores;
(Propaganda gráfica)
c) produto da actividade das campanhas eleitorais;
d) contribuição de organizações não-governamentais
1. A afixação de cartazes não carece de autorização nacionais ou estrangeiras;
nem de comunicação às autoridades administrativas. e) contribuição de partidos homólogos.
3. É proibido o financiamento às campanhas eleitorais TÍTULO V

dos candidatos e dos partidos por parte de governos estran- Processo Eleitoral
geiros, organizações governamentais estrangeiras e insti-
tuições públicas nacionais, sem prejuízo do disposto no CAPITULO I
Acordo Geral de Paz.
Organização das Assembleias de Voto
ARTIGO 1 0 5 ARTIGO 1 0 9

(Financiamento feito pelo Estado) (Assembleia de voto)

1. Cada assembleia de voto é constituída por cerca de


1. O Estado inscreve no seu orçamento uma verba de
mil eleitores.
apoio à campanha dos candidatos às eleições, a qual é
2. Trinta dias antes do início das eleições, a Comissão
distribuída de forma equitativa a todos os concorrentes.
Nacional de Eleições manda divulgar através dos órgãos
2. A Comissão Nacional de Eleições aprovará os critérios de comuncação social c aírxar à porta dos gove
de distribuição dos fundos do financiamento público re- vinciais, das administraçoes de distrito e dos conselhos
ferentes às eleições presidenciais e legislativas, devendo, no executivos das cidades, vilas e postos administrativos om
segundo caso, ter em conta a proporção das candidaturas qualquer outro lugar público dc fácil acesso ao público, o
apresentadas, de acordo com os lugares a serem preen- mapa definitivo das assembleias de voto.
chidos. 3. Sempre que a Comissão Nacional de Eleições con-
ARTIGO 106 siderar necessário, pode, a todo o tempo, mas antes do
(Contabilização de despesas e receitas)
início das operações de voto, criar assembleias de voto em
qualquer parte do país
1. As candidaturas às eleições devem contabilizar dis-
ARTIGO 1 1 0
criminadamente todas as receitas e despesas efectuadas
com a campanha eleitoral, no prazo máximo de sessenta (Locais de funcionamento)
dias após a proclamação oficial dos resultados do escru- 1. As assembleias de voto reúnem-se em edifícios dos
tínio. órgãos executivos da administração local, que ofereçam
2. Todas as verbas atribuídas pelo Estado, referidas no as indispensáveis condições de acesso e segurança, de pre-
artigo anterior, que não sejam utilizadas ou tenham sido ferência nas escolas.
utilizadas para fins distintos do estabelecido na presente 2. Na falta de edifícios adequados podem ser requi-
lei, devem ser devolvidas à Comissão Nacional de Eleições, sitados, para o efeito, edifícios particulares sem prejuízo
no prazo de trinta e cinco dias após a proclamação oficial do recurso a construção de instalações com material
dos resultados do escrutínio, integrando-se tais verbas no precário.
Orçamento Geral do Estado. 3. As assembleias de voto constituídas fora do território
nacional reúnem-se em locais determinados pelas em-
ARTIGO 1 0 7
baixadas, consulados gerais ou representações governa-
(Responsabilidades pelas contas) mentais no exterior.
4. Não é permitida a constituição e funcionamento de
Os candidatos, os partidos políticos ou coligações de assembleias de voto em:
partidos, consoante os casos, são responsáveis pelo envio
das contas das candidaturas e da campanha eleitoral a) unidades policiais;
b) unidades militares;
ARTIGO 1 0 8 c) residências de ministros de culto:
(Prestação e apreciação de contas) d) edifícios de qualquer partido político ou orgar
zação religiosa;
1. No prazo máximo de sessenta dias contados a partir e) locais onde se vendam bebidas alcoólicas;
da proclamação oficial dos resultados, cada candidatura f) locais de culto ou destinados ao culto;
presta contas discriminadas da sua campanha eleitoral à g) unidades sanitárias
Comissão Nacional de Eleições.
5. O local de funcionamento da assembleia de vote
2. A Comissão Nacional de Eleições verificará no prazo coincide sempre que possível, com o posto de recensea-
de sessenta dias, contados a partir da recepção do relatório mento eleitoral conforme o n o 2 do artigo 49.
de contas, a legalidade das receitas e despesas e a sua
regularidade, mandando publicar a sua apreciação num ARTIGO 111
dos jornais diários mais divulgados no país e na 3.a série (Anúncio do dia, hora e local)
do Boletim da República.
1. Se a Comissão Nacional dc Eleições verificar qualquer As autoridades da administração local, em cooperação
irregularidade no relatório de contas, notificará a can- com a Comissão Nacional de Eleições e seus órgãos,
anunciam publicamente, em cada lugar, o dia, a hora e os
didatura para apresentar ao Tribunal Administrativo, no locais onde se reúnem as assembleias de voto, utilizando
prazo de quinze dias, novo relatório regularizado, sobre o para o efeito os meios mais eficazes.
qual o Tribunal se pronunciará no prazo dc quinze dias.
com a publicação da sua decisão no Boletim da República
ARTIGO 1 1 2
4. Se as entidades concorrentes às eleições não pres-
(Relação das candldaturas)
tarem contas nos prazos fixados no n.° 1 deste artigo ou
se concluir que houve infracção ao disposto no artigo 106 1. As autoridades da administração local que procedem
a Comissão Nacional de Eleições fará a respectiva partici- à distribuição dos boletins de voto entregam, juntamente
pação ao Ministério Público, para os efeitos previstos na com estes, ao presidente da mesa da assembleia de voto
lei. relações de todas as candidaturas definitivamente aceites,
com a identificação completa dos candidatos, a fim de maior, devendo as comissões distritais de eleições dar
serem afixadas no local onde funcione a assembleia de voto. conhecimento público da alteração.
2. Havendo coligação de partidos políticos, far-se-á 2. A presença do presidente ou do vice-presidente e dors
constar o facto na respectiva relação. escrutinadores é suficiente para se considerarem válidos a
votação e os resultados do escrutínio.
ARTIGO 1 1 3

(Dias d a s assembleias d e voto) ARTIGO 117


(Elementos d e trabalho da mesa)
As assembleias de voto funcionam simultaneamente em
todo o país nos dias marcades para as eleições. 1. A Comissão Nacional de Eleições através dos seus
órgãos deve assegurar em tempo útil, o fornecimento a
ARTIGO 1 1 4
cada mesa de assembleia de voto, de todo o material ne
(Mesa d e assembleia de voto) cessário, nomeadamente:
1. Em cada assembleia de voto há uma mesa a quem a) cópia autenticada dos cadernos de recenseamento
compete promover e dirigir a votação e o apuramento dos eleitoral referentes aos eleitores inscritos na area
resultados do escrutínio. abrangida pela respectiva assembleia de voto.
2. As mesas das assembleias de voto são compostas por b) o livro de actas das operações eleitorais, rubricado
cinco membros, sendo um presidente, um vice-presidente, em todas as páginas com termo de abertura e
que é simultaneamente secretário, e três escrutinadores. de encerramento;
3. Os membros das mesas devem saber ler e escrever c) os impressos, mapas e modelos de registo e infor-
português, possuir formação adequada à complexidade da mação necessários às operações eleitorais;
tarefa. Pelo menos um dos membros da mesa deverá falar d) os boletins de voto;
a língua local da área da assembleia de voto. e) as urnas de votação, devidamente numerados a
4. Compete às comissões provinciais e distritais de nível nacional;
eleições indicar o nome dos membros das mesas de voto, f) cabines de votação;
ouvidos os representantes das candidaturas assim como g) os selos, lacre e envelopes para os votos;
capacitá-los para o exercício das funções. h) esferográficas, lápis e borrachas;
5. A função de membro da mesa de voto é obrigatória, i) almofada e tinta para impressões digitais, tinta
salvo motivo de força maior ou justa causa, e é incom- indelével;
patível com a qualidade de fiscal de partido ou delegado j) candeeiros ou outros meios de iluminação.
de lista.
2. Aos órgãos locais da administração pública compete
ARTIGO 1 1 5
criar e garantir as condições necessárias e indispensáveis à
(Constituição d a s m e s a s ) guarda, conservação, segurança e inviolabilidade dos
materiais referidos no número anterior, em particular
1. As mesas das assembleias de voto constituem-se na
os boletins de voto e as urnas de votação.
hora marcada para o início do seu funcionamento e nos
3. Sempre que possível os materiais de votação são
locais previamente indicados pela Comissão Nacional de
guardados nas caixas fortes dos bancos
Eleições e seus órgãos.
2. A constituição das mesas fora dos respectivos locais ARTIGO 1 1 8
implica a nulidade das eleições e dos actos eleitorais pra-
(Delegados d e lista)
ticados nessas circunstâncias, salvo motivo de força maior,
devidamente justificado e sancionado pela Comissão Na- 1. Cada partido político ou coligação de partidos, bem
ional de Eleições. como os grupos de cidadãos eleitores previstos no n.° 2 do
3. Os membros das mesas das assembleias de voto devem artigo 184, têm o direito de designar um delegado efectivo
estar presentes no local de funcionamento da assembleia, e outro suplente para cada mesa de assembleia de voto
duas horas antes do início da votação, prevista no ar- 2. Os delegados podem ser designados para uma mesa
tigo 131. de assembleia de voto diferente daquela em que estão
4. Se a comissão distrital de eleições verificar que, uma inscritos como eleitores.
hora antes do início da votação, há impossibilidade de 3. A falta de designação ou comparência de qualquer
constituição da mesa por ausência de membros indis- delegado não afecta a regularidade das operações eleitorais
pensáveis, designa, após acordo com os delegados presentes,
os substitutos dos ausentes de entre os cidadãos eleitores ARTIGO 1 1 9
de reconhecida idoneidade, considerando-se sem efeito a ( P r o c e s s o d e designação)
designação daqueles que não tenham comparecido.
5. Os membros designados para integrar as mesas das Até ao décimo dia anterior ao sufrágio os partidos pe
assembleias de voto são dispensados do dever de com- líticos concorrentes às eleições, bem como os grupos de
parência no respectivo local de trabalho, enquanto durar cidadãos eleitores previstos no n.° 2 do artigo 184, de-
a sua actividade e no dia útil imediato. A dispensa não signarão os respectivos delegados para cada mesa de as-
afecta os direitos e regalias de que se seja titular, devendo sembleia de voto remetendoasSEUSRAMISÀSCORAISSOS
contudo fazer-se prova bastante da qualidade de membro provinciais e distritais de elsie es par efeitos de cre
da mesa da assembleia de voto. denciação.
ARTIGO 120
ARTIGO 1 1 6
(Direitos e deveres d o s delegados de lista)
(Inalterabilidade d a s m e s a s )
1. Os delegados de lista gozam dos seguintes direitos:
1. As mesas das assembleias de voto, uma vez cons a) estar presente no local onde funcione a mesa da
tituídas, não podem ser alteradas, salvo motivos de força assembleia de voto e ocupar o lugar mais
próximo, por forma a que possa fiscalizar todos coligações de partidos, reproduzem os constantes do registo
os actos relacionados com a votação e o escru- existente na Comissão Nacional de Eleições.
tínio; 3. Na eleição do Presidente da República são elementos
b) verificar antes do início da votação as urnas e as identificativos os nomes dos candidatos e as suas foto-
cabines de votação; grafias.
c) solicitar explicações à mesa da assembleia de voto 4. Na linha correspondente a cada lista figura um qua-
e obter informações sobre os actos do processo drado, no qual o eleitor assinala, com uma cruz ou com
de votação e escrutínio e apresentar recla- aposição digital, a sua escolha.
mações; 5. Os modelos a que se refere o n.° 1 poderão ser
d) ser ouvido em todas as questões que se suscitarem adaptados pela Comissão Nacional de Eleições.
durante o funcionamento da assembleia de voto,
quer durante a votação, quer durante o escru- ARTIGO 124
tínio; (Cor dos boletins da voto)
e) fazer observações sobre as actas, quando considere
conveniente e assiná-las, devendo, em caso de A cor c outros aspectos dos boletins de voto são fixados
não assinatura, fazer constar as respectivas pela Comissão Nacional de Eleições.
razões; ARTIGO 125
f) rubricar todos os documentos respeitantes às ope- (Organização das listas no boletim de voto)
rações eleitorais;
g) consultar a todo o momento os cadernos de recen- 1. As listas das candidaturas são organizadas nos bo-
seamento eleitoral. letins de voto pela ordem do sorteio.
2. O sorteio referido no número anterior é realizado pela
2. Os delegados de lista têm os seguintes deveres: Comissão Nacional de Eleições nos termos do artigo 83.
a) exercer uma fiscalização conscienciosa e objectiva
da actividade da mesa da assembleia de voto; CAPITULO II
b) cooperar para o desenvolvimento normal da vo- Eleição
tação, do escrutínio e do funcionamento da
SECÇÃO I
mesa da assembleia de voto;
c) evitar intromissões injustificáveis e de má fé à Sufrágio
actividade da mesa da assembleia de voto, que ARTIGO 126
perturbem o desenvolvimento normal da votação
(Pessoalidade, presenclalidade e unicidade do voto)
e do escrutínio.

