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A ACLIMATAÇÃO E A PREVENÇÃO
DOS
EFEITOS FISIOLÓGICOS NA ALTITUDE
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
01. Introdução.................................................................................................. p. 05
02. A altitude.................................................................................................... p. 07
03. Os efeitos fisiológicos da exposição à altitude.......................................... p. 08
3.1 Pressão atmosférica.............................................................................. p. 08
3.2 Hipóxia................................................................................................. p. 09
3.3 A PO2 alveolar e a fixação de O2 na altitude...................................... p. 10
3.4 Mal agudo das montanhas.................................................................... p. 13
3.5 Edema pulmonar das grandes altitudes................................................ p. 15
3.5 Edema cerebral das grandes altitudes.................................................. p. 18
04. A aclimatação............................................................................................. p. 21
4.1 Aclimatação à baixa PO2..................................................................... p. 22
05. Respostas imediatas na aclimatação.......................................................... p. 24
5.1 Hiperventilação.................................................................................... p. 24
5.2 O sistema cardiovascular..................................................................... p. 26
06. Respostas a longo prazo na aclimatação.................................................... p. 27
6.1 Alterações hematológicas.................................................................... p. 27
6.2 Paradoxo do lactato.............................................................................. p. 27
07. A aclimatação e a prevenção dos efeitos fisiológicos................................ p. 29
7.1 Métodos de ascensão........................................................................... p. 29
7.2 Velocidade de ascensão....................................................................... p. 30
7.3 Tempo de permanência........................................................................ p. 31
08. Conclusão................................................................................................... p. 35
09. Bibliografia................................................................................................ p. 37
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01. INTRODUÇÃO
02. A ALTITUDE
Graydon & Hanson1 (1998, p.115) “Nos Estados Unidos, cerca de 1 milhão
de pessoas por ano sobem ao Pikes Peak, Colorado( 4.300m), dentro de uma hora por
trem, e milhares de outras fazem por alpinismo ou até mesmo correndo. Muitos
milhões mais em todo mundo sobem as grandes altitudes com a finalidade de
alpinismo, migração, turismo, negócios e excursões científicas e militares. Seja qual
for a finalidade, muitos recém chegados às altitudes não tiverem tempo para se
aclimatar ao desafio fisiológico causado pela pressão parcial reduzida do oxigênio
nessas altitudes.”
1
GRAYDON, Don & HANSON, Kurt. Montañismo la Libertad de las Cimas. The
Mountaineers. 6th edition. 1997.
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3.2 HIPÓXIA
sangüíneos cerebrais) e que persiste mais à noite e não para com acetil salicílico
(aspirina) ou paracetamol, apatia, falta de coordenação, inchaço em torno dos olhos
ou do rosto, tosse, pressão no peito, respiração irregular, perda de apetite, vertigens,
náuseas, constipação, vômitos, débito urinário deprimido (até mesmo com uma
hidratação adequada), visão turva, insônia (não é indicado o uso de medicamentos
para dormir, pois esses diminuem a Freqüência respiratória e pode aumentar a
hipóxia durante o sono) e fraqueza generalizada (Nãcle, Juan & Bohórquez).
Sintoma Percentual
Cefaléia 96% dos casos
Insônia 70% dos casos
Perda do apetite 38% dos casos
Náuseas 35% dos casos
De acordo com Bohórquez & Nãcle (1998, p.95) “Para tratar os problemas
relacionados com as grandes altitudes alguns atletas, utilizam alguns dos vários
medicamentos como: Acetazolamida (Diamox - 125mg, 2x ao dia) ou Dexametasona
(4mg, 4x ao dia), durante os dias prévios da ascensão, afim de prevenir o Mal de
Altura. Um dos possíveis efeitos secundários destes medicamentos estão o
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Sinais Pontuação
Dores de cabeça 1 ponto
Náuseas e perda de apetite 1 ponto
Insônia 1 ponto
Vertigem 1 ponto
Cefaléias resistentes a aspirina 2 pontos
Vômitos 2 pontos
Dispnéia em repouso 3 pontos
Fadiga anormal 3 pontos
Mellion (1994) diz que por razões desconhecidas, cerca de 2% das pessoas
que permanecem por pouco tempo em altitudes acima de 3.048m experimentam uma
complicação grave do Mal Agudo das Montanhas que recebe a designação de Edema
Pulmonar das Grandes Altitudes (HAPE). Em geral os sintomas da HAPE se
manifestam dentro de 12 a 96 horas após uma ascensão rápida para as grandes
altitudes. Nessa condição, que pode ameaçar a vida, acumula-se líquido nos pulmões.
