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A província alcalina de Goiás e a extensão de seu vulcanismo kamafugítico

Article  in  Revista Brasileira de Geociencias · December 2002


DOI: 10.25249/0375-7536.2002324559566

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5 authors, including:

Tereza Cristina Junqueira-Brod Henrique Roig


Universidade Federal de Goiás University of Brasília
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Jose Brod Paulo Roberto Meneses


Universidade Federal de Goiás University of Brasília
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Alto Paranaíba Igneous Province View project

Arc Volcanoes in transpressive systems View project

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Revista Brasileira de Geociências Tereza Cristina Junqueira-Brod et al. 32(4):559-566, dezembro de 2002

A PROVÍNCIA ALCALINA DE GOIÁS E A EXTENSÃO DO SEU


VULCANISMO KAMAFUGÍTICO

TEREZA CRISTINA JUNQUEIRA-BROD1,2,*, HENRIQUE LLACER ROIG1,3,


JOSÉ CARLOS GASPAR1, JOSÉ AFFONSO BROD1 & PAULO ROBERTO MENESES1

Abstract THE GOIÁS ALKALINE PROVINCE AND THE EXTENTION OF ITS KAMAFUGITIC VOLCANISM The Late
Cretaceous Goiás Alkaline Province (GAP) is located along a 250 x 70 Km, NW-trending region, and consists of mafic ultramafic
alkaline plutonic complexes in the north, sub-volcanic bodies in the central portion and kamafugitic lava flows in the south. This
provice contains some of the largest known kamafugite exposures, including the Santo Antônio da Barra flows. The lava volume
in these flows reaches at least 23 Km3, spread over an area of 371 Km2, and are the world’s largest known kamafugite lava
accumulation. The calculated lava volume is consistent with magma chambers equivalent in size to the plutonic complexes in the
north of the Province, or with the kamafugite-carbonatite intrusion in the nearby Alto Paranaíba Igneous Province (APIP).

Keywords: kamafugite, GAP, volume, lava flow, Geoprocessing

Resumo A Província Alcalina de Goiás (PAGO), de idade Cretáceo Superior, ocorre ao longo de uma faixa de direção NW, com
cerca de 250 x 70 Km, incluindo desde complexos máfico-ultramáficos alcalinos na porção norte, rochas alcalinas sub-vulcânicas
predominantes na porção central, e vulcânicas na porção sul. A província contém algumas das mais extensas exposições conhe-
cidas de kamafugitos, dentre as quais destacam-se os derrames da região de Santo Antônio da Barra. O volume de lavas contido
nestes derrames atinge no mínimo 23 Km3, distribuídos numa área, hoje, de 371 Km2, e corresponde à maior concentração de lava
kamafugítica conhecida. O volume calculado é compatível com câmaras magmáticas como as que formam os complexos alcalinos
plutônicos na porção da PAGO ou com os complexos kamafugítico-carbonatíticos da Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP).

Palavras-chaves: kamafugito, PAGO, volume, derrame, Geoprocessamento

INTRODUÇÃO As rochas alcalinas cretáceas da região de geoprocessamento, informações de campo e reinterpretação de