3. O não exercício pelos delegados de lista de qualquer 1. O direito de voto é exercido pessoal e presencial-
dos direitos previstos no presente artigo não afecta a va- mente pelo cidadão eleitor.
lidade da votação e os resultados do escrutínio.
2. Cada eleitor só pode votar uma vez nas eleições presi-
ARTIGO 121
denciais e nas eleições legislativas.
(Imunidades dos delegados ARTIGO 127
das candidaturas)
(Direito e dever de votar)
Os delegados das candidaturas não podem ser detidos
durante o funcionamento da mesa de assembleia de voto, 1. O acto de votar constitui um direito e um dever cívico
a não ser em flagrante delito por crime punível com pena de cada cidadão, no pleno gozo dos seus direitos políticos.
de prisão superior a dois anos. 2. Os serviços públicos e as direcções das empresas
devem conceder aos respectivos funcionários e traba-
SECÇÃO II lhadores dispensa pelo tempo necessário para poderem
votar.
Boletins de Voto
ARTIGO 128
ARTIGO 122 (Local da exercício do voto)
(Características fundamentais) O direito de voto é exercido na assembleia de voto cor-
respondente ao local onde o eleitor esteja recenseado.
1. os boletins de voto são impressos em papel a definir
pela Comissão Nacional de Eleições. ARTIGO 1 2 9
2. Os boletins de voto são de forma rectangular com (Liberdade e confidencialidade do voto)
as dimensões apropriadas para neles caber a indicação de
todas as candidaturas submetidas à votação, em cada 1. O voto é livre e secreto.
círculo eleitoral. 2. Ninguém pode revelar em qual lista ou candidato vai
ARTIGO 1 2 3
votar ou votou, dentro da assembleia de voto ou fora dela.
3. Ninguém pode ser obrigado ou obrigar outrem a
(Elementos Integrantes)
revelar em qual lista ou candidato vai votar ou votou.
1 Em cada boletim de voto são dispostos horizon- ARTIGO 1 3 0
talmente, uns abaixo dos outros, por ordem de sorteio os
(Requisitos de exercício do direito de voto)
elementos identificativos das diversas candidaturas, con-
forme modelos anexos. Para efeitos de admissão à votação na mesa da assem-
2. São elementos identificativos do boletim de voto as bleia de voto, o nome do eleitor deverá constar no caderno
denominações, siglas e bandeiras ou símbolos das can- de recenseamento e a sua identidade deverá ser reconhecida
didaturas concorrentes que, no caso dos partidos ou de pela respectiva mesa.
SECÇÃO III b) ocorrência, na assembleia de voto, de qualquer das
Processo de Votação perturbações previstas nos n.os 2 e 3 do ar-
tigo 147.
ARTIGO 131
(Abertura da assembleia de voto) 2. As operações eleitorais só são retomadas depois de o
presidente verificar a eliminação das causas que deter-
1. As assembleias de voto abrem em todo o território minaram a sua interrupção.
nacional às 7 horas e encerram às 18 horas. 3. Nos casos referidos no número anterior, e sempre que
2. O presidente da mesa declara aberta a assembleia de se ponha em causa a integridade das urnas, as operações
voto e procede, com os restantes membros e delegados das eleitorais voltam a repetir-se, considerando-se sem efeito
candidaturas, à revista da cabine de voto e dos documentos quaisquer actos que eventualmente tenham sido praticados
de trabalho da mesa. na assembleia interrompida.
4. A impossibilidade de repetição das operações referidas
3. O presidente da mesa exibe as urnas vazias perante
no número anterior, pelas razões previstas no n.° 1 deste
os outros membros da mesa, delegados das candidaturas artigo, não afecta o resultado geral das eleições.
e observadores presentes, após o que procede à selagem
das mesmas na presença daquelas individualidades ARTIGO 136
(Presença de não eleitores)
ARTIGO 1 3 2
(Impossibilidade de abertura da assembleia de voto) 1. Sem prejuízo do disposto nos artigos 8 e 118 da
presente lei, não é permitida a presença nas assembleias de
A abertura das assembleias de voto não tem lugar nos voto de:
casos de: a) cidadãos que não sejam eleitores;
a) impossibilidade de constituição da respectiva mesa; b) cidadãos que já tenham votado naquela assembleia
b) ocorrência, no local ou suas proximidades, de ou noutra
calamidade ou perturbação da ordem pública,
2. E porém permitida a presença dos órgãos de comu-
na véspera ou no próprio dia marcado para a
nicação social nas assembleias de voto.
eleição.
3. Os agentes dos órgãos de comunicação social devem:
ARTIGO 133 a) identificar-se perante as mesas apresentando para
(Irregularidades e seu suprimento) o efeito credencial do órgão que representam;
b) abster-se de colher imagens muito próximas das
1. Verificando-se quaisquer irregularidades, que impeçam urnas de votação e declarações de eleitores
o processo de votação, a mesa procede ao seu suprimento dentro da área dos quinhentos metros que
dentro das quatro horas subsequentes à sua verificação constitui o local da assembleia.
2. Tornando-se impossível suprir dentro do prazo pre-
visto no número anterior as irregularidades, o presidente ARTIGO 137
da mesa declara encerrada a assembleia de voto e participa (Ordem da votação)
o facto à Comissão Nacional de Eleições para decisão nos
termos do n.° 2 do artigo 138. 1. Os eleitores votam pela ordem de chegada às assem-
bleias de voto, dispondo-se em fila para o efeito.
2. Os presidentes das mesas dão prioridade na votação
ARTIGO 1 3 4 aos eleitores encarregues do serviço de protecção e se-
(Continuidade das operações eleitorais) gurança das assembleias de veto, aos notoriamente
doentes, bem como a diminuídos físicos, mulheres grávidas,
1. A votação suspende-se das 18 horas do primeiro dia pessoal médico e paramédico.
do início das eleições até às 6 horas do dia seguinte, para
ARTIGO 138
efeitos de descanso dos membros das mesas de voto.
2. No período de suspensão as urnas serão devidamente (Encerramento da votação)
seladas e permanecerão no local de votação, à guarda da 1. O presidente da mesa declara encerrada a votação
autoridade policial, podendo cada delegado de candidatura logo que tenham votado todos os inscritos e presentes na
indicar por escrito à presidência da mesa até duas pessoas assembleia de voto.
que pernoitarão junto das umas como fiscal. 2. Em caso de impossibilidade de cumprimento dos
3. Após o período estabelecido para suspensão, o pre- prazos eleitorais, cabe à Comissão Nacional de Eleições de-
sidente da mesa deverá romper o selo referido no número cidir sobre a eventual alteração ao momento de encer-
anterior deste artigo, na presença dos outros membros da ramento global da votação.
mesa, dos delegados das candidaturas e dos observadores
presentes. SECÇÃO III

Modo Geral de Votação


ARTIGO 1 3 5
ARTIGO 1 3 9
(Interrupção das operações eleitorais)
(Votação d o s membros das mesas e d o s delegados)
1. As operações eleitorais são interrompidas, sob pena de Não havendo nenhuma irregularidade, votam em pri-
nulidade da votação, nos seguintes casos: meiro lugar o presidente e os membros da mesa, bem como
a) ocorrência, no círculo eleitoral, de calamidade ou os delegados das candidaturas, desde que se encontrem
perturbação da ordem pública que possa afectar inscritos no caderno de recenseamento eleitoral da assem-
a realização do acto eleitoral; bleia de voto correspondente.
ARTIGO 1 4 0 3. As reclamações e os protestos têm de ser objecto de
(Modo da vocação da cedi eleitor) deliberação da mesa da assembleia de voto que pode
tomá-la no fim da votação, se entender que isso não afecta
1. Ao apresentar-se perante a mesa da assembleia de o andamento normal da votação.
voto, cada eleitor mostra as suas mãos aos membros da 4. Todas as deliberações na mesa da assembleia de voto,
mesa e entrega ao respectivo presidente o seu cartão de sobre esta matéria, são tomadas por maioria de votos dos
eleitor. membros presentes, tendo o presidente ou o seu substituto
2. Reconhecido o eleitor e verificada a sua inscrição, o voto de qualidade em caso de empate.
presidente entrega-lhe os boletins de voto.
3. Em seguida, o eleitor dirige-se à cabine de voto onde, ARTIGO 1 4 5

sozinho assinala, com uma cruz, ou com a aposição da (Manutenção da ordem e da disciplina)
impressão digital, no quadro correspondente à candidatura
em que vota, e dobra cada boletim em quatro partes. 1. Compete ao presidente da mesa da assembleia de voto,
4. Voltando para junto da mesa, o eleitor deposita os coadjuvado pelos membros da respectiva mesa, assegurar
boletins de voto nas urnas correspondentes, mergulha o a liberdade dos eleitores, manter a ordem e a disciplina,
dedo indicador direito em tinta apropriada, enquanto os tomando para o efeito as providências necessárias.
escrutinadores confirmam a votação, rubricando os ca- 2. Não são admitidos na assembleia de voto e serão
dernos de recenseamento eleitoral na coluna própria e na mandados retirar pelo presidente da mesa, os eleitores que
linha correspondente ao nome do eleitor. se apresentem manifestamente embriagados ou drogados,
5. Se, por inadvertência, o eleitor inutilizar um boletim os que sejam portadores de qualquer arma, os dementes e
de voto, pedirá outro ao presidente da mesa, devendo de- os que, por qualquer forma, perturbem a ordem pública
volver-lhe o inutilizado. e a disciplina.
6. No caso previsto no número anterior, o presidente da ARTIGO 1 4 6
mesa anota a inutilização no boletim devolvido, rubrica-o (Proibição de propaganda)
e conserva-o para efeitos do disposto no artigo 161. 1. É proibida qualquer propaganda dentro das assem-
7. Uma vez exercido o direito de voto, o eleitor recebe bleias de voto e fora delas, e na área circunvizinha, até
o cartão e retira-se do local da votação. uma distância de quinhentos metros.
2. O disposto no número anterior aplica-se igualmente à
ARTIGO 141
exibição de símbolos, sinais, distintivos ou autocolantes
(Voto da deficientes) dos candidatos ou de quaisquer partidos políticos ou suas
1. Os eleitores cegos e os afectados por doença ou de- coligações.
ficiência física notória, que a mesa verifique não poderem ARTIGO 1 4 7
praticar os actos descritos no artigo anterior, votam acom-
(Proibição da presença de força armada)
panhados de outro' eleitor, por si escolhido, que deve
garantir a fidelidade de expressão do seu voto e fica 1. É proibida a presença de força de manutenção da
obrigado a absoluto sigilo. ordem pública armada, nos locais onde se reúnem as as-
2. Se a mesa decidir que não se verifica a notoriedade sembleias de voto e num raio de trezentos metros, com
da doença ou deficiência física, exigirá que lhe seja apre- excepção do disposto nos números seguintes.
sentado no acto da votação documento passado pela en- 2. Quando for necessário pôr termo a tumultos ou obstar
tidade competente, comprovativo da impossibilidade da a agressões ou violência, quer no local da assembleia de
prática dos actos descritos no artigo anterior. voto, quer na sua proximidade, ou ainda em caso de deso-
bediência às suas ordens, o presidente da mesa da assem-
ARTIGO 1 4 2
bleia de voto poderá, ouvida esta, requisitar a presença
(Voto dos cidadãos que não saibam ler nem escrever) de forca de manutenção da ordem pública armada com
Os cidadãos que não saibam ler ou escrever e que não menção na acta eleitoral das razões da requisição e do
possam colocar a cruz, votam mediante aposição de um período de presença da força armada.
dos dedos no quadrado respectivo da candidatura em que 3. Sempre que o comandante da força de manutenção
pretendem votar, após tê-lo mergulhado em tinta apropriada da ordem pública armada verificar fortes indícios de que
colocada para o efeito na cabine de voto. se exerce sobre os membros da mesa da assembleia de
voto coacção física que impeça o respectivo presidente de
ARTIGO 1 4 3 fazer a requisição, poderá mandar a força intervir, devendo
(Voto dos eleitoras com cartões extraviados) esta retirar-se logo que o presidente ou quem o substitua
assim o determinar, ou quando a sua presença já não se
O eleitor cujo cartão se tenha extraviado, não pode ser justifique.
admitido a votar. 4. Nos casos previstos nos n.os 2 e 3, suspender-se-ão as
SECCAO I V
operações eleitorais até que o presidente considere reunidas
Garantias de Liberdade de Voto as condições para que elas possam prosseguir, sob pena
ARTIGO 1 4 4 de nulidade da eleição na respectiva assembleia de voto.
(Dúvidas, reclamações e protestos)
ARTIGO 1 4 8
1. Além dos delegados das candidaturas, qualquer eleitor (Deveres especiais d o s profissionais
pertencente à assembleia de voto pode colocar dúvidas e de comunicação social)
apresentar por escrito reclamações e protestos relativamente
às operações eleitorais da respectiva assembleia de voto Os profissionais de comunicação social que, no exercício
e instruí-los com os documentos convenientes. das suas funções, se desloquem às assembleias de voto não
2. A mesa não se pode recusar a receber as reclamações podem agir por forma a comprometer o segredo do voto
e os protestos, devendo rubricá-los e anexá-los às actas. ou perturbar o acto eleitoral.
CAPÍTULO III 2. Terminada a operação a que se refere o número
anterior, o presidente procede ao confronto entre o número
Apuramento de votos existentes na urna e o número de votos por cada
SECÇÃO I lote.
Apuramento Parcial ARTIGO 1 5 3
(Votos em branco)
ARTIGO 1 4 9
(Operação preliminar) Considera-se voto em branco o correspondente ao bo-
letim de voto que não contenha qualquer sinal.
1. Encerrada a votação, o presidente da assembleia de
voto procede à contagem dos boletins que não foram uti- ARTIGO 1 5 4
lizados e dos que foram inutilizados pelos eleitores e (Votos nulos)
encerra-os, com a necessária especificação, num sobrescrito
próprio, que fecha, lacra e tranca a lista de eleitores que 1. Considera-se voto nulo o boletim no qual:
é assinada por todos os membros da mesa e delegados de a) tenha sido assinalado mais de um quadrado;
lista presentes, para posterior envio, à comissão distrital b) haja dúvidas quanto ao quadrado assinalado;
de eleições correspondente. c) tenha sido assinalado o quadrado correspondente
2. Todas as operações previstas nesta secção são a uma candidatura que tenha desistido das
efectuadas no local da assembleia de voto. eleições;
d) tenha sido feito qualquer corte, desenho ou rasura;
ARTIGO 1 5 0
e) tenha sido escrita qualquer palavra.
(Contagem dos votantes e dos boletins de votos)
2. Não é considerado voto nulo o boletim no qual a
1. Concluída a operação preliminar, o presidente da mesa cruz ou a impressão digital, não tenha sido perfeitamente
da assembleia de voto manda contar o número de votantes desenhado ou colocado, ou ainda exceda os limites do
pelas confirmações efectuadas nos cadernos de recensea- quadrado, quando assinale inequivocamente a vontade do
mento eleitoral. eleitor.
2. Seguidamente, o presidente da mesa manda abrir as ARTIGO 155
urnas uma a uma, a fim de conferir o número de boletins de
(intervenção dos delegados das candidaturas)
voto entrados e, no fim da contagem, volta a depositá-los
nelas, selando-as em seguida. 1. Concluídas as operações referidas nos artigos 150
3. Do número de boletins de voto contados é dado ime- e 152, os delegados das candidaturas podem examinar os
diato conhecimento público através de edital, que o pre- lotes dos boletins separados, sem alterar a sua composição
sidente da mesa lê em voz alta e manda afixar no local e, no caso de terem dúvidas ou objecções em relação à
do funcionamento da assembleia de voto. contagem ou à qualificação dada ao voto de qualquer
boletim, podem solicitar esclarecimento ou apresentar
ARTIGO 151
reclamações ou protestos perante o presidente da mesa
(Suprimento da divergência na contagem) da assembleia de voto.
1. Em caso de discrepância entre o número de boletins 2. Quando a reclamação ou protesto não sejam atendidos
de voto existentes nas urnas e o número de votantes, vale, pela mesa da assembleia de voto, os boletins de voto
para efeitos de apuramento, o número de boletins de voto reclamados ou protestados são separados, anotados no
existentes nas urnas, se não for maior que o número de verso, com a indicação da qualificação dada pela mesa
eleitores inscritos. da assembleia e do objecto da reclamação ou do protesto, e
2. Verificando-se que o número de boletins de voto rubricados pelo presidente da mesa e pelo delegado da
existentes na urna é superior ao número de eleitores ins- candidatura.
critos, considera-se nula a votação e a marcação da nova 3. A reclamação ou protesto não atendidos não impedem
data para as eleições obedecerá ao estipulado no n.° 2 do a contagem do boletim de voto para o efeito de apura-
artigo 218. mento parcial.
ARTIGO 1 5 6
ARTIGO 1 5 2
(Contagem dos votos) (Publicação do apuramento parcial)

