O caminho de volta
Era uma vez um boto
bem mocinho. Vivia ao
Maio lado da sua familia
numeérosa acompanhando
0s nayios, perto do porto.
O nome dele era Fabio, Fabinho para
3 amigos (ele tinha muitos amigos).
Bra alegre, sorridente, vivia inventando
pulos diferentes,
No porto chegavam navios de toda parte
do mundo, Os marinheiros, nas noites
de lua cheia, ficavam no tombadilho
contando suas aventuras em outros
portos, escondidos atras do horizonte.
1 0 coragao do Fabinho sonhava junto,
no balango do mar.
Até que, um dia, um marinheiro de um
navio portugués comegou a falar de
Portugal, da beleza dos seus portos, da
coragem dos navegaclores portugueses
que aqui chegaram em 1500.
Depois, de madrugada, cantaram fados
cheios de amor por Portugal. Desse dia
em diante o Fabinho s6 pensava em
descobrir Portugal,
, numa noite de lua cheia, quando
seu pensamento estava muito forte, ele
viu chegar de repente, boiando no meio
do mar, uma caravela.
A caravela langou ancora e surgiu uma
porgdo de gente, vestindo roupas
antigas, na proa, E um deles segredou:
— Partimos de madrugada para
Portugal. Venha conosco! Pois, pois!
Fabinho deu trés pulos no ar. Disse
adeus & sua familia e aos amigos,
e partiu atras da espuma da caravela.
Eu nao sei se a viagem foi no céu ou no
mar, O tempo passou como num sonho
€ 0 Fabinho logo chegou a Lisboa.
Mergulhou no rio Tejo e foi recebido
pelos jovens botos, que cantavam:
— Lé-em cima esta 0 tiro-liro-liro
Ca embaixo esta o tiro-liro-ld
Juntaram-se os dois a esquina
A tocar a concertina ¢ a dancar 0 solids.
Mas uma gaivota minha amiga me
contou que o Fabinho continua ouvindo
as historias fantasticas dos marinheizos,
no porto de Lisboa, e ja esti sonhando
com o caminho das Indias, com
08 portos misteriosos do Oriente.