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TEOLOGIA DE
BHAKTI-YOGA
Módulo Primeiro
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Sumário
Artigos Introdutórios
Citações da Bhagavad-gita 14
Exercícios 24
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Artigos Introdutórios
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Nós Não Somos o Corpo
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada
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sujeito se torna idoso, jara. Quem é um indivíduo sóbrio ou de bom
raciocínio pode entender: “Mudei meu corpo. Lembro-me de como eu
estava brincando e pulando quando eu era um garoto. Então, me tornei um
jovem e desfrutei de minha vida com amigos e familiares. Agora, sou um
homem velho. Uma vez que este corpo tenha morrido, entrarei em um novo
corpo.”
Por exemplo, eu era um garoto setenta anos atrás, após o que me tornei um
jovem, e agora me tornei um homem idoso. Meu corpo mudou, mas eu, o
proprietário do corpo, existo sem mudança alguma. É difícil entender?
Dehinah significa “o proprietário do corpo”, e dehe significa “no corpo”. O
corpo está mudando, mas a alma, o proprietário do corpo, permanece
imutável.
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por completo. Cada um de nós é um indivíduo, e Deus é um indivíduo.
Nityo nityanam cetanas cetananam: “Entre todas as pessoas eternas,
conscientes e individuais, uma é suprema.” (Katha Upanishad 2.2.13) A
diferença é que Deus jamais troca de corpo, ao passo que nós mudamos de
corpo no mundo material. Quando vamos para o mundo espiritual, não há
mais troca de corpo.
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qual não queremos morrer.
Nossa pergunta, então, deveria ser: “Se sou eterno, por que fui colocado
nesta vida temporária?” Esta é uma pergunta inteligente, que toca em nosso
verdadeiro problema. Sujeitos baixos, no entanto, deixam de lado tal
problema, pensando apenas em como comer, dormir, fazer sexo e se
defender. Mesmo se você dormir e comer bem, você, por fim, terá de
morrer. O problema da morte continua, mas eles não se importam com esse
verdadeiro problema. Eles estão muito alertas para solucionar seus
problemas temporários, os quais, na verdade, nem mesmo são problemas.
Os pássaros e as bestas também comem, dormem, têm intercurso sexual e
se defendem. Sabem como fazer todas essas coisas, mesmo sem a formação
dos seres humanos e sua dita civilização. Tais coisas, portanto, não são
nosso verdadeiro problema. O problema verdadeiro é que, apesar de não
querermos morrer, a morte acontece. Esse é o nosso verdadeiro problema.
Agora, Krishna diz, dhiras tatra na muhyati: “Uma pessoa sóbria não dá
consigo perplexa à hora da morte.” (Bhagavad-gita 2.13) Se você se
prepara para a morte, por que você deveria ficar perplexo? Se em sua
meninice e juventude, por exemplo, você se prepara bem e recebe
instrução, você terá um bom emprego, uma boa situação e será feliz.
Similarmente, se você se preparar nesta vida para voltar ao lar, voltar ao
Supremo, onde está sua perplexidade à hora da morte? Não há perplexidade
alguma, pois você saberá: “Irei para Krishna. Voltarei ao lar, voltarei ao
Supremo. Agora, não mais terei que trocar este corpo por um novo corpo
material; terei meu corpo espiritual. Agora, brincarei com Krishna e
dançarei com Krishna e comerei com Krishna.” Isso é a consciência de
Krishna.
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As Cordas que Amarram Todos Nós
Navina Syama Dasa
Assim como um artista plástico se vale das diferentes cores primárias para
produzir uma obra-prima, o Senhor usa os gunas como uma paleta para a
criação universal. Srila Prabhupada até mesmo correlacionou amarelo com
sattva, vermelho com rajas, e azul com tamas, explicando que essas cores
são “representações” dos gunas. E ele frequentemente descrevia como,
quando os três modos “se misturam”, dão origem a nove diferentes
combinações, e quando esses nove se misturam mais uma vez, produzem
81 combinações, e assim por diante.
