Liberalism and the Social Gospel: Reconciliation of an eschatological kingdom of God with the Social Gospel.

Liberalismo e o Evangelho Social: Reconciliação de um reino escatológico de Deus com o Evangelho Social.

What is the relationship between theological liberalism and the Social Gospel? In his introduction to the Social Gospel,
Sydney Ahlstrom characterizes it as a “submovement within religious liberalism with a certain view of man and history
governing its rationale.”1 But Ahlstrom’s exploration of the Social Gospel becomes more nuanced as he traces its origins.
Opponents to the Social Gospel were not necessarily against Christianity addressing public affairs and social questions.2
Furthermore, he contends that “liberalism and the Social Gospel movement must not be identified [considered identical].
Social Gospelers were usually theological liberals; but the statement cannot be reversed.

Qual é a relação entre o liberalismo teológico e o Evangelho Social? Em sua introdução ao Evangelho Social,
Sydney Ahlstrom o caracteriza como um “submovimento dentro do liberalismo religioso com uma certa visão
do homem e da história governando sua lógica”. Os oponentes do Evangelho Social não eram
necessariamente contra o Cristianismo abordando assuntos públicos e questões sociais. 2 Além disso, ele
afirma que “o liberalismo e o movimento do Evangelho Social não devem ser identificados [considerados
idênticos]... Os Evangelistas Sociais eram geralmente liberais teológicos; mas a declaração não pode ser
revertida.

A complex relationship obtains between theological liberalism and the Social Gospel. Seeing these two streams of
thought interact in a specific context is beneficial for improving our understanding of their relationship. Such is the case
with Shailer Mathews (1863-1941), whose early social gospel writings showcase the tension between his commitment to
the Social Gospel and his commitment to modernist liberal theology.4 Mathews’ exegetical treatment of the kingdom of
God reflects his modernist methodology and marks a significant reworking of the theological basis for the Social Gospel.
At the same time, Mathews does not abandon the liberal perspectives that mark the affinity between theological liberalism
and the Social Gospel. The modernist methodology that Mathews espouses produces seemingly unavoidable results
regarding eschatology and the kingdom of God that call into question the present kingdom as a foundation of Social
Gospel theology. Mathews’ integrity regarding modernistic methodology causes him to rework the prevailing theological
foundation of the Social Gospel, thus modernizing the Social Gospel itself.

Existe uma relação complexa entre o liberalismo teológico e o Evangelho Social. Ver essas duas correntes de
pensamento interagindo em um contexto específico é benéfico para melhorar nossa compreensão de seu
relacionamento. Tal é o caso de Shailer Mathews (1863-1941), cujos primeiros escritos do evangelho social
mostram a tensão entre seu compromisso com o Evangelho Social e seu compromisso com a teologia liberal
modernista.4 O tratamento exegético de Mathews sobre o reino de Deus reflete sua metodologia modernista
e marca uma reformulação significativa da base teológica para o Evangelho Social. Ao mesmo tempo,
Mathews não abandona as perspectivas liberais que marcam a afinidade entre o liberalismo teológico e o
Evangelho Social. A metodologia modernista que Mathews defende produz resultados aparentemente
inevitáveis em relação à escatologia e ao reino de Deus que questionam o reino atual como fundamento da
teologia do Evangelho Social. A integridade de Mathews em relação à metodologia modernista o leva a
retrabalhar o fundamento teológico predominante do Evangelho Social, modernizando assim o próprio
Evangelho Social.

This process represents the bilateral tension between theological liberalism and the Social Gospel. That is, there is a
definite break between Mathews’ conception of the Social Gospel and its continued development and eventual
identification with Walter Rauschenbusch (1861-1918).5 At the same time, Mathews’ Social Gospel is still a social gospel.
Mathews’ employs an alternative theological basis, but does not abandon his conviction toward social reform as the task
of Christianity nor his theological suppositions about humanity, society and the essence of Christianity.

Este processo representa a tensão bilateral entre o liberalismo teológico e o Evangelho Social. Ou seja, há
uma ruptura definitiva entre a concepção de Mathews do Evangelho Social e seu desenvolvimento contínuo e
eventual identificação com Walter Rauschenbusch (1861-1918).5 Ao mesmo tempo, o Evangelho Social de
Mathews ainda é um evangelho social. Mathews emprega uma base teológica alternativa, mas não abandona
sua convicção de que a reforma social é tarefa do cristianismo nem suas suposições teológicas sobre a
humanidade, a sociedade e a essência do cristianismo.

It is here that we may look to a key interpreter of this development in Mathews’ thought. In his 1997 Shailer Mathews’s
Lives of Jesus, William Lindsey undertakes a detailed analysis of Mathews’ shift from a present kingdom of God to an
eschatological kingdom. Closely reading Mathews along with Lindsey is an excellent, as well as convenient, way to
address the significance of eschatology and the kingdom of God to social gospel theology and to demonstrate the change
that Mathews made. At the same time, there are two issues to consider. First, the intent of this reading of Mathews is not
to delve into a long view of kingdom theology in the Social Gospel. A view of the relationship between modernist
liberalism and the Social Gospel is the aim here. Second, in light of his wider project, Lindsey overstates certain
conclusions from his study of this shift in Mathews’ conception of the kingdom of God regarding the relationship between
liberalism and the Social Gospel. But before taking up Lindsey’s conclusions, we must first look more closely at Mathews.
É aqui que podemos procurar um intérprete chave desse desenvolvimento no pensamento de Mathews. Em
seu livro “Shailer Mathews's Lives of Jesus” de 1997, William Lindsey empreende uma análise detalhada da
mudança de Mateus de um reino atual de Deus para um reino escatológico. Ler atentamente Mateus junto
com Lindsey é uma maneira excelente e conveniente de abordar a importância da escatologia e do reino de
Deus para a teologia do evangelho social e demonstrar a mudança que Mathews fez. Ao mesmo tempo, há
duas questões a considerar. Primeiro, a intenção desta leitura de Mathews não é mergulhar em uma visão de
longo prazo da teologia do reino no Evangelho Social. Uma visão da relação entre o liberalismo modernista e
o Evangelho Social é o objetivo aqui. Em segundo lugar, à luz de seu projeto mais amplo, Lindsey exagera
certas conclusões de seu estudo sobre essa mudança na concepção de Mathews do reino de Deus em
relação à relação entre o liberalismo e o Evangelho Social. Mas antes de tirar as conclusões de Lindsey,
devemos primeiro olhar mais de perto para Mathews.

Ahlstrom, Sydney E. A Religious History Of The American People – Second Edition. New Haven: Yale
University Press, 2004, p. 785.
When the Social Gospel movement began and when it came to a close are much disputed questions. But
nearly everyone agrees that it was more fully represented by WR than by anyone else, and that it gained
classic utterance in 1907 whit the publication of this Christianity and the Social Crisis. Let us read, then, the
final page of this book, where the lonely prophet discloses his vision of God´s coming Kingdom:

If the twentieth century could do for us in the control of social forces what the nineteenth did for us in the
control of natural forces, our grandchildren would live in a society that would be justified in regarding our
present social life as semi-barbarous. Since the Reformation began to free the mind and to direct the force of
religion toward morality, there has been a perceptible increase of speed. Humanity is gaining in elasticity and
capacity for change, and every gain in general intelligence, in organizing capacity, in physical and moral
soundness, and especially in responsiveness to ideal motives, again increases the ability to advance without
disastrous reactions. The swiftness of evolution in our own country proves the immense latent perfectibility in
human nature.

Last May a miracle happened. At the beginning of the week the fruit trees bore brown and greenish buds. At
the end of the week they were robed in bridal garments of blossom. But for weeks and months the sap had
been rising and distending the cells and maturing the tissues which were half ready in the fall before. The swift
unfolding was the culmination of a long process. Perhaps these nineteen centuries of Christian influence have
been a long preliminary stage of growth, and now the flower and fruit are almost here. If at this juncture we can
rally sufficient religious faith and moral strength to snap the bonds of evil and turn the present unparalleled
economic and intellectual resources of humanity to the harmonious development of a true social life, the
generations yet unborn will mark this as that great day of the Lord for which the ages waited, and count us
blessed for sharing in the apostolate that proclaimed it.
Walter Rauschenbusch, Christianity and the Social Crisis (New York; London: The Macmillan Company;
Macmillan & Co., 1920), 421–422.

Quando o movimento do Evangelho Social começou e quando chegou ao fim são questões muito
controversas. Mas quase todos concordam que foi mais plenamente representado por WR do que por
qualquer outro, e que ganhou expressão clássica em 1907 com a publicação deste Cristianismo e a Crise
Social. Leiamos, então, a última página deste livro, onde o profeta solitário revela sua visão da vinda do Reino
de Deus:

Se o século XX pudesse fazer por nós no controle das forças sociais o que o século XIX fez por nós no
controle das forças naturais, nossos netos viveriam em uma sociedade que seria justificada por considerar
nossa vida social atual como semibárbara. Desde que a Reforma começou a liberar a mente e a direcionar a
força da religião para a moralidade, houve um aumento perceptível da velocidade. A humanidade está
ganhando elasticidade e capacidade de mudança, e cada ganho em inteligência geral, em capacidade de
organização, em solidez física e moral e, especialmente, em capacidade de resposta a motivos ideais,
aumenta novamente a capacidade de avançar sem reações desastrosas. A rapidez da evolução em nosso
próprio país prova a imensa perfectibilidade latente na natureza humana.

Em maio passado, aconteceu um milagre. No início da semana, as árvores frutíferas produziram botões
marrons e esverdeados. No final da semana, elas estavam vestidas com roupas de noiva em flor. Porém,
durante semanas e meses, a seiva estava subindo, distendendo as células e amadurecendo os tecidos que já
estavam meio prontos no outono anterior. O rápido desabrochar foi o ponto culminante de um longo processo.
Talvez esses dezenove séculos de influência cristã tenham sido um longo estágio preliminar de crescimento,
e agora a flor e o fruto estão quase chegando. Se, neste momento, conseguirmos reunir fé religiosa e força
moral suficientes para romper os laços do mal e direcionar os atuais recursos econômicos e intelectuais
incomparáveis da humanidade para o desenvolvimento harmonioso de uma verdadeira vida social, as
gerações ainda não nascidas marcarão este como o grande dia do Senhor pelo qual as eras esperaram e nos
considerarão abençoados por participarmos do apostolado que o proclamou.