Iporá e Rio Verde fazem parte da Província Alcalina de Goiás (PAGO) de dados da literatura.
e vêm sendo estudadas desde o fim da década de 60. Grande parte
dos trabalhos enfoca o mapeamento, caracterização e datação CONTEXTO GEOLÓGICO Durante o Cretáceo ocorreu um
destas rochas, mas poucos foram aqueles que utilizaram parâmetros extenso magmatismo alcalino nas margens da Bacia do Paraná
quantitativos para avaliar a dimensão volumétrica, principalmente (Fig. 1). Almeida (1967) associou esta atividade a um evento
dos derrames e rochas piroclásticas comuns na porção centro-sul extensional chamado reativação Wealdeniana, considerado como
desta Província. uma expressão continental da abertura do oceano Atlântico Sul
Embora exposições de kamafugitos sejam muito raras em termos (Almeida 1983, 1986). Este evento levou, num primeiro estágio
mundiais, estas rochas ocorrem no Brasil como extensos derrames (Cretáceo Inferior), à formação de rochas alcalinas contemporâne-
e depósitos piroclásticos, formando duas das maiores províncias as aos derrames de basaltos continentais da Formação Serra Ge-
kamafugíticas do planeta (Alto Paranaíba e PAGO). Assim, repre- ral. Num segundo estágio formaram-se as províncias alcalinas do
sentam uma oportunidade ímpar para avaliar o volume de magma Cretáceo Superior.
ultrapotássico produzido em uma área, em um intervalo de tempo VanDecar et al. (1995), com base em dados sísmicos, principal-
relativamente restrito. Em ambas províncias, o caráter kamafugítico mente da Região Sudeste, relacionam o magmatismo cretáceo das
de uma parte importante das rochas alcalinas só foi estabelecido bordas da Bacia do Paraná com a Pluma de Tristão da Cunha, que
recentemente. Desta forma, o presente trabalho visa realizar uma impactou sob a região durante o Cretáceo Inferior. Os autores
revisão ampla do conhecimento sobre a Província Alcalina de consideram que as rochas alcalinas formadas nas bordas da bacia
Goiás, bem como determinar a extensão do seu vulcanismo durante o Cretáceo Superior representam uma extensão do
kamafugítico, por meio de integração de técnicas de magmatismo do Cretáceo Inferior. Estes dados, acrescidos de no-

1 – UnB - Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 70910-900, tcjbrod@unb.br, roig@unb.br, gasp@unb.br, brod@unb.br,
pmeneses@unb.br.
2 – CNPq
3 - FGEL/UERJ - Faculdade de Geologia, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.

