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Os Dez Estados da Vida e a Possessão Mútua

1ª parte

Os Dez Estados da Vida, também chamados de “Dez Mundos”, indicam as dez condições de vida que o
ser humano experimenta em seu dia a dia. É uma análise dos fenômenos que uma vida manifesta no
decorrer de sua existência. Originalmente, os Dez Mundos significavam o lugar em que cada pessoa
renascia em várias existências como consequência do carma acumulado. Por exemplo: no mundo da
Tranquilidade (Humanidade) como ser humano, no mundo da Animalidade como um animal e no
mundo da Fome como um espírito faminto e assim por diante. Porém, à luz do Sutra de Lótus, os Dez
Mundos são considerados os vários estados ou condições que uma pessoa manifesta em cada
momento de sua existência. Os Dez mundos descrevem as sensações subjetivas experimentadas pelo
“eu” no âmago da vida. É importante salientar que os Dez Estados da Vida não se manifestam numa
sequência do mais baixo ao mais elevado na vida das pessoas, como se subíssemos uma escada, e
nem deve ser considerado separadamente. Em função de fatores externos e de sua intensidade,
subitamente podemos sair do estado de Alegria para o estado de Inferno, ou vice-versa, ou seja, não é
preciso vivenciar os estados de Ira, Animalidade, Fome para manifestar o estado de Inferno. E nem
devem ser considerados separadamente porque em razão da “Possessão Mútua” (Jikkai Gogu) cada
um dos Dez Mundos contém em si todos eles. Em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda,
explica: “As palmas das mãos juntas representam a fusão da realidade e da sabedoria — a fusão da
nossa vida com a Lei Mística — ao passo que o encontro dos dedos das duas mãos representa a
possessão mútua dos Dez Estados. Isso significa que nenhum dos Dez Estados — isto é, Inferno,
Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e estado de Buda —
está separado do outro. É exatamente por isso que o poder do estado de Buda se manifesta nos outros
nove estados na nossa vida diária”. (Brasil Seikyo, edição no 1.484, 14 de novembro de 1998, pág. 4).
Os estados de Inferno, Fome, Animalidade e Ira são conhecidos como “Os Quatro Maus Caminhos”.
Estado de Inferno (Jigoku): Indica um estado destituído de liberdade onde a pessoa é completamente
guiada e/ou influenciada pelo seu mau carma. Constitui-se de muito sofrimento, caracterizado pelo
impulso de destruir a si próprio assim como todos e tudo que estiver em seu caminho. Estado de Fome
(Gaki): Nitiren Daishonin cita em seus escritos “O Verdadeiro Objeto de Devoção” que a ganância
existe no mundo da Fome. Nessa condição, a pessoa é governada pelos desejos insaciáveis, incluindo
não só desejos materiais como também o desejo de obter a fama. Sofrem muito, pois nunca estão
satisfeitas. As causas para se chegar nessa condição de vida são atribuídas às tendências negativas
como avareza, ganância e inveja.

Brasil Seikyo - Edição 2040 - Budismo na Vida Diária - pág. A6


Retirado de http://extra2.bsgi.org.br/impressos/mostrar_conteudo_livre/?conteudo=99287&tipo=1

Impresso por Bruno de Souza Melo (149554-2) página 1

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