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TRANSTORNOS ESPECÍFICOS

DE APRENDIZAGEM

Darlene Godoy de Oliveira


Mestre e Doutora em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Mackenzie
Sócia fundadora do Instituto Brasileiro de Superdotação e Dupla Excepcionalidade (IBSDEDE)
Neuropsicóloga – Conselho Federal de Psicologia
Terapeuta Cognitivo Comportamental – CTC Veda
ROTEIRO

 1. Fatores envolvidos na aprendizagem


 2. Dificuldades de aprendizagem
 3. Diferenças entre dificuldades e Transtornos de Aprendizagem
 4. Caracterização
4.1. Dislexia
4.2. Discalculia
4.3. Disortografia

 5. Avaliação e Tratamento dos TEAp


 6. Como a TCC pode ajudar nas dificuldades e TEAp
Para pensar...

Transtorno de aprendizagem, distúrbios de aprendizagem e dificuldades de


aprendizagem são a mesma coisa?

O transtorno de aprendizagem é inato ou adquirido?

Uma criança com deficiência intelectual pode ter transtorno de aprendizagem?

Uma criança de 8 anos, que tem uma família desorganizada, acabou de mudar de
escola e tem uma professora rígida, começa a ter dificuldades escolares. Ela pode
ter transtorno de aprendizagem?

Qual o papel do terapeuta cognitivo nas queixas de aprendizagem?


Fatores Envolvidos na
Aprendizagem

Escolaridade dos pais e
• Condições físicas da sala de aula valorização do que se
• Condições pedagógicas aprende na escola.
• Condições do corpo docente • Hábito de leitura.
ESCOLA FAMÍLIA • Problemas familiares:
alcoolismo, drogadição,
desemprego, desagregação
familiar.
CRIANÇA • Rotina da criança: estudo,
alimentação, lazer e sono.

 Problemas físicos em geral (dificuldades sensoriais, doenças crônicas,


desnutrição, etc);
 Transtornos psicológicos (insegurança, ansiedade, baixa autoestima)
 Psiquiátricos (fobias, depressão, transtornos do humor, etc),
 Patologias neurológicas (deficiência mental, paralisia cerebral, TDAH e epilepsia).
CONDIÇÕES PEDAGÓGICAS
 Formação docente e conhecimentos
sobre o Desenvolvimento Humano.
 Concepções de aprendizagem: Behaviorismo,
Gestalt, Psicologia Genética, Walloniana,
Construtivismo e Socioconstrutivismo,
Neurociências.
 Um exemplo: métodos de alfabetização
 Qualquer método de alfabetização é bom. Tudo depende do
professor! Será?
 Os professores deveriam usar todos os métodos, dependendo das
características dos alunos.
 Alfabetização é trivial, basta motivação para ensinar alguém a ler.
 Tudo se resolve se os professores voltarem a ter liberdade de fazer
o que sabem, sem a coerção de orientações oficiais ou a
imposição de métodos ou materiais.

 O que falta? Olhar para as evidências científicas!


MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
Qual é a unidade mínima de análise na relação
entre fala e escrita?

Concepção Concepção Ideovisual/ Global


Concepção Alfabética/
Silábica Fônica
-Não se define como método,
-Ensino sistemático das filosofia.
-Be-a-bá -pressupõe que a aprendizagem
-Identificar letras, seus nomes. relações letra-som.
-leitura por meio da se dê pela identificação visual da
-Conhecer alfabeto, combinar palavra.
letras para formar sílabas decodificação (letras em
sons) -contexto é essencial.
(complexidade crescente). -hipóteses a respeito da relação
-Consciência Fonológica
letra-som.

Concepções de alfabetização predominantes –


Observatório Nacional de Leitura da França, 1988.
o Pode-se prever que há diferentes combinações possíveis dos critérios.
o Nem todas as combinações são igualmente eficazes ou recomendáveis.
Critérios Diagnósticos ESPECÍFICOS!

Transtornos de
Aprendizagem

paralisia
TDAH depressão
cerebral

Dificuldades deficiência dificuldades


TEA
secundárias a outros intelectual sensoriais

quadros ansiedade

Escola Família

Criança
Dificuldades Naturais / Transitórias
Dificuldades naturais

Referem-se àquelas dificuldades


experimentadas por quase todos os
indivíduos em alguma matéria e/ou
algum momento de sua vida escolar.

 Podem ser decorrência de:


 problemas decorrentes da proposta pedagógica,
 de padrões de exigência da escola e/ou dos pais,
 de falta de assiduidade do aluno
 e de conflitos familiares eventuais.
 Dificuldades transitórias: tendem a desaparecer a partir de um esforço
maior do aprendiz ou de intervenção na sua rede de relações.
Dificuldades secundárias a
outros quadros diagnósticos

Alterações que atuam primariamente sobre o


desenvolvimento humano normal e
secundariamente sobre a aprendizagem.

 deficiência intelectual,
 deficiência sensorial,
 quadros neurológicos mais graves,
 transtornos emocionais significativos.
Transtornos de Aprendizagem

 Encontram-se na base de muitas Dificuldades de


Aprendizagem.
 Devem ser diferenciados:
 das variações normais na realização acadêmica,
 das dificuldades escolares devido à falta de oportunidades, ensino
fraco ou fatores culturais.
 A escolarização inadequada pode resultar em fraco desempenho em testes
estandardizados de rendimento escolar.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM

Prevalência:

✓ 5-15% de crianças em idade escolar


✓ 4% em adultos
✓ 2:1 a 3:1 meninos x meninas
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM

 Presença de déficits específicos na capacidade individual


para perceber ou processar informações com eficiência e
precisão.

 Os principais sinais são dificuldades persistentes e


prejudiciais nas habilidades acadêmicas básicas de leitura,
escrita e/ou matemática.

 Não é sinônimo de Dificuldade de Aprendizagem!


PROGRAMA TODOS APRENDEM
INSTITUTO ABCD

https://vimeo.com/107254603
DICAS DE LEITURA PARA PAIS E
PROFESSORES

http://www.institutoabcd.org.br/todosentendem/
SINAIS NA VIDA DIÁRIA QUE PODEM IDENTIFICAR
NECESSIDADE DE ENCAMINHAMENTO PARA AVALIAÇÃO

(iABCD, 2015)
SINAIS NA VIDA DIÁRIA QUE PODEM IDENTIFICAR
NECESSIDADE DE ENCAMINHAMENTO PARA AVALIAÇÃO

(iABCD, 2015)
SINAIS NA VIDA ESCOLAR QUE PODEM IDENTIFICAR
NECESSIDADE DE ENCAMINHAMENTO PARA AVALIAÇÃO
SINAIS NA VIDA ESCOLAR QUE PODEM IDENTIFICAR
NECESSIDADE DE ENCAMINHAMENTO PARA AVALIAÇÃO

(iABCD, 2015)
IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO DE PADRÕES DE
COMPORTAMENTO

(iABCD, 2015)
DIAGNÓSTICO

 Multidisciplinar e de exclusão
Psicólogo – avaliação emocional, perceptual e intelectual
 Pedagogo – avaliação acadêmica
 Fonoaudióloga – avaliação audiométrica
 Oftalmologista – exame de acuidade visual
 Neurologista – exame NT e ENE

 Diagnóstico tende a ser realizado na idade escolar, quando as dificuldades se


tornam mais evidentes.
Habilidades específicas

Leitura Escrita Matemática


Habilidades gerais

Inteligência
Atenção Habilidades específicas
Memória
Autocontrole
Emoção
Comportamento Leitura Escrita Matemática
Habs sociais
Saúde física
AMBIENTE
Fatores familiares Fatores pedagógicos

Habilidades gerais

Inteligência
Atenção Habilidades específicas
Memória
Autocontrole
Emoção
Comportamento Leitura Escrita Matemática
Habs sociais
Saúde física
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM:
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO A

 Dificuldades de aprendizagem e uso de habilidades acadêmicas,


apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades.

 Sintomas devem persistir por 6 meses.


TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO A

 Dificuldades de aprendizagem e uso de habilidades acadêmicas,


apesar da provisão de intervenções dirigidas a essas dificuldades.

 Sintomas devem persistir por 6 meses. Necessidade de


intervenção
dirigida.
RESPOSTA À
INTERVENÇÃO (RTI)
RESPOSTA À INTERVENÇÃO

• Sistema integrado de detecção precoce e progressivos


níveis de apoio ao aluno.

• “Modelo que visa prevenir e remediar dificuldades de


aprendizagem, baseado na implementação de um
3
sistema integrado de detecção precoce e progressivos
níveis de apoio ao estudante”.

• Oferta de intervenções cada vez mais intensivas, 2


baseadas no progresso da resposta.

▪ Um processo de tomada de decisões de ensino 1


baseado no sucesso ou falha do estudante em
situação de risco durante a intervenção
especializada.

(Fletcher & Vaughn, 2009)


Camada 3:
Intervenção Remediativa
•Individual
•Alta intensidade
•Longa duração

Camada 2:
Intervenção no Grupo Alvo
•Alguns estudantes
•Mais conteúdo
•Maior duração

1a
Camada 1:
Intervenção Instrucional
• Todos os estudantes
• Nível preventivo

(adaptado de Fletcher & Vaughn, 2009)


Camada 3:
Intervenção Remediativa
•Individual
•Alta intensidade
•Longa duração

Camada 2:

2a Intervenção no Grupo Alvo


• Alguns estudantes
• Mais conteúdo
• Maior duração

1a
Camada 1:
Intervenção Instrucional
• Todos os estudantes
• Nível preventivo

(adaptado de Fletcher & Vaughn, 2009)


Camada 3:

3ª Intervenção Remediativa
• Individual
• Alta intensidade
• Longa duração

Camada 2:

2ª Intervenção no Grupo Alvo


• Alguns estudantes
• Mais conteúdo
• Maior duração


Camada 1:
Intervenção Instrucional
• Todos os estudantes
• Nível preventivo

(adaptado de Fletcher & Vaughn, 2009)


TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO B

 As habilidades acadêmicas afetadas estão substancialmente


abaixo daquelas esperadas para a idade cronológica do
indivíduo e
 causa interferência significativa no desempenho acadêmico
ou ocupacional ou atividades da vida diária, como confirmado
por medidas padronizadas e avaliação clínica.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
CRITÉRIO B

 As habilidades acadêmicas afetadas estão substancialmente


abaixo daquelas esperadas para a idade cronológica do
indivíduo e
 causa interferência significativa no desempenho acadêmico Necessidade
ou ocupacional ou atividades da vida diária, como de avaliação
confirmado por medidas padronizadas e avaliação clínica. clínica e
padronizada.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO C

 As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos


escolares, mas podem não se tornar completamente
manifestas até que as demandas excedam os limites das
habilidades do indivíduo.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO C

 As dificuldades de aprendizagem
iniciam-se durante os anos escolares,
mas podem não se tornar Nem sempre
dificuldade é
completamente manifestas até que as observada desde
demandas excedam os limites das o início.
habilidades do indivíduo.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO D

 As dificuldades de aprendizagem não são mais bem


explicadas por outras condições, como DI, alterações visuais,
auditivas, outros transtornos mentais ou neurológicos,
instrução educacional inadequada, dentre outros.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

CRITÉRIO D

 As dificuldades de aprendizagem não são


mais bem explicadas por outras Necessidade de
condições, como DI, alterações visuais, avaliação
auditivas, outros transtornos mentais ou diferencial.
neurológicos, instrução educacional
inadequada, dentre outros.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE APRENDIZAGEM

ESPECIFICAR
 Com comprometimento de leitura (F81.0)
 Prejuízo na leitura de palavras (precisão)
 Prejuízo na velocidade da leitura ou fluência
 Prejuízo na compreensão da leitura

 OBS.: Dislexia é um termo alternativo utilizado para se


referir a um padrão de leitura caracterizado por
problemas no reconhecimento de palavras correto ou
fluente, decodificação ou habilidades de soletração
deficitárias.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
ESPECIFICAR
 Com comprometimento de expressão escrita
(F81.1)

 Prejuízo na soletração (ortografia)


 Prejuízo na gramática e pontuação
 Prejuízo na clareza e organização da expressão escrita
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM
ESPECIFICAR
 Com comprometimento na matemática (F81.2)
 Senso numérico
 Memorização de fatos aritméticos
 Precisão ou fluência de cálculos
 Precisão no raciocínio matemático

 OBS.: Discalculia é um termo alternativo utilizado para se


referir a um padrão de dificuldades no processamento de
informações numéricas, aprendizagem de fatos aritméticos
e realização de cálculos precisos ou fluentes.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM

CURSO DE DESENVOLVIMENTO

 Diagnóstico normalmente no ensino fundamental,


quando as crianças são solicitadas a aprender a ler,
soletrar, escrever e desenvolver habilidades
matemáticas.
 Muitos desses prejuízos persistem na fase adulta.
 Amplo espectro de alterações possíveis.
TRANSTORNO ESPECÍFICO DE
APRENDIZAGEM

 Diagnóstico diferencial
 Diferenciar de outros transtornos do
neurodesenvolvimento (ex., DI) e outras condições
neurológicas como transtornos neurocognitivos ou
transtornos sensoriais.

 Comorbidades
 outros transtornos do neurodesenvolvimento (TDAH,
transtornos da comunicação, dentre outros).
RELEMBRANDO...
CRITÉRIO B
Habilidades CRITÉRIO D
CRITÉRIO A acadêmicas e CRITÉRIO C As dificuldades de
substancialmente
Dificuldades de As dificuldades de aprendizagem não
abaixo das
aprendizagem e uso aprendizagem são mais bem
esperadas para a
de habilidades iniciam-se durante explicadas por
idade cronológica e
acadêmicas, apesar os anos escolares, outras condições,
causa interferência
da provisão de mas podem não se como DI, alterações
significativa no
intervenções tornar visuais, auditivas,
desempenho
dirigidas a essas completamente outros transtornos
acadêmico ou
dificuldades. manifestas até que mentais ou
ocupacional ou
as demandas neurológicos,
Sintomas devem atividades da vida
excedam os limites instrução
persistir por 6 diária, como
das habilidades do educacional
meses. confirmado por
indivíduo. inadequada, dentre
medidas
outros.
padronizadas e
avaliação clínica.
Necessidade de Nem sempre
Necessidade de Necessidade de
avaliação clínica dificuldade é
intervenção avaliação
e padronizada. observada
dirigida. diferencial.
desde o início.
Com Com comprometimento Com
comprometimento de de expressão escrita comprometimento na
leitura (F81.0) (F81.1) matemática (F81.2)
Prejuízo na leitura de • Prejuízo na soletração • Senso numérico
palavras (precisão) (ortografia) • Memorização de
Prejuízo na velocidade • Prejuízo na gramática e fatos aritméticos
da leitura ou fluência pontuação • Precisão ou fluência
Prejuízo na • Prejuízo na clareza e de cálculos
compreensão da organização da • Precisão no
leitura expressão escrita raciocínio
matemático
TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM (TA)

Disfunção Cognitiva

Frith U. Dyslexia, 1999, 5:192–214. Anormalidades Cerebrais


COMO APRENDEMOS
A LER?
Modelo de componentes de leitura (adaptado
de Aaron et al., 2008)

Domínio I Domínio II Domínio III

Componentes Componentes
Componentes
cognitivos psicológicos
ambientais
linguísticos adicionais

Reconhecimento pals:
Expectativa do prof.
-logog (léxico visual) Ambiente em casa
Motivação
-alfab (corresp g/f; CF) Cultura
Locus de controle
-ortog (léxico ort) Envolvimento parental
Estilos de Ambiente escolar
Compreensão aprendizagem
Influência dos pares
Fluência Língua
A LINGUAGEM ESCRITA
 Objetivo final: capacidade de compreender e produzir
diferentes tipos de textos.

 Para tanto, duas habilidades necessárias:

 Leitura = Decodificação x Compreensão

 Escrita = Codificação x Expressão

 Decodificação e codificação: únicos processos exclusivos da


linguagem escrita.

 Compreensão e expressão: processos relativos às linguagens


oral e escrita.
LEITURA: CONCEITOS

 Ler é diferente de compreender.


 Ler é diferente de aprender a ler.
 As pessoas que aprendem a ler compreendem mais e melhor.

CL RP CA

CL: compreensão leitora, RP: reconhecimento de palavras; CA:


compreensão auditiva
LEITURA: CONCEITOS
 Aprender para ler e ler para aprender
LEITURA: CONCEITOS

Dislexia Normal

Decodificação

Distúrbio de
Hiperlexia
Leitura e
Escrita
APRENDER A LER REQUER:

 Compreender o princípio alfabético;


 Aprender as correspondências entre grafemas e fonemas;
 Segmentar sequências ortográficas de palavras escritas em
grafemas;
 Segmentar sequências fonológicas de palavras faladas em
fonemas;
 Usar regras de correspondência grafema-fonema para decodificar
informação.
COMPETÊNCIAS PREDITORAS DA
LEITURA

 Consciência Fonológica
• Conhecimento alfabético,
 Familiaridade com textos impressos consciência fonológica,
 Metalinguagem nomeação automática rápida,
memória fonológica e
 Consciência Fonêmica habilidades precoces de escrita.
 Conhecimento do princípio alfabético
 Decodificação • Em negrito – habilidades
fonológicas: uso de informações
 Fluência fonológicas, em particular a
 Vocabulário estrutura sonora da linguagem
oral, para processar a linguagem
 Compreensão oral e escrita.

(National Reading Panel, 2000).


OLIVEIRA, 2004
DESENVOLVIMENTO DO
RECONHECIMENTO DE PALAVRAS
ESTÁGIOS DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA (Morton 1989):

Estratégia logográfica (fase logográfica): os aspectos críticos para a leitura não são as letras, mas sim as
pistas não-alfabéticas.

Estratégia fonológica (fase alfabética): análise das palavras em seus componentes, relação grafema-fonema
inicialmente com palavras regulares. Ex: DADO. Perde habilidade para palavras irregulares.
ESTERNOCLEIDOMASTÓIDE
Oreconhecimento automático das palavras, sem passar pela rota lexical.
Estratégia lexical (fase ortográfica):
Unidades lexicais e morfêmicas, palavras irregulares. Ex: BOXE, TÓXICO, ERA. Estratégia lexical.

Obs: quando uma nova estratégia se desenvolve a anterior não desaparece, mas sua aplicação e importância
relativas diminuem.
AS ROTAS USADAS PARA LEITURA

• Modelo de Dupla Rota (Ellis e Young, 1988; Coltheart, 2005)

A rota A rota do
do som significado

Rota fonológica Rota lexical


ALTERAÇÕES NA DISLEXIA
DISTÚRBIOS NO PROCESSAMENTO FONOLÓGICO

 Hipótese do Déficit Fonológico: processamento fonológico


deficitário estaria subjacente aos problemas de leitura e escrita.

 Crs com dificuldades em leitura e escrita teriam distúrbio específico


de processamento fonológico: habilidades de discriminar, coordenar
e integrar informação codificada fonologicamente (informação
baseada na estrutura fonológica da linguagem oral).

 Tais dificuldades de processamento fonológico é que levariam aos


problemas em leitura e escrita.
Shaywitz & Shaywitz (2001)
A dificuldade de processamento fonológico é persistente: padrão
cada vez mais frontal e direito em crs mais velhas com dislexia.
Diversos achados corroboram a hipótese de um distúrbio fonológico
subjacente à dislexia:

 disléxicos têm menor velocidade e precisão de nomeação;


 têm dificuldades com memória verbal;
 têm dificuldades na repetição de pseudopalavras;
 apresentam dificuldades com consciência fonológica (segmentação
da fala em fonemas e manipulação destes fonemas).
OUTRAS HIPÓTESES EXPLICATIVAS

• Teoria do processamento auditivo rápido: déficit na dislexia é


mais amplo que o fonológico, referindo-se a uma alteração na
percepção de variações rápidas de sons.
• Teoria cerebelar: na dislexia, o cerebelo não tem um
funcionamento ótimo, o que pode gerar as várias dificuldades
observadas no disléxico, como alterações motoras, incluindo as
articulatórias, e dificuldades de automatização.
• Teoria magnocelular: há disfunções magnocelulares não
restritas à modalidade visual, mas que incluem também os
sentidos da audição e do tato.
Fig. 4 Distribution of phonological, auditory, visual and cerebellar disorders in the sample of 16
dyslexic adults.

©2003 by Oxford University Press Ramus F et al. Brain 2003;126:841-865


ENTÃO, NA ESCOLA:

• 1) Diferenciar dificuldade de aprendizagem de outros


possíveis comprometimentos:
• Analisar produção do aluno comparativamente aos
seus pares; verificar outras possibilidades de
diagnóstico.

• 2) Diferenciar dificuldade de aprendizagem de


dificuldades com instruções escolares:
• Oferecer intervenção focal e observar resposta do
aluno.
COMO LIDAR?

Intervenções
Intervenções específicas
comuns a
todas as
crianças Intervenção
Compensa
ções
MODELOS DE INTERVENÇÃO

 Os programas mais eficazes provem treino explícito e


sistemático em:

 Consciência fonológica,
 Correspondência grafo-fonêmica,

 Fluência,
 Vocabulário,
 Compreensão.
HETEROGENEIDADE DOS
TRANSTORNOS DE LEITURA

 Reconhecimento de Palavras

 Fluência

 Compreensão
 Hab. Linguagem
 Compreensão auditiva
 MT
PARA DIFICULDADES DIFERENTES,
INTERVENÇÕES DIFERENTES...

CF
⚫ Reconhecimento de Correspondência Grafofonêmica
Palavras
Experiência de Leitura/
⚫ Fluência Leitura repetida

⚫ Compreensão Instrução em habilidades e


Instrução em estratégias
INTERVENÇÃO EM CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

• Contagem de palavras na frase


Consciência • Segmentação de frases em palavras
de palavras • Manipulação das palavras nas frases

• Segmentação
• Síntese
Consciência • Manipulação
silábica • Transposição
• Segmentação
• Síntese
Consciência • Manipulação
fonêmica • Transposição
ALGUNS EXEMPLOS...

◼ Consciência fonêmica: identidade - dominó fonêmico.

◼ Consciência fonêmica: adição.


M + = /MEU/

C + = /CASA/
INTERVENÇÃO EM CORRESPONDÊNCIA LETRA-
SOM
INTERVENÇÃO EM CORRESPONDÊNCIA LETRA-
SOM
ADAPTAÇÕES
COMPENSAÇÕES
COMPENSAÇÕES
COMO A TCC PODE AJUDAR
NOS TRANSTORNOS DE
APRENDIZAGEM?
TCC E PROBLEMAS ACADÊMICOS

Estabelecimento de
Autoinstrução
metas

Automonitoramento
TCC E PROBLEMAS ACADÊMICOS
 Dois tipos de procedimentos em TCC para Problemas
acadêmicos:

Controle antecedente
• Antes da ocorrência do problema
• Ênfase nos eventos cognitivos que precedem a dificuldade
comportamental

Controle de consequências
• Após o problema ter ocorrido
• Ênfase na análise e na reação ao problema
TCC E PROBLEMAS ACADÊMICOS

Controle antecedente

• Treino de autoinstrução
• Treino de estratégias

Controle de consequências

• Automonitoramento
• Automanejo
AUTOINSTRUÇÃO

 Princípio: tornar o paciente consciente das demandas da taref,


levando à compreensão e capacidade de monitorar o uso de
estratégias
 Passos:
1. Estratégia é definida conjuntamente de modelada pelo terapeuta
2. Paciente pratica de maneira aberta e encoberta
3. Feedback e autoavaliação
AUTOINSTRUÇÃO
AUTOINSTRUÇÃO

 A autofala pode ter apoio inicialmente externo, por meio de


um “cartão de enfrentamento”
AUTOMONITORAMENTO

“Refere-se ao ato de observar sistematicamente e registrar


aspectos do próprio comportamento bem como eventos
internos e externos que se julga estarem funcionalmente
relacionados àquele comportamento”

Automonitoramento Automonitoramento
de desempenho de atenção
AUTOMONITORAMENTO

 Automonitoramento não ensina uma habilidade


específica para uma tarefa, mas a estarem
conscientes de seu desempenho. Portanto, uma
habilidade específica precisa ser ensinada em
combinação com a estratégia de automonitoramento
para aprimorar o desempenho de forma geral
AUTOMANEJO

Engloba as estratégias anteriores

Inclui a correção e mudança de


comportamento

Pode fazer uso de reforço


Intervenção direcionada ao ambiente

Intervenção direcionada ao indivíduo


Intervenção direcionada ao
ambiente

 Objetivo principal - alterar situações ambientais de modo a incrementar o


funcionamento executivo do indivíduo ou minimizar a demanda sobre as
FE.

 Envolve estratégias tais como:

1) - alterações no ambiente físico e social.


Ex:
 mudanças na estrutura e organização da sala de aula;
 evitação de situações que levem a determinados comportamentos.
(sempre delineados em conjunto com pcte)
Intervenção direcionada ao
ambiente

2) mudanças na natureza da tarefa.


Ex:
 fazendo as tarefas mais breves, com intervalos,
 tornando as etapas de sua resolução mais explícitos ou
 adaptando tarefas ao interesse do pcte;

3) provendo dicas ou sinais.


Ex:
 sinais que lembrem o pcte da atividade a ser realizada, o que inclui
dicas visuais, como organizadores colocados na sala de aula,
geladeira, ambiente de trabalho;
 Calendário;
 listas e checklists.
Intervenção direcionada ao
ambiente

4) - alterações na forma de interação com o pcte.

Ex: Antes de uma tarefa, pode-se dialogar com o pcte sobre o que irá
acontecer e questioná-lo sobre como ele pode lidar com a situação,
elaborando um plano, pode ainda instruir e incentivar o uso de listas ou
lembretes;
durante a atividade, deve supervisionar o pcte, instruindo-a a resgatar o plano
inicial;
após a atividade, é ainda importante conversar sobre o que aconteceu, o que
funcionou ou não e o que pode ser feito diferente da próxima vez, realizando
assim uma avaliação do processo.
Diversos tipos de questões podem ser utilizadas para auxiliar o engajamento
de habilidades executivas (e.g. O que você precisa fazer primeiro? E depois? ou
Como você resolveu esse problema?)
Intervenção direcionada ao
indivíduo

 Objetivo - alterar as capacidades do pcte de funcionar adaptativamente.

 Envolve:
1) Instrução na habilidade - prover instrução sobre habilidades específicas e de acordo com o nível de
desenvolvimento da criança/grau de comprometimento do pcte.
Por exemplo:
 terapeuta e pcte, juntos, deverão descrever o comportamento alvo,
 estabelecer um objetivo,
 estabelecer um procedimento e etapas necessárias para atingi-lo,
 supervisionar pcte no decorrer do processo,
 avaliar o processo e fazer alterações quando necessário.
 Atenuar a supervisão, transferindo ao pcte a responsabilidade pela
realização na tarefa.
 Uso da linguagem
Permite o ensaio de regras, automonitoramento e autoinstrução.
O terapeuta deve modelar seu uso para o pcte e ensiná-lo a
aproveitar-se deste recurso, por exemplo, enquanto elabora um
plano (e.g. ‘O que eu preciso para fazer isso?’ ‘O que devo fazer
agora?’).

 Trabalho em pares ou grupos


As atividades podem ser também desenvolvidas em pares, formato
que possibilita que um pcte possa monitorar o desempenho do
outro.
ENTÃO, QUAL É O PAPEL DO TERAPEUTA
NOS CASOS DE TRANSTORNOS
ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM?
PAPEL DO TERAPEUTA NOS TEAP

intervir nos
identificar e aspectos
psicoeducar
encaminhar emocionais/compor
tamentais

dar suporte à escola


identificar e intervir
e aos outros
nas comorbidades
profissionais
 darlenegodoy@gmail.com

 www.sinapseaprender.com.br

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