Revista Brasileira de Geociências, Volume 32, 2002 559


A província alcalina de Goiás e a extensão do seu vulcanismo kamafugítico

55º 50º 45º 40º Rio Verde-Iporá sob o nome de Província Alcalina Minas-Goiás,
C R AT O N D O dividida em quatro subprovíncias: Mata da Corda, Alto Paranaíba,
15º Fig. 2
ARCO DE S Ã O F R A N C IS C O Iporá e Santo Antônio da Barra. Entretanto, com base em novos
B O M JA RD IM
D E G OIÁ S dados isotópicos, Gaspar et al. (em preparação) retomam o con-
ARCO DO
A LTO PA R A N A ÍB A ceito de duas províncias distintas, mantendo o nome anterior de
Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP) para as rochas que
afloram no oeste de Minas Gerais e próximo a Catalão (GO), e
20º B A C IA D O PA R A N Á designando as rochas da região de Iporá e Rio Verde de Província
Alcalina de Goiás (PAGO).
A PAGO é considerada como abrangendo desde as rochas de
Santo Antônio da Barra, no sul, até a região de Santa Fé, no norte
ARCO DE O
IC (Fig. 2). A província contém uma grande variedade de tipos
PO N TA G RO SS A
 NT
TL petrográficos, com produtos vulcânicos, subvulcânicos e
A
A NO intrusivos. Enquanto as rochas vulcânicas são mais comuns na
CE porção sul da província, na parte norte dominam corpos intrusivos
0 100 400 K m O
(Bez et al. 1971, Danni 1978, Barbour et al. 1979, Gaspar & Danni
SINC LIN A L Ocorrências Alcalinas e C arbon atíticas 1981, Danni & Gaspar 1992, Danni et al. 1992). Os magmas alcali-
D E T O R R ES Basaltos da Form ação S erra G eral
ARCO DE e co bertura sedim entar nos cortam tanto rochas precambrianas quanto sedimentos
30º R IO G R A ND E Rochas Sedim en tares P aleozóicas fanerozóicos da Bacia do Paraná.
Rochas Pr ecam br ianas
PORÇÃO NORTE No extremo noroeste da PAGO, próximo à
Craton do São F rancisco
Araguaiana, aflora o Complexo do Morro do Engenho (15º32’S;
51º40’W), uma intrusão composta por núcleo de dunito circunda-
Figura 1 - Mapa das ocorrências de rochas alcalinas nas do por peridotito e piroxenito que graduam para gabro alcalino e
margens da Bacia do Paraná (modificado de Ulbrich & nefelina sienito (Fig. 2, n 1). O Complexo possui aproximadamente
Gomes 1981). 5 km de diâmetro e intrude a Formação Furnas (Pena 1974).
O Complexo Máfico-Ultramáfico Alcalino de Santa Fé (Tira Pres-
sa, 15º45’S; 51º10’W), localizado no norte da PAGO, é um corpo
vas evidências surgidas com a ampliação da área original de estu- elíptico, com eixo maior (N-S) de aproximadamente 9,5 km, e 6,5 km
do de VanDecar et al. (1995) para a Região Centro-Oeste, são de largura (Fig. 2, n 2). É formado por dunito no centro, com
reinterpretados por Assumpção et al. (2002), que indicam a exis- clinopiroxenito, peridotito alcalino, gabro e sienito nas bordas.
tência da pluma de Trindade sob a região de Iporá no Cretáceo São encontrados ainda diques de lamprófiro e fonolito (Barbour et
Superior, como proposto por Gibson et al. (1995a, 1997). al. 1979). Datação K-Ar em biotita de um missourito forneceu
idade de 86,7 ± 1,8 M.a. (Sonoki & Garda 1988).
Província alcalina de Goiás (PAGO) Na região, incluindo as O Complexo de Montes Claros de Goiás (Salobinha, 16º03’S,
cidades de Iporá, ao norte, e Rio Verde, ao sul, afloram diversos 51º23’W) aflora a sul da cidade homônima e possui cerca de seis
corpos alcalinos, distribuídos em uma área alongada segundo quilômetros de diâmetro, com superfície total aproximada de 28
N30W, com aproximadamente 250 km de comprimento por 70 km km2 (Fig. 2, n 3). É formado por dunitos, peridotitos, piroxenitos,
de largura (Fig. 2), cuja direção coincide com um trend de falhas do gabros, sieno-gabros e sienitos, intrusivos na Formação Furnas e
embasamento. As principais estruturas precambrianas relaciona- em gnaisses precambrianos (Pena 1975). As rochas ultramáficas
das com a ascensão do magma alcalino durante o Cretáceo Supe- formam dois núcleos que afloram a sudoeste e norte, separados
rior são o Arco de Bom Jardim de Goiás, uma anticlinal regional por uma intrusão central sienítica. Aos núcleos ultramáficos asso-
com caimento de eixo para S80W (Pena 1974), e o lineamento cia-se uma extensa faixa de fenitos, formada, principalmente, por
Transbrasiliano, um sistema de falhas com direção geral NE piroxênio hornfelses (Pena & Figueiredo 1972).
(Schobbenhaus Filho et al. 1975). Uma tectônica de rift afetou a A intrusão de Arenópolis (16º22’S, 51º32’W) é um corpo alon-
porção centro-norte da região durante o Cretáceo Superior (Almeida gado, com eixo maior medindo aproximadamente 6 km, formado
1983) e originou o Graben do Caiapó. por três conjuntos litológicos distintos (Fig. 2, n 8). Um consiste
As rochas alcalinas cretáceas da porção norte (Fig. 2) foram de olivina piroxenito circundado por gabro. Outro é composto por
inicialmente designadas como Grupo Iporá por Guimarães et al. melteigitos com faixas de ijolitos e piroxenitos. O terceiro aflora na
(1968). Bez et al. (1971) acrescentou a este grupo as vulcânicas porção nordeste e compreende nefelina sienitos, com diques de
alcalinas de Santo Antônio da Barra, denominando o conjunto de microsienito e microfoiaito. O conjunto intrude rochas
Distrito Vulcânico de Rio Verde. Em trabalho de abrangência mais precambrianas e sedimentos da Formação Furnas, projetando, nas
regional, Almeida (1983) agrupou as ocorrências de rochas alcali- encaixantes, diques de microsienito, microfoiaito, lamprófiro e
nas das margens da Bacia do Paraná em diferentes províncias e nefelinito. Os diques de microfoiaito contém badeleíta e eudialita
designando as de Goiás como Província Ígnea de Rio Verde-Iporá. (Danni et al. 1976).
Esta nomenclatura foi seguida, entre outros, por Danni et al. (1992) Próximo à cidade de Iporá, Danni (1978) descreve dois comple-
e Junqueira-Brod et al. (1999a,b,c, 2000), enquanto Lacerda Filho xos com zonação concêntrica. O Complexo do Córrego dos Bois
et al. (2000) sugerem o nome de Província Alcalina do Sul de (16º17’S, 51º08’W) consistem de dois domos que abrangem uma
Goiás. área aproximada de 33 km2 (Fig. 2, n 5) Dunitos ocupam grande
Recentemente, Sgarbi e Gaspar (2002) agruparam as Províncias parte dos domos, e são circundados por wehrlitos, olivina
Ígneas do Alto Paranaíba (Almeida 1983, Gibson et al. 1995a) e de piroxenitos e websteritos. Ao norte e ao sul, ocorrem anéis de

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Tereza Cristina Junqueira-Brod et al.