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Os gunas são um aspecto da realidade descrito somente dentro das
tradições religiosas da Índia (os Três Destinos, da Grécia antiga, sendo uma
possível exceção). Os gunas, porém, não são um detalhe técnico ou uma
sutileza arcana, senão que exercem um papel central em moldar o mundo
como o conhecemos. Krishna fala sobre eles ao longo da Bhagavad-gita, e
toda oração mais extensa do Srimad-Bhagavatam faz menção a eles.
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pessoa orgulhosa, invejosa e sujeita aos caprichos emocionais da mente.
Uma agitada metrópole é um exemplo de um lugar no modo da paixão, e a
comida nesse modo é excessivamente picante, excessivamente salgada ou
excessivamente amarga. Como o prazer derivado de rajas se baseia no
prazer dos sentidos, é efêmero e rapidamente se torna dor.
Agora que temos uma noção do que são os gunas, podemos utilizá-los
como uma lente filosófica através da qual vemos o universo. Com base na
relação delas com os modos, podemos diferenciar entre as principais
categorias de existência. Comecemos com este mundo.
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O reino de matéria é um produto dos três gunas, no sentido de que a tríade
determina a forma que ele assume e como ele opera. Como resultado de seu
contato com eles, este mundo passa continuamente por vários ciclos de
existência: desativação, desenvolvimento, continuidade e, novamente,
desativação. E as entidades vivas que habitam este mundo são similarmente
empurradas de um lado a outro pela influência dos gunas.
Contudo, existe outro reino, composto de espírito, e não sujeito aos gunas.
Ou, mais precisamente, um reino que não se sujeita a nenhum vestígio de
rajas e tamas. Em vez disso, existe em um estado conhecido como suddha-
sattva, ou bondade pura e sem adulterações. Assim, o mundo espiritual
sempre permanece à sua própria maneira, e os habitantes do mesmo
desfrutam de um estado fixo de conhecimento pleno e bem-aventurança
absoluta.
Por fim, há o Senhor. Ele Se situa eternamente além do alcance dos gunas;
ao contrário, os gunas são uma exibição de Seu poder, e operam sob Sua
supervisão final. O Senhor assume várias formas dentro do mundo
espiritual e, quando é preciso, Ele também faz Seu advento no mundo
material. Aqueles que estão confusos pela influência de rajas e tamas
acreditam que Sua forma na Terra e aparentemente humana consiste em
matéria e é controlada pelos gunas. Contudo, aqueles em conhecimento
entendem que Deus permanece, sob todas as condições e a todo momento,
o mestre irrivalizável de toda a existência.
Por fim, temos os seres vivos. Como o Senhor, eles originalmente residem
no mundo espiritual, além dos gunas. E eles também podem escolher vir
para o mundo material. Contudo, diferente do Senhor, quando nascem aqui
ficam sob o controle dos gunas. A maioria das almas jamais faz essa
escolha fatídica, satisfeitas em permanecer com o Senhor em Seu reino
espiritual. Lá, vivem praticamente no mesmo nível que Deus, possuidoras
de um corpo como o dEle, compartilhando da mesma morada, das mesmas
riquezas e assim por diante. Contudo, aqueles que cedem ao interesse de
estarem neste mundo, desconectados de Deus, assumem várias formas de
acordo com os gunas pelos quais se atraem. Assim como um artista mistura
as cores primárias para criar um tom específico, o Senhor combina os
modos para criar um tipo específico de mente e corpo para cada entidade
viva. Essa combinação distinta age como um filtro colorido sobre a
consciência pura da alma, afetando como ela percebe e age sobre o mundo
externo. Dependendo de seus desejos e de suas atividades anteriores, os
seres humanos desenvolvem e expressam diferentes qualidades, com
variadas proporções da paz sublime de sattva, da intensa turbulência de
rajas, e da ilusão sombria de tamas. Até mesmo as várias espécies animais
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são divididas dessa maneira, a vaca sendo associada a sattva, o leão sendo
associado a rajas, e o macaco sendo associado a tamas, por exemplo.
