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FUNDAMENTOS DE

ADMINISTRAÇÃO
HOSPITALAR E
SAÚDE

Ligia Maria Fonseca Affonso


Funções e problemas
enfrentados pelo
administrador hospitalar
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Listar as principais funções do administrador hospitalar.


„„ Apresentar os desafios na área de gestão de pessoas.
„„ Descrever o conflito entre eficiência e eficácia na gestão hospitalar.

Introdução
Gerir hospitais no século XXI é uma tarefa cada vez mais complexa, visto,
dentre outros fatores, o aumento da expectativa de vida da população
e o contínuo aumento de doenças crônicas, que contribuem para o
aumento na demanda nos hospitais, independentemente da região e
do tipo de gestão, seja pública ou privada.
Neste capítulo, você vai listar as principais funções do administrador
hospitalar, os desafios da área da gestão de pessoas em saúde e os con-
ceitos de eficiência e eficácia no contexto da gestão hospitalar.

Funções do administrador hospitalar


Você já parou para pensar que vivemos em um mundo de organizações que
funcionam em diferentes ambientes e que são influenciadas por fatores eco-
nômicos, políticos, sociais, legais, tecnológicos, culturais e demográficos
dinâmicos, imprimindo a elas maior complexidade e instabilidade? E que para
que essas organizações sobrevivam, cresçam e sejam bem-sucedidas em seus
objetivos, elas precisam ser administradas?
A administração é considerada como uma das mais importantes áreas da
atividade humana, uma vez que lida com toda a complexidade que envolve
2 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

as organizações; com mudanças e com o cenário incerto em que vivemos


atualmente. Seu principal papel é fazer as coisas acontecerem, por meio da
combinação e integração de vários recursos e da mobilização das pessoas em
torno dos objetivos organizacionais. Dessa forma, é função da administração
compreender e interpretar os objetivos estabelecidos pela organização, trans-
formando-os em ações que permitam seu alcance, por meio de planejamento,
organização, direção e controle dos esforços gerados nos diversos âmbitos da
organização (SILVA, 2013).

São funções da administração: planejar (definir objetivos e desenvolver estratégias


e planos de ação para alcançá-los); organizar (reunir, alocar e coordenar recursos
e esforços necessários); dirigir (gerir pessoas no sentido de alcançar os objetivos) e
controlar (monitorar e avaliar o desempenho da organização para garantir o alcance
dos objetivos) (SOBRAL; PECI, 2013).

E o hospital? Você já parou para pensar na função que ele exerce na vida das
pessoas? O Ministério da Saúde (MS) define o hospital como uma instituição
necessária, pois, tem como função a promoção do cuidado com a saúde da
sociedade, desde seu nascimento, doença e morte. Ou seja, o hospital é uma
organização médica e social cuja principal finalidade é oferecer à população
assistência médica integral, curativa e preventiva, independente do modelo
de atendimento, inclusive o domiciliar. Além disso, constitui-se ainda como
um centro de educação e pesquisa em saúde, com capacidade para formar
recursos humanos. Assim podemos afirmar que as organizações hospitalares
têm como funções (MALAGÓN-LONDOÑO; MOIRERA; LAVERDE, 2003;
SHAW et al., 2010):

„„ prevenir doenças por meio da mobilização de recursos humanos e


tecnológicos e da capacidade instalada, promovendo assistência e vi-
gilância em saúde;
„„ recuperar a saúde, diagnosticando e tratando as enfermidades em geral;
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 3

„„ promover pesquisa e ensino por meio de teste e aplicação de novas


técnicas e instrumentos descobertos pela ciência, ou seja, manter-
-se atualizado diante dos avanços da medicina e tecnológicos, com a
finalidade de investigar os males orgânicos e psíquicos que afetam a
população, buscando soluções capazes de manter e/ou restaurar a saúde
e prevenir a doença;
„„ colocar seus serviços à disposição para a formação de profissionais de
saúde de todas as categorias, recebendo preceptores e estagiários em
suas instalações, para a prática profissional.