Figura 2 - Mapa da Província Alcalina de Goiás (PAGO) (modificado de Lacerda Filho et al. 2000)

olivina gabro alcalino, teralitos e essexitos. A estrutura é circun- O Complexo Fazenda Buriti (16º22’S, 51º12’W), cerca de 15 km a
dada por uma intrusão estreita e descontínua de nefelina sienito. noroeste de Iporá, tem cerca de 35 km2 (Fig. 2, n 7) e consiste de
Diques de sienito cortam o complexo e suas encaixantes. A se- olivina clinopiroxenitos, melagabros, essexitos, sienogabros e
gunda intrusão, denominada Complexo do Morro do Macaco sienitos. Ocorrem ainda um sill de traquito e quartzo microsienitos
(16º25’S, 51º03’W), consiste de quatro domos, compostos do cen- (Cerqueira & Danni 1994).
tro para as bordas por dunito, wehrlito, olivina piroxenito e Intrusões subvulcânicas, diques, plugs e sills de picrito são
clinopiroxenito. Sienitos ocorrem a oeste dos domos (Fig. 2, n 6). comuns na porção norte da PAGO, próximo a Diorama, entre

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A província alcalina de Goiás e a extensão do seu vulcanismo kamafugítico

Iporá e Montes Claros (Fig. 2, n 4). Os diques têm, em geral, pou- analcimíticas e piroclásticas carbonatíticas (Gaspar 1977, Moraes
cos metros de largura e dezenas de metros de extensão, e preen- 1984). Associado às rochas básico-ultrabásicas ocorre um está-
chem fraturas de direção N30W e N50E no embasamento gio tardio representado por diques e plugs de fourchitos,
precambriano. Os sills normalmente se alojados em estratos da melamonchiquitos, fonolitos e traquitos. O magma ascendeu pre-
Bacia do Paraná, têm menos de 5 m de largura e podem se extender ferencialmente por falhas do lineamento de Santo Antônio da Bar-
por até 500 m, sem evidências visíveis de diferenciação. Os plugs ra-Iporá, de direção N40-50W (Gaspar 1977). No topo da sequên-
são cilíndricos e com diâmetro de até 200 m (Danni 1994). Com cia de derrames ocorreu a deposição de um conglomerado
base em xenólitos destas rochas, Danni et al. (1992) e Danni (1994) vulcanoclástico, denominado Formação Verdinho (Gaspar & Danni
sugerem que o magma parental de intrusões zonadas, como a do 1981).
Morro do Macaco, seja de composição picrítica alcalina. Gaspar e Danni (1981) interpretaram as rochas de Santo Antô-
Além destas intrusões, na porção norte da PAGO ocorre uma nio da Barra como de afinidade nefelinítica. Moraes (1984, 1988)
série de corpos menores, de expressão regional pouco significati- suge uma afinidade kamafugítica, com base em geoquímica de
va (Pena & Figueiredo 1972, Pena 1974, Woolley 1987, Lacerda rocha total, semelhanças petrográficas com kamafugitos de Uganda
Filho et al. 2000). e presença de melilita em alguns derrames. Esta hipótese foi con-
firmada por Sgarbi et al. (1998) e Sgarbi & Gaspar (2002). Estes
PORÇÃO CENTRAL Próximo à fazenda Bebedouro, 10 km a sul últimos descrevem a presença de kalsilita nas lavas destacam que
da cidade de Amorinópolis (16º41’S, 51º03’W), aflora uma associ- minerais originalmente descritos como analcita derivam da altera-
ação subvulcânica, produto de magmatismo ultrabásico alcalino ção de leucita e classificam as rochas vulcânicas da área como
perpotássico a sódico-potássico (Danni 1985) (Fig. 2, n 9). Consis- mafuritos e uganditos.
te de intrusão cilíndrica, com cerca de 1200 m de diâmetro, de Isótopos de oxigênio (Sgarbi et al. 1998) indicam que a tempera-
composição basanítica a tefrítica. Diques radiais e anelares de tura das lavas durante a erpução situou-se no intervalo 1050 a
olivina leucita melanefelinitos, melanalcititos e olivina nefelina 1060ºC. Datação K-Ar em rocha total forneceu uma idade de 85
melaleucititos precederam a intrusão principal (Danni 1985). O úl- M.a. para as rochas vulcânicas de Santo Antônio da Barra (Hasui
timo evento no complexo é representado por pipes de brecha re- et al. 1971), e idades U-Pb em perovskita dos derrames variam de
sultantes da desgaseificação do reservatório subvulcânico (Danni 88,3 a 89,6 M.a. (Sgarbi et al. 2000b).
1985). A sudoeste da intrusão principal ocorre um conduto Gaspar et al. (2000) caracterizam o magmatismo da PAGO como