1. Após ordenar a abertura da urna, o presidente da 1. O apuramento parcial é imediatamente publicado por
mesa, manda proceder à contagem dos boletins de voto, edital no local do funcionamento da assembleia de voto,
nele se discriminando o número de votos de cada can-
respeitando as seguintes regras:
didatura, o número de votos em branco e o número de
a) o presidente abre o boletim, exibe-o e anuncia em votos nulos.
voz alta qual a lista votada; 2. O apuramento parcial só pode ser tornado público
b) o secretário ou seu substituto aponta os votos após a hora estabelecida para o encerramento da votação
atribuídos a cada lista numa folha de papel ao nível nacional.
branco ou, caso exista num quadro grande; ARTIGO 1 5 7
c) o segundo escrutinador coloca em separado e (Comunicações para o efeito de contagem
por lotes, depois de os exibir, os votos já lidos provisória de votos)
correspondentes a cada uma das listas, os votos
em branco e os votos nulos; O presidente da mesa de cada assembleia de voto co-
d) o primeiro e o terceiro escrutinadores procedem munica, de imediato, os elementos constantes do edital
à contagem dos votos e o presidente da mesa previsto no artigo 156 à comissão distrital de eleições,
divulga o número de votos que coube a cada que, por sua vez os transmite à comissão provincial de
lista. eleições e directamente à Comissão Nacional de Eleições.
ARTIGO 1 5 8 os materiais referidos no n.° 1 do presente artigo, à comis-
(Destino dos boletins de voto nulos, reclamados são provincial de eleições, através das autoridades da admi-
ou protestados) nistração local.
3. Os delegados das candidaturas e os observadores
1. Os boletins de voto nulos e aqueles sobre os quais poderão acompanhar o transporte dos materiais referidos
haja reclamação ou protesto são, depois de rubricados no n.° 1 do presente artigo.
pelo presidente ou seu substituto, remetidos à comissão
distrital de eleições num prazo de vinte e quatro horas, SECÇÃO II
contado a partir da hora do encerramento da votação. Apuramento Provincial
2. No prazo de quarenta e oito horas, contado a partir
da hora do encerramento da votação na respectiva assem- ARTIGO 1 6 2
bleia de voto, os votos referidos no número anterior deverão (Apuramento do circulo eleitoral)
ser entregues à comissão provincial de eleições, que por
sua vez os remeterá à Comissão Nacional de Eleições nos 1. O apuramento dos resultados ao nível do círculo
termos do disposto no artigo 165, da presente lei. eleitoral é feito pela comissão provincial de eleições.
2. A comissão provincial de eleições centraliza os
resultados eleitorais obtidos na totalidade das assembleias
ARTIGO 1 5 9
de voto constituídas nos limites geográficos da sua juris-
(Destino dos restantes boletins) dição e procede ao apuramento dos resultados eleitorais
a nível da província.
1. Os restantes boletins de voto são colocados em
ARTIGO 163
pacotes que são devidamente lacrados e confiados à guarda
da comissão distrital de eleições. (Conteúdo do apuramento)
2. Esgotado o prazo para interposição do recurso con- O apuramento de votos referido nos artigos anteriores
tencioso ou decidido este definitivamente, o presidente consiste:
da comissão referida no número anterior promove a des-
truição dos boletins. a) na verificação do número total de eleitores ins-
critos;
ARTIGO 1 6 0 b) na verificação do número total dos eleitores que
(Acta das operações eleitorais) votaram e dos que não votaram na área a que
o apuramento se reporta, com as respectivas per-
1. Compete ao secretário da mesa da assembleia de voto centagens relativamente ao número total de ins-
elaborar a acta das operações de votação e apuramento critos;
parcial. c) na verificação do número total de votos em branco,
2. Devem constar da acta referida no número anterior: de votos nulos e de votos validamente expressos,
a) o número de inscrição no recenseamento eleitoral com as respectivas percentagens relativamente
e o nome dos membros da mesa e dos delegados ao número total de votantes;
das candidaturas; d) na verificação do número total de votos obtidos por
b) o local da assembleia de voto e a hora de abertura cada candidatura e, se for caso disso, também
e de encerramento; por cada coligação de candidaturas, com as
c) as deliberações tomadas pela mesa da assembleia respectivas percentagens relativamente ao nú-
de voto durante as operações; mero total de votos validamente expressos;
d) o número total de eleitores inscritos, o dos que e) na verificação da distribuição dos mandatos obtidos
votaram e o dos que não votaram; pelas diversas candidaturas;
e) o número de votos obtidos por cada candidatura, f ) na determinação dos candidatos eleitos.
o de votos em branco e o de votos nulos;
ARTIGO 1 6 4
f) o número de boletins de voto sobre os quais haja
incidido reclamação ou protesto; (Elementos do apuramento de votos)
g) as divergências de contagem, a que se refere o 1. O apuramento de votos é feito com base nas actas das
artigo 151, se as houver com a indicação precisa operações das assembleias de voto, nos cadernos de recen-
das diferenças notadas; seamento eleitoral e nos demais documentos remetidos às
h) o número de reclamações e protestos anexos à acta; comissões eleitorais.
i) quaisquer outras ocorrências que a mesa julgue 2. A falta de elementos de algumas assembleias de voto
dever mencionar. não impede o apuramento, que deverá iniciar-se com base
nos elementos já recebidos, marcando o presidente da
ARTIGO 161 comissão de eleições do nível respectivo nova reunião,
(Envio de material sobre o apuramento parcial) dentro das vinte e quatro horas seguintes, para se
concluirem os trabalhos, tomando, entretanto, as provi-
1. Nas vinte e quatro horas seguintes ao encerramento dências necessárias para que a falta seja suprida.
da votação, os presidentes das mesas de assembleias de
voto entregam pessoalmente, ou remetem pela via mais ARTIGO 1 6 5
segura, contra recibo, as urnas, as actas, os cadernos e (Reclamações a protestos)
demais documentos respeitantes à eleição, à respectiva
comissão distrital de eleições através das autoridades da Na eleição do Presidente da República e dos deputados
administração local. da Assembleia da República, a comissão provincial de
2. A comissão distrital de eleições deverá enviar no eleições remete nas vinte e quatro horas subsequentes à
prazo de quarenta e oito horas, contado a partir da hora Comissão Nacional de Eleições os boletins de voto em
do encerramento global da votação, na respectiva assem- relação aos quais tenha havido reclamação ou protesto e os
bleia de voto, pela via mais segura, contra recibo, todos boletins de voto considerados nulos.
ARTIGO 1 6 6 do apuramento feito em cada comissão provincial de
(Actas do apuramento provincial) eleições, sem prejuízo do disposto em matéria de recurso
contencioso.
1. Das operações do apuramento provincial é imediata- ARTIGO 1 7 2
mente lavrada acta onde constem os resultados apurados,
(Operação do apuramento nacional)
as reclamações, os protestos e os contraprotestos apresen-
tados bem como as decisões que sobre os mesmos tenham A operação de apuramento nacional consiste:
sido tomadas. a) na verificação do número total de eleitores ins-
2. Dois exemplares da acta do apuramento provincial critos, dos eleitores que votaram e sua percen-
são enviados imediatamente pelo presidente da comissão tagem relativamente aos primeiros;
provincial de eleições à Comissão Nacional de Eleições. b) na verificação do número total de votos obtidos
3. O terceiro exemplar da acta é entregue ao governador por cada candidato presidencial e por cada
da província que o conserva sob sua guarda e responsa- lista, do número de votos em branco e dos
bilidade. votos nulos;
c) na determinação do candidato presidencial eleito;
ARTIGO 167
d) na verificação da necessidade de uma segunda
(Publicação dos resultados) volta para as eleições presidenciais;
Os resultados do apuramento provincial são anunciados e) na distribuição dos mandatos dos deputados por
pelo presidente da comissão provincial de eleições no círculo eleitoral;
prazo máximo de sete dias contados a partir do dia do f ) na determinação dos candidatos eleitos por cada
encerramento da votação, mediante divulgação pelos órgãos lista.
de comunicação social e são afixados em edital à porta ARTIGO 173
do edifício onde funcione a comissão provincial de elei- (Publicação dos resultados nacionais)
ções, e do edifício do governo da província. O Presidente da Comissão Nacional de Eleições, no
prazo máximo de quinze dias contado a partir da data do
ARTIGO 1 6 8
encerramento da votação, anuncia os resultados do apura-
(Destino da documentação) mento nacional, mandando-os divulgar nos órgãos de
Os cadernos de recenseamento eleitoral e toda a docu- comunicação social e afixar, por edital, à porta das ins-
mentação eleitoral serão enviados pelas comissões pro- talações da Comissão Nacional de Eleições.
vinciais de eleições, no prazo de quarenta e cinco dias ARTIGO 1 7 4
após a publicação do mapa oficial de eleições, à Comissão (Actas do apuramento nacional)
Nacional de Eleições.
SECÇÃO III
1. Do apuramento nacional é imediatamente lavrada
acta, onde constem os resultados apurados, as reclamações,
Apuramento Nacional os protestos e os contraprotestos apresentados e as decisões
ARTIGO 1 6 9
que sobre os mesmos tenham sido tomadas.
2. Um exemplar da acta do apuramento nacional deverá
(Entidade competente do apuramento nacional)
ser imediatamente enviado ao Presidente da República,
Compete à Comissão Nacional de Eleições a centra- pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições.
lização dos resultados obtidos em cada província, o apu- ARTIGO 1 7 5
ramento e a divulgação dos resultados gerais das eleições,
(Destino da documentação)
assim como a distribuição dos mandatos.
A Comissão Nacional de Eleições, findo o seu mandato,
ARTIGO 1 7 0 entrega as actas das comissões provinciais de eleições e
(Elementos do apuramento nacional) as actas do apuramento nacional ao Ministério de Admi-
nistração Estatal, que determinará a sua guarda e conser-
1. O apuramento nacional é realizado com base nas vação.
actas e demais documentos referentes ao apuramento pro- ARTIGO 176
vincial recebidos das comissões provinciais de eleições.
(Mapa oficial do resultado das eleições)
2. os trabalhos de apuramento iniciam-se imediatamente
após a recepção das actas do apuramento provincial e 1. A Comissão Nacional de Eleições elabora um mapa
decorrem ininterruptamente até à sua conclusão. oficial com o resultado das eleições, o qual deverá conter:
3. Caso faltem actas do apuramento provincial ou outros a) número total de eleitores inscritos;
elementos necessários à continuação ou conclusão do b) número total de eleitores que votaram e dos que
apuramento nacional, o presidente da Comissão Nacional não votaram, com as respectivas percentagens
de Eleições deve tomar as providências necessárias para relativamente ao número total de eleitores ins-
que a falta seja reparada, num período não superior a vinte critos;
e quatro horas. c) número total de votos em branco, de votos nulos
ARTIGO 171 e de votos validamente expressos, com as res-
(Apreciação de questões prévias ao apuramento nacional) pectivas percentagens relativamente ao número
total de votantes;
No início dos trabalhos a Comissão Nacional de Eleições d) número total de votos obtidos por cada candidatura
decide sobre os boletins de voto em relação aos quais e, se for caso disso, também por cada coligação
tenha havido reclamação ou protesto, verifica os boletins de candidaturas, com as respectivas percen-
considerados nulos e reaprecia-os segundo um critério tagens relativamente ao número total de votos
uniforme, podendo desta operação resultar a correcção validamente expressos;
e) número total de mandatos atribuídos a cada candi- ARTIGO 181
didatura; (Regime de elelçao)
f ) nome dos candidatos eleitos, com indicação da
denominação das respectivas candidaturas, bem 1. O Presidente da República será eleito por lista uni-
como dos partidos políticos proponentes, no nominal, apresentada nos termos do artigo 185.
caso de coligação. 2. Será eleito o candidato que obtiver mais de metade
dos votos validamente expressos, não se considerando como
2. Na eleieção de deputados da Assembleia da República, tais os votos em branco e os votos nulos.
para além dos elementos referidos no número anterior, 3. Se nenhum dos candidatos obtiver esse número
devem constar do mapa os elementos respeitantes a cada de votos proceder-se-à a um segundo sufrágio ao qual
concorrerão apenas os dois candidatos mais votados.
círculo eleitoral.
3. A Comissão Nacional de Eleições faz publicar os 4. No segundo sufrágio será considerado eleito o can-
mapas do resultado das eleições na 1.a série do Boletim, didato que obtiver maior número de votos validamente
da República, nos sete dias subsequentes ao anúncio do expressos.
resultado do apuramento de votos a nível nacional. ARTIGO 182
(Boletim de voto)
TITULO VI
1. O boletim de voto é de forma rectangular com as
Eleição do Presidente da República dimensões apropriadas para que nele caibam todas as can-
didaturas admitidas à votação.
CAPITULO I 2. Em cada boletim de voto são impressos os nomes dos
Capacidade Eleitoral Passiva e Regime candidatos e as respectivas fotografias dispostas vertical-
mente, uns abaixo dos outros, pela ordem que tiverem
de Eleição sido sorteados pela Comissão Nacional de Eleições.
ARTIGO 177 3. Na linha correspondente a cada candidatura figura
(Mandato d o Presidenta da República) um quadrado em branco que o eleitor preenche para as-
sinalar a sua escolha.
O Presidente da República é eleito para um mandato de
cinco anos, na base do sufrágio universal, directo, igual CAPÍTULO I I
e secreto dos cidadãos, nos termos da Constituição e da Candidaturas
presente lei.
ARTIGO 183
ARTIGO 178
(Iniciativa da apresentação da candidaturas)
(Capacidade eleitorar passiva)
1. As candidaturas ao cargo de Presidente da República
1. São elegíveis para o cargo de Presidente da República são apresentadas pelos partidos políticos e coligações de
os cidadãos moçambicanos de nacionalidade originária, partidos legalmente constituídos e apoiadas por um mínimo
maiores de trinta e cinco anos de idade que se encontrem de dez mil cidadãos eleitores.
no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos e que 2. As candidaturas ao cargo de Presidente da República
reúnam os demais requisitos estabelecidos pela Cons- podem igualmente ser apresentadas por grupos de cidadãos
tituição da República. eleitores com um mínimo de dez mil assinaturas.
2. Os funcionários do Estado ou de outras pessoas co-
lectivas públicas não precisam de autorização para se ARTIGO 184
candidatarem ao cargo de Presidente da República. (Apresentação de candidaturas)
1. A apresentação de candidaturas é feita na Comissão
ARTIGO 179
Nacional de Eleições, até sessenta dias antes da data pre-
(Inelegibilidades) vista para as eleições.
2. As candidaturas propostas pelos partidos políticos ou
Não são elegíveis
pelas os cidadãos
coligações que:são apresentadas pelas enti-
de partidos
a) não gozem de capacidade eleitoral activa; dades previstas nos respectivos estatutos ou por delegados
b) tenham sido condenados em pena de prisão maior expressamente mandatados para o efeito.
por crime doloso; 3. As candidaturas propostas por cidadãos eleitores são
c) tenham sido condenados em pena de prisão por apresentadas pelo candidato ou por delegado por ela
furto, roubo, abuso de confiança, burla, falsi- mandatado para o efeito.
ficação ou por crime cometido por funcionário 4. Cada partido político, coligação de partidos ou grupo
público, desde que se trate de crimes dolosos, de eleitores só poderá apresentar ura candidato.
bem como os que tenham sido declarados de-
liquentes habituais por sentença transitada em ARTIGO 185
julgado; (Requisitos formais da apresentação.)
d) não residam habitualmente no território nacional 1. A apresentação de candidaturas ao cargo de Presidente
pelo menos nos seis meses anteriores à data da da República é efectuada através da entrega de um reque-
realização da eleição. rimento dirigido ao Presidente da Comissão Nacional de
ARTIGO 180
Eleições.
2. Do requerimento de apresentação de candidaturas
(Circulo eleitoral) deve constar o seguinte:
Considera-se território eleitoral para efeitos de eleição do a) identificação completa de quem procede à apre-
President da República, o território da República de sentação da candidatura e da qualidade em que
Moçambique. o faz;
CAPÍTULO IV
b) nome completo do candidato, idade, filiação, na-
turalidade, profissão, residência, número e data Segundo Sufrágio
de emissão do bilhete de identidade e o número
do cartão de eleitor; ARTIGO 1 9 0
c) certificado de registo criminal do candidato; (Admissão a segundo sufrágio e morte ou Incapacidade)
d) declaração do candidato referida no artigo se-
guinte. 1. Participam no segundo sufrágio os dois candidatos
ARTIGO 1 8 6 mais votados durante o primeiro sufrágio.
(Declaração do candidato) 2. Em caso de morte ou incapacidade de um dos dois
candidatos mais votados, o Presidente da Comissão Na-
Ao requerimento referido no artigo anterior deve ser cional de Eleições chamará sucessivamente e pela ordem
junta uma declaração do candidato, com assinatura re- de votação os restantes candidatos, até às doze horas do
conhecida por notário, onde o mesmo faça expressamente quinto dia posterior ao da publicação do apuramento do
constar que: primeiro escrutínio, para que declarem expresamente a sua
a) aceita a candidatura apresentada pela entidade vontade de concorrer ou não à eleição referente ao segundo
proponente; sufrágio.
b) não se encontra abrangido por qualquer ineligi- 3. Encontrados os dois candidatos que concorrem à
bilidade. eleição do segundo sufrágio, nos termos estabelecidos pelos
números anteriores, o Presidente da Comissão Nacional
CAPÍTULO III de Eleições comunicará imediatamente o facto ao Pre-
Desistência ou Morte de Candidatos sidente da República e mandará afixar edital à porta da
comissão, assegurando a sua publicação na 1.a série do
ARTIGO 1 8 7
Boletim da República até às dezoito horas do quinto dia
(Desistência de candidatos) posterior ao da publicação do apuramento da primeira
1. Qualquer candidato pode desistir da candidatura até votação.
quinze dias antes do início das eleições, mediante decla- 4. Não se verificando o previsto nos números anteriores
ração escrita, com a assinatura reconhecida por notário, do presente artigo, o segundo sufrágio não terá lugar
apresentada ao Presidente da Comissão Nacional de Elei- ficando eleito o único candidato.
ções.
2. Verificada a regularidade da declaração de desis- ARTIGO 191
tência, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições
(Data do segundo sufrágio)
manda imediatamente afixar cópia à porta do edifício onde
funcione a Comissão Nacional de Eleições, fazendo-a O segundo sufrágio realiza-se mediante convocação do
publicar nos principais órgãos de comunicação social. Presidente da República, sob proposta da Comissão Na-
ARTIGO 188 cional de Eleições e terá lugar a partir do sétimo até ao
vigésimo primeiro dia depois da publicação dos resultados
(Morte ou incapacidade)
do primeiro escrutínio.
1. Em caso de morte de qualquer candidato, ou da ocor-
rência de qualquer facto que determine a incapacidade ARTIGO 1 9 2
do candidato para continuar a concorrer à eleição presi- (Campanha eleitoral)
dencial, o facto deve ser comunicado ao Presidente da Co-
missão Nacional de Eleições no prazo de vinte e quatro A campanha eleitoral do segundo sufrágio tem a duração
horas com a indicação da intenção de substituição ou não de dez dias e termina vinte e quatro horas antes do dia
lo candidato, sem prejuízo da continuidade da campanha da eleição.
eleitoral. TITULO VII
2. Sempre que haja a intenção de substituição do can-
didato, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições Eleições Legislativas
concede um prazo de cinco dias para apresentação da can-
didatura e comunica de imediato o facto ao Presidente da CAPÍTULO I
República para efeitos do previsto no n.° 4 do presente
artigo. Sistema Eleitoral e Capacidade Eleitoral
3. A Comissão Nacional de Eleições tem quarenta e oito Passiva
horas para apreciar e decidir sobre a aceitação da candi- SECÇÃO I
datura do substituto.
Composição da Assembleia da República
4. O Presidente da República, sob proposta da Comissão
Nacional de Eleições, marca uma nova data para a eleição, ARTIGO 1 9 3
não se podendo exceder o período de trinta dias contados (Composição da Assembleia da República)
da data inicialmente prevista para o escrutínio.
5. Nos casos em que se não pretenda indicar candidato 1. A Assembleia da República é constituída por um
substituto as eleições têm lugar na data marcada. número mínimo de duzentos e um máximo de duzentos e
cinquenta deputados.
ARTIGO 1 8 9
2. Os deputados da Assembleia da República são eleitos
(Publicação) para um mandato de cinco anos.
Todas as situações de desistência ou incapacidade dos 3. A Assembleia da República resultante das primeiras
candidatos devem ser publicadas num prazo de quarenta eleições gerais multipartidárias terá duzentos e cinquenta
a
e oito horas, na 1. série do Boletim da República. deputados.
ARTIGO 194 SECCAO III