Como você pode observar, a função de um hospital ultrapassa o aspecto


sanitário curativo e preventivo, abrangendo também o aspecto social, uma vez
que envolve o homem no ambiente social, familiar e de relacionamento onde
está inserido (MIRSHAWKA, 1994).
Nesse contexto, podemos afirmar que os hospitais são unidades sociais
compostas por sistemas complexos e dinâmicos, ou seja, estão em constante
transformação e sob influência de forças ambientais, exigindo dos gestores a
capacidade de lidar a todo o momento com a incerteza e a imprevisibilidade.
Isso quer dizer que os hospitais são organizações complexas marcadas por
diferentes necessidades e especificidades, onde todos os setores e profissionais
são interdependentes, ou seja, o trabalho de cada setor e de cada profissional
impacta nos demais setores e no trabalho de outros profissionais, e, por esse
motivo, o ideal é que cada um busque otimizar não apenas o resultado de seu
trabalho ou do setor onde atua, como também o resultado da organização
como um todo (MALIK; TELLES, 2001; NEVES, 2009; MEYER JÚNIOR;
PASCUCCI; MANGOLIN, 2012).
Mas você deve estar se perguntando: quais as funções de um administrador
hospitalar? Vamos lá! Não existe uma receita pronta para isso, até porque, como
os hospitais são organizações que recebem influência de seu meio externo,
possuem diferenças entre si em sua demanda, no tipo de usuários, no capital
investido, nos recursos necessários, entre outros. Lembrando ainda que existem
outras particularidades se os hospitais forem públicos, ou seja, financiados pelo
governo, ou particula­res, financiados por instituições privadas. Cabe destacar
que, apesar dessas diferenças, todos os hospitais possuem a mesma subdivisão,
podendo ser gerais ou especializados (FONTOURA; AREND, 2015).
4 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

„„ hospitais gerais: são os chamados hospitais regionais, localizados nas grandes


cidades, que atendem a uma área maior do que aquela onde está localizado, com
serviços de emergência e atendimento a especialidades básicas de ginecologia e
obstetrícia, pediatria, clínica médica e cirurgia.
„„ hospitais especializados: normalmente privados, de pequeno a médio porte, locali-
zados em grandes centros e especializados em uma única área da medicina, como,
por exemplo, maternidade, traumatologia/reabilitação, psiquiatria, etc. (GOES, 2004).

Para exercer sua função e alcançar seus objetivos, o administrador hospitalar


deve ser o responsável pelas funções de planejamento, organização, direção
e controle, de modo a atender as necessidades de demanda dos usuários do
sistema de saúde e dos profissionais que atuam no hospital (MACHADO, 2011).
Ao planejar, o administrador determina antecipadamente o que será feito,
quais objetivos deverão ser alcançados e como isso se dará, de preferência
com o mínimo de esforço e menor custo, ou seja, o planejamento é a função
que serve de base para as demais, pois é nessa primeira fase que se definem
as estratégias que irão orientar o trabalho dos administradores e que se de-
senvolvem os planos de ação que irão coordenar as atividades necessárias à
consecução dos objetivos (SOBRAL; PECI, 2013).
Ao executar a função de organizar, o administrador lida com todos os
recursos disponíveis e necessários para o funcionamento das atividades hos-
pitalares, ou seja, organizar significa reunir, alocar e coordenar os recursos
humanos, financeiros, físicos, de informação e outros necessários para o
alcance dos objetivos da organização. Nessa função o administrador também
faz a divisão do trabalho; o agrupamento de atividades em uma estrutura lógica;
a distribuição das pessoas para execução das atividades e a coordenação dos
serviços por meio de diretrizes claras.
A função da direção diz respeito a garantir que a organização funcione
por meio das pessoas, ou seja, essa é a função administrativa referente à
gestão de pessoas, cujas atividades envolvem liderar, motivar e coordenar os
trabalhadores para que desenvolvam suas atividades; estimular a capacitação
e inovação permanentes do conhecimento; comunicar; gerir conflitos; reco-
nhecer e recompensar; manter o incentivo, o comando e a disciplina; e resolver
problemas. Essa função é uma das que mais exige do administrador, e exige
mais ação do que o planejamento e a organização. Nesse sentido, o adminis-
trador deve promover um ambiente favorável à realização de um trabalho de
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 5

qualidade, onde os profissionais se sintam motivados e comprometidos com


a missão do hospital.
Controlar, por sua vez, consiste em monitorar e avaliar o desempenho da
organização, verificando se os objetivos planejados estão sendo alcançados
ou se existe a necessidade de realizar ajustes nas estratégias e nos planos de
ação. Assim, podemos dizer que nenhum plano estará totalmente acabado se
não possuir meios para avaliar seus resultados e consequências. Dentre as
funções de controle estão: definir medidas de desempenho; verificar e moni-
torar o desempenho; compará-lo com os padrões e objetivos determinados; e
estabelecer medidas corretivas, garantindo o alcance dos objetivos.
Além das funções apresentadas acima, destacamos outras funções, como
(MALAGÓN-LONDOÑON, 2000):