katungítico, a única intrusão com esta composição registrada na kamafugítico, com idade média de 85 Ma. Há um conjunto de evi-
área até o momento (Danni 1985, Danni & Gaspar 1992, Danni & dências que corroboram o caráter kamafugítico da Província, reu-
Gaspar 1994). nidas nos trabalhos de Moraes (1984,1988), Danni & Gaspar (1992,
Na região de Águas Emendadas (17º02’S, 51º02’W), entre 1994), Sgarbi (1998), Sgarbi et al. (1998, 2000a), Junqueira-Brod
Amorinópolis e Montividiu existem várias ocorrências de rochas (1998) and Junqueira-Brod et al. (1999c, 2000).
alcalinas, principalmente vulcânicas e subvulcânicas rasas (Fig. 2,
n 10). Formam pequenos derrames, diques, plugs e diatremas que O VULCANISMO KAMAFUGÍTICO DE SANTO ANTÔNIO DA
intrudem a Formação Aquidauana e são, em geral, cobertos pelo BARRA Derrames ocorrem ao longo de toda a estratigrafia,
Grupo Bauru. Os derrames, diques e plugs consistem de principalmente na porção inferior e no topo da seqüência, acima
kamafugitos, leucititos e basanitos, mas uma grande variedade das autobrechas. São aparentemente extensos e alguns podem ter
composicional e textural de rochas alcalinas ocorre como frag- originalmente ultrapassado 1 km. Sua espessura é centimétrica a
mentos nas brechas dos diatremas (Danni et al. 1990, Junqueira- métrica e consistem de kamafugitos e melaleucititos, com
Brod 1998, Junqueira-Brod et al. 1999a,c). Estas rochas foram vesicularidade variável. Os kamafugitos, definidos como rochas
intepretadas como extensão da associação vulcânica alcalina- portadoras de kalsilita, são escuros, afaníticos ou microporfiríticos,
carbonatítica de Santo Antônio da Barra por Danni et al. (1990), com fenocristais de olivina e piroxênio subordinado. Os
que sugerem ainda que os leucititos e nefelinitos originaram-se de melaleucititos são escuros e ricos em fenocristais, com predomí-
magmas diferentes, e que a fonte dos diamantes dos depósitos nio de olivina, piroxênio ou leucita, a última comumente transfor-
aluviais da região pode estar relacionada às rochas com leucita. O mada em analcima.
caráter kamafugítico dos termos ultrabásicos é atestado pela pre- Autobrechas dominam volumetricamente a parte intermediária
sença de kalsilita em amostras dos derrames, dos diques e dos da estratigrafia. Formam afloramentos extensos na porção inferior
fragmentos em brechas (Junqueira-Brod et al. 1999b, 2000) assim das encostas, e consistem principalmente de melaleucitito e
como pelas características geoquímicas em rocha total (Junqueira- leucitito, porfiríticos, escuros e de vesicularidade variável. Os frag-
Brod 1998, Junqueira-Brod et al. em preparação). mentos variam de centimétricos a, mais raramente, métricos.
Com base em dados aeromagnéticos e de química mineral em A facies subvulcânica inclui condutos e diques. Os condutos
concentrado de minerais pesados, Tompkins (1987) sugere a ocor- estão, usualmente, recobertos por vegetação mais densa, sobres-
rência de provável kimberlito a sul de Amorinópolis. Não obstante, saem discretamente na topografia e apresentam contorno circular,
aquela autora considera que a espessura da litosfera na região é com diâmetro decamétrico. Eles cortam tanto lavas quanto
provavelmente inferior a 150 Km, insuficiente para que o kimberlito autobrechas e provavelmente serviram como alimentadores do
seja mineralizado, concluindo que a fonte dos diamantes locais vulcanismo. Composicionalmente, consistem de kamafugitos e
são de idade precambriana. melaleucititos. Os kamafugitos são escuros e afaníticos ou
PORÇÃO SUL As rochas vulcânicas de Santo Antônio da Barra microporfiríticos, e os melaleucititos são escuros e porfiríticos,
(17º30’S, 50º42’W) compreendem derrames, com raras intercala- com abundância de fenocristais de olivina e piroxênio. Os diques
ções de piroclásticas, e representam a manifestação vulcânica de cortam as rochas vulcânicas e variam de alguns centímetros a
volume mais expressivo na PAGO. Estas rochas foram inicialmen- pouco mais de 1 m de espessura. Apresentam composição e textu-
te descritas como analcimitos, olivina analcimitos, brechas ras semelhantes às dos condutos.

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Tereza Cristina Junqueira-Brod et al.

Xenólitos de piroxenitos, dunitos e peridotitos são comuns em com base na área de exposição das rochas vulcânicas, permitindo
facies de lava, autobrecha e subvulcânica. Embora o tamanho seja determinar, em separado, o volume de cada unidade. O algoritmo
variável, grande parte dos xenólitos é menor que 5 cm. combina o MDT e os contatos geológicos em polylineZ, ou seja
Rochas epiclásticas recobrem o conjunto vulcânico ou interca- os contatos têm valores XYZ.
lam-se como camadas delgadas nas lavas e autobrechas. São mal
selecionadas, de granulação média a grossa, e compreendem RESULTADOS E DISCUSSÃO As colunas estratigráficas e
arenitos, arenitos conglomeráticos e conglomerados suportados mapas propostos por Gaspar (1977) e Moraes (1984) foram reorga-
por matriz, todos comumente cimentados por calcita. Os fragmen- nizados e unificados para facilitar o entendimento da geologia da
tos consistem, principalmente, de rochas vulcânicas e cristais da área, gerando-se um mapa geológico único, apresentado na figura
PAGO, em geral subarredondados a angulosos. Os arenitos e a 3. As rochas vulcânicas foram agrupadas em três pacotes. O infe-
matriz dos conglomerados são ricos em quartzo, provavelmente rior é formado principalmente por lavas kamafugíticas com inter-
provenientes das rochas sedimentares da Bacia do Paraná. calações de autobrechas. No intermediário predominam
autobrechas kamafugíticas, com derrames subordinados. Ambos
MÉTODOS No intuito de estimar a distribuição espacial e o pacotes foram originalmente classificados como Formação Santo
volume dos derrames kamafugíticos de Santo Antônio da Barra, Antônio da Barra por Moraes (1984). O pacote superior compreen-
na PAGO, foram utilizadas, neste trabalho, técnicas de de derrames kamafugíticos de espessura e extensão reduzidas e
geoprocessamento que incluíram a integração de dados geológi- previamente incluídos na base da Formação Boa Vista (Moraes
cos com modelos digitais de terreno - MDT. 1984). Rochas subvulcânicas cortam todo o conjunto (diques e
As etapas desenvolvidas foram: a) aquisição da base de dados; plugs). Conglomerados e arenitos epiclásticos foram agrupados
b) rasterização dos mapas; c) vetorização; d) edição; e) criação do na Formação Verdinho, como proposto por Gaspar (1977). Cobrin-
MDT e; f) cálculo do volume dos derrames. do indiscriminadamente todos as unidades, e separado por impor-
Os dados foram obtidos a partir das cartas topográficas Rio tante discordância erosiva, depositou-se o Grupo Bauru. Na
Verde (SE-22-X-C-IV) e Ribeirão Pindaíba (SE-22-X-C-I) na escala estratigrafia proposta por Moraes (1984) a Formação Verdinho e o
1:100.000, Rio Verde (SE-22-X-C) e Jataí (SE-22-V-D) na escala Grupo Bauru eram incluídos na Formação Boa Vista, mas a existên-
1:250.000 e dos mapas geológicos de Gaspar (1977), Moraes (1984) cia de uma discordância na base do Grupo Bauru, em conjunto
e Lacerda Filho et al. (2002) nas escalas 1:30.000, 1:25.000 e 1:250.000 com a sua distribuição em mapa, indica tratar-se de unidade sepa-
respectivamente, além de informações coletadas durante diversas rada do contexto da província alcalina.
etapas de campo e mapas regionais do Sistema de Informações Considerando apenas as rochas vulcânicas aflorantes,
Geográficas do Estado de Goiás (AGIM). registradas nos mapas de Gaspar (1977) e Moraes (1984), a área
As cartas topográficas e os mapas geológicos de detalhe, origi- contínua ocupada pelo conjunto destes derrames é de 236 km2.
nalmente, em formato analógico, foram convertidos em imagens Levando em conta a posição relativamente horizontal dos derra-
binárias (TIF grupo 4) com resolução de 300 DPI, por scanner de mes, sem modificações substanciais por falhas, como mostram o
rolo. Todos os processamentos de preparação das imagens para a mapa e o perfil da figura 3, e retirada a cobertura sedimentar (For-
vetorização foram realizados com o aplicativo I/RAS B© da mação Verdinho e Grupo Bauru), o volume dos três capotes alcan-
Intergraph. As etapas de preparação dos arquivos raster envol- ça 15,1 Km3 (15.070.517.345 m3).
veram a remoção de ruídos das imagens e a correção geométrica. No perfil da figura 3 é possível verificar que os pacotes inferior
A remoção de ruído englobou a remoção de pixels inúteis (speckel), e intermediário são bem mais espessos que o superior; este último
o preenchimento de trechos mal definidos (buracos) e a melhoria de ocorrência restrita e espessura reduzida.
do contorno das linhas (retirada dos “dentes”). A correção geo- O volume de lava apenas em Santo Antônio da Barra, onde
métrica foi realizada utilizando-se o polinômio de primeira ordem e ocorrem as melhores exposições de derrames kamafugíticos na
a reamostragem por convolução cúbica. O erro obtido na correção PAGO, pode ser considerado bastante expressivo, uma vez que as
foi de 0,8 nas cartas topográficas e de 1,1 nos mapas geológicos. principais ocorrências conhecidas deste tipo de magmatismo se
A vetorização foi executada com o aplicativo GeoVec© da associam a rochas plutônicas (cumulados em complexos
Intergraph, com módulo de vetorização semi-automática, seguin- carbonatíticos, e.g. Brod et al. 2000) e subvulcânicas (diques e
do os parâmetros de digitalização estabelecidos pelo IBGE (2002). plugs, e.g. Araújo et al. 2001). Os poucos exemplos de kamafugitos
As cartas topográficas forneceram os dados para os arquivos de vulcânicos descritos na literatura mundial em geral consistem de
curvas de nível, rede de drenagem e pontos cotados. Os polígonos reduzidos corpos de lava e, principalmente, depósitos piroclásticos
das unidades geológicas e as linhas que representam feições es- (e.g. Sahama 1974, Seer et al. 1989, Stoppa & Wooley 1997). Este
truturais foram obtidos a partir dos mapas geológicos e informa- último é também o caso da porção central da PAGO onde grande
ções de campo. Após gerados, os arquivos vetoriais foram impor- parte do volume das rochas aflorantes é representada por bre-
tados no ArcInfo© 7.0, para edição (retirada do excesso de pontos chas, associadas a diatremas, as lavas não ultrapassando 500.000
das linhas, interseções, linhas duplicadas, etc) e topologia das m3. A Formação Mata da Corda (PIAP) apesar de ser bastante
curvas de nível e da rede de drenagem. representativa, aparentemente é formada principalmente por ro-
O modelo digital de terreno (MDT) foi gerado no ArcInfo©, com chas piroclásticas (Seer et al. 1989), o que dificulta estimar o volu-
resolução de 20m, mediante o comando TOPOGRID, que utiliza o me de magma envolvido. Estudo semelhante ao presente só pode-
cálculo de ANUDEM (Hutchinson 1989). O processamento esti- rá ser realizado na Formação Mata da Corda, com base cartográfica/
ma uma superfície plana discretizada utilizando elementos finitos a geológica detalhada que permita precisar a relação entre lavas e
partir de pontos cotados, das curvas de nível e da rede de drena- piroclásticas.
gem. A área total de exposição das rochas vulcânicas de Santo Antô-
O cálculo do volume foi feito com um algoritmo desenvolvido nio da Barra, com base no mapa de Lacerda Filho et al. (2000), é de
em linguagem EVENUE no ArcView©, que recorta (fatia) o MDT 371 km2. Nenhuma extrapolação, baseada em possíveis segmen-

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A província alcalina de Goiás e a extensão do seu vulcanismo kamafugítico

Figura 3 - Mapa geológico unificado a partir de Gaspar (1977) e Moraes (1984), modelo tridimensional da área e
perfil AB, aproximadamente NS.

tos erodidos da seqüência, foi feita no presente trabalho, pois a adjacências diques e outras estruturas subvulcânicas
figura 2 mostra que as rochas estudadas estão limitadas por falhas alimentadoras do vulcanismo. Entretanto, os condutos mapeados
a NE e SW, concordantes com o lineamento tectônico magmático estão claramente concentrados no interior na área limitada pelas
de Santo Antônio da Barra-Iporá. Se os derrames tivessem falhas, indicando que este centro vulcânico foi, originalmente, por
extrapolado a área delimitada por estas falhas, à época da extrusão, estas controlado. Por outro lado, 371 km2 pode ser considerada
e fossem subseqüentemente erodidos, esperar-se-ia encontrar nas como área mínima. Afloramentos não mapeáveis a sul de Santo

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Tereza Cristina Junqueira-Brod et al.

Antônio da Barra poderiam representar a raíz de outro centro vul- concomitante com a fase mais importante de deposição da Forma-
cânico, já erodido. ção Verdinho, pois as rochas epiclásticas comumente se interca-
Outra importante observação é que as rochas epiclásticas (For- lam ou recobrem o pacote superior e, quando ocorrem isoladas,
mação Verdinho) estão restritas à área de afloramento das lavas. suas maiores espessuras situam-se na mesma cota deste.
Na porção NE do mapa unificado e perfil (Fig. 3) nota-se que hou- O volume total mínimo das vulcânicas de Santo Antônio da
ve um soerguimento localizado que levou ao afloramento dos Barra, com base nos dados de Lacerda Filho et al. (2000), e calcu-
basaltos da Formação Serra Geral, onde as rochas sedimentares lado tomando em conta as considerações mencionadas anterior-
do Grupo Bauru depositaram-se em discordância sobre os basaltos. mente, é de 23 Km3. Esse volume é compatível com uma câmara
Portanto, é lícito inferir que, nesta porção, os kamafugitos e a magmática proporcional aos grandes complexos ultramáficos al-
Formação Verdinho não existiram, ou foram completamente calinos da porção norte da província, ou, alternativamente, dos
erodidos antes da deposição das rochas do Grupo Bauru. Em complexos da associação kamafugito-carbonatito (Brod et al. 2000)
qualquer caso, fica demonstrado o hiato temporal entre o Grupo típicos da Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP). Este volume
Bauru e as rochas da província. corresponde à maior acumulação de lava kamafugítica conhecida,
Combinando as informações do mapa e do perfil geológico (Fig. em termos mundiais.
3) é possível inferir que o vulcanismo do pacote vulcânico inferior
teve como principais condutos aqueles localizados na porção sul Agradecimentos Ao CNPq pela bolsa de doutorado (TCJB) e de
do mapa, uma vez que este pacote diminui de espessura no senti- produtividade (JCG , JAB e PRM) e à CAPES/PICDT pela bolsa de
do norte. O vulcanismo do pacote intermediário teve polaridade doutorado (HLR), ao Laboratório de Sensoriamento Remoto (UnB)
invertida em relação ao inferior, poi se adelgaça para sul. O pela infraestrutura, em especial a Sérgio Brito e Adriano Carvalho
vulcanismo correspondente ao pacote superior foi claramente de pela ajuda com as cartas topográficas, à Elisa Soares Rocha Bar-
expressão restrita se comparado a seus precursores, com dois bosa pela ajuda nas etapas de campo e aos revisores da RBG pelas
pequenos centros eruptivos. Este último evento deve ter sido sugestões ao manuscrito.

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