(Circulos eleitorais) Regime de Eleição


Para as eleições legislativas existem os seguintes círculos ARTIGO 199
eleitorais: (Modo de eleiçao)
a) círculos provinciais compostos por 247 deputados,
constituindo cada província e Cidade de Ma- 1. A eleição dos deputados da Assembleia da República
puto um círculo eleitoral representado na As- é feita por listas plurinominais de partidos ou de coli-
sembleia da República por um número de de- gações de partidos, em cada círculo, dispondo o eleitor
putados a determinar pela Comissão Nacional de um voto singular na lista.
de Eleições proporcionalmente ao número de 2. As listas são apresentadas aos eleitores pelos pro-
eleitores recenseados; ponentes durante a campanha eleitoral.
b) o círculo eleitoral das comunidades moçambicanas
no exterior representado por um número fixo ARTIGO 2 0 0
de três deputados, sendo dois para a região de
(Distribuição de deputados por cada circulo
Africa e um para o resto do mundo. eleitoral no território nacional)

SELCCAO II 1. Para o apuramento do número de deputados a eleger


Capacidade Eleitoral Passiva por cada círculo eleitoral do território nacional, procede-se
da seguinte forma:
ARTIGO 195
(Capacidade eleitoral passiva)
a) apura-se o número total de eleitores recenseados
no território nacional;
São elegíveis para a Assembleia da República os cidadãos b) divide-se o número total de eleitores recenseados
moçambicanos eleitores. no território nacional por duzentos e quarenta
e sete, assim se obtendo o quociente corres-
ARTIGO 196 pondente a cada deputado a eleger;
(Incapacidade eleitoral passiva) c) apura-se o número total de eleitores recenseados
por cada círculo eleitoral no território nacional;
Não gozam de capacidade eleitoral passiva. d) divide-se o número total de eleitores recenseados
a) os cidadãos que não gozem de capacidade eleitoral por cada círculo eleitoral pelo quociente apu-
activa; rado na alínea b) deste número.
b) os condenados em pena de prisão por furto, roubo,
abuso de confiança, peculato, falsificação, fogo 2. O resto das operações de divisão referidas na alí-
nea d) do número anterior, quando superior a metade do
posto, ou por crime cometido por funcionário
quociente, conferirá ao respectivo círculo o direito a eleger
público, desde que se trate de crimes dolosos, mais um deputado.
enquanto não tiverem expiado a respectiva pena;
c) os que tiverem sido judicialmente declarados de-
ARTIGO 201
linquentes habituais de difícil correcção.
(Distribuição d o s mandatos dentro das listas)

ARTIGO 197
1. Os mandatos dentro das listas são conferidos segundo
(incompatibllidades) a ordem de precedência constante da respectiva lista.
2. A existência de incompatibilidade entre a função-
1. O mandato de deputado é incompatível com as funções desempenhada pelo candidato e o exercício do cargo de
de membro do Governo. deputado não impede a atribuição do mandato.
2. O membro do Governo que seja eleito deputado e
pretenda manter aquela função, deve ceder o mandato de 3. Em caso de morte ou doença que determine impos-
deputado, nos termos previstos pelo artigo 214. sibilidade física do candidato, o mandato é conferido ao
3. O deputado mencionado no número anterior retoma candidato imediatamente a seguir de acordo com a ordem
o seu mandato no parlamento, no caso de deixar de ser de precedência mencionada no n.° 1 deste artigo.
membro do Governo.
4. O mandato de deputado é também incompatível com ARTIGO 2 0 2
empregos remunerados por estados estrangeiros ou por (Boletim de voto)
organizações internacionais.
1. O boletim de voto é de forma rectangular com as
ARTIGO 198 dimensões apropriadas para que nele caibam todas as
(Inelegibilidades) listas que vão ser submetidas a votação e é aprovado pela
Comissão Nacional de Eleições.
São inelegíveis para a Assembleia da República: 2. Em cada b o l e t i m de voto são impressas as denomina-
a) os magistrados judiciais ou do Ministério Público ções, siglas, símbolos e bandeiras dos partidos ou coli-
em efectividade de serviço; gações de partidos proponentes de candidaturas, dispostas
b) os militares e os elementos das forças militarizadas horizontalmente, umas abaixo das outras, pela ordem do
pertencentes aos quadros permanentes, enquanto sorteio efectuado pela Comissão Nacional de Eleições.
prestarem serviço activo; 3. Na linha correspondente a cada partido ou coligação
c) os diplomatas de carreira em efectividade de ser- de partidos, figura um quadrado em branco destinado a
viço. ser assinalado consoante a escolha do eleitor.
ARTIGO 2 0 3 3. A comunicação prevista no número anterior deve
(Limite de número de votos para estabelecimento conter:
de um mandato)
a) a definição prevista do âmbito da coligação;
Cada lista de candidaturas só pode estabelecer mandato b) a indicação da denominação, sigla e símbolos da
se do apuramento receber 5 % dos votos expressos à escala coligação;
nacional. c) a designação dos titulares dos órgãos de direcção
ou de coordenação da coligação;
ARTIGO 2 0 4
d) o documento comprovativo da aprovação do con-
(Critério de eleição) vénio da coligação.

A conversão dos votos em mandatos faz-se de acordo 4. As coligações constituem uma única bancada parla-
com o método de representação proporcional de Hondt, mentar e deixam de existir no final de cada legislatura.
obedecendo às seguintes regras:
a) apura-se em separado o número de votos recebidos ARTIGO 2 0 9
por cada lista no círculo eleitoral respectivo; (Apreciação das denominações, siglas e símbolos)
b) o número de votos apurados por cada lista é di-
vidido, sucessivamente, por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 1. A Comissão Nacional de Eleições aprecia em sessão
etc., sendo os quocientes alinhados pela ordem plenária a legalidade das denominações, siglas e símbolos
decrescente da sua grandeza numa série de das coligações, bem como a sua identidade ou semelhança
tantos termos quantos os mandatos atribuídos ao com os de outros partidos ou coligações, vinte e quatro
círculo eleitoral respectivo; horas após a apresentação da comunicação referida no ar-
tigo anterior.
c) os mandatos pertencem às listas a que corres- 2. A decisão resultante da apreciação prevista no número
pondem os termos da série estabelecida pela anterior é imediatamente publicitada por edital mandado
regra anterior, recebendo cada uma das listas afixar pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições
tantos mandatos quantos os seus termos na série; à porta do edifício onde funciona a Comissão.
d) no caso de restar um só mandato para distribuir
e de serem iguais mas de listas diferentes os 3. No prazo de vinte e quatro horas a contar da afixação
termos seguintes da série, o mandato cabe à do edital, podem os mandatários da coligação ou de
lista que tiver obtido menor número de votos. qualquer outra lista recorrer da decisão para o plenário,
que decidirá no prazo de quarenta e oito horas.
ARTIGO 2 0 5

(Eleição através do círculo das comunidades ARTIGO 2 1 0


de moçambicanos no exterior)
(Outros símbolos)

A eleição dos três deputados correspondentes às comu- Os partidos políticos poderão usar para a campanha
nidades de moçambicanos no exterior é feita, obedecendo eleitoral, símbolos diferentes dos apresentados aquando do
os critérios e regras estabelecidas no artigo anterior. seu registo e reconhecimento.
ARTIGO 2 0 6 ARTIGO 2 1 1
(Legitimidade de apresentação) (Modo de apresentação de candidaturas)

1. As candidaturas são apresentadas pelos partidos po- 1. Para a apresentação das candidaturas, os partidos
líticos, isoladamente ou em coligação, desde que registados políticos ou coligações de partidos devem submeter à Co-
até ao início do prazo de apresentação de candidaturas, e missão Nacional de Eleições, um pedido em forma de re-
as listas podem integrar cidadãos não inscritos nos res- querimento, acompanhado de listas de candidatos, nos
pectivos partidos. termos previstos no artigo 82.
2. Nenhum partido pode apresentar mais de uma lista 2. As listas de candidatos devem conter o nome com-
de candidatos no mesmo círculo eleitoral. pleto e o número do cartão de eleitor de cada candidato
e serão acompanhadas dos seguintes documentos:
ARTIGO 2 0 7
a) fotocópia do bilhete de identidade de cada can-
(Proibição de candidatura plúrima) didato;
Ninguém pode ser candidato a deputado por mais de uma b) certificado do registo criminal de cada candidato;
lista, sob pena de inelegibilidade. c) declaração de candidatura individual ou colectiva,
assinada por cada candidato e reconhecida por
ARTIGO 2 0 8 notário;
(Coligações para fins eleitorais)
d) documento comprovativo do registo eleitoral de
cada candidato;
1. As coligações de partidos políticos para fins eleitorais, e) documento comprovativo do registo eleitoral do
constituem-se nos termos previstos na Lei n.° 7/91, de mandatário de cada lista.
23 de Janeiro, e das disposições dos números seguintes.
2. Os partidos políticos que realizem convénios de co- 3. Na declaração a que se refere a alínea c) do número
ligação para fins eleitorais devem comunicar o facto à anterior, os candidatos devem fazer constar expressamente
Comissão Nacional de Eleições, até à apresentação efectiva o seguinte:
das candidaturas, em documento assinado conjuntamente a) que não estão abangidos por qualquer inele-
pelos órgãos competentes dos respectivos partidos políticos. gibilidade;
b) que não figuram em mais nenhuma lista de can- TÍTULO VIII

didatura;
Contencioso e ilícito eleitorais
c) que aceitam a candidatura apresentada pelo pro-
ponente; CAPÍTULO I