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Citações da
Bhagavad-gita
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Quem somos, o que é o mundo material e quem é Deus
bhūmiḥ — terra; āpaḥ — água; analaḥ — fogo; vāyuḥ — ar; kham — éter;
manaḥ — mente; buddhiḥ — inteligência; eva — decerto; ca — e;
ahaṅkāraḥ — falso ego; iti — assim; iyam — todos estes; me — Minhas;
bhinnā — separadas; prakṛtiḥ — energias; aṣṭadhā — óctuplas.
Terra, água, fogo, ar, éter, mente, inteligência e falso ego — juntos, todos
estes oito elementos formam Minhas energias materiais separadas.
(Bhagavad-gītā 7.4)
etad-yonīni bhūtāni
sarvāṇīty upadhāraya
ahaṁ kṛtsnasya jagataḥ
prabhavaḥ pralayas tathā
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Todos os seres criados têm sua fonte nestas duas naturezas. Fique sabendo
com toda a certeza, que Eu sou a origem e a dissolução de tudo o que é
material e de tudo o que é espiritual neste mundo. (Bhagavad-gītā 7.6)
Aquele que pensa que a entidade viva é o matador e aquele que pensa que
ela é morta não estão em conhecimento, pois o eu não mata nem é morto.
(Bhagavad-gītā 2.19)
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bhūyaḥ — ou está de novo vindo a ser; ajaḥ — não nascido; nityaḥ —
eterno; śāśvataḥ — permanente; ayam — este; purāṇaḥ — o mais velho;
na — nunca; hanyate — é morto; hanyamāne — sendo morto; śarīre — o
corpo.
Para a alma, em tempo algum existe nascimento ou morte. Ela não passou a
existir, não passa a existir e nem passará a existir. Ela é não nascida, eterna,
sempre existente e primordial. Ela não morre quando o corpo morre.
(Bhagavad-gītā 2.20)
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Somos sempre puros, mas há coberturas de impureza
dhūmenāvriyate vahnir
yathādarśo malena ca
yatholbenāvṛto garbhas
tathā tenedam āvṛtam
Assim, a consciência pura da entidade viva sábia é coberta por seu eterno
inimigo sob a forma de luxúria, que nunca é satisfeita e queima como o
fogo. (Bhagavad-gītā 3.39)
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Os sentidos, a mente e a inteligência são os lugares de assento para esta
luxúria. Através deles, a luxúria confunde o ser vivo e obscurece o
verdadeiro conhecimento que ele possui. (Bhagavad-gītā 3.40)
Temos livre-arbítrio
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Enquanto neste mundo, como funciona a reencarnação
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Quando alguém morre no modo da paixão, ele nasce entre os que se
ocupam em atividades fruitivas; e quando morre no modo da ignorância,
nasce no reino animal. (Bhagavad-gītā 14.15)
ā-brahma-bhuvanāl lokāḥ
punar āvartino ’rjuna
mām upetya tu kaunteya
punar janma na vidyate
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As almas liberadas não se tornam Deus
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Porque sou transcendental, situado além do falível e do infalível, e porque
sou o maior, sou celebrado tanto no mundo quanto nos Vedas como a
Pessoa Suprema. (Bhagavad-gītā 8.18)
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Exercícios
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Exercício de Pesquisa e Revisão
Questionário
4. O fato de a alma ser imortal pode ser usado como justificativa para matar
irresponsavelmente? (2.19)
15. Como podemos superar a influência dos modos da natureza, sob a qual
estamos há muitíssimo tempo? (17.2)
Propostas de Redação
- Analogia
- Experiência pessoal
- Citação de verso
- Citação de Prabhupada
- Passatempo
- Exploração de um termo
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- Contextualização
- Conhecimento secular
- O que esse conhecimento muda?
- Estudo comparado
- Topicalização
- Call to action
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