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Apenas Um Pouco Sem Vergonha - Texto Integral
Apenas Um Pouco Sem Vergonha - Texto Integral
(Straight Guys 8)
Ou existe?
Capítulo 1
Infelizmente, ela não tinha escolha senão tolerá-lo. Ele era um dos seus
melhores agentes, se não o melhor. Sua taxa de sucesso era
incomparável. Ele era muito bom para se livrar, não importa o quanto
não gostasse de sua atitude.
Então ela voltou sua atenção para o garoto na tela. Para ser justa, o
agente 11 tinha um ponto: o garoto parecia jovem. Mas eles dificilmente
estavam em posição de ser exigentes.
— Você quer usar uma criança inexperiente e inocente para roubar dados
altamente importantes de um senhor do crime polonês.
Ela apertou a ponta do nariz. A pior parte era que sabia que as
preocupações de A11 eram válidas. Não pela primeira vez, desejava que
simplesmente pudessem eliminar o alvo e obter o pendrive, mas não era
possível. Eles não podiam arriscar.
— Isso vai arruinar meu disfarce, senhora. Meu disfarce para a missão
W.
— Sim, senhora.
Ela o viu partir e franziu a testa quando a porta se fechou atrás dele.
Afinal, não era estúpida nem cega. Estava bem ciente de que era o
candidato mais provável para substituí-la.
Capítulo 2
Não que fosse seu problema ou qualquer coisa. Ela era apenas um alvo e
deveria pensar nela assim e nada mais. Tinha um trabalho a fazer, e não
podia se dar ao luxo de fracassar, se não quisesse se tornar o saco de
pancadas de Tucker esta noite, ou pior.
Não pela primeira vez, queria chutar seu ser mais jovem por concordar
com a proteção de Tucker. Para ser justo, ele tinha apenas seis anos na
época, um pequeno menino desesperado, fácil de enganar, assustado e
sem defesa. Na época, a proteção de Tucker parecia uma dádiva de
Deus. Agora parecia como uma forma de escravidão, com suas
crescentes demandas. Jimin sabia que Tucker nunca o deixaria sair de
sua gangue. Ele era o ganso dourado dele, capaz de trazer mais dinheiro
do que todos os outros meninos juntos. Ele nunca seria livre.
A mulher tinha sua bolsa na mão esquerda. Sua mão direita tinha
acabado de levar o iPhone ao ouvido.
Os homens o empurraram para dentro, mas não entraram com ele. Jimin
ouviu um deles entrar no banco do motorista e o outro ocupar o assento
do passageiro.
— Assustador.
Não era como se tivesse um problema com homens bonitos; era só...
Não gostava do efeito que tinham sobre ele. Jimin tendia a corar,
balbuciar e fazer coisas estúpidas em torno de garotos bonitos - que
sempre eram héteros ou desinteressados nele - o que tornava tudo ainda
mais mortificante. Hormônios são terríveis e ter dezoito anos sugava.
Jimin não podia dizer que estava surpreso. Ele suspeitou que fosse uma
armadilha. Sabia que tinha feito um nome próprio em certos círculos.
— Prove.
Pela primeira vez, Jimin viu algo como aprovação nos olhos escuros e
teve que lutar contra o rubor ameaçando colorir suas bochechas.
Hummm. Hormônios.
— Pertenço a uma divisão especial que não possui IDs. Sou conhecido
como Agente 11, ou A11.
Jimin riu.
— Agente11? Sério? Vai me dizer que há o agente 007 também?
— Não, James Bond e seus similares não são reais. Mas o MI6 é. E
alguns de nós têm nomes código.
— Confidencial.
Jimin sorriu.
— Eles morrem.
— Precisamente.
Jimin olhou para ele. Não estava certo de que o cara estava brincando,
considerando seu trabalho.
— Provavelmente.
— Você é muito jovem. — Disse o agente 11. — Este estilo de vida não
é seguro para crianças.
— Sem ofensa, agente 11, mas meu estilo de vida atual também não é
seguro. — Ele hesitou. — Para que tipo de missão você me quer?
— Cond.
— Será que vou ter meu próprio apartamento? — Uma casa. Algo meu.
— Ele está dentro. — Disse o agente 11, sua postura relaxou, mas seus
olhos continuaram sombrios.
Capítulo 3
Por um lado, a sede real, não o prédio da SIS em Vauxhall que o público
conhecia, meio que o assustou. Havia câmeras em todos os lugares.
Todo o edifício era monitorado, havia vigilância eletrônica até mesmo
nos banheiros. Demorou algum tempo para se acostumar. Felizmente,
embora tivesse que compartilhar seu quarto na instalação de treinamento
com outro estagiário, o quarto não tinha câmeras de segurança, o que
pelo menos lhes proporcionava algum mínimo de privacidade.
Não que Jimin visse muito do seu quarto. Treinava dezesseis horas por
dia e às vezes mais do que isso. Até agora, o treinamento incluía o físico,
de armas e equipamentos, em sistemas informáticos e eletrônicos, em
línguas estrangeiras e, claro, em combate.
No entanto, não era como se pudesse usar seus novos músculos para
pegar garotos gostosos, mais frequentemente do que não, Jimin estava
tão cansado após as sessões de treinamento que apenas caia na cama e
dormia como os mortos.
Não se lembrava de dormir tão bem, não desde... Talvez não desde que
sua mãe morreu. Não que pudesse lembrar muito de sua mãe. Às vezes,
pensava que poderia se lembrar de um abraço quente e seguro e uma voz
suave cantando uma canção de ninar, mas essas pequenas lembranças
eram nebulosas, como um sonho. Não sabia se eram reais ou não. Era
tão injusto que não se lembrasse muito de sua mãe, mas poderia lembrar
perfeitamente do sorriso de escárnio no rosto de seu tio e de todas as
palavras detestáveis que havia dito. Pirralho sem valor. Sua mãe deveria
ter te abortado quando teve a chance. Você não é nada além de um
fardo. Um parasita.
Depois de viver dois anos sobre a fúria induzida pelo álcool de seu tio,
Jimin fugiu, mas essas palavras ficaram com ele. Prometeu a si mesmo
que nunca mais seria um fardo para ninguém.
— Estou com tanto ciúme de você. — Kira, outro estagiário, disse duas
semanas depois do início do seu treinamento enquanto Jimin fazia uma
pausa rara para o almoço. — Perguntei por aí. O programa de
treinamento acelerado é para casos especiais. O que significa que você
terá uma missão real em breve.
Jimin assentiu. Tinha a sensação de que havia sido recrutado com uma
missão específica em mente. Estava muito curioso sobre isso e um
pouco nervoso.
Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, notou que a atenção de Kira
estava em outro lugar.
Ficou imóvel quando viu o agente 11. Não o viu, desde que deixou Jimin
no centro de treinamento há semanas.
O agente 11 era tão irritantemente quente quanto se lembrava. Os
ombros e os braços do homem pareciam injustamente bem nesse terno, e
o contraste entre sua camisa branca e seu pescoço meio bronzeado era...
— Você só quer transar com ele. — Jimin disse com um sorriso tentando
suprimir o desejo de olhar para o agente 11. Hétero, hétero, hétero.
Maldição, será que algum dia aprenderia?
Jimin olhou para o agente 11. O rosto do homem era impossível de ler.
Simplesmente empurrou a cabeça, fazendo sinal a Jimin para segui-lo e
saiu. Jimin lutou para alcançá-lo.
Jimin o seguiu até a sala e olhou ao redor nervosamente. Não podia ver
nenhuma ferramenta de tortura óbvia, mas o que sabia de como se
pareciam?
— O quê?
O agente 11 riu.
— Respire, loirinho.
Jimin corou.
Jimin sentou na única cadeira na sala. Por que estava tão escuro aqui?
Jimin piscou.
— O quê?
— Não mais. — Disse o agente. — Mas não sou novato. Não tenho mais
dezoito anos de idade. Tenho uma década de experiência para confiar.
— Uma década? Quantos anos você tem? — Era difícil identificar a sua
idade. Poderia ser entre vinte e cinco e trinta e cinco. Mas homens com
estrutura facial do agente 11 e a tez meio bronzeada poderiam parecer
ridiculamente bons mesmo aos quarenta anos. Isso era tão injusto.
— Treinamento secreto?
— Sim. Mas temo que não seja tão excitante quanto pensa.
— A chave para ser um bom agente secreto é conhecer seu disfarce tão
bem que possa pensar e agir como sua cobertura sem forçar isto. Um
momento de pausa, uma ligeira hesitação vai comprometer seu disfarce.
Curioso, Jimin disse:
— Sim.
Quando ele não continuou a falar, Jimin disse, depois de uma hesitação.
— O quê?
E então se foi.
Capítulo 4
Jimin mergulhou em seu assento, olhando para o agente 11, mas seu
rosto era inescrutável. Provavelmente já sabia disso.
— Temos razões para acreditar que Brylsko tem uma fábrica nuclear
subterrânea num dos países do terceiro mundo, mas não temos provas.
Até agora, não conseguimos localizá-la. Este é um dos principais
objetivos da missão. O outro é saber quais países já compraram armas
nucleares de Brylsko. O problema é que ele é extremamente cuidadoso e
paranoico. Não há ligações telefônicas ou e-mails sobre armas nucleares
que possamos acompanhar. Não há uma única referência delas nos
computadores de sua organização, pelo menos os conectados à rede e
nossos melhores hackers não conseguiram encontrar nada de util.
— Mas nossa fonte conseguiu saber que Brylsko mantém os dados mais
sensíveis num pendrive seguro que sempre carrega com ele. Precisamos
desse pendrive. E precisamos devolver a Brylsko sem que nunca
descubra que saiu de sua posse. É por isso que precisamos de um ladrão
excepcional para esta missão, Park.
Mason fez uma pausa e deslocou-se no assento. Jimin olhou para ele,
perguntando-se por que o homem parecia tão desconfortável.
— Que gostos? — Perguntou quando nem Amanda nem o agente 11
disseram nada.
Jimin o chutou debaixo da mesa, tinha dezoito anos, não era uma
criança! E estava prestes a dizer algo mordaz quando um pensamento o
deteve.
O agente 11 assentiu.
Jimin desejou parecer tão legal quanto o agente 11 quando estava sendo
sarcástico.
— Nós já passamos por isso, A11. Seu outro disfarce não será
comprometido.
— Sim, ele vai. — Disse Amanda, sua voz como aço, seus olhos
aborrecidos no agente. — Como William disse, Brylsko é extremamente
paranoico. Não tenho dúvidas de que ele executará verificações de
antecedentes em todos os passageiros. Nós não sabemos quão
minuciosos serão. Se sua cobertura falhar, sua outra provavelmente será
a que Brylsko descobrirá, o que irá mantê-lo seguro. Ele só pensará que
está com muita vergonha de suas fantasias pervertidas para reservar o
cruzeiro sob seu nome real.
O agente 11 deu um aceno rápido.
Capítulo 5
— Porque as coisas raramente são perfeitas, não importa quão bom você
seja. É claro que, se é um bom mentiroso, pode ser capaz de improvisar
e sair do problema, em vez de recorrer à força bruta. Isso é sempre
preferível, mas nem sempre possível. — O agente 11 afastou o rifle e
olhou para Jimin atentamente. — Você estudou seu disfarce para a
missão?
— Claro.
— Dispa-se.
— Por quê?
A partir daquela posição, tudo o que podia ver eram os sapatos pretos
brilhantes e a calça negra do agente 11. Respirou profunda e
uniformemente, tentando pensar como Minie.
Não, ele não era. O agente 11 era hétero. Jimin provavelmente parecia
patético para ele, ajoelhado num chão frio, pálido, nu, e um pouco
excitado. As bochechas de Jimin queimaram de humilhação.
Jimin obedeceu.
— Você não parece. Confie em mim, não tem motivos para se sentir
autoconsciente. Você é exatamente do tipo que os idiotas ricos gostam.
— Jimin.
O comando na voz era impossível de ignorar. Relutantemente, Jimin
olhou-o nos olhos.
— Eu posso ser hétero, mas não sou exatamente novo nisso. — Disse o
agente 11. — Tenho fingido ser um homem gay nos últimos anos para
outra missão.
— Eu não deveria estar falando sobre isso com você. Não tenho
autorização.
— Por favor?
— Viagra?
O agente encolheu os ombros, parecendo despreocupado.
— Não. — Disse o agente 11. — Você parece bem. Agora vamos tentar
de novo.
Jimin assentiu, inalou profundamente e relaxou seu corpo. Ele era Minie,
um menino aventureiro que voluntariamente se inscreveu num leilão
ilegal, procurando um papaizinho.
A nudez não o incomodava. Sabia que parecia bem. Sabia que ele era
desejável. Gostava da atenção. Gostava de sentir os olhos em seu corpo.
Queria que as pessoas o quisessem. Queria ser adorado e mimado.
Jimin não ficou tenso. Ele não recuou. Olhou através de seus cílios para
o outro homem, mordendo o lábio inferior e se inclinando para o toque
sutilmente.
Capítulo 6
— Nervoso?
Uma garota da sua idade sorria para ele com simpatia. Ela era muito
pequena e bonita, com longos cabelos dourados e enormes olhos azuis.
Jimin assentiu. Ele estava feliz por ter um disfarce de novato; não
achava que poderia ter conseguido se passar por alguém experiente
naquilo.
Martha sorriu.
— Eu o vi. Apenas quarenta e quatro e se encaixam pra caralho. Trata-a
como uma princesa. Estou com tanta inveja, espero ser comprada por
alguém com metade dos seus bens.
Para ser justo, sabia que o dinheiro provavelmente não era a única
motivação para eles. De acordo com sua pesquisa, alguns bebês de
açúcar gostavam da sensação de segurança, de estar sendo provido,
cuidado. Alguns gostavam genuinamente de fazer homens mais velhos -
ou mulheres - sentirem-se jovens novamente e proporcionar-lhes
conforto e afeição após um dia estressante.
Ele se perguntou a que categoria Martha pertencia. Decidiu que não faria
mal perguntar.
Toda a experiência era surreal. Podia ver pelo canto do olho os outros
pets, ajoelhados de maneira semelhante, com as cabeças baixas,
completamente nus, enquanto dezenas de homens ricos em ternos feitos
sob medida e algumas mulheres em vestidos igualmente caros andavam
pela plataforma, ficando ociosos, conversando e os examinando, como
se fossem gado em exposição para potenciais compradores - o que
supunha que fossem.
Jimin estava dividido entre rir histericamente do ridículo total da
situação e odiar cada um daqueles ricos idiotas. Era repugnante e meio
triste que o dinheiro pudesse tornar qualquer fantasia ridícula de
algumas pessoas realidade.
A pior parte era que nem sequer vislumbrara o agente 11 até agora. Isso
fez seu estômago apertar com ansiedade. Conforme instruído, não esteve
em contato com o MI6 desde que chegara à Turquia. E se algo tivesse
acontecido e o agente 11 nem estivesse no navio? E se o disfarce dele já
tivesse sido explodido? E se Jimin estivesse sozinho ali? E se...
— Dezoito, senhor.
Porra. Não estava preparado para isso. Seria mentira dizer que nunca
distraiu seus alvos antes de roubá-los, mas isso era outra coisa. Não era
apenas um flerte sem sentido. Não podia imaginar deixar Brylsko tocá-
lo, fodê- lo, possuí-lo. O simples pensamento o fez enjoado. Não queria
ser uma prostituta, nem mesmo pela Rainha e o País.
Antes que pudesse reagir às palavras de Brylsko, uma voz familiar disse:
Jimin mal escondeu sua surpresa e medo. O nome do agente 11 para esta
missão deveria ser Kim Jeongguk, não Jeon Jeongguk. Seu disfarce já
estava queimado?
Jimin olhou para o agente, mas ele não parecia surpreso nem cauteloso.
Parecia... Envergonhado?
Brylsko bufou.
— Parece que está com sorte, Sr. Jeon. Ou é Lorde Jeon? Receio não
estar muito familiarizado com títulos britânicos e honoríficos.
— A menos que meu primo morra sem deixar filhos, serei um simples
senhor pelo resto da vida. Não ligo para títulos, de qualquer maneira.
Não sou esnobe. Jeongguk está bem.
