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Reabilitação

Neuropsicológica:
da avaliação a intervenção
discussão de caso

Thaissa Marcondes
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

HISTÓRIA PESSOAL /DADOS CLÍNICOS/ QUEIXAS NEUROPSICOLÓGICAS:


F., 7 anos e 4 meses de idade, destro, foi encaminhado para
avaliação neuropsicológica a pedido da Dra. X, neuropediatra,
para investigação do perfil cognitivo atual. Dados de história
relevantes foram obtidos em entrevista com os pais, bem como
preenchimento de questionários complementares, e constam:
F. é natural e procedente de São Paulo (SP), onde reside com os
pais e a irmã mais velha (14 anos). Os pais são casados há 25
anos. A mãe, 44 anos, possui Ensino Superior completo e
atualmente trabalha como autônoma. O pai, 49 anos, possui
Ensino Superior completo.
Histórico Pré e Peri-Natal e do Desenvolvimento:
A gestação ocorreu de forma planejada, porém, a mãe apresentou início
de contrações produtivas com 20 semanas de gestação, fazendo uso dos
medicamentos Dactil OB e Utrogestan para contenção por 3 meses. O
nascimento ocorreu na 39ª semana, através de parto cesariano, sem
intercorrências. F. nasceu com 3,630kg e 51 cm, notas de APGAR 9/10,
recebendo alta junto com a mãe.

A amamentação foi tranquila, recebeu aleitamento materno até 1 ano e 2


meses, porém, apresentou dificuldade em se adaptar ao bico da
mamadeira. Aos 4 meses, pais iniciaram processo de introdução
alimentar, que foi dificultosa, pois F. rejeitava outras texturas de

alimentos. Durante introdução dos alimentos sólidos, engasgava

facilmente ou cuspia a comida.


Segundo relato, nos primeiros anos de vida, F.
tinha problemas diários de alimentação, sofria
de cólicas, era frequentemente agitado,
bastante ativo, aconchegava-se facilmente ao
colo da mãe, tinha acessos de raiva e
movimentos de jogar o corpo e cabeça para
trás, era ousado, fazia contato visual e não
gostava de fazer contato com outras pessoas
por ser “desconfiado” (sic). A mãe referiu
também que F. era bastante irritável e
acordava a cada 2h para ser amamentado. Aos
5 meses de idade, teve episódios
caracterizados por movimentos repetitivos do
canto da boca, semelhantes a tiques, que
duravam pouco tempo e cessaram
espontaneamente, sem necessidade de
tratamento medicamentoso.
O DNPM foi considerado normal na perspectiva
da mãe. Sentou-se aos 5 meses, engatinhou
aos 9 meses, andou com 11 meses e correu sem
dificuldades com 1 ano de idade.
Frequentemente, escalava o berço e não
permanecia sentado. Quanto à motricidade
fina, rabiscou pela primeira vez com 1 ano de
idade e aos 4 anos de idade já realizava
garatujas controladas. Alimentou-se sozinho
com colher aos 2 anos, ainda não aprendeu a
amarrar os sapatos e ainda não consegue usar
a faca. Mãe referiu que F. teve dificuldade na
aquisição da garra do lápis, desenvolvendo
garra adequada somente aos 6 anos.
Linguagem
Começou a falar as primeiras palavras isoladas com 1 ano de idade, porém, os
pais não conseguiam compreender sua fala devido à dificuldade de articulação
das palavras. Começou a formar frases simples aos 2 anos de idade e descrever
atividades com 2 anos e 6 meses de idade. Demonstrou muitas trocas silábicas e
não falava a 3ª pessoa. Na época, a escola sugeriu acompanhamento
fonoaudiológico. Iniciou terapia fonoaudiológica aos 5 anos, permanecendo até
o momento para estimulação da consciência fonológica. Teve evolução positiva,
não realiza mais trocas silábicas, porém, ainda tem dificuldade com os fonemas
da letra R e sílabas complexas.

Treino de toalete
Diurno foi alcançado aos 2 anos de idade e o noturno com 2 anos e 6 meses de
idade. Apresentou alguns episódios de enurese noturna e depois do desfralde,
apresentou eventos frequentes de escape de fezes, principalmente quando
estava ansioso, o qual ocorre até o momento, porém, F. se recusa a falar sobre o
assunto. Tem o hábito de adiar a ida ao banheiro até o último minuto e às vezes
urina de medo (SIC).
Histórico escolar

F. ingressou em ambiente escolar com 2 anos e 6 meses de idade, na Escola de Educação Infantil
X, onde permaneceu até os 4 anos, por meio período. Inicialmente, a adaptação escolar foi difícil,
porém, evoluiu positivamente. A escola não apresentava queixas a respeito de F., apenas sugeriu
acompanhamento fonoaudiológico devido às trocas fonêmicas.

A mãe mencionou que neste período F. apresentava comportamento


mais ativo e necessitava da atenção da professora, realizava as
atividades em sala, porém, recusava as lições de casa. Aos 4 anos de
idade, foi transferido para o Colégio X, sem dificuldade de adaptação, onde
permaneceu até o 1º ano do Ensino Fundamental I. F. iniciou o 1º ano do EF I
no nível pré-silábico da alfabetização.
Histórico escolar
A escola trazia queixas relacionadas a alguns comportamentos dele em sala de aula, tais como
dormir em sala, sair da sala, não permanecer sentado e não respeitar as regras e limites impostos
pela professora. Contudo, pais referiram que o manejo da professora foi inadequado, inclusive
dizendo a ele que nunca conseguiria ler.

Durante 2019, o paciente passou a demonstrar desinteresse nas aulas e pedia aos pais
que não fosse à escola. Afirmar que “nunca aprenderia a ler” ou que não conseguiria
ler. Apesar de não acompanhar o ritmo da turma em relação à alfabetização, a escola
afirmava que a dificuldade de desempenho era uma “ansiedade da mãe” (sic-mãe). Em
maio de 2019, ele passou para uma turma de nivelamento na escola. Manteve
dificuldade em leitura e escrita, porém tem bom desempenho em matemática.
Apesar do diagnóstico de DPAC, a escola se
recusou a realizar adaptação de material e
avaliação. Em setembro de 2019, realizou
Avaliação do processamento
auditivo central reforço com professor particular por 3 meses
e evoluiu muito bem. A escola realizou
Identificada dificuldade de decodificação.
mudanças na metodologia de ensino apenas
após relatório para inclusão realizado pela
fonoaudióloga. No fim do ano letivo de 2019
realizou prova com escriba e teve excelente
desempenho.
Em 2020, passou a estudar no Colégio X. Encontra-se no 2º ano do EF I. Até o momento, mãe referiu
que não houve queixas da escola sobre seu comportamento e desempenho em sala de aula. No momento,
mãe referiu que F. alcançou o nível silábico com valor sonoro, consegue escrever, mas ainda não lê. Tem
desenvolvimento ótimo para a idade, possui boa oralidade e conhece uma variedade de assuntos que
crianças de sua idade ainda não conhecem. Interessa-se por assuntos “adultos”, é muito inteligente e
articulado.
Em casa, os pais referiram que F. é bastante
resistente para realizar as tarefas, parece desatento,
mas é capaz de se concentrar em atividades
prazerosas. Torna-se irritado quando os pais tentam
fazer com que ele leia qualquer palavra que ele
escreveu. É necessário repetir comandos e ordens,
porque F. parece não guardar as informações.
Características de personalidade e comportamento:

Problemas de comportamento Inflexibilidade

Comportamentos de irritação, birras


Temperamental, com acessos de raiva, não
excessivas e duradouras quando há alteração
consegue esperar a vez, é sensível, ansioso,
na rotina ou quebra de expectativas. Planeja
medroso e ciumento.
situações e exige que aconteçam exatamente
Quando mais novo, tinha muitos pesadelos
como ele pensou. Permanece muito tempo
e tinha o hábito de morder brinquedos
falando sobre a mesma coisa, torna-se
quando estava com ansiedade. Atualmente,
repetitivo e questionador, se expressa
costuma morder a gola da camiseta. exageradamente e não é capaz de aceitar
outras opções de resolução de um problema.
Características de personalidade e comportamento:
A mãe suspeita de que seja um comportamento que ultrapassa
a teimosia, denotando inflexibilidade e dificuldade em se
adaptar. Mãe referiu que F. lida com as emoções de uma forma
muito prática. Tem interesse exacerbado por armas e temas de
guerra, além de “fixação” por assuntos de lei e justiça. Precisa
ouvir todos os dias a mesma história antes de dormir. Não
gosta de esportes, somente da natação. No futebol,
procrastinava para fazer as atividades de aquecimento e tinha
muitas discussões pelas regras do jogo. Não conseguiu
acompanhar o ritmo da turma de judô por ser mais lento. É
disperso nas atividades coletivas do condomínio.
A rede social de F. é composta pela família e amigos da escola e do condomínio. A
família realiza em conjunto atividades como ir a passeios no parque, cinema,
viagens, jogos de tabuleiro e videogame. Relaciona-se bem com os membros da
família, porém, há episódios em que se torna teimoso, inflexível e desafiador,
principalmente em eventos em que ocorre certa frustração. Nesses momentos, os
pais tentam ser firmes para evitar que ele se torne questionador. Comporta-se
melhor na ausência dos pais, quando segue mais as instruções e não gera tantos
embates, porém seu comportamento piora no contexto escolar.

Histórico médico: Crises asmáticas com início aos 3 anos e 6 meses de idade. Usou
bombinha por 2 anos, vomitava com frequência após correr ou durante o sono, com
melhora do quadro após entrada na natação. Muitos episódios de gripes e viroses
após entrada na escola. Teve dois episódios de internação devido à desidratação
decorrente de infecção por rotavírus.
Antecedentes familiares: transtorno de ansiedade (pai, mãe e irmã), crises
convulsivas na infância e enxaqueca (mãe).
Rotina

Até dezembro de 2019, F.

estudava no período da tarde, Em 2020, passou a estudar


realizava as terapias e no período da manhã, das
atividades extracurriculares no 7h15 às 12h30, realizando
período da manhã (terapia as atividades
fonoaudiológica 1x/semana, remanescentes no
terapia fonoaudiológica de período da tarde.
cabine a cada 15 dias e natação
2x/semana).
Comentários e observações

No entanto, demonstrou episódios em que se


F. estabeleceu bom contato com a dispersava da atividade proposta, se ateve a
examinadora e mostrou-se colaborativo detalhes mínimos e menos relevantes para a
na maior parte do tempo, sendo o exame realização das atividades, quis criar regras novas
realizado em condições favoráveis ou alterar as instruções das tarefas.
Comentários e observações

Foi possível observar momentos específicos de aumento de


ansiedade e rigidez de comportamento diante de mudança na rotina
da avaliação, seja pelo número de atividades propostas para a
sessão, tempo de duração ou tipo de tarefa.

Frequentemente falava de leis e regras, dizia que precisava consultar


respostas em seu computador imaginário e referiu ter números da
sorte. Apresentou redução de engajamento e recusa em todas as
atividades, envolvendo leitura e escrita de palavras.

No procedimento utilizou-se de coleta de dados de anamnese,


subtestes da Escala de Inteligência Wechsler para Crianças e
Adolescentes (WISC IV), Teste de Desempenho Escolar, escalas
comportamentais e observação de desempenho em atividades
propostas. A escolha das normas correspondeu à faixa etária e ao perfil
sócio-cultural do paciente.
Descrição dos resultados

QI Potencialidades
Funcionamento
Habilidades de
intelectual geral
destaque/preservadas
estimado

Alterações Dificuldades
clínicas leves
Funcionamento
Dificuldades
levemente abaixo
moderadas a graves
do esperado
Resultados

QIT ICV IVP IOP IMO


115 pontos
109 pontos 121 pontos 108 pontos 80 pontos
Faixa média
Faixa média Faixa superior Faixa média Faixa limítrofe
superior
Superior/Média Superior

Habilidade
Atenção visual
complexa Vocabulário visoespacial e
Atenção dividida
visoconstrutiva

Resolução de Abstração verbal


Compreensão
problemas e formação de
social
aritméticos conceitos
Média

Aprendizagem de
Atenção visual
conhecimentos gerais

Compreensão de instruções Aprendizagem de material


Fluência verbal semântica verbal em grande extensão

Abstração visual
Identificação de letras e
e formação de conceitos
sons de letras
Raciocínio lógico
Média Inferior

Amplitude atencional
Habilidade
auditiva
grafomotora
Memória operacional

Atenção visual seletiva Flexibilidade mental


Média Inferior

Fluência verbal Memória visual para faces


fonêmica (imediata e tardia)

Memória verbal Escrita/ Matemática


(espontânea) (por escrito)
Limítrofe/ Inferior
Grande resistência na forma não estruturada; Baixo engajamento nas tarefas de leitura, respondendo
de forma impulsiva e desatenta à identificação de
grande incômodo com o fato de os pontos
diferenças na grafia. respondeu de forma pouco
estarem desalinhados e referindo ser
engajada e impulsiva quanto à discriminação de
“impossível” criar desenhos que fizessem palavras que existem no léxico e pseudopalavras;
sentido; negociação - poderiam ser feitos de possivelmente relacionado a falhas atencionais e
forma colaborativa com a examinadora dificuldade de decodificação visual das palavras

Flexibilidade Leitura
Questionários complementares - SNAP
não presta atenção a detalhes; não presta atenção em
Desatenção tarefas ou atividades; parece não estar ouvindo quando se
fala com ele, não segue instruções até o fim, dificuldade
para organizar tarefas e atividades, às vezes evita tarefas
que exigem esforço mental prolongado, perde coisas
necessárias para as atividades, distrai-se com estímulos
externos, é esquecido em atividades do dia-a-dia

descontrola-se, discute com adultos, desafia ativamente ou


Oposição
se recusa a atender pedidos ou regras de adultos, às vezes é
irritável ou facilmente incomodado pelos outros, é raivoso
ou ressentido, é rancoroso ou vingativo
Questionários complementares - ASQ
não fala com os pais para ser simpático; usa socialmente perguntas inapropriadas ou
Alterado declarações; usa palavras que parece ter inventado e criou uma língua nova durante
as aulas em 2019; coisas que são feitas por ele de maneira muito particular ou em
determinada ordem; interesses especiais que parecem esquisitos a outras pessoas; se
interessa mais por partes de um objeto ou brinquedo do que usá-lo com sua função
original; interesses específicos, apropriados para a idade, porém estranhos pela
intensidade do interesse, como armas, guerra e exército; maneirismos ou jeitos
estranhos de mover, tal como morder a gola da blusa; machuca-se de propósito,
mordendo o braço ou batendo a cabeça; 4-5 anos - não apontava as coisas ao redor
espontaneamente, não usava a cabeça pra dizer sim ou não; olhava diretamente no
rosto de alguém de forma breve, porém logo desviava; não costumava dividir coisas
além de alimentos; não jogava jogos imaginários ou brincava de “faz de conta”; não
olhava e prestava atenção nos pais se eles entrassem no quarto; ele somente
brincava em jogos de grupo, quando queria que as regras do jogo o favorecessem
Conclusão
Eficiente Preservado
Atenção dividida, Atenção visual simples, compreensão de instruções,
vocabulário, habilidade viso fluência verbal semântica, identificação de letras,
espacial e visoconstrutiva, memória semântica, memória verbal (com pistas),
aritmética, abstração e aprendizagem verbal (evocação imediata, evocação tardia
raciocínio verbal e aprendizagem total), abstração e raciocínio não verbal.

++ =
Alteração leve Alterações clínicas
Precisão grafomotora, amplitude att auditiva, memória Flexibilidade mental e
operacional, atenção visual seletiva, fluência fonêmica, processos básicos de leitura
memória verbal e não verbal, amplitude de aprendizagem (discriminação gráfica de
e evocação após interferência, decorrentes de falhas palavras e decisão léxica),
atencionais e de funções executivas, leitura e escrita. SNAP (desatenção e oposição)
e ASQ

-
=-
Conclusão

Transtorno do Transtorno do Déficit de


Espectro Autista Atenção/Hiperatividade

Espectro
Encaminhamentos

Avaliação e tratamento
01 Médico medicamentoso (TDAH)

ABA - aquisição de habilidades,


02 Psicoterapia manejo do comportamento

Intervenção direcionada às
03 Psicopedagogia dificuldades de aprendizagem/
adaptação escolar
Plano de tratamento - Reabilitação

Partimos de uma
avaliação inicial -
01 Identificar forças e
fraquezas
Desenvolver
potencialidades
Desenvolver novas
02
habilidades
Reduzir
03 comportamentos
mal adaptativos
Foco na autonomia
e qualidade de vida 04
(paciente e família) O objetivo não é
“transformar” em
uma criança típica!
Demandas para reabilitação - Anamnese

Dificuldade de
Alteração de alfabetização
comportamento na Sinais de Intolerância à
Comportamento
escola desatenção frustração
disfuncional
Acessos de raiva Inflexibilidade Interesse restrito
Desengajamento no
ambiente escolar
Demandas para reabilitação - resultados quantitativos

Atraso da alfabetização
Alterações atencionais
constatado Menor precisão
Alterações de memória e Inflexibilidade mental
Alteração da consciência grafomotora
aprendizagem verbal
fonológica
Demandas para reabilitação - avaliação comportamental

Desatenção (Falhas de sustentação atencional, erros


por descuido, falhas de memória operacional, falhas
de planejamento e organização, perda de
objetos, distratibilidade)

Oposição (Desregulação emocional, recusa e


confronto às autoridades, facilmente irritável,
raivoso e rancoroso

Comportamento e comunicação social (Falhas de


comunicação social pragmática, neologismos, rituais e
inflexibilidade de rotina, interesse restrito, presença
de estereotipias, falhas de comunicação não verbal e
imitação, dificuldade de interação social com pares)
Entrevista inicial (pais) - 3m de avaliação

Piora de
comportamento Retrocesso das Percepção sobre
na pandemia questões dificuldades -
(+ rígido e escolares “trava”
disperso)

Atenção ligada
“Looping” quando
apenas a temas de Não se coloca no
contrariado ou
interesse (games, lugar do outro
frustrado
guerras e leis)
Plano de tratamento

Potencialidades
Comunicação oral,
Habilidades viso
espaciais e viso
construtivas,
matemática

Vias potentes de aprendizado

Estimular: troca de turno,


aumentar repertório de interesse,
aumentar tolerância ao processo de
aprendizagem com maior tolerância
Metas terapêuticas
DIFICULDADE Estratégias
Resposta aversiva às Trabalho interdisciplinar (neuropsicóloga, psicopedagoga e
demandas escolares escola)
Identificar reforçadores no ambiente escolar
Estabelecer rotina 
Aprendizagem sem erro (níveis de ajuda progressivos)
Uso de elementos lúdicos, ilustrações e gamificação do
processo de alfabetização

DIFICULDADE Estratégias
Inflexibilidade Orientação aos pais sobre disfunção executiva e o impacto no
cotidiano, intervenções sobre previsibilidade e tolerância à
rotina (narrador cotidiano, uso de relógio, quadro de rotina
com reforçadores, controle de horas de jogo, pistas visuais)
Métodos de regulação emocional 
Metas terapêuticas

DIFICULDADE Estratégias
Dificuldade de reconhecimento e Psicoeducação sobre identificação de emoções em si mesmo e
regulação emocional  nos outros
Métodos de regulação emocional (sensorial e cognitiva)
Orientação aos pais – análise funcional e observação dos
eliciadores do comportamento, controle de contingências,
modelagem
Atenção

Alteração da região frontal do cérebro

Os mecanismos de atenção são a “porta de entrada” dos


estímulos do nosso cérebro. Assim, eles são responsáveis pela
capacidade de mantermos a concentração durante a execução
de tarefas, filtrando as informações importantes e retendo-as
mentalmente, além de gerenciar o esforço mental ao longo do
tempo e em diferentes situações
Funções executivas

Alteração da região frontal do cérebro

As funções executivas desempenham papel fundamental na


adaptação do indivíduo a novas situações, pois são
compostas pelas habilidades de antecipação, planejamento e
modulação de ações, transformação e aplicação de
conhecimentos previamente adquiridos a novos contextos,
bem como monitoramento do próprio trabalho e
comportamento (supervisão e correção de erros para atingir
metas estabelecidas).
Habilidades sociais

Envolve uma série de habilidades que tornam eficaz a nossa


interação com o outro. Estar atento às pistas fornecidas pelo
meio, ser empático, expressar ideias e sentimentos de
maneira clara e assertiva.
Perceber o que o outro está sentindo através da fala e gestos
do outro, expressões e entonações de voz.
Também é necessário pensar a partir do ponto de vista do
outro.
Estabelecer conversas e desenvolver atividades a partir de
interesses compartilhados.
Cenas sociais
Percepção do contexto social

Atenção para sinais sutis, porém,


integrados ao contexto

Gestalt - Capacidade de ver/integrar


o todo

Empatia para se colocar no lugar do


outro

Teoria da Mente
Motricidade fina

A capacidade de controlar movimentos manuais ao ponto de


torná-los rápidos, fluentes e precisos. Como fazemos ao
escrever e desenhar, brincar com lego, pegar objetos
pequenos.
Habilidades acadêmicas

Decorrem do funcionamento adequado e integrado de todas


as habilidades avaliadas! Das mais simples às mais
complexas. Por vezes, a presença de dificuldade cognitiva
pontual e específica pode interferir no rendimento em
diferentes matérias como Português, Matemática, Ciências e
História – tornando a experiência de aprendizado pouco
motivadora e recompensadora.
Componentes primários das habilidades de escrita, leitura e
raciocínio aritmético.
Intervenções

Jogos de
Fui à feira Quem sou eu?
rima

Batalha Mímica com Interesse da


naval verbos criança
Recursos
Intervenções
específicas

Caixa da calma

Massagem

Respiração e meditação
Intervenções específicas

• Abordagem – Estimular o vínculo,


facilitar comunicação e troca de turno
• Civilidade e expressões positivas
• Flexibilização – acordos e combinados
(ex. regra do grito)
• Resolução de problemas
Intervenções específicas

• Desenhos, montagens,
recortes, encaixes
• Economia de fichas
• Imitação
• Projetos de ciência,
robótica e vídeos
Intervenções específicas

• Emojis, fotos, gráficos


• Estrutura - agenda de
sessão
• Cartões de fala e escuta
• Modelagem e feedback da
terapeuta
Intervenções funcionais

• Placas educativas para AVDs (banho e banheiro)


• Quadro de rotinas
• Relógio
• Higiene do sono
Orientação parental

● Psicoeducação sobre o diagnóstico e
as características pessoais 
● Análise funcional (alcançar meta, evitar
aversão, garantir atenção, regulação sensorial)
● Registro dos comportamentos, disparadores
e modificadores
● Identificação dos reforçadores, controle de
horas de jogo e quadro de rotina
● Consistência de combinados e
posicionamentos dos pais
Reuniões com a escola

● Descrição do comportamento e do quadro


● Sugestões de adaptação
(monitoramento, sistema de avaliação
adaptado, adaptação de material)
● Incentivo à participação, vínculo com
a professora e interação com pares (duplas)
● Objetivos alcançáveis
● Facilitar rotina escolar
● Postura de orientação, não punição
Resultados

Avanços Desafios
Totalmente alfabetizado
(online) Dificuldade da escola no
Diminuição da recusa às manejo do comportamento
atividades escolares em sala de aula

Menor frequência de
desregulação emocional Inflexibilidade
Melhora da qualidade da Falhas em reconhecer a
comunicação perspectiva do outro

Pais engajados e adeptos


à rotina Reatividade à mudança de
Aumento de autonomia rotina
Próximos passos

Terapia Atividade
Psicopedagogia
Ocupacional física

Integração sensorial Reforço Estimulação física e


e funcionalidade psicopedagógico interação com pares
Sites e vídeos

https://youtu.be/yeLFATXM0hc https://youtu.be/Hf3UDfp-qUs (animação)

(TEA animação sobre funcionar https://youtu.be/do2btp6tYTQ

diferente) (TDAH e o Cérebro)

https://youtu.be/5tyM2DUWuRQ https://youtu.be/Ylqh_3UVtzM
(animação sobre o diagnóstico TEA)
(Paulo Matos, reportagem)
https://youtu.be/jnAPR-b2ey8
https://youtu.be/xiX3WpIUfH4
(tratamento do TEA, lagarta vira pupa)
(tratamento TDAH)
Obrigada!

Contato:
thaissamarcondes@psithaissa.com

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