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CARTAS PARA O MUNDO

• 2 Coríntios 3

Nesse capítulo, Paulo fala acerca de cartas de recomendação e, e a partir desse ponto ele
aponta para uma consequência que recebemos quando somos inseridos em Cristo, nós passamos
a ser cartas abertas para o mundo escrita pelo Santo Espírito. É acerca disso que o Senhor quer
falar conosco hoje.

A igreja em Corinto estava passando por uma séria crise, pois falsos apóstolos e mestres
haviam se infiltrado na igreja. E Paulo, como fundador da igreja, envia cartas para falar aos
membros daquela igreja afim de alertá-los sobre esse perigo.

Vs.1
Assim, Paulo levanta essa questão de cartas de recomendação. Provavelmente o fato de ele
não trazer consigo uma carta de recomendação a Corinto havia sido pretexto para críticas por
parte de alguns membros e obreiros da igreja. É muito provável que o ofensor, tenha sido aquele
que, ao orquestrar seu ataque pessoal contra Paulo, criticou a falta de tal carta. Ao assim proceder,
o delinquente provavelmente recebeu apoio moral pelo menos dos “falsos apóstolos” que já se
haviam infiltrado na igreja e que mais tarde se oporiam com toda violência contra Paulo (isto se
reflete nos caps. 10 – 13).

Vs.2
Agora Paulo fala com tanta graça, e mostra que ele não necessita falar sobre si mesmo a
ninguém, pois os seus frutos estão bem evidentes. (“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se,
porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons
frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus,
nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” Mateus 7:16-20 ARA)

“Vós sois a nossa carta”. A própria existência deles como Igreja era a "carta comendatória"
mais absoluta de São Paulo, tanto deles quanto para eles (comp. 1 Coríntios 9:2, "O selo do meu
apostolado estais no Senhor").
“Escrito em nossos corações”. A carta de recomendação de Paulo era o próprio nome e a
existência da Igreja de Corinto escritos em seu coração.
“Conhecido e lido por todos os homens”. Todos os homens podem reconhecer um
autógrafo, e o “autógrafo” de Paulo estava sobre a igreja de Corinto e sobre a história dos coríntios
convertidos, que foi escrita no coração do apóstolo e que, portanto, tornou a noção de qualquer
outra carta de recomendação para ou deles absurda.

Vs.3
“Estando já manifestos como carta de Cristo”. Se os coríntios são a carta de recomendação
de Paulo, o autor dessa carta é Cristo. Declara Paulo, pois, que ninguém mais senão o Senhor
exaltado redigiu aquela carta para seu apóstolo. Todavia, se o autor da carta é Cristo, diz Paulo que
ela foi produzida pelo nosso ministério. A palavra produzida é tradução de diakoriêtheisa, que
literalmente significa “pelo ministério de” ou “por obra de”. Assim é que Paulo vê os coríntios
como “carta viva”, ditada por Cristo, mas “inscrita” por Paulo mediante o ministério apostólico da
proclamação do evangelho.

O trabalho de inscrição nos corações foi efetuado não com tinta, mas pelo Espírito do
Deus vivente. O ministério de Paulo foi fortalecido pelo Espírito de Deus, de modo que quaisquer
mudanças produzidas nas vidas de seus ouvintes foram executadas pelo Espírito (Rm 15:17-19).
“Feita não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações”. Aqui, Paulo
faz referência à descrição profética da nova aliança (Jr 31:31-34; Ez 36:24-32), sob a qual Deus
escreveria sua lei nos corações humanos.

Vs. 5
A obra de Cristo é grande, e nós que a cumprimos, temos que saber que somos apenas
instrumentos na mão do Senhor de tudo. É Ele que faz tudo em nós; a nossa suficiência vem Dele.

Vs.6
“Não da letra, mas do espírito”. Em outras palavras, "não da Lei, mas do evangelho"; não
do que está morto, mas do que está vivo; não daquilo que aponta para a morte, mas daquilo que é
vivificante; não de escravidão, mas de liberdade; não do exterior, mas do interior; não de obras,
mas de graça; não de maldição, mas de bênção; não de ira, mas de amor; não de Moisés, mas de
Cristo.

“a letra mata, mas o espírito vivifica”. Mas como pode Paulo afirmar que o código escrito
mata? "A letra" refere-se exclusivamente à "Lei Mosaica". A letra mata quando usada como um
sistema de regras que devem ser observadas a fim de estabelecer a nossa auto-retidão perante
Deus (Romanos 3:19-20). Usar a lei desta forma inevitavelmente conduz à morte, visto que
ninguém pode satisfazer às suas exigências e, portanto, todos ficam sob sua condenação. Por isso,
o ministério da letra, neste sentido, é um ministério de morte. Entretanto, o ministério do espírito
é completamente diferente. É o ministério sob a nova aliança, sob a qual os pecados são
perdoados, para nunca mais serem lembrados, e as pessoas são motivadas e capacitadas pelo
Espírito Santo a fim de realizar aquilo que a aplicação imprópria da lei jamais poderia conseguir.

Infelizmente esse versículo tem sido muito mal interpretado e utilizado. A “letra” que mata
se refere à lei de Moisés, usada inadequadamente, como forma de a pessoa estabelecer sua
própria retidão e justificação perante Deus. As Escrituras e, de modo particular o evangelho são o
instrumento primordial mediante o qual o Espírito transmite vida ao povo de Deus.

Desse modo podemos nos perguntar.


(1) O que e quem ela mata?
(2)como ela mata?

As respostas parecem ser que:


(1) A letra - a Lei considerada como uma carta externa - sentencia à morte aqueles que a
desobedecem. Diz: “Aquele que fizer estas coisas viverá nelas. (Gálatas 3.12)”; e, portanto, implica,
como costuma dizer, que aquele que os desobedecer será cortado. É, portanto, uma ameaça
mortal. Pois ninguém pode obedecer a esta Lei com perfeita obediência.

(2) A Lei mata levando diretamente ao pecado, na medida em que desperta o princípio da
concupiscência (Romanos 7:7-11; 1 Coríntios 15:56; Gálatas 3:10, 21). Mas o espírito dá vida. Esse
contraste entre uma aliança morta e uma viva é fundamental.
A Lei apedreja a adúltera; o evangelho diz a ela: “Vá e não peques mais”.

Vs. 7 - 11
Esses versículos são uma exposição de Êxodo 34:29-32 (que fala da glória que sobreveio por
ocasião da concessão da lei, glória refletida na face de Moisés, infundindo temor nos corações dos
israelitas).
Paulo reconhece que a antiga aliança viera acompanhada de esplendor, mas o apóstolo
argumenta que a nova aliança veio rodeada de um esplendor bem maior.
A superioridade da nova aliança é apresentada sob três aspectos:

(a) o ministério do Espírito é mais esplêndido do que o da morte;


(b) o ministério da justiça é mais esplêndido do que o da condenação;
(c) o ministério permanente é mais esplêndido do que o que se desvanece.

Em Romanos 7:10, onde o apóstolo diz: “E o mandamento que me fora para vida, verifiquei
que este mesmo se me tomou para morte”. Embora Levítico 18:5 possa prometer vida a quem
guardar a lei, Paulo sabia que ninguém conseguiria guardá-la, e que a lei só poderia pronunciar um
veredito de morte sobre o transgressor.

A lei, cerne da velha aliança, não foi destinada para salvar os homens mas para apontar os
pecados e convencer os homens da extrema necessidade de Cristo (Gl 3.22).
Contrastes das alianças:

1) A velha foi promulgada pela letra - a nova pelo Espirito;


2) A velha foi escrita em pedra - a nova nos corações.
3) A velha foi concedida com Glória desvanecente - a nova com a maior e permanente glória do
Espírito.
4) A velha ministrou condenação - a nova justificação.
5) Na velha, a face de apenas um homem brilhou - na nova, todas as faces daquelas que
participam, brilham.

“onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade”. Esta declaração também precisa ser entendida no
contexto global do capítulo 3, em que a nova aliança do Espírito é contrastada com a antiga aliança
da lei. Sob a nova aliança há liberdade. Sob a antiga aliança, em que reina a lei, há escravidão.
Vs. 17
Quando as pessoas vivem sob a antiga aliança, como alguns dos contemporâneos de Paulo
(procurando aceitação diante de Deus pelas obras da lei), não há liberdade, pois as exigências da
lei não podem ser cumpridas e, por isso, tais pessoas permanecem sob a condenação da lei.
Entretanto, sob a aliança do Espírito, há liberdade. Já não há memória de pecados (Rm 4:6-8), e
nenhuma condenação para o pecador (Rm 8:1). O Espírito mesmo dá testemunho com o nosso
espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8:15-16), e mediante o andar no Espírito, as exigências
justas da lei são satisfeitas em nós (Rm 8:3-4).

Vs. 18
De que maneira os crentes contemplam a glória de Deus? A resposta é que eles o fazem
quando o “véu” é removido de suas mentes, de tal modo que o evangelho deixa de estar oculto
deles. Assim é que à “luz do evangelho” é que eles contemplam “ a glória de Cristo, o qual é a
imagem de Deus”, e vêem a “iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo”.
(Os dois discípulos a caminho de Emaús – Seus olhos se abriram – Caíram as escamas)

“E todos nós somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem”. É


importante notar que a transformação na imagem do Senhor não acontece num certo ponto do
tempo, mas trata-se de um processo contínuo. O verbo metamorphoumetha (“somos
transformados”) está no tempo presente, indicando a natureza contínua dessa transformação,
enquanto as palavras de glória em glória enfatizam sua natureza progressiva.

Assim, quando somos transformados pelo Senhor, passamos a ser cartas vivas na mão Dele.
E Ele precisa apagar os rabiscos e marcas do pecado, e reescrever a sua lei, através do Espírito, em
nós.

Como pecadores – Jr. 17.1; A obra de Cristo é dupla, apagar e reescrever. Para aquele,
“apaga as transgressões por amor Dele, e dos nossos pecados não se lembra“. “Ninguém, exceto
Ele, pode removê-los”. Para o outro, “porei a minha lei em suas mentes e a escreverei em seus
corações”.

Então entregue seu coração a Ele. Se o seu coração está todo rabiscado com uma escrita
pecadora e perversa, peça pra que o Senhor troque o seu coração. Gravados como se na rocha
estão seus pecados em seu caráter. Sua ações e sacrifícios não irão removê-los, mas Jesus Cristo
pode. Ele morreu para que você seja perdoado, Ele vive para que você seja purificado. Confie sua
vida a Ele e coloque toda a sua pecaminosidade em Cristo e no Seu poder santificador, e as
palavras sujas e os maus pensamentos que foram marcados tão profundamente em sua natureza
serão apagados, e Sua própria mão traçará na página, pobre e fina que seja, que foi limpa por Seu
sangue, as belas letras e formas de Sua própria semelhança. Não deixe que seus corações sejam os
cadernos do diabo, mas busque aquele que pode mudar os corações. Lembre-se que hoje nós
podemos viver a promessa que Ele fez por intermédio dos profetas. Seja uma carta escrita pelas
mãos do Senhor, para que todo que “ler” essa carta possa ver a Cristo, e Ele somente. Que sejamos
espelhos que refletem a glória do Senhor.

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