„„ Prever, programar e supervisionar as áreas de recursos humanos; recur-


sos econômicos e financeiros, instalações, equipamentos e materiais;
serviços assistenciais; serviços complementares e de apoio; serviços
acadêmicos e de pesquisa; sistemas de informação.
„„ Atuar como porta-voz da instituição, ou seja, responder oficialmente
pela instituição, buscando apoio e comunicando permanentemente as
atividades realizadas e planejamentos elaborados.
„„ Propor novas políticas, apresentar propostas de melhorias e de inovação,
criar ou suspender serviços de acordo com as necessidades da insti-
tuição e com base nos avanços científicos e tecnológicos, bem como
na legislação vigente.
„„ Fornecer informações relacionadas ao desempenho do hospital e à
gestão desenvolvida, além de outras informações sobre os vários setores
e serviços do hospital, de forma clara, ao conselho diretor.
„„ Coordenar e executar políticas de saúde de iniciativas próprias do hospi-
tal, voltadas às necessidades da população local, por meio de atividades
que impactem positivamente em sua qualidade de vida.
„„ Possuir conhecimentos técnicos-científicos administrativos e conheci-
mentos na área de saúde e de assistência médica e hospitalar, de modo
que possa equilibrar custos e benefícios; desenvolver melhores políticas
e processos de trabalho; executar os planos de ação e cumprir com a
missão do hospital.
„„ Promover a atualização constante do corpo de profissionais de saúde
e avaliar programas de estágio para estudantes.
„„ Cumprir as exigências dos órgãos de saúde.
„„ Dar atenção a pacientes e seus familiares.
6 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

É importante destacar que os administradores enfrentam muitos proble-


mas em sua gestão, assim como todos os administradores em outros tipos de
organização. Em todas elas os administradores enfrentam problemas internos,
como conflitos entre profissionais, falta de recursos suficientes para o bom
funcionamento da organização, resistência dos funcionários diante de mu-
danças, falhas na comunicação, rotatividade de pessoal, recursos financeiros
limitados, etc., e problemas externos, como mudanças de legislação, de cenário
econômico, nas políticas públicas, etc.
Como você pode observar, administrar um hospital não é algo simples e
fácil: são tantas funções e responsabilidades que administrá-lo torna-se um
desafio diário. Por serem instituições com grande função social, marcadas por
características científicas, técnicas, administrativas, tecnológicas e econômicas,
além da característica não linear de suas atividades, ou seja, muitas atividades
e muitos processos não definidos de forma clara e, com a grande diversidade
entre os atores, ou seja, pessoas com diferentes formações e funções, os
hospitais são unidades altamente complexas, que exigem dos administradores
maior qualificação e capacidade de adaptação e resposta em um ambiente em
constante transformação (MALAGÓN-LONDOÑON, 2000).

A atuação do administrador hospitalar deve respeitar sempre as especificidades do


ambiente onde o hospital está inserido (MALAGÓN-LONDOÑON, 2000).

Gestão de pessoas em saúde e seus desafios


Você já sabe que o setor da saúde é marcado por grandes e contínuas trans-
formações que contribuem cada vez mais para o aumento da complexidade
de suas organizações. Os avanços tecnológicos, a evolução da medicina, o
crescimento de doenças crônicas e o aumento da expectativa de vida da popu-
lação são alguns aspectos que vêm contribuindo para isso. Aqui no Brasil, as
instituições de saúde têm sido cada vez mais cobradas, no sentido de oferecer
serviços de saúde com maior qualidade à sociedade e, portanto, necessitam
de uma gestão qualificada, com práticas de gestão inovadoras e capazes de
aumentar a produtividade e a qualidade da organização.
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 7

Os hospitais brasileiros funcionam sob diferentes regimes administrativos e modelos


de gestão: público e estatal, referentes à administração pública; privado, mas que
abarca interesses de caráter público; e privado que opera de acordo com as regras de
mercado, mas que pode prestar ou não serviços para o SUS. De qualquer forma, os três
tipos necessitam de gestores preparados, principalmente para lidarem com as rápidas
e contínuas mudanças no ambiente externo (BRAGA NETO; BARBOSA; SANTOS, 2009).

Com certeza você também sabe que as pessoas são vistas hoje pelas or-
ganizações como elementos chave para seu sucesso e sobrevivência. Ou seja,
são as pessoas que assumem maior importância no contexto das organiza-
ções, uma vez que são capazes de aumentar ou diminuir a produtividade, de
melhorar ou piorar a qualidade dos serviços e de gerar maior ou menor lucro
para elas. Dessa forma, podemos dizer que não bastam as melhores estruturas,
recursos e tecnologia, se as empresas não puderem contar com profissionais
qualificados e comprometidos, ou seja, o funcionamento das organizações
e também dos hospitais depende muito de seus funcionários (LA FORGIA;
COUTTOLENC, 2009).
Um dos relatórios da Organização Mundial da Saúde (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2007) destaca a importância dos recursos huma-
nos nos sistemas de saúde e sua qualificação. No Brasil, essa importância é
reconhecida, e há grande preocupação com a formação, o desempenho e a
gestão desses profissionais, uma vez que é comprovado que sua atuação afeta
significativamente a qualidade dos serviços prestados e o grau de satisfação
daqueles que o utilizam. Essa realidade exige do administrador, a adoção de
políticas e práticas de gestão de pessoas capazes de responder às necessidades
atuais e futuras (SEIXAS, 2002).
Para que isso aconteça, o administrador deve abandonar a mentalidade
tradicional de gestão e adotar um conjunto de políticas, práticas e padrões
atitudinais, empregar ações e instrumentos capazes de interferir no compor-
tamento humano e direcioná-lo no ambiente de trabalho, como por exemplo,
estruturas de trabalho mais flexíveis; descentralização dos processos decisórios;
implementação de mudanças; maior envolvimento entre todos os setores da
organização na busca por resultados comuns e incentivo a relações de trabalho
mais integradas e dinâmicas. É papel ainda do administrador, e isso cabe
também para as unidades de saúde e hospitais, adotar na gestão de pessoas
8 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

um conjunto de políticas e práticas integradas que atendam, ao mesmo tempo,


aos interesses e expectativas da organização e das pessoas. Cabe destacar que
equilibrar esses interesses e expectativas para que essa relação seja produtiva
e as responsabilidades compartilhadas é um dos desafios da gestão de pessoas.
Cabe à organização estimular e dar o suporte necessário para que as pessoas
possam entregar o que têm de melhor, oferecendo a elas também o seu melhor
(DUTRA, 2011; SOUZA et al., 2010).
Veja na Figura 1 algumas funções do administrador hospitalar na gestão
de pessoas.

Estruturas flexíveis
de trabalho

Descentralização
das decisões

Função do Agente de
administrador mudanças
na gestão de
pessoas Integração entre
setores e pessoas

Bom clima
organizacional

Boas relações entre


as pessoas
Figura 1. Funções do administrador hospitalar na gestão de pessoas.
Fonte: Adaptada de Dutra (2011) e Souza et al. (2010).

É importante ressaltar que até pouco tempo atrás as organizações conside-


ravam as pessoas como peças de um processo produtivo, ou seja, as práticas
tradicionais de gestão de recursos humanos enxergavam o homem como
um coadjuvante no processo produtivo. No entanto, as grandes mudanças
ocorridas a partir dos anos 1990, ocasionadas pela globalização e pelo de-
senvolvimento tecnológico, mudaram a visão dos gestores em relação ao
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 9

papel das pessoas nas organizações, imprimindo a elas o papel de principais


responsáveis pela transformação e desenvolvimento da organização, como já
comentado anteriormente. Hoje, a gestão estratégica de pessoas privilegia o
contínuo desenvolvimento de seus funcionários, entendendo competências
como um conjunto de capacidades e saberes que se manifestam nas atividades
realizadas pelos funcionários (SOUZA et al., 2010).

Estratégia é a definição dos objetivos básicos de longo prazo de uma organização; a


adoção das ações e recursos adequados para atingir esses objetivos. Ou seja, ela tem
por finalidade orientar a organização em relação ao futuro, guiando seus passos de
forma consciente e sistemática no sentido de alcançar seus objetivos, tomando por
base análises sobre suas condições e capacidades, bem como sobre o ambiente que
a cerca (CHANDLER, 1962).

No setor da saúde, as políticas de gestão de pessoas enxergam os profis-


sionais como a maior riqueza da organização, uma vez que a relação destes
com o cliente é fundamental para que os objetivos e a missão da organização
sejam alcançados. São algumas funções da gestão de pessoas nas organizações
e também nas unidades de saúde (GIL, 2006; SOUZA et al., 2010):

„„ agregar pessoas: atrair, selecionar e integrar novos funcionários. Nesse


sentido é importante elaborar políticas eficazes de atração e retenção
do capital humano.
„„ aplicar pessoas: mapear as atividades, analisar e descrever cargos,
viabilizar planos de carreira, avaliar o desempenho e disseminar a
cultura organizacional. É importante que as funções estejam alinhadas
às estratégias da organização e que a gestão do desempenho seja baseada
em políticas eficazes.
„„ recompensar pessoas: remunerar e reconhecer em razão do trabalho
realizado. Uma boa política de remuneração e reconhecimento também
é uma forma de atrair e reter talentos.
„„ desenvolver pessoas: capacitar e desenvolver os profissionais; levantar
as necessidades para a execução de programas de desenvolvimento;
executar programas de gestão de mudança e de comunicação interna. O
10 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

treinamento e o desenvolvimento dos profissionais deve ser contínuo e


alinhado a seus perfis individuais de competência e às demandas orga-
nizacionais. Deve ter conteúdo motivador e contribuir para a melhoria
do desempenho individual, da equipe e da organização.
„„ manter pessoas: criar e manter um bom clima e cultura organizacional,
gerir programas de saúde; segurança do trabalho, higiene e qualidade
de vida. Ou seja, é fundamental a implantação e manutenção de um
ambiente de trabalho satisfatório e seguro.
„„ monitorar pessoas: acompanhar e gerir pessoas por meio de resultados.
O acompanhamento das pessoas deve ser operacionalizado por meio de
reuniões periódicas com os envolvidos, com a finalidade de analisar o
desenvolvimento do trabalho e os resultados alcançados.

Todas as funções acima são imprescindíveis para o sucesso da gestão de


pessoas e para atender o contexto organizacional contemporâneo. Assim é
notório que atualizar a forma de lidar com as pessoas no trabalho é fundamental.
Os profissionais de saúde devem ser motivados, capacitados e preparados para
exercer suas atividades, principalmente, porque lidam todos os dias com a vida
das pessoas, ou seja, devem se relacionar com os pacientes e seus familiares.
É importante que cada um deles tenha consciência de sua responsabilidade e
que possuam a capacidade de posicionar-se corretamente diante dos desafios
de um ambiente em constante transformação, atendendo às necessidades da
população, cada vez mais exigente.
Cabe ao administrador de saúde se empenhar para transformar os conheci-
mentos, habilidades e atitudes das pessoas em níveis crescentes de excelência,
fazendo com que as coisas “aconteçam” e gerando uma grande transformação
no dia a dia da organização. É fundamental, ainda, que ele estimule as boas
relações humanas, desenvolva novos líderes, identifique o potencial de cada
funcionário nos diferentes setores da organização, estimule o trabalho em
equipe, trace estratégias para o enfrentamento de pressões externas, defina
prioridades, entre outras ações necessárias ao alcance dos objetivos da orga-
nização (CHARAN, 2007).
No entanto, apesar de tantas ações positivas, a gestão de pessoas nas orga-
nizações ainda é um desafio para os gestores. Não é diferente nas unidades de
saúde e hospitais, principalmente pela complexidade que os envolve, aliada à
diversidade dos profissionais que compõem seu quadro, ou seja, são diferen-
tes formações e níveis de complexidade de atuação e uma grande variedade
de atividades em todos os níveis e setores, que necessitam ser gerenciados
(BOXALL; PURCELL, 2007).
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 11

No cenário nacional e internacional, são desafios organizacionais comuns na


área de gestão de pessoas: aumentar a cobertura e as equipes de profissionais,
garantindo a assistência de saúde de forma adequada e igualitária; desenvol-
ver e manter competências e habilidades essenciais para os profissionais de
saúde; melhorar o desempenho da equipe de profissionais de acordo com os
objetivos definidos; fortalecer a capacidade de planejamento e gerenciamento
do setor de gestão de pessoas na saúde; fortalecer e melhorar as práticas de
recrutamento e diminuir a rotatividade dos trabalhadores (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2007).
Esse e outros desafios a que as organizações estão sujeitas devem ser
enfrentados para que estas se tornem efetivas no mercado em que atuam,
principalmente para que consigam determinar uma nova postura em relação aos
seus colaboradores e uma ação direcionada à gestão de pessoas, estimulando
o comprometimento de todos com os resultados da organização.

O novo perfil de profissional exigido no mercado é orientado para a interdiscipli-


naridade, o autodesenvolvimento e os desafios, é capaz de aprender e manter-se
atualizado é empreendedor, comprometido com a missão da organização e polivalente
(TEIXEIRA et al., 2010).

Eficiência e eficácia na gestão hospitalar


Os hospitais são organizações responsáveis por prestar serviços essenciais de
saúde, incluindo prevenção, diagnóstico, acompanhamento e tratamento dos
pacientes. Todos esses serviços possuem um custo, pois, para que aconteçam,
são necessários recursos materiais e humanos. Obter capital para arcar com
esses custos é um desafio para o administrador hospitalar. Soma-se a isso a
diversidade de atividades técnicas e profissionais que são realizadas simul-
taneamente nos hospitais, tornando a administração dessas organizações
complexa, exigindo um forte aparato organizacional que apoie toda essa
sofisticação (SEIXAS; MELO, 2004).
Assim como as demais organizações, os hospitais não estão imunes às
consequências geradas pelas mudanças econômicas e tecnológicas que vêm
ocorrendo nas últimas décadas. Eles necessitam de alto investimento em tec-
12 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

nologia e equipamentos de última geração, que normalmente são importados,


o que eleva mais ainda seu custo. Outro fator que contribui para elevar os
custos com saúde é o envelhecimento da população e o aumento das doenças
crônicas, que demandam mais cuidados médicos e hospitalares (PEREIRA;
MAIA, 2006; SOUZA et al., 2010).

Doenças crônicas: são doenças com progressão lenta em que, na maioria das vezes, as
pessoas que as adquirem carregam-nas para si pelo resto de suas vidas, como problemas
cardiovasculares, problemas respiratórios crônicos, cânceres e diabetes, responsáveis
atualmente por cerca de 70% de todas as mortes no mundo, com estimativa de 38
milhões de mortes anuais, das quais 16 milhões em pessoas com idade inferior a 70
anos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).

Além dos altos custos, muitos hospitais possuem restrições quanto à forma
de obter receitas, como, por exemplo, os hospitais privados que possuem
convênio ou contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS), em especial os
sem fins lucrativos, que não possuem o controle dos preços dos procedimentos
remunerados pelo SUS, cujo valor não cobre sequer os custos da prestação
dos serviços, pela alta defasagem dos valores repassados. Esses hospitais, ao
mesmo tempo em que possuem parceria com o SUS, estão inseridos na esfera
privada, não sendo custeados totalmente pelo SUS, dependendo de doações
(MARTINS; FERREIRA-DA-SILVA; MACHADO-SANTOS, 2014).
Os hospitais privados, por sua vez, com fins lucrativos, possuem maior
liberdade para ajustar os preços dos procedimentos. Não entanto, têm nos
concorrentes e na pressão sofrida pelos planos de saúde obstáculos quanto
à prática de preço de seus procedimentos. Apesar dessas diferenças, todos
os hospitais, públicos ou privados, tem como grande desafio a busca pela
excelência, nos âmbitos nacional e internacional. Assim, cada um deles adota
medidas diferentes no sentido de alcançar eficiência e eficácia financeira e
operacional (SAQUETTO, 2012).
Mas, você sabe o que significa eficiência e eficácia? Eficiência e eficácia
são termos bastante utilizados na administração para demonstrar o grau de
desempenho das organizações em relação ao objetivo alcançado. Eficácia diz
respeito ao alcance de resultados, enquanto eficiência refere-se à utilização
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 13

de recursos. No âmbito econômico a eficácia está relacionada à capacidade


de as organizações atenderem às necessidades da sociedade por meio de bens
e serviços. A eficiência, por sua vez, está relacionada aos custos e benefícios
existentes na relação técnica entre insumos (entradas) e produtos ou serviço
(saídas). Dessa forma, quando necessitamos verificar a relação existente entre
os recursos aplicados e o produto ou serviço final obtido, ou seja, a razão entre
o esforço e o resultado; entre despesa e receita, nos referimos ao conceito de
eficiência (SILVA, 2013).
Assim, quanto maior for a preocupação do administrador em fazer as
coisas corretamente, mais perto de ser eficiente ele estará, ou seja, melhor
ele estará utilizando os recursos disponíveis. No entanto, quando ele faz uso
das ferramentas fornecidas por quem executa, para avaliar se os resultados
estão sendo alcançados, ou seja, se as coisas que deveriam ser feitas estão
sendo bem feitas, então ele está focado no conceito de eficácia, que é alcançar
resultados por meio dos recursos disponíveis.
Veja na Figura 2 as características dos termos eficiência e eficácia.

Minimizar a
utilização de
recursos

Eficácia Eficiência
Fazer as coisas certas Fazer bem as coisas
Preocupação com os fins Preocupação com os meios
Maximização dos objetivos Minimização dos recursos
alcançados utilizados
Ênfase nos resultados Ênfase nos processos
Maximizar a
Escolha dos objetivos mais realização de Ausência de desperdícios
adequados objetivos

Figura 2. Eficiência e eficácia.


Fonte: Adaptada de Sobral e Peci (2013).
14 Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar

Dessa forma, podemos dizer que (SILVA, 2013):

„„ Eficiência é a capacidade de realizar as atividades organizacionais


utilizando o mínimo de recursos. Nesse contexto, quanto maior a pro-
dutividade, mais eficiente será a organização. Ou seja, a preocupação
aqui é com a otimização dos recursos utilizados para atingir os objetivos,
economizando recursos sem prejudicar a produtividade e qualidade dos
produtos e serviços prestados.
„„ Eficácia é a capacidade de realizar os objetivos propostos pela orga-
nização. Implica escolher os objetivos certos e conseguir atingi-los,
ou seja, sua preocupação é com os fins. A eficácia é a chave para o
sucesso das organizações.

Como você pôde observar, eficiência é um conceito limitado que diz respeito
ao volume de recursos utilizados para produzir uma unidade de produto ou
serviço, ao passo que eficácia é um conceito mais abrangente, que representa
o grau de realização das metas estabelecidas. Então, se um hospital consegue
atingir seus objetivos utilizando menos recursos, dizemos que ele é eficiente.
No entanto, apesar de às vezes a eficiência levar à eficácia, nem sempre elas
estão relacionadas, ou seja, um hospital pode ser altamente eficiente e não
conseguir alcançar suas metas, porque talvez ofereça um serviço para o qual
não exista demanda suficiente. Da mesma forma, um hospital pode alcançar
suas metas financeiras, por exemplo, e ser ineficiente porque para isso, utilizou
mais recursos do que normalmente disponibilizava. Está aí o conflito existente
entre eficiência e eficácia (SOUZA et al., 2010).
Dessa forma, a eficácia das organizações e também dos hospitais depende
das relações estabelecidas entre pessoas, tecnologias, recursos e administra-
ção, ou seja, da combinação e coordenação perfeita de todos esses elementos
para atingir os objetivos e prestar de serviços de qualidade. Cabe lembrar
que o modelo de gestão adotado possibilita ao hospital mudar seus níveis de
atenção e investir na qualidade dos serviços. Assim, o estilo de gestão deve
estar adequado à organização, às suas estratégias e aos perfis dos profissionais
que executam os serviços. Apesar de não ser possível identificar um estilo
de gestão eficaz para todas as situações, existem algumas características que
podem tornar os hospitais e as demais organizações mais eficazes (SOUZA
et al., 2010):
Funções e problemas enfrentados pelo administrador hospitalar 15

„„ tarefas rotineiras e inovadoras, caracterizadas por níveis diferentes


de complexidade sem padrões rígidos e executadas por pessoas que
aceitem trabalhar em grupo;
„„ administradores capazes de entender a realidade social onde o hospital
está inserido e que evidenciem competências que facilitem o funciona-
mento dos processos de gestão;
„„ gestão apoiada em sistemas de informação gerencial.

O ideal é que a organização seja igualmente eficiente e eficaz, ou seja,


o administrador deve estar atento à tarefa, para alcançar a eficiência, e aos
objetivos e resultados, para alcançar a eficácia. Outro ponto fundamental para
que se atinja a eficiência e a eficácia é contar com uma equipe preparada e
comprometida com os objetivos da organização. Isso pode ser facilitado por
meio de uma política de gestão de pessoas que valorize e reconheça a impor-
tância dos profissionais que atuam na instituição. Por fim, cabe destacar que
o apoio do administrador hospitalar é fundamental na concretização desses
resultados.

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Leituras recomendadas
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