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O mecanismo que o organismo mantém para evitar que este líquido passe
para os pulmões é sabendo que os capilares pulmonares e o sistema linfático
pulmonar normalmente mantêm nos espaços intersticiais uma pressão levemente
negativa, então ficará claro que sempre que surgir excesso de líquidos nos alvéolos,
tal excesso será de pronto sugado mecanicamente para o interstício pulmonar através
das pequenas aberturas existentes entre as células do epitélio alveolar.
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Qualquer fator que faça com que a pressão do líquido intersticial pulmonar
passe da negativa para a positiva, provoca uma súbita inundação dos espaços
intersticiais e dos alvéolos pulmonares, com grande quantidade de líquido livre.
Usualmente o volume de líquido intersticial pulmonar não consegue aumentar em
mais de 50% (o que representa de 100ml de líquido), antes que a membrana epitelial
dos alvéolos se rompa e o líquido comece a fluir dos espaços intersticiais para dentro
dos alvéolos. A causa disto, reside simplesmente na pequena força tensional do
epitélio alveolar, mesmo a pressão mais leve (positiva), nos líquidos dos espaços
intersticiais, provavelmente até mesmo apenas 1 mm Hg, parece causar a imediata
ruptura desse epitélio.
Por isso, exceto nas formas mais brandas de edema pulmonar, o líquido
sempre passa do interstício para dentro dos alvéolos. Se esse edema for
suficientemente intenso, pode causar morte por Asfixia.
Até mesmo nos indivíduos bem aclimatados, HAPE pode manifestar-se após
um esforço intenso em elevações acima de 5.486m, e, provavelmente, está
relacionado a aumentos na pressão da artéria pulmonar. O melhor tratamento para
prevenir a incapacidade profunda ou até mesmo a morte induzida por HAPE consiste
na descida imediata para uma altitude menor em uma maca, pois qualquer aumento
na atividade física em virtude da deambulação pode potencializar as complicações.
Fox2 (1991, p. 335) “A medida que o edema cerebral evolui( esta evolução
pode ser rápida), a vitima mostra confusão mental e começa a apresentar problemas
neurológicos, como pode ser a perda do controle muscular em um lado do corpo. O
edema cerebral pode aparecer em altitudes não exclusivamente elevadas ( 3.000m).
A descida é fundamental para a sobrevivência. Uns dos medicamentos utilizados é o
Decadron.”
2
FOSS, Fox. Bases Fisiológicas da Ed. Física e dos Desportos. 1991.
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04. A ACLIMATAÇÃO
Uma pessoa que permaneça em altitudes elevadas por dias ou anos, torna-se
mais aclimatada à baixa PO2, permitindo a esta pessoa, trabalhar em altitudes ainda
mais elevadas sem que sofra os efeitos hipóxicos causados pela altitude.
5.1 HIPERVENTILAÇÃO
Acredita-se que a causa desta inibição que se desvanece seja, sobretudo uma
redução da concentração do íon bicabornato no líquido cefalorraquidiano bem como
nos tecidos corporais. Isto diminui o pH dos líquidos que cercam os neurônios
quimiossensíveis do centro respiratório, aumentando assim a atividade do centro.
Se esta pessoa permanecer em uma altitude muito elevada, por vários dias, a
ventilação gradativamente aumenta até uma média de cinco vezes o normal (400%
acima do normal).
Katch & Katch (1997), diz que o fenômeno de uma concentração máxima
reduzida de lactato durante o exercício realizado com grandes grupos musculares
após a aclimatação à altitude foi denominado o “paradoxo do lactato”. Esse termo é
utilizado para identificar uma aparente contradição fisiológica, pois a hipoxemia
associada com as grandes altitudes deveria promover o acúmulo de lactato
(Katch&Katch).
Cada pessoa reage de forma diferente ao contato com a altitude. Atletas com
baixo nível de hemoglobina podem beneficiar-se do treinamento em altitude, mas
outros não se saem melhor, talvez porque o treinamento em altitude seja mais
estressante ou porque sua hemoglobina que já é alta seja elevada mais ainda,
tornando o sangue mais viscoso e difícil de bombear ao nível do ar.
Métodos de ascensão;
Velocidade de ascensão;
Tempo de permanência em diferentes altitudes.
Quanto mais devagar for a subida, mais tempo o organismo terá para se
adaptar as novas diferenças de pressão.
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Altitude Tempo
2.700 metros 7 a 10 dias
3.600 metros 15 a 21 dias
4.500 metros 21 a 25 dias
necessário mais uma semana para adaptação plena, até uma altitude de
aproximadamente 4.600m.
Para os atletas que desejam competir em uma grande altitude, o treinamento
intensivo deveria começar logo que possível durante o período de
aclimatação.
O ideal é permanecer menos de 3 semanas acima dos 4.000m
Depois da fase de aclimatação, vem a fase de degradação que joga contra nós.
Nesta fase nosso organismo caminha decrescentemente e os esforços
diminuem.
Não permanecer muito tempo em altitudes extremas. Apartir dos 6.500m o
organismo não consegue mais se recuperar mesmo em repouso.
Acima dos 5.500 a 6.000m quase todas as pessoas começam a deteriorar-se
fisicamente ao longo de sua aclimatação.
Qualquer esforço físico (como caminhar), diminui apartir dos 1.500m a razão
de 1% a cada 100m, e este aumenta muito com o passar de uma semana e
com o aumento da altitude.
A performance psicológica diminui 50% aos 7.000m.
Apartir dos 6.500m a fadiga aumenta e a insônia é freqüente, assim como
diminui o apetite e transportar peso se torna algo horrível.
Além de todos estes cuidados, existem outros também importantes que podem
prevenir futuros problemas com a falta de aclimatação. São eles:
que podem levar a diarréias. Por isso é importante misturar com a água do
derretimento da neve, sucos, chás ou mesmo soro fisiológico.
Devido ao ambiente extremamente seco e frio, não se sente a perda de
líquidos pelo suor.
As dietas pobres em sal e ricas em carboidratos são bem mais toleradas
durante o início de permanência nas altitudes.
Altos índices de gordura reduzem a saturação do oxigênio arterial.
Os complementos ideais para aclimatação são aqueles ricos em hidratos de
carbono.
Em geral uma dieta rica em carboidratos tende a:
Aprimorar a tolerância às altitudes.
Reduzir a intensidade do Mal das Montanhas
Melhorar as quedas no desempenho físico durante os primeiros estágios
da exposição a uma determinada altitude.
Alimentos mais pastosos como sopas ou purês são mais bem aceitos pelo
organismo enquanto esse sofra com a falta de apetite.
A alimentação deve ser adequada. Recomenda-se ingerir de 3.500 a 4.000
calorias diárias em caminhadas de aproximação e 5.000 calorias/dia nas
subidas.
Deve-se controlar a quantidade de urina e sua coloração. A urina deve ser
abundante e clara; urina escura indica insuficiente ingesta de líquidos.
É preferível evitar a ingesta de bebidas de álcool, pois estes favorecem a
desidratação.
Pode-se prevenir os edemas empregando tratamento com ação diurética
(aumentar secreção urinária para eliminar o excesso de líquidos), como o uso
de Acetazolamida.
A quantidade de radiação ultravioleta (RUV), mesmo absorvida pela
ozonosfera e, tanta mais importante quando mais se sobe. A quantidade de
RUV recebida aumenta, em torno médio de 3% a 4% por cada 100m que
aumenta. Por isso um filtro solar de proteção 30 é o ideal para prevenir
problemas com a radiação.
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08. CONCLUSÃO
09. BIBLIOGRAFIA
Livros:
FOSS, Fox. Bases Fisiológicas da Ed. Física e dos Desportos. 4° edição. 1991.
Revistas especializadas: