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PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO CIVIL.

Princípio Da Inafastabilidade Do Controle Jurisdicional

Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

A ninguém, nem ao legislador, nem ao administrador, nem ao próprio julgador, é dado o


direito de afastar qualquer causa da apreciação do poder judiciário, Art 5º XXXV CF/88 - a lei
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

2. Princípio Do Devido Processo Legal

O inciso LIV do art 5º da Constituição Federal prevê que “ninguém será privado da liberdade


ou de seus bens sem o devido processo legal”, assim, o devido processo legal é uma
garantia contra o exercício abusivo do poder.

3. Princípio Da Dignidade Humana

O art 8º do NCPC impõe que o órgão julgador, no processo civil brasileiro “resguarde e


promova” a dignidade da pessoa humana, conforme um dos fundamentos da República
(art. 1º III da CF), exemplo: a) prioridade na tramitação processual, pessoa com doença
grave ou idoso, art. 1.048 I NCPC.

4. Princípio Da Legalidade

O art 8º NCPC impõe ao juiz o dever de observar o Princípio da legalidade, impõe que o juiz


decida os casos em conformidade com o Direito (todo o ordenamento jurídico e não apenas
com base na lei, que é apenas uma de suas fontes primarias e secundarias (costumes,
analogias).

5. Princípio Do Contraditório

Aplica-se o princípio do contraditório, derivado que é o devido processo legal, inciso LV do


art 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. O
Princípio do Contraditório é o reflexo do princípio democrático na estruturação do processo,
devendo ser visto, como exigência para o exercício democrático de um poder.

Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

EXCEÇÃO: Tutela provisória de urgência; cirurgia, dentre outros.

6. Principio Da Ampla Defesa


A ampla defesa é um direito fundamental de ambas as partes. Não há contraditório sem
defesa, igualmente é lícito dizer que não há defesa sem contraditório.

7. Princípio Da Publicidade E Motivação Das Decisões Judiciais.

Processo devido é processo público, o direito fundamental à publicidade dos atos


processuais está garantido pelo artigo 5º LX CF, art 8º e 11 NCPC.

Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

Contudo, a Constituição estabelece possibilidade de restrição (mas não eliminação) da


publicidade externa LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Art. 93. IX CF/88 todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença,
em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em
casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique
o interesse público à informação;

O art 189 NCPC, determina que alguns processos devem tramitar em segredo de justiça,


exemplo: direito de família: divórcio, alimentos, guarda de crianças e adolescentes.

Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente
das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

8. Principio Da Duração Razoável Do Processo

Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.

Art 5º LXXVIII CF/88 - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: II
- velar pela duração razoável do processo;

9. Principio Da Igualdade Processual (Paridade De Armas)


Art. 5º CAPUT, é a fonte normativa do princípio da igualdade processual, primeira parte do
art 7º NCPC: as partes devem ser tratadas com igualdade: imparcialidade do juiz, igualdade
no acesso à justiça sem discriminação, redução das desigualdades que dificultem o acesso à
justiça, como a financeira.

10. Principio Da Eficiência

O princípio da eficiência, aplicado ao processo jurisdicional, impõe a condução eficiente de


um determinado processo pelo órgão jurisdicional.

11. Principio Da Boa- Fe Processual

Os sujeitos processuais devem comportar-se de acordo com a boa-fé, que nesse caso, deve
ser entendida como uma norma de conduta 5º NCPC. Aquele que de qualquer forma
participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.

12. Princípio Da Efetividade

Os direitos devem ser além de reconhecidos, efetivados, processo devido é processo efetivo.

13. Principio Da Primazia Da Decisão Do Mérito

Deve o órgão julgador priorizar a decisão de mérito, tê-la como objetivo e fazer o possível
para que ocorra, a demanda deve ser julgada, seja ação principal, recurso. art 4º, 6º, 64, 76,
139 IX, 240, 282 § 2º, 317, 321, 485 § 7º, 488, 932 pu e 968 § 5º§ 6º e 1.029 § 3º.

14. Principio Da Segurança Jurídica E Da Confiança

15. Princípio da adstrição ou congruência.

O princípio da congruência trata de uma proibição ao magistrado decidir fora dos limites
estabelecidos ao autor, ou seja, nesse caso o magistrado está limitado. Não poderá o juiz
conceder nada a mais (ultra petita) ou diferente do que foi pedido (extra petita).

Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.

16. Princípio do Juiz Natural

Juiz natural é o juiz competente de acordo com as regras gerais e abstratas previamente
estabelecidas.
Dispositivos constitucionais: proíbe juízo ou tribunal de exceção art 5º XXXVII (criado, por
deliberação legislativa ou não, para julgar determinado caso) juízes de exceção são juízes
constituídos ad hoc vedado), e o que determina que ninguém será processado senão pela
autoridade competente LIII.

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS ÀS PROVAS:

Princípio da Comunhão das Provas

Uma vez produzida, a prova é comum, pertence ao processo e não à parte que a introduziu
no processo. Da mesma forma, a prova não pertence, exclusivamente, ao juiz e nem é
utilizada apenas pela parte que a produziu.

A comunhão da prova ocorre apenas após a sua produção. Ou seja, enquanto a prova não
foi produzida, a parte pode desistir de sua produção. Entretanto, durante o curso do
processo, após sua produção, uma parte só poderá desistir de utilizá-la com a concordância
da outra.

Sobre o tema, dispõe o CPP acerca da possibilidade de a parte desistir da inquirição de


qualquer testemunha arrolada, ressalvada a possibilidade de o juiz querer ouvi-la valendo de
seus poderes instrutórios

Art. 401 

§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas


arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código.

Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas,
além das indicadas pelas partes.

Princípio da Oralidade

Deve ser dada preponderância à palavra falada sobre a escrita, sem que esta seja
excluída. Da adoção desse princípio derivam dois subprincípios:

1. Princípio da Concentração
2. Princípio do Imediatismo

O Princípio da Concentração consiste na redução do procedimento a uma única audiência


(ou ao menor número delas), objetivando diminuir o tempo entre a data do fato e a do
julgamento.

Entende-se que a diminuição desse período de tempo favorece que a decisão final esteja
mais próxima da verdade. De acordo com o artigo 400, § 1º, do CPP, quando não é possível
a concentração da audiência, deve-se designar a próxima audiência para a data mais
próxima possível.

O Princípio do Imediatismo significa que o juiz deve ter contato imediato com a prova colhida,
formando o seu convencimento mais facilmente.
Princípio da Publicidade

O Princípio da Publicidade, previsto nos arts 5º, LX, XXXIII e 93, IX da Constituição Federal,
observa que os atos processuais devem ser realizados de forma pública, ou seja, sem sigilo
ou segredo, como forma de permitir o controle social dos atos e das decisões do Poder
Judiciário.

Desse modo, a publicidade fica restrita apenas em situações excepcionais, como o interesse
social e a preservação da intimidade. Diante desses casos, o juiz pode limitar o acesso aos
autos e a prática de atos processuais, desde que sua decisão seja fundamentada.

CF/88

Art. 5º 

LX. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. 
A publicidade pode ser dividida em geral e específica. A publicidade geral é o acesso aos
atos e autos do processo a qualquer pessoa. A publicidade específica diz respeito ao acesso
restrito aos atos e autos processuais às partes envolvidas (representante do MP, advogado
do assistente de acusação e o defensor).

Portanto, o que se pode restringir é apenas a publicidade geral.

O CPP, também, observou a defesa da privacidade ou da ordem como formas de restrição à


publicidade do processo:

Art. 201 

§6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade,


vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de
comunicação. 

Art. 792 

§ 1º. Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder


resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem,
o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento
da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a
portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar
presentes.
O artigo 234-B do Código Penal dispõe ainda que os crimes contra a dignidade sexual
correrão em segredo de justiça, observando, desse modo, a privacidade do ofendido.

Princípio da não autoincriminação

O Princípio da Não Autoincriminação, ou nemo tenetur se detegere, significa que ninguém é


obrigado a produzir provas contra si mesmo. O direito ao silêncio, previsto no artigo 5º, LXIII,
da Constituição Federal é apenas uma das várias decorrências do princípio da não
autoincriminação.

Consiste, de forma geral, na proibição de uso de qualquer medida de coerção ou intimidação


ao investigado (ou acusado), para obtenção de uma confissão ou para que colabore com
atos que possam ocasionar sua incriminação.
Este princípio é de extrema importância, já que está previsto no Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos (art. 14.3, g), bem como na Convenção Americana sobre Direitos
humanos (art. 8, § 2º, “g”).

O STF já declarou que a condução coercitiva de réu ou investigado para interrogatório,


constante do artigo 260 do CPP, não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, por
restringir a liberdade de locomoção e violar a presunção de não culpabilidade.

A decisão foi tomada no julgamento das ADPFs 395 e 444, ajuizadas, respectivamente, pelo
Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

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