Jimin esperava que seu rosto não traísse sua descrença e alívio.
— Ainda não decidi. — Disse o agente 11, olhando para Jimin. — Mas
o menino é realmente bonito. — Ele colocou a mão no pescoço de Jimin,
o polegar subindo lentamente até chegar ao lábio inferior de Jimin.
— Muito bonito. — Disse o agente 11, sua voz profunda ficando mais
rouca.
Jimin não teve que convocar o rubor que aqueceu suas bochechas. Sabia
que sua reação era estúpida, ―Jeongguk era um excelente ator, mas ele
não podia evitar.
Por uma fração de segundo, houve um olhar estranho nos olhos do outro
homem, mas desapareceu tão rápido que não tinha certeza se não tinha
imaginado.
— Vamos dar uma olhada em outros pets? — Disse o agente 11, olhando
para Brylsko.
Jimin pensou que oito pessoas o queriam o suficiente para comprá-lo por
uma quantia exorbitante de dinheiro.
As pessoas ricas eram loucas de pedra.
— Jimin?
— Jimin?
Jimin corou, percebendo que foi pego babando. Ele bateu os cílios.
— É bom saber que não me acha repulsivo. — Ele olhou para o contrato
que colocou na mesa. — Precisamos conversar sobre isso, a propósito.
Mas primeiro, tome um banho. Você fede.
— Eu não!
— Você fede aos outros homens que te tocaram.
Jimin fez uma careta ao pensar, uma nova onda de mortificação lavando
sobre ele. Só podia esperar que Jeongguk pensasse que era um excelente
ator. A única coisa pior do que ser atraído por um homem heterossexual,
era esse homem saber disso e sentir pena dele.
Não seja bobo. Não importa o quão legal seu traseiro seja, não
transformará um homem hétero em gay.
Jimin suspirou.
— E os grampos?
— Entendo.
— Sim.
— Mas vou ter que fazer alguma coisa. — Disse Jeongguk. — Você
entende isso, certo?
Jimin repetiu isso em sua cabeça, mais e mais, mas foi inútil.
Capítulo 7
Jimin desviou o olhar para o rosto de Jeongguk, embora não foi uma
grande melhoria. Ele se viu encarando impotente a mandíbula firme de
Jeongguk e os lábios perfeitamente esculpidos.
— Mesmo?
Jimin olhou para ele com curiosidade. Agora ele se perguntava para que
servia este disfarce. Era o que o agente 11 usaria para seduzir aquele rico
herdeiro que mencionou há algum tempo?
— Eu vou, mas isso vai nos dois sentidos, Minie. Sei que disse em seu
questionário que era flexível e estava disposto a tentar praticamente
qualquer coisa, mas se estiver desconfortável com algo que eu pedir, vai
me dizer. — Ele olhou para Jimin seriamente. — Sei que estou te
pagando pela sua companhia, mas você não é uma prostituta e não quero
que pense que deve fazer tudo o que eu quiser.
Jeongguk apenas olhou para ele por um tempo, sua expressão impossível
de ler na penumbra.
— Estou feliz que seja você também.
Eles se encararam.
Estava se tornando cada vez mais difícil ignorar que estava na cama com
um homem insanamente atraente, que deveria ser seu papai de açúcar.
Jimin lutou para esconder sua decepção. Obviamente, sabia por que
Jeongguk fingia estar cansado: queria adiar o inevitável, pelo tempo que
pudesse.
Essa não é a razão pela qual não quer esperar, sua voz interior disse
maliciosamente. Você está morrendo de vontade de se sufocar em seu
pênis.
O corpo de Jeongguk não ficou tenso, mas Jimin sentiu algo nele mudar.
Jeongguk olhou-o com admiração.
Jeongguk riu.
— Ei, não sou pequeno! Eu sou alto! Não importa o que as pessoas
digam, eu estou na média.
— Segundos pensamentos?
Jeongguk não estava duro, mas o tamanho de seu pênis ainda fazia a
boca de Jimin encher de água. Porra, queria aquilo em sua boca, queria
senti-lo endurecer dentro dele - por causa dele. Quanto tempo se passou
desde que chupou um pau tão grande? Tempo demais.
Carinho.
Isso deixou Jimin tonto. Ele não se importava que o sentimento não
fosse nem sexual, nem romântico para o agente 11. O importante era que
era genuíno; pelo menos, Jimin tinha certeza disso.
Não foi o melhor boquete que já deu, mas provavelmente foi o mais
entusiasmado. Sabia que era desleixado, babando em todo o pênis de
Jeongguk, com excesso de zelo e ansioso para agradar, mas não podia
evitar. Sempre gostou de chupar pau, mas absolutamente amava chupar
Jeongguk, cantarolando e gemendo, enquanto balançava a cabeça para
cima e para baixo, tentando levar o máximo do pênis dentro de sua boca.
Bebê.
Jimin piscou, surpreso que Jeongguk tivesse notado sua excitação e não
escolheu ignorá-la.
— Ok. — Disse ele, deslizando a mão em sua cueca e puxando para fora
seu pau duro.
Ele apenas observou Jeongguk limpando seu estômago com uma toalha.
Capítulo 8
Jimin abriu os olhos. Ele se viu olhando nos olhos escuros de Jeongguk,
com os rostos a centímetros de distância.
— Melhor?
Jeongguk riu.
Jeongguk bufou.
Jimin suspirou. Sabia que Jeongguk estava certo. Não podiam passar o
dia na cama, não importa o quão atraente a perspectiva parecesse agora.
— Você não é minha mãe. — Disse Jimin, estendendo a mão para outra
panqueca.
Estavam se destacando.
— Minie.
Jeongguk riu.
— A piscina? Qual?
— Há mais de uma? — Jimin suspirou. Ele já podia vê-los vagando pelo
convés o dia todo, tentando pegar Brylsko sem camisa. — Mencionei
que minha pele odeia o sol e que o sentimento é mútuo?
— Em toda parte?
— Criança travessa.
Jimin sorriu.
— Não me lembre.
— Aviso que fui informado de forma confiável, por várias fontes, que
sou ótimo em chupar pau.
— Tenho vivido nas ruas desde que tinha seis anos, Gukkie. Realmente
acha que era um garotinho inocente, uma virgem corada que ficaria
incomodada com o que aconteceu na noite passada? Não precisa se
preocupar com a minha virtude inexistente. — Ele sorriu e beijou a
bochecha de Jeongguk, estremecendo quando um princípio de barba dele
fez cócegas em sua pele. — Mas é muito doce da sua parte.
O que Jeongguk estava prestes a dizer foi interrompido quando uma voz
familiar disse:
Brylsko riu.
— Hmm, isso é uma pena. Tenho certeza de que veremos você por aí. —
Brylsko levou seu animal à mesa deles.
— Tenho certeza que ele estava nos testando. Não podemos parecer
ansiosos para ir onde quer que ele vá. Além disso, Jeon Jeongguk não
tem nenhum histórico de estar interessado em qualquer forma de BDSM,
então seria duplamente suspeito.
— E eu?
— E se não tivermos?
— Não é bom o suficiente. Não vou deixá-lo correr esse risco quando
não sabemos ao certo se o pendrive está nessa corrente.
— Não.
Chapter 2: Chapter 6
Capítulo 9
Era por isso que uma parte dele estava incrédula por ter recusado
considerar a opção que tornaria sua missão muito mais fácil de realizar.
Era inútil negar que emprestar seu garoto a Brylsko seria a maneira mais
fácil de saber onde ele guardava o pendrive. Para não mencionar que
trocar isso pelo falso seria muito mais fácil se o alvo estivesse...
Distraído.
Distraído.
A mera ideia fez com que os dedos de Jeongguk coçassem por uma
arma, uma faca. Qualquer coisa.
Porra. Isso era inaceitável. O garoto não deveria ter importância. Ele
tinha feito muito pior em nome da Rainha e do País do que sacrificar a
saúde mental de um adolescente. Não era como se Brylsko fosse matar
ou prejudicar fisicamente o garoto. Era apenas sexo. Uma troca de
fluidos corporais. Não era como se o próprio Jeongguk nunca tivesse
que foder as pessoas que ele abominava pelo sucesso de sua missão.
Então, por que não podia deixar o garoto fazer isso? O avisou que não
era um trabalho para alguém com estômago fraco. O garoto ignorou seu
aviso, e agora ele deve lidar com as consequências. Simples assim.
Exceto que não importa o que Jeongguk dizia a si mesmo, isso não
mudava nada. Sabia que não permitiria que Jimin o fizesse, e fim da
história. E isso o irritava.
Por outro lado, talvez devesse falar com Jimin. Não tinha escapado do
seu conhecimento que o garoto desenvolveu uma paixãozinha por ele.
Provavelmente deveria cortar o mal pela raiz e liberar o garoto da ilusão
de que ele era algum tipo de cavaleiro de armadura brilhante. A mera
ideia quase fez Jeongguk rir. Ele não era mais que uma arma. Alguns o
chamariam de assassino de sangue frio. Alguns o chamariam de bastardo
manipulador de duas caras. E não estariam errados.
Mas essa criança... Jimin olhava para ele como se fosse o sol, não um
agente do governo cínico com muitos rostos e mãos manchadas de
sangue. Isso o fez querer fazer algo cruel, para limpar aquele olhar do
rosto do garoto.
Mas... Ele gostou disso. Não era nada além de uma fantasia, mas gostava
dela, gostava que Jimin pensasse que ele era um homem muito melhor
do que era.
— Você não deveria ter uma queda por mim. — Disse Jeongguk. Loiros
não coram lindamente, mas de alguma forma, este cora. Para o crédito
de Jimin, ele nem tentou negar isso.
Jeongguk riu. Na verdade, não era tão divertido, mas a expressão irritada
e amuada de Jimin era loucamente adorável. Essa não era uma palavra
que já esteve em seu vocabulário, mas cabia neste garoto.
Pela primeira vez em muito tempo, Jeongguk não sabia o que dizer.
Sabia como se parecia, é claro. Teria sido ridículo afirmar que não estava
ciente de algo que ele costumava usar sempre que uma missão exigisse.
Mas este não era um alvo. Este era um garoto de quem ele gostava.
Apesar de menosprezar isso, Jeongguk sabia que as paixonites não
correspondidas podiam prejudicar muito quando se é um adolescente.
Jimin riu.
Jimin sorriu.
Capítulo 10
Jimin estava ficando frustrado. O dia foi infrutífero até agora. Passaram
a andar por aí, alternando entre o bar, a piscina principal, a piscina
menor, o spa e os restaurantes. Vislumbraram Brylsko algumas vezes,
mas ele estava se misturando com outros passageiros ou tocando seu
bebê de açúcar. Não tirou a camisa nem mesmo quando ficou na piscina.
Bocejando, Jimin inclinou-se para ele. Sempre achou que andar com o
braço de alguém ao redor dele fosse incômodo e desconfortável, mas de
alguma forma, não era estranho com Jeongguk. Neste ponto, ter o braço
de Jeongguk ao redor dele o fazia se sentir tão à vontade que sentiu falta
disso depois que Jeongguk o removeu.
— Sim, você provavelmente está certo. — Jimin sorriu torto. —
Provavelmente seria estúpido de minha parte esperar que isso fosse
rápido. Tudo acontece tão rápido em filmes de espiões. — Deu uma
risada ao olhar de Jeongguk. — Eu sei, eu sei! Você me disse para
esquecer todas as coisas que vi nesses filmes.
— Para ser justo, os filmes têm algumas coisas corretas. Mas não podem
mostrar quanto tempo ficamos sem fazer nada enquanto esperamos o
alvo cometer um erro.
— Ele vai. Não importa o quão paranoico seja, vai deixar sua guarda
escorregar em algum momento.
mas...
Coisa por ele fosse mais forte do que uma paixonite. Porque não era.
Não era, caramba.
Afastando o olhar, Jimin saiu da porta e foi escovar seus dentes, mas
realmente não tinha nenhum motivo para demorar. Tomaram banho após
o mergulho na piscina. Não havia nada impedindo que rolassem na cama
e transassem - algo que seria esperado se estivessem sendo observados.
O que sabia era que não queria dormir com alguém que na verdade não o
desejava. Não importa o quanto o mero pensamento de sexo com
Jeongguk fizesse sua pele ficar quente, o fato de que seria nada além de
uma tarefa árdua para Jeongguk matava toda a sua excitação.
Não podia fazer isso. Seria embaraçoso e estranho para ambos. Não se
importava que esse Jeongguk - agente 11 - tivesse feito isso muitas vezes
em sua linha de trabalho. Uma coisa era se oferecer para sugar o pênis
de Jeongguk - uma boca era uma boca, afinal de contas, e eles tinham
que fazer algo sexual, para não estragarem seus disfarces - mas obrigar
Jeongguk a realmente foder alguém que não queria, fazia o estômago de
Jimin revirar. Sim, era seu trabalho, e tinham que fazer o que
precisavam, mas havia linhas que preferia não cruzar.
Ele podia sentir a surpresa de Jeongguk. Claro que ficou surpreso, Jimin
estava saindo do script.
— Sim. Sei que isso provavelmente é bobo, mas sempre pareceu ser
importante para mim. Algo como confiança, sabe? — Jimin encontrou
os olhos de Jeongguk e podia ver a compreensão e uma pitada de alívio
neles.
— Bom dia. — Disse Jeongguk, sua voz rouca de sono fazendo coisas
terríveis para a sanidade e o corpo de Jimin, como de costume.
— Jimin...
Jeongguk já estava perto, então não demorou muito. Cedo demais, ele
estava gozando na sua garganta, fazendo Jimin se queixar de decepção
quando seu pênis amolecendo escorregou de sua boca.
— Por que não você? — Jimin disse, dizendo a si mesmo que estava
perguntando apenas porque ficaria estranho se não o fizesse.
— Não vou te tocar até sentir que você confia completamente, em mim.
— Jeongguk riu com uma nota de auto depreciação. — Nunca tive um
bom autocontrole, Minie. Se começar a tocar em você, não conseguirei
parar.
— Não foi tão ruim, foi? — Jeongguk disse depois, acariciando suas
costas e pescoço de uma maneira que parecia quase possessiva, mas
Jimin sabia a verdade.
Mais tarde, enquanto se vestiam para sair, Jimin notou algo no pescoço
de Jeongguk.
Era vermelha e muito óbvia, e Jimin não podia olhar para isso sem se
sentir estranho pelo resto do dia.
Capítulo 11
Correndo numa esteira, Jimin o observou pelo canto do olho. Ele tentou
não fazer, realmente tentou, mas seu olhar continuou retornando a
Jeongguk como se o agente fosse um imã pelo qual estava
inexplicavelmente atraído. Não parecia importar que a academia fosse
enorme, ainda estava ciente do homem do outro lado dela.
Para não mencionar que Jimin tinha uma razão legítima para observá-lo.
Jeongguk estava cada vez mais tenso e retraído com todos os dias que
não conseguiram verificar a localização do pendrive. Eles estavam há
cinco dias no cruzeiro, e a guarda de Brylsko ainda não tinha
escorregado. O cara era verdadeiramente paranoico. Sua cabine era
guardada o tempo todo por dois seguranças, e Brylsko não foi visto sem
sua camisa, nem mesmo uma vez.
— Oh, meu Deus, sinto muito! — Jimin pediu desculpas, com os olhos
arregalados e balbuciando. — Você me assustou! Deixe-me limpar isso!
— Ele pegou alguns guardanapos da mesa próxima e começou a esfregar
a camisa embebida de Brylsko. Definitivamente, havia um objeto em
forma de pendrive sob a camisa, mas não era possível verificar se era
idêntico ao falso que ele havia recebido para trocar. A camisa deveria
sair.
— Pare de se preocupar, garoto. — Brylsko disse com uma risada. — É
apenas uma camisa. Eu tenho dezenas mais. Sem danos causados.
Ele havia mencionado quão inquietante era que às vezes esse homem
parecia gentil e descontraído? Por que os vilões da vida real não
poderiam ser mais parecidos com os dos filmes? Teria sido menos
fodido.
Brylsko sorriu.
— Como eu posso dizer não, quando uma coisa tão bonita quer me ver
sem camisa?
Jimin quase revirou os olhos. Mas do lado de fora, ele sorriu, olhando
Brylsko através dos cílios. Ugh, flertar com homens assustadores era
chato. Jimin, por pouco, conseguiu não se encolher quando Brylsko se
aproximou, o olhar fixo nas suas pernas cobertas com um minúsculo
short branco.
Quando Brylsko tirou sua camisa, Jimin forçou seus olhos a percorrer
todo o peito do homem, não deixando que eles permaneçam no pendrive
por muito tempo. Para ser justo, Brylsko estava em boa forma, mas em
comparação com o de Jeongguk, seu corpo não tinha nada para admirar.
Jimin esperava que não fosse óbvio que ele estava fingindo a apreciação
em seus olhos enquanto murmurava com um sorriso torto.
— Embora esteja feliz com o meu papai de açúcar, agora sinto um pouco
por não saber polonês.
— Eu não seria contra isso, mas não acho que ele concordaria.
Mãos familiares se acomodaram em seus quadris.
— Sim! — Jeongguk disse por trás dele. — Temo não ser muito bom em
compartilhar, amor.
Jimin não podia ver a expressão de Jeongguk, mas não deve ter sido
agradável, porque o olhar de Brylsko mudou sutilmente, seus olhos
ficando cautelosos e um pouco desconfiados.
— Você não tem motivos para ficar com ciúmes. — Jimin disse com um
sorriso carinhoso, virando-se para olhar para Jeongguk. Ele quase
estremeceu quando viu sua expressão gelada. Porra. Isso exigia medidas
drásticas ou Brylsko poderia suspeitar.
— Não seja um homem das cavernas. — Ele deu um selinho nos lábios
de Jeongguk, tremendo um pouco no contato. — Sr. Brylsko é um
homem bonito e interessante, mas estou feliz em pertencer a você. Sério.
Você não tem motivos para se sentir inseguro. Já se viu no espelho?
Todos aqui estão com inveja de mim.
— Você está em muito bom estado para alguém que passa a maior parte
do tempo atrás de uma mesa.
Antes que Jimin pudesse dizer alguma coisa, Jeongguk pegou seu pulso
e o levou para fora da academia. Seu rosto era neutro, seus ombros
relaxados, mas o aperto no pulso de Jimin era um pouco forte demais
para o conforto.
— Por que você está chateado? Foi uma ideia brilhante. Ele se
aproximou de mim, então não era suspeito, até você vir e arruinar todo o
meu trabalho! — Seu lábio inferior tremeu um pouco. Estava
estupidamente chateado. Pensou que Jeongguk ficaria orgulhoso e
satisfeito, não com raiva.
Jimin olhou para ele, desorientado, corado e tão excitado que não podia
pensar. Por que Guk parou?
— Quem?
É claro.
— Não há nenhuma maneira livre de risco para tirá-la sem ele perceber.
É muito resistente e pesada, especialmente com um pendrive conectado
a ela. Mas...
— Claro. — Ele disse, olhando Jeongguk nos olhos. — Por que não
estaria?
Capítulo 12
Jimin tentou ficar com raiva de Jeongguk, mas não era realmente de
guardar rancor. Agora se sentia um pouco para baixo e muito estúpido.
O agente 11 fez o seu trabalho quando o beijou. Não era intenção de
Jeongguk tirar vantagem. Jimin não tinha motivos para ficar bravo ou
chateado. Não era culpa de Jeongguk que Jimin tivesse uma grande
paixão por ele, um homem hétero e mais velho que estava fora do seu
alcance de qualquer maneira. Ele estava sendo estúpido e irracional.
Deve concentrar seus esforços em fazer o trabalho e terminar a missão.
Quando a missão acabar, provavelmente não veria muito de Jeongguk de
qualquer maneira. Agentes especiais normalmente têm pouco a ver com
os estagiários.
Jimin nunca gostou muito de ser chamado de nada além de Jimin. Mas
gostava da forma como Jeongguk dizia loirinho. Era quente, carinhoso e
suave. Parecia um carinho.
— Fale comigo. — Jeongguk disse, olhando-o atentamente. — Você
pode me dizer qualquer coisa. Somos uma equipe, lembra?
Jimin olhou para ele e não sabia o que dizer. Tudo o que queria no
momento era esconder seu rosto contra o pescoço de Jeongguk e o
deixar segurá-lo e acariciar seus cabelos. Cristo, isso era uma maldição.
A coisa dele para Jeongguk era a mais estranha mistura de desejo, pouca
força de vontade e uma necessidade infantil de conforto.
— Você não deve deixar algo tão superficial quanto uma paixão te
derrubar quando está indo tão bem.
— Você poderia ter a decência de fingir que não notou nada, sabe. Isso
está ficando mortificante.
Jimin fechou os olhos, tentando imaginar a sala em sua mente. Ele a viu
apenas fugazmente, mas tinha uma boa memória.
— Tudo bem. — Ele conseguiu falar afastando-se. Não pôde olhar nos
olhos de Jeongguk enquanto saia do banheiro.
Capítulo 13
Cuidar de Jimin não era tedioso nem irritante. O garoto era muito
esperto, rápido para aprender e ansioso para agradar.
Como suspeitava, este show era apenas uma desculpa para alguns
passageiros excêntricos se engajarem em sexo público sob o disfarce de
assistir a uma demonstração de servidão profissional. A escuridão dava
uma ilusão de privacidade, mas provavelmente era excitante o
suficientemente. Considerando que a maioria dos casais nem sequer
estava mais tentando ficar quietos, isso fazia com que se perguntasse
quantos desses shows terminavam numa grande orgia.
Os minutos se arrastavam.
Era a primeira vez desde o leilão que ele e Jimin estavam separados por
mais de alguns minutos e Jeongguk não conseguia parar de pensar que
algo daria errado na sua ausência. Tinha aprendido a confiar em seus
instintos há muito tempo, mas desta vez se perguntou se estava ficando
paranoico. Nada tinha acontecido com o garoto enquanto estava ausente.
Sem mencionar que não deveria ter tocado Jimin do jeito que o tocou no
chuveiro - não quando o garoto tem uma enorme queda por ele.
Ele queria.
Não era sexual. Jeongguk nunca se sentiu atraído por homens e Jimin
não era exceção. O menino apenas empurrava todos os botões certos
nele, botões que nem se quer sabia que tinha. Sentia uma estranha
atração pelo menino, seus instintos mais baixos precisavam tê-lo, não
era sexual. Jimin tinha uma habilidade única para fazê-lo se sentir
carinhoso, divertido, ferozmente protetor e possessivo.
Jimin.
— Você não precisa ficar tão defensivo. — Jeongguk disse com ironia,
enrolando a mão em torno da ereção de Jimin. Estava quente. E pulsava
ligeiramente em sua mão.
Não era a primeira vez que Jeongguk tinha a mão no pênis de outro
homem. Teve duas missões que tinha que tirar informações de um alvo
masculino. Nas duas vezes, teve que se esforçar muito para não mostrar
como entediado e indiferente estava.
Jeongguk trouxe dois dedos de sua mão livre para a boca e os molhou
antes de colocá-los debaixo do cós do jeans de Jimin. No momento em
que seus dedos acariciaram o ânus dele, Jimin gemeu, estremecendo com
todo o seu corpo.
— Por quê?
Jimin sorriu para ele atordoado, parecendo corado e exausto, seu pau
gasto ainda na mão de Jeongguk, que provavelmente parecia quase tão
obsceno, sua camisa levantada, sêmen secando em seu estômago e sua
braguilha aberta.
Eles saíram de mãos dadas, apenas um casal normal voltando para sua
cabine depois de uma aventureira noite fora.
Capítulo 14
Como não tinham nada além de manter seus disfarces, Jimin decidiu se
divertir enquanto podia. Afinal, não era todos os dias que tinha a
oportunidade de estar em um exclusivo cruzeiro de luxo no
Mediterrâneo.
Jimin cedeu, porque Jeongguk estava certo; não tinha nada a ver com o
fato de que a atenção e a proteção de Jeongguk o deixava tonto e quente
por dentro.
Certo. Deus, quem estava tentando enganar aqui? Sua paixão por
Jeongguk estava começando a realmente, realmente o preocupar. Era
tudo culpa de Jeongguk por ser lindo, gentil, cuidar e protegê-lo tão
bem. Às vezes,
Jimin quase odiava o agente 11 por ser um ator tão bom. Para não
mencionar que não era exatamente fácil superar sua paixão quando tinha
que chupar o pênis de Jeongguk todos os dias para manter seus disfarces.
Mas logo isso acabaria. Jimin pensou enquanto estava bem acordado
nos braços de Jeongguk. Amanhã chegariam a Barcelona e depois
voltariam para Londres.
Jimin tentou dizer a si mesmo que a sensação de perda oca que torcia
seu interior era normal. Era normal estar um pouco chateado. Mas
passaria. Era apenas uma paixonite. Passaria.
(...)
Jimin se animou.
Jimin suspirou.
— Não é minha culpa que a missão foi chata. Ser um agente secreto não
é tudo isso que as pessoas falam.
O agente 11 sorriu, com dentes brancos destacando contra sua pele
beijada pelo sol, ainda com a barba por fazer e injustamente lindo.
— Sim.
Jimin olhou para suas mãos, lembrando-se de que isso não era dá sua
conta. Não tinha o direito de perguntar.
— O Jeon Jeongguk?
Não era ciúme. Não tinha o direito de ficar com ciúmes. Esse era o
trabalho de Jeongguk. Ele também era o trabalho de Jeongguk. Não
significava nada para Jeongguk - ao agente 11. Era bom lembrar disso.
O agente 11 suspirou.
— Jimin.
Jimin tirou o seu novo celular dado pelo MI6 e colocou os fones de
ouvido.
— Fazer o quê?
Você diz o que pensa. Isso é raro. Não permita que isso mude.
Jimin zombou.
Jeongguk soltou uma risada com suas próprias palavras jogadas de volta
para ele.
— Não deixe o trabalho mudá-lo. Você nunca deve deixar suas missões
afetá-lo fora do trabalho. Se fizer isso, não durará muito com o MI6.
— Só isso? É fácil para você? Manter seu trabalho separado da sua vida?
Jimin riu.
— Você não precisa me dizer isso, sabe. Entendo. Devo superar minha
paixonite tola e parar de ser estúpido. Eu consigo, está bem? — Se
forçou a encontrar os olhos de Jeongguk com firmeza. Jeongguk queria
honestidade, não era? Poderia ser brutalmente honesto. — Sei que você
realmente não se importa comigo. Não sou um completo idiota.
— Não foi isso o que quis dizer. Não sou a porra de um robô, sabe. Eu...
Me importo com você. Eu lhe disse, sua quedinha não me incomoda.
Nem estava pensando nisso quando falei. Só queria que fosse sincero
comigo. Se está com raiva, diga que está com raiva. Não quero que
minta para mim.
Jeongguk riu, como se Jimin tivesse dito algo engraçado e olhou para
ele.
Jimin franziu a testa. Agora que pensava sobre isso, se lembrou das
pessoas no MI6 fazendo fofocas sobre como distante e fechado o agente
11 era. Apesar de trabalhar para o MI6 há uma década, o agente 11 ainda
era um mistério para a maioria de seus colegas de trabalho.
Havia algo sobre o tom de Jeongguk que fez Jimin olhar para ele.
Jeongguk beliscou a ponta do nariz.
— Porque seu pai é um filho da puta paranoico. Ele faz Brylsko parecer
ingênuo e confiante. É impossível chegar perto dele, porque ele
literalmente não confia em ninguém. Seu filho é o único ponto fraco que
tem. Ele não parece ter muito carinho por seu filho, mas parece que quer
deixar tudo para sua carne e sangue, então deve começar a confiar nele
em algum momento em breve. E tenho que me tornar a pessoa que seu
filho confia. É a única maneira de conseguir alguém dentro.
Mas não era como se sua opinião fosse importante. Ele era apenas um
garoto gay com uma paixão estúpida por um homem heterossexual.
Pare de me chamar de loirinho. Jimin quase surtou, mas não o fez. Não
tinha condições para falar depois de tudo - também tinha problemas para
pensar em Jeongguk como o agente 11.
Jimin o seguiu até o prédio, tentando não parecer que estava arrastando
os pés. Deveria estar animado. Completou com sucesso sua primeira
missão de campo. Ia ser motivo de inveja no centro de treinamento.
O centro de treinamento... Parecia que fazia meses desde que esteve lá.
Jeongguk não existe. Jimin se lembrou com raiva. Havia apenas o agente
11, que em breve iria seduzir outro homem.
— Sim, mas ela quer que você arquive seu relatório da missão e
entregue os dados recuperados ao departamento de Inteligência. —
Claudia olhou para Jimin pela primeira vez. — O agente Park deve
relatar pessoalmente. Ela está esperando por você.
Jimin não conseguia ver o rosto de Jeongguk, mas pode ver seus ombros
levemente tensos.
Capítulo 15
Ele fez, esperando que não parecesse tão nervoso quanto se sentia. O
que ela queria com ele?
— Com todo o devido respeito, madame, não entendo por que solicitou
um relatório de missão de mim. — Disse Jimin. — Certamente o agente
11 pode lhe dar um relatório melhor.
— Verdade. Mas o agente 11 não precisa estar aqui para enviar seu
relatório. — Ela o estudou por alguns instantes. — Jimin, vou ser franca
com você. Pedi que viesse sozinho, porque queria ter certeza que não
estava traumatizado pela missão. Obviamente você se sentiria
pressionado na presença do agente 11 e não seria capaz de falar com
franqueza.
— O quê?
Jimin olhou para ela com descrença antes de ter que virar para esconder
sua raiva. A coragem dessa mulher. Será que ela acha que sou estúpido?
Respirando fundo, Jimin encontrou seus olhos e disse com toda a calma
que podia.
— Tenho medo de não ter entendido, senhora. O agente 11 não foi nada,
se não atencioso. Ele foi de uma grande ajuda e apoio para mim quando
eu precisava e definitivamente não me obrigou a fazer nada que não
quisesse. Tenho dezoito anos, senhora. Um adulto. Um adulto
legalmente.
Pensando nisso, olhando para trás, Jimin podia ver os sinais de uma
armadilha cuidadosamente plantada. Nunca em nenhum momento das
instruções pré-missão foi explicitamente dito que teria que realizar atos
sexuais, se necessário. Estava fortemente implícito, mas ela poderia
argumentar que Jimin não tinha entendido. Agora, Amanda poderia
reivindicar a inocência e colocar toda a culpa em Jeongguk - se Jimin
expressasse queixas, o que obviamente ela estava esperando. Se sentia
muito bem em decepcioná- la. Jimin queria poder dizer tudo o que
pensava sobre ela, mas...
Uma mão agarrou seu braço e o puxou para uma sala que nem tinha
notado. O grito de Jimin foi interrompido quando viu que era Jeongguk.
— O que ela queria? — Ele disse.
Jimin estava tão confuso que levou um tempo para perceber que
Jeongguk estava indo para o quarto de Jimin na academia de
treinamento. Isso fazia sentido. Os quartos eram o único lugar onde lhes
davam um pouco de privacidade.
— Não deveria ter dito a Patrick para voltar em uma hora. Não há
— O que?
— Acho que me via como um rebelde. Naquela época, morei nas ruas
por um tempo, entrando em problemas e mal saindo. Mas no momento
em que fiz quinze anos, cresci um pouco e percebi que na verdade não
odiava minha mãe e que estava errado em tratá-la do jeito que tratei.
Sentia falta dela. — Jeongguk fez uma pausa. — Mas era tarde demais.
Ela morreu enquanto estava fora. Complicações durante o trabalho de
parto. — O rosto de Jeongguk estava completamente vazio. — Nem
sabia que ela estava grávida.
Oh!
Quando Jimin começou a pensar que Jeongguk não iria continuar, ele
fez.
— Por que você finge que seu nome verdadeiro é apenas um disfarce?
— Jimin murmurou, olhando para seus dedos entrelaçados. A mão de
Jimin não era pequena por qualquer meio, mas na mão de Jeongguk ela
diminuía, sua pele muito mais escura do que a de Jimin. Isso fazia Jimin
se sentir engraçado. Não conseguia afastar seu olhar.
— Você o conhece?
Jimin bufou.
Também sabia que Luke Whitford era muito bonito. Não apenas bonito,
nem mesmo lindo - ele era magnifico. Então, mesmo um homem
heterossexual provavelmente poderia se sentir atraído por ele.
— Poucas pessoas sabem. Seu pai conseguiu manter em sigilo. Ele nem
sequer chamou a polícia. Mas o melhor amigo de Luke - meu primo
James - falou com seu pai, um político muito influente, para pedir ajuda
ao MI6. — Jeongguk sorriu. — Foi meio engraçado. Nós já sabíamos
sobre o desaparecimento de Luke, mas tivemos que fingir. No entanto,
James confirmou que Luke foi ver Roman Demidov antes de
desaparecer, por isso não foi inteiramente inútil. Parece que Whitford
finalmente começou a confiar em seu filho, então minha missão pode
começar oficialmente agora que Luke voltou.
— Acabei de perceber que não deveria estar falando isso. É sigiloso por
um motivo. Esse seu rostinho é um perigo para a segurança nacional.
— Tarde demais, não pode fingir que não disse! Continue falando.
Certo.
— Boa sorte com isso. — Jimin disse com escarnio, quase sentiu pena
de Luke, antes de lembrar que logo ele estaria namorando seu Jeongguk.
Ele não é seu, uma voz em sua cabeça disse com sarcasmo. Tinha tanto
poder sobre Jeongguk quanto Luke Whitford. Menos, na verdade.
Jimin se levantou e caminhou até a mala. Alguém deve ter deixado isso
lá enquanto falava com Amanda. Começou a desfazer a mala, apesar de
não haver pressa para fazê-lo. Precisava de algo para se ocupar enquanto
fingia que tudo estava bem - que estava totalmente bem com Jeongguk
seduzindo outro cara. Um cara muito bonito, muito rico e bem-educado.
Jimin olhou fixamente para a camisa verde nas mãos. Era uma das suas
poucas camisas que não tinha jogado fora depois de se tornar um
estagiário do MI6. Estava esfarrapada e desbotada por causa das muitas
lavagens, mas não tinha nenhum buraco, o que era bom o suficiente em
seu livro.
— Então, se você não pode vir para a sede, isso significa que não vou te
ver por um longo tempo, certo? — Jimin disse, olhando sua mala sem
realmente vê-la. — Meses, não é?
Park estremeceu. Levou toda a sua força de vontade para não se inclinar
para o toque.
Jimin mordeu o lábio inferior com tanta força que sentiu o gosto de
sangue. Uma parte dele odiava Jeongguk por isso, por cuidar dele e dar-
lhe uma estúpida esperança.
Jimin olhou para ele, sem respirar, seu coração batendo como louco, e
pensou que talvez...
Ela provavelmente teria vergonha de ter dado à luz uma coisa tão
estúpida e patética como ele.
Capítulo 16
Maldição.
Jimin não precisava de proteção. Ele não era nem indefeso nem ingênuo.
Havia sobrevivido mais de uma década nas ruas. E não precisava de
Jeongguk para segurar sua mão. Ele ficaria bem enquanto Jeongguk se
concentrasse na missão Whitford - mesmo que a missão durasse meses.
Seus lábios apertaram com o pensamento.
Além disso, alguma distancia os faria bem. Jimin superaria sua paixão e
acharia outro objeto para suas afeições. Quando Jeongguk o visse de
novo, Jimin provavelmente lhe diria que tinha uma paixonite por um
garoto de sua idade e não pareceria mais atordoado e excitado toda vez
que Jeongguk o tocasse.
Em defesa de Jeongguk, teve uma boa razão para ligar para Jimin.
— Guk?
— Interessante.
— Você está?
— Talvez.
— Mas o programa para hackear que os técnicos nos deram era bem
legal. — Disse Jimin, um sorriso na voz dele. — Posso ou não ter feito
uma cópia ilegal para mim.
— Ouviu o quê? — Jimin disse, com uma voz muito inocente e doce.
— O quê?
— Não estaria perguntando se não houvesse. Não quero que você pense
que não te quero por perto agora que a missão acabou.
— Você quer?
Jeongguk hesitou. Seu primeiro instinto era mentir - com seu trabalho,
sempre era - antes que se lembrasse de que a honestidade deveria ir nos
dois sentidos.
Era uma das razões pelas quais Jeongguk odiava missões chamariz,
especialmente quando o alvo era do sexo masculino. Nem sempre era
atraído pelas mulheres que deveria seduzir, mas com as mulheres era
bem mais fácil enganar seu corpo para acreditar que estava atraído por
elas. Até agora não foi bem-sucedido em convencer seu corpo de que
queria Luke Whitford.
Deveria ter sido mais firme com Jimin sobre sua paixonite em vez de
chamá-lo por apelidos carinhosos.
— Sei que você não pode vir para a sede. — Jimin disse de repente. —
Mas posso ir na sua casa? Quando tiver tempo?
— Não vão!
— Vão. Você é muito talentoso com o que faz, mas ainda é apenas um
novato. Não tem experiência prática e cometerá um erro, porque todo
novato faz.
Jimin ficou em silêncio, claramente desanimado. O maxilar de Jeongguk
apertou.
Mas outra voz sussurrou que Jimin estava triste, estava sozinho,
vulnerável e precisava dele.
— O quê?
Jimin parecia tão atordoado como parte de Jeongguk estava com essa
sugestão.
Para não mencionar que convidar um garoto gay que tinha uma paixão
por ele para viver em sua casa era o oposto do esperto. Era a definição
de irresponsável.
— Mas não vai interferir no seu disfarce? Seria suspeito se alguém com
quem não está relacionado vivesse com você.
— Poderia dizer que o trouxe para casa quando tinha, digamos, quinze
anos. — Disse Jeongguk. — Você morou comigo por alguns anos, mas
então ficou chateado e fugiu quando descobriu que eu estava pensando
em me estabelecer e criar uma família. Direi a Luke que você tem
problemas de confiança e abandono. É foi por isso que fugiu e não
consegui encontrá-lo por um tempo. Então ouvi de alguém que você
estava desesperado por dinheiro e se inscreveu para algum cruzeiro
pervertido. Claro que tive que interferir. Mas não poderia simplesmente
arrastá-lo de volta, então tive que o comprar para mantê-lo a salvo de
velhos e mulheres pervertidas. Então aqui estamos.
— Mas ela te odeia. Tem certeza de que não vai dizer não?
— Tenho certeza.
Capítulo 17
— Claro que você pode ir, Jimin. — Ela disse com um sorriso gentil. —
Mas tenha cuidado. Agora entendo porque você se recusou a registrar
qualquer queixa contra o agente 11. — Seus lábios se curvaram. —
Agente 11 tem... Um certo efeito em algumas mulheres, e parece que
você também foi vítima disso. Claro que não é sua culpa. Você é jovem e
impressionável e ele é especialista em manipular as pessoas.
Jimin colocou um sorriso que provavelmente era tão falso quanto o dela.
Ele olhou em volta até que seu olhar parou no Mercedes prateado.
Quando viu Jeongguk ao volante, o seu coração disparou e ele corou,
sem nenhuma razão. Ugh.
— Não, ela nem sempre foi assim. Ela apenas se sente ameaçada e não é
uma de cair sem lutar.
Jimin olhou para o perfil dele. Jeongguk se barbeou. Ele parecia muito
bom com uma barba, mas a visão de sua mandíbula sem barba e a pele
bronzeada de seu pescoço fez a boca de Jimin encher de água. Ele queria
lamber o queixo e depois acariciar o pescoço de Jeongguk. Queria...
— Ela não precisou de muito convencimento. Sabe que é culpa dela que
meu disfarce foi comprometido. Eu a avisei, ela não deu ouvidos. Agora
devemos trabalhar com isso. Ela sabe que o desaparecimento do meu
bebê de açúcar da minha vida tornaria as coisas ainda mais suspeitas.
Pode não gostar de mim, mas não é idiota. Sabe o quanto minha missão
é importante. Ela não vai deixar seus rancores pessoais afetá-la
novamente.
Jimin não estava tão certo disso, mas não discutiu. Jeongguk a conhecia
melhor do que ele.
Ela era tão bonita e elegante do lado de dentro quanto do lado de fora,
mas, para surpresa e alívio de Jimin, era aconchegante e parecia viva,
não tão impessoal e intimidantemente perfeita quanto esperava.
Uma semana depois, Jimin tinha certeza de que nunca foi mais feliz em
sua vida.
O único problema era que morar com Jeongguk não estava exatamente
ajudando-o a se livrar de sua paixão. A palavra – paixão - parecia tão
inadequada para a sensação de calor que enchia seu coração enquanto
observava Jeongguk fazer o café da manhã, com olhos sonolentos, barba
por fazer e um pouco mal-humorado. Jimin queria puxá-lo para perto e
beijá-lo tanto que se sentia como se estivesse engasgando com a
necessidade.
— Ei. — Jeongguk murmurou, olhando para ele. — Por que você está
sorrindo?
Ele estava?
Jimin encolheu os ombros, sorrindo impotente. Ele olhou nos olhos de
Jeongguk, seu peito inchando com aquela sensação quente e intensa que
estava com medo de nomear.
Jeongguk bufou.
— Sim, provavelmente seria melhor se você sair e... Ficar com alguém
da sua idade. — Sua voz soou um pouco estranha: desconfortável e
rígida - quase como se a ideia de uma conexão gay fosse nojenta.
Capítulo 18
Jimin saiu de seu quarto quinze minutos depois, vestindo uma camiseta
preta e um jeans apertado que realçava suas coxas grossas. Quando se
abaixou para pegar o telefone na mesa de café, Jeongguk franziu os
lábios e desviou o olhar.
Jeongguk levantou.
— Por que não? — Jeongguk disse, entrando em seu carro. — Você acha
que nunca fui a um clube gay?
— Você está bem? — Jimin disse, olhando para Jeongguk com cautela.
— Claro.
Jeongguk ficou tão surpreso que quase bateu no carro na frente deles.
Jimin suspirou.
— Acho que é gentileza sua, mas pela última vez: não sou um bebê. Vou
ficar bem. Prometa-me que não vai interferir.
O clube estava muito cheio, mas felizmente a música não era muito alta.
Jeongguk pediu uma cerveja que não tinha intenção de beber, encostou-
se no balcão e seguiu Jimin com os olhos.
— Não. — Disse ele, percebendo que o loiro ainda estava esperando por
sua resposta. — Apenas um garoto que eu tenho que cuidar.
— Isso deve ser um porre. — Disse o loiro com simpatia. — Como você
ficou sobrecarregado com o dever de babá?
Estava com raiva, e ficou com mais raiva por estar com raiva. Essa
possessividade era bruta e bagunçada, considerando que ele não queria
Jimin desse jeito. Racionalmente, aprovou o que Jimin estava fazendo.
Irracionalmente, estava imaginando muitas maneiras em que poderia
matar o idiota que atualmente estava tateando seu Jimin com as mãos
sujas e indignas.
Jeongguk sabia que deveria empurrar o loiro para longe. Ele não fez
isso.
Era uma tática suja; estava perfeitamente ciente disso. Uma parte dele
estava um pouco incrédula - por que ele estava fazendo isso? - mas uma
parte maior só queria que Jimin abandonasse aquele idiota e voltasse
para ele.
Não teve que esperar muito. Logo Jimin estava voltando para ele.
— Você é um idiota, sabe disso, certo? — Ele disse, encarando
Jeongguk antes de empurrar o loiro para longe e envolver um braço
possessivo em torno da cintura dele.
— Eu não sei sobre outros loiros, mas esse loiro está bravo pra caramba.
Peça desculpas por empatar minha foda.
— Argh!
Jimin era ainda mais fofo quando estava furioso. Rindo, Jeongguk pegou
seus punhos.
Jimin abriu a boca para argumentar, mas então deve ter percebido que
um clube barulhento não era um bom lugar para uma conversa.
A viagem de volta para casa foi gasta num silêncio furioso, com Jimin
olhando pela janela e ignorando-o.
Jeongguk não pôde deixar de pensar que ele era como um gato - um
gatinho loiro - sibilando com raiva.
— Não finja que não sabe. Você fez isso de propósito. — Ele se sentou
no sofá e olhou para Jeongguk. — Você podia não dar a mínima para
aquele loirinho, mas o deixou ficar em cima de você só para me fazer...
— Ele se cortou e apertou os lábios.
— Não é justo para mim. — Disse ele, sua voz vacilante. Porra.
— Sabe, eu tenho certeza que deveria querer dar um soco em você por
ser um idiota tão egoísta e possessivo, mas tudo que quero é chupar seu
pau.
— Você pode, se quiser. — Disse ele antes que pudesse pensar duas
vezes.
Jeongguk havia beijado muitas pessoas, mas beijar Jimin não parecia
nada como beijar alvos masculinas ou até mulheres. Ele nunca beijou
ninguém que sentia como dele. Nunca sentiu que a única coisa que
importava era tirar gemidos de Jimin, pequenos sons quebrados de
prazer que o faziam sentir-se com três metros de altura. O garoto era
maravilhosamente receptivo, estremecendo ao menor sinal da língua de
Jeongguk e beijando-o com fome. Era estranhamente viciante, e
Jeongguk se viu fechando os olhos e se deixando aproveitar o calor
escorregadio da boca suave e ansiosa de Jimin.
Jimin olhou para ele aturdido, suas bochechas coradas e a boca molhada.
— Você pode... — Ele engoliu, corando mais forte. — Pode pôr seus
dedos em mim?
O olhar arregalado e excitado de Jimin foi a última coisa que ele viu
antes de sair para pegar suprimentos de seu quarto.
Esta é uma ideia terrível, uma voz sibilou na parte de trás da mente de
Jeongguk.
Capítulo 19
— Foda-se, mais.
Desta vez, Jeongguk escutou, deslizou o dedo para fora e empurrou dois.
Jimin engasgou de prazer, a grande extensão dos dedos grossos de
Jeongguk esfregando dentro dele era tão perfeita que já estava prestes a
gozar.
Era tão bom. Ele apertou os olhos, ofegando por ar. Teve um lampejo de
como deveria parecer, coxas abertas, braços tremendo e suor em suas
têmporas enquanto se fodia de volta nos dedos grossos de Jeongguk,
sem vergonha e carente. Mas Deus, a sensação era tão incrível que ele
não se importou.
Merda, o que Jeongguk deveria estar pensando? Ele parecia uma puta.
Jimin não conseguia nem apreciar o brilho, seu rosto estava quente de
vergonha quando o silêncio se estendeu.
Jimin mordeu o lábio. Cristo, ele estava tão vazio. Apesar de gozar,
ainda se sentia estranhamente insatisfeito, querendo mais.
Jeongguk tinha seu pênis para fora e estava acariciando a si mesmo, seus
olhos escuros fixos nas pernas abertas de Jimin.
Mas... Tinha outro lugar que Jeongguk poderia foder sem qualquer
esforço de Jimin ou perigo de sufocá-lo.
— loirinho...
— Eu prometo que não vou fazer grande coisa disso. Eu já gozei, então,
não vai ser sexo. Apenas um canal molhado para você foder.
— Preservativo?
Jimin não se importou. Isso foi o que ele sugeriu, afinal. Estava bem em
ser usado para o prazer de Jeongguk, bem com tudo, contanto que
Jeongguk não parasse.
Tentou não fazer nenhum barulho, tentou não balançar de volta no pênis
de Jeongguk, não importando o quanto estivesse desesperado por
aqueles golpes cruéis contra sua próstata que enviavam faíscas através
de sua pele. Ele tinha dito a Jeongguk que não seria realmente sexo,
então não queria ser muito óbvio sobre se divertir.
Mas Deus, ele não podia. Jimin soltou um gemido quando Jeongguk
acertou sua próstata com incrível exatidão, - de novo, de novo e de novo
- até que Jimin gozou novamente, reprimindo um grito quando seu
orgasmo inundou através dele como uma correnteza, uma corrida brutal
de êxtase impiedoso. Ele era uma bagunça trêmula e ofegante,
empurrando a cada movimento do pênis de Jeongguk dentro dele.
Capítulo 20
— Bom dia. — Disse Jeongguk, tomando seu café. Ele já estava vestido
para o trabalho, com uma calça cinza e uma camisa branca que parecia
obscenamente boa contra a pele bronzeada.
— Por quê?
Jeongguk fez uma ligeira careta.
Jeongguk assentiu.
Estou começando a pensar que ele está esperando que vou tirar a mente
de Luke de algo, ou alguém.
Jimin zombou. Se Jeongguk pensava que Luke não iria querer dormir
com ele, teria uma surpresa.
Jeongguk olhou para o relógio e baixou a caneca.
— Boa sorte com Luke. — Jimin forçou. Jeongguk fez uma pausa e
olhou para ele.
(...)
— Veja, vou ser direto com você. — Jeongguk disse a Luke, sua
expressão séria. — Eu não quero qualquer mal-entendido aqui. Quero
me certificar de que estamos na mesma página. — Ele olhou Luke nos
olhos, seu olhar franco e calmo. — Estou cansado da cena de clube e
relacionamentos casuais. Neste momento, gostaria de um marido e dois
filhos para mimar. — Jeongguk encolheu os ombros. — Eu realmente
gosto de você, mas se um relacionamento sério não é no que está
interessado, é melhor me dizer agora.
Isso aconteceu.
— Eu não estou propondo nem nada. — Ele disse, erguendo a mão sobre
a mesa e pegando a livre de Luke. Jimin olhou para ele, odiando o quão
bem a pequena mão de Luke parecia na de Jeongguk. Enquanto isso,
Jeongguk continuou: — Não quero que você surte. Só estou dizendo que
gosto do que vejo. Um sorriso como o seu não mente, e gostaria muito
de conhecê-lo melhor. Você gostaria de me conhecer?
O resto do encontro correu bem. Jimin podia ver a tensão nos ombros de
Luke se esvaindo, a ligeira cautela em seus olhos desaparecendo,
substituída por sorrisos genuínos. Ele estava se segurando um pouco, e
enquanto claramente não estava se apaixonando por Jeongguk, os seus
olhos continuavam apreciando o rosto, as mãos e os ombros largos de
Jeongguk sob o terno.
Jimin não podia nem culpar o cara: Luke teria que estar morto ou ser
hétero para não apreciar o físico e carisma de Jeongguk.
Jimin cambaleou até o banheiro mais próximo e lavou o rosto com água
fria, tentando reprimir a vontade violenta de vomitar. Ele estava
tremendo, seu estômago revirando de desconforto e desgosto.
Olhando para trás, se sentiu muito jovem e muito tolo. Ele não era como
Jeongguk. Não tinha estômago para mentir e enganar pessoas inocentes,
mesmo pela Rainha e o País. Ele não conseguia se imaginar usando
outras pessoas em nome de uma missão. Não podia se imaginar no lugar
de Jeongguk, forçado a tocar, beijar e dormir com alguém por quem não
estava atraído. Ele não sabia como Jeongguk fazia isso. Deve exigir uma
força mental incrível – uma que Jimin claramente não tinha, se apenas
observar a missão de Jeongguk o fez se sentir mal.
Bem, supunha que era melhor que descobrisse agora e não depois.
Capítulo 21
Jeongguk voltou para casa algumas horas depois que deixou Luke em
casa. Enquanto a noite foi bem-sucedida no que diz respeito à missão,
ele teve que fazer um desvio para o seu pub favorito na tentativa de se
livrar do gosto ruim em sua boca.
Isso o fez franzir a testa. Não esperava que Jimin esperasse por ele. Já
era bem depois da meia-noite. Talvez Jimin tivesse adormecido
assistindo televisão. Esperava que Jimin estivesse dormindo. Ele não
queria vê-lo, não esta noite. Ou melhor, queria vê-lo um pouco demais
para o próprio conforto, absorver seu afeto caloroso como o bastardo
ganancioso e egoísta que era e fingir por um tempo que ele era a pessoa
decente que Jimin acreditava que fosse.
E era precisamente por isso que não deveria ver Jimin agora.
Jeongguk abriu a boca e fechou sem dizer nada. Seus ombros ficaram
tensos quando percebeu o que isso significava.
— E o que você achou? — Ele finalmente disse, sua voz calma, como se
seu coração não batesse com força no peito... Com algo que parecia
muito como medo. Provavelmente estava confuso, mas ele era
praticamente viciado na forma como Jimin o olhava - como se ele fosse
o mundo de Jimin - e não sabia o que faria se mudasse para desgosto e
desapontamento.
— O quê?
— Eu sai, Guk.
Jeongguk olhou para ele. Talvez estivesse mais bêbado do que pensava,
porque seu cérebro não conseguia entender as palavras de Jimin.
— Saiu?
Jimin assentiu.
— Você não vai dizer que preciso pensar nisso? — Jimin disse com um
sorriso torto.
— Eu vou ficar bem. Talvez não tenha uma casa, mas nunca dormi sem
um teto sobre minha cabeça. Tenho amigos. Mais ou menos.
— Vou fazer o que tiver que fazer. Não é como se eu fosse bom em
qualquer outra coisa. — Ele se moveu em direção à porta.
— Jimin.
Se afastar de mim.
Jimin o olhou fixamente. Por um longo momento, ele não disse nada.
— Por quê? — Ele finalmente disse, sua voz calma. — Para que você
precisa de um garoto sem-teto?
— Você pode não ser mais do MI6, mas eu ainda deveria ter um bebê de
açúcar. — Disse Jeongguk, esperando aparentar casualidade e não como
se quisesse fazer Jimin ficar. Que não era realmente isso.
Mentiroso.
Nunca foi bom em mentir para si mesmo. Havia uma parte dele que
queria forçar Jimin a ficar. Aquela parte queria agarrar o garoto e beijá-
lo até ele esquecer seu próprio nome e lembrar-se apenas de Jeongguk. E
ficou enojado que queria manipular Jimin para ficar. Ele deveria deixá-lo
ir. Estava se tornando cada vez mais óbvio que não podia confiar em si
mesmo com Jimin. O garoto estaria mais seguro nas ruas do que debaixo
do seu teto.
— Por quê? — Ele disse, sua voz vacilante. — O que você quer
comigo? Sou um garoto gay ignorante e estúpido com uma paixão
inconveniente por você.
— Eu não entendo.
Jimin assentiu.
Jeongguk resmungou.
— Boa noite. — Ele caminhou para o seu quarto, tentando não pensar
sobre a satisfação que sentiu quando Jimin se chamou de seu bebê de
açúcar.
Capítulo 22
Embora Jeongguk disse que preferia que Jimin ficasse com ele ao invés
de com algum tipo aleatório, Jimin estava desconfortável iniciando o
sexo novamente, especialmente depois de ver Jeongguk sendo forçado a
ter um romance com Luke Whitford. Jimin não conseguia tirar da sua
mente os olhos vazios de Jeongguk enquanto ele beijava Luke. E se
Jeongguk também se sentia assim enquanto beijava Jimin? E se ele
estivesse apenas forçando isso?
— Certo.
— Quando você beijou Luke ontem, como foi? Igual a quando você me
beija?
— Eu não estou. Claro que foi diferente. Ele é minha missão. Você é
meu...
Quando Jeongguk se cortou, Jimin olhou para ele com um sorriso torto.
— Seu o quê? Um garoto gay que você sente pena? Jeongguk deu-lhe
um olhar comprimido.
Quando Jeongguk não disse nada, Jimin assentiu com a cabeça, o rosto
torcendo em uma careta mortificada. Deus, como era embaraçoso.
— Olhe... — Ele disse, suas mãos escorregando para a parte inferior das
costas de Jimin. — Eu sou um bom mentiroso, e minto muito por causa
do trabalho. Não vou negar isso. Mas nunca menti para você. — Ele o
olhou atentamente. — Confie em mim. Por favor, bebê.
— Mas como você pode querer me beijar se não gostou de beijar Luke?
Ele é...
— Ele não é cinco vezes mais atraente do que você. — Jeongguk disse
com deboche.
Jeongguk riu.
— Mas...
Jimin piscou para ele aturdido. Não podia acreditar que Jeongguk
realmente gostasse que ele perdesse as funções cerebrais e se tornasse
um escravo das suas necessidades básicas no momento em que colocava
a boca na dele. Era um pouco estranho, mas que seja. Jimin não se
importava, contanto que Jeongguk realmente gostasse de beijá-lo.
Jeongguk.
— A11.
— O pai de Luke? — Disse Jimin. — Isso significa que sua missão foi
cancelada?
— O quê?
— É uma empresa criada pelo MI6 que é usada como cobertura para
nossos agentes. É um cliente da Grayguard, por isso é uma boa
cobertura para mim quando preciso sair em missões.
— Por que você não liga para a sua secretária? — Jimin disse, seguindo
Jeongguk para o carro. Ele provavelmente estava pegajoso, mas não
podia evitar isso.
Uma certa emoção passou pelo rosto de Jeongguk. Ele apertou a mão de
Jimin, soltou e ligou o motor.
Mas e se durasse?
Capítulo 23
A casa estava tão quieta e escura quanto se esperaria que fosse às duas
da manhã. Só podia sorrir cansadamente lembrando suas palavras para
Jimin que o veria à noite. Às vezes, odiava seu trabalho - ambos. Ele
tinha apenas 27 anos, mas graças a sua vida dupla, às vezes sentia-se
anos mais velho.
Era por isso que hesitava em aceitar a posição de Chefe do SIS quando o
alto escalão acabasse por forçar Amanda a renunciar em poucos anos.
Ele não achava que conseguiria conciliar as duas posições de diretoria
efetivamente. Já estava lutando como estava. Mas, novamente, dias
como esse não aconteciam com frequência.
Ficou claro que ele estava tentando esperar por Jeongguk: a lâmpada de
cabeceira estava acesa e havia um livro aberto ao lado dele. O fato de
que Jeongguk não tinha notado a luz fraca antes de entrar no quarto,
falou muito sobre como ele estava cansado. Seu lapso na vigilância não
o agradou, fazendo com que se perguntasse mais uma vez se precisava
mudar alguma coisa sobre seu trabalho. Não importaria que ele tivesse a
melhor taxa de sucesso em missões se fosse emboscado em sua própria
casa porque estava cansado demais para prestar atenção.
Cristo, que bagunça. Nunca deveria ter tocado Jimin desse jeito. O que
aconteceu durante a missão deveria ter ficado lá. Agora, com as linhas
desfocadas, complicou tudo desnecessariamente.
Pela primeira vez em anos, Jeongguk não sabia o que fazer. Não estava
disposto a machucar o garoto dizendo que se arrependeu de transar com
ele e que não deveriam fazer isso de novo. Mas continuar a brincar com
Jimin também seria um erro. Uma paixão era inofensiva o suficiente.
Mas paixões poderiam se transformar em algo mais, algo que doeria. Se
ele estivesse pensando racionalmente, teria deixado Jimin transar com
outra pessoa - alguém gay. Isso era a coisa certa a fazer. Jimin deveria
conhecer um rapaz simpático e gay de sua idade que pudesse devolver
seus sentimentos e fazê-lo feliz. Alguém que não fosse um idiota
manipulador que mentia, matava e usava pessoas para viver.
Depois de tomar banho e terminar sua rotina noturna, fez uma pausa,
olhando seu reflexo no espelho. Tentou ver o que Jimin via nele. Tudo o
que podia ver era um homem de aparência cansada, com olhos, e
personalidade, vazios. Passou tanto tempo fingindo ser alguém que não
era que não tinha mais certeza de quem diabos era e o que queria.
— Guk?
Ele deveria deixá-lo ir. Mas, caramba, queria o calor de Jimin, queria se
enterrar nele até que a sensação fria e vazia em seu peito fosse embora.
— Fique.
Ele não teve que abrir os olhos para saber que Jimin estava sorrindo
quando deitou e se aconchegou debaixo do seu braço.
— Por que você chegou tão tarde? — Jimin disse, sua bochecha
pressionada ao lado do peito de Jeongguk.
— E o quê?
— Sim. — Disse Jeongguk. — Pensei que Luke era um cara bom que
não prejudicaria uma mosca, mas talvez eu estivesse errado.
— Mas se Luke está envolvido na morte do pai, isso significa que ele é
perigoso. Você pode estar em perigo.
— Não mais do que estava antes. Além disso, Luke poderia ser
completamente inocente. Nós o temos sob vigilância e ele não tem
estado em contato com Demidov desde seu retorno à Inglaterra. E Luke
parecia genuinamente chocado com a morte do pai.
— Você está chateado que eu estava com Luke? Não é por isso que
cheguei em casa tão tarde. — Ele nem sabia por que sentia necessidade
de se explicar. Jimin não era sua esposa ou seu marido. — Foi um dia
infernal na Grayguard. Tive que trabalhar até tarde porque não cheguei
no trabalho até o final da tarde.
— Não foi porque senti sua falta ou algo assim. — Disse ele,
emburrado.
— O quê?
— Joguei minhas roupas velhas fora quando fui recrutado, elas não eram
muito boas e recebi roupas para trabalhar de qualquer maneira, mas
agora... — Jimin deu de ombros, evitando os olhos de Jeongguk.
— Não é caridade. E não aceito não; você não pode mudar minha mente.
Podemos seguir em frente agora? Não é um problema, Jimin.
— Você não deveria dizer coisas assim. Estou tentando ser um homem
melhor aqui.
— Você ainda acha isso depois de assistir meu encontro com Luke?
Depois de me ver invadindo sua confiança, manipulando suas emoções e
inseguranças? — E ele tinha feito coisas muito piores do que isso no
passado, coisas que preferia que Jimin não soubesse.
Porra, isso era... Era algo pelo qual esteve ansioso o dia todo, se
Jeongguk fosse honesto consigo mesmo. Isso - sentir os lábios trêmulos
e carentes de Jimin contra os dele - isso era real. Isso era dele. Jimin era
dele.
— Guk... — Jimin sussurrou contra seus lábios, sua voz trêmula e rouca,
suas mãos impotentes segurando os ombros nus de Jeongguk. — Pare de
me beijar assim a menos que vá me foder. Isso é cruel. Pare de me beijar
ou me foda.
Não fazia sentido. Sua fome por Jimin desafiava a lógica, a sexualidade
e o pensamento racional, originários de algo mais primitivo do que a
atração normal. Parecia uma força, uma contra a qual ele não podia lutar.
Mesmo o desequilíbrio de poder entre eles apenas o excitou. Ele gostou
de ser capaz de fornecer a Jimin posses materiais. Gostou que Jimin
tivesse uma paixão óbvia por ele. Gostou de ser o centro do mundo de
Jimin.
— Então, você vai me foder ou não? — Jimin disse, olhando para ele
aturdido, seus dedos cavando nas nádegas de Jeongguk.
— Eu vou.
Ele foi; lambendo e beijando a barriga tremula e pálida de Jimin, até seu
pênis duro e vazando. Jimin gemeu quando Jeongguk o engoliu em sua
boca.
Não era o primeiro pênis que Jeongguk já havia chupado. Mas era a
primeira vez que ele realmente quis fazer isso. Agora quase podia
entender porque Jimin gostava de chupar pau. A sensação do pênis de
Jimin se movendo em sua boca era surpreendentemente boa. Os ruídos
que o garoto estava fazendo eram mais do que apenas bons, e Jeongguk
chupou o pau com mais força, querendo ouvir mais deles.
— Jeongguk...
Gemendo, Jeongguk deixou seu controle deslizar ainda mais, seu aperto
nos quadris de Jimin machucavam, e ele chupou duramente a pele da
nuca de Jimin quando o prazer o alcançou, afogando-o em sensações que
se intensificaram até explodirem num clímax que o deixou agarrado a
Jimin.
— Jimin?
O loiro sentou-se.
— Estou bem.
— Claro que não. — Jimin disse com uma risada, finalmente virando a
cabeça. — Foi incrível e você sabe disso, mas acho que... Eu acho que
nós não deveríamos... Eu deveria parar de pedir para você transar
comigo.
— Será mais inteligente se não fizermos mais isso. Não está exatamente
ajudando com a minha paixão. Recuso-me a ser aquele garoto gay idiota
e pegajoso que não pode aceitar a dica.
Ele riu um pouco, olhando para baixo. Quando ergueu o olhar de volta
para Jeongguk, sua expressão era dolorosamente honesta.
— Mas se continuarmos assim, sei que me tornarei ele. Sei que você tem
um fraquinho por mim, mas prometa que não vai me satisfazer de agora
em diante. Eu não quero ter esperanças apenas para elas serem
esmagadas de novo e de novo. E não quero que minha... Minha paixão
estúpida arruíne nosso relacionamento. Não quero que percamos o que
temos por algo que nunca dará certo. Não com você.
Jeongguk só pôde olhar para ele, surpreso demais para falar. Embora,
surpresa fosse uma palavra muito inadequada para a tempestade confusa
de emoções dentro dele.
Jimin sorriu para ele e saiu do quarto com um sonolento boa noite.
Quando a porta se fechou atrás dele, Jeongguk olhou para ela sem ver.
Capítulo 24
Jess Sanders amava seu trabalho. A loja era sofisticada, por isso
raramente ficava lotada ou barulhenta. Na maioria das vezes, se sentava
atrás do balcão, lendo revistas de moda ou assistindo TV, o que ela mais
gostava.
Bem, Jess assumiu que fossem um casal. Se eles eram amigos, era muito
estranho com certeza.
Ela não pensou que eram amigos. Eles eram mais do que bonitos, e Jess
não quis dizer sua aparência, embora também fossem. Na sua opinião,
eles eram absolutamente adoráveis juntos. O homem de cabelos escuros
parecia muito insistente sobre comprar tudo que o loiro até mesmo
dirigisse um pequeno olhar, sem sequer verificar a etiqueta de preço,
então eles acabaram com uma considerável pilha de casacos, jeans,
camisas e camisetas. O rapaz loiro, realmente estava parecendo um
pouco sobrecarregado quando se aproximaram do balcão.
— Mas...
— loirinho, não se preocupe. — Disse Jeongguk, suavizando a voz
quando percebeu o desconforto do loiro. — Sei que o deixa
desconfortável, mas me deixa desconfortável demais vê-lo em trapos,
enquanto estou usando roupa de grife. — Faz-me parecer um cretino. —
As pessoas pensarão que não estou cuidando bem de você.
Jimin bufou.
— Acha que não sei o que está tentando fazer? — Ele disse, rolando os
olhos. — E não é seu trabalho cuidar de mim.
Jess controlou a vontade de sorrir quando o loiro corou e deixou cair seu
olhar, seus cílios longos tremulando contra o seu rosto pálido.
Percebendo que ainda não tinha devolvido seu cartão, Jess corou e fez
exatamente isso.
Era uma coisa boa que sempre poderia encontrar uma bela mulher mais
velha.
(...)
Às vezes, ser chefe do RH do MI6 podia ser tedioso, Rachel Longwood
meditou quando bateu na porta. Ela desejava poder delegar esta visita a
um dos seus assistentes, mas nenhum deles estava equipado para lidar
com o agente 11.
— Você sabe que estou. — Disse o agente 11, aparecendo por cima do
ombro de Jimin. Seus olhos inescrutáveis a estudaram por um momento.
— Que surpresa, Rachel. Mas pode entrar. — Ele tocou no ombro do
garoto suavemente e Jimin se afastou. Ele esparramou-se no sofá
marrom enorme, e pegou um iPad. O rapaz não parecia que ia deixá-los
a sós quando o agente 11 acenou para Rachel sentar no sofá do outro
lado da sala e caiu na poltrona em frente a ela.
Como chefe do RH, Rachel sabia que seu verdadeiro nome era
Jeongguk, mas ele nunca a convidara para chamá-lo pelo seu primeiro
nome e, verdade seja dita, ela não podia pensar nele como Jeongguk.
Embora fosse mais novo do que ela, o agente 11 estava no MI6 há mais
tempo. Ele sempre seria o agente 11 para ela, um homem bonito, mas
distante, e ela sempre teve problemas para lê-lo.
— Não vejo como meus hóspedes são uma preocupação para o MI6.
O rapaz bufou de seu sofá, confirmando a suspeita de que ele não estava
absorto em seu iPad como fingia estar.
Dirigindo a Jimin um olhar que ela não pôde mais uma vez ler, agente 11
se recostou na poltrona.
— Jimin, por que não vem aqui e diz a senhora simpática, o que você
pensa?
Rachel franziu os lábios e olhou para o agente 11, mas ele não parecia
incomodado pela insolência do rapaz. Na verdade, também não parecia
incomodado que o rapaz ainda não tivesse retirado a mão do seu ombro.
Além disso, não tinha de mais nada. Enquanto ela não pensou que eles
fossem amantes, - a relutância do agente 11, quando se tratava de seduzir
homens era bem conhecida - havia algo ali, algo que ela não podia
colocar o dedo.
Que estranho.
Receio que Jimin não possa viver com você. Isso criaria um precedente
ruim para outros agentes. — Só pensar nisso lhe dava dor de cabeça. Ela
estaria lidando com todas as queixas e demandas de outros agentes, se
deixasse o agente 11 se safar desta.
Rachel fingiu não ver a expressão de Jimin cair quando percebeu que ela
não estava cedendo. No interior, estremeceu. Ela não era cruel. Sabia
que o garoto nunca teve uma casa, e agora estava tirando sua casa
novamente. Sentiu pena dele. Mas regras são regras, e ela não se tornara
chefe do RH do MI6 por ser mole.
Ela piscou.
— Perdão?
Agente 11 levantou-se.
— Quer que este garoto seja a pessoa tomando decisões relativas à sua
saúde, se você estiver incapacitado? — Para um agente ativo, essa era
uma preocupação legítima, então esse era um incrível show de
confiança.
Quando a porta fechou atrás de Rachel, Jimin disse em voz baixa, sem
olhar para Jeongguk:
— Não precisa fazer isso, sabe. Eu posso morar em outro lugar. Não
quero que sinta que tem de...
Maldito inferno.
Jeongguk recuou às pressas, ruborizado. Jesus, ele não sabia mais o que
se passava com ele quando estava perto de Jimin.
Sabia que gostava de vir para casa para um Jimin com olhos sonolentos
esperando por ele, não importa o quanto era tarde. Sabia que gostava de
cozinhar para os dois, que gostava de ensinar Jimin a cozinhar sem
queimar a casa. Gostava de comprar coisas para Jimin e ver seus lindos
olhos se iluminarem. Gostava de vê-lo nas roupas que tinha comprado
para ele. Gostava de ver Jimin feliz e ser a causa de sua felicidade.
Sem mencionar que, querer beijar Jimin sem ser pedido para era mais do
que apenas um pouco estranho, considerando o fato de que era hétero, e
Jimin parecia genuinamente querer que fossem só amigos.
Nas últimas semanas, desde que tiveram sexo, Jimin foi perfeitamente
afetuoso e amigável, mas havia uma distância quase imperceptível entre
eles que não estava lá antes - distância que incomodava Jeongguk mais
do que devia.
— Algo errado? — Jimin disse, inclinando sua cabeça.
Jeongguk o olhou cuidadosamente, mas por mais que tentasse, não viu
sequer um traço de ciúme. Parecia que Jimin estava bem com sua
pequena paixão, que era... Bom. Realmente era.
— Está na Suíça. Ainda não fez contato com Luke. Talvez Luke não
tenha nada a ver com a morte do pai, afinal de contas.
— Não se esqueça de que você tem suas aulas em duas horas. Sorrindo,
Jimin revirou os olhos.
— Sim, pai.
— Eu não sou seu pai. — Jeongguk disse e quase fez uma careta. A voz
dele tinha saído muito mais dura do que pretendia.
— Você está estranho hoje. Apague isso, você tem estado um pouco
estranho há semanas. Tenso.
— Eu tenho um trabalho estressante, Jimin. — Jeongguk disse,
encolhendo os ombros em seu casaco.
Jimin riu.
— Sinto muito. Acho que só preciso transar. Fico muito irritável se não
o fizer. — Era verdade o suficiente, embora ele não soubesse por que
estava dizendo isso a Jimin.
— Então ainda não transou com ninguém desde que nós... — Ele parou,
ruborizou e então deu de ombros. — Faz semanas. Você deve procurar
alguém.
Quando Jimin não se ofereceu para chupar seu pau, como estava
esperando, Jeongguk balançou a cabeça.
Capítulo 25
Frequentar cursos de recuperação de estudos não era tão assustador
quanto Jimin tinha esperado, quando Jeongguk o convenceu há semanas.
Ninguém ria dele por não saber algo. Todos estavam numa posição
semelhante. Jimin não era nem mesmo o garoto mais velho, então não
chamou atenção. Realmente até fez alguns amigos da sua idade, Lisa e
Andy. Embora não tivessem muito em comum, gostou deles. Eles eram
tão... Normais. Fizeram-no sentir-se normal, também. Era um sentimento
tão novo, considerando que fora de ser um sem teto a viver numa
mansão em Kensington.
Ah!
Agora que Jimin pensou nisso, não podia acreditar como não percebera.
Ele não era exatamente inexperiente. Era só... Não podia imaginar estar
com alguém além de Jeongguk. E isso era o cerne do problema, não era?
Tinha esquecido que outras pessoas poderiam estar atraídas por ele, e
que poderia ser atraído por outras pessoas. Ele estava obcecado por
Jeongguk.
Com toda a honestidade, Jimin sabia que devia começar a olhar para
outros caras. Ele precisava tirar Jeongguk de sua mente e seu coração.
Não havia nenhum ponto em ficar triste por uma coisa que nunca ia
acontecer. Ele tinha tentado - tentado muito, mas não era fácil. Seu
coração se recusou a ouvir sua mente, não importa quão determinado
Jimin estava em superar seus sentimentos por Jeongguk antes que
pudesse fazer algo estúpido... Como dizer a Jeongguk que o amava.
Isso o assustou.
De certa forma, ter sexo com Jeongguk tinha ajudado. Tinha se livrado
da ilusão de que poderia brincar com Jeongguk sem ficar de coração
partido. Ele teria seu coração quebrado se não fizesse algo.
Andy não deixava de ser atraente. Tinha rosto bonito, forte, com belos
olhos azuis e cabelo castanho avermelhado. Nunca seria tão
devastadoramente atraente quanto Jeongguk, mas...
Jimin exalou forte, irritado. Jeongguk não era dele. Jeongguk nunca seria
verdadeiramente dele. Jeongguk provavelmente estava fodendo uma
mulher deslumbrante naquele momento.
— Você o conhece?
— Jimin vai de carona comigo. — Disse Andy, pisando mais perto dele.
Jimin franziu a testa, mas antes que pudesse responder, Jeongguk disse,
muito suavemente:
— Você não disse que não tinha família? — Disse Andy, virando-se para
Jimin.
— Ele não tem. — Jeongguk disse, seu olhar preguiçoso e seu tom
casual, como se não soubesse que estava dando-lhes a impressão errada.
Jimin olhou para ele incrédulo e confuso demais para estar zangado.
Sorrindo, Jeongguk virou-se para Lisa e apertou a mão dela.
— Jeon Jeongguk.
Jimin esperava que a expressão em seu rosto não fosse muito azeda.
— O que foi isso? — Jimin disse. Não saiu com raiva; ele ainda estava
confuso.
— O que quer dizer? Vou levá-lo para casa. Jimin estreitou os olhos.
— Pare de fingir que não entendeu. Você só os fez pensar que somos um
casal. De propósito! Você não faz nada sem querer.
Jimin piscou.
— Você deveria... — Jeongguk disse após uma breve pausa. — Mas esse
garoto não era suficientemente bom. É óbvio que ele só quer transar. Ele
não dá a mínima para você.
Certo. É claro.
— E se tudo que eu também queria era uma boa transa? Andy serviria
muito bem para isso.
Jimin suspirou.
— Olhe, obrigado por cuidar de mim, mas posso me cuidar. Não preciso
ser mimado.
A tensão não deixou o corpo de Jeongguk por completo. Ele não disse
nada.
— Vamos lá, Guk. Não quero que fiquemos bravos um com o outro.
— O que foi isso? — Jimin, finalmente, disse com uma risada, tocando
seu lábios úmidos e trêmulos.
— Fiz o que pediu. — Jeongguk disse rigidamente, sem olhar para ele.
— Beijar e fazer as pazes.
Chapter 4: Chapter 8
Capítulo 26
Por um lado, nunca foi de desistir de alguma coisa que queria sem uma
luta. Se houvesse uma pequena chance de Jeongguk na verdade o querer
- além de Jimin é muito gostoso, então por que não? - Jimin se culparia
se não lutasse por essa oportunidade.
Por outro lado, não queria estragar o relacionamento deles, só porque era
muito impaciente para obter mais informações, e não havia nada mais
importante para ele do que sua relação com Jeongguk. Finalmente
conhecia uma pessoa que adorava, e que também se preocupava com ele.
Finalmente tinha um lar, e Jimin não quis dizer esta casa, não importa o
quanto era boa. Iria viver feliz com Jeongguk numa cabana se ele o
amasse.
Mesmo admitir na sua mente o deixou nervoso. Não porque pensou que
Jeongguk o colocaria para fora se descobrisse que Jimin estava
apaixonado por ele, depois que Jeongguk o fizera seu parente designado,
Jimin se sentia seguro o suficiente sobre sua relação para saber que Guk
não faria isso; mas porque uma grande parte dele tinha certeza de que
Jeongguk nunca o amaria de volta, e que estava fadado a sofrer.
Esse pensamento tentador era tudo no que conseguia pensar depois que
Jeongguk o beijou. Pensar sobre a possibilidade enviou arrepios de calor
por seu corpo.
Mas antes que pudesse agir, precisava saber com certeza que Jeongguk
realmente o queria.
Na noite seguinte, Jimin voltou de suas aulas mais cedo que o habitual.
Embora já fossem nove horas, Jeongguk não estava em casa ainda.
Normalmente ficava preocupado quando Jeongguk trabalhava até mais
tarde - mas naquele dia isso lhe convinha muito bem.
Jimin sorriu para seu reflexo. A cor realçou seus olhos. Pelo fato de ser
mais baixo que Jeongguk, a camiseta parecia bem grande nele, caindo
logo abaixo de suas coxas. Era o comprimento perfeito, não muito curto
para parecer indecente, mas curta o suficiente para acentuar suas pernas.
Suas pernas eram sua melhor característica na opinião de Jimin, e ele
não era tímido em explorá-las. Nem para explorar o fato de que
Jeongguk gostava de vê-lo em suas roupas. Jeongguk não era óbvio a
respeito disso, mas sempre o tocava mais quando Jimin usava suas
roupas. Isso tinha que significar alguma coisa, certo?
Jimin foi para a sala de estar na hora de abrir a porta para o entregador
de pizza. Depois de pagar pela pizza e colocar na mesa do café, ligou a
TV e esticou-se no sofá. Jeongguk mandou-lhe uma mensagem que
estaria em casa logo. Agora tudo o que tinha que fazer era esperar.
— Era.
— Provavelmente.
— Tem pizza.
Jimin estava feliz que Jeongguk não pudesse ver o olhar apaixonado no
seu rosto.
— Uma semana.
E quanto a mim?
— Parece que há uma história aí. — Disse Jimin. Jeongguk não disse
nada por alguns instantes.
Talvez tivesse, afinal. Nunca viu Jeongguk com uma mulher que
estivesse realmente interessado. Lembrar-se da sexualidade de Jeongguk
foi como um soco no estômago. E pensar que realmente alimentara o
pensamento de que Jeongguk podia querê-lo... Parecia tão patético e
ridículo agora.
Jeongguk ainda estava apaixonado por aquela mulher? Iria vê-la
enquanto estava no Japão?
Então Jimin usou tudo que aprendera no MI6 e colocou um sorriso nos
lábios, um sorriso que não conseguia sentir. Ele brincou, sorriu, e até riu.
Se Jeongguk notou algo, não comentou.
A noite foi... Tolerável. Mesmo que seu patético plano de sedução foi
um fracasso total, não ia reclamar de uma noite que passara com
Jeongguk.
Homens heterossexuais não se tornam gays na vida real. Pelo menos não
para alguém como Jimin.
Capítulo 27
— E talvez seja uma precaução normal para ele. — Disse Jeongguk, seu
tom tão frio quanto o dela. — Pessoas como Demidov são muito
inteligentes para serem pegas assim.
Jimin.
— Ei! — Ele disse, sua voz quente, brilhante e alegre. Feliz por ouvi-lo.
— Oi.
— Não é nada que não esperava. Mas sim, foi um longo dia. — E tudo o
que quero agora é você.
— Hum?
— Tive um encontro com Andy ontem à noite.
— O quê?
— Você gostou?
O que diabos você está fazendo? Uma voz grunhiu no fundo de sua
mente, mas Jeongguk estava além de ser razoável. Queria ouvir Jimin -
seu Jimin, droga - confirmar que era dele, de Jeongguk e de mais
ninguém.
— Por que você está perguntando isso? O que importa para você?
Jimin tinha dezoito anos. Não era uma criança. É normal que beije e faça
sexo com pessoas de sua idade. Com essa idade, Jeongguk transava
todos os dias.
Não era da conta dele com quem Jimin fodia. Jeongguk era apenas o...
Quem exatamente ele era para Jimin? Apenas um homem mais velho
com quem ele morava. Um amigo. E nada mais. Não era dono do garoto
e essa possessividade estranha era grosseira.
Jimin zombou.
— Quem?
No fundo, ele pensou que ela estava certa e que, eventualmente, eles
reavivariam sua relação.
Mas dois dias atrás, quando se sentou em frente a ela no restaurante que
frequentavam, Jeongguk percebeu que não podia imaginar estar com ela.
Os sentimentos desapareceram. Não restava mais nada além de uma
atração superficial por uma mulher bonita e inteligente. Ela não mudou
nos três anos desde que a viu pela última vez - ainda pequena e bonita,
seu rosto em forma de coração tão deslumbrante quanto se lembrava -
mas sua risada já não aquecia seu peito e a curva de seus lábios não fazia
seu coração bater mais rápido. Foi estranho, porque não se lembrava de
ter deixado de amá-la.
— Você não está voltando, está? — Disse Asami calmamente, seus olhos
doces enganosamente suaves.
Ele podia ver o arrependimento e a nostalgia em seu olhar, mas ela não
pareceu ficar com o coração partido. Uma parte dela tinha claramente
seguido em frente.
— Foi bom. — Disse com uma voz cortada, ainda irritado com a
mudança de assunto. Não havia terminado de falar sobre o encontro de
Jimin com aquele garoto cheio de espinhas. Apenas pensar nos lábios de
Andy nos de Jimin, na língua de Andy na doce boca dele, o fizeram
querer bater em algo. Ou matar alguém.
O quê?
Por um longo tempo, houve apenas silêncio. Tudo o que Jeongguk podia
ouvir era o som da respiração de Jimin. Sentia-se incrivelmente íntimo,
como se não estivessem separados por meio mundo.
Jeongguk sentiu sua mão se mover para seu pau, que já estava meio duro
por razões que não queria pensar. Acariciou-se lentamente por cima de
sua calça.
Quero lhe dar tudo o que quiser. Quero cuidar de você, vou cuidar tão
bem de você.
Mas é claro que faria isso. Não era como se tivesse uma escolha.
Sorriu, flertou e provocou Luke, sua postura relaxada e seus olhos fixos
em Luke atentamente, mesmo que sua mente estivesse preocupada com
outras coisas.
Jeongguk lutou para manter sua postura relaxada inalterada. Seu sangue
esfriou, seus instintos protetores entraram. Por fora, sorriu, fazendo uma
cara de surpresa.
— Você conheceu Jimin? Ele não disse nada sobre isso quando
conversamos.
— Sim. — Disse Luke. — Você não mencionou que não vivia sozinho.
Era curioso. Para não soar presunçoso, mas Luke foi a primeira pessoa
em sua carreira que estava se mostrando difícil de encantar. Isso fez com
que se perguntasse se Luke tinha sentimentos por outra pessoa. Para o
bem de Luke, esperava que esse alguém não fosse Roman Demidov.
— Espero que você não seja. — Disse Jeongguk, olhando para Luke
através de olhos pesados e olhando para os lábios dele. — Eu gosto do
cabelo, por sinal. Nem sabia que o seu era tão encaracolado.
— Porque as pessoas têm lixo em suas mentes. Sim, sei que parece
estranho. Ele mora comigo, sou aberto sobre minha sexualidade, e sou
muito mais velho do que ele. Não somos parentes, ainda assim paguei
por sua educação, pago por tudo, então, claro, as pessoas começam a
assumir alguma besteira. Jimin é hétero, é uma criança, e não sou um
maldito pedófilo, mas algumas pessoas ainda pensam que sou seu papai
de açúcar. — Jeongguk riu, como se fosse a coisa mais ridícula que já
ouviu.
Jeongguk sentiu seu sorriso desaparecer. Ele não gostou do que Luke
estava dizendo. Não o incomodava quando Jimin fazia piadas sobre ser
seu bebê, mas o aborreceu que Luke estava implicando que seu
relacionamento era um arranjo mutuamente benéfico baseado em
dinheiro.
— Jimin não fica comigo por causa do meu dinheiro. Sou sua família. —
Gostava de gastar seu dinheiro com Jimin e sabia que ele gostava
secretamente de todos os mimos e atenção, mas não era somente sobre
dinheiro. Isso Jeongguk tinha certeza. O dinheiro não era o ponto.
Até Jimin.
Jimin, Jimin, Jimin. Droga. Ultimamente era somente nisso que pensava.
Capítulo 28
— Guk!
Olhou na direção de Luke, fingindo notá-lo agora. Sorriu para ele por
cima do ombro de Jimin.
— Oi.
Jeongguk podia contar em seus dedos o número de vezes que ficou tão
surpreso.
Porra.
Mas não havia nada que pudesse fazer. Tinha que jogar seu papel até o
fim.
— Ter um cara lindo e doce no meu braço não foi exatamente uma
dificuldade para mim.
— O que aconteceu?
— Por que acha? — Jeongguk disse, colocando uma mão na porta acima
da cabeça de Jimin e pairando sobre ele. Olhando para o seu rosto
confuso, queria... Os dedos da mão livre flexionaram, coçando para
tocar. — Ele me largou. Aparentemente, acha que estou muito ligado a
você para ser um bom namorado para ele.
— Eu falhei na missão porque Amanda achou que era uma ótima ideia
me designar para uma missão de papaizinho e comprometer meu
disfarce. E, então, falhei em fazer Luke acreditar que te dei uma casa
porque senti pena de você, que é apenas uma criança pela qual sinto
pena. — Ele riu. — Luke queria um homem que o colocasse em
primeiro lugar. Em vez de convencê-lo de que poderia ser esse homem,
disse a ele que sua presença em minha casa não estava em discussão. —
Jeongguk deu uma risada, incapaz de acreditar que realmente dissera
isso. — É como se eu não pudesse pensar quando... Não tenho ideia de
como vou explicar isso aos superiores.
— O que você fez comigo? — Ele não podia acreditar no que havia
acontecido com suas prioridades. Tudo o que queria no momento era
respirar Jimin, tocá-lo em todos os lugares, pressionar seus corpos mais
perto e enterrar-se nele. Estava inalando o cheiro de Jimin como um
homem obcecado, deixando queimaduras de barba na bochecha macia
de Jimin.
— Guk...
— O quê?
— Isso faz dois de nós. — Ele tinha pensado muito desde a sua ligação
para Jimin, mas ainda não tinha ideia do que era isso. Era inegável que
tinha um traço possessivo imenso por este garoto. Mal podia negar o
quanto odiava a ideia de homens, além dele, tocando Jimin.
E essa era outra coisa. Ele não podia mais fingir que sua necessidade de
tocar em Jimin era platônica. Não era. Parece que ficou tão
emocionalmente ligado ao garoto que queria estar fisicamente ligado a
ele também, sua sexualidade seria condenada.
Jimin não disse nada. Ainda estava muito apertado contra ele.
Suspirando, Jeongguk se virou para dizer a Jimin que tinha que ir, mas
ele não estava em lugar algum para ser visto, a porta da frente
escancarada.
Jimin andou. Nem sabia para onde estava indo. Só sabia que tinha que se
afastar dos olhos negros acusadores de Jeongguk.
Jeongguk ainda não sabia que Luke falou com ele várias vezes enquanto
estava fora, e Jimin tinha fodido. Sabia que não havia conseguido conter
totalmente seu ciúme. Foi rude e agressivo com Luke, apenas querendo
que ele saísse da casa. Jimin provavelmente tornou óbvio que não via
Jeongguk como um garoto hétero desabrigado veria a pessoa que o
deixava morar em sua casa.
Um parasita. Isso era o que ele era, não é? Jeongguk gastou uma quantia
estúpida de dinheiro e tudo o que conseguiu foi uma missão fracassada,
cortesia de Jimin. E não foi uma missão pequena. Era uma missão de
alto perfil, que Jeongguk tinha passado anos construindo o disfarce. O
fracasso da missão colocaria o MI6 de volta vários anos. Quantas
pessoas morreriam por causa disso? Quantas pessoas morreriam por
causa de Jimin? Quantas pessoas morreriam antes que Jeongguk
percebesse que Jimin não valia as vidas perdidas e danificadas?
Claro, Jeongguk gostava dele, mas aos olhos de Jeongguk, seu apego por
Jimin comprometera sua missão. Quantos dias seriam necessários antes
dele começar a lamentar dar-lhe uma casa?
Não era como se tivesse uma chance de ser mais. Jeongguk não o queria
assim, na verdade, não. Claro, Jeongguk era possessivo, protetor e
apaixonado por ele, mas essas emoções não eram amor. Alguém poderia
ser apaixonado e protetor de uma criança. Alguém poderia ser
possessivo com um brinquedo comprado. Possessividade não tinha nada
a ver com amor.
Jeongguk tinha uma mulher que amava, esperando que voltasse para ela.
Tudo o que sentia por Jimin claramente não era sério o suficiente para
impedir que ele se reunisse com seu pássaro japonês. Luke Whitford
entendera tudo errado. Jeongguk definitivamente não colocou Jimin em
primeiro lugar em sua vida, e nunca faria isso.
Você tem alguma ideia do quanto estraga tudo? Você estragou tudo.
Além disso, não precisava ver Jeongguk para informá-lo de que estava
saindo.
Jimin pegou seu telefone - o único elo restante entre ele e Jeongguk - e
digitou uma mensagem rápida. Devia muito a Jeongguk.
Jimin olhou para o texto, hesitando. Meio que queria dizer a Jeongguk
que o amava. Poderia nunca ter o amor de Jeongguk, mas não queria ser
lembrado por Jeongguk como aquele garoto gay estúpido, com uma
queda por ele.
Uma paixão era algo excitante, juvenil e fugaz. A sensação que apertava
seu peito quando Jimin olhava para a foto que definiu como fundo da
tela de bloqueio não era nenhuma dessas coisas. Havia tirado aquela foto
há algumas semanas. Jeongguk estava hilário e mal-humorado naquela
manhã de domingo, recusando-se a sair da cama e encarando Jimin
sonolento por acordá- lo. Ele disse a Jeongguk que a foto era engraçada
demais para não ser sua tela de bloqueio. Não lhe dissera que o fazia
sorrir cada vez que a via.
Mordendo o lábio com tanta força que podia sentir o gosto do sangue,
enviou a mensagem sem acrescentar nada que iria se arrepender depois,
desligou o telefone e jogou na lata de lixo mais próxima.
Capítulo 29
Ele era forte. Não ia voltar correndo para Jeongguk. Ele era forte.
Capítulo 30
Foi um acidente.
E lá, logo abaixo dessa manchete, havia uma foto de Luke Whitford
sorrindo para Roman Demidov.
Isso fez Jimin rir. Se aquele homem de olhos frios fosse capaz de amar,
comeria o chapéu.
Mas isso o fez se perguntar por que Demidov havia se mudado para a
Inglaterra. Se era verdade que Luke estava namorando com ele, isso
praticamente confirmava que estava envolvido na morte de seu próprio
pai.
Não era da sua conta. Considerando o que fazia para viver, seria o auge
da hipocrisia de repente querer ajudar as autoridades. Mas...
Por fim, foi culpa dele que o MI6 não tenha se infiltrado nas Indústrias
Whitford.
Jimin olhou para a casa grande e não se moveu de seu lugar. Tinha que
ter cuidado. Depois de sua passagem pelo MI6, tinha uma ideia de que
medidas de segurança malucas o russo poderia ter. Jimin suspeitava que
não havia nenhuma maneira que pudesse entrar naquela casa sem
disparar alarmes de segurança.
Mas quando deu uma boa olhada nas chaves, franziu a testa infeliz.
Eram chaves de alta segurança, que eram impossíveis de copiar. Deveria
ter esperado que não fosse tão fácil. Agora teria que esperar que a
mulher não notasse as chaves perdidas e avisasse a segurança de
Demidov cedo demais.
Como o tempo era essencial, voltou para a casa de Demidov o mais
rápido que pôde.
Estava completamente escuro quando chegou lá. Até onde sabia, depois
de horas de vigiar a casa, havia seis seguranças, mas a maioria parecia
estar no que imaginava ser a sala de segurança, e apenas dois guardas
pareciam patrulhar regularmente a casa. Seria um desafio, mas não
recebeu o apelido de Sombra por nada.
Apesar de ter um tempo desde que participou de uma invasão - não era
sua especialidade - a experiência passada de Jimin o ajudou muito a
navegar por uma casa desconhecida. Mas seu progresso não foi ajudado
pelo fato de que algumas vezes teve que se esconder em quartos quando
os guardas de patrulha passavam por ele.
Para ser justo, isso não poderia ser feito por amadores, o bloqueio seria
travado se cometesse um erro, mas, felizmente, Jimin não era um
amador.
Você não dá a mínima para os crimes deles, disse uma voz maliciosa no
fundo de sua mente. A única coisa que quer é agradar Jeongguk e ter
um motivo para contatá-lo.
Jimin franziu os lábios, abrindo outra gaveta. Claro que se importava em
deter pessoas más.
Aquilo não era verdade. Jeongguk não o encontrou porque Jimin tinha
sido cuidadoso, não porque... Não porque...
Era uma coisa boa que estava preparado. Tirou um pendrive do bolso e
conectou.
Mais tarde, iria culpar o brilho da tela e sua alegria pela invasão bem-
sucedida por sua falta de atenção na porta.
Mais tarde, ele se culparia por ficar ganancioso demais e querer copiar o
máximo de documentos possível.
Capítulo 31
Jimin engoliu em seco, suando frio. Havia algo sobre esse homem que o
fazia sentir medo. Jimin se perguntou se saltar do terceiro andar seria
menos doloroso do que o que Demidov faria com ele.
Jimin quase gemeu. Apenas a sorte dele. Luke Whitford tinha o pior
timing do mundo.
— Que é aquele?
Antes que Jimin pudesse ter esperanças de que ele não seria
reconhecido, Luke esmagou essa esperança também.
— Espere, eu o conheço.
Jimin engoliu em seco, olhando nos olhos gelados do russo. Ele podia
sentir que este homem não fazia ameaças vazias. Ele mataria Jimin sem
hesitação.
Roman riu.
— Você percebe que seu silêncio é sem sentido, certo? Sua presença
aqui confirma que Jeon não é quem ele parece ser.
— Você realmente acha que Jeongguk está por trás disso? — Luke
interrompeu, franzindo a testa.
— Alguma vez você vai desistir? Jeongguk nunca foi meu namorado. E
eu realmente duvido que ele seja...
Jimin desviou o olhar. Era mais fácil mentir para Demidov, que nem
parecia ter um coração, do que para Luke.
— Eu não sei do que você está falando. Jeongguk não tem nada a ver
com porque estou aqui. Sou realmente um membro da gangue de Billy
loirinhoknap. Você pode checar; estou dizendo a verdade. Eu não moro
mais com Jeongguk. Não o vejo há meio ano.
— Três, dois...
— Ele tinha idade suficiente para invadir a minha casa. — Disse Roman.
— Você tem alguma ideia do que ele estava tentando roubar, e quase
conseguiu? — Ele deu a Luke um olhar que Jimin não entendeu. —
Você sabe que ainda não terminei.
Para a surpresa de Jimin, Roman apenas deu a Luke um olhar fixo antes
de empurrar Jimin para a cadeira e forçá-lo a se sentar.
— Eu não sei por que você ainda tem o número de Jeon. — Disse ele,
pegando o celular de Luke e dando a arma para ele.
— Você não deveria ligar para Vlad lidar com isso? — Luke disse. — É
um problema de segurança. Esse é o trabalho dele.
Jimin olhou para Luke, desnorteado como ele poderia estar ao lado deste
homem. Luke não parecia mau. Ele parecia normal.
— Como você pode estar com um homem assim? — Ele deixou escapar
antes que pudesse se conter. — O sexo é tão bom?
Luke piscou.
Luke olhou furioso para Roman, suas bochechas coradas. Então ele
olhou para Jimin com um olhar apertado.
— Ele não é mau.
— Ele não é. Quero dizer, ele pode ser um bastardo total para as pessoas
que não ama, mas no fundo, ele é um pouco sentimental.
— Não seja muito duro com ele. Sua esposa acabou de dar à luz. É
totalmente compreensível que estivesse distraído.
— Estou muito feliz por ele e sua esposa, mas isso não justifica sua falta
de vigilância. Isso - apontou para Jimin - é inaceitável.
— Você não tem motivos para ficar com ciúmes. Eu não tenho uma
torção de sequestro.
Luke bufou.
— Sim?
Luke suspirou.
Capítulo 32
Jimin não tinha certeza se estava respirando quando a porta abriu e dois
guardas de segurança empurraram Jeongguk para dentro.
Olhou para Jeongguk faminto, seus olhos percorrendo todo o rosto dele,
absorvendo seus penetrantes olhos escuros, a curva de seus lábios, seu -
seu tudo. Deus, como poderia uma pessoa ainda dar a sensação de
chegar em casa depois de meio ano de intervalo?
Jimin piscou, sem saber o que fazer com aquilo. Se não soubesse
melhor, acharia que Jeongguk tinha medo de armas.
— Esse é o seu novo namorado, certo? E o que Jimin está fazendo aqui?
— Ele olhou diretamente para Jimin, que estava olhando para ele. —
Onde diabos você esteve todos esses meses? Tem alguma ideia de como
fiquei preocupado?
A arma parou de pressionar com força contra sua têmpora, então eles
devem ter sido convincentes. Mas a voz de Roman ainda estava fria
quando ele disse:
— Você está alegando que não tem nada a ver com o seu garoto
invadindo minha casa e meu computador?
— Eu não tinha para onde ir. — Disse ele, com a voz embargada. —
Precisava de proteção contra Tucker. Então fui até a gangue de Billy
loirinhoknap. Preciso pagar por sua proteção, e roubar é a única coisa
em que já fui bom.
— Não estou sugerindo nada. — Disse Roman e envolveu sua mão livre
em volta da garganta de Jimin frouxamente. — Essa não era uma
pergunta retórica, Jimin.
— Não, não foi uma coincidência. — Disse Jimin, sua mente correndo e
seu estômago revirando. Deus, ele não queria deixar Jeongguk para
baixo novamente. Eles disseram que a melhor mentira continha um
elemento de verdade. Mas seria suficiente para convencer alguém como
Roman Demidov? — Alguns dias atrás, me deparei com um artigo sobre
Luke e você. Isso chamou minha atenção apenas porque eu conhecia
Luke. O artigo dizia que você se mudou para a Inglaterra muito
recentemente e que era muito rico. Dizia que estaria fora da cidade no
Natal. Então pensei... Pensei que não devia ser muito difícil invadir sua
casa. Era provável que com todo o caos da mudança sua segurança ainda
não seria perfeita. — Ele olhou de lado para Roman, na esperança de
avaliar o quão bem estava indo, mas o rosto do russo era impossível de
ler.
— Isso não explica por que você estava invadindo meu computador. —
Disse Roman. — Alguém poderia pensar que um ladrão estaria mais
interessado em posses materiais.
Jimin zombou.
Pela primeira vez em sua vida, Jimin ficou incrivelmente grato por ser
um loiro pálido. Não foi difícil fazer-se corar.
— Eu fiquei nervoso e menti, ok? Ouvi algumas coisas sobre você, mas
não tenho ideia de quais são verdadeiras. — Ele baixou a voz também.
— Ninguém sabe muito sobre você. É um peixe novo na lagoa. Todo
mundo quer saber por que se mudou para cá e o que quer. É por isso que
qualquer informação sobre você é tão valiosa. Menti porque você
parecia querer me matar.
Roman deu-lhe um olhar longo e penetrante. Jimin mal resistiu ao
impulso de se contorcer. Só o fato de poder sentir o olhar inabalável de
Jeongguk sobre ele deu-lhe forças para não desmoronar e se entregar.
— Como posso dizer que você não está mentindo de novo? — Roman
disse, a mão apertando em torno de sua garganta - apenas um pouco,
mas o suficiente para fazer os pulmões de Jimin doerem.
Quando eles viraram a cabeça, foram recebidos com a visão de uma faca
afiada pressionada contra a garganta de Luke. E Jeongguk... O
empresário inofensivo e confuso tinha ido embora. Era como olhar para
uma pessoa diferente.
O rosto de Jeongguk era duro, seus olhos escuros fixos em Roman. Luke
estava muito quieto e com os olhos arregalados. Ele nem parecia estar
respirando, uma pequena gota de sangue visível em sua pele leitosa,
onde a faca estava pressionada contra o pescoço dele. Um pequeno
movimento da mão de Jeongguk poderia ser fatal.
Franzindo a testa, Jimin olhou para Jeongguk confuso. Ele estava sendo
honesto? Certamente Jeongguk não tinha desistido do MI6? Ele amava o
seu trabalho!
— E você acha que pode me ameaçar, sair daqui e continuar com sua
vida?
Ele parecia divertido, mas Jimin sabia que não se sentia realmente
divertido. Podia sentir a incrível tensão no corpo de Roman. Pela
primeira vez, Jimin considerou a possibilidade de que o russo
aparentemente sem coração pudesse genuinamente amar Luke. Não
havia outro motivo para não atirar em Jeongguk. Ele tinha uma arma
contra a têmpora de Jimin e seguranças apenas a um grito de distância.
Tinha toda a vantagem do mundo.
Jimin tropeçou e quase caiu, mas a mão de Jeongguk pegou seu braço
em um aperto de ferro. Pegando a arma, Jeongguk praticamente arrastou
Jimin para fora do escritório.
A última coisa que Jimin viu antes que a porta se fechasse atrás deles foi
o olhar de alívio no rosto de Roman Demidov enquanto examinava o
pescoço de Luke, seu outro braço apertado ao redor de seu amante.
Capítulo 33
Assim que ficaram sozinhos, Jimin percebeu que havia algo de errado
em Jeongguk. Além do forte aperto no seu braço, Jeongguk não lhe deu
atenção, seus olhos escuros percorreram o corredor e olharam para
qualquer lugar menos para ele. Jimin pensaria que Jeongguk estava
apenas procurando por perigo, mas podia sentir que não era só isso.
Jimin olhou para ele, começando a ficar chateado também. Sim, ele
tinha fodido tudo, mas quase conseguiu! Foi puro azar que Roman
tivesse voltado para casa. Por que Jeongguk estava tratando-o desse
jeito?
Jimin estava tão chateado com isso que não podia nem se sentir culpado
quando quatro guardas armados os encontraram na porta da frente.
— Ligue para seu chefe e deixe-me falar com ele por alguns instantes.
— Se eu não voltar dentro de uma hora, você vai ter o MI6 batendo na
sua porta. — Disse Jeongguk ao telefone. — Tenho certeza de que você
tem coisas melhores para fazer no Natal do que responder a perguntas
desconfortáveis.
Jimin não pôde ouvir o que Roman disse, mas fez os músculos de
Jeongguk ficarem tensos.
Ele devolveu o telefone ao guarda, que ouviu o que quer que Roman
dissesse e baixou a arma.
— Você pode ir.
— Entre. — Ele gritou sem olhar para Jimin quando sentou no banco do
motorista.
Jimin fechou as mãos em punhos e olhou pela janela, fingindo que não
podia sentir a tensão sufocante e furiosa no carro e ciente do corpo de
Jeongguk com cada centímetro dele. Mesmo agora, apesar de sua atitude
defensiva, raiva e culpa, suas entranhas doíam com necessidade. Seu
coração não se importava que Jeongguk estivesse zangado com ele e
nem seu corpo. Tudo que o seu corpo queria era as mãos de Jeongguk
nele, desejando qualquer contato, seja gentil ou violento.
Jimin não se apressou em sair do carro. Foi lento o suficiente para forçar
Jeongguk a pegar seu braço e arrastá-lo para fora, a pele de Jimin
formigou pelo contato apesar das camadas de tecido entre eles.
— Sinto muito por ter sido pego, mas você não precisava intervir! Eu
quase o convenci, pude sentir! Você estragou seu disfarce
desnecessariamente! Se esperasse alguns minutos... — Ele guinchou
quando Jeongguk sentou no sofá e o puxou de bruços sobre o colo.
— Esperar pelo quê? — Jeongguk gritou, puxando a calça de moletom e
cueca de Jimin. — Por ele sufocá-lo? — Ele trouxe uma mão para baixo
na bunda de Jimin, com força.
— Você está falando sério? Eu não sou criança para apanhar! E ele não
estava me sufocando! Estava tudo sob controle... Oof.
— Você teve sorte que Luke estava com ele. — Jeongguk disse,
entregando outra palmada dolorosa. — Ele é o ponto fraco de Demidov.
Se Luke não estivesse lá... — Sua mão ficou imóvel, apenas um peso na
bunda de Jimin antes que seu toque se transformasse em um aperto
contundente. — Porra, você tem alguma ideia...
A próxima coisa que Jimin sabia era que estava de costas e Jeongguk
estava em cima dele, sólido, pesado e perfeito.
— Pare de parecer assim quando foi você quem me disse para não te
procurar. Ou queria que eu fosse um daqueles idiotas assustadores e
controladores que perseguem as pessoas contra seus desejos?
Jimin olhou para ele, realmente olhou para ele pela primeira vez naquela
noite. Embora Jeongguk estivesse tão devastadoramente bonito como
sempre, havia linhas cansadas e tensas ao redor dos seus olhos que
falavam de noites sem dormir e estresse.
Será que... Teria sido tão ruim para Jeongguk quanto para ele? Isso
poderia ser possível?
— E então eu recebo o telefonema do sangrento Roman Demidov. —
Disse Jeongguk. — Porque você decidiu que era uma boa ideia invadir a
casa de um chefe do crime russo?
Sua mão finalmente tocou a bochecha de Jimin, o toque mal lá, mas tão
bom, e um pequeno gemido subiu do fundo do peito de Jimin. Ele virou
a cabeça para pressionar os lábios trêmulos na mão de Jeongguk,
sentindo-se envergonhado por sua carência, mas incapaz de se controlar.
Jimin fez um barulho que nem sequer soava humano, sua mente
felizmente vazia quando Jeongguk deu-lhe um profundo beijo sujo. Ele
não podia nem beijar de volta, de tão sobrecarregado que estava.
Só podia se contorcer sob o corpo pesado de Jeongguk e aceitar o ataque
em sua boca, deixando Jeongguk fazer o que quisesse, desde que não
parasse.
Ele não conseguia nem entender mais o que estava acontecendo, o que
isso significava ou por que Jeongguk estava devorando sua boca como
se fosse um banquete e ele um homem faminto. Jimin também se sentia
muito faminto para se importar.
Sua mente estava muito lenta e confusa com desejo e alívio - finalmente,
senti sua falta, precisava que você precisasse de mim - então demorou
um tempo embaraçoso para perceber que Jeongguk o carregava para
algum lugar, suas bocas ainda unidas.
Cama. Esta era uma cama em que ele estava, e então estava nu, em
seguida Jeongguk estava nu também, nu e em cima dele, e havia tanta
pele que se sentiu tonto e oprimido.
Ele perdeu a noção do tempo de uma maneira que nunca fez durante o
sexo. Não era como se Jimin nunca tivesse sentido desejo; isso era outra
coisa. Ele nunca se perdeu em um homem até Jeongguk, e a sensação era
tão assustadora e avassaladora quanto estimulante.
Era glorioso, incrível, mas não estava nem perto o suficiente. Depois de
meses separados, se sentia muito faminto e carente, precisando de mais,
mais e mais, precisando sentir Jeongguk em todos os lugares: nele,
debaixo dele, ao redor dele, dentro dele, tão fundo quanto podia até
Jimin saciar os meses de separação. Fome queimava seu corpo de dentro
para fora.
Jimin não tinha certeza se estava dizendo aquelas palavras em voz alta,
mas deve ter, porque Jeongguk estava empurrando um dedo
escorregadio dentro dele, e Jimin absolutamente se perdeu,
choramingando, ofegando e exigindo mais.
Era uma dor boa, mas não tinha nada a ver com o prazer de balançar seu
corpo toda vez que Jeongguk puxava para fora e enchia-o até a borda
novamente. A plenitude parecia inacreditavelmente boa, mas o ritmo do
pênis de Jeongguk era muito lento. Era certamente uma tortura.
Deus, Jimin não tinha certeza de quanto tempo durou. Cada músculo em
seu corpo estava se esforçando com a necessidade de obter mais de
Jeongguk, mais de seu pênis, mais de tudo, apesar de Jeongguk estar
mantendo-o tão cheio que podia sentir todo o caminho em sua barriga.
Lutando para estabilizar sua respiração, Jimin olhou para o teto, de olhos
arregalados. Jeongguk estava praticamente esmagando-o sob seu peso,
mas Jimin mal notou isso.
— Guk?
— Mmm? — Jeongguk murmurou, sua mão acariciando as costas de
Jimin antes de se fixar em sua bunda.
— Você quis dizer isso? — Jimin disse, sua voz mais incerta do que teria
gostado. — Realmente me ama?
— Diferente?
— O quê?
— Pensei que você parecia muito bonito em meus braços, todo corado e
excitado. — Jeongguk bufou. — Olhando para trás, é meio óbvio que
houve alguma atração latente desde o começo, mas eu não reconheci o
que era porque não achava que poderia ser atraído por homens. Tipo,
passei horas tentando encontrar algo atraente em Luke, de modo que
seria mais fácil fingir atração por ele, mas não pensei duas vezes que
nunca tive esse problema com você.
— Jimin, passei toda a viagem ao Japão tentando não ligar para você a
cada hora como um estudante apaixonado. Para ser honesto, esperava
que o encontro com Asami me distraísse. Estava ficando embaraçoso
como o inferno.
— Você também?
— Por quê?
— Você sabe que isso estava vindo por um tempo. Tornou-se mais difícil
equilibrar os dois trabalhos sem comprometer nenhum deles. Então fiz a
escolha. — Uma ruga se formou entre as sobrancelhas de Jeongguk. —
Talvez eu esteja envelhecendo, mas meu trabalho na Grayguard me dá
uma sensação de estabilidade que é mais atraente quanto mais eu ganho.
Não sou o viciado em adrenalina que já fui. E mentir o tempo todo mexe
com minha cabeça. — Os nós de Jeongguk roçaram o lábio inferior de
Jimin. — Eu estava tão ocupado vivendo vidas falsas que perdi a única
coisa real que queria. Então parei.
— Você a-acha... A-Acha que sou a coisa real? — Jimin corou com a
gagueira, odiando o quão inseguro soou, mas tinha ficado tão
acostumado a pensar que Jeongguk nunca retornaria seus sentimentos
que ainda não parecia real.
— Estamos em perigo?
— O quê?
Jeongguk riu.
— Certo, Sr. ―É apenas uma paixão!ǁ Isso deveria ser uma confissão de
amor?
Epílogo
A pequena aldeia nos Alpes Suíços não recebia muitos recém- chegados.
Às vezes, havia turistas procurando novas rotas de esqui, mas a vila não
ficava perto das principais atrações turísticas, por isso não acontecia com
muita frequência.
— Ele me comprou num leilão. — Jimin disse com um sorriso que era
deliciosamente sujo.
Sophie corou. Ela pode ser velha, mas não estava morta. Jeongguk deu
ao marido uma expressão sofredora e disse:
Fim