d) que concordam com o mandatário da lista. Contencioso Eleitoral


ARTIGO 2 1 6
SECÇÃO IV
(Instância competente, processo e prazos)
Substituição e desistência de candidatos
1. A petição de recurso especifica os respectivos funda-
ARTIGO 2 1 2 mentos, de facto e de direito, e é acompanhada de todos os
(Substituição de candidatos) elementos de prova.
2. O recurso contencioso e interposto à Comissão Na-
1. Pode haver lugar à substituição de candidatos, até cional de Eleições no dia seguinte ao apuramento de votos,
quinze dias antes das eleições, apenas nos seguintes casos: devendo a decisão ser tomada nos dois dias subsequentes.
a) rejeição do candidato em virtude de inelegibilidade; ARTIGO 2 1 7
b) morte ou doença de que resulte incapacidade fí- (Notificação dos mandatários e recorrentes)
sica ou psíquica do candidato;
c) desistência do candidato. 1. Antes da tomada de decisão sobre o recurso, a Co-
missão Nacional de Eleições deve notificar os mandatários
2. Para efeitos do número anterior publicar-se-á nova das candidaturas para, querendo, se pronunciarem no
lista. prazo de vinte e quatro horas.
ARTIGO 2 1 3 2. A decisão referida no n.o 2 do artigo anterior deve
(Desistência) ser notificada, pela via mais rápida, ao recorrente ou re-
correntes.
1. A desistência de uma lista far-se-á até setenta e duas ARTIGO 2 1 8
horas antes do dia marcado para o início da eleição, (Nulidades das eleições)
devendo tal facto ser comunicado pelo respectivo man-
datário à Comissão Nacional de Eleições. 1. A votação em qualquer assembleia de voto só é con-
siderada nula quando se tenham verificado irregularidades
2. A desistência de qualquer candidato far-se-á dentro que possam influir substancialmente no resultado das
do prazo referido no número anterior, mediante declaração eleições.
com assinatura reconhecida por notário. 2. Declarada a nulidade da votação numa ou mais as-
sembleias de voto, as operações eleitorais correspondentes
ARTIGO 2 1 4 são repetidas no segundo domingo posterior à decisão.
(Vagas ocorridas na Assembleia)
ARTIGO 2 1 9
1. As vagas ocorridas na Assembleia da República são
(Gratuidade e celeridade do processo)
preenchidas pelo primeiro candidato não eleito, na res-
pectiva ordem de precedência, da lista a que pertencia o O processo é isento de custas e tem prioridade sobre o
titular do mandato vago e que não esteja impedido de as- restante expediente da Comissão Nacional de Eleições.
sumir o mandato.
2. Não há lugar ao preenchimento de vaga no caso de CAPÍTULO II
já não existirem candidatos efectivos ou suplentes não
eleitos da lista a que pertencia o titular do mandato vago. Ilícito Eleitoral
SECÇÃO I
CAPÍTULO II
Princípios Gerais
Recurso Contencioso
ARTIGO 2 2 0
ARTIGO 2 1 5 (Concorrência com crimes mais graves
e responsabilidade disciplinar)
(Recurso contencioso)
1. As sanções cominadas nesta lei não excluem a apli-
1. As irregularidades ocorridas no decurso da votação e cação de outras mais graves pela prática de qualquer crime
no apuramento parcial e geral podem ser apreciadas em previsto na legislação penal.
recurso contencioso, desde que hajam sido objecto de 2. As infracções previstas nesta lei constituem também
reclamação ou protesto apresentado no acto em que se falta disciplinar quando cometidas por agente sujeito a essa
verificaram. responsabilidade
2. Da decisão sobre a reclamação ou protesto podem re-
correr, além do apresentante da reclamação, protesto ou ARTIGO 2 2 1

contraprotesto os candidatos e seus mandatários e os par- (Circunstâncias agravantes gerais)


tidos políticos que, no círculo, concorrem à eleição.
3. A petição especifica os fundamentos de facto e de Para além das previstas na lei penal, constituem circuns-
direito do recurso é acompanhada de todos os elementos tâncias agravantes gerais do ilícito eleitoral:
de prova, incluindo fotocópia da acta da assembleia em a) o facto de a infracção influir no resultado da vo-
que a irregularidade tiver ocorrido. tação;
b) o facto de os seus agentes serem membros da Co- ARTIGO 2 2 8

missão Nacional de Eleições, das comissões (Violação de deveres relativos à inscrição


provinciais e distritais de eleições, das mesas no recenseamento eleitoral)
das assembleias de voto òu agente da admi-
1. Serão punidos com pena de prisão até um ano e multa
nistração eleitoral;
de 40 000,00 MT a 80 000,00 MT todos aqueles que se
c) o facto de o agente ser candidato, delegado de partido
recusarem a inscrever no recenseamento eleitoral um eleitor
político ou mandatário de lista.
que haja devidamente promovido a sua inscrição.
2. Aqueles que, por negligência, deixarem de cumprir
ARTIGO 2 2 2 com as suas obrigações serão punidos com multa de
(Suspensão de direitos políticos) 50 000,00 MT a 100 000,00 MT.
A condenação em pena de prisão por infracção eleitoral
ARTIGO 2 2 9
dolosa prevista na presente lei é obrigatoriamente acom-
panhada de condenação em suspensão dos direitos políticos (Violação d e deveres relativos a o s cadernos
de um a cinco anos. d o recenseamento)

ARTIGO 2 2 3 Todo aquele que não proceda à elaboração, organização


(Prescrição) e rectificação dos cadernos de recenseamento nos termos
prescritos na presente lei, será punido com a pena de prisão
O procedimento criminal por infracções relativas às até seis meses e multa de 40 000,00 MT a 80 000,00 MT.
operações eleitorais prescreve no prazo de um ano a contar
da data da eleição.
ARTIGO 2 3 0
SECÇÃO II (Falsificação d o cartão de eleitor)

Infracções Relativas ao Recenseamento Todo aquele que, fraudulentamente, modificar ou subs-


Eleitoral tituir o cartão de eleitor, será punido com a pena de prisão
ARTIGO 2 2 4 até seis meses e multa de 40 000,00 MT a 80 000,00 MT.
(Promoção dolosa de inscrição)
ARTIGO 2 3 1
1. Aquele que sem ter capacidade eleitoral promover a (Falsificação d o s cadernos de recenseamento)
sua inscrição no recenseamento será punido com a pena
de prisão até seis meses e multa de 40 000,00 MT a Todo aquele que, por qualquer forma alterar, viciar,
80 000,00 MT. substituir ou suprimir os cadernos de recenseamento será
2. Aquele que promover a sua inscrição mais de uma punido com a pena de dois a oito anos de prisão maior e
vez será punido com a pena de prisão de seis meses até um multa de 100 000,00 MT a 200 000,00 MT.
ano e multa de 40 000,00 MT a 80 000,00 MT.
3. Todo o cidadão que prestar falsas declarações ou in-
ARTIGO 2 3 2
formações, a fim de obter a sua inscrição no recenseamento
eleitoral, será punido com a pena de prisão até um ano (impedimento a verificação de inscrição no recenseamento)
e multa de 30 000,00 MT a 60 000,00 MT.
Aquele que não expuser cópias dos cadernos de recen-
seamento eleitoral ou que impedir a sua consulta pelo
ARTIGO 2 2 5 cidadão eleitor inscrito, no prazo legalmente estabelecido,
(Obstrução à inscrição) será punido com a pena de prisão até seis meses e multa de
40 000,00 MT a 80 000,00 MT.
Todo aquele que, por violência, ameaça ou artifício
fraudulento, induzir um eleitor a não promover a sua ins-
ARTIGO 2 3 3
crição no recenseamento eleitoral ou a fazê-lo fora do prazo
legalmente estabelecido, será punido com a pena de prisão (Não correcção dos cadernos de recenseamento
até um ano e multa de 30 000,00 MT a 60 000,00 MT. eleitoral)

Os membros das brigadas de recenseamento eleitoral


ARTIGO 2 2 6 que, por negligência, não procederem à correcção dos
(Obstrução à detenção de duplas inscrições) cadernos de recenseamento eleitoral ou que o façam
contrariamente ao disposto na presente lei, serão punidos
Aquele que dando conta de dupla inscrição não tomar com a multa de 40 000,000 MT a 80 000,00 MT.
os procedimentos tendentes a sanar a irregularidade em
tempo devido, será punido com a pena de prisão até seis
SECÇÃO III
meses e multa de 40 000,00 MT a 80 000,00 MT.
Infracções Relativas à Apresentação
ARTIGO 2 2 7
de Candidaturas
(Falso documento comprovativo) ARTIGO 2 3 4

(Candidatura d e cidadão inelegível)


Todo aquele que passar indevidamente documento com-
provativo de incapacidade física ou sanidade mental com Aquele que, não tendo capacidade eleitoral passiva,
implicações no recenseamento eleitoral, será punido com dolosamente aceitar a sua candidatura será punido com a
a pena de prisão até seis meses e multa de 40 000,00 MT a pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de
80 000,00 MT. 100 000,00 MT a 300 000,00 MT.
ARTIGO 2 3 5 síntese, a matéria da infracção e a notificação de que a
(Candidatura pública) resposta pode ser enviada por igual via, dentro do prazo
que para o efeito for marcado.
Aquele que, intencionalmente, subscrever mais do que
5. Apenas é admitida a produção de prova documental,
uma lista de deputados à Assembleia da República, será que deve ser entregue na Comissão Nacional de Eleições
punido com a pena de multa de 200 000,00 MT a dentro do prazo concedido pata a resposta.
1 000 000,00 MT, sem prejuízo do disposto no artigo 220.
6. A decisão da Comissão Nacional de Eleições é to-
mada por consenso.
ARTIGO 2 3 6
ARTIGO 2 4 0
(Violação do dever de neutralidade e imparcialidade)
(Violação da liberdade de reunião eleitoral)
Todo aquele que violar o disposto no artigo 87 será pu-
nido com a pena de prisão até um ano e multa de Aquele que impedir a realização ou o prosseguimento
100 000,00 MT a 200 000,00 MT. de reunião, comício, cortejo ou desfile de propaganda elei-
toral será punido com a pena de prisão de seis meses a um
SECÇÃO IV ano e multa de 100 000,00 MT a 200 000,00 MT.
Infracções Relativas à Campanha Eleitoral
ARTIGO 241
ARTIGO 2 3 7
(Reuniões, comícios, desfiles ou cortejos ilegais)
(Utilização indevida de denominação, sigla ou símbolo)
Aquele que, durante a campanha eleitoral promover
Aquele que, durante a campanha eleitoral, utilizar a reuniões, comícios, destiles ou cortejos sem o cumprimento
denominação, a sigla ou símbolo de um partido ou coli- do disposto na Lei n.° 9/91, de 18 de Julho, e no ar-
gação de partidos com intuito de os prejudicar ou injuriar tigo 88 da presente lei, será punido com a pena de prisão
será punido com a pena de prisão até um ano e multa de de seis meses a um ano e multa de 500 000,00 MT a
40 000,00 MT a 80 000,00 MT. 1 000 000,00 MT.
ARTIGO 2 4 2
ARTIGO 2 3 8
(Violação dos direitos de propaganda gráfica e sonora)
(Utilização abusiva do tempo da antena)
Aquele que violar o disposto nos artigos 98 e 99 sobre
1. Os partidos políticos ou coligações de partidos e res- propaganda com uso de meios sonoros ou gráfica será
pectivos membros que, através da rádio e televisão e punido com multa de 100 000,00 MT a 200 000,00 MT
durante as campanhas eleitorais e no exercício do direito
do acesso ao direito de antena para propaganda eleitoral,
ARTIGO 2 4 3
apelarem à desordem ou à insurreição ou incitamento ao
ódio, à violência ou à guerra serão imediatamente suspensos (Dano em material de propaganda eleitoral)
do exercício desse direito pelo período de um dia ao nú-
1. Aquele que roubar, furtar, destruir, rasgar ou por
mero de dias que durar a campanha, consoante a gravidade
qualquer forma inutilizar, no todo ou em parte, ou tornar
da falta e o grau da sua repetição, sem prejuízo da res-
ilegível, o material de propaganda eleitoral afixado ou o
ponsabilidade civil ou criminal.
desfigurar, ou colocar por cima dele qualquer material
2. A suspensão abrange o exercício do direito de antena com o fim de o ocultar será punido com prisão até seis
em todas as estações de rádio e televisão, mesmo que o meses e multa de 40 000,00 MT a 80 000,00 MT.
facto que a determinou se tenha verificado apenas numa
delas. 2. Não serão punidos os factos previstos no número
anterior se o material de propaganda houver sido afixado
ARTIGO 2 3 9 na própria casa ou estabelecimento do agente sem o seu
(Suspensão do direito de antena) consentimento ou contiver matéria francamente desa-
ctualizada.
1. A suspensão prevista no artigo anterior será deter- ARTIGO 244
minada pela Comissão Nacional de Eleições, por iniciativa (Desvio de material de propaganda eleitoral)
própria ou do cidadão ou de qualquer entidade ou insti-
tuição. Aquele que descaminhar, retiver ou não entregar ao
2. Para o efeito da eventual prova do conteúdo de destinatário circulares, cartazes ou papéis de propaganda
quaisquer emissões relativas ao exercício do direito de eleitoral de qualquer lista será punido com a pena de pri-
antena conferido aos partidos políticos, devem as estações são até um ano e multa de 40 000,00MT a 100 000,00MT
de rádio e televisão registar e arquivar até à validade das
eleições, o registo dessas emissões, com obrigação de o
facultar à Comissão Nacional de Eleições. ARTIGO 245

3. A Comissão Nacional de Eleições proferirá decisão (Propaganda depois de encerrada a campanha eleitoral)
até ao momento em que esteja previsto novo tempo de
emissão em qualquer estação de rádio ou de televisão para 1. Aquele que no dia das eleições ou no anterior fizer
o partido político a que pertença o infractor, salvo se tiver propaganda eleitoral por qualquer meio será punido com
conhecimento da infracção menos de vinte e quatro horas a pena de prisão até seis meses e multa de 40 000,00 MT a
antes, hipótese em que decidirá dentro deste prazo. 80 000,00 MT.
4 A decisão a que se refere o número anterior é sempre 2. Aquele que no dia das eleições fizer propaganda nas
precedida da audição, por escrito, do partido a que per- assembleias de voto ou nas suas imediações até quinhentos
tencer o infractor, solicitada, em caso de necessidade, por metros será punido com a pena de prisão até seis meses e
telegrama dirigido à sede desse partido, contendo, em multa de 40 000,00 MT a 100 000,00 MT
ARTIGO 2 4 6 ARTIGO 2 5 4

(Revelação ou divulgação d e resultados d e sondagens) (Violação d o segredo d e voto)

Aquele que infringir o disposto no artigo 89 será punido 1. Aquele que na assembleia de voto ou nas suas imedia-
com prisão até um ano e multa de 200 000,00 MT a ções até quinhentos metros usar de coacção ou artifício de
1 000 000,00 MT. qualquer natureza ou se servir do seu ascendente sobre o
ARTIGO 2 4 7 eleitor para obter a revelação do voto será punido com
( N ã o contabilização d e d e s p e s a s e receitas) a pena de prisão até seis meses.
2. Aquele que na assembleia de voto ou nas suas imedia-
Todo aquele que violar o disposto no artigo 106 será ções até quinhentos metros revelar em que lista vai votar ou
punido com pena de multa de 1 000 000,00 MT a votou será punido com multa de 40 000,00 MT a
5 000 000,00 MT. 100 000,00 MT.
ARTIGO 2 4 8 ARTIGO 2 5 5

(Não prestação d e c o n t a s ) (Coacção e artifício fraudulento sobre o eleitor)


