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VENDA PROIBIDA

Lições
Bí b í ^ as
T R I M E S T R E 2 '0 2 3

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■ j # v e r N este M u n d o D o m in a d o
1 ^ P e to E sp írito d a B a b ilô n ia
VALORES CRI ST Ã OS,
P O L Í T I C A E S U A S R E L A ÇÕE S
COM O ESTADO D E M O C R Á T I C O
DE DI RE I T O
P ro fe sso r I 3 ° T rim e stre de 2 0 2 3
C o m en tarista: D ou glas B a p tista

SUMARIO
A Ig re ja d e C risto e o Im p é rio d o M al
C om o V iver N e ste M u n d o D om in ad o P elo E sp írito
da B ab ilô n ia

L iç ã o í - A I g r e ja d i a n t e d o E s p í r i t o d a B a b i l ô n ia 3

L iç ã o 2 - A D e t u r p a ç ã o d a D o u t r in a B í b l i c a d o P e c a d o 10

L iç ã o 3 - 0 P e r i g o d o E n s in o P r o g r e s s is t a 17

L iç ã o 4 - Q u a n d o a C r ia t u r a V a le m a is q u e o C r ia d o r 25

L iç ã o 5 - A D e s s a c r a liz a ç ã o d a V id a n o V e n t r e M a t e r n o 32

L iç ã o 6 - A D e s c o n s t r u ç â o d a M a s c u l in i d a d e B íb lic a 40

L iç ã o 7 _ A D e s c o n s t r u ç â o d a F e m in i l i d a d e B íb lic a 47

L iç ã o 8 - T r a n s g ê n e r o - Q u e t r a n s r e a l id a d e é e s s a 55

L iç ã o 9 - U m a V is ã o B íb lic a d o C o r p o 62

L iç ã o 1 0 - R e n o v a ç ã o C o t id ia n a d o H o m e m I n t e r io r 70

L iç ã o 1 1 - C u l t iv a n d o a C o n v ic ç ã o C r is tã TI

L iç ã o 1 2 - S e n d o a I g r e ja d o D e u s V iv o 84

L iç ã o 1 3 - O M u n d o d e D e u s n o M u n d o d o s H o m e n s 90
CB®
Presidente da Convenção Geral
JÇÕES
das Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
3ÍBLICA5
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza P re z a d o (a ) p ro fe s s o r(a ),
Gerente de Publicações Quando 0 livro de Apocalipse usa o termo
Alexandre Claudino Coelho
“babilônia” ele se refere a um império
Consultor Doutrinário e Teológico
Elienai Cabral que terá completo domínio global, bem
como domínio sobre o ser humano, em
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim que a expressão “ mercadores de almas de
Gerente de Produção homens” (Ap 18.13) simboliza a extensão
Jarbas Ramires Silva desse domínio imperial.
Gerente Comercial
Cícero da Silva Neste trimestre, veremos o quanto que o
Gerente da Rede de Lojas “ espírito da Babilônia” já está presente
Joao Batista Guilherme da Silva no mundo, embora aguarde o império do
Gerente de TI Anticristo se manifestar. Nesse tempo,
Rodrigo Sobral Fernandes a Igreja não estará aqui, mas até lá, já
Gerente de Comunicação sentimos as consequências do “ espírito”
Leandro Souza da Silva desse império hoje.
Chefe do Setor de Educação Cristã
Marcelo Oliveira Nosso propósito é que este trimestre seja
Chefe do Setor de Arte & Design um guia que revele esses problemas e, ao
Wagner de Almeida mesmo, promova orientação e aconse­
Editor lhamento pastoral para o Corpo de Cristo
Marcelo Oliveira
a respeito de como viver neste mundo
Redação
dominado pelo “ espírito da Babilônia”.
Setor de Educação Cristã
Revisora Um trim estre abençoado!
Verônica Araújo
Projeto Gráfico José W ellington B ezerra d a Costa
Leonardo Engel I Marlon Soares
Presidente do Conselho
Capa
Wagner Almeida Adm inistrativo

Diagramação Ronaldo Rodrigues de Souza


Leonardo Engel Diretor Executivo

Av. Brasil, 34.401 - Bangu


Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002 C o n h e ç a m a is
TeL: (21) 2406-7373
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de Escola Dominical
A IGREJA DIANTE DO
ESPÍRITO DA BABILÔNIA
\ r
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“E , na sua testa, estava A ig reja d e v e resistir ao “ espírito
escrito o n o m e: M istério, da B a b ilô n ia ” presen te no
a G rande B ab ilô n ia, cen ário atual. Isso d e v e ser
a M ãe d a s Prostituições fe ito p o r m eio do com prom isso
e A b o m in a ç õ es d a Terra.” in eg o c iá vel com a a u to rid a d e da
(Ap 17.5) P alavra d e Deus.
K ____________ ____________ ____________J
L E IT U R A D IÁ R IA

S eg u n d a - N a 3 .4 Q uinta - I s 5 .2 0
A id o latria com o sím b olo da A b u sca p ela d esco n stru ção d a ética
p ro stitu ição esp iritu al e da m oral c ristã s
T e rç a - 2 T s 2 .4 ,9 ,10 S e x ta - M t 24 .35
O A n ticristo, p or m eio d e S atan ás, A P ala vra d e D eus é a verdade
fa rá o posição a C risto Jesu s absolu ta e im utável
Q uarta - 2 T m 4 .3 Sáb ad o - M c 13.33
O relativism o cu ltu ral contra a A guardando a v o lta d e C risto em
dou trin a e a autoridade bíblicas con stan te oração e v ig ilâ n cia

JU L H O ■ A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 3
L E IT U R A B ÍB L IC A E M C LA SSE

A p o c a lip s e 1 7 . 1 - 6
1 - £ veio um dos sete anjos que tinham 4 - E a mulher estava vestida de púrpura e
as sete taças e fa lo u com igo, d iz en d o - de escarlata, adornada com ouro, e pedras
-m e : Vem, m o stra r-te-ei a condenação preciosas, e pérolas, e tinha na mão um
da grande prostituta que está assentada cálice de ouro cheio das abom inações e
sobre m uitas águas, da im undícia da sua prostituição.
2 - com a qual se prostituíram os reis da 5 - E , na sua testa , e s ta v a esc rito 0
terra; e os que habitam na terra se em be­ nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe
bedaram com 0 vinho da sua prostituição. das Prostituições e Abominações da Terra.
3 - E levou-me em espírito a um deserto, e vi 6 - E vi que a m ulher estava em briagada
uma mulher assentada sobre uma besta de do san gu e dos santos e do sangue das
cor escarlate, que estava cheia de nomes de testem u n has d e Je su s. E, v e n d o -a eu,
blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres. m aravilh ei-m e com grande admiração.

Hinos Sugeridos: 20 6 , 4 6 9 , 4 73 da Harpa Cristã


$

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO 0 “ esp írito da B ab ilô n ia” ; III) De­


Estam os assistindo a um a grande m arcar a posição que s e esp era da
organização que fa z oposição ao cris­ Ig re ja n e sse contexto.
tian ism o bíblico. E ssa oposição se de­ B) M otivação: Sua classe tem ple­
senvolve em escalas religiosa, políti­ na consciência do contexto de opres­
ca, econôm ica e cultural. Diante desse são que está s e form ando no mundo
quadro, cabe à Igreja usar d e quais contra o cristianism o bíblico? Seus
arm as para continuar a sua m archa alunos se sentem livres em fala r que
no m undo até a volta de Jesus? Jesu s é o único cam inho, a verdade e a
P ara resp ond er essa e ou tras vid a em detrim ento de outras opções
pergu n tas p ertin en tes aos desafios religiosas? E les se sentem livres em
d e n o sso tem po, contarem os com o expressar n o m eio em que se relacio­
au x ílio do p astor D ouglas B aptista. n am que são contra o aborto?
E le é doutor em T eologia, presid en ­ C) S u gestão d e M étodo: Para in ­
te da A ssem b léia de Deus d e M is­ troduzir a p rim eira lição, procure
são (DF), presid en te do Conselho de leva r reportagens de líderes evan gé­
Educação e C ultura d a CGADB. licos sendo encam inhados p ara p re s­
tar depoim entos porque falou algo a
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
respeito d a fé que co n traria a agenda
A) O bjetivos d a L içã o : I) A pre­
progressista da atualidade. N ão são
sen ta r os sign ificad o s d e Babilônia;
poucas lideranças cristãs am eaçadas
II) E len car o s sistem a s que form am

4 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
ju rid icam ente p or causa da crença. qu e traz repo rtagen s, artigo s, e n ­
En tão, a partir dessa am ostra ap re­ tre v ista s e su bsíd io s d e apoio à L i­
sen te o tem a geral do trim estre e a ções Bíblicas Adultos. N a edição 9 4 ,
exposição da p rim eira lição. p .3 6 , vo cê en co n trará u m subsídio
3 . CONCLUSÃO DA LIÇÃO especial para esta lição.
A) A plicação: Esta p rim eira lição B ) A u x ílio s E sp e c ia is: Ao fin al
n o s estim ula a m arcar a n ossa po­ do tópico, vo cê en con trará a u xílio s
sição com o cristãos bíblicos. Nesse qu e darão suporte na preparação
sentido, devem os s e r encorajados d e sua a u la: 1) O texto “ Capítulo
a perseverar na ortodoxia bíblica; 17 [de A pocalipse]” , localizado d e­
desenvolver a cada dia 0 caráter de p o is do p rim eiro tópico, aprofunda
C risto por m eio do E spírito Santo; e a re flex ã o a resp eito dos sím bolos
cultivar d ia a d ia a im inência da v o l­ da ex p re ssã o “ b ab ilô n ia” ; 2 ) O te x ­
ta do Senh or Jesu s Cristo, pois Ele
to “ E stais sem p re prep arad o s para
pode v o ltar a qualquer m om ento.
resp on d er” , ao fin al do tópico três,
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR tra z um a am pliação a resp eito da
A) R e v ista E n sin a d o r C ristão.posição da Igreja d e C risto diante
V ale a p ena conh ecer essa re vista d esse contexto desafiador.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO com a qual os reis da terra se prostituíram


O A p o c a lip s e é a “ R e v e la ç ã o d(Ap
e 17.1,2). No texto bíblico destacam -se
Je s u s C risto ” (Ap 1.1a ) cu jo propósito trê s term os grego s: pôrne (prostituta);
é m o s tra r “ a s c o is a s qu e b re ­ pom éuo (prostitu ir-se); e porneia
v e m e n te d e v e m acontecer* (prostituição). Na m en sagem
(Ap 1.1b). Por s e r de natureza dos profetas do A ntigo T e s­
escato lógica, o liv ro n ã o é ( Palavra-Chave \ tam en to, e s s a s e x p re ssõ e s
d e fá c il interpretação. Por Babilônia apontam para a idolatria, isto
é, a p ro stitu ição espiritu al
isso, convém esclarecer que,
nesta lição, n ão s e pretende (Na 3-4 ; Is 23.15; Jr 2.20 ; Os
id en tificar a babilônia literal 2.5). E m Apocalipse, a s muitas
nem listar os eventos da Grande á gu as onde a prostitu ta s e a s ­
T ribu lação. N osso objetivo é alertar senta simboliza multidões seduzidas
a Ig re ja acerca d o s a sp ecto s g e ra is do pela idolatria, paganism o e sua oposição
a fé cristã (Ap 17.15). A ssim , a prostituta
“ e s p írito d a B a b ilô n ia ” p re s e n te no
é identificada como um a d a s facetas da
cen ário glob al em q u e vivem os.
im oralidade e do falso sistem a religioso
representado pelo “ espírito da Babilônia”
I - BABILÔNIA E SEUS (Ap 14 .8 ; 17.5).
SIGNIFICADOS 2. A M u lh e r e a b e s ta E s c a rla ta . A
L A Grande Prostituta. A personagem m ulher montada sobre a Besta é a descri­
é apresentada com o a gran d e m eretriz ção da grande prostituta (Ap 17.3a). Ela se

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veste de púrpura e de escarlata (Ap 17.4a) “ m isté rio ” in d ica que 0 n o m e “ b ab i­
0 que significa reinado e luxo (Mt 27.28; lô n ia ” n ã o é m e ra m e n te g e o g rá fic o ,
Mc 15.17; Lc 16.19). E la tam bém se adorna m a s sim b ó lico . B a b ilô n ia é d e s c rita
com ouro, pedras preciosas e pérolas (Ap com o g ra n d e po rq u e é p o d ero sa e de
17.4b) 0 que sin aliza 0 m aterialism o e 0 v a s to a lc a n c e . R e fe r e - s e à “ M ã e das
poder econômico. O cálice em sua mão diz Prostituições e A bom inações da Terra”
respeito as abominações e as imundícias (Ap 17.5b). E la é a m en to ra d e toda a
da sua prostituição (Ap 17.4c), o que re­ reb elião con tra Deus e a consequente
presenta toda a form a obscena e impura depravação da sociedade. B abilônia é a
d e contam inação m oral e espiritu al da responsável pelo assassin ato dos santos
sociedade. A fera na qual a m ulher está e d a s testem u n h as d e Jesu s (Ap 17.6a),
m ontada é a B esta que saiu do m a r (Ap sim b oliza 0 espírito de p ersegu ição e a
13 .1). T r a ta -s e do A n ticristo que, pelo desconstrução da fé bíblica. Não se trata
poder d e Satan ás, fa z oposição a Jesu s a p en as de um a cu ltu ra sem Deus, m as
(2 T s 2.4,9,10). Ele profere blasfêm ias em de u m a cu ltu ra contra D eus. A ssim , 0
consciente repulsa ao senhorio de Cristo “ e sp írito d a B ab ilô n ia ” é u m sistem a
(Ap 13.6 ; 173b). Suas sete cabeças e dez glob al d eliberadam en te an ticristao.
chifres simbolizam os poderes do mundo e
a sua força política (Ap 17.3c,10,12). A união
en tre 0 cavaleiro (mulher) e a m ontaria
(besta) sim b o liz a a n e fa sta fo rça dos
SINO PSE I
sistem as religioso, econôm ico e político
O “ e s p ír it o d a B a b ilô n ia ” r e ­
do “ espírito da Babilônia”.
3. M is t é r io : a G ra n d e B a b ilô n ia . p r e s e n t a u m a c u lt u r a q u e é
Na seq u ência d a revelação, o n om e da c o m p le ta m e n te c o n t r a D e u s.
p ro stitu ta é desven d ad o: “ M istério , a
G rande B abilônia” (Ap 17.5a). O term o

A M PLIA N D O O C O N H EC IM EN TO

BABILÔNIA
“ (1) Babilônia (v.5) é 0 sím bolo para todo
0 sistem a m undial que tem sido dom inado
por S atan ás a o longo d a h istória, aplicando
seu s planos p erverso s a os asp ecto s políti­
co, religioso, econôm ico e co m ercial [...].
(2) E s ta B a b ilô n ia s e r á co m p le ta m e n te
d estru íd a d u ran te os ú ltim o s trê s a n o s e
m eio d e sta era (isto é , d u ra n te a g ra n d e
trib u lação ) p e lo s ju íz o s d e D eus so b re a
terra.” A m plie m a is o seu conhecim ento,
le n d o a B íb lia d e E s tu d o P e n t e c o s t a l,
ed itada p ela CPAD, p .2455-

6 LIÇ Õ ES B lB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


xam ento da m oral (2 Pe 2.19); o ecum e­
AUXÍLIO TEOLÓGICO
n ism o doutrinário provoca a erosão da
fé bíblica (G11.6,8); o relativism o rejeita
“CAPÍTULO 17 [APOCALIPSE]
a doutrina d os apóstolos e a autoridade
O capítu lo 17 com eça a p re se n ­
bíblica (2 T m 4.3); o h u m an ism o re in -
tando um a sé rie d e v isõ e s qu e re ­
ve la m trê s qu ed as. Ju n tam en te com terpreta e ressign ifica os m andam entos
0 capítulo 18 , so m o s inform ados divin os (2 Pe 3.16); o sin cretism o m is ­
quanto aos d etalh es d a queda de tu ra o sagrado e 0 profano (2 Co 6.16,17).
B abilônia, an u n ciad a n o s capítulos A ss im , tudo p a ssa a s e r perm itid o e a
14 .8 e 16 .19 . O capítu lo 19 celebra a verdade é desconstruída (2 T m 3.7). Em
su a queda com u m h in o d e lou vor a consequência disso, a Igreja verdadeira é
D eus. A pocalipse 1 9 .1 1 ,1 2 d escreve a brutalm ente perseguida (M t 24.9).
queda do A n ticristo e d e seu re in a ­ 2 . No sistem a político e cu ltu ra l. 0
do. O capítu lo 20 m o stra a queda e “ espírito da Babilônia” exerce forte in ­
0 ju lgam en to fin a l d e S ata n ás e de fluência na política e na cultura (Mt 13.38;
todos o s que o seg u e m . T em os aqui 1 Jo 5.19). Pautas p rogressistas de in ver­
0 in terlú d io do M ilên io . E sta seção são d e valores são im postas e m afronta
é concluída com o capítulo 2 1 .1 - 8 , à cu ltu ra cristã, tais como: apologia ao
co n firm ando 0 d estin o fin a l dos aborto, ideologia d e gênero, legalização
ju sto s e dos ím p ios. d a s d ro gas e da p ro stitu ição (Is 5.20).
Em bora a B ab ilô n ia ven h a id en ­ Logo, 0 patrulham ento ideológico estig­
tificad a d a s m a is d iv ersa s fo rm as m atiza com o “ fun d am en talista” quem
(vide com entário n o s capítulos ou sa discordar d essas pautas (Lc 6.22; 1
14 .8 e 1 6 .1 7 - 2 1 ) , e la rep resen ta, na Pe 4.4); h á censura contra quem defende
verdade, 0 p re sen te sistem a m u n ­ o s valores bíblicos (Lc 12 .11,12 ; 1 T m 6 .3-
dial - o m undo q u e a Bíblia diz e s ­ 5); a grande mídia, a s artes, a literatura e
ta r no m align o ( 1 Jo 5 .19 )1 e qu e é a educação prom ovem o doutrinamento
sim bolizado p ela b esta ve stid a de con trário à fé c ristã (Jo 15.19). Coagida
escarlate” (HORTON, S tan ley M . pelo “ politicamente correto”, a sociedade
A p o ca lip se: As coisas que brevem ente a ssim ila e defen de a “ nova cu ltu ra” (1
devem acontecer. Vol. 1. R io d e Ja ­ Jo 4.5,6). N esse co n texto , c ris tã o s são
n eiro : CPAD, 2 0 0 1, p p .2 2 7 -2 8 ) . perseguidos e julgados (Lc 21.16,17).
3. No sistem a econôm ico. O Livro de
Apocalipse registra 0 enriquecimento dos
m ercadores por m eio d a exploração da
lu xú ria e da licenciosidade do “ espírito
II - 0 ESPÍRITO DA BABILÔNIA d a Babilônia” (Ap 18.3). Ele m ostra como
l No sistem a religioso. 0 “ espírito da o comércio e o governo subornam o s ci­
Babilônia” faz com que a s pessoas sejam dadãos por avareza, dinheiro e poder (Mq
seduzidas pela “ prostituição espiritual” 2.1-3; Ap 18.12,13); as pessoas são m otiva­
(Ap 17.2). N esse sentido, o culto a o ego das a levar vantagem financeira, ilícita e
tom a o ser humano am ante de si mesmo, imoral em prejuízo do próxim o (Pv 16.29;
do dinheiro e dos deleites (2 T m 3.2-4). Mq 3.11); a sociedade é extorquida em troca
A lém disso, o argum ento de “ liberdade” d a satisfação dos prazeres pecam inosos
estim ula a devassidão por meio do afrou­ e consum ism o desenfreado (Is 55.2; Lc

JU L H O • A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R 7


12.15)- Nesse sentido, o m aterialism o, os que é 0 Fruto do Espírito que desenvolve
deleites e a autossuficiência conduzem o o c a rá te r do s a lv o (G1 5 .2 2 -2 5 ). Je su s
ser hum ano a con fiar no dinheiro (1 Tm ensinou que é pelo fruto que se conhece
6.9,10,17) e os que controlam a economia u m a árvo re (M t 12.33). N ão p o r acaso,
im põem em bargos, tributos e m ultas em 0 apóstolo Paulo o b se rva que o m elhor
desfavor do cidadão impotente (Tg 2.6,7; an tíd o to co n tra o ven en o e o ju g o do
Ap 13.16,17). pecado é a n d a r n o E sp írito (G1 5.16,17).
A fa lh a na fo rm ação m o ral do caráter
produz pseudocristãos escravizados pela
carn e (Jd 1.12,13). Portanto, a igreja que
prim a pelo estudo e aplicação da Palavra
SINO PSE II
de Deus produz crentes espiritualm ente
O “ e s p ír ito d a B a b ilô n ia ” s e m aduros, capazes de resistir 0 “ espírito
r e v e la n o s s is t e m a s r e lig io s o , da Babilônia” presente no cenário global
p o lític o , c u ltu r a l e e c o n ô m ic o . (Rm 8 .35,3 8 ,39).
3. A g u a r d a r a v o lt a d e C r is t o . A
d isp e n sa ç ã o d a g ra ç a te rm in a co m 0
Arrebatamento da Igreja, antes da Grande
Tribulação (1 Co 15.51,52; 1 Ts 1.10 ; 4*13-18;
III - A POSIÇÃO DA IGREJA 5.9; 2 T s 2 .6 -10 ). A cerca d os sin a is que
DIANTE DO ESPÍRITO p reced em a v o lta d e C risto , d e sta c a ­
DA BABILÔNIA m os: a apostasia, a inversão de valores,
1. N ão n eg o ciar a ortodoxia bíblica. p ersegu ição , g u e rra s , forn es, p e ste s e
A palavra ortodoxia vem do grego orthós terrem otos (M t 2 4 .5 -12 ,2 4 ; 1 T m 4 .1; 2
que sig n ific a “ correto” e d a exp ressão Tm 4.3). Diante desses eventos, 0 cristão
dóxa, do v e rb o dokéo, com o sentido de é ex o rta d o a n ão v iv e r desperceb id o,
“ crer”. A junção dos term os traz a ideia m as a esp erar o seu Sen h or em oração
de “ crença correta”. Nesse aspecto, a or­ e vig ilân cia (Mc 1333). Ainda, requer-se
todoxia cristã tem a Bíblia Sagrada como do sa lv o , en q u an to agu ard a a bendita
a suprem a e inquestionável árbitra em esp eran ça, a renúncia à im piedade, às
m atéria de fé e prática. Por conseguin­ p a ix õ e s m u n dan as e a v iv e r n este p re­
te, a Igreja precisa reafirm ar a verdade sen te século u m a vid a d e autodom ínio,
bíblica com o valor u niversal e im utável integridade e santidade (T t 2.12,13).
(Sl 100.5; M t 24.35). A ssim , por m eio do
estudo bíblico, sistem ático e doutrinário,
to rn a-se possível capacitar 0 crente para
enfrentar 0 “ espírito da Babilônia” e suas
ideologias contrárias aos valores absolutos SINO PSE III
da fé cristã com m ansidão, tem or e boa E s p e r a - s e d a ig r e ja q u e s e
consciência (1 Pe 3.15,16). m a n te n h a f ie l n a o r t o d o x ia b í­
2 . F o r m a r o c a r á t e r d e C r is t o . O b lic a , d e s e n v o lv a o c a r á t e r d e
ca rá te r c ristã o r e fe r e - s e à n o v a vid a,
C r is to e c u lt iv e a e s p e r a p e la
m o d o d e p e n s a r e a g ir d a q u eles qu e
v in d a d o S e n h o r .
pertencem a C risto (E f 4 .2 2 -30 ). N esse
aspecto, to rn a -s e n ecessário e n fa tiz a r

8 LIÇ Õ ES B lB L IC A S * PR O FESSO R JU LH O • A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO sobre 0 que Cristo fez por nós** (Bíblia
d e Estudo Pentecostal Edição Global.
“ E ST A IS SEM PR E PREPARADOS Rio de Janeiro: CPAD, 20 22, p.2357).
PARA RESPONDER
(l) A Palavra traduzida como
‘preparados* (gr. hetoimos) sign ifi­
ca ‘pronto, disposto e equipado’ e é CONCLUSÃO
como a palavra hebraica kun, que traz Vivemos um período em que 0 “ espí­
a ideia de ser firm e, estável, seguro rito da Babilônia” exerce forte influência
e duradouro. Isto sugere estar em na sociedade global. Suas ações buscam
boa posição para enfrentar qualquer 0 completo domínio político, econômico,
desafio que apareça. Outras palavras c u ltu ra l e re lig io s o em o p o siçã o aos
gregas e hebraicas, sinônim as destas, v a lo re s d a fé c ris tã . O a v a n ç o d e ssas
e encontradas n as Escrituras, tran s­ ideologias aponta p ara a im inen te volta
m item a ideia de ser ‘rápido, pronto de C risto (Lc 2 1.28 ). N esse in terlúdio,
e sensível*. E ssas idéias estão todas é d e v e r d a Ig re ja o fere cer re sistê n cia
contidas no incentivo de Pedro: ‘ não ao m al (2 T s 2.6,7), e n sin a r a doutrina
tem ais [...] nem vos turbeis* (v.14), a bíblica (M t 28.20), fo rm ar 0 c aráter dos
respeito da nossa prontidão em falar discípulos (G14 -19) e sa n tific a r-se para
a v in d a do Sen h or (Hb 12 .14 ).

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1 . O que 0 term o “ M istério ” indica?


O term o “ m isté rio ” ind ica que o nom e “ b ab ilô n ia” não é m eram en te g e ­
o g ráfico , m as sim bólico.
2 . O que é 0 “ esp írito d a B ab ilôn ia” ?
O “ esp írito d a B ab ilôn ia” é u m sistem a glob al deliberadam en te an ticristão .
3. Cite pelo m en os d u as características que a testam 0 “ esp írito da B abilô­
n ia ” no sistem a religioso.
O relativism o e 0 sincretism o.
4 - Cite pelo m en os d u as características que a testam o “ e sp írito da B abilô­
n ia ” no sistem a político e cultural.
Patrulh am ento ideológico e 0 politicam ente correto.
5. Cite p elo m enos d u as características q u e a testam 0 “ esp írito da B abilô­
n ia ” no sistem a econôm ico.
E xp lo ração d a lu xú ria e a exto rsão d a sociedade.

VOCABULÁRIO
In terlú d io : Lapso de tem po que interrom pe pro viso riam en te
alg u m a coisa; in terregno.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 9


r

T EX T O ÁUREO
V E R D A D E P R Á T IC A
"P o r isso, n en hu m a carn e será
0 p eca d o d e A d ã o arruinou
ju stifica d a dia n te d e le p elas
toda a h u m an ida de. Contudo,
o bras d a lei, porque p ela lei vem
Jesu s Cristo p o d e regen erar
o conhecim en to do p eca d o
eficazm en te o pecador.
(Rm 3 .2 0)

L E IT U R A D IÁ R IA

S e g u n d a - 1 Jo 3 .4 Q uinta - 11 P e 1.15
Pecado é tra n sg re d ir a L ei de
de A san tidade é u m p rin cípio ético e
Deus
D eus mmooral
ralddaaféfé cristã
cristã
T e rç a - R m 5 .12
.1 2 S e x ta - H b 13 .4
0 pecado d e A dão passo u a toda A p rostitu ição n ão pode m a cu lar a
raça h umu m ana
an a sexu
sexualid
alidad
adeedo
docristão
cristão
Q u arta - 2 C o 5 .17 Sáb ad o - l1 C o 6.19
E m C risto, 0
o pecador to rn a -se O0 corp
corpoododocristão
cristão éémmorada
oradado
do
u m a n ova pessoa
p e sso a EEsp
spírito
írito Santo
Santo

10 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

R o m a n o s 3 .9 - 2 0
9 - P o is q u ê ? Somos n ó s m a is e x c e le n t e s ? 15 - Os s e u s p é s s ã o l i g e ir o s p a r a d e r ­
D e m a n e ir a n e n h u m a ! P o is j á d a n t e s ra m a r san gu e.
d e m o n s tra m o s q u e , ta n to ju d e u s co m o 16 - E m s e u s c a m i n h o s h á d e s t r u i ç ã o
g r e g o s , to d o s e s tã o d e b a ix o d o p e c a d o , e m is é r ia ;
10 - c o m o e s t á e s c r it o : N ã o h á u m ju s t o , 1 7 - e n ã o c o n h e c e r a m 0 c a m in h o d a p a z .
n em u m seq u er. 18 - N ã o h á t e m o r d e D e u s d i a n t e d e
11 - Não h á n in g u é m q u e e n t e n d a ; n ã o s e u s o lh o s .
h á n in g u é m q u e b u s q u e a D e u s . 19 - O r a , n ó s s a b e m o s q u e t u d o 0 q u e
1 2 - T o d o s s e e x t r a v ia r a m e ju n t a m e n t e a le i d iz a o s q u e e s tã o d e b a ix o d a le i 0
s e f i z e r a m in ú t e is . N ã o h á q u e m f a ç a 0 d iz , p a r a q u e to d a b o c a e s t e ja fe c h a d a
b e m , n ã o h á n e m u m só . e to d o 0 m u n d o s e ja c o n d e n á v e l d ia n ­
1 3 - A s u a g a r g a n t a é u m s e p u lc ro a b e r to ; te d e D eu s.
c o m a lín g u a tra ta m e n g a n o s a m e n te ; p e ç o - 2 0 - P o r is s o , n e n h u m a c a r n e s e rá
n h a d e á s p id e s e s tá d e b a ix o d e s e u s lá b io s; ju s t ific a d a d ia n t e d e le p e la s o b r a s d a
14 ■ c u ja b o c a e s t á c h e i a d e m a l d iç ã o e l e i, p o r q u e p e l a l e i v e m 0 c o n h e c im e n t o
am a rg u ra . do pecado.

Hinos Sugeridos: 7 5 , 4 2 2 , 568 da H arpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO 0 en sin o bíblico da n atureza peca­


A doutrina bíblica do pecado, por m in osa; II) P on tuar teologias m o ­
natureza, faz oposição à s principais d ern as que derivam d a deturpação
ideologias m odernas que buscam d a doutrina bíblica do pecado; III)
enaltecer o hom em , destacando sua M o strar a s con sequên cias da n o r­
suposta bondade intrínseca. Quando m alização do pecado.
a doutrina bíblica do pecado é detur­ B) M otivação: Quando assistim os
pada, então, tudo o m ais no campo pessoas influentes dizendo que a Bíblia
m oral tam bém o é. Talvez essa seja a deve ser atualizada diante dos desafios
raiz de fenôm enos éticos tão distan­ de gênero, saiba que estam os dian­
tes do cristianism o bíblico, que podem te de cristãos que deixaram de lado a
ser encontrados em m ovim entos que visão bíblica do pecado. Nesse senti­
se dizem cristãos, tais como: “ igreja do, não há disposição para sustentar
gay” ; “ casam entos abertos” ; “ prática um a verdade bíblica tão intragável
sexual entre solteiros” etc. para o mundo moderno: o hom em é
por natureza pecador e, por isso, deve
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
se arrepender de seus pecados. Então,
A ) O bjetivos d a L ição: I) Expor

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R 11


se enfraquecemos a doutrina bíblica do 4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
pecado, passam os a aceitar tudo o que A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
a Bíblia diz que é pecado. V ale a p ena conhecer e s s a revista
C) Su gestão de M étodo: Pergunte qu e traz rep o rtag en s, artigo s, en tre­
aos alu n os s e eles já ou viram fala r de v is ta s e su bsíd io s de apoio à Lições
pecado social, teologia d a libertação Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 » P-37,
e liberalism o teológico. Ouça a s re s­ você encontrará u m su bsíd io esp e­
p o stas e, em seguida, d ig a que essas cial para esta lição.
trê s exp ressões são consequências do B ) A u x ílio s E s p e c ia is : Ao fin al
processo de deturpação da doutrina do tópico, você en con trará auxílios
bíblica do pecado. E m seguida, inicie qu e darão su p o rte na preparação de
a exposição do prim eiro tópico. su a au la: 1) O tex to “ A Som bra do
Pecado” , localizado depois do p ri­
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
m eiro tópico, apro fu n d a a reflexão
A ) A plicação: E sta lição exorta
a resp eito da n atureza do pecado; 2)
os alu n os a não perderem de vista a
O texto “ Q uestões am b ien tais e s o ­
doutrina bíblica do pecado. Devem os
c ia is com o exte n sã o do pecado” , ao
esta r cientes d e que a sociedade atual
fin a l do segundo tópico, tra z um a
tem dificuldades de aceitar e ssa visão
am pliação a resp eito d a s ê n fa se s que
bíblica, m as ao m esm o tem po deve­
d erivam da deturpação d a doutrina
m o s esta r encorajados a dem onstrar
bíblica do pecado, adequando um
que essa doutrina bíblica pode ser
eficaz entendim ento do lu g a r social
provada d e m aneira concreta em cada
n a doutrina b íb lica d o pecado.
esquina onde um a pessoa é assaltada,
assassin ad a e violada sexualm ente.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O lição , v a m o s e stu d a r o p e rig o d e ssa s


A Queda no É den tran sm itiu à h u ­ teo lo gias p ara a o rto d o xia cristã.
m an idade a in clin ação d o coração h u ­
m ano ao erro. Por isso , a regeneração I - O E N S IN O B ÍB L IC O D A
é 0 ú n ico m eio p o ssível d e d e sfa z e r as N A T U R E Z A P E C A M IN O S A
consequências do pecado em que a natu­ 1. D e fin iç ã o d e P ecad o . D entre os
reza h um ana só pode s e r transform ada te rm o s p a ra “ p e ca d o ” , d e stacam o s o
p ela obra de Cristo (T t 3.5,6). Não su bstan tivo hebraico chatá, cuja
o b sta n te , p or in flu ê n c ia de ra iz s ig n ific a “ e r ra r o a lv o ”
teologias m odernas, a Dou­ (Gn 4.7); e 0 seu correspon ­
trin a do Pecado ve m sendo f Palavra-Chave \ den te g re g o ham artia, que
d etu rpada e enfraquecida.
E sse processo abriu as por­
Pecado p o ssu i conotação de “ erro
1 / m oral” (2 Pe 2.13,14). Assim,
ta s p ara a n orm alização do a B íb lia d e fin e “ p e c a d o ”
p e ca d o em m u ito s lu g a r e s com o a tra n sg re ssã o da Lei
d e n o m in a d o s c ris tã o s . N esta d e D eu s (1 Jo 3 .4 ). A p a la v ra

12 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


ab ra n g e n ão a p e n a s e rra r o alvo, m as (Jo 16.8). Sem essa ajuda divina ninguém
deliberadam ente a certar o alvo errado. pode se r tran sform ad o (Tt 3-5), ou seja,
T r a t a - s e d e re b e liã o e d e s o b e d iê n ­ 0 livre-arb ítrio precisa ser divinam ente
cia co n tra D eus e a su a P a la v ra (1 Sm restaurado (Rm 2.4). Som ente p o r meio
15.22,23). A lém d isso, 0 pecado a fa sta 0 d a g ra ç a 0 h om em receb e capacidade
hom em de Deus, fazendo-o pecar contra para crer, arrepender-se e ser salvo (Rm
o próxim o (1 Jo 1.6,7) e por se o m itir em 3.24 ,2 5). D essa fo rm a , a lib ertação do
fa z e r 0 bem (Tg 4.17). Portanto, pecado pecado não provém de nenhum esforço
é a condição do hom em não regenerado hum ano, m as é gra tu ita e divinam ente
e só pode ser expelido por m eio do Novo ofertada (R m 6.23; E f 2.8,9).
Nascimento (Jo 3 3 - 7). Essa reconciliação
do h om em com D eus só é p o ssív el em
C risto Je su s (2 Co 5-19).
2 . A u n iv e r s a lid a d e do P e c a d o . O S IN O P S E I
s e r h u m a n o fo i cria d o em e s ta d o de O p ecado é a tra n sg re ssã o d a Lei
inocência, sem pecado, perfeito (Ec 7.29) d e D e u s. P o r e le , o s e r h u m a n o
e dotado de liv re -a rb ítrio (Gn 2.16,17). f o i to ta lm e n te co rro m p id o .
P o rém , 0 p rim e iro h o m em e sc o lh e u
desobedecer a Deus e a sua Queda cor­
rompeu toda a hum anidade (Gn 3-9 - 19).
O pecado de Adão foi transm itido a toda
raça h u m an a (Rm 5.12). A ssim , a p ar­
AUXÍLIO TEOLÓGICO
tir da Queda, todos os sere s h u m an os
n ascem em pecado (SI 51.5). Portanto, o A SOM BRA DO PECADO
pecado não é passado adiante meramente “ Compreender 0 pecado nos aju­
p ela força do m au exem plo, m a s é um d a no conhecimento de Deus, porém
m a l in eren te à natureza h u m an a (Rm 0 pecado distorce até m esm o nosso
7.14-24). E m consequência d isso , todo conhecimento do próprio-eu. M as se
ser hum ano e stá d ebaixo da escravidão a lu z da ilum inação divina consegue
do pecado e da con d en ação d a m orte penetrar essas trevas, e não somente
(Rm 3.23; 6.23). A p esar de corrom pida a s trevas m as tam bém a própria luz,
p elo pecado, a natureza h u m an a pode então poderão ser m elhor analisadas.
ser eficazm ente regenerada pela fé em Percebe-se a im portância prática do
Cristo (Rm 3 .2 4 ; 2 Co 5.17). estudo do pecado n a sua gravidade. O
3 . C o rru p çã o T o ta l. É o e sta d o de pecado é contra Deus. A feta a totali­
corrupção m ental, m oral e espiritual da dade da criação, inclusive a hum ani­
n atureza h u m an a (R m 3 .10 -18 ). N esse dade. Até m esm o o m enor dos peca­
aspecto, a inclinação para fazer 0 errado dos pode provocar o juízo etem o. E 0
é resultado do pecado (Gn 6.5; R m 5.19). remédio p ara 0 pecado é nada menos
Por cau sa d a Queda, to d as a s á re a s de que a m orte de Cristo na cruz” (HOR-
n o s s o s e r fo r a m c o rr o m p id a s . E s s a TON, Stanley M (ed.). Teologia S is­
corrup ção im p ed e o h om em de tom ar tem ática: Uma Perspectiva Pentecostal.
a in iciativa no processo de regeneração Rio de Janeiro: CPAD, 20 18 , p.263).
(Rm 8.7,8). E le só p od e s e r lib e rto do
pecado após 0 convencimento do Espírito

