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Copyright © Cristina Rocha

Todos os direitos reservados.


Título: A Escolhida do Capo

Diagramação│Simone Schneider
Revisão Néia Pereira
Capa │Ellen Scofield

É proibida a reprodução total ou parcial desta


obra de qualquer formar ou quaisquer meios
eletrônicos, mecânicos e processo
xenográfico, sem a permissão da autora. (Lei
9.610/98)

Essa é uma obra de ficção. Os nomes,


personagens, lugares e acontecimentos
descritos na obra são produtos da imaginação
da autora. Qualquer semelhança com nome e
acontecimentos reais é mera coincidência.
AVISO IMPORTANTE
Apesar do livro ser uma história fictícia, ele
pode ser considerado forte as pessoas que
sejam sensíveis sobre a temática ROMANCE
DARK. Não se sentindo confortável, peço por
favor para não continuar com a leitura.
Essa obra é proibida para menores de 18
anos, pois aborda assuntos inapropriados, tais
como: ABUSO SEXUAL E PSICOLÓGICO,
ASSASSINATO, TORTURA, BEBIDAS
ALCOÓLICAS, DROGAS, PALAVRÕES DE
BAIXO ESCALÃO etc.
Esse livro é um SPIN-OFF do livro “MEU
CEO É UM MAFIOSO", onde conta a história
de “Ettore Ferrari e Violleta Ferrari", Chefe da
Máfia Ndrangheta. Por motivos pessoais, ele se
encontra ainda na plataforma do Wattpad,
gratuitamente. Então, podem ler tranquilamente
“A Escolhida do Capo”, que não irá interferir na
leitura com o livro anterior ao dele.
Vou deixar ao final meus agradecimentos e
redes sociais, onde você poderá estar por
dentro de todas as novidades e interagir
comigo. Lembrando, que tenho outros
trabalhos literários no Wattpad, sem custo
algum.
Sinopse

Leonardo Antonelli, um homem implacável,


sem escrúpulos, que não conhece termo medo.
Ele é um dos mafiosos mais temidos, sem o
mínimo de piedade para matar qualquer um que
cruzar seu caminho. Na sua vida não existe
compaixão ou perdão, independente de qual for
o tipo da traição... Tudo muda quando aparece
sua prometida perante seu mundo sombrio.

Soffia Antonelli, uma jovem belíssima, que


desde de sempre soube seu lugar na máfia. Ela
vai entender esse significado da pior formar
possível. Soffia tentará fugir, mas sua tentativa
será em vão, porque ninguém consegue dá uma
rasteira em Leonardo Antonelli, e sair impune
sem ter consequências severas e destrutivas.
Música Tema
Kaleo
Way Down We Go

Ladeira Abaixo Nós Vamos


Oh, pai me diga
Nós recebemos o que merecemos?
Oh, nós recebemos o que merecemos?
Ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Então, ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Você deixou seus pés correrem livremente
O tempo passou enquanto caíamos
Oh, antes da minha queda
Você teria coragem de olhá-los bem nos olhos?
Porque eles vão te perseguir
Até a escuridão
Sim e eles vão perseguir você
Até você cair
E eles vão te perseguir
Até o seu interior
Até que você não possa mais rastejar
E ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Diga ladeira abaixo nós vamos
Porque eles vão te perseguir
Até que você esteja preso
Ohh ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Ladeira abaixo nós vamos
Soffia Antonelli
Hoje estou completando dezoito
anos, e como gostaria de congelar o
tempo para que tudo ficasse parado no
esquecimento. Para muitos, completar
dezoito anos significa liberdade. É a
hora de se tonar independente, o
momento em que ninguém tem mais o
direito de se meter em sua vida, ou
questionar suas decisões e escolhas,
mas, para mim, só tem um significado:
Prisão! Serei prisioneira de um
carrasco, um monstro chamado,
Leonardo Antonelli. Não vou ter minha
liberdade, não vou poder seguir minhas
próprias regras, ou fazer minhas
escolhas, serei a esposa do capo.
Sempre soube do meu dever para
com a máfia. Crescer e ser a esposa
ideal, assim como todas as escolhidas
da Máfia devem ser. Mesmo sabendo do
meu dever, sabendo que fui criada para
isso.
Odeio as regras que a Máfia insiste
em nos impor, nós, mulheres, nunca
tivemos voz e nunca teremos. Está é a
lei, e quem não a cumpre, é mandada
diretamente para o inferno, ou, quem
sabe, um pouco mais para baixo.
Hoje será o jantar de noivado, onde
conhecerei o ser que tanto desprezo,
aquele que todos dizem ser um dos
piores capos da Máfia. Mesmo sabendo
do seu histórico, meus pais não
impediram esse noivado. Hoje como
nunca, estou acabada por dentro, sei que
minha vida será um inferno, e, sem
sombra de dúvidas, não terei paz em
nenhum momento.
Minha mãe, coitada, não pode fazer
nada. É outra que sofre nas mãos de meu
pai e não pode se posicionar contra isso
tudo. Desde que acordei não saí do
quarto, não tenho ânimo para nada, estou
tentando aproveitar, o máximo que
posso, meus últimos momentos como
uma pessoa livre, mesmo que seja
dentro de um quarto.
Caminho até a tela branca
posicionada ao lado da janela, escolho
uma paleta de cores vivas e começo a
desenhar, uma menina correndo, num
campo aberto. Como eu gostaria de ser a
garota dessa pintura. Uma menina livre,
que corre alegremente, enquanto seus
cabelos voam ao vento.
Estou fadada a viver ao lado de
uma pessoa que não vou amar. Minha
vontade é de fugir para bem longe, e
esquecer que tudo isso já existiu.
Quando termino de pintar já é tarde, vou
para o banheiro tomar um banho antes
do almoço.
Assim que entro tiro minhas
roupas, ligo a ducha, entro embaixo e
deixo que a água morna dissipe as
apreensões. Quando termino, saio do
banheiro, escolho uma roupa e desço.
Me sento à mesa, papai e mamãe já
estão almoçando e me sirvo de um
pouco de comida.
— Espero que não nos faça passar
vergonha hoje. — Papai diz. Ele me
acha mimada só por não aceitar esse
tipo de coisa. Acho que nenhuma garota
aceitaria. Eu só tenho 18 anos, droga!
Sem olhar em sua direção, respondo.
— Não se preocupe, não vou.
Olho para mamãe que come em
silencio, posso ver que está triste, é a
única que se comove com essa situação.
Meu pai não se importa com nada, ele
apenas quer a fama de ter sua filha
casada com um dos melhores e mais
cruéis, capos da Máfia Italiana.
Quando termino minha refeição, me
preparo para levantar, mas, antes, papai
se adianta em falar.
— Hoje é a noite. Esteja pronta no
horário, sem atrasos.
Não respondo, apenas saio da
mesa, e volto para meu quarto,
chorando. Me deito na cama e acabo
dormindo.

Acordo com batidas na porta, abro


meus olhos e vejo mamãe entrar, branca.
Me sento na cama de uma vez, ela
parece assustada com algo.
— Minha filha, seu noivo chegou
mais cedo do que o esperado. Você
precisa se arrumar o mais rápido
possível!
— Mio Dio!
Corro para o banheiro para tomar
um banho rápido, já que tinha tomado
um demorado na hora do almoço. Mal
entro embaixo do chuveiro e já saio,
quando chego no quarto mamãe já tinha
saído. Vou até o closet e escolho um
vestido de alça florido acima dos
joelhos. Faço uma maquiagem leve, e
solto meus cabelos que não tinha
molhado.
Quando termino, tomo coragem e
desço, assim que chego na sala vejo
dois homens na entrada da porta
principal e um outro homem, de costas,
conversando com meu pai, mamma está
segurando uma taça de champanhe
cabisbaixa.
— Aí está minha filha. Soffia este é
seu futuro marido, Leonardo Antonelli.
Quando ele diz isso todo o meu
corpo se arrepia. O homem se vira,
lentamente, para me olhar, e, de frente
para mim, ele não esboça nenhuma
reação. Sua expressão é avaliativa,
como se escolhesse algo numa vitrine.
Com receio estendo minha mão para
cumprimenta-lo. Quando ele pega em
minha mão, aperta com força e sinto
meus ossos doerem com seu aperto. As
lágrimas já se formam em meus olhos.
— Espero que não seja um costume
se atrasar. — Ele fala rudemente, se na
frente de meus pais ele me trata desse
modo, imagina quando estivermos a sós.
— Desculpe-me, isso não vai se
repetir! — Digo, com um nó na garganta.
Ele solta minha mão e sinto-a doer.
— É claro que não! Quando
estivermos em nossa casa, vou lhe
ensinar tudo que você deve saber! —
Sinto o medo me possuir. Não quero
esse casamento, não vou aguentar isso.
— Vamos jantar? — Mamma
pergunta quebrando o silencio, e ele
desvia seu olhar demoníaco de mim.
Quando todos já estamos na sala de
jantar, encaro o meu prato sem vontade
de comer. Disfarçadamente olho em
direção de Leonardo, e, sem sombra de
dúvidas, ele é o homem mais lindo que
já vi em toda minha vida, mas não
adianta nada ser lindo por fora, e podre
por dentro. Volto a olhar para o meu
prato, e a contra gosto, provo a comida.
Quando todos terminamos de comer,
papai vai com Leonardo para seu
escritório.

2 semanas depois...
Duas semanas se passaram desde o
jantar com Leonardo. Hoje é a festa de
noivado, onde vamos oficializar o
compromisso. Até mesmo o chefe da
máfia virá com sua esposa. Tive a
oportunidade de ir ao casamento deles,
semana passada. Leonardo estava com
seus olhos grudados em mim, e mesmo
que ainda não estivéssemos juntos na
ocasião, ele mostrava, de longe, sua
posse sobre mim. Enfim, hoje será o
meu martírio, depois do jantar desta
noite, faltarão poucos dias para o
casamento.
Durante a festa tive a oportunidade
de falar com a belíssima Violleta, e ela
demonstrou o que eu já imaginava, que é
uma ótima pessoa. Já simpatizei com
ela. Mas Leonardo chegou,
interrompendo nossa conversa, e agora
estou indo assinar os documentos para
que possam correr os proclamas do
casamento.
Depois de tudo feito, ele me
apresenta como sua futura mulher,
coloca o anel de compromisso em meu
dedo e ergue nossas mãos.
— Viva a Ndrangheta! — Todos
aplaudem, e minha ficha caí de vez.
5 dias depois...
Acabo de me casar com Leonardo,
e agora estou no quarto a espera dele.
Meu coração está disparado, prestes a
sair pela a boca, e ainda que eu tenha me
preparado para isso, não vou aguentar
me deitar com ele.
Não vamos ter lua de mel, pelo
contrário, ele disse que não tinha tempo
para essas "bobagens” e assim que
terminou a festa ele me trouxe para
"nossa" casa. Agora, aqui, dentro desse
imenso quarto, fico me olhando no
espelho. Meu reflexo está sexy,
mostrando uma mulher que não sou,
estou usando uma lingerie preta, com
cinta e meia-calça.
Por dentro estou me sentindo um
lixo, por ter que me submeter a esse tipo
de coisa. A porta do quarto é aberta
bruscamente, Leonardo passa por ela já
tomado banho, com seus cabelos ainda
molhados.
As gotas d’água caem sobre seus
ombros e escorrem pelo seu abdômen,
que está a mostra, deixando transparecer
o quanto ele é grande e poderoso. Olho
em seus olhos, e rapidamente passa por
minha cabeça pedir-lhe misericórdia,
pedir que desista desse casamento e me
deixe em paz, mas me lembro que
Leonardo não tem piedade de ninguém.
Ele se aproxima de mim, alisando
minha bochecha.
— Preparada, baby? — Não
respondo sua pergunta, seus olhos
escurecem e sua mão que antes estava
em minha bochecha, agora segura firme
em meus cabelos, as lágrimas já descem.
— Eu te fiz uma pergunta, e espero
uma resposta. Agora!
— S-sim!
— Boa garota! Agora vamos
brincar, pois a noite está só começado, e
é escura e tenebrosa!
Fico assustada com suas palavras.
Deixou bem explícito que não teria
piedade de mim. Ele me joga na cama e
sem pudor, rasga as pequenas peças
intimas, deixando meu corpo a mostra.
Leonardo sobe na cama, ficando por
cima de mim, com as pernas uma em
cada lado do meu corpo.
Ele vem em direção aos meus
seios, chupa um dos meus mamilos, com
força, me machucando, enquanto chupa
um, aperta o outro, beliscando-o,
deixando dolorido. Uma repulsa toma de
conta do meu ser, ele morde um dos
meus seios, tento empurra-lo, mas isso
só o deixa irritado. Ele desfere um tapa
no meu rosto e sinto o gosto metálico, do
sangue, em minha boca.
— O que pensa que está fazendo?
Você é minha, e não há nada que possa
fazer para me parar, agora, fique
quietinha ou será pior.
Choro, em silencio, no meu lugar,
enquanto ele continua me sugando com
sua boca nojenta. Vejo-o ficando em pé,
ele tira sua calça junto com sua cueca,
sobe em cima da cama novamente e abre
minhas pernas e me assusto com o
tamanho do seu membro, que força a
entrada em mim, aquilo, com certeza,
vai me machucar. Sem pensar, tento
fechar minhas pernas, e Leonardo me
olha como se estivesse possuído por um
demônio, ele abre minhas pernas com
suas mãos, e, sem nenhum aviso, me
penetra com força, me rasgando.
Dou um grito desesperador, sinto
uma queimação e um líquido quente
escorrer pelas minhas pernas. Me
debato e ele prende meus braços acima
de minha cabeça com uma de suas mãos.
Cada vez que ele soca dentro de mim, é
como se estivesse sendo rasgada ao
meio. Sinto que a qualquer momento vou
desmaiar, tamanha dor que estou
sentindo agora.
— Olhe para mim. — Ele diz,
entredentes e faço o que ele manda. —
Eu vou gozar! Caralho, que boceta
gostosa.
Dito isto, ele sai de dentro de mim,
e derrama seu gozo em cima da minha
barriga. Depois que termina de ejacular
em mim, ele deita ao meu lado. Me
encolho no canto da cama, e ele, por sua
vez, vem para o meu lado e envolve
minha cintura com suas mãos.
— Vamos tomar um banho, a noite
apenas começou.
Com dificuldade consigo me
levantar e acompanho ele até o banheiro.
Fico no canto enquanto Leonardo
prepara a banheira. Depois que tudo está
pronto, ele entra e me chama, permaneço
no lugar, com medo do que vai acontecer
se eu entrar.
— Não brinque com a sorte! Não
vai querer que eu vá aí lhe buscar, vai?
Obrigo minhas pernas à caminhar
até a banheira e, com vergonha, entro.
Quando a água gelada entra em contato
com minha vagina, sinto um ardor. Sem
conseguir segurar as lágrimas deixo-as
rolar, enquanto sinto sua ereção cutucar
minhas costas.
— Sente-se aqui. — Leonardo
aponta para a borda da banheira. —
Quero ver como está sua boceta.
Faço o que ele manda, ele abre
bem minhas pernas deixando amostra
toda minha intimidade. Seu rosto é
indecifrável, ele olha com admiração,
como se gostasse de ver o quanto me
machucou, passa seu dedo entre os
grandes lábios, alisando toda a extensão,
e quando introduz um dedo na minha
vagina, sinto dor.
— Leonardo, está doendo. Por
favor, não me machuque mais.
— Não se preocupe baby, se você
for uma ragazza boazinha, faço
direitinho!
Sem desviar seus olhos dos meus,
ele vai de encontro à minha boceta.
Sinto uma sensação diferente, ele lambe
e chupa meu clitóris. Seguro firme na
barra da banheira, meu corpo responde
aos seus movimentos.
Tento focar meus pensamentos no
que ele acabou de me fazer, para
reprimir o prazer que estou sentindo. Ele
levanta uma de minhas pernas e
descansa meu pé sobre a borda da
banheira, deixando minha boceta ainda
mais exposta e mais aberta. Sinto sua
língua dentro da minha cavidade, fecho
meus olhos e tento imaginar tudo que
vou passar nas mãos dele, para ver se
assim consigo amenizar todo o desejo
que sinto, mas é em vão, sinto um
orgasmo chegar me destruindo. Minhas
pernas fraquejam, meu ventre se contrai,
abro meus olhos e encontro os de
Leonardo em mim. Gozo olhando em
seus olhos cor de mel, hipnotizada.
— Viu só? Não foi tão ruim assim.
Se você for uma boa garota, nada de mal
vai lhe acontecer.

3 Semanas depois...
Termino de vestir minha camisola,
passo um perfume e um creme corporal
enquanto penso em tudo que acontecerá
amanhã. Estou um pouco nervosa, mas
espero que dê tudo certo pois não
aguento mais viver com ele, termino o
que estou fazendo, solto os meus cabelos
já penteados, e em seguida, me deito,
para esperá-lo.
Não posso dormir, preciso sempre
estar acordada para quando Leonardo
chegar no quarto, pois ele quer que eu
afrouxe sua gravata, tire seu terno e
sapatos. Sempre faço assim, como ele
me instruiu, para não receber nenhuma
bofetada ou ser ofendida com suas
palavras pesadas.
Simplesmente estou cansada de
aguentar todos os tipos de humilhação
vindas deste homem e finalmente, tenho
uma chance de sair daqui, amanhã, não
vou perder essa oportunidade de jeito
algum. Saio dos meus pensamentos com
Leonardo entrando no quarto com uma
expressão enraivecida, fico quieta para
ele não descontar em mim seus
problemas e frustrações.
— Está fazendo o que aí parada,
olhando para minha cara? Quer que eu
mesmo tire minha gravata e o restante de
roupa e te amarre para passar a noite
com elas em você? Anda logo antes que
eu perca o pingo de paciência que me
resta. — Diz furioso e meu corpo fica
em alerta. Todos os dias são assim.
— Desculpe-me, já estou indo. —
Digo caminhando para fazer o que ele
pede, no fundo queria dizer o quanto o
odeio com todas as minhas forças.
— Não quero suas desculpas, só
quero que ande logo com essa porra.
Faço o que ele manda, baixo minha
cabeça, calada, tiro suas roupas e ele
entra no banheiro. Logo em seguida ele
sai e vai para o closet, sai vestido num
pijama e se deita logo em seguida, eu já
estou deitada, e como ele não demonstra
vontade de nada, somente me viro para o
lado e fecho meus olhos.

A noite passa, não consigo dormir e


logo amanhece, e já é hora dele sair de
casa. A ansiedade me domina de forma
quase incontrolável, me arrumo, pego
uma bolsa e coloco apenas algumas
coisas básicas dentro e o dinheiro que
venho guardando há algum
tempo, escondida dele. Não posso levar
muitas coisas, pois só tenho permissão
de ir até shopping, fazer algumas
compras, e ele pensa que no final da
tarde voltarei.
Foi um grande desafio, pois
Leonardo não me permite sair de casa,
apenas uma vez ou outra isso acontece.
Arrumo tudo e saio, paro na porta e olho
o lugar que me fez ter os meses mais
infernais e humilhantes da minha vida,
depois de passar por isso tudo com
Leonardo, só tem uma coisa pela qual
posso agradecer de verdade: Ele me
ensinou que não devo abaixar minha
cabeça e nem desistir do que eu quero.
Ele tirou minha pureza, acabou com
a minha crença de que exista pessoas
boas, me humilhou de todas as maneiras
possíveis e me bateu muito, mas hoje
estou saindo desta casa, para sempre,
para nunca mais voltar.
Sento na poltrona indicada em meu
bilhete e fico ali, com o coração quase
saindo pela boca, imaginando se
ninguém desconfiou de algo, da minha
fuga.
O avião decola e quando começo a
ver as nuvens pela janela, meus olhos se
enchem de lágrimas. Não acredito que
realmente deu certo o plano de Violleta
e de Stefano, e agora só tenho a
agradecer, e rezar para que ela consiga
fugir do seu marido assim como
consegui fugir do meu.
Ela é nova ainda, tem uma vida
toda pela a frente, não quero que ela
fique trancada como eu fiquei. Agora,
com identidade nova, visual novo, e um
bom dinheiro, vou viver tudo que eu
sempre quis, viajar pelo mundo, me
apaixonar de verdade por alguém e ter
uma família que me dê orgulho e que eu
possa chamar de minha.

Cheguei na Nova Zelândia há


algumas horas, e com a quantidade de
dinheiro que consegui guardar consegui
alugar uma casa, não é nada luxuoso,
mas dá para viver confortavelmente.
Para a minha sorte, já tinha mobília e
tudo estava limpo, inclusive os móveis.
Agora vou precisar comprar um
celular, pois preciso de um emprego e
vou usar o número para pôr no
currículo. Tranco a casa e saio para me
aventurar pela a cidade, não demorou
muito para que eu chegasse no centro, e
me dirijo a uma loja. Depois que
consigo comprar o celular novo, vou
fazer meus currículos. Preciso entregar o
mais rápido, pois, apesar de ter
conseguido guardar um bom dinheiro,
sei que não durará para sempre.

2 meses depois...
Consegui um emprego de
recepcionista em um hotel de luxo, no
centro. Estou muito aliviada por estar
longe de Leonardo, e esses meses foram
os mais felizes da minha vida. Hoje
consigo ter uma paz que há muito tempo
não tinha. Agora estou indo para casa,
desço do ônibus e caminho até em casa.
Sinto um vento frio passar por mim,
fazendo-me arrepiar toda.
Quando chego em casa, abro o
portão e em seguida, abro a porta,
quando entro na sala as luzes estão
apagadas, como sempre estão quando
chego, mas sinto um peso no ar, e
quando acendo a luz da sala, dou um
grito. Leonardo está sentado no sofá,
com os olhos vermelhos de ódio. Sinto
uma tontura e minha visão fica turva, não
consigo sair do canto onde estou.
O que será de mim? Como foi que
ele me achou?
Soffia Antonelli
Ele mantém seu olhar
demoníaco sobre mim, não consigo me
mover. Sinto que a qualquer momento
ele vai pular em cima de mim e vai me
matar, mas, sem dizer nada, ele pega um
charuto no bolso do seu paletó, e o
acende. Depois de uma tragada, ele diz:
— Estava com saudades, querida
esposa? — Não consigo responde-lo. —
Enfim, não sei você, mas eu estava. Com
muita saudade mesmo.
Ele diz, pausadamente e se levanta
do sofá com seu ar de superioridade, em
minha cabeça, tenho certeza de ele vem
para me abater, porém, quando chega
próximo ao meu corpo ele para, me olha
por alguns segundos, e diz:
— Vamos embora, e dessa vez
você não vai fugir de mim.
Fico surpresa com essa sua
postura. Não sei o que ele está tramando
para minha punição, mas, só de imaginar
o que pode ser, já me arrependo de ter
fugido. Ele abre a porta e sai, e eu o
acompanho para entrar no carro, que
estava do lado de fora nos esperando.
No caminho até o aeroporto
Leonardo não diz nada, ele fica no seu
celular e em nenhum momento me olha.
Quando o vi na sala, pensei que ele
fosse me bater ou fazer algo que me
machucasse, mas ele não o fez.
Não sei se isso é algum aviso, ou
se ele poderia ter pensado melhor, e
decidiu não me machucar, mas, de
qualquer maneira, não devo confiar.

Quando chegamos ao aeroporto,


Leonardo desce primeiro e, sob seu
olhar de reprovação, faço o mesmo. Dou
um suspiro pesaroso, sei que o meu
pesadelo vai recomeçar. Assim que
entramos no jatinho me sento no lugar
destinado a mim, e quando o avião
decola fecho meus olhos. Tentarei
descansar um pouco, pois estou muito
cansada, do dia de trabalho que tive.
Depois do que me pareceram
apenas alguns minutos, sou despertada
com a voz grave de Leonardo, me
chamando. Descemos do jatinho, e
entramos em outro carro.
Durante o percurso Leonardo não
tirou seus olhos de mim, e eu já estava
me sentindo nua diante do seu olhar, que,
aliás, me transmitia muitas coisas,
nenhuma delas boa, e a mais aparente
delas era seu ódio, por eu ter escapado
de suas mãos. Talvez se eu explorar essa
raiva, ele tenha alguma piedade de mim,
de minha vida. Resolvo me manifestar.
— Leonardo, eu gostaria de lhe
pedir desculpas. — Sem desviar seus
olhos dos meus ele responde.
— Poupe sua saliva, não quero
desculpas, você, mais do que ninguém,
sabe como funcionam as coisas comigo,
então, lamentações e lágrimas não vão te
salvar do que tenho preparado para
você, amor.
O que será de mim, nas garras de
Leonardo novamente? O que esse
homem irá fazer comigo? Não quero
voltar para minha vida antiga
novamente, não vou suportar tudo de
novo.
No caminho para casa, ele pede ao
motorista que passe em uma farmácia,
para que eu possa regularizar minhas
injeções, Leonardo, diferente de outros
homens da máfia, não quer que eu tenha
um filho agora. Em sua boca, ele diz que
um filho vai tirar toda a minha atenção, e
me fará deixar de lado meus deveres de
mulher. Ele só pode ser perturbado.
Quando chegamos em casa, ao
invés de Leonardo entrar na casa
comigo, ele passa direto, indo e me
arrastando, diretamente para os fundos
da casa. Ao longe consigo ver uma
pequena construção, repleta de homens
armados. Por fora a casa é bonita,
apesar de aparentar ser pequena.
Quando entramos no local, fico
chocada com o mal cheiro e a sujeira do
lugar, não vejo outro cômodo a não ser
esse que estou agora. Leonardo me olha
e diz:
— Espero que goste do seu novo
lar, vou garantir que você nunca mais,
consiga fugir de mim.
Olho em volta, analisando o lugar
deplorável em que estou, o quarto está
frio, as paredes, assim como o chão,
estão imundas. Não tem moveis, o único
lugar onde posso me apoiar é nas
paredes nojentas, e se eu quiser
descansar, só me resta o chão. Me
encolho no fundo do quarto e me abraço.

Já se passaram algumas horas


desde que estou aqui, Leonardo
certamente não iria deixar barato minha
fuga. Estou com fome, minha barriga já
dá sinais de quanto tempo estou sem
comer, minha garganta está seca ao
ponto de doer quando passa minha
saliva.
Não sei se já amanheceu ou se
ainda é de madrugada, não tem frestas
nas paredes, e o local não tem janelas,
sendo assim, não entra nenhuma luz
indicando se já é dia ou não. Não dá
para saber há quanto tempo estou presa,
mas é o suficiente para que eu saiba que
não posso ficar por muitos dias.
Pouco tempo se passa até que ouço
passos no corredor, levanto minha
cabeça e olho em direção à porta, e esta
se abre, apenas o suficiente para que um
homem coloque um prato e um copo no
chão e saía logo em seguida.
Com dificuldade pela fraqueza, me
arrasto até o prato, identifico uma sopa,
um pedaço de pão e um copo com água,
e sem pensar duas vezes, devoro tudo.
Assim que termino volto para o lugar
onde passei a noite, me encolho, fecho
meus olhos e durmo novamente.

1 Semana depois...
Já se passaram muitos dias desde
que cheguei aqui, e em nenhum momento
Leonardo veio me ver, sempre era um de
seus soldados. Não sei quanto tempo
isso vai durar, estou precisando de um
banho urgente, só posso ir ao banheiro
para fazer minhas necessidades, não
tenho como tomar banho, pois não tem
chuveiro.
Pelo menos posso lavar minhas
partes íntimas, e para isso, uso um balde
para pegar água na torneira, poderia
tomar um banho, porém as ordens de
Leonardo foram bem claras, o soldado
disse-me que não era permitido me
banhar, apenas me lavar.
Mais uma vez ouço passos no
corredor, acreditando que seja mais um
soldado, continuo com a cabeça apoiada
nos joelhos.
A porta é aberta e fechada
novamente e os passos ecoam no quarto.
Permaneço de cabeça baixa, mas meu
corpo fica rígido quando reconheço o
seu perfume, Leonardo se aproxima
mais, ainda de cabeça baixa consigo ver
seus sapatos de couro polido.
— Olhe para mim, Anjo. — Faço
como ele ordena. — Espero que tenha
gostado de sua estadia por aqui, acredito
que não tenha sido nada demais e que
você aprendeu o que deveria aprender,
estou certo?
— Por favor Leonardo, me tire
daqui eu não vou mais fugir, eu prometo.
— Me humilho diante de seu olhar
odioso, mas, só quero, preciso, sair
daqui.
— Pensei que estivesse gostando.
— Ele se abaixa ficando da mesma
altura que eu. — Mas, é claro que não
vai fugir mais, garanto que você morrerá
antes de, sequer, pensar nisso
novamente. — Meu corpo treme com
suas palavras. — Agora vamos, você
voltará para nossa casa, de onde nunca
deveria ter saído.
Ele pega meu braço, sem apertar e
me conduz em direção à mesma porta
por onde entrou. Saímos da casa velha e
vamos em direção à nossa casa. Ele
entra comigo no quarto e ouço-o dizer:
— Tome um banho, você está
fedendo. A noite vamos para a
apresentação do filho de Ettore.
Sem dizer mais nada ele sai do
quarto, e eu vou, às pressas, para o
banheiro. Encho a banheira, derramo os
sais de banho, e entro, me deliciando
com a água quente em contato com meu
corpo.
Depois do banho procuro uma
roupa confortável, olho para a cama, não
me contento e acabo me deitando. Meu
corpo relaxa instantaneamente, é muito
bom poder deitar novamente em uma
cama tão confortável quanto esta.
Fecho meus olhos, e me vem à
cabeça, meus pais. Será que eles já
estão sabendo da minha volta, ou será
que Leonardo não disse para ninguém?
Com esses pensamentos, acabo
dormindo.

Acordo com um leve roçar na


lateral do meu corpo, abro meus olhos e
quando percebo que é Leonardo, me
sento na cama, me afastando de seu
toque. Ele fecha sua expressão, e,
imediatamente, me arrependo por ter
feito o que fiz. Espero um tapa, algum
tipo de agressão, porém, não vem.
Ele caminha até uma poltrona que
tem no canto do quarto, e antes de sentar
se livra do seu terno e de sua camisa
social, tira do bolso da calça um charuto
e acende.
Leonardo senta na poltrona, e eu
fico sentada, rígida, sem saber o que
esperar diante dessa sua postura. Ele é
tão charmoso e animalesco com esse seu
ar de arrogância e superioridade,
sempre está a um passo de sua presa.
Não sei o que se passava pela
minha cabeça, quando, tolamente, pensei
em lhe dar uma rasteira, apenas para em
pouco tempo ele me mostrar o quão tola
fui.
Ele dá o primeiro trago e me
encara, o silêncio é quebrado quando
ele diz:
— Tire sua roupa. — Fico parada,
tentando compreender suas palavras. —
Agora, Soffia. — Diz entre dentes.
Engulo o nó que se forma em minha
garganta, e vou para o centro do quarto.
Eu não quero ter nenhum tipo de contato
físico com ele, mais não tenho escolha.
Com as mãos trêmulas, tiro as alças
do vestido, que automaticamente, cai aos
meus pés e fico apenas de calcinha, já
que não estava usando sutiã.
Leonardo olha para o meu corpo,
como que inspecionando, e fico com
vergonha, por estar exposta diante do
seu olhar predador.
—Tire sua calcinha, e venha aqui.
Ele amassa o charuto no cinzeiro e
descansa as mãos sobre suas coxas, a
contragosto, tiro minha calcinha e
caminho, lentamente, até ele.
Quando fico em pé à sua frente, ele
leva suas mãos até minha cintura, e sinto
seu toque me causar arrepios, juntamente
à repulsa, por ser obrigada a isso. Sem
aviso, ele dá um tapa, estalado, em
minha bunda, e dou um pulo de susto,
olho para ele e me preparo para a
agressão, que mais uma vez, não vem, e
Leonardo apenas dá um sorriso
zombeteiro.
— Vá tomar seu banho, estamos
atrasados.
Antes que ele mudasse de ideia
corri para o banheiro, ofegante mesmo
que nada tenha acontecido. Estou
surpresa por ele não ter feito nada,
Leonardo não dispensa sexo isso não é
de seu feitio. Sei que ele está
aprontando alguma coisa, só não sei se
quero descobrir o que é.
Assim que termino meu banho, vou
me arrumar, e logo em seguida,
Leonardo faz o mesmo.
Já dentro do carro penso nos meus
pais, sei que papai não se importa tanto
comigo, mas mamãe não é assim.
Mesmo relutante olho para Leonardo e
me arrisco, ao falar:
— Posso lhe fazer uma pergunta?
— Ele me fita com seu olhar gélido.
— Faça.
— Por que meus pais ainda não
vieram me ver? Eles já sabem que você
me encontrou, certo?
— Mortos não sabem de nada,
Soffia. — Com toda frieza, ele me
responde.
— Você teve essa coragem,
Leonardo? Você matou meus pais?
— Não vou falar sobre isso agora.
Vamos, já chegamos, não dê vexames.
Desço do carro desolada e seguro
o choro como se disso dependesse a
minha vida. E de fato depende, se eu
chorasse na frente de todos, isso seria
uma vergonha para Leonardo.
Assim que entro na festa procuro
um banheiro. Não pude nem conversar
com minha amiga, desabafar. Tudo o que
sei fazer neste momento, é chorar.
Já entraram várias pessoas no
banheiro, nenhuma notou minha
presença, mas quando deixo escapar um
soluço, a porta do banheiro é aberta,
levanto meu olhar e vejo Violleta.
Ela está lindíssima, corro para seus
braços e digo o quando Leonardo é um
homem maquiavélico, não tenho tempo
de falar o que ele fez com meus pais,
pois o mesmo entra no banheiro dizendo
que estava na hora de irmos. Tudo que
eu menos queria era sair daqui com ele,
mais não tenho outra escolha.
Soffia Antonelli
Leonardo me puxa pelo o braço, e
no caminho até o carro, ele cumprimenta
algumas pessoas, mas sem parar de
andar. Fico aflita e com medo do que ele
possa fazer comigo, por ter me visto
chorando na frente de Violleta. Aos seus
olhos não é bom ficar se mal dizendo
para a dama da máfia. Mas para mim,
Violleta vai além da dama da máfia, ela
é minha amiga. Quando chegamos no
carro, ele praticamente me joga no
banco de trás e, por pouco, minha
cabeça não bate no vidro da porta.
Choramingo com minhas pernas
encolhidas, em cima do banco. O carro
começa a andar.
— Já lhe disse que não a quero se
lamentando para aquela mulher.
Se o chefe o ouvisse se referindo
Violleta como "àquela mulher" o
mataria, com certeza. Assim resolveria
meus problemas, ou não, já que eu seria
entregue a outro homem que fosse da
máfia.
— Me desculpe! Juro que não disse
nada sobre o que fez. — Pelo o seu
olhar, posso ver que ele está se
segurando para não me estrangular aqui.
— Porquê, você matou meus pais,
Leonardo? Eles não tiveram culpa de
nada.
— Se você não calar a droga da
boca, vou matar você também, Soffia.
Não ouso falar mais nada. Quando
chegamos em casa, ele sai do carro sem
se importar comigo. Vou direto para o
nosso quarto, enquanto Leonardo fica na
sala. Desde que voltei, Leonardo não me
procura para fazer sexo. O que para mim
foi uma benção, e hoje, especialmente,
seria um dia em que não suportaria ele
em cima de mim, depois do que me
disse, minha repulsa só aumentou. Não
posso acreditar que minha mãezinha
morreu, por minha culpa. Leonardo deve
ter pensado que eles me ajudaram, de
alguma forma.
Tiro minhas roupas e entro na
banheira. Olho para o espelho, de frente
para a banheira, e me vejo, meus olhos
estão vermelhos e inchados, minha
maquiagem está borrada, alguns fios dos
meus cabelos estão fora do lugar. Estou
em uma situação degradante.
Quando termino meu banho, visto
uma camisola, tento sempre colocar a
que me mantenha mais coberta, mas, foi
Leonardo quem escolheu todas as
minhas peças íntimas. Me deito na cama,
e sem nenhum esforço acabo dormindo.
Dou um pulo da cama, quando ouço
tiros vindos lá da sala. Minhas pernas
ficam bambas, com cuidado abro a porta
do quarto, olho nas duas direções para
ver se vejo algum movimento.
Engatinhando vou até o topo das
escadas, vejo Leonardo atrás do sofá,
atirando para fora da casa. Por um
momento ele olha em minha direção e é
nesse momento que ele parece ser
atingido, minhas mãos tampam minha
boca, suspendendo um possível grito.
Leonardo volta sua atenção para os
atiradores, e aos poucos o tiroteio vai
diminuindo. Sei que isso é comum na
vida de quem faz parte da Máfia, mas
nunca irei me acostumar com esse tipo
de ataque.
Quando os tiros param
completamente e vejo que não tem mais
perigo, desço as escadas às pressas para
ver como Leonardo está. Não deveria
me preocupar, mas não sou como ele, um
demônio sem coração. Quando chego
mais próximo dele, vejo-o me olhar.
— O que faz aqui porra? Não tenho
certeza se todos estão mortos.
— Fiquei preocupada. — Dou de
ombros, ignorando suas palavras.
— Por sua culpa fui atingido.
— Eu fiquei assustada, queria
saber o que estava acontecendo.
— Aí, você sai do quarto? Ficou
louca de vez? Quando isso acontece, o
melhor é se esconder, e não dar uma de
curiosa. Agora, volte para o quarto, e
me espere lá, vou precisar de você.
— Tudo bem.
Subo para o quarto novamente,
como fui idiota em descer para ver
como ele estava. Deveria ter dado as
costas e voltado para o quarto, ele é um
crápula, que não merece ninguém ao seu
lado.
Me sento na beirada da cama, e
pouco tempo depois, Leonardo entra no
quarto, com sua blusa banhada de
sangue. Não tinha ideia que o ferimento
era tão sério assim.
— O que faz aí parada? Vá pegar a
caixa de primeiros socorros.
Toda a minha preocupação cai por
terra, com sua arrogância. Vou até o
banheiro e pego a caixa, logo em
seguida volto para o quarto.
Quando chego no quarto, Leonardo
já estar sem sua blusa, me aproximo
para fazer o curativo. O buraco não está
fundo, aliás a bala foi de raspão.
Enquanto pego as coisas nas
caixas, ele tira do seu bolso um charuto,
depois acende. Olho para a caixa de
primeiros socorros, e vejo dois frascos,
um com álcool e outro com soro
fisiológico.
Vem na minha mente uma coisa
perversa, opto pelo o frasco de álcool.
Pego um algodão e ponho uma boa
quantidade do líquido e assim que está
encharcado, aperto-o no seu ferimento.
— FILHA DA PUTA! O que está
fazendo sua inútil? — Leonardo grita ao
pé do meu ouvido e me arrependo da
brincadeira. Não devemos brincar com
o diabo.
— Só estou limpando seu
ferimento, para não infeccionar.
— Termina logo essa porra, e saia
da minha frente.
Termino o curativo e vou correndo
para a cama. Enrolada, me lembro do
que fiz, e dou um sorriso, satisfeita por
ter causado alguma dor no diabo.
Acordo com passos no quarto, Leonardo
está na frente do espelho, ajeitando sua
gravata. Pelo reflexo ele me vê, e sua
cara não é das melhores, ele se vira e
vem até mim. Me sento na cama, e ele
segura firme nos meus cabelos.
— Vou precisar viajar, mas fique
ciente de que se você tentar alguma
coisa, os meus soldados tem ordens para
atirar em você, amor. — Ele desliza a
mão que estava nos meus cabelos até
meus lábios.
— Voltarei amanhã! Chamei uma
pessoa para lhe fazer companhia,
quando eu voltar vamos recomeçar
nossa vida sexual, o que acha? Você não
sabe o quanto estou louco para possuí-
la.
Tento esconder minha cara de nojo,
mas é impossível. Quando estou prestes
a protestar sobre uma babá no meu pé,
ele deposita um selinho nos meus lábios,
e saí. Vou bufando para o banheiro,
tomar um banho para ver se me acalmo.
Quando saio, quase não posso acreditar
no que vejo.
— MAMMA? — Grito.
Minha mãe está sentada na beira da
cama, quando me vê se levanta e vem
me abraçar. Retribuo com muita
felicidade e alívio, por Leonardo ter
mentido para mim. Desfaço o abraço
para encará-la.
— O mio Dio! Pensei que a
senhora estivesse morta. — Ela me olha
sem entender nada.
— De onde tirou essa loucura,
ragazza? Só não vim antes, porquê seu
marido não havia permitido.
— Aquele escroto, me disse que
tinha matado você e o papai.
— Não filha, ele apenas ficou
furioso quando descobriu que você
havia conseguido fugir. Ele disse isso
apenas para mexer com o seu
psicológico. — Que homem doente! —
O importante é que estou aqui agora.
Estava com tanta saudade minha filha.
Quero que me conte tudo que fez, e devo
lhe dizer que não fiquei feliz com sua
partida, ainda que tenha sido para a sua
felicidade. Você tem que entender, que
ninguém consegui fugir desses homens
sem corações. Todas um dia tentaram
fugir, e falharam neste quesito.
— Mas eu tinha que tentar, e se
fosse para fugir novamente, eu faria.
Não posso viver com alguém como,
Leonardo, mamma.
— Você não é louca de tentar uma
coisa dessa, minha filha.
— Só preciso de outra
oportunidade, e farei mamma. O erro de
vocês foi desistir de primeira, não vou
desistir de ter minha liberdade, nem que
para isso, eu morra tentando.
— Não diga uma coisa dessas,
Soffia. Você não deve e nem pode tentar
uma barbaridade dessas. Dessa vez
Leonardo vai lhe matar.
— Se ele quisesse, já teria feito,
mamma. Ele sente algo por mim, e vou
usar isso a meu favor.
— Desisto! Só espero, que não se
arrependa de seus atos.
Passei uma tarde ótima ao lado de
mamma. Falei para ela o quanto fiquei
aliviada e feliz, ao passar esses meses
sem Leonardo na minha cola. Poderia
estar louca, mas se tivesse outra
oportunidade eu fugiria sim. Talvez se
eu forjasse minha morte, desse certo. Só
não quero viver com Leonardo, me
sujeitando a uma vida inteira infeliz.
Termino meu jantar, subo, e logo depois
do banho, adormeço.

Leonardo Antonelli
Soffia me irrita com suas
lamentações, isso não me faz ter pena ou
compaixão. Na verdade, só aumenta meu
ódio e irritação, e tento, ao máximo, me
controlar. Ainda estou com muita raiva
por ela ter conseguido fugir de mim, o
que tinha em mente para ela era
perverso. Mas me contive, para não ser
ainda mais filho da puta, com ela. Até
lhe dei um tempo com o sexo, porque sei
o quando me odeia, posso sentir a
repulsa transbordar por seus poros.
Ela passa direto para o quarto, tiro
meu paletó e vou até o bar. Preparo um
copo de whisky para mim. Pouco tempo
depois ouço o primeiro tiro ecoar do
lado de fora. Vou para trás do sofá, pego
a Glock que está na minha cintura e
quando vejo o primeiro infeliz
atravessar as portas, dou-lhe um tiro
certeiro na cabeça, meus soldados
atiram do lado de fora, e me pergunto
como conseguiram entrar na minha casa,
tão facilmente?
Por instinto, olho para o topo da
escada, e meus olhos se encontram com
os de Soffia, ela está agachada, e seus
olhos estão amedrontados, por um
momento me passa na mente, como seria
se um desses miseráveis conseguisse
pegá-la.
Enquanto minha atenção ainda está
nela, de repente, sinto uma queimação
em meu ombro. Fui atingido de raspão,
me viro para a porta e atiro no
desgraçado.
Quando dou por mim, Soffia já está
ao meu lado, e no fundo fico feliz por
ela ter se preocupado, mas foi um
grande perigo, pois ela também poderia
ter sido atingida, e por isso, faço com
que ela se sinta culpada, só para mexer
com seu psicológico.
Prefiro assim do quer ter que lhe
atingir de outro modo, não quero perder
minha cabeça. Depois que os tiros
param, vou para fora da casa, vejo
alguns homens mortos, a maioria é do
lado do inimigo. Tem alguém infiltrado
aqui, não seria possível entrar, sem
ajuda de outra pessoa.
Faço uma reunião com os meus
soldados e dou ordem para que levem
um dos que ficaram vivos até o galpão
de tortura. Quero saber quem está por
trás deste ataque, algum deles abriu a
boca, isso não faz sentido algum, não
seria possível entrar e sair como se nada
tivesse acontecido, é morte na certa.
Isso foi um aviso, tem guerra chegando.
Volto para o quarto e peço para
Soffia fazer um curativo, faltou pouco
para não lhe dar um tapa na cara, quando
ela usou álcool de propósito no meu
ferimento. Depois do curativo feito,
Soffia vai dormir, preciso fazer o
mesmo, pois amanhã viajarei ao Brasil.
Tenho empresas naquele país, e um
dos melhores hotéis, mas não costumo ir
lá, porém preciso ver como estão as
coisas, e uma ou duas vezes no ano viajo
para saber como andam os negócios.
A maioria dos empregados não me
conhecem, pois prefiro ficar no sigilo.
Me deito ao lado de Soffia, e posso
ouvir sua respiração, leve, de quem
adormeceu. Fecho meus olhos, cansado,
e acabo dormindo também.
Soffia Antonelli
Desperto do meu sono, sentindo
uma mão deslizando sobre meu rosto.
Sem me mover, contínuo com os meus
olhos fechados, não preciso abri-los
para saber de quem se trata.
Tento deixar minha respiração o mais
calma possível, não quero que Leonardo
perceba que eu estou acordada.
Lembro bem do que ele me disse
quando saiu para sua viajem de
negócios. Estou cansada de ter que me
deitar com quem não amo. Me sinto um
lixo por ter que me submeter a ele e ao
que ele faz comigo. Isso tem que acabar.
Apesar de o homem ser exuberante,
não sinto o mínimo desejo por ele. A
vida não se resume apenas a sexo, e
Leonardo está longe de me fazer mudar
de ideia. Porém, quando me faz sentir
prazer, devo admitir que é diferente de
qualquer coisa que já imaginei. Mas
nada me faz apagar tudo que ele me fez,
e não vai ser uma noite de sexo, que vai
mudar o que sinto em relação a isso.
Saio dos meus pensamentos com
sua voz suave.
— Se você soubesse, o que me faz
sentir, ragazza. — Sinto seu hálito
quente, bater contra meu rosto, e em
seguida ouço, seus passos se afastarem
da cama. Sei que Leonardo sente algo
por mim, mesmo que seja doentio da sua
parte. Não entendo esse seu jeito de
gostar, mas vou usar esse sentimento
para fugir mais uma vez. O importante é
tentar, não sou de desistir dos meus
objetivos.
Aos poucos vou abrindo meus
olhos, olho ao redor e não vejo sinal de
Leonardo, talvez tenha descido. O sol já
está forte lá fora, me levanto da cama, e
caminho em direção do banheiro. Assim
que termino meu banho, desço, e quando
chego na cozinha a mesa está preparada
apenas para mim. Leonardo já saiu, e eu
fico mais tranquila.
Faço minha refeição sozinha,
tentando pensar em uma maneira de
fugir. E se eu forjar, minha morte?
Talvez dê certo. Assim Leonardo me
deixaria em paz, claro que têm que ser
algo muito bem planejado, não posso
deixar pontas soltas, mas quem poderia
me ajudar? No momento não tenho
ninguém. Violleta não poderá fazer isso
mais uma vez, estaria mais que na cara e
não posso coloca-la em risco mais uma
vez.
Não tenho muitos amigos, aliás não
tenho nenhum. Se tive algo parecido com
um amigo, era quando estudava em um
instituto que era muito rigoroso. Lá
conheci muitas pessoas, mas era muito
difícil me achegar a alguém por conta da
Máfia. Tinha o Pablo.... É isso! Pablo
foi algo parecido com um amigo. Não
éramos tão próximos, mas tínhamos uma
amizade saudável.
Ele sempre me ajudava em algumas
matérias, principalmente em Ciências,
ele estava se formando para ser médico,
dizia que a Medicina era sua paixão, não
tinha um dia que ele faltasse. Já eu, não
importava o que estudasse, pois já
estava destinada a ser uma mulher da
Máfia. É isso! Vou pedir para Leonardo
me deixar ir até um ginecologista, ele
não conhece Pablo. Vou convencer
Pablo a me ajudar.
Preciso que me ajude a arrumar um
corpo com as mesmas características
que o meu. Colocarei este corpo no
lugar do meu, numa explosão. O único
pormenor é: Como vou forjar uma
explosão? O corpo tem que estar em
péssimas condições quando for
encontrado, para ficar difícil identificar.
Isso me dará tempo de fugir para bem
longe, onde Leonardo nunca mais possa
me achar. Sei que isso tudo levará
tempo, ainda não sei como vou fazer,
ainda não sei se Pablo me ajudara. A
única certeza que tenha é a de que vou
fugir.
Contemplo, pela janela do quarto, a
escuridão lá fora. A noite está muito fria
e a neve já começa a cair, deixando a
grama branquinha, Leonardo já deve
estar perto de chegar, e junto com sua
chegada vem minha angústia. Só de
pensar no que virá pela a frente, me
causa náuseas. Queria poder entender as
leis da Máfia, mas não entra na minha
cabeça que uma mulher deva se casar
com um homem desconhecido, e que
seja uma esposa submissa. Isso nunca
vou engolir.
A porta do quarto é aberta, meu
corpo se arrepia já sabendo de quem é.
Me viro para recebê-lo como se deve.
Caminho em sua direção pronta para
tirar suas roupas, como sempre faço
quando ele chega. O seu perfume forte,
já tomou todo o quarto. Enquanto tiro
sua gravata, por um instante olho em
seus olhos. Eles estão pacíficos, sem
demonstrar qualquer sentimento. Volto a
me concentrar em suas vestes. Tiro seu
paletó e sua camisa. Seu peitoral e
abdômen são perfeitos, qualquer mulher
morreria para estar no meu lugar, e
poder tocá-lo. Mas para mim, um corpo
sexy e uma cara bonita, não são
suficientes.
Quando me vem à mente, a
esperada fuga, minhas mãos começam a
tremer. Se Leonardo ao menos sonhar
com isso, estou morta. Por isso, preciso
ser esperta dessa vez e não bobear. De
repente Leonardo segura em meus
pulsos, e me impede de continuar.
— Por que ficou nervosa, baby? —
Ele pergunta, estreitando seu olhar.
— Não é nada! Apenas sua
presença, me deixa assustada. — Não é
mentira, mas meu nervosismo foi por
pensar na fuga. Meu medo só se
intensifica, ainda mais quando penso na
possibilidade de Leonardo descobrir, de
alguma forma, o que planejo.
— Minha presença, hum! — Me
encara desconfiado. — Você é minha
coelhinha, e eu sou, seu lobo mal. Hoje
vou devorá-la, baby.
Dito isso ele me agarra pela a
cintura, tomando meus lábios com
fervor. Leonardo segura na minha nuca
intensificando o beijo. Sua língua toma
todo o espaço da minha boca. Não
correspondo o seu beijo. Mas ele exige,
me suga, me obrigando a corresponde-
lo. Entro no embalo do beijo ardente.
Ele desce suas mãos até meu bumbum, e
o aperta com força, fazendo um gemido
escapar dos seus lábios. Leonardo sobe
suas mãos novamente, mas dessa vez é
para rasgar minha camisola, e me deixar
apenas de calcinha. Seguro em seus
braços, com o susto que levo.
Ele separa nossos lábios para me
encarar. Seus olhos descem até meus
seios. Leonardo desce seus lábios até
um dos meus mamilos, ele chupa e
morde, enquanto belisca e aperta o
outro. O problema é que tudo que ele faz
é com carinho. Para mim, preferiria que
fosse com dor e brutalidade, pois assim
ficaria mais fácil para odiá-lo. Tento
controlar meu corpo, mas o prazer se
espalha tornando o controle impossível.
Ele desce uma de suas mãos até minha
boceta, e sussurra em meu ouvido:
— Está molhadinha! pronto para o
lobo mal, devorá-la.
Ele me senta em cima da cômoda,
rasga minha calcinha e abre bem minhas
pernas. Seus dedos deslizam pela minha
boceta molhada e pulsante. Meu corpo
traidor, corresponde às suas carícias.
Ele põe o rosto entre minhas pernas e dá
um beijo delicado em minha boceta
antes de começar a chupá-la.
Seguro com firmeza na barra da
cômoda, para reprimir o prazer que
estou sentindo, mas, mais uma vez sou
traída pelo meu corpo e agarro seus
cabelos. Isso é um jogo, Leonardo está
usando o sexo para me punir.
Ele sabe que não o amo e que tenho
repulsa de suas mãos, mas está sendo
carinhoso para me ver delirante, em seus
braços, me provando que pode me
subjugar a qualquer tempo. O pior de
tudo, é que não consigo lutar contra isso,
não enquanto estou em seus braços.
Sinto sua língua molhada em
minhas dobras, e quando ele toca meu
clitóris, tudo fica mais intenso. Ele
pressiona meu botão, fazendo
movimentos de cima para baixo,
fazendo-me fechar meus olhos, para que
ele não veja meu desejo que transborda
por eles.
— Não tente lutar baby! Você não
ganhará essa batalha.
— Mas a guerra sim! — Sem
pensar digo. Leonardo para os
movimentos, e se levanta, ficando,
novamente, da minha altura. Meu
coração bate acelerado no peito, com
medo do que ele possa fazer.
— O que disse, Soffia? O que você
está tramando desta vez? — Ele põe
uma mão em cada lado do meu rosto.
Sinto um desconforto. — Responda!
— Não estou tramando nada,
Leonardo! Disse sem pensar, desculpe-
me.
— É melhor, para o seu próprio
bem, que esteja falando a verdade. Não
pense que terá uma segunda chance,
Soffia.
Ele me pega em seus braços e me
deita sobre a cama. Vejo-o tirando sua
calça junto com sua cueca. Seu membro
ainda me assusta, ele é tão potente e
muito dotado. Nunca vi outro pênis em
toda minha vida, mas tenho certeza que
esse é bastante grande.
Ele se deita entre minhas pernas, se
acomodando. Leonardo posiciona seu
grandioso pau na minha entrada, e com
rapidez entra dentro da minha boceta.
— Ah! Que delícia, baby.
Suas mãos envolvem meu corpo, e
seus movimentos começam a ganhar
ritmo. Cravo minhas unhas em seus
ombros, quando sinto uma de suas
estocadas chegar no meu ponto "G".
Queria não sentir essas coisas, mas nada
que eu faça impede meu corpo de sentir
o prazer, a entrega que estou sentindo
agora.
Não consigo não me deixar
dominar por ele, agora, mas sei que em
breve tudo isso ficará no passado,
porque estou perto de fugir e nunca mais
voltar, e não será uma noite de sexo que
mudará a forma que penso ou a minha
decisão.
Suas estocadas estão cada vez mais
frenéticas. Abro mais minhas pernas,
para lhe dar passagem. Leonardo beija e
chupa meu pescoço. Arranho suas
costas, enquanto empurro mais meus
quadris de encontro a ele, assim posso
senti-lo, mais forte, mais fundo. Perco a
noção de onde estou quando sinto meu
orgasmo chegar.
Seguro mais forte em seus braços,
ele intensifica seus movimentos,
aumentando o atrito entre sua virilha e
meu clitóris. Gozo gritando seu nome,
enlouquecida, por tamanho prazer e
luxúria
— Isso meu amor! Grite meu nome,
enquanto te faço gozar, nos meus braços.
Sinto seu pau latejar dentro da
minha boceta, jorrando seu líquido
quente dentro de mim. Seu corpo tomba
sobre o meu, sua respiração está
desregulada, como a minha. Sinto o
líquido viscoso descer pelas minhas
pernas, quando ele tira seu pau de dentro
da minha fenda.
— Leonardo? — O chamo.
— Fala. — Ele responde, com seu
rosto na curva do meu pescoço.
— Preciso marcar uma consulta
com um ginecologista. Posso? — Tento
parecer o mais tranquila possível.
— Não gosto da ideia de outro
marmanjo olhando minha boceta, Soffia.
— Que antiquado.
— Não é para isso, Leonardo.
Apenas quero me consultar, falar sobre
um incomodo que sinto quando
transamos.
— Tudo bem, Soffia, marque a
consulta. — Fico aliviada. — Contanto
que ele venha lhe consultar aqui, em
nossa casa. — Meu corpo trava.
— Tudo bem! — Digo, sem
conseguir pensar em nada para mudar a
situação.
— Agora, vamos para o banheiro.
A noite ainda não começou.
Ele me ajuda a levantar. Saímos
rumo ao banheiro. Agora preciso dar um
jeito, para Pablo vir até aqui. O
problema é que ele não é ginecologista,
isso foi apenas uma desculpa para ir até
o hospital e conseguir falar com ele.
Não sei o que vou fazer, mas vou dar um
jeito nisso.
Soffia Antonelli
Ando de um lado para outro
pensando se o que tenho em mente, é o
certo a se fazer. Temo pela a vida de
Pablo, caso o mesmo aceite me ajudar.
Ele será um homem morto se Leonardo
ao menos desconfiar de alguma coisa.
Não tenho mais ninguém para me ajudar,
essa seria minha única oportunidade de
tentar, mais uma vez, fugir de Leonardo.
Preciso ligar para o hospital, e
tentar falar com Pablo. O grande
problema vai ser conversar com ele
aqui. Tenho medo da casa ter alguma
escuta ou câmeras. Num olhar mais
atento não vejo nada, mas devo esperar
tudo de Leonardo.
Caminho até o criado mudo, e pego
meu celular que estava carregando.
Desde quando tinha voltado, que ainda
não tinha usado. Pesquiso na internet o
número do hospital, dígito os números e
não demora a para chamar. Do outro
lado da linha uma voz, educada, atende:
— Hospital Salvatore. Em que
posso ajudar?
— Bom Dia! Aqui quem fala é
Soffia Antonelli. Eu gostaria de falar,
com o Dr. Pablo Grecco, você poderia
passar essa ligação para ele?
— Como desejar, senhorita, um
momento, por favor. — Espero alguns
segundos, e logo ouço a sua voz rouca
do outro lado da linha.
— Alô?
— Pablo?
— Sim?
— Pablo, sou eu, Soffia.
— Desculpe-me, não conheço
ninguém com esse nome, seja mais clara.
— Estudamos juntos, lembra?
— Ah, Soffia, agora me lembro.
Quanto tempo. Como você está?
— Estou bem! Gostaria de marcar
uma consulta com você, mas não posso
ir até aí. Você poderia vir até minha
casa?
— Claro! Posso ir amanhã, tudo
bem para você? Me diga o horário e me
passe o endereço, que estarei aí.

Depois que lhe expliquei tudo


direitinho, finalizei a ligação. Deixei-o
acreditar que realmente era uma
consulta, pois com certeza Leonardo
grampeou meu celular.
As horas passam rápidas demais.
Resolvi eu mesma fazer o jantar, preciso
me manter firme como se nada estivesse
acontecendo; fecho meus olhos e respiro
o cheiro bom que vem da travessa de
vidro. Fiz a tradicional, macarronada
italiana, deixo a mesa preparada e volto
para lavar a louça. Quando estou
terminando, sinto suas mãos envolverem
minha cintura. Meu corpo gela, quando
seus lábios vão parar no meu pescoço.
Seu perfume contagiante, invade o
ambiente.
Da minha cintura, suas mãos
descem para debaixo do meu vestido.
Não sei qual é o seu problema,
Leonardo não é de agir assim. Ele aperta
forte meu bumbum, e logo em seguida dá
um tapa fazendo-me assustar.
— Por que está lavando essas
louças? Cadê os empregados? —
Pergunta no pé do meu ouvido. Me viro
para encara-lo.
— Dispensei os empregados, e eu
mesma fiz o jantar, achei que não
houvesse problemas.
— Então foi você que fez o jantar?
— Diz parecendo surpreso.
— Sim! Não sou uma inútil e gosto
de cozinhar. — Ele dá uma gargalhada
gostosa, causando-me sensações que não
consigo identificar.
— Não estou dizendo que é! Só
achei diferente. — Ele segura na minha
cintura e me põe sentada em cima do
mármore da pia. — Já que você
dispensou os empregados cedo, vamos
aproveitar.
Ele levanta o meu vestido tirando-o
do meu corpo, me deixando só de
calcinha, mas que logo trata de tira-la.
Com rapidez tira seu paletó e sua camisa
branca, deixando seu peito a mostra, se
aproxima novamente tomando meus
lábios em um beijo avassalador, me
deixando sem fôlego. Sua mão desce
para minha boceta, massageando meu
centro de prazer. E me fazendo soltar
gemidos entre nosso beijo. Leonardo
desfaz nosso beijo para chupar um de
meus seios, e enquanto me chupa,
aumenta seus movimentos na minha
boceta.
Me agarro firme ao seu pescoço
quando ele introduz dois dedos na minha
intimidade, que já está molhada,
convidando-o. Não queria sentir o que
sinto com ele, mas Leonardo sabe o que
fazer para me deixar louca, mas isso
logo acabará, e me verei longe de suas
mãos. Ele aumenta os movimentos de
vai e vem com seus dedos, me deixando
de pernas bambas. Olho para seu rosto e
consigo ver o desejo transbordar por
eles.
Quando estou perto de me libertar,
ele para me deixando frustrada. Não
acredito que estou achando ruim, o
homem que odeio, parar de me foder
com seus dedos. Vejo-o desabotoar sua
calça, e seu pau pular para fora.
Leonardo volta a se aproximar e me
penetra fortemente, fazendo com que
minha boceta o receba e se contraia
quando ele mete mais fundo.
Leonardo solta grunhidos. Meus
seios balançam com suas estocadas.
Novamente sou tomada em um beijo
caloroso, que causa arrepios em meu
corpo. As mãos de Leonardo vão
novamente para os meus seios,
apertando os meus mamilos.
Ele enfia com força, me fazendo
gritar, e o atrito de sua pélvis com a
minha, envia vibrações que se espalham
do meu ventre para o resto do meu corpo
e o poderoso orgasmo vem, me
quebrando por dentro. Ele segura meu
rosto enquanto continua me fodendo. Seu
olhar fica preso no meu, sem desviar um
segundo, gotas de suor descem por seu
rosto e pescoço, fazendo com que a cena
fique ainda mais erótica.
Minha boceta ainda dá espasmos
do orgasmo recente quando Leonardo
me sustenta em seus braços, e faz com
que eu passe a me mexer, subindo e
descendo. Nunca tínhamos transado
nessa posição, e confesso que é muito
prazeroso. Com firmeza ele segura no
meu bumbum, fazendo-me subir e descer
mais rápido. O barulho dos nossos
corpos se chocando ecoa na cozinha.
Leonardo dá um gemido rouco, e
preenche minha boceta com seu gozo.
Ele me senta novamente no mármore, e
ficamos abraçados até nossas
respirações voltarem ao normal, depois
ele me levanta em seus braços para que
eu não pise no chão e me leva, escada
acima para tomamos um banho e logo
em seguida, descemos e jantamos em
silêncio, subimos juntos depois do jantar
e após nossa higiene, vamos para a
cama, onde mais uma rodada de sexo
nos deixa exaustos, e assim que acaba
me viro de costas para ele, e deixo o
sono me dominar.
Quando acordo, Leonardo já saiu para o
trabalho, tomo um banho rápido e desço
para tomar café. Estou ansiosa,
esperando Pablo chegar. Ele me ligou
avisando que já estava a caminho, e
optei por conversarmos no jardim, que é
aberto e não têm perigo de ninguém nos
ouvir. Os soldados vão ficar distantes,
assim não vão poder fofocar para
Leonardo.
Ao longe vejo os portões se
abrirem, e o carro de Pablo passar por
eles. Me levanto para recebe-lo. Quando
ele chega próximo a mim, estendo minha
mão para cumprimenta-lo, convido-o
para sentar e chamo uma das
empregadas, à qual peço que traga café
e suco.
— A quanto tempo, Soffia. Não
sabia que tinha se casado.
— Bastante tempo né, Pablo? Me
casei, e foi por isso que lhe chamei aqui.
— Ele me olha pensativo. — Não estou
feliz com este casamento, sou mantida
em cárcere privado, sem poder sair ou
me envolver com alguém. Fui obrigada a
me casar com esse monstro e por isso
preciso de sua ajuda.
— É muita coisa para digerir.
Como assim foi obrigada? Seus pais
tinham conhecimento que ele era assim?
— É uma longa história e você não
entenderia. Por isso você só pode saber
o necessário. Quero que me ajude a
forjar minha morte. — Digo, sem
pausas, e vejo o espanto em seu rosto.
— E como vou fazer isso? E pior,
se seu marido descobrir algo?
— Não se preocupe, ele não vai
descobrir. — Assim espero. — Pegue
um papel e anote algo nele, uma receita
de medicamentos, para que ninguém
desconfie de algo. — Ele faz como digo.
— Como você é médico, tem passagem
liberada. Sendo assim você poderá
arrumar um corpo, com as minhas
características. Vamos forjar uma
explosão para dificultar a identificação.
— Isso tudo é uma loucura. Você
tem noção do que está me pedindo?
— Sim, tenho! Mas só posso contar
com você. — Digo aflita.
— E como você pretende forjar
essa explosão?
— Vou explicar direitinho. Vou
dizer que estou sentindo dores, e você
vai me pedir alguns exames, desta
forma, conseguirei ir ao seu consultório.
Lá você me ajudará a colocar um corpo
dentro do carro. No cofre do meu
marido tem bombas, vou pegar algumas
e plantar no carro. Vai demorar alguns
dias para ele sentir falta, já que tem
muitas.
No caminho de volta, vou dar um
jeito de despistar os seguranças, pular
do carro em movimento, e logo depois
ele vai explodir. Também vou precisar
que arrume um passaporte falso, e todos
os outros documentos. Depois preciso
que você compre uma passagem, para o
Brasil. Eu sei que é uma loucura, mas
preciso muito que me ajude Pablo.
— Soffia, isso é uma loucura. —
Ele pensa por algum tempo, mas assente.
— Está bem! Só espero que não sobre
para mim.
— Obrigada! Não vai sobrar, eu
prometo. Jamais terei como te
agradecer, não sei o que seria de mim
sem você.
Depois que ele faz algumas
anotações, ele entrega-me uma receita e
um pedido de exames, falsos, que me
levarão até sua sala, no hospital. Espero
que esse plano dê certo. Combinamos de
nos encontrar daqui a dois dias, esse é o
tempo que ele necessita para organizar
tudo. Agora é só esperar.
Soffia Antonelli
Depois que Pablo foi embora, me
tranquei no quarto. Preciso colocar tudo
no devido lugar, para não dar merda. Se
bem, que tudo isso já é uma grande
merda. Há grandes possibilidades de
Leonardo descobrir tudo, mas, por outro
lado, preciso tentar mais uma vez, é a
minha felicidade que está em jogo.
Não posso viver assim, eu me
recuso a me sujeitar a cumprir as leis
estúpidas da Máfia. Eu não pedi por
isso. Amanhã vou até o subsolo da
mansão, sei que lá têm um imenso cofre,
onde são guardas as armas e explosivos
que Leonardo usa para explodir as sedes
dos grupos rivais, ou até mesmo ataques
terroristas contra oponentes.
Tomo meu banho tranquilamente,
até que sinto sua presença no banheiro.
Me viro e vejo Leonardo escorado na
porta do banheiro me observando. Ele
olha em meus olhos, sem desviar, me
causando arrepios, e forço um sorriso,
mas seu rosto continua impassível, e eu
continuo a sentir sua aura maquiavélica
me assombrando.
De repente, a passos largos, ele
chega bem próximo de mim, põe uma de
suas mãos em volta do meu pescoço,
mas não aperta, e com sua outra mão
alisa meu rosto. Posso sentir o desejo
dele pela maneira que me toca, e embora
o seu toque não seja carinhoso, sinto
meus batimentos cardíacos na garganta
quando ele sussurra, muito próximo ao
meu rosto:
— Minha menina, você é tão
inocente. Esse seu medo só me deixa
mais fascinado. Você nem têm noção do
quanto posso ser perverso, e mesmo
assim ainda me provoca. — Suas
palavras me deixam em alerta.
— Por que você estar falando isso?
Não me lembro de ter feito nada. — Seu
olhar escurece, vejo seu maxilar trincar
e uma veia saltar em sua têmpora.
— Você toma banho com a porta
aberta, e diz que não está fazendo nada?
— Ele pega minha mão e põe sobre sua
calça, mais precisamente sobre seu pau,
que já está duro. — Você me provoca
sem se esforçar para isso. E isso é muito
bom, porque como eu disse, gosto da sua
inocência.
Ele se livra de suas roupas em um
piscar de olhos, e cola seu corpo ao
meu, me envolvendo por completo. Sinto
meu corpo encostar na parede fria do
banheiro, meu bumbum é alcançado por
suas mãos, que o aperta com força,
enquanto ele esfrega seu pau na entrada
da minha boceta.
— Soffia, Soffia... Você é tão
saborosa.
Sua boca toca meus lábios em
movimentos suaves e sensuais. É algo
diferente, como se ele realmente
estivesse saboreando o meu gosto. Aos
poucos me rendo ao seu beijo, e às suas
carícias. Ele desce por meu rosto, um
caminho de beijos até meu pescoço, e
sobe para dizer, num sussurro, ao meu
ouvido:
— Eu quero tudo de você, Soffia.
Estou tentando ser uma pessoa melhor
por você. A única coisa que peço é que
me dê uma chance para que as coisas se
acertem entre nós. — Sua voz é como
súplica, minha cabeça está uma bagunça,
de repente ele se afasta para me olhar.
— Se você continuar assim,
colaborando comigo, vamos ficar bem.
Você não conheceu o verdadeiro
Leonardo, e espero que nunca precise.
Balanço minha cabeça
negativamente. Ele dá um pequeno
sorriso e volta a me beijar como antes.
Sem aviso, ele me suspende nos braços
e me penetra. Suas estocadas são fortes
e firmes, me levando à loucura. Não sei
o que pensar sobre tudo o que acabou de
acontecer, Leonardo se declarando é
novidade pra mim.
Ele segura minhas pernas ainda
mais abertas, e soca com mais força,
enviando ondas de prazer por todo meu
corpo. Solto um gemido quando sinto
seu dedo penetrar meu ânus. A sensação
é gostosa, e por mais que eu lute contra
o que estou sentindo é impossível não
ficar excitada.
Minha boceta lateja liberando meu
gozo, deixando-me ainda mais molhada
e tornando tudo mais prazeroso, já que o
seu pau desliza dentro de mim com
muito mais facilidade.
— Ah, caralho eu vou gozar! —
Seu grunhido ecoa no banheiro, o que
sinto com ele se libertando dentro de
mim é surreal. Leonardo é o tipo de
homem que qualquer mulher gostaria de
ter. Mas eu não o quero por várias
motivos, e um deles é a falta de amor,
pois eu não o amo.
Depois que nos recuperamos
terminamos de tomar o nosso banho e
nos preparamos para jantar. Descemos
juntos e agora estou aqui, na mesa de
jantar, com Leonardo concentrado em
seu prato, e sem que eu espere, ele
questiona:
— Como foi a sua consulta? — Ele
quebra o silêncio.
— Foi ótima, o médico foi bastante
atencioso, eu lhe disse que estava
sentindo dores na barriga. Ele deixou as
guias para que eu vá até o hospital fazer
alguns exames — Ele para de comer
para me olhar.
— Você não me disse que estava
com dores.
— Não queria aborrecê-lo com
isso.
— Você dizer que não está se
sentindo bem não vai me aborrecer,
Soffia.
— Desculpa, eu realmente não
achei necessário. Não acho que seja
nada grave.
— Tudo bem! Amanhã vou viajar
novamente. — Ele diz, e respira fundo
para continuar. — Vou passar uma
semana fora, mas os soldados poderão
fazer sua guarda até o hospital. Quando
você vai?
— Depois de amanhã.
— Espero que não tente nada de
imprudente. Como disse horas antes,
estou tentando ser melhor para você.
Não queira conhecer o pior de mim.
Engulo seco, pois é exatamente isso
que farei. E o fato dele não está em casa
vai facilitar muito as coisas para mim.
Olho confiante para ele e digo:
— Não se preocupe, não farei nada
de imprudente. Só vou fazer meus
exames, apenas isso.
Leonardo volta a comer e eu faço o
mesmo, terminamos a refeição em
silencio, e depois subimos para dormir,
cada um virado para um lado. Amanhã
tenho que entrar no cofre, e por sorte
tenho a senha pois Leonardo me passou,
para o caso de emergência, o cofre é tão
grande que se houver alguma invasão,
podemos nos esconder lá. O lugar é
enorme, e impenetrável.

Dia da fuga
Pego minhas coisas, pronta para
sair, levo apenas uma bolsa de mão com
um pouco de dinheiro, nada que vá fazer
falta para Leonardo, a bomba também
está na bolsa. Desço, vou direto para a
garagem, passo pelos seguranças e entro
no carro.
— A senhorita deve ir conosco. —
Um dos soldados diz.
— Quem disse? — Digo,
indiferente. — O carro é meu, e se eu
digo que vou dirigindo, eu vou.
Antes que ele diga algo, entro no
carro e saio. Quando chego ao
estacionamento do hospital armo a
bomba para ficar já no ponto. Ordeno
que os soldados fiquem na portaria do
hospital, (assim eles não verão quando
Pablo me ajudar a colocar o corpo no
carro), e sigo para a sala onde,
supostamente, farei os exames. Entro na
sala com o coração na mão.
— Está tudo pronto, Pablo?
— Por Deus, Soffia. Têm certeza
de que é isso que você quer? — Ele
pergunta, preocupado.
— Sim! Eu preciso fugir, quero ser
feliz e tentar ter uma vida normal. Onde
não sou obrigada a nada. Aqui, com
Leonardo, jamais terei nada disso.
— Espero que não se arrependa
Soffia e que essa merda toda não
respingue em mim, já está tudo pronto.
Aluguei um apartamento simples, para
não chamar atenção.
— Obrigada! Sou muito grata por
poder contar com a sua ajuda. Jamais
poderei agradecer o suficiente.
— Aqui estão os documentos. —
Ele me entrega uma pasta com tudo o
que vou precisar, dentro dela. — Agora,
vamos, tenho pouco tempo para fazer o
que é necessário.
Ele me puxa pela mão, e me leva
até uma sala, onde vejo vários corpos
perfilados. O cheiro de água sanitária
parece estar impregnado no lugar. Nos
aproximamos de uma bancada e ele
descobre um corpo.
A mulher realmente se parece um
pouco comigo, principalmente, os
cabelos. Pablo leva a maca para um
elevador, onde, segundo ele, sairemos
diretamente no estacionamento. Ele me
explica que é o elevador por onde as
funerárias recolhem os corpos para
levar para o preparo do velório e
sepultamento.
Com sua ajuda, coloco o corpo do
lado do motorista, terei algumas
dificuldades para dirigir, mas o carro é
automático então vai facilitar um pouco.
Quando finalizamos o que tínhamos a
fazer eu me viro para Pablo, e lhe
abraço.
— Mais uma vez obrigada, Pablo,
você está salvando a minha vida. — Ele
me olha, pensativo e diz:
— Ainda dá tempo para mudar de
ideia, Soffia.
— Não quero voltar atrás, Pablo.
Essa é minha decisão final.
— Então lhe desejo sorte.
Mantenha-se segura.
Em seguida, voltamos para a sala e
desço normalmente, com os soldados na
minha cola. Entro no carro e seguirmos
viajem. Em certo ponto, precisamente
em uma curva acelero o carro e aperto o
botão acionando a bomba para 30
segundos.
Seguro minha bolsa com firmeza,
acelero um pouco mais e espero passar
por um local mais seguro, uma espécie
de arbusto, onde eu possa pular sem me
machucar na queda. Tenho tempo de ver
o carro cair em um penhasco e explodir.
Me escondo quando vejo os
soldados passarem direto e pararem o
carro no acostamento, para observarem
o meu carro em chamas. Passo pelo lado
oposto à onde eles estão e, rapidamente,
faço sinal para um táxi, e só então
percebo que me machuquei quando pulei
do carro.
Tenho arranhões nos braços, e um
corte na mão. Pego um lenço, amarro em
volta da mão, e me acomodo no banco
de trás do carro; peço ao motorista que
me leve ao aeroporto e só depois de
muitos minutos, consigo, de fato,
entender o que aconteceu: Estou livre!

Estou dentro do avião há algumas


horas, e neste momento, Leonardo já
deve estar sabendo da minha morte. Eu
não poderia ficar sentada, esperando
que ele me libertasse, pois isso jamais
aconteceria. Não poderia desistir sem
tentar mais uma vez.
Não tive tempo de me despedir de
mamãe, e mesmo que tivesse, não
poderia, Leonardo pensaria que ela me
ajudou, e dessa vez iria matá-la de
verdade, mesmo sem que ela fosse
culpada.
Consegui dormir um pouco durante
o voo, e acordo com a comissária de
bordo me chamando, avisando que
pousamos.
Desço do avião desorientada e um
pouco enjoada. Sinto na pele os raios do
sol carioca, o clima aqui é muito
diferente da Itália, mas tenho certeza de
que logo me acostumarei com a cultura
brasileira e com o calor que sei que faz
no Rio de Janeiro.
Andei pesquisando um pouco sobre
a cidade, verificando se tenho tudo o
que preciso por perto, para que não
precise ficar me expondo, tive o cuidado
de apagar todas as pesquisas para que
Leonardo não descobrisse.
Pego o papel com o endereço do
local que Pablo alugou para mim, chamo
um táxi e entrego o endereço ao
motorista. Ele parece entender o que
está escrito no papel, pois não me
pergunta nada, apenas segue viajem.
Quanto finalmente chego no local
respiro fundo antes de entrar no
apartamento que me parece bastante
simples, mas que servirá muito bem ao
meu propósito de não chamar a atenção.
Ele é do jeito que eu queria, num
bairro mais simples também, assim não
levanta suspeitas.
Entrego meus documentos para a
recepcionista para ela confirmar as
informações que Pablo lhe passou por e-
mail. Assim que está tudo pronto subo
para o quarto. Pego a chave na bolsa e
abro a porta.
Quando entro, sinto o chão se
abrindo sob meus pés, o ar escapando
de meus pulmões, e sem acreditar no que
meus olhos estão vendo, fico parada,
estática, no lugar, sem poder me mexer.
— Já não era sem tempo, amor.
Meus cabelos já estavam ficando
brancos. Você demorou demais.
Leonardo diz sarcástico, e eu sinto
minhas pernas fraquejarem quando ele
se levanta e vem caminhando, como um
leão rodeando a presa, em minha
direção. Ele leva uma mão ao meu
pescoço, aperta fortemente e diz,
entredentes:
— Eu tentei avisá-la, Soffia. Disse
que estava tentando mudar para fazer
nossa relação dar certo de algum modo.
Mas você não ouviu, não é, sua idiota.
Você achou que realmente fugiria de
mim novamente?
Soffia Antonelli
Leonardo praticamente cospe as
palavras em meu rosto, enquanto o
aperto em meu pescoço aumenta. A falta
de ar já prejudica meus pulmões e sinto
que posso desmaiar a qualquer
momento.
— Ah, Soffia... Soffia... A minha
vontade é de lhe matar. — Ele grita, me
solta e eu caio, sem conseguir me firmar
em minhas próprias pernas, enquanto,
leva suas mãos à cabeça como se
estivesse a ponto de cometer uma
barbaridade. — Eu avisei você, porra!
Eu lhe dei a oportunidade de desistir.
Mas você é burra, Soffia! Tudo que eu
havia dito antes era verdade, e agora,
olha o que você fez! Você realmente
achou que esse seu plano idiota iria
funcionar? — Ainda no chão, eu olho
para ele e crio coragem para perguntar:
— Como você soube? — A minha
garganta está seca e dolorida, mas
consigo formar as palavras. Leonardo dá
uma gargalhada estrondosa, e em
seguida me olha, com o ódio
transbordando de seus olhos.
— Você não tem noção de nada,
não é mesmo? Como eu disse, amo sua
inocência. Pablo é um aliado, esteve
com você desde o tempo da escola.
Naquela época você já era minha, ele
cuidou de você, para mim. Ele era seu
guarda costas, seu trabalho era
acompanhar todos os seus passos. —
Meu coração dispara com suas
revelações. Esse homem é doente! — Se
Pablo estava ao seu lado, foi porque eu
permiti, ou você acha que eu iria deixar
qualquer homem se aproximar de você?
No momento em que você entrou em
contato com ele, ele me alertou sobre o
seu plano, sem lógica, quase suicida, eu
diria.
— Não importa! Eu não o amo.
Qual é a parte disto que você não
entende? Não faz sentido ficarmos
juntos. Você me mantém em cárcere
privado, isso é crime. — Digo, e
Leonardo caminha novamente em minha
direção. Com uma de suas mãos, ele
segura firme no meu maxilar,
machucando minhas bochechas.
— Sua garota estúpida, e mimada!
Você que parece não entender que é
minha. Eu sou seu dono, você é minha
mulher, então aja como tal. Você tem
sorte por eu não lhe matar, pois seria o
certo a se fazer. Estou me cansando
dessa brincadeira de rato e gato, Soffia,
e chegará o momento em que eu a
esmagarei como um ratinho nojento, pois
o gato desta história, sou eu. — Ele diz
enquanto aperta ainda mais meu rosto e
faz uma cara de nojo. — Já que você
quis vir para esse lugar paradisíaco,
vamos aproveitar cada segundo.
Quando termina de falar, ele me
arrasta para fora do apartamento, e ao
longo do caminho até o carro, todos
pararam para me ver sendo arrastada.
Quando chegamos ao carro ele me joga,
com brutalidade, no banco do
passageiro.
Choro baixinho com medo do
castigo que sei, que virá logo em
seguida. Leonardo faz a volta, entra no
carro e dá a partida. Durante o trajeto
ele sequer olha em minha direção, e eu
deixo escapar alguns soluços.
— Poupe suas lágrimas, querida,
elas não me comovem e você vai
precisar delas. — Ele diz, para o meu
desespero.
Depois de algum tempo dirigindo,
ele entra por uma estradinha de terra,
ladeada por uma floresta densa. De
repente o clima fica obscuro, poucos
minutos atrás o sol estava brilhante,
quente, e agora tudo é sombra.
Da para ver a neblina pelo o vidro
do carro conforme Leonardo vai
montanha acima. Ao longe consigo ver
uma casa, que me parece velha e
abandonada. O medo se instaura
definitivamente quando ele diminui a
velocidade e para o carro em frente à
casa. Ele desce do carro, faz a volta,
abre a porta e me puxa para fora.
Segurando o meu braço ele arrasta-me
para a entrada da casa.
Quando a porta é aberta fico
abismada com a sujeira e o mau odor do
lugar. De repente me dá ânsia de vômito,
e a náusea me faz ficar tonta. Leonardo
continua me puxando e a cada passo que
damos, o piso de madeira estala sob
nossos pés. Ele para em frente a uma
porta que me parece pesada demais para
aquele local, pois imagino ser feita de
puro aço.
Quando ele abre a porta meu
coração falha uma batida, meus nervos
ficam à flor da pele e eu finalmente
entendo por que ele disse que eu
precisaria das minhas lagrimas. O
cômodo está cheio de insetos; baratas e
ratos podem ser vistos por todos os
lados. Me volto para ele, pronta para
suplicar, ele por sua vez, mantém um
sorriso diabólico nos lábios.
— Nem tente! Não adianta abrir
essa sua boquinha para súplicas, pois
elas não serão atendidas, logo, são
desnecessárias. Você não queria fugir de
mim? Não queria se ver livre de mim?
Esta é a sua chance! Agora você vai
ficar aqui, de férias, bem longe de mim.
Hoje mesmo volto para a Itália, e você
poderá desfrutar da distância que tanto
insistiu em manter de mim. Aproveite
seu SPA, mandei preparar especialmente
para você.
— Não... não! Por favor... Você não
pode fazer isso comigo, Leonardo. Você
sabe que tenho fobia desses bichos. —
Ele escancara ainda mais o sorriso que
mantinha no rosto. Olho para ele,
fixamente, chorando e grito: — Você diz
que sou mimada, mas o mimado aqui é
você! Só porque não têm o meu amor,
você me obrigada a viver ao seu lado
por mero capricho seu. E quer saber de
uma coisa? Você é um doente, escroto do
caralho. Você pode me jogar aqui! Mas
sabemos que nunca me deixará morrer,
só para me ter ao seu lado. Mas é
apenas isso que terá, minha presença,
meu corpo físico. Meu coração e o meu
amor jamais serão seus.
Seu rosto fica distorcido, e vejo-o
tirar sua arma do coldre que traz junto
ao corpo. Sinto meu corpo gelar quando
ele destrava a arma e aponta para mim.
Curiosamente, acredito que ele irá me
matar, mas não sinto medo, e apesar de
estar paralisada, meu corpo treme
quando ele dá um tiro para cima e meus
ouvidos doem com o disparo muito
próximo a mim.
— Não se ache a gostosona, porra!
Não pense que é especial à esse ponto,
porque não é. Se está ao meu lado é
porque eu quis que fosse assim. Então
não se ache a última bolacha do pacote,
porque você não é. E, sim, você vai
ficar aqui, até apodrecer, esse será o seu
castigo. Se um dia eu voltar aqui, e
ainda estiver viva, aí sim, podemos
conversar. Caso contrário procuro outra
mulher para me casar e você será
substituída num piscar de olhos. Agora,
aproveite a estadia.
A cada palavra, estremeço, pois
seus gritos ecoam pela casa. Quando
termina de falar, ele me joga dentro do
cômodo, fazendo-me cair e sinto alguns
bichos sendo esmagados pelas minhas
mãos. Dou um grito de nojo, quando
corro de volta para a porta ela é
trancada bruscamente, para piorar a
situação, as luzes são apagadas. Grito
desesperada para Leonardo abrir a
porta, mas não ouço nada além dos meus
gritos de desespero.
Me sacudo sentindo bichos
asquerosos subindo pela as minhas
pernas. Choro por tudo que está
acontecendo, se ao menos tivesse
ouvido o que ele me dizia nas
entrelinhas, não estaria passando por
isso. Agora vou morrer aqui, entregue às
baratas e todo o resto.

Leonardo Antonelli
Quando Pablo me contou sobre o
plano que Soffia estava arquitetando,
não me surpreendi. Tinha quase certeza
que ela não iria desistir facilmente,
porém devo dizer que fico surpreso com
sua coragem de tentar, tendo em vista o
pouco tempo decorrido de sua última
tentativa, frustrada.
Ninguém sai vivo para contar
história, quando ousa me desafiar, mas
Soffia abusa da sua sorte, ela acha que
tem algum poder sobre mim, mas está
enganada. Realmente estava disposto a
tentar ser um marido melhor para ela,
tudo que disse era real. Mas se perdeu
quando ela decidiu tentar fugir de mim
mais uma vez, mesmo sabendo que eu
estava disposto a tentar fazê-la feliz. Eu
lhe dei a oportunidade de mudar de
ideia em relação ao seu plano tolo, mas,
ao invés de aproveitar o que eu estava
lhe dando, deu continuidade a essa
burrice.
Saio da casa deixando meus
soldados do lado de fora fazendo a
escolta da casa. Soffia não viu os
soldados, deixei-a pensar que estará
sozinha na casa. Por mim ela não saíra
tão cedo desse lugar, ficará aqui até que
eu me canse.
Entro no meu carro, e pelo celular,
acesso as câmeras que têm no quarto.
Olho para a cena e sorrio. Soffia se
sacode enquanto os insetos sobem por
seu corpo. Desligo o celular e volto
para a estrada, já que estou aqui vou
resolver alguns assuntos antes do meu
retorno à Itália.
Leonardo Antonelli
O motorista estaciona o carro em
uma das minhas empresas. Por aqui
ninguém sabe da minha vida dupla, nem
mesmo meus funcionários. Sou apenas
um CEO, que não têm tanto tempo para
administrar todos os seus negócios.
Passo pelo o hall da entrada, e de
imediato, os olhares se voltam em minha
direção. Faz um tempo que não venho
aqui, talvez estejam surpresos por minha
visita inesperada. Entro no elevador
dirigindo-me para a minha sala.
Assim que entro na sala, coloco
minha pasta em cima da mesa, e em
seguida a porta é aberta, e uma moça
passa por ela. Não me lembro dela,
deve ser a nova secretaria. A mulher
parece envergonhada, consigo ver de
onde estou suas bochechas
avermelhadas, lhe denunciando.
Confesso que é uma mulher
belíssima, que deve chamar muita
atenção por onde passa, mas não chega
aos pés da minha garota. Ela dá um
sorriso tímido e se aproxima, segurando
uma agenda, as mãos coladas ao busto.
— Olá, Sr. Antonelli, sou sua nova
secretaria. O Sr. Maurício, me contratou
para cuidar do que o senhor precisar
enquanto estiver no Rio de Janeiro. — A
moça fala rapidamente, demostrando seu
nervosismo.
— Como se chama? — Pergunto
querendo saber o óbvio.
— Oh! Desculpe-me. Havia
esquecido de me apresentar ao senhor.
Me chamo, Donna Moore.
— Muito bem, Srta. Moore. Quero
que me diga o que tenho para o dia de
hoje, e também vou precisar dos
relatórios, de todos os departamentos,
dos últimos meses.
Ela faz como digo, senta-se a minha
frente, em uma das poltronas, abre sua
agenda e me passa tudo que preciso
saber. Enquanto a mulher fala sem parar,
meus pensamentos vão para a malcriada
da Soffia. Se não fosse tão cabeça dura,
eu não estaria aqui. Provavelmente
estaríamos em casa e eu estaria
fodendo-a, me deliciando com seu corpo
receptivo. Aquele corpo foi feito
especialmente para mim, não aceitaria
mais ninguém tocando-a.
Só de pensar, por um momento, que
aquele plano sem lógica poderia dar
certo, e ela conseguiria fugir de mim e
encontraria outro homem, eu fico
possesso. Jamais permitirei que isso
aconteça, Soffia jamais terá outro
homem além de mim, em seus braços, e
em seu corpo, só vai existir um homem:
Eu!
O dia passou rápido, já está
anoitecendo. Fiquei entretido com o
trabalho, e mal pude olhar o celular para
ver como Soffia estava. Agora estou no
apartamento que mantenho na cidade,
cheguei há alguns minutos.
Entro na suíte, e tiro minhas roupas
para, logo em seguida, entrar no
banheiro. A água fria em contato com
meu corpo faz minha pele arrepiar,
deixando-me rígido. Prefiro assim, para
acalmar qualquer vontade que tenho de
ir até aquele cativeiro arrancar Soffia de
lá, e possuí-la, até que ela entenda a
quem pertence.
Luto diariamente contra meus
demônios, para não a machucar. Assim
que fiquei sabendo de seus planos, a
vontade real que tive foi de surra-la,
fazê-la se arrepender de sequer pensar
em escapar mais uma vez. Eu tinha lhe
avisado e mesmo assim a teimosa fez a
merda. Quando a vi passar pela a porta,
meu primeiro pensamento foi matá-la.
Mas, ela tem toda razão, não posso e
nem consigo viver em um mundo em que
Soffia não esteja.
Saio do banho, visto uma cueca
boxer, e me deito na cama. Pego meu
celular, abro as câmeras de vigilância e
vejo Soffia sentada no canto da parede,
encolhida. Aproximo a câmera e
observo ela chorar; em seu braço algum
inseto rasteja e imediatamente ela
balança o braço jogando-o para longe,
mas, é em vão, já que as paredes e o
chão estão forrados deles e logo outros
rastejam sobre ela; consigo ouvir seus
soluços, já que a câmera tem a opção de
áudio. Deixei ordens para os soldados
não a alimentar, ela terá apenas uma
refeição por dia, o café da manhã.
Olhando-a chorar, tenho um
sentimento diferente. Não sei definir o
que é, mas tenho vontade de ir até la, e
ampará-la, pedir que não me obrigue
mais a tratá-la daquela forma. Não é
possível, que, depois de tudo, ainda
tenho pena dela. Antes que eu vá
correndo buscá-la, desligo a câmera e
me deito. Amanhã, voltarei para a Itália,
não posso ficar muito tempo afastado,
pois tenho obrigações na sede, Ettore
convocou uma reunião e preciso
participar.

Soffia Antonelli
Não sei que horas são, não sei se
é noite ou dia, só posso dizer que a falta
de comida e água está me deixando
fraca. As paredes não possuem brechas,
desse modo não consigo ver a luz. Já
estou cansada de me sacudir para tirar
os bichos da minha pele, meus olhos
ardem devido às lágrimas que derramei
desde o momento em que chegamos aqui
e ele me trancou neste lugar.
Estou me sentindo cansada, sei que
não vou conseguir aguentar manter meus
olhos abertos por muito mais tempo e o
desespero começa a tomar conta de
mim, pois tenho certeza que quando eu
fechar meus olhos vou ficar literalmente
entregue às baratas e a todo o restante.
Leonardo, não pode me deixar aqui
por mais tempo. Não irei suportar, sei
que fui inconsequente em meus atos, mas
não mereço passar por isso. Por outro
lado, é melhor do que ser espancada ou
chicoteada, com estes pensamentos, dou
um suspiro e me rendo ao sono e
ao cansaço.
Acordo, sentindo algo mexer em meus
cabelos, automaticamente levo minhas
mãos à cabeça e dou um grito quando
puxo uma barata e a jogo para bem longe
de mim, me levanto num ímpeto, e
quando fico de pé, imediatamente, me
arrependo, pois me bate uma tontura.
Caminho até a porta de aço, e
começo a bater, para ver se alguém me
escuta, mas sei que não há ninguém.
Quando me viro para me sentar
novamente, para minha surpresa, ouço a
porta se abrir.
Um dos homens traz, em uma
bandeja, o que acredito ser meu café da
manhã. Fico feliz quando vejo um
sanduíche e um copo grande com suco.
Ele me entrega a bandeja e, sem dizer
nenhuma palavra, sai. Antes que um
inseto caía na minha comida, devoro
tudo em poucos minutos. Não sei se vou
ter outra refeição hoje, então apreciei
cada pedaço do sanduíche, e algum
tempo depois, o soldado volta para
buscar a bandeja.

1 Mês Depois...
Hoje faz 30 dias, que estou nesse
lugar imundo. Sei disso por que usei
uma pedrinha para marcar os dias, em
forma de riscos na parede. Dessa vez,
Leonardo conseguiu o que queria, pois
desisto de qualquer outro plano de fuga.
Fico me perguntando se ele esqueceu de
mim e vai me deixar apodrecer aqui.
Começo a tremer quando penso na
possibilidade de ele ter arrumado outra
mulher e já esteja casado. São muitos
pensamentos ruins que tenho, mas sei
que posso esperar qualquer coisa
quando se trata de Leonardo.
Eu cheguei ao fundo do poço aqui,
minhas unhas estão parecendo de bruxa,
aliás devo me parecer com uma já que
não sei o que é tomar um banho há
muitos dias. Me limito, a me lavar
quando vou ao banheiro para fazer
minhas necessidades. Meus cabelos
estão duros e empoeirados, não costumo
bancar a madame, mas estou precisando,
realmente, de um dia de SPA.
Ouço a porta se abrir, olho na
direção do barulho e meu coração
dispara. Por um momento meu coração
se enche de alegria ao ver meu carrasco,
Leonardo, passar por ela. Pela primeira
vez, desde que cheguei, sinto um cheiro
bom neste lugar, seu perfume invade
todo o cômodo. Encaro seu rosto e olho
em seus olhos para tentar saber o que se
passa em sua cabeça, mas é impossível,
pois ele mantém o semblante fechado.
— Você está horrível! — Que
delicadeza.
— Não foram meus melhores dias.
— Dou de ombros, num tom sarcástico.
— Aprendeu a lição, amor? — Ele
pergunta com um sorriso meio de lado.
Me levanto, ficando de pé com
dificuldade.
— Terá meu respeito, mas nunca o
meu amor. — Seu rosto se fecha
novamente, ele leva sua mão ao meu
maxilar, e aperta.
— Esperava, que as baratas
tivessem roído essa sua língua grande,
mas vejo que não. Será que devo deixá-
la mais um tempo aqui, Soffia? — Olho
para o lado, para responde-lo.
— Não! Me desculpe. Juro que
aprendi. Nunca mais vou tentar fugir de
você.
— Diga, olhando para mim, Soffia.
— Encaro seus olhos cor de mel.
— Juro que não fugirei. Me
desculpe, mais uma vez. Isso não irá se
repetir.
— Ótimo! Agora, vamos embora
amor. Você precisa de um banho
urgentemente. — Diz as últimas
palavras, fazendo cara de nojo.
Chego em casa exausta, a viagem
foi longa e a todo momento tudo o que
eu pensava era em chegar em casa,
tomar um banho e fazer uma refeição
decente. Durante o voo, Leonardo não
me dirigiu um único olhar, mantendo-se
impassível, mexendo em seu notebook, e
penso que talvez eu esteja horrível
demais para que ele queira me olhar. De
qualquer maneira achei estranho.
Quando desço do carro, ele dá
ordens para o motorista sair, sem dizer
mais nada parte. Subo para o quarto
para fazer o que tanto esperava. Vou às
pressas para o banheiro, ligo a torneira
da banheira e deixo enchendo, enquanto
despejo na água quente todos os sais de
banho que encontro pela frente.
Suspiro de satisfação quando sinto
a água cobrir meu corpo. Depois de
alguns minutos, começo a esfregar meu
corpo e lavar meus cabelos. Pego o
shampoo em boa quantidade e despejo
na mão e passo nos cabelos, lavo minha
pele com a bucha, para que lave toda a
sujeira das últimas semanas.
Depois de relaxar bastante, saio da
banheira para fazer minha depilação,
por que realmente estou precisando.
Para quem costuma se depilar de dois e
dois dias, um mês foi uma tortura. Saio
do banheiro me sentindo, finalmente,
limpa, por ter tomado o banho que tanto
precisava. Ouço uma batida na porta e
em seguida, ela é aberta.
— Sra. Antonelli, a manicure já
está a sua espera. — A empregada diz.
— Mas, eu não a chamei. — Digo,
confusa.
— Sei disso! Foi o Sr. Leonardo.
— Ela me explica.
— Tudo bem, já vou descer.
A mulher saí, e fico sem acreditar
que Leonardo teve a decência de chamar
a manicure. Vou até o closet, coloco um
vestido e desço, em seguida. Quando
chego na sala, me surpreendo mais uma
vez, não apenas tem uma manicure,
como um cabeleireiro. Abro um sorriso
e me adianto para sentar na cadeira
apropriada para que eles comecem o
trabalho.
Leonardo Antonelli

1 mês antes....
Chego na Itália e vou direto para a
sede de Ettore. Ele está fazendo uma
reunião com todos os capos, pelo o que
entendi a máfia japonesa está
ameaçando-o. Nos últimos meses,
Ettore, estourou a sede deles, que estão
infiltrados aqui na Itália, e estão
roubando o que pertence ao chefe.
Alguns dos desgraçados andaram
rondando a mansão de Ettore. Ele,
temendo por sua família, está reunindo
todos os capos, para irmos diretamente
ao Japão.
Isso tudo muda os meus planos com
Soffia. Assim que a reunião termina,
ligo para o chefe dos seguranças, e dou
ordens para mudar a alimentação de
Soffia e levá-la ao banheiro de quatro
em quatro horas. Não sei como tudo irá
acontecer, mas não posso correr o risco
de ela passar mal e eu não estar lá.
Pego minhas próprias armas, e logo
em seguida entro no avião para me
juntar ao restante dos capos. Olho para
Ettore que está ao celular, pelo o sorriso
bobo em seus lábios tenho certeza que
está falando com a mulher e os filhos.
Ligo meu celular para dar uma
olhada nas câmeras, e vejo Soffia, ela
está comendo a refeição que mandei
mudar antes de subir no avião. Limitei a
alimentação a poucas quantidades. Seu
castigo não será apenas ficar trancada e
pronto.
Ela será privada de comer e beber,
querendo ou não ela tem que sentir falta
do luxo da mansão que deixou para trás.
Desligo o celular e tento descansar antes
do confronto.

Chegando em um ponto estratégico,


todos nós nos preparamos para o ataque.
Ettore vai na frente ao lado de Pietro, e
eu vou atrás, junto com os outros.
Quando começa o tiroteio dou cobertura
para Ettore, porém, quando entro em
uma sala vejo sair por trás de uma porta
um dos inimigos.
Ele acerta um tiro, na minha coxa,
mas sou rápido o bastante para acertar
um em sua cabeça. Minha perna queima
e não demora muito para minha calça
ficar encharcada com meu sangue. Pietro
me encontra sentado no chão, e
rapidamente, me tira do galpão, me
levando para o alojamento.
— Ele foi atingindo, na coxa. —
Pietro diz a enfermeira que, Ettore
contratou para caso esse tipo de coisa,
acontecesse.
— Certo, vou fazer a remoção da
bala, senhor.
Dito isto, vejo a mulher sair e
voltar com seus instrumentos em mãos.
Ela pega uma tesoura e rasga minha
calça até onde o ferimento está. Com
uma pinça, ela começa a procurar a
bala, não sou homem de reclamar ou
agir como maricas, então, apenas fecho
meus olhos sentindo o suor escorrer por
minha testa. Quando finalmente a mulher
encontra a bala, ela a retira e joga em
uma bandeja ao lado da maca, faz um
curativo e me dá um remédio para dor.
Passam horas quando vejo todos
voltarem do confronto. Ettore junta
todos e diz:
— Ficaremos aqui até que eu
consiga pegar o chefe desses vermes. —
Por essa eu não esperava. Pensei que
seria algo rápido, mas quando a família
é ameaçada o melhor é ficar e fazer o
que precisa ser feito, antes que os
nossos sejam dizimados.

Dias atuais....
Depois de quase morrer para
conseguir finalmente pegar o chefe dos
japoneses, estou de volta. Meu ferimento
ainda está dolorido, porém, está
cicatrizando muito bem. Hoje estou indo
pegar Soffia no Brasil, não pretendia
deixá-la por tanto tempo lá, presa, mas
não imaginei que teria que passar tanto
tempo assim, longe.
Não iria correr o risco de deixá-la
sozinha na mansão, pelo menos assim,
trancada, pude ter a certeza de que ela
não iria a lugar nenhum. Por conta disso
tive que mudar algumas coisas no seu
cativeiro. Uma delas foi mandá-la para
outro cômodo, enquanto fizeram uma
dedetização e limpeza, para que ela
pudesse passar um mês sem pegar
alguma doença séria, pois essa não era
minha intenção.
Quando desço do avião vou
diretamente para onde Soffia está.
Chegando, desço do carro e me
direciono até o cômodo onde ela está.
Quando abro a porta, me mantenho sério
apesar de ter que me segurar para não a
tomar em meus braços e fodê-la aqui
mesmo.
Mesmo estando um pouco magra e
suja, Soffia, continua sendo a mulher
deslumbrante que é. Tento ser
sarcástico, mas ela não fica por baixo e,
mesmo passando o que passou, continua
respondona, mas tratei de colocá-la em
seu lugar.
No caminho de casa dei ordens
para que a governanta chamasse alguém
para cuidar dela quando chegasse em
casa. Pois a noite quero tirar todo o
atraso que tive, durante todos esses dias.
Hoje quero extravasar, quero tudo e
muito mais de Soffia. Não gosto de
admitir, mas, preciso dela. Quando a
deixei em casa, voltei para a sede, tinha
ainda algumas coisas a resolver e teria
que fechar alguns acordos no submundo.
Quando anoitece volto para casa.
Assim que entro em casa, sinto o cheiro
gostoso de comida no ar. Caminho até a
cozinha e mais uma vez me pego feito
um bobo, admirando, Soffia mexer uma
panela que está no fogo. Conforme ela
vai mexendo, seu corpo faz os mesmos
movimentos. Sua bunda gostosa balança,
no tecido fino do seu vestido me
deixando de pau duro. Mas, não quero
fazer nada agora vou deixá-la terminar o
que está fazendo.
Dou meia volta, subo para o quarto
e vou direto para o chuveiro. Preciso
tomar um banho frio, a cada dia que se
passa vou ficando mais alucinado por
Soffia, mas, ao mesmo tempo, minha
vontade é de judiar dela, fazê-la sofrer.
Essa é minha luta diária, Soffia, mesmo
sem saber me deixa confuso. Quando
termino meu banho, visto apenas um
short fino, já que logo estarei sem ele,
sendo assim não precisarei usar uma
cueca, penteio meus cabelos, e desço.
Chego com tempo suficiente para
ver Soffia, se abaixar para pegar algo na
geladeira. Contemplo sua calcinha,
branca, atolada na sua boceta. Essa
diaba quer me deixar louco, conheço
muito bem seu jogo, mas, confesso que
estou adorando, se ela quer provocar um
louco, lunático feito eu, que aguente
as consequências. Quando ela se vira,
vejo legumes em suas mãos.
— Oh! Não sabia que você já tinha
chegado.
Ela está lindíssima, seus cabelos
estão ondulados. Sua sobrancelha
também está feita. Nem parece que há
pouquíssimo tempo estava mantida em
cativeiro, sem cuidado nenhum com a
aparência.
Soffia, é uma mulher forte, sempre
me mostra que, não importa o que eu
faça, ela sempre será superior a mim.
Gosto de desafios, eles me deixam
ainda mais determinado a conseguir o
que quero, é sempre bom sair da rotina e
Soffia, sabe como me tirar da rotina.
Este é o tempero do nosso casamento,
uma hora ou outra ela vai aceitar tudo
que tenho para lhe oferecer em meus
braços.
— Não banque a santa, Soffia.
— Você é muito convencido, amor!
Não sabia que você tinha chegado. Não
sei se você sabe, mas eu não sou
vidente. Mas, não ligo para suas
maluquices, hoje estou feliz, e não há
nada que você diga, que vá mudar meu
humor. — Ela diz, enquanto caminha
pela a cozinha, mexendo nas panelas.
— Hum, é mesmo? Posso saber o
motivo dessa felicidade? Até hoje pela a
manhã, você estava praticamente jogada
às traças. O que mudou? — De repente
ela fica séria, mas levanta o olhar para
me encarar.
— Não precisava me lembrar. Mas
você fez bem, assim não esqueço do
quanto você é um merda, um doente. —
O sangue sobe à minha cabeça, e chego
mais perto de onde ela estava.
Imediatamente, ela começa a se
justificar.
— Me desculpe. Eu não quis dizer
isso, saiu sem que eu percebesse.
Pego uma cadeira e me sento, pego-
a pelo braço e a deito de bruços, em
cima das minhas coxas, sua bunda fica
empinada para cima, levanto seu vestido
e aliso sua bunda. Logo em seguida, dou
um tapa estalado e vejo sua bunda ficar
vermelha ao mesmo tempo em que ouço-
a suspirar em minhas pernas.
— Vamos pular para a sobremesa.
Leonardo Antonelli
Meu pau lateja dentro do short,
louco para se soltar. O coitado está
implorando por boceta e não é para
menos, ele está há mais de um mês sem
comer uma.
— Leonardo, por favor deixe-me
sair. Preciso terminar o jantar. — Dou-
lhe outro tapa e dessa vez ela aperta a
minha coxa.
— Primeiro você será minha
refeição, amor.
Rasgo sua calcinha, e a jogo para
um canto qualquer da cozinha. Passo
meus dedos por cima da sua boceta e
sentindo a umidade que ela já libera.
Soffia pode até tentar não sentir nada
por mim, mas sei que adora o que faço
com seu corpo. É ilusão sua pensar que
não irá se apaixonar por mim. Isso será
minha obsessão, e é só questão de tempo
para que aconteça, mas, ainda que esteja
apaixonada, não a pouparei dos
castigos, caso me desobedeça.
Deslizo meu dedo do meio para
dentro da sua boceta, que o acomoda
bem. Minha mulher geme baixinho,
como se quisesse reprimir o som, mas é
em vão, pois consigo ouvir o quanto a
deixo excitada.
Começo a fazer movimentos de vai
e vem, e quando sinto que meus dedos
estão molhados com o seu fluído, tiro
ele dá sua boceta e o levo até minha
boca, saboreando seu gosto.
A coloco sentada em cima de mim,
seu rosto está vermelho, mando ela
levantar os braços, e tiro o seu vestido.
Olho para os seus seios, e mais uma vez
me admiro com o quanto eles são
perfeitos, na medida certa, feitos
exclusivamente para mim. Minha boca
saliva para recebê-los, e é isso que eu
faço.
Passo minha língua no biquinho
rosado, enquanto massageio o outro.
Soffia, rebola em cima do meu cacete,
esfregando nossos sexos me levando ao
ápice da loucura. Preciso senti-la por
completo, antes que eu goze nessa
brincadeira. Libero meu pau, e digo:
— Vem amor, senta aqui!
Ela desliza sua boceta até que
esteja com meu pau inteiramente dentro
de si e sinto ela me apertando, se
contraindo em volta de mim.
Quando estou totalmente dentro
dela, seguro nos seus quadris lhe
incentivando a começar a rebolar, e ela
se mexe, com a cadencia perfeita, em
cima de mim, em dado momento, nem
preciso mais ajudá-la, ela rebola
freneticamente. Seus seios pulam diante
do meu rosto, isso deixa tudo mais sexy.
Seguro em seu rosto e a beijo,
nossas línguas num duelo de
enlouquecer. Dou leves mordidinhas nos
seus lábios, enquanto minha mão desce
até sua bunda gostosa. Enfio um de meus
dedos no seu buraquinho, e ela
choraminga no meu ouvido. Não consigo
raciocinar direito, essa mulher me deixa
mais louco por ela a cada instante que
fico ao seu lado, e só agora que me dou
conta de que estava morrendo de
saudades dela.
Me levanto da cadeira com ela
agarrada a mim, deito-a com a bunda
empinada na mesa de jantar, soco forte
dentro da sua bocetinha, e a fodo,
gostoso. Minhas investidas são firmes,
precisas e não demora muito para que eu
sinta sua boceta me apertar ainda mais,
avisando que ela está gozando.
Seguro no seu pescoço e a fodo
mais rápido. Dou tapas aleatórios em
sua bunda redondinha, deixando-a
marcada. Meu corpo dá sinais de que
vou gozar também, me apoio sobre seu
corpo, em cima da mesa, sentindo os
espasmos e lotando sua boceta com os
jatos quentes do meu orgasmo.
Em poucos instantes, saio de dentro
dela, e estando livre do meu peso, ela
apanha o seu vestido do chão,
juntamente com sua calcinha, que agora
não serve para mais nada, e em seguida
sai da cozinha.

Soffia Antonelli
Quando os profissionais terminam
o trabalho e me olho no espelho, não
acredito no que vejo. Eu definitivamente
não pareço aquela mulher de horas
antes. Os meus cabelos estão
belíssimos, em cachos ondulados
batendo na minha cintura. Minhas unhas
estão curtas, mas estão muito bem-feitas.
Eu amei o resultado, me sinto uma nova
mulher.
Em pouco tempo o farmacêutico
veio regularizar a minha injeção. Nem
acreditei que, Leonardo pensou nisso tão
rápido quanto eu. Depois de tudo,
resolvi ir para a cozinha, queria fazer
algo especial para eu comer. Já fazia uns
dias que estava com vontade de preparar
um pudim, como sobremesa, e para o
jantar, uma bisteca fiorentina ao vinho.
Mas nada me preparou para o sexo
selvagem com o Leonardo. Confesso que
ao primeiro tapa eu já estava toda
molhada, e tive que reprimir um gemido
pois não queria que ele visse o quanto
mexia comigo, mas a falta de sexo, e o
seu perfume fazendo-me delirar, não
estava ajudando. Quando o sexo
terminou, fiquei com tanta vergonha por
ter me entregado daquele jeito que
preferi não dizer nada, apenas peguei
minhas coisas e saí da cozinha.
Antes de entrar no banheiro,
penduro meu vestido no cabide, e minha
calcinha no balde de lixo. Faço um
coque frouxo, e ligo o chuveiro entrando
logo em seguida. Pego um pouco de
sabonete líquido, e vou passando por
entre minhas pernas, de repente sinto a
mão de Leonardo, juntar-se à minha
enquanto me lavo.
Me viro tirando suas mãos de mim
e quando dou um passo, pronta para sair,
ele puxa meus cabelos, mas não me
machuco, pelo contrário, foi de um jeito
sensual. Ele encosta sua testa à minha, à
ponto de eu sentir sua respiração tocar
meu rosto.
— Não fuja de mim, coelhinha.
Você já deveria saber que eu não gosto.
— O que você quer, Leonardo. A
gente já transou, aquilo lá em baixo não
foi o suficiente para você?
— Eu nunca, jamais, vou me cansar
de foder você, Soffia. Então, se eu estou
a fim de fazer sexo com a minha mulher,
eu farei, a hora que eu quiser e quantas
vezes eu quiser.
O modo como ele se referiu a mim,
como sua mulher, me deixou excitada
como se algo mudasse em mim, e fiquei
imaginando que, talvez, de algum modo,
eu possa fazer esse relacionamento
andar, dar certo.
— Um homem de verdade, não
puniria a sua mulher por ela não o amar.
— Você enche a boca para falar
que não me ama, mas eu não lhe julgo.
Além do mais quando um homem não
tem uma mulher em casa para foder
todos os dias ele vai procurar as putas,
atrás de sexo, e não de amor. Então não
preciso do seu amor, Soffia, eu só
preciso foder você, ou caso contrário,
vou procurar na rua. É você quem sabe.
Dito isso, ele se afasta, e sai do
banheiro, me deixando confusa. Será que
eu entendi direito? Leonardo, está me
chantageando? Me vem um filme à
cabeça, além de tudo, terei que aceitar
ser traída se eu não me deitar com ele?
Fico estática no banheiro por
alguns minutos e quando saio atrás dele
para tentar argumentar, não o vejo no
quarto. Visto uma camisola, e desço na
esperança de que Leonardo esteja na
sala de jantar, mas também não o vejo.
Apenas sinto o rastro do seu perfume na
sala.
Leonardo Antonelli
Isso é uma droga! Eu nunca pensei
em ter meu ego ferido. Mas, Soffia sabe
me tirar do sério, e para não fazer merda
prefiro sair de perto. Visto minha roupa
rapidamente, saio de casa e entro no
meu carro.
Dirijo sem destino até chegar em
uma das boates da qual sou proprietário,
estaciono o carro, e desço. Entro por
uma área exclusiva, à qual só eu tenho
acesso e sigo para o meu escritório, de
onde tenho uma visão privilegiada de
todo o local, porém, minha cabeça está
muito cheia para pensar em negócios.
Abro uma gaveta, tiro um charuto e
acendo, em seguida, caminho até o bar
que têm no canto da sala, pego um copo,
e uma garrafa de whisky, despejo o
líquido no copo, dou o primeiro gole, e
o liquido âmbar desce queimando minha
garganta, sento na poltrona em frente à
grande mesa e me recosto, tentando
relaxar.
Vim para esse lugar, apenas para
não ficar no mesmo ambiente que Soffia.
Não tenho necessidade de traí-la, pois
me contento com o que tenho, mas não
quero nada forçado, sei que ela me
deseja, mas não quer admitir. Então,
primeiro, vou fazê-la admitir para si
mesma.
Peguei alguns documentos da
contabilidade da boate, apenas para me
distrair e para ver como andam as
coisas. Algum tempo se passa, e quando
olho no relógio, percebo o adiantado
das horas, já passa de duas da manhã.
Me levanto da poltrona, pego meu
celular, saio da sala e vou em direção ao
estacionamento. Os soldados se
posicionam em uma linha reta logo atrás
de mim, apenas quando entro no meu
carro, eles se dispersam e fazem o
mesmo.

Soffia Antonelli
Me sento à mesa, e me sirvo,
nunca me importei de comer sozinha, e
não será agora que isso irá mudar.
Mesmo não querendo pensar, Leonardo
não sai dos meus pensamentos. Me
pergunto para onde ele pode ter ido, não
sei porque estou me importando, mas me
bate uma angústia por pensar que ele
possa estar com outra mulher.
Apesar de tudo, ele nunca fez algo
do tipo, pelo menos não que eu saiba.
Nesse quesito ele é diferente dos outros
homens da Máfia, pois os outros fazem
questão de passar as amantes na cara
das suas esposas.
Tiro esses pensamentos da cabeça,
levanto da cadeira e vou até a pia,
depois que lavo a louça que sujei, me
sento no sofá e ligo a televisão. De vez
em quando, olho as horas no relógio.
Minutos se transformam em horas e nada
de Leonardo chegar. Não sei por que
estou aqui esperando ele, mas por algum
motivo não quero subir para o quarto.
Acabo cochilando no sofá e
desperto, assustada com a porta da sala
sendo destrancada. Olho no relógio da
sala, e vejo que já são 2:55hr. Tento me
recompor quando Leonardo passa pelas
portas.
— Soffia! O que faz ainda
acordada?
— Estava sem sono, então resolvi
assistir um pouco de televisão. — Digo
o mais confiante possível.
— Hum, é mesmo? Então, por que
não assistiu no quarto, já que lá também
tem uma televisão? — Droga! Não me
lembrava que no nosso quarto tem uma
tv.
— Porque preferi ficar aqui depois
do jantar. — Ele caminha em minha
direção a passos calmos e sensuais.
— Coelhinha, você não sabe
mentir. — Seu hálito está cheirando à
menta com bebida alcoólica, a
combinação perfeita. — Você estava me
esperando?
— Claro que não! — Digo, rápido
demais, a voz esganiçada.
Ele dá um sorriso aberto, e chega
mais próximo. Suas mãos descem para a
minha cintura. Ele passa a sua barba na
curva do meu pescoço, me deixando
arrepiada. Fecho os meus olhos sentindo
uma sensação gostosa me dominar, mas
falo, ríspida:
— Saia de perto de mim! Não vou
me deitar com você depois que você se
deitou com outra. — Ele dá uma
gargalhada, fazendo eu me sentir como
uma adolescente ciumenta.
— Está com ciúmes, coelhinha?
— Soffia! Eu me chamo, Soffia, e
para a sua informação, não estou com
ciúmes. — Isso não é ciúmes, nunca que
eu iria sentir ciúmes desse monstro.
— Sei que não lhe devo satisfação,
mas vou esclarecer para que você não
tire conclusões precipitadas. Eu estava
em uma de minhas boates, mas não
estava com nenhuma mulher, Soffia. A
única mulher que eu quero está aqui
comigo.
Olho diretamente em seus olhos,
sei que não tem porque mentir, pois ele
não se importa comigo. Fico mais
aliviada depois da sua confissão. Ele
segura no meu rosto surpreendendo-me
com um beijo alucinante. Chupo sua
língua sentindo o gosto da menta, suas
mãos apertam meu bumbum por baixo da
camisola. Leonardo, me suspende nos
braços até o sofá. Ele me senta, ficando
de joelhos entre minhas pernas. Suas
mãos levantam minha camisola pela às
laterais do meu corpo, até que eu fique
totalmente nua, já que eu estava sem
calcinha, pois não consigo dormi com
uma.
Seguro nos seus cabelos, quando
sinto sua barba roçar na minha
intimidade. Começa a chupar minha
boceta como se fosse uma fruta
deliciosa, eu rebolo em sua boca. A
língua entra e sai, me deixando
completamente entregue a ele.
Enquanto ele me fode com sua
língua, seus dedos beliscam os bicos
dos meus seios, me deixando com mais
tesão. Dos meus seios, ele leva um dos
seus dedos até meus lábios, os contorna,
e em seguida coloca o dedo dentro da
minha boca. Olhando em seus olhos
enquanto ele me lambe, chupo seu dedo
sensualmente. Com toda essa
sensualidade atinjo meu clímax. Ele
suga cada gota, depois se posiciona
entre minhas pernas e me penetra.
Suas estocadas são firmes e
gostosas, e embora, tenhamos transado
pouco antes dele sair, é como se há
tempos não nos víssemos, pois nos
beijamos como um casal apaixonado,
como se estivéssemos matando uma
saudade há muito tempo acumulada. Ele
chupa meus seios, pescoço, e ombros me
deixando toda vermelha. Eu seguro o seu
rosto, novamente me perdendo em sua
boca.
— Ah! Soffia, como eu te amo, e
que se foda a porra toda. — Ele
confessa, com sua voz extremamente
rouca e sexy.
Minhas mãos descem até sua
bunda, incentivando-o a ir mais fundo.
Ele segura na minha cintura me fodendo
mais forte, fazendo com que meus seios
balancem ao ritmo de suas estocadas.
Minha boceta lateja, apertando seu
membro. Me liberto em seus braços,
tento um dos orgasmos mais intensos da
minha vida. Leonardo dá um sorriso
carinhoso, enquanto sinto últimos
espasmos percorrerem meu corpo, e em
seguida ele se despeja dentro de mim,
gozando, chamando meu nome.
Nossos corpos estão colados,
nossas respirações estão irregulares, seu
rosto está descansando na curva do meu
pescoço, seu perfume está impregnado
em mim.
De repente ele levanta sua cabeça
me encarando. Seus olhos penetram os
meus como se tentasse desvendar os
meus mais profundos segredos.
— Não vai dizer nada? — Fico
confusa, pois não estou compreendendo
o que ele está se referindo. Como se
adivinhasse os meus pensamentos, ele
completa. — Eu me declarei para você,
Soffia. Você não vai me dizer nada?
O que ele quer que eu diga? Me
solto do seu aperto e me coloco de pé.
Tento pensar em algo para dizer, mas
nada me vem à cabeça, então, opto por
dizer a verdade.
— Você esperava o quê? Que eu
fosse bater palmas, e ficasse como uma
manteiga derretida? Não vai ser um sexo
gostoso que vai mudar, ou apagar tudo
que você já me fez passar, Leonardo. Fui
absolutamente sincera quando lhe disse,
que jamais terá o meu amor.
Isso aqui está longe de ser um
romance, pelo o contrário. Você é um ser
monstruoso, um covarde, escroto,
nojento, e sem escrúpulos. Então não vai
ser um "Eu te amo" que vai mudar os
meus sentimentos por você.
Quando termino de falar tudo,
minha respiração está pesada. Olho para
ele, mas não consigo decifrar o que se
passar em sua mente, seu rosto está
vermelho, e por um momento penso ter
visto seus olhos marejados, mas foi algo
repentino pois agora sim consigo ver o
ódio faiscar dentro deles.
Ele se põe de pé, me encara por um
momento, antes de se vestir e sair
novamente pela porta. Por algum
motivo, sinto um vazio no meu peito, e
as lágrimas descem.
Me sinto culpada pelo o que eu
disse, mas se ele diz que me ama, vai ter
que lutar para ter a vitória.

Leonardo Antonelli
Ouvir tudo isso da mulher que você
ama, é o mesmo que levar um tiro no
coração. Me sinto desnorteado, sem ter
o que fazer, perdido.
Me levanto cego de ódio, eu a amo,
mas sou um homem caralho, um capo da
Máfia, e não ficarei aqui me humilhando
por uma boceta, tendo outras que dariam
qualquer coisa para estar ao meu lado.
Saio novamente de casa, e os soldados
fazem gestos para me acompanhar.
— Não quero ninguém atrás de
mim, porra! Fiquem aqui.
Entro no meu carro, abro o porta-
luvas, pego o cantil com whisky que está
ali, e saio apressado, sem destino, me
sinto derrotado. E o pior de tudo foram,
suas últimas palavras. Essas sim,
acabaram comigo.
"Você é um ser monstruosos, um
covarde, escroto, nojento, e sem
escrúpulos."
Não tinha noção do quanto Soffia
me odiava. O jeito como ela se entregou
para mim, me fez pensar que teríamos
uma segunda chance, que pudéssemos
nos acertar, mas, vejo que não foi como
eu pensei.
Tomo mais um gole da bebida ao
mesmo tempo em que faço uma curva.
Quando chego ao fim da curva, vejo
cerca de 10 homens fortemente armados.
Freio bruscamente, e assim que paro o
carro eles vêm em minha direção.
Discretamente aperto o botão
embaixo do banco, e emito um alerta ao
soldado chefe. A porta do carro é
aberta, e sou retirado de dentro.
— Qual é rapazes! Não vão me
cumprimentar direito? — Digo,
sarcástico.
— Mas, é claro que sim! Lá vai
meu cumprimento, seu verme. — Ele dá
um tiro na minha coxa e automaticamente
caio no chão. O soldado sobe em cima
de mim e diz:
— Gostou, otário? — Antes que eu
possa dizer algo, ele desfere um soco no
meu rosto fazendo-me apagar.

Soffia Antonelli
Poucos minutos depois da saída do
Leonardo, vejo uma movimentação do
lado de fora. A passos largos vou olhar
o que está acontecendo e quando chego
do lado de fora vejo todos os soldados
se preparando para subirem em carros e
paro o soldado chefe, para perguntar o
que está havendo para todos estarem
assim.
— O que está acontecendo?
— Pegaram o chefe! O Sr.
Antonelli, foi pego em uma emboscada.
— Meu corpo gela, e minha visão fica
turva. Então no desespero grito:
— O seu trabalho não é fazer a
segurança dele? Junto com esse bando
de incompetentes?
— Sim, senhora! Mas, ele deu
ordens para não o seguir. Então estamos
fazendo o nosso trabalho, que é
obedecer a suas ordens. Agora se me dá
licença, vou trazê-lo de volta.
Aconselho que não saia de casa.
Ele diz um pouco irritado, e depois
junta-se aos outros dentro do carro. A
mansão fica vazia, com apenas os
soldados na entrada do portão. Parece
ser algo sério, já que todos saíram.
Volto novamente para dentro de
casa, mas quando boto os pés do lado de
dentro ouço disparos de armas. Antes
mesmo de correr para me esconder, a
porta é aberta em um estrondo e viro
para observar o que está acontecendo, é
quando um homem injeta algo no meu
pescoço fazendo-me desmaiar.

Leonardo Antonelli
Acordo com um balde de água
gelada sendo jogado em mim. Abro
meus olhos olhando em volta e tentando
reconhecer o local onde estou. É uma
espécie de galpão, tento mexer meus
braços, mas vejo que eles estão
amarrados, em correntes. Olho para os
dois parvos que estão com um sorriso
travessos nos lábios, mas que não me
assustam.
Dou uma gargalhada, rindo das
suas caras se pensam que vão ter tempo
de fazer algo comigo. A uma hora dessas
os meus soldados estão vindo atrás de
mim. Olho para o meu relógio, vejo que
ele está no mesmo lugar. Ele contém um
chip rastreador.
— Que tal vocês me dizerem quem
está por trás desta merda, que prometo
ser rápido com vocês. — Digo.
— Logo você saberá, ele não
poderá vir hoje, mas, têm uma anfitriã
para lhe dar boas-vindas. — Ele fala
sarcástico, mas não entendo suas
intenções.
Quando ele pensa em me dar outro
soco, dessa vez na barriga, é
interrompido por um carro invadindo o
galpão. Logo em seguida outros quatro
carros entram, e meus soldados descem
atirando nos desgraçados, muito outros
soldados inimigos surgem, mas os meus
conseguem derrubar todos eles.
Meus soldados me desamarram e
olho ao redor para ver se sobrou alguém
que eu possa torturar para obter
informações, mas eu não vejo nada além
de corpos ensanguentados. Subimos nos
carros novamente voltando para casa,
pois hoje já deu o que tinha que dar.
Quando chegamos próximos do
portão da mansão noto que tem algo de
errado, pois os portões estão
escancarados. Mas, tudo piora quando
vejo alguns dos meus homens mortos,
enquanto outros estão gravemente
feridos. Chego próximo à um dos
sobreviventes, e pergunto:
— O que aconteceu aqui porra?
— Senhor eram muitos, não
pudemos fazer nada. Eles a levaram.
Não consigo acreditar no que estou
ouvindo. Talvez seja o efeito do álcool
que ainda esteja no meu organismo.
Corro para dentro de casa atrás da
minha mulher, mas não encontro nada a
não ser o seu cheiro deixado para trás.
Soffia Antonelli
Abro meus olhos vagarosamente,
me acostumando com a claridade. Estou
deitada em uma cama bastante
confortável, mas quando me dou conta
da realidade, me sento de uma vez. Dou
um pulo quando vejo uma silhueta
sentado em uma poltrona num canto do
quarto. Não consigo ver o seu rosto, mas
consigo ver a fumaça do seu charuto.
Vejo-o pegar um cinzeiro e, esmagar o
charuto nele.
Ele se levanta e, sem piscar
observo cada gesto seu. Quando seu
rosto é revelado, fico espantada com
tamanha beleza. Seus cabelos castanhos,
e olhos cor de mel me lembram alguém.
Seu físico também é algo de chamar a
atenção, seus músculos ficam bem
definidos sobre o terno cinza. Na curva
da sua sobrancelha têm uma pequena
cicatriz, talvez adquirida em uma briga.
Como uma pantera ele caminha,
devagar e sedutoramente, em minha
direção. Dentro do peito meu coração
dispara e quase posso ouvir as suas
batidas. Ele chega próximo da cama,
põe suas mãos no bolso da sua calça e,
me encara. Não consigo dizer nada além
de me encolher, ainda mais, sobre a
cama.
— Não precisa ficar com medo,
senhorita. Não pretendo fazer nada com
você. — Sua voz ecoa no cômodo.
— Então por que estou aqui e, não
em minha casa? — Ele me olha
intensamente, até que seus olhos
escurecem.
— Meu alvo não é você, mas,
digamos que você será minha isca para
atrair o seu marido.
Suas palavras não me abalam, pois
é sempre assim na máfia. Além de casar
a contragosto, e, sermos obrigadas a nos
portar como modelos de fidelidade,
exclusivos da máfia, somos usadas como
moeda de troca em sequestros, ataques
onde somos ameaçadas e até mortas por
pessoas que querem atingir nossos
maridos, e a mais alta cúpula da
Família. Porém, espero que Leonardo
seja esperto o suficiente para não vir.
Apesar de tudo não quero vê-lo morto.
— Ele não virá! Leonardo não se
importa comigo. — Digo.
— Então, serei obrigado a ficar
com você aos meus cuidados. — Sua
voz é grossa e muito sexy, mas, retorno à
realidade, sem acreditar que não tenho
um descanso, mal saí de um cativeiro, e
já estou em outro.
— Olha, eu estou cansada, só quero
ter um momento de paz. Não faz nem
dois dias que eu estou em liberdade,
pois no último mês estive em cativeiro,
como se não bastasse, agora estou aqui.
Será que não mereço ser feliz?
— É claro que sim, você merece,
merece muito. — Fico perplexa. —
Com, Leonardo morto você terá sua
liberdade. Então não tem com o que se
preocupar. O tempo que passará aqui,
será bem tratada não se preocupe. —
Ele se vira para sair do quarto, mas
antes me levanto para perguntar:
— Por quê? — Ele lentamente
volta, para me encarar. — Por que você
quer matá-lo? E, por que está me
tratando assim, tão bem?
— Eu e Leonardo temos
pendências do passado. Mas que eu
nunca esqueci. Eu sou o homem que ele
nunca foi. Você não é o meu alvo, Soffia,
por isso não farei nada com você.
— Como sabe o meu nome? —
Pergunto.
— Eu sei tudo sobre você. Até
mesmo quando tentou fugir do seu
marido. Até agora estou tentando
entender, como você foi tão ingênua. De
um marido alucinado nenhuma mulher
foge.
— Mas, eu estou aqui certo?
— Sim, e conto com a obsessão de
Leonardo para vir atrás de você. Agora
descanse, amanhã mandarei seu café da
manhã, mas se estiver com fome, posso
mandar providenciar alguma coisa para
você comer, quer? — Como não
respondo, ele caminha novamente até a
porta, mas quando vai abri-la, eu grito:
— Espere! Como você se chama?
Ele não responde e sai logo em
seguida. Me deito novamente sobre a
cama, tentando entender tudo isso. Não
quero que Leonardo, morra. Não desejo
o mal para ele, não sou assim. Apenas
quero ser feliz, longe disso tudo.
Leonardo Antonelli
O pânico se instala dentro do meu
peito, me deixando sem fôlego. Como
fui tão burro à ponto de sair de casa.
Facilitei muito a vida de quem quer que
esteja por trás disso. Tudo o que
precisavam era que eu saísse de casa, e
eu saí. A casa está uma baderna, mas
não encontro nenhum vestígio dela, nem
mesmo um soldado vivo para contar a
história.
Estou sem reação, e pela primeira
vez na vida, não sei o que fazer e, nem
para onde ir. Temo por sua vida, mas se
eles querem a mim vão entrar em
contato. Faço algumas ligações, uma
delas é para o hacker que trabalha para
mim, preciso dele aqui, para quando os
infelizes entrarem em contato, serem
rastreados.

Soffia Antonelli
Acordo com batidas na porta e
mando que entrem. Vejo uma jovem
mulher passar pela a porta. Observo-a e
noto que, apesar das roupas largas, ela é
uma linda mulher.
— Perdão o incômodo, senhorita.
Mas, logo será servido o café da manhã.
— Tudo bem, mas, o que vou
vestir? Fui trazida à força.
— Vou ajudá-la a se arrumar. Vá
para o banho, e não se preocupe, eu
cuidarei do que precisa.
Assim eu fiz, fui para o banheiro
que fica dentro do quarto. Faço toda a
minha higiene e, em seguida saio.
Quando volto para o quarto, vejo em
cima da cama um vestido de alça,
soltinho, na cor preta. Ao lado se
encontra um conjunto de lingerie.
Depois que termino de me vestir, saio
do quarto. A mulher estava à minha
espera e juntas descemos para a sala de
jantar.
Passando pelos os enormes
corredores, chegamos na sala onde o
homem misterioso está sentado na mesa.
Envergonhada me sento junto a ele, me
sirvo e como, silenciosamente, até ele
quebrar o silêncio.
— Como foi sua noite, Soffia?
— Foi ótima, obrigada. — Não sei
por que estou agradecendo ao inimigo
do meu marido. Mas é que ele é gentil e,
em nenhum momento foi bruto ou algo
do tipo. Relutante pergunto:
— Até quando isso vai durar?
Ele se levanta, vai até uma mesa no
canto da sala, pega um notebook e volta
para se sentar. Despois liga e vira o
objeto para me mostrar a tela, e fico
mexida com o que vejo. Leonardo está
em seu escritório, sua aparência é
horrível e tenho certeza que não dormiu
na noite anterior. Ele está com os botões
da camisa abertos, seus cabelos estão
bagunçados, e ele parece... estar
chorando.
Chorando?
Na sua cabeça deve estar passando
muitas coisas, uma delas é que eu possa
ser torturada ou até morta. Será que ele
realmente se importa comigo? Será que
era verdade quando ele disse que me
ama? São tantas perguntas que me
deixam confusa.
Tento dissipar esses pensamentos
que me deixam atordoada quando ouço
sua resposta:
— Quando ele estiver destruído e
vulnerável o bastante, aí sim, darei
minha cartada final. Eu mesmo poderia
ir lá e resolver isso o mais rápido
possível, mas, quero vê-lo sofrendo,
assim como eu estou até hoje.
— O que Leonardo fez de tão grave
para que você sofra até hoje?
— Não quero falar sobre isso.
Vamos terminar nosso café.
Ele fecha o notebook e voltamos a
comer. Meus pensamentos voam para
longe, e penso que se Leonardo, fez algo
de tão grave a esse homem está com
sede de vingança, temo por sua vida, e
tenho que admitir que, talvez, eu não
esteja preparada para vê-lo morto.
Soffia Antonelli
Depois do café da manhã fiz um
tour pela mansão ao lado do tal homem.
Ele é tão gentil que nem dá para
acreditar que queira fazer o mal a outra
pessoa. Paramos no jardim, em frente à
grande piscina e nos sentamos em uma
mesa. Ele chama um dos empregados e
pede algo para tomarmos, depois tira um
charuto do bolso e acende.
— Eu sei que você não é de falar
muito, mas, se você ao menos me
dissesse o seu nome, já mataria metade
da minha curiosidade. — Eu digo de
modo inocente e ele dá um meio sorriso.
— Thomaz! Eu me chamo Thomaz
Antonelli. Sou o irmão bastardo de
Leonardo. Olá, cunhadinha. — Meu
queixo praticamente cai em cima da
mesa, e eu tento assimilar aquela
informação.
— Mas... Como... Como isso é
possível? Leonardo nunca deu a
entender que teria um irmão. — Ele
suspira alto e pesado, como se aquele
fosse um assunto do qual não gostava de
lembrar e não quisesse entrar em
detalhes, mas, continua.
— Porque ele me odeia, sou filho
da empregada. Quando nosso pai era
vivo e Leonardo descobriu tudo, por
pouco não me matou. Nosso pai teve que
intervir e garantir que ninguém soubesse
de minha existência. Mas, quando nosso
pai faleceu, ele fez o que tanto queria.
— O que ele fez?
— Antes de meu pai morrer, ele
nos deu uma boa quantia em dinheiro,
para que fossemos embora, para longe e
para nunca mais voltar. Mas Leonardo
conseguiu nos encontrar. Com o dinheiro
que eu tinha recebido, consegui comprar
e manter uma pequena empresa no ramo
de joias. No tempo eu não era
conhecido, ainda estava aprendendo a
andar, mas, estávamos felizes, tínhamos
uma boa vida e até tínhamos esquecido
da existência de Leonardo, e seu ódio
contra nós. Um dia estavam minha mãe,
meu filho e minha esposa em casa; eu
tinha saído para resolver alguns
negócios com fornecedores e quando
retornei encontrei um massacre, uma
verdadeira carnificina. Todos que eu
amava estavam mortos.
Sinto um aperto muito grande,
minhas lágrimas descem, com
velocidade, pelo meu rosto. Tinha
conhecimento que Leonardo, era
terrível, mas, nada me preparou para
algo assim. Como ele pôde fazer mal ao
seu sobrinho? Uma criança que não
podia fazer mal a ninguém.
— Depois de tudo isso, tive que me
mudar, sumir. Deixei toda a vida que eu
conhecia para trás, e só consegui me
colocar de pé novamente, quando
consegui passar despercebido entre às
pessoas. Tive que trocar meus
documentos, e andar me esgueirando,
escondido, como um rato de esgoto.
— Thomaz, sinto muito. Eu nem sei
o que dizer.
— Você não tem que dizer nada,
Soffia. Só espero que entenda o porquê
preciso, e vou matar Leonardo.
— Thomaz, uma vingança, não vai
fazer passar essa dor que você sente,
você precisa superar o ocorrido. Não
estou minimizando a culpa do meu
marido, pois o que ele fez não têm
perdão, mas, é para o seu próprio bem.
Isso só está atrasando a sua vida, te
deixando preso ao passado. Você
precisa viver o presente. Ser feliz em
nome dos que você amava e se foram.
— Você diz isso por que não foi
você que chegou em casa e, viu aquele
cenário macabro diante de si. Eu sei o
que quero e vou fazê-lo pagar por tudo
que ele fez.
1 mês depois...
Corro pela segunda vez para a pia
do banheiro. Minha garganta já está
machucada e eu não aguento mais
vomitar. Os enjoos estão mais
frequentes, deixando cada dia mais claro
o que tenho em mente. Thomaz, ficou de
me levar à uma clínica onde farei um
exame de sangue, para saber se estou
realmente grávida.
Durante esse mês que passei aqui,
algumas coisas mudaram principalmente
em relação aos meus sentimentos por
Leonardo. Todos os dias vejo-o pela
tela do notebook e, consigo de alguma
forma sentir o seu desespero por não ter
notícias minhas.
Thomaz está mexendo com o seu
psicológico, deixando-o apreensivo,
sem ter nenhuma pista de onde eu possa
estar. Confesso que eu estou sentindo
sua falta, assisti-lo todos os dias, ver o
seu sofrimento, está me deixando louca.
É como se ele, mesmo sem saber,
estivesse provando que me ama. Não sei
por quanto tempo Thomaz pretende
prolongar o inevitável, mas eu já estou a
ponto de pirar.

Já faz 1 hora que eu estou esperando a


droga do exame e nada da recepcionista
me chamar. Thomaz está a todo tempo
próximo a mim. Ele não disse nada
sobre a possibilidade de eu estar
grávida. Por vezes me pego admirando a
beleza do homem que me sequestrou e
devo admitir, a linhagem dos Antonelli
possui homens extremamente sexys e não
têm como não ficar babando.
Thomaz está sentado próximo a
mim, com o queixo apoiado na mão e
mais uma vez tenho que admitir, nesta
posição ele fica além de sensual. Seu
olhar está impassível, vago, como se
estivesse pensando em algo que não tem
solução, mas que precisa ser resolvido.
— Sra. Antonelli? — Dou um pulo
da cadeira e Thomaz faz o mesmo. —
Aqui está o resultado.
— Obrigada. — Me sento ao lado
de Thomaz segurando o envelope e
imediatamente abro para acabar com
essa apreensão. Quando vejo o resultado
meu coração dispara. Entrego-o para
Thomaz, e não consigo pronunciar
nenhuma palavra, apenas choro por
saber que o pai do meu bebê em breve
estará morto e ele crescerá sem o pai
presente.
Preciso fazer com que Thomaz
volte atrás com seus planos, nem que
para isso eu precise implorar. Mas
como? Não tiro sua razão, ele tem
direito de querer vingança, tem direito
de vingar os seus entes queridos que
foram assassinados.
— E agora? O que será de mim? —
Eu pergunto a ele, chorando.
— Não posso fazer nada, Soffia.
Estou sendo complacente em deixar
você e o seu filho, vivos. A vocês eu
garanto, nada de mau acontecerá, mas
não vou poupá-lo, só não vou ser
covarde como ele foi.
— Certo, Thomaz. — Não posso
fazer mais nada a não ser orar para que
haja uma solução. Uma luz no fim do
túnel.
Entro no carro e Thomaz faz o
mesmo. Ele disse que iríamos parar em
um restaurante para almoçarmos e eu
apenas lhe dei um sorriso fraco,
pensando em como será minha vida, a
partir de agora, e se tem como piora.
Leonardo Antonelli
Faz malditos 30 dias, um mês, que
não tenho notícias da minha mulher.
Pensei que o desgraçado que fez isso
fosse entrar em contato, mas o verme
não deu notícias. Estou me sentindo um
inútil, mas não vejo nenhuma saída, nada
que possa me tirar do buraco em que me
enfiei. Não consigo fazer nada a não ser
beber, pois só assim consigo dormir.
Tenho conhecimento de quem são os
meus inimigos, e os mantenho sob
vigilância constante, mas esse ainda não
identifiquei, sei que está me testando,
ele quer me deixar louco, só pode.
Sento-me em uma poltrona com
mais uma garrafa de whisky me fazendo
companhia. Em um acesso de raiva, saio
quebrando todo o meu escritório. Jogo
todas as garrafas da prateleira, no chão,
viro minha mesa e, arremesso a poltrona
longe. Quando nada mais resta para ser
destruído, caio de joelhos no chão,
chorando como um bebê, implorando
aos céus que me deem uma luz, que me
ajudem a encontrar Soffia.
Que irônico não?
Eu fiz exatamente isso por mais
vezes do que consigo contar.
De repente cai a minha ficha, e tudo
fica claro como água cristalina.
Filho da puta, eu deveria tê-lo
matado quando tive oportunidade.
Leonardo Antonelli
Sempre tive um amor incondicional
pela minha mãe. Apesar de a Máfia me
tirar quaisquer resquícios de
sentimentos ou fraquezas, eu a amava
muito e faria o que fosse possível para
vê-la feliz.
Há exatamente dez anos atrás
encontrei minha mãe em seu quarto.
Algo natural, pois ela passava a maior
parte dos seus dias em casa, e boa parte
deste tempo, no quarto. O grande
problema, é que, desta vez, ela estava
chorando. Seu semblante não era uns dos
melhores. Os olhos estavam inchados, e
o nariz muito vermelho, sinais de que já
estava há algum tempo naquela situação.
Dificilmente ela chorava e, portanto,
algo estava errado.
— Por que está chorando mãe? —
Pergunto sentando ao seu lado na cama,
e ela encosta sua cabeça no meu peito.
— É uma história complicada meu
filho. — Diz, entre soluços.
— Talvez, se a senhora me contar,
eu possa entender o que está
acontecendo?
— Descobri que seu pai teve um
caso com uma das empregadas da casa
e, que tem um filho com ela. — Traições
dentro dos casamentos são consideradas
normais na Máfia, mas filhos fora do
casamento são proibidos.
— Como a senhora soube?
— Peguei o celular do seu pai e vi
algumas mensagens da mulher pedindo-
lhe ajuda, para pagar a faculdade do
filho. Depois fui confrontá-lo e ele me
confessou tudo. Pelo o que entendi, isso
foi há dezenove anos. Como ela era uma
simples empregada, e nosso casamento
já estava marcado, ele não poderia
assumir publicamente o caso. Como ele
pôde me enganar todo esse tempo?
Depois de nossa conversa, fiz o
mesmo que minha mãe e fui confrontar o
velho e ele disse-me que eu não tinha
nada a ver com aquilo. Então, um dia,
segui ele até onde a sua segunda família
morava, e fiquei impressionado com a
forma que ele tratava o rapaz e sua
amante. Nem parecia ser o mesmo
homem, como se tivessem dupla
personalidade. Era como se ali fosse
feliz de verdade.
Por muitas vezes eu quis acabar
com aquilo, matar todos eles, mas o
desgraçado sempre dizia que faria o
mesmo comigo, caso eu fizesse algo
contra a sua família perfeita. Aos
poucos minha mãe foi se entregando à
depressão, e morreu, confinada em seu
próprio quarto. Meu ódio só aumentava,
deixando-me com sede de vingança.
Mesmo com a morte de mamma, meu pai
não assumiu a relação, ficando viúvo
perante a Máfia.
Um dia todos fomos convocados
para um ataque contra os chineses, e
num descuido dos soldados, aproveitei
que meu pai estava de costas, atirando
contra os inimigos, para pegá-lo
desprevenido. Acertei um tiro em sua
cabeça, e o mandei direto ao inferno,
assim poderia me vingar de todos, sem
que ele ficasse no meu caminho.
Quando fui atrás de Thomaz, não o
encontrei em casa, mas encontrei sua
família. Fiz o que precisava fazer, na
época, não poderia deixar que ninguém
soubesse da vida dupla que meu pai
mantinha. Eu era muito novo, mal sabia
o que estava fazendo, e no fundo me
comportei como um moleque mimado.
Tive inveja quando vi o comportamento
do meu pai ao lado de todos, como se eu
e mamma fossemos um fardo para ele. E
talvez fosse exatamente isso que ele
pensasse.
Se pudesse voltar ao passado faria
tudo diferente. Agora, Thomaz pode
estar com minha mulher em cativeiro, ou
talvez, até já a tenha matado. O que me
intriga é que ele não me procurou, nem
mesmo para fazer ameaças, tentar algum
acordo, ou pedir um resgate. Nada.
Absolutamente nada. Estou no escuro,
me sentindo um fraco, por não poder
salvar a mulher da minha vida. Volto à
realidade com alguém batendo à porta
do meu escritório. É uma das
empregadas.
— Sr. Antonelli! Alguém mandou
essa caixa para o senhor.
Ela me entrega a caixa e, se retira
da sala. Quando abro fico em choque,
sinto uma eletricidade passar por todo o
meu corpo, deixando-me estático. É um
teste de gravidez, e eu sei o que
significa, não sou estupido a ponto de
não saber que duas linhas, significa
"positivo", ao lado têm um sapatinho na
cor branco. Quando retiro os objetos de
dentro da caixa, vejo que tem um
bilhete.

“Há quanto tempo, querido irmão.


Queria eu mesmo lhe dar os
parabéns.
Não pense que eu me esqueci do
que fez, Leonardo. Você irá pagar por
tudo e seu castigo só está começando.
Por isso vou mandar um dos meus
soldados lhe buscar. Não quero
nenhuma surpresa desagradável,
Leonardo, você está sendo vigiado.
Você tem a minha palavra de que a sua
mulher está bem, mas, se você tentar
algo, isso irá mudar.”

Olho ao meu redor para ver se


descubro algo ou alguém, mas não
encontro nada. De repente ouço outra
batida na porta, e novamente, é a
empregada.
— Sr. Antonelli! Têm um carro
esperando o senhor.
— Sim! Já estou de saída.

Soffia Antonelli
Estamos no restaurante, sentados
com nossos pratos à nossa frente, mas
mal toquei na comida. Thomaz já deixou
muito claro que não irá mudar de ideia
em relação à Leonardo, e isso está
mexendo com minhas estruturas e, meus
neurônios. Quando terminamos, ainda
que eu não tenha comido direito,
Thomaz se levanta e eu faço o mesmo
para irmos embora.
Já em casa, olho para o notebook
vendo a cena que Leonardo protagoniza.
O escritório está destruído e ele chora.
Thomaz me contou o que pretendia fazer.
Ele confia o bastante em mim, sabe que
não posso fazer nada, por isso me
permite ver tudo o que acontece ao meu
marido.
Vejo a empregada falar com ele,
lhe entregar a caixa depois de alguns
minutos, e sair. Alguns instantes se
passam até que, novamente, vejo a
empregada voltar e falar sobre o carro à
sua espera. Sei que ele está vindo para
cá, e também sei que esse será o seu fim.
Leonardo merece, sim, a morte, mas não
estou preparada para isso. Por outro
lado, me sinto culpada por querer tê-lo
ao meu lado, apesar das atrocidades que
ele fez.
Como se eu tivesse levado um
choque, me levanto da cadeira decidida
a implorar a Thomaz que mude de ideia.
Desço as escadas à sua procura, quando
o encontro em seu escritório, me sento à
sua frente.
— Thomaz, por favor, reconsidere,
esse ódio que carrega consigo, só faz
mal para você. Já faz muitos anos, deixe
isso para trás. Tenho consciência de que
Leonardo fez algo imperdoável, mas
estou grávida e não vou ter estrutura
suficiente para criar meu filho sozinha.
— Soffia, por favor, aceite que não
voltarei atrás das minhas decisões.
Leonardo terá o que merece. Ele me
tirou tudo, e hoje, aqui, perderá tudo
também. Você não poderá me fazer
mudar de ideia. Em breve ele estará
aqui, você estará em casa novamente e
será uma mulher livre.
— Eu não quero ser livre, Thomaz.
Quero o meu marido ao meu lado. — Eu
digo e começo a chorar, desespera com
a realidade diante de mim.
— Isso não será possível, Soffia,
tente se acalmar, essa sua aflição não
fará bem para o seu filho. — Olho
incrédula para ele.
— E como ficarei calma, sabendo
que meu marido irá morrer em poucas
horas, Thomaz? — Quando ele está
prestes a falar algo, alguém bate na
porta.
— Sr. Lombardi! O Sr. Antonelli,
já está aqui.
Ele está aqui!
Agora é real, Leonardo Antonelli
será um homem morto e morrerá pelas
mãos de seu irmão. A ânsia de vômito
revira meu estomago e eu tento me
controlar para não piorar as coisas. Me
levanto, pronta para olhar pela última
vez, o homem que jurou me amar, e ao
qual eu disse palavras tão duras e
ofereci apenas o meu desprezo.
Leonardo Antonelli
Assim que entrei no carro, os
homens de Thomaz colocaram-me um
capuz impedindo-me de enxergar
qualquer coisa. Não podendo enxergar,
me mantive atento ao que diziam, mas,
como era de se esperar, pouco falaram.
Quando finalmente chegamos à sua
propriedade, sou retirado do veículo
ainda encapuzado, e caminhamos por
poucos minutos até que os homens
param de andar, me obrigando a fazer o
mesmo.
Quando o capuz é retirado, só
consigo enxergar o objeto dos meus
desejos, aquela da qual meus olhos e
coração, sentiram tanta falta, Soffia,
minha mulher.
Meus olhos percorrem todo o seu
corpo, para comprovar que ela está
inteira, para ter certeza que tudo está no
lugar e quando finalmente olho em seus
olhos, percebo a confusão de sensações
que eles carregam.
Desvio meu olhar para o homem
que está ao seu lado. Está explícito o
que meu irmão quer de mim. Não o
culpo, eu faria o mesmo e, apesar de
tudo, compreendo sua dor. O clima está
pesado, e ninguém faz um único
movimento, até que Thomaz, olha para
Soffia e diz:
— Está liberada, Soffia. Agora, vá
viver sua vida ao lado do seu filho.
Olho para a minha mulher, que se
agarra ao paletó de Thomaz. Esse seu
gesto mexe comigo, sinto ciúmes e as
dúvidas de que nesse tempo em que
Soffia passou aqui possa ter acontecido
algo mais entre os dois começam a me
deixar enfurecido, mas quando ouço
suas súplicas, meu coração acelera e eu
observo a cena.
— Thomaz não faça isso por favor,
eu te imploro. Leonardo não sabia o que
estava fazendo, ele era apenas um
menino mimado e egoísta. Tenha
misericórdia. Faça isso pelo o seu
sobrinho que carrego no meu ventre.
— Não posso, Soffia. Ele não teve
misericórdia quando fez o que fez com
minha família. Ele também tinha um
sobrinho, apenas uma criança, e mesmo
assim o matou. Despeça-se dele, minha
decisão já está tomada.
Soffia se vira, e em passos
vacilantes, vem até mim. Seu rosto está
vermelho, às lágrimas rolam,
copiosamente, por seu rosto. Quando ela
chega perto o suficiente me encara por
um instante, e sou surpreendido com uma
bofetada no rosto.
— Seu desgraçado! O que você
fez? Como vou criar nosso filho sem
você ao meu lado? Não bastava ter
destruído minha vida, agora vai me
deixar criar nosso filho sozinha! Vai
deixar seu filho órfão! — Ela grita
comigo, mas, envolve seus braços em
volta da minha cintura me abraçando.
Aspiro seu perfume querendo guardar na
memória este momento. Seguro seu
rosto, arrumo alguns fios do seu cabelo
que se soltaram e digo:
— Você não ficará sozinha Soffia,
ainda que seja do inferno, estarei
cuidando de você e do nosso filho. Vá
para a casa da sua mãe, lá é mais seguro
para vocês. O seu sonho não era ser
livre? Você está livre agora. Te amo, e
esteja onde eu estiver, vou te amar para
sempre.
Thomaz dá ordens aos seus homens
para levá-la embora, e posso dizer que
meu coração foi junto com ela. Sou
homem o suficiente para encarar os
fatos, saber que são consequência das
minhas ações, e enfrentá-los. Poderia
facilmente matar Thomaz, mas não
quero. Não depois do que eu lhe fiz
passar, e exatamente por tê-lo feito
passar por horrores demais, mereço a
morte. Após a saída de Soffia, sou
levado até uma sala onde contém apenas
uma mesa com acessórios de tortura e
correntes que descem do teto.
Thomaz Bastos
Prendo seus pulsos nas correntes
que descem do teto da sala. Aperto o
máximo possível para o que a sua carne
seja dilacerada pelo o objeto cortante.
Passei anos sonhando com esse
momento. Vivi minha vida, ou o que
sobrou dela, em prol desta vingança
contra Leonardo. Me afasto dele e
caminho até a mesa onde estão os
instrumentos de tortura.
— Confesso que não sou adepto
dos procedimentos da Máfia, querido
irmão, mas hoje, usarei alguns deles em
meu favor, vou me divertir e fazer
estragos.
— Tenho certeza que sim. — Ouço
Leonardo dizer, com certa tranquilidade.
Me aproximo novamente dele com
uma faca afiada em mãos. Vou para a
parte de trás do seu corpo e, rasgo sua
camisa social. Com a ponta da lâmina
faço cortes profundos, ele se contorce,
mas não emite nenhum som, o que me
deixa frustrado. Ao se contorcer,
aprofunda os ferimentos de seus pulsos.
Dou socos e chutes, aleatoriamente, por
seu corpo. Seu rosto já está bastante
machucado devido aos hematomas, e o
sangue escorre pelos cortes que já fiz.
Tiro as correntes dos seus braços e,
agarro seus cabelos, arrastando-o até um
tanque de ferro, cheio de água morna.
No percurso ele tropeça nos próprios
pés.
— Vamos lá, Leonardo. Isso aqui
não é nada demais comparado ao que
você fez com minha família.
— O que posso fazer, se a minha
mente é maluquinha?
Mergulho sua cabeça dentro do
tanque, e quando vejo seu corpo se
batendo retiro-a de dentro da água. Faço
isso algumas vezes, até ver seu corpo
exausto. Mando amarrá-lo de cabeça
para baixo, uso seu corpo como saco de
pancadas, e nos meus punhos centralizo
todo o meu ódio e amargura. Descarrego
minhas frustrações, acumuladas durante
todo o tempo em que estive esperando
por isso.
Solto seu corpo, que cai ao chão,
quase sem vida. Sua respiração está
fraca, pesada, mas, mesmo assim,
consigo ouvi-la no cômodo. Não vou
prendê-lo aqui, já perdi muito tempo
nessa loucura por vingança. Levanto sua
cabeça, e faço com que ele me olhe
quando digo:
— Você jamais saberá como me
senti quando cheguei em casa e vi
aquele massacre. Todos mortos.
Leonardo, meu filho era só uma criança.
— Ele me encara, e fala, com alguma
dificuldade.
— Não vou pedir seu perdão,
Thomaz. Pois o que eu fiz não têm
perdão, mas se eu pudesse voltar atrás,
com certeza mudaria tudo. Não tenho o
que dizer, pois já está feito. Me mate,
acabe logo com isso. Vamos, cedo ou
tarde você irá fazê-lo, então que seja
agora.
Ele tem razão, não vou prolongar
isso. Me afasto para pegar minha arma
que está em cima da mesa. Sempre tive
uma boa mira, então de longe miro na
sua testa. De repente tudo acontece em
câmera lenta.
— NÃOOOO...!
O tiro que disparei pegou em
Soffia, que se jogou na frente de
Leonardo. Ela cai nos braços dele,
enquanto, ele chora, gritando para que
eu o ajude a socorre-la.
— Thomaz, por favor, não a deixe
morrer irmão. Salve a vida da mulher
que amo.
Suas palavras são de desespero.
Ele realmente ama Soffia e ela, ao tomar
uma atitude tão impensada, demonstrou
sentir o mesmo que ele. Não posso mais
fazer isso. Sei que Leonardo não merece
viver, mas Soffia merece ser feliz.
— Não vou deixá-la morrer, vamos
ao hospital, nós três, pois você também
está horrível.
Mando meus homens levarem às
pressas os dois para o carro, e quando
tudo está pronto saímos em
disparada para o hospital.
“Toda história tem um começo,
meio e fim! Se o final vai ser: felizes
para sempre eu não sei, mas, juntos
podemos fazer
acontecer."
Cristina Rocha
Soffia Antonelli
Chego em casa arrasada e assim
que mamãe me vê, vem em minha
direção. Me envolve em seus braços,
desolada, sentindo às lágrimas correrem
por minhas bochechas.
— Ele irá morrer mamãe. Leonardo
vai morrer!
— E você não vai fazer nada para
impedir? — Ela diz, enquanto acaricia
meus cabelos.
— O que a senhora quer que eu
faça? Thomaz é um homem de bom
coração, mas está cego pelo ódio, pela
amargura e pelo desejo de vingança. Por
essas razões, ele não irá voltar atrás.
— Então tudo o que tenho a lhe
dizer, filha, é que fique aqui esperando o
caixão do seu marido. Ou se preferir,
pode pedir ajuda a alguém que possa
ajudá-la a salvar a vida de Leonardo.
— Quem mamãe? — Pergunto
pensativa, tentando pensar em alguém
que possa ajudar nesta empreitada.
— Da última vez que você tentou
fugir, um rapaz lhe ajudou certo? Ele é
aliado de seu marido, ligue para ele,
talvez ele possa te ajudar, filha.
— Sim! Pablo.
Me levanto rapidamente para pegar
o celular e ligar para à minha última
esperança de salvação. O celular chama
e no terceiro toque, Pablo atende. Conto
o que está acontecendo nesse momento,
ele encerra a ligação prometendo-me
que chegará em poucos minutos.
Enquanto espero meu nervosismo só
aumenta, pensando na possibilidade de
que seja tarde demais.
Quando Pablo estaciona seu carro
em frente à minha porta, não espero que
ele desça, eu corro para entrar o quanto
antes e ir salvar a vida do pai do meu
filho. Durante o trajeto conto como tudo
ocorreu, desde o meu sequestro até o
momento em que Leonardo foi
capturado. Pablo disse que já sabia da
existência de Thomaz, mas que achava
que ele nunca mais fosse aparecer.
Quando finalmente chegamos à
casa de Thomaz, desço primeiro do
carro, e peço para Pablo que não faça
nada precipitado, e que, apenas se
Thomaz insistir em continuar sua
vingança, ele deve intervir e imobilizar
meu cunhado furioso. Não quero que
mais ninguém morra.
Tento parecer o mais normal
possível para que os seguranças não
desconfiem de nada, mesmo por que,
aqui não é como na Máfia, em que
qualquer lugar está cheio de soldados,
prontos para irem para a guerra. Após
passar pelos seguranças, encontro com
Lorena, que me ajudou muito enquanto
estive presa ali, e é pensando na
maneira que ela me tratava que peço sua
ajuda.
— Lorena, por favor, me diga onde
Thomaz está com meu marido. — Digo
com dificuldade, pois os soluços não me
deixam falar de maneira mais clara.
— Sra. Soffia, eu não tenho
permissão para falar. — Diz,
apreensiva.
— Lorena, me ajude. Estou
grávida! Eu não posso ficar sem
Leonardo, eu o amo. Quando você amar
alguém com tanta intensidade, vai
entender meus motivos para querer
salvá-lo.
— Sei o que está querendo dizer,
senhora. — Ela segura minha mão e diz,
para o meu alívio: — Venham! Eles
estão em uma sala afastada da mansão.
A cada passo que dado minha
respiração fica mais pesada e ofegante.
Lorena, para em frente a uma porta de
aço que fica em um pequeno cômodo
fora da casa. Quando adentro o local me
assusto com às condições em que está
Leonardo, o rosto muito machucado,
parece morto, mas sei que não está, pois
chego a tempo de ver Thomaz mirando
uma arma para sua cabeça, pronto para
acabar com a vida do seu irmão, do
homem que amo. Sem pensar duas vezes,
me jogo na frente da bala que seria pra
Leonardo, e sou atingida por ela.
— Meu amor... Não...! Não...! Não
pode ser! — Leonardo diz, chorando.
— Eu te amo, Leonardo. Me desculpe
por ter te tratado tão mal, eu estava
muito magoada, na verdade ainda estou,
mas, não me importo, eu te amo e não
vou permitir que ninguém faça o que
somente eu posso fazer. Agora me leve
para um hospital. — Digo isso e apago.
Acordo no hospital, sentindo uma
ardência na região da minha costela, e
olho para o meu braço que está ligado a
uma bolsa de soro, e alguns fios partem
do suporte acoplado ao meu dedo e dos
elétrodos que partem do meu peito.
Fecho os meus olhos lembrando de tudo.
Minhas mãos vão de encontro com a
minha cabeça que dói como se um
martelo estivesse batendo
constantemente.
Abro novamente minhas pálpebras
e observo que Thomaz está aqui no
quarto, sentado. Ele se levanta, vem até
a cama e suspira pesadamente, antes de
dizer:
— Você tem conhecimento de que
poderia estar morta nesse momento? E,
o pior de tudo, foi você colocar a vida
do seu filho, em risco.
— Então agora você tem
conhecimento de que eu amo o seu irmão
e que eu faria qualquer coisa para tê-lo
ao meu lado. Pode me chamar do que
quiser, mas não me arrependo do que fiz.
Além do mais estou aqui, não estou?
— Você foi uma irresponsável.
Soffia, você não é uma adolescente para
agir do modo como agiu. — Ele me olha
com ternura e, continua. — Mas,
apreciei sua declaração de amor. — Ele
sorri, antes de continuar: — Foi
imprudente da sua parte, mas também foi
corajosa. Você não fez como eu fiz,
mesmo meu irmão acabando com a sua
vida, você não deixou o ódio corromper
sua alma. Eu me deixei dominar, deixei
a vingança se tornar meu único objetivo,
e olhe onde isso me trouxe, exatamente à
lugar nenhum.
— Não diga que está tudo perdido,
Thomaz. Você só está cego, não enxerga
a felicidade que está sendo esfregada na
sua cara.
— Do que está falando, Soffia?
— Nada, esquece. Agora me diga,
onde está Leonardo?
— Ele está no quarto ao lado. Está
bem, não se preocupe. Me certifiquei
que ficasse marcas para ele não
esquecer do que houve e que por muito
pouco não morreu por minhas mãos.
— Thomaz, viva a sua vida.
Permita-se ser feliz. Você tem o amor em
suas mãos, uma nova história para ser
vivida.
— O que você está insinuando?
Vamos diga, sei que quer falar algo, mas
está enrolando.
— É fácil! A solução para os seus
problemas tem nome e sobrenome.
— E quem séria? — Questiona
pensativo e ao mesmo tempo curioso.
— Lorena Bittencourt.
Depois de esfregar na cara de
Thomaz o que já estava mais do que
óbvio, fui ver como estava Leonardo.
Entro no quarto e o encontro sentado,
encostado na cabeceira da cama,
olhando para Pablo que está de pé,
próximo da janela. Ele se vira para ver
quem é, e quando me vê se levanta, e
mesmo fazendo careta a cada passo que
dava, vem em minha direção.
Nossos lábios se colam
perfeitamente um no outro. Tínhamos
muito a dizer, mas agora nada mais
importa, precisamos matar a saudade
que nos sufoca.
2 Semanas depois...
Leonardo, saiu para trabalhar
antes mesmo que eu me levantasse.
Essas duas semanas foram muito
especiais para mim. Pois ele se dedicou,
inteiramente, a nós dois, foi
completamente romântico me mimando,
sendo carinhoso, atencioso e detalhista a
todo instante.
Finalmente vou ter paz na minha
vida, e agora não quero mais fugir, pois
sei que sou amada. Pode parecer doentio
da minha parte, mas na Máfia, nós,
mulheres, não temos voz. Poucas
conseguem ter alguém ao seu lado, que
as amam, e eu tive essa sorte.
Hoje quero fazer uma surpresa para
Leonardo. Pego minha bolsa e, saio de
casa indo para um mercado exótico que
temos aqui na Itália.
Depois de comprar tudo que
preciso para hoje à noite, passo no
shopping para comprar uma lingerie
sexy, meia calça, um novo salto que seja
o mais alto possível, pois hoje Leonardo
Antonelli, será surpreendido e tenho
certeza, guardará cada momento.
Quando chego em casa, vou
correndo para a cozinha e começo a
fazer o jantar. Assim que termino tudo,
inclusive de ajeitar a mesa vou para o
quarto me arrumar. Depois de me
depilar tomar um banho, saio do
banheiro para me vestir. Me olho no
espelho e me sinto a mulher mais
atraente da face da terra.
Coloco, por cima da lingerie, um
casaco preto para deixar um suspense no
ar e viro para a porta quando ouço a
mesma ser aberta.
— Passei na cozinha e vi o que
fez. — Ele diz e caminha ao meu
encontro, com um sorriso nos lábios.
— Você ainda não viu nada, meu
querido. Mas, agora vá tomar um banho,
não quero esperar muito.
— Desde quando recebo ordens de
uma mulher?
— Desde quando, essa mulher, é a
sua mulher e mãe do seu filho.
Ele dá um gargalhada e deposita
um beijo em meus lábios antes de entrar
no banheiro. Durante o jantar tudo saiu
perfeitamente como planejado, tinha
umas mãos salientes, mas nada que
tirasse o foco dessa noite.
Como a casa está vazia, coloquei
uma cadeira no centro da sala. Liguei o
som em uma música sensual e depois
sensualmente fui tirando a sua roupa.
— Hoje vamos brincar um pouco
meu amor.
— Não vejo a hora de
começarmos. — Ele diz, animado.
Faço com que se sente na cadeira,
usando apenas sua cueca boxer. Pego
algemas e prendo suas mãos para que
fiquem bem presas e depois faço o
mesmo com seus pés.
— Hoje será uma noite
inesquecível, prometo.
Me afasto da cadeira e ensaio os
primeiros passos de uma dança sensual,
enquanto vou abrindo o casaco,
mostrando meu corpo em uma lingerie
minúscula. Deslizo minhas mãos sobre
meu corpo, dando mais atenção para os
meus seios e, bumbum. Leonardo não
desvia seus olhos, ele observa,
atentamente, cada movimento meu.
Desço até o chão e vou
engatinhando até ele. Aliso seu peito,
passo minhas unhas por sua pele com um
pouco mais de força, deixando marcas
vermelhadas. Aperto seu pau por cima
da sua cueca, vejo o quanto me deseja e
que já está pronto para a ação. Me sento
em seu colo esfregando nossos sexos.
— É uma tortura não poder tocar
em você.
— Relaxa amor, em breve você
estará tocando em cada parte desse
corpinho. Vamos deixar as coisas mais
quentes, vou até a cozinha pegar algo
para apimentar a nossa brincadeira. Não
demoro, prometo!
— Sua diabinha.
Pego dois pratos cobertos e que
estão com diferentes sobremesas, coloco
tudo em cima da mesa de centro. Abro o
primeiro, pego um morango e passo na
calda de chocolate.
Caminho até ele, contorno seus
lábios com o morango e, depois chupo
cada cantinho que está lambuzado pela
calda.
— Está gostando, amor?
— Você não tem noção do quanto.
— Ele diz.
— Que bom, porque ainda não
acabou. Só está começando.
Volto para a mesa e pego o segundo
prato que está coberto. Olho com um
sorriso triunfante para Leonardo, que
quando olha o que tenho em mãos, muda
completamente sua postura.
— O que pensa que vai fazer,
Soffia?
— Lembra quando me deixou
jogada às baratas, meu amor? Pois bem,
aprendi a gostar delas, e sabe porquê?
— Não Soffia, não sei, mas tenho
certeza de que você vai falar! — Ele
diz, a contragosto.
— Elas são fortes dura na queda,
sabe. Apesar do mundo querer eliminar
todas, elas nunca entraram em extinção,
sabia? Até perdi o medo, acredita? —
Chego próxima dele com o pote cheio de
baratas, ainda vivas. Mesmo com nojo
pego uma e, seguro diante de seu rosto.
— Você sabe que eu não tenho
medo, não é? Então nem adianta querer
jogar esse inseto em cima de mim, que
não irá mudar em nada.
— E quem disse que vou jogar elas
em cima de você? Me dê um pouco de
credito Leonardo.
Seguro seu maxilar, e o obrigo a
abrir a boca. Ele esperneia, mas consigo
colocar a barata dentro da sua boca, e
rapidamente seguro com minha mão,
tampando-a, para que ele não jogue a
barata fora.
— Vamos, não é tão ruim assim.
Não pense que eu me esqueci das coisas
que fez comigo.
Ele começa a ter ânsia de vomito,
porém, isso não faz com que eu pare,
pelo contrário, pego mais baratas e
ponho dentro da sua boca. Só paro
quando estou satisfeita, enfim, tive
minha vingança.
— Já chega, Soffia! Você é louca.
— Não amor! Eu sou mulher de um
mafioso, aprendi com o melhor. Espero
que nunca mais tente fazer nada parecido
comigo, pois terá volta.
— Tudo bem! Agora me solta.
Preciso de um banho e, passar horas
fazendo uma higienização bucal.
Abro as algemas e ele passa por
mim feito um furacão. Arrumo às coisas
e em seguida vou para o quarto atrás da
minha fera. Entro no banheiro e o vejo
de costas, em baixo da ducha.
— Me desculpe, mas precisava lhe
dar o troco. Você mereceu algo desse
tipo. Você já me humilhou demais
Leonardo. — Ele se vira para mim.
— Você está certa. Eu fui um
escroto com você.
— Então está tudo bem entre a
gente?
— Sim, tudo bem entre nós.
Ele me abraça e descanso minha
cabeça no seu peito molhado. Suas mãos
descem para minhas curvas e agora sim,
teremos a noite de sexo que ele havia
pensado que teria horas atrás.
Ele rasga minhas peças
íntimas, deixando-me completamente
nua. Sem demora levanta-me em seus
braços fortes. Seu pau desliza por entre
minhas dobras molhadas, loucas por
atenção e para sentir cada centímetro
dele.
Ele me encosta da parede enquanto
inicia os movimentos de vai e vem, me
deixando a um passo da loucura.
Leonardo introduz um de seus dedos em
meu cuzinho.
— Isso amor, enfia mais. Quero
sentir você todinho dentro de mim.
Com uma brutalidade gostosa ele
aumenta suas estocadas. Meus gemidos
ecoam dentro do banheiro, junto com os
dele. Os pingos da água se misturam
com nosso suor, deixando tudo mais
excitante.
Não demora para que eu tenha um
dos melhores orgasmo que já tive com
ele, e em seguida, ele se liberta também.
Depois de tudo que passei, agora
vou ter o que sempre quis, minha
liberdade, pois para estar livre não
preciso está longe do homem que amo.
A minha felicidade sempre esteve
aqui, foi difícil de consegui-la, mas
agora estou me sentindo completa. Não
existe o correto dentro da máfia, mas
podemos mudar algo dentro da nossa
casa, e no final teremos nossa
recompensa.
Fim!
Agradecimentos
Quero agradecer a cada um que chegou até
aqui comigo!
Dedico essa história a todos os meus
leitores fiéis, que sempre estiveram comigo, e
principalmente à Deus e às minhas leitoras do
meu grupo do WhatsApp, que me dão a força de
que tanto preciso durante minha trajetória.
Agradeço aos que participaram da obra,
Simone Schneider minha amada amiga, que fez
a diagramação; Néia Pereira que fez a revisão; a
E.S designer que fez a capa do livro; mas
principalmente a minha rainha e expiração de
todos os dias, minha maravilhosa amiga
Elizabeth que sempre está comigo em todas as
horas.
Enfim um beijo no coração de todos(as).
Vou ser grata até o fim de minha vida.
Até breve!
Cristina Rocha
Outras Obras da Autora:
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Hilary Baker, 17 anos, uma menina


meiga, sofrida de uma beleza
arrebatadora, de família humilde que
apesar da sua pouca idade, já comeu o
pão que o Diabo amassou ao lado do pai
Johnson Baker, que, para pagar suas
dívidas, vende sua única filha...
Dylan Carter, 33 anos, o empresário
mais desejado de Nova York, um homem
sem sentimentos, frio, bruto, que, por
causa de um passado turbulento, se
tornou esse homem temido, e que guarda
segredos, e que com a ajuda de Hilary
vai adicionar possessivo à essa lista.
Venha comigo, embarcar nessa
história e desvendar esses segredos...
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https://www.amazon.com.br/dp/B08DHVT

Não é fácil aceitar que o proibido e o


prazer andam de mãos dadas, e tentar
fugir de algo a que se está predestinado
nunca foi tão difícil de suportar.
O que você faria se descobrisse que
está loucamente apaixonada por alguém
proibido? E pior... Se esse alguém fosse
seu tio, irmão adotivo de sua mãe?
Emma Suan não imaginava enfrentar
tantas dificuldades ao se mudar para
Nova Iorque, para morar com Hugo
Ferraz, seu tio, casado!
E tão pouco imaginava como faria
para resistir a um homem estupidamente
sexy, quente, possessivo, e que a fazia
perder o juízo.
Para esse casal, a diferença de idade
de 15 anos não atrapalha em nada o
desejo ardente, insano e carnal, que
desperta sentimentos que devem ser
reprimidos por ambos.
Mas, até onde os dois conseguiriam
resistir?
Irresistível Paixão é um livro
envolvente, que traz um romance
proibido, permeado por intrigas,
mentiras, sedução, sexo alucinante e uma
paixão avassaladora.
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