Todo aquele que violar o disposto no n.o 1 do artigo 108 1. Aquele que, por meio de violência ou ameaça sobre
será punido com m u l t a de 5 000 000,00 MT a qualquer eleitor ou usar de artifícios fraudulentos, para
20 000 000,00 MT. constranger ou induzir a votar em determinado candidato,
SECÇÃO V
ou a abster-se de votar, será punido com pena de seis meses
Infracções Relativas às Eleições a dois anos de prisão e multa de 200 000,00 MT a
600 000,00 MT.
ARTIGO 2 4 9 2. A mesma pena será aplicada àquele que, com a
(Violação da capacidade eleitoral activa) conduta prevista no número anterior, visar obter a desis-
tência de algum candidato.
1. Aquele que, não possuindo capacidade eleitoral activa, 3. A pena prevista nos números anteriores será agravada,
se apresentar a votar, será punido com a pena de multa de nos termos da legislação penal em vigor se a ameaça for
40 000,00 MT a 100 000,00 MT. praticada com o uso de arma ou a violência for exercida
2. A pena de prisão até um ano e multa de 100 000,00 MT por duas ou mais pessoas.
a 200 000,00 MT será imposta ao cidadão que, não pos- 4. Se a mesma infracção for cometida por cidadão inves-
suindo capacidade eleitoral activa, exercer o direito de tido de poder público, funcionário ou agente do Estado
voto. ou de outra pessoa colectiva pública ou ministro de qual-
3. Se, para exercer aquele direito, utilizar fraudulenta- quer culto, a pena será de oito meses a dois anos de prisão
mente identidade de outro cidadão regularmente registado, e multa de 200 000,00 MT a 1 000 000,00 MT.
a pena será de prisão de seis meses a dois anos e multa de
300 000,00 MT a 600 000,00 MT. ARTIGO 2 5 6

(Despedimento ou ameaça d e despedimento)


ARTIGO 2 5 0

(Admissão ou exclusão abusiva d o v o t o ) Será punido com a pena de prisão de seis meses a dois
anos e multa de 400 000,00 MT a 1 200 000,00 MT aquele
Aquele que concorrer para que seja admitido a votar que despedir ou ameaçar despedir algum cidadão do seu
quem não tem esse direito ou para a exclusão de quem o emprego, impedir ou ameaçar impedir alguém de obter
tiver e, bem assim, o médico que atestar falsamente uma emprego, aplicar qualquer outra sanção para o obrigar a
impossibilidade de exercício do direito de voto, será pu- votar ou não votar, porque votou ou não votou em certo
nido com a pena de prisão até dois anos e multa de candidato, ou porque se absteve de votar ou de não parti-
100 000,00 MT a 200 000,00 MT. cipar na campanha eleitoral.

ARTIGO 2 5 1 ARTIGO 2 5 7

(Impedimento d o sufrágio) (Corrupção eleitoral)

O agente de autoridade que dolosamente, no dia das Aquele que, para persuadir alguém a votar ou deixar
eleições, sob qualquer pretexto, impedir qualquer eleitor de votar em determinada lista, oferecer, prometer ou con-
de exercer o seu direito de voto, será punido com a pena ceder emprego público ou privado ou outra coisa ou van-
de prisão até dois anos e multa de 120 000,00 MT a tagem a um ou mais eleitores ou, por acordo com estes, a
280 000,00 MT. uma terceira pessoa, mesmo quando a coisa ou vantagem
utilizadas, prometidas ou conseguidas forem dissimuladas
ARTIGO 252
a título de indemnização pecuniária dada ao eleitor para
(Voto plúrimo) despesas de viagem ou de estada ou de pagamento de ali-
Aquele que votar ou permitir que se vote mais de uma mentos ou bebidas ou a pretexto de despesas com a cam-
vez será punido com a pena de prisão de seis meses a dois panha eleitoral, será punido com a pena de prisão até dois
anos e multa de 100 000,00 MT a 200 000,00 MT. anos e multa de 120 000,00 MT a 280 000,00 MT.

ARTIGO 2 5 3 ARTIGO 2 5 8

(Mandatário infiel) (Não exibição da urna)

Aquele que acompanhar um cego ou um deficiente a 1. O presidente da assembleia de voto que dolosamente
votar e dolosamente exprimir infielmente a sua vontade não exibir a urna perante os eleitores no acto da abertura
será punido com a pena de prisão de seis meses a dois da votação, será punido com a pena de prisão até seis
anos e multa de 120 000,00 MT a 280 000,00 MT. meses e multa de 40 000,00 MT a 100 000,00 MT.
2. Quando se verificar que na urna não exibida se punido com a pena de prisão até dois anos e multa de
encontravam boletins de voto, a pena de prisão será até 40 000,00 MT a 100 000,00 MT.
dois anos e multa de 80 000,00 MT a 200 000,00 MT, sem
ARTIGO 2 6 4
prejuízo da aplicação do disposto no artigo seguinte
(Obstrução d o s candidatos, mandatários e representantes
das candidaturas)
ARTIGO 2 5 9

(Introdução d e boletins de voto na uma e desvio O candidato, mandatário, representante ou delegado das
desta ou de boletins de voto) candidaturas que perturbar o funcionamento regular das
operações eleitorais, será punido com a pena de prisão até
Aquele que, fraudulentamente, depositar boletins de um ano e multa de 40 000,00 MT a 100 000,00 MT
voto na urna antes ou depois do início da votação, se apo-
derar da urna com os boletins de voto nela recolhidos mas ARTIGO 2 6 5
ainda não apurados, ou se apoderar de um boletim de voto (Não cumprimento do dever de participação
em qualquer momento, desde a abertura da assembleia no processo eleitoral)
de voto até ao apuramento geral da eleição, será punido
com a pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de Todo aquele que for designado para fazer parte da mesa
200 000,00 MT a 1 000 000,00 MT. de assembleia de voto, e, sem motivo justificado, não rea-
lizar ou abandonar essas funções será punido com multa
de 160 000,00 MT a 400 000,00 MT.
ARTIGO 2 6 0
(Fraudes no apuramento de votos)
ARTIGO 2 6 6

O membro da mesa da assembleia de voto que dolo- (Falsificação de documentos relativos à eleição)
samente aponha ou permita que se aponha indicação de
Aquele que, de alguma forma, com dolo, vicie, substitua,
confirmação em eleitor que não votou, que troque na lei-
suprima, destrua ou altere os cadernos eleitorais, os bo-
tura dos boletins de voto a lista votada, que diminua ou
letins de voto, as actas das assembleias de voto ou quais-
adite votos, a uma lista no apuramento de votos, ou que
quer documentos respeitantes à eleição será punido com
por qualquer forma falseie o resultado da eleição, será
a pena de dois a oito anos de prisão maior e multa de
punido com a pena de prisão de um a dois anos e multa de
400 000,00 MT a 1 000 000,00 MT.
160 000,00 MT a 400 000,00 MT.
ARTIGO 2 6 7
ARTIGO 2 6 1
(Denúncia caluniosa)
(Oposição ao exercício d o s direitos d o s delegados
das candidaturas)
Aquele que dolosamente imputar a outrem, sem funda-
1. Aquele que impeça a entrada ou saída de delegados mento, a prática de qualquer infracção prevista na presente
das candidaturas nas assembleias de voto ou que por qual- lei será punido com as penas previstas na legislação penal
quer forma se oponha a que eles exerçam os poderes que em vigor para a denúncia caluniosa.
lhes são reconhecidos pela presente lei será punido com
pena de prisão, até seis meses. ARTIGO 2 6 8

2. Tratando-se de presidente da mesa, a pena não será, (Reclamação e recurso de má fé)


em qualquer caso, inferior a um ano
Todo aquele que, com má fé, apresente reclamação,
recurso, protestos ou contra-protestos, ou que impugne as
ARTIGO 2 6 2 decisões dos órgãos através de recurso infundado será
(Recusa de receber reclamações e protestos punido com a pena de multa de 1 000 000,00 MT a
e contra-protestos) 5 000 000,00 MT.
O presidente da mesa da assembleia de voto que injus- ARTIGO 2 6 9
tificadamente se recusar a receber reclamações, protestos (Não comparência de força policial)
ou contra-protestos, será punido com pena de prisão de
seis meses e multa de 200 000,00 MT a 600 000,00 MT. Se, para garantir o regular decurso da operação de vo-
tação for competentemente requisitada uma força policial,
ARTIGO 2 6 3 nos termos previstos no n.° 2 do artigo 147 e esta não
(Perturbação das assembleias de voto) comparecer e não for apresentada justificação idónea no
prazo de vinte e quatro horas, o comandante da mesma
1. Aquele que perturbar o normal funcionamento das será punido com a pena de prisão até seis meses e multa de
assembleias de voto com insultos, ameaças ou actos de 100 000,00 MT a 200 000,00 MT.
violência, originando tumulto, será punido com pena de
prisão até seis meses e multa de 100 000,00 MT a ARTIGO 2 7 0
200 000,00 MT (Incumprimento de obrigações)
2. Aquele que, durante as operações eleitorais, se intro-
duza nas assembleias de voto sem ter direito a fazê-lo e se Aquele que, injustificadamente, não cumprir quaisquer
recuse a sair, depois de intimado pelo respectivo presidente, obrigações impostas pela lei ou omitir a prática de actos
será punido com a pena de prisão até seis meses e multa de administrativos necessários à sua pronta execução, bem
40 000,00 MT a 100 000,00 MT. como demorar infundadamente o seu cumprimento, será
3. Aquele que se introduza armado nas assembleias de punido com a pena de multa de 120 000,00 MT a
voto fica sujeito à imediata apreensão da arma e será 280 000,00 MT.
T Í T U L O IX ANEXO I

Disposições Finais (a que se refere o artigo 2)

ARTIGO 271 Glossário de termos jurídicos


(Referências a lei) usados na Lei Eleitoral
As referências utilizadas relativamente a artigos sem A
menção a diploma legal, entendem-se como dispositivos da
Abertura da assembleia de voto — Procedimento através
presente lei.
do qual o presidente da mesa de assembleia do voto, em
ARTIGO 272 cumprimento das directivas da Comissão Nacional de
(Isenções e emissão d e certidões) Eleições, verifica as condições de hora, das urnas e dos
1. São isentos de quaisquer taxas, emolumentos, impostos materiais a usar na votação, exibindo normalmente a urna
de selo e de justiça, conforme os casos, os documentos des- vazia e fiscalizando a cabine de voto.
tinados ao cumprimento do preceituado nesta lei, tais Abuso de funções públicas ou equiparadas — É a acção
como: do funcionário público ou agente do Estado ou outra pessoa
colectiva ou ainda um dignatário de confissão religiosa,
a) certidões necesásrias para o registo eleitoral; que nessa qualidade obrigue ou leve um eleitor a votar
b) documentos destinados a instruir quaisquer recla- numa ou noutra lista.
mações ou recursos previstos nesta lei; Apuramento provincial — É a contabilização a nível do
c) reconhecimentos notariais para efeitos de registo. círculo provincial dos votos depositados nas urnas pelos
eleitores na escolha dos deputados à Assembleia da
2. As certidões necessárias para o recenseamento elei- República e do Presidente da República.
toral, ou em virtude deste, são obrigatoriamente passadas a Apuramento nacional — É a determinação dos resultados
requerimento de qualquer interessado, no prazo máximo da contagem dos votos a nível nacional com vista a
de cinco dias.
divulgação dos resultados gerais obtidos e respectiva
ARTIGO 273 distribuição dos mandatos bem como a verificação do
(Conservação d e documentação eleitoral) candidato às presidenciais mais votado.
Acta das operações eleitorais — Documento onde se
Toda a documentação relativa à apresentação de candi-
regista a realização do acto de votação, a forma como
daturas é conservada durante o período de cinco anos a
decorreu o acto e os elementos essenciais para o escrutínio,
contar da data da tomada de posse do candidato eleito,
como os membros da mesa, número de eleitores inscritos,
após o que, um exemplar da referida documentação será
nome dos delegados das candidaturas, o número total de
transferido para o Arquivo Histórico de Moçambique.
votantes e dos que não votaram, o número de votos nulos
ou em branco e outras ocorrências úteis para o sufrágio.
ARTIGO 274
A acta é um impresso de modelo a aprovar pela Comissão
( P o s s e do Presidente da República)
Nacional de Eleições.
O Presidente da República toma posse do cargo até oito Assembleia de voto — Local onde o eleitor deposita
dias após a investidura da Assembleia da República eleita, o voto
competindo à Comissão Nacional de Eleições a marcação B
da data exacta.
ARTIGO 275 Boletim de inscrição — O impresso segundo modelo
aprovado previamente através do qual o cidadão procede
(Investidura d o s deputados)
ao recenceamento eleitoral, habilitando-se a exercer o
Os deputados da Assembleia da República, eleitos nas sufrágio.
primeiras eleições gerais multipartidárias, são investidos Boletim de voto — Folha de papel impresso de forma
na função, até quinze dias após a publicação dos resultados apropriada, no qual o eleitor por sinal de X expressa a sua
finais do apuramento, competindo à Comissão Nacional vontade na escolha dos deputados para a Assembleia da
de Eleições a marcação da data exacta. República e do Presidente da República.
Brigada do recenseamento eleitoral — Unidade orgânica
ARTIGO 276 constituída por funcionários eleitorais através do qual se
procede ao recenseamento eleitoral dos cidadãos que têm
(Revogação da legislação)
idade para votar A brigada pode ser fixa ou móvel
É revogada toda a legislação que for contrária à pre-
sente lei. C
ARTIGO 277 Cabine de voto — É um compartimento reservado, loca-
(Entrada e m vigor) lizado próximo da urna, no qual o cidadão eleitor de
forma livre e secreta, expressa a sua vontade, assinalando,
A presente lei entra imediatamente em vigor.
relativamente à escolha do candidato ou candidatos.
Aprovada pela Assembleia da República. Caderno de recenseamento eleitoral — É um conjunto de
folhas apropriadas, com características de livro oficial,
O Presidente da Assembleia da República, Marcelino devidamente numeradas e rubricadas, dispondo de um
dos Santos. termo de abertura e de encerramento, no qual constam
os nomes dos cidadãos recenseados como eleitores.
Promulgada, aos 28 de Dezembro de 1993. Campanha eleitoral — É a acção organizada pelos
Publique-se. concorrentes às eleições com vista a angariar votos, que
tem lugar sob forma de empreendimento mais ou menos
O Presidente da República, JOAQUIM ALBERTO CHISSANO. organizado
Candidato — É o cidadão proposto para ser eleito. Direito de antena — Direito de acesso dos candidatos,
Candidato efectivo — É aquele em relação a quem o partidos políticos e das coligações dos partidos concor-
voto do eleitorado é exercido, quer nas eleições presiden- rentes aos órgãos de comunicação social de radiodifusão
ciais, quer nas eleições legislativas. e televisão para a realização da sua campanha eleitoral.
Candidato suplente — É aquele que tiver sido aceite Direito de sufrágio — É o direito que o cidadão com
pela Comissão Nacional de Eleições, mas que o voto do capacidade eleitoral activa tem para votar e é pessoal,
eleitorado sobre ele se exercerá quando ocorrer uma inalienável e irrenunciável.
ausência ou impossibilidade ao candidato efectivo a depu-
tado de Assembleia da República. E
Candidatura — É a proposta de um ou mais cidadãosEducação cívica — consiste no esclarecimento dos cida-
a candidato a deputado ou a Presidente da República, feita dãos sobre os objectivos das eleições, o processo eleitoral
por partidos políticos, coligação de partidos políticos ou e o modo como cada eleitor vota.
grupos de cidadãos. Eleições — Conjunto de acções e processos com o fim
Candidatura plúrima — E o acto de UM cidadão ser de proceder à escolha, de entre vários candidatos, quer
candidato por mais de uma lista. É por regra proibida dos deputados a Assembleia da Republica, quer do
e a candidatura plúrima pode levar à inelegibilidade do Presidente da República.
proposto. Escrutínio — Acto de contar os votos depositados na
Capacidade eleitoral activa — É o direito que o cidadão urna pelos eleitores para apurar o resultado da votação.
tem de votar, escolher os candidatos ou o candidato da Escrutinador — Pessoa que e encarregada pela mesa da
sua preferência, para ser deputado ou Presidente da assembleia de voto de proceder à contagem dos votos.
República, respectivamente.
Capacidade eleitoral passiva — E o direito que o cidadão F
tem de ser candidato a deputado ou a Presidente da
República Financiamento eleitoral — É a atribuição de meios pecu-
niários aos candidatos ou partidos políticos para pagamento
Cartão de eleitor — Documento de identificação pessoal
das despesas inerentes à campanha eleitoral
especialmente para efeitos eleitorais, passado a cada eleitor
inscrito, que atesta o estatuto de eleitor ao utente e que Fiscalização
este deve apresentar ne momento do voto. para apreciar o seu respeito pelas normas legais durante
Cuculo eleitoral — É uma das áreas geográficas na qual o processo eleitoral.
se organiza o território nacional, para os eleitores proce- Fiscalização de contas - E a verificação e controlo das
derem à eleição de um determinado número de deputados. fontes de financiamento e dos gastos eleitorais dos
Círculo de cidadãos eleitores moçambicanos no exterior candidatos.
do país — Área geográfica na qual se organiza o território Fraude eleitoral — Acto que visa alterar o resultado
estrangeiro, para os eleitores moçambicanos aí residentes de uma eleição
procederem à eleição de um determinado número de
deputados.
Coacção eleitoral — Acto de intimidar o eleitor, usando Igualdade eleitoral — Situação que implica a existência
violência ou ameaça ou qualquer outro meio fraudulento, de condições de igualdade entre todos os competidores
para votar em determinado candidato. nas eleições, relativamente à possibilidade de fazer propa-
Coligação de partidos — Ê associação de dois ou mais ganda e de ter tratamento não discriminatório por parte
partidos que constituem uma aliança para juntar foiças de entidades públicas e privadas.
para fins eleitorais Imunidade dos delegados das candidaturas e dos
Comissões eleitorais — São os órgãos constituídos para candidatos - Prerrogativas dos delegados e dos candidatos
organizarem e conduzir o processo eleitoral e podem ser que impossibilita a sua detenção, mesmo em flagrante delito,
de nível nacional, provincial ou distrital. durante o funcionamento da respectiva assembleia de voto,
Contencioso eleitoral — E o processo de resolução de pela prática de crime a que não caiba pena de prisão
diferendos relativamente à interpretação ou aplicação das superior a 2 anos quanto aos delegados e por crime a que
normas que regulam o processo eleitoral. não caiba pena de prisão maior quanto aos candidatos.
Contraprotesto — Processo de manifestação de desacordo Ilícito eleitoral — Conjunto de infracções às normas
a um protesto apresentado contra qualquer operação ou eleitorais enunciadas na lei eleitoral.
medida tomada no domínio do processo eleitoral. Incapacidade eleitoral — Situação que se subdivide cm
Corrupção eleitoral — E a persuação mediante suborno incapa idade para eleger (activa), ou para ser eleito
do eleitor, visando alterar a sua vontade na escolha livre (passiva). Num e noutro caso, o impedimento resulta de
do candidato ou dos candidatos de sua preferência. uma condição clínica deficiente ou da prática de actos
antissociais, tipificados remissivamente pela lei eleitoral.
D Inelegibilidade — Insusceptibilidade de ser candidato,
resultante da existência de incapacidade eleitoral ou desde
Delegado de lista — Pessoa indicada devidamente cre- que se trate de cidadão residente no país há menos de
denciada por um concorrente, para o representar junto da 6 meses contados sobre a data da eleição, ou ainda magis-
assembleia de voto, com o objectivo de acompanhar e trados judiciais, ou do Ministério Público militares e
verificar o desenrolar das operações relacionadas com diplomatas de carreira, desde que se encontrem no
a votação e o escrutínio. serviço activo
Delegado do proponente — Pessoa designada e creden- Incompatibilidade — Situação resultante do exercício de
ciada pelo partido, coligação de partidos ou eleitores que funções públicas ou privadas consideradas inconciliáveis
apresentam candidatura, para os representar. com as de deputado.
Deputado — É o cidadão eleito por sufrágio universal, Investidura
directo igual e secreto a membro da Assembleia da tando assim legalmente o início do exercício de funções,
República no caso da lei eleitoral, do presidente e membros da
Comissão Nacional dc Eleições, presidentes das comissões eleitoral de forma a concluírem se existiu ou não houve
provinciais e distritais de eleições. fraude.
Impugnação — Acção de contestar, nos termos da lei Orçamento — Conjunto de meios financeiros afectados,
eleitoral. à realização das várias fases e despesas relativas ao
Investidura dos deputados — Acto da posse dos depu- processo eleitoral.
tados, possibilitando o seu início de funções, o qual deve Obstrução à inscrição — Acção de impedir um potencial
realizar-se no prazo de 30 dias contados a partir da data da eleitor de fazer a sua inscrição ou de a fazer dentro
publicação dos resultados finais do apuramento eleitoral de prazo próprio, com o fim de o afastar do processo
eleitoral.
L P