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 13
II - A S T E O L O G IA S M O D E R N A S e p r o g r e s s is t a s s ã o d isfa rç a d a s p ela
1. T e o lo g ia do pecado so c ia l. A tese rou pagem d e E van gelho, p o stas acim a
do pecado so cial rem onta a os concílios dos v a lo re s m o ra is do R eino d e Deus.
católicos de M edellín (1968, Colômbia) e Então, tra n s fo rm a -s e o E van gelh o em
Puebla (1979, México). E ssa tese defende incon form ism o, criticism o e a ssiste n -
que o pecado é algo que se constrói por c ialism o (1 Co 15 .19 ; F p 3.18-20).
meio de estruturas opressoras, tais como, 3. L ib e r a lis m o te o ló g ic o . A p ó s a
a pobreza, a in ju stiça e a desigualdade. R e fo rm a P ro testa n te (1517), flo re sce 0
D essa m a n eira, a redenção do pecado lib e ra lism o teo ló gico , on de a ra z ã o é
não se re strin g e ao asp ecto espiritu al, co lo ca d a a c im a da re v e la ç ã o d iv in a .
sendo preciso tratar a s questões sociais. C om o re su lta d o d is s o , a in s p ira ç ã o ,
O pecado d eixa de ser tratad o no n ível inerrância e infalibilidade das Escrituras
da m o ral e p a ssa a ser considerado no são questionadas; os m ilagres e 0 sobre­
n íve l econ ôm ico e so c ia l. A m u dança n a tu ral são con siderados m itológicos;
d e ên fa se do pecado o rig in al (natureza as doutrinas d a fé são reinterpretadas e
humana) para 0 pecado social (estrutural) ressignificadas. T roca-se a mensagem da
e n fra q u ece a re sp o n sa b ilid a d e m o ral salvação de arrependim ento, con fissão
do pecador. Então, d e ix a -se d e en fa ti­ d e p ecad o s e m u d an ça d e ca rá te r por
z a r a cau sa p ara exp lo rar o s sin tom as u m a v is ã o p ro g re ssista que en fa tiza a
(M t 23.27,28). A p a rtir d aí, reso lver as tra n sfo rm a ç ã o so cia l p elo p arad igm a
qu estões da ordem social é v isto como do m a rx ism o . A ss im , 0 pecad o é r e -
so lu ç ão p a ra 0 p ro b le m a do p ecad o. la tiv iz a d o , 0 ec u m en ism o re lig io s o é
N aturalm ente, e s s a é u m a deturpação p rop agad o e toda e x p e riê n c ia e s p iri­
do en sin o bíblico a respeito do pecado. tu al é consid erada v á lid a . O ideário da
2. T eologia d a libertação. A teologia teologia liberal é de oposição à s antigas
d a lib e r ta ç ã o te m a fin id a d e co m a s doutrinas bíblicas que se fundam entam
id é ia s s o c ia lis ta s d e K arl M a r x . E ssa na revelação d a s E scritu ras (2 T m 4.3).
teoria b u sca “ lib e rta r” o oprim ido das
estru tu ras opressoras da sociedade. Ela
n asce n a década d e 19 70 com Gustavo
Gutiérrez (Peru) e Leonardo B off (Brasil).
P a ra ele s, o estu d o teológico n ão deve
SINO PSE II
e s ta r ce n tra d o em d o u trin a s b íb lic a s A t e o lo g ia do p e c a d o s o c ia l, da
p a ra lib erta r 0 hom em do pecado, m as lib e r ta ç ã o e o lib e r a lis m o t e o ­
n a in d ig n a ç ã o s o c ia l p a ra lib e r ta r 0 ló g ic o d e r iv a m d a d e tu rp a ç ã o
h om em da in ju stiça so cia l, econôm ica d a d o u tr in a b íb lic a d o p e c a d o .
e c u ltu ra l. D e sse im p u lso s u rg e m a s
te o lo g ia s d e cunh o em an cip atório de
g ê n e ro (tra n se x u a lid a d e ), de s e x u a ­
lid a d e (h o m o ssexu alid ad e) e d e raça.
U m a d e s u a s v e r te n te s é a T e o lo g ia I I I - A N O R M A L IZ A Ç Ã O
d a M is s ã o In te g r a l (T M I). O g ra n d e DO PECAD O
im p acto d e ssa s in flu ê n cia s é qu e a fé 1. C ris e é tic a e m o ra l. E m term o s
c ristã é redu zida a m ilitâ n cia política gerais, o s valores que regulam a conduta
so cialista e m a rx ista. A s pautas sociais de u m a p e sso a d e n o m in a m -se ética (1

14 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


Pe 1.15) e a prática dessa conduta recebe suicídio e a eutanásia. A ssim , 0 corpo que
0 n om e d e m o ra l. N e ssa concepção, a é templo do Espírito Santo é profanado (1
obediência aos princípios bíblicos reflete Co 6.19). A criatura, de modo proposital,
0 caráter de um cristão (Rm 12.2). Porém, afronta a vontade do Criador (Rm 1.25).
o conceito d etu rpado e rela tiviz a d o do
p e ca d o r e su lta em d e s v io e fa lh a de
ca rá ter (2 T m 3.5). D esse m odo, a so ­
ciedade d eixa de ser eticam en te sólida S IN O P S E I I I
e s e torna m oralm ente desajustada (Hc
Q uando s e n o rm a liz a o p e ca d o s o ­
1.4). D essa crise de integridade irrom pe
b r a u m a c r is e ética e m o ra l, b e m
ações incompatíveis com a fé bíblica (Rm
co m o a d e ss a c ra liz a ç ã o d a v id a .
2 .2 1,2 2 ). T em as p ro g ressistas vio la m a
ética e a m o ral b íb licas e p a ssa m a ser
norm alizados, tais como: a im oralidade
sexual, 0 aborto e 0 uso de drogas ilícitas
(1 Sm 2.6; R m 1.2 7 ; 1 Co 6.15,19).
2 . Im oralidade sex u al. A deturpação AUXÍLIO TEOLÓGICO
da doutrina do pecado favorece o avanço
da im o ralid ad e s e x u a l (R m 1.2 4 ). Em QUESTÕES A M BIEN TAIS E SO­
d efesa d a liberdade de decisão sobre o CIAIS COMO EXTENSÃO DO PECADO
corpo, b an a liza -se 0 sexo pré-conjugal, “A com preensão da natureza do
extraconju gal, n o rm a liza -se a hom os­ pecado deve renovar a n o ssa sen ­
sexualidade (Rm 1.26,27) e a doutrina da sibilidade diante das questões do
castid ad e é v is ta com o op ressora (Rm meio am biente e le v a r-n o s a reto­
6.12). Nesse aspecto, 0 afrouxam ento da m ar a com issão original de cuidar do
moral, 0 ensino da ideologia de gênero e a m undo de Deus, o qual n ão devem os
erotização da infância promovem luxúria deixar n as m ãos daqueles que pre­
e licenciosidade. O pecado é tolerado, a ferem adorar a criação ao invés de
fa m ília é desconstruída e a doutrina da ao Criador. Questões com o justiça
santidade é negligenciada (Hb 13.4). social e necessidade hum ana devem
3 . A d e s s a c r a liz a ç ã o d a v id a . A s ser advogadas pela Igreja como tes­
Escrituras ensinam que a vid a hum ana tem unho d a veracidade do am or, em
é sagrada porque tem origem divina (Gn contraste à m entira que é 0 pecado.
1.27). Por conseguinte, a vida é inviolável M esm o assim , sem elhante testem u­
e deve ser valorizada (2 Pe 1.3). O corpo nho deve apontar sem pre para 0 Deus
h um an o deve se r cuidado, alim entado d a ju stiça e do am or, que enviou o
e preservado (E f 5.29). N ão obstante, a seu Filho a m orrer por nós. Somente
vulgarização do pecado fomenta ideologias a salvação, e não a legislação ou um
que d esprezam a sacralidade e a d ign i­ evangelho social que desconsidera a
dade hum ana. P ro p a la -se a autonom ia cruz [...), pode cu rar 0 problem a e
incondicional sobre 0 próprio corpo sem seus sin tom as” (HORTON, Stanley
M (ed.). T eologia Sistem ática: Uma
a s devidas lim itações éticas e m orais. O
slogan “ meu corpo, m inhas regras” rei­ Perspectiva Pentecostal. Rio d e Janeiro:
CPAD, 20 18 , p.298).
vindica 0 pseudodireito de a pessoa usar
drogas, prostituir-se, abortar, com eter o

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 15


CO N CLU SÃ O sociais, o m al prim ário a s e r combatido
A r e la t iv iz a ç ã o do p e c a d o q u e o é o pecado inerente à natureza humana.
re str in g e à so lu ção d e p a u ta s so c ia is Um a v e z regenerado p ela fé em Cristo,
em prejuízo d a m oral e, p or sua vez, o o crente repudia a s in ju stiças contra o
exclu sivism o m oral em detrim ento de seu próxim o (Rm 1.18; l Co 13.6). A Igreja
causas sociais, igualmente, não retratam a tu a n te é a q u e la que a in d a m ilita na
a fé cristã. Apesar de a Igreja não ser apo- terra contra a carne, o m undo, o Diabo,
lítica e n em insensível às desigualdades 0 pecado e a m orte (E f 6.12).

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. Segundo a lição, com o a Bíblia defin e 0 “ pecado” ?


A Bíblia defin e “ pecado” com o a tra n sg re ssã o da L ei de D eus (1 Jo 3-4 )-
2 . O que é Corrupção Total?
É 0 estado d e corrupção m en tal, m oral e esp iritu al d a n atureza h u m an a (Rm
3 .10 - 18 ) .
3. O q u e en fraq u ece a resp on sabilidade m o ral do pecador?
A m u dança d e ên fa se do pecado o rig in al (natu reza h um an a) p ara 0 pecado
social (estru tu ral) en fraqu ece a resp on sabilidade m oral do pecador.
4. O que re flete 0 caráter do cristão?
A obediência aos p rincípios bíblicos reflete o caráter de u m cristão (Rm 12 .2 ).
5 . P or que a v id a h u m an a é sagrada?
A s E scritu ras en sin a m que a vid a h um ana é sagrad a porque tem origem
d ivin a (Gn 1.2 7 ).

VOCABULÁRIO
Em ancipatório de gênero: Libertação e independência do gênero biológico.
M a r x is ta : R elativo a K arl M a rx e su a dou trin a e x p o sta em su a s obras.
P ro g re s s is ta : R elativo à id eia d e tran sform ação, revolu ção e refo rm as
no cam po so cia l, ético e m oral.
In co n fo rm ism o : Tendência e atitude d e e s ta r inconform ado; recu sa de
a ceitar a condição incôm oda ou desfavorável.
C riticism o : R elativo ao ato d e c ritic a r d e m an eira g e n eralizad a e m ór­
bida alg u m a co isa o u objeto.
A ssiste n cia lism o : Um sistem a de assistên cia a os carentes e necessitados.
L ib e ra lism o T eo ló g ico : M étodo de abordagem da re lig iã o sob um a
p e rsp ectiva crítica, ra cio n a lista e m aterialista.
Ideário: Conjunto de idéias principais de u m autor, doutrina ou movimento.
P ro p a la r: T orn ar público; d iv u lg ar; d ar publicidade.

16 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


r
V E R D A D E P R Á T IC A

T E X T O ÁUREO Os en sin os progressistas buscam


desconstruir a f é cristã por
“ S abe, p o rém , isto: q u e nos
den tro e afa star as pessoas do
últim os d ia s so brevirão tem pos
verd a d eiro cristian ism o bíblico,
t r a b a l h o s o s (2 Tm 3 .1)
to rn a n d o -a s m eras m ilitantes de
causas sociais.
____________________________ /

L E IT U R A D IÁ R IA

S e g u n d a - 1 Pe 1.15 ,16 Q uinta - A p 2 2 .18 ,19


A s E sc ritu ra s advertem 0 cristão a N in gu ém pode acrescen tar ou
v iv e r e m san tidade re tira r coisa alg u m a d a s E scritu ras
T e rç a - 2 T m 3 .16 ,17 S e x ta - R m 12 .7
A B íblia é a ú n ica revelação e s c rita E xortação à Igreja acerca da
d e Deus p ara a hum anid ad e dedicação a o en sin o d a s E scritu ra s
Q u arta - 2 P e 1 . 2 1 Sáb ad o - R m 12 .1,2
A s E sc ritu ra s são a verdade plen a É p reciso m a n te r-se em com unhão
d e Deus, dada p elo E spírito S an to com D eus e p erm an ecer separado
d a s a rm a d ilh a s do pecado
v . .J

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 17


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

2 T im ó te o 3. 1 - 9

1 - Sabe, porém, isto: que nos últimos dias 6 - Porque deste núm ero são os que se
sobrevirão tempos trabalhosos; introduzem pelas casas e levam cativas
2 - porque haverá homens amantes de si mulheres néscias carregadas de pecados,
mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, levadas d e várias concupiscências,
blasfemos, desobedientes a pais e mães, 7 - que aprendem sempre e nunca podem
ingratos, profanos, chegar ao conhecimento da verdade.
3 - sem afeto natural, irreconciliáveis, 8 - E , como Jan es e Jam bres resistiram
caluniadores, incontinentes, cruéis, sem a M oisés, assim tam bém estes resistem
am or para com os bons, à verdade, sendo hom ens corruptos de
4 - traidores, obstinados, orgulhosos, entendim ento e réprobos quanto à fé.
m ais am igos dos deleites do que amigos 9 - Não irã o , p o rém , a v a n te ; p o rq u e
de Deus, a todos será m anifesto o seu desvario,
5 - ten do aparên cia d e p ie d a d e , m as como também o fo i o daqueles.
negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

4 Hinos Sugeridos: 2 10 , 2 5 9 , 30 6 da H arpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO a s p rin cip ais teo rias p ro g ressistas;


N esta lição, verem os algun s p e­ III) A p licar elem en to s que refu tam
rig o s do en sin o pro g ressista à fé 0 en sin o p ro g ressista.
cristã bíblica. Fazem p arte do arca­ B) M otivação: É m uito provável
bouço pro g ressista o liberalism o te­ que você já tenha ouvido algum as
ológico, o teísm o aberto, a teologia preleções em que há um a insistente
d a libertação, bem com o su a s deri­ ên fase em desconstruir postulados
vadas, tais com o: teologia fem inista, que sem pre fo ram caros ao cristia­
teologia n eg ra, teologia queer etc. O nism o bíblico. E m relação a isso, o
propósito básico d esses m ovim en­ apóstolo Paulo diz que estam os dian­
to s teológicos é desconstruir a m oral te de pessoas orgulhosas, tom adas
cristã, im plodir a ortodoxia bíblica e por desejo doentio p o r discussões a
corrom per a fé bíblica p or dentro da respeito de palavras, fazendo falsas
igreja evangélica. acusações a respeito da piedade como
um a m era fo n te de lucro; tra ta-se ,
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
pois, de um a m ente pervertida, p ri­
A) O bjetivos d a L içã o : I) Elencar
vad a da verdade (1 T m 6 .3 - 5).
o s elem en tos que d escaracterizam
C) S u gestão de M étodo: E m 2 0 22,
o cristian ism o b íblico; II) E xplicar
u m vídeo de um a m ilitan te política

18 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


circulou n as redes sociais. E sse vídeo a s gran d es d ou trin as da P alavra de
é revelador. Nele, há u m a fa la cla ­ D eus e, fin alm e n te, a cu ltivar um a
ram en te a respeito da estratég ia de v id a de santidade ao Senhor.
m ilitan tes atuarem na Escola D om i­
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
n ical das igrejas evangélicas, princi­
A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
palm ente, n as cla sse s in fan tis, onde
V ale a p ena conhecer e s s a revista
há m aior necessidade d e volu ntários
qu e traz rep o rtag en s, artigo s, en tre­
para o trabalho. Você pode procu­
v is ta s e su bsíd io s de apoio à Lições
ra r e sse vídeo na internet, pois ele
Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 » P-37,
fo i viralizado. E m seguida, alerte os
você encontrará u m su bsíd io esp e­
alunos a respeito do que um a ideolo­
cial para esta lição.
gia pro g ressista pode fa z e r n a m en ­
te de u m a pessoa. S im , deixe claro B) A u x ílio s E sp e c ia is: Ao fin al do
que h á p esso as em n osso m eio que tópico, vo cê en con trará a u x ílio s que
acreditam piam ente que precisam darão suporte na preparação de sua
“ converter” o s evangélicos para ler a au la: 1) O texto “ P ressu po siçõ es do
B íblia de um a m aneira m a is progres­ In térp rete e do Teólogo P en teco s-
sista. E sse fenôm eno é real. ta l” , localizado depois do p rim eiro
tópico, aprofu n d a a reflexão a re s­
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
peito da autoridade do tex to bíblico;
A ) A p licação : A o fin al desta lição, 2 ) O texto “ P u rifican do 0 C rente” ,
estim u lem o s aos alu n os a re a firm a ­ ao fin al do terceiro tópico, am p lia a
re m a autoridade da Bíblia p ara toda re flex ã o a resp eito d a ên fa se n a s a n ­
prática e fé , a conhecer e a en sin a r tificação d o crente.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O seus heréticos conceitos e os meios espi­


Nesta lição, verem os que os ensinos ritu ais pelos quais a Igreja deve resistir
p rogressistas enfraquecem a autoridade aos seus efeitos m aléficos (Jd 1.3).
da Bíblia. Suas heresias propagam que
a s Escrituras contêm erros, que I - A D E S C A R A C T E R IZ A -
D eus n ã o é so b e ra n o e que
ÇÃO DO C R IS T IA N IS M O
o so b ren atu ral é u m m ito.
1. A d eterio ração
São indiferentes à doutrina , I Palavra-Chave \
A expressão bíblica “ últimos
b íb lica do pecado, r e la t i- | Progres- d ia s ” fa z alu são ao período
v iz a m o s valo res m o rais e
defendem a necessidade de
sism o ' a n te rio r à v o lta de C risto ,
s e n d o r e t r a t a d o co m o u m
“ r e s s ig n ific a r ” a fé c ris tã .
tem po “ extrem am en te d ifíc il”
Por con segu inte, seu s en sin o s
p rogressistas resu ltam na descarac- (2 T m 3.1). O apóstolo Paulo alerta
terização do cristianism o bíblico. Nesta que 0 com portam en to h um an o esta rá
oportunidade, verificarem os a lg u n s de asso ciad o à im p ied ad e, ca ra cte riz ad a

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 19


p e la p ro fu n d a d e g ra d a ç ã o m o ra l (2 E spírito, sendo in capaz d e s e r in s tru ­
T m 3 .2 - 4 ). Por is s o , a lis t a p a u lin a é m ento de tran sform ação do caráter das
um a descrição da escalada dos pecados pessoas (2 T m 3-5; 2 Co 4.2,3). Portanto,
na sociedade. E o enfraqu ecim en to da não podemos negociar a verdade de que
doutrina bíblica e o relativism o, que não a B íb lia é a ún ica revelação esc rita de
aceita norm a m oral absoluta, in stigam Deus, dada pelo Espírito Santo, capaz de
a m á conduta da hum anidade. O atual constranger a consciência dos pecadores
e a la rm a n te crescim en to do pecado é (2 T m 3.16,17).
um a indicação de que já vivem o s esses 3. A co rru p ção d a fé . Com 0 caráter
ú ltim o s dias. N ão obstante, ap esar das hum ano m aculado e a corrosão da o r­
investidas heréticas, a Bíblia nos adverte todoxia, prom ovidos pelo progressism o
a viver em santidade em qualquer época no ensino, o cristian ism o e a fé bíblica
da jornada cristã (1 Pe 1.15 , 23-25). são descaracterizados. N ão p o r acaso, 0
2. A e ro sã o d a o rto d o x ia . O en sinapóstolo
o Paulo acrescenta a s práticas dos
p r o g r e s s is t a re p r e s e n ta u m a ta q u e falso s cristão s (2 T m 3 .2 -4 ) à repulsiva
teológico à o rtod oxia b íb lica. S u as te­ conduta da luxúria e de várias concupis-
ses redu zem o tex to bíblico a u m m ero cên cias (2 T m 3.6). Os h ereges cativam
r e g is t r o d e e x p e r iê n c ia s r e lig io s a s . a s p e ss o a s p o r m eio d a sed u ção e do
Desse modo, 0 fundam ento da fé cristã é engano. Escravos que são d a s paixões,
questionado, isto é, a autoridade bíblica eles acreditam que os p razeres do corpo
é rejeitada e su as verdades negligencia­ não podem contam inar a alm a. Por isso,
das; 0 conteúdo doutrinário cede espaço os pecados m orais, a lib ertin agem e 0
p a ra a cu ltu ra, o en treten im en to e ao abuso do corpo são tolerados, tais como:
resu ltado a qualquer custo; o s cristão s a prostituição, a ideologia d e gênero, as
torn am -se “ m ais am igos dos deleites do d ro g as, 0 aborto, 0 re la tiv ism o m oral
que am igos de D eus” (2 T m 3.4); a vid a etc . A rebeldia e a ausên cia d e genuína
em ig re ja fic a desprovid a do poder do co n v e rsão o s im p ed e m d e a lc a n ç a r 0

AM PLIAN DO O CONHECIMENTO

AUTORIDADE DAS ESC RITU RA S


“ O escopo da autoridade d a s E scritu ra s é
tão e x te n siv o com o a p ró p ria autoridade de
Deus em relação a todas a s áreas da existência
h u m an a. D eus está a cim a de to d as a s á re a s
de n ossa vid a, e fa la a to d as e la s m ediante a
sua Palavra. A autoridade d a P a la vra escrita é
a autoridade do próprio D eus. A B íblia não é
m eram ente um registro da autoridade de Deus
no passado, m as continua sendo a autoridade de
Deus, hoje.” A m plie m ais o seu conhecim ento,
lendo a Teologia Sistem ática: Um a P erspectiva
Pentecostal, editada p ela CPAD, pp.94-98.

2 0 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


co n h ecim en to d a verd ad e (2 T m 3.7).
ponto de referên cia realm en te b í­
Por fim , 0 engano desses m estres e seus
b licos e pen teco stais. Prim eiro:
segu id o res se rá objeto do ju íz o divino
deve crer no m undo sobren atural,
(2 T m 3.8).
esp ecialm en te em D eus, q u e opera
d e form a poderosa e r e v e la - s e na
h istó ria. Os m ila g re s, no sentido
bíblico, são o corrên cias com uns.
SINO PSE I N a B íb lia, ‘ m ila g re’ r e fe re -s e a
qu alqu er m an ifestação do poder de
A d e te rio ra ç ã o m o ra l, a e ro s ã o
D eus, e n ão n ecessariam en te a um
d a o rto d o x ia e a c o rru p ç ã o d a fé
even to raro o u incom um . A lém d is ­
s ã o e le m e n to s q u e d e s c a r a c te ­
so, o u tros poderes no m undo s o ­
r iz a m o c r is t ia n is m o b íb lic o .
bren atu ral, q u er an gelicais (bons),
qu er d em oníacos (m aus), pen etram
em n osso m undo e aq ui o p eram . O
pen tecostal não é m aterialista nem
racio n alista, m a s reconhece a re a ­
lidade da d im en são so b ren atu ral”
AUXÍLIO TEOLÓGICO (HORTON, S tan ley M (ed.). T eo ­
lo g ia S iste m á tic a : Uma Perspectiva
PRESSUPOSIÇÕES DO
Pentecostal. Rio d e Jan eiro : CPAD,
IN T É R PR ET E E DO TEÓLOGO
2 0 18 , p p .6 1- 6 2 ) .
PENTECOSTAL
“ Finalm ente, é im portante e x a ­
m in arm os 0 que nós, intérpretes,
trazem os de n osso m undo, e a cre s­
centam os ao texto (pressuposições).
Prim eiro: tenh am os u m com pro­ I I - A S T E O R IA S
m isso com a inspiração verbal e ple­ P R O G R E S S IS T A S
nária. Os m étodos su p ra delineados 1. A d e s c o n s t r u ç ã o d a B íb l ia . 0
devem afirm ar e sse ponto de vista. ensino progressista é 0 desdobram ento
P restem os atenção a todo 0 conselho do lib eralism o teológico. Sua principal
de Deus, e evitem os a ên fase e x a g e­ característica é 0 repúdio à inspiração e
rada num só tem a ou texto. Doutra inerrância da Bíblia (2 Tm 3.16). A ênfase
form a, su rge u m cânon dentro de do P ro g re ssism o re p o u sa no a n tro p o -
u m cânon, que é outro erro grave. É cen trism o (hom em com o centro). E sse
que, na prática, traçam os u m círculo en sin o p rod uz p e sso a s eg o cên tricas e
dentro do círculo m aior (a Bíblia), e retira a convicção do pecado (2 T m 3.2).
dizem os, n a prática, que essa parte O parâm etro p ro g ressista é d e rein ter-
assim delineada é m ais inspirada do pretação d a s E scritu ras p ara satisfazer
que o resto . S e derivarm os a teologia a con cu piscên cia h u m an a (2 T m 4.3).
só de um a p arte selecionada d a B í­ E n tão , p r o p a g a - s e u m “ e v a n g e lh o ”
b lia, acontecerá a m esm a coisa. em que a s a lv a ç ã o do h o m em ocorre
É im p ortan te, portanto, qu e 0 p or m eio d e u m a re fo rm a so cia l com
pen tecostal tenha um a b a se e um a re la tiv iz a çã o do pecado, da m o ral e

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 21


da fé bíblica (G1 1.7-10 ). A ssim , o term o e a p ro m e ssa d a v in d a d e C risto são
“ pro g ressista” re fe re -se à s teorias que c la s s ific a d o s com o m ito lo g ia . N essa
se d ista n ciam do cristian ism o bíblico, te o lo g ia , a B íb lia só é c r ív e l s e d ela
em e sp ecial n a deturpação d a s doutri­ forem extirpados os m ilagres, os sin ais
n a s e dos v a lo re s cristã o s (Fp 3.18 ,19 ; e ou tras revelaçõ es so b ren atu rais. Em
2 P e 2.19). oposição a esses disparates, ratificam os
2 . 0 T e ísm o ab erto . Outra corrente que a B íblia é a verdade p len a de Deus,
da teologia lib eral/p rogressista é 0 en­ atestada pelo Espírito Santo, sustentada
sin o do teísm o aberto. N essa teologia, pela h istória e confirm ada por m ilhões
Deus é lim itad o, n ão conhece o futu ro de p essoas alcançadas pela fé em Cristo
e m d e t a lh e s , n ã o e x e r c e o c o n tro le (2 Pe 1.2 1).
absoluto sobre o u n iverso e n em sobre
a v id a h u m an a . A fir m a - s e que 0 co­
nhecim ento divino das coisas que estão
p o r acontecer depende das ações livre s SINO PSE II
d o s h om en s. R e je ita -s e o con ceito de
A s t e o r ia s p r o g r e s s is t a s p a s ­
p resciên cia em que Deus sab e todas as
s a m p e la d e s c o n s t r u ç ã o d a B í­
co isas antecipadam ente. N essa heresia,
b lia , p e lo t e ís m o a b e rto e p e la
Deus foi su rpreen did o pelo pecado no
t e o lo g ia lib e r a l.
É den e forçado a red esen h ar a h istória
(Gn 3.8-19 ). E ssa ên fase extrem ada nas
decisões do hom em sacrifica a soberania
de Deus, e a autolim itação d ivin a anula
o que a B íblia en sin a sobre a queda e a
corrupção do gênero hum ano, afetando I I I - R E F U T A N D O O E N S IN O
a ssim a doutrina d a providência divina P R O G R E S S IS T A
e d a presença do m al m oral no mundo. 1. Reafirm ando a autoridade bíblica.
L o g o , e m b o ra s e u s p o s tu la n te s n ão E m refu tação ao en sin o p ro g re ssista é
reconheçam publicam ente, a conclusão in d isp en sáv el re a firm a r a do u trin a da
é b em lógica: S e Deus não é soberano, in sp iração d ivin a, verb al e p len ária da
então, n ão fa z sentid o o rar a Ele. inerrante P alavra de Deus (2 Tm 3.16,17)
3 . A T e o lo g ia d a D em itolo gização . e v a lid a r o p rin cíp io d e Sola Scriptura
E m 19 5 8 , R u d olp h B u ltm a n n p ro p ô s in stitu íd o n a R efo rm a, que estabelece
u m p ro g ra m a de d e m ito lo g iz aç ã o do a B íblia com o a ú n ica re g ra in fa lív e l e
texto b íblico. O m ito é u m a h istória de autoridade fin a l d e fé e p rática. N essa
ca rá te r re lig io so que n ão te m fu n d a ­ d ireç ão , L u tero a d v e rtia so b re a n e ­
m en to n a re alid ad e, e qu e s e d e stin a cessid ad e d e d istin g u ir en tre 0 que foi
a tr a n s m itir u m con ceito d e fé. P ara entregu e p or D eus n o s texto s sagrados
e s s e teó lo g o a le m ã o h a v ia m ito s na e 0 que fo i in ven tado p elos hom en s no
B íb lia e e r a p r e c is o s e p a r á - l o s d a c o n te x to d a p e sa d a tra d iç ã o ro m an a
ve rd a d e . N e sse p e n sa m e n to , 0 C éu e na Idade M éd ia. A rm ín io , p o r su a v ez,
0 In fe rn o , a ten tação , o s d em ô n io s e a lertava que a p erfeição d as E scritu ras
a p o sse ssã o d em o n íaca p a s sa m a ser é solap ad a quan do su a verd ad e é n e ­
visto s como m itológicos. Até a doutrina gad a ou rein terpretada. D esse modo, a
da concepção, do n a scim e n to v ir g in a l autoridade b íb lic a é ra tifica d a quando

2 2 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


se o ferece re sistê n cia à p resu n ção das
id e o lo g ia s h u m a n a s em a c re sc e n ta r SINO PSE III
ou re tira r alg u m a co isa d a s E scritu ra s
R e fu ta m o s o e n s in o p r o g r e s ­
(Ap 2 2 .18,19).
s is t a , r e a f ir m a m o s a a u t o r id a ­
2. E n sin an d o a s d ou trin as b íblicas.
d e d a B íb lia , e n s in a n d o a s d o u ­
A G ran d e C o m issão c o n fia d a à ig re ja
t r in a s b íb lic a s e v iv e n d o u m a
co n siste e m fa z e r e e n sin a r d iscípu los
v id a d e s a n t id a d e a o S e n h o r.
(M t 28.19,20). Com preende u m a orde­
n a n ç a p ro c la m a d o ra e u m m a n d a to
e d u c a c io n a l. A in c u m b ê n c ia é ta n to
d e form ação quanto d e tran sform ação
d e in d iv íd u o s. É re sp o n sa b ilid a d e da AUXÍLIO TEOLÓGICO
Igreja ev a n g e liz a r o m undo e en sin a r
a s d o u trin a s b íb lic a s (2 T m 4.2). E m “ PURIFICANDO O CRENTE
v is ta d isso , Pau lo exo rta a n e c e ssá ria A obra do E sp írito n ão ce s­
dedicação ao en sin o (Rm 12.7). A a tivi­ sa quando a p e sso a reconhece sua
dade é e sse n c ia l p a ra in stru ir, exp o r e cu lp a d ian te de D eus, m a s v a i cres­
c o rrig ir o erro (2 T m 3.16). E s sa atua­ cendo a cada etapa subsequen te. A
ção é prim ord ial na tran sfo rm ação da segun d a etap a na san tificação pelo
ve lh a n atu reza (E f 4 .2 2 -2 4 ), form ação E sp írito S an to no indivíduo é a
do ca rá ter cristão (E f 4.13), resultando conversão. E sta é u m a experiên cia
no gen uíno crescim en to d e u m a igreja in sta n tâ n ea . Inclui a san tificação
esp iritu alm e n te sau d ável e d o u trin a - p elo E spírito , o u , em lin gu a gem b i-
riam en te bíblica (E f 4.16). blicam en te m a is co rreta, 0 p rocesso
3 . E n fa t iz a n d o a s a n t ific a ç ã o . O d a san tificação pelo E sp írito in clui
fo rta le c im e n to da au to rid a d e b íb lic a a co n versão ” HORTON, S tan ley M
e o apren d izad o d a s d ou trin as c ristã s (ed.). T e o lo g ia S istem á tic a: Uma
precisam esta r atrelados a u m a v id a de Perspectiva Pentecostal. R io d e Ja n e i­
ro : CPAD, 2 0 18 , p p .4 2 3 -2 4 .
santidade (1 Pe 1.16). O verbo san tificar
v e m do g re g o h a g i a z õ q u e s ig n ific a
“ sep arar, p u rificar, co n sa g ra r”. O ad­
je tiv o “ san to” é tradu ção do vocábulo C O N CLU SÃ O
“ hagíos” . D esse modo, a santificação é a A s Escrituras advertem que a conduta
operação do Espírito Santo em m anter 0 humana dos “últimos dias” é de repulsiva
crente separado do pecado e consagrado descaracterização d a fé. A h eresia p ro ­
a D eus (Rm 12 .1,2 ). É a continu ação da gre ssista critica as E scritu ras, promove
obra in iciad a n a regen eração (E f 1.13), 0 enfraquecim ento da ortodoxia, instiga
q u a n d o 0 s a lv o re c e b e n o v id a d e de a fro u x id ão m o ral e a fa s ta a s p esso as
v id a (2 Co 5.17) e s e esten d e até o dia do verdadeiro cristian ism o . Contudo, a
da glo rificação do cren te (Rm 6.22). A postura da Igreja não deve ser de inércia,
ê n fa se e stá na o bediência à P ala vra de m as de resistência a iniquidade. A defesa
Deus (T g 1.22), no abandono das co n - da fé ocorre quando os valores imutáveis
cu p iscên cias (1 P e 1.13 ,14 ) e nu m a vid a e atem porais da Bíblia são exercitados
de retidão m oral e m toda a m an eira de p elo p od er de D eu s na v id a d iá ria do
v iv e r (1 Pe 1.15). crente salvo (1 Co 2.4,5).

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 23


R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. P ara o que o apóstolo Paulo alerta?


O apóstolo Paulo alerta qu e o com portam ento h um an o estará associad o à
im piedade, caracterizad a pela p rofu nda degradação m o ral (2 T m 3 .2 - 4 ) .
2 . O que o en sin o p ro g re ssista representa?
O ensino progressista representa um ataque teológico à ortodoxia bíblica. Suas
teses reduzem 0 texto bíblico a um m ero registro de experiências religiosas.
3. O q u e o en sin o p ro g ressista en fatiza?
A ê n fa se do P ro gressism o repousa no antropocentrism o (h o m em com o cen ­
tro). E sse en sin o produz p esso as egocêntricas e re tira a convicção do pecado
(2 T m 3 .2 ).
4. O que é in d isp en sáv el na refu tação d o en sin o p ro g ressista?
E m refutação ao ensino pro g ressista é indispensável reafirm a r a doutrina
da in spiração divin a, verbal e plen ária da inerrante P alavra de Deus (2 Tm
3 .16 ,17 ). V alidar 0 princípio de Sola Scriptura instituído na R eform a, que e s ­
tabelece a B íblia com o a única regra in falível e autoridade fin al de fé e prática.
5 . O fortalecim en to da autoridade bíblica e o apren dizado das dou trin as
c ristã s p recisam esta r atrelados a quê?
O fortalecim en to d a autoridade bíblica e 0 aprendizado d a s d o u trin as cristãs
precisam e s ta r atrelados a u m a vid a d e san tidade (1 Pe 1.16 ) .

LEITU R A S PARA APROFUNDAR

I SI V . T . \* Mi I

T e o lo g ia S is te m á tic a : A O rig e m d a B íb lia


U m a P e rs p e c tiv a Uma fascinante visão geral de
P e n te c o sta l como a Bíblia foi inspirada,
Os grandes temas da fé cristã canonizada, lida como literatura
explicados sob uma perspectiva sagrada e copiada em antigos
pentecostal. manuscritos hebraicos e gregos.

24 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
LIÇÃO 4
23 de Julho de 2023

QUANDO A CRIATURA VALE


MAIS QUE O CRIADOR

T E X T O ÁUREO V E R D A D E P R Á T IC A
“ Pois m udaram a v erd a d e d e A exaltação da criatura
D eus em m en tira, e honraram acim a do C riador é a
e servira m m ais a criatura do usurpação d a gló ria divin a
que 0 Criador, q u e é bendito p ela m en tira e v a id a d e
etern am en te. A m ém !” (Rm 1.2 5 ) hum ana.

^_______________________________ _______________________________y

L E IT U R A D IÁ R IA

S e g u n d a - 1 T m 4 .2 Q uinta - D t 6 .1- 9
A m en tira ap rision a e cau teriza a A B íblia p o ssu i u m arcabouço de
co n sciên cia do s e r hum ano p rática esp iritu al e social
T e rç a - E f 2.3 S e x ta - Ê x 2 0 .3 -5
Os que a n d a m nos d e sejo s da 0 ídolo é tudo 0 que s e coloca no
ca rn e são filh o s d a ira lu g ar de Deus
Q u arta - Jo 2 0 .2 5 ,2 9 Sáb ad o - G1 5-19
0 fa lso cristian ism o cede A concupiscência d a carn e
espaço p ara 0 racion alism o e 0 caracteriza quem é dom inado pelo
ceticism o pecado sex u al
L ____________________________________ ._______________________________________ á

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 25


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

R o m a n o s 1 .1 8 -2 5

18 - P o r q u e d o c é u s e m a n if e s t a a ir a d e d iscu rso s s e d e s v a n e c e r a m , e 0 s e u c o ra ç ã o
D e u s s o b r e t o d a im p ie d a d e e in ju s tiç a d o s in s e n s a t o s e o b s c u r e c e u .
h o m e n s q u e d e t ê m a v e r d a d e e m in ju stiç a ; 22 - D iz e n d o -s e sáb io s, to rn a ra m -s e loucos.
19 - p o r q u a n t o 0 q u e d e D e u s s e p o d e 23 - E m u d a r a m a g l ó r i a d o D e u s i n ­
c o n h e c e r n e le s s e m a n ife s t a , p o r q u e D e u s c o r r u p t ív e l e m s e m e lh a n ç a d a im a g e m
Ih o m a n ife s t o u . d e h o m e m c o r r u p t ív e l, e d e a v e s , e d e
20 - P o r q u e a s s u a s c o isa s in v is ív e is , d e s d e q u a d r ú p e d e s , e d e r é p t e is .
a c r ia ç ã o d o m u n d o , t a n t o 0 s e u e t e r n o 2 4 P e lo q u e ta m b é m D eu s o s e n tre g o u à s
p o d er com o a sua d iv in d a d e , s e e n te n d e m e c o n c u p is c ê n c ia s d o s e u c o ra ç ã o , à im u n d í-
c la r a m e n t e s e v e e m p e la s c o is a s q u e e s tã o c ia , p a r a d e s o n r a r e m 0 s e u c o r p o e n t r e si;
c r ia d a s , p a r a q u e e le s f iq u e m in e sc u sá v e is; 25 - p o is m u d a r a m a v e r d a d e d e D e u s e m
2 1 - p o r q u a n to , t e n d o c o n h e c id o a m e n t ir a e h o n ra ra m e s e r v ir a m m a is a
D e u s, n ã o 0 g lo r ific a r a m c o m o D eus, c r ia t u r a d o q u e 0 C r ia d o r , q u e é b e n d it o
n e m lh e d e r a m g ra ç a s ; a n te s , e m seu s ete rn a m e n te . A m é m !

Hinos Sugeridos: 370 , 526, 59 8 da H arpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO seu s desdobram entos em n o ssa cul­


O antropocentrism o é o conjun­ tura; III) Conhecer os tipos de au to i-
to d e ações e d e d ou trinas filosóficas dolatria e a s orientações bíblicas para
que colocam o s e r h um ano no centro escapar d esses m ales.
de todas a s coisas. T am bém cham ado B) M otivação : Nesta lição refleti­
de h um anism o, essa herança cultu­ rem os sobre com o a relativizaçao do
ral do m ovim ento h istórico, político prim eiro m andam ento pode adoecer
e social conhecido com o Renascença, toda a sociedade. Com o m ovim ento
vem s e desdobrando desde o século sociocultural, a influência do h u m a­
XIV. Contudo, com o sabem os, a v e r­ nism o possui desdobram entos em
dadeira identidade h um ana não se d iferentes esfe ra s sociais, inclusive
encontra no antropocentrism o, m as na eclesiástica. Portanto, é crucial
vig iarm o s em nosso cam inho.
n o s en sin o s d a s E scritu ras Sagradas,
cujo Criador T odo-Poderoso é sobe­ C) Sugestão de M étodo: Disponi­
ran o sobre todas a s coisas. bilize alguns dicionários, tanto bíblico
quanto da língua portuguesa, e peça
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
que alguns voluntários os abram em
A) O bjetivos da Lição: I) Identifi­
palavras-ch ave da lição, tais como:
car a s consequências da irreligiosida-
Renascentism o; Ilum inism o; Huma­
de e culto à criatura; II) Compreender
nism o; Antropocentrismo; N a rd sis-
a origem histórica do hum anism o e

26 LIÇÕ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


m o; Hedonismo; etc. Após a leitura n a qu al caiu o próprio Diabo ( Is a -
dos significados, pergunte aos alu­ ía s 1 4 .1 2 - 1 5 ) e h oje a u tiliza co m 0
nos se eles identificam traços desses m esm o propó sito , d e a fa s ta r 0 ser
m ovim entos em nossa cultura. Em h um ano do D eus T odo-Poderoso.
seguida, aprofunde a reflexão voltan -
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
d o -a para a nossa própria realidade,
A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
indagando-os de que m aneira tais ca­
V ale a p ena conhecer essa re vista
racterísticas podem ser percebidas em
que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
nosso ambiente eclesiástico. Permita
tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
alguns m inutos de debate e inicie a
ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 ,
exposição da lição.
p .3 8 , vo cê en con trará u m subsídio
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO especial p ara esta lição.
A ) A p licação : E sta lição nos B ) A u x ílio s E sp e c ia is: A o fin al
con vida a re fletir sobre a ten d ên ­ do tópico, vo cê en co n trará os s e ­
cia h u m an a ao egocentrism o e a g u in te s a u x ílio s: 1) O texto “ O R ela-
in flu ên cia cu ltu ral dos en sin o s da tivism o iniciado no É den ” expan de
filo so fia p ó s-m o d e rn ista , centrados a reflexão a resp eito do R elativism o
no h om em , acim a d e seu Criador, no p rim eiro tópico; 2 ) O texto “ H u­
a ssim com o os p erigos in d ivid u ais m an ism o: (A tradição de h o m en s’ ” ,
e co letivo s d esse m al. Precisam os localizado no segun d o tópico, e n fa ­
id en tificar a s su tile z as d e ta l cilada, tiza u m alerta so b re 0 h um anism o.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O asebeia, que sign ifica “ irreligiosidade” .


A soberba e a insensatez do hom em Ele refere-se à decisão do ser hum ano de
ím pio 0 m antêm afastado da v e r- v iv e r com o se Deus n ão e x istisse
dade de D eus. Com o advento ^ (SI 36.1; Jd 1.14,15)* Já 0 vocábulo
da revolução do pensamento, “ injustiça” vem do grego adi-
Palavra-Chave
0 ser criado passou a priorizar kia e significa “ sem retidão”.
cada vez m ais a criatura em 1 A ntropo- ' A palavra carrega a ideia de
detrimento do Criador. A au-
\ centrism o 1 não ser reto diante de Deus
e n e m c o m 0 p ro x im o (2

r
toidolatria, 0 coração perverso
e a escolha pelos prazeres da Pe 2.15). A m b as a s p a la vra s
carne colocaram a raça hum ana r e v e la m a s it u a ç ã o g e r a l da
em inimizade contra Deus (2 Tm 3.4). h um anid ad e n ão regen erad a (Rm
A lição de hoje é um alerta acerca do que 1.18), sua idolatria, 0 culto à criatura (Rm
ocorre quando Deus deixa de ser a medida 1.19 -23), a perversidade e a depravação
de todas as coisas (Rm 1.18). m o ra l (Rm 1.2 5 - 3 2 ) q u e e x p re s sa m a
decisão deliberada do h om em em des­
I - O D ESPREZO À VERD AD E p re z a r a verd ad e d iv in a (Rm 1.19 ,20 ).
1. E s sa in v e stid a co n tra 0 tem o r a Deus
A im p ied ad e e a in ju stiç a . O ter­
mo “ im piedade” é a tradução do grego e a relativização do pecado aprision a e

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R 27


cau teriza a consciência h um ana (1 T m
4 .2 ) . T a is ações p ro vêm d a re cu sa do S IN O P S E I
hom em em glorificar 0 Criador (Rm 1.21).
A p e r v e r s ã o m o r a l do h o m e m
2 . A in sen sa tez h um an a. 0 apóstolo
Paulo assegu ra que a revelação geral de e m d e s p r e z a r a v e r d a d e d iv in a
Deus, por m eio da natureza, faz com que o d e ix a à m e r c ê d e s e u s d e s e jo s .
o s e r h u m an o p ossu a o conhecim ento
sobre 0 Criador (Rm 1.19,20a). Por isso,
ninguém pode s e r indesculpável acerca
da realid ad e d ivin a n em de seu eterno
AUXÍLIO
poder (Rm 1.20b). Não obstante, m esm o
em contato diário com e ssa revelação, o
BIBLIOLÓGICO
hom em iníquo não glorifica a Deus nem
O R e la tiv ism o in iciad o n o Éden
lhe rende graças (Rm 1.21a). E m lu gar de
“Adão e Eva tentaram ser iguais
recon hecer o Criador, o se r criad o age
a Deus e determ inar os próprios pa­
como se não fosse criatura e se comporta
drões (veja o v .5 , nota). Até certo
com o se fosse divino (Gn 3.5). Por causa
ponto, eles conseguiram torn ar-se
d a s e sp e cu laç õ es p re te n sio sa s de seu
independentes de Deus e capazes de
coração e de su a autoidolatria, tanto o
distinguir, por si m esm os, 0 bem do
seu raciocínio quanto o seu intelecto em
m al. (1) Neste mundo, 0 juízo im per­
relação à verdade tornam -se inúteis (Rm
1.21b). Suas ideologias rejeitam , perver­ feito e pervertido dos hom ens fre­
tem e substituem a verdade de Deus pela quentemente decide 0 que é bom ou
m en tira do h om em . D essa in sen sa tez mau. Essa, porém , nunca foi a vonta­
resu lta a idolatria e a p erversão m oral de de Deus. Ele pretendia que nós co­
(Rm 1.22-25). nhecéssem os apenas 0 bem , confian­
3 . O cu lto à c r ia tu r a . A o re je ita r a do nEle e na sua Palavra. (2) Todos os
D eus e su a s le is, os “ filh o s da ira ” (E f que aceitam o perdão de Deus e con­
2.3) são deixados à mercê de seus desejos fessam que Ele é 0 Senhor — o líder
pecam in o so s, den tre ele s: a im p ureza am oroso de suas vid as — retom am
sex u al e a degradação do próprio corpo ao propósito original estabelecido por
(Rm 1.24). A qui o texto bíblico ratifica a Deus para eles. Eles confiam na Pa­
anunciada ira de Deus sobre a impiedade lavra de Deus para determ inar 0 que
e a in ju stiça d o s h om en s (R m 1.18 ). A é bom, certo e verdadeiro” (Bíblia de
corrupção m oral do s e r hum ano deriva Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio
d e su a rebelião contra Deus. Sua n atu ­ de Janeiro: CPAD, 2022, p.15).
re z a caíd a troca a verdade pelo engano
e p refere h o n rar e se rv ir a criatu ra em
lu g ar do seu Criador (Rm 1.25a). A ssim ,
na re lig iã o os se re s criad os p a ssa m a I I - A R E V O L U Ç Ã O DO P E N S A ­
ser cultuados; n as ciências, a m atéria é M EN TO HUM ANO
colocada a cim a de D eus; na sociedade, 1. R e n a sc e n tism o . A R en ascen ça é
o a rtista , o a tle ta , o político ou o líder um movimento intelectual que surgiu na
re lig io so se torn am u m a referên cia de Europa Ocidental, entre os séculos XIV e
id o latria em a fro n ta ao Criador, que é X VI. A característica d esse m ovim ento
bendito etern am en te (Rm 1.25b). foi 0 seu profundo racionalism o, ou seja,

2 8 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


tudo devia ter um a explicação racional. n a razão, en ten d iam que o hom em era
Os renascentistas recu savam -se acredi­ o senhor do seu próprio destino e que a
ta r em qualquer coisa que n ão pudesse igreja e ra u m a in stitu ição d ispensável.
ser com provada racionalmente. Durante Já a Pós-m odem idade, ou M odernidade
esse período, que coincide com o início Líq u id a, su rg e a p a rtir da m etad e do
da Idade M oderna, que os historiadores séc u lo X X . S o ció lo g o s o b se rv a m que
m arcam a partir da tomada dos otomanos a so cie d a d e d e ix o u d e s e r “ só lid a ” e
pelos turcos em 1453 até a 1789 (Revolução passo u a s e r “ líquida” . Isso quer d izer
Francesa), a visão teocêntrica (em que Deus qu e o s v a lo re s q u e e ra m “ ab so lu to s”
era a medida de todas as coisas) foi mudada torn aram -se “ relativos” . Nesse aspecto,
por um a concepção antropocêntrica (em a coletividade foi substituída pelo eg o ­
que 0 homem se tomava a única medida de centrism o em que os relacionamentos se
todas as coisas). No lugar de ver 0 mundo to rn aram su p erficiais. N esse contexto,
a partir das lentes do Criador, os hom ens os dois grandes imperativos que marcam
passaram a enxergá-lo a partir das lentes e sse m ovim en to fo ram 0 hedon ism o e
da criatura. Assim , surgiram os primeiros 0 n a rcisism o . N a b u sc a do b e m -e s ta r
efeitos do processo de secularização da hum ano tudo se torna válido, tais como:
cu ltu ra, quando a vid a so cial p assou a o u so d a s p esso a s, o abuso do corpo, a
ceder 0 espaço para 0 racionalism o e 0 depravação e 0 consumismo desenfreado.
ceticism o (Jo 20.25,29). Nesse sentido, a
revolução científica e literária, que se deu
a partir do Renascimento, contribuiu para
0 surgim ento do Humanismo. SINOPSE II
2. Humanismo. A Itália foi 0 principal O d e sd o b ra m en to h istó rico e c u l­
centro hum anista nos fin s do século XV. tu ra l do R e n a sc im e n to c u lm in a
Para o m ovim ento h um an ista, a ética e n a re la tiv iz a ç ã o d o s v a lo re s d i­
a m oral dependem do hom em . A ssim , a v in o s .
criatu ra p assou a ser a b a se d e todos os
valores, e não 0 Criador. Os hum anistas
aprofundaram seu s estudos n a história
a n tig a a fim d e d e sco n stru ir o s livro s
s a g r a d o s . D e p o s itiv o , d e s t a c a - s e a AUXÍLIO TEOLÓGICO
v a lo riza çã o dos d ireito s do indivíduo.
Porém , esta n ão é u m a b an d eira p ró­ HUMANISMO: A TRADIÇÃO
pria do hum anism o. A Bíblia possui um DOS HOMENS
arcabouço de concepções de liberdade e “ 2 . O que ensina 0 hum anism o.
Segundo essa filosofia, que inclui a
d e igualdade (Dt 6 .1-9 ) que antecedem
m u ito s d ire ito s qu e a p a re c e ra m n o s ‘tradição dos hom ens’ a que se refe­
tem pos m od ernos. D e sta ca -se , ainda, ria Paulo, o hom em e 0 universo são
apenas originários da energia que se
que a Escritura ensina a igualdade entre
transform ou em m atéria, por obra do
raças, classe social e de gênero (G13.28).
acaso. É filosofia irm ã do evolucio-
3. Ilum inism o e P ós-m odem ism o. O
nism o biológico. Nega a existência de
Ilum in ism o su rgiu na Europa, en tre os
um Deus pessoal e infinito; nega ser
séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejei­
a Bíblia a revelação inspirada de Deus
ta v a m a trad ição, b u scavam re sp osta s

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 2 9


enganoso e perverso (Jr 17.9), pois do seu
à raça hum ana. Para o hum anis­
interior saem o s m aus pensam entos, as
m o, o hom em é o seu próprio deus;
im oralidades, a avareza, a soberba e a
o hom em pode m elhorar e evoluir,
in sen satez (Mc 7.21,22). E m v ista disso,
segundo tais preceitos, por meio da
Deus condena a adoração de ídolos no
educação, redistribuição econômi­
coração (Ez 14.3). Infelizm ente, algum as
ca, psicologia moderna ou sabedoria
pessoas chegam aparentar que adoram a
hum ana. O hum anism o é relativista,
Deus, m as na verdade servem aos ídolos
pois crê que padrões m orais não são
em seus corações (Mt 15.8). A ssim , quem
absolutos, e sim relativos e determ i­
n ã o tem e a D eu s, tra z a id o la tria no
nados por aquilo que fa z as pessoas
seu íntim o quando prioriza a reputação
sen tirem -se felizes... ensina que o
pessoal, busca 0 prazer como bem maior,
hom em não deve ficar preso a ideia
nutre tendências supersticiosas e possui
de Deus” (RENOVATO, Elinaldo. C o-
excessivo apego a os bens m ateriais. Ao
lossen ses. Série Comentário Bíblico. Rio
con trário d e ssa p o stu ra, a fim d e não
de Janeiro: CPAD, 2004, p p .9 0 -9 1).
p e ca r, so m o s a d v e rtid o s a g u a rd a r a
P alavra de D eus no coração (SI 119.11).
3. Id o latria s e x u a l. A fa lh a no con­
trole dos impulsos sexuais está associada
III - T IPO S D E AUTO ID O LATRIA a sen su alid ad e (Rm 1.27), im oralidade
1. Id o latria da au to im ag em . A ido­ (Rm 13 .13 - NVI) e lib ertin a g e m (2 Co
latria é tudo 0 que s e coloca no lu gar da 12 .2 1 - NVI). A concupiscência d a carne
adoração a Deus (Ê x 20.3-5)- Nesse caso, caracteriza quem é dominado pelo peca­
podemos dizer que 0 culto à autoimagem do sex u al (G1 5.19). Não se tra ta apenas
é um a forma de idolatria. Enquanto Cristo da prática do ato im o ral, m a s d a busca
re flete a im agem d e Deus (Hb 1.2,3), o in te n cio n al e co m p u lsiva p elo p ra ze r
n arcisism o h um ano reflete a natureza se x u a l ilícito (R m 1.2 6 ,2 7 ; 1 Co 6.15). É
do pecado (Jo 8.34). O a p ó sto lo Paulo o a lta r da idolatria se x u a l edificado no
retrata 0 hom em caído como um a pessoa coração (M c 7.21). En tão, a adoração a
egoísta: am ante de si m esm o; avarenta: D eu s é tro c ad a p e lo cu lto a o corp o a
am an te do dinheiro; odiosa: sem am or fim de s a tisfa z e r 0 ídolo da perversão
p ara com o próxim o; rebelde: sem am or e d a la sc ív ia p o r m eio de pecados (1 Pe
p ara com Deus; e hedonista: am ante dos 4 .3 - NAA). A o rien tação b íb lic a para
deleites (2 T m 3-2- 4)- D esse modo, um a escapar desse m al é a seguinte: “ vivam
pessoa não regenerada tem a necessidade no E sp írito e v o c ê s ja m a is s a tisfa rã o
de autopromover-se, desenvolvendo um a os d e sejo s d a ca rn e” (G1 5-16 - NAA).
opinião elevada de si m esm o (Lc 18.11).
E la tam bém anseia por reconhecim ento
e, de modo ilícito, busca estar sempre em
evidência (Lc 22.24-26). Contrária à a u -
toidolatria, a Bíblia ensina que a primazia SINO PSE III
é de Cristo, não do hom em (Jo 3.30). A a u to id o la tria p o d e s e m a n i­
2 . Idolatria n o coração. O coração se f e s t a r d e m u it a s fo r m a s , in c lu ­
refere à s em oções, à vontade e ao centro s iv e tra v e s tid a d e re lig io sid a d e .
d e toda person alidade (R m 9 .2; 10 .6 ; 1
Co 4 -5)- E le ta m b ém é d e scrito com o

3 0 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


CONCLUSÃO única de todas a s coisas, o hom em eleva
A corrupção da raça humana é o des­ seu interesse acim a da vontade divina.
fecho de sua rebelião à verdade divina. As consequências são a autoidolatria, a
A im piedad e e a au sên cia de retid ão depravação moral, a decadência social e
resultaram em teorias de autossuficiên- espiritual. Não obstante, a Escritura alerta
cia em que a criatura se ergue acim a de que a ira divina permanece sobre os que são
seu Criador. Ao se colocar como medida desobedientes à verdade divina (Rm 2.8).

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. Explique a s palavras “im piedade” e “in ju stiça” de acordo com a lição.


O term o “im piedade” é a tradução do grego a s e b e i a , que sign ifica “irrelig io -
sidade” . Ele r e fe r e -s e à decisão do ser hum ano de v iver com o se Deus não
ex istisse (SI 36.1; Jd 1.14,15). Já o vocábulo “in ju stiça ” vem do grego a d ik ia e
sign ifica “ sem retidão” . A palavra carrega a ideia de não ser reto d ian te de
Deus e n em com 0 próxim o ( 2 Pe 2.15).
2 . O que acontece com as p essoas que rejeitam a Deus e su as leis?
Ao rejeitar a Deus e su as leis, o s “filhos da ira ” (E f 2 .3) são deixados à m ercê
de seus d esejos pecam inosos, dentre eles: a im pureza sexual e a degradação
do próprio corpo (Rm 1.24).
3. Cite pelo m enos dois m ovim entos que m arcam a revolução no p en sam en ­
to hum ano.
R en ascentism o / H um anism o.
4 . Quais são as características de quem não te m e a Deus?
Quem não te m e a Deus tra z a idolatria no seu ín tim o quando prioriza a
reputação pessoal, bu sca o prazer com o bem m aior, n u tre tend ências su ­
persticiosas e possui excessivo apego ao s b en s m ateriais.
5. Qual é a orientação bíblica para escapar do m al da id olatria sexual?
A orientação bíblica para escapar d esse m al é a seguinte: “vivam no Espírito
e vocês jam ais satisfarão o s d esejos da carn e” (G 1 5.16 - NAA).

VOCABULÁRIO
H e d o n ism o : d ed icação ao p razer dos sen tid o s, o p razer com o estilo
de vida.
M a té ria : qualquer su bstância que com põe um corpo sólido, líquido ou
gasoso; su bstân cia corpórea de determ inada natureza.
N a rc isism o : am or pela própria im agem .
Id eologia: conjunto de convicções filosóficas, so ciais, políticas e tc. de
um indivíduo ou grupo de indivíduos.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 31


%

A DESSACRALIZAÇÃO DA VIDA
NO VENTRE MATERNO
r

V E R D A D E P R Á T IC A
T E X T O ÁUREO
A c o n c e p ç ã o d iv in a d e Je s u s
“ E e is q u e e m teu v e n tr e
C r is t o s a c r a l i z a a v i d a n o v e n t r e
c o n c e b e r á s , e d a r á s à lu z u m
m a t e r n o e s e o p õ e à c u lt u r a d a
filh o , e p ô r - lh e - á s o n o m e
m o r t e in fa n t il in tr a u te r in a d o
d e J e s u s .” (L c 1.3 1)
p r e s e n t e s é c u lo .

K ____________________________________ _______________________________ /

L E IT U R A D IÁ R IA
Segu n d a - Gn 2.7 Q uinta - E f 5 .2 8 ,2 9
D eus é o autor suprem o e fonte A E scritu ra , a n utrição e 0 resp eito
o rig in á ria d a vida pelo corpo hum ano
T e rç a - SI 139.13-16 S e x ta - SI 36 .9 ; 9 0 .12
A s E sc ritu ra s v a lo riz a m a vid a O p rincípio d a sacralid ad e, a
desde a concepção dign idad e h um an a e 0 d ireito à vid a
Q uarta - L c 1.34-36 Sáb ad o - J r 1.5
A g ra vid ez m iracu lo sa d a v irg em O p ro feta Je re m ia s a sse v era que a
M aria e d a e sté ril Isabel v id a com eça n a fecundação
w

32 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

L u ca s 1 .2 6 - 3 3 , 3 9 - 4 5
2 6 - E, no sexto m ês, fo i 0 anjo Gabriel Jacó, e 0 seu Reino não terá fim .
enviado por Deus a um a cidade da Ga- 3 9 - E, n aqu eles dias, le v a n ta n d o -se
lileia, chamada Nazaré, M aria, f o i apressada às m ontanhas, a
2 7 - a uma virgem desposada com um um a cidade de Judá,
varao cujo nome era José, da casa de Davi; 4 0 - e entrou em casa d e Z acarias, e
e 0 nom e da virgem era Maria. saudou a Isabel.
2 8 - E, entrando 0 anjo onde ela esta­ 4 1 - E aconteceu que, ao ouvir Isabel a
va, disse: Salve, agraciada; 0 Senhor é con­ saudação de M aria, a criancinha saltou
tigo; bendita és tu entre as mulheres. no seu ventre; e Isabel fo i cheia do Es­
2 9 - E, v e n d o -o ela, tu rb o u -se m uito pírito Santo,
com aquelas palavras e considerava que 4 2 - e exclamou com grande voz, e dis­
saudação seria esta. se: B endita és tu entre as m ulheres, e é
3 0 - D isse-lh e, en tão, 0 a n jo : M aria, bendito 0 fru to do teu ventre!
não temas, porque achaste graça diante 43 - E de onde me provém isso a mim, que
de Deus, venha visitar-m e a m ãe do meu Senhor?
3 1 - E eis que em teu ventre conceberás, e 4 4 “ Pois eis que, ao chegar aos m eus
darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás 0 nome ouvidos a voz da tua saudação, a crian­
d e Jesus. cinha saltou de alegria no m eu ventre.
3 2 - Este será gran de e será cham ado 4 5 - B em -aven tu rada a que creu, pois
Filho do Altíssim o; e 0 Senhor Deus lhe hão de cum prir-se as coisas que da parte
dará 0 trono de Davi, seu pai, do Senhor lhe foram ditas!
3 3 - e reinará eternam ente na casa de

Hinos Sugeridos: 374 , 5 18 , 5 6 2 da Harpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1 . INTRODUÇÃO é perm itido em algum as nações. T al


Um dos desdobram entos da filo ­ contradição é alarm ante, já que sob a
so fia p ó s-m o d ern ista em n ossa so ­ ética do C ristian ism o e da P alavra de
ciedade pode s e r observado n a cres­ Deus, a vid a criada por E le é sag ra ­
cente defesa da legalização do aborto da, desde o m om ento d a concepção
no B rasil pelos setores intelectu ais e (SI 13 9 .13 - 16 ) até 0 últim o suspiro
culturais, apesar d e 8 7% d a popu­ (Ec 12 .7 ). N ão por acaso, há registros
lação s e denom inar cristã, segundo na Bíblia de pessoas ch am ad as por
0 ú ltim o censo do IBGE. O m esm o Deus ainda no ven tre (Gn 2 5 .2 0 - 2 3 ;
discurso perm eia os argum entos Is 4 9 .1; Jr 1.5 ; Lc 1.15 ,4 1 ; G1 1.15 ,16 ) .
para ju stifica r a defesa d a eu taná­ Por isso , a vid a h um an a inicia e se
sia e até do suicídio assistid o, como desenvolve n o ven tre m aterno.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 33


2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO seguida, ore pelo decorrer da aula
A ) O bjetivos d a L içã o : I) R efle­ e interceda ao Espírito Santo p e­
t ir sobre a d ivin a concepção e n a s ­ la s alm as que n este m om ento estão
cim en to d e Je su s, dem onstrando o pensando em realizar u m aborto ou
m ila g re d a v id a e da capacidade de m esm o tirar a própria vida.
p ro criar; 11) Id en tificar o s traços da
3 . CONCLUSÃO DA LIÇÃO
cu ltu ra de m orte p resen tes em n o s­
A) A plicação: E sta lição n o s con­
s o s d ias e a s su as con sequências; III)
vid a a re fletir sobre a cultura de
C om preender a sacralid ade da vid a e
m orte que perm eia a n o ssa socieda­
a im p ortância d e a Igreja de C risto
de e 0 nosso papel enquanto Igreja
com bater toda cu ltu ra que vio le os
de C risto nela. Com o portadores e
prin cíp ios da P alavra d e Deus.
propagadores da v id a abundante que
B ) M o tivação : N esta lição, v e ­
0 n osso Salvador conquistou por nós
rem o s qu e a cu ltu ra d a m o rte está
na cruz, que p o ssam os n o s em pe­
p resen te e cada ve z m a is n a tu rali­
n h ar m a is em alcançar o s perdidos
zada n a s p au tas in telectu ais e po­
que cam inh am para a m orte e ainda
lítica s em d efesa da legalização do
levam consigo inocentes, ta l como
aborto e eu tan ásia. Ao p asso qu e o
está escrito: “ L ivra os que estão d e s­
sistem a d e sse m undo, m ediante e s ­
tinados à m orte e sa lv a os que são
tra tég ias a rd is, im p õe u m a agenda
levados p ara a m atan ça, s e o s p u ­
d e desconstrução d a sacralid ade da
deres re tira r” (Pv 2 4 .11) . Portanto, 0
vid a, tão cara ao C ristian ism o B íb li­
Senh or Deus se im porta com a vida
co. A ssim , enquanto cristãos, p re ­
ainda inform e no ve n tre m aterno.
cisam o s n o s posicion ar sabiam ente.
C) Su gestão d e M étodo: Para essa 4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
lição, su gerim os u m recu rso m u lti­ A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
m ídia. Com a devida antecedência, V ale a p ena conhecer essa re vista
prepare o m aterial necessário, reali­ que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
zando teste s m inutos an tes da aula. tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
Caso a sua igreja n ão disponha, é ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 ,
p o ssível tran sm itir via sm artphone, p .3 8 , vo cê en con trará u m subsídio
com um a caixinha bluetooth para especial p ara esta lição.
am pliar o som . Selecione um vídeo B ) A u x ílio s E sp e c ia is: A o fin al
(extraído da internet, d e acordo com do tópico, você en co n trará a u xílio s
a sua preferência) com batim entos que darão su p o rte n a p reparação de
cardíacos de u m bebê. M ostre tam ­ su a au la: 1) O texto “ A sacralidade
b ém a im agem d essa preciosa vida, d a vid a aos o lh o s do C riador” e n ­
ain da com o um a sem ente divina, d o ssa bíblica e teolo gicam en te que
n a se x ta sem ana de gestação, por a v id a h u m an a é sag rad a m esm o
exem plo, quando já é p ossível ouvir an tes d a concepção no ve n tre. 2) O
o coração pela ultrasson ografia. P er­ texto “ Não m a ta rá s!” aprofu n d a 0
m ita que ouçam por a lg u n s segun ­ argu m ento con trário ao aborto, eu ­
dos e deixe o som em segundo plano, ta n ásia e su icíd io a ssistid o , e n fa ti­
enquanto lê o Salm os 13 9 .13 - 16 . Em zando 0 D ecálogo.

3 4 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O 2. A m ira c u lo sa con cepção. O anjo


Deus é o autor suprem o da v id a (Gn Gabriel explica a M aria que a concepção
2.7). Por isso, as E scritu ras a valorizam s e ria s in g u la r e m iracu lo sa: “ descerá
d e s d e a c o n c e p ç ã o n o v e n tr e s o b r e ti o E s p ír it o S a n to ” (Lc
m atern o (SI 139 .13-16). A ssim , i.35a) e, p o r isso , d e cla ra que
to d a id e o lo g ia q u e te m 0 0 m enino, “ 0 Santo, [...] será
o b jetivo de a lte ra r 0 co n ­ chamado Filho de Deus” (Lc
ceito d a v id a , d esq u alifica 1.35b). A jo v em n ão pediu
a a u to rid a d e b íb lic a e fa z s in a l a lg u m , m a s 0 a n jo
apologia à cultura de morte lh e co m u n ica d a g ra v id e z
i n f a n t il no ú te ro . A id e ia
p r o g r e s s is t a , q u e re iv in d ic a
ao s e r hum ano a autonom ia sobre
r de Isab el como u m incentivo
d su a fé : “ tu a p rim a , co n ce­
b eu u m filh o em sua v e lh ice ” (Lc
a v id a , a fr o n ta a s o b e r a n ia d iv in a . 1.36a). O testem unho d a s E scritu ras de
N esta lição, estu d are m o s a concepção m ulheres estéreis que ficaram grávid as
so b ren atu ral de Je su s C risto, a ap o lo ­ preparou o m undo p ara crer e receber
g ia id eo ló g ica d a c u ltu ra d a m o rte e 0 m ila g re da co n cep ção d e Je s u s por
0 co n ceito da sa c ra lid a d e d a v id a no m eio d e um a v irg e m . A resp eito d essa
ú tero m aterno. realidade, 0 anjo endossa ao se referir à
gestação de Isabel: “ é este o sex to m ês
I - A C O N C E P Ç Ã O D E C R IS T O p ara aquela que era ch am ad a e s té ril”
1. (Lc 1.36b ). Ao f in a liz a r a m e n sa g e m ,
O a n ú n c io do n a sc im e n to . Uma
virg em com prom etida em ca sar-se com G ab riel com p leta: “ porque p a ra Deus
José, cham ada M aria, recebe a v isita do nada é im p o ssível” (Lc 1.37).
an jo G abriel em N azaré (Lc 1.26 ,27). O 3. A b ên ção do n a sc im e n to . A vid a
s e r a n g e lic a l lh e f a z u m a re velação : gerad a no ve n tre de um a m u lher é um
“ em teu ve n tre co n ceb erás, e d a rá s à m ila g re (Ec 11.5), pois D eus dotou o ser
lu z u m filh o, e p ô r-lh e -á s 0 nom e de hum ano com a dádiva da procriação (Gn
Je s u s ” (Lc 1.3 1). D ian te do in u sitad o , 1.28). Por isso , o n ascim en to d e filh o s
M aria in d aga: “ como se fa rá isso , visto é u m a re c o m p e n sa d iv in a (SI 127.3).
q u e n ão con h eço v a rã o ?” (L c 1.3 4 ). A C on tu d o, se m 0 d o m d a fe r tilid a d e ,
pergu n ta dem onstra a perplexidade da u m v e n tre e s té r il to r n a - s e o b stácu lo
v irg e m de com o s e d a ria a concepção p a ra a v iv ê n c ia da m a te rn id a d e (Gn
sem a p articip ação d e u m h om em . No 30 .1,2 ). A ss im , a re le v ân c ia d a g e sta ­
Evangelho, a menção à cidade de Nazaré ção e a sacra lid a d e da v id a no ve n tre
é p ro fética (Lc 1.26), p o is 0 C risto seria d a m ãe sã o en d o ssa d a s quan do a B í­
chamado de “ nazareno” (Mt 2.23). Lucas b lia re g istra a g ra vid ez m iracu lo sa de
ain da en fatiza a virgin d ad e da donzela M a ria e d e Isab el; u m a v irg e m e outra
e a d escen d ên cia d e Jo sé “ d a c a s a de de id ad e a van çad a (Lc 1.34 ,36 ). Isab el
D a v i” (Lc 1.2 7 b ). E s s a s in fo rm a ç õ e s tra z ia João no seu ven tre, q u e nasceu
in te g ra m a s p ro fe c ia s m e s siâ n ic a s e com o objetivo de p re p arar a o Sen h or
to rn a m fid ed ig n o 0 re la to b íb lico (Is u m p o v o b e m - d is p o s t o (Lc 1.15 - 17 ) .
7 .14 ; SI 89.3,4). M a r ia p o rta v a em seu v e n tre o F ilh o

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R 35


do A ltíssim o, o R ei etern o (Lc 1.3 2 3 3 ),
re z a qu e 0 s e r h um an o não é obra
q u e n a sceu p ara s e r o Salvador, que é
do a caso , p o is 0 acaso n ão se ria ca­
C risto, 0 S en h or (Lc 2.11).
p az de prod uzir u m s e r tão p erfeito
quanto o h om em . Deus 0 criou com
a s p ró p rias m ão s e , p ara aum entar
a intim id ad e conosco, fe z questão
S IN O P S E I d e a p ro xim ar 0 seu ro sto do n o s­
so. E , so p ra n d o -n o s a s n arin as,
A h is tó r ia d a co n c e p ç ã o d iv in a
aum entou ain da m ais a com unhão
d e Je s u s C risto ilu s tr a a s a c r a -
en tre n ó s e Ele. Portanto, não nos
liz a ç ã o d a v id a d esd e o v e n tre
arvorem os com o d eu ses e sen h ores
m a te rn o , re s s a lta n d o q u e to d a d a vid a, determ inando quem deve
g e s ta ç ã o é u m m ila g re e u m a v iv e r e quem tem de m o rrer. E sse
d ád iv a co n ced id a p e lo C riad or d ireito só cabe a D eus, p o is a p e s­
(G n 1 .28; E c 11.5). soa h um an a tem in ício n ele e para
e le terá d e reto rn ar (Ec 1 2 .7 ) ” (AN­
DRADE, Claudionor de. A s n o va s
F ro n te ira s d a É tica C ristã. R io de
Jan eiro : CPAD, 2 0 15 , p p . 7 0 - 7 1) .

AUXÍLIO ÉTIC A CRISTÃ

A SACRALIDADE DA VID A AOS


OLHOS DO CRIADOR
“ Teologicam ente, quando com e­ II - A CULTURA DA M O RTE
ça a vida hum ana? Na fàse em brio­ 1 . 0 p rojeto ideológico. A cultura da
nária? Ou na fetal? Aos olhos do autor m orte é u m conjunto de id éias que v is a
e conservador da vida, antes mesmo m o d ific a r 0 co n ceito b íb lico d a vid a.
da concepção. É 0 que constatam os E n tre su as p a u tas estão a leg a liz ação
no cham am ento de Jerem ias: ‘Antes do aborto e da eu ta n ásia , ap o lo gia ao
que eu te form asse no ventre, eu te suicídio e 0 controle da natalidade. M e­
conheci; e, antes que saísses da m a ­ diante estratégias culturais, intelectuais
dre, te santifiquei e à s nações te dei e p o lític a s, im p õ e -s e u m a a gen d a de
por profeta’ (Jr 1.5). Ora, se 0 autor e descon stru ção d a sacralid ad e da vid a,
conservador da vida não fa z distinção algo caro à c u ltu ra cristã, com o vim o s
entre em brião e feto, pois aos seus no tóp ico a n te rio r (cf. L c 1.3 1). N esse
olhos am bos são pessoas com pletas, s e n tid o , e s t im u la - s e a “ e u g e n ia ” : 0
por que iríam os nós teim ar em e s ­ d e sca rte do s e r h u m an o co m alg u m a
tabelecer tal diferença? Quem real­ m á form ação ain da no útero m aterno; a
m ente am a não se perde em sem e­ m aternidade é depreciada a fim de que
lhantes especulações, m as tudo faz a a m ulher não deseje ser m ãe; 0 conceito
fim de preservar a santidade da vida. de saúde reprodutiva é m odificado para
A tentem os à n arrativa do G êne­ justificar 0 aborto como medida de saúde
s is . M oisés m o stra com m u ita cla ­ fe m in in a ; o d ire ito à v id a no ú tero é
su b stitu íd o p elo d ireito incondicional

36 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


da m u lh er sobre o próprio corpo, que
p o r m eio do aborto decreta a m orte do
SINO PSE II
fru to de seu ventre.
2 . 0 d ireito sobre o corpo. A cultura S o b o p r e te x to d a a u to n o m ia
p ó s-m o d e rn a in s is te qu e é d ireito do e d e tu rp a ç ã o d o liv r e - a r b ít r io ,
ser hum ano exercer autonom ia sobre o a c u ltu r a d e m o r te se a la s t r a e
próprio corpo. E ssa ideia é de liberdade n a tu r a liz a p r á tic a s a b o m in á ­
t o t a l a o c o n tro le in d iv id u a l so b re a v e is à P a la v ra d e D eus.
con stitu ição físic a e o com portam ento
h u m an o . O s lo g a n “ m eu corpo, m i­
n h a s r e g r a s ” é u tiliz a d o em d e fe s a
d a s lib erd ad es se x u a is e reprodutivas,
b em co m o p a ra a e sc o lh a d e v id a ou
d e m o rte . N e s sa p e rc e p ç ã o e s tã o os
AUXÍLIO ÉTIC A CRISTÃ
“ d ireito s” à prostitu ição, ao aborto, à
NÃO M ATARÁS!
eu ta n ásia , a o su icíd io e ou tros. Qual­
“ Há quem defenda a eutanásia
q u e r o p in iã o c o n trá ria é co n sid erad a
ativa, sob 0 argum ento de que ‘não
vio laç ão d a lib erd ad e h u m an a . N esse
se deve m anter artificialm ente a vida
q u esito , a s E s c ritu ra s a ss e v e ra m que
subum ana ou p ós-hu m an a v e g e-
o co rp o deve s e r nu trid o e resp eitado
tativa’ , e que se deve evitar 0 sofri­
(E f 5 .2 8 ,2 9 ); qu e e m b o ra liv re , 0 s e r
mento dos pacientes desenganados,
h u m an o n ão tem o d ireito d e p ro fan ar
com m oléstias prolongadas (câncer,
0 seu corpo (1 Co 6.13); e que a v id a só
AIDS etc.). Som os de parecer que 0
tem sentido quando e stá sob 0 dom ínio
cristão não deve apoiar essa prática,
d e C risto (G1 2.20).
pois consiste em um a ação deliberada
3. A p rática do aborto. O aborto é a
e consciente, norm alm ente por parte
interrupção do n ascim ento por m eio da
do médico, a pedido do paciente, ou de
m orte do em brião ou do feto, é o ato de
fam iliares (ou sem consentimento),
descon tinuar a gestação do se r vivo. O
através da aplicação de algum tipo de
termo gestação vem do latim “ gestacione”
agente (substâncias, medicam entos
e se refere ao tem po e m que o em brião
etc.) que leve o paciente à m orte, evi­
fic a no útero, desde a concepção até 0 tando o seu sofrim ento. A Bíblia diz:
nascimento. Nesse caso, 0 aborto pode ser “ Não m atarás...” (Ê x 20 .13). O verbo
não intencional ou provocado no período m atar, aí, é rasab, que tem 0 sentido
d e gestação. Na lei m osaica, provocar a de assassin ar intendonalm ente (não
interrupção d a gravid ez da m ulher era se aplica ao caso de m atar na guer­
um ato crim inoso (Ê x 21.22,23). No sexto ra, em defesa própria etc.). A ação do
m an dam ento, 0 h om em é proibido de médico, tirando a vida do paciente, é
m atar, o que significa literalm ente “ não vista como um assassinato, segundo a
a ssa ssin ar” (ê x 20.13). Os intérpretes do maioria dos estudiosos d a ética cristã.
Decálogo concordam que a proibição do Tradidonalm ente, se reconhece que a
aborto está incluída neste mandamento. eutanásia é u m crim e contra a von ­
A ssim , quem m ata um em brião o u feto tade de Deus, expressa no decálogo,
aten ta contra a dignidade h u m an a e a e contra o direito de vida de todos os
sacralidade da vid a n o ventre m aterno.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 37
união do gam eta m asculino ao feminino.
seres hum anos” (U M A , Elinaldo Re-
E s sa n o v a cé lu la é u m s e r h u m an o e
novato. Ética cristã: confrontando as
p o ssu i identidade p ró pria e, portanto,
questões do nosso tempo. Rio de Janei­
0 seu d ire ito d e n a s c e r n ã o p o d e ser
ro: CPAD, 2002, p p .138 -39 ).
in terrom pid o p o r v o n tad e, d e sejo s ou
caprichos h um anos (Dt 32.39; Rm 9.20).
3. A p o s iç ã o c r i s t ã . A ig r e ja que
m a n tém 0 p rin c íp io teo ló gico d a a u ­
toridade b íb lica (2 T m 3 1 6 ) defen de a
III - A S A C R A L ID A D E D A V ID A
dignidade hum ana e a inviolabilidade da
1. A v id a é in vio lável. A vid a hum a­
v id a desde a su a concepção. E n sin a que
na é sagrada, pois ela é u m ato criativo
a v id a h u m an a é sag rad a em to d as as
d e Deus, 0 autor e a fonte o riginária do
etapas do desenvolvimento da vida e que
fôlego da v id a (Gn 2.7; Jó 12 .10 ). N essa
não pode s e r vio lad a p o r n en h u m tipo
perspectiva, 0 princípio de sacralidade
de cu ltu ra (1 S m 2.6). R atifica que toda
assegu ra a dignidade d a pessoa hum ana
id eologia que se c u la riz a os prin cípios
e a inviolabilidade do direito à vid a (SI
bíblicos deve s e r com batida (2 T m 3.8).
36.9; 90.12). Portanto, 0 valor da vid a é
absoluto e deve s e sobrepor a qualquer
outro direito ou interesse (Jo 10.10). Nesse
asp ecto , o p rincípio d e d e fe sa da vid a
humana, desde a concepção no útero m a­ SINO PSE III
terno, não pode conter exceções. Somente
A s S a g ra d a s E s c r itu r a s d e fe n ­
Deus tem poder sobre a vid a e a m orte (1
d e m a d ig n id a d e h u m a n a e a
Sm 2.6). Em um a sociedade secularizada,
in v io la b ilid a d e d a v id a d esd e a
o cristão p recisa to m ar cuidado com o
relativism o, não fazer concessões e estar su a c o n c e p ç ã o , t a l c o m o a Ig r e ­
alerta quanto às ações d e m anipulação j a d e C ris to d eve fa z e r.
de sua consciência e 0 desrespeito à vida
h um an a (2 Co 4 .2; 1 T m 4.1,2).
2 . O com eço d a v id a . A s E scritu ras
são in c isiv a s a o a firm a re m 0 in ício da
v id a desde a concepção: o p ro fe ta Je ­ C O N CLU SÃ O
re m ia s a firm a que a vid a tem in ício n a A g e s ta ç ã o e a p ro c ria ç ã o do s e r
fecundação (Jr 1.5); 0 rei Davi corrobora h um ano sã o bên çãos d iv in a s (Gn 9-7).
que a p essoa é conhecida e cuidada pelo A concepção de Cristo n o ventre de um a
Sen h or d esd e a con cep ção (SI 139 .13); v irg e m ce rtifica a sacralid ad e da vid a
D eu s é quem fo rm a o s e r v iv o dentro intrauterina. A in terrupção d a vid a em
do ve n tre d a m ãe (SI 13 9 .14 ) . A in d a, o qualquer fase da gravidez é uma agressão
salm ista a firm a que D eus v ê 0 em brião ao direto in vio lável de nascer. A v a lo ­
ainda inform e e 0 am a em todos os pro­ rização da dignidade hum ana, 0 direito
cessos form ativos da vid a intrauterina, à v id a e o cuidado à pesso a v u ln erável
d esd e a fecu n d ação até o n ascim en to são princípios im utáveis do cristianism o
e p o r toda a sua v id a (SI 139 .15,16 ). Por bíblico (Jo 10.10). A cerca do assu n to , a
co n segu in te, de acordo com a s E scri­ B íblia a sse g u ra que Deus é 0 autor e 0
tu ra s, a v id a com eça quando ocorre a detentor da v id a h um an a (Jó 12.10).

38 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. De acordo com a lição, o que preparou o m undo p ara c re r e receber o m i­


lag re d a concepção de Je s u s p or m eio de u m a virg em ?
O testem u nho d a s E scritu ras de m u lh eres estéreis q u e fica ra m g rá vid as.
2 . De acordo com a lição, o qu e são en d ossadas quando a B íblia re g istra a
gravid ez m iraculosa de M aria e d e Isabel?
A relevân cia da gestação e da sacralid ade da v id a no ve n tre da m ãe.
3. Cite a s p au tas qu e caracterizam a cu ltu ra da m orte.
E n tre su a s p a u tas estão a legalização do aborto e d a eu tan ásia, apologia ao
su icíd io e 0 controle da natalidade.
4. O que caracteriza 0 ato de abortar?
A descontinuidade d a g estação do se r vivo.
5 . O que a igreja defende quando m an tém 0 p rincípio teológico de a u to ri­
dade b íblica?
A igreja que m antém o princípio teológico da autoridade bíblica (2 T m 3.16)
defende a dignidade hum ana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção.

LEITU R A S PARA APROFUNDAR

fron teiras
rf-Etica C n sta

É tic a C ristã A s N o v a s F r o n t e ir a s d a
O pastor Elinaldo Renovato É tic a C r is tã
examina abordagens éticas Família, aborto, liberação das
influenciadoras nas decisões da drogas, engenharia genética,
nossa sociedade e apresenta o eutanásia, homossexualismo,
posicionamento da ética cristã transplante de órgãos, moral e
sobre o aborto, planejamento ética cristã. Como nos posicionar
familiar, sexualidade, divórcio, sobre estas questões?
eutanásia etc.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 39
A DESCONSTRUÇÃO DA
MASCULINIDADE BÍBLICA
r

T E X T O ÁUREO V E R D A D E P R Á T IC A

“E t o m o u 0 S e n h o r D e u s o 0 h o m e m f o i c r ia d o c o m
h o m e m e o p ô s n o ja r d im q u a lid a d e s q u e e x p re s s a m
d o É d e n p a r a o la v r a r e o v ir ilid a d e , r e s p o n s a b ilid a d e
g u a r d a r ” (G n 2 .1 5 ) e li d e r a n ç a .

^_
L E IT U R A D IÁ R IA

S e g u n d a - G n 1.2 7 Q uinta - E z 22.30


D eus criou 0 s e r h um ano e os Deus procura h om en s cap azes para
d efin iu pelo sex o : m acho e fêm ea reverter situ açõ es ad versas
T e rç a - G n 2 .15 S e x ta - R t 3 .8
A o c ria r 0 h om em , D eus lhe 0 autocontrole e m oderação nos
con fiou d u as ta refas: cu ltiv a r e in stin tos sexu ais
g u a rd a r 0 jard im Sábado - R t 4 -13-16
Q uarta - R m 1.2 6 ,2 7 E sp e ra -se do hom em cristão um
0 uso a n tin atu ra l d a sexu alid ad e caráter protetor e provedor p ara
é condenado n a s E scritu ras toda a su a fa m ília
____________________________________ A

4 0 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

R u te 4 .7 - 1 2
7 - Havia, pois,já de muito tempo este cos- sua herdade, para que 0 nome do falecido
tume em Israel, quanto à remissão e contra­ não seja desarraigado dentre seus irmãos
to, para confirmar todo negócio, que 0 ho­ e da porta do seu lugar; disto sois hoje
mem descalçava 0 sapato e 0 dava ao seu testemunhas.
próximo; e isto era por testemunho em Israel. í i - E todo 0 povo que estava na porta e
8 - Disse, pois, 0 rem idoraBoaz: Tom a-a os anciãos disseram: Somos testemunhas;
para ti. E descalçou 0 sapato. 0 S enh or fa ça a esta m ulher, que entra
9 - Então, Boaz disse aos anciãos e a todo na tua casa, com o a R a q u el e com o a
0 povo: Sois, hoje, testem unhas d e que L eia, q u e am bas ed ifica ram a casa de
tomei tudo quanto fo i de Elimeleque, e de Israel; e há-te já valorosamente em Efrata
Quiliom, e d e M alom da m ão d e Noemi; e fa z e -te nom e afam ado em Belém .
1 0 - e d e que também tomo por m ulher a 1 2 E seja a tua casa como a casa de Perez
Rute, a moabita, que fo i mulher de Malom, (que Tamar teve de Judá), da semente que
para suscitar 0 nom e do falecido sobre a 0 Senhor te der desta moça.

Hinos Sugeridos: 10 7 , 26 0, 4 16 da H arpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO da criação divina e que su as caracte­


É preciso re fletir a respeito do rísticas passam pela provisão e pro­
conceito e do papel d a m asculinida­ teção da fam ília; II) D estacar que a
de do ponto d e v ista bíblico. Nesse erosão da m asculinidade tem a ver
sentido, a lição desta sem ana cham a com a apologia à hom ossexualidade
atenção para u m processo p resen ­ e com a negligência da responsabili­
te na sociedade de desconstrução da dade m asculina; III) Enfatizar a im a­
m asculinidade ta l com o é apresen ­ gem de Boaz como sím bolo de um a
tada n a B íblia e o im pacto que isso m asculinidade bíblica e equilibrada.
pode ter na funcionalidade da fa ­
B) M o tivação : Há u m a clara r e -
m ília cristã. Por isso , cham am os a
lativização quanto à im agem bíblica
atenção que, de acordo com a Palavra
do h om em . O m ovim en to p ro g re s­
de D eus, a m asculinidade bíblica leva
s is ta procura ro m p er co m o s p a ­
em conta a criação divina, a consti­
drões b íb lico s e d esco n stru ir a m a s­
tuição biológica e o papel estabeleci­
culinidade com o a en co n tram o s na
do p o r D eus para o hom em cristão.
B íblia e na con stitu ição b iológica do
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO h om em . Por isso , é im p ortan te r e ­
A) O bjetivos da Lição: I) M ostrar fle tir a resp eito d o s im pactos que
que a m asculinidade bíblica provém essa agen d a pode cau sar no e x e rc í-

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 41
cio do p ap el m ascu lin o tal qual re­ assu m am o p ap el que se esp era d e­
velado n as E scritu ras S agrad as. le s e m su a fam ília com o m arido, pai
e líder. É p reciso que trabalh em o s 0
C) S u g estã o d e M étod o: O s e ­
asp ecto p o sitivo do p ap el do hom em
gu n d o tópico traz u m a explicação a
na fa m ília e na sociedade conform e
resp eito da erosão da m asculinidade.
a s d iretrizes da P alavra d e Deus.
S u g erim os que você ap resen te um a
tabela em que conste a s segu intes 4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
in fo rm ações em relação ao assu n to: A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
A pologia m id iática da h om o ssexu a­ V ale a p ena conhecer essa re vista
lidade con tra a h eteron o rm ativid a- que tra z rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
de; resp on sab ilid ad es d e proteção, tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
trabalho e liderança negligen ciad as; ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 »
in capacidade de o s h om en s cu m p ri­ p .3 9 , vo cê en con trará u m subsídio
re m o seu papel. A ideia é que você especial p ara esta lição.
ap resen te u m a tabela com essa s B) A u xílio s E speciais: Ao fin al
in fo rm ações p ara introd uzir o a s ­ do tópico, você encontrará auxílios
su n to. E m seguida, dê tem po para que darão suporte na preparação de
que a c la sse expon h a o que pensa, sua aula: 1) O texto “ A Qualidade da
gerand o u m a tem pestade d e idéias. Paternidade” expande a reflexão das
D epois, expon h a o conteúdo do s e ­ funções naturais do hom em de prover
gu n d o tópico conform e a lição. e proteger. Aqui tom am os 0 exem plo
concreto da paternidade. 2) O texto
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
“ A Liderança M asculina” , localizado
A ) A p licação : A p re sen te lição
terceiro tópico, aprofunda a s caracte­
estim u la que o s h om en s cristãos
rísticas de liderança m asculina apre­
se ja m gen ero so s conform e o m odelo
sentadas à lu z da vid a de Boaz.
bíblico represen tad o p or B oaz, que

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO de d e sm a scu lin iza çã o e 0 exem p lo de


O conceito p ro g ressista de ruptura m ascu lin idade bíblica que Deus requer
d o s p a d rõ e s b íb lic o s a tu a na do h om em cristão.
d e sc o n stru ç ã o d a m a s c u li­
n id a d e . A s s im , o s m a rc o s
I - A MASCULINIDA­
ju d a ic o -c ris tã o s do p a p e l 1f Palavra-Chave \
d o h o m e m s ã o q u e s t io ­ Masculi- 1.
DE BÍBLICA
A criação div
n a d o s. N e s se co n te x to , a
m a s c u lin id a d e é r e la t iv i-
' nidade 1 hum ano. Deus é 0 Criador de
z a d a e o m o d elo b íb lic o de to d as a s co isas nos céus, na
h o m em , d e sco n stru íd o . N esta terra e no m a r (Gn 1.1; A t 4.24).
liç ã o , a p re s e n ta r e m o s o m a n d a to A E scritura registra que E le criou o
d iv in o p a r a o h o m e m , a s o fe n s iv a s ser hum ano e o definiu pelo sexo: macho

42 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


e fêm ea, hom em e m ulher (Gn 1.27). Essa lid erar a sua casa do m esm o modo que
diferenciação visa ao complemento mútuo C risto lidera a Igreja (E f 5.29). Um a vez
na união conjugal e ao desem penho dos que C risto se en tregou pelo b e m -e sta r
papéis d ivinam ente designados a cada d a Igreja, a liderança m ascu lin a requer
u m (1 Co 11.11,12). D esse modo, pode-se a p rá tic a d e a lg u m tip o d e s a c rifíc io
a firm ar que nenhum a outra criatu ra foi p ela m u lh er (E f 5.25b). N esse sentido,
feita com o o ser hum ano. Os p eixes, as no exercício da liderança, o hom em deve
a v e s e todos o s o u tros a n im a is foram evidenciar virtudes, tais como: fortaleza,
produzidos “ segundo a sua espécie” (Gn sabedoria, coragem , am or e respeito (Jz
1.21,24,25). Entretanto, ao criar 0 ser hu­ 6 .14 ; 2 Cr 1.10 ; Ne 6 .11; Jo 15.12,13).
mano, Deus 0 fez olhando para si mesmo,
isto é, sua própria im agem e sem elhança
(Gn 1.26). Por conseguinte, 0 ser humano
é considerado a coroa da Criação. SIN O P SE I
2 . C ara c terístic as d a m a scu lin id a ­
D eu s crio u o h o m e m co m fu n ­
de. A s E scritu ras revelam um conjunto
ç õ e s de p ro v e r e p ro te g e r a sua
d e ca ra cte rística s do p ap el do hom em
f a m ília , tr a z e n d o a s s im se g u ­
na h istó ria , bem com o seg u n d o a sua
r a n ç a a su a c a s a .
constituição biológica. Ao criar o homem,
Deus lhe confiou duas tarefas prim árias
e essenciais: cultivar e guardar (Gn 2.15).
E sse s dois term os resum em o mandado
divino para 0 comportamento masculino.
Sign ifica que a s funções de provedor e
p ro teto r s ã o p ró p rias da n a tu re z a do
AUXÍLIO
h om em . N esse sen tid o , Paulo ra tifica DE VID A CRISTÃ
que cabe ao hom em proteger sua esposa
A QUALIDADE DA PATERNIDADE
e fa m ília , bem com o p ro ve r-lh e s um a
“ RECORDO-ME CLARAMENTE
vid a dign a (E f 5.28-30). R e ssa lta-se que
do dia em que m eu prim eiro filho
a “ m a scu lin id a d e b íb lic a ” e n a ltec e o
n asceu - 10 d e agosto de 19 6 3
am or e o cuidado em relação à m ulher
u m a n oite de calo r sufocante, no sul
e que “ o m a ch ism o ” a in fe rio riz a e a
d a C alifórnia. Fazia tanto calor que
desonra. Nesse aspecto, a Bíblia ensina
levei m in h a m u lher p ara um passeio
ao hom em a honrar a m ulher com toda
n a p raia d e H untington. T om am os a
a dignidade (1 Pe 3.7).
direção de vo lta p ara casa, a e n c a-
3 . A lid e r a n ç a m a s c u lin a . D eu s
lorada e poluída Los A n geles, já no
confiou ao hom em a responsabilidade da
m eio da tarde. A pós o jan tar, en ­
liderança (Gn 1.26; 3.16). Na Bíblia, Deus
quanto nos acom odávam os em n o s­
é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do
so s fin o s lençóis, o trabalho de parto
homem; e o homem é a cabeça da mulher
com eçou. E isto é tudo de que nos
(1 Co 11.3). O movimento feminista, de viés
lem bram os do ardor do so l. M inha
neomarxista, considera esse modelo como esposa estava ocupada co m outro
um sistem a m achista opressor para com tipo d e dor, e eu estava tão nervoso
a m ulher. A o contrário dessa falá cia , o que esqueci da m inha. A quela noite
apóstolo Paulo revela que 0 hom em deve

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 43


trouxe u m dos m aiores aconteci­
m en tos de n o ssa s vid as. Deus nos
vv
E m te m p o s p ó s -
dava nosso prim ogênito, u m a bela
m en in inha a quem dem os o nome m o d e r n o s , a ‘ id e o l o g i a
de Holly. Eu m e lem bro de tudo, até d e g ê n e r o ’ f a z c o n tín u a s
das cores da parede do h ospital. Pa­ in v e s tid a s d e le g itim a ç ã o
rece que fo i ontem .
d a h o m o s s e x u a lid a d e .
H oje, com o avô de se is crian ças,
E s s e c o n c e ito ig n o r a a s
é n atu ral qu e m eu verdadeiro te ­
souro, depois da m in h a conversão c a r a c te r ís tic a s fís ic a s
a C risto, seja m os m em bros d e m i­ e b io ló g ic o a s [d o s e r
n h a fam ília . A dm ito a id eia d e que, h u m a n o ] .”
s e h ou vesse u m incêndio, voltaria
p ara p egar a s fo tos, o álb u m de r e ­
cortes, os cartões de an iversário e
a s n otas. S im , pelo am or que sinto
p o r e le s” (HUGHES, K ent R . D isci­
p lin a s do H om em C ristão. Rio de 2 . Respon sabilidade negligen ciad a.
Jan eiro : CPAD, 2 0 0 4 , p.37). E m virtu d e da relativização da m ascu ­
lin id ad e, o m odelo b íb lico ve m sendo
abandonado. A identidade m ascu lin a,
que d everia esta r asso ciad a à v irilid a ­
de, à capacid ad e d e p ro ver e proteger
II - A EROSÃO DA a fa m ília , é su b stitu íd a por indivíduos
MASCULINIDADE de duplo â n im o , v a c ila n te s e in co n se­
1. A p o lo g ia à h o m o ss e x u a lid a d equentes
. (Tg 1.8). Um a p arcela é incapaz
Em tem pos pós-m odernos, a “ ideologia d e s u ste n ta r a s u a p ró p ria c a s a , não
d e g ê n e ro ” f a z c o n tín u a s in v e stid a s pelo desem prego, m a s p ela aversã o ao
d e leg itim a çã o d a h om o ssexu alid ad e. tra b a lh o (P v 2 1.2 5 ). Os e fe ito s d e sse
E s s e conceito ign o ra a s características com portam ento resu ltam em inúm eros
fís ic a s e b iológicas, alegan do que 0 ser casos de desajustes fam iliares e divórcio.
h u m a n o n a sc e s e x u a lm e n te n eu tro . 3. C rise de liderança. A crise de m as­
E ssa concepção in v a lid a a criação di­ culinidade tem gerado hom ens incapazes
v in a d a raça h u m an a com o s e r b inário d e e x e rc e r lid e ra n ç a . U m a sociedade
“ m a scu lin o ” e “ fe m in in o ” (Gn 1.27). sem líderes eficazes tra n sfo rm a -se em
E n sin a qu e a id en tid ad e d e g ê n e ro e anarquia. No período do profeta Ezequiel,
a o rie n ta ç ã o s e x u a l in d e p e n d e m d a Jeru salém estava im ersa na corrupção,
an ato m ia do corpo. A ssim , n ão aceita frau d es, m en tiras, opressão, extorsão,
q u e o s ó rg ã o s do s is te m a reprodu tor im o ralid ad e, in ju stiça e v io lê n c ia (Ez
h u m an o s irv a m de p a râm etro p a ra a 22.2-13). Deus revelou ao profeta que uma
s e x u a lid a d e . C om o c o n s e q u ê n c ia , a das causas do juízo im inente era crise de
sexu alid ad e a n tin atu ra l é incen tivada liderança e que procurava alguém para
(Rm 1.26 ,27). D isso decorre u m a crise reverter a situação (Ez 22.30). Nesse caso,
do com portam ento m asculino no tempo Deus ainda procura esse tipo de homem
p resen te (1 Co 6.10). na atualidade (1 R s 2.2).

4 4 U Ç Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
autorizou B o a z a co m p rar a s te r ra s e
SINO PSE II s e c a s a r com a m o ab ita (Rt 4.6,9,10).
Ao adqu irir a propriedade e tom ar Rute
A e r o sã o d a m a sc u lin id a d e é
por m ulher, B oaz to rn o u -se 0 provedor
re p re se n ta d a p e la a p o lo g ia à
e protetor daquela fa m ília (Rt 4 .13 -16 ).
h o m o sse x u a lid a d e , à n e g lig ê n ­ O ca sal gerou a Obede, a vô do Rei Davi
c ia d a s re sp o n sa b ilid a d e s m a s ­ d e cu ja lin h a g e m n a sc e u o C risto (Rt
c u lin a s e à c r is e d e lid e ra n ç a . *12 4 .2 2 , M t 1.5 ,6 ,16 ). B o a z é sím b o lo de
m a scu lin id a d e en q u an to m arid o , pai
e líd e r exem plar.

III - BOAZ: SÍMBOLO BÍBLICO


DE MASCULINIDADE
1. M odelo d e gen ero sid ad e. B oaz é SINO PSE III
u m gran d e sím bolo de m ascu lin id ad e
B o a z r e p r e s e n ta u m s ím b o lo de
bíblica. Ele era um parente de Elimeleque,
m a s c u lin id a d e b íb lic a e n q u a n ­
o falecido esposo de Noemi (Rt 2.1). Esta
t o m a rid o , p a i e líd e r.
perdera 0 marido, os filhos e ficara apenas
com a moabita Rute, um a de suas noras,
tam b ém viú va e sem filh o s (Rt 1.3,5,16).
P ara sobreviver, Rute fo i tra b a lh a r no
cam po de Boaz (Rt 23,5,6). Ao saber que
Rute d e ix a ra a su a terra p ara ap o iar a
sogra, Boaz a tratou com generosidade
AUXÍLIO DE VID A CRISTÃ
(Rt 2 .11,12 ) . E le s e d irig iu a e la com
A LIDERANÇA MASCULINA
te rn u ra (Rt 2.8); a pro tegeu p a ra n ão
“ O consenso pessim ista e a an­
ser m olestada (Rt 2.9); a alim entou (Rt
siedade por liderança se expande até
2.14); e ordenou que fosse favorecida na
a igreja de modo que, hoje, m uitas
colheita (Rt 2.15,16). Porém, pela lei, um a
sofrem da alarm ante falta de lide­
viúva sem filhos só poderia ser resgatada
rança, quando com paradas à história
pelo casamento com um parente próximo
tão recente quanto a s décadas de 40
do falecido (Dt 25.5,6; Rt 4.9,10). A ssim ,
e 70 (décadas que produziram líde­
ap esar d a com paixão d e B oaz, N oem i e
res do porte d e Harold John O cken-
Rute ain da estavam em apuros.
g a , B illy Graham , Carl F. H. Henry
2 . M odelo d e re sp o n sa b ilid a d e . Ao
e F ran d s Schaeffer, assim como a
prom eter re sg a ta r Rute e a h eran ça de
igreja local dinâm ica e líderes lei­
E lim eleq u e, B oaz e sta v a cien te qu e 0
gos). Existirá realm ente m enos li­
direito era de um parente m ais próxim o
derança do que costum ava haver?
que ele (Rt 3.12,13). A ssim , m ovido pelo
Parece que sim , m as um a análise
sen so d e resp on sabilidade, lid eran ça e
objetiva é difícil. A s estatísticas indi­
h o n ra, B oaz levou 0 ca so a o s an ciãos
cam que sim . No entanto, a lideran­
(Rt 4-1,2). Na audiência, explicou que as
ça m asculina na igreja está decaindo,
terras estavam à vend a e aquele que as
enquanto as m ulheres superam os
comprasse deveria casar-se com Rute (Rt
hom ens, já que os hom en s se com ­
4 -4 ,5). O paren te q u e tin h a a p rim azia

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S - PR O FESSO R 45


prom etem apenas em 4 1 p or cento a is ” (HUGHES, Kent R. D isciplinas
com 0 serviço adulto na igreja. E a l­ do H om em Cristão. Rio de Janeiro:
gu m as igrejas não conseguem e n ­ CPAD, 20 0 4 , p p .15 7 -5 8 ).
contrar u m só hom em para prestar
atendim ento no gabinete dos idosos.
M ais e m ais hom ens se satisfazem
em deixar que o s outros assu m am as
responsabilidades pesadas, preferin­
CONCLUSÃO
do assu m ir apenas a parte m ais leve. D eus criou 0 s e r h um an o com dois
gêneros: m asculino e fem inino (Gn 1.27).
Certamente, é fato que a liderança é
m ais difícil hoje, devido à m udan­ Por isso, a diferenciação dos sexo s é um
princípio determinado pela criação divina
ça da com plexidade e o volum e das
instituições de hoje. E, tam bém , por (Gn 2.23). Nesse sentido, a masculinidade
causa da confusão contemporânea é um conjunto de atributos e funções ine­
rentes ao homem. Já a desmasculinização
sobre o que é liderança. [...] Porém ,
decorre da inversão dos papéis do homem
nada disto exim e a igreja ou 0 cristão
na sexualidade, n a liderança e na prática
de hoje. Ao contrário de nossa cu l­
tura, a Bíblia nos dá instruções cla­ de seus deveres. A m asculinidade bíblica
exige o autocontrole, sacrifício e firm eza
ras com relação à liderança através
de ca rá ter no en cargo de su as tarefas.
das vid as de seu s grandes líderes e
Nesse aspecto, a sociedade, a fam ília e a
através de ensinam ento específico
igreja esperam por homens que honrem a
referente à natureza, qualificações e
sua masculinidade e exerçam o papel que
com prom issos dos líderes espiritu­
Deus os vocacionou a desem penharem .

REVISANDO O CONTEÚDO12345

1. O que v isa a diferenciação en tre h om em e m ulher?


E ssa diferenciação v is a ao com plem ento m útuo n a un ião co n ju gal e ao d e­
sem penh o dos p a p éis d ivin am en te d esign ad o s a cada u m (1 Co 11.11,12 ) .
2 . Q uais a s fu n ções próprias d a natureza do hom em ?
A s fu n ções d e p rovedor e protetor são p ró p rias da n atureza do h om em .
3. Do que decorre a crise do com portam ento m asculino?
A n ão aceitação d e que o s órgãos do sistem a reprodutor h u m an o sirva m de
parâm etro para a sexu alid ad e e 0 in centivo à p rática da sexu alid ad e a n ti-
natural.
4. O q u e m oveu B oaz a le v a r 0 re sg a te d e Rute aos anciãos?
M ovido pelo sen so d e resp on sabilidade, lid eran ça e h on ra, B oaz levou 0 caso
aos an ciãos (R t 4 .1,2 ).
5. Qual sím bolo B oaz representa?
Boaz é sím bolo de m ascu lin idade enquanto m arido, pai e líder exem plar.

46 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


LIÇÃd?7-
13 de Agosto de 2023

A DESCONSTRUÇÃO DA
FEM IN ILID AD E BÍBLICA

\ r

T E X T O ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“ E n gan o sa é a graça, e va id a d e, A m u lh er f o i cria d a para cooperar
a fo rm o su ra, m as a m ulher com 0 hom em . D eus lh e confiou a
q u e tem e ao Senhor, essa será d á d iv a d a m a tern id a d e e fu n çã o
lo u v a d a * (P v 31.30) d e ser esposa e auxiliadora.

LEITURA DIARIA
Segu n d a - Gn 2 .1 8 -2 0 Q uinta - P v 3 1.10 ,11
A m u lh er criad a por D eus para O in e stim á v e l v a lo r da m u lher
s e r u m a “ ajudadora idônea” v irtu o sa
T e rç a - Gn 2.21-23 S e x ta - P v 3 1.10 ,15
A m u lh er fo i criad a p or Deus da A dedicação da m u lher v irtu o sa em
ca rn e e dos o sso s do hom em prol do b e m -e s ta r d e su a fam ília
Q u arta - 1 Co 7.3-5 Sáb ad o - P v 3 1.15 ,16 ,2 2
A sa tisfa çã o s e x u a l dentro dos A m u lh er v irtu o s a com o notável
lim ite s do m atrim ôn io a d m in istrad ora, em preendedora
e dona do lar
V

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 47


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C LA SSE

P ro v é rb io s 3 1 .1 0 -3 1

10 - M ulher virtuosa, quem a achará? 0 roupa dobrada.


seu valor muito excede 0 de rubins. 2 2 - Faz para si tapeçaria; de linho fin o
1 1 - 0 coração do seu m arido está nela e de púrpura é a sua veste.
confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará. 23 - Conhece-se 0 seu marido nas portas,
1 2 - Ela lhe fa z bem e não m al, todos os quando se assenta com os anciãos da terra.
dias da sua vida. 24 - Faz panos de linho fino, e vende-os,
13 - Busca lã e linho e trabalha d e boa e dá cintas aos mercadores.
vontade com as suas mãos. 25 - A força e a glória são as suas vestes,
14 ■ É como 0 navio m ercante: d e longe e r i-s e do d ia futuro.
traz 0 seu pão. 2 6 - A bre a boca com sabedoria, e a lei
15 - Ainda de noite, se levanta e dá manti­ da beneficência está na sua língua.
mento à sua casa e a tarefa às suas servas. 27 - Olha pelo governo d e sua casa e não
16 - Examina uma herdade e adquire-a; come 0 pão da preguiça.
planta uma vinha com 0 fruto de suas mãos. 28 - Levantam-se seusfilhos, e chamam-
17 - Cinge os lom bos de força e fortalece -n a bem -aventurada; como também seu
os braços. m arido, que a louva, dizendo:
18 - Prova e v ê que é boa sua m ercado­ 29 - Muitas filhas agiram virtuosamente,
ria; e a sua lâmpada não se apaga de noite. m as tu a todas és superior.
19 - Estende as mãos ao fuso, e as palmas 30 - E n g a n o sa é a graça, e v a id a d e ,
das suas mãos pegam na roca. a fo rm o su ra , m as a m u lh er que tem e
20 - Abre a mão ao aflito; e ao necessitado ao Senhor, essa será louvada.
estende as mãos. 31 - D a i-lh e do fru to das suas m ãos, e
2 1 - N ão tem erá , p o r cau sa d a n eve, louvem -n a nas portas as suas obras.
porque toda a sua casa anda forrada de

# Hinos Sugeridos: 2 16 , 5 13, 56 3 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO riam en te a b ên ção d a m aternidade,


A existên cia d a m u lher c ris­ 0 p ap el de espo sa e, sobretudo, se
tã, p o r n atu reza, é u m a re sistê n ­ revela cristã. G raças a D eus, tem os
cia à agend a fem in ista , que busca v isto o E spírito S an to trab alh ar po ­
desco n stru ir o p ap el delineado por derosam ente na vid a das m u lheres
D eus. M ilitan tes fe m in ista s não d a Igreja de Cristo!
aceitam a ss is tir u m a m u lh er b e m -
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
-su ce d id a, p ro fissio n alm en te in ­
A) O bjetivos d a L ição : I) E xp licar
dependente, qu e assu m e vo lu nta­
a fem in ilid ad e bíb lica; II) D estacar

48 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


a ero são d a fem in ilid ad e a partir 3 . CONCLUSÃO DA LIÇÃO
do ativism o fe m in ista e da su p o s­ A ) A p licação : A p resen te l i ­
ta “ liberdade se x u a l” ; III) F o car a ção estim u la a s m u lh eres c ristã s a
im agem d a m u lher v irtu o sa de Pro­ serem b em -su c e d id a s p ro fissio ­
vé rb io s 3 1 com o u m sím bolo de f e ­ n alm en te e, a o m esm o tem po, se
m in ilid ad e bíblica equilibrada. realizand o com o esp o sa s e m ães,
B ) M otivação: “ N ão s e n a s ­ desem penhando 0 papel q u e g lo ri­
ce m u lh er, se to rn a m u lh er” . E ssa fic a a D eus e traz 0 equilíbrio ao lar.
fra se traz u m a carga ideológica ao
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
a firm a r que a identidade fem in ina
A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
é u m a constru ção de u m a sociedade
V ale a p ena conhecer essa re vista
m ach ista e p atriarcal. G eralm ente,
que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
e s s a é a acu sação levian a qu e fazem
tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
aos que ponderam que a id entid a­
ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 ,
d e fe m in in a tem a v e r com biologia.
p .3 9 , vo cê en con trará u m subsídio
P ara quem é m ovido p or u m a id eo­
especial p ara esta lição.
lo gia, a m enção d e u m fato óbvio é
B ) A u x ílio s E sp e c ia is: A o fin al
u m a afronta.
do tópico, você en co n trará a u xílio s
C) S u g estã o d e M étodo: O s e ­
que darão su p o rte n a p reparação de
gu n d o tópico traz u m a explicação a
su a au la: 1) O texto “ [Ser M ãe] Um
resp eito da erosão da fem inilid ad e.
Princípio In variável em T em p o s V a­
S u g erim os que você ap resen te um a
riá v e is” , localizado ao fin al do p ri­
tabela em que con stem a s segu intes
m eiro tópico, expan de a reflexão a
in fo rm ações em relação ao a ssu n ­
resp eito do sign ificad o da m atern i­
to: o a tivism o fem in ista ; a lib erd a­
dade p ara a m u lh er cristã ; 2) O texto
d e sex u al; ataqu es à fa m ília trad i­
“ Quando u m a virtu d e cristã s e to r­
cion al. E m seguida, d ê tem po para
n a o fen siva*” , localizado ao fin a l do
que a c la sse expon h a 0 que pen sa,
segun d o tópico, aprofu n d a a re fle ­
gerand o u m a tem pestade d e idéias.
x ã o da m u lh er cristã d ian te da ero ­
D epois, expon h a 0 conteúdo do s e ­
são da fem in ilid ad e bíblica.
gu n d o tópico d e acordo com a e s ­
tru tu ra do tópico da lição.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO p re e n d e d o ra e x e m p la r. P orém ,
As Escrituras apresentam e m te m p o s p ó s - m o d e r n o s ,
a m u lh e r v ir tu o s a com o a fe m in ilid a d e b íb lic a ve m
( Palavra-Chave \ sendo desco n stru íd a. N esta
sím b o lo d a fe m in ilid a d e
(Pv 3 1.10 -3 1). E ssa m ulher F em in ili- . I lição, apresen tam o s 0 m an ­
dado d ivin o p a ra a m ulher,
é re trata d a com o m odelo [ dade a s in v e s t id a s do a t iv is m o
d e e s p o s a fie l, m ã e a m o ­ fe m in ista e o exem plo bíblico
ro sa , a d m in istra d o ra e e m -

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R 4 9


d e fem in ilid ad e. A ssim , o n osso p ro­ a s fe m in is ta s co n sid eram u m u ltraje
p ó sito é m o s tra r qu e D eus re q u e r da que lim ita a fun ção so cial d a m u lher e
m u lher c ristã q u e s e porte conform e a que, p or is s o , lu tam p o r em an cipação
revelação da P ala vra de Deus. dos a fa z e re s do l a r e d a m atern idade.
Contudo, d iante da m iraculosa concep­
ção em seu ventre, M aria irrom peu em
I - F E M IN IL ID A D E B ÍB L IC A
cân ticos de gratid ão ao A ltíssim o pela
1 . A c r ia ç ã o d iv in a d a m u lh e r. O
b ên ção d a m a tern id a d e (Lc 1.4 6 -4 8 ).
h o m em e a m u lh e r fo ra m c r ia d o s à
E ssa bênção deve ser remem orada sem ­
im a g e m d e D eu s (Gn 1.27). Na ordem
pre à s m u lheres c ristã s do século XXI.
d a C riação , A d ã o fo i cria d o a n te s de
3. A m u lh e r co m o a u x ilia d o r a . A
E v a (Gn 2.7,15). E m seg u id a, 0 Criador
m u lher fo i criad a p a ra s e r auxiliadora
co n c lu iu : “ n ã o é b o m qu e o h om em
do hom em (1 Co 11.9). Nesse caso, o ter­
este ja só ” (Gn 2.18). A ssim , Deus criou
m o “ auxiliador” tam b ém é em pregado
a m u lh er a p a rtir da ca rn e e dos o ssos
para se referir a D eus (SI 33.20; SI 121.2).
do hom em (Gn 2.21,22). Por isso, Adão a
Portanto, a u x ilia r não é algo deprecia­
iden tificou: “ esta será ch am ad a varoa,
tivo e sim um a nobre função de ajuda e
p o rq u an to do v a rã o fo i to m a d a ” (Gn
socorro. Nesse aspecto, a B íblia enfatiza
2.23). No ato criativo, a im agem divina
que Deus criou a m ulher p ara se r um a
foi distribuída sem distinção entre eles,
fa z e n d o -o s ig u a is diante do A ltíssim o. ajudadora idônea (Gn 2.18). Isso foi a s ­
sim porque Adão convivia com todos os
A d ã o e E v a fo ra m c ria d o s ig u a is em
p e sso a lid a d e, valor, h on ra e respeito. seres criados, m as não achava au xiliar
Porém , e s s a igu ald ad e n ão qu er d izer sem elhan te a ele, capaz de su p rir essa
u n ifo rm id a d e d e p a p é is (Gn 1.2 6 -2 8 ; n ec essid a d e. En tão, p o r e s s e m otivo,
Deus fez a m ulher p ara cooperar com 0
3 .16 - 19 ) . A B íb lia e n s in a a ig u a ld a d e
d e am b os, m a s tam b ém d eixa claro as hom em , não como alguém inferior, m as
fu n çõ es d istin tas de cada um. como complemento com suas igualdades
2 . A b ê n ç ã o d a m a te r n id a d e . No e diferen ças. E ssa com plem entaridade
m an dato cria c io n a l, D eus ordenou ao m útua é necessária à form ação do casal,
h om em e à m ulher: “ fru tifica i, m u lti­ à procriação, satisfação sexu al, vivência
p lic a i-v o s , e en ch ei a te rra ” (Gn 1.28). a fe tu o s a e p ra z e ro s a p a ra c u m p rir a
O b v iam en te, u m a t a r e fa im p o s s ív e l vontade de Deus (P v 5.18).
p a r a A d ã o r e a liz a r s o z in h o . A s s im ,
a m u lh e r fo i cria d a com a b ên ção da
m a te rn id a d e e com a fu n ç ã o d e s e r
e sp o sa e m ãe. A dão a ch am o u d e E va
“ porqu anto ela era a m ãe de todos os SINO PSE I
v iv e n t e s ” (Gn 3 20 ). D e s s e m o d o, 0 D eu s crio u a m u lh e r c o m fu n ­
papel n atu ral da m ulher inclui a dádiva
ç õ e s de cu id a r e a u x ilia r n o d e­
d a p ro c ria ç ã o , d e c u id a d o ra do la r e
se m p e n h o de su a f a m ília , t r a ­
d o s filh o s (1 T m 5 -14)- A q u i, p o ré m ,
z e n d o a s s im e q u ilíb rio e m sua
é im p o rtan te re ss a lta r qu e e s s e p ap el
casa.
d a m u lh e r, co n stitu íd o p e la b io lo g ia
e , c o n s e q u e n t e m e n t e , r e a f ir m a d o
p e la B íb lia, é o p onto s e n s ív e l em que

5 0 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


AUXÍLIO quer casadas. Isto não tem nada a ver
DE VID A CRISTÃ com s e r m ãe ou não. S ervir de m ãe
é m inha responsabilidade diante de
“ [SE R M ÃE]: U M PRINCÍPIO Deus como s e r hum ano e, em p arti­
INVARIÁVEL EM TEMPOS cular, porque sou m ulher. O contexto
VARIÁVEIS d e onde e como cuidarei dos outros
Lem b ro-m e perfeitam ente, por será ditado por onde Deus m e colo­
exem plo, de um a jovem m ãe tentando car — em u m a casa, escola, hospital,
entender e vivenciar o que a Bíblia dizia favela, onde fo r. Um dia responderei
sobre o valor de ser m ãe em com para­ a Deus pelo modo em que gerei vida
ção ao novo pensam ento radical que neste planeta” (HUGHES, Barbara.
varria o m undo. Eram o s anos sessen ­ D iscip lin as d a M u lh er C ristã. Rio de
ta. Kent estava no sem inário e, para Janeiro: CPAD, 20 0 4 , p .156).
prover a subsistência de nossa jovem
fam ília, trabalhava no turno da tarde
em um a fábrica na zona leste de Los
Angeles. Lá, conheceu u m estudante
II - A DESCONSTRUÇÃO DA
de direito que trabalhava para term i­
FEMINILIDADE
n ar seu curso e realçar a já próspera
1 . O a tiv ism o fe m in ista . No século
carreira d e sua esposa. A s am bições
19 , aco n teceu n a E u ro p a e n o s EUA a
de am bos im pediam pensam entos de
prim eira onda do ativism o fem inista. As
paternidade ou questões espirituais.
m ulheres reivindicavam direitos iguais
Preocupados, fom os até eles, m as re­
aos dos hom ens. O prim eiro a se popu­
cebemos só desculpas e contestações.
larizar foi 0 direito ao voto. No século 20,
Que contraste de valores!
a segunda onda do fem in ism o lutou por
O dia da form atura chegou, e to­
direitos reprodutivos e liberdade sexual.
m am os cam inhos separados. E n ­
A ativista Simone de Beauvoir (1908-1986)
quanto criávam os nossa fam ília, eles
estabelece u m a das m á x im a s do fem i­
cultivavam su a fortuna. Os jornais in ­
nism o: “ n ão se n asce m ulher, s e torna
form aram que a m ulher, agora m un­
mulher”. Esse ativismo avança, se amplia
dialm ente fam osa, fizera u m aborto,
para a discussão de gênero e 0 movimento
de form a que podia buscar su as m etas
tom a conotações de “ em poderam ento”
sem im pedim ento. Algum tem po m ais
d a m u lh e r. E m 2 0 1 1 , a p a r t ir d e um
tarde, o noticiário nacional reportou
fenôm eno na U niversidade de Toronto,
que eles tinham se divorciado e que
no Canadá, se introduz 0 slogan “ meu
ela estava com u m novo com panhei­
corpo, m in h as re g ra s” . Com o cristãos,
ro — um a am ante lésbica. Claro que
devem os a firm a r e d efen d er o s d irei­
a história foi relatada sem com entário
tos d a s m ulheres, bem com o com bater
crítico, porque ela estava vivenciando
qualquer tipo de discrim inação. Porém ,
o s valores da cultura dos dias atuais.
ao m esm o tem po, devem os d eixar claro
Tragicam ente, ela não só tinh a rejei­
que o fem in ism o é u m a id eo lo gia que
tado o âm bito da m aternidade, m as
busca desconstruir o s valores bíblicos.
tam bém o âm bito da salvação.
2 . A “ lib e rd a d e s e x u a l” . A B íb lia
M ulheres, tem os d e cultivar a le­
s e re fe re ao se x o com o algo p ra z e ro ­
aldade de criar quer sejam os solteiras
s o e n tre 0 h o m em e su a m u lh e r nos

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R $1


tido, a visão m arxista é de desconstrução
da fam ília tradicional, promoção da liber­
dade sexual e dissolução do matrimônio.
E sse conceito exerce forte influência no
A d e s c o n s tru ç ã o d a m ovim en to fe m in ista . D esse m odo, 0
fe m in ilid a d e a s co lo c a ativism o radical rejeita a m aternidade,
e m r o t a d e c o lis ã o c o m a fa z apologia ao aborto, considera ofen­
sivo 0 papel da m ulher como auxiliadora,
v o n ta d e d iv in a . P o r is s o a
enaltece a lascívia e en g aja-se em um a
m u lh e r c r is t ã é in s t r u íd a a luta de gênero contra os hom ens.
h o n r a r a s u a fe m in ilid a d e

SIN O P SE II
A e r o sã o d a fe m in ilid a d e é r e ­
p re se n ta d a p elo a tiv is m o fe ­
m in is ta , su a d e fe s a d a su p o sta
lim it e s do c a s a m e n to (P v 5 .18 ,19 ). A “ lib erd a d e s e x u a l” e de se u s
sa tisfa ç ã o s e x u a l d e ve oco rrer dentro a ta q u e s a o m o d elo de fa m ília
do m atrim ônio e s e r precedida de am or tr a d ic io n a l.
m útuo entre am bos (1 Co 7.3-5). E n tre­
tan to , p a ra o fem in ism o e s s e m odelo
é rep ressivo e deve s e r com batido em
busca de “ libertação” sexu al da mulher.
Na d e fe sa d e ssa id eologia, requer que AUXÍLIO DE VID A CRISTÃ
n en h u m m odo de relação se x u a l deve
s e r con sid erado certo o u errado. Aqui, QUANDO UM A VIRTUDE
in c lu i-s e a in iciação se x u a l precoce, a C RIST Ã S E TORNA OFENSIVA
p rá tic a d a h o m o sse x u a lid a d e , a fo r - “ Q uando 0 fem in ism o com eçou
n icação, o ad u ltério e a p rostitu ição (1 a in filtra r -s e no m eio evangélico,
Co 6.10). N essa e ste ira , tem as com o 0 a id eia d e su bm issão ficou o fe n si­
aborto, a g ra vid ez in d esejada e a des­ v a à s m u lh eres cristãs, em ve z de
construção da fam ília são radicalizados s e r a p arte cen tral de su a id en tid a­
d e com o filh a s d e D eus. E sta reali­
pelo ativism o ideológico do movimento.
dade ap resen ta u m problem a sério
3. A taqu es à fa m ília tra d ic io n al. A
p ara a s m u lh eres que d esejam vive r
Escritura ensina que 0 casam ento é m o -
vid as piedo sas. A ideologia fem i­
nogâm ico, heterossexual e indissolúvel
n ista n ão pode m a n ter o lu g ar cen ­
(Mt 19-5,6), tendo o hom em como líder da
tra l em n o ssa vida. A s razões d isso
fam ília (E f 5.23). Porém, p ara a ideologia
são ap resen tad as pela Dra. K irsten
do ativism o fem inista, essa form a bíblica
B irk ett, e m seu liv ro Th e E ssen ce o f
de matrimônio escraviza a mulher, obriga
F em in ism (A E ssên cia do F em in is­
0 casal a ter relações sexuais apenas com
m o): ‘O fem in ism o é um m o vim en ­
o seu cônjuge e tiraniza os laços conjugais
to in te resseiro , se m filo so fia su s­
que não podem ser rompidos. Nesse sen­

5 2 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


ten tável, u m a h istória engendrada
e um a m oralidade in coerente. Não
VI
traz liberdade e satisfação p ara as D eu s co n fio u à s m u lh e re s
m u lh eres e não co rrigirá a s in ju s­
a d á d iv a d a m a te rn id a d e e
tiças*. Todos o s cren tes, hom ens
e m u lh eres, são ch am ad os a su b ­ a ta re fe de s e r a u x ilia d o ra .
m e te re m -s e de b o a von tade e com E s s a s c a ra c te rístic a s
alegria ao que sab em os e confiam os e n o b re c e m e n ão
acerca de Deus — que E le deseja e stig m a tiz a m a s m u lh e r e s .”
que tenh am os u m a v id a de bênção.
E ssa vid a d e b ên ção é encontrada
su b m eten d o -se à am orosa sob era­
n ia de Deus e à o rd em d e D eus n e s ­
te m undo. A su b m issão é o ca m i­
nho da b ênção” (HUGHES, B arbara. “ s e le v a n ta e dá m a n tim e n to à su a
D iscip lin a s d a M u lh e r C ristã . Rio c a s a ” (P v 3 1.15 a ). E la a co rd a q uando
de Jan eiro: CPAD, 2 0 0 4 , PP-33- 34).*12 ain d a está escu ro e p ro vid en cia a r e ­
feição p a ra a fa m ília . P elo b e m -e s ta r
de seu m arid o e filh o s, ela geren cia as
d iv ersa s ta re fa s do la r (P v 31.15b). Ela
é um a m ãe protetora, seu s filh o s estão
III - MULHER VIRTUOSA:
adequadam ente vestid o s tanto no calor
SÍMBOLO BÍBLICO
com o no frio : “ n ão re ceia a n eve por
DE FEMINILIDADE
seu s fam ilia re s, pois todos eles vestem
1. M odelo de e sp o sa fie l. A m ulher
a g a sa lh o s” (P v 3 1.2 1 - NVI). E ssa m ãe
virtuosa é de inestim ável valor (Pv 31.10).
v irtu o sa educa sua prole com sabedoria
Por isso, a Bíblia declara que “0 coração do
e b ondade (P v 3 1.2 6 ). A n te c ip a -s e as
seu marido está nela confiado” (Pv 31.11a) d ificu ld ad es d o m ésticas e “ n ão com e
e revela total confiança do esposo n a sua o pão da p regu iça” (P v 31.27). Os filhos
m ulher. A ssim , a conduta dessa esposa reco n h ecem seu in c a lc u lá v e l v a lo r, a
é ilibada em todas a s áreas, ta is como: elogiam , agradecem e retribuem 0 am or
lealdade conjugal, pureza sexual, adminis­ recebido d essa d ito sa m ãe (P v 31.28a).
tração do lar e das finanças. Além disso, 0 3. E x e m p lo d e a d m in is t r a d o r a e
excelente gerenciamento dessa mulher não e m p re e n d e d o ra . A m u lh e r v ir t u o s a
coloca a fam ília em necessidade. Por isso, é u m a n o táv el a d m in istrad o ra. Como
nessa casa “ nenhuma fazenda faltará” (Pv em preendedora adq u ire tecid o s, co n ­
31.11b) e ao m arido “ ela lhe faz bem e não fec cio n a ro u p a s, le n ç ó is e c o lc h a s de
mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12). boa qualidade (Pv 31.15,22). Negocia bens
Ela lhe proporciona contínuo bem -estar, im portados e de elevado padrão para a
é um a m ulher confiável e não é instável. sua casa (Pv 31.14). Compra propriedades
Suas ações inspiram a indispensável con­ e gerencia negócios lucrativos (Pv 31.16).
fiança que faz de seu m arido um homem Adm inistra a produção e as vendas de seu
bem -sucedido (Pv 31.23). em preendim ento (P v 31.18,24). Generosa
2. Padrão de m ãe am orosa. A mulher e sen sível, ajuda aos pobres e n ecessi­
v irtu o sa é tam b ém um a m ãe dedicada: tados (P v 31.20). Cheia d e en ergia e de

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 53


bom caráter é autoconfiante em relação CONCLUSÃO
ao futu ro (P v 31.25). E ssa esposa, m ãe e A B íb lia re v e la que h o m en s e m u ­
empreendedora é louvada por sua fam ília lh e r e s s e c o m p le m e n ta m (Gn 2 .2 4 ).
(P v 31*28,29). O seu va lo r im en surável D e s s a fo r m a , m a r id o e e s p o s a sã o
não reside na aparência física, m as em ig u a is com o p e s s o a s , m a s d ife re n te s
u m coração tem ente a Deus (Pv 31.30). 0 n as funções divinam ente estabelecidas.
exemplo e as virtudes dessa m ulher serão D e n tre o u tro s p a p é is , D eu s co n fio u
publicam ente reconhecidos (P v 31.31). à s m u lh e res a d á d iva da m atern idade
e a t a r e fa d e s e r a u x ilia d o r a . E s s a s
c a r a c te r ís tic a s en o b re cem e n ã o e s ­
SIN O P SE I I I tig m a t iz a m a s m u lh e r e s . C o n tu d o ,
A m u lh e r v ir tu o s a é u m s ím ­ a d e s c o n s tru ç ã o d a fe m in ilid a d e as
coloca em ro ta de c o lisã o co m a v o n ­
b o lo b íb lic o q u e te m a v e r co m
ta d e d iv in a . P or is s o , a m u lh er c ristã
a e s p o s a f ie l, m ã e a m o r o s a e
é in s tru íd a a h o n ra r a s u a fe m in ili­
m u lh e r e m p re e n d e d o ra .
dade e a ss im g lo rific a r a D eus em sua
so b e ra n ia (Lc 1.3 8 ,4 6 -4 8 ).

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1 . No ato criativo, com o a im agem d ivin a fo i distribu íd a p ara Adão e Eva?


No ato criativo, a im agem d ivin a fo i distribu íd a sem d istin ção en tre eles,
fa z e n d o -o s ig u a is d ian te do A ltíssim o. A dão e E va fo ram criados ig u a is em
pesso alid ad e, v a lo r, honra e respeito.
2. No século 19 , 0 que aconteceu na E uropa e n o s EUA?
No século 19 , acontece na Europa e n o s EUA a p rim eira on da do ativism o
fem in ista . A s m u lh eres reivin d icam d ireitos ig u a is aos h om en s.
3. O que a B íblia en sin a sobre 0 casam ento?
A E scritu ra e n sin a que 0 casam en to é m onogâm ico, h eterossexu al e in d is­
solú vel (M t 19*5.6 ), tendo 0 hom em com o líder da fa m ília (E f 5*23).
4 . Cite a o m enos d u as características da m u lh er v irtu o sa com o m ãe.
M ãe dedicada e protetora.
5. Cite ao m en os d u as características da m u lher v irtu o sa com o ad m in is­
tradora.
F a z e r negócios e ad m in istrar a produção.

5 4 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


T R A N S G Ê N E R O - Q UE
T R A N S R E A L ID A D E É E S S A
N r
T E X T O ÁUREO V E R D A D E P R Á T IC A
“ Portanto, deixará o varão o seu A sexu a lid a d e bíblica é
p a i e a sua m ãe e a p e g a r -s e -á à heterossexual, biologicam en te
sua m ulher, e serão am bos um a d efin id a conform e 0 sexo
carne** (Gn 2 .2 4 ) divin a m en te criado.

V __

L E IT U R A D IÁ R IA
S e g u n d a - M c 10 .6 Q uinta - 1 T s 5.2 3
A fo rm ação b iológica e b in ária O h om em é fo rm ad o de partes
do s e r hum ano m a terial (corpo) e im aterial
T e rç a - G n 1.2 6 (espírito e alm a)
O h om em fo i criad o à im agem e S e x ta - G n 1.2 7 ; 2 .2 4
sem elh a n ça m oral de Deus O gên ero do corpo é d efin id o pelo
Q u arta - 1 Co 7 3 ,4 se x o d e criação: h om em ou m u lher
M on ogam ia e h eterossexu alid ad e Sáb ad o - M t 19 .4 - 6
com o m odelos b íb licos da A an atom ia dos se x o s serve ao
sexu alid ad e propósito d ivin o da sexu alid ad e e
d a reprodução

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 55


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

G ê n e s is 2 . 7 , 1 8 - 2 5
7 - E formou 0 Senhor Deus 0 homem do pó 2 1 - Então, 0 Senhor Deusfe z cair um sono
da terra e soprou em seus narizes 0 fôlego pesado sobre A dão, e este adorm eceu; e
da vida; e 0 homem fo i feito alma vivente. tomou uma das suas costelas e cerrou a
18 - E disse 0 Senh or Deus: Não é bom carne em seu lugar.
que 0 homem esteja só; fa r - lh e - e i uma 2 2 - E da costela que 0 Senhor Deus to­
adjutora que esteja como diante dele. m ou do hom em fo rm o u um a mulher; e
19 - Havendo, pois, 0 Senhor Deusformado trouxe-a a Adão.
da terra todo anim al do campo e toda ave 2 3 - E disse A dão: Esta é agora osso dos
dos céus, os trouxe a Adão, para este ver m eus ossos e carne da m inha carne; esta
como lhes cham aria; e tudo 0 que Adão será chamada varoa, porquanto do varão
chamou a toda a alm a vivente, isso fo i 0 fo i tomada.
seu nome. 2 4 - Portanto, deixará 0 varão 0 seu pai
2 0 - E Adão pôs os nom es a todo 0 gado, e a sua m ãe e a p eg a r-se-á à sua mulher,
e às aves dos céus, e a todo an im al do e serão am bos uma carne.
campo; mas para 0 homem não se achava 2 5 - E am bos estavam nus, 0 hom em e
adjutora que estivesse como diante dele. a sua mulher; e não se envergonhavam .

« Hinos Sugeridos: 1 2 4 ,1 2 5 , 525 da H arpa Cristã

PLANO D E AULA

1. INTRODUÇÃO 2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO


V ivem os em u m período em que A) O bjetivos d a L ição : I) Explicar
0 corpo h um ano e a sexu alid ad e to r­ que 0 fenôm eno da transgeneridade
n a ra m -s e q u estões re le van te s. R ei­ abarca as questões d e identidade de
n a u m a n ova “ ortodoxia p ro g res­ gênero, a s distinções en tre cisgênero
s is t a ” qu e tem com o projeto im por e transgênero e a questão da sexu a­
u m a agend a descon stru cion ista de lidade; II) R eafirm ar a v isã o bíblica
cim a p ara baixo, negando a b a se da a respeito do gên ero; III) elen car os
biologia e da fé , e reveland o um a efeitos da ideologia tran sgên ica.
verdadeira a g re ssã o id en titária. Isso B) M otivação: Há p essoas que e s ­
ocorre porque h á m ovim en tos com tão perdendo em pregos por discordar
em basam en to filosó fico e crítico da agenda trans. Há estudantes que
que recebem certa ben evolên cia das acabam por ficar isolados na univer­
m íd ias quanto à d ivulgação d e su as sidade caso se descubra que ele está
agen d as. Por isso , tem os o objetivo desalinhado com a “ ortodoxia pro­
d e tra ta r esse assu n to diante da Pa­ gressista” . Por esses e outros motivos
lavra de D eus, n o ssa re g ra d e f é e é que devem os tratar a questão.
p rática na v id a cristã. C) Su gestão d e M étodo: A su g es­

5 6 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


tão d e m étodo pedagógico desta se­ a n ão terem vergo n h a d e a ssu m ir
m ana tem a ve r com a sua preparação u m a v isã o b íb lica d o Corpo
de aula. Como s e trata de u m assunto
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
que possui um a lingu agem técni­
ca, querem os su gerir que você faça A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
a leitu ra da obra “A m a T eu Corpo” , V ale a p ena conhecer essa re vista
editada pela CPAD, principalm ente, o que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
capítulo 6 cujo título é “ Transgênero, tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
T ransrealidade” . Faça um a pequena ções B íb licas A dultos. N a edição 94,
sín tese do assu nto com o consequên­ p .4 0 , você en co n trará u m subsídio
cia de sua leitura. Finalm ente, in tro - esp ecial p ara esta lição.
duza esta lição apresentando algun s B) A u x ílio s E sp ec iais: Ao fin al
pontos que cham aram a sua atenção. do tópico, você encontrará au xílios
Dê u m tem po m ínim o p ara o s alunos estes au xílio s: 1) O texto “ Com o Ser
participarem e, em seguida, faça a H um ano” am plia o prim eiro tópico
exposição da aula, levando em conta com u m a reflexão a respeito do p ro ­
a su a sín tese e a s questões levanta­ pósito do corpo hum ano; 2 ) O texto
das pelos alunos. “ Acolhendo o E stran geiro” aprofu n ­
da 0 segundo tópico, trazendo um
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
exem plo concreto de pessoas que
A ) A p licação : A p resen te lição
experim entaram a disforia de gên e­
a u x ilia o s alu n os a discern irem os
ro, m as teve u m encontro com Deus.
n o sso s dias. Por is s o , in c e n tiv e -o s

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O I - CO M PREEND END O
B ib lic a m e n te , o s s e r e s h u m a n o s O PEN SAM EN TO DA
possuem um sexo biologicamente T R A N S G E N E R ID A D E
determ inado, de conformação 1. Id e n tid a d e d e g ê
h eterossexu al (Gn 2.24). No O g ê n e ro id e n tific a o s s e -
entanto, a desconstrução dos I Palavra-Chave ) . r e s in e q u ív o c o s do s e x o
valores e a revolução sexual T ransgê- m asculin o e fem in ino. Não
obstante, na década de 1970,
ap rese n tam n o vas fo rm as
d e sexualidade, dentre elas,
[ nero ' a s fem in istas u savam 0 ter­
a transgeneridade. Nesta lição, m o “ gênero” para 0 d iferen -
verem os a s características desse cia r do “ sexo an atô m ico . A s
fenômeno, a visão bíblica de sexo, gênero ciên cias so c ia is p a ssa ra m a e n fa ­
e o s efeito s d a id eologia tran sgên ero. tiz a r que 0 co m portam en to so cia l dos
N o sso o b jetivo é re a firm a r a von tade g ê n ero s é esta b elecid o p e la cu ltu ra e
não p e la s ca ra cte rística s biológicas do
d e Deus quanto ao ser hum ano vive r de
s e x o . A s s im , a rg u m e n ta m q u e u m a
maneira coerente com 0 propósito divino
p e ss o a n ã o p re c is a s e c o m p o rta r de
por m eio de seu sexo biológico.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 57


acordo com o seu se x o d e nascim ento. qu e se d e n o m in a m n ã o -b in á ria s, que
A le g a m qu e o g ê n e ro e a o rie n ta ç ã o não se en caixa m em n en h u m gên ero,
sex u al não são d eterm inados pelo sexo n em m a scu lin o n em fem in in o . D esse
b io ló g ico . N e sse ca so , a v a lia m qu e a m od o, com o n e s s a id e o lo g ia n ã o há
re la ç ã o s e x u a l e n tre m a ch o e fê m e a con exão en tre sexo b io ló g ico e g ê n e ­
corresponde a p a p éis so cia is im postos ro, u m a p e sso a que se id en tifica como
pelo contexto cultural e social, não pela tra n s g ê n e ro t r a n s ita liv re m e n te em
co n stitu ição an atô m ica e b iológica do todo o tip o d e relação sexu al.
corp o h um an o. D esse m odo, v a lid a m
qualquer com portam ento sexu al.
2. C isgênero e Transgênero. Nos e s ­
tudos de gêneros, dois termos são usados: SINO PSE I
“ Cisgênero” e “ Transgênero”. Cisgênero O fe n ô m e n o d a tra n s g e n e rid a d e
se refere a pessoa cujo gênero está em te m a v e r c o m o q u e s tio n a m e n ­
concordância com o sexo de nascimento,
to d a id en tid a d e d e g ên ero .
ou seja, a fêm ea nascida com gen itália
fe m in in a que se reconhece m u lher e o
macho nascido com genitália m asculina
que se reconhece h om em . Transgênero
(ou Disforia de Gênero) classifica a pessoa AUXÍLIO APOLOGÉTICO
cujo gên ero e s tá em oposição a o sexo
d e n ascim en to, ou seja , indivíduo que “ COMO S E R HUMANO
n asce com genitália m asculina, m as que Se a natureza é teleológica, e o
se assu m e m ulher ou o que nasce com corpo hum ano é parte d a natureza,
ge n itália fem in ina, m as que s e assum e en tão ele tam bém é teleológico. O
h o m em . São p e s s o a s qu e a le g a m ter corpo tem u m propósito intrínseco,
nascido no corpo errado e se identificam e parte d esse propósito é expresso
com o gênero diferente do sexo biológico. com o lei m oral. Som os m oralm en­
O movimento social de representatividade te obrigados a tratar a s p esso as de
desse grupo é chamado de LGBTQIAPN+. m aneira que a s ajude a cu m prir o
E ssa cosm ovisão ra tifica a ideia d e que seu propósito. Isso explica p o r que a
a id en tid ad e de g ê n ero in d ep en d e do m oralidade bíblica não é arbitrária.
sexo biológico. A m oralidade é 0 guia para cum prir
3. T ra n sg ê n e ro e sexu alid ad e. Para
o propósito o rig in al d e Deus para a
os esp ecialistas, a orientação sex u al de hum anidade, o m an u al de in stru ­
u m a p essoa é d efinida de acordo com o
ções p ara to rn a r-se 0 tipo de pessoa
gên ero que ela s e id en tifica e p or qual que Deus idealizou, o m apa para al­
gênero sente atração sexu al, a saber: (a)
cançar o telos hum ano. [...] A ética
heterossexual, quando a a tração é pelo cristã sem pre leva em conta os fatos
gênero oposto; (b) homossexual, quando
d a biologia, seja falando do aborto
a atração é pelo m esm o gênero; (c) bis-
(os fatos cien tíficos sobre quando a
sexual, quando a atração é por am bos os
vid a com eça), seja falando da sex u ­
gê n ero s; (d) assexual, quando in e xiste
alidade (os fato s sobre diferenciação
atração por gênero algum ; (e) pansexual,
sexu al e reprodução). A ética cristã
quando a atração não depende de gênero.
resp eita a teleologia d a natureza e
A lém d e ssas categorias, ex iste p esso as

58 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


v o sso corp o m o rta l” (Rm 6.12). D esse
do corpo” (PEARCEY, Nancy. A m a m odo, a s p rá tica s s e x u a is ilíc ita s são
T e u Corpo: Contrapondo a cultura que p ro ib id a s ( Ê x 2 0 .1 4 ; R m 1.2 6 ,2 7 ) . A
fragm enta o ser humano criado à im a­ B íblia e n sin a que a im oralidade sexu al
gem de Deus. R io de Janeiro: CPAD, afron ta o corpo, que é tem plo e m orada
2 0 2 1, p p .2 4 -2 5 ). do E sp írito Santo (1 Co 6.18-20).
3. A constituição d a sexualidade. Ao
c ria r o s e r h um an o “ m acho e fêm ea” ,
D eus tam b ém in stitu iu a sexu alid ad e
I I - R E A F IR M A N D O A V IS Ã O
(Gn 1.27,28). Sempre fez parte da criação
B ÍB L IC A D E G Ê N E R O original de Deus 0 homem unir-se sexual­
1. A co n stitu ição b io ló g ica. Do he­ mente em um a só carne com sua mulher
b ra ic o adh am t o h om em fo i fo rm ad o (Gn 2.24). Ao abordar o tem a, 0 Senhor
do pó ú m id o d a te rra (Gn 2.7). N osso Jesus associou a anatomia dos sexos com 0
Senhor ratificou que “ desde 0 princípio propósito divino da sexualidade e da repro­
da criação, Deus o s fez m acho e fêm ea” dução (Mt 19.4-6). 0 relacionamento sexual
(Mc 10.6). Nossa Declaração de Fé professa conform e idealizado pelo Criador prevê
que o s e r hum ano é constituído de três um a satisfação com pleta entre homem e
su bstân cias, um a física : corpo; e duas mulher na busca da realização conjugal e
im a te ria is: esp írito e a lm a (1 T s 5.23; na procriação da espécie (Ec 9-9 ; SI 127.3-
Hb 4 -12). D esse m odo, o corpo físico é 5). A união m onogâm ica e heterossexual
0 in vó lu cro d a s p a rte s im a te ria is (Gn configura 0 modelo bíblico de sexualidade
35.18; Dn 7.15). O gênero d esse corpo é (1 Co 7.3,4). Desse modo, no plano divino,
definido pelo sexo de criação genetica­ 0 sexo, 0 gênero e a sexualidade não são
m ente determ inado: homem ou mulher m eros estereótipos de construção social,
(Gn 1.2 7 ; 2.24 ). N esse caso, 0 se x o e 0 m as estão biologicamente constituídos e
gênero estão relacionados com as carac­ intim am ente relacionados.
terísticas orgânicas do corpo e dos órgãos
genitais. Significa que na criação divina,
o s crom ossom os se x u a is X Y d eterm i­
n am o sexo m ascu lin o (macho) e o s XX SINO PSE II
d eterm in am 0 sexo fem in ino (fêmea). A v is ã o b íb lic a d o c o rp o le v a e m
2 . A co n stitu iç ão m o ra l. 0 hom em c o n ta a c o n s titu iç ã o b io ló g ica ,
fo i c ria d o , d e n tre o u tro s a sp e c to s , à m o ra l e d a sex u a lid a d e .
im a g e m e sem elh a n ça m o ral de Deus
(Gn 1.26 ,27). E n tretanto, o p ecado cor­
rompeu a moralidade do gênero humano
(Gn 6.5). Por isso , no p lano divino, os
crentes precisam ser renovados segundo AUXÍLIO APOLOGÉTICO
a sem elh an ça m oral o rig in al (E f 4 .2 2 -
2 4 ; Cl 3 10 ) . E ssa renovação é obra do “ ACOLHENDO O ESTRANGEIRO
Espírito Santo que opera interiorm ente Walt Heyer é u m ex -tran sexu al
e p ro m ove a sa n tific a ç ã o do esp írito , que com eçou como travesti e depois
da alm a e do corpo (R m 8 .2 -5 ,13 ,14 ; 1 passou pela cirurgia de redesign a-
T s 5-23). A ssim , a o s salvo s a E scritu ra ção sexu al para vive r com o m ulher.
d iz: “ não reine, portanto, 0 pecado em

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 59


2 . C on strução d e n a rra tiv a s . M ili­
Depois de oito anos, ele tornou -se
tan tes trans alegam que a subjetividade
cristão e acabou fazendo a transição
de a lgu ém se sen tir h om em ou m ulher
reversa para vive r como hom em . Ele
deve sobrepor aos aspectos biológicos.
descobriu que m udar a s su as roupas,
N esse sentido, eles se rebelam contra a
corte de cabelo, carteira de identida­
p rópria co n stitu ição bio ló gica. Então,
de, carteira de m otorista e até m esm o
p ara adequar a in satisfação d o próprio
os seus genitais não mudou quem ele
corpo com a mente, exigem terapia hor­
era. E m suas palavras, ele percebeu
m on al e ciru rg ia de redirecionam ento
que ‘ a restauração da m inha san i­
sex u al com o p reten sas soluções. Isso é
dade só viría revertendo a mudança
de gênero e voltando a vive r com o o tão sério que 0 ativism o n a educação e
hom em que Deus m e criou para ser” . saúde pública acaba se impondo no dou-
E m sum a, aceitando a sua identidade trinam ento d e crian ças e adolescentes.
biológica com o dom de D eus. [...] A Na busca de aceitação social, divulgam
nossa única escolha é se aceitam os a ideia do n ascim ento no corpo errado.
o nosso sexo biológico como dom de De outro lado, em 2017, a a ssociação de
Deus ou se o rejeitam os” (PEARCEY, pediatras americanos (American College of
Nancy. A m a T eu Corpo: Contrapondo Pediatricians) publicou que: (a) conflitos
a cultura que fragmenta o ser humano entre mente e corpo devem ser corrigidos
criado à imagem de Deus. Rio de Jan ei­ p elo a lin h a m e n to do g ê n e ro (m ente)
ro: CPAD, 2021, p p .2 2 7 -2 8 ). com o se x o a n atô m ico (corpo), e não
fazendo intervenções invasivas no corpo;
(b) m e n in o s n ão n ascem com cérebro
I I I - E F E I T O S D A ID E O L O G IA fem inizado e m en in as não nascem com
TR A N SG ÊN ERO cérebro m ascu lin izad o; e (c) a ideia de
p esso as p re sas no corpo errad o é um a
1. D epreciação da h eterossexu alid a-
crença ideológica que n ão tem b ase na
de. V im os que 0 m odelo d e sexualidade
ciência rigoro sa (Rm 9.20).
nas Escrituras é heterossexual (Gn 2.24;
M t 19 .5; M c 10.7; E f 5.31). No entanto, 3. L in gu ag em n eu tra. 0 m ovim ento
a t iv is t a s a tu a m n a d e sco n stru çã o da LGBTQIAPN+ requer a in serção de um a
o rie n tação s e x u a l b íb lic a . E m 19 9 1, 0 term inologia neutra ou n ã o -b in á ria na
te r m o h etero n o rm atividade p a s so u a linguagem . 0 objetivo é identificar quem
ser u tilizado em depreciação da prática não s e recon h ece com o m a scu lin o ou
h eterossexu al. É um a proposta de dou­ fe m in in o . O s a t iv is t a s co n sid e ra m a
trinação para apresentar a crítica de que g ra m á tic a n o rm a tiv a com o m ach ista
0 reconhecim ento da distinção biológica e e litis ta . Contudo, na L ín g u a P o rtu ­
entre hom em e m ulher como dado óbvio gu e sa o gênero neutro é absorvido pelo
do desenvolvim ento hum ano e da rea­ m ascu lino. A ssim , 0 masculino é usado
lidade, ou seja, a heteronorm atividade d e m o d o g e n é ric o p a ra id e n tific a r a
(que já é u m term o doutrinador), é um esp é cie h u m an a (hom ens e mulheres).
s iste m a o p re sso r e n o rm a tiz ad o r em N ão o b sta n te , a m ilitâ n c ia p reten d e
que se obriga as pessoas a s e relacionar substituir as vogais ‘a ’ e ‘o* n a pretensão
ap en as entre hom em e m ulher. N esse de n eu tralizar o gênero. D esse m odo, a
sentido, acusam os héteros de preconcei­ norm a gram atical é desconstruída para
tuosos, d iscrim inadores e transfóbicos. aten der à id eo lo gia de gên ero (Is 5.21).

60 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


Nas E sc ritu ra s e x is te m ap e n a s duas
SINO PSE III p o ssibilid ad es de g ên ero e an ato m ia
sexu al hum ana, ou seja , o masculino/
O s e fe ito s d a id e o lo g ia t r a n s -
m ach o e o fem inino/fêm ea (Gn 1.27).
g ê n ic a p ro m o v e m u m a a g en d a
Ao térm in o da criação, “viu D eus tudo
c o m p le ta m e n te a n tic r is tã .
quanto tin h a feito, e e is que era muito
bo m ” (Gn 1.31). E le não errou ao criar
a se x u a lid a d e h e te r o s s e x u a l p a ra a
hum anidade. Portanto, ninguém nasce
CONCLUSÃO predeterm inado a id e n tifica r-se como
O sex o , o g ên ero e a sex u alid ad e tran sg ên ero . M u d a-se a cu ltu ra, m as
fazem parte da constituição anatôm ica a Palavra de Deus perm anece im utável
e fisio ló g ica d iv in am en te in stitu íd a . (M t 24.35).

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. O que 0 gênero identifica?


O gênero id entifica os sere s inequívocos do sexo m asculino e fem inino.
2 . O que significa cisgênero?
R efere -se a pessoa cujo gênero está em concordância co m 0 sexo de n a sci­
m ento, ou seja, a fêm ea nascida com genitália fem inina que se reconhece
m ulher e 0 m acho nascido com genitália m asculina que se reconhece hom em .
3. O que o corpo físico é em relação às partes im ateriais do ser hum ano?
O corpo físico é o invólucro das partes im ateriais (Gn 35.18; Dn 7.15).
4 . O que sem pre fez parte da criação original de Deus?
Sem pre fez p arte da criação o riginal de Deus o hom em u n ir-s e sexualm ente
em um a só carne com sua m u lher (Gn 2 .2 4 ).
5 . Cite pelo m enos um dado do estudo de pediatras am ericanos que co n tra­
ria a ideia de redirecionam ento sexual.
C onflitos en tre m ente e corpo devem ser corrigidos pelo alin h am en to do
gênero (m en te) co m 0 sexo anatôm ico (corpo), e não fazendo intervenções
invasivas no corpo.

VOCABULÁRIO
In vólu cro: aquilo que serve ou é usado para envolver, cobrir; envoltório,
envólucro, cobertu ra, revestim ento, involutório.
T eleolo gia: Term o filosófico que considera a finalidade ou propósito
com o princípio explicativo fundam ental na organização e n as tra n sfo r­
m ações de todos o s seres da realidade; esp ecificam en te, aqui na lição,
finalidade ou propósito do corpo hum ano.
T elo s: Palavra grega que significa finalidade, fim ; tem 0 sentid o de
propósito.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 6 l


f

T EX T O ÁU REO V ER D A D E P R Á T IC A
"M as o corpo não é para a 0 corpo é 0 templo do Espírito
prostituição, senão para o Santo e, por isso, deve ser
Senhor; e o Senhor para o conservado em santificação
corpo.” (1 Co 6.13b) até a volta de Cristo.

L E IT U R A D IÁ R IA
Segu n d a - G n 2.7 Q u in ta - l Co 6.19; E f 1.13
O hom em recebeu o fôlego da 0 corpo do c ren te salvo é tem plo e
vida d iretam ente de Deus m orada do Espírito Santo
T e rça - 1 T s 5 .23 S e x ta - R m 8 .2 3 ; F p 3.21
O s e r hum ano é constituíd o de A tran sfo rm ação do corpo m ortal
esp írito, alm a e corpo co n fo rm e o corpo glorioso de Cristo
Q uarta - 1 Co 6 .2 0 Sábad o - E c 12.14
Devem os glo rificar a Deus em Todos o s n ossos a to s estarão sob o
nosso corpo ju ízo divino

6 2 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S - PR O FESSO R JU L H O • A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

1 C o rín tio s 6 .1 2 - 2 0

1 2 - Todas as coisas m e sâo lícitas, mas 16 - Ou não sabeis que 0 que se ajunta
nem todas as coisas convêm ; todas as com a meretriz fa z -s e um corpo com ela?
coisas m e sâ o líc ita s, m as eu não m e Porque serão, disse, dois numa só carne.
deixarei dom inar por nenhuma. 17 - Mas 0 que se ajunta com 0 Senhor é
1 3 Os m an jares sã o p a ra 0 v en tre, e 0 um mesmo espírito.
ventre, para os m anjares; Deus, porém , 18 - Fugi da prostituição. Todo pecado que
aniquilará tanto um como os outros. Mas 0 homem comete éfora do corpo; mas 0 que
0 corpo não é para a prostituição, senão se prostitui peca contra 0 seu próprio corpo.
para 0 Senhor, e 0 Senhor para 0 corpo. 19 - Ou não sabeis que 0 nosso corpo é 0
1 4 - Ora, Deus, que também ressuscitou 0 templo do Espírito Santo, que habita em
Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. vós, proveniente de Deus, e que não sois
15 - Não sabeis vós que os vossos corpos de vós m esm os?
sâo membros de Cristo? Tomarei, pois, os 20 - Porquefostes comprados por bom preço;
m em bros de Cristo e fá -lo s -e i membros glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
de um a m eretriz? Não, por certo. vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

H in o s S u g e rid o s: 5 , 1 5 9 , 5 8 1 d a H arp a C ristã


$

PLANO DE AULA

1 . INTRODUÇÃO B ) M o tivação : A B íblia u sa a


U m a v isã o m aterialista do corpo im agem do tem p lo p ara s e re fe rir ao
d esp reza a p ersp ectiva b íb lica que corpo com o u m a h ab itação do E s ­
eleve o corpo ao propósito da v o n ­ p írito Santo. E ssa im agem revela o
tade d e D eus. N a B íb lia, a doutrina propósito de D eus p ara o corpo do
bíblica da glorificação fin al do cor­ cristão e o quanto s e deve le v a r em
p o do cren te tem m u ito a nos dizer conta o cuidado com ele. E sta lição
a resp eito do corpo terreno. Há um n o s estim u la a cu ltivar u m a visão
propósito divino no corpo p ara v i­ b íb lica e elevada a resp eito do n o sso
v e rm o s de acordo com a Palavra corpo.
d e D eus d ian te de um a cu ltu ra que C) Sugestão d e M étodo: Introdu-
ten de a d e sc a rtá -lo e d e svalo riz á - za 0 segundo tópico com a seguinte
- lo . Que o S en h or n o s en sin e a com o pergunta: O que é glorificação final
s e r v i-L o por m eio do n osso corpo. do corpo? Deixe que os alunos res­
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO pondam. O uça-os com atenção. Em
A ) O bjetivos d a L ição: I) E n sin ar seguida exponha o segundo tópico,
a criação do se r h um an o; II) E xp o r a enfatizando o subtópico que trata o
v isã o bíblica do corpo; III) C ontra­ assunto d a ressurreição, trabalhando a
p o r a v isã o secu lar do corpo. im agem do corpo que o n osso Senhor

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 63


apareceu aos discípulos por ocasião da V ale a p ena conhecer essa revista
sua ressurreição. É um a im agem m ui­ que tra z rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
to poderosa para consolidar o enten­ tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
dimento da glorificação final do corpo. ções Bíblicas Adultos. Na edição 94,
p .4 0 , você en co n trará u m subsídio
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
especial p ara esta lição.
A ) A p licação : Há u m a d ou tri­
B ) A u x ílio s E s p e c ia is : Ao fin a l
n a bíblica a resp eito do corpo. E ssa
do tópico, vo cê en c o n trará a u x ílio s
dou trin a tem a ve r com a esperança
qu e d arão su p o rte n a p re p aração
que cu ltivam os p ara o dia de n o s­
d e s u a au la: 1) O tex to “ A C u ra da
s a com pleta redenção. O corpo que
A lie n a ç ã o ” a m p lia 0 p rim e iro tó ­
tem o s h oje será tran sform ad o. Por
p ico com u m a re fle x ã o a re sp e ito
isso , o apóstolo Paulo n o s exorta:
d e u m a p e rsp e c tiv a n ão a lie n a n te
“ todo v o sso esp írito , alm a e corpo
d a s c o is a s ; 2 ) O tex to “ G lo rific a n -
seja m plen am ente con servad os ir ­
do a D eu s no C o rp o ” a m p lia 0 s e ­
re p ree n síveis p ara a vin d a de nosso
g u n d o tópico co m u m a re fle x ã o a
Sen h or Je su s C risto” ( 1 T s 5-2 3 ).
re sp e ito d e com o a B íb lia s e re fe re
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR ao corpo.
A ) R e vista E n sin a d o r C ristão.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O e sem elhança de Deus (Gn 1.26,27). Por


D eu s c rio u 0 s e r h u m a n o p a ra 0 isso, n o ssa Declaração de Fé en sin a que
louvor d a sua g ló ria (1 Co 6.20). ^ fom os criados por u m ato sobre­
E m v is t a d is s o , E le e s p e ra natural, imediato, e não por um
do hom em regenerado um a processo evolutivo. A ssim , 0
vida de santidade (1 Pe 1.15). ( Palavra-Chave ) hom em (adham) foi formado
do pó úmido da terra (Gn 2.7).
Contudo, o s conceitos s e -
c u la ris ta s p ro p agam um a
Corpo Interessante notar que 0 uso
form a de vida independente do h eb raico adham denota
dos preceitos d ivin o s. N esta nom e próprio, m as tam bém
lição, vam o s e stu d ar a criação genérico, significando “homens”
do h om em e a s ca ra cte rística s do e “ h um an id ad e” (SI 73 5; Is 313).
Logo, Adão foi o prim eiro hom em a ser
corpo hum ano n as E scrituras e correla­
criado (Gn 2.15,19,20); e Eva, a prim eira
cionar esse tem a com a visão secular do
m ulher, form ada do corpo de Adão (Gn
corpo hoje. Nossa finalidade é apresentar
2.22; 3.20). Além disso, hom em e mulher
a v isã o b íb lica do corpo, seu propósito
são d escritos com o c ria tu ra s d a terra,
e su a glorificação fin a l.
porém , Deus “ soprou em seu s n arizes
0 fôlego da vid a” (Gn 2.7b). Ele não fez
I - A C R IA Ç Ã O DO S E R H U M A N O isso com os a n im a is. O sopro d e Deus
1. A o rig em d a raça h u m an a. O ho­
fo i a ou to rga do n o sso e sp írito e isso
m em é 0 único ser vivo criado à im agem nos distingue dos d em ais seres criados.

6 4 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


2 . A c o n s titu iç ã o do s e r h u m an o . constituído de três substâncias, se o ser
N o ssa Declaração de Fé p ro fe ssa que a h u m an o fo r a fetad o em u m elem ento
n atureza h um ana consiste nu m a parte d e su a co n stitu ição h u m an a, ele será
ex te rn a, o corpo ou a ca rn e (Gn 6.3; SI afetad o in teiram en te. N essa p ersp ec­
78.39), cham ada de “ hom em exterio r” ; tiv a , a v id a e s p iritu a l n ão pode e s ta r
e u m a p a rte in te rn a , d e n o m in ad a de d esasso ciad a d e seu corpo: “ glo rificai,
“ h om em in te rio r” , com posta de esp í­ pois, a D eus n o vo sso corpo e no vosso
rito e a lm a (2 Co 4*16; 1 T s 5 23). E ssa esp írito , o s q u ais p e rten cem a D eus”
constituição h u m an a é denom inada de (1 Co 6.20). D esse m odo, a conduta ir ­
tricotom ia, isto é, trê s su bstâncias: es­ rep reen sível do cristão é requerida no
pírito, alm a e corpo (Hb 4.12). Exem plo espírito quanto n a alm a e n o corpo (1 Ts
d e ssa estru tu ra pode s e r o b servad a n a 5.23). Isso quer d izer que a santificação
p e ss o a de C risto (L c 2 3 .4 6 ; 24 .39 ). A deve atin gir a parte m aterial e im aterial
Bíblia d e Estudo Pentecostal leciona que do h om em . Contudo, e s s a restauração
0 n o sso esp írito é 0 com ponente pelo som ente é p o ssível por m eio do sangue
qual se tem comunhão com 0 Espírito de de C risto, p ela ação do E sp írito e pela
Deus. E a alm a é definida pelos aspectos P a la vra de D eus (1 Pe 1.15-25).
da m ente, em oções e vontade. O corpo
é a p arte que v olta ao p ó e que, no caso
dos salvos, será transform ado no d ia da
ressu rre içã o (1 Co 15.42).
SINO PSE I
3 . Q ueda e re sta u ra ç ã o h u m a n a . A D eu s c rio u o s e r h u m a n o e o
Bíblia revela que todas as áreas de nosso c o n s titu iu d e co rp o , a lm a e e s ­
s e r fo ra m a fe ta d a s p elo p e ca d o (Rm p írito .
7.20 -23). C onform e a Teologia Sistem á­
tica: uma perspectiva pentecostal, em bora

AM PLIAN DO O CONHECIMENTO

“A PO SITIVIDADE DO CORPO
[...] P au lo n ã o fa la ta m b ém do ‘ corp o do
p e ca d o ’ (Rm 6.6)? E is s o n ã o s ig n ific a q u e o
corpo é a fonte do m al? Não. O con texto deixa
claro que Paulo está falan d o que 0 corpo pode
tornar-se um instrumento do pecado - m as pode
tam b ém s e to rn ar u m in strum ento d e justiça:
‘N ão sab eis v ó s que a quem vo s apresentardes
por servos para lhe obedecer, sois servos daquele
a quem obedeceis, ou do pecado para a m orte, ou
da obediência para a justiça?’ (v.16). O problema
não é o corpo, m as 0 pecado. O corpo é apenas
o lu g a r onde a b a ta lh a en tre o b em e o m a l é
encarnada.” A m plie m ais 0 seu conhecim ento,
lendo a obra A m a Teu Corpo, Editora CPAD, p.45.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 65


AUXÍLIO velh eceram o s m eus o sso s pelo m eu
APOLOGÉTICO bram ido em todo 0 dia” (SI 32.3).
E m certo sentido, o nosso corpo
“ A CURA DA ALIENAÇÃO tem prim azia diante de nosso e s ­
D evem os, portanto, responder pírito. A fin al d e contas, o corpo é a
com um a defesa bíblica do corpo. única m an eira que tem o s para e x ­
D evem os encontrar m an eiras de p re ssa r a n o ssa vid a in terior ou p ara
cu rar a alienação entre corpo e p e s­ conhecer a vid a in terior de outra
soa. O ponto de partida é u m a f i ­ p essoa. O corpo é 0 m eio pelo qual o
losofia bíblica da n atureza. A Bíblia in visíve l é feito v isív e l” (PEARCEY,
proclam a o profundo va lo r e d ign i­ Nancy. A m a T eu Corpo: Contrapondo
dade do m undo m aterial — in clu in ­ a cultura que fragm enta 0 ser humano
do o corpo h um ano — com o obra das criado à imagem de Deus. Rio de Ja ­
m ãos de u m Deus am oroso. É por neiro: CPAD, 2 0 2 1, p.36). *12
isso que a m oralidade bíblica coloca
gran de ên fa se no fato da encarna­
ção hum ana. O respeito pela pessoa
é in sep arável do respeito pelo corpo. II - A VISÃO BÍBLICA DO CORPO
A fin al de contas, Deus podería ter 1. Parte exterior do hom em . O termo
escolhido fa z e r-n o s com o o s anjos corp o (do g re g o , som a) n o rm alm en te
— espíritos sem corpo. E le pode­ identifica a parte exterior do ser humano
ría ter criado u m m undo espiritual (M t 10.28; 1 Co 15 3 8 ). 0 term o carne (do
onde flu tu ássem os p or aí. Pelo con­ grego, sarx), quando se refere ao homem
trário, Ele criou cada u m de n ó s com físico , in clu i a su a d im en sã o ex te rio r
corpos m ateriais e em u m u n iver­ (Lc 2 4 .3 9 ; A t 2 .31). A m b o s o s term o s
so m aterial. Por quê? C laram ente, in d ica m a p a rte v is ív e l e m a te ria l da
Deus valoriza a dim ensão m aterial e natureza hum ana. 0 corpo é 0 invólucro
quer que a valorizem os tam bém . A d a p a rte im a terial do s e r h um an o; ele
B íblia trata corpo e alm a com o dois envelhece e m orre, ocasião em que alma
lados de u m a m esm a m oeda. A vida e espírito o d eixam (Gn 35.18 ; T g 2.26).
in terior da alm a é ex p re ssa p or in ­ A ca rn e (corpo) g eralm en te é descrita
term édio da vid a exterior do corpo. em sentid o n egativo: “ n a m in h a c a r­
Isso é destacado pelo paralelism o ne, n ão h ab ita b em a lg u m ” (Rm 7.18).
característico d a poesia hebraica: (A E n tretan to, esse tom depreciativo diz
m inha alm a tem sede de ti; a m i­ r e s p e ito à n a t u r e z a p e c a m in o s a do
n h a carn e te deseja m u ito’ (SI 6 3 .1); hom em e não especificam ente ao corpo
‘ Pois a n o ssa alm a está abatida até físico . A s s im sen d o, n o ssa Declaração
ao pó; 0 n osso corpo, curvado até ao de Fé rejeita a id eia d e s e r 0 corpo um a
ch ão” (SI 4 4 .2 5 ); ‘ G uarda [as m i­ p risã o da a lm a e do esp írito ou de ser
n has palavras] no m eio do teu co­ in erentem en te m au e in sign ifican te.
ração. Porque são vid a p ara o s que 2 . Tem plo do E sp írito San to. A E s ­
a s ach am e saúde, p ara 0 seu corpo’ critura declara que “ o corpo não é para a
(P v 4 .2 1,2 2 ); ‘ Enquanto eu m e calei prostituição, senão para 0 Senhor” (1 Co
[m e recu sei a m e arrepender], e n ­ 6.13b). Isso significa que 0 corpo pertence
ao Criador e a Ele deve estar unido (1 Co

66 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
será reunida em u m corpo in corruptí­
v e l, glorificad o, esp iritu al e im o rta l (1
O c r is tã o é e x o r ta d o a n ão Co 15 .4 2 -4 4 ,5 2 -5 4 ). A ssim , a m orte é 0
últim o inim igo a ser vencido (1 Co 15.26).
p e c a r c o n tr a o p r ó p rio
c o r p o , p o is u m r e s g a t e
d e a lto p re ç o f o i p a g o p o r
C r is to to rn a n d o o c r e n te SINO PSE II
t e m p lo e m o r a d a do A v is ã o b íb lic a d o co rp o te m a
E s p ír it o S a n t o .” v e r co m o e x te r io r d o h o m e m ,
c o m o im a g e m de te m p lo do E s ­
p írito , co m a re s s u rr e iç ã o e a
g lo rific a ç ã o fin a l.

6.17). Nesse sentido, essa parte m aterial


do salvo deve ser santa e usada para glo­
rificar a Deus (1 Co 6.20b). Em 1 Coríntios
6, lem os que o s corpos dos salvo s são
AUXÍLIO APOLOGÉTICO
m etaforicam ente m em bros do Corpo de
Cristo (1 Co 6.15; cf. R m 12.4,5). Por isso, GLORIFICANDO A DEUS
e le s n ã o d e vem p ra tica r a to s im o ra is NO CORPO
(Rm 6.13,19; 1 Co 6.15,16). Aqui, 0 cristão “ É p ossível quebrar o poder da
é exortado a não pecar contra o próprio escravidão do pecado: ‘ Não reine,
corpo (1 Co 6.18), pois um resgate de alto portanto, 0 pecado em vosso cor­
preço fo i p ago p or C risto (1 Co 6.20a) p o m ortal, para lhe obedecerdes em
tornando 0 crente tem plo e m orada do su as concupiscências’ (Rm 6 .12 ). A
Espírito Santo (1 Co 6.19; Ef 1.13). Portanto, única resp osta apropriada a tal gra­
como santuário, o corpo nunca deve ser ça libertadora é : ‘ glorificai, pois, a
profanado por im pureza algum a. Deus n o v o sso corpo’ (1 Co 6 .2 0 ), ou,
3. Glorificado n a ressurreição. A res­d e m aneira m a is com pleta: ‘ apre­
surreição de C risto aniquilou 0 im pério senteis o vosso corpo em sacrifício
da m orte (Hb 2.14,15) e garantiu a nossa vivo, santo e agradável a Deus, que
ressurreição (1 Co 6 .14; 2 Co 4 -14)- Entre é 0 v o sso culto racional’ (Rm 12 .1). É
a m orte e a ressu rreição há um estado em ocionante pen sar que Deus quer
interm ediário, onde a parte im aterial do m esm o se relacionar conosco em
ser humano subsiste de modo consciente n osso corpo, am ando 0 n o sso fo r­
(Lc 9 2 8 -3 1; 16 .22-31). Contudo, 0 nosso m ato e tam anho específico, a s n o s­
corpo carnal não pode herdar o Reino de sas peculiaridades corporais, a n ossa
Deus (1 Co 15.50). Por isso, a últim a etapa aparência física. Deus quer a m ar-
d e n o ssa salvação é a glorificação (Rm -n o s e in teragir conosco não ape­
8.30). Inclui a redenção e a transformação n a s espiritualm ente, m a s tam bém
de nosso corpo m ortal conform e 0 corpo em nosso ser in tegral” (PEARCEY,
glorioso de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21). Esse N ancy. A m a T e u Corpo: Contrapondo
evento ocorrerá quando Jesu s voltar (1 Ts a cultura que fragmenta 0 ser humano
4.13-17). Na ressurreição, a parte imaterial

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 6 7


criado à imagem de Deus. Rio de Ja ­
neiro: CPAD, 2021, p p .4 5 -4 6 ).
VI
L iv re de q u alq u er m o ral
d iv in a , o in d ivíd u o p a ssa
I I I - A V IS Ã O S E C U L A R a e x e rce r to tal con tro le
DO CO RPO so b re o co rp o . D esse
1. H edonism o e n a rcisism o . Z elar e
m an ter 0 corpo sau d ável é u m a form a
m od o, se u s adeptos
de glorificar a Deus (1 Co 6.20). Contudo, a tu am co n tra o corpo n a
em tem pos p ó s-m o d ern o s de b u sca da le g a liz a çã o do abo rto , da
felicid a d e, o h ed o n ism o e o n a rc is is ­
p ro stitu içã o , d a s d ro g as,
m o sã o in c u tid o s n a so cie d a d e . Com
h edonism o, n o s referim o s ao e stilo de do su icíd io a ssistid o ,
v id a em que a obtenção do p ra z e r e a d en tre o u tro s.”
fu g a do s o frim e n to sã o p rio rid a d e s.
N esse asp ecto, tudo é perm itido. Com
narcisism o, aludim os ao am or excessivo
que um a p e sso a tem por si p rópria. De
acordo com e ssa abordagem , re fe re -se
adverte: “ todas as coisas m e são lícitas,
a o in d ivíd u o que, d e m odo in sen sato ,
m a s eu n ão m e d e ix a re i d o m in ar por
persegu e 0 corpo ideal por m eio da boa
nenhum a” (1 Co 6.12b).
estética a qualquer custo e se porta com
3. L ib e rd a d e e a u to n o m ia . A B í­
ostentação em busca da autorrealização
b lia a te sta que 0 h o m em é dotado de
e de s e r adm irado. E m oposição a e ssa
liv re -a rb ítrio (Gn 2.16 ,17). Isso indica
cu ltu ra, Paulo en sin a : “ todas a s coisas
a u to n o m ia p a r a to m a r a s p r ó p r ia s
me são lícitas, m as n em todas as coisas
d e c is õ e s e s e a u to g o v e r n a r . S o m o s
convêm ” (1 Co 6.12a).
liv r e s , p o ré m , to d o s o s n o s s o s a to s
2. Erotização e libertinagem . Ao for­
se rã o a lv o do ju íz o d iv in o (Ec 12 .14 ).
m ar 0 ser humano, Deus tam bém criou a
N ão ob stante, no atu a l cenário, id éias
sexualidade (Gn 1.27,28). Portanto, não se
trata de algo impuro. 0 pecado não está se c u la rista s prom ovem a b an alização
no sexo, m as na perversão de seu propó­ do corpo. 0 e x iste n c ia lism o ateu, por
sito. N ossa Declaração de Fé leciona que a exem plo, a firm a que p ara d esco b rir 0
relação sexual não é só para procriar, mas sentido da vida, 0 hom em deve usufruir
tam bém para 0 prazer dentro dos lim ites de liberdade in con d icion al. N esse a s ­
do matrim ônio e do uso natural do corpo pecto, livre de qualquer m oral divina, 0
(Rm 1.26,27; Hb 13.4). Todavia, em nossos indivíduo p a ssa a exercer total controle
dias, a erotização do corpo é explorada sobre 0 corpo. D esse modo, seus adeptos
n as mídias, artes, m úsicas e literaturas. O atuam contra 0 corpo n a legalização do
objetivo é seduzir e estim ular as práticas aborto, da prostituição, d a s d ro gas, do
sexuais ilícitas. Como resultado, a licencio- su icíd io a ssistid o , den tre ou tros. Con­
sidade, isto é, a conduta sexual desregrada trário a e sse ativism o, 0 apóstolo Paulo
e im oral, prolifera assustadoram ente (1 a sse v e ra : “ n ão sab eis [...] que n ão sois
Co 6.10). D iante disso, 0 apóstolo Paulo de v ó s m esm os?” (1 Co 6.19).

68 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


d e tr ê s su b s tâ n c ia s : e sp írito , a lm a e
SINO PSE III corpo (1 T s 5.23). N essa concepção, não
O h e d o n is m o , o n a r c is is m o , a podem os p ecar com 0 corpo sem afetar
e r o tiz a ç ã o e a lib e r tin a g e m f a ­ 0 espírito e a alm a (1 Co 6.15-17). O corpo
z e m p a r te d e u m a v is ã o s e c u la r é m orada do E sp írito , que n ão habita
d o co rp o . em san tu ário im p uro (1 Co 6 .18,19). Na
vin d a de Cristo, o corpo dos santos será
glorificad o (1 Co 15.52). A ssim , 0 corpo
não deve s e r tratado como a lgo pejora­
CO N CLU SÃ O tivo. O princípio de cuidado e santidade
Criado d a terra, à im agem e sem e­ do corp o deve s e r o b servado p elos que
lh an ça d ivin as, o hom em é constituído perten cem a Deus (1 Co 6.20).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Com o a n o ssa D eclaração d e Fé ex p re ssa n o ssa con stitu ição hum ana?
N ossa D eclaração d e Fé p ro fe ssa qu e a natureza h u m an a co n siste n u m a
p arte ex te rn a, o corpo ou a carne (Gn 6 .3 ; SI 7 8 .3 9 ), cham ada de “ h om em
exterio r” ; e um a p arte in tern a, d enom inada de “ h om em in te rio r” , co m ­
p o sta de esp írito e alm a (2 Co 4 .16 ; 1 T s 5 .2 3). E ssa con stitu ição h u m an a é
denom inada de tricotom ia, isto é , trê s su b stân cias: esp írito , alm a e corpo
(Hb 4 1 2 ) .
2 . Com o é requerida a irrep reen sível conduta do cristão?
Conduta irrep reen sível do cristão é requerida no espírito, na alm a e n o cor­
po ( 1 T s 5 .2 3).
3. Com o 0 corpo é identificado n a Bíblia?
O term o corpo (do g re g o , soma) n orm alm en te id en tifica a p arte exterio r do
s e r h u m an o (M t 10 .2 8 ; 1 Co 15 .3 8 ) . O term o carne (do grego , s a rx ), quando
se re fe re a o h om em físico , in clu i a su a d im en são exterio r (Lc 2 4 -3 9 ; A t 2 .3 1).
A m bos os term o s in d icam a p arte v isív e l e m aterial d a n atureza hum ana.
4. P or que os corpos dos salvo s n ão devem p raticar atos im o rais?
Porque a p arte m aterial do salvo deve s e r san ta e u sad a p ara g lo rifica r a
Deus (1 Co 6 .20 b ). E m 1 C oríntios 6 , lem o s que o s corpos dos salvo s são
m etaforicam en te m em b ros do C orpo d e C risto ( 1 Co 6 .15 ; cf. R m 12 .4 ,5 ).
5 . No a tu a l cenário, 0 que a s id éias sec u la rista s prom ovem ?
H edonism o, n arcisism o , erotização, lib ertin agem etc.

VO CABULÁRIO
O utorga: De outorgar: d ar com o favo r; d ar poderes a; facu ltar,
conceder, conferir.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 6 9


3 de Setembro de 2023

A RENOVAÇAO COTIDIANA
DO HOM EM INTERIOR

T E X T O ÁUREO V E R D A D E P R Á T IC A
"P o r isso n ão desfalecem os; Por in strum en talidade do
m as, ain d a q u e 0 nosso hom em E spírito Santo, os salvos
exterio r se corrom pa, 0 interior, ex p erim en ta m a renovação
contudo, se ren ova d e d ia em in terio r em m eio as
d ia .” (2 Co 4 .16 ) a d versidad es externas.

L E IT U R A D IÁ R IA

S eg u n d a - 2 Co 4.7 Q uinta - F p 3 .13 ,14


0 tesou ro do Evangelho A adversidade im p ulsio n a 0
gu ardado em v a s o s d e barro cristão a p ro sse g u ir n a jornada
T e rç a - 2 Co 1.9 ,10 d a fé
A s p rovações n a v id a d e Paulo S e x ta - H b 1 1 .1
fo rjaram a sua co n fian ça em 0 apelo d a E scritu ra ao exercício
Deus d a fé bíblica
Q uarta - Jo 14 .16 ,17 Sáb ad o - E z 22.30
0 E sp írito Santo h ab ilita 0 A b u sca do E sp írito de Deus
cristão a vencer n a adversidade p or cren tes que tom am posição
con tra 0 m al
L ____________________________________ ________________________________________ a
70 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

2 C o rín tio s 4 . 1 1 - 1 8

1 1 - E assim nós, que vivem os, estamos para que a graça, m ultiplicada por meio
sem pre entregues à m orte por am or de d e m uitos, torne ab u n da n te a ação de
Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste graças, para glória d e Deus.
tam bém em nossa carne mortal. 16 - P or isso, não desfalecem o s; m as,
1 2 - De maneira que em nós opera a morte, ain d a q u e 0 nosso hom em e x terio r se
m as em vós, a vida. corrompa, 0 interior, contudo, se renova
13 - E temos, portanto, 0 mesmo espírito de dia em dia.
de fé , como está escrito: Cri; por isso,falei. 17 - Porque a nossa leve e m om entânea
Nós cremos tam bém ; p o r isso, tam bém tributação produz para nós um peso eterno
falam os, de glória m ui excelente,
1 4 - sabendo que 0 que ressuscitou 0 Se­ 18 - não atentando nós nas coisas que se
nhor Jesus nos ressuscitará também por veem , m as nas que se não veem ; porque
Jesus e nos apresentará convosco. as que se veem são temporais, e as que se
15 - Porque tudo isso é por am or d e vós, não veem são eternas.

Hinos Sugeridos: 5 ,1 8 6 , 33 0 da H arpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO não podem se r com parad as à gló ria


A s adversidades são com un s à fu tu ra reservad a aos cristão s; III)
n o ssa v id a terren a. Por is s o , nosso D espertar o s a lu n o s p ara b u scar 0
Sen h or alertou : “ no m undo tereis renovo esp iritu al e 0 fortalecim en to
a fliçõ e s” (Jo 16 .3 3 ) . F ica claro q u e as do h om em in terior.
aflições são u m a realidade. E n tre­ B) M otivação : A v id a do a p ó sto ­
tan to, o n o sso d esafio é não deixar lo Paulo n o s m o stra q u e o s cren tes
que a f é seja enfraqu ecida p or elas. fié is e obedientes ao Sen h or ta m ­
P recisam os lem b rar de qu e Jesu s b ém p a ssa m por m u ita s provações
já venceu 0 m undo. A ssim , a lição e a flições. E le n o s deixou u m g ran de
d esta sem an a tra z u m a exortação exem p lo d e com o perm an ecer firm e
p ara qu e a n o ssa v id a interior, isto em C risto, m esm o d ian te do s o fri­
é, a v id a e sp iritu al, p ersevere d iante m ento. Com o cristão p recisam o s
das m u itas dificuldades ex te rn as. am ad u recer na fé . P ara is s o , Deus
u sa a s adversidades p ara n o s co n ­
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
du zir a o cam in h o do crescim en to
A ) O bjetivos d a L içã o : I) R efletir
espiritu al.
sobre a s adversidades en fren tad as
C) S u g estã o d e M étodo: E ssa l i ­
pelo h om em in terio r; II) C om pre­
ção p recisa s e r desen vo lvida à luz
en d er que e ssa s d ificu ld ad es na vida

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 71


d a s exp eriên cias p e sso a is dos seu s e renovo. Encerre a au la m otivando
a lu n o s. Ao ap resen tar o prim eiro e se u s a lu n o s a b u scarem m a is d a in ­
o segun d o tópico, com partilh e um tim idade com D eus p o r m eio de um a
testem u nho p esso al qu e m ostre o v id a de oração.
quanto u m a ad versid ad e pode nos
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
fa z e r crescer n a fé . E m seguida,
A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
con vide se u s alu n os a com p artilh a­
V ale a p ena conhecer essa re vista
re m tam bém . E xem p lo s re a is irão
que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
en riq u ecer su a au la e ed ifica r a fé
tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
dos ou vintes.
ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 ,
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO p .4 1, vo cê en con trará u m subsídio
A ) A plicação: E sta lição tra z um a especial p ara esta lição.
m en sa ge m d e despertam en to esp i­ B ) A u x ílio s E sp e c ia is: A o fin al
ritu a l. C onvide sua c la sse a re fletir do tópico, você en co n trará a u xílio s
so bre a saú d e e a firm e za da fé em que darão su p o rte n a p reparação de
C risto. Na lição fo i citado dois tipos su a aula: 1) O texto “ O paradoxo dos
d e ataqu es con tra a fé cristã (0 s e - so frim en to s de P aulo” , que ajudará
cu larism o e 0 relativism o dou trin á­ aprofu n d ar 0 p rim eiro tópico; 2) O
rio). E n tretanto, é p o ssível que seu s texto “ B atalh a E sp iritu al” deve ser
alu n o s estejam en fren tan d o outros usado na m in istração do segundo
tip o s d e provações. R essalte que 0 tópico, pois traz aplicações d evocio-
E sp írito S an to é n o ssa fo n te de força n a is sobre 0 tem a.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O espiritu alm en te renovado pode re sistir


A s ad versid ad es e x te rn a s são um a a qualquer ataque das trevas.
incontestável realidade (Rm 8.22,23).
A pesar disso, por meio do Espí­ I - O S O F R IM E N T O E X ­
rito, o s salvos experim entam T E R IO R
a re n o v a ç ã o e s p iritu a l no 1. A ex p e riên c ia d e P au -
in te rio r de su a v id a (2 Co j
/ Palavra-Chave ^
| lo . O a p ó sto lo P au lo é u m
4.16). Não obstante, durante 1 R enova- ]| exem plo de u m hom em que
a n o ssa existên cia, o corpo
[ ção 1 sofreu adversidades externas,
m ortal perm anecerá sujeito
à s a d v e rs id a d e s da v id a (2
Co 5 .2 ,4 ). N esta lição, ve rem o s
r m a s não perdeu a solidez da
vida esp iritu al. S u as epístolas
relatam tribulações acim a de suas
o s o frim e n to do h o m em e x te r io r , 0 forças, a ponto de ele perder a esperança
fortalecim ento do hom em interior e os da preservação da própria vida (2 Co 1.8).
desafios atuais como forças externas que Ainda podemos ler m enções do apóstolo
tentam esm agar a nossa vid a espiritual. a prisões, açoites, apedrejamento, perse­
A fin a lid a d e é m o s tr a r qu e o c ren te guições, fad iga, fome, sede, frio e nudez

7 2 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


(2 Co 11.23-27). D essa form a, Paulo sin ­ mesmo ameaçado, 0 crente não é abando­
tetiza a s adversidades d a n ossa jornada nado; (d) “ abatidos, m as não destruídos”
de fé n as seguintes palavras: “ E também (2 Co 4.9b), mostra que, mesmo derrubado,
todos o s que piam ente querem viver em 0 crente não é nocauteado. 0 texto ensina
Cristo Jesu s padecerão perseguições” (2 que, em bora nosso corpo esteja sujeito
T m 3.12). Por isso, 0 texto bíblico diz que ao pecado e ao sofrim ento, Deus sempre
o tesou ro do Evangelho está guardado provê um meio de escape (1 Co 10.13). Nosso
em v a s o s d e b arro (2 Co 4 -6 ,7). Isso é Senhor obteve êxito sobre a m orte e, do
um a declaração d e que som os feitos do mesmo modo, temos esperança da vitória
pó, ou seja, som os m ortais, e, por isso, e d a v id a etern a (2 Co 4 *14). Portanto,
com o seres hum anos, som os frág eis (2 com o cristão s, não podem os d eixar de
Co 7-5)- Nesse aspecto, o hom em exterior agu ard ar a b em -aven turad a esperança
padece e sofre ataques por causa da cruz em Cristo (Tt 2.13).
(2 T m 2.9,10).
2 . O exem p lo do A p ó sto lo . M esm o
d ian te do so frim en to , 0 a p ó sto lo não
retrocede e tam pouco n ega a fé (2 T m SIN O P SE I
4.7; Hb 10.39). Suas provações forjaram a O a p ó sto lo P au lo s o fre u m u ita s
confiança em Deus na sua vida e m inisté­ a fliç õ e s , m a s s e m a n te v e f ie l. N ós
rio (2 Co 1.9,10; F p 4.12,13). Ele reconhece d e v e m o s s e g u ir seu exem p lo .
q u e su a s fraq u e za s sã o in stru m e n to s
do poder d ivin o (2 Co 2.4 ; 4 .11; 12.9,10).
Sua v id a e s tá a serv iç o do M estre, em
fa v o r d os escolhidos e p ara a g ló ria de
D eus (2 Co 1.1 2 - 1 4 ; 4 .11,12 ,15 ). Cônscio
de sua vocação, 0 apóstolo declara: “ por AUXÍLIO TEOLÓGICO
isso não desfalecem os; [...] ainda que o
n o sso hom em exterior s e corrom pa” (2 “ O PARADOXO DOS
SOFRIM ENTOS DE PAULO
Co 4 .16 a ). N esse asp ecto , o legad o do
[Em 2 C oríntios 4 . 7 - 1 1 ] P are­
apóstolo é de p e rseveran ça. Em bora o
ce que Paulo fo i atin gid o pelo p a­
h om em exterio r seja consum ido pelas
radoxo que acabou d e descrever.
tribulações, o salvo n ão d esan im a n em
O ‘ tesouro* (v . 7 ) fa z referên cia à
recua. Acerca disso, Cristo nos assegurou:
‘ lu z [ou ilu m in ação] do con h eci­
“ no m undo tereis a fliç õ e s, m as tende
m ento d a g ló ria d e Deus na face de
bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
C risto ’ (v. 6), conhecido e exp eri­
3. A esperança do crente. Na Escritura,
m entado p o r Paulo e seu s com pa­
o contraste entre as aflições do homem e o
n h eiros. Isto abran ge a com ple­
poder de Deus estão assim representadas:
ta realidade q u e perten ce ao novo
(a) “ atribulados, m as não angustiados” (2
m in istério da alian ça do E spírito
Co 4.8a) significa que, mesmo pressionado,
( 3 .3 - 18 ) . Paulo é dom inado pelo
0 crente não é esmagado; (b) “ perplexos,
co n traste en tre o va lo r in so n d ável e
m as não desanim ados” (2 Co 4.8b), in ­
duradouro deste ‘ tesou ro do evan ­
dica que, m esm o confuso, 0 crente não
g e lh o ’ e a in d ign id ad e e fragilid ad e
se desespera; (c) “ perseguidos, m as não h u m an a ( ‘v a s o s de b arro ’ ) daque­
desam parados” (2 Co 4*9a), sinaliza que,

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 73


II - A REN O V A Ç A O IN T E R IO R
le s q u e ago ra le v a m -n o ao m u n ­
1 . O fo rtalecim e n to d iário. A Bíblia
do. E le tam bém percebe que este
enfatiza que o E spírito Santo é o agente
paradoxo é n ecessário . D eus esco ­
que habilita 0 cristão a m an ter-se firm e
lheu trazer o evan gelh o ao m undo
na adversidade (Jo 14.16,17). E sse poder
a travé s da fraq u eza h u m an a [5]
do E sp írito a tu a no h om em in te rio r e
p ara que a gran d eza extrao rd in á­
capacita o crente a perseverar e a v ive r
ria de seu poder d e salvação p o s­
afastado do pecado (1 Co 2.12-16 ). A ssim ,
s a s e r v ista com o su a obra e não
apesar da fraqueza e do sofrim ento e x ­
com o u m a ação h um an a. Os v e r s í­
teriores, 0 nosso “ interior, contudo, se
cu lo s 8 ,9 contêm qu atro conjuntos
renova d e dia em dia” (2 Co 4.16b). Isso
de co n trastes que ilu stram tan to a
é a operação do Espírito que qualifica 0
fraq u eza de Paulo em ex e cu tar sua
salvo a não desfalecer. Do ponto de vista
cham ada apostólica, com o 0 poder
das disciplinas espirituais práticas, esse
de Deus p ara su p erar esta fraqueza
renovo ocorre por m eio da santificação
e lib e rtá -lo : Paulo conheceu a fli­
p essoal, fidelidade, reverên cia, oração,
ções que p re ssio n a v a m -n o d e todos
os lad os, porém nunca fo i cercado jejum e temor a Deus (1 Co 7-5; E f 5-i8; Hb
a ponto de s e r esm agado. Encon­ 12.14,28). Portanto, não podemos permitir
que a aflição nos desanime, m as devemos
trou circu n stan cias desnorteantes,
m a s n unca chegou a ponto de se renovar 0 nosso compromisso em servir a
d e sesp erar. S eu s in im ig o s h aviam Cristo e perm itir que o poder do Espírito
persegu id o se u s p a sso s, m as Deus Santo nos fortaleça dia a dia (1 Co 16.13).
nun ca 0 deixou c a ir em s u a s g a rra s. 2 . O ete rn o p e so d e g ló ria . O apó s­
A b a teram -n o até 0 chão, porém tolo Paulo declara 0 seguinte: “ a n ossa
fo ram im pedidos d e d ar o golpe leve e m om en tân ea trib u lação produz
fata l. E m resu m o , Paulo descreve p ara n ó s um peso eterno de gló ria m ui
esta s exp eriên cias em term o s f ís i­ excelente” (2 Co 4 -17)- Aqui, e le fa z um
cos, id e n tifica n d o -a s com a “ m orte con traste en tre 0 so frim en to presente
de Je s u s ” ou até m esm o com o que e o fu tu ro glo rio so . O apó sto lo en sin a
participando d esta (v. 10 ), d e form a que, s e com p arad a ao p e so d a g ló ria ,
que D eus poderia re velar seu poder que é eterna, a tribulação é leve e p a s­
de ressu rreição . E ste poder in fu n ­ s a g e ira . N esse sen tid o , a adversidade
de ao corpo m ortal de Paulo a vida s e rv e com o in stru m e n to en corajad or
de Je su s, e p re servo u - 0 a p esa r das do h om em in terior, im p u lsio n an d o -0
tribulações e das am eaças contra a p ro s s e g u ir (Fp 3 .13 ,14 ) e que a fé se
su a vid a ( w . 1 0 - 1 1 ) . E sta s não são ren ova à m edida que 0 crente é capaz
so m en te as consequências destas de su p o rtar a s trib u laçõ es (Jó 4 2 .5 ; Sl
trib u lações, m as tam b ém 0 prop ó­ 119.67). Portanto, fa z -s e necessário ser­
sito d e D eu s” (ARRINGTON, F . L. m os sábios diante da tribulação, fugindo
STRONSTAD, R. C om en tário B íb li­ d a m urm uração e reconhecendo que as
co P en teco stal N ovo T estam en to . lu tas, seg u n d o 0 critério de D eus, são
V ol. 2 . R io d e Jan eiro : CPAD, 20 09 , in e v itá v e is. E n tretan to , a s E scritu ra s
p . 28 7). ra tifica m que a s a fliç õ e s deste tem po
não podem ser com paradas com a glória
do p o rv ir (Rm 8.18).

7 4 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


3. A v is ã o da eternidade. Fortalecido
cristão não trava um a guerra contra a
em D eus, ten d o p len a co n sciên cia da
carne e o sangue; portanto, as arm as
vida vindoura, o cristão é exortado a não
de sua luta não são m ateriais ou hu­
focar “ n as coisas que se veem , m as nas
m anas, e sim divinam ente poderosas
que s e não veem ; porque a s que se veem
para destruir fortalezas de especula­
são te m p o ra is, e a s qu e s e n ão ve em
ções e sofism as, e tudo aquilo que se
são etern as” (2 Co 4.18). C ontrastando
levanta de form a orgulhosa contra 0
a s co isas v is ív e is com a s in visíve is, as
conhecimento de Deus (2 Co 10.4,5).
tem porárias com as eternas, 0 apóstolo
A Igreja de Jesu s Cristo deve lutar
Paulo apela ao exercício da fé bíblica como
contra as portas do inferno, pois es­
um a im portante motivação para 0 crente
ta s não serão capazes de resistir (Mt
não desfalecer nas tribulaçoes (cf. Hb 11.1).
16 .18 )” (Dicionário Bíblico W y d iffe.
N esse caso, som ado à renovação diária,
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887).
0 crente deve v ive r sob a perspectiva da
eternidade. Não por acaso, 0 apóstolo Paulo
escreveu: “ pensai n as coisas que são de
cim a e não n as que são da terra” (Cl 3.2).
I I I - O S D E S A F I O S D E H O JE
1. Cultura secu larista. O “ espírito da
Babilônia” , por m eio da cu ltu ra secula­
SINO PSE II rista, procura esm agar a vid a espiritual
P r e c is a m o s b u s c a r o re n o v o do d o s c r e n te s (Ap 17.5). É u m s is te m a
h o m e m in te r io r c o n s ta n te m e n ­ m a terialista, con form e estu d am o s até
te , n o s fo rta le c e n d o c o m a a ju d a aqui, que n eg a a realid ad e esp iritu al, a
d o E s p ír ito S an to . e x istê n c ia d e D eus, a verdade bíblica e
todo o conjunto de valores provenientes
da Palavra de Deus. Diante desse ataque,
o A ltíssim o continua a b u scar u m povo
que seja renovado por dentro, resista aos
ataques extern os e tom e posição contra
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
o advento do m a l (Ez 22.30).
2 . R e la tiv is m o d o u trin á rio . Outro
BATALH A ESPIRITU AL
ataque que p rocura m atar a n o ssa vida
“A guerra é aplicada de form a fi­
espiritual é 0 processo de desconstrução
gurada à vida espiritual, particular­
dos fun d am en to s da fé. N ão podem os
m ente pelo apóstolo Paulo. O segui­
tolerar a relativização doutrinária. Ora,
dor de Cristo, como u m bom soldado,
re la tiv iz a r a dou trin a b íb lica é e n fra ­
suporta a s dificuldades e não se en­
volve de form a exagerada com os a s ­ quecer o hom em interior. N ão h á como
renovar a n o ssa v id a espiritu al sem ter
suntos desta vida (2 T m 2.3,4). Aque­
em alta conta a P alavra de Deus. Não se
le que é tem ente e obediente veste
‘toda a arm adura de Deus’ para que pode fazer um a releitura seletiva da Bíblia
possa estar firm e e resistir à s fo r­ para agregar à Igreja os que não aceitam
ças espirituais opostas que, de outro a s ã doutrina (2 T m 4.3). O relativism o
modo, 0 derrotariam (E f 6 .10 -2 0 ). O aliado à ideologia secularista impõe 0 que
deve ser considerado como ideal. A ssim ,

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 75


o pecado é aceito e tolerado. Porém , o
crente renovado deve reagir contra essa SINO PSE III
inversão de valores, re sistir ao “ espírito
A c u ltu r a s e c u la r is t a e o r e la -
da B ab ilô n ia” e “ b a ta lh a r p ela fé que
t iv is m o d o u t r in á r io c o m b a te m
u m a v e z fo i dada aos san to s” (Jd 1.3).
3. B atalha espiritual. Todo salvo trava c o n t r a a f é c r is t ã . P r e c is a m o s
um a b atalha espiritual neste mundo. A n o s fo r t a le c e r p a r a v e n c e r m o s
Escritura diz que Satanás é 0 “ deus deste a s b a t a lh a s e s p ir it u a is .
século” e que 0 mundo jaz no M aligno (2
Co 4.4; 1 Jo 5-19)- Por isso, nossa Declaração
de Fé realça que foi com engano que ele co­
meçou as suas atividades contra 0 homem C O N CLU SÃ O
(Gn 3.13; 2 Co 11.3). E é com essa arm a que Durante a existência do corpo mortal,
0 Diabo e seus agentes ainda seduzem as nosso hom em exterior estará sujeito às
pessoas neste mundo (Ap 12.9). Outrossim, tribulações desta vid a (2 Co 4 >u)> Apesar
os espíritos m alignos têm capacidade de do padecimento e das aflições, 0 nosso ho­
influenciar os que vivem na desobediência, mem interior não deve desfalecer, m as se
manipulando, aprisionando e colocando renovar por m eio do poder do Espírito (2
pessoas contra Deus (E f 2.2). Por isso, a Co 4.16). Assim , o s sofrimentos do tempo
Bíblia alerta que nossa luta não é contra 0 presente não podem ser comparados com
homem, m as contra os demônios (Ef 6.12). o peso de gló ria eterna reservad o para
De certo, 0 crente renovado, de p osse da os fié is (2 Co 4 -17)- P or isso , no tem po
arm ad u ra de Deus, deve p osicion ar-se presente de ataques e desconstrução da
contra as ciladas do Diabo, “ orando em fé cristã, necessitam os de renovação do
todo 0 tempo com toda a oração e súplica nosso interior, dia a dia, para enfrentar
no Espírito” (E f 6.18). o poder do pecado e do m al.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual exem plo podem os contem plar n a v id a do apó sto lo Paulo?


M esm o diante do sofrim ento, 0 apóstolo não retrocedeu e tampouco negou a fé.
2 . O que a B íblia en fatiza a resp eito do E sp írito Santo?
A B íblia en fatiza qu e o E sp írito Santo é 0 a gen te que h ab ilita 0 cristão a
m a n te r-s e firm e n a adversidade.
3. Que con traste 0 apóstolo Paulo fa z p ara apelar ao exercício d a fé bíblica?
Ele contrasta as coisas visíveis com as invisíveis, a s tem porárias com a s eternas.
4. De acordo com a lição, o que 0 “ esp írito da B ab ilô n ia” nega?
N ega a realid ad e esp iritu al, a existência de D eus, a verdade bíblica e todo 0
conjunto de valo res p roven ien tes d a P alavra d e Deus.
5 . O que a B íblia n o s alerta a resp eito d e n o ssa luta?
A B íblia alerta que n o ssa lu ta n ão é con tra o h om em , m a s contra o s dem ô­
n io s (E f 6 .12 ).

7 6 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


C U LT IV A N D O
A C O N V IC Ç Ã O C R IS T Ã
A f

T E X T O ÁUREO V E R D A D E P R Á T IC A
“P o rq u e a nossa exortação 0 cultivo d a convicção cristã
n ão f o i com en gano, nem é im perioso para a prática e
com im undícia, n em com a defesa d a f é em tem po de
fra u d u lên c ia " (1 Ts 2.3) adversidades.

__ J

L E IT U R A D IÁ R IA

S e g u n d a - l1 T s 1 .6 - 10
10 Q uinta - 1 Co 1.2 9 - 3 1
M in istra n d o a s B o a s-N o v a s no O
0 salvo deve g lo ria r-s e no Sen h or e
p o d er do E sp írito p ara sa salvação
lva çã o não em si próprio
T e rç a - 2 P e 1.16
1 .1 6 S e x ta - H c 1 . 1 - 4
0 E van gelh o n ão procede d
O dee Os p rob lem as so cia is como
fáb u la s p a ra sed u zir a s p e sso a s resu ltado do pecado
com
com m m en
e n tiras
tira s Sáb ad o - 1 C o 9 .11,12
Q u arta - R m 16 .17 ,18 Um a con sciên cia a ltru ísta de não
A s fa ls a s p a la vra s e lison
liso n jas c ria r obstáculo ao Evan gelho
corrom pem 0 coração dos sím plices

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 77


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

1 T e s s a lo n ic e n s e s 2 . 1 - 1 2

1 - Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis 7 - antes, fom os brandos entre vós, como
que a nossa entrada para convosco não foi vã; a am a que cria seus filhos.
2 - mas, havendo primeiro padecido e sido 8 - Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados,
agravados em Filipos, como sabeis, tornamo- de boa vontade quisêramos comunicar-vos,
-nos ousados em nosso Deus, para vosfalar não som ente 0 evangelho de Deus, mas
0 evangelho de Deus com grande combate. ainda a nossa própria alm a; porquanto
3 - Porque a nossa exortação não fo i com nos éreis muito queridos.
engano, nem com im undícia, nem com 9 - Porque bem vos lembrais, irmãos, do nos­
fraudulência; so trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite
4 - mas, comofomos aprovados de Deus para e dia, para não sermos pesados a nenhum
que 0 evangelho nos fosse confiado, assim de vós, vos pregamos 0 evangelho de Deus.
falamos, não como para agradar aos homens, 10 - Vos e Deus sois testemunhas de quão
mas a Deus, que prova 0 nosso coração. santa, ju sta e irrepreen sivelm ente nos
5 - Porque, como bem sabeis, nunca usa­ houvem os para convosco, os que crestes.
mos de palavras lisonjeiras, nem houve um 1 1 - Assim como bem sabeis de que modo
pretexto de avareza; Deus é testemunha. vos exortávamos e consolávamos, a cada
6 - E não buscamos glória dos homens, um d e vós, como 0 pai a seus filhos,
nem d e vós, nem d e outros, ain d a que 1 2 - para que vos conduzisseis dignamente
p o d ía m o s, com o ap ó sto lo s d e Cristo, para com Deus, que vos chama para 0 seu
ser-vos pesados; reino e glória.

# Hinos Sugeridos: 16 , 2 27, 355 da H arpa Cristã

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO 2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO


F ala r de convicção em tem pos de A ) O bjetivos da L ição : I) E s ti­
relativism o é u m convite para andar m u lar a con vicção esp iritu al nos
na contram ão de um a cultura in te­ cristão s a p a rtir da con fian ça em
lectual pela q u al tudo é relativo e que D eus; II) C om preender a n ecessi­
ninguém pode ter certeza de nada. dade d e um a v id a irrep reen sível de
A dúvida é praticam ente u m dogm a m odo q u e glo rifiq u e a D eus; III) R e­
em m uitos d esses setores d a socie­ conh ecer que 0 a m o r sacrificial e 0
dade. Por isso, n esta lição, tem os a abnegado trabalho são essen ciais
oportunidade d e refletir a respeito da p ara o crescim en to d o R eino.
convicção cristã. Sim , a fé cristã traz B) M otivação: Nesta lição v e re­
convicção profunda a um coração m os que todo crente em Jesu s preci­
perm eado d e incertezas: “ Eu se i em s a cultivar um a convicção espiritual,
quem tenho crido” (1 T m 1.12). m oral e social a fim de s e r capaz de

78 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


d ar u m verdadeiro testem unho neste m or que tem os a Deus; e u m a convic­
m undo m ergulhado e m trevas. ção social que deve ser dem onstrada
C) Sugestão de M étodo: Comece pela abnegação em servir.
a aula propondo u m diálogo sobre o
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR
que é convicção. Aguarde que digam .
A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
Pergunte à sua classe: “A lguém aqui é
V ale a p ena conhecer essa re vista
convicto de algo? E ssa convicção hon­
que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
ra o nom e do Senhor?” Na sequência,
tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
diga que, de acordo com o Dicioná­
ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 ,
rio Houaiss, convicção é a “ crença ou
p .4 1, você en con trará u m subsídio
opinião firm e a respeito de algo, com
especial p ara esta lição.
b ase em provas ou razões íntim as, ou
B ) A u x ílio s E s p e c ia is : Ao fin al
como resultado da influência ou per­
do tópico, vo cê en co n trará a u x ílio s
suasão de outrem ; convencim ento” .
qu e d arão su p o rte n a p reparação de
Após alguns m inutos de com partilha­
su a au la: 1) O tex to “ O testem u n h o
m ento, inicie a exposição da lição.
d e P au lo ” , q u e aju d ará a a p ro fu n ­
d ar o p rim eiro tópico, o ferece u m a
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
exp licação b íb lica e teológica a r e s ­
A) A plicação: E sta lição n o s con­
peito da p regação do ap ó sto lo , d e i­
vid a a re fletir sobre a necessidade de
xan d o cla ro a su a posição q u an to à
cada crente m anter firm e a sua con­
relação en tre a sab ed o ria h u m an a e
vicção cristã em defesa dos interesses
a p regação do ev an gelh o ; 2 ) O co­
do Reino d e Deus na Terra. Portan­
m en tário da Bíblia d e Estudo Crono­
to, com o cristãos, é m ister que b u s­
lógica de Aplicação Pessoal exp an d e
quem os ter um a convicção espiritual
0 seg u n d o tópico, esclarecen d o a
resultante do poder do Espírito; um a
m u d an ça de v id a q u e o cristão deve
convicção m oral como reflexo do te­
exp erim en tar.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO desejo de ser um autêntico “ em baixador


D iante d a s in certe za s a tu a is e dos de C risto” em u m m undo de trevas.
ataq u es à s dou trinas b íblicas, é in d is­
p e n sá v e l a o cren te cu ltiv a r u m a um a I - CONVICÇÃO E S P IR IT U A L
profunda convicção cristã (2 Tm 1.12-14). 1. Poder d o E sp írito . Por orientação
N ão cabe ao sa lv o esm orecer em m eio d iv in a , o E v a n g e lh o fo i p ro c la m a d o
à s tribulações, m as prosseguir confiante n a E u ro p a. P aulo te v e u m a v is ã o em
pelo prêm io da soberana vocação (2 Co qu e u m h o m em lh e d iz ia : “ p a s s a à
4 .1; Fp 3.14)- Nesta lição, estudarem os os M a c e d ô n ia e a ju d a - n o s ” (A t 16.9). A
asp ecto s esp iritu al, m oral e so cial que p a rtir d essa revelação a m en sagem da
fo rm am a convicção de n ossa fé cristã. cru z fo i an un ciad a e m F ilip o s e depois
O objetivo é despertar em cada cristão o em T e s s a lô n ic a (A t 1 6 .1 0 - 1 2 ; 17 .1). O

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 7 9


a p ó sto lo d e ix a cla ro que o E van gelh o próprio Deus 0 comissionou como arauto,
n ão fo i p re g a d o com o m ero d isc u rso “ não como para agradar aos homens, mas
racional, “ m as, sobretudo, em poder, no a Deus, que prova 0 nosso coração” (1 Ts
E spírito Santo e em plena convicção” (1 2.4b). Dessa forma, 0 propósito do apóstolo
T s 1.5 - ARA). N esse caso, o Evangelho não era o de satisfazer seus ouvintes com
fo i m in istra d o com o u sa d ia no poder falsos discursos (Tg 1.22). Nesse sentido,
do E sp írito , d e m odo que resu lto u na som os exortados a m anter fidelidade na
s a lv a ç ã o e lib e rta ç ã o d o s te s s a lo n i- pregação, repudiar os falsificad o res da
c e n s e s (1 T s 1.6 -10 ) . A ss im , podem os P alavra de Deus e anunciar C risto com
a firm a r que, n a au sê n cia d e convicção sinceridade (2 Co 2.17).
espiritu al, a P alavra de Deus é reduzida
a m ero in telectu alism o h u m an o e seu
resu ltado é in e ficaz n a tran sform ação
SINO PSE I
d e v id a s (M t 7.29; 1 C o 2 .1-5 ).
2 . C o n fia n ça em D eu s. O apóstolo S e m a a ç ã o p o d e ro s a do E s p í­
d eclara que m esm o tendo “ padecido e rito , a p r e g a ç ã o é in c a p a z d e
sido agravad os em Filipos” (1 T s 2.2a), t r a n s fo r m a r v id a s .
sua fé n ão estava abalada. E le se refere
à p e rsegu ição so frid a an tes de p regar
em T e ssa lô n ica . Pau lo e S ila s tin h am
sid o p u b lic a m e n te e s p a n c a d o s com
va ras. E m seguida, lançados no cárcere AUXÍLIO TEOLÓGICO
interior com o s p és no tronco (At 16 .2 2 -
24). Todavia, apesar de feridos, perto da O TESTEM UNH O DE PAULO (l
m eia-noite, oravam e cantavam hinos a CO 2 .1 - 5 )
Deus (At 16.25). A pós essa severa prova­ “ Por cau sa d a preocupação dos
ção, não esm oreceram , m as, im pelidos co rín tios com a sabedoria hum ana,
pelo Espírito, vie ram à T essalônica. Na Pau lo ago ra d eixa claro sua posição
cidade, em m eio à s su a s lu ta s, e com quanto à relação en tre a sabedoria
ousada confiança, anunciaram a Cristo h u m an a e a p regação do evan gelho.
(1 T s 2.2b). N essa p e rsp e c tiv a , som os Cita a s i m esm o com o u m exem plo
encorajados a não desfalecer na pregação d e a lg u é m que con fiou no E spírito
do Evangelho, m a s confiados e m Deus, Santo, e n ão n a eloquência ou na
jam ais recuar, mesmo diante das ameaças sabedoria h um an a, p ara que sua
m en sagem fo ss e efetiva. De acordo
d e prisão ou d e m orte (Ap 2.10).
com 0 que d isse no fim do capítulo
3. Fidelidade na pregação. O apóstolo
1 , 0 apóstolo s e g lo ria no Senhor.
dos gen tios a sse g u ra que o Evangelho
[...] Lon ge d e depender de seus
anunciado em Tessalônica “ não foi com
próprios recursos ou de su a capa­
engano, nem com im undícia, n em com
cidade de persuasão, Paulo contava
fraudulência” (1 T s 2.3a). M ostra que a
com o Espírito Santo. Sua m en sa­
doutrina cristã n ão procede d e fáb u las
gem n ão era tran sm itid a por ‘ p ala­
inventadas, condutas imorais ou de artifí­
v ra s p ersu asivas de sabedoria h u ­
cios para seduzir as pessoas a crerem em
m a n a ’ . A n tes um a ‘dem onstração
m entiras (2 P e 1.16). Ao contrário, Paulo
lapodeixis] do E spírito e de poder’ .
declara que 0 Evangelho é de Deus, e que 0

80 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


2 . R epu tação ilib ad a. C on sidera-se
[ ...) ” (Com entário B íblico Pente -
portadora de reputação ilibada a pessoa
co stal: Novo Testamento. 2. ed. Rio
de reconhecida idoneidade m oral (At 6.3).
de Jan eiro: CPAD, 20 0 4 , p .9 4 0 -4 1).
Veja com o P aulo a v a lia su a reputação
com esta fra s e : “ n ão b u scam os gló ria
dos homens, nem de vós, nem de outros”
I I - C O N V IC Ç Ã O M O R A L (1 T s 2.6a). Isso in d ica que o apóstolo
1. não tra b a lh a v a no Reino em b u sca de
R e tid ã o n a s a ç õ e s . A con versão
o p era a tra n sfo rm a ção m o ral n a vid a reconhecim ento hum ano. E ssa postura
do crente salvo (2 Co 5.17). D esse modo, foi adotada por ele em todo 0 lugar, d e­
a B íb lia o rie n ta , d e n tre o u tra s re co ­ m onstrando a coerência e a integridade
m endações, a d e ix a r a m en tira e fala r d e seu apostolado. E le n ão p ro cu rava
a verdade (E f 4 -25); d e ix a r o fu rto e ser obter “ v a n tag en s” e n em “ h on ra” em
honesto (E f 4.28); não pronunciar pala­ parte algu m a (1 T s 2.5,6). A os coríntios,
v ra s torpes e dizer apenas o que edifica escreveu que o crente deve glo riar-se no
(Ef 4.29). Nesse aspecto, 0 apóstolo Paulo Senhor e não em si próprio (1 Co 1.29-31).
reivin dica a retidão d a s próprias ações A conclusão é clara: os que aspiram fam a
ao afirm ar: “ nunca u sam os de p alavras e prestígio caem em tentação e m aculam
liso n jeiras, nem houve u m pretexto de o Evangelho. N osso viver deve glorificar
avareza” (1 T s 2.5). Aqui, ele enfatiza que a D eus. A Ele seja a g ló ria , na igreja e
ja m a is usou d e fa ls o sen tim en to p ara em Cristo Jesu s, para sem pre! (E f 3.21).
obtenção d e favor. A in d a a sse v era que 3 . V id a ir r e p r e e n s ív e l. O ad jetivo
sua motivação era desprovida de ambição “ irrepreensível” denota um a conduta que
financeira. Somente o falso cristão é que não pode ser censurada (E f 5.27). Nesse
b u sc a pod er e in flu ê n cia p or m eio da contexto, 0 apóstolo invoca a Deus e a igreja
baju lação m en tiro sa (R m 16.18). Logo, em Tessalônica como testemunhas de sua
a conduta de retidão é u m a v irtu d e do postura “ san ta, ju sta e irrepreen sível”
cren te regenerado (Cl 3.23; 1 Jo 3 18 ). (1 T s 2.10). E ssa s designações im plicam

AM PLIAN DO O CONHECIMENTO

“ PARA QUE VOS CONDUZÍSSEIS DIGNAMENTE


PA R A COM DEUS
N ós devem os v iv e r de u m a m an eira que tra ­
g a atenção p o sitiva e a honra a D eus. D evem os
sem pre exam in ar a n ó s m esm os, p ara assegu rar
que a s n o ssa s v id a s sejam d ign as de n o s iden­
tific a r com C risto, re p re se n ta r 0 seu ca rá te r e
tra n s m itir a su a m e n sa g e m a o u tra s p e sso a s.
Só serem os cap azes de fa z e r isto, co n fian d o n a
g ra ç a e no poder d e D eus.” A m p lie m a is 0 seu
conh ecim ento, lend o a B íb lia d e E stu d o P e n -
te c o sta l: E d ição G lobal, Editora CPAD, p.2227.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R 8 l


obediência nas questões m orais, atitude
Com o Paulo, n ão podem os m ais v i­
de retidão exem plar e conduta sem mo­
ve r p ara a grad ar a n ó s m esm o s, m as
tivo algum de reprovação (1 Co 9*16-23).
devem os p a ssa r a n o ssa v id a agra­
D enotam 0 padrão d e com portam ento
dando a Cristo** (B íb lia de Estudo
p ara com Deus, p ara com o s hom ens e
C ronológica A plicação P esso al. Rio
para consigo m esmo (1 CO 9*27). Ciente da
d e Janeiro: CPAD, 2 0 15 , p .16 4 9 ).
influência que sua vid a exercia sobre os
fiéis, 0 apóstolo diz: “ para vos dar em nós
m esm os exemplo, para nos im itardes” (2
Ts 3*9)* Assim, 0 grau de comprometimento
I I I - C O N V IC Ç Ã O S O C IA L
adotado pelo crente com os valo res do
1 . B e m -e s ta r com um . O b em -estar
Reino é 0 reflexo do nível de sua comunhão
comum alcança 0 homem em suas necessi­
com Deus (1 Co 10.32).
dades físicas e espirituais. Não por acaso, a
Bíblia fornece instruções para 0 bem -estar
espiritual e social dos seres hum anos (2
T m 3*16,17). O papel da igreja é o de pro­
SIN O P SE II
clam ar 0 Evangelho (Mt 28.19) e aliviar 0
O c r e n te re g e n e ra d o p o ssu i sofrimento promovendo 0 bem -estar social
u m a c o n d u ta de re tid ã o e u m a entre os irm ãos (Tg 2.15-17). Habacuque
v id a irre p re e n sív e l. registra que os problem as sociais de sua
época resultavam do pecado, tais como:
inversão de valores, violência e injustiças
(Hc 1.1-4). Assim, 0 m al social tem origem
no pecado. Ciente disso, o apóstolo Paulo
AUXÍLIO DEVOCIONAL escreve: “quisêramos comunicar-vos, não
somente 0 evangelho de Deus, m as ainda
“ 2 Co 5 .1 3 - 15 . Tudo o que P au ­ as nossas próprias alm as” (1 T s 2.8). Esse
lo e seu s com panheiros fizeram foi sentim ento é com parado ao cuidado de
para h onrar a D eus. Não era apenas um a m ãe que se preocupa e protege os
0 tem or a D eus que o s m otivava (2 filhos (1 T s 2.7), tam bém é equiparado ao
Co 5 .11), m as o am or de C risto con­ procedimento de u m pai am oroso que se
trolava os seu s atos. A palavra con­ interessa pelos problemas dos filhos (1 Ts
trolar, ou constranger, quer dizer 2.11b). E ra assim que Paulo encorajava,
‘ a ga rrar firm em ente* — em outras confortava e servia de exem plo à igreja
palavras, 0 am or de Cristo os fo r­ (1 Ts 2.11a). N essa direção, o dever cristão
çava a determ inadas ações. Eles engloba a m oral e o social. A dedicação
sab iam que Je su s, por seu grande exclusiva de um a parte em detrimento da
am or, deu su a vid a p or eles. E le não outra não retrata 0 Evangelho de Cristo
agiu visando seu próprio in teresse, (Tg 4 *17)*
a g a rran d o -se, d e m odo egoísta, à 2 . D edicação a ltru ísta. O apóstolo se
gló ria do céu que Ele já possu ía (Fp dedicou com profundo altruísm o na pro­
2 .6 ). E m ve z disso, Jesu s de bom pagação do Evangelho (At 20.24). Apesar
grado m orreu por nós, nós tam bém do direito inerente ao seu apostolado, ele
estam os m ortos para a an tiga vida. decidiu nada receber “ ain da que podía­
m os, com o apóstolos de Cristo, ser-vo s

82 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


pesados” (1 T s 2.6b). A ssim sendo, para convicção cristã como contraponto claro
prover o necessário sustento, o apóstolo ao “ espírito da Babilônia” que é o oposto
v a le u -se d e seu ofício de fabrican te de do altruísm o cristão.
tendas (At 18.3). Acerca disso, recordava
aos irm ão s do seu “ trab alh o e fad iga;
po is, trabalhando noite e dia, para não
serm os pesados a nenhum de vós” (1 Ts SIN O P SE III
2.9). Para não se tornar u m fardo p ara a A c o n v ic ç ã o s o c ia l p r e s e n t e n a
igreja, ele se desgastou num a atividade v id a d e P a u lo e r a u m e x e m p lo
laborai extenuante. Aqui é importante res­ p a r a a ig r e ja .
saltar que a Bíblia não condena a provisão
financeira para os obreiros, pois 0 próprio
apóstolo escreveu que “aos que anunciam
0 evangelho, que vivam do evangelho” (1 CONCLUSÃO
Co 9.14) e que “ digno é o obreiro do seu Paulo foi subm etido a um a série de
salário” (1 Tm 5.18). Assim, ele explica que provações durante 0 seu m inistério (1 Ts
não usou dessa justa prerrogativa porque 2.2). Não obstante, ele nos deixou exemplo
con h ecia a e x tre m a pob reza da igreja de intensa convicção de n ossa eleição em
d e seu tem po (2 Co 8.1,2), que suportou Cristo (1 Co 11.1). D estacam -se sua con­
a s restrições fin an ceiras p ara não criar vicção espiritual resultante do poder do
obstáculo ao Evangelho (1 Co 9 .11,12 ) e Espírito (1 T s 2.4); sua convicção m oral
que tudo fez para ganhar 0 m aior número como reflexo do tem or a Deus (1 T s 2.5);
possível de alm as (1 Co 9.19). Nesse sen­ e sua convicção social dem onstrada pela
tido, aprendemos que 0 am or sacrificial e abnegação em servir (1 Ts 2.9). Ratifica-se
0 trabalho voluntário e despreendido são que, em n o sso s d ias, carecem os dessa
essen ciais para 0 crescim ento do Reino firm e convicção em defesa dos interesses
e devem fa z e r p a rte de u m a profunda do Reino de Deus na Terra.

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. O q u e p odem os a firm ar a resp eito d a au sên cia da convicção espiritu al?


Na au sên cia de convicção esp iritu al, a P alavra d e D eus é reduzida a m ero in -
telectu alism o h u m an o e seu resu ltad o é in eficaz na tran sfo rm ação d e vid as.
2 . De acordo com a lição, em que so m o s exortados?
Som os exortad os a m a n ter fid elid ad e n a p regação, repudiar o s falsificad o res
da P alavra d e Deus e anun ciar a C risto com sinceridade.
3. O q u e é a conduta de retidão?
É u m a v irtu d e do crente regenerado.
4. Quem é o portador de reputação ilibada?
A pessoa de reconhecida idoneidade m oral (At 6 .3 ).
5 . O que 0 d e ver cristão engloba?
O d ever cristão en glob a a m o ral e o social. A dedicação exclu siva de um a
p arte em d etrim ento da ou tra n ão retrata 0 E van gelh o de C risto (T g 4 .17 ).

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 83


17 de Setembro de 2023
D ia N a c io n a l da E s c o la D o m in

SE N D O A IG R E JA
DO D E U S V IV O
r
V E R D A D E P R Á T IC A
T E X T O ÁUREO A N oiva d e Cristo não p o de ser
“ G ran de é este m istério; m undana, pois ela é a gu ardiã da
d ig o -o , p o rém , a respeito de verdade revelada e suas vestes
Cristo e d a ig reja .,f (E f 5.3 2) devem se m anter imaculadas
para as Bodas do Cordeiro.

K._______________________________ ____________________________________ y

L E IT U R A D IÁ R IA

S e g u n d a - D n 4 .2 5 ; A t 17 .2 4 Q uinta - A p 19-7 - 9
D eus é um s e r p e sso a l que A Igreja “ sa n ta e im acu lada” terá
in te rvém no cu rso da h istória acesso às B odas do C ordeiro
T e rç a - M t 5 .13 ,14 S e x ta - 2 T m 4 .2
S e a verdade fo r corrom pida, Zelando, viven d o e propagando a
d e ix am o s de s e r 0 s a l da te rra e a m en sa ge m bíblica co m fidelidade
lu z do m undo Sáb ad o - Jd 1.3
Q u arta - H b 13 .12 B atalh an d o p e la fé que foi
A san tificação d a Igreja é um a en tregu e aos san tos
obra do C alvário
w

84 LIÇÕ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

1 T im ó te o 3 .1 4 - 1 6 ; E fé s io s 5 .2 5 - 2 7 ,3 2

1 T im ó teo 3 E fé sio s 5
1 4 ■ Escrevo-te estas coisas, esperando 2 5 - Vós, m aridos, am ai vossa mulher,
ir v e r-te bem depressa, como também Cristo am ou a igreja e a
15 - mas, se tardar; para que saibas como si m esm o se entregou por ela,
convém andar na casa de Deus, que é a igreja 2 6 - para a santificar, purificando-a com
do Deus vivo, a coluna efirmeza da verdade. a lavagem da água, pela palavra,
16 - E , sem dúvida algum a, grande é 0 2 7 - para a apresentar a si mesmo igreja
mistério da piedade: Aquele que se mani­ gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coi­
festou em carne fo i justificado em espírito, sa semelhante, mas santa e irrepreensível.
visto dos anjos, pregado aos gentios, crido 3 2 - G ran d e é este m istério ; d ig o -o ,
no mundo e recebido acim a, na glória. porém , a respeito de Cristo e da igreja.

Hinos Sugeridos: 14 4 , 2 15 , 4 7 1 da H arpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO descon stru ir a fé dos san to s. E n ­


A igreja local não está livre de tretanto, n esse con texto é que so ­
influências nocivas que procuram m os convidados a s e r Ig re ja do Deus
enfraquecer sua identidade de re­ V ivo, coluna e firm e za da verdade.
presentante de Cristo no m undo. Por É tem po d e s e r Igreja em qualquer
isso, nesta lição, é im portante re afir­ lu g ar em que D eus n o s levar.
m a r a natureza da Igreja e destacar C) Sugestão d e M étodo: Inicie
seu relacionam ento com Cristo. N es­ a aula de hoje m encionando alguns
te relacionam ento que, com o Igreja, sím bolos que a Bíblia retrata a re s­
nos afastam os do m undo, vivem os o peito da Igreja: N oiva de Cristo, Corpo
propósito de Cristo n a terra e nos li­ de Cristo, Casa do Deus Vivo, Coluna e
vram os das influências hostis aos v a ­ Firm eza da Verdade. Pergunte à clas­
lores eternos da m ensagem d e Cristo. se 0 que ela pensa e im agin a quando
se deparam com essas expressões.
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
Ouça as respostas d e m aneira aten ­
A ) O bjetivos d a L içã o : I) E x p li­
ta. E m seguida, inicie a exposição do
car a natureza d a Igreja do Deus
prim eiro tópico, enfatizando a glo­
V ivo; II) E n fa tiz ar a relacionam ento
riosa natureza da Igreja do D eus Vivo.
de C risto com a Igreja p o r m eio da
san tificação; III) E len car a s arm as 3 . CONCLUSÃO DA LIÇÃO
d a Igreja do D eus Vivo. A) A plicação: Fazem os parte do
B ) M otivação: V ivem os num Corpo de C risto, a ssim , devem os
con texto de ataqu es que buscam h on rar a m en sagem da C ruz, en con -

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 85


tra rm o -n o s san tos, puros e irrepre­ B ) A u x ílio s E sp e c ia is: A o fin al
en síveis até a v olta do Senhor. Nesse do tópico, você en co n trará a u xílio s
sentido, zelo e integridade são ca­ que darão su p o rte n a p reparação de
racterísticas da Igreja do Deus Vivo. su a au la: 1) O texto “ D efinição de
4 . SUBSÍDIO AO PROFESSOR Ig re ja ” , qu e aju d ará apro fu n d ar o
A ) R e vista E n sin a d o r C ristão. p rim eiro tópico, oferece um a ex p li­
V ale a p ena conh ecer essa re vista cação a resp eito do conceito bíblico
que tra z rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­ de Ig re ja; 2 ) O texto “ Corpo de C ris­
tre v ista s e su bsíd ios de apoio à L i­ to ” ajud ará ap ro fu n d ar o segundo
ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 , tópico, trazen do a im agem da Igreja
p .4 2 , você en con trará u m subsídio com o Corpo d e C risto e sua relação
especial p ara esta lição. com Je su s.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O a igreja do Deus vivo” inclui o conjunto


Os efeitos do m undanism o são p er­ de m em bros da igreja. O apóstolo ainda
ce b id o s quando a Ig re ja d e ix a d e s e r usa os vocábulos “dom ésticos da fé ” (G1
p a u tad a p e lo s v a lo r e s d a fé c r is tã (2 6.10); “ fam ília de Deus” (E f 2.19); “ corpo
T m 3-1- 5)- In felizm en te, ela não gTt|i de C risto” (1 Co 12 .2 7 ); e “ tem plo
está im u ne a in flu ê n cia s no­ de Deus” (1 Co 3.16). A sentença
civas da sociedade (2 Pe 2.1). “ Deus vivo” enfatiza o verda­
N e s ta o p o rtu n id a d e , v a ­ f Palavra-Chave \ deiro Deus em contraste com
m o s abordar a natureza da os ídolos mortos (1 Co 8.4; 2 Co
igreja, seu relacionam ento
Igreja 6.16; 1 T s 1.9), fazendo alusão
ã doutrina bíblica de que Deus
co m C risto e a s a rm a s que
im p ed e m a m u n d an ização
d a Ig re ja lo ca l. A p ro p o sta é
c h a m a r a a te n ç ã o p a ra o p a p e l
r é u m ser pessoal, distinto da
Criação e que, ao m esmo tempo,
se relaciona com a criatura, atuando
da Igreja do D eus v ivo , com o coluna e na história hum ana (Dn 4.25; A t 17.24).
firm e z a da verdade (1 T m 3.15). 2 . A co lu n a e fir m e z a d a v erd ad e.
A B íblia a sse g u ra que a Igreja do Deus
vivo é “ a coluna e firm e za d a verdade”
I - A N A T U R E Z A D A IG R E JA (1 T m 3.15b). N essa m etáfora, a Igreja é
D O D E U S V IV O o fund am en to que su sten ta a verdade,
1. A ca sa do D eus vivo. Paulo orienta ou seja, significa que foi instituída como
Tim óteo a como “ andar na casa de Deus, guardiã da verdade por Deus revelada (2
que é a igreja do Deus vivo” (1 Tm 3.15a). A T m 1.13,14)- E ssa verdade é 0 Evangelho
expressão “ casa de Deus” foi emprestada de Cristo, a s B oas-N o vas de salvação e
do Antigo Testamento, onde 0 termo fre­ su as im utáveis doutrinas (G1 2.5; E f 1.13;
quente é “ casa do Senhor” (1 Rs 3.1; 1 Cr Cl 1.5). Portanto, é responsabilidade da
22.11). O uso original da expressão refere-se Igreja propagar, testem unhar e defender
ao Templo, m as 0 com plem ento “ que é a verd ad e do E van g elh o (M t 28 .20 ; Jo

86 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S - PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


18.37; Jd 1.3). D esse modo, no zelo pela
verdade, o s líderes da igreja devem ser se reú n em (por exem plo: ‘ Estam os
irre p re e n sív e is e ca p a ze s de repu diar indo à ig r e ja ’ ). Pode in d icar a n o s­
os falso s m estres e su as h eresias (1 Tm sa com unhão local ou denom inação
3 .1-13 ). Se a verd ad e do E van gelh o for (‘M in h a ig re ja en sin a 0 batism o
corrompida, então, a igreja deixa de ser o p or im ersão ’ ) ou um gru p o re lig io ­
sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,14). so regio n al ou n acional (‘ a igreja da
3. 0 m istério da piedade. A verdade do In g late rra ’ ). A p a la vra é em pregada
Evangelho é personificada em Cristo (Jo frequ en tem en te com referên cia a
14.6). N essa concepção, 0 apóstolo Paulo todos o s cren tes n ascid o s de novo,
diz: “ grande é o m istério da piedade” (1 independen tem en te de su as d ife ­
Tm 3.16a). Devemos, aqui, ter atenção para re n ça s g e o g rá fica s e cu ltu rais (‘ a
as palavras “ mistério” e “piedade”. A pri­ Igreja do Sen h or Je s u s C risto’ ). M as
meira sinaliza que a verdade do Evangelho seja com o fo r, 0 sign ificad o bíblico
foi revelada aos santos (Cl 1.26); a segunda d e ‘ ig re ja ’ re fe re -s e prim ariam en te
retrata a base do cristianism o que é a fé não à s in stitu içõ es e cu ltu ras, m as
cristã. Na sequência, o apóstolo sintetiza sim à s p e sso a s reco n ciliadas com
tudo isso com a ex p re ssã o “ 0 m istério Deus m edian te a obra sa lv ífic a de
da piedade” , 0 Evangelho revelado, a fé C risto e que ago ra p erten cem a E le ”
cristã estabelecida no seguinte evento: (T eo lo gia S istem á tic a: Uma P ers­
Cristo “ que se m anifestou em carne foi pectiva Pentecostal. Rio d e Janeiro:
justificado em espírito, v isto dos anjos, CPAD, 2 0 0 4 , p p .5 3 7 - 3 8 ).
pregado aos gentios, crido no m undo e
recebido acim a, n a glória” (1 T m 3.16).
A ssim , a Igreja é a fiel portadora dessa
verdade (2 Co 2.17). I I - C R IS T O E O R E L A C IO N A ­
M E N T O C O M A IG R E JA
1. Santificação e pureza. Paulo ensina
qu e C risto m o rre u p e la Ig re ja : “ p ara
SINO PSE I que a sa n tific a sse , te n d o -a purificado
por m eio d a lavagem de águ a p ela p a­
A I g r e ja é a c a s a do D eu s v iv o ,
lavra ” (E f 5.26 - ARA). O texto m ostra
c o lu n a e f ir m e z a d a v e rd a d e ,
que, na regeneração, Cristo nos purifica
f ie l p o rta d o ra d a v e r d a d e do
do pecado (1 Co 6 .11; T t 3-5) e que, no
E v a n g e lh o .
propósito do calvário, estava in clusa a
nossa santificação (1 T s 4.16; Hb 13.12). A
expressão “ a lavagem d a águ a” é usada
de form a figu rad a, sim b o liza a P alavra
de D eus que opera um a lim peza esp iri­
AUXÍLIO TEOLÓGICO tual (Jo 15.3)* Nesse sentido, Cristo orou:
“ s a n tific a -o s na verdade; a tu a p alavra
“ DEFINIÇÃO D E IGREJA
é a verdade” (Jo 17.17)* Ora, sabem os que
H oje, ‘ ig re ja ’ com porta vários
a Santificação é 0 ato de se p a ra r-s e do
sign ificad o s. R e fe re -se freq u en ­
pecad o e p r e p a r a r-s e p a ra a v o lta do
tem en te a o prédio onde o s crentes
Senhor (1 Pe 1.15; Hb 12.14). Esse processo

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 87
é contínuo até a glorificação fin al no dia
d e Cristo (Rm 6 .22; 8 3 0 ; Fp 3.21). corpo hum ano. Os escrito s de Paulo
2. G loriosa e irrep reen sível. A san ­en fatizam a verdadeira união, que
tificação tem com o alvo p rep arar um a é essencial n a Igreja. P or exem plo:
“ igreja gloriosa, sem m ácula, nem ruga, “ O corpo é u m e tem m uitos m e m ­
nem coisa sem elhante, m as santa e irre­ b ro s... a ssim é C risto tam b ém ” (1 Co
preensível” (Ef 5.27). A Escritura compara 12 .12 ). Da m esm a fo rm a que 0 corpo
a relação de Cristo com a Igreja, com a do d e Cristo tem 0 propósito de fu n cio ­
m arido com a esposa (2 Co 11.2). A ssim , a n a r eficazm ente com o u m a só u n i­
Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara dade, tam bém o s dons do Espírito
p ara a festa nupcial (Ap 21.2,9). Durante Santo são dados para equipar o cor­
essa espera, por m eio do E spírito Santo, p o “ pelo E spírito S an to ... 0 m esm o
Cristo a santifica para a p resen tá-la a si Senh or... 0 m esm o Deus que opera
m esm o totalmente pura (2 Ts 2.13). A au­ tudo em todos... para o que fo r ú til”
sência de “ mácula” e de “ ruga” significa (1 Co 12 .4 - 7 ) ” (T eologia S iste m á ti­
sem m ancha algum a de ordem m oral ou ca : Uma Perspectiva Pentecostal. Rio
espiritual. Vestida nesse grau de pureza, d e Janeiro: CPAD, 20 0 4 , p .5 4 4 -4 6 ).
som ente a ig re ja “ sa n ta e im acu lad a”
terá acesso à ceia das Bodas do Cordeiro
(Ap 19.7- 9)- Acerca disso, Cristo advertiu
não ser possível entrar n as bodas sem a
I I I - A S A R M A S D A IG R E JA
devida veste n upcial (M t 22.11-13).
D O D E U S V IV O
1. O z e lo p e la v e rd a d e . E n fa t iz a ­
m os que a verdade bíblica é absolu ta e
im u tá vel (Lc 21.33; Jo 17.17), ou seja , o
SINO PSE II E van gelh o de C risto é a ún ica verdade
A s a n tific a ç ã o , a p u re z a e o c a ­ (Jo 14.6). N esse caso , a igreja é a “ fiel
r á t e r ir r e p r e e n s ív e l d a I g r e ja s e depositária” d essa verdade (1 T m 3.15).
d e s ta c a m n o re la c io n a m e n to d e E , p o r is s o , o s s a lv o s em C ris to são
C ris to c o m e la . despenseiros d a m ensagem da redenção
(1 Pe 4.10). Para ilu strar essa resp on sa­
b ilidade, levem o s em conta o u so que
Je su s fez de sím b olos que rem on tam à
re sp o n sa b ilid a d e e s p iritu a l: “ o s dois
AUXÍLIO TEOLÓGICO s e r v o s ” (M t 2 4 .4 5 - 5 1) ; “ o s ta le n to s”
(M t 2 5 .14 -3 0 ); “ o se rv o v ig ila n te ” (Lc
“ CORPO DE CRISTO 12.35-38); “ 0 m ordom o in fiel” (Lc 16 .1-
Figu ra bíblica da m áxim a re le­ 13); e “ as dez m inas” (Lc 19.12-26). Todas
vân cia p ara representar a Igreja é e s s a s p a rá b o la s tra z e m a im a g e m da
0 “ corpo de C risto” . E ra a ex p re s­ re sp on sab ilid ad e q u e cada sa lv o deve
são predileta do apóstolo Paulo, que ter enquanto esp era o Senhor da Igreja
frequentem ente com parava os in - voltar. E sse com prom isso é inegociável,
ter-relacion am en tos e funções dos pois esp era-se que o salvo cum pra 0 seu
m em bros da Igreja com partes do d ever com irre strita lealdade. A ssim , a
Igreja deve z elar p ela verd ad e d a s E s ­

8 8 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


critu ras, v iv e r e p rop agar a m ensagem
bíblica com fid elid ad e (2 T m 4.2).
2 . 0 en sin o d a verdade. Deus cons­
SIN O P SE III
titu iu líderes para 0 aperfeiçoam ento e
edificação da Igreja (E f 4.11,12). Portanto, Z e lo e e n s in o p e la v erd a d e sã o
o líder deve e s ta r apto p ara e n sin a r (1 d u a s d a s p r in c ip a is a r m a s da
T m 3.2). Isso r e fe re -s e à capacidade de Ig r e ja d o D eu s v iv o .
com preender a s E scritu ras, defender a
ortodoxia e re fu ta r a s h ere sias (T t 1.9).
D esse m odo, u m líder vocacionado não
ced e a o lib era lism o teológico, ec u m e­
nism o e sincretism o religioso (2 Co 2.17;
2 T m 4 -3 ,4 )- L o g o , a v e rd a d e b íb lic a C O N CLU SÃ O
d e v e o c u p a r a p r im a z ia n a ig r e ja (1 Diante dos ataques de desconstrução
T m 4 .13 ; 2 T m 2.15). N ão p or acaso, na d a fé, a Igreja d o D eus v iv o p re cisa ser
tese 54, Lutero ensinou que ofendem os v ig ila n te (1 Co 16 .13). E la é a gu a rd iã
a P a la v ra d e Deus quando no serm ão d a ú n ica verdade que lib e rta (Jo 8.36).
n ão h á tem po ao estu d o d a B íb lia, ou A m ensagem d a cruz n ão pode ser re s-
seja, quando a ex p o sição d a B íblia não significada. Cristo m orreu e ressuscitou
é 0 cern e da pregação. N ão e n sin a r as por am or à Igreja e a requer santa, pura
E scritu ra s, re la tiv iz a r su a s d ou trin as e irre p re e n sív e l (E f 5.27). P o rtan to , a
ou fazer concessões ao pecado equivale N oiva de C risto não pode m a cu lar suas
fa z e r a ig re ja re fé m do m u ndanism o. v e ste s . Seu p ap el ab arca o en sin o e a
P ortanto, som en te a verd ad e d e Deus d efesa com todo o zelo da in tegridade
é cap az d e lib e rta r o pecador (Jo 8.32). d a verdade revelad a (1 T m 4.16).

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. O q u e a B íblia assegu ra?


A Bíblia a sse g u ra que a Ig re ja d o D eus v iv o é “ a colu n a e firm e za d a v e rd a ­
d e” ( 1 T m 3 .15b ).
2 . E m quem a verdade do E van gelh o e stá p erson ificad a?
A verdade do E van gelh o é p erson ificad a em C risto (Jo 14 .6 ).
3. Segundo a lição, o que é o ato d e santificação?
A san tificação é 0 ato d e s e p a r a r -s e do pecado e p re p a r a r-s e p ara a vo lta do
Sen h or ( 1 Pe 1.1 5 ; Hb 12 .14 ) .
4. Qual é o alvo da santificação?
A san tificação tem com o a lvo p rep arar u m a “ igreja glo rio sa, se m m ácula,
n em ru ga, n em co isa sem elh an te, m a s san ta e irre p re e n sív e l” (E f 5.27).
5 . Cite pelo m en os duas im a g e n s que sim b olizam a resp on sabilidade da
Igreja.
Os dois servos e servo v ig ilan te.

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 8 9


S
T E X T O AUREO
"E is q u e a virg em conceberá, e V E R D A D E P R Á T IC A
dará à lu z um filh o , e e le será N a dispen sação d a graça, a Igreja
cham ado p elo n o m e d e Em anuel. d e v e refle tir os valo res do R ein o
(E m anuel tradu zido é: Deus d e Deus no m undo.
conosco) ” (M t 1.23)
V __ y

L E IT U R A D IÁ R IA

S eg u n d a - R m 5 .12 ,18 ,19 Q uinta - Gl 3 .13 ; Cl 1.13


0 p ecado entrou no m undo por A exp iação d e C risto lib erto u 0
Adão, m a s p ela p e sso a d e C risto h om em d a m ald ição d a lei
veio a salvação S e x ta - E f 1.6 ,12 ,14
T e rç a - M t 3 .2 ; 9 .13 A re m issão de pecados para
A m en sa ge m do R eino de 0 louvor e g ló ria de Deus
D eus tem u m forte apelo ao Sáb ad o - 2 P e 2 .1 2 - 1 4
arrependim ento Os que n ão obedecem ao
Q uarta - E f 5.8 E van gelh o estão debaixo
Os filh o s do Reino devem e x p re ssa r de m aldição
o s v a lo re s cristão s n o dia a dia
L _____________________________________ .

9 0 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


L E IT U R A B ÍB L IC A E M C L A S S E

M a t e u s 1 . 2 1 - 2 3 ; G á la ta s 4 . 3 - 7

M a te u s 1 dão debaixo dos prim eiros rudim entos


2 1 - E ela dará à luz um filho, e lhe porás do mundo;
0 nome de Jesus, porque ele salvará 0 seu 4 - mas, vindo a plenitude dos tempos,
povo dos seus pecados. Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
2 2 - Tudo isso aconteceu para q u e se nascido sob a lei,
cu m p risse 0 q u e f o i d ito d a p a r te do 5 - para rem ir os que estavam debaixo da
Senhor pelo profeta, que diz: lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
2 3 - Eis que a virgem conceberá e dará 6 - E , porque sois filhos, Deus enviou aos
à luz um filh o , e ele será cham ado pelo nossos corações 0 Espírito de seu Filho, que
nom e de Em anuel. (Emanuel traduzido clam a: Aba, Pai.
é: Deus conosco). 7 - Assim que j á não és m ais servo, mas
G á la ta s 4 filh o ; e, se és filh o , és também herdeiro
3 - Assim também nós, quando éramos de Deus por Cristo.
meninos, estávamos reduzidos à servi­

Hinos Sugeridos: 14 7 , 248, 4 0 7 da Harpa Cristã


4

PLANO DE AULA

1 . INTRODUÇÃO no m u n d o ; II) P o n tu a r a s b ên ção s


A Ig re ja d e C risto é a ex p re ssã o d e u m a v id a no R ein o ; III) A s s in a ­
v is ív e l do R eino d e D eus no m u n ­ la r o s m a le s d e u m a v id a no M u n ­
do. N esse sen tid o, h á u m co n traste do.
en tre os qu e re p re se n ta m o s v a ­ B ) M o tivação : Os v a lo re s do R ei­
lo re s do R ein o e o s que re p rese n ­ no d e Deus são opostos ao do M u n ­
ta m o s va lo re s do M undo. Por isso , do. N esse sentido, o dom ínio p ró ­
n e sta lição, tem o s a oportu nidade p rio , a h onestidade, a sin cerid ad e, o
d e re fle tir a re sp e ito do n o sso p a ­ com prom isso con ju gal, den tre ou­
pel d ian te d e u m m undo dom inado tro s, são v a lo re s que m an ifestam a
p elo “ e sp írito ” da B ab ilôn ia. A inda ética do R eino d e Deus.
a ssim , D eus p erm an ece agin d o no C ) S u g e s tã o d e M é to d o : Após
m un do p or m e io da Ig re ja de C ris­ in ic ia r o p rim e iro tó p ico , a n te s de
to , a e x p re ssã o v is ív e l do R eino de e n tr a r n o a ss u n to d o s “ v a lo re s do
D eus. R e in o ” , p eça à c la s s e o se g u in te :
“ C ite a lg u m a s p a la v ra s que r e ­
2 . APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
p re se n te m o s v a lo re s do R ein o de
A) O b je tiv o s d a L iç ã o : I) E s c la ­
D eu s” . S e fo r p o s s ív e l, à m ed id a
re c e r a re sp e ito do R e in o d e D eus
qu e o s a lu n o s fo re m fala n d o , a n o ­

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 91


te a s p a la v ra s n a lo u sa . E m s e g u i­ 4 . SUBSÍDIO S AO PROFESSOR
d a , m o stre à c la s se o co n ju n to de A ) R e v ista E n sin ad o r C ristão .
p a la v ra s qu e se fo rm o u a re sp e ito V ale a p ena conhecer essa re vista
d o s v a lo re s do R e in o de D eu s. E n ­ que traz rep o rtag en s, a rtig o s, e n ­
tão , a p a rtir d e s s a s a n o ta çõ e s, e x ­ tre v ista s e su bsíd io s de apoio à L i­
p o n h a o s v a lo re s do R ein o d e D eus ções Bíblicas Adultos. Na edição 9 4 ,
d e acord o com a liçã o , refo rçan d o p .4 2 , você en con trará u m subsídio
o e n sin o ou a p a ra n d o a s a re s ta s especial p ara esta lição.
d evid as. B ) A u x ílio s E sp e c ia is: A o fin al
do tópico, você en co n trará a u xílio s
3 . CONCLUSÃO D A LIÇÃO
que darão su p o rte n a preparação
A ) A p licação : E stim u le a sua
de su a au la: 1) O texto “ O Reino de
c la sse a v iv e r de acordo com os
D eus E stá en tre V ó s” , que ap ro fu n ­
valo res do R eino de D eus, dizendo
d a o p rim eiro tópico, destacando as
que a m elh or a fo rm a de re sistir ao
características do R eino de D eus; 2)
“ esp írito ” d esse tem p o é v iv e r sob
O texto “ O Papel d o s Segu id ores de
a direção do E sp írito Santo, m a n i­
C risto no Reino de D eu s” ap ro fu n ­
festan d o a ssim a ética e o s valo res
d a 0 segundo tópico, en fatizan do os
do Reino de D eus, que estã o e x p re s­
b en efícios do Reino de D eus n a vid a
s o s n o desen volvim en to d o F ru to do
dos fiéis.
Espírito.

COMENTÁRIO

IN T R O D U Ç Ã O I - O R E IN O D E D E U S N O M U N D O
A s E sc ritu ra s re v e la m que h averá 1 . A e n c a rn a ç ã o d e C risto . M ateu s
u m fu tu ro re in o litera l, porém assevera que a profecia m essiâni­
na p re sen te d isp e n sa ç ã o da ca se cum priu no n ascim en to
g ra ç a , e s s e re in o é e sp iri­ de Je su s (M t 1.2 1,2 2 ; Is 7-14)-
tu al: “ 0 Reino de D eus está I Palavra-Chave \ E s s e e v e n t o s e d e u p e la
en tre vó s” (Lc 17.21). Nesta Reino concepção de n o sso Senhor
liçã o , q u e en cerra 0 atual \ 1 pelo Espírito Santo no v e n ­
trim e s tre , e s tu d a re m o s a tre d a v irg em M aria em que
re sp e ito d a im p la n tação do o s E van g elh o s ra tific a m que
R ein o de D eu s n o m undo, do E le é “ filh o do A ltíss im o ” (Lc
contraste entre quem vive sob a égide 1.32 ) e qu e o “ V erbo s e fe z ca rn e e
d e sse reino e o s qu e v iv e m d e acordo h ab itou e n tre n ó s” (Jo 1.14 ) , ou seja ,
co m o s v a lo r e s do m u n d o . A s s im , o n o s s o S e n h o r é o E m a n u e l, o D eu s
propósito é lem brar como Deus age para co n o sco (M t 1.2 3 ). A s s im , no tem p o
h abitar conosco e reforçar que, em bora determ inad o, C risto s e fez h om em (G1
viv a m o s g ra n d e s d esafios, o R eino de 4 .4 ), d e m odo q u e E le p a rtic ip o u da
D eus p erm anece agindo no m undo por n o ssa n a tu rez a p a ra e x p ia r o s n o sso s
m eio d a Igreja (M t 5.16). pecados (Hb 2 .14 -18 ).

9 2 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


2 . A m e n sa g e m do R e in o . A p ó s a
ten tação no deserto, n osso Senh or deu
SINO PSE I
in ício ao seu m in istério: “ desde então,
com eçou Jesu s a p regar e a d izer: a rre - O R e in o d e D eu s n o m u n d o se
p e n d e i-v o s, porque é ch egad o o reino c a r a c te r iz a p e la e n c a rn a ç ã o de
d o s c é u s ” (M t 4 .17 ) . A q u i, fic a c la ro Je s u s C risto , a lé m d a p ro p a g a ­
q u e a m e n s a g e m do R e in o d e D eu s ç ã o d e s u a m e n s a g e m e v a lo re s.
co n tém u m apelo a o arrep en d im en to
(M t 3-2), em qu e 0 te rm o g re g o p ara
arrep en d im en to é m etanoia, que s ig ­
n ific a m u d an ça d e m e n te, a b ra n g e o
abandono do pecado e 0 v o lta r-se para AUXÍLIO
D eus (Lc 2 4 .4 6 ,4 7 ); com preende um a BIBLIOLÓGICO
n o va a titu d e e s p iritu a l e m o ra l, bem
co m o u m a n o v a co n d u ta (A t 2 6 .2 0 ; “ O REINO D E DEUS ESTÁ ENTRE
E f 4 -2 8 ). S o m en te o a rre p e n d im e n to VÓS
e a fé n a o b ra e x p ia tó ria e red en to ra De acordo com Je su s, a n atureza
d e C risto p od em re sta u ra r 0 pecad or do reino de D eus é esp iritu al, não
d ian te d e D eus (At 3 .19 ; R m 3*23-25; 2 m aterial ou política. M u itas p esso as
Co 7.10). Por c o n se g u in te , é p a p el da perdem o s pro pó sito s d e D eus para
Igreja proclam ar a m ensagem do Reino su as v id a s porque não estão d isp o s­
em todo o m undo (M t 2 4 .14 ). ta s a d e ix á -lo m u d á -la s d e dentro
3 . O s v a lo re s do R ein o . No Serm ão p ara fo ra. O fa to d e que ‘o R eino de
do M o n te , C r is to r e v e la a é t ic a e a D eus n ão v e m co m aparên cia ex te­
m o ral do R eino, onde d e s ta c a m -s e : 0 rio r” (v. 20 ) sig n ific a q u e e le não
n ecessário controle da ira (M t 5.21,22); v e m com o u m poder terren o polí­
a f u g a d a im o r a lid a d e s e x u a l (M t tico, e n ão podem os g a n h a r u m lu ­
5 .2 7 ,2 8 ) ; o c a s a m e n to in d is s o lú v e l g a r nele p elo s n o sso s p róprios bons
(M t 5 *31,32); a h o n e stid a d e n o f a la r esforços. T o rn a r-s e p arte do reino
(M t 5 3 3 - 37); 0 n ão re v id a r a s o fe n sa s d e D eus exig e u m a tran sfo rm ação
(M t 5 .3 8 -4 4 )1 3 e sm o la , a o ra çã o e a do coração e d a m ente que som ente
je ju m a p a r tir de u m co ra ção sin ce ro Deus pode p rod uzir à m edida que
(Mt 6.1,5,16); 0 não ju lg a r os outros (Mt co n fiam o s a n o ssa v id a a E le. A s­
7 .1,2 ); 0 a le rta sobre o s dois cam in h o s sim que os propósitos do rein o de
(M t 7 .13 ,14 ) ; a a d v e rtê n c ia c o n tra os D eus com eçam a s e d esen volver
fa ls o s p ro fe ta s (M t 7*15- 23); e a ex o r­ dentro de u m a p esso a, ela com eça a
ta ç ã o p a ra a p r á tic a d e s s e s v a lo r e s d esen volver u m caráter sem elh an ­
(M t 7.24-35)* N esse sen tid o, 0 serm ão te ao de C risto , que inclui ‘ju stiça,
nos ch am a p ara um a v id a de perfeição e p a z, e alegria n o E spírito S an to ’
em C ris to (M t 5 .4 8 ) e n o s co n v id a a (Rm 1 4 1 7 ) . A través do poder do E s ­
p rio riza r 0 Reino de Deus e sua ju stiça pírito, podem os d em o n strar o p o ­
(M t 6.33). A s s im , o s filh o s do R ein o d er do rein o d e D eus a o vencerm os
devem e x p re ssa r e sse s v a lo re s em seu a s fo rça s do pecado, a s doenças e
v iv e r d iá rio ( E f 5.8). S atan ás, e n ão por v en cerm o s re is e
con q u istarm o s n açõ es (veja 0 artigo

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S * P R O F E SSO R 93


Deus por Cristo” (G14.7). N essa herança
0 REINO DE DEUS, p . 16 3 8 ). Q uan­ estã o in c lu sa s a s p ro m e ssa s à A braão
do Je su s v ie r à terra p ela segunda (G1 3.29) e a vid a etern a (T t 3-7 ; E f 3.6).
v e z , o reino d e D eus será revelado Ao ser aceitos, fom os transform ados em
em seu pleno poder e glória (v. 24; filh o s p ara 0 seu louvor e glória (E f 1.6).
cf. M t 2 4 .3 0 ), triu n fan d o sobre reis, O p ro p ó sito d a re m is s ã o de p ecad o s,
n ações e todo 0 m a l (Ap 1 1 .1 5 - 1 8 ; a filia ç ã o e a h eran ça, n ão tem outro
1 9 . 1 1 - 2 1 ) ” (B íb lia d e E stu d o P e n te - a lvo sen ã o lo u v ar e g lo rific a r a Deus
c o sta l. Edição Global. R io d e Janeiro: (E f 1.6 ,12 ,14 ). Portanto, a Igreja nunca
CPAD, 2 0 2 2 , p p .18 0 6 -0 7 ). terá glória em s i m esm a; toda a gló ria é
exclusivam ente tributada p ara Deus por
in term éd io da obra d e C risto (SI 115 .1,
Jo 13.31,32 ). A ssim , a Ig re ja é 0 cam po
I I - A S B Ê N Ç Ã O S D E U M A V ID A onde s e e x te rio riz a o R ein o d e Deus
aqui no m undo (E f 3 .10 -12 ).
N O R E IN O
1. R em issão d o s pecados. Aos G ála-
ta s , P aulo re tra ta a n o v a p o sição dos
c re n te s em C risto. O a p ó sto lo a firm a
que “ éram os m eninos, estávam os redu­
SINO PSE II
zidos à servidão debaixo dos prim eiros
ru d im e n to s do m u n d o” (G1 4 -3). Isso A re m is s ã o d o p eca d o , ad o çã o e
q u er d iz e r que, a n te s do E van gelh o do o t o r n a r - s e h e rd e iro s d e C ris­
Reino, a percepção esp iritu al tanto de to s ã o b ê n ç ã o s d e u m a v id a no
judeus quanto de g re g o s era lim itada, R ein o .
le g a lis ta e s u p e rstic io sa . E n tretan to,
no tem po assinalado, “ Deus enviou seu
Filho, nascido de m ulher, nascido sob a
le i” (G1 4 .4 ) p ara re m ir a hum anidade
da escravidão do pecado (G1 4.5a). Des­
se m odo, a m orte ex p ia tó ria d e C risto AUXÍLIO
lib erto u 0 h om em da m ald ição da lei BIBLIOLÓGICO
e d a p o testa d e d a s tre v a s (G1 3 .13 ; Cl
1.13 ). A ss im , com o p ecad ores, outrora “ O PAPEL DOS SEGUIDORES DE
e s c r a v o s , e a g o ra p e rd o a d o s, fo m o s CRISTO NO REINO DE DEUS
elevados à condição de filhos por adoção O Novo T e stam e n to tem m uito
e h erd eiros d e C risto (G1 5.4,5b). a d izer a re sp e ito do p ap el do povo
2 . A d o ta d o s e H e rd e iro s d e C r is ­ fie l d e D eus no seu re in o . (1) Os
to . N o u tro tem p o , é ra m o s e s tra n h o s seg u id o res de C risto tê m o p riv ilé ­
e in im ig o s , m a s a g o ra s o m o s filh o s g io e a resp o n sab ilid ad e de b u scar
recon ciliados em C risto (Cl 1.21). Deus co n sta n tem e n te o s pro pó sito s e o
concedeu aos filhos a dádiva de um novo m odo de v id a que a g ra d a a Deus
nom e e u m a n ova im agem : a im agem em tu d o 0 q u e fa z e m , p ara que a
d e C risto (Rm 8.29 ; A p 2.17). Como re­ su a p re sen ça e o seu po d er seja m
su ltad o d e n o ssa adoção, ago ra com o ev id e n tes à s p e sso a s que e s tiv e ­
filh o s , so m o s “ tam b ém h e rd e iro s de

9 4 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3


re m à su a vo lta. Isto req u er fom e 4.9), Rute (R t 1 . 1 6 - 1 8 ) , E ster (Et
e sed e e sp iritu al p ro fu n d as pela 4 .16 ) , M aria (L c 1.2 6 - 3 5 ) , A na (Lc
p re sen ça e p elo p od er de D eus, 2 .3 6 - 3 8 ) e Lídia (At 1 6 .1 4 - 1 5 ,4 0 ) ”
tan to em su a s p ró p rias v id a s como (B íb lia d e E stu d o P e n te co sta l. E d i­
n a com unid ade cristã (v e ja M t ção Global. R io d e Jan eiro : CPAD,
5 .10 , n o tas; 6 .3 3 , n ota). (2 ) E m M t 2 0 2 2 , p p .16 3 9 ).
1 1 . 1 2 Je s u s tra n sm ite in form ações
a d icio n ais sob re a n a tu rez a e o c a ­
rá te r daqu eles que s e to rn am p a r ­
te do seu rein o. A li, E le in d ica que I I I - O S M A L E S D E U M A V ID A
“ p ela fo rç a ” a s p e sso a s se ap o ­ NO M U N D O
d eram do re in o d o s cé u s. Isto se 1 . A e s c ra v id ã o d o pecado. A B íblia
re fe re à s p e sso a s que estã o c o ra ­ a s s e v e r a qu e a q u e le q u e co m ete p e ­
jo sam en te co m p rom etid as a ro m ­ cado é se rv o do pecado (Jo 8.34). Isso
p er co m o s co stu m es do m undo, sig n ific a que o s e r h um an o é escravo
q u e são p ecam in o so s e d e sa fia m a daquilo que 0 con trola (2 Pe 2.19), pois
D eus, e qu e b u scam in tensam en te 0 p e ca d o to rn a o h o m em in c a p a z de
u m co n h ecim ento m a is profundo a c e it a r a P a la v r a d e D eu s (Jo 8 .43).
de C risto, da s u a P a la vra e d o s seu s A lé m d is s o , a s o b e rb a o im p e d e de
p e rfe ito s p ro p ó sito s. N ão im p o r­ re c o n h e c e r a p ró p ria e s c r a v id ã o (Jo
ta 0 cu sto ou a d ificu ld ad e, essa s 9.41)- Subjugado p e la carn e, o pecador
p e sso a s b u sc am in te n sa m e n te 0 s e en trega à d eson estidade, in ju stiças,
rein o , com todo 0 seu poder. Tudo glu to n arias, álcool, n icotin a e dem ais
isto q u e r d iz e r que v ive n cia r 0 r e i­ v íc io s (R m 13 .13). É o re tra to d e um a
no dos céu s e todos o s se u s b e ­ vid a m iserável, sem paz de espírito, que
n efício s e x ig e u m esfo rço sincero trilh a 0 cam in h o das tre vas e necessita
e p e rsiste n te p a ra crescer na fé e de u rgen te lib ertação (Jo 8.36).
p ara r e s is tir à s m á s in flu ê n cia s de 2 . F ilh o s d a ir a e con d en ação e te r­
S a ta n á s, do pecado e d e u m a so ­ n a . A s E s c r it u r a s e n fa t iz a m q u e os
ciedade corru p ta. (3 ) Os b en efícios h om en s e sc ra v iz a d o s p e lo s d e se jo s e
su p rem o s do re in o de D eus n ão se p en sam en to s da ca rn e são “ p o r n a tu ­
d estin am a o s qu e têm pou ca fom e re z a filh o s d a ir a ” (E f 2.3). R e fe re -se
e sp iritu al - aos que raram en te à in c lin a çã o em s a tisfa z e r a s p a ix õ e s
o ram , que n eg lig en c iam a Palavra e p ra tic a r 0 m a l in e re n te a o h om em
de D eus, ou qu e fa z e m con cessões n ã o -re g e n e ra d o (Gn 6.5). A s in c lin a ­
aos co m p ortam en tos ím p io s e aos çõ e s c a r n a is , a im p u re z a, a a v a re z a ,
m o d os d e v id a do m undo. O reino é e a id o la tria , e n tre o u tro s , re su lta m
p ara h om en s com o Jo sé (Gn 3 9 -9 ), n a “ ir a d e D e u s s o b r e o s f il h o s da
N atã (2Sm 12 .7 ) , E lia s ( íR s 18 .2 1) , d e s o b e d iê n c ia ” ( E f 5 *3-6 ). P o r is s o ,
D aniel e se u s trê s a m ig o s (D n 1.8 ; n o sso S en h or en sin o u que aquele que
3 .1 6 - 1 8 ) , M ardoqu eu (E t 3-4 - 5 ), “ n ão crê já e stá condenado” (Jo 3.18b).
Pedro e Jo ã o (At 4 .1 9 - 20 ), E stêvão Q uem não en tre g a su a v id a a o S a lv a ­
(At 6 .8 ; 7 .5 1) e Pau lo (Fp 3 .1 3 - 1 4 ) ; dor é co n d en ad o p o rq u e s e re c u s a a
é p a ra m u lh eres com o D ébora (Jz cre r “ no nom e do U n igên ito F ilh o de
D eu s” (Jo 3.18 c). A ss im , o pecado da

JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3 LIÇ Õ ES B ÍB L IC A S • P R O F E SSO R 95


in c re d u lid a d e é o c lím a x da re b e ld ia C O N CLU SÃ O
q u e r e s is t e a s a lv a ç ã o o fe r t a d a em Os judeus aguardavam um reino lite­
C risto (Lc 7 3 0 ; A t 7-51)- A ss im sendo, ral p ara libertá-los da opressão política,
som o s exo rtad o s: “ aquele, porém , que so cial e econôm ica. C risto os corrigiu e
p e rs e v e ra r até o fim , e s s e se rá s a lv o ” afirm ou que 0 “ Reino de Deus não vem
(M t 2 4 .13 - ARA). com aparência exterio r” (Lc 17.20), isto
é, n ã o s e r ia terren o , m a s e s p iritu a l.
0 reino litera l ain da se rá im plantado.
Nesse aspecto, Cristo veio p ara resgatar
SIN O P SE I I I 0 hom em do pecado. Isso requer a rre­
A e s c r a v id ã o d o p e c a d o , a ir a e pendim ento e fé no sacrifício d a cruz.
a c o n d e n a ç ã o e t e r n a s ã o e le ­ Os qu e re c u sa m a é tic a e a m o ra l do
m e n to s d o s m a le s d e u m a v id a R eino são condenados à m orte eterna.
A ss im , o s v a lo re s c ris tã o s d e vem se r
n o m undo.
o b servad o s p ela Ig re ja , cu ja m issã o é
an un ciar o Reino de Deus num mundo
dom inado pelo Im pério do M al.

R E V ISA N D O O CO N TEÚ D O

1. O q u e p odem os a firm a r a resp eito do arrependim ento?


O term o grego p ara arrependim ento é m etanoia, que sig n ific a m u d an ­
ça d e m en te, abran ge 0 abandono do pecado e 0 v o lt a r - s e p ara D eus (Lc
2 4 .4 6 ,4 7 ); com preende um a n ova atitude esp iritu al e m o ral, bem com o um a
nova conduta (A t 2 6 .2 0 ; E f 4 .28 ).
2 . Cite pelo m en o s trê s elem en tos de d estaqu es da ética e da m oral d o Reino
de Deus.
2 . N ecessário controle da ira (M t 5 .2 1,2 2 ); a fu g a da im oralidade sex u al (M t
5 .2 7 ,2 8 ); a h on estidade no fa la r (M t 5 3 3 - 3 7 ).
3. O q u e o apóstolo Paulo re trata em G álatas?
A os G álatas, Paulo re trata a n ova p osição dos cren tes em C risto. O apóstolo
afirm a qu e “ éram o s m en in o s, está va m o s redu zidos à servidão debaixo dos
prim eiros ru dim en tos do m undo” (G 1 4 .3).
4. Com o resu ltado da n ossa adoção, o qu e tam b ém som o s com o filh o s de
Deus?
Com o resu ltado d e n o ssa adoção, agora com o filh o s, som o s “ tam b ém h e r­
deiros de D eus p or C risto” (G1 4 .7).
5 . O que a B íblia diz a resp eito dos h om en s escravizad o s pelos desejo s e
pen sam en tos d a carne?
O s e r h um ano é escravo daquilo qu e 0 controla (2 Pe 2 .19 ) , pois o pecado
torn a 0 h om em incapaz d e a ceitar a P alavra de Deus (Jo 8 .43).

96 L IÇ Õ E S B ÍB L IC A S • PR O FESSO R JU LH O •A G O STO • S E T E M B R O 2 0 2 3
UMA BOA COMPREENSÃO
DA LÍNGUA PORTUGUESA
PARA UM ESTUDO DA
BÍBLIA COM EXCELÊNCIA.
Em diversas passagens, a Bíblia ensina que o cristão
deve fazer qualquer tarefa com zelo e excelência.
Esta verdade não é menor ao falarmos do estudo
e transmissão das Escrituras Sagradas.
O conhecimento das funções gramaticais é uma
ferramenta indispensável para todos os obreiros
que se lançam à prática da Hermenêutica e da
Exegese Bíblica no ministério do ensino, bem como
da Homilética na exposição de mensagens.
Portanto, o desempenho do trabalho para o qual
fomos chamados e para o qual nos propomos
tornar-se-á mais eficiente à medida que melhor
conhecermos nosso idioma materno.

S A IB A MAIS:

cm
O QUE SERIA DO VOCÊ SABIA QUE
M U N DO SEM O • 0 cristianismo tem ficado contra o mal

CRISTIANISMO? da escravidão, racismo, eugenia e in­


justiças contra mulheres e crianças?

Será que Deus está morrendo? Isso


• A democracia, a liberdade, a edu­
é o que algumas pessoas acreditam
cação moderna e o sistema legal
ou desejariam que acontecesse. Elas
devem muito ao cristianismo?
sustentam que as crenças cristãs e
nosso estilo de vida não são mais re­
• Que cristãos através das eras,
levantes para os dias de hoje.
tem demonstrado o valor da vida
Mas a verdade que estas pessoas não
humana, sacrificialm ente se de­
querem ver é que o mundo sem o
dicando aos doentes, marginaliza­
cristianismo seria um lugar comple­
dos e agonizantes?
tamente obscuro. Se você observar,
perceberá que, ao longo da história,
• Que pessoas de fé têm estendido
os ensinamentos de Jesus mudaram
o reino de Deus por meio da c a ri­
o mundo drasticamente e que ainda
dade, da justiça social, e da saúde
hoje segue sendo a força mais pode­
m ental etc.?
rosa em favor do bem da humanidade.

Não apenas a fé em Jesus, mas a prá­


tica dos seus ensinamentos mudou o
mundo drasticamente para melhor.
E você faz parte desta mudança.

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