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Nomes de Estudantes:
Ema da luz Aníbal
Luísa Beníncio Paruque
Wilma Adriana Lopes
Objectivos Geral:
Objectivos Específicos:
Conceito da Arbitragem;
Metodologia:
No que tange a realização do trabalho, este passou por um processo de pesquisa qualitativa
e análise documental de informação referentes ao tema em estudo e na consulta de artigos
científicos, teses, e legislações nacionais para a realização do trabalho.
“na prática, ele (esse instituto) permite que exista uma vida
transnacional e que as relações e situações jurídicas entre os
privados não parem de crescer num ambiente minimamente
saudável. O instituto faz com que eventuais litígios, nessa esfera, se
resolvam em apelo à racionalidade, e não ao uso da força (de fato ou
económica). (...) a utilização da racionalidade não afasta, ainda
assim, a evidência de que a arbitragem é, hoje, um instituto
permanente e dotado de uma eminente ‘racionalidade prática’.”
As práticas internacionais da indústria do petróleo também são pautadas na autonomia da
vontade. Há muitos instrumentos contratuais típicos dessa indústria que acabaram por
padronizar suas actividades. Isso se mostra vantajoso visto que o sector do petróleo não é
apenas um sector complexo, mas também um sector que demanda altos investimentos.
Conceito
Para que se possa entender a relação entre a arbitragem e a indústria do petróleo serão
discutidos, neste tópico, o histórico e o conceito de arbitragem, de forma a demonstrar suas
conexões com a indústria petrolífera.
Qualquer investimento pode gerar litígios. O quadro de solução de disputas pela via
arbitral em Moçambique, disponível para investidores, é legislativamente estável desde a
aprovação da Lei n.º 11/99, de 12 de Julho (“Lei de Arbitragem, Conciliação e Mediação”
- LAV), que oferece, em complemento à Convenção sobre o Reconhecimento e a
Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras (“Convenção de Nova Iorque”) e à
Convenção para a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e
Nacionais de Outros Estados (“Convenção de Washington”), ambas ratificadas por
Moçambique, garantias legislativas relevantes para investidores estrangeiros. A aprovação
das novas Lei de Minas e Lei dos Petróleos justifica uma informação sobre os traços
essenciais da arbitragem de protecção de investimentos, em concreto no sector mineiro e
petrolífero.
Dos diplomas supra referidos resulta claramente que a legislação moçambicana permite,
em grande grau, o recurso à arbitragem, designadamente através da introdução de uma
convenção de arbitragem num contrato administrativo, relativamente a litígios com
entidades públicas moçambicanas. Mas outros diplomas aplicáveis às relações entre
investidores privados e entidades públicas moçambicanas apresentam-se igualmente
relevantes. No caso específico dos investimentos no sector petrolífero, a nova Lei dos
Petróleos mantêm no essencial as mesmas regras já estabelecidas na anterior Lei n.º 3/2001
(antiga Lei dos Petróleos), declarando preferência para que as disputas emergentes dos
contratos de concessão devam ser solucionadas por negociação. A nova Lei dos Petróleos
tem porém a virtualidade de clarificar o conteúdo do n.º 2 do art. 27.º da anterior Lei,
esclarecendo-se agora que se a disputa não puder ser resolvida por acordo, a questão pode
ser submetida à arbitragem ou às autoridades judiciais competentes, nos termos e
condições estabelecidos pelo contrato de concessão ou, não havendo no contrato de
concessão uma cláusula de arbitragem, às autoridades judiciais competentes. A Lei dos
Petróleos estabelece igualmente as regras que deverão ser seguidas no âmbito do processo
arbitral, definindo que qualquer arbitragem entre investidores estrangeiros e o Estado de
Moçambique deverá seguir: i) a “lei que rege a arbitragem, a conciliação e a mediação” ;
ii) as regras do Centro Internacional de Resolução de Diferendos Relativos a investimentos
entre Estados e Nacionais de outros Estados (ICSID); iii) as regras fixadas no Regulamento
do Mecanismo Suplementar do ICSID; iv) regras de outras instâncias internacionais de
reconhecida reputação em conformidade com o que as partes tiverem acordado
contratualmente, desde que as partes tenham expressamente especificado as condições para
a sua implementação, incluindo a forma de designação dos árbitros e o prazo para a tomada
de decisão. O regime da Lei dos Petróleos é um regime especial em relação ao constante da
Lei das Parcerias Público-Privadas (Lei n.º 15/2011, de 10 de Agosto), que estabelece,
comparativamente ao regime geral da arbitragem, um regime para as parcerias público
privadas. Por isso o regime especial deve prevalecer. Já no caso da Lei de Minas, em que
não existe uma norma especial, continuam a aplicar-se as regras constantes da Lei de
Investimento e da Lei das Parcerias Público-Privadas, para além das mencionadas no
capítulo seguinte, se for caso disso.
Conclusão
Findo do trabalho, podemos constatar que a arbitragem representa para Moçambique uma
peça-chave para o desenvolvimento económico do país. Ela dá às empresas e aos
particulares estrangeiros garantias de resolução de litígios de maneira célere e justa, além
de conferir às partes ampla liberdade para determinar os parâmetros desse procedimento.
Fonte:
https://www.plmj.com/xms/files/v1/newsletters/2014/Outubro/A_arbitragem_em_Mocamb
ique_nos_sectores_do_petroleo_e_minas.pdf