Legitimidade — Reconhecimento de um interesse con- Posto de recenseamento — Local onde os cidadãos com
forme à lei que possibilita a prática de actos ligados à direito a votar se vão inscrever em livros de registo,
eleições. chamados cadernos eleitorais.
Lista de candidatos — Documento submetido pelos par- Processo eleitoral — Conjunto de acções estabeleci das
tidos à entidade competente, o qual contém o rol de na lei necessárias à eleição do Presidente da República
candidatos do partido para cada círculo eleitoral. e dos deputados à Assembleia da República.
Lugares públicos — Edifícios ou recintos pertencentes Protesto — Forma pela qual um candidato, um partido
ao domínio público do Estado ou de órgãos de adminis- político ou um cidadão manifestam a sua discordância
tração local. por qualquer irregularidade.
Limite de número de votos — Número mínimo de votos Prestação de contas — Informação que cada candidatura
expressos no círculo eleitoral, para qualificar uma lista apresenta à Comissão Nacional de Eleições sobre os
partidária concorrente às eleições para o apuramento do dinheiros recebidos e a forma como estes foram utilizados.
número de mandatos obtidos, o qual, nos termos da lei Apreciação de contas — Análise que a Comissão Nacional
eleitoral é 5 % dos votos totais aí expressos. de Eleições efectua à prestação de contas apresentada
por cada candidatura por forma a verificar se os finan-
ciamentos recebidos pelos candidatos obedeceram ao esta-
M belecido na lei e se os gastos, de igual modo estão de
Mesa de assembleia de voto — Conjunto de pessoas a acordo com a lei.
quem cabe a função de dirigir os trabalhos em cada Propaganda eleitoral — Acção pela qual os partidos
assembleia de voto, desde a fase da votação até à conclusão políticos e os candidatos divulgam e explicam os seus
desta e à contagem final de votos. objectivos políticos, os seus programas políticos, as suas
Mandatário de lista — Indivíduo que representa os inte- opiniões políticas, durante a campanha eleitoral com o
resses de um determinado candidato às eleições, fiscali- objectivo de angariar votantes.
zando as operações eleitorais que segundo à lei permitam Pessoalidade do voto — Princípio segundo o qual o
a sua presença. cidadão eleitor não pode mandar outra pessoa votar em
Método de Hondt — Método de distribuição dos votos seu nome.
os quais não correspondendo ao mínimo necessário para Presencialidade do voto — Princípio segundo o qual o
preencher um mandato são, depois de vários processos cidadão eleitor tem que votar, deslocando-se pessoalmente
de distribuição equitativa, acrescentados à lista que tiver ao local determinado para se votar.
obtido mais baixa votação.
Mapa de apuramento — Documento no qual se resume R
o resultado das eleições e que deve incluir, o total de Recenseamento eleitoral — Acção pela qual os cidadãos
eleitores, de votantes, abstenções de votos nulos ou em com direito a votar se vão inscrever em livros de registos
branco, de votos válidos; o total de votos obtidos em cada especiais chamados cadernos eleitorais.
candidatura ou coligação, os mandatos por ela obtidos, Representação proporcional — Sistema eleitoral segundo
tudo isto enumerado por círculos se houver vários. Deve o qual o número de candidatos a deputados eleitos é calcu-
também incluir os nomes dos candidatos eleitos e o lado em proporção ao número de votos recebidos.
respectivo símbolo eleitoral ou partido. Reclamação ou recurso de má fé — Situação em que o
reclamante ou recorrente manifesta a sua discordância
N tendo consciência de que não tem razão.
Neutralidade — Posição que deve ser adoptada por todos
os intervenientes no processo eleitoral e pelas autoridades S
públicas e que consiste em não manifestar por palavras Sondagem — Investigação sobre quais serão as prefe-
ou acções qualquer preferência por um dos candidatos rências dos cidadãos nas eleições, investigação que é
ou partidos em competição eleitoral. efectuada com base em inquéritos junto de cidadãos de
Normas éticas — Conjunto de normas com especial diferentes camadas sociais.
adequação à fase psicológica correspondente à campanha Sufrágio — Acção em que ossleitores através da votação
eleitoral e que proíbem a utilização de expressões que escolhem o Presidente da República e os seus deputados
atentem contra a honra de qualquer outro cidadão ou à Assembleia da República.
candidato ou que instiguem à violência individual ou Sorteio de lista — Acto pelo qual se tira à sorte as listas
colectiva de candidatos para se saber qual delas ficará em primeiro
nos boletins de voto e nas restantes posições
Suspensão de direitos políticos — Período de tempo em
Observação internacional — Conjunto de pessoas indi- que, por força de uma sentença de um tribunal um cidadão
cadas por diversos organismos internacionais e estrangeiros não pode exercer os seus direitos políticos dos quais os
cuja função é verificar as acções relativas ao processo mais importantes serão o direito de eleger e de ser eleito
T Voto nulo — É considerado nulo para efeitos de con-
tagem o boletim de voto no qual a escolha do eleitor não
Tempo de antena — Período de tempo que é concedido
esteja claramente assinalada, o que pode suceder se este
aos diferentes candidatos para, durante o período da
campanha eleitoral, utilizarem as emissoras de radiodifusão tiver posto a marca em mais de que um quadrado ou fora
e a televisão estatais e assim efectuarem a sua propaganda dos quadrados. É ainda nulo o boletim de voto em que
eleitoral. o eleitor tenha feito qualquer desenho ou escrito algo.
Tutela jurisdicional — Competência legal para resolver
Voto em branco — Designação aplicada ao boletim de
conflitos ou irregularidades aplicando a lei.
voto que apesar de ter sido depositado na u r i a por um
U eleitor, não contém qualquer indicação da vontade deste.
Voto Plúrimo — Situação em que se detecta ter o cidadão
Universalidade — Princípio segundo o qual todos os
cidadãos de nacionalidade moçambicana que possuam a eleitor votado mais do que uma vez, na mesma eleição.
idade de 18 anos à data da realização das eleições podem O voto plúrimo constitui infracção eleitoral.
e devem recensear-se para as eleições, quer residam em Voto de deficiente — Processo especial destinado a pos-
território moçambicano quer residam no estrangeiro. sibilitar que o eleitor com deficiência física notória que
Unicidade de inscrição — Princípio segundo o qual os
cidadãos só deverão recensear-se uma única vez e conse- o impossibilite dc votar por si, seja acompanhado por
quentemente, só deverão estar registados nos cadernos pessoa idónea por si escolhida para efeitos de votai
eleitorais uma única vez. a qual é obrigada ao segredo e fidelidade na expressão do
Urna de voto — Caixa especial onde os eleitores depo- seu voto.
sitam os seus boletins de voto.
Voto de analfabeto — Fornia de expressão da escolha do
V
eleitor analfabeto que consiste em apôr no beletim de voto
Votação — Acto de introdução do boletim de voto sinal da marca do dedo ou a colocação do sinal X no
na urna. local próprio.

ANEXO II

(Credencial a que se refere o n.° 4 do artigo 51)

CREDENCIAL
FISCAL DE PARTIDO POLITICO

Certifico que portador do B I N.°

de / / emitido pedo Arquivo de Identificação de

é Fiscal do Partido no RECENSEAMENTO ELEITORAL

de de

A Comissão de Eleições de

ASSINATURA F CARIMBO
NOME DA PESSOA QUE ASSINA E SUA FUNÇÃO
ANEXO III
(Boletim de inscrição a que se refere o artigo 60)
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

RECENSEAMENTO ELEITORAL

| BOLETIM DE INSCRIÇÃO N.°

IDENTIFICAÇÃO DO ELEITOR

Nome completo
Data de nascimento / ...../ Sexo . ..
Local de nascimento: Província .... ... . Distrito
Posto Administrativo Localidade
ou bairro
Local de residência

DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA

Tipo de documento N.°


Local e data de emissão , / /...... Entidade emissora -
FILIAÇÃO

Nome do Pai
Nome da Mãe

TESTEMUNHAS (caso o Eleitor não possua documentação)


Nome N.° de inscrição
Nome .......... N.° de inscrição

Assinatura do eleitor

Data da inscrição . ../.... / .......


N.° DE CONTROLO DO CARTÃO:

Local de recenseamento: Província .......


Distrito . . Posto Administrativo ...
Localidade . . Caderno N.°

Observações: AUTENTICAÇÃO
A N E X O IV

(Cartão da eleitor a que se refere o artigo 61)

NOTA O N ° de Controlo 6 pré-impresso


ANEXO V — Caderno de Recenseamento a que se refere o artigo 63

RECENSEAMENTO ELEITORAL
POSTO DE R E C E N S E A M E N T O :

Província Distrito

Posto Administrativo Localidade . . . .

C A D E R N O ELEITORAL N.° . (Pré-impresso)

TERMO DE ABERTURA

Este caderno destina-se à inscrição dos cidadãos que, nos termos


da Lei, têm direito de voto e há-de servir para a eleição do
Presidente da República e da Assembleia da República.

, de de 19 .

A Brigada de Recenseamento
(Assinatura)

(Nome da Pessoa e Função)


Província; Distrito VOTO Caderno n o

Posto administrativo Localidade


PR AR

das
No de inscrição Nome
TERMOS DE ENCERRAMENTO

Este caderno contém folhas, devidamente numeradas e rubricadas pela Brigada

de Recenseamento. Nele ficam inscritos eleitores compreendidos entre os números..


ANO DE 19
e
A Brigada de Recenseamento
(Assinatura)

. de de 19 (Nome da Pessoa e Função)

Este caderno contém folhas, devidamente numeradas e rubricadas pela Brigada

de Recenseamento. Nele ficam inscritos eleitores compreendidos entre os números


ANO DE 19..
A Brigada de Recenseamento
(Assinatura)

,... . de de 19 (Nome da Pessoa e Funcao)

Este caderno contém folhas, devidamente numeradas e rubricadas pela Brigada

de Recenseamento. Nele ficam inscritos eleitores compreendidos entre os números


ANO DE 19...
e .. .
A Brigada de Recenseamento
(Assinatura)

de de 19 (None da Pessoa e Função)

Este caderno contém folhas, devidamente numeradas e rubricadas pela Brigada

de Recenseamento. Nele ficam inscritos eleitores compreendidos entre os números


ANO DE 19
e
A Brigada de Recenseamento
(Assinatura)

de de 19 (None da Pessoa e Função)

Este caderno contém folhas, devidamente numeradas e rubricadas pela Brigada

de Recenseamento, Nele ficam inscritos eleitores compreendidos entre os números


ANO DE 19
e
A Brigada de Recenseamento
(Assinatura)

de de 19 (Nome da Pessoa c Função)


ANEXO VI

(Credencial a que se refere o artigo 119)

CREDENCIAL
DELEGADO DE LISTA

Certifico que portador do B I N S

de / / e inscrito no Recenseamento Eleitoral com o N.° e Deleqado

Efectivo da Lista na/s mesa/s da/s A S S E M B L E I A / S DE VOTO

de de

A Comissão de Eleições de

ASSINATURA I CARIMBO
NOME DA PESSOAQUEASSINA E SUA
ANEXO VII
(Boletim de voto a que se refere os artigos 123 e 182)

C O M I S S Ã O NACIONAL DE ELEIÇÕES
ELEIÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

3,5 cm

3 c m

FOTO X o u
NOME DO CANDIDATO 3,8 cm TAMANHO
PASSE

Espaço 0,5 cm

FOTO X OU
NOME DO CANDIDATO TAMANHO IMPRESSÃO
PASSE DIGITAL

FOTO X OU
NOME DO CANDIDATO TAMANHO IMPRESSÃO
PASSE DIGITAL

FOTO X OU
NOME D O CANDIDATO TAMANHO IMPRESSÃO
PASSE DIGITAL
ANEXO VIII

(Boletim de voto a que se refere os artigos 123 e 202)

COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES


ELEIÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

11,5 cm 5 cm 5 cm 2,5 cm

Nome do Partido Sigla Símbolo IMPRESSÃO


DIGITAL
3 cm

Espaço 0,5 cm

X OU
Nome do Partido Sigla Símbolo IMPRESSÃO
DIGITAL

X OU
Nome do Partido Sigla Símbolo IMPRESSÃO
DIGITAL

X OU
Nome do Partido Sigla Símbolo IMPRESSÃO
DIGITAL

X OU
Nome do Partido Sigla Símbolo IMPRESSÃO
DIGITAL

X OU
Nome do Partido Sigla Símbolo IMPRESSÃO
DIGITAL
ANEXO IX

(Actas das operações eleitorais a que se refere o artigo 164)

Eleição d o Presidente d a República

ACTA DAS OPERAÇÕES ELEITORAIS

Província Distrito Data

Posto Administrativo Localidade /...... . /19.

A s s e m b l e i a d e voto

TERMO DE ABERTURA

Este caderno destina-se à elaboração da acta das


operações eleitorais e contém
folhas numeradas e por mim rubricadas nos termos
do artigo da Lei n.°

O Presidente da Assembleia
de Voto

Hora de abertura

Hora de encerramento .

Número de eleitores inscritos para votar

Local de funcionamento ..
Eleição do Presidente da República
ACTA — SÍNTESE
Número de boletins de voto recebidos pela mesa
número de boletins não utilizados
Número de boletins deteriorados ou inutilizados pelos eleitores
Número de abstenções
1. Numero de votos obtidos por cada candidato:
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Total
2. Número de votos em branco -
3. Número de votos nulos
4. Número de votos sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e que não foram considerados
em qualquer candidato (nulos)
5. Número de bolet ns de voto contados (deve corresponder à soma das parcelas 1, 2, 3 e 4)
6. Número de votantes apurados (pelas descargas no caderno eleitoral)

(Os números constantes em 5 e 6 devem ser iguais. Em caso de divergência, prevalece o número
de boletins de voto contados)
7. Número de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e foram conside-
rados nos candidatos
8. Número total de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto
(O número referido em 8 deve ser igual à soma do referido em 7 com o referido em 4)

ASSINATURAS
Dos membros da mesa : De delegados das candidaturas :

Observações :
A ordem das Listas é a constante do Boletim de Voto
NOMES DOS MEMBROS DA MESA

Presidente N.° de inscrição ......

Vice-Presidente . N.° de inscrição

Escrutinador N.° de inscrição

Escrutinador .... N.° de inscrição

Escrutinador N.° de inscrição

Delegados das listas e respectivos suplentes

( Delegado N.° de inscrição . .


{
Lista
N.° de inscrição

N.° de inscrição
Liste {
N.° de inscrição . ..

N.° de inscrição
Lista { N.° de inscrição

| Delegado N.° de inscrição .....


Lista .... {
N.° de inscrição
(Delegado
N.° de inscrição

Lista {
( Suplente . . . N.° de inscrição . .

N.° de inscrição

Lista
( Suplente ...... N.° de inscrição .....

N.° de inscrição
{ \ Delegado
Lista
( Suplente N.° de inscrição ...

N.° de inscrição

Lista { N.° de inscrição

N.° de inscrição

Lista .... .... {


( Suplente N.° de inscrição

( Delegado N.° de inscrição ....

Lista
N.° de inscrição

N.° de inscrição
{ f Delegado
Lista
N.° de inscrição
Delegado..... N.° de inscrição....
Lista
Suplente...... N.° de inscrição.....

Delegado..... N.° de inscrição.....


Lista ......
Suplente......

Delegado...... N.° de inscrição . .


Lista ......
Suplente...... N.o de inscrição.....

Delegado...... N.° de inscrição.....


Lista .......
Suplente ....... N.o de inscrição......

Delegado...... N.° de inscrição.....


Lista ......
Suplente...... N.° de inscrição.....

Delegado N.° de inscrição......


Lista ......
Suplente..... N.° de inscrição......

Delegado...... N.° de inscrição


Lista
Suplente . . . . N.° de inscrição

Delegado..... N.° de inscrição........


Lista
Suplente N.° de inscrição

Delegado..... N.° de inscrição

Lista ........ N.° de inscrição..........


Suplente

Delegado ..... N.° de inscrição


Lista N.o de inscrição
Suplente.....

Delegado...... N.° de inscrição.........

Lista ........
Suplente.....

Delegado .. N.° de inscrição......

Lista ...........
Suplente..... N.° de inscrição

Delegado..... N.° de inscrição.....


Lista . . . .
Suplente N.° de inscrição....

Delegado......... N.° de inscrição.....


Lista.......... -
Suplente ........ N. de inscrição.....

Delegado ........ N.° de inscrição . ..


Lista.......
Suplente....... N.° de inscrição......
Número de boletins de voto recebidos pela mesa
Número de boletins não utilizados
Número de boletins deteriorados ou inutilizados pelos eleitores...........
Número de abstenções

1. Número de votos obtidos por cada lista :

Lista Votos ....


Lista Votos.....
Lista Votos ......
Lista Votos .. . .
Lista Votos .. .
Lista Votos . .
Lista Votos.....
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos ......
Lista Votos ... .
Lista Votos
Lista Votos ........
Lista Votos .........
Lista Votos.....
Lista Votos

Total

2. Número de votos em branco .............


3. Numero de votos nulos
4. Número de votos sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e que não foram consideradas
em qualquer lista (nulos)
5. Número de boletins de voto contados (deve corresponder à soma das parcelas 1, 2, 3 e 4)
6. Número de votantes apurados (pelas descargas no caderno eleitoral)

(Os números constantes em 5 e 6 devem ser iguais. Em caso de divergência, prevalece o número
de boletins de voto contados)

7. Número de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e foram conside-
rados nas listas
8. Número total de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto

(O número referido em 8 deve ser igual à soma do referido em 7 com o referido em 4)

ASSINATURAS

Dos membros da m e s a : De delegados das l i s t a s


Deliberações tomadas pela mesa durante a s operações
(O assunto da cada deliberação deve ser sublinhado)
Registo de quaisquer outras ocorrências que a mesa julgar
dignas de menção
Relação das reclamações, protestos e contraprotestos
apensos à acta
NOTA. — Qualquer anotação para a qual não existam folhas
nesta acta (ou não havendo espaço suficiente nas
existentes) deverá ser mencionada em folha ou
folhas a anexar, devidamente autenticadas com
a rubrica dos membros da assembleia, fazendo-se
adequada referência no corpo da acta
ANEXO X

(Actas das operações eleitorais a que se refere o artigo 164)

Eleição da Assembleia da República

ACTA DAS OPERAÇÕES ELEITORAIS

Província Distrito Data

Posto Administrativo Localidade ......../ /19

Assembleia de Voto .

TERMO DE ABERTURA

Este caderno destina-se à elaboração da acta das


operações eleitorais e contém
folhai numeradas e por mim rubricadas nos termos
do artigo da Lei n.°

O Presidents da Assembleia
de Voto

Hora de abertura

Hora de encerramento

Número de eleitores inscritos para votar

Local de funcionamento
Eleição da Assembleia da República
ACTA — SÍNTESE

Número de boletins de voto recebidos pela mesa


Número de boletins não utilizados
Número de boletins deteriorados ou inutilizados pelos eleitores
Número de abstenções

1. Número de votos obtidos por cada lista.


Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Observações : Lista Votos
A ordem das Listas é Lista Votos
a constante do Boletim Lista Votos
de Vote Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Lista Votos
Total .

2. Numero de votos em branco .....


3. Numero de votos nulos
4. Número de votos sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e que não foram considerados
em qualquer lista (nulos)
5. Número de boletins de voto contados (deve corresponder à soma das parcelas 1, 2, 3 e 4)
6. Número de votantes apurados (pelas descargas no caderno eleitoral)

(Os números constantes em 5 e 6 devem ser iguais. Em caso de divergência, prevalece o número
de boletins de voto contados)

7. Número de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e foram conside-
rados nas listas
8. Número total de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto

(O número referido em 3 deve ser igual à soma do referido em 7 com o referido em 4)

ASSINATURAS
Dos membros da mesa : De delegados das listas
Numero de boletins de voto recebidos pela mesa
Número de boletins nao utilizados
Numero de boletins deceriorados ou inutilizados pelos eleitores
Numero de abstenções

1. Numero de votos obtidos por cada candidato:

Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos

Candidato Votos

Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos
Candidato Votos

Total

2. Numero de votos em branco


3. Numero de votos nulos . . .
4. Número de votos sobre os quais incidiu reclamação ou protesto e que não foram considerados
em qualquer candidato (nulos)
5. Número de boletins de voto contados (deve corresponder a soma das parcelas 1, 2, 3 e 4)
6. Número de votantes apurados (pelas descargas no caderno eleitoral)

(Os números constantes em 5 e 6 devem ser iguais. Em caso de divergência, prevalece o número
de boletins de voto contados)

7. Numero de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamaçao ou protesto e foram conside
rados nos candidatos

8. Numero total de boletins de voto sobre os quais incidiu reclamação ou protesto

(O número referido em 8 deve ser igual à soma do referido em 7 com o referido em 4)

ASSINATURAS

Dos membros da mesa : De delegados das candidaturas


NOMES DOS MEMBROS DA MESA

N.o de inscrição
Presidente
N.° de inscrição
Vice-Presidente
N.° de inscrição
Escrutinador .
N.° de inscrição
Escrutinador - -
N.° de inscrição
Escrutinador

Delegados das listas e respectivos suplentes

N.° d e inscrição
Delegado - -
Lista N ° d e inscrição
Suplente . . ..
N.° d e inscrição
Delegado
Lista de inscrição
Suplente
N.° de inscrição
Delegado
Lista N.° d e inscrição
Suplente .
N.° d e inscrição
f Delegado
Lista N ° de inscrição
| Suplente
N.° d e inscrição
I Delegado
Lista N ° d e inscrição
Suplente
N.° de inscrição
Delegado ..
Lista N ° d e inscrição
Suplente
N.° de inscrição
Delegado
Lista ..... N.° de inscrição . . . .
Suplente .. .......
N ° d e inscrição
Delegado
Lista N o de inscrição
| Suplente
de inscrição
Delegado .
Lista N ° d e inscrição
Suplente
N 0 d e inscrição
Delegado - - -
Lista N ° d e inscrição
Suplente
N.° de inscrição
Delegado
N.° d e inscrição
Deliberações tomadas pela mesa durante a s operações
(O assunto de cada deliberação deve ser sublinhado)
Registo de quaisquer outras ocorrências que a mesa julgar
dignas de menção
(Para efeitos de consideração pela assembleia de apuramento geral)
Relação das reclamações, protestos e contraprotestos
apensos a acta
NOTA. — Qualquer anotação para a qual não existam folhas
nesta acta (ou não havendo espaço suficiente nas
existentes) deverá ser mencionada em folha ou
folhas a anexar, devidamente autenticadas com
a rubrica dos membros da assembleia, fazendo-se
adequada referência no corpo da acta
Moção sobre a Lei Eleitoral A Assembleia exorta a que os interesses nacionais, o
patriotismo, o espírito de reconciliação e os valores da
A 7.a Sessão Ordinária da Assembleia da República democracia afirmados por todas as forças políticas, preva-
estudou e apreciou o Projecto de Lei Eleitoral, no âmbito leçam na Comissão Nacional de Eleições, Secretariado
das competências que lhe são atribuídas pela Constituição, Técnico da Administração Eleitoral e em todos os demais
nomeadamente no artigo 133 e na alínea c) do n.° 2 do órgãos de forma a garantir o seu funcionamento e a tomada
artigo 135, poderes que lhe são expressamente reconheci- atempada das medidas previstas.
dos pelo Acordo Geral de Paz, nomeadamente no Proto- A Assembleia afirma o imperativo de se respeitar na
colo V, I, n.° 2, alínea c) e III, no n.° 9, alínea a), assim integralidade o direito constitucional dos cidadãos ao voto
como no iv dos termos do compromisso da Declaração Con- incluindo o das comunidades de moçambicanos no estran-
junta de 4 de Outubro de 1992. geiro.
A 7.a Sessão constata o atraso da apresentação deste Feitas estas considerações a Assembleia da República,
projecto à Assembleia da República, fruto da morosidade no interesse da paz e da consolidação da democracia, e
e dificuldades negociais no seu processo de elaboração. com a preocupação de garantir o cumprimento do Acordo
A Assembleia chama a atenção sobre a necessidade de se Geral de Paz e do seu calendário, decide aprovar na ínte-
tomarem as medidas que não suscitem novos atrasos no gra e sem quaisquer emendas o Projecto da Led Eleitoral.
calendário eleitoral e, sobretudo previnam a exploração
da complexidade da lei para se dificultar o processo elei- Aprovada pela Assembleia da República, aos 9 de
toral e se contestarem os seus resultados.
Dezembro de 1993.
A Assembleia faz um apelo à comunidade internacional
para garantir atempadamente os meios financeiros para a Publique-se.
implementação do processo, fazendo notar que os atrasos
comprometem o calendário previsto ou bloqueiam o cum- O Presidente da Assembleia da República, Marcelino
primento dos dispositivos da lei